Você está na página 1de 17

12/12/22, 10:59 UNINTER

CONFORTO AMBIENTAL
AULA 1

Profª Mônica Inês dos Santos Pires

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

CONVERSA INICIAL

Temos como objetivo apresentar os conceitos sobre conforto ambiental e sua importância para o
controle de consumo de energia em ambientes internos de edificações (residenciais ou comerciais),
considerando a eficiência do projeto de interiores e visando ao bem-estar do usuário.

A abordagem desta etapa está estruturada em cinco temas de estudo:

Conforto ambiental;

Arquitetura bioclimática;
Relação entre o clima e o conforto ambiental;

Climas do Brasil;
Zoneamento bioclimático do Brasil.

CONTEXTUALIZANDO

As técnicas de construções sustentáveis foram desenvolvidas na Roma Antiga, o que proporcionou,

no século VI, a criação da primeira legislação ambiental:

Se um objeto está colocado de maneira a obstruir o sol em um heliocaminus, deve afirmar que tal
objeto cria sombra em um local onde a luz do Sol constitui uma absoluta necessidade. Isto e, assim,

uma violação ao direto ao Sol do heliocaminus. (Lambers et al., 1999)

Um edifício é considerando energeticamente eficiente quando é capaz de proporcionar conforto

térmico/higrotérmico, lumínico, acústico e visual aos seus usuários com o menor consumo de energia.

Portanto, para desenvolver um projeto de interiores satisfatório do ponto de vista ambiental, o


profissional deve entender que é necessário aplicar as variáveis que influenciam no desempenho

energético (economia de energia) e no conforto ambiental.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

Um projeto de interiores que vise atender ao conforto ambiental do usuário deve ponderar, além

de suas necessidades, o estudo da localização do imóvel considerando o clima do local e do seu


entorno (por exemplo, relevo, vegetação, hidrografia, construções etc.) e qual será o uso da edificação

(por exemplo, residencial ou comercial) para que sejam empregadas estratégias naturais quanto à
temperatura, iluminação e acústica.

Para tanto, existem normas de desempenho que foram criadas para aplicação em arquitetura e

engenharia com o objetivo de atender aos requisitos desejáveis para o conforto ambiental, sendo estar
referência para que os designers de interiores desenvolvam seus projetos.

TEMA 1 – CONFORTO AMBIENTAL

Segundo Yannas e Corbella (2003, p. 3), “uma pessoa está confortável com relação a um
acontecimento ou fenômeno quando pode observá-lo ou senti-lo sem preocupação ou incomodo.

Então diz-se que uma pessoa está em um ambiente físico confortável quando se sente em neutralidade
com relação a ele”.

O conforto ambiental visa realizar o controle do consumo de energia em ambientes internos de

edificações (residenciais ou comerciais), buscando a eficiência do projeto de interiores, com o objetivo


de proporcionar o bem-estar do usuário ao utilizar técnicas passivas (por exemplo, aproveitar a

radiação solar, a ventilação natural e a iluminação natural) na edificação.

Vários autores descrevem que a aplicação do conforto ambiental deve ser estruturada com base

nos conceitos de conforto térmico/higrotérmico, lumínico, acústico e visual, correlacionados ao


desempenho humano, ou seja, ao tipo de atividade que as pessoas desempenham no ambiente.

Figura 1 – Conforto ambiental

Créditos: Marish/Shutterstock

O conforto térmico e o conforto lumínico estão ligados à eficiência energética, pois, em situações

desconfortáveis relacionadas a eles, recorremos ao uso de equipamentos eletrônicos para amenizar o

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

desconforto térmico e à iluminação artificial para resolver o desconforto lumínico.

Figura 2 – Conforto térmico e conforto lumínico

Créditos: Vector Juice/Shuttertsock

O ser humano utiliza o sistema sensorial (constituído pelos órgãos dos sentidos: visão, olfato,

audição, paladar e tato) para identificar seu estado de conforto ambiental ao considerar fatores como
idade, peso, sexo, saúde, metabolismo, intensidade da atividade física exercida, roupas que estão sendo
utilizadas e adaptação ao clima local em que se encontra.

Por exemplo, em uma academia de ginástica onde as pessoas realizam atividade física intensa, a
ventilação deve ser abundante, e as sensações de desconforto – seja pelo calor, seja pelo frio – quanto

ao ambiente serão diferentes para cada um devido às diferenças fisiológicas.

O cenário ideal para que se consiga o conforto ambiental em ambientes internos de edificações
provém do trabalho do designer de interiores em conjunto com uma equipe interdisciplinar (arquitetos
e engenheiros), apta a atender às necessidades dos ambientes em todas as fases de projeto,

contribuindo para o desenvolvimento sustentável pela aplicação dos conceitos de eficiência energética
e arquitetura bioclimática (bioclimatismo).

Entretanto, no Brasil, não é comum a realização de trabalhos interdisciplinares para a entrega de


um empreendimento. Na maioria das vezes, o designer de interiores é contratado para solucionar

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

problemas relacionados ao conforto ambiental em edificações quando estas já foram construídas,

sendo imprescindível que possua conhecimento básico dos conceitos sobre eficiência energética em
edificações para que, assim, seja capaz de proporcionar eficácia a seus projetos de interiores.

Os fatores que influenciam o conforto ambiental (térmico/higrotérmico, lumínico, acústico e visual)


possuem normas que servem de referência para legislações específicas e seu uso em projetos

arquitetônicos e civis, sendo necessárias para a certificação ambiental de edifícios, destacando-se:

Conforto térmico: ABNT NBR 15220-3:2005, ISO 7730 e ASHRAE 55:2013.

Conforto acústico: ABNT NBR 10152:2017 e ABNT NBR 12179:1992.


Conforto visual: ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013.
Conforto lumínico: ABNT NBR 15575:2013.

Qualidade do ar: Resolução RE/ANVISA n. 9.


Ergonomia: Norma Regulamentadora n. 17 e ABNT NBR 9050:2015.

As normas técnicas sobre conforto ambiental são referência para o desenvolvimento de projetos
de arquitetura e de engenharia. Ao aplicá-las em seus projetos, o designer de interiores possibilita que
o usuário da edificação tenha melhores condições físicas e psicológicas no espaço projetado,

propiciando mais qualidade de vida.

TEMA 2 – ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA

A interdisciplinaridade entre as áreas de arquitetura e meio ambiente contribui constantemente


para a evolução das técnicas de construções sustentáveis. O termo bioclimatismo surgiu na arquitetura
e tem as primeiras referências citadas por Victor Olgyay e Aladar Olgyay nas obras Design with Climate

e Architecture and Climate.

Figura 3 – Bioclimatismo

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

réditos: Raman Lis/Shutterstock

O termo bioclimatismo é derivado de bioclima e essa área de estudos tem seu foco no

comportamento dos processos de troca de energia que ocorrem entre as construções e o clima, com o
objetivo de alcançar o conforto ambiental humano (conforto térmico/higrotérmico, lumínico, acústico e

visual). Ele visa adequar a construção ao seu microclima, utilizando técnicas passivas (energia solar,

iluminação natural, ventilação natural etc.), com o intuito de obter a carga térmica desejada dentro do
ambiente. De acordo com Romero (2001, p. 21):

Na arquitetura bioclimática é o próprio ambiente construído que atua como mecanismo de controle

das variáveis do meio através de sua envoltura (paredes, pisos, coberturas), seu entorno (água,
vegetação, sombras, terra) e, ainda, através do aproveitamento dos elementos e fatores do clima para

melhor controle do vento e do sol.

Segundo o mesmo autor,

o edifício é um filtro; dos fluxos energéticos que permite uma interação apropriadamente o ambiente

externo e o interno. Seus espaços internos não possuem uma função determinada, estabelecendo-se

dentro deles certo “nomadismo” para acompanhar as estações do ano e o movimento aparente do
sol, e levando a uma participação ativa do homem na climatização de seu abrigo.

Figura 4 – Atuação do ambiente construído na percepção da arquitetura bioclimática

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

Créditos: elenabsl/Shutterstock

Para cada região climática, existem princípios a serem considerados ao realizar o estudo

bioclimático de uma edificação visando controlar os elementos climáticos que irão influenciar no

equilíbrio térmico entre o homem e o ambiente. Um projeto de interiores embasado nos conceitos de
arquitetura bioclimática deve considerar tudo o que acontece no ambiente externo. “As decisões

adotadas para resolver cada caso devem ser integradas, a fim de propiciar um bom nível de conforto

ambiental” (Corbella e Yannas, 2003, p. 8).

Ao aplicar os conceitos de arquitetura bioclimática em um projeto de interiores adequando-o ao

seu microclima, ou seja, considerando as características climáticas locais, é possível obter conforto
dentro de um ambiente da edificação, reduzindo o uso de equipamentos eletrônicos e satisfazendo as

necessidades do usuário. Quando conhecemos o clima da região é possível adotar estratégias

bioclimáticas como insolação (raios solares na edificação), iluminação natural, chuva e ventos do local
do edifício.

TEMA 3 – RELAÇÃO ENTRE O CLIMA E O CONFORTO AMBIENTAL

Autores como Givoni (1976), Olgyay (1963), Lynch (1980), Comes (1980), Ferreira (1965), entre

outros, desenvolveram estudos sobre o clima aplicados à obtenção de conforto ambiental em

edificações.

Pena (2022, p. 2) afirma que

o clima é o conjunto de fenômenos associados às variações do tempo da atmosfera terrestre em um

determinado local. Geralmente, o seu conceito aparece em oposição à ideia de “tempo”, que seria o

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

estado momentâneo da atmosfera. Portanto, para se conhecer um clima de um dado lugar, é preciso

vários anos de estudos e observações para, finalmente, estabelecer a conclusão sobre um


determinado tipo climático.

De acordo com o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC),

clima, num sentido restrito é geralmente definido como 'tempo meteorológico médio', ou mais
precisamente, como a descrição estatística de quantidades relevantes de mudanças do tempo

meteorológico num período de tempo, que vai de meses a milhões de anos. O período clássico é de

30 anos, definido pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Essas quantidades são
geralmente variações de superfície como temperatura, precipitação e vento. O clima num sentido mais

amplo é o estado incluindo as descrições estatísticas do sistema global. (citado por Nowatzki, [S.d.])

Romero (2000, p. 1), por sua vez, descreve que

o estudo do clima, que compreende tanto a formação resultante de diversos fatores geomorfológicos

e espaciais em jogo (sol, latitude, altitude, ventos, massas de terra e água, topografia, vegetação, solo

etc.), quanto sua caracterização definida por seus elementos (temperatura do ar, umidade do ar,
movimentos das massas de ar e precipitações), torna-se, pois, importante para a compreensão dos

princípios e para o entendimento do que deve ser controlado no ambiente a fim de se obter os
resultados esperados durante o projeto. Os fatores climático globais (radiação, latitude, longitude,

altitudes, ventos e as massas de água e terra), os fatores climáticos locais (topografia vegetação,

superfície do solo) e os elementos climáticos (temperatura, umidade, precipitações e movimentos do


ar) condicionam, determinam e dão origem ao clima nos seus aspectos macro (ou mais gerais) e nos

seus aspectos micro (ou que se verificam num ponto restrito).

Os fatores climáticos globais e locais originam o clima, enquanto os elementos climáticos o

definem.

Figura 5 – Fatores climáticos globais e locais, e elementos climáticos

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

Créditos: SnapFocus/Shutterstock

Para Lambers et al. (2014, p. 71), ao desenvolver um projeto de conforto ambiental de uma

edificação, tem-se a escala microclimática, na qual devemos considerar as condições locais de clima

para atingir o bem-estar das pessoas e a eficiência energética. Conhecendo os dados climáticos, os
arquitetos, engenheiros e designers de interiores conseguem avaliar seu desempenho térmico

analisando o comportamento das variáveis ambientais: temperatura radiante média, umidade relativa

do ar, temperatura do ar e velocidade relativa do ar.

TEMA 4 – CLIMAS DO BRASIL

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

O estudo bioclimático de uma edificação que vise ao conforto ambiental deve considerar, entre
outros parâmetros, o clima da região em que serão desenvolvidos os projetos arquitetônicos e de

engenharia civil, os quais servirão de base para o projeto de interiores. Os princípios bioclimáticos

aplicados na fase de projeto arquitetônico objetivam aproveitar os condicionantes naturais da


edificação (vento e insolação, por exemplo) para obter o conforto nos ambientes internos.

O Brasil é um país com grande extensão territorial e, consequentemente, grande variação climática,
portanto, conhecer cada clima nos auxilia na hora de adaptar a edificação aos princípios bioclimáticos.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibiliza o mapa de clima do Brasil, em que

estão representadas as diferentes zonas climáticas agrupadas por temperatura e umidade, tidas como
referência para estudos de conforto ambiental.

Figura 6 – Mapa com climas do Brasil

Fonte: IBGE, 2022.

Os climas zonais brasileiros são classificados da seguinte forma:

Equatorial, predominante em regiões próximas à Linha do Equador (Amazônia, oeste do


Maranhão e norte do Mato Grosso), caracterizado por altas temperaturas, umidade elevada

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

durante todo o ano, temperatura média de 26 ºC e alta pluviosidade.

Tropical Zona Equatorial, predominante no Tocantins, Piauí, Ceará, Maranhão, Rio Grande do

Norte, Pernambuco, região leste de Roraima e oeste da Paraíba. É caracterizado por verões
chuvosos, invernos secos com pouca chuva e temperatura média de 25 ºC.

Tropical Nordeste Oriental, predominante em toda a faixa litorânea do Nordeste, da Bahia ao Rio

Grande do Norte, sendo caracterizado por estiagem e verões chuvosos e temperatura média
anual de 25 ºC.

Tropical Brasil Central, verão quente e chuvoso e inverno quente e seco, com temperaturas

médias acima de 20 ºC e amplitude térmica anual de até 7 ºC; chuvas entre 1.000 mm/ano e 1.500
mm/ano.

Temperado, predominante em regiões próximas aos trópicos e círculos polares (central e sul do
Paraná, de Santa Catarina e Rio Grande do Sul), possui estações bem definidas, sendo verões com

temperaturas altas e invernos frios; temperatura média anual de 19 ºC.

O objetivo de realizar o estudo bioclimático de uma edificação é controlar os elementos climáticos

que irão influenciar no equilíbrio térmico entre o homem e o ambiente. Para um projeto de design de
interiores ser eficaz, deve-se considerar as análises climáticas, priorizando a eficiência energética para

atender às necessidades de conforto do usuário.

Lambers et al. (2014, p. 43) explicam que “o conforto térmico interno em edifícios não

condicionados depende muito da variação do clima externo e da experiencia de uso dos habitantes”, o

que enfatiza a importância de conhecer o clima onde será realizado o projeto de conforto ambiental,
almejando alcançar melhores resultados práticos.

Para tanto, recomenda-se que arquitetos, engenheiros e designers de interiores apliquem os

conceitos contidos na NBR 15.220/2005 – Parte 3: Zoneamento Bioclimático Brasileiro e Diretrizes

Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse Social, da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), que apresenta recomendações de projeto bioclimático desenvolvidos para diversas
regiões do Brasil (ABNT, 2005).

TEMA 5 – ZONEAMENTO BIOCLIMÁTICO DO BRASIL

A arquitetura bioclimática visa fornecer à edificação um conforto ambiental eficaz, priorizando o

baixo consumo de energia. A conexão entre zoneamento bioclimático e conforto ambiental possibilita

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

que profissionais (designer de interiores, arquitetos, engenheiros, entre outros) encontrem soluções
adequadas para alcançar o conforto ambiental considerado ideal para cada clima. O zoneamento

bioclimático do Brasil advém de estudos sobre o clima do território brasileiro, realizado entre 1931 e

1990, definido na NBR 15.220 – Parte 3.

Figura 7– Zoneamento bioclimático brasileiro

Fonte: ABNT, 2005.

A NBR 15220 contém informações relativas às propriedades térmicas de paredes e coberturas

quanto dimensões de aberturas para ventilação e necessidade de dispositivos de sombreamento. São


demonstradas as cidades brasileiras cujos climas foram classificados segundo parâmetros e condições

de conforto descritas a seguir:

Tamanho e proteção de aberturas (janelas);

Proteção das aberturas;

Vedações externas (paredes e coberturas);


Estratégias de condicionamento térmico passivo.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

O Brasil é composto por oito zonas, classificadas utilizando a Carta Bioclimática de Givoni,

adaptada ao país (NBR 15.220/2005).

Zona 1: as recomendações construtivas são o uso de aberturas com dimensões médias,

sombreamento nas aberturas de forma permitindo o sol do inverno; as paredes e coberturas com

materiais de inércia térmica leve devem utilizar isolamento térmico nas coberturas; as estratégias

bioclimáticas são o uso de aquecimento solar, com materiais de grande inércia térmica nas

vedações internas; a norma adverte que apenas o condicionamento passivo não será suficiente
nos períodos mais frios do ano. Segundo Lamber et al. (2014, p. 98), compreende as cidades de

Curitiba, Caxias do Sul, Lages, São Joaquim e Campos do Jordão.

Zona 2: recebe as mesmas recomendações construtivas da Zona 1, incluindo a necessidade de

ventilação cruzada no verão. Como ocorre na Zona 1, a norma adverte que apenas o

condicionamento passivo não será suficiente nos períodos mais frios do ano. Segundo Lamber et

al. (2014, p. 98), compreende as cidades de Laguna, Uruguaiana, Pelotas, Ponta Grossa e
Piracicaba.

Zona 3: recebe as mesmas recomendações construtivas da Zona 2, incluindo o uso de paredes

externas leves e refletoras à radiação solar. Segundo Lamber et al. (2014, p. 98), compreende as

cidades de Florianópolis, Camboriú, Chapeco, Porto Alegre, Rio Grande, Torres, São Paulo,

Campinas, Pindamonhangaba, Sorocaba, Belo Horizonte, Foz do Iguaçu, Jacarezinho, Paranaguá e

Petrópolis.
Zona 4: as recomendações construtivas são o uso de aberturas médias, sombreamento nas

aberturas durante todo o ano, paredes pesadas e coberturas leve com isolamento térmico; as

estratégias bioclimáticas são o resfriamento evaporativo, a inércia térmica para o resfriamento, a

ventilação seletiva no verão, o aquecimento solar e grande inércia térmica nas vedações internas

para o período de frio. Segundo Lamber et al. (2014, p. 98), compreende as cidades de Brasília,
Franca, Limeira, Ribeirão Preto e São Carlos.

Zona 5: as recomendações construtivas são para janelas de tamanho médio com sombreamento,

paredes leves e refletoras e coberturas leves isoladas termicamente. Como estratégias

bioclimáticas, recomenda-se o uso de ventilação cruzada no verão e de vedações internas

pesadas, com grande inércia térmica no inverno. Segundo Lamber et al. (2014, p. 98), compreende

as cidades de Niterói, São Francisco do Sul e Santos.


Zona 6: as recomendações construtivas são o uso de aberturas médias sombreadas, paredes

pesadas, coberturas leves com isolamento térmico; as estratégias bioclimáticas são de

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

resfriamento evaporativo e ventilação seletiva no verão, e vedações internas pesadas no inverno.

Segundo Lamber et al. (2014, p. 98), compreende as cidades de Goiânia, Campo Grande e

Presidente Prudente.

Zona 7: as recomendações construtivas são para aberturas pequenas e sombreadas o ano todo, o
uso de paredes e de coberturas pesadas; as estratégias bioclimáticas são de resfriamento

evaporativo e ventilação seletiva no verão. Segundo Lamber et al. (2014, p. 98), compreende as

cidades de Cuiabá e Teresina.

Zona 8: as recomendações construtivas são para aberturas grandes e totalmente sombreadas, o

uso de paredes e coberturas leves e refletoras. A estratégia bioclimática recomendada é o uso de

ventilação cruzada o ano todo. A norma adverte que apenas o condicionamento passivo não será
suficiente durante as horas mais quentes. Segundo Lamber et al. (2014, p. 99),compreende as

cidades de Belém, Corumbá, Fernando de Noronha, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Manaus,

Natal, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Santarém, Salvador, São Luiz e Vitória.

É importante para o profissional de design de interiores o conhecimento sobre o conteúdo da NBR

15.220 – Parte 3, para que consiga identificar as estratégias que irá adotar quanto ao projeto de
interiores de uma edificação com base nas técnicas construtivas para adequação climática utilizadas por

arquitetos e engenheiros.

Saiba mais

Para entender como foi classificado o Zoneamento Bioclimático Brasileiro e ampliar seus
conhecimentos acerca deste assunto, leia a NBR 15.220 – Parte 3 na íntegra (ABNT, 2005).

TROCANDO IDEIAS

Considerando o conteúdo abordado nesta etapa, converse com pessoas interessadas no tema

sobre a seguinte questão:

Qual a importância da aplicação dos conceitos de bioclimatismo nos projetos desenvolvidos pelo

designer de interiores visando ao conforto ambiental?

NA PRÁTICA

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

Para complementar os conceitos apresentados nesta etapa, leia o estudo de caso O bioclimatismo

como uma das habilidades e competências do designer de interiores: O caso da moradia em Campo

Grande, disponível em: <https://revistaintramuros.com.br/o-bioclimatismo-como-uma-das-habilidades-

e-competencias/>. Acesso em: 5 set. 2022.

FINALIZANDO

Nesta etapa, foi apresentado o conceito de conforto ambiental e sua aplicação para o

desenvolvimento de projetos de interiores com o objetivo de alcançar o conforto ambiental humano

dentro do ambiente de uma edificação utilizando técnicas passivas de energia.

Também foi abordada a importância do conhecimento do profissional de design de interiores

sobre o bioclimatismo, sob a ótica da arquitetura bioclimática. Na sequência, foi exposta a relevância da
relação entre o clima e o conforto ambiental ao desenvolver um projeto de conforto ambiental para

uma edificação objetivando o bem-estar das pessoas e a eficiência energética.

Posteriormente, foram descritos os climas do Brasil segundo a classificação do IBGE, que apresenta

as diferentes zonas climáticas que são referência para os estudos de conforto ambiental. Por fim, foi

descrito o Zoneamento Bioclimático do Brasil oriundo da NBR 15.220 – Parte 3.

REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15220-3:2005: Desempenho térmico de


edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações

unifamiliares de interesse social. Rio de Janeiro, 2005.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575-1:2013: Edifícios habitacionais de

até cinco pavimentos – Desempenho. Parte 1: Requisitos Gerais. Rio de Janeiro, 2013.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575-4:2013: Edifícios habitacionais de


até cinco pavimentos – Desempenho. Parte 4: Sistemas de vedações verticais externas e internas. Rio de

Janeiro, 2013.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575-5:2013: Edifícios habitacionais de

até cinco pavimentos – Desempenho. Parte 5: Requisitos para sistemas de coberturas. Rio de Janeiro,

2013.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15215-3:2005: Iluminação natural - Parte

3: Procedimento de cálculo para a determinação da iluminação natural em ambientes internos. Rio de


Janeiro, 2005.

BARBOSA, M. P. de A. et al. Projeto de interiores residenciais. Porto Alegre: Sagah, 2018.

CORBELLA, O.; YANNAS, S. Em busca de uma Arquitetura Sustentável para os Trópicos -

Conforto Ambiental. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2003.

COSTA, C. S.; BRANDÃO, H. C. L. O Bioclimatismo Como uma das Habilidades e Competências do

Designer de Interiores: O Caso da Moradia em Campo Grande. Revista IntraMuros. Disponível em: <

https://revistaintramuros.com.br/o-bioclimatismo-como-uma-das-habilidades-e-competencias/>.

Acesso em: 5 set. 2022.

GIVONI, B; Comfort, climate analysis and building design guidelines. In: Energy and Building, v. 18,
jul. 1992, p. 11-23.

LAMBERTS, R., DUTRA, L., PEREIRA, F. O. R. Eficiência Energética na Arquitetura. São Paulo: PW

Editores, 1997. 192 p. Disponível em: <

https://labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf>. Acesso em:

5 set. 2022.

MÄHLMANN, F. G. Conforto ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2018.

NIMER, E. Um modelo metodológico de classificação de climas. Revista Brasileira de Geografia, v.

41, n. 4, out./dez. 1979. Rio de Janeiro: IBGE, 1979. p. 59-89.

NOWATZKI, A. Tempo e Clima. Prof. Alexei Nowatzki. [S.d.]. Disponível em:


<https://profalexeinowatzki.wordpress.com/tempo-e-clima/>. Acesso em: 5 set. 2022.

PENA, R. F. A. "O que é clima?". Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/o-

que-e/geografia/o-que-e-clima.htm>. Acesso em: 5 set. 2022.

ROMERO, M. A. B. Princípios Bioclimáticos para o Desenho Urbano. São Paulo: ProEditores,

2000.

SOUZA, D. A. de. Ergonomia do ambiente construído. Porto Alegre: Sagah, 2019.

WEBER, F. P. Ergonomia e conforto ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2018.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/17
12/12/22, 10:59 UNINTER

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/17

Você também pode gostar