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O §4º do art 33 transcrito acima, assevera que a indenização pela prestação de assistência
aos dependentes não poderá ser superior aos percentuais estabelecidos nas suas alíneas "a", "b" e
"c", de acordo com o grupo a que pertence o dependente.
Conforme o dispositivo citado acima, o percentual não poderá ser superior ao ali
estabelecido, sendo assim, eles podem ser definidos em outros percentuais abaixo daquele teto
estabelecido.
Com essa inteligência do §4º, aliado à Decisão nº 1831/2020 do TCDF, há ferramenta legal
administrativa, sob a alçada do Comandante-Geral da Corporação, que pode resolver o grave
problema existente atualmente, que tem levado alguns militares à situação de insolvência em
relação ao sistema de saúde.
Uma dessas ferramentas e possibilidades estudadas por este Deputado, seria o Comandante-
Geral da Corporação utilizar de sua prerrogativa estabelecida no §4º do art. 33 da Lei nº
10.486/2002, para estabelecer uma tabela progressiva de percentuais das indenizações, de modo
que atenda ao disposto na lei e que os valores a serem cobrados dos militares atendam ao caráter
social da norma, bem como respeite o princípio da capacidade contributiva e da razoabilidade.
Como não dispomos de dados completos referentes aos procedimentos realizados por
dependentes dos militares, com os montantes anuais por militar e dependentes, as premissas aqui
apresentadas deverão ser confirmadas em estudo mais aprofundados e com os dados completos
envolvendo a indenização aos sistema de saúde.
Uma das premissas utilizadas neste estudo é o fato de que a maior parte dos atendimentos
no sistema de saúde aos dependentes são de menor complexidade, consequentemente, de menor
custo. Portanto, utilizamos o diagrama de pareto, que estabelece a proporção 80/20, em que 20% da
causa é responsável por 80% das consequências. Nessa ótica, cerca de 20% dos atendimentos
seriam responsáveis por 80% do gasto do sistema de saúde.
Estabelecendo uma tabela progressiva de percentuais de indenização, nos limites
estabelecidos na Lei nº 10.486/2002, assim como ocorre com o imposto de renda, por exemplo, os
valores a serem cobrados atenderiam não só ao ditame da lei, bem como ao princípio da
progressividade estabelecido em nosso sistema tributário, ainda não que não seja um tributo
propriamente dito.
"A progressividade, conforme Baleeiro (1999, p. 293), é um método adotado
pela Constituição Federal. Sendo a única técnica que permite a personalização dos
impostos, prevista no art. 145, parágrafo 1º da CF, uma vez que na medida em que
observa a capacidade de contribuição com base nas necessidades dos
contribuintes, o legislador passa a conceder reduções e isenções. Isso
ocorre tendo em vista o princípio da igualdade, e tais renúncias devem ser
compensadas por meio da progressividade."
(https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/insercao-de-aliquotas-
progressivas-e-intermediarias-aos-contribuintes-do-imposto-de-renda-da-pessoa-
fisica-irpf-no-brasil-como-forma-de-efetivar-os-principios-fundamentais-com-enfase-
nos-valores-socia/)
Já o princípio da igualdade nos traz que é necessário tratar todos de maneira igual, mesmo
que, para isto, seja necessário tratar os desiguais de forma desigual, que no presente caso seria
atingido com as alíquotas progressivas, as quais buscam tratar os ressarcimentos anormais, altos
montantes, de maneira diferenciada, com alíquotas menores.
Acredita-se que a aplicação das alíquotas progressivas aqui sugeridas não traria impacto
significante aos valores pagos anualmente para as corporações, a título de indenização, tendo em
visto o diagrama de pareto citado e o fato de que, ainda que o militar seja obrigado a pagar um
montante exorbitante, o ressarcimento está limitado a uma remuneração anualmente.
Portanto, abaixo transcrevo um modelo de tabela progressiva para aplicação da indenização
pela prestação de assistência médica aos dependentes do militar, de modo que o alcance aos
princípios da capacidade contributiva, razoabilidade, igualdade e outros, sejam melhor alcançados.
Frisa-se que a tabela é uma mera sugestão que poderá ser aperfeiçoada com base em estudos mais
aprofundados e com os dados completos por parte da corporação.
1º - art.
33, §4º, 20,00% 18,00% 10,00% 5,00% 1,00%
"a"
2º - art.
33, §4º, 40,00% 35,00% 20,00% 10,00% 2,00%
"b"
3º - art.
33, §4º, 60,00% 50,00% 30,00% 15,00% 3,00%
"c"
Por fim, solicito que o resultado da análise da sugestão apresentada por este parlamentar
seja encaminhado a este gabinete, no prazo de 30 dias, para que possamos continuar
acompanhando de perto essa questão e, consequentemente, consigamos trazer tranquilidade a esta
categoria tão importante para a nossa sociedade.
Desde já agradeço a presteza de sempre e coloco-me à disposição para demais
esclarecimentos que se façam necessários.
Atenciosamente,
ROOSEVELT VILELA
Deputado Distrital
À Sua Excelência
Cel QOBM/Comb. Rogério Alves Dutra
Comandante-Geral
Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal
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