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GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Antonio Augusto Junho Anastasia

SECRETÁRIO DE ESTADO DE ESPORTES E DA JUVENTUDE


Braulio José Tanus Braz

SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DE ESPORTES E DA JUVENTUDE


Rogério Aoki Romero

SUBSECRETÁRIO DE ESPORTE
Adenilson Idalino de Sousa

SUPERINTENDENTE DE POLÍTICAS ESPORTIVAS


Alexandre Miguel de Andrade Souza

EQUIPE TÉCNICA
Antônio Eduardo Viana Miranda
Diretor de Desenvolvimento de Programas e Projetos

Flávia Mendes Costa Ferraz


Gianne de Souza Luiz
Sérgio Luiz de Souza Marques

PROJETO GRÁFICO, CAPA E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA


Felipe Cunha El Saman

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Apresentação

O esporte faz parte da vida do mineiro. Seja praticado com a finalidade de


obter resultados, no momento de lazer ou integrante da educação, a Constituição
Federal e a Constituição Estadual estabelecem o desporto como direito do cidadão.
A política pública do esporte, além dos benefícios motores, psicológicos e de
saúde aos indivíduos, também promove ganhos sociais e econômicos em diversas
áreas como educação, segurança, cultura e lazer.
Além disso, o sediamento da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil
representa oportunidade única para desenvolvimento do esporte, considerando a
visibilidade proporcionada pelos eventos.
Para o bom desenvolvimento de atividades esportivas é necessário orientação
por pessoas qualificadas, materiais específicos e espaços adequados.
O objetivo deste Manual está relacionado ao último item: o gerenciamento de
infraestrutura esportiva, tendo como foco os equipamentos públicos. A finalidade de
qualquer política pública é promover o interesse dos cidadãos, assim, é essencial
administrar tais instalações verificando se atende aos anseios da comunidade e
promove os benefícios esperados.
O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Esportes e da
Juventude do Estado de Minas Gerais (SEEJ), disponibiliza mecanismos para
subsidiar a tomada de decisões relativas aos equipamentos esportivos por meio deste
documento, cujo público alvo são os gestores municipais.
Organizado em um ciclo de planejamento e gestão que considera a demanda
da população e outros aspectos, como custos de manutenção, o Manual discorre
sobre as etapas que fazem parte do ciclo: diagnóstico, planejamento, projeto,
captação de recursos, execução e gestão de instalações, ressaltando os pontos
cruciais e dificuldades inerentes a cada uma delas sob a ótica do gestor municipal.
Não há somente uma possibilidade para cada fase. O importante é saber produzir e
tratar as informações que apontem as necessidades do município.
O foco desta edição são as ações de reforma e construção de instalações
esportivas, salientando a necessidade de gestão dos espaços. Em publicações
futuras serão tratadas outras opções como cessão e alienação de equipamentos.
Cada assunto é tratado de maneira autônoma, de forma que, quando o gestor
tiver dúvidas específicas, ele possa ir diretamente ao capítulo em questão. Entretanto,
quando o conhecimento prévio do conteúdo de outro capítulo for imprescindível para
compreensão do tema, será feita devida referência.
Este documento não tem a pretensão de esgotar o assunto investimento
público municipal em instalações esportivas. Trata-se de material de referência cujo
conteúdo não é verdade absoluta sobre o tema. Por isso, a SEEJ não se
responsabiliza pelas conseqüências advindas da aplicação de algum conceito
expresso nessa obra.
Estamos abertos às sugestões, para que este Manual seja aprimorado ao
longo do tempo.

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Sumário

1- Introdução................................................................................................................. 6
2- Diagnóstico ............................................................................................................... 8
2.1- Estudo da demanda da população ..................................................................... 9
2.2- Estudo da infraestrutura esportiva do município ............................................... 10
2.3- Relatório diagnóstico ........................................................................................ 11
3- Planejamento.......................................................................................................... 13
3.1- Comissão Gestora............................................................................................ 14
3.2- Reforma ........................................................................................................... 14
3.3- Construção....................................................................................................... 15
3.4- Estimativa de Custos........................................................................................ 16
3.5- Programação de Investimentos ........................................................................ 18
3.5.1- Instrumentos de Planejamento Governamental ......................................... 19
4- Projeto .................................................................................................................... 22
4.1- Documentos acessórios ................................................................................... 23
4.2- Projetos-Padrão ............................................................................................... 25
4.3- Projeto Arquitetônico ........................................................................................ 26
4.4- Projeto Executivo ............................................................................................. 28
4.5 – Acessibilidade ................................................................................................ 29
4.6– Eficiência Energética ....................................................................................... 30
4.7 – Portfólio de Projetos ....................................................................................... 30
5- Fontes de recursos ................................................................................................. 32
5.1- Recursos próprios ............................................................................................ 33
5.2- Recursos de terceiros ...................................................................................... 33
5.2.1- Recursos de outros entes Públicos ............................................................ 34
5.2.2- Recursos da Iniciativa Privada e Terceiro Setor......................................... 36
6- Execução................................................................................................................ 39
6.1 - Caderno de Encargos ..................................................................................... 40
6.2 - Regimes de execução de obras ...................................................................... 41
6.3- Licitação ........................................................................................................... 42
6.4 - Contrato Administrativo ................................................................................... 45
6.5- Ordem de início ................................................................................................ 46
6.6- Fiscalização ..................................................................................................... 47
6.6.1- Alterações contratuais ................................................................................... 50

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6.7 – As Built ........................................................................................................... 51
6.8 - Manual de Utilização ....................................................................................... 51
6.9 – Termo de Aceitação ....................................................................................... 52
7- Gestão do Espaço .................................................................................................. 54
7.1- Planejamento e análise de pós-ocupação ........................................................ 55
7.1.1- Ações da SEEJ .......................................................................................... 56
7.2- Manutenção ..................................................................................................... 57
7.3- Alternativas de uso e fontes de receita ............................................................. 58
Referências Bibliográficas........................................................................................... 60
Anexo I- Documentos acessórios de um Ginásio Fictício ............................................ 63
Anexo II- Técnicas de Uso Racional de Recursos....................................................... 73

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1- Introdução

O Manual de Planejamento e Gestão de Infraestrutura Esportiva tem o objetivo


de orientar gestores municipais nos temas planejamento e gestão de infraestrutura
esportiva. O passo a passo apresentado elucida pontos chave a serem considerados
dentro de um fluxo ordenado.
O planejamento e gestão de instalações esportivas é um processo cíclico,
assim, as etapas são feitas novamente ao longo do tempo.
O processo inicia-se com o diagnóstico: é preciso conhecer a demanda da
população e o que está sendo oferecido pelo poder público e iniciativa privada. De
posse dessas informações será possível planejar o seqüenciamento e distribuição das
ações em infraestrutura ao longo do tempo.
A partir do momento da definição de qual intervenção será feita é necessário
elaborar e aprovar o projeto da obra junto às autoridades competentes. A execução do
projeto depende fundamentalmente da disponibilidade dos recursos, não só para
construção e reforma, mas também para sua operação e manutenção ao longo da vida
útil. Deve-se direcionar parte do orçamento para realização da obra, e depois, para
sua manutenção e operação. Existem ainda possibilidades para captação de recursos
com a finalidade de permitir o alcance dos objetivos propostos.
A execução de ações de construção e reforma são normalmente efetuadas por
meio de contratos celebrados após um processo de licitação. Este instrumento define
o que será feito e os critérios para aceitação do produto. Cabe ressaltar que no Brasil
ações de reforma e construção de obras públicas devem obedecer a Lei 8 666/93.
Políticas de infraestrutura não se resumem a reforma e construção de
equipamentos. É fundamental promover o uso das instalações, além de zelar pelo bom
estado de conservação dos mesmos, enfim deve-se ponderar: as instalações
esportivas atendem ao interesse público?
O fluxo geral do processo está representado na figura abaixo.

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Visão Geral do Ciclo de Planejamento e Gestão de Infraestrutura Esportiva

Além desta Introdução, o Manual está estruturado em mais seis Capítulos


ordenados no ciclo de planejamento e gestão da infraestrutura esportiva.
O Capítulo 2 (Diagnóstico) visa oferecer aos tomadores de decisão
informações adequadas para determinar pela necessidade, ou não, de intervenções
em equipamentos esportivos. Isto a partir do estudo da demanda da população e
levantamento das instalações esportivas.
O Capítulo 3 (Planejamento) parte da criação da comissão gestora, analisa as
opções pertinentes e distribui as ações ao longo do tempo. O objetivo dessa etapa é
definir quais intervenções serão feitas e quando serão realizadas.
O Capítulo 4 (Projeto) enumera requisitos básicos para elaboração de
projetos de construção e reforma de equipamentos.
O Capítulo 5 (Fontes de Recursos) ressalta a necessidade de destinação de
recursos para as intervenções, sejam eles provenientes do orçamento do município ou
de terceiros. Inclusive apresenta algumas possíveis fontes de financiamento.
O Capítulo 6 (Execução) sequencia os aspectos e as atividades básicas do
processo de licitação, contratos, efetivação e fiscalização da Administração Pública.
O Capítulo 7 (Gestão do Espaço) salienta a importância de se promover o
uso dos equipamentos pela população. A manutenção da infraestrutura e a realização
de atividades complementares também são importantes e contribuem para a
sustentabilidade da instalação.
O fluxo apresentado é uma sugestão. Cabe aos tomadores de decisão
identificar quais as etapas e temas são pertinentes à sua gestão. É possível alterar a
ordem das etapas e até mesmo suprimi-las do ciclo de planejamento e gestão.

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2- Diagnóstico

Diagnóstico é o estudo que permite conhecer a realidade sobre a qual se quer


atuar. Esta etapa é fundamental para orientar os gestores na tomada de decisão e
subsidiar a elaboração de planos de ação.
Diversas entidades esportivas, como academias de ginástica, clubes e lojas de
material esportivo conduzem pesquisas, comumente chamadas estudos de mercado,
para conhecer as demandas de lazer e necessidades de seus clientes potenciais.
As políticas públicas também devem ser desenvolvidas a partir de análises
criteriosas para conhecer e atender as demandas da população.
No planejamento e gestão de infraestrutura esportiva, o diagnóstico é o passo
inicial onde se coleta as necessidades da comunidade, as instalações existentes e
suas características, e avalia-se se a demanda dos habitantes é atendida pelas
acomodações oferecidas, inclusive instalações da iniciativa privada.

Visão Geral do Processo de Diagnóstico

O diagnóstico tem três etapas:


Estudo da demanda- identifica as modalidades praticadas pelos habitantes, os
locais freqüentados, e informações como sexo, faixa etária e renda dos praticantes.
Estudo da infraestrutura- construção de inventário dos equipamentos
existentes no município, com dados sobre condições de uso do equipamento e
utilização pela população
Relatório diagnóstico- compila os dados obtidos nas pesquisas anteriores,
aliando a demanda com a oferta de instalações esportivas. O objetivo é fornecer
informações suficientes para decisões de intervenção nos espaços existentes, seja
realização de eventos, reforma, alienação, demolição e/ou construção de
equipamentos.
Dependendo da complexidade do município, outras entidades podem auxiliar
no processo de diagnóstico, por exemplo: institutos de pesquisa e instituições de
ensino superior.
O resultado desta etapa permitirá o planejamento das intervenções a serem
feitas (cap. 3).

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Para o município que tiver política esportiva consolidada, o diagnóstico apresenta-se
como importante ferramenta para o gestor avaliar se a mesma está em consonância
com os anseios da comunidade ou se carece de revisão. Entretanto, se o município
ainda não a tiver, será uma ótima oportunidade para criá-la, usando como diretrizes,
entre outras, as informações disponibilizadas pelo diagnóstico. A política esportiva
balizará as ações do município a curto, médio e longo prazo, que na maioria das
vezes se materializarão em programas e ações, com duração, metas, beneficiários e
indicadores específicos.

2.1- Estudo da demanda da população

Para tomada de decisão, os gestores precisam de informações a respeito dos


esportes praticados pelos habitantes dos municípios, como:
• as modalidades praticadas
• os equipamentos que utilizam/necessitam
• as mudanças nas preferências por variações como idade, sexo, renda e
localização.
Entender as necessidades da população por equipamentos esportivos envolve a
obtenção de informações. Existem várias técnicas de pesquisa que podem atender
esse objetivo.
A primeira decisão é a fonte da informação.
• Os dados podem ser primários, quando são dados específicos que não são
encontrados em outras fontes e é necessário realizar um estudo para obter as
informações.
• Ou secundários: aqueles encontrados em fontes existentes como: jornais,
revistas, sites, livros, pesquisas e bancos de dados. O custo de obtenção
destes dados normalmente é muito menor que obter os primários, porém os
dados podem não ser suficientes para fazer escolhas e é preciso selecionar
dados confiáveis.
Se não há informações sobre a demanda por equipamentos esportivos, ou se
aquelas existentes não são suficientes para possibilitar a tomada de decisão, a
realização de uma pesquisa é imprescindível. Necessita-se obter dados primários.
Dois métodos são mais utilizados: a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa.
1- Pesquisa qualitativa- é aplicada para compreensão de uma questão a partir das
percepções dos entrevistados. Considera aspectos pessoais e subjetivos, abrindo
espaço para interpretação e possui um aspecto mais exploratório. Geralmente as
conclusões obtidas por esse método não podem ser generalizadas.
Algumas técnicas utilizadas nesse tipo de estudo são: grupos de discussão
observação e cliente oculto.
2- Pesquisa quantitativa- realizada a partir de questionários estruturados, é
utilizada para apurar opiniões e atitudes conscientes dos entrevistados. Emprega
largamente números, indicadores e métodos estatísticos. O estudo costuma ser
representativo, para que as conclusões da amostra sejam generalizadas para toda a
população.

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Os meios mais empregados para aplicação desse método são entrevistas
pessoais, ligações telefônicas, emails, formulários e cartas.
Definido como será feita a pesquisa, o passo seguinte é aplicar o estudo. A seguir
os dados são compilados para elaboração de relatório que subsidiará as escolhas dos
gestores.

Existem pesquisas que apontam os esportes que os brasileiros praticam,


como o Dossiê do Esporte (2009). Porém, as preferências variam conforme as
localidades. Dessa maneira, sugere-se a realização de pesquisa quantitativa no
local para descobrir as preferências por esporte dos habitantes.
Informações sobre como elaborar e aplicar este tipo de pesquisa podem ser
encontradas no guia Como elaborar uma pesquisa de mercado, disponível em
www.biblioteca.sebrae.com.br

2.2- Estudo da infraestrutura esportiva do município

Momento igualmente importante ao estudo da demanda da população é a


pesquisa da infraestrutura existente no município. Ora, decisões relativas à
infraestrutura do município só fazem sentido se feitas a partir da comparação entre as
necessidades da população e o que está disponível na localidade.
A elaboração de um Inventário que contenha informações relevantes sobre a
infraestrutura esportiva da localidade é essencial, o município deve ter plenas
informações dos equipamentos que dispõe. O documento deve considerar todas as
instalações existentes, incluindo de escolas, clubes, associações, iniciativa privada.
Cinco informações são cruciais no Inventário:
• Caracterização do espaço- identifica qual é a estrutura, a localização e as
modalidades praticadas.
• Propriedade do espaço- relata a qual órgão/entidade o equipamento pertence e
seu respectivo proprietário, incluindo aqueles que pertencem à iniciativa
privada.
• Aparelhos disponíveis- elenca os itens (cobertura, vestiários, dentre outros)
disponíveis na instalação e seu estado de conservação
• Uso do espaço- quantifica o número de usuários, os dias e horário de
funcionamento.
• Custos e receitas dos equipamentos
Tal como no estudo da demanda da população, após a coleta dos dados é preciso
tabulá-los, os resultados dessas duas etapas serão a base do relatório do diagnóstico

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No sistema do ICMS Solidário Critério Esportes (icms.esportes.mg.gov.br) há o
campo Estruturas, no menu Inventário Esportivo Municipal que permite cadastrar
as instalações esportivas existentes no município. O sistema permite também a
inclusão de fotos, que são úteis para avaliar a qualidade da infraestrutura existente.

2.3- Relatório diagnóstico

O momento final do processo de diagnóstico é construção do relatório. O


documento fornecerá dados para analisar o que a população quer e o que é oferecido
no município, permitindo decidir sobre as necessidades de intervenção, seja para
programar ações para uso das instalações, ou reformar e construir equipamentos.
Assim, as pesquisas de demanda e inventário esportivo realizadas
anteriormente devem produzir informações suficientemente comparáveis que
permitam fazer conclusões acertadas.
Ao final do processo de diagnóstico os gestores serão capazes de responder as
seguintes perguntas:
• A demanda está sendo atendida?
• A infraestrutura existente está sendo utilizada pela população?
• Há necessidade de reformar, alienar, ceder, demolir e/ou construir
equipamentos esportivos?

Decisões de reforma ou construção de equipamentos só fazem sentido se as


instalações existentes estão sendo plenamente utilizadas pela população local.

Se existem equipamentos em condições de uso com capacidade ociosa, o foco


deve ser a realização de ações com o objetivo de promover atividade física da
população (Capítulo 7).
Ao garantir plena utilização dos espaços pela população, se, ainda assim,
houver demanda não atendida por instalações, implementam-se ações de
reforma/construção de equipamentos esportivos (Capítulo 3).

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Conselhos de Esporte

Nos últimos anos tem se observado no País a instituição de conselhos


municipais voltados às políticas públicas de diversas áreas, como saúde, meio
ambiente, educação e esportes. Os conselhos são órgãos colegiados formados por
representantes de entidades governamentais e/ou da sociedade civil com atribuições
específicas relacionadas à sua finalidade.
Estes órgãos podem exercer diversas funções como debate de problemas
públicos, proposição de soluções, tomada de decisão, assessoria e acompanhamento
de processos decisórios e de ações governamentais. Possuem regimento ou estatuto
específico e operam regularmente.
Os Conselhos Municipais de esporte, criados por meio de Lei ou Decreto, são
importantes instrumentos de análise e discussão de políticas públicas voltadas ao
desporto.
Estes órgãos podem contribuir muito com a Administração Pública discutindo,
analisando e propondo ações para o esporte.

Importante!

Em Minas Gerais, a criação e operação regular dos Conselhos Municipais de


Esporte torna a localidade apta a receber recursos por meio do ICMS Solidário Critério
Esportes. O repasse de recursos leva em consideração as atividades esportivas
realizadas no município.

Mais informações na página icms.esportes.mg.gov.br.

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3- Planejamento

Planejar é estabelecer um conjunto coordenado de ações visando a


consecução de objetivos.
A determinação de quais ações serão realizadas inicia-se com a análise do
Relatório Diagnóstico. As informações produzidas neste documento devem ser
analisadas sob a ótica de critérios técnicos, sociais e financeiros. Muitas vezes os
gestores não dispõem de todos os conhecimentos e habilidades para fazer as
melhores escolhas, por isso é importante que seja formada Comissão Gestora para
auxiliá-lo na etapa de planejamento.
A Comissão auxiliará o gestor nas decisões de gestão do espaço, reforma e/ou
construção de equipamentos.
O produto final da etapa de planejamento é a programação de investimentos
que indicará quando será e qual o custo estimado de cada intervenção a ser fazer, isto
alinhado com o planejamento governamental. Este documento será a base para a
elaboração dos projetos (Capítulo 4) das ações de reforma e construção a serem
feitas.

Visão Geral do Processo de Planejamento

O planejamento tem quatro fases:


Comissão Gestora- forma equipe para auxiliar o gestor na análise do Relatório
Diagnóstico e tomada de decisão nas etapas seguintes.
Reformas- avalia como os equipamentos existentes estão sendo utilizados.
Possíveis ações de fomento são gestão do espaço (Capítulo 7) e reformas.
Construção- esgotadas as opções de reforma, é o momento de arquitetar
novas instalações para população.
Nas decisões de reforma e construção é necessário calcular os gastos
envolvidos. Em estimativa de custos estão descritas técnicas para auxiliar o gestor
na tarefa de mensurar os investimentos necessários para a(s) intervenção (ões)
Programação de Investimentos- distribui ao longo do tempo as intervenções
que serão feitas. As ações devem estar alinhadas com os Instrumentos de
planejamento governamental.

Independentemente de a comissão julgar oportuna a execução imediata das


ações escolhidas ou adiá-las, é necessário que se realize, o quanto antes, o
planejamento, pois, quanto maior o tempo disponível para análise e revisão, maior
será a chance de sucesso do projeto e do empreendimento como um todo.

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3.1- Comissão Gestora

Avaliar dados e tomar decisões a partir do Relatório Diagnóstico requer


saberes muito específicos, é preciso conhecimentos de arquitetura e engenharia nas
análises de reforma e construção.
A criação de Comissão Gestora multidisciplinar é fundamental para apontar
intervenções a serem feitas com viabilidade econômica e social. Além do próprio
gestor, podem participar engenheiros, arquitetos, administradores municipais,
especialistas de determinada modalidade esportiva ou infraestrutura, e até mesmo
representantes da sociedade civil.
A primeira atribuição deste grupo será a de receber e validar o diagnóstico
esportivo. A Comissão Gestora deverá auxiliar o gestor durante todo o processo de
planejamento, seja nas reformas de instalações, ou construção de novas. A atuação
dessa Comissão será relevante também nas fases de projeto, licitação, execução e
recebimento das obras.
De acordo com a complexidade das ações, a partir da fase de projeto a mesma
deverá ser acrescida de outros profissionais com conhecimentos específicos. Por
exemplo, a construção de pistas de atletismo requer auxílio de pessoas que conhecem
características necessárias para realização de competições, como tipo de piso e
extensão da pista.

Atenção!
Ao planejar as ações é preciso prever os custos de manutenção das instalações
(seção 7.2)

3.2- Reforma

A intenção primeira do Grupo Gestor é avaliar quão bem as instalações


públicas e privadas atendem às necessidades do cidadão, em especial nos aspectos
de localização, acessibilidade e modalidades esportivas oferecidas. É preciso analisar
se os pontos de prática esportiva estão sendo plenamente aproveitados pela
população. Notando-se que as instalações estão sendo subutilizadas, primeiramente
deve-se fomentar atividades nos locais (Capítulo 7).
Se as ações desenvolvidas nos espaços não forem suficientes para atender a
demanda da população, a reforma dos equipamentos é uma alternativa para ampliar a
capacidade de atendimento dos mesmos. A intervenção poderá se limitar à
substituição de materiais de revestimento, recuperação de estrutura, cobertura,
esquadrias, instalação elétrica e hidro-sanitária, entre outras.
Se, ainda assim, a instalação não atender a demanda, o mesmo deverá ser
alvo de intervenção mais radical, que abranja até mesmo a demolição ou

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reorganização e redimensionamento dos ambientes, dependendo dos programas que
se pretende desenvolver.
A Comissão Gestora terá importante função nessa etapa e desempenhará as
seguintes ações:

• Visitar as instalações que, segundo o diagnóstico, se encontrarem ociosas e/ou


em mau estado de conservação e elaborar relatórios versando sobre a
qualidade da gestão de cada uma delas, procurando elucidar quais as causas
do insucesso do empreendimento, caracterizado pela depredação, ociosidade,
desvio de finalidade.
• Selecionar instalações esportivas objetos de obras segundo critérios político-
sociais e técnicos1.
• Elaborar Planilha de Custos, considerando os materiais, mão-de-obra e
Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) para cada um dos projetos (Seção
3.4). O profissional indicado para desempenhar essa atividade é o Arquiteto ou
Engenheiro, que poderá ser da prefeitura ou contratado.
• Levantar, junto à Secretaria de Fazenda ou órgão competente, a
disponibilidade de recursos, seja da receita própria do município ou de outras
fontes (ver Capítulo 5).
• Escolher as reformas que serão feitas.

Os projetos (Capítulo 4) das reformas deverão ser feitos em tempo oportuno de


acordo com a Programação de Investimentos.
Novamente, após as operações nos espaços é preciso realizar ações de
gestão nas instalações, elencando possíveis ações esportivas que podem ser
realizadas, quantos serão os beneficiados, os recursos humanos, financeiros,
materiais e tecnológicos necessários, bem como a previsão de receitas e despesas
(Capítulo 7).

3.3- Construção

Esgotadas as opções de gestão do espaço e reformas, se ainda houver


demanda por instalações, considerando a nova capacidade de atendimento à
população, será necessário construir novos equipamentos.
Nesta etapa inclui-se a escolha de terreno, e, se necessário, recursos para
desapropriação.
Cabe a Comissão Gestora:

• Analisar prioritariamente a possibilidade de utilizar algum dos projetos-padrão


juntamente com respectiva Planilha de Custo e Cronograma Físico-Financeiro

1
Critérios político-sociais: Avaliação da conveniência da intervenção sob a ótica da política pública
esportiva do município, bem como da condição social da comunidade onde a instalação está inserida;
Critérios técnicos: Análise dos procedimentos e metodologias das intervenções necessárias para se
recuperar a instalação

15
disponibilizados no site da SEEJ -http://www.esportes.mg.gov.br/esportes/infra-
estrutura-esportiva (Seção 4.2).
Caso algum deles seja ideal, o custo da obra será facilmente obtido, já
que a Planilha de Custos disponibilizada contém todos os itens. Para o cálculo
do custo global da obra, basta consultar a Planilha SETOP –
http://www.transportes.mg.gov.br/index.php/servicos/preco-setop.html -
específica para a região do Estado onde se localiza o município. Utiliza-se os
Preços Unitários e multiplica-se pelo seu respectivo quantitativo. Será obtido o
subtotal.
Após arbitrar um BDI – Benefícios e Despesas Indiretas, que
normalmente varia de 25% a 35%, multiplica-se o subtotal pelo BDI e soma-se
ao subtotal, obtendo-se o valor total da obra.
• Na eventualidade de nenhum dos projetos-padrão atenderem a demanda do
município, é imperioso estimar os custos (Seção 3.4), O objetivo é ter uma
noção do Custo Total necessário para elaboração do projeto e construção da
instalação esportiva.
• Analisar, terrenos da região de propriedade da prefeitura que atendam a
atributos como: área, forma, topografia, proximidade, condições de acesso,
todos compatíveis com as necessidades da população.
Em caso negativo, procurar dentre os terrenos particulares (se possível,
pelo menos duas alternativas em cada região) aqueles que sejam mais
vantajosos para as intervenções. O terreno escolhido deverá ser avaliado a
preço de mercado para fins de desapropriação.

Para desapropriar é preciso declarar o terreno de utilidade pública após


seguir rito próprio. Tal procedimento presume indenização ao proprietário, o
qual correrá à custa do município.
Só devem ser desapropriados os locais escolhidos para construção.

• Somar o custo total do empreendimento, ao custo do terreno, se for o caso.


• Levantar, junto à Secretaria de Fazenda ou órgão competente, a
disponibilidade de recursos, seja da receita própria do município ou de outras
fontes (ver Capítulo 5).
O terreno desapropriado poderá ser disponibilizado pelo município a título de
contrapartida, no caso de firmar convênio de apoio financeiro com outro ente
público.
• Escolher as construções que serão feitas.

3.4- Estimativa de Custos

Nas decisões de reforma e construção, a comissão gestora deve fazer previsão


dos custos envolvidos em cada intervenção. O desembolso é uma variável importante

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que deve ser considerada. Esta informação auxiliará também a elaboração da
programação de investimentos (seção 3.5).
Mesmo antes de se elaborar os projetos arquitetônicos e complementares, bem
como a Planilha de Custos é possível ter noção do custo estimado de um
empreendimento de reforma e/ou construção de instalação esportiva.
Nesta fase é impossível que se tenha o valor exato do custo de construção de
determinada instalação esportiva, entretanto, um processo que nos permita ter um
valor o mais próximo possível do real é de grande valia.
Existem algumas metodologias para estimar custos de obras civis, cada uma
com suas particularidades, limitações e vantagens:

CUB (Custo Unitário Básico)

Índice publicado periodicamente pelo SINDUSCON – Sindicato das Indústrias


da Construção Civil – utilizado pelos profissionais para estimar o custo total de
construção em determinada época. O CUB representa a somatória dos custos diretos
de construção por unidade de área. Para estimar o custo total utilizando o CUB, deve-
se primeiramente selecionar qual o CUB se enquadra à situação em análise,
considerando-se o período e tipologia (habitação, comércio ou indústria), e padrões
que se pretende construir (baixo, médio ou alto). Posteriormente multiplica-se o valor
do CUB pelo valor da área equivalente da construção. Após esse procedimento,
multiplica-se o valor obtido pelo valor do BDI. Para utilizar essa metodologia não é
necessário ter em mãos o projeto arquitetônico, bastando ter em mãos a estimativa da
área total construída. Entretanto, esse processo não se mostra eficiente para a
estimativa de custos de construção de instalação esportiva, pois o CUB é utilizado
somente para edificações residenciais, comerciais ou industriais. Além disso, como as
instalações esportivas são bastante específicas, comparações com qualquer das
tipologias abrangidas pelo CUB são bastante limitadas.

Estimativa a partir de serviços principais

Consiste em eleger um serviço cujo valor seja relevante, e que se saiba (por
meio de levantamento de dados históricos) qual a porcentagem de seu custo em
relação ao custo total da obra. Estima-se preliminarmente o quantitativo e, em
seguida, consulta-se na Planilha SETOP o valor
http://www.transportes.mg.gov.br/index.php/servicos/preco-setop.html. De posse do
valor do serviço escolhido, aplica-se regra de três para estimar o valor total da obra.
Por exemplo, se o custo do piso com pintura e demarcação equivale a 55% do custo
total de construção de quadra poliesportiva, bastaria orçar o custo de construção do
piso, com pintura e demarcação, para calcular o custo total da obra. É importante que
o cálculo da proporção do custo do serviço relevante em relação ao custo total da obra
seja o mais atual possível, pois essa relação pode se alterar ao longo do tempo.

Estimativa a partir de obras semelhantes

Processo que calcula o custo total de obra de instalação esportiva com relativa
precisão. Para tal, basta que se recorra a dados históricos de obras de instalações
esportivas já construídas semelhantes à que se pretenda edificar. Alguns critérios

17
devem ser considerados na escolha da instalação semelhante: tipologia, área
construída, padrão de acabamento, materiais utilizados e local de construção. É
preciso obter informações sobre o processo utilizado no registro dos valores da obra
referência e se houve, por exemplo, atualização da planilha durante a obra, para se
certificar a fidedignidade dos dados. Há que se considerar ainda uma possível
defasagem nos valores, pela diferença dos preços praticados na época da obra
referência e o presente momento, isto porque os insumos que compõem o custo da
construção civil sofrem reajustes ao longo do tempo. O índice mais propício para
atualização é o INCC – Índice Nacional de Custos da Construção - publicado pela
Fundação Getúlio Vargas.

Estimativa a partir de planilha de projeto padrão

Método que se apresenta como sendo o mais exato, visto que o custo de
construção é estimado utilizando-se planilha de custo do projeto padrão
disponibilizado pela SEEJ– http://www.esportes.mg.gov.br/esportes/infra-estrutura-
esportiva. O documento contém a descrição e quantitativo de cada serviço. Deve-se
consultar também o valor unitário de cada item na Tabela de Custos SETOP,
publicada mensalmente. O valor total da obra é obtido pela multiplicação entre os
valores unitários pelos quantitativos de cada serviço. Da soma dos valores obtidos
aplica-se o acréscimo referente ao BDI, que varia de 25 a 35%.
É importante que a estimativa, independentemente da metodologia utilizada,
seja elaborada por engenheiro ou arquiteto, por terem afinidade com as variáveis
técnicas envolvidas, o que minimiza a possibilidade de ocorrerem equívocos e
inadequações.
Sempre que possível, é interessante utilizar mais de um método, permitindo
comparações e corrigindo possíveis distorções.

3.5- Programação de Investimentos

Sabendo-se quais instalações serão reformadas e/ou construídas, bem como


seu respectivo custo estimado, a Comissão Gestora deverá:

1- Elaborar Cronograma Físico-Financeiro de cada intervenção, informando o


valor das parcelas de recursos necessárias para custear a obra, mês a mês,
durante o tempo de duração;
2- Alocar as intervenções ao longo do tempo (meses ou anos) por critérios de
prioridade, que considerem aspectos político-sociais e econômicos;
3- Elaborar o QCI - Quadro de Composição de Investimentos, onde conste o
Cronograma Físico-Financeiro mensal de todas as obras;
4- Incluir nos instrumentos de planejamento governamental: Plano Pluri-Anual-
PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentária Anual-LOA,
previsão dos recursos necessários para realizar as obras planejadas,
informando a receita prevista para lastrear cada despesa. Caso não haja
provisão suficiente de recursos, tentar captar recursos de outras fontes
(Capítulo 5).

18
No ano em que determinada obra prevista for realizada, o seu valor, expresso na
LOA deverá estar atualizado. Assim, por se tratar de custos estimados, há a
necessidade de se ajustar o valor da obra quando o Projeto Arquitetônico, os Projetos
Complementares, bem como a Planilha de Custos forem elaborados.

3.5.1- Instrumentos de Planejamento Governamental

O planejamento deve permitir gestão eficiente cujas ações gerem melhoria da


qualidade de vida da população. A programação de investimentos em instalações
esportivas deve estar alinhada aos instrumentos de planejamento governamental,
especialmente aqueles que especificam o orçamento municipal e definem diretrizes de
desenvolvimento urbano.
O Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, a Lei
Orçamentária Anual – LOA, e Plano Diretor Municipal, são instrumentos que retratam
o planejamento municipal. Por exemplo, o orçamento definido pelo PPA e ajustado na
LOA definem os recursos próprios do município (Seção 5.1).

A Lei 8666/93 determina que as obras e os serviços somente poderão ser


licitados quando o produto dela esperado estiver contemplado nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual.

Plano Plurianual – PPA

Instrumento de planejamento Governamental instituído pela Constituição Federal


de 1988, retrata o planejamento de longo prazo, já que estabelece as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública para um período de quatro anos.
No Plano estão expressas as despesas de capital, ou outras delas decorrentes, e
as relativas aos programas de duração continuada. Quando o município executar
obras de reforma e construção de instalações esportivas os recursos necessários
deverã estar previstos no PPA.
A Constituição estabelece que o Governo Municipal tem de apresentar o PPA ao
Legislativo Municipal até o final de agosto do primeiro ano da administração. O
Legislativo tem prazo até o fim do mesmo ano para examinar a proposta do Executivo.
A vigência de um PPA vai do segundo ano da Administração até o primeiro ano do
mandato seguinte.
Elaborar um Plano Plurianual é decidir quais são os investimentos mais
importantes dentro de um projeto de desenvolvimento. Na discussão do PPA, busca-
se respostas para questões fundamentais, como:
• Políticas mais adequadas para estimular os diversos setores da produção e
crescimento do Município;
• Políticas para gerar empregos;

19
• Ações para reduzir as desigualdades regionais;
• Projetos de infra-estrutura; e
• Programas sociais voltados para o desenvolvimento humano, a inclusão social
e a distribuição da renda.

Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO

A LDO define para o exercício subseqüente, ou seja, horizonte de um ano, as


metas e as prioridades da Administração Pública Direta e Indireta do Município
(incluindo o Poder Legislativo, os Fundos, Fundações e Autarquias).
Este instumento dispõe sobre as despesas de capital, as alterações na legislação
tributária e orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual – LOA. Com a criação da
Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO recebeu novas atribuições e tornou-se um
instrumento fundamental no processo de planejamento fiscal.
Elaborada anualmente pelo Poder Executivo, a LDO é discutida pelo Poder
Legislativo que, após a aprovação, a devolve ao Executivo para sanção.
Normalmente é instituída através de Lei Complementar e compreende:
• as prioridades e metas da administração pública municipal;
• as metas fiscais e os riscos fiscais;
• a estrutura e organização dos orçamentos;
• as diretrizes para a elaboração e execução dos orçamentos do Município
• e suas alterações;
• as disposições relativas à arrecadação e alterações na legislação
• tributária;
• as disposições relativas às despesas com pessoal e encargos sociais;
• disposições gerais.

Lei Orçamentária Anual – LOA

A Lei Orçamentária Anual detalha a aplicação dos recursos do município em obras


e ações para o exercício seguinte. É elaborada com base nos apontamentos do Plano
Plurianual (PPA) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Antes de virar Lei, a proposta orçamentária é analisada pelos vereadores, que
podem apresentar emendas ao projeto, de acordo com critérios estabelecidos pela
LDO. Serão incluídas no projeto da Lei Orçamentária a previsão de recursos
decorrentes de operações de crédito e de convênios com outras esferas de governo.
Representa o curto prazo, já que materializa o planejamento do Governo no
período de um ano. Dessa maneira, as obras de reforma e construção de instalações,
ou parte delas, que forem realizadas no ano devem ter orçamento previsto na LOA.

Plano Diretor

Faz-se necessário destacar a importância de se contemplar políticas esportivas no


Plano Diretor Municipal. É nele que estão expressas as diretrizes para ocupação do
município, determinando o que pode e o que não pode ser feito em cada parte da
localidade. Materializa propostas para curto, médio e longo prazo.

20
Caso o município não tenha contemplado ações esportivas no seu Plano Diretor,
será oportuna a inclusão, visto que será revisto.
A realização do diagnóstico da infra-estrutura esportiva representa um grande
passo, pois poderá utilizar as informações obtidas como base para delinear as
diretrizes esportivas a serem inseridas no Plano Diretor.
Por meio do Plano Diretor, o município poderá indicar em sua malha urbana os
locais onde pretende implantar instalações esportivas e de lazer, como campos de
futebol, pistas de atletismo, ginásios poliesportivos, entre outros.
O Plano é referência para implementação de ações. Se algum agente privado
quiser realizar atividade que interfira no contexto urbano, sua intervenção também
será norteada pelo Plano Diretor, através de instrumentos acessórios como a Lei
Orgânica, Código de Postura e Lei de Uso e Ocupação do Solo.

21
4- Projeto

Após a definição das instalações que serão construídas ou reformadas é


preciso elaborar o projeto básico de cada intervenção que será feita. Segundo a Lei
8666/93, projeto básico é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com
nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de
obras ou serviços objeto da licitação.
Se o município já tiver projeto básico da obra, ela poderá ser executada após
aprovação do projeto pelo Corpo de Bombeiros (Capítulo 6). Em caso contrário deverá
ser contratado serviço de elaboração do Projeto. Como qualquer prestação de serviço
à Administração Pública deve ser contratado mediante licitação, ressalvados os casos
de inexigibilidade. Como todo processo licitatório, é regido pela Lei 8666/93 e a
modalidade adotada dependerá do valor do serviço.
Após a aprovação do projeto e disponibilidade de recursos na localidade
(Capítulo 5), a mesma poderá ser executada (Capítulo 6).

Visão Geral do Processo de Projeto

A fase de projetos tem quatro etapas:


Documentos acessórios- identifica as especificidades do equipamento
esportivo que devem ser levados em consideração na elaboração do projeto
arquitetônico. No Anexo I- Documentos acessórios de um Ginásio Fictício
encontram-se exemplos de documentos acessórios para um ginásio fictício.
Projetos padrão- analisa se algum projeto padrão atende às necessidades do
município ou se o mesmo já possui projeto elaborado, caso contrário a Administração
deverá contratar a elaboração do projeto.
Projeto arquitetônico- elenca as fases de aprovação do projeto arquitetônico
contratado.

22
Projeto executivo- de posse do projeto arquitetônico e projetos
complementares deve-se fazer o executivo, que descreve os detalhes da execução da
obra.
Outros três aspectos são importantes:
Acessibilidade- salienta a obrigação da Administração em atender às
normas destinadas a facilitar o acesso e uso dos locais públicos pelas pessoas
com deficiência.
Eficiência energética- atenta o gestor para pensar em mecanismos de
utilização racional dos recursos. No Anexo II- Técnicas de Uso Racional de
Recursos estão elencados alguns métodos que podem ser aplicados.
Portfólio de projetos- sugere a criação de banco de projetos para
utilização em empreendimentos futuros ou oportunos.

4.1- Documentos acessórios

As especificidades inerentes a cada instalação esportiva devem ser


identificadas e atendidas. Dessa maneira, inadequações operacionais e funcionais
serão detectadas antes da execução. Do contrário poderá estar comprometido o
gerenciamento, o conforto ambiental, o fluxo de acessos, a funcionalidade, e a
utilização dos ambientes. O custo final da obra pode elevar-se bastante para corrigir
as disfunções.
Os documentos abaixo relacionados são imprescindíveis para elaboração de
bons projetos de instalações esportivas. A elaboração destes aumentam
consideravelmente as chances de o projeto arquitetônico atender às expectativas do
cliente e às condicionantes técnicas e funcionais, garantindo o sucesso do
empreendimento.
Serão feitos pelo Gestor com o auxílio da Comissão Gestora e, se necessário,
de especialistas.

É preciso saber qual será o objetivo da instalação, por exemplo, para abrigar
competições oficiais é preciso atender as regras das modalidades desejadas.

Equipamentos simples demandam somente a elaboração de um Organograma


Funcional, com lógica de acesso facilmente compreensível. Seus fatores
condicionantes são prioritariamente técnicos, sendo os funcionais (acesso, espaço,
fluxo) menos importantes. Entretanto, podem ser elaborados para evitar equívocos.

Atenção!
No Anexo I- Documentos acessórios de um Ginásio Fictício encontram-
se exemplos de documentos acessórios para um ginásio fictício

23
Lista de Ambientes/Atividades

É a relação de todos os ambientes necessários ao pleno funcionamento da


instalação esportiva, além da descrição da atividade a ser desempenhada em cada um
deles.
Outro dado necessário é a relação do mobiliário previsto e o número de
usuários previsto para cada um deles. Daí a importância de se ter definido os
programas que se pretendem implantar, o pessoal envolvido, público beneficiado,
horários de funcionamento, entre outros.
É importante que se preveja, além dos ambientes principais, relacionados
diretamente a função primeira da instalação esportiva, ambientes secundários como
os de apoio, serviço, manutenção, administração entre outros, destacando suas
especificidades, se for o caso.

Matriz Critérios

Nessa matriz inserem-se todos os ambientes relacionados na Lista de


Ambientes, bem como os critérios julgados relevantes, como Acesso do Público,
Ventilação Natural, Equipamentos específicos, Isolamento Térmico, Isolamento
Acústico, dentre outros. Em seguida, analisam-se cada ambiente, em relação à
necessidade de atendimento a cada um dos critérios, classificando-a através de
escala dividida em alta, média ou baixa. Os dados serão elencados pelo Gestor com o
auxílio da Comissão Gestora e de especialistas, se necessário.

Matriz- Interferência

É composta por todos os ambientes da Lista de Ambientes dispostos horizontal


e verticalmente. Faz-se o cruzamento de todos os ambientes, classificando-os em
relação à necessidade de interferência/ adjacência/ interdependência entre eles,
considerando-se a função desempenhada em cada um. Utiliza-se para classificação
uma escala que vai de “Direta” a “Indesejável”.
As informações contidas nessa matriz irão compor o Funcionograma e,
conseqüentemente, o Plano de Necessidades.

Funcionograma ou Organograma Funcional

Constam nesse diagrama todos os ambientes citados na Lista de Ambientes,


considerando-se as informações contidas na Matriz-Interferência. Com isso, os
ambientes são posicionados considerando-se a necessidade de
interferência/adjacência/interdependência.
Os ambientes podem ser conectados diretamente, quando o acesso para um
deles for obrigatoriamente realizado através do outro ambiente, ou se o grau de
interdependência entre as atividades desenvolvidas o exigir. Em outras situações o
acesso entre eles poderá ser próximo, por meio de circulação. Estas são
hierarquizadas de acordo com suas funções e conseqüentemente o tipo de usuário
cujo acesso seja adequado. O acesso às circulações pode ser induzido, inibido ou até
restringido.

24
Os ambientes são ainda agrupados em setores individualizados considerando-
se a função-fim dos ambientes que englobam. Os setores se inter-relacionam através
de corredores de circulação e cada um deles é ligado ao meio externo através de
acessos próprios.
A qualidade desse diagrama deverá ser aferida, durante e após sua
elaboração, através da simulação dos procedimentos inerentes aos programas que
serão desenvolvidos na instalação esportiva em questão, bem como daqueles
referentes à serviços de apoio.
Esse diagrama deverá ser atualizado, sempre que surgir a necessidade de
inclusão de novo ambiente, ou mesmo qualquer tipo de alteração na lógica espacial,
conceitual ou estrutural. As informações contidas no Funcionograma irão compor parte
do Plano de Necessidades.

Plano de Necessidades

Este documento é a síntese dos dados contidos na Lista de


Ambientes/Atividades, Matriz Critérios, Matriz-Interferência, e Funcionograma,
acrescentados de outros inferidos pelo arquiteto, como quantificação e
dimensionamento do mobiliário, dimensionamento mínimo de cada ambiente,
especificidades e condicionantes técnicas a serem atendidos em sua atividade
projectual. Pode ser elaborado sobre a forma de texto ou de planilha, dependendo da
preferência do arquiteto e do número de ambientes envolvidos.
Quanto mais criterioso e abrangente for o processo de elaboração do Plano de
Necessidades, melhores as chances de o projeto arquitetônico ter boa qualidade, que
é avaliado pelas características estéticas, funcionais, técnicas e principalmente pelo
pleno atendimento às demandas do cliente. A elaboração do plano deve preceder o
início do projeto, entretanto, pode ser complementado ou alterado ao longo de seu
desenvolvimento.
Cabe a Comissão Gestora analisar e validar o Plano de Necessidades,
devendo solicitar ao arquiteto sua atualização sempre que necessário. O Plano
atualizado dará subsídios para a Comissão avaliar a qualidade do Projeto
Arquitetônico proposto. Juntamente com o contrato de Prestação de Serviço, este
documento assegurará ao cliente o direito de questionamento pelo Projeto formulado.

4.2- Projetos-Padrão

A comissão gestora deve verificar a possibilidade de utilizar um dos projetos-


padrão da SEEJ. São projetos e planilhas de custos para diversas tipologias de
equipamentos esportivos. Estão disponíveis os Projetos Arquitetônicos, os Projetos
Executivos, Estruturais, Instalações Hidro-sanitárias, Instalações Elétricas, Iluminação,
Drenagem Pluvial e Sistema de Prevenção de Descargas Atmosféricas - SPDA, os
quais, juntamente com as Planilhas de Custos, contêm todas as informações
necessárias para execução da obra. Os projetos foram elaborados em módulos que
podem ser construídos separadamente ou em conjunto, dependendo da necessidade
e disponibilidade de recurso.
As vantagens da adoção de um dos projetos padrões são as seguintes:

25
• Economizar tempo, já que não haverá necessidade de elaboração de projetos;
Minimizar as demolições advindas das ampliações através da modulação;
• Simplificar as atividades de licitação, fiscalização e acompanhamento na
execução das obras;
• Garantir maior adequação do recurso à obra pretendida;
• Alinhar a modernização da estrutura esportiva e compatibilização com as
políticas esportivas estaduais;
• Observar o atendimento dos equipamentos às diversas normas técnicas
vigentes.

Após escolhido um dos projetos padrão, bastará inserir na respectiva Planilha


de Custos os preços unitários disponíveis na Planilha SETOP. Sobre o valor
encontrado, somar o BDI, que varia de 20 a 35%.
Os projetos padrão estão disponíveis no endereço
http://www.esportes.mg.gov.br/esportes/infra-estrutura-esportiva. É necessário
atualizar os custos dos itens da planilha, visto que o valor global da obra se altera com
o tempo

4.3- Projeto Arquitetônico

Se os projetos padrão disponíveis não atenderem às necessidades, contrata-se


a elaboração do Projeto Arquitetônico- materialização de uma idéia, aliada a aspectos
técnicos tais como funcionalidade, conforto, estética, salubridade e segurança, além
de outros aspectos legais. É a interface entre a idéia e a realidade do que se deseja
construir.
De posse do Programa de Necessidades, bem como do levantamento
topográfico, da legislação pertinente como a Lei de Uso e Ocupação do Solo do
município, entre outros, o arquiteto dará início à elaboração do projeto arquitetônico.
A Comissão Gestora deverá solicitar ao arquiteto que elabore proposta de
Cronograma de Prestação de Serviço do qual constem datas, serviços e produtos
referentes a cada etapa prevista.
Analisado e aprovado o Cronograma de Prestação de Serviço, a Comissão
Gestora deverá solicitar ao Departamento Jurídico a elaboração da minuta de Contrato
de Prestação de Serviço. O contrato deverá conter informações extraídas do
Cronograma de Prestação de Serviço, juntamente com as formas de pagamento,
multas por atrasos nas entregas e demais previsões cabíveis. Após analisado e
aprovado por ambas as partes, o mesmo deverá ser assinado e seu extrato publicado
em jornal oficial do município. O referido contrato deverá estar de acordo com
legislação municipal específica, bem como com a Lei 8666 de 1993.
Cada etapa deverá ser aprovada pela Comissão, antes da elaboração da
próxima. O Contrato de Prestação de Serviços, o Programa de Necessidades e o
auxílio de profissional do corpo técnico da prefeitura são fundamentais nessa decisão.
Os produtos e prazos de cada etapa devem ser estabelecidos com clareza.
A análise criteriosa pelos membros da Comissão Gestora é condição
imprescindível para que o projeto atenda aos anseios da prefeitura.

26
As etapas do Projeto Arquitetônico são Estudo Preliminar, Anteprojeto, Projeto
de Aprovação.

Fase 1- Estudo Preliminar

Com as exigências contidas no Programa de Necessidades o arquiteto faz um


esboço inicial proposta para a obra (partido). Deve receber a aprovação preliminar do
cliente.

Fase 2- Anteprojeto

Nesta etapa o arquiteto indica as dimensões e as características da futura obra.


Serão apresentadas as Plantas Baixas com as dimensões e cálculo de área de cada
ambiente, a volumetria, estrutura, a Planta de Cobertura e o lay-out com a distribuição
do mobiliário em cada ambiente. Quando se tratar de Instalação esportiva complexa, o
arquiteto apresentará nessa etapa o Memorial Descritivo.

Memorial Descritivo: Documento através do qual o arquiteto descreve e justifica a


sua proposta, mediante as condicionantes físicas do terreno onde a instalação será
construída e seu entorno, da legislação municipal – Lei de Uso e Ocupação do Solo e
Código de Obras – e principalmente do Programa de Necessidade.

Fase 3- Projeto de Aprovação

Momento em que o projeto arquitetônico deverá conter um nível de informação


suficiente para estar em conformidade com as exigências dos órgãos competentes de
determinado município, como Concessionárias de serviços públicos, Corpo de
Bombeiros e Prefeitura Municipal.
Serão apresentadas as Plantas Baixas com as dimensões e cálculo de área de
cada ambiente, a volumetria, estrutura, instalações gerais e a Planta de Cobertura,
Cortes e Fachadas.

• Planta Baixa: Representação gráfica da construção a partir de plano


imaginário horizontal colocado a 1,5m de altura a partir da base, que intercepta
as paredes, pilares e demais elementos construtivos da edificação. Na planta
baixa são representados os ambientes com respectivas dimensões, portas,
janelas, níveis de piso, bem como as peças fixas de banheiros e cozinha. A
planta baixa serve de base para o desenvolvimento dos projetos
complementares.
• Planta de Cobertura: Representação gráfica do telhado que irá cobrir a
edificação. Especifica o tipo de telha que será utilizada, a inclinação, sentido de
caimento, a localização da cumeeira, calhas e rincões bem como a largura dos
beirais.
• Cortes: Representação gráfica da construção a partir de plano imaginário
vertical posicionado estrategicamente que intercepta os pisos, coberturas e
demais elementos construtivos de forma que esclareçam principalmente as
distancias entre pisos e forros, alturas de janelas e portas, desníveis de pisos,

27
bem como os perfis naturais do terreno, áreas de aterro e desaterro. Para que
se tenha bom entendimento do projeto são necessários no mínimo dois cortes
sendo um transversal e outro longitudinal.
• Fachadas: Desenho que representa as elevações da edificação, com seus
elementos construtivos, como portas, janelas, platibandas, empenas,
marquises, etc.

4.4- Projeto Executivo

O Projeto Arquitetônico, nesta etapa será detalhado de forma que a obra possa
ser executada. Para sua elaboração faz-se necessário que os Projetos
Complementares tenham sido concluídos.
Projetos Complementares- documentos técnicos elaborados com o intuito
elucidar a forma de instalação, bem como especificar, dimensionar e quantificar os
elementos que compõem os vários sistemas que atuam na edificação. São elaborados
tendo como base o Projeto Arquitetônico aprovado pela municipalidade. São exemplos
de projetos complementares: de estrutura, instalações hidrossanitárias (água quente e
fria, esgotos e águas pluviais), de gás, de combate prevenção de incêndio e de coleta
de lixo, instalações elétricas e telefônicas, conforto ambiental, acústica, sonorização e
luminotécnica, instalações de ar condicionado e exaustão mecânica, entre outros.
Um dos Projetos Complementares que merece especial atenção é o de
Combate e Prevenção de Incêndio e Pânico, pois está diretamente ligado à segurança
dos usuários das edificações. Atenção deve ser redobrada especialmente em casos
de instalações esportivas que atraem grande número de usuários.
Desde a fase de elaboração do Projeto Arquitetônico é necessária a atuação
de profissional especializado, para atuação como responsável técnico pela elaboração
deste Projeto. É ele quem analisará a necessidade de ante-câmara, portas corta-fogo
nas escadas, rotas de fuga, volume d’água necessário para combate de incêndio,
dentre outros.
Após a aprovação do Projeto Arquitetônico nos órgãos competentes, o Projeto
de Combate e Prevenção de Incêndio e Pânico deverá ser elaborado e submetido à
aprovação do Corpo de Bombeiros. Constarão nele, além da previsão dos elementos
considerados na fase de Projeto Arquitetônico, a especificação, a quantificação e a
localização dos dispositivos de combate e prevenção de incêndio como: mangotes,
extintores, sprinklers, hidrantes, blocos autônomos de iluminação, sinalização,
detectores de fumaça.
Fiscais da prefeitura e membros do Corpo de Bombeiros vistoriarão a obra. Os
primeiros para emissão do Alvará de Baixa e Habite-se, já os últimos para emissão da
licença do Corpo de Bombeiros certificando que a edificação ou instalação esportiva
atende aos requisitos de segurança. Em ambas as vistorias fiscalizar-se-ão a
execução do sistema de Combate e Prevenção de Incêndio e Pânico.

28
O Projeto de Combate Prevenção de Incêndio deve ser aprovado pelo
Corpo de Bombeiros.

O Projeto Elétrico deve ser submetido à aprovação da concessionária de


energia elétrica.

Nessa etapa o Projeto de Aprovação e os Projetos complementares são


integrados. É formado pelo conjunto de documentos técnicos (desenhos de
detalhamentos, especificações, memoriais, orçamento e cronograma.)

4.5 – Acessibilidade

Dentro de um conceito mais amplo, a acessibilidade apresenta-se como


uma das diretrizes da política de mobilidade urbana, segundo a qual o deslocamento
deve ser permitido e facilitado a todos os cidadãos, atendendo às necessidades das
pessoas com deficiência.
As intervenções devem ser feitas observando critérios e parâmetros técnicos
que assegurem tanto a acessibilidade física quanto de comunicação. É imprescindível
que os órgãos públicos exerçam seu poder de polícia, fiscalizando obras próprias e
particulares.
No caso de construção ou reforma de instalações esportivas, o gestor público
já na fase de elaboração do Plano de Necessidades, deverá considerar os acessos e
utilizações possíveis aos deficientes físicos, dependendo dos programas previstos
para o local. De acordo com as funções desempenhadas, enquanto usuários da
instalação esportiva, o projeto deverá viabilizar o acesso dos deficientes físicos
enquanto torcedores, funcionários, ou como praticantes do esporte. Isso implica na
criação de condições físicas adequadas, tais como: estacionamento,acessos externos
e internos; circulações horizontais e verticais; mobiliários; equipamentos; sanitários;
arquibancadas e vestiários.
Para que as intervenções sejam empreendidas de maneira eficaz e
padronizada existe legislação específica federal estadual e municipal, além de normas
técnicas que estabelecem critérios e parâmetros técnicos a serem observados desde a
execução do projeto, da construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade.
Atualmente, a legislação específica em vigor é composta pela Lei 10.048 de
8/12/2000, Lei 10.098 de 19/12/2000, do Decreto nº 5296 de 2/12/2004. A Norma
Técnica é a ABNT NBR 9050/2004.
Na etapa de projeto, o arquiteto deverá projetar de acordo com premissas do
Desenho Universal2, Os princípios básicos são:

• Uso equiparável- útil a pessoas com diferentes habilidades.

2
Conceito criado em 1963, nos Estados Unidos, que tem como objetivo considerar a diversidade
humana e garantir a acessibilidade a logradouros, mobiliários, áreas urbanas e edificações,
contemplando a maior gama possível de características antropométricas e sensoriais da população.

29
• Flexibilidade de uso- gama ampla de indivíduos, preferências e habilidades.
• Uso simples e intuitivo- uso de fácil compreensão, independente do nível
cultural ou poder de assimilação do indivíduo.
• Informação perceptível- comunicação eficaz ao usuário, independente de sua
capacidade sensorial ou de condições ambientais.
• Tolerância ao erro- minimiza o risco e as conseqüências adversas de ações
involuntárias ou imprevistas.
• Baixo esforço físico- pode ser utilizado de forma eficiente e confortável com o
mínimo de esforço.
• Tamanho e espaço para aproximação e uso- espaços e dimensões
apropriados às atividades desenvolvidas.

Cabe a Comissão avaliar se o projeto arquitetônico contempla os princípios e


normas técnicas referentes à acessibilidade. Deve-se garantir que os deslocamentos e
atividades sejam realizados com segurança e conforto e que as intervenções públicas
sejam objeto de inclusão social, proporcionando igualdade de oportunidade.

4.6– Eficiência Energética

Existem medidas adotadas para aumentar a eficiência energética,


especialmente no que se refere à racionalização do uso da energia elétrica, que, em
suma visam à conservação de energia nos vários sistemas que compõem uma
edificação ou instalação esportiva. Os métodos mais eficazes conhecidas atualmente
são operacionalizados por meio e sistemas de automação predial, que atuam
principalmente no funcionamento do sistema de iluminação, ar condicionado e
elevadores.
Técnicas para utilização racional dos recursos devem ser consideradas desde
a elaboração do Plano de Necessidades, passando pelo Projeto Arquitetônico e
etapas subseqüentes.
É importante salientar que nenhuma das medidas preconizadas deve
prescindir do conforto e bem estar dos usuários.
Os principais pilares da eficiência energética são a utilização racional da
energia elétrica e a adoção de formas alternativas de energia. No Anexo II- Técnicas
de Uso Racional de Recursos encontram-se algumas medidas que podem ser
aplicadas nas instalações esportivas.

4.7 – Portfólio de Projetos

Os municípios devem ter clareza nas intervenções que deseja realizar. A


criação de documento que elenque os projetos das obras é crítico para alcançar os
objetivos estabelecidos e aproveitamento de oportunidades para recebimento de apoio
financeiro para construção ou reforma de instalação esportiva.
Agindo assim a localidade estará preparada para atender com tempestividade,
e qualidade, as exigências documentais mínimas de cada fonte. Para o sucesso na

30
captação, além dos recursos para serem aportados a título de contrapartida, são
importantes o documento de comprovação de propriedade do terreno onde se
pretende construir, e os projetos arquitetônicos e complementares com suas
respectivas planilhas de custo e cronogramas físico-financeiros.
As atualizações dos custos nas planilhas e dos instrumentos de planejamento
governamental permitirão ao gestor melhor analisar a realidade e definir sua atuação e
acompanhamento.

31
5- Fontes de recursos

Elaborado o projeto, a fase seguinte é garantir os meios suficientes para


realizar a intervenção. Os recursos podem ser provenientes de orçamento próprio e/ou
de terceiros.
A captação de recursos é excelente alternativa para realizar o planejado na
Programação de Investimentos. Podemos entender a captação como uma maneira
de identificar oportunidades e viabilizar empreendimentos, por meio da atração de
recursos financeiros, humanos, tecnológicos ou materiais.
A prática da captação de recursos orientada, qualificada e diversificada é
importante para as organizações públicas a fim de:
• financiar projetos não contemplados ou insuficientemente contemplados com
recursos orçamentários;
• identificar possíveis parceiros e projetos inovadores;
• diminuir a vulnerabilidade através da distribuição de riscos;
• otimizar esforços e aumentar integração nas áreas de atuação de seus projetos
e iniciativas.
Existem diversas fontes de recursos governamentais e não governamentais que
podem contribuir para os objetivos dos gestores. Este capítulo apresenta algumas
dessas fontes.
Garantidos os recursos necessários passa-se para fase de Execução (Capítulo 6).

O projeto deve ser elaborado antes da captação de recursos. Não


faz sentido pleitear recursos sem a clara definição do que será feito.
As propostas devem ser apresentadas com bom senso e
adequação técnica, solicitando a quantia necessária, sem excessos que
possam comprometer a seriedade da proposta. Assim, demonstra-se
transparência, organização, consistência e bom nível de informação,
gerando maior confiabilidade a proposta.

Visão Geral do Processo Fontes de Recursos

32
Decisões relativas a fontes de recursos se baseiam nos seguintes passos:
Recursos próprios- analisa o custo do projeto e verifica se na localidade há
disponibilidade orçamentária para ação.
Se os recursos existentes forem suficientes para realizar a obra passa-se para
etapa de Execução (Capítulo 6).
Se insatisfatórios, imperioso é captar Recursos de outros entes Públicos
e/ou Recursos da Iniciativa Privada e Terceiro Setor até angariar os fundos
necessários para executar o projeto.

5.1- Recursos próprios

Cada governante aloca os recursos para as ações por meio dos instrumentos
de planejamento governamental (PPA, LDO, LOA), respeitando os limites
estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e outras regulamentações.
Os recursos para as ações de reforma e construção de equipamentos
esportivos devem ser previstos nestes instrumentos. As intervenções previstas no
Plano Plurianual (PPA) devem ser revistas e atualizadas anualmente na Lei
Orçamentária Anual.
Se o custo das obras planejadas na programação de investimentos for superior
ao orçamento disponível, o município pode, considerando o orçamento do próprio
município, solicitar créditos adicionais.
São três as modalidades, de acordo com a Lei nº 4.320, de 17 de março de
1964:
• Crédito Suplementar: destinado ao reforço de dotação já existente, utilizado
quando os créditos orçamentários são insuficientes. É autorizado por Lei e
aberto por Decreto do Poder Executivo. Necessita de prévia existência de
recursos para efetivação da despesa e justificativa.
• Crédito Especial: ocorre quando não há previsão de dotação para a realização
de determinada despesa. Também necessita de Lei e abertura de Decreto,
prévia existência de recursos e justificativa.
• Crédito Extraordinário: objetiva atender despesas urgentes e imprevisíveis. São
abertos por medidas provisórias.

Dessa maneira, o orçamento previsto pela LOA não é imutável e pode ser
modificado para atingir os objetivos estabelecidos pela Administração

5.2- Recursos de terceiros

Quando o orçamento próprio não for suficiente para realizar as ações


planejadas, ou existir uma oportunidade viável, os dirigentes podem captar recursos
de terceiros a fim de viabilizar as atividades.

33
Recursos de terceiros são aqueles cuja fonte não é o orçamento próprio do
município. Podem ser divididos em duas categorias: recursos de outros entes públicos,
quando provenientes de outras esferas do poder público, seja estadual ou federal; e
da iniciativa privada e terceiro setor.

5.2.1- Recursos de outros entes Públicos

Há possibilidades de captar recursos de outros entes públicos, seja no nível


federal, estadual, e, até mesmo municipal. Algumas formas são:

Convênios Federal e Estadual

São acordos firmados entre órgãos públicos ou entre órgãos públicos e


privados sem fins lucrativos para realização de atividades de interesse comum dos
participantes. Celebrados após a aprovação do plano de trabalho, os convênios visam
à execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade,
serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco. Nesta modalidade o
órgão repassador de numerário deposita o valor pactuado para determinada atividade
na conta aberta pela entidade beneficiada especificamente para este fim.
Normalmente exige-se contrapartida mínima para celebração do convênio.
Dentre outras obrigações legais, é necessário prestar conta dos valores
recebidos.
Os Governos Federal e Estadual podem fazer este acordo. Os gestores
esportivos devem estar atentos às possibilidades.
Mais informações em:

• Governo Federal: https://www.convenios.gov.br/portal/


• Governo Estadual: https://www.convenios.mg.gov.br/ao03/index.jsp e
http://www.convenentes.mg.gov.br/agcc/index.

Emendas parlamentares

Deputados estaduais podem remanejar, incluir e cancelar gastos no Projeto de


Lei do orçamento do Governo de Minas, são as emendas estaduais. Da mesma
maneira, deputados federais e senadores podem alterar o Projeto de Lei do orçamento
da União, são as emendas estaduais.
As emendas são uma maneira dos parlamentares aperfeiçoarem a proposta
encaminhada pelo Poder Executivo. É oportunidade para acrescentarem novas
programações orçamentárias, com o objetivo de atender as demandas das
comunidades que representam.
Os gestores devem estar atentos às atividades dos parlamentares estaduais e
federais. Cabe aos responsáveis pelo município identificar os parlamentares que
atuam na localidade e se articularem junto à estes para garantir a destinação dos
recursos ao município

ICMS Solidário

34
A Lei Estadual nº 18.030/2009 trata de critérios para a transferência de
recursos provenientes da arrecadação do imposto ICMS aos municípios mineiros.
Dentre os critérios previstos há o ICMS Solidário Critério “Esportes”, ou ICMS
Esportivo. Para os municípios participarem é exigida a criação por Lei ou Decreto de
Conselho Comunitário de Esportes e comprovação de seu funcionamento. Assim
estarão aptos a preencher o Inventário Esportivo e as Atividades Esportivas
municipais, fase que definirá a pontuação de cada município.

Os recursos recebidos pelo ICMS Solidário- Critério Esportes não são vinculados
às ações esportivas, cabe aos gestores municipais destinarem estes recursos ao
esporte do município, para ampliação e manutenção das atividades existentes.

Lei Federal de Incentivo ao Esporte

A Lei Federal de Incentivo ao Esporte, Lei 11.438/06, é um instrumento que


permite patrocínios e doações para a realização de projetos esportivos e para-
desportivos. Podem apresentar projetos pessoa jurídica de direito público, ou de
direito privado com fins não econômicos, de natureza esportiva. O proponente
poderá captar recursos para o projeto até o valor aprovado pelo Ministério do Esporte.
Podem apoiar pessoas físicas e jurídicas. Os valores despendidos podem ser
deduzidos do imposto de renda, respeitando o limite de 6% para pessoas físicas e 1%
para pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real.
Mais informações em: www.esporte.gov.br/leiIncentivoEsporte

Lei Estadual de Incentivo ao Esporte

A Lei Estadual de Incentivo ao Esporte - 16.318/2006 - foi criada para


alavancar as atividades desportivas em Minas Gerais por meio da concessão de
incentivos fiscais para empresas que apóiam o esporte estadual. Ao financiar projetos
esportivos aprovados pela SEEJ, essas empresas incentivadoras obtêm desconto de
até 50% das multas e dos juros de mora a elas aplicados, relativos ao ICMS inscrito
em dívida ativa. Podem apresentar projetos entidades de direito civil, sem fins
lucrativos, que estejam em pleno e regular funcionamento, que possuam titulação de
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) ou tenham sido
declaradas de utilidade pública por lei municipal, estadual ou federal.
Mais informações: http://www.esportes.mg.gov.br/esportes/lei-de-incentivo-ao-
esporte

Outras Secretarias e Ministérios

O gestor deve estar atento às várias possibilidades de parceria. A área


esportiva possui interface, e é capaz de produzir resultados em outras áreas, como:
educação, turismo e defesa social. É possível estabelecer parcerias com outras
Secretarias Municipais, ou mesmo Secretarias Estaduais e Ministério.

35
Para tanto é preciso acompanhamento e diálogo sobre alternativas de ação
com os parceiros.

5.2.2- Recursos da Iniciativa Privada e Terceiro Setor

Além de recursos públicos, há a possibilidade de captar recursos da iniciativa


privada e terceiro setor, observados os regulamentos específicos, algumas formas
são:

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público- OSCIP

A titulação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, ou OSCIP,


é feita para entidades privadas sem fins lucrativos, que realizem ações comuns ao do
setor público. Essa característica, aliada ao interesse público, a torna merecedora de
estabelecer parcerias com o Estado, podendo ser financiadas pelo setor público e
privado.
A Lei 9.790/99 regula as OSCIP´s, a vantagem em trabalhar com esse tipo de
organização é a possibilidade de celebrar termos de parcerias. Este termo, mais
flexível que os convênios, permite as partes estabelecer objetivos e metas para
realização de ações de interesse comum.

Empréstimos

Operações financeiras dais quais o município pode valer-se os empréstimos


objetivam prover o custo de obras e serviços de grande vulto e para os quais a receita
municipal se evidencie insuficiente. Tais empréstimos, apesar de não serem rendas
locais, passam a compor a receita corrente do município. Os empréstimos sempre
devem se sujeitar à Câmara dos Vereadores e ao Senado, uma vez que passam a ser
uma dívida, ou seja, uma obrigação financeira extraordinária para o município.

Financiamentos

São recursos para a execução de obras e serviços públicos provenientes de


fundos e instituições financeiras federais ou estaduais, com facilidades como baixas
taxas de juros e longos prazos de amortização. Os financiamentos diferem dos
empréstimos basicamente pelo fato de serem concedidos e vinculados a uma ação
pública especial. Tais obras devem ser detalhadas, preferencialmente através de seus
respectivos projetos, para que os financiamentos possam ser aprovados. Estes
recursos, após recebidos, não poderão ser utilizados em nenhuma hipótese em outras
ações que não aquelas para as quais foram destinados, o que não ocorre no caso de
um empréstimo, caracterizado pelo ingresso de recurso nos cofres públicos sem uma
destinação específica.

Doação

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Forma de apoio através da transferência gratuita, em caráter definitivo ao
município de que aborda bens ou serviço de pessoa física ou jurídica para a realização
de projetos desde que não empregados em publicidade. A iniciativa da doação não se
presta ao objeto de divulgação da imagem do apoiador. Trata-se, pois, de um apoio
oculto, sem finalidade promocional e institucional de publicidade, configurando-se em
uma atitude de filantropia. Doação pode ocorrer a qualquer momento sem a
elaboração de edital para beneficiar o município.

Patrocínio

Transferência gratuita, em caráter definitivo, ao município de que trata de


numerário para a realização de projetos por pessoa física ou jurídica, com finalidade
promocional e institucional de publicidade. É um apoio visível (explicito), no qual
acontece a divulgação da imagem do apoiador. Para obter o patrocínio é necessária a
abertura de edital específico e realização de todos os tramites legais para que o
município seja beneficiado.

Concessões

Concessão é a delegação sob contrato, à iniciativa privada, da administração


de um serviço prestado tradicionalmente pelo Poder Público, por um determinado
período e sob condições por ele controladas, incluindo qualidade do serviço e tarifas.
Pode ser realizada através de recursos da Iniciativa Privada e/ou Terceiro Setor.
Regulada pela Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, são três os tipos:
• Concessão de serviço público
• Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública
• Permissão de serviço público.

Nos contratos de concessão ou permissão das instalações


esportivas é de grande valia prever o uso gratuito do local para prática de
esportes pela comunidade.

Parceria Público Privada (PPP)

É uma parceria onde o ente privado assume junto à Administração Pública o


compromisso de disponibilizar uma obra ou serviço previamente projetado, financiado
e construído, desde que mensurável. O parceiro privado tem como responsabilidade a
operação e manutenção, fornecendo serviços de qualidade à população. Em
contrapartida o Estado paga uma remuneração periódica vinculada ao seu
desempenho no período de referência. Alguns exemplos de obras e serviços
realizados por PPP’s são: transporte coletivo, leitos hospitalares, saneamento, vagas
prisionais, habitação, energia elétrica, saúde e educação básica.
Celebradas através de contrato administrativo de concessão, as parcerias
público-privadas são aplicadas em duas modalidades de acordo com a Lei
11.079/2004:

37
• Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras
públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando
envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação
pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
• Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a
Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva
execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

As PPP´s podem reduzir a necessidade de investimento público, também


podem permitir o aumento da capacidade de implementação de projetos, evitando
assim a necessidade de aguardar disponibilidade orçamentária do Governo.

38
6- Execução

Após o recebimento e aprovação do Projeto Arquitetônico e dos Projetos


Executivos, bem como da Planilha de Custos e Cronograma Físico-financeiro,
referentes à construção ou reforma da instalação esportiva em questão passa-se a
fase de execução da obra.
Esta pode ser feita pelo próprio município, ou a Comissão Gestora terá a tarefa
de contratar de terceiros a execução da obra, dentro dos trâmites legais: realização de
processo licitatório conforme a Lei 8.666/93.
É importante lembrar que deve haver previsão orçamentária para custear a
obra.
Após a execução da obra, e respectiva aprovação do município sobre aquilo
que foi realizado, passa-se a Gestão do Espaço (capítulo 7) para garantir a
manutenção e utilização da instalação esportiva pela população.

Visão Geral do Processo Execução

O processo Execução tem nove fases:


Caderno de Encargos- disponibiliza documento que relata os requisitos da
intervenção a ser realizada
Regime de Execução de Obras- determina de qual maneira o município realizara a
obra: de maneira direta ou indireta, se escolhida a última opção realiza-se processo
licitatório.

39
Licitação- atendendo ao disposto na Lei 8666/93, determina como será licitada a obra
ou serviço, envolvendo decisões de como será a modalidade e o tipo de licitação
Contrato Administrativo- celebra contrato com a entidade considerada apta após a
licitação.
Ordem de Início- autoriza a realização da intervenção, envolvendo diálogo sobre o
que será feito.
Fiscalização- enumera os procedimentos de fiscalização do objeto contratado e
ressalta a possibilidade de se fazer alterações contratuais, após rito que envolve a
devida justificativa.
As Built- a contratada deve providenciar a atualização dos projetos Executivos,
retratando aqui que foi feito na obra.
Manual de Utilização- documento que deve ser entregue a Administração
descrevendo as informações para uso, operação e manutenção da instalação
esportiva.
Termo de Aceitação- concluída a obra, ela é formalmente considerada encerrada,
após aceite da Administração. Na assinatura do Termo de Aceitação Definitivo ocorre
a entrega do As Built e Manual de Utilização.

6.1 - Caderno de Encargos

Documento que descreve da maneira mais precisa possível as necessidades


às quais a obra deve suprir.
Um caderno de encargos deve conter todos os elementos que permitam avaliar
a dimensão do projeto e a sua complexidade para que a obra seja a mais adequada
possível em termos de custo, de prazo, de recursos humanos e de segurança. Reúne
as prescrições técnicas e tem como objetivo a uniformização dos procedimentos para
elaboração de projetos e execução de obras e serviços de arquitetura e engenharia,
além da otimização, economicidade e adoção de um padrão de qualidade dos seus
serviços.
Trata-se ainda de um documento de referência, que permite eliminar qualquer
ambigüidade sobre o que é esperado pelo contratante, assim como um instrumento de
diálogo que permite detalhar a compreensão do pedido.
Um caderno de encargos não é, no entanto, necessariamente estático. O seu
conteúdo pode ser alterado durante o projeto com base numa alteração aceite pelas
duas partes. O Caderno de Encargos tem sua importância na fase de apresentação de
propostas pelos licitantes, uma vez que os materiais, técnicas e processos, por ele
prescritos impactarão no valor de cada serviço previsto. Durante a execução da obra
subsidiará a atividade de fiscalização da obra por parte da contratante, uma vez que
será cobrado o que está previsto no Caderno de Encargos. Já na fase de recebimento
da obra, qualquer dúvida será dirimida segundo o que está previsto no Caderno de
Encargos.

O Caderno de Encargos deve ser disponibilizado no edital e utilizado para


fiscalização da obra.

40
6.2 - Regimes de execução de obras

São dois os regimes de execução de obras:


1. Execução Direta: realização da obra pelos órgãos e entidades da própria
Administração, com mão-de-obra própria. A execução segue os ritos próprios
da prefeitura.
2. Execução Indireta: o órgão ou entidade contrata terceiros para execução da
obra sob qualquer dos seguintes regimes:
• Empreitada por preço unitário: contratação da execução da obra ou
serviço por preços certos de unidades determinadas. É empregada com
mais freqüência em projetos de maior complexidade, cujas quantidades
dos serviços e dos materiais relativos às parcelas de maior relevância e
de valor significativo não são definidas de forma exata no ato
convocatório, nem tampouco no orçamento apresentado junto à
proposta. O pagamento à contratada deve ser realizado por unidades
feitas, pois seus quantitativos são poucos sujeitos a alterações.
Exemplos: Metragem executada das fundações, de paredes levantadas,
de colocação de piso, de pintura, de colocação de gesso.
• Empreitada por preço global: utilizada quando se contrata a execução
da obra ou do serviço por preço certo e total. Verifica-se seu uso
geralmente em contratações de objetos mais comuns, quando os
quantitativos de materiais são poucos sujeitos a alterações durante a
execução da obra ou da prestação dos serviços, e podem ser aferidos
mais facilmente. O pagamento à contratada deve ser efetuado após a
conclusão dos serviços ou etapas definidos em cronograma físico-
financeiro. Exemplos: Fundações, estrutura, concretagem da laje,
cobertura, revestimento, pintura e outras etapas.
• Tarefa: ajustamento de mão-de-obra para pequenos trabalhos por
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais.
• Empreitada integral: Quando se contrata um empreendimento em sua
integralidade, compreendendo todas as etapas da obra, serviços e
instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até
sua entrega ao contratante em condições de entrar em operação,
devem ser atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização.
A empreitada por preço global e a empreitada por preço unitário são os
regimes de contratação mais utilizados.

Independentemente da modalidade adotada, a Administração deverá fornecer,


obrigatoriamente, junto com o ato convocatório, todos os elementos e informações
necessárias para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com
total e completo conhecimento do objeto da licitação.

41
6.3- Licitação

A Lei 8666/93, estabelece normas gerais sobre licitações e contratos


administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
alienações concessões, permissões e locações subordinando os órgãos da
administração direta e indireta no âmbito das três esferas de governo. A finalidade da
licitação é selecionar a melhor proposta para a administração sem prescindir do seu
caráter competitivo. Seus princípios basilares são: isonomia, legalidade,
impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa,
vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo e outros correlatos.
Atendendo ao Princípio da Publicidade, o município deverá publicar com
antecedência avisos contendo os resumos dos editais das licitações. Também deve
informar, no mínimo uma vez, em jornal de grande circulação no Estado e em jornal de
grande circulação no município ou na região onde será realizada a obra, se houver.

Dispensa de Licitação

A licitação é o procedimento comumente adotado pela administração pública


para a contratação de bens e serviços. Entretanto, há casos em que ela pode ser
dispensada. A Lei especifica os casos em que a Administração poderá ou deverá não
realizar licitação:
• Licitação Dispensada: aplicada em situações em que a licitação, embora
possível, não se justifica em razão do interesse público. Previsto no Art. 17,
inciso I e II, da Lei 8.666/93. Exemplo: a venda de um imóvel público a outro
órgão público.
• Licitação Dispensável: Nesse caso a Administração poderá usar de sua
discricionariedade para dispensar a licitação, de acordo com o interesse
público. De acordo com a Lei 8666/93, há dezessete situações (Art. 24, I a
XVII). Exemplo: Em caso de guerra ou grave perturbação da ordem pública.
• Inexigibilidade de Licitação: Quando há impossibilidade jurídica de competição
entre contratantes, quer pela natureza específica do negócio, quer pelos
objetivos sociais visados pela Administração (Art. 25, I, II e III).
Exemplo: contratação de serviços técnicos profissionais especializados;
contratação de artistas etc.

Modalidades de licitação

No Brasil pode-se licitar nas seguintes modalidades:

Concorrência: realizada entre quaisquer interessados que, na fase inicial de


habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação
exigidos no edital para execução de seu objeto.

42
Tomada de preços: feita entre interessados devidamente cadastrados ou que
atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

Convite: nessa modalidade os interessados do ramo pertinente ao seu objeto,


cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela
unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade
que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da
apresentação das propostas.

Concurso: objetiva a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, entre


quaisquer interessados, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

Leilão: usada entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis
para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para
a alienação de bens imóveis prevista, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior
ao da avaliação.

Pregão: modalidade instituída pela Lei Federal nº 10.520/2002, adotada em Minas


Gerais pela Lei nº 14.167/2002 e regulamentada pelo Decreto nº 44.786/2008, nas
formas presencial e eletrônica.
Utilizada para aquisição de bens e de serviços comuns3 é precedida
obrigatoriamente de licitação pública, possui dois tipos: presencial e eletrônico. Poderá
ser utilizado independentemente do valor estimado para o objeto da licitação e
exclusivamente para as licitações do tipo menor preço;
Não se aplica às contratações de obras regidas pela legislação específica, e
igualmente às locações imobiliárias e alienações em geral.

Determinação da Modalidade

A modalidade de licitação a ser utilizada pela administração pública será


determinada em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da
contratação:

Modalidade de Valor Estimado (R$)


Licitação Obras e serviços de engenharia Compras e outros serviços
Convite Até 150.000,00 Até 80.000,00
Tomada de preços Até 1.500.000,00 Até 650.000,00
Concorrência Acima de 1.500.000,00 Acima de 650.000,00
Pregão Qualquer valor, atendidas às exigências da legislação.

Nos casos em que couber Convite, a administração poderá utilizar a Tomada


de Preços e, em qualquer caso, a Concorrência.
3
Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos no objeto do edital, por meio de especificações usuais praticadas no mercado.

43
Caso a administração julgue técnica e economicamente viável, considerando-
se o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e a ampliação da
competitividade, poderá efetuar o parcelamento das obras, serviços e compras, desde
que a cada etapa ou conjunto de etapas corresponda licitação distinta, cuja
modalidade será determinada pelo valor global do objeto e não o valor de cada
parcela.

Tipos de licitação

São quatro os tipos de licitação, exceto para modalidade concurso:


• Menor preço: será vencedor o licitante que, atendendo as especificações do
edital ou convite, apresentar proposta com menor preço.
• Melhor técnica: nesse tipo analisa-se a "técnica" empregada pelos licitantes,
conforme as definições do edital, que também define o preço máximo que a
Administração está disposta a pagar.
O artigo 46 da Lei 8.666/93 define que será utilizada “exclusivamente
para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na
elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e
de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de
estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos”.
• Melhor técnica e preço: utilizada nos mesmos casos que no tipo melhor
técnica, é um critério de julgamento capaz de selecionar as propostas tendo
em conta a sua onerosidade e sua qualidade, de acordo com o critério de
julgamento previamente definido no edital.
Será considerado vencedor aquele que tiver a melhor média ponderada
entre as nota da apreciação técnica e a nota de preço, segundo os pesos a
serem definidos no edital.
• Maior Lance ou oferta: para os casos de alienação de bens ou concessão de
direito real de uso.

Prazos entre publicação e recebimento das propostas

Modalidade de Licitação Prazo Mínimo


Concurso
Concorrência pelo regime de empreitada integral 45 dias
Concorrência do tipo melhor Técnica e menor Preço
Demais casos de Concorrência
Tomada de Preço do tipo melhor Técnica ou melhor Técnica 30 dias
e Preço
Demais casos de Tomada de Preço 15 dias
Convite 5 dias
Pregão 8 dias

Qualquer modificação que ocorrer no edital exigirá nova divulgação no mesmo


veículo utilizado para publicar o texto original e reiniciar-se-á a contagem do prazo
original.

44
6.4 - Contrato Administrativo

Após a homologação e adjudicação do objeto da licitação são celebrados os


contratos administrativos para a realização das obras e serviços, de acordo com o que
estabelece a Lei Federal nº 8.666/93.
Contrato é todo e qualquer ajuste celebrado entre órgãos ou entidades da
Administração Pública e particulares, por meio do qual se estabelece acordo de
vontades, para alcançar os objetivos de interesse público. Dessa forma, contrato
administrativo é o instrumento utilizado pela Administração pública para adquirir bens
ou serviços dos particulares.
Os contratos administrativos se regulam por suas cláusulas, pelas normas da
Lei de Licitações e pelos preceitos de direito público. Na falta desses dispositivos, são
regidos por princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
É obrigatória a publicação resumida do contrato e de seus aditamentos. (Art. 6º, p.
único - Lei 8.666/93). O instrumento deverá conter de forma clara e precisa cláusulas
que definam os direitos e deveres das partes envolvidas, de acordo com o edital e da
proposta a que se vinculam.
O contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes,
a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da
dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas da Lei Federal
nº 8.666/93 e às cláusulas contratuais.
A Lei Federal nº 8.666/93 em seu artigo 55 estabelece as cláusulas
obrigatórias em todos os contratos:

Art. 55 – São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:


I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, database e
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução quando
exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e
os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão,
quando for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos
omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1º (VETADO)

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§ 2º - Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas
físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá
constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no §
6º do art. 32 desta Lei.
§ 3º - No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade
comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos
da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo
o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de1964.

O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades


contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento
(sondagens, fundações, impermeabilização etc), até o limite admitido, em cada caso,
pela Administração, conforme dispõe o artigo 72 da Lei Federal nº 8.666/93.

6.5- Ordem de início

Ato administrativo o qual os representantes do contratado e do contratante são


apresentados, visto que atuarão conjuntamente, durante toda a execução da obra. O
prazo para este procedimento não pode ser superior a 15 dias contados da assinatura
do contrato. Na ocasião são relatadas as ocorrências os dados são transcritos em Ata
própria assinada por todos os participantes.
Discute-se e registra-se questões relevantes que fizeram parte do contrato, do
caderno de encargos, entre outras, para início das Obras/Serviços, tais como:

• Definição da data de início;


• Quantificação de recursos humanos e de apoio;
• Segurança e saúde para o trabalhador de acordo com legislação vigente;
• Meios de contatos com a fiscalização e representantes da empresa contratada;
• Datas de medições e pagamentos;
• Visita ao local da obra/serviço quando se registrarão em ata observações sobre
circunstâncias que poderão impactar negativamente no andamento natural da
obra;
• Levantar alternativas de layout para o canteiro de obras, elegendo o melhor
lugar para localização de fornecimento de água e energia elétrica.

Se for o caso, debate-se questões relativas aos serviços e tarefas que tenham
ficado a cargo da prefeitura, principalmente os de infra-estrutura e documentais, sem
os quais a obra licitada não poderá ser iniciada, tais como:

• Obras de pavimentação de acesso a obra;


• Documentação necessária para legalização da obra, junto aos órgãos
envolvidos, como meio ambiente, regulamentação urbana, entre outros;
• Documentação técnica e gráfica necessária à realização da obra;
• Adequação da rede elétrica à demanda da obra;
• Disponibilização de modelo de placa de obra com dimensões e dizeres para
que a contratada contrate a execução.

46
6.6- Fiscalização

Após a assinatura do contrato e da Ordem de Serviço, será concedido à


contratada prazo para mobilização, a qual é caracterizada pelas seguintes tarefas:

• Instalação do canteiro de obras;


• Contratação de funcionários;
• Aquisição ou locação de ferramentas e equipamentos;
• Instalação de placa de obra.
Na obra devem ser arquivados todos os documentos necessários à sua
execução, bem como à sua fiscalização, como: Projetos Arquitetônicos,
Complementares e Executivos, Levantamento Plani-altimétrico, Planilha de Custos,
Cronograma físico-financeiro, Memorial descritivo, Caderno de encargos, Anotações
de Responsabilidade Técnica, Alvarás emitidos pelos órgãos competentes.
Transcorrido o prazo de mobilização, inicia-se a execução da obra
propriamente dita e, concomitantemente, a atividade de fiscalização. Neste momento,
torna-se imprescindível a atuação do fiscal, que é o técnico que representa o
contratante, incumbido de acompanhar a obra do início ao fim. É ele quem se reporta
diretamente ao funcionário da contratada sempre que necessário. Desempenha
atividades referentes a controle de prazos, custos, medições, alterações contratuais e
ocorrências que impactam na obra, sejam elas previstas ou contingenciais. Sua
atuação garante que a obra seja executada de acordo com o objeto contratado. De
acordo com a UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, fazem parte das atribuições do fiscal
os seguintes procedimentos:

a. Procedimentos Preliminares:
1. Apropriar-se dos documentos relativos às Obras/Serviços de Engenharia, tais como,
projetos, memoriais descritivos, planilhas orçamentárias, contratos e outros correlatos;
2. Situar-se no contexto da execução de acordo com o objeto licitado;
3. Providenciar pastas individuais para arquivos das documentações das
Obras/Serviços;
4. Estabelecer, definir e participar aos interessados, data, horário e local para Ordem
de Início das Obras/Serviços, considerando-se prazo não superior a 15 (quinze dias)
corridos, contados da data de assinatura do contrato

b. Procedimentos da Ordem de Início:


1. Abrir a reunião com as apresentações, estabelecendo-se critérios de
desenvolvimento do evento;
2. Discutir assuntos relativos ao objeto licitado, priorizando condições para início das
Obras/Serviços, tais como, definição da data, prazo de execução, aditivo,
infraestrutura, qualidade, recursos humanos e de apoio, segurança e saúde para o
trabalhador, meios de contatos com a fiscalização e representantes da empresa
contratada, relatando e transcrevendo as ocorrências e dados, respectivamente, em
Ata própria assinada por todos os participantes.
3. Visita ao local da Obra/Serviço em conjunto com os envolvidos, documentando
possíveis incompatibilidades em Ata;

47
4. Contribuir para viabilizar o fornecimento de pontos de energia elétrica, de água fria e
de água servida;
5. Cuidar permanentemente do meio ambiente, fomentando nas contratadas a
consciência para a proteção ecológica e ambiental de conformidade com a legislação,
normas e regulamentos vigentes, contribuindo para definições de áreas para o
canteiro de Obras/Serviços e destinação final de resíduos;
6. Exigir a fixação de placa com as características da Obra/Serviço, contratada e
responsável técnico.

c. Procedimentos de Saúde e Segurança do Trabalhador:


1. Fazer cumprir como procedimento de rotina normas de segurança, higiene e
medicina do trabalho ditadas pelas Normas Regulamentadoras constantes da Portaria
nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho e demais legislação pertinente, obrigando-as a
adotarem práticas prevencionistas de proteção dos trabalhadores.
2. Analisar e emitir considerações acerca de processo/protocolado de Obras/Serviços
inclusive, àqueles que envolvem subcontratação e questões de segurança e medicina
do trabalho.

d. Procedimentos no Desenvolvimento do Objeto:


1. Providenciar o planejamento para a implantação, o controle físico e financeiro na
execução da Obra/Serviço;
2. Elaborar Termo de Abertura de Caderneta de Obras, em livro próprio, anotando
dados e informações correspondentes às Obras/Serviços, tais como, datas de
abertura do Termo e de Início da obra/serviço, empresa, contrato, processo, prazo,
previsão de conclusão, responsabilidades contratuais e normativas, desenvolvimento
das atividades do objeto licitado frente ao cronograma físico-financeiro.
3. Atuar de forma integrada e continua com os envolvidos, assessorando-os nas
orientações técnicas e procedimentos administrativos relativos às Obras/Serviços em
execução ou em tramitação;
4. Colaborar na execução da Obra/Serviço, programando de forma a fixar prioridades
e interferindo quando necessário, para que sejam garantidas, a qualidade e a
conclusão no prazo convencionado. Anotações deverão ser lançadas na Caderneta de
Obras;
5. Acompanhar ativamente os serviços desenvolvidos pelos particulares podendo
solicitar no caso do inadimplemento contratual, sanções que poderão culminar
inclusive, com a rescisão contratual, em conformidade com critérios dos atos
administrativos da auto-executoriedade, estabelecidos na Lei de Licitações nº 8.666/93
bem como no contrato. A solicitação deverá ser feita pelo Fiscal por meio de Ofício
endereçado à Administração, devidamente justificativas e conjugadas com as
disposições da Lei de Licitações nº 8.666/93.
6. Mensurar rotineiramente a produtividade, exigindo do contratado a disponibilidade
de recursos, humanos e de materiais, necessários para a execução da Obra/Serviço
avençado, gerando anotações em Caderneta de Obras, dando-se destaques aos itens
críticos, e ainda, definições das ações preventivas e corretivas para recuperações e
correções de desvios, oferecendo-se prazo para sua implantação;
7. Programar reunião técnica-administrativa com relação às Obras/Serviços,
solicitando comparecimentos de representantes, da contratada e do contratante, para
tomadas de decisões até o limite de competência da fiscalização que não venham

48
implicar em comprometimento do objeto licitado, sejam elas, de projeto ou financeiro,
registrando-se as ocorrências em caderneta de obras ou em Ata de Reunião,
autenticadas pelos participantes.
8. Encaminhar documentos que possam questionar projetos acompanhados das
respectivas propostas ao responsável projetista, desde que seja necessário introduzir
alterações durante o andamento das Obras/Serviços e que compartilhem soluções
técnicas, ou, que possam produzir benefícios à qualidade, segurança e estabilidade
dos serviços. Posteriormente, de posse dos pareceres, encaminhar à Administração
para providências de aditivo ao contrato;
9. Providenciar a cada início de mês e em conjunto com o preposto da contratada,
medições dos serviços executados no período anterior para faturamento e pagamento,
cuidando dos prazos decorrentes dos serviços executados, promovendo, se
necessário, alerta para com os desvios constatados.
10. Exigir nas possíveis sub contratações e na medida que o contratante oficial
autorize, que a contratada oficial providencie documentações necessárias para efetivar
o evento, de forma que possam assumir, solidariamente, os serviços por elas
avençados. Compete exigir, sub contrato para análise - encaminhado com
antecedência mínima de 15 dias, estabelecendo-se nas suas cláusulas, todas as
informações necessárias para a responsabilização dos serviços, da saúde e
segurança dos trabalhadores, dos encargos sociais, trabalhistas, previdenciárias,
tributários e de outros constantes das esferas municipais, estaduais e federais. Desde
que autorizado, a contratada deverá oficializar o sub contrato de conformidade com as
determinações cartorárias, encaminhando-o ao contratante com cópias das demais
documentações do sub contratado – contrato social recente com as devidas
alterações, inscrição estadual e municipal, guia recolhimento Imposto sobre serviços
qualquer natureza, listagem de trabalhadores destacados, anotação de
responsabilidade técnica (ART-CREA) e outros documentos que comprovem a sua
regularidade para com Fazenda Federal, Estadual e Municipal;
11. Cobrar das contratadas, sob pena de não liberar medições, a entrega dos
resultados dos ensaios durante o andamento da Obra/Serviço, que atestem a
qualidade e as características dos materiais utilizados ou dos serviços executados;
12. Promover periodicamente a uniformização dos procedimentos para a Fiscalização
de Obras/Serviços de Engenharia;
13. Resolver as interferências na própria obra e controlar possíveis alterações, até o
limite de competência da Fiscalização;
14. Exigir do contratado rigor na qualidade das atividades em Obras/Serviços;
15. Aplicar multa contratual por inexecução da Obra/Serviço, parcial ou total de
conformidade com as disposições da Lei de Licitações nº 8.666/93 e do Contrato.
16. Compartilhar com autor projeto o trabalho de fiscalização.

e. Procedimentos Documentais:
1. Orientar tecnicamente o contratado, exigindo o cumprimento integral do objeto
licitado, em conformidade com que estabelecem as disposições referentes a
Obrigações e Responsabilidades da Contratada e do Contratante, anotando na
Caderneta de Obras em Termo de Abertura;
2. Estabelecer critérios para elaboração de Termos Aditivos, de prazo, ou financeiro,
ou de prazo e financeiro, devidamente analisado e fundamentado, exigindo-se que o
pedido a ser encaminhado à Unidade de origem da licitação, seja acompanhado pela

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planilha de custos e pelo cronograma físico financeiro reprogramado para estudos e
pareceres.
3. Registrar em Caderneta de Obras, todos os procedimentos que assegurem a
qualidade e conformidade das Obras/Serviços, frente ao contrato e especificações
técnicas contidas em projetos, memoriais e planilhas orçamentárias;
4. Analisar projetos e documentos agregados, objetivando identificar problemas
construtivos e busca de soluções mediante entendimentos, obrigando-se anotações
em Caderneta de Obras ou Ata de Reunião;
5. Preparar relatórios mensais das Obras/Serviços em face das medições dos serviços
executados para faturamento, fornecendo dados gerais do objeto licitado,
comprovação da conclusão na qualidade requerida conforme projetos e especificações
técnicas, exatidão dos valores a serem pagos, resumo dos aspectos técnicos e de
saúde e segurança dos trabalhadores.
6. Exigir que a contratada e a subcontratada encaminhem cópias das documentações
que comprovem os vínculos empregatícios de seus trabalhadores destacados para as
Obras/Serviços.
7. Exigir para que seja possibilitada a substituição do preposto responsável pela obra,
comunicado oficial da contratada justificando o pedido acompanhado do currículo com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias para análise e parecer da Fiscalização;
8. Vistoriar e providenciar Auto de Conclusão de Obras/Serviços.

f. Procedimentos de Conclusão do Objeto:


1. Exigir da contratada o “as Built” referente aos serviços executados nas
Obras/Serviços, antecedendo o Termo de Recebimento Definitivo, para inserção no
Cadastro e Auto de Conclusão;
2. Aplicar procedimentos contratuais para recebimento de Obras/Serviços, em
conformidade com o Termo de Aceitação Provisória, documentando conjuntamente
com representantes da contratada, informações referentes à conclusão, às pendências
por serviços não aceitos ou incompletos que comprometem a sua qualidade.
3. Aplicar Termo de Aceitação Definitiva circunstanciado e assinado pelos envolvidos
na vistoria, desde que, comprove a adequação do objeto aos termos contratuais.
Necessitando prorrogar o prazo para vistoria ou observação, deverá ser elaborado em
termo próprio cuja celebração deverá se dar com antecedência de 10 (dez) dias do
término do prazo original de 90 dias da aceitação provisória

6.6.1- Alterações contratuais

Desde que devidamente justificados, os contratos podem ser alterados,


unilateralmente pela Administração, quando houver modificação do projeto, ou das
especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos, ou quando
necessária a modificação do valor contratual e/ou prazo de execução em decorrência
de acréscimos ou diminuição quantitativa de seu objeto.
Há possibilidade de ser alterado, também, por acordo das partes, observando,
o disposto no Art. 65 da Lei 8.666/93. Alterações de projeto, especificações técnicas,
cronograma físico-financeiro e planilhas orçamentárias, respeitando o estabelecido na
Lei, deverão ser justificadas por escrito e previamente autorizadas pela autoridade

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competente para celebrar o contrato, devendo ser cobertas por Termo de Aditamento.
No caso de alterações nas especificações técnicas, é preciso atentar para a
manutenção da qualidade, garantia e desempenho requeridos inicialmente para os
materiais a serem empregados, observando-se a conveniência e necessidade dessas
alterações.

6.7 – As Built

As Built é uma expressão inglesa que significa “como construído”, isto é, a


situação ou o estado como o projeto foi construído. O As Built é, portanto, o conjunto
de informações elaboradas na fase de supervisão e fiscalização das obras com o
objetivo de registrar as condições físicas e econômicas reais da execução da obra,
fornecendo elementos considerados relevantes para subsidiarem futuras intervenções
na obra, como: reformas, ampliação e/ou restauração.
Ao término da construção e após a entrega da obra, o As Built deve
representar fielmente o objeto construído, com registros das alterações verificadas
durante a execução. As alterações dos projetos que implicam em novos
dimensionamentos serão tratadas, exclusivamente, pelos respectivos projetistas,
devendo o As Built ser elaborado a partir destes projetos alterados. O custo dessas
alterações não incide sobre o As Built, devendo integrar o custo do projeto executivo.
É executado a partir do projeto executivo (inclusive os projetos alterados),
incluindo-se os ajustes necessários quando da execução do projeto.
Durante o período de execução da obra o As Built é elaborado. O Termo de
Recebimento Definitivo da Obra será lavrado, mediante o recebimento do As Built.
Compreende serviços de escritório com aproveitamento de dados e informações
obtidos durante o acompanhamento da obra.
A apresentação gráfica do As Built deve compreender os seguintes volumes:
a) Relatório descritivo – texto informativo, constando às informações
econômicas – formato A4;
b) Relatório descritivo – texto informativo e/ou em representação gráfica,
constando às informações ambientais – formato A4 (texto) e A3 (gráfico) ou formato
mais adequado;
c) Projeto Executivo – representação gráfica, constando todas as alterações
processadas durante a obra nos projetos de arquitetura e engenharia, no formato A3
ou formato mais adequado;
O As Built também deverá ser entregue em formato digital.
A elaboração do As Built é de responsabilidade da Contratada, seu custo deve
constar na planilha orçamentária em item específico.

6.8 - Manual de Utilização

O Manual de Utilização deverá ser disponibilizado ao contratante pelo


contratado, juntamente com o As Built, quando da assinatura do Termo de Aceitação
Definitiva. O documento contem as informações necessárias para subsidiar as

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atividades de uso, operação e manutenção da instalação esportiva. De acordo com as
normas específicas, o Manual de Utilização deverá conter no mínimo:
• Descrição da edificação como construída: descrição gráfica e escrita da
edificação;
• Informações sobre os procedimentos para a colocação em uso da
edificação: dados referentes aos serviços públicos, instalação de
equipamentos previstos em projeto para serem fornecidos e instalados pelos
usuários e movimentação de móveis e equipamentos dentro da edificação
construída;
• Informações sobre procedimentos recomendáveis para a operação e uso
da edificação: descrição da localização de todos os controles de operação da
edificação, procedimentos especiais recomendáveis para a operação e uso de
instalações não convencionais, procedimentos recomendáveis para a
verificação e relato de mau funcionamento de componentes, instalações e
equipamentos da edificação bem como informações sobre riscos inerentes à
edificação;
• Instruções sobre procedimentos para situações de emergência: ações a
serem adotados em casos típicos de emergências, como incêndios,
vazamentos de gás, falhas de instalações e equipamentos julgados críticos ao
funcionamento da edificação (por exemplo: elevadores, instalações de ar
condicionado, instalações hidráulicas e sanitárias, instalações elétricas)
• Informações sobre procedimentos recomendáveis para inspeções
técnicas da edificação: aviso sobre a freqüência de inspeções necessárias
para componentes, instalações e equipamentos da edificação e da qualificação
técnica necessária do responsável pela atividade de inspeção, condições
especiais de acesso necessárias a todos os componentes e roteiros de
inspeções na edificação;
• Informações sobre procedimentos recomendáveis para a manutenção da
edificação: especificação de procedimentos gerais de manutenção e de
programa de manutenção preventiva de componentes, instalações e equipa
mentos. Recomendação da revisão do Manual de operação e identificação de
componentes da edificação mais importantes em relação à freqüência ou riscos
decorrentes da falta de manutenção;
• Informações sobre responsabilidades e garantias: relata as
responsabilidades e garantias existentes sobre a edificação;

6.9 – Termo de Aceitação

Após a execução do serviço, fiscalizada pelo município, a obra é entregue pela


contratada. A fase seguinte é a assinatura dos Termos de Aceitação, que possui dois
momentos:

Termo de Aceitação Provisório

Quando a obra é concluída, o encarregado da obra emite o Comunicado de


Conclusão de Obra e em até 15 dias depois faz o Termo de Aceitação Provisória. A

52
prefeitura terá um prazo pré-estabelecido para vistoriar a obra, juntamente com o
encarregado da contratada. Se necessário deve solicitar a execução de reparos e
correções que se fizerem necessários e relatar no Termo.
Com a assinatura do Termo de Aceitação Provisória é realizada a medição
final, que ensejará o último pagamento à contratada. Entretanto, se o prazo,
necessário para execução das correções solicitadas ultrapassar a data prevista para o
pagamento final, o mesmo poderá ser suspenso total ou parcialmente pelo fiscal da
contratante, até que os serviços sejam executados e aprovados.

Termo de Aceitação Definitivo

Transcorrido o prazo regulamentar para a execução dos reparos e correções


solicitados pela contratante, e após a vistoria final realizada pelas partes, o
encarregado da obra emitirá o Termo de Aceitação Definitiva. Ao assinar o Termo de
Aceitação Definitiva, o representante da contratante declara que a obra foi executada
de acordo com o objeto do contrato e dentro da boa técnica e que todos os reparos
solicitados foram realizados a contento. Juntamente com o Termo de Aceitação
Definitiva, o contratante receberá o As Built e o Manual de Utilização.

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7- Gestão do Espaço

Ter gestão sobre instalações esportivas significa alocar os recursos


necessários, sejam pessoas, materiais ou financeiros, com a finalidade de promover o
esporte para a população. Dessa maneira, administrar também é avaliar
continuamente em que medida os objetivos estão sendo cumpridos.
Após a execução das intervenções programadas é preciso garantir que a
infraestrutura atenda as necessidades esportivas dos cidadãos de forma acessível e
segura.
O esporte é bastante plural e pode ser praticado de diferentes maneiras. Os
espaços podem ser utilizados para práticas que vão desde atividades livres e
assistemáticas, até treinamentos específicos voltados para desempenho em
competições.
A manutenção dos equipamentos é um aspecto fundamental, pois permite o
usufruto com conforto e segurança, evitando riscos e lesões aos usuários.
Se, mesmo com a realização de atividades esportivas, ainda houver ociosidade
nas instalações, os espaços podem ser aproveitados com outros objetivos, como
sociais e culturais. Podendo ser até mesmo fonte de receita para o município. Atuando
dessa maneira o gestor promoverá o esporte e demonstra compromisso com a
sustentabilidade do local.
O monitoramento dos espaços deve ser constante, conhecer as demandas dos
habitantes é imprescindível, dessa maneira o ciclo de planejamento e gestão de
infraestrutura esportiva se reinicia com o diagnóstico.

Visão Geral do Processo Gestão do Espaço

Este capítulo está estrutrurado em três momentos:


Planejamento e análise de pós ocupação- avalia como as instalações esportivas
estão sendo utilizadas e quais as ações podem ser implementadas. As Ações da
SEEJ podem ser maneiras de aproveitar os locais.

54
Manutenção- identifica ações e custos necessários para pleno funcionamento da
infraestrutura.
Alternativas de uso e fontes de receita- realiza atividades com outras finalidades em
espaços esportivos com capacidade ociosa como forma de aproveitar os locais e ser
fonte de receitas.

7.1- Planejamento e análise de pós-ocupação

A Administração deve zelar pelo interesse público, no caso das instalações


esportivas os gestores devem sempre verificar se estão cumprindo sua finalidade:
utilização do local para prática de esportes pela comunidade.
O Diagnóstico (Capítulo 2) fornece dados que auxiliarão na gestão do espaço,
já que informa as modalidades que os indivíduos desejam praticar, aliado a elementos
de idade, sexo e localização.
A colaboração de profissionais e a disponibilização de materiais, tais como
bolas, redes, placas de sinalização, aliado ao oferecimento de infraestrutura adequada
são fatores para sucesso na promoção do esporte na localidade. Não basta apenas
entregar à comunidade a obra concluída.
Cabe ao responsável incentivar e monitorar atividades esportivas realizadas
nas instalações. Instrumentos como súmulas, cronograma, listas de presença, dentre
outros, permitem analisar o que é feito, como é feito e quando são feitas ações no
local.
O conhecimento das atividades realizadas evita ociosidade nos espaços e
potencializa a utilização pela comunidade. São exemplos de ações esportivas: aulas
de Educação Física, treinamentos, práticas recreativas, competições.
A realização de atividades esportivas alinhadas às que pontuam no ICMS
Solidário Critério Esportes é interessante, pois permite ao município receber maior
repasse de recursos nessa localidade. A Resolução SEEJ Nº 058 /2010 elenca as
atividades que pontuam, contemplam diversas faixas etárias, pessoas com
deficiências e manifestações esportivas: educacional, participação e rendimento.
Resumidamente são:

• Programas Sócio Educacionais- serão considerados os programas voltados


à promoção do esporte ligados às assistências alimentar e educacional cuja
periodicidade mínima seja de três vezes por semana, durante três horas
diárias.
• Esporte para Pessoas com Deficiência- serão considerados os
programas/projetos voltados à inclusão social, por meio do esporte, de
cidadãos com deficiência.
• Jogos Escolares Municipais- serão considerados os programas/ projetos
para promoção de jogos esportivos, restritos aos alunos matriculados nos
estabelecimentos de ensino do Município.
• Minas Olímpica Jogos Escolares de Minas Gerais- serão considerados os
jogos esportivos de caráter educacional formulados e implementados pela
SEEJ em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SEE).

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• Minas Olímpica Jogos Interior de Minas-, será considerada a competição de
esporte especializado formulado e implementado pela SEEJ.
• Atividades Futebol Amador- serão considerados os programas/ projetos
voltados à iniciação ou aperfeiçoamento esportivo que tenha por finalidade o
fomento ao futebol de campo não profissional.
• Esporte Terceira Idade- serão considerados os programas/projetos voltados à
inclusão social de idosos por meio do esporte.
• Atividades de Lazer- serão considerados os programas/projetos que
estimulem a realização de atividades esportivas que sejam benéficas à saúde
física e/ou mental do participante.
• Qualificação Agente Esportivo- serão considerados os programas/ projetos
voltados à capacitação ou qualificação de agentes envolvidos com a política
pública do esporte ou com a cadeia produtiva do esporte.
• Xadrez na Escola- serão considerados os programas, restritos a
estabelecimentos de ensino, que utilizam a prática de xadrez como instrumento
pedagógico.
• Academia na Escola- serão considerados os programas/projetos, restritos a
estabelecimentos de ensino, que objetivam a iniciação e a especialização
esportiva.
• Outros Programas/Projetos- serão considerados os demais
programas/projetos esportivos não abrangidos na Tabela Atividades Esportivas
constante no Anexo V da Lei nº 18.030, de 12 de janeiro de 2009, e que
promovam ou estimulem a prática desportiva de rendimento bem como o
desenvolvimento da cadeia produtiva do esporte.
• Instalação/Reforma/ Equipamento Esportivo- serão considerados os
programas/projetos voltados à: construção de instalação esportiva, reforma de
instalação esportiva, aquisição e disponibilização de equipamento esportivo.

7.1.1- Ações da SEEJ

Programas desenvolvidos pela SEEJ são boas alternativas para uso dos
espaços inclusive podendo ser utilizadas para pontuar no ICMS Solidário Critério
Esportes. Alguns deles são: Minas Olímpica Geração Esporte, Minas Olímpica Jogos
do Interior de Minas Gerais, Minas Olímpica Jogos Escolares de Minas Gerais, Minas
Paraolímpico e Minas Olímpica Oficina de Esportes.
Cada programa possui especificidades para celebração e execução. Cabe aos
gestores municipais conhecerem e aplicarem os procedimentos exigidos pela SEEJ
para implantá-los em sua respectiva localidade.

Minas Olímpica Geração Esporte

É um programa de iniciação esportiva focado no desenvolvimento das habilidades


motoras, sem perder o seu caráter de inclusão social.

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Realizado em núcleos de diversas regiões do Estado no contraturno escolar, promove
várias modalidades esportivas. Atende a crianças e adolescentes de ambos os sexos,
com idade entre 07 e 13 anos, comprovadamente matriculadas e frequentes em
escolas públicas ou privadas.

Minas Olímpica Jogos do Interior de Minas Gerais- JIMI

Os Jogos do Interior de Minas Gerais (JIMI) são uma tradicional competição do


esporte especializado realizada em Minas. Tem como objetivo a promoção do
desenvolvimento da cultura esportiva no Estado.
A realização dos Jogos é um estimulo para que os municípios envolvidos
atuem ativamente em políticas sustentáveis de incremento ao esporte, criando assim
oportunidades para a prática esportiva nas comunidades, além de movimentar a
economia local e gerar emprego e renda nas cidades-sede.

Minas Olímpica Jogos Escolares de Minas Gerais- JEMG

Realização de jogos esportivos, integrando equipes de escolas das diferentes


redes de ensino, com o objetivo de aprimorar e ampliar a prática esportiva
educacional.
Participam mais de 600 municípios em três etapas, integrando crianças e
adolescentes de 12 a 17 anos. Os municípios sediam os Jogos que também
promovem a integração entre as diferentes regiões do Estado.

Minas Paraolímpico

Tem como objetivo difundir, desenvolver e consolidar o esporte Paraolímpico


em Minas Gerais. , atende a adolescentes, jovens e adultos com deficiência de todo o
Estado, com ações voltadas para o fortalecimento da atuação das equipes e atletas
individuais que já praticam alguma modalidade, fomenta a busca de novos talentos
esportivos, bem como promove a capacitação de profissionais para o trabalho nessa
área.

Minas Olímpica Oficina de Esporte

Focado no esporte de rendimento, o Oficina tem como objetivo apoiar e


fomentar o desenvolvimento de equipes e atletas de base, oportunizando a promoção
e formação de novos talentos.
Funciona em núcleos e as modalidades contempladas são: Atletismo,
Basquetebol, Futsal, Ginástica Artística, Handebol, Levantamento de Peso, Natação,
Judô, Tae kwon do e Voleibol.

7.2- Manutenção

A manutenção periódica garante maior durabilidade e qualidade à infraestrutura


esportiva. As instalações esportivas possuem necessidades diferentes de

57
manutenção. Os custos para conservação do espaço devem ser considerados
desde o planejamento, afinal de contas, de nada adianta reformar ou construir um
equipamento se não há recursos suficientes para mantê-lo.
Para mensurar os custos de manutenção da instalação é preciso avaliar todas
as necessidades do espaço, seja por pessoas, materiais, tecnologia, além de gastos
fixos como água, luz e telefone. Dependendo da instalação, exige-se
acompanhamento especializado, o que encarece a manutenção, por exemplo:
tratamento de solos, água de piscinas, geração de frio e restauração.
Existem basicamente dois tipos de manutenção: preventiva e corretiva,
recomenda-se que a realização do primeiro tipo
A noção de manutenção preventiva programada é de fundamental importância,
o foco é a conservação e não em reparos. A conservação das instalações caracteriza-
se por intervenções diversas, que devem ser realizadas por meio de um planejamento
e cronograma. O responsável é incumbido de avaliar periodicamente a instalação,
sendo que deve ser apto a compreender as deficiências do espaço a fim de planejar
os reparos e possíveis obras que forem necessárias para o aproveitamento do local.
Dessa maneira, evitam-se gastos exorbitantes com manutenção e propiciam-se
equipamentos de qualidade para população.
A manutenção corretiva é realizada conforme a necessidade. São realizadas
quase sempre emergencialmente, acarretando aumento nos custos com mão de obra
e materiais utilizados. Não há mensuração dos impactos dos possíveis danos e um
cronograma de reforma ou reparo. Dependendo do defeito a instalação se tornar
inadequada para uso da população.
Os Manuais de Utilização (seção 6.8) são de grande importância, pois
informar ao gestor a forma de utilizar a instalação e quando efetuar reparos.
A instalação esportiva possui uma vida útil, sendo que o tempo de utilidade dos
itens que a compõem também podem variar, por exemplo, a vida útil da pintura de
uma quadra poliesportiva é diferente da de uma trave, que também difere das redes.
Os responsáveis devem se atentar para a durabilidade dos itens e da própria
infraestrutura.

7.3- Alternativas de uso e fontes de receita

Ao atender a demanda da população por esportes, e notando-se que há


momentos em que a instalação esportiva é pouco utilizada, pode-se implementar
ações alternativas como forma de aproveitar o espaço.
Ressalte-se que primeiramente deve-se avaliar se a instalação atende à sua
finalidade, no caso de equipamentos esportivos a realização de práticas esportivas.
Atendendo ao interesse público e havendo disponibilidade para realização de eventos,
as atividades são excelentes ferramentas para encontro e desenvolvimento da
comunidade.
Alguns exemplos de eventos- encontro entre indivíduos e/ou entidades que se
relacionam e estabelecem diálogo em um determinado dia e local- são: shows, festas,
feiras, reuniões, dentre muitas outras possibilidades. Podem inclusive ser fonte de
receita para o município.
Eventos podem ser organizados com as mais diversas finalidades:

58
• Artístico- manifestações de arte ligadas à música, pintura, poesia, literatura,
etc.
• Científico- aborda assuntos das ciências naturais e biológicas.
• Cultural- para o conhecimento geral ou promocional ressalta os aspectos de
uma determinada cultura.
• Cívico- foca assuntos ligado à pátria.
• Folclórico- aborda manifestações de culturas regionais de um determinado
país.
• Lazer- proporciona o entretenimento entre os participantes.
• Promocional- promove um produto, pessoa, entidade ou governo, sendo por
meio de promoção de imagem ou apoio ao marketing.
• Religioso- trata-se de assuntos religiosos sem a interferência de qual for o
credo.
• Turístico- explora os recursos turísticos de um local, cidades ou espaços de
um região ou país, por meio de viagens de conhecimento profissional ou de
lazer.

59
Referências Bibliográficas

ABNT. ABNT NBR 9050/2004. Disponível em:<http://www.mpdft.gov.br>.

ANDRADE, Renato Brenol. Manual de eventos. 2. ed. ampl. Caxias do Sul: EDUCS,
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BRASIL. Lei nº 10 257 de 10 de julho de 2001. Brasília, 2001. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br>.

BRASIL. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br >.

BRASIL. Lei nº 11 079, de 30 de dezembro de 2004. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br >.

BRASIL. Lei nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br >.

BRASIL. Decreto nº 5 296 de 2 de dezembro de 2004. Disponível:


<http://www6.senado.gov.br>.

BRASIL. Ministério do Esporte. Lei de Incentivo ao Esporte. Disponível em:


<www.esporte.gov.br/leiIncentivoEsporte>.

BRASIL. Portal de Convênios. Disponível em: <https://www.convenios.gov.br/portal/>.

EFICIÊNCIA MÁXIMA SOLUÇÕES ENERGÉTICAS. Disponível em:


<http://www.eficienciamaxima.com.br/conhecaalguns-projetos>

60
GIACAGLIA, Maria Cecília. Organização de eventos - Teoria e Prática. 1. ed . São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. 254 p.

GOMES, Isabela Motta. Manual Como Elaborar uma Pesquisa de Mercado. Belo
Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <www.biblioteca.sebrae.com.br>.

INSTITUTO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE CUSTOS REGIONAL PARAÍBA.


Disponível em: <http://www.ibecpb.org.br>.

INSTITUTO IPSOS MARPLAN. Dossiê Esporte: Um estudo sobre o esporte na vida


do brasileiro. 2006. Disponível em
<http://globosat.globo.com/sportv/hotsite/dossie/dossie_esporte.htm>. Acesso em 24
ago. 2011.

KIOSKEA. Caderno de Encargos. Disponível em:


<http://pt.kioskea.net/contents/projet/cahier-des-charges.php3>.

MATIAS, Marlene. Organização de eventos: procedimentos e técnicas. 3. ed. São


Paulo: Manole, 2004. 157 p.

MINAS GERAIS. Lei nº 14 167 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em:


<www.almg.gov.br>.

MINAS GERAIS. Lei nº 16 318 de 11 de agosto de 2006. Disponível em:


<www.almg.gov.br>.

MINAS GERAIS. Decreto nº 44 786, de 18 de abril de 2008. Disponível em:


<www.almg.gov.br>.

MINAS GERAIS. Resolução SEEJ Nº 058 /2010. Disponível em:


<http://icms.esportes.mg.gov.br>.

MINAS GERAIS. Cadastro Geral de Convenentes. Disponível em:


<http://www.convenentes.mg.gov.br/>.

MINAS GERAIS. Secretaria de Esportes e da Juventude. Lei de Incentivo ao


Esporte. Disponível em: <http://www.esportes.mg.gov.br/esportes/lei-de-incentivo-ao-
esporte>.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude. ICMS Solidário


Critério Esportes. Disponível em: < icms.esportes.mg.gov.br/>.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude. Infra Estrutura


esportiva. Disponível em <http://www.esportes.mg.gov.br/esportes/infra-estrutura-
esportiva>.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas. Consulta à


Planilha Preço SETOP Disponível em:
<http://www.transportes.mg.gov.br/index.php/servicos/preco-setop.html>.

MINAS GERAIS. Sistema de Gestão de Convênios. Disponível em:


<https://www.convenios.mg.gov.br/ao03/index.jsp>.

RAINS, Scott. Os Sete Princípios de Desenho Universal. Disponível em:


<http://www.slideshare.net/srains/os-sete-princpios-de-desenho-universal>

61
RIBEIRO, Fernando Telles. Planejamento Esportivo. Disponível em:
<http://www.planesporte.com.br>.

SINDUSCON-MG. Disponível em: <www.sinduscon-mg.org.br>.

TENAN, Ilka Paulete Svissero. Eventos. São Paulo: Aleph, 2002. 90 p.

TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Manual de Fiscalização de


Obras Públicas e Serviços de Engenharia. 2005. Disponível em:
<http://www.jacoby.pro.br/ManualTecnicodeFiscalizacaoObrasPublicaseServicosdeEn
genhariaTCM_SP.pdf>.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Coordenadoria do Espaço Físico. Disponível em:


<http://www.coesf.usp.br/procedimentos/?atividade=fiscalizacao>.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Superintendência Geral de


Administração e Finanças. Disponível em: <www.sg6.ufrj.br/obras_e_servicos.doc>.

ZANELLA, Luiz Carlos. Instalação e administração de restaurantes. São Paulo:


Metha. 2007. 352 p.

ZMITROWI, Witold. A organização administrativa do município e o orçamento


municipal. 30 p. Texto técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de
Engenharia de Construção Civil. Disponível em:
<http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/ttcap20.pdf>.

62
Anexo I- Documentos acessórios de um Ginásio Fictício

Nesta seção encontram-se, a título de ilustração, exemplos de documentos


acessórios para construção de um ginásio poliesportivo com capacidade para 6000
pesoas.

Lista de Ambientes/Atividades

Nº DE
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO
USUÁRIOS

Abrigar a recepção, revista e distribuição Catracas de controle e contagem de


Hall acesso torcida 6.000
da torcida para os ambientes esclusivos acesso
Acesso interno da torcida do hall até a
Corrimãos e guarda-corpos onde
Circulação torcida arquibancada, passando pela área dos 6.000
necessário
sanitários e Lanchonete
Assentos plásticos fixas com cores
Acomodar os torcedores com conforto e diferenciadas, placas indicativas,
Arquibancadas 6.000
segurança alambrados de proteção e placar
eletrônico.
Oferecer condições para satisfação das
Banheiros Masculino
necessidades fisiológicas com conforto e Vasos sanitários e lavatórios 3.500
torcida
segurança
Oferecer condições para satisfação das
Banheiros Feminino Mictórios, boxes com vasos sanitários
necessidades fisiológicas com conforto e 2.500
torcida e lavatórios
segurança
Pia, balcão, expositores, freezeres,
Lanchonetes Expor e vender alimentos e bebidas 6.000
bancos

Acesso Serviço Permitir a circulação do pessoal do serviço Nenhum 20

Oferecer condições para satisfação das


necessidades fisiológicas, troca e Boxes c/ chuveiros e boxes com
Vestiário Masculino acondicionamento de roupas, uniformes e vaso sanitário. Bancos . Escaninho 20
demais equipamentos esportivos com com 20 divisões. 1 lousa
conforto e segurança

Oferecer condições para satisfação das


necessidades fisiológicas, troca e Boxes c/ chuveiros e boxes com
Vestiário Feminino acondicionamento de roupas, uniformes e vaso sanitário. Bancos . Escaninho 20
demais equipamentos esportivos com com 20 divisões. 1 lousa
conforto e segurança

Oferecer condições para satisfação das


Boxes c/ chuveiros e box com vaso
necessidades fisiológicas, troca e
sanitário 2 Bancos Escaninho com 8
Vestiário Juiz acondicionamento de roupas, uniformes e 8
divisões. 1 mesa (1,20x0,80m) c/
demais equipamentos esportivos com
cadeira
conforto e segurança

Maca, desfibrilador, balão de oxigênio


Sala Atendimento Prestar atendimento médico de e demais matreriais de primeiros
3
Médico emergência a torcedores ou atletas socorros, estante com portas, mesa e
cadeira. Acesso exclusivo e rápido.
Acesso de Permitir a circulação do pessoal de
Nenhum 4
emergência atendimento médico
Receceber a realização de eventos
Traves, tabelas de basquete, postes
Quadra Poliesportiva esportivos e culturais com conforto e
de volei e alambrado
segurança

63
Nº DE
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO
USUÁRIOS

Depósito material Guardar e acondicionar materiais


Estantes e armários 1
esportivo esportivos
Depósito de Guardar e acondicionar aparelhos e
Estantes e armários 1
aparelhos equipamentos médicos
Oferecer condições para realização de Bancadas, serra elétrica, máquina de
Sala de manutenção 2
pequenos reparos solda, torno
Acomodar os seguranças durante os mesas com cadeiras, computadores e
Sala de segurança 8
eventos armários
Depósito mat. Guardar e acondicionar materiais de
Tanque e prateleiras 1
Limpeza Limpeza e Lavagem de panos e baldes
Oferecer condições para satisfação das
Boxes c/ chuveiros e boxes com
Sanitário funcionário necessidades fisiológicas, troca e
vaso sanitário. Bancos . Escaninho 10
Masculino acondicionamento de roupas, uniformes
com 10 divisões.
com conforto e segurança
Oferecer condições para satisfação das
Boxes c/ chuveiros e boxes com
Sanitário funcionário necessidades fisiológicas, troca e
vaso sanitário. Bancos . Escaninho 10
Feminino acondicionamento de roupas, uniformes
com 10 divisões.
com conforto e segurança
Abrigar a recepção, revista, estar e
Catracas de controle e contagem de
Hall acesso privativo distribuição dos profissionais de imprensa 40
acesso e poltronas
e convidados

Os dados contidos nesta lista são meramente exemplificativos.

64
Matriz Critérios

Instalações hidro-sanitárias
Acessibilidade do público

Equipamentos especiais

Piso impermeabilizado
Área necessária (m²)

Ventilação Natural

Privacidade
Luz Natural
GINÁSIO POLIESPORTIVO
(capacidade 6000 torcedores)

Hall acesso torcida 400,00 A A A B B A B


Circulação torcida 60,00 A M M B B B B
Arquibancadas 4.800,00 A B B B B B B
Banheiros Masculino torcida 80,00 A A A A A B A
Banheiros Feminino torcida 80,00 A A A A A B A
Lanchonete 200,00 A M M B A B A
Vestiário Masculino 60,00 B A A A A B A
Vestiário Feminino 60,00 B A A A A B A
Vestiário Juiz 15,00 B A A A A B A
Sala Atendimento Médico 12,00 M A M A A A M
Quadra Poliesportiva 1.200,00 B M B B B B B
Depósito material esportivo 25,00 B B B B B B B
Depósito de aparelhos 30,00 B B B B B B B
Sala de manutenção 15,00 B M A B A B B
Sala de segurança 15,00 M M A M B B B
LEGENDA: Grau de
Depósito mat. Limpeza
10,00 B B B B B B B Necessidade
Sanitário funcionário Masculino 40,00 B A A A A B A A - Alto

Sanitário funcionário Feminino 40,00 B A A A A B A M - Médio

Hall acesso privativo 100,00 B A A A B A B B - Baixo

Os dados contidos nesta matriz são meramente exemplificativos.

65
Matriz- Interferência

Depósito material esportivo


Sala Atendimento Médico

Sanitário func. Masculino

Sanitário func. Feminino


Depósito mat. Limpeza
Depósito de aparelhos
Quadra Poliesportiva

Sala de manutenção

Hall acesso privativo


Acesso emergência
Vestiário Masculino
Hall acesso torcida

Sala de segurança
Vestiário Feminino
Circulação torcida

Banheiros torcida

Acesso serviço
Arquibancadas

Vestiário Juiz
Lanchonete
GINÁSIO
POLIESPORTIVO

Hall acesso torcida ▲ X X ▬ X X X ▬ ▬ X X X ▬ ▲ X X X X



Circulação torcida ▬ X X X ▲ ▲ X X X ▬ ▲ X X X X
■ ■ ■
Arquibancadas ▲ ▲ ▬ X X X ▬ ▲ X X X X ▲ X X X X

Banheiros torcida ▲ ▲ X X X X ▲ X X X ▲ ▬ ▲ X X X

Lanchonete X X X X ▲ X X X ▲ ▬ ▬ X X ▲

Acesso serviço ▲ ▲ ▲ ▬ X X ▬ ▬ ▬ ▲ X
■ ■ ■
Vestiário Masculino X X X ▲ ▲ ▬ ▬ X ▬ ▲ X X X

Vestiário Feminino X X ▲ ▲ ▬ ▬ X ▬ ▲ X X X

Vestiário Juiz X ▲ ▲ ▬ ▬ X ▬ ▲ X X X
Sala Atendimento
■ ▲ X X X X X ▲ X X
Médico
Acesso emergência ▲ X X X ▲ ▬ ▬ ▬ ▲

Quadra Poliesportiva ▲ ▲ ▬ ▬ X X X X

Depósito material
▲ ▲ X X X X X
esportivo
Depósito de
▲ X X X X X
aparelhos
Sala de manutenção ▬ X ▲ ▲ X

LEGENDA:
Sala de segurança X X X X
Contato
Depósito mat.
▲ ▲ X ■ Direta
Limpeza
Sanitário func.
X X ▲ Indireta
Masculino
Sanitário func.
X ▬ Remota
Feminino
Hall acesso privativo X Indesejável

Os dados contidos nesta matriz são meramente exemplificativos

66
Funcionograma ou Organograma Funcional
Plano de Necessidades

ÁREA
Nº DE INTERFERÊNCIA OBSERVAÇÕES
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO ESTIMADA CRITÉRIOS
USUÁRIOS AMBIENTES GERAIS
(M²)
Acesso público 1- Previsão de
livre, Ventilação e estacionamento
Abrigar a recepção, revista e iluminação com 1200 vagas
Hall acesso 40 Catracas de controle e
1 distribuição da torcida para 6.000 400,00 2, 3, 4 naturais, , Faixa de
torcida contagem de acesso
os ambientes esclusivos acessibilidade, acumulação,
piso resistente à acesso
abrasão. controlado, 60
Acesso público vagas específicas
Acesso interno da torcida do para deficientes
livre,
Circulação hall até a arquibancada, Corrimãos e guarda-corpos físico e idosos.
2 6.000 80,00 1,3, 4, 5, 6, 11, 17 acessibilidade,
torcida passando pela área dos onde necessário 2- Previsão de
piso resistente à
sanitários e Lanchonete circulação
abrasão.
Acesso público externa de
livre, emergência com
6000 Assentos plásticos acessibilidade, ligação livre com
fixas com cores segurança, rotas logradouro
Acomodar os torcedores com diferenciadas por setores, de fuga. Atentar público; 3-
3 Arquibancadas 6.000 4.800,00 2, 4, 5, 6 Previsão de
conforto e segurança placas indicativas, para as normas
alambrados de proteção e tecnicas e hidrantes
placar eletrônico. ergonomia , externos e
sistema de demais
sonorização exigências do
Acesso público corpo de
livre, Ventilação bombeiros;
Oferecer condições para 20 Mictórios, 12 boxes com 4- Previsão de
Banheiros natural, inst.
satisfação das necessidades vasos sanitários e 20 sinalização de
4 Masculino 3.500 100,00 2e3 Hidrosanitária,
fisiológicas com conforto e lavatórios. Barras e boxes emergência;
torcida piso
segurança para PNE 5-Previsão de
impermeabilizado,
acessibilidade acesso individual

68
ÁREA
Nº DE INTERFERÊNCIA OBSERVAÇÕES
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO ESTIMADA CRITÉRIOS
USUÁRIOS AMBIENTES GERAIS
(M²)
Acesso público para cada
livre, Ventilaçãotorcida;
Oferecer condições para
Banheiros 20 Vasos sanitários e 20 natural, inst.6- Previsão de
satisfação das necessidades
5 Feminino lavatórios. Barras e box para 2.500 80,00 2e3 Hidrosanitária, unidade geradora
fisiológicas com conforto e
torcida PNE piso de energia com
segurança
impermeabilizado, sistema "no
acessibilidade break";
Acesso público 7- Previsão de
livre, atendimento subestação de
Expor e vender alimentos e Pia, balcão, expositores, 4 energia;
6 Lanchonetes 6.000 90,00 2, 3, 4 e 5 às normas do
bebidas freezeres, banquetas 8-Previsão de
Corpo de
Bombeiros reservatório
inferior com
Acesso público
50.000l de água;
controlado,piso
9- Previsão de
antiderrapante,
Permitir a circulação do 4, 5,8,9, 10, 18, uso de telha com
7 Acesso serviço nenhum 20 xx acessibilidade,
pessoal do serviço 19, 20 tratamento
equipam.
acústico;
Combate a
10- Prever
incêndio
sistema de
Acesso público cabeamento
Oferecer condições para
impedido, estruturado e
satisfação das necessidades 10 Boxes c/ chuveiros e 5
Ventilação natural, sonorização;
fisiológicas, troca e boxes com vaso sanitário.
Vestiário inst. 11- Prever cabine
8 acondicionamento de roupas, Banco (12x0,50m) . 20 60,00 7, 11, 13
Atletas da casa Hidrosanitária, de transmissão
uniformes e demais Escaninho com 20 divisões.
piso de rádio e TV;
equipamentos esportivos 1 lousa
impermeabilizado,
com conforto e segurança
acessibilidade
Acesso público
Oferecer condições para
impedido,
satisfação das necessidades 10 Boxes c/ chuveiros e 5
Ventilação natural,
Vestiário fisiológicas, troca e boxes com vaso sanitário.
inst.
9 Atletas acondicionamento de roupas, Bancos (12x0,40m) . 20 60,00 7, 11, 13
Hidrosanitária,
Visitantes uniformes e demais Escaninho com 20 divisões.
piso
equipamentos esportivos 1 lousa
impermeabilizado,
com conforto e segurança
acessibilidade

69
ÁREA
Nº DE INTERFERÊNCIA OBSERVAÇÕES
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO ESTIMADA CRITÉRIOS
USUÁRIOS AMBIENTES GERAIS
(M²)
Acesso público
Oferecer condições para
4 Boxes c/ chuveiros e 2 impedido,
satisfação das necessidades
boxes com vaso sanitário Ventilação natural,
fisiológicas, troca e
Bancos (4,80x0,40m) inst.
10 Vestiário Juiz acondicionamento de roupas, 8 15,00 7, 11,13
Escaninho com 8 divisões. 1 Hidrosanitária,
uniformes e demais
mesa (1,20x0,80m) c/ piso
equipamentos esportivos
cadeira impermeabilizado,
com conforto e segurança
acessibilidade
Maca, desfibrilador, balão de
oxigênio e demais materiais
Sala Prestar atendimento médico de primeiros socorros, Acesso público
11 Atendimento de emergência a torcedores estante com portas, 3 16,00 3, 7, 8, 9, 10, 12 controlado,
Médico ou atletas mesa(1,20x0,80m) e Ventilação natural
cadeira. Acesso exclusivo e
rápido.
Acesso público
controlado,piso
Permitir a circulação do antiderrapante,
Acesso
12 pessoal do atendimento Nenhum 3 xx 3, 7, 8, 11, 13 acessibilidade,
emergência
médico equipam.
Combate a
incêndio
Acesso público
controlado, piso
suspenso em
madeira ,
2 Traves, 2 tabelas de acessibilidade.
Receceber a realização de
Quadra basquete, 2 postes de volei grande emissão
13 eventos esportivos e culturais max. 14 1.200,00 8, 9, 10, 12
Poliesportiva e alambrado (142m c/ 6m de de ruído, acesso
com conforto e segurança
altura) de emergência,
sistema de
sonorização,
iluminação
especial

70
ÁREA
Nº DE INTERFERÊNCIA OBSERVAÇÕES
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO ESTIMADA CRITÉRIOS
USUÁRIOS AMBIENTES GERAIS
(M²)
Acesso controlado
de funcionários,
Depósito não há
Guardar e acondicionar 6 Estantes (1,20x0,40m) e 3
14 material 1 20,00 7, 16 necessidade de
materiais esportivos armários (1,50x0,60m)
esportivo ventilação e
iluminação
naturais
Acesso controlado
de funcionários,
Guardar e acondicionar não há
Depósito de
15 aparelhos e equipamentos 3 armários (1,50x0,60m) 1 9,00 11 necessidade de
aparelhos
médicos ventilação e
iluminação
naturais
Oferecer condições para 2 Bancadas (1,50x0,70), Previsão de
Sala de
16 realização de pequenos serra elétrica, máquina de 2 25,00 7, 19, 20 tomadas 300w /
manutenção
reparos solda, torno 220v
3 mesas (1,20x0,70m) com
Sala de Acomodar os seguranças
17 cadeiras, computadores e 3 8 25,00 1, 2, 3, 7, 12 Previsão de CITV
segurança durante os eventos
armários (1,50x0,50m)
Acesso controlado
de funcionário,
Piso resistente
Guardar e acondicionar ação de produtos
Depósito mat. Tanque e 4 prateleiras
18 materiais de Limpeza e 1 10,00 4, 7, 8, 9, 10 químicos.
Limpeza (1,20x0,40m)
Lavagem de panos e baldes Atendimento às
exigências do
Corpo de
Bombeiros

71
ÁREA
Nº DE INTERFERÊNCIA OBSERVAÇÕES
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO ESTIMADA CRITÉRIOS
USUÁRIOS AMBIENTES GERAIS
(M²)
Acesso público
impedido,
Oferecer condições para Ventilação natural,
satisfação das necessidades 5 Boxes c/ chuveiros e 2 inst.
Sanitário
fisiológicas, troca e boxes com vaso sanitário. Hidrosanitária,
19 funcionário 10 30,00 7
acondicionamento de roupas, Banco (3,00x0,40m) . piso
Masculino
uniformes com conforto e Escaninho com 10 divisões. impermeabilizado
segurança e resistente à
abrasão,
acessibilidade
Acesso público
impedido,
Oferecer condições para Ventilação natural,
satisfação das necessidades 5 Boxes c/ chuveiros e 2 inst.
Sanitário
fisiológicas, troca e boxes com vaso sanitário. Hidrosanitária,
20 funcionário 10 30,00 7
acondicionamento de roupas, Banco (3,00x0,40m) . piso
Feminino
uniformes com conforto e Escaninho com 10 divisões. impermeabilizado
segurança e resistente à
abrasão,
acessibilidade
Acesso público
Abrigar a recepção, revista, 10 Catracas de controle e controlado,
Hall acesso estar e distribuição dos contagem de acesso. ventilação natural,
21 40 100,00 3, 6, 12
privativo profissionais de imprensa e Previsão 4 poltronas piso resistente à
convidados (2,50x0,60m) abrasão,
acessibilidade
Os dados contidos neste Plano de Necessidades são meramente exemplificativos.

72
Anexo II- Técnicas de Uso Racional de Recursos

1- PROCESSOS DE OBTENÇÃO DE ENERGIA

Como processos alternativos de obtenção de energia atualmente em voga,


temos as seguintes:

Aquecimento Solar

Sistema que utiliza a energia solar para aquecer água e apresenta-se como
alternativa interessante já que o sol é uma fonte de energia abundante, inesgotável e
gratuita. Substitui com vantagens em dias ensolarados os chuveiros, as torneiras e
aquecedores elétricos, inclusive para aquecer piscinas. O sistema é composto
basicamente por Coletores solares, que são tabuleiros metálicos, vedados por placa
de vidro transparente em sua parte superior, que envolve serpentina que permite o
aquecimento e circulação da água aquecida pela incidência dos raios solares.
Considera-se que em média cada metro quadrado de coletor permite aquecer
aproximadamente 200 litros de água. O Boiler é um reservatório isolado termicamente
onde a água aquecida é armazenada. A circulação da água pode ocorrer naturalmente
por termossifão, ou de maneira forçada por moto-bombas. Em dias de pouca
incidência solar é possível utilizar o sistema convencional de energia elétrica para
assegurar a temperatura ideal da água. As instalações esportivas cobertas de um
modo geral são ideais para receber esse sistema, visto que possuem cobertura de
grandes dimensões, o que favorece a instalação de vários coletores, e, portanto,
permite o aquecimento de grande volume de água sem causar poluição visual. O
investimento inicial para adoção do aquecimento solar é alto, entretanto ele se paga
em pouco tempo se considerarmos a economia no consumo de energia elétrica.

Sistema de Painéis Foto-voltaicos

Sistema que utiliza Painéis Foto-voltaicos que são dispositivos compostos por
células fotovoltaicas que transformam a energia solar em energia elétrica. Tal
processo não deixa nenhum tipo de resíduo, por isso a energia fotovoltaica é
considerada limpa. Esse sistema atende tanto a consumidores domésticos quanto
empresariais ou governamentais. Quando expostos à luz direta de 1 AU, uma célula
de silício de 6 centímetros de diâmetro pode produzir uma corrente de 0,5 ampere a
0,5 volt, ou seja, cerca de 0.25 watts. ( Wikipédia). A energia produzida por esse
sistema pode substituir total ou parcialmente a energia elétrica consumida por uma
instalação esportiva. Como a geração de energia elétrica através desse sistema
depende da incidência dos raios solares e a energia produzida nem sempre será
utilizada em sua totalidade, faz-se necessário o uso de baterias para armazenar a
energia elétrica produzida.
Apresenta-se como alternativa interessante, já que o sol é uma fonte de
energia abundante, inesgotável e gratuita. Já o silício, principal semicondutor utilizado
nos painéis fotovoltaicos, é o segundo elemento mais encontrado na superfície
terrestre. Por isso, trata-se de solução energética sustentável e mais segura em
termos de abastecimento. Além disso, o sistema demanda pouca manutenção.
As instalações esportivas cobertas de um modo geral são ideais para receber
esse sistema, visto que a cobertura tem grandes dimensões, o que favorece a
instalação de vários painéis fotovoltaicos, e, portanto, permite a geração de grande
quantidade de energia elétrica sem causar poluição visual. O investimento inicial para
adoção desse sistema é alto, entretanto, ele se torna cada vez mais atraente, se
considerarmos que sua utilização pode ser modular e gradativa, adequando a oferta a
demanda. Além disso, devemos considerar o custo crescente da energia elétrica
fornecida pelas concessionárias.

2- MEDIDAS PARA RACIONALIZAÇÃO DO USO DE ENERGIA ELÉTRICA

Conforme EFICIÊNCIA MÁXIMA SOLUÇÕES ENERGÉTICAS, exemplos de


medidas para racionalização do uso de energia elétrica são os seguintes:

Sistemas de Automação Predial

O custo da energia elétrica depende de vários fatores e para otimizar o seu


gasto em um edifício, ou mesmo de uma instalação esportiva, o gestor deverá
elaborar, de posse do Plano de Gestão do espaço, perfil energético para que se
possa, com o auxílio de especialista em automação predial, delinear intervenções com
a estimativa de redução de consumo de energia e perspectivas de retorno de
investimentos em novas tecnologias. Essa análise deve considerar cada sistema
predial bem como a integração dos sistemas entre si.
As medidas de racionalização do uso de energia através da implantação de
sistema de automação poderão ser adotadas tanto em obra nova quanto em
edificação existente. No caso de obra de obra nova as medidas deverão ser
analisadas ainda na fase de elaboração do Plano de Necessidades. No caso de
instalação esportiva existente, deverá ser traçado o perfil energético baseado em
dados históricos e as intervenções delineadas baseadas no Plano de Gestão do
espaço, bem como no custo de implantação, que nesse caso será mais significativo
devido às demolições e adaptações.
O uso de sistemas de automação para monitorar e controlar os sistemas de ar
condicionado, ventilação forçada, aquecimento e integração da iluminação natural e
artificial e o uso dos elevadores, através de sensores e outros equipamentos, contribui
não só para a eficiência energética, mas também para redução do custo operacional e
de manutenção e principalmente para o conforto e bem-estar dos usuários.

Iluminação Natural

O objetivo principal do arquiteto ao projetar uma instalação esportiva em


relação à iluminação deve ser o de aproveitar ao máximo a iluminação natural, visto
que se trata do meio mais eficaz e barato. Deve ser feito estudo de demanda de
iluminância recomendados para o tipo de atividade que se pretende desenvolver no
ambiente. Além disso, deve-se preservar a uniformidade da iluminação de acordo com
valores preconizados em normas específicas. A uniformidade da iluminação é obtida
através da correta distribuição bem como dimensionamento dos equipamentos de
iluminação natural – janelas, domus, clarabóias, entre outros. Para atenuar os efeitos
da iluminância excessiva, quando for o caso, poderá ser necessário adotar medidas

74
que visem atenuá-la como posicionar as janelas em fachada onde a incidência de luz
seja menos intensa, como na fachada sul.
Outra medida pode ser a adoção de brises cuja função é diminuir a incidência
solar nos vãos ou janelas, sem impedir a ventilação natural. Podem ser fabricados em
metal ou concreto, verticais ou horizontais, fixos com várias opções de angulações ou
móveis. É possível também atenuar o excesso de incidência da luz solar através de
sombreamento conseguido através do plantio de espécie arbórea indicada, devendo-
se nesse caso tomar o cuidado de afastá-la o suficiente para que suas raízes e copa
não causem danos à edificação ou instalação esportiva. Essa solução ajuda também
na economia de energia com ar condicionado, já que evitará o aumento de
temperatura causado pela radiação solar direta.
No caso de instalações esportivas como quadras, campos e piscinas, o eixo
longitudinal deverá ficar posicionado na direção norte-sul para que os raios solares
não ofusquem a visão dos competidores. Para o atletismo, arremessos, lançamentos,
saltos e chegadas de corridas devem ser feitos com o sol pelas costas.

Iluminação Artificial

Um dos fatores que contribuem para o aumento do consumo de energia é a


iluminação artificial. Sua utilidade principal é o de iluminar os ambientes em horários
em que a luz natural não supre essa função. Entretanto, em algumas edificações ou
instalações esportivas, devido às falhas de projeto, que não aproveitam todo o
potencial de iluminância natural, faz-se necessário o uso concomitante da iluminação
natural e artificial mesmo durante o dia. Essa disfunção majora de forma direta o
consumo de energia elétrica pelo grande período de funcionamento da iluminação
artificial, bem como indiretamente, por aumentar a carga térmica do edifício e,
portanto, exigir mais do sistema de ar condicionado. Quando o projeto elétrico inicial
ou de readequação de iluminação estiver sendo elaborado faz-se necessário:
• Dividir os circuitos de iluminação de forma a aproveitar o melhor possível a luz
natural;
• Criar ou adequar a automação do sistema de iluminação, objetivando a
conservação, o conforto e viabilidade econômica;
• Tomar as medidas necessárias para o sistema de iluminação não aumente a
carga térmica do edifício.
• Utilizar o tipo de lâmpada adequado a cada ambiente.
• Utilizar, nas paredes e forros, cores e texturas que maximizem a iluminância
das lâmpadas.
• Utilizar luminárias que maximizem a iluminância das lâmpadas.
• Implementar a automação do sistema de iluminação através de medidas
utilizando-se sistemas de potência fixa ou ajustável e com diversos tipos de
controles
• Programação horária: Pode ser implementada de forma localizada, utilizando-
se temporizadores independentes ou sistema central de gerenciamento
acionado automaticamente através de comando realizado a partir de sistema
computacional. É possível que o comando seja acionado manualmente , por
opção do usuário ou quando o sistema de automação não estiver sendo

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utilizado. O objetivo principal dessa medida é criar disciplina no horário de
acionamento da iluminação.
Estima-se que com a utilização dessa medida “a economia possa chegar de 15
a 20% do consumo original dos setores considerando-se desligamentos programados
nos horários de almoço e rigidez de horários ao início e final de expediente (incluindo
limitação de tempo para limpezas)”.

Sensores de Presença

Existem dispositivos que utilizam radiação tipo infravermelho para detectarem a


entrada de pessoas em determinado ambiente e ligarem a iluminação. Quando o
ambiente voltar a ficar desocupado o dispositivo apaga a iluminação após um período
de tempo pré-determinado. Já os sensores de presença ultra-sônicos ocupam o
ambiente com campo de ondas que acionam a iluminação quando esse campo sofre
perturbações causadas pelo movimento de pessoas. Esses sensores são mais
indicados em ambientes compartimentados, visto que o campo de ondas ultra-sônicas
não é limitado por barreiras físicas.
Estima-se que com a utilização dessa medida “a economia possa chegar de 15
a 20% do consumo original dos setores, podendo ser bem superiores caso sejam
constantes os esquecimentos de luzes acesas em locais pouco ocupados.”

Sensores de Iluminância

Este sistema é utilizado para ligar ou desligar a iluminação de um ambiente ou


parte dele, a partir de valores pré-estabelecidos de iluminância, considerando-se
inclusive a luz natural. Este tipo de sensor possui células fotovoltaicas que detectam a
intensidade da luz solar, acionando a iluminação quando esta for baixa, e desligando-a
quando for alta.
Estima-se que com a utilização dessa medida “a economia possa chegar de
25% do consumo original dos setores com boa contribuição da iluminação natural ao
longo do dia.”

Sensores de Potência Ajustável

Esta tecnologia se baseia em sensores fotoelétricos que fazem a medição da


iluminância presente no local comparando-a com um valor previamente ajustado. Caso
a iluminância do local esteja inferior ao valor de referência o sistema atua aumentando
a potência da iluminação, corrigindo a distorção. Quando a iluminância local, em
determinado momento ficar superior ao valor de referência o sistema diminui a
potência da iluminação.
Estima-se que com a utilização dessa medida “a economia possa chegar de
25% do consumo original dos setores com boa contribuição da iluminação natural ao
longo do dia”.

Sistemas de Ar Condicionado

No que se refere aos sistemas de ar condicionado, o que se pretende é


proporcionar as condições adequadas de conforto dos usuários aliado ao menor

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consumo de energia. Com isso as variáveis a se considerar são a temperatura e
umidade do ar. A eficiência do sistema depende da tecnologia adotada e da forma de
operação que impactarão em seu desempenho. As características térmicas da
edificação, principalmente no que se refere aos ganhos de calor através de suas
janelas, fachadas e lajes de cobertura devem ser consideradas para avaliar a
eficiência do sistema de ar condicionado.
Os dois sistemas de ar condicionado mais utilizados atualmente são o de
expansão direta e indireta e a escolha de qual dos sistemas é mais indicado para
determinada edificação já é uma medida de economia energética. Quando o volume
de ar a ser condicionado através de um única central é muito grande, o sistema mais
eficaz seria o de expansão indireta, visto que o equipamento de expansão direta
ocuparia área de grandes proporções.
Existem atualmente dois sistemas de automação de sistemas de ar
condicionado, o de controle pneumático e outro de controle eletrônico. Ambos os
sistemas prevêem a utilização de sensores de temperatura e umidade do ambiente,
cujos níveis de sofisticação variam com as necessidades.

O desempenho energético do sistema dependerá da adequação das


variáveis de conforto- temperatura e umidade, das operações do
equipamento bem como das propriedades térmicas das paredes externas
do edifício ou instalação esportiva. O sistema de automação faz a leitura
das variáveis de conforto através de sensores, processa as informações e
atua sobre o sistema de ar condicionado, abrindo e fechando válvulas ou
registros, através de softwares específicos, para que se atinja às condições
de conforto desejadas.

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