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GGOVERNANÇA URBANA

E O TURISMO CULTURAL
NOS ANOS 90: a experiência
da recuperação de sítios
históricos em capitais
do Nordeste

AUTOR

Antônio Sérgio Araújo Fernandes


Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração/UFRN
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Governança Urbana e o Turismo Cultural nos Anos 90: a experiência da recu-


peração de sítios históricos em capitais do Nordeste
Antônio Sérgio Araújo Fernandes
RESUMO

Nos anos 90 observou-se na gestão de capitais brasileiras a recuperação de sítios


históricos visando crescimento do turismo. Assim foi o caso de cidades como
Recife e Salvador que empreenderam reformas urbanas visando revitalizar
importantes espaços centrais com o objetivo de transformá-los em centros de
consumo cultural e de lazer. Muitos estudos realizados nos anos 90 analisaram
os limites e possibilidades destas intervenções. Entretanto, após mais de uma
década do “boom” destas experiências faz-se necessário avaliá-las com o objetivo
de entender sua efetividade para a atividade turística das cidades. Este artigo tem
o objetivo de fazer um balanço de dois casos de recuperação de sítios históricos
visando turismo cultural, ocorridos em Recife e Salvador tendo como foco a
tentativa de estabelecer uma relação entre a realização destas intervenções
urbanas e o desempenho do turismo nas duas cidades. Como hipótese central
argumenta-se que a recuperação do Centro Histórico Pelourinho em Salvador
e a revitalização do Bairro do Recife, ainda que sejam importantes projetos,
mostraram pouca influência no crescimento do turismo em ambas as cidades.
Estes centros revitalizados representam consumo cultural majoritariamente
para os próprios cidadãos e por este motivo, apresentam todos os problemas
de natureza social para a gestão destes espaços.

Palavras-chave
Governança urbana Recuperação de sítios históricos. Turismo no Brasil.

ABSTRACT

Urban Governance and Cultural Tourism in the Nineties: the experience of


historic areas civilization in northeast capital cities

In the nineties observe in brazilian capitals administration the recupering of


historic areas. This was the case of Recife and Salvador, that made urban reforms
toward rebuilding important downtown areas with goal to turn it cultural and
leisure consumption areas. Many studies in the nineties analyzing the limits and
possibilities theses interventions. However, after more one decade of “boom”
theses experiences it´s necessary to asses it searching understand its efectivity
to touristic activity on the cities. This paper searching two cases of recupering
76 of historic areas toward cultural tourism in Recife e Salvador and it relation to
performance touristic to both cities. That central hipoteses is that the recuper-
INTERFACE
ing of centro Histórico Pelourinho in Salvador and the Revitalização do bairro
do Recife, still that it good projects, to present little influence in the growing
of tourism in both cities. These central areas rebuilding represent cultural
consumption in the majority to citzenships and for this reason, present all the
social problems to administration of these spaces.

Keywords
Urban governance. Recupering of historic areas. Tourism in Brazil.

INTERFACE - Natal/RN - v. 5 - n. 1 - jan./jun. 2008


Introdução

Ao longo da década de 1990 a agenda da política municipal de


capitais e grandes cidades do país vai encontrando um consenso. Este
consenso gira em torno da constatação, por parte de gestores, políticos
e sociedade civil, de que a falência, desde a década de 1980 de um mo-
delo centralizado de financiamento habitacional e de infra-estrutura
urbana requer uma complexa estrutura de governança que exige maior
agilidade e articulação por parte dos governos locais. Assim, processos
de participação e controle social, tornaram-se palavra de ordem para
governantes de capitais e grandes cidades no país, como se verificou
em muitas experiências durante a década de 1990. Experiências já bas-
tante conhecidas e muito difundidas, como orçamento participativo,
mutirões habitacionais, fóruns de cidade e conselhos municipais, são
exemplos de ativismo democrático na gestão local.
Uma outra dimensão da renovação da agenda de gestão municipal
no Brasil na década de 1990 refere-se a iniciativas de governos locais
em desenvolver parcerias com o setor privado em políticas de desen-
volvimento local visando superar crises de governabilidade causadas
por escassez de recursos públicos (RIBEIRO, 1995). Esta tendência da
gestão pública local terminou sendo definida como empreendedoris-
mo local. O empreendedorismo local tem como referências processos
ocorridos em cidades americanas e européias a partir da década de
1980, e agrega contribuições de vários autores que estudaram essas
mudanças no processo de governo público local ou municipal. Den-
tre estas contribuições ressaltam-se: HARVEY (1989; 1989 a; 1989b)
– quando discute o “urban enterpreneurialism”; BORJA e CASTELLS
(1996), quando tratam do “protagonismo das cidades” e GAEBLER e
OSBORNE (1993), na abordagem sobre o “governo empreendedor”.
Na perspectiva do empreendedorismo local o governo atua como
articulador de forças sociais, a partir da criação de mecanismos de
cooperação público-privado, assim como a partir da formação de con-
sensos em torno de projetos estratégicos (MOURA, 1996: 34-35). Além
disso, ganha relevância no desempenho da atividade governamental 77
a utilização de práticas de gerenciamento empresarial e marketing INTERFACE
na gestão pública, este último visando à promoção interna e externa
da cidade.
Este artigo busca analisar comparativamente as cidades do Recife
e de Salvador na implementação continuada ao longo da década de 90
do século passado até o momento, de importantes políticas similares
de parceria público-privado visando a recuperação de seus respectivos
centros históricos: a Revitalização do Bairro do Recife realizado pela
Prefeitura do Recife e a Recuperação do Centro Histórico Pelourinho
em Salvador implementada pelo Governo do Estado da Bahia.

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Antônio Sérgio Araújo Fernandes
É interessante notar que ainda que sejam políticas similares em
sua concepção básica, recuperar áreas antigas e degradadas da cidade
visando transformá-las em áreas de lazer e consumo turístico-cultural,
as coalizões político-partidárias que as realizaram são completamente
distintas. Enquanto em Recife a Revitalização do Bairro do Recife foi
realizada pela Prefeitura Municipal, durante os períodos compreendi-
dos entre 1986-1988 e 1992-1996, considerado como de administrações
progressistas, em Salvador, a recuperação do Centro Histórico Pelou-
rinho, foi implementada durante a década de 1990, pelo Governo do
Estado, através de administrações consideradas conservadoras. Esse
aspecto demonstra o consenso em torno da agenda de governança
local das cidades brasileiras ao longo da década de 1990, ainda que
comparativamente, o processo de realização de cada um dos programas
de recuperação de centros históricos tenha sido diferenciado em sua
dinâmica e em seu processo de conduta política.
O artigo está dividido em três seções. A primeira seção busca
contextualizar a difusão de experiências de recuperação de sítios his-
tóricos que passa a ocorrer no Brasil ao longo dos anos 90 do século
passado, que conceitualmente ganhou o nome de empreendedorismo
governamental. A segunda seção descreve os programas que serão
analisados aqui: a recuperação do centro histórico Pelourinho e a re-
vitalização do Bairro do Recife, em seus principais aspectos de gestão.
A terceira seção desenvolve a análise de fundo, aqui proposta, acerca
da efetividade (ou impacto) sobre o turismo dos programas realizados
nas duas cidades, e sobre a inserção social que estes espaços podem
trazer, uma vez que, são concebidos como espaços de consumo turís-
tico, ao mesmo tempo tendo a população da cidade como principal
“público” frequentador.

A governaça local e o empreendedorismo urbano no


Brasil

No Brasil, ao final da década de 1980 e início dos anos 90 a agenda


78 da política urbana de capitais e grandes cidades vai encontrando um
INTERFACE consenso congruente com a reflexão das agências multilaterais como
o Banco Mundial. Este consenso gira em torno da constatação, por
parte de gestores, políticos e sociedade civil, de que a falência, desde
a década de 1980, de um modelo centralizado de financiamento habi-
tacional e de infra-estrutura urbana requer uma complexa estrutura
de governança que exige maior agilidade e articulação por parte dos
governos locais. Esta constatação é um efeito lógico do aprendizado
de mais de trinta anos de prática de intervenção, resultando numa
ênfase maior no relacionamento direto com as cidades e seus atores
envolvidos no problema urbano (WERNA, 1996; WORLD BANK, 1991;
UNCHS, 1994; MELO E MOURA, 1990; KLINK, 2003; FERNANDES,

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2004.1). Junte-se a isso o fato de que ao longo da última década com
o avanço da globalização econômica e financeira, as grandes cidades,
mesmo as metrópoles do terceiro mundo, começam a exercer papéis
estratégicos dentro do cenário econômico mundial como locais de
atração dos novos investimentos diretos que surgem com as empre-
sas transnacionais industriais e de serviços (HARVEY, 1989; BORJA e
CARTELS, 1996).
É deste modo que processos de participação e controle social,
tornaram-se palavra de ordem para governantes de capitais e grandes
cidades no país, como se verificou em muitas experiências durante a
década de noventa. A participação social no processo de administração
municipal é contemplada na Constituição de 1988 e regulamentada
por leis complementares que prevêem o estabelecimento de conselhos
deliberativos no que tange à descentralização das políticas sociais, com
a municipalização dos serviços de saúde e assistência social, bem como
na área de educação e defesa da criança e do adolescente. Além disso,
inúmeros governos locais de capitais e grandes cidades ocupadas por
partidos ou coalizões de partidos progressistas, ao longo da década de
1990, vão desenvolver práticas, objetivando democratizar a gestão e
com isso ampliar o exercício da cidadania e realizar uma inversão de
prioridades na agenda de governo, visando dar ênfase ao atendimento
das carências urbanas mais imediatas. Experiências já bastante conhe-
cidas e muito difundidas, como orçamento participativo, mutirões
habitacionais, fóruns de cidade e conselhos municipais, são exemplos
de ativismo democrático na gestão local.
Uma outra dimensão da renovação da agenda de gestão munici-
pal no Brasil na década de 1990 refere-se a iniciativas de governos
locais em desenvolver parcerias com o setor privado em políticas de
desenvolvimento visando superar crises de governabilidade causadas
por escassez de recursos públicos (RIBEIRO, 1995). É a chamada
perspectiva do empreendedorismo local onde o governo atua como
articulador de forças sociais, a partir da criação de mecanismos de
cooperação público-privado, assim como a partir da formação de
consensos em torno de projetos estratégicos (MOURA, 1996: 34-35). 79
Passa a ter relevância no desempenho da atividade governamental a INTERFACE
utilização de práticas de gerenciamento empresarial e marketing na
gestão pública, este último visando à promoção interna e externa da
cidade (HARVEY, 1989; 1989 a; 1989b).
A revitalização de centros urbanos, realizadas por governos
locais brasileiros ao longo dos anos 90, em parceria com empre-
sas privadas teve como objetivo principal aumentar o potencial
turístico da cidade. A recuperação Pelourinho e a revitalização do
Bairro do Recife inserem-se na tentativa das Prefeituras de Recife e
Salvador desenvolverem um projeto de city marketing, que inclui a
realização de programas de recuperação da infra-estrutura urbana

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e a revitalização comercial de centros antigos, em parceria com o
empresariado, visando promover a imagem da cidade para ampliar
seu fluxo turístico doméstico e internacional. (FERNANDES, 1998,
2004; VIEIRA, 2000).
Conceitualmente este processo de parceria público-privado
desenvolvido pelos governos locais nas últimas duas décadas, que
consiste em recuperar centros urbanos antigos e degradados visando
transformá-los em parques de entretenimento turístico-cultural é um
dos principais aspectos que definem seu caráter empreendedor. Este
é um conceito criado a partir dos contextos americano e europeu
que assistiram ao longo dos anos 80 e 90 estratégias bem sucedidas
de recuperação de centros históricos transformados em parques
de entretenimento em suas cidades. A partir daí verifica-se grande
difusão destes mecanismos de gestão, inclusive em governos locais
latino-americanos.
No Brasil esta idéia de trabalho em parceria com a iniciativa priva-
da na recuperação de centros urbanos transformados em parques de
entretenimento ganhou força nos anos 90 em capitais que possuíam
potencial para o turismo de lazer e patrimônio histórico, com o são
o caso das cidades de Recife e Salvador.

A revitalização do Bairro do Recife e a Recuperação


do Centro Histórico Pelourinho em Salvador

Nesta seção vamos tratar de descrever sucintamente as duas


intervenções urbanas similares realizadas nos sítios históricos de
Salvador e Recife visando transformá-los em parques temáticos de
consumo turístico cultural. Estas duas intervenções – a Revitalização
do Bairro do recife na capital pernambucana e a Recuperação do
Centro Histórico Pelourinho em Salvador - possuem uma similaridade
na estratégia de intervenção, qual seja, inserir estes duas importantes
zonas centrais da cidade.

80 A Revitalização do Bairro do Recife


INTERFACE
A revitalização do Bairro do Recife se desenvolve em uma área de
sobrados coloniais situada no centro antigo da cidade. Entre 1993 e
1996 foi desenvolvido o Plano de Revitalização do Bairro do Recife. O
objetivo principal da revitalização do Bairro do Recife era transformar
a área em um centro de serviços, conservando seu patrimônio históri-
co e cultural e ao mesmo tempo tornando-o um espaço de diversão e
lazer capaz de constituir uma atração turística nacional e internacional
(VIEIRA, 2000: 98; ZANCHETTI ET. AL. 1998: 64 ). A Prefeitura investiu,
no período de 1993 a 1996, R$ 2,7 milhões na chamada Rua do Bom
Jesus, com uma área total construída de 52.020 m², enquanto a inicia-

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tiva privada entrou com R$ 2,85 milhões na recuperação dos imóveis
onde foram instalados bares, restaurantes e boates (ZANCHETTI ET
AL, 1998: 108).
Além disso, a Prefeitura concedeu isenção de IPTU e de 5% do ISS
sobre o faturamento total dos estabelecimentos de serviços ali instalados.
Foi criado também o Projeto Cores da Cidade, que consistia em reunir a
Prefeitura, os proprietários dos imóveis, os fabricantes de tintas e uma
emissora de televisão, para restaurar as fachadas dos prédios da rua do
Bom Jesus. Os empresários se responsabilizariam pela restauração da
fachada, com doação de tintas do fabricante (Tintas Ypiranga) e a di-
vulgação do Projeto na mídia foi feita pela Fundação Roberto Marinho,
por meio da Rede Globo.
O processo de gestão é desenvolvido em parceria com o empresa-
riado, mas a Prefeitura não desenvolve nenhum tipo de serviço especial
no lugar, apesar do policiamento ostensivo. Ainda assim, a manutenção
dos espaços públicos com serviços de reparos e calçamentos, bem como
macrodrenagem e recuperação da iluminação pública. Para a manutenção
das praças, a Prefeitura desenvolveu o Programa de Adoção de Praças:
grandes empresas responsabilizam-se pela manutenção de praças situadas
no bairro do Recife (normalmente situadas nas proximidades de suas se-
des), podendo, em troca disso, colocar anúncios publicitários no local.
Apesar do envolvimento do empresariado, os investimentos priva-
dos são sempre dependentes da contrapartida do Poder Público. Havia
sempre uma expectativa por parte das empresas instaladas no Bairro
do Recife sobre a capacidade do investimento da Prefeitura (VIEIRA,
2000: 98; ZANCHETTI ET. AL. 1998: 64 )

A Recuperação do Centro Histórico Pelourinho em


Salvador

O Programa de Recuperação do Centro Histórico de Salvador foi


desenvolvido pelo Governo do Estado da Bahia através da Secretaria
de Planejamento, Ciência e Tecnologia via CONDER (Companhia de
Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador) e da Secretaria 81
de Cultura e Turismo via IPAC (Instituo do Patrimônio Artístico Cultu- INTERFACE
ral da Bahia). Nas cinco primeiras etapas de intervenção do Programa,
foram recuperados 456 imóveis, num montante total de investimentos
de US$ 43.223 milhões oriundos do tesouro estadual, abrangendo
uma área total construída de 104.142,00 m2. Além destas quatro etapas
de recuperação, outras duas etapas de recuperação foram iniciadas a
partir de 1994, num montante total de recursos executados em torno
de US$ 26 milhões financiados pelo BIRD, sendo realizadas através
do Projeto Metropolitano da CONDER.
O uso majoritário do lugar constitui-se de pequenos estabele-
cimentos comerciais e de serviços. O Governo do Estado garantiu

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financiamento, para os empresários que se estabeleceriam no lugar,
através do Fundo do Desenvolvimento Econômico e Social (FUNDESE),
dentro de uma linha de crédito destinada para turismo denominada
Pró-Turismo. O DESENBANCO (Banco de Desenvolvimento do Estado
da Bahia), através desta linha de crédito concedeu financiamento para
abertura de pequenos estabelecimentos comerciais e de serviços, com-
patíveis com o lugar, como lojas de artesanato e souvenirs, agências
de viagem, albergues e pousadas, bares, restaurantes, galerias de arte,
lojas de roupas, antiquários.
Na 6ª etapa de recuperação que se realizou entre 1998 e 2000,
previa-se a recuperação de 116 imóveis, dentre os quais se encontrava
o edifício da antiga sede do tesouro estadual, onde inicialmente foi
planejada a criação de um centro de serviços administrativos destinado
à instalação da sede da Prefeitura Municipal de Salvador. Entretanto,
além de ser realizado apenas a metade do previsto, a ida da sede da
Prefeitura para lá não foi concretizada devido à incompatibilidade da
estrutura do edifício com o tipo de instalação que seria exigida para
escritórios.
A participação do setor privado junto com o poder público na
gestão do Centro Histórico Pelourinho, no que tange à co-responsabi-
lização na manutenção e funcionamento do lugar, é quase inexistente.
Nota-se que a participação intensa do Governo do Estado na gestão do
Centro Histórico Pelourinho tem praticamente contrapartida nula do
setor empresarial (Vasconcellos e Espinheira, 1995: 187). A decisão do
Governo do estado de arcar quase sozinho com a gerência do Centro
Histórico é justificada pelo ganho político-eleitoral que significou a
manutenção do Centro Histórico Pelourinho sob a gestão exclusiva
do poder público, dentro de um contexto de disputa política com a
gestão municipal como será visto a seguir. Além disso, soma-se o fato
do incipiente caráter autônomo do empresariado do Centro Histórico
Pelourinho, não estimular o Governo do Estado a “passar o bastão” da
gestão do lugar para a mão destes, uma vez que corre-se uma expec-
tativa de risco, com forte probabilidade de se confirmar, de tal pro-
82 cesso não possuir êxito, isto é, o Centro Histórico Pelourinho voltar
INTERFACE gradativamente ao estado de degradação que era observado antes da
intervenção, o que não seria benéfico tanto particularmente para o
Governo do Estado quanto para a própria cidade.

Resultados e Possibilidades da recuperação de sítios


históricos

O objetivo desta seção é especular sobre possíveis impactos que


a recuperação dos sítios históricos trouxeram para o fluxo turístico
internacional das cidades. A inferência básica é que o impacto destas
intervenções sobre o aumento do fluxo turísticos para as cidades é

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mínimo diante da realidade complexa que envolve a atividade turística,
sobretudo o turismo receptivo, onde desde o investimento em infra-
estrutura de transportes até hotelaria é indispensável. Evidentemente
que as intervenções agregam valor, mas sua efetividade perante o
turismo é difícil de mensurar.
Diante disso uma possibilidade que se coloca é a de inserir social-
mente estes espaços, visto que a população da cidade é a principal
freqüentadora. Tornar estes espaços mais sustentáveis socialmente,
a partir da geração de emprego e renda para a população pobre da
cidade se coloca como uma alternativa viável e importante para estes
centros revitalizados.

Impacto sobre o Turismo

Torna-se difícil avaliar qual o impacto que estes programas têm


para o desenvolvimento do turismo de ambas as cidades. É mais
razoável afirmar que eles agregam ao resto dos investimentos que
os respectivos governos municipais e estaduais fazem no setor.
Tal afirmação é feita levando-se em conta que o turismo no
Brasil possui um desempenho comparativo internacional bastante
fraco. Ainda que venha crescendo e possa crescer mais, de acordo
com dados do Ministério do Turismo (Brasil, 2005: 6), em 2003 o
número de turistas no Brasil foi de 4,1 milhões de pessoas, enquanto
que na França, país com maior fluxo turístico do mundo, foi de 75
milhões de turistas. A receita cambial do Brasil em termos turísticos
é de apenas US$ 3,4 bilhões, enquanto que a receita gerada pelos
Estados Unidos, maior receita cambial de turismo do mundo foi
de US$ 65,1 bilhões (Brasil, 2006: 9). Além disso, o Brasil participa
com apenas 28,8% do total de turistas da América do Sul e com
0,8% do total mundial.
Um outro dado importante é que a principal estratégia de go-
vernos locais para desenvolver o turismo de lazer internacional no
Brasil está voltada para a demanda de pessoas desejosas de praias
e lugares exóticos, tais como em alguns países do Caribe e do su- 83
deste asiático, nossos principais concorrentes, que como o Brasil INTERFACE
oferecem a mesma “mercadoria” turística. A questão do patrimônio
histórico e dos museus, salvo raríssimas exceções, não são fatores
tão relevantes que possam agregar à competição turística brasilei-
ra, visto que a Ásia e sobretudo a Europa possuem sítios e museus
muito mais antigos e importantes.
O desempenho das duas cidades aqui em foco com relação ao
fluxo de turismo estrangeiro mostra que Salvador no período 1994-
2003 (cf. tab.1) teve um desempenho melhor do que Recife, assim
como uma evolução no turismo estrangeiro. Mas, ainda assim o
desempenho das duas cidades em relação aos principais destinos

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do turismo estrangeiro do país, São Paulo e Rio de Janeiro, ainda é
muito fraco, sobretudo em relação ao Rio de Janeiro, que é a prin-
cipal porta de entrada do turismo de lazer do país.

Tabela 1 - Principais cidades brasileiras visitadas pelo turista estrangeiro


1994-2006 (em %)

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Rio
de 39,5 41,8 30,5 37,4 30,2 32,5 34,1 28,8 35,58 36,9
Janeiro

São
21,3 19,9 22,4 23,5 18,4 13,7 19,7 17 20,8 18,5
Paulo

Salva-
9,3 8,8 7,7 12,2 10,9 12,7 13,5 11,1 12,7 15,7
dor
Recife 4,8 5,7 4,7 5,7 7,2 6,4 5,8 7,3 8,2 7,5

Fonte: Brasil BRASIL – Ministério do Turismo. EMBRATUR. Estudo da demanda turística


internacional (1998 a 2003)

Entre 2004 e 2006, se observamos o desempenho das duas cidades


com relação ao fluxo turístico estrangeiro a partir dos dados desagre-
gados por motivo da visita (cf. tab. 2) percebe-se que Salvador neste
período mais uma vez têm um desempenho melhor que o de Recife nos
dois principais motivos de visita (lazer e negócios). Nota-se que há uma
distância muito grande das cidades de Salvador e Recife, em relação a São
Paulo e Rio de Janeiro, primeira e segunda cidades respectivamente no
fluxo turístico de negócios. No tocante ao turismo de lazer a distância
de Recife no que se refere à receptividade de turistas estrangeiros em
relação ao Rio de Janeiro e a Foz do Iguaçu, primeira e segunda cidades
principais do turismo de lazer no Brasil é bastante grande. Salvador,
ainda que esteja bastante distante no seu fluxo turístico internacional
em relação ao Rio de Janeiro, nos anos de 2005 e 2006 diminuiu um
84 pouco a distância no seu turismo receptivo em relação a Foz do Iguaçu,
INTERFACE segunda cidade brasileira em fluxo turístico internacional de lazer.

Tabela 2 - Principais cidades brasileiras visitadas pelo turista estrangeiro por


motivo (negócios ou lazer) [2004-2006 (em %)]
Motivo: negócios, eventos, conven-
Motivo: Lazer
ções
Foz
Rio Rio
do São
Recife Salvador de Ja- Recife Salvador de Ja-
Igua- Paulo
neiro neiro
çu
2004 3,5 14,2 33,9 21,7 1,9 4,4 59,4 24,3
2005 3,2 11,5 31,5 17,0 1,5 2,7 49,4 22,3
2006 2,3 11,4 30,2 17,1 1,5 2,3 51,3 22,9

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Na realidade o maior fluxo turístico nas capitais do Nordeste bra-
sileiro é doméstico. Só para se ter uma idéia, observemos o caso de
Salvador, cidade com maior fluxo turístico do Nordeste. Em Salvador
na década de 1990, o fluxo global de turistas, de acordo com a Bahia-
tursa (2000), incluindo neste número os turistas que se hospedaram
em instalações hoteleiras, classificadas e não classificadas (como apart
hotéis, albergues, pousadas e hotéis menores), bem como instalações
extra-hoteleiras (casa de parentes e/ou amigos), aponta entre os anos
de 1991 a 1999, uma média relativa de 77,72% no fluxo global de turis-
tas brasileiros neste período em comparação aos turistas estrangeiros
que tiveram neste período um número médio na participação do fluxo
global de turistas.
Segundo a Bahiatursa (2000) [cf. tab.3] com referência aos
principais mercados emissores domésticos de turistas entre 1991 e
1999, a maior parcela de turistas nacionais vindos a Salvador proce-
deu do interior do Estado da Bahia (numa média de 41,4% na década
de 1990 do fluxo global de turistas nacionais); seguidos de visitantes
oriundos dos estados de São Paulo (média de 17,8%); Rio de Janeiro
(10,1%). Estes estados emissores corresponderam na média entre 1991
e 1999 a 70% do fluxo global de turistas nacionais vindos a Salvador.

Tabela 3 - Fluxo Global de Turistas nacionais em Salvador*, 1991-1999 (%)


Mé-
dia
Estado 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
1991-
2000

Bahia 39,57 48,30 48,37 48,40 36,79 43,09 39,02 36,39 36,39 41,4

São
16,39 10,54 13,10 15,47 15,47 19,60 20,93 23,28 23,39 17,8
Paulo
Rio
de
10,21 10,15 10,35 9,87 9,55 9,41 9,51 10,68 11,72 10,1
Janei-
ro
Ou-
33,83 31,01 28,18 26,36 35,32 27,90 30,54 29,65 32,08 30,53
85
tros
INTERFACE
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: Bahiatursa (2000)


* Hotelaria classificada, não classificada e meios de hospedagem extra-hoteleiros.

O turismo doméstico, sobretudo de pessoas vindas do interior


do próprio estado da que se alojam nos meios de hospedagem
não classificados e não hoteleiros caracteriza o fluxo turístico do
Nordeste.

Governança Urbana e o Turismo Cultural nos Anos 90: a experiência da recu-


peração de sítios históricos em capitais do Nordeste
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Os centros históricos recuperados e sua inserção na
dinâmica social da cidade

Com o rápido olhar que procedemos aos dados do turismo no Bra-


sil, em especial em capitais como Recife e Salvador, podemos inferir
que os principais freqüentadores do Bairro do Recife e do Pelourinho
não são turistas (nacionais ou estrangeiros) e sim os cidadãos, os mo-
radores de Recife e Salvador. A questão que se coloca aí para análise é:
como evitar que estes espaços se tornem guetos de consumo da classe
média, tal como se fossem shopping centers, capazes de excluir grande
parte dos cidadãos de sua frequentação?
Esta questão é importante, pois em um país com desigualdade so-
cial aguda e com forte exclusão social, refletida no grande número de
pessoas pobres, como é o cotidiano das capitais brasileiras, inclusive
das duas cidades aqui analisadas, torna-se importante inserir estes
espaços em uma dinâmica social maior, capaz de torná-los espaços de
todos os cidadãos.
Em Recife, por exemplo, a Prefeitura Municipal iniciou o Projeto
Oficina Escola para Restauração de Bens Imóveis Históricos do Recife
visando combinar um programa de restauro de patrimônio histórico,
com um programa de geração de emprego e renda para uma população
jovem e pobre moradora da periferia da cidade. A coordenação geral
do projeto é de responsabilidade da Secretaria de Ciência, Tecnologia
e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura do Recife. O principal
objetivo da Oficina Escola é o de promover oportunidades de geração
de trabalho e renda, possibilitando ao jovens de 18 a 24 anos atuarem
na construção civil, como restauradores de bens imóveis históricos.
O projeto visa atender aos jovens de comunidades pobres na região
central do Recife (Região Política Administrativa 1 – RPA1). Mais es-
pecificamente, Coelhos, Joana Bezerra e Santo Amaro.
Além da RPA 1 alguns dos bens imóveis no Bairro do Recife na
região do Pilar serão alvo de restauro da Oficina que conta coma par-
ceria do empresariado da Construção civil da cidade e com a Secreta-
86 ria Municipal de Educação. A parceria com a Secretaria de Educação
INTERFACE consiste em inserir a escola de Restauro no Programa ProJovem do
Governo Federal, que integra os Ministérios da Educação, do Trabalho
e Emprego e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Através
dessa integração, em 12 meses, além da qualificação profissional, os
jovens receberiam o certificado de conclusão do Ensino Fundamental
e uma bolsa por mês, que permitiria a chance de continuar os estudos
de nível médio.

Considerações Finais

A recuperação de sítios históricos no Brasil é um tipo de política


que se acentuou sobremaneira a partir da década de noventa como

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mecanismo capaz de incentivar o turismo de lazer em cidades como
Salvador e Recife, que possuíam patrimônio colonial. As recuperações
do Centro Histórico Pelourinho e do Bairro do Recife, guardadas suas
diferenças tipológicas de intervenção e seu contexto político, possuíam
a mesma estratégia de gestão, transformar áreas históricas localizadas
no centro da cidade degradado em uma espécie de shopping de lazer
ao ar livre. Assim sendo a questão central neste tipo de intervenção era
a capacidade de atrair investimentos comerciais na área a fim de gerar
atrativos para os turistas que ali visitassem. Este tipo de ação, ainda que
importante, mostrou ao longo do tempo limitações do ponto de vista
econômico, uma vez que o turismo de lazer no Brasil é muito incipiente
tanto do ponto de vista doméstico quanto internacional.
Ações como a observada no caso de Recife com a Oficina de Res-
tauro para os jovens, mostra por parte do poder público uma com-
preensão da recuperação do patrimônio histórico para além de uma
visão possivelmente limitada desta questão que apenas contemplava o
objetivo turístico. A cidadania é incorporada neste caso, uma vez que
pessoas possivelmente excluídas do consumo turístico cultural destas
áreas da cidade passam a trabalhar nelas fazendo com que se sintam
também membros daquela comunidade.
Em todo o caso estes mecanismos de ação do Estado são impor-
tantes e tem um impacto forte no espaço urbano das grandes cidades
brasileiras. Depois de uma década destas duas experiências tão re-
portadas pela mídia, seus resultados ainda são discutidos pois a uma
dinâmica inicial de fazer a “city” hoje reflete-se que sem fazer também
a “polis” estes espaços voltarão a ser “renegados” como estavam antes
da intervenção que os recuperou.

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TRAMITAÇÃO
Recebido em: 04/02/2008
aprovado em: 10/05/2008

Governança Urbana e o Turismo Cultural nos Anos 90: a experiência da recu-


peração de sítios históricos em capitais do Nordeste
Antônio Sérgio Araújo Fernandes

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