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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA JUVENTUDE E DESPORTOS

IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL


DE DESENVOLVIMENTO DO DESPORTO EM
ANGOLA

CARTA DESPORTIVA DE ANGOLA


ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO DESPORTIVA
SISTEMA DE RECOLHA, TRATAMENTO E
DIFUSÃO DA INFORMAÇÃO

TERMOS DE REFERÊNCIA

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REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA JUVENTUDE E DESPORTOS

Autor: SharePoint

Project Manager Luis Reis

José Massuça
Consultor:
Osvaldo Caldeira

Versão: 11-Set-2012

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REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA JUVENTUDE E DESPORTOS

Índice

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4

2 OBJECTIVOS: ......................................................................................... 6

3 METODOLOGIA: ..................................................................................... 8

3.1 Estrutura da Informação da Carta Desportiva..................................... 8


3.2 Processos de Recolha de Informação................................................. 9
3.3 Tratamento de Informação e Controle de Qualidade........................... 9
3.4 Sistema de Informação e Bases de Dados........................................ 10
3.5 Sistema de Informação Geográfico .................................................. 10

4 RESULTADOS A ATINGIR COM O PROJECTO ......................................... 10

5 PLANO DE TRABALHO .......................................................................... 11

6 PRINCIPAIS INDICADORES ................................................................... 11

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REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA JUVENTUDE E DESPORTOS

IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO


DO DESPORTO EM ANGOLA

CARTA DESPORTIVA DE ANGOLA


ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO DESPORTIVA
SISTEMA DE RECOLHA, TRATAMENTO E DIFUSÃO DA INFORMAÇÃO

TERMOS DE REFERÊNCIA

1 INTRODUÇÃO

No decurso dos estudos que suportaram o desenvolvimento da Estratégia para o


Desporto em Angola o Ministério da Juventude e Desportos constatou que entre
outros constrangimentos constava a inexistência de uma base informativa para
sustentar racionalmente as decisões sobre as actividades e os investimentos
desportivos a implementar.

Foram identificadas carências de informação em quatro domínios:

1) Os equipamentos desportivos disponíveis param a prática desportiva;

2) A caracterização quantitativa e qualitativa dos profissionais do desporto e


educação física capazes de promover e orientar a prática desportiva;

3) A caracterização dos atletas em termos de sexo, idade e modalidades


praticadas; e

4) A distribuição geográfica da oferta e procura desportiva.

Acresce que, actualmente, a maioria das potências desportivas assentam as


decisões da política desportiva em sofisticados sistemas de informação
desportivos. A Carta Desportiva, o Atlas Desportivo ou o Censo Desportivo são
algumas das designações de elementos dos sistemas de informação criados para
organizar a informação sobre as necessidades e recursos desportivos.

Na estratégia desenhada para Angola duas medidas realçam a importância da


informação no desenvolvimento estratégico. A Medida 1 que visa a elaboração
da Carta Desportiva de Angola como instrumento para o Planeamento Desportivo
e a Medida 14 que para sustentar a Supervisão e Monitorização da actividade e

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apoios ao Sistema Desportivo requer o desenvolvimento do Sistema de


Informação.

Há hoje uma convicção profunda que sem um sistema de informação desportivo


convenientemente estruturado não é possível justificar racionalmente as opções
tomadas e, ainda pior, em muitos casos, por falta dessa informação, ocorrem
avultados desperdícios de recursos.

Em todo o caso, mais importante do que ter uma Carta Desportiva é a qualidade
e o pormenor da informação por ela disponibilizada. Ainda não existe, em termos
internacionais, um consenso quanto a informação que deve coberta por uma
carta desportiva.

A experiência recente demonstra que os decisores da política desportiva embora


tenham reconhecido o interesse da informação disponibilizada não apenas fazem
notar a sua insuficiência como reclamam mais dados e informação. A Carta
Desportiva que inicialmente apenas referenciava geograficamente os
equipamentos desportivos tem evoluído para sistemas de informação mais
sofisticados capazes de caracterizar a oferta e a procura desportivas, os recursos
e as necessidades.

Duas ideias são consensuais: (1) a qualidade das decisões da política desportiva
é tanto quanto melhor fôr a informação que sustenta o processo de decisão e (2)
a informação é sobretudo um sistema de apoio à decisão e, por isso, deve ser
desenhado à medida dos decisores, a saber, o Ministério da Juventude e
Desportos em primeiro lugar, e, em segundo lugar, o Conselho Superior do
Desporto que é, por excelência, o órgão de consulta do Ministério nas decisões
sobre a política desportiva.

A decisão do Executivo de, nos próximos 3 ciclos olímpicos, implementar uma


Estratégia de Desenvolvimento Desportivo tem como elemento chave para a
criação de um Sistema de Informação e, em particular, a criação de uma Carta
Desportiva.

Podemos destacar cinco elementos estruturantes da Carta Desportiva.

São eles:

1) A natureza e detalhe da informação relevante;

2) O processo de recolha de informação e a sua regularidade/periodicidade;

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3) A arquitectura do tratamento da informação;

4) O desenho do sistema de gestão das bases de dado desportivas;

5) O sistema de referenciação geográfica.

Uma vez desenhado o sistema de informação importa verificar, no terreno, o


realismo e a exequibilidade e, em conformidade, realizar os ajustamentos
necessários.

Aconselha-se, em regra, a realização de uma Carta Desportiva numa Pequena


Escala e/ou Região Piloto antes da sua implementação a nível Nacional. A
experiência indica que haverá sempre desajustamentos e custos na sua
correcção. Contudo a escala desses custos é substancialmente menor se a sua
detecção for imediata, nas fases iniciais e apenas na região piloto.

Da experiência piloto resultarão ainda as indicações para a implementação da


Carta Desportiva Nacional que integrará toda a informação desportiva do país
quer em termos de regiões quer em termos de modalidades.

Nos últimos anos, houve uma preocupação crescente do governo com uma visão
integrada do desporto e um alargamento da intervenção nas diferentes vertentes
desportivas: o Alto Rendimento, o Desporto Escolar e o Desporto para Todos.
Como seria de esperar esse será o âmbito da Carta Desportiva.

Finalmente, importa reconhecer, que a Carta Desportiva será o instrumento


indispensável para a organização de Investimentos em Equipamentos
Desportivos e, em particular, para a estruturação PIP sectorial do Desporto. Por
isso, é desejável que, conforme calendário indicado na Estratégia para o
Desporto, que a Carta Desportiva, sem prejuízo das actualizações e revisões
periódicas, esteja concluída a tempo de apoiar o programa de investimentos do
Sector Desportivo que integrará o PIP a partir de 2013.

Não é contemplado na Carta Desportiva o sistema de informação que permite


gerir e controlar os apoios logísticos e financeiros do estado ao sistema desportivo
que estão dependentes do modelo que vier a ser adoptado para a gestão dos
Contratos Programas (ver Medida 11)

2 OBJECTIVOS:

1. Propor e fundamentar a base de informação a cobrir pela Carta Desportiva


de Angola. A Carta deverá no futuro proporcionar informação sobre os

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equipamentos desportivos, a oferta desportiva, a procura desportiva, o


potencial desportivo e as fontes de financiamento desportivo.

2. Propor os processos de recolha de informação, a sua integração coerente e


a sua coordenação. A recolha, consoante a natureza da informação, deverá
ser desenhada recorrendo: à Observação Directa, a Inquéritos de
Amostragem ou a Censos e, sempre que possível, recorrer ao
reaproveitamento da Informação Administrativa. A periodicidade da recolha
poderá, conforme conveniência, ser: anual, plurianual ou infranual.

3. Definir, sem prejuízo de outras utilizações, o dispositivo base de tratamento


de dados e o modelo de difusão da informação;

4. Desenhar o Sistema de Informação Desportivo e os Sistema de Gestão de


Bases de Dados associado.

5. Desenvolver o Sistema de Informação Geográfico da Carta Desportiva.

6. Realizar o projecto-piloto da Carta Desportiva.

7. Orientar a elaboração da Carta Desportiva Nacional.

Sem prejuízo de outros elementos estruturantes a Carta Desportiva permitirá


conhecer o estado em que se encontram:

Instalações Desportivas: O desporto necessita de um espaço próprio onde as


práticas e as competições desportivas se desenvolvem. “Define também, pela
organização, codificação e vocação, o espaço de trajecto e acessibilidade às
manifestações e práticas desportivas em ambiente urbano bem como o grande
espaço descodificado onde, em contacto com a natureza, o praticante procura
novas possibilidades de prática”.

Assim o levantamento das instalações desportivas será realizado com a


codificação e definição, para além da instalação em si, da qualidade de
conservação, acessibilidade, propriedade e referenciação geográfica.

Apetrechamento: Ainda que algumas instalações desportivas sejam possíveis


de utilização com reduzido, ou mesmo nenhum, equipamento desportivo este
deverá ser sempre uma complementaridade das instalações para que a prática
se desenvolva cada vez com maior qualidade, sendo por definição o
apetrechamento o conjunto de equipamentos leves e pesados, de uso individual
e colectivo necessário à prática desportiva.

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Orgânica: Constituída pelos organismos desportivos públicos ou privados


(associações, federações, clubes)

Actividades: Diversas formas de modalidades desportivas, podendo cada uma


ter uma dinâmica organizacional formal, não formal ou informal.

Quadros Humanos: São os sujeitos do processo desportivos; praticantes,


técnicos, dirigentes.

Procura e Consumo: a definição da política desportiva por parte das entidades


públicas beneficia quando vai de encontro às verdadeiras necessidades e anseios
de uma população, pelo que o estudo da procura e consumo da prática física e
desportiva é fundamental numa sociedade em mudança. O desporto faz parte
dessa mudança pelo que seria um erro não ter em conta que os jovens podem
ter anseios diferentes que importa conhecer.

3 METODOLOGIA:

A metodologia usada deverá:

a) Identificar a oferta desportiva (equipamentos e profissionais, por modalidades


e regiões), a procura e prática desportiva (por modalidades e regiões); o
financiamento (por modalidades e regiões)

b) Assegurar a actualidade e fiabilidade da informação. A actualidade deverá ser


suportada através da recolha periódica de dados através de observação
directa, recolha de informação administrativa, amostragem ou censo; A
fiabilidade deverá ser assegurada através de procedimentos adequados de
controlo de qualidade.

c) Definir os modelos base de difusão de tratamento e difusão de informação de


acordo com as necessidades dos decisores da política desportiva.

d) Proporcionar informação sobre Desporto Escolar e a prática da Educação


Física na escola.

3.1 Estrutura da Informação da Carta Desportiva

Neste capítulo serão analisados os seguintes aspectos:

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1) A necessidade de inventariar o conjunto de equipamentos desportivos por


regiões e por modalidades desportivas;

2) Os profissionais de educação física e desporto, a sua formação e as suas


competências tendo em conta as necessidades de desenvolvimento do
sector desportivo;

3) A oferta desportiva em três segmentos: Desporto para Todos, Desporto


Escolar e Desporto de Rendimento;

4) A actividade física e a prática desportiva das populações, a expressão e


tradição das modalidades desportivas e o potencial desportivo;

5) A informação relevante será organizada por temas sendo cada tema


objecto de um processo específico de recolha informação

3.2 Processos de Recolha de Informação

Neste capítulo serão analisados os seguintes aspectos:

1) Periodicidade: Quais os temas e variáveis que serão objecto de observação


anual, infra-anual e plurianual (quinquenal);

2) Modo de Recolha: Quais temas e variáveis que devem ser recenseadas e


quais as variáveis a recolher por amostragem;

3) Método de Observação: Quais os temas e variáveis que deverão ser


objecto de observação directa, de recolha administrativa ou de resposta a
inquérito;

4) Populações de Interesse dado o papel relevante e organizador do sistema


desportivo: Federações Desportivas, Escolas, Governos Provinciais,
Desportistas, etc.;

3.3 Tratamento de Informação e Controle de Qualidade

Neste capítulo serão analisados os seguintes aspectos:

1) Representatividade da informação produzida a nível nacional e por


regiões;

2) Controle de erros de observação ou de declaração de modo a garantir a


fiabilidade da informação divulgada;

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3) Seguimento de não respostas (ausência de respostas) para assegurar a


qualidade da informação;

4) Acompanhamento das alterações nas Populações Desportivas, isto é, a


cobertura dos novos praticantes, novos clubes, novas federações, novos
treinadores assim como dos elementos da população que deixaram de
estar no universo da prática desportiva.

3.4 Sistema de Informação e Bases de Dados

Neste capítulo serão analisados os seguintes aspectos:

1) Sistema de Gestão de Bases de Dados que assegurem o registo da


informação do sistema desportivo;

2) Aplicações e Formulários para Registo de Dados e Controle Automático de


Qualidade da informação carregada;

3) Rotinas que Tratamento de Informação e produção de Relatórios Base


com correcção dos erros estatísticos.

3.5 Sistema de Informação Geográfico

Neste capítulo serão analisados os seguintes aspectos:

1) O referencial administrativo para o registo e divulgação da informação


desportiva;

2) O referencial geográfico para o registo e divulgação da informação


desportiva.

4 RESULTADOS A ATINGIR COM O PROJECTO

No final de cada fase de trabalhos será apresentada:

1) Uma proposta de referência para avaliação que servirá de base para


ajustamentos a introduzir no modelo aprovado para implementação;

2) Um plano de implementação da proposta de referência que será ajustado em


função das alterações aprovadas.

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5 PLANO DE TRABALHO

Os trabalhos serão realizados por um período de 11 meses, distribuídos pelo


seguinte plano de trabalhos:

Fases Prazo Descrição


Fase I 1 mês Estrutura da Informação do Sistema Desportivo
Fase II 1 mês Sistema de Recolha de Informação (por tema)
Arquitectura das Bases de Dados e Aplicações
Fase III 3 meses
Informáticas
Fase IV 3 meses Sistema de Informação Geográfico
Especificação Técnica e Recolha Piloto (por cada
Fase V 2 meses
tema)

6 PRINCIPAIS INDICADORES

A titulo de exemplo o Ministério da Juventude e Desportos passará a obter os


seguintes indicadores:

• Entidades Desportivas e Entidades com Instalações Desportivas.


• Instalações Desportivas Existentes de Base Formativas, por Tipologia.
• Instalações Desportivas Base Formativas - Grandes Campos de Jogos.
• Instalações Desportivas Base Formativas - Pequenos Campos de Jogos.
• Instalações Desportivas Base Formativas - Pavilhões e Salas de Desporto.
• Instalações Desportivas Base Formativas - Piscinas e Tanques de
Aprendizagem.
• Instalações Desportivas Base Formativas - Pistas de Atletismo.
• Instalações Desportivas Municipais de Base Formativa, por Tipologia.
• Instalações Desportivas Especializadas.
• Instalações Desportivas - Clubes e Colectividades, de Base Formativas e
Recreativas e Especializadas.
• Estabelecimentos de Ensino Público e Particular, com e sem Instalações
Desportivas.
• Instalações Desportivas - Estabelecimentos de Ensino, de Base Formativas e
Recreativas e Especializadas.
• Instalações Desportivas - Estabelecimentos Militares, de Base Formativas e
Recreativas e Especializadas.
• Instalações Desportivas - Entidades Privadas, de Base Formativas e
Recreativas e Especializadas.

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• Instalações Desportivas - Outras Entidades, de Base Formativas e Recreativas


e Especializadas.
• Instalações Desportivas - Especiais para Espectáculo.
• Espaços Verdes.
• Parcelas de Instalações Desportivas Existentes.
• Instalações Desportivas Propostas - a Construir e a Requalificar.
• Instalações Desportivas por Prioridade de Intervenção - Nivel 1, 2, 3 ... n.

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Luanda, 2012

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