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Layla...

... teve uma vida dura. Ficou por conta própria em uma idade jovem, tendo
sempre que fazer o que precisava ser feito apenas para sobreviver. Agora ela
tem duas outras pessoas dependendo dela e precisa de um trabalho rápido
antes que sejam despejadas. A entrevista de emprego a apresenta a Jesse
Thornton, o delicioso baterista dos Asas do Demônio. Ele lembra-a de todos
os erros do seu passado, mas é também sua esperança para o futuro.

Jesse...
... nunca deixou ninguém entrar. A única família verdadeira que ele alguma vez
teve são seus irmãos de banda e Emmie, a única mulher que ele já amou. Mas,
então, Layla entra em sua vida e ele faria qualquer coisa para conseguir um
gosto dela. Ele pode ultrapassar suas próprias inseguranças e permitir que essa
mulher entre em seu coração?
Prólogo
Foi como se eu tivesse acabado de adormecer quando ouvi o suave, quase
inaudível, toque na minha janela. Eu sabia quem era e senti o horror, como
punhos segurando meu coração e meu estômago. Sem hesitar eu joguei para trás
o velho edredom e atravessei o pequeno quarto até a janela. Um rápido olhar para
o relógio ao lado da minha cama me disse que era apenas uma hora da manhã.
Eu tinha que acordar às sete horas para chegar ao trabalho - um trabalho que eu
só tinha para que pudesse dar a Em as coisas que ela precisava, como comida.

Empurrando para trás a velha cortina que tem estado lá desde que eu era
criança, eu vi a sombra dela na noite escura lá fora. Apenas alta o suficiente para
alcançar a janela, Emmie estava no chão, usando apenas sua roupa de dormir. A
partir da luz da rua que iluminava todo o parque de trailers, vi que ela não estava
usando sapatos.

Eu abri a janela, tentando ser o mais silencioso possível. Se meu pai me


ouvisse ele viria e só Deus sabe o que iria acontecer. Aquele desgraçado era um
canhão solto1 na maior parte do tempo. Hoje à noite ele estava bêbado, então eu
realmente não queria acordá-lo. Assim que eu abri a janela para baixo, eu me
inclinei para fora e agarrei seus bracinhos finos. Ela quase não pesava nada!

1 Refere-se a alguém ou algo que é imprevisível e potencialmente perigoso se não for vigiado
por outros.
Eu puxei seu corpinho pela janela e, em seguida, levei-a para a minha cama.
Ela estava tremendo e isso não me surpreendia. Estava quase vinte graus lá fora,
o clima típico de inverno em Ohio. Felizmente não estava nevando, mas estava
congelando lá fora. Coloquei as cobertas ao redor dela, em seguida, me levantei
para pegar um par de minhas meias de lã em cima da cômoda.

Havia um arranhão em seu pé esquerdo, bem em cima. Ele estava


sangrando, mas não me atrevi a sair do meu quarto para pegar um Band-Aid.
Quando eu acabei de cobrir os pés dela e os coloquei debaixo do meu cobertor foi
quando olhei para o seu rosto...

O lábio dela estava machucado, sangue escorria pelo queixo. Seu olho já
estava inchando e ficando de um tom doentio de roxo e azul escuro. Eu queria
dar um soco em alguma coisa! Qualquer coisa! Eu realmente queria apenas
matar o monstro da mãe dela. Como ela ousava machucar a minha doce pequena
Emmie!

Ainda tremendo, ela me deu um sorriso triste. — Obrigada, — ela sussurrou.

— O que aconteceu? — Eu sussurrei de volta.

Lá estava ela, apenas nove anos de idade, demasiado pequena e abatida.


Mas ela só me deu um encolher de ombros. — Ela me acordou batendo em mim,
então eu não sei. Havia dois homens com ela quando fui para a cama. Achei que
ela estaria ocupada demais para sequer pensar em mim.

Sua mãe e seus vícios! O álcool, as drogas, e os homens. Emmie tinha visto
tanto em sua jovem vida. Sua casa estava sempre cheia de garrafas vazias de
bebidas, cachimbos de crack, agulhas, homens nus e preservativos usados.

Um dia, quando os garotos e eu fizermos sucesso com a nossa banda, nós


iremos levar Emmie para longe de tudo isso!

Mas por enquanto eu a puxei para perto e coloquei seu corpo ainda
tremendo mais perto do meu. — Obrigada por cuidar de mim, Jesse. — Ela
sussurrou em torno de um bocejo.
— Eu sempre vou cuidar de você, Em.

— Promete?

— Prometo. — Ela me deu um sorriso e fechou os olhos. — Sempre, Em. —


Eu jurei a mim mesmo quando a respiração dela nivelou e ela entrou em sono
profundo. Por enquanto ela estava a salvo em meus braços...

— Foda-se!

Eu fui acordado horas depois pelo som do meu velho homem andando pela
casa. Meu coração começou a bater mais forte quando percebi que ele estava
vindo pelo corredor em direção ao meu quarto. Eu não estava com medo por mim.
Ele não tinha colocado a mão em mim desde que eu fiz treze anos e comecei a
bater de volta. Não, eu estava apavorado por Emmie.

Se ele a visse, aqui em minha cama com todos esses machucados e


sangrando, ele pensaria uma de duas coisas: Ou que eu estava fazendo coisas
impensáveis para Emmie... ou que eu estava protegendo-a de sua mãe. Qualquer
uma dessas faria com que a polícia fosse chamada. Meu velho era um bastardo
desagradável, e provavelmente foi por isso que minha mãe nos abandonou
quando eu ainda era muito jovem para me lembrar dela, mas estranhamente ele
sempre tinha tido uma espécie de apreciação por Emmie. Eu não podia deixá-lo
vê-la, não podia deixá-lo chamar a polícia.

Eu sabia que eles iriam levá-la embora. Enquanto eu faria tudo para que
Emmie saísse desse trailer para longe daquela vadia cruel, eu também sabia que
as pessoas do serviço social poderiam colocá-la em uma casa onde eu não
poderia protegê-la de todas as outras coisas ruins que poderiam acontecer com
uma menina bonita. Os garotos e eu tínhamos decidido, a primeira vez em que
Emmie ficou sobre nossas asas, que ela estava melhor onde estava.

Pensando rápido, eu levantei o corpo dormente dela e a deitei no chão. Seus


olhos se abriram, mas eu coloquei a mão sobre sua boca antes que ela pudesse
falar. — Shhh, — eu sussurrei. — Vá para debaixo da cama e fique quieta. Ok?
Com os olhos arregalados, ela assentiu e deslizou para debaixo da cama de
solteiro. Eu pulei até o colchão e puxei as cobertas até meus ouvidos. Fechei
meus olhos, logo antes de o velho abrir a porta do meu quarto. — Jess, — ele
gritou.

Pisquei com meus olhos abertos e olhei para ele. — O que você quer, velho?
Eu estou dormindo.

— Levante seu traseiro preguiçoso. A menina Emmie fugiu. Temos que ir


procurá-la. — Ele virou-se antes mesmo de terminar de falar.

Eu esperei até que ele estivesse no corredor antes de me levantar. Peguei a


mão dela e puxei-a para fora de debaixo da minha cama. Seus grandes olhos
verdes estavam assustados. — Mamãe está procurando por mim, — ela
sussurrou. — Ela vai estar tão furiosa.

— Está tudo bem, Em. Vai ficar tudo bem, — eu prometi, com um sorriso
que eu esperava tranquilizá-la. — Eu vou sair para ajudar. Você vai para fora da
janela, ok? — Ela assentiu com a cabeça. — Em seguida, entre de volta em seu
quarto enquanto todos estiverem distraídos. Vou mandar Nik ou Drake para
fingirem ter achado você dormindo.

Ela engoliu em seco. — Ela vai me bater de novo. — Ela sussurrou.

Horror encheu meu estômago porque eu sabia que era o mais provável de
acontecer, mas eu não iria deixar! — Não. Eu tenho algum dinheiro. — Eu estava
guardando por meses para comprar uma nova bateria, mas isso era mais
importante. — Eu vou dar a ela. Ela pode comprar um pouco de coca ou qualquer
outra coisa. Ela não vai se importar.

— Jesse... — Lágrimas vidraram seus olhos verdes, e eu não queria nada


mais do que apenas estar ali e segurar a minha pequena Emmie. — Obrigada.

A hora seguinte passou rapidamente. Eu encontrei Shane e Drake já do lado


de fora de moletom e lanternas. Os irmãos pareciam meio adormecidos, mas
havia preocupação em seus olhos. Eles sabiam melhor do que ninguém o que
poderia acontecer com uma menina bonita sozinha. Eu lancei para eles olhares
significativos e o alívio pareceu cair sobre eles.

Nik estava andando, parecendo mais como um pai preocupado do que a mãe
de Emmie que estava tropeçando em vez de realmente andar. Eu tinha agarrado
meu dinheiro escondido antes de sair do meu quarto, e enquanto todo mundo
estava se movendo em grupos para procurar Emmie, eu a puxei para o lado. Ela
nem sequer me perguntou quando lhe entreguei o dinheiro. Ela estava
acostumada que um de nós lhe desse algum dinheiro para distraí-la de Emmie.
Era tudo que eu tinha, mas eu sabia que iria manter Emmie fora de sua mente
por um dia ou dois, pelo menos. Até então ela não iria sequer se lembrar desta
noite.

— Drake, você vem comigo, — eu disse a ele. — Shane, você e Nik irão
procurar no lado leste do parque de trailer.

Nik nem sequer me questionou. Ele só se moveu para fazê-lo. Shane me deu
um aceno de cabeça para me deixar saber que ele iria dizer a Nik o que estava
acontecendo. Drake me seguiu por todo o lado oeste do parque de trailers, e
fingiu procurar Emmie por uma hora. Eu contei a Drake sobre o lábio de Emmie
e seu rosto ficou violento. Eu sabia que ele queria uma bebida... Ele tinha
dezenove anos e já tinha um problema. Eu me preocupava com ele, mas acho que
me preocuparia mais se ele não tivesse a bebida para se automedicar.

O amanhecer estava chegando quando Drake entrou no trailer de Emmie e


saiu com ela. Ela tinha limpado o rosto, e eu tinha certeza que ela tinha ainda
acrescentado um pouco de maquiagem da mãe para esconder o hematoma
crescendo em seu rosto. Todos voltaram para seus trailers, mas nós nos
sentamos nos degraus da frente da casa de Emmie. Sua mãe já tinha ido embora,
ela tinha saído assim que Drake tinha aparecido com Emmie que tinha estado
'dormindo' na cama o tempo todo.

— Não podemos continuar fazendo isso. — Shane murmurou, passando os


dedos pelo cabelo. — Da próxima vez, quem sabe o que vai acontecer.

Apenas ficamos ali, sabendo que o que Shane disse era verdade...
Capítulo 1
Jesse

Acordei com um sobressalto. Meus sonhos eram tão reais que eu sabia que
tinha sido uma lembrança. Com o coração batendo forte, eu me sentei na cama e
passei a mão pelo meu áspero couro cabeludo. Eu não raspava há um ou dois
dias e já começava a aparecer.

Demorou alguns minutos, mas eu finalmente consegui manter minha


respiração sob controle. Eu tinha que ficar me dizendo que Emmie estava bem.
Ela estava no corredor, dormindo abraçada a Nik. Ela estava segura. Sua mãe
estava morta. Ninguém poderia machucar minha Emmie. Eu nunca tinha
contado a ninguém, mas depois que os Asas do Demônio tinham ficado famosos e
nós tínhamos começado uma turnê, eu tinha ataques de pânico toda noite. Eu
vivia em um estado constante de medo, pensando se Emmie estava bem em casa,
no trailer com sua mãe. Felizmente, ela tinha um telefone celular, e eu poderia
chamá-la todos os dias, às vezes uma dúzia de vezes por dia, para me certificar
de que ela estava realmente bem.

Murmurando uma maldição, eu joguei de volta meus cobertores e fui até o


meu banheiro de conexão. Estava quase amanhecendo, mas eu sabia que não iria
voltar a dormir. Em vez disso, tomei banho, não me incomodando em fazer a
barba, e desci as escadas para me fazer um café que poderia acordar os mortos.
Depois de ligar a cafeteira, procurei algo para comer na geladeira. Estava
quase vazia. A casa de praia com seis quartos em Malibu que Emmie tinha
escolhido entre as muitas que o agente imobiliário lhe tinha mostrado era
praticamente nova. Nos mudamos a poucos dias, e, vivíamos principalmente, de
comida por encomenda. Os móveis nem sequer chegariam até mais tarde hoje.

Fiz para mim sanduíche de peru e derramei meu café especial em uma
caneca. Eu não poderia sobreviver sem meu café. Eu tinha certeza que iria
acabar com câncer de estômago um dia, mas agora eu não poderia me importar
menos.

Levando minha escassa refeição para fora, me sentei no pátio e observei


como as ondas colidiam contra a praia. Era reconfortante, e o resto da minha
inquietação do meu pesadelo começou a se dissipar. Eu fiquei sentado lá por
algumas horas, amando a casa que agora era meu lar.

Pode ser estranho para algumas pessoas, quatro roqueiros em uma casa,
mas éramos mais do que apenas colegas de banda. Éramos irmãos, todos nós.
Além disso, quando Shane tinha sugerido que todos nós precisávamos ter suas
próprias casas, Emmie tinha enlouquecido...

— Talvez devêssemos ter uma casa em Hills. Sabe, eu, Drake, e Jesse, —
Shane tinha dito durante o jantar. Ela nos contou sobre a casa de praia que o
agente imobiliário lhe tinha mostrado e que queria a nossa opinião sobre o lugar
antes de fazer uma oferta.

Estávamos todos na sala de jantar do hotel, e eu estava tentando aproveitar


meu bife, mas eu tinha me acostumado a comida caseira durante todo o verão e
nada mais parecia certo estes dias. Então eu vi a mudança de Emmie assim que as
palavras saíram da boca de Shane. O jeito que ela ficou pálida e o medo e as
lágrimas que tinham feito aqueles olhos verdes bonitos sobressaírem daquele rosto
lindo dela.

— É isso que você quer? — Ela sussurrou.


Shane franziu a testa. — Eu não me importo, Emmie. Eu só acho que uma vez
que o bebê estará aqui em poucos meses você e Nik iriam querer seu próprio lugar.
Nos ter por perto o tempo todo não vai ser fácil.

Seu queixo tremeu e eu senti meu coração se quebrar. Eu odiava essas


lágrimas! Ela era a única pessoa no mundo que poderia me quebrar com uma única
lágrima. — Por favor não me deixe! — Ela sussurrou, mas ela poderia muito bem
ter gritado para ele a partir do impacto que teve sobre todos nós. — Eu... eu não
quero que você me deixe. — Suas palavras saíram em um soluço quebrado, e eu
não podia ficar no meu lugar um segundo a mais sem segurar ela.

O garfo de Nik fez um barulho ruidoso, pois bateu com o prato, e ele a tinha
em seus braços balançando-a antes que eu pudesse alcançá-la, mas eu ainda me
agachei ao seu lado. Ela escondeu o rosto no pescoço de Nik, soluçando
entrecortada enquanto eu esfregava suas costas. Eu atirei um olhar para Shane,
mas quando vi seu rosto, eu desviei o olhar. Ele estava tão quebrado quanto eu por
suas lágrimas.

— Emmie, me desculpe. Eu não quero deixá-la. Eu não vou, querida. Eu juro.


Por favor, não chore, querida. — Ele arrastou a cadeira para trás e veio se agachar
ao lado de Nik também. Ele segurou a mão dela e puxou até que ela levantou a
cabeça para olhar para ele. Lágrimas derramavam pelo seu rosto e eu queria dar
um soco em algo.

— Eu não quero que as coisas mudem, — ela soluçou. — Eu não quero que
você saia. Vocês são tudo o que eu tenho.

Shane gemeu e puxou-a em seus braços. Todo mundo em torno de nós estava
olhando com curiosidade, mas nenhum de nós se importava. Shane caiu de volta
na cadeira ao lado de Nik com Emmie agora em seu colo. Ele segurou-a com força,
sussurrando repetidamente que ele estava arrependido. Que não importa o quê,
nós não iriamos deixá-la...

Não foram apenas os hormônios da gravidez que causaram o colapso. Os


quatro de nós éramos sua família. Tudo o que ela já tinha realmente conhecido.
Nos últimos seis anos, todos tinham estado lá, todos os dias. Eu não estava
disposto a deixá-la agora.

Nik caiu ao lado de mim algum tempo depois. Vestido com calça jeans e
camiseta cinza esfumaçada dos Asas do Demônio ele parecia descansado e sem
preocupações. A pausa da turnê constante que tinha sido a nossa vida por mais
tempo do que eu poderia lembrar tinha sido boa para todos nós. Sua atitude
despreocupada era por causa de Emmie. Havia apenas um homem que eu iria
confiar o coração de Emmie, e esse era Nik.

— Deuses, eu amo isso aqui. — Nik suspirou. Parecia que, como eu, ele
tinha começado o hábito de dizer ‘Deuses’. As pequenas manias de Emmie
passavam para todos nós. Era algo que eu nem sequer percebia mais.

Eu assenti. — Eu também.

Ficamos ali sentados em um silêncio confortável. Nik e eu não precisávamos


falar para nos comunicar. Nós éramos melhores amigos desde a segunda série.
Sabíamos os segredos mais sombrios do outro. Eu era próximo de Drake e Shane,
mas Nik e eu éramos diferentes... Claro, isso não me impediu de bater nele
quando descobri que ele tinha engravidado Emmie. Ei, o que eu iria fazer? Ele me
respeitou mais por isso quando acabei de pisar nele.

Não que Emmie saiba disso.

— Nik! — Emmie gritou de dentro da casa. A porta que dava para o pátio
abriu, e ela saiu com um olhar feroz no rosto e um telefone na mão. — Você me
disse que não iria para o estúdio até a próxima semana!

Ele levantou uma sobrancelha para ela, calmo diante de sua fúria. — Está
certo. Rich agendou para a próxima terça-feira.

Ela acenou com o telefone para ele. — Então porque diabos o seu produtor
está ligando perguntando por que seu traseiro ainda não está lá?

— O quê? — Ele se levantou e pegou o telefone dela. — Olha, eu não sei o


que está acontecendo. Rich disse que era na próxima semana. — Ele colocou o
telefone no ouvido e saiu, falando rapidamente com quem estava do outro lado do
telefone.

Emmie olhou atrás dele, caindo cuidadosamente para baixo na


espreguiçadeira ao lado de mim. Eu me afastei para abrir espaço. Sua barriga
parecia ficar maior a cada dia agora. Grávida de sete meses, e, ela não era nada
exceto estômago2. Era uma loucura, porque olhando por trás, você nunca
adivinharia que ela estava carregando tal carga na frente.

— O que está acontecendo? — Perguntei.

— O infeliz do Rich ou disse errado a Nik ou Nik percebeu errado. Vocês


deveriam estar no estúdio a uma hora atrás. E eu sei que vocês vão acabar indo.
O que significa que eu vou ficar presa aqui, lidando com a mudança. Além disso,
eu tenho três governantas vindo da Perfectly Clean para entrevistas. — Ela fez
um biquinho pequeno bonito enquanto colocava o braço em volta da minha
cintura.

Eu fiz uma careta, sabendo que ela estava certa. Tempo no estúdio era um
bem precioso nos dias de hoje. Se quiséssemos começar a trabalhar no nosso
novo material, então teríamos que ir hoje. Eu odiava deixá-la para lidar com tudo
isso sozinha, mas eu também sabia que ela tinha lidado com coisas piores. Porra,
ela tem cuidado das nossas vidas há anos. Mudança e algumas entrevistas
deveriam ser mamão com açúcar em comparação com essa merda.

— Emmie, você pode acordar Shane e Drake? — Nik voltou para fora. Ele
ficou tão longe da espreguiçadeira quanto possível para segurança dele mesmo.
Emmie era capaz de bater nele se ele não ficasse longe. — Jess, você pode estar
pronto em 20 minutos?

Emmie se levantou lentamente. Tínhamos aprendido durante o verão que se


levantar muito rápido poderia deixa-la tonta. Uma vez que ela estava em pé, ela
arrancou de volta para a casa, atirando olhares assassinos para Nik. — Eu vou te
compensar, bebê, — ele a chamou. — Por favor, não fique brava!

2 Significa que a gravidez só se notava mesmo na zona da barriga.


— Foda-se, Nik! — Ela gritou por cima do ombro.

Eu não poderia esconder o meu riso enquanto ia até a casa para colocar
minha caneca de café na pia. Do andar de cima eu ouvi ela gritando com Shane,
e então gritando com Drake para levar seu traseiro até o chuveiro. Eu balancei
minha cabeça enquanto subia as escadas para me vestir.
Capítulo 2
Layla

Eu estava em pé antes que o alarme disparasse. Eu já tinha tomado banho e


estava em processo de passar meu batom, quando começou a tocar. Eu olhei
para o meu reflexo e fui até o quarto para desligar.

Na cama, Lana e Lucy gemeram e se abraçaram mais perto uma da outra.


Ambas precisavam se levantar para que eu pudesse deixá-las na escola, Lana no
ensino médio e Lucy no Fundamental. A escola começou na semana passada,
mas ambas pareciam ainda estar em seu horário de verão. Eu puxei as cobertas
para fora e bati palmas para elas.

— Levantem, preguiçosas. — Eu bati levemente em Lucy. — Acabou o tempo!


Lana, banho. Lucy, café da manhã. — Deixei-as para se levantarem, confiante de
que elas iriam seguir meus comandos. Desde que vieram morar comigo há dois
anos, após a morte de nossa mãe, elas não me deram problemas.

De volta ao banheiro, eu terminei de colocar minha maquiagem e me vesti


com meu uniforme habitual de calças pretas e uma blusa branca de botões.
Deslizei meus pés em um par de sandálias e eu estava pronta. Dei uma última
olhada no espelho para ter certeza de que estava apresentável, e então eu estava
andando para a cozinha, onde Lucy estava comendo um pop-tart3.

— Boa sorte hoje, Layla, — ela me disse com a boca cheia de pasta.

Eu deixei cair um beijo no topo de sua cabeça escura encaracolada. —


Obrigada, minha florzinha. — Eu tinha uma entrevista hoje. Se tudo corresse
bem, eu teria um emprego permanente, como uma dona de casa ao invés de
apenas uma substituta temporária aqui e ali. Precisávamos disso, porque um
trabalho aqui e ali não estava cobrindo as contas. Se isso não funcionasse, eu
teria que voltar para o meu antigo emprego...

Lana entrou na cozinha com uma mochila por cima do ombro. Pesava sua
figura com todos os livros pesados, mas esse era o preço que ela tinha que pagar,
e que eu estava disposta a fazê-la continuar a pagar. Eu estava determinada que
ela ia fazer algo de sua vida. Ela ia ter todas as chances que eu nunca tive. Se eu
era durona quando se tratava de obrigá-la a estudar e manter o nariz limpo,
então era uma pena.

— Eu estou pronta. — Lana suspirou quando ela tomou um pacote de pop-


Tarts do armário e tirou uma garrafa de água na geladeira.

Eu deixei Lana primeiro e depois Lucy, porque era no meu caminho. Meu
celular tocou, me dando as instruções que o meu chefe, Stan, tinha me prometido
ontem à noite, quando ele me ligou para dizer que tinha me colocado na lista
para uma entrevista como uma governanta permanente. A mulher tinha pedido
por suas três melhores governantas sem uma posição permanente. Eu não tinha
certeza de que era uma das suas melhores, mas Stan sabia que eu precisava do
dinheiro.

Quando cheguei ao portão, comecei a me perguntar o que diabos essas


pessoas eram. Quando o guarda pediu minha carteira de motorista e, em
seguida, levou um momento para consultar a sua lista antes de fazer uma
chamada de telefone, eu estava realmente começando a me preocupar com o que
eles podiam ser. Quem precisava desse tipo de proteção contra visitantes

3 É um biscoito pré-cozido recheado feita pela Kellogg.


indesejados? Claro que isso era Los Angeles County, mas existiam celebridades
em todos os lugares aqui. Quem quer que fosse tinha que ser alguém
ridiculamente famoso, importante ou perigoso para precisar deste tipo de
proteção do mundo exterior.

Depois de alguns minutos, o guarda corpulento acenou para mim. Eu segui


as instruções que ele me deu por todo o caminho até o final da praia. Quando eu
estacionei na calçada ao lado de algum carro esportivo que eu sabia que custava
mais do que eu poderia fazer em dez vidas, eu quase desmaiei. Eu estava em
casa, na cama, ainda sonhando... Certo?

Atrás do carro esportivo havia um pequeno cupê que parecia um pouco


velho. Imaginei que pertencesse a alguma das outras governantas que seriam
entrevistadas. Meu estômago estava cheio de borboletas e de ansiedade. Isso era
muito bom para ser verdade. Tinha de ser. Quem morava aqui não iria me
contratar. Eles iriam querer alguém mais velho, com mais experiência, alguém
respeitável.

Eu tinha apenas vinte e cinco e só tinha trabalhado como empregada


temporária para a Perfectly Clean por menos de dois anos. Eu não era respeitável.
Eu tendia a correr a minha boca, e eu tinha mais tatuagens e piercings do que
era normal. A maioria das pessoas com que trabalhei me faziam usar mangas
compridas e queriam que meu cabelo fosse mantido baixo para cobrir as minhas
tatuagens. A mulher que tinha chamado Stan não iria me querer...

Mesmo enquanto eu pensava essas palavras uma mulher de meia-idade com


cabelos grisalhos em um coque severo saiu da casa. Ela estava resmungando
para si mesma e balançando a cabeça em agitação. Ela entrou no cupê, colocou-o
em sentido inverso, e praticamente queimou os pneus quando saia da garagem.
Eu assisti com horror quando ela quase atingiu a van em movimento que estava
vindo pelo meio-fio. O motorista tocou a buzina para a mulher, mas ela não
parou quando passou na unidade e saiu em disparada pela estrada.

Pisquei algumas vezes, meu coração batendo forte pelo que eu acabei de
testemunhar. O que a deixou tão chateada?
Finalmente me recompondo, eu saí do meu velho Corolla e comecei a subir a
calçada até a porta da frente. Atrás de mim, o motorista e sua tripulação estavam
saindo da van. Eles estavam rindo e xingando. Eu atirei-lhes uma careta quando
cheguei à porta e toquei a campainha. Momentos depois, se abriu para uma
mulher com um temperamento completamente vibrante queimando em seus
olhos.

— O quê? — Ela retrucou.

Eu notei o fogo em seus olhos verdes, a chama de suas narinas, fazendo com
que o pino no nariz subisse e descesse com cada respiração dela. Seu cabelo
castanho estava puxado para trás em um rabo de cavalo e a camiseta dos Asas
do Demônio que ela usava se esticava sobre uma perceptível barriga de grávida.
Eu sabia quem ela era, claro que eu sabia. Você não ouvia a música que eu ouvia
e não sabia quem Ember Jameson era. E mesmo se você não ouvisse rock, você
saberia quem ela era se você tivesse pego um tabloide qualquer dos últimos três
meses. O fato de que ela estava grávida do bebê de Nik Armstrong tinha sido uma
grande notícia.

Isso fundiu minha mente.

— Sou Layla Daniels, — eu disse a ela. — Eu trabalho para Perfectly Clean e


fui chamada para uma entrevista.

Ela passou seu olhar sobre mim da cabeça aos pés. Minhas calças
compridas escondiam a tatuagem da minha perna direita, mas a camisa não
cobria os nós celtas em meus pulsos, e eu tinha certeza de que minha camisa e
sutiã não disfarçavam o fato de que ambos os meus mamilos eram furados.
Ember levou seu tempo na viagem de volta para o meu rosto, e com a cabeça
inclinada para o lado, como se estivesse vendo algo que era particularmente
curioso para ela.

— Layla? — ela questionou. — Sua mãe deve gostar de Eric Clapton? — Dei
de ombros e uma sugestão de um sorriso dançou em seus lábios. — Bem, então,
vamos fazer o melhor da situação.
Eu bufei pela linha da canção e concordei. — Sim, eu nunca ouvi isso
antes... O que você fez com aquela mulher, já agora? Ela quase bateu no
caminhão da mudança.

Ember recuou para me deixar entrar. — Vadia julgadora! Eu disse a ela que,
se ela fosse contratada, ela teria que ser mente aberta. Eu vivo com quatro
roqueiros, pelo amor de Deus. Um deles acorda em uma poça de seu próprio
vômito a maioria das vezes. Ela disse que era desprezível... Ah, e se eu estava
certa de qual deles era o 'papai do bebê’?

Mordi o lábio quando ela realmente fez aspas quando disse: 'papai do bebê’.
Eu poderia ver a mim mesma nessa mulher e acabei de conhecê-la. Senti como se
a conhecesse há anos. — Uau. Eu teria golpeado a cadela.

— Certo? — Ela sorriu completamente agora. — Mostrei verdadeira restrição.


— Ela ficou segurando a porta aberta. Quando ouviu os motores na garagem, ela
suspirou. — Desculpe-me um minuto. Era para ter quatro homens fisicamente
capazes de me ajudar hoje, mas ei... — Ela balançou a cabeça, murmurando
sobre 'o fodido Nik’, quando ela desceu os poucos degraus. — Quem está no
comando? — Ela chamou para o pessoal da mudança.

Um homem se aproximou com uma placa de grampo na mão. Seu cabelo era
curto e gengibre, quando ele sorriu, houve um chip em seu dente esquerdo, e
suas mãos musculosas pareciam mais carne do que mão. — Você é a senhorita
Jameson? — Ele deu-lhe um olhar malicioso de cima a baixo, e eu senti minha
pressão subir. Será que este filho da puta achava que podia olhar para ela assim?
Eu decidi então que iria passar o dia ali, quer conseguisse o emprego ou não.

— Sou eu, sim. — Seu tom era frio, seu corpo tenso.

— Bem, mocinha, nós temos suas coisas para você. Que tal mostrar-nos
onde devemos colocá-las. — Seu tom era completamente sugestivo.

Deixei a porta e caminhei ao lado de Ember. — Que tal fazer a porra do seu
trabalho, em vez de assediar sexualmente a mulher grávida, idiota?
Na verdade, eu senti um pouco da tensão deixar a outra mulher do meu
lado. — Na verdade, eu tenho uma ideia melhor. Que tal eu chamar o seu chefe,
dizer-lhe como você está falando comigo, e verá quanto tempo você pode manter o
seu emprego.

O filho da puta, na verdade, teve a ousadia de sorrir. — Eu sou o chefe.

— Uau, e você ainda está no negócio? — Ember piscou os olhos para ele
docemente.

— Sim, senhora. Nós somos o melhor por aqui. — Eu me perguntava por que
ele tinha um sotaque sulista, se ele era o melhor em Los Angeles County. Talvez
ele era o melhor no Alabama ou Georgia de seu profundo sotaque, embora eu
ainda não podia imaginá-lo sendo o melhor em qualquer lugar com o jeito que ele
estava falando e olhando para Ember.

— Isso é maravilhoso. — Ela puxou o celular do bolso traseiro das calças de


brim e começou a discar. — Sabe, eu ouvi dizer que vocês eram os melhores.
Embora eu não soubesse que iria receber o tratamento pervertido completo. Eu
realmente vou ter de agradecer Rich pela recomendação de vocês para mim. —
Ela sorriu, mas eu podia ver o vapor praticamente vindo de suas orelhas. — Ei,
Rich. Como vai você, sua pilha podre de merda?

— Sabe, eu estou tão emocionada com a empresa de mudança que você


recomendou. O fato de que o proprietário está ajudando com a mudança das
minhas coisas na minha casa é um excelente serviço pessoal. Que os garotos
misteriosamente tiveram que ir para o estúdio uma semana mais cedo, poucas
horas antes de a mudança chegar... Bem, caramba, isso é muito ruim, muito
ruim. — Eu podia ouvir o sarcasmo, podia sentir a raiva crescendo. — Não, não.
Obrigada por toda sua ajuda... Eu sei que você está ocupado, mas eu só queria
que você soubesse que Jesse vai parar mais tarde para bater a merda em você...
Sim, filho da puta! E se você continuar essa merda eu vou deixar meus rapazes
assinarem com outra pessoa até o final da porra do mês! Ouvi dizer que o gerente
da vadia da Gabriella esta salivando para levá-los a bordo. Sabe, há rumores de
que Axton trocou você por Craig. Eu duvido que você pode sobreviver por muito
tempo sem o meu pessoal.
Houve uma longa pausa, onde ela tinha o telefone pressionado para sua
orelha e parecia estar olhando para o espaço, enquanto ela ouvia quem estava do
outro lado. Finalmente, ela deu um sorriso verdadeiro neste momento. — Isso é o
que eu pensava. — Ela tirou o telefone do ouvido dela e ofereceu-o ao chefe da
mudança. — Ele gostaria de falar com você.

De sobrancelhas levantadas, o homem com barriga de cerveja pegou o


telefone. — Olá? — Seu olhar curioso virou-se para uma surpresa. Eu assisti,
fascinada enquanto o homem ficou rosa, em seguida, com a mesma rapidez,
passou para um pálido doentio. — Sim, senhor. Eu entendo, senhor. Obrigado,
senhor.

Com dedos trêmulos ele devolveu ao telefone. Seus olhos estavam baixos,
enquanto falava com Ember novamente. — Peço desculpas por falar com você
desse jeito, Senhorita Jameson. Se você puder, por favor, mostre-nos onde você
gostaria que suas coisas fiquem e vamos começar... Se você ainda quer que
façamos o trabalho, minha senhora.

Os olhos verdes de Ember estavam gelados. — Você já está aqui, então você
também pode descarregar. Já defini fotos de tudo do jeito que eu quero que eles
sejam colocados. É bastante autoexplicativo, mas se você tiver uma dúvida,
pergunte. Não assuma nada. Seus merdas não irão embora até que tudo esteja
onde eu quero.

— Sim, senhora. — O homem acenou com a cabeça e virou-se para os seus


homens, latindo ordens para começar.

Ember se virou para mim com uma careta. — Obrigada. Eu aprecio sua
ajuda.

Eu dei de ombros. — Eu não fiz muito, mas de nada. Se você não se importa,
mesmo se você decidir que não me quer para o emprego, eu gostaria de ficar até
que eles terminem... ou o seu pessoal chegar em casa.

— Vamos conversar lá dentro. Eu poderia pegar alguma coisa para beber.


Gostaria de algo?
Capítulo 3
Layla

Segui Ember na cozinha, mal percebendo a sala de estar enquanto


passávamos por ela. Estava vazia, exceto pelas imagens no chão indicando o que
e como ela queria que seu mobiliário fosse colocado. Ela era excepcionalmente
bem organizada, mas acho que ela precisaria ser depois de anos cuidando dos
membros dos Asas do Demônio.

A cozinha tinha todos os novos aparelhos: uma grande geladeira em aço


inox, fogão plano e máquina de lavar louça. Havia um grande balcão no centro
com uma pia e lixo. As bancadas eram de granito em um tom de terra que
combinava bem com as paredes amarelas aparadas em branco. Não havia
cadeiras então eu me recostei no balcão enquanto ela pegava garrafas de água na
geladeira e me oferecia uma.

— Eu realmente aprecio a sua ajuda externa. Não que eu não pudesse ter
lidado com isso, mas comecei a ser um pouco mais cautelosa desde que eu
engravidei. — Ela acariciou a barriga inchada.

Assenti. — Eu entendo. E não foi nada. Aquele cara era um desses idiotas,
mas eu já tive minha cota desse tipo de cara.
— Confie em mim, no negócio de rock, eu tive a minha parte também. — Ela
fez uma careta. — Rich irá realmente pagar por isso... — Ela murmurou baixinho
antes de tomar um gole de sua água. Depois de um momento, Ember balançou a
cabeça como se quisesse livrar-se de seus pensamentos. — Vamos começar a
trabalhar. — Ela estendeu a mão. — Sou Ember Jameson... Mas por favor, me
chame de Emmie.

Eu apertei a mão dela. — Prazer em conhecê-la, Emmie.

— Eu vou ser direta com você, Layla. A primeira governanta que eu


entrevistei esta manhã era quase tão ruim quanto a segunda que você viu sair.
Eu não posso relaxar com pessoas pretensiosas como essas em minha casa. Mas
você, eu gosto de você. E sinceramente isso não acontece muitas vezes. Eu não
tenho muitas amigas... — Ela revirou os olhos. — Crescer com os meus rapazes
tornou difícil fazer amigas.

Eu sorri. — Eu sou uma fã dos Asas do Demônio, então acho que eu entendo
o que você está dizendo.

Seus olhos se iluminaram. — Incrível. Eu aprecio os verdadeiros fãs. A


maioria das mulheres que são fãs tende a parecerem prostitutas à procura de um
caso.

Eu sabia que as mulheres gostavam disso, haviam crescido com uma mulher
assim. Eu não era assim. Sexo com um roqueiro não era a minha praia. Eu tinha
visto em primeira mão as consequências do que um pernoite com algum roqueiro
bêbado poderia trazer. — Eu não saio com roqueiros, apenas ouço a sua música,
— Eu assegurei a ela.

— Conte-me sobre você. — Ela pulou em cima do balcão ao lado do fogão,


balançando as pernas, enquanto me estudava. — Você é casada, tem um
namorado, crianças?

Eu balancei minha cabeça. — Não e não. Não há nenhum homem na minha


vida, e eu não quero um. Os homens são problemas. Eu não tenho filhos, mas eu
tenho a guarda das minhas irmãs. Lucy tem seis, e Layla vai fazer dezoito anos
em algumas semanas.
Ela pareceu pensativa sobre isso por um minuto, em seguida, assentiu. —
Okay. Bem, eu quero lhe oferecer o emprego. Eu tenho que dar-lhe um período
experimental de três meses, mas eu realmente gostaria que você trabalhasse
aqui.

Meu coração gaguejou por um momento, antes de pular e ir galopando para


longe. — Você está falando sério? — Eu perguntei, minha voz rouca.

— Muito sério. Eu acho que vamos trabalhar bem juntas. — Ela pegou um
bloco de notas que eu tinha acabado de notar no balcão ao lado dela. — Vamos
falar dos benefícios. Eu quero contratá-la por fora, o que significa que seu
contrato será por mim e não o normal que a Perfectly Clean exigiria. Eu li as
coisas que eles me mandaram e tive sérios problemas com isso. — Ela deu um
gemido de desgosto. — Agora, este é apenas o rascunho. Eu vou pedir que meu
advogado faça um contrato real, e você pode assiná-lo no final da semana.

— Hum... está bem.

— Você vai ter de seguro de saúde, que inclui dental. A visão é opcional, mas
podemos discutir isso mais tarde. Já que você tem as suas irmãs para pensar,
nós podemos colocá-las em seu plano. Isso é com você, mas não pergunte a
minha opinião sobre as crianças sem cuidados de saúde. Podemos vir a brigar
por isso.

— Eu gostaria de ter as duas no meu plano. — Apressei-me em dizer. Eu não


poderia ter me importado menos se eu tinha seguro de saúde, mas as meninas
precisavam.

Emmie sorriu. — Okay. Mas como eu disse, podemos discutir isso mais
tarde. — Ela rabiscou algo em seu bloco de notas. — Este lugar é enorme, mas
nós também temos uma casa de hóspedes separada. É de apenas um quarto, de
50 metros quadrados. Está completamente equipada com cozinha própria, e eu
gostaria que você se mudasse para lá. Sinto muito, mas eu preciso que você viva
perto de nós. Não fazemos festas nem nada, mas meus rapazes precisam de
limpeza, mais tempo do que o normal no dia.
Ela era de verdade? Ela queria que eu me mudasse? Eu não consegui
responder, estava demasiado chocada. Ela franziu o cenho para o meu contínuo
silêncio. — Eu entendo se você não quiser, pelas suas irmãs. Quero dizer, estes
são roqueiros, e eles vivem uma vida dura. Eu não gostaria que minhas irmãs se
sujeitassem a isso também, mas...

— Não! — Eu balancei minha cabeça. — Não, não é isso. Eu adoraria me


mudar. — Porra, eu estava um mês atrasada em meu aluguel e estava esperando
que a megera da minha senhoria fosse bater na minha porta a qualquer momento
com uma ordem de despejo. Eu tinha certeza de que estava sonhando, ou eu que
tinha pisado em algum universo alternativo, onde tudo saia como eu queria. — E
Lucy... Ela já viu pior.

Os olhos verdes de Emmie escureceram. — Pior?

Eu cerrei os dentes, pensando na vida que a minha irmã mais nova teve que
viver até a morte de nossa mãe. Eu nem sabia que Lucy existia até que recebi um
telefonema dos serviços sociais há dois anos. — Minha mãe não era a melhor
mãe.

Ela desviou o olhar, sua mandíbula tensa. — Sim, está bem. Eu entendo
isso. — Sua garganta falhou e ela ficou em silêncio por um longo momento.
Quando ela olhou para mim, seus olhos estavam vidrados. — O quarto tem uma
cama king size, e o sofá na sala de estar é um sofá-cama. Você vai mudar?

— Sim. Eu posso fazer isso.

— Ótimo... — Mais rabiscos no bloco. — Antes de falarmos em números, eu


quero te dizer o que eu espero.

— Justo.

— Eu quero que o andar de baixo seja sua prioridade principal. Meu


escritório é na parte de trás da casa, mas vou cuidar disso. Por favor, não vá lá, a
menos que você venha falar comigo primeiro. Os caras podem cuidar de seus
quartos na maior parte do tempo, mas a roupa é uma tarefa impossível para eles.
Eles vão lhe trazer suas cestas quando eles precisarem de roupa limpa. Eu quero
os quartos aspirados semanalmente. Os banheiros também... Com a exceção de
um quarto. Preciso que esse seja limpo a cada dois dias. Eu vou te mostrar.

Toda a sua expectativa parecia razoável. Emmie queria que eu fizesse o café
da manhã e às vezes preparar o almoço. Eu era responsável pelas compras de
supermercado e haveria uma lista de necessidades/desejos. — Por favor. Quando
você fizer compras para a casa, certifique-se de abastecer a sua própria geladeira,
enquanto você fizer isso. Não se atreva a me deixar saber que você está pagando
pelas compras com dinheiro do seu próprio bolso! Isto é inaceitável.

— Eu... — Como é que eu respondia a isso? Eu não gostava de esmolas, mas


essa mulher não fazia soar como se fosse. — Ok.

Ela sorriu. — Ótimo. Nunca discuta comigo sobre isso. Eu odiaria ter de
demiti-la por causa disso.

Eu levantei minhas mãos em sinal de rendição. — Eu juro, eu não vou


discutir com você sobre isso.

Ela inclinou a cabeça para o lado como quando nos conhecemos. — Mas isso
não significa que não vamos discutir? — Eu dei de ombros e ela riu. — Ótimo. Eu
não quero um ratinho manso com medo de responder para mim.

— Não se preocupe. Eu não estou nem perto de ser mansa.

Ela estava rabiscando novamente em seu bloco de notas, e então ela rasgou
um canto da página e ofereceu-me. — Esta é uma série semanal. Se, após a
primeira semana, você decidir que não é suficiente... E realmente, eu meio que
esperava que isso acontecesse, então não tenha medo de vir até mim e falar sobre
isso... Podemos rever os números.

Eu não peguei o papel em primeiro lugar. Eu estava curiosa para saber por
que ela diria isso. — Por que eu pensaria que você não está me pagando o
suficiente? — Porra, ela estava me oferecendo um lugar para morar e comida na
minha geladeira. Todas as minhas necessidades pessoais atendidas.
Ela suspirou. — O banheiro do Drake é... Bem, só me prometa que você vai
vir a mim, se ele começar a ser demais, ok? — Ela acenou com a mão para mim.
— Por favor, pegue.

Eu finalmente peguei o pedaço de papel dela e olhei para o número escrito


nele. Isso foi quando eu tive certeza de que ainda estava em casa na cama. Porra!
Eu não ganhava esse tipo de dinheiro em um mês no meu antigo emprego. E ela
queria me pagar isso em uma semana? Que tipo de bagunça que Drake fazia que
ela estava disposta a me pagar mais? — Você aceita?

— Eu... eu... — Apertei minha mandíbula para parar o fluxo de gagueira.


Respirando fundo, eu assenti. — Eu aceito.
Capítulo 4
Jesse

Minha cabeça estava me matando na hora em que voltamos para a casa. Eu


tinha passado o dia trabalhando na composição de uma música e outra na
bateria até o ponto em que meus ouvidos estavam tocando junto com a batida.
Eu queria um punhado de comprimidos de ibuprofeno e um gole de Patrono com
um desespero que eu sabia que Drake também sentia.

Shane estacionou o Escalade na calçada ao lado de um Corolla cinza


surrado. A coisa parecia uma armadilha, mas eu não iria julgar nada. Meu
primeiro carro não tinha todos os assentos de passageiros. Eu só esperava que
quem Emmie houvesse contratado para ajudá-la em casa tivesse ido fazer
compras, porque eu queria comida que não viesse de uma caixa hoje.

Eu fui o último a entrar na casa. Drake partiu direto para seu quarto,
provavelmente para pegar uma de suas garrafas de Jack Daniels. Shane
murmurou algo sobre uma corrida para limpar sua cabeça, e Nik já estava
gritando para Emmie. — Onde está você? — Ele gritou.

— Aqui no escritório. — Eu ouvi ela gritar de volta.

Eu levei um tempo. O pessoal da mudança tinha feito um bom trabalho em


arrumar todos os móveis que Emmie tinha escolhido. A sala parecia confortável,
até aconchegante. O longo sofá marrom escuro ficava de frente para a tela grande
pendurada no canto e da parede de vidro que dava para a praia. Eu percebi que
eu não estaria assistindo muita televisão com essa visão para me distrair.
Algumas mesas com luminárias vermelhas sobre elas ficavam em cada
extremidade do sofá, uma mesa de centro em frente a ele. As paredes estavam
nuas, mas Emmie queria pendurar pôsteres dos Asas do Demônio e todos os
nossos prêmios ao longo dos anos. Ela provavelmente estava ocupada demais
para sequer se preocupar com as paredes hoje.

Ouvi Emmie rindo e então alguém chegando. A batida da música de hoje,


finalmente, pareceu desvanecer com o som dessa risada. Era rouca e provocou
meus ouvidos com sua sensualidade. Mesmo sem perceber, comecei a andar pelo
corredor em direção ao escritório de Emmie. Eu tinha que conhecer aquela
risada.

Nik estava de pé na porta quando cheguei ao escritório. Emmie estava


dizendo algo, desculpando-se, eu acho. Teria sido algo que eu teria pegado meu
celular para gravar, se eu não estivesse tão empenhado em encontrar a dona da
risada sexy. Mas Nik ficou na minha frente, bloqueando minha visão de quem
estava sentada em frente à mesa.

— Eu acho que Rich ainda está me culpando por vocês terem cancelado a
turnê de inverno, — Emmie estava dizendo. — Então... eu sinto muito por ser
uma vadia esta manhã, quando você tinha que ir para o estúdio. Não foi culpa
sua.

— Eu não sei o que dizer. — Nik balançou a cabeça. — Estou sem palavras.

— Que Rich faria algo assim?

— Não. Que você realmente admite que não foi culpa minha... — De repente,
ele se abaixou e eu fui pego de surpresa quando uma garrafa vazia de água bateu
no meu peito.

Resmunguei. — Boa jogada, Em. — Inclinei-me para pegar a garrafa, em


seguida, empurrei Nik para fora do meu caminho, para que eu pudesse entrar na
sala.
Eu não estava esperando a mulher sentada na cadeira. Na verdade, eu
estava tão surpreso que quase tropecei ao vê-la. Sua risada tinha me enganado.
Aquela risada sexy não tinha absolutamente nada a ver com a deusa sentada ali
com seus longos cabelos cor de canela fluindo ao redor de seus ombros e os
grandes olhos cor de chocolate que me derreteram quando encontraram os meus.
Mesmo sentada, eu sabia que ela não era alta, talvez um metro e sessenta. Seu
top branco estava um pouco apertado sobre seus seios e eu imediatamente quis
prová-los.

Minha reação a ela me surpreendeu. Eu nunca tinha ficado assim. Mesmo


depois de um show, eu estava mais cheio de adrenalina para me jogar em uma
multidão de sensacionalistas do que a real necessidade de ficar entre as pernas
de uma mulher. Agora, eu estava duro como uma rocha depois de apenas alguns
segundos em sua presença.

— Jesse, esta é a nossa governanta, Layla Daniels. — Emmie nos


apresentou. — Layla, este é Jesse Thornton.

Ela se levantou e me ofereceu sua mão. Eu me elevava diante dela, mas isso
não pareceu intimidá-la. Eu ainda consegui um sorriso... Meu Deus, que sorriso!
— É um prazer conhecê-lo, Jesse.

Minha mão engoliu a dela quando eu a peguei. Sua pele era macia e quente
e eu senti uma corrente elétrica através do meu sangue indo direto para o meu
pau no primeiro toque. — O prazer é todo meu, Layla, — eu assegurei a ela.
Maldição, ela era tão bonita.

Será que Emmie chutaria a minha bunda se eu seduzisse esta pequena


deusa? Meu instinto me dizia que sim, mas o meu pau dizia que não se
importava.

Aqueles olhos de chocolate escureceram até ficarem pretos, e eu a vi suas


narinas inflamarem levemente. Eu vi a mesma reação milhões de vezes a partir de
um suprimento infinito de mulheres. Layla estava tão afetada quanto eu. Isso me
emocionou.
No momento seguinte, ela retirou a mão e voltou para Emmie. — Está
ficando tarde. As meninas provavelmente estão se perguntando o que aconteceu
comigo.

— Okay. Vejo você amanhã cedo, então. — Emmie se levantou. — Obrigada


por toda sua ajuda hoje, Layla. Eu poderia ter conseguido sem você, mas estou
muito feliz que não tenha precisado.

Layla sorriu. — Foi muito divertido. Vejo você amanhã.

Na verdade, eu me virei para segui-la, mas Emmie agarrou meu braço e me


segurou quando Layla saiu. Quando ela estava fora de vista eu fiz uma careta
para a mulher grávida segurando em mim. — O quê?

Seus olhos pareciam demonstrar tanto divertimento quanto seriedade. Era


uma estranha combinação. — Por favor, não se meta com a governanta. Eu gosto
dela, e se você fizer algo que faça com que ela saia eu vou quebrar suas baquetas
favoritas. — Eu olhei para ela. Ela sabia como jogar sujo. — Estou falando sério,
Jesse. Sem brincar com ela. Ela não é como as garotas que você está
acostumado.

Porra, eu sabia disso. Um olhar para ela e eu sabia que não ia ser como as
mulheres do meu passado. Eu queria mais do que apenas uma noite com aquela
deusa.

— Jesse... — Ela me deu um soco no braço. — Por favor?

Eu soltei um suspiro de frustração. — Não posso prometer, — eu disse a ela


honestamente. Eu nunca mentiria para Emmie. Nunca. — ... Eu quero ela.

Layla

O resto do dia pareceu passar rapidamente depois do meu choque inicial.


Ajudei Emmie a instruir os funcionários da mudança, enquanto ela dividia seu
tempo entre os homens e respondendo a seu telefone celular. Percebi cedo que ela
era uma pequena bola de energia, e fiquei me perguntando de onde ela tirava
tudo isso, especialmente grávida como estava.

Uma vez que a mobília estava do jeito que Emmie queria, me foi dada uma
lista de compras de meio metro de comprimento. — Eu sinto muito colocar isso
para você hoje, mas a geladeira está vazia e todos nós ficamos doentes de comer
comida de caixas. — Ela suspirou. — Você sabe como é difícil conseguir comida
chinesa com bacon?

— Umm... Não, não de verdade. — Bacon? O quê?

Emmie riu dos meus olhos arregalados. — É coisa de grávida. Eu tenho que
ter bacon em tudo ou não fico feliz. E se eu não estou feliz, esta menina também
não está. — Ela esfregou as mãos carinhosamente sobre sua barriga, algo que eu
tinha notado ela fazendo muito hoje. — Então, é bacon ou nada.

Notei na lista que o bacon foi sublinhado uma meia dúzia de vezes com
pontos de exclamação. O número seis estava ao lado dele. — Uma lista de
compras semanal, é isto?

— Sim, — ela me entregou um cartão de crédito que tinha o nome dela. —


Eu já alertei as pessoas certas que você estará usando o meu cartão de vez em
quando. Basta assinar o seu nome e me trazer de volta o recibo.

Levei duas horas para fazer as compras. Quando voltei para a casa de praia,
Emmie estava em seu escritório com a porta fechada. Enquanto eu descarregava
as compras e as arrumava, eu ouvi a voz dela subir de vez em quando, enquanto
ela gritava com quem estava do outro lado da conversa.

Era pouco depois das seis até que ela saiu e me perguntou se eu faria um
sanduíche. Ela parecia tensa e eu não tinha visto ela comer nada o dia todo.
Preocupada, eu retirei os ingredientes para um sanduíche de peru. — Vá se
sentar, Emmie. Você parece abatida. Vou trazer o sanduíche para você. O que
você gostaria de beber?
Ela suspirou cansada, sua energia se esgotando. — Não me importo, — ela
murmurou e voltou para seu escritório.

Eu rapidamente coloquei um sanduíche com alface, tomate, queijo e um


pouco de maionese. Eu coloquei picles na lateral, e porque ela tinha dito que
tinha que ter bacon, eu passei algumas fatias de toucinho no micro ondas em
uma toalha de papel antes de colocá-lo em seu sanduíche também. Um saco de
pretzels e um copo de leite, e o lanche da Emmie estava pronto. Eu encontrei
uma bandeja e levei-a para ela.

Ela estava recostada na cadeira, de olhos fechados, quando eu entrei. —


Quando foi a última vez que você comeu? — Eu perguntei quando ela deu uma
pequena mordida no sanduíche.

— Comi uma torrada esta manhã. — Ela fez uma careta. — Eu sei, eu sei.
Eu preciso cuidar melhor de mim mesma. Confie em mim, a garotinha aqui está
demonstrando seu desagrado também.

— Posso trazer-lhe alguma coisa?

— Você pode trazer um sanduíche e se juntar a mim. Odeio comer sozinha.


— Ela deu uma mordida maior do sanduíche. — E talvez mais um desses
meninos maus.

Eu sorri. — Você que manda, chefe.

Nos próximos 20 minutos nós conversamos e comemos. Eu não tinha


percebido que estava com fome, até que me sentei e comi a primeira mordida do
meu sanduíche. Emmie já tinha comido o seu primeiro antes que eu voltasse com
o segundo. No momento em que tínhamos engolido as nossas últimas mordidas,
senti que tínhamos começado a desenvolver uma espécie de amizade.

Eu levei nossos pratos de volta para a cozinha e coloquei-os na máquina de


lavar, mas Emmie me chamou de volta, assim que fechei a porta. — Vem me fazer
companhia, — ela gritou.
Eu mal tinha me sentado quando ouvi a porta da frente abrir e o que
pareceu como uma manada de búfalos entrou dentro de casa. Os olhos de Emmie
se iluminaram. — Meus rapazes estão em casa.

A maneira como seus olhos verdes brilharam me disse que ela amava a
todos. Gostaria de saber a história por trás deles, mas mantive a minha
curiosidade para mim. Alguém chamou por Emmie de algum lugar, e eu assisti
com fascínio completo como aqueles olhos brilhantes escureciam com algo
parecido com paixão. — Aqui no escritório, — ela disse de volta. — Merda, eu vou
pagar no inferno. Eu tenho que pedir desculpas por esta manhã.

— Não é algo que você faz com frequência?

Emmie riu. — Eu não gosto de lhes dar essa satisfação.

Eu não pude evitar de voltar a rir assim que a porta foi preenchida com a
deliciosa sensualidade de Nikolas Armstrong. — O que é tão engraçado? — Sua
voz era tão sexy como quando ele cantava.

— Sinto muito, — Emmie deixou escapar.

Nik pareceu atordoado. — Sobre?

Ela fez uma careta e contou sobre o nosso dia. Aparentemente, Nik não
tinha culpa que teve que ir para o estúdio esta manhã. Rich disse que ele estava
errado, sabendo que Emmie iria ficar presa com a mudança. Vingança pelos Asas
do Demônio terem cancelado sua turnê de inverno.

— Eu não sei o que dizer. — Nik balançou a cabeça. — Estou sem palavras.

— Que Rich faria algo assim?

— Não. Que você realmente admite que não foi culpa minha... — Emmie
pegou a garrafa cheia de água e jogou-a para ele com um objetivo preciso, que me
impressionou muito. Nik teve o bom senso de se abaixar.
A garrafa atingiu o peito da pura perfeição em homem atrás de Nik, fazendo
com que o homem grunhisse. — Boa jogada, Em. — Ele se curvou para recuperar
a garrafa antes de empurrar Nik, que estava rindo.

Ok, eu tenho que admitir que eu sempre considerei todos os membros dos
Asas do Demônio quentes como o inferno, mas eu sou louca por carecas. Mesmo
com um pouco de cabelo em sua normalmente raspada cabeça, o que me contou
o que eu sempre quis saber - que ele raspava por que ele tinha que raspar, ou por
que ele queria também? Resposta? Por que ele queria!

Minha reação a ele me surpreendeu. Se eu vejo um cara careca, eu


geralmente me interesso o suficiente para dar uma segunda olhada. Algo sobre
ele, quando aqueles olhos castanhos encontraram os meus e quando ele apertou
a minha mão, a maneira como me senti, como se estivesse tocando um relâmpago
somente com aquele toque inocente, e... Eu estava pronta e disposta por ele ali
mesmo!

Então eu lembrei quem ele era e me afastei. Roqueiros eram má ideia. Eu


sabia disso porque minha mãe tinha uma queda por eles. Eu era o resultado de
sua primeira viagem no mundo do hard rock and roll. Assim como ambas as
minhas irmãs foram quando vieram da necessidade dela de ser um brinquedo de
roqueiros. Roqueiros se soletravam como problema no meu livro, e eu não iria por
esse caminho... Não importa o quão molhada minha calcinha de repente ficasse,
caramba!

Eu dei uma desculpa para Emmie e dei o fora dali. Todo o caminho de casa,
eu ficava dizendo a mim mesma que eu teria que ficar longe de Jesse Thornton...

Eu usei a minha chave para abrir a porta do apartamento e quase fui


atropelada quando entrei pela porta da frente. A primeira coisa que eu ia fazer
com o meu primeiro salário seria comprar para todas novos celulares para que
pudéssemos ficar em contato. Lucy estava pálida e Lana tinha uma carranca em
seu belo rosto. Eu imediatamente me senti culpada por tê-las preocupado. Era
perto de oito horas, mas eu sempre chegava em casa por volta das seis, mesmo
no mais movimentado dos dias.
— Onde você estava? — Lana perguntou, soando mais como uma mãe do
que a nossa própria mãe já pareceu. Ela cuidou de Lucy pelos primeiros quatro
anos da vida da menina, então ela estava acostumada a se preocupar com outra
pessoa que não ela mesma. Lana era forte e era extremamente madura para
alguém tão jovem.

Eu puxei o saco de hambúrgueres gordurosos de trás das minhas costas e


ofereci a ela como uma oferta de paz. — Eu venho trazendo comida e uma boa
notícia.

— Você conseguiu o emprego? — Lucy já estava pulando para cima e para


baixo com entusiasmo.

— Eu consegui o emprego, — disse a ela, abraçando-a e lhe dando um beijo


no topo de seu cabelo com cheiro doce. Lana já devia tê-la ajudado com o seu
banho. — Vamos sentar e conversar. Eu tenho algumas novidades.

Nos sentamos na pequena mesa da cozinha, e eu entreguei os hambúrgueres


que eu sabia que elas amavam, mas não tinha podido comprar muitas vezes.
Havia uma panela com macarrão e queijo em cima do fogão, então eu sabia que
já tinham comido, mas as meninas nunca recusariam gordura saturada.

Eu iria sentir falta desse apartamento. Ele tinha me mantido segura e


aquecida durante os últimos cinco anos. Eu gostava do papel de parede gasto e
da pintura cor de ovo maçante nas paredes. Ele era pequeno, só um quarto, e mal
alojava três fêmeas. As meninas ficavam no quarto enquanto eu dormia no velho
sofá que eu tinha herdado do inquilino antes de mim.

Eu esperei até que elas houvessem comido a metade de seus hambúrgueres


antes de contar sobre o meu dia. Limpei a boca e os dedos em um guardanapo e
tomei um gole da minha garrafa de água. — Então... eu comecei o trabalho, mas
eles estão me contratando por fora ao invés de através de Stan.

As sobrancelhas de Lana se ergueram. — Isso é bom ou ruim?

Eu sorri. — É bom. É muito bom, Lana, — eu assegurei a ela. — Nós


estamos recebendo o seguro de saúde, e eles estão me pagando o triplo do que eu
faria trabalhando com Stan por um mês... em uma semana. — Os olhos de Lana
ficaram enormes e eu assenti. — Então, é um bom negócio.

— Onde você vai trabalhar? — Ela perguntou depois de engolir um bocado


de carne, queijo e legumes.

— Malibu. — Eu não sabia como ela iria reagir quando eu dissesse a ela
sobre nós estarmos nos mudando, mas eu tinha que dizer agora. — Minha chefe
tem uma casa de hóspedes e ela quer que eu vá morar lá, porque vou estar de
plantão vinte e quatro horas. Ela sabe que eu tenho vocês para cuidar, e ela disse
que estava tudo bem.

Lana quase engasgou com a comida em sua boca quando engoliu muito
rapidamente. Eu bati em suas costas algumas vezes para ajudá-la a recuperar o
fôlego. Seus olhos lacrimejavam, mas ela foi capaz de bufar um estrangulado, —
O quê?

— Isso significa que estamos nos mudando? — Perguntou Lucy, sua


pequena testa enrugada.

Eu assenti. — Sim, Lucy. Estamos nos mudando, e nosso novo lugar é ao


lado da praia.

Ela bateu palmas. — Isso é tão legal!

— Mas não podemos mudar! — Lana objetou. — Eu quero dizer que é


incrível e tudo, Layla. Realmente. É a praia, quem não iria querer isso? Mas eu
não posso me transferir agora.

— Você não precisa. Lucy vai ter que mudar de escola, mas você não. Você
pode usar o meu carro e ir para a escola. Eu não vou precisar dele. — Se seus
olhos ficassem um pouco maiores, eu tinha certeza de que eles iam sair de sua
linda cabeça. E eu não tinha contado a maior novidade ainda!

— Eu não me importo de me mudar de escola, — Lucy disse com a boca


cheia de carne, picles e ketchup.
— Estou feliz, Lucy. Eu realmente acho que isso vai ser uma coisa boa para
todas nós. — Eu tomei outro gole da minha água. — Eu só preciso que vocês
façam uma coisa por mim, ok?

— O quê? — Lana perguntou, sua voz ainda parecendo um pouco


estrangulada. Eu sabia como ela se sentia. Hoje foi uma grande surpresa após
outra para mim também.

— Bem, as pessoas para quem eu vou trabalhar são realmente famosas. Eles
precisam de privacidade. Nós não podemos falar sobre isso a ninguém. Então, se
alguém nos perguntar para quem eu trabalho, vocês digam que não sabem. E
vocês não podem trazer amigos.

Lana riu. — Eu não tenho tempo para amigos de qualquer maneira, Layla.
Portanto, isso não vai ser um problema. — Eu era durona sobre estudar, mas ela
queria uma boa educação tanto quanto eu queria para ela.

— Qual é o nome do seu chefe? — Perguntou Lucy.

— Bem, a mulher que me contratou se chama Emmie. Ela é minha chefe...


— Eu encontrei os olhos de Lana e sorri. — ... Mas os caras que vivem lá estão
em uma banda chamada Asas do Demônio.

— Sem chance! — Exclamou Lana. — Sem chance! — Ela não era uma
grande fã do gênero rock como eu era, mas ela sabia exatamente de quem eu
estava falando.

Eu ri. — Sim!

— Eles são demônios? — Perguntou Lucy com medo em seus olhos escuros.
— Eu não acho que quero morar lá, Layla.

— Oh Lucy, bebê não. Eles não são demônios. — Eu rapidamente assegurei.


— Esse é apenas o nome, docinho. Eu prometo a você, eles não são demônios.
Capítulo 5
Layla

Descobri porque Emmie estava disposta a me oferecer mais dinheiro na


tarde seguinte.

No momento em que cheguei à casa em Malibu, a banda já tinha ido


embora. Mais tempo no estúdio, Emmie me contou. Eu estava feliz que não teria
que me preocupar em correr de Jesse. Depois de uma noite cheia de sonhos
realmente impróprios sobre o sexy baterista, eu não tinha certeza que poderia
olhar nos olhos dele e não pular em cima dele. Isso não era boa coisa. Emmie
provavelmente me despediria na hora por atacar o homem.

Na primeira parte da manhã, eu ajudei Emmie a pendurar fotos.


Principalmente alguns lindos pôsteres emoldurados da banda. Poucos tinham
Emmie neles. Eu já tinha visto vários deles ao longo dos anos. Eu realmente
gostei de um com Emmie abraçada em Jesse. Ela estava vestindo uma calça
jeans e nada mais. Seu cabelo ruivo caia livre e seus seios estavam pressionados
contra o lado dele. Não saiu vulgar como alguns que eu tinha visto no passado
onde a garota parecia uma vadia. Os outros caras estavam todos sem camisa
também, os irmãos de ambos os lados de Jesse, e Nik olhando para a câmera de
seu lugar logo atrás deles, como se desafiando o mundo a dizer alguma coisa.
Eu a ajudei a decorar a sala com coisas que eu nunca tinha sonhado antes
em tocar na minha vida: Grammys, MTV Video Awards, discos de platina. Eu
estava com medo de tocar em alguns dos prêmios que Emmie havia
cuidadosamente embalado em uma caixa, como a guitarra de cristal que a banda
tinha recebido em Londres por Roqueiro do Ano no ano passado. Era linda e eu
estava com medo de que eu fosse quebrá-la.

Depois de um pequeno almoço que Emmie insistiu para que eu


compartilhasse com ela em seu escritório, eu comecei a trabalhar no andar de
cima. Eu aspirei e limpei os banheiros. Eu até peguei algumas roupas sujas e
coloquei em cestos. Era fácil decifrar qual quarto pertencia a quem. A guitarra
baixa em um me disse que era de Shane. As baquetas em cima da mesa-de-
cabeceira em outro me assegurou que era de Jesse. Mas quando cheguei ao
quarto no final do corredor, eu sabia que eu estava em uma surpresa. Eu não
precisava ver as guitarras Gibson e Fender contra a parede do quarto para
perceber que pertencia a Drake.

Eu senti assim que abri a porta. Era inconfundível, o fedor que vem com
vômito e suor, mas eu tinha um estômago muito forte. Levei uma hora para tirar
o cheiro. Abri a janela do quarto e do banheiro. Limpei o chão do banheiro com
água sanitária e depois passei novamente dois outros produtos de limpeza. Eu
cheirava como os produtos químicos que tinha usado, mas pelo menos o
banheiro já não cheirava a banheiro de homens no clube em que eu costumava a
trabalhar.

Guardei meu material na lavanderia antes de ir em busca de Emmie. Eu


precisava falar com ela sobre esse quarto. Quando eu a encontrei, ela estava
olhando para a tela do seu laptop com seu celular pressionado para sua orelha.
— Eu disse que não. Você sabe como eu me sinto sobre ela. Eu realmente não
dou a mínima. Quem se importa? — Ela levantou a cabeça quando eu bati
tranquilamente na porta do escritório. — Ax, eu tenho que ir.

Ela jogou o telefone de lado e me fez sinal para entrar. Quando eu cheguei
mais perto, seu nariz se enrugou. — Você cheira como uma fábrica de água
sanitária.
— Sinto muito. Acabei de terminar a limpeza dos banheiros... Ouça eu
preciso falar com você sobre algo.

Seus olhos escureceram. — Eu disse que ia ser ruim, Layla. Apenas me diga
o quanto mais você quer.

Parei, surpresa. — Não. Não, não é isso que eu queria falar. — Ela franziu o
cenho, mas não disse nada, então eu continuei. — Você disse que queria que o
banheiro dele fosse limpo a cada dois dias, mas eu acho que seria melhor para
todos nós, se eu fosse lá todos os dias.

— Ah. — Ela parecia surpresa. — Então você não está exigindo mais
dinheiro?

— Não, claro que não. Eu limpei coisas piores do que esse banheiro. —
Muito, muito pior. — Então está tudo bem?

— Se você acha que é melhor.

Eu assenti. — É... E está tudo bem se eu mudar os lençóis todos os dias


também?

— Layla, eu te contratei para me ajudar aqui. Isso não significa que você tem
que se preocupar com Drake a esse ponto. — Ela não parecia irritada, apenas
preocupada por mim. — Eu não quero sobrecarregar você.

— Por favor? — Eu não acho que poderia suportar a ideia de Drake ter que
dormir sobre aqueles lençóis todas as noites. Eles tinham sido revirados para
todos os lados e o cheiro de suor e medo deles era bem pior do que o cheiro real
do vômito.

— Eu... — Ela ainda estava franzindo a testa para mim, mas assentiu. —
Okay. Se isso significa tanto, então você tem liberdade no quarto de Drake. Limpe
o que você acha que precisa de limpeza.

— Obrigada. — O telefone tocou e eu me virei para ir para que ela pudesse


voltar a fazer o que quer que fosse que ela fazia.
— Layla? — Ela me chamou quando eu comecei a fechar a porta.

Eu parei e olhei para ela. — Sim?

— Obrigada. Drake é especial... e às vezes ele precisa de um pouco mais de


atenção que o resto deles. — Sua voz estava embargada e ela piscou várias vezes
para impedir as lágrimas de caírem de seus olhos verdes. — Então, muito
obrigada.

Antes que eu pudesse responder, ela pegou o telefone. — Eu disse a você que
eu não quero jantar com você e com aquela vadia, Axton.

Troquei os lençóis e fronhas de Drake e coloquei o edredom pesado na


máquina de lavar. Quando terminei, o quarto cheirava muito melhor. Eu não
entendi o que Emmie quis dizer por ele ser especial, mas eu estava feliz que
poderia fazê-lo sentir como se fosse.

Era quase seis horas antes de eu dizer a Emmie que estava indo. Ela estava
na sala de estar com uma tigela de cereal. — Ok, obrigada. Oh, amanhã eu quero
mostrar a você a casa de hóspedes. Eu queria mostrar hoje, mas as coisas
fugiram do controle. Você já falou com suas irmãs sobre isso?

— Sim, elas parecem animadas. Lana estava preocupada com a mudança de


escola, mas eu garanti a ela que poderia usar o meu carro para que ela não
precisasse.

— Eu não gostaria de deixar meus amigos também. — Ela colocou a tigela


vazia na mesa de centro.

— Não é isso. Eu acho que ela não poderia se importar menos sobre isso. Ela
esta preocupada principalmente com todas as aulas extras que está fazendo. —
Emmie deu um tapinha no assento ao lado dela, e eu sentei na borda. — Ela é
muito inteligente, e eu a incentivo muito. Ela já tem créditos universitários
suficientes de todo as aulas de AP extra para começar a faculdade no segundo
ano. Sua educação é importante para nós duas.

— Uau. Ela parece uma boa menina.


— Ela é. Lana tem a cabeça no lugar. — Eu estava orgulhosa daquela garota.
Mesmo depois de toda a merda que a nossa mãe a fez passar ela ainda era forte e
amorosa.

— Bem, eu mal posso esperar para conhecê-la. — A porta da frente se abriu,


sem aviso prévio e a banda entrou. Ela se levantou para cumprimentá-los. — Ei!

— Emmie, eu estou morrendo de fome. — Shane deu um beijo em sua


bochecha. — Me diga que você fez algo que não tem bacon nele.

— Eu pensei que nós poderíamos grelhar algo no pátio. Hambúrgueres e


cachorros-quentes ok?

— Contanto que não seja fast food, é perfeito. — Ele esfregou a mão sobre a
barriga inchada amorosamente antes de se concentrar em mim. — Bem, Olá,
linda.

Eu não pude deixar de sorrir. Eu sabia tudo sobre a reputação de Shane


Stevenson. Ele vinha a ser um tarado. Este homem era o rei das orgias, ou pelo
menos era o que as revistas diziam. — Olá.

Emmie murmurou alguma coisa baixinho e sacudiu a cabeça. — Layla, já


que você é uma fã eu tenho certeza que você sabe quem é. Shane, esta é a nossa
governanta Layla Daniels. Nossa governanta, Shane. E seu trabalho não inclui
por sua vez, seus serviços pessoais.

Ele parecia um pouco desapontado, mas ainda me ofereceu sua mão. — Eu


amo o seu nome, Layla. Sou um grande fã de Clapton.

— Você é uma grande coisa. — Uma voz profunda informou-o, e meu


coração realmente esqueceu de uma batida. Jesse afastou Shane para trás. — Eu
pensei que você quisesse uma corrida.

— Eu mudei de ideia. — Shane me deu uma piscada. — Me desculpe, Layla.


Foi um prazer conhecer você.
Eu o observei ir porque era mais seguro olhar para Shane do que o pedaço
desmedido perfeito de macho que estava em pé a poucos metros de mim. — Foi
bom te conhecer Shane, — Eu chamei por ele.

— Bebê, eu senti sua falta. — Nik entrou na sala de estar parecendo


cansado. Acho que trabalhar em novas músicas era exaustivo. Ele puxou Emmie
para perto e beijou-a suavemente nos lábios. Era doce e nem um pouco menos
apaixonado. Eu tive que desviar os olhos, porque o olhar no rosto de Emmie
estava tão cheio de emoções.

Jesse grunhiu. — Parem com isso, vocês dois. Eu não posso suportar muito
disso antes de querer quebrar o rosto de Nik.

Nik mostrou o dedo para ele, mesmo sem levantar a cabeça. Eu sorri e
peguei minhas chaves da mesa, onde eu tinha deixado antes. — Bem, minha
deixa para sair.

— Você não pode sair. Nós vamos cozinhar lá fora. — Jesse me seguiu para
fora da sala e parou na frente da porta, bloqueando a minha saída. — Eu vou
grelhar carne de vaca. — Ele me deu aquele sorriso arrogante que tinha
literalmente derretido minha calcinha ontem. — Vamos, Layla. Não vá para casa
ainda.

Eu estava tão tentada. Eu queria ficar, e não apenas para testar suas
habilidades loucas com a grelha no pátio. Meu coração estava sentindo tanta dor
por estar perto dele tanto quanto meu corpo estava. Isso por si só aterrorizava a
merda fora de mim. — Talvez uma outra hora. Eu realmente tenho que ir para
casa. — Espere, por que eu tenho que chegar em casa? Ah, sim, as meninas.

Seus olhos se estreitaram. Era eu ou os olhos dele realmente mudaram de


cor? Isso foi tão sexy! — Você tem alguém esperando por você?

— Sim. — Eu disse a ele honestamente. Seus olhos se escureceram e por


algum motivo eu fui rápida em contar sobre as meninas. — Minhas irmãs.

Aqueles olhos incríveis mudaram de cor novamente, voltando para o marrom


de mais cedo. — Irmãs?
Eu sorri. — Sim. Eu tenho a custódia de ambas as minhas irmãs. Elas
devem estar se perguntando onde eu estou, então eu realmente tenho que chegar
em casa.

— Ligue para elas e peça para virem se juntar a nós. Diga-lhes para pegar
um táxi, e eu pago o motorista quando ele chegar aqui. — Ele deu um passo mais
perto de mim, e minha respiração ficou presa no meu peito. — Você sabe que
quer ficar, — ele sussurrou.

Tentei me manter calma, tentei me lembrar de como respirar, mas ele estava
muito perto, muito sedutor e cheirava muito bem. — Eu... — Eu tinha esquecido
como formar palavras.

— Ligue para elas.

Finalmente eu encontrei a força para sugar uma respiração profunda. — Não


posso. — Eu não poderia deixar Lana e Lucy passearem em um táxi sozinhas por
todo o caminho para Malibu, especialmente quando elas tinham escola de
manhã. A decepção em seus olhos - oh Deus, eles mudaram de cor de novo, - fez o
meu coração doer um pouco. — Elas têm escola de manhã, — disse a ele. — Eu
gostaria de ficar, realmente, mas a escola é importante.

Sua boca se levantou em um meio sorriso. — Tudo bem, eu entendo. — Ele


recuou o suficiente para que eu fosse capaz de respirar sem ser agredida com
aquele cheiro deliciosamente sexy dele. Não era colônia, mas algo sutil e
hipnotizante. — Dirija com segurança.

Jesse abriu a porta para mim e eu estava relutante em sair. Eu tive que
forçar meus pés para me mover. A viagem inteira de volta para casa eu me senti
quase deprimida.

Estúpida, estúpida, estúpida! Eu já estava desenvolvendo sentimentos pelo


roqueiro.
Jesse

Era loucura, mas eu me senti deprimido depois que vi Layla sair da garagem
no carro velho. Eu estava pensando nela o dia todo, tinha acordado duro como
uma rocha duas vezes na noite anterior com ela na minha cabeça.

Não queria ir para o estúdio esta manhã, porque eu queria vê-la novamente.
Então, quando chegamos em casa foi para encontrar Shane despindo-a com os
olhos e ela sorrindo para ele como se soubesse disso também. Então, eu posso tê-
lo empurrado um pouco mais forte do que o necessário para levá-lo a manter os
olhos para si mesmo.

Layla Daniels tinha invadido a minha cabeça, e eu não sei porque, mas
estava disposto a explorar as possíveis respostas. Eu a queria com uma dor que
eu nunca tinha sentido antes na minha vida, mas era mais que isso. Eu queria
conhecê-la também, e esse não era eu. Jesse Thornton não se importava em
conhecer mulheres. Tudo o que importava era a sua banda de irmãos e Emmie.
Eu era um canalha desse jeito, mas eles eram tudo o que eu conhecia e tudo que
eu amava. Nada mais importava.

No entanto, aqui estava eu com este desejo de conhecer aquela pequena


deusa por dentro e por fora. Irmãs? Por que ela tem a guarda delas? Qual a idade
delas? Será que elas se parecem com ela? Onde estavam seus pais? Eu queria
chamá-la, fazer todas essas perguntas e mais, um milhão mais. Eu nunca tinha
chamado uma menina na porra da minha vida!

— Você está quieto esta noite, — comentou Emmie depois de engolir uma
grande mordida de um cheeseburger de bacon que eu tinha feito para ela. Eu
estava ficando cansado do cheiro de bacon, mas isso era tudo o que ela queria,
então era isso que ela iria ter, mesmo se eu ficasse com vontade de vomitar com a
ideia de comer mais um pedaço de porco.

— Ele tem estado mal-humorado durante o dia todo, — Shane murmurou,


tomando um gole de Corona.

Emmie me deu um longo olhar pensativo. Ela conhecia todos nós de dentro
para fora, então eu sabia que ela iria perceber o que havia de errado comigo. E eu
ao mesmo tempo queria falar com ela sobre isso e odiava que ela percebesse
tanta coisa. — Você realmente gosta dela, não é?

Dei de ombros, não querendo falar sobre isso com os outros caras sentados
ali com a gente. A cabeça de Nik subiu ao parar de brincar com algo em seu
telefone. — Quem?

Os irmãos pareciam curiosos. Eu passei a mão sobre a minha cabeça lisa e


olhei para o céu cheio de estrelas. — Ok, então eu gosto dela. Ela é... — Eu parei,
porque não sabia o que era. Eu estava atraído por ela em um nível mais profundo
do que qualquer outra mulher que eu já conheci, e pelos poucos minutos que eu
realmente tinha falado com ela, eu tinha gostado da sua personalidade.

— Ela é ótima, — Emmie me contou. — Ela é doce e carinhosa. Adoro que


ela pode ficar tão mandona quanto eu. Eu não tenho que pedir a ela para me
ajudar, porque ela vem direto sem reclamar. Eu poderia realmente vê-la como
minha amiga.

Ficamos todos surpresos com o elogio de Emmie a outra mulher. Emmie


tinha dificuldade com outras fêmeas. O monstro de sua mãe realmente fodeu
essa noção e ela sentia como se pudesse confiar somente em si mesma. Os caras
e eu não tínhamos ajudado muito nesse departamento, deixando-a ver como
outras mulheres agiam em torno de nós e sujeitando-a a todas as vadias
invejosas que queriam ser ela, simplesmente porque ela era a única mulher que
jamais seguraria nossos corações. Se Emmie pensava que Layla era uma boa
amiga, então havia algo muito especial sobre Layla, de fato.

— Então... — Shane tomou outro gole de sua cerveja. — ... Jesse gosta de
Layla. Ela é tão gostosa, cara.

Emmie, sentada entre ele e Nik, bateu-lhe na parte de trás da cabeça. —


Respeito, Shane. Respeito.

— O quê? — Ele sorriu para ela. — Ela é. Vamos, Em. Me diga você não acha
que ela é gostosa. Diga-me.
— Ela é linda. — Emmie admitiu, — mas vocês precisam mostrar a ela um
pouco de respeito. Eu falo sério. Você não vai falar com ela como você faz com as
suas vadias. E com ela e as irmãs se mudando para cá nesse fim de semana, você
vai se comportar. Entendeu?

— Ela está se mudando para cá? — Essa notícia me surpreendeu. Ela iria
estar aqui, todos os dias? Como eu poderia sobreviver a isso sem poder tocá-la?

— Eu disse a vocês que eu queria uma pessoa que morasse aqui. Com o
bebê chegando eu não posso limpar toda merda como costumo. Ela e suas irmãs
vão ficar na casa de hóspedes. — Ela estreitou os olhos para todos nós. — Lucy
tem apenas seis anos, então por favor, tentem moderar a linguagem perto dela.

Seis? Tão jovem. Eu me perguntei se ela se parecia com Layla. — Eu vou


pensar no que falo. — Prometi. Tínhamos cometido esse erro com Emmie
enquanto ela estava crescendo. Ela poderia envergonhar marinheiros com seu
vocabulário. Claro, ela tinha ouvido de sua mãe diariamente, mas deveríamos ter,
pelo menos, tentado fazê-la não repetir essas palavras.

Os outros concordaram também. Emmie empurrou seu hambúrguer


semiacabado para longe. — Ótimo. Estou contando com vocês. Esta será uma
boa prática antes de o bebê chegar. — Ela tomou um gole de leite. — Então, qual
de vocês vai se voluntariar para ajudar Layla e suas irmãs a se mudarem no
sábado?

Os outros três rapazes gemeram, mas fui rápido em oferecer minha ajuda.
Eu não estava prestes a desperdiçar a oportunidade de passar mais tempo com a
pequena deusa.
Capítulo 6
Layla

Se eu estava deprimida quando tive de ir quando Jesse tinha me pedido para


ficar, então fiquei ainda mais durante o resto da semana. Eu não vi ele na quinta-
feira ou sexta-feira porque a banda estava passando o tempo todo no estúdio. Eu
odiava ter voltado para casa por duas noites com o coração pesado, porque não
tinha conseguido sequer dar uma olhadinha no roqueiro sexy.

Lana percebeu minha atitude pessimista. Ela me perguntou se havia algo de


errado na sexta à noite quando nos sentamos no nosso pequeno sofá na sala de
estar compartilhando o resto da pizza que eu tinha trazido para o jantar no meu
caminho até casa. Lucy já estava na cama, e eu estava feliz por ter algum tempo
a sós com Lana. Mas ela percebia muita coisa, às vezes, e eu sabia que não
poderia esconder meus sentimentos sobre o roqueiro dela, especialmente já que
nós estávamos indo para morar ao lado do cara.

— O que há de errado, Layla? — Ela perguntou com a boca cheia de massa,


molho de tomate, e queijo pegajoso. — Você não está gostando de seu novo
trabalho?

Dei de ombros, — O trabalho é ótimo. Emmie é a melhor chefe que eu já tive.


Eu só... — Fiz uma careta e dei de ombros novamente. — ... Eu não sei.
Seus olhos se estreitaram. — Você age como uma garota que tem uma queda
por alguém que nem sabe que ela está viva. É um daqueles roqueiros? — Lana
tinha um problema ainda maior com relacionamentos com roqueiros do que eu.
Era provavelmente minha culpa, porque eu tinha deixado-a sozinha para lidar
com a merda da nossa mãe quando Lydia tinha me expulsado aos dezesseis anos
de idade. A pobre Lana, que tinha apenas nove anos na época, teve que crescer
rápido, porque eu não estava mais lá para cuidar dela como sempre fazia a partir
do dia em que ela nasceu.

Eu tinha prometido às meninas quando se mudaram comigo que eu não iria


mentir para elas sobre nada, então eu contei a Lana sobre Jesse e como eu
estava me sentindo. Era bom falar sobre isso, e ela me ajudou a conseguir clarear
um pouco a minha cabeça. Eu percebi que precisava ter um cuidado extra por
causa da maneira como estava me sentindo. Eu não podia começar algo com
Jesse Thornton. Não só era perigoso, porque tecnicamente eu trabalhava para ele,
mas era perigoso para o meu bem-estar emocional também.

Eu tinha que manter distância...

Foi uma completa surpresa acordar no sábado de manhã com alguém


batendo na porta do meu apartamento. Emmie prometeu que ela mandaria
alguém para nos ajudar com a mudança, mas eu tinha pensado que ela quis
dizer funcionários de mudança de verdade ou algo assim. Não a banda!

Mas não, esse não era o caso. Jesse Thornton estava realmente lá com
Drake Stevenson logo atrás dele parecendo de ressaca. — Bom dia, linda. —
Jesse me cumprimentou com um sorriso e uma avaliação dos meus shorts e do
meu corpo de cima a baixo. Seus olhos pousaram nas minhas pernas um pouco
mais, percebendo a tatuagem em volta da minha perna direita.

— Jesse, ei. — Eu estava apreciando minha própria avaliação do corpo


delicioso dele. A forma como a camisa cinzenta se esticava sobre o peito largo e
como a calça jeans ficava pendurada em seus quadris magros. Sua cabeça estava
raspada, e eu ansiava por correr a minha língua sobre ela. Foda-se! Eu tinha que
parar ou iria ter que encontrar um par seco de calcinhas.
Drake pigarreou. — Em alguma hora hoje, Jess. Pare de transar com a
garota com os olhos e vamos começar com isso, cara.

Eu não podia evitar o rubor que penetrou em meu rosto, mas me afastei e os
deixei entrar no meu pequeno apartamento. — Eu não estava esperando vocês
para me ajudarem.

— Nem nós, — Drake resmungou quando ele caiu no meu velho sofá gasto.

Jesse sorriu. — O que Drake quer dizer é que ele está aqui sob coação. Esta
é a sua punição por chatear Emmie ontem à noite.

— Eu ainda não entendo o que eu fiz. Um minuto ela é toda sorrisos e no


próximo ela está gritando comigo. — Ele balançou a cabeça escura, fazendo com
que seu cabelo caísse em seu rosto. — Eu odeio os hormônios da gravidez. Mal
posso esperar para que aquela criança demônio saia dela!

Eu não pude deixar de rir com ele. — Isso não vai ajudar. Depois que o bebê
nascer, ela vai ficar pior. Aceite meu conselho nisso, querido. Pós-parto é pior do
que as mudanças de humor que ela está tendo agora.

— Ah, inferno, — Ambos murmuraram.

— Ei, Layla você já embalou as coisas do banheiro? — Lana saiu do quarto


com uma careta no rosto, ainda não percebendo os homens que estavam na
nossa sala de estar. — Eu preciso... — Ela parou quando viu Jesse sentado na
ponta do sofá. — Oh...

As sobrancelhas de Jesse subiram quando ele a viu. Eu vi seus olhos se


arregalarem ao olhar pela primeira vez para a beleza da minha irmã. Seu longo
cabelo preto meia-noite estava puxado para trás em um rabo de cavalo. Seus
olhos, de uma cor quase âmbar eram de uma beleza surpreendente. Seu nariz era
ligeiramente arrebitado na ponta, e seus lábios pareciam inchados como uma
picada de abelha. Com seu corpo longo e delgado e os peitos que eu sabia que a
maioria das meninas teria pago milhares para ter, ela era o que eu sempre quis
parecer. Sério, eu não sabia como ela tinha conseguido passar pela escola sem
um namorado, mas eu tinha certeza de que tinha algo a ver com a sua
capacidade de congelar o fogo com seu olhar às vezes.

— Lana, este é Jesse. — Eu apresentei com um sorriso. — E este é Drake. —


Eu apontei para o sofá. — Pessoal, essa é a minha irmã de 17 anos, Lana.

Eu observei Jesse de perto enquanto os apresentava, mas além de olhá-la


uma vez, ele pareceu ignorar sua beleza. — É bom conhecer você, Lana. — Ele
acenou com a cabeça.

— Sim, você também. — Suas bochechas estavam levemente rosadas. —


Layla, você pode me ajudar com uma coisa no banheiro?

Lucy estava parada em cima da cama, ainda meio dormindo. Eu estava feliz
que nós já havíamos embalado a maior parte, mas ainda havia algumas coisas
que eu precisava colocar em caixas. — Ei, Lucy. Vá se apresentar para Jesse e
Drake, — eu disse a ela, e ela desceu da cama devagar para fazer o que eu pedi.

— O que há de errado? — Perguntei, quando entrei no banheiro atrás de


Lana.

Suas bochechas ainda estavam cor de rosa, mas ela só precisava de mim
para encaixotar algumas coisas de menina para ela. No momento em que voltei
para a sala, Lucy estava no sofá entre Jesse e Drake, conversando animadamente
com eles. Isso me surpreendeu, porque a menina era normalmente reservada em
torno dos homens. Mas lá estava ela, fazendo todos os tipos de perguntas sobre a
nova casa onde ela iria morar.

— Isso é tão incrível! — disse ela agora. — Você vai construir um castelo de
areia comigo, Sr. Drake?

— Hum... Claro. — Ele parecia um pouco fora de seu ambiente, mas eu


fiquei emocionada por ele pelo menos fazer um esforço por ela. — Nós vamos ter
que ir comprar alguns brinquedos, porém, eu acho. Não tenho certeza de que
temos as ferramentas certas para a construção de um castelo de areia.
— Não hoje, Lucy, — eu interrompi. — Temos muita coisa para fazer hoje,
bebê.

— Amanhã?

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa Drake já estava assentindo. —


Amanhã. É um encontro, okay?

Os olhos de Lucy ficaram enormes em seu rostinho. — Promete?

— Prometo. — Ele se levantou, um sorriso em seu rosto bonito. — Agora,


vamos começar a mudança das senhoras.

Jesse

Eu não sabia que três mulheres teriam tanta coisa. Emmie tinha me mimado
porque ela sempre trazia tão pouco quando viajamos. Mas entre Layla, Lana, e as
roupas de Lucy, e inúmeras outras coisas, a parte traseira do caminhão que eu
tinha alugado para o dia estava bastante cheia.

Eu dirigi o caminhão de volta para Malibu com Layla e suas irmãs seguindo
atrás. Drake, que havia estado meio morto na viagem de ida, estava agora mais
vivo do que eu o tinha visto em... Meses? Anos? Eu não conseguia lembrar
honestamente a última vez que eu tinha visto ele realmente sorrir como eu tinha
visto nessas duas últimas horas. Eu não conseguia dizer se era por causa da
maneira como a pequena Lucy parecia olhar para ele e segui-lo, ou... Mas eu não
ia pensar nisso. Drake nunca - quero dizer, nunca, nunca - tocaria Lana. Se
havia alguém com quem a adolescente estava segura, seria Drake.

Mas eu não conseguia entender como ele parecia à vontade, apesar da dor
de cabeça que ele dizia ter há apenas algumas horas atrás. Era bom vê-lo assim,
porque Drake era tão confuso em sua cabeça na maior parte do tempo.
Quando chegamos à casa de praia, ele pulou do caminhão em movimento e
foi direto ajudar a descarregá-lo. Shane e Nik sairam para ajudar e não demorou
tanto tempo para descarregar, não tanto quanto demorou para carregá-lo. Na
hora em que colocamos todas as suas coisas na casa de hóspedes, já era depois
do meio-dia e estávamos todos com fome e sede.

Emmie já havia deixado arrumado no pátio, cervejas, chá gelado,


refrigerantes e várias caixas de pizzas para nós. Eu evitei a caixa que tinha bacon
escrito no topo e mergulhei na que tinha todo o resto. Lana e Lucy já estavam
sendo bem recebidas pelos outros caras com provocação bem-humorada, e eu vi
que Lucy parecia estar invadindo mais do que apenas o coração de Drake
enquanto a tarde passava.

Eu sabia o que eles viam quando olhavam para Lucy. Eu via exatamente a
mesma coisa. Todos nós vimos Emmie que tinha sido apenas um pouco mais
jovem quando ela se mudou para o trailer ao lado de Nik. Mas havia uma
diferença enorme entre Emmie na época e Lucy agora. Emmie tinha sido
negligenciada, abusada, uma menina perdida que ficou nervosa em aceitar
quatro adolescentes que tinham sidos os primeiros a querer protegê-la. Lucy era
uma menina amada e saudável.

Lucy era o que Emmie deveria ter sido.

— Deve haver um lugar aqui onde podemos comprar todas as coisas que
precisamos para fazer o castelo de areia perfeito, — Drake disse a Lucy, que
ainda estava mastigando pretzels após as três fatias de pizza de queijo que já
tinha devorado. — Quer ir comigo para procurar?

Senti Layla ficar tensa ao lado de mim. Eu não sei se foi porque ela sentiu
que Lucy estava incomodando Drake, ou se ela estava preocupada com Lucy
estar a sós com o roqueiro. Sem pensar nisso, eu capturei a mão dela e dei-lhe
um aperto tranquilizador. — Isso parece ser uma ideia muito divertida, — eu
concordei antes que alguém pudesse dizer alguma coisa. — Então, Layla pode
conseguir desencaixotar as coisas sem ter que se preocupar com Lucy.
Ela pareceu relaxar um pouco depois disso. Fez o meu peito apertar o fato de
ela aceitar minha opinião de coração e com confiança. Lucy deu a Layla uma
olhada. — Posso ir, Layla? Por favor?

— Claro. Desde que você se comporte, bebê.

— Incrível. — Lucy bateu no ar com seu punho e eu cheguei à conclusão de


que ‘incrível’ era a palavra favorita de Lucy.

— Incrível. — Drake empurrou a cadeira para trás e se levantou. Lucy


colocou a mãozinha na sua maior. Antes de se virar para ir embora, Drake olhou
para Lana que estava franzindo a testa para o oceano. — Quer se juntar a nós,
Lana?

Ela parecia assustada com o pedido dele. Um rubor subiu em seu rosto,
fazendo seu rosto brilhar. Ela lambeu os lábios como fazia quando estava nervosa
e olhou para Layla. — Eu... eu deveria ficar e ajudar Layla a desempacotar a
mudança.

— Se você quer ir, vá. — Layla estava recolhendo o lixo. — Eu posso lidar
com a mudança. — Ela enxotou-os com um sorriso. — Vá. Divirta-se.

Lana já estava de pé antes que sua irmã tivesse acabado de falar. Ela
agarrou a mão livre de Drake e começou a puxá-lo para dentro da casa. O olhar
no rosto do meu amigo era impagável, e pela segunda vez eu me perguntei... mas
não! Drake nunca...

Quando eles desapareceram dentro da casa, eu olhei para Emmie que ainda
estava olhando para onde os três estiveram. Seus olhos estavam arregalados,
mas havia mais admiração do que preocupação naqueles olhos verdes bonitos.
Um sorriso brincava com seus lábios, e eu deixei a minha preocupação
desaparecer. Se Emmie não estava preocupada, então eu não ficaria.

— Obrigada pelo almoço, pessoal. — Layla levou seu lixo, bem como o de
Lana, Lucy, e Drake. Ela se levantou, — E obrigada por nos ajudar com a
mudança hoje, foi divertido.
— Não fuja, — disse a ela. — Fique. Desempacotar pode esperar um pouco
mais. — Eu não queria que ela fosse ainda.

— Sim, Layla, — Emmie concordou. — Sente e relaxe. Ou vá se trocar e


vestir um biquíni e vamos para a piscina. Eu realmente gostei desta tarde, e não
estou pronta para isso ter acabado.

Pensar em Layla em um biquíni fez meu pau contrair. Eu tive que morder
minha bochecha para não gemer alto. — Eu não sei. — Ela parecia tentada e eu
queria tentá-la mais.

Inclinei-me mais perto e sussurrei em seu ouvido. — Há uma banheira de


hidromassagem.

Seus olhos cor de chocolate encontraram os meus, e eu vi como sua boca se


abriu ligeiramente. Sua língua maldosa saiu furtivamente para umedecer o lábio
inferior, e eu queria sugá-lo em minha boca. — Uma banheira de
hidromassagem? — Sua voz saiu um pouco sem fôlego, e eu sorri quando assenti.

— Vamos lá, Em, — Nik disse quando ele se levantou e ajudou Emmie a se
levantar. — Vamos testar seu novo biquíni. Estou pronto para um mergulho na
piscina eu mesmo. Shane, você vai se juntar a nós?

— Nah. Eu estou indo para o Hills. Axton está dando uma festa, e eu acho
que vou cair de cabeça e beber todo o uísque. — Ele se levantou lentamente. —
Vejo você mais tarde, Layla.

— Ah... Tchau, Shane.

— Shane, vai dormir lá? — Emmie o chamou.

Ele deu de ombros. — Depende. Mas não me espere em casa até amanhã de
manhã.

Eu sabia que isso ia acontecer mesmo antes de sair da boca dela. — Não
dirija, Shane. Por favor, não dirija. — Ele parou e se virou para ela. Ela fez
beicinho para ele e Shane era tão otário quanto o resto de nós quando ela fazia
aquele beicinho. Ele a puxou para perto, sua mão indo automaticamente para o
maldito inchaço na barriga dela e acariciando-o. — Eu juro que não vou beber e
dirigir, Em. — Ele beijou sua bochecha.

Ela abraçou-o com força, em seguida, empurrou-o em direção à porta. — Eu


irei ligar para Axton e me certificar que ele pegue as chaves assim que você
atravessar a porta.

— Amo você, Em, — ele chamou enquanto entrava na casa.

— Amo você, Shane. — Assim que ele estava fora de vista, ela puxou o
telefone e começou a discar. Nik olhou para mim e revirou os olhos, antes de
segui-la para dentro da casa, enquanto ela reclamava com Axton sobre não deixar
Shane beber e dirigir.

Eu os observei sair antes de me virar para a deusa sentada ao lado de mim.


— Você tem um biquíni?

Ela assentiu com a cabeça. — É um pouco velho, mas sim, eu tenho um. —
Eu podia ver a antecipação em seus olhos. Deuses, eu adorava olhar para os
olhos dela! — Mas está um pouco quente para a banheira de hidromassagem.
Acho que vou ficar na piscina.

— Acho que vamos ter que esperar para testá-la depois. — Me levantei e levei
os pratos de papel dela antes que ela pudesse protestar. — Vá se trocar, Layla.
Eu preciso te ver em um biquíni. — Eu estava morrendo de vontade de vê-la em
nada, mas agora um biquíni serviria.
Capítulo 7
Layla

No momento em que eu achei meu biquíni e terminei de me trocar, 20


minutos tinham se passado. Peguei uma toalha e saí da casa de hóspedes. Havia
um pequeno quintal gramado que separava a casa de hóspedes da casa principal,
e eu adorava a sensação da grama verde sob os meus pés descalços.

Eu ouvi a música. Não estava alta, apenas o suficiente para fornecer algum
ruído de fundo. Jesse deve ter ligado, porque ele era o único sentado à beira da
piscina. Aparentemente, Nik e Emmie ainda estavam testando o biquíni novo de
Emmie. A percepção de que eu estava sozinha com o roqueiro sexy em nada mais
do que um biquíni deveria ter me deixado nervosa. Realmente, deveria ter, mas
isso não aconteceu.

Joguei minha toalha em uma espreguiçadeira e caí na beira da enorme


piscina ao lado de Jesse. Ele estava batendo seus pés descalços na água. Seus
olhos estavam sobre o mar no horizonte, mas eu sabia que ele sabia que eu
estava lá desde o instante em que eu tinha voltado. Seu corpo inteiro se esticou,
assim como o meu tinha. Havia uma força desconhecida que continuava me
atraindo para esse homem, e me assustava tanto quanto me excitava.
— Eu estou tentando não olhar, — ele murmurou, mantendo os olhos no
horizonte. — Porque eu sei que no instante em que eu fizer isso, não vou ser
capaz de manter o meu pau sob controle.

Ele podia estar tentando manter os olhos de cima de mim, mas eu não tinha
nenhum problema em deixar os meus beberem da visão de seu peito nu e suas
costas. Meus dedos coçaram para realmente traçar todos os ângulos duros de
seus músculos esculpidos. Minha boca estava cheia de saliva de querer correr
minha língua sobre todos os detalhes de suas muitas tatuagens. E essa cabeça!
Porra, eu queria esfregar a cabeça dele para ver se sentia tão bom quanto parecia.

Seu torso pairava para baixo sobre ele e o meu olhar viajou em sua barriga
lisa, eu vi que ele já estava tendo problemas para controlar seu pau. Sem pensar,
eu levantei a minha mão e estava prestes a tocá-lo quando as portas francesas
deslizantes se abriram, e Nik saiu com uma caixa de isopor cheia de cervejas.

Minha mão caiu de volta para o meu lado, meu coração acelerado enquanto
eu tentava controlar meu desejo. Não era inteligente começar algo com Jesse
Thornton. Eu não iria começar nada com Jesse Thornton... Eu realmente queria
começar algo com Jesse Thornton!

— Se você tirar sarro de mim, eu vou chutar você nas bolas, — disse Emmie
quando ela saiu da casa e começou a subir os poucos degraus que subiam do
pátio para a plataforma da piscina. Eu achei que ela estava linda com a barriga
de fora. Seus peitos pareciam cheios e firmes, sua bunda perfeita. Por trás
ninguém sequer percebia que ela estava grávida.

— Eu acho que você está linda, — eu assegurei a ela quando escorreguei na


água.

Emmie sorriu para mim. — Obrigada. Eu não tinha certeza se deveria usar
um biquíni, mas então eu percebi que não dou a mínima. — Ela puxou o longo
cabelo ruivo em um rabo de cavalo e se virou. A tatuagem nas costas dela me
chamou a atenção. Eu instantaneamente queria uma igual.

A forma como as asas do demônio pareciam que eram parte dela de verdade,
ao invés de uma tatuagem. Quem quer que tivesse feito o trabalho, era realmente
talentoso. Cada escala era precisa e bem definida, o sombreamento feito de uma
maneira que lhe dava uma aparência 3D. As palavras em estilo Gótico escritas
abaixo, 'Propriedade dos Asas do Demônio’, eram simplesmente lindas.

— Quem fez sua tatuagem? — Eu perguntei, incapaz de tirar os olhos das


costas dela.

— Drake projetou, mas não me lembro o cara que a fez. — Ela encolheu os
ombros. — Eu fiz quando eu tinha dezoito anos em Miami.

— Drake projetou? Meu Deus, que talento!

— Esse é o Drake. — Emmie parou ao lado de Jesse que a ajudou a se


sentar. A forma como ele era tão cuidadoso com ela fez algo doer dentro de mim.
Todos os caras eram tão cuidadosos em volta de Emmie. Eu não acho que era só
porque ela estava grávida. Era como se eles a tratassem como vidro frágil. Ver os
grandes roqueiros sendo tão gentis ao redor dela era algo para ser contemplado.

— Layla, você quer uma cerveja? — Nik perguntou enquanto ele tirou a parte
de cima de uma Corona e me ofereceu.

Eu aceitei sem hesitar. Eu não bebia muitas vezes, mas, novamente, eu me


via fazendo coisas ultimamente que eu nunca pensei que iria fazer... como sair
com estrelas do rock na piscina deles.

Mas era muito divertido! Durante a próxima hora, nós nadamos e jogamos
água por aí, e eu não podia me lembrar de me divertir tanto como com esses três.
Era como se tivéssemos sido amigos durante anos. Eu tinha conhecido essas
pessoas em menos de uma semana. Eu trabalhava para eles, mas eles estavam
me tratando como se eu pertencesse a eles. Era outra experiência nova para mim.

Emmie sentou-se na borda da piscina novamente. Água fluía para fora de


seu rabo de cavalo e escorria de seu corpo. Ela ainda estava rindo da tentativa de
Nik de enterrar Jesse, o que não era coisa fácil de fazer, mesmo considerando os
músculos e altura de Nik. — Ha, ha, — ela provocou. — Eu sabia que você não
conseguia.
Nik nadou até ela e empurrou suas coxas largas para que ele pudesse entrar
entre elas. — Você deveria estar do meu lado.

Ela sorriu para ele onde seus olhos estavam do nível dos seios dela. — Quem
disse?

— Digo eu, aquele que mais te ama. — Seus braços a envolveram ao redor
da cintura distendida dela. — O que colocou esse anjinho lá dentro. — Ele deu
um beijo em sua barriga e vi Emmie se arrepiar. — Você se lembra de mim, certo?
A pessoa que vai se casar com você quando você decidir que realmente quer se
casar.

— Eu disse que faria, não é? — Ela correu os dedos pelos seus cabelos, e o
momento parecia muito intimo para eu assistir, então me virei.

Jesse estava logo atrás de mim. Eu não tinha ouvido ele nadando perto.
Mesmo com a água fria caindo sobre mim, eu não podia evitar derreter. Sua
proximidade fazia coisas com o meu corpo que nenhum dos três amantes do meu
passado tinha sido capaz de fazer com um toque. A maneira como ele olhava para
mim fazia o ar ficar preso em meus pulmões, e eu tinha que ficar me lembrando
de respirar.

— Eu quero te beijar tão malditamente tanto, — ele murmurou baixinho


para que só eu pudesse ouvi-lo. Não que ele precisasse se preocupar. Emmie e
Nik estavam com as bocas ocupadas agora, e eu duvidava que sequer percebiam
que ainda estávamos lá.

Meus lábios formigaram instantaneamente, como se antecipando o beijo.

— Mas eu seria amaldiçoado se fizesse isso aqui. — Ele passou a mão sobre
a sua cabeça lisa. Estendendo a mão, a sua capturou a minha e ligou nossos
dedos. Minha pele parecia escaldante daquele inocente contato com a pele dele.

Eu queria que ele me beijasse! Eu estava pronta para que ele me devorasse
com aquela boca dele. Meus dedos curvaram em torno dele, e eu estava me
aproximando dele quando ouvi a risada de Lana quando ela saiu da casa. Ela foi
seguida por Drake, que estava rindo tanto quanto ela, com Lucy na retaguarda.
Eu pulei para trás como se estivesse de pé perto de um fio vivo, o que eu
tinha certeza que estava. Para mim, Jesse era como uma corrente elétrica que
estava pronta para me dar um tiro a qualquer momento. Um que iria me fritar, se
eu me aproximasse, algo que eu estava prestes a fazer.

— Eu pensei que você estava desencaixotando a mudança, — Lana chamou


enquanto tirava um pirulito da boca. Os três tinham doces em suas bocas e
sorrisos em seus rostos. Eu não tinha visto Lana sorrir assim desde que éramos
pequenas.

— A piscina era muito tentadora, — eu disse a ela enquanto comecei a


escalar para sair.

— Olha, Layla. — Lucy veio correndo até mim com um saco cheio de
brinquedos. Eu vi um bote inflável, boias de natação, e vários outros brinquedos
de piscina. Drake tinha um saco maior que eu só poderia assumir que fossem as
ferramentas para castelo de areia que eles foram buscar, em primeiro lugar. —
Drake disse que já que eu não sei nadar, eu tenho que usar isso se eu quiser
entrar na piscina. Mas ele prometeu que iria me ensinar!

Meu coração se apertou com o quão atencioso Drake era. Eu lhe dei um
sorriso agradecido. — Obrigada, Drake. Isso foi gentil da sua parte.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. — Vamos, Lucy. Temos
algumas horas sobrando da luz do dia. Vamos começar aquele castelo.

Deixando o saco comigo ela pulou para longe com ele. Sua mãozinha foi
engolida em sua enorme, enquanto caminhavam em direção à praia, de mãos
dadas. Lana os observou com um olhar de desejo puro no rosto. Eu não sabia se
era porque ela queria brincar com eles também... ou outra coisa. Eu teria que
falar com ela sobre isso mais tarde.

Quando os dois chegaram à praia, Drake olhou para trás, seu rosto franzido
numa expressão que era quase bonita. — Lana, você vem?

O olhar de saudade foi rapidamente mascarado por trás de um sorriso. —


Talvez daqui a pouco. Eu quero me trocar antes.
Eu não podia ter certeza, mas parecia que decepção atravessou o rosto do
roqueiro. O sorriso dele não era tão grande como tinha sido quando eles tinham
voltado. — Ok.

Sim, eu realmente precisava falar com Lana mais tarde!

Jesse

Demorou uma eternidade para o meu pau se acalmar depois de quase ter
beijado Layla na piscina. O banho frio não ajudou. Masturbar também não tinha
resolvido. Eu queria a pequena deusa a ponto de doer, e eu não estava
acostumado a negar a mim mesmo quando se tratava de coisas que eu queria.
Droga, eu tinha ficado mimado ao longo dos últimos dez anos!

Domingo eu tentei ficar longe dela. Eu disse a mim mesmo que eu estava
deixando que ela se instalasse, que eu não queria atrapalhá-la. Na realidade eu
estava assustado. Eu tinha certeza de que me preocupava com ela, e isso era
terrível. Como eu poderia ter sentimentos por uma mulher que tinha acabado de
conhecer? Como foi que ela estava constantemente em minha mente enquanto eu
estava acordado? Por que ela estava assombrando meus sonhos enquanto eu
dormia?

Mas na segunda-feira eu sabia que precisava fazer algo sobre como eu


estava me sentindo. Talvez eu devesse tentar tirá-la do meu sistema. Isso tinha
que ser o que estava acontecendo. Era algo que eu queria, e tinha sido negado a
mim mesmo nesses dias de hoje. Se eu a tirasse do meu sistema, então esta dor
no meu peito iria embora, certo?

Porra, eu esperava que fosse só isso. Relacionamentos me assustavam


muito. Nenhum dos que eu já tinha visto no passado havia dado certo. O
relacionamento da minha mãe e meu pai com certeza não tinha dado certo. Eu
nunca tinha tido um no passado que durou mais de alguns dias, e eles só tinham
sido sobre sexo. Assustador o suficiente, eu queria mais do que isso com Layla.
Eu gostava de falar com ela e de conhecê-la. Eu queria saber o que a fazia rir,
porque Deus, aquela risada fazia coisas com o meu pau! Eu queria saber o que a
fazia chorar, porque eu não queria nunca chegar a ver lágrimas em seus grandes
olhos cor de chocolate.

— Jesse!

Eu fiz uma careta quando ouvi Emmie me chamando. Eu tinha feito o


caminho mais longo até meu quarto quando chegamos em casa vindo do estúdio
e devo ter adormecido. Nas duas últimas noites eu não tinha conseguido dormir
muito. Layla invadia minha mente. Porra, minha mão estava começando a
desenvolver calos de toda a movimentação que eu tinha feito ao longo dos últimos
dias. Quando eu conseguia dormir, era para acordar tão duro que eu tinha que
ter cuidado para não sofrer com as bolas mais azuis conhecidas pelo homem.

— Jesse! — Emmie chamou de novo, e eu passei a mão no meu rosto para


tentar tirar o sono que ainda persistia. — Você está em casa? — Eu ouvi o
barulho macio de passos e me sentei.

— Aqui, Em, — Eu chamei de volta assim que ela apareceu na porta da sala
de estar. Ela franziu a testa para mim, preocupação em seus olhos verdes. —
Você está bem?

— Apenas cansado. Não tenho dormido ultimamente. — Seus olhos


escureceram com preocupação. — Eu estou bem, Em. Eu juro. Eu não estou
doente, nem nada. — Só constantemente duro, porque a minha pequena deusa
estava me deixando louco de desejo!

Ela ainda parecia preocupada. — O jantar está pronto. Você está com fome?
— Meu estômago roncou alto o suficiente para ela ouvir, e sua expressão
preocupada aliviou em um pequeno sorriso. — Vou tomar isso como um sim.
Vamos lá, eu fiz bolo de carne.

— Não com bacon. — Eu não acho que poderia lidar com bacon hoje a noite.

Ela riu. — Não. Eu só o coloquei em uma porção pequena.


Eu a segui até a sala de jantar onde Drake e Shane já estavam fazendo seus
pratos com purê de batata, macarrão com queijo caseiro e feijão verde. Nik estava
colocando uma cesta de pães de fermento em cima da mesa e tomando seu lugar
habitual. Estávamos comendo refeições caseiras como esta durante todo o verão,
e eu tinha me acostumado a elas. Eu adorava me sentar com todas as pessoas
que importavam para mim e partilhar os alimentos que tinham sido feitos com
algum carinho.

Emmie sentou em seu lugar, e eu finalmente caí entre ela e Drake. A


primeira mordida de um dos rolos me fez gemer. — Deus, Em. Isso é incrível.

— Obrigada, mas eu não os fiz. — Ela estava jogando um pouco de ketchup


por cima de uma fatia de bacon. — Layla me ajudou na cozinha antes de sair. Eu
vou avisá-la que você gostou deles.

Layla. Apenas o som de seu nome fazia meu pau se contrair, e eu tomei meu
tempo saboreando o resto do meu rolo e mais dois. Conversas foram acontecendo
ao meu redor e eu tentei acompanhar, mas eu estava muito consumido com
pensamentos de Layla para prestar muita atenção ao que estava sendo dito.

— Jesse, você pode fazer isso?

Minha cabeça se levantou com a pergunta de Nik. Ele estava franzindo a


testa para mim, como se ele estivesse preocupado comigo. Eu suspirei e percebi
que tinha perdido uma conversa inteira, que provavelmente tinha sido
importante. — Sinto muito, cara. O que foi?

— Em tem uma consulta médica amanhã de manhã. Você pode levá-la, já


que realmente não precisamos de você no estúdio amanhã?

— Você sabe que eu vou. — Eu empurrei meu prato e peguei minha cerveja
mal tocada. — A que horas precisamos sair, querida?

Ela encolheu os ombros. — Cerca de 10h30. Então você pode dormir o


quanto quiser.
— Parece bom. — Eu não me importava de ir com Emmie ao médico. Eu
podia ouvir o batimento cardíaco do bebê, e isso nunca deixava de me emocionar.
Minha pequena 'sobrinha' já tinha invadido meu coração.

Assim que ele terminou o jantar, Drake se levantou e murmurou uma


desculpa. Eu imaginei que ele estivesse indo atacar uma nova garrafa de Jack
Daniels. Quando ele foi até a porta, todos nós compartilhamos um olhar sombrio,
mas voltamos a comer. Eu odiava que meu amigo fosse tão dependente de uma
garrafa para passar a noite. Eu odiava ainda mais as suas razões para a
necessidade disso...

Empurrando esses pensamentos escuros para longe, eu ajudei Nik a limpar


a mesa. Enchemos a máquina de lavar louça, mas não a ligamos porque
realmente nenhum de nós sabia o que fazer com essa coisa estúpida. Eu fechei a
porta e me virei para encontrar Nik puxando uma cerveja da geladeira. — Quer
uma? — Ele perguntou.

— Nah, cara. Estou bem. — Eu não estava com disposição para mais
cerveja. Ao invés disso, eu puxei uma lata de coca-cola na geladeira e a abri. O
refrigerante açucarado me acordou, pelo menos por hora, e eu segui Nik para o
pátio onde Emmie já estava enrolada em uma das espreguiçadeiras olhando para
o céu cheio de estrelas.

Estava frio lá fora e Nik espalhou um cobertor fino sobre ambos quando ele
se sentou ao lado dela e a puxou para mais perto. Eu me inclinei na minha
cadeira e fechei os olhos, apreciando o som das ondas quebrando na praia. Shane
saiu resmungando algo sobre uma corrida, mas ninguém se preocupou em dizer
qualquer coisa enquanto ele se dirigia para a praia.

Estava tão tranquilo que eu comecei a divagar. Em seguida, o som do riso do


pátio me chamou a atenção e meus olhos se abriram. Era um som raro, um que
eu não tinha ouvido em tanto tempo que parecia desde sempre, mas eu sabia
quem era.

Drake estava rindo - um som tão feliz que ele tinha que vir de sua própria
alma.
Quando a risada foi seguida por um riso muito feminino, meus pelos se
arrepiaram e eu olhei para Emmie que tinha se endireitado na espreguiçadeira.
Nossos olhos se encontraram. Os meus estavam preenchidos com uma mistura
de emoções. Eu sabia quem estava rindo, e não era Layla cuja risada ia direto
para o meu pau. Eu sabia que Lana estava segura com Drake. Nós todos
sabíamos. Mas Drake estava seguro com Lana?

O rosto de Emmie estava cheio de admiração e eu vi lágrimas brilharem em


seus olhos. Sua mão cobriu a boca. — Oh meu Deus! — Ela sussurrou. — Ele
está rindo!

Eu fiquei de pé, precisando ver o que os dois estavam fazendo. Eu tinha que
saber o que estava deixando Drake tão feliz. Da borda do pátio, virei minha
cabeça para olhar para o pequeno pátio que separava a casa principal da casa de
hóspedes. Havia duas dúzias de pequenas velas espalhadas sobre um lençol que
eles haviam jogado no chão. Na luz fraca, Drake estava desenhando algo em um
de seus muitos cadernos enquanto Lana sentava em frente a ele e apenas sorria
para ele.

Dei um passo para trás antes que eles pudessem me ver, meu coração na
garganta. Oh merda! Eu não sabia o que sentir logo em seguida, mas esta enorme
sensação maravilhosa corria através de mim. Drake nunca e eu digo NUNCA,
compartilhou suas habilidades artísticas com ninguém. Ele só as usava para
pintar o que ele tirava de seus pesadelos. O fato de que ele estava desenhando
Lana, que era uma menina obscenamente linda com essa risadinha, não era nada
menos que um milagre.

Eu caí sobre a cadeira em que eu estava antes e esfreguei as mãos sobre a


cabeça. O que eu fiz? Como eu poderia intervir quando ele parecia tão feliz e
estava fazendo coisas que eram tão diferentes do que ele fazia? Como eu poderia
quebrar isso quando eu nunca tinha visto meu amigo assim... Minha cabeça
girou quando eu percebi...

— Ele não está bebendo! — Eu sussurrei e olhei para Emmie e Nik. — Ele
está desenhando com ela e ele não está com uma garrafa com ele.
Ambos se sentaram com aquela notícia. Os dois compartilharam um longo
olhar e sorriram lentamente. Enquanto eu os olhava, um sorriso se espalhou pelo
meu próprio rosto. Talvez Lana fosse a coisa que Drake precisava. Eu não iria
entrar em cena. Não agora. Até que Drake me desse um motivo para duvidar dele,
eu não iria a lugar nenhum perto daqueles dois.
Capítulo 8
Layla

Passei todo o dia de domingo desembalando e começando a limpar a casa de


hóspedes. Havia muito o que fazer, e eu estava grata pela distração dos meus
pensamentos loucos de Jesse. Claro que eu não estava desapontada que ele não
veio falar comigo. Fiquei aliviada mesmo...

Ok, o meu coração ficou doente quando ele não veio me procurar. Eu queria
estar perto dele, mesmo que por apenas um minuto. Eu estava tão confusa que
eu não sabia o que fazer sobre isso. Meu desejo por ele era diferente de qualquer
coisa que eu havia experimentado antes em minha vida.

Na noite de domingo, enquanto Lana terminava o resto de sua lição de casa,


levei um tempo para falar com ela sobre Drake. Ela apenas riu e disse que eles
eram amigos. Ela me prometeu que não iria se envolver com um roqueiro, mas
havia algo parecido com saudade em seus olhos cor de âmbar, e eu senti meu
estômago se apertar com a preocupação.

Eu não forcei o assunto, apesar de tudo. Iria apenas assistir Lana e Drake e
ter certeza de que minha irmã não estava indo mais fundo do que ela podia
suportar. Eu não queria Lana se apaixonando por um roqueiro. Eu não queria me
apaixonar por um roqueiro...
Na segunda-feira, eu tive que sair uma hora antes, para que eu pudesse
situar Lucy na escola local. Quando voltei, me apressei a cumprir a rotina no
andar de cima. Eu aspirei os corredores e escadas, e em seguida, rapidamente
tomei conta do quarto de Drake.

Os cobertores estavam jogados por todo o lugar, mas não cheirava como
normalmente. Havia ainda o distinto cheiro de medo nos lençóis, mas não como
eu havia me acostumado durante a semana passada. Quando cheguei no
banheiro, fiquei maravilhada com o quão limpo ainda estava. Havia um leve odor
de vômito, mas não o fedor avassalador que eu tinha limpado manhã após manhã
na semana anterior.

Antes de sair, eu ajudei Emmie na cozinha, ensinando-a como fazer os rolos


de fermento que eu tinha aprendido a fazer com a mãe do meu primeiro
namorado. Quando olhei para o relógio e vi que era quase a hora dos caras
voltarem para a casa, do estúdio, eu me retirei para a casa de hóspedes. Eu tinha
ficado dois dias sem ver Jesse agora. Tinha sido difícil, mas eu tinha de alguma
forma conseguido não pensar nele a cada cinco minutos. Não queria estragar o
progresso que eu estava fazendo.

Lucy precisava de ajuda com matemática, então eu me sentei na mesa da


cozinha depois do jantar para ajudá-la. Ela estava incrível na leitura e já estava
em um nível de quinta série, mas a matemática simplesmente explodia sua
mente. Não que eu pudesse dizer qualquer coisa. Matemática não era o meu tema
mais forte também. Eu me desesperava com o que ia acontecer quando ela
chegasse no ensino médio. Eu teria que contratar um professor ou algo assim
para ela, porque eu com certeza não seria de muita ajuda.

Por volta das dez, Lucy estava na cama e Lana entrou. Eu não tinha dito
nada quando ela reuniu todas as nossas velas e um lençol velho e desapareceu lá
fora. O som de sua risada e das gargalhadas profundas de Drake tinha sido
realmente emocionante, mas eu ainda me preocupava. Quando Lana me deu o
sorriso mais brilhante que já vi vindo dela, eu só lhe dei boa noite e me preparei
para dormir no sofá-cama na sala, quando ela entrou no quarto que ela dividia
com Lucy.
Eu adormeci, orgulhosa de mim mesma por não ter pensado em Jesse
durante o dia todo... só para sonhar com ele!

O despertador de Lana me acordou de um sonho particularmente molhado, e


eu me sentei, minha respiração ofegante enquanto eu pressionava meus dedos
trêmulos ao meu clitóris latejante. Lana estava no chuveiro, então eu tinha
alguns minutos para cuidar da dor que sonhar com Jesse tinha causado. Fechei
os olhos, imaginando a cabeça lisa entre as minhas pernas, enquanto sua língua
lambia meu sexo até que eu não conseguisse segurar por mais tempo.

Usei o polegar para pressionar para baixo o topo do meu clitóris enquanto eu
enfiava dois dedos em meu sexo molhado. Mordi o lábio para não gemer de puro
prazer, quando senti meus músculos internos começarem a apertar e
convulsionar. Quando eu consegui respirar novamente, eu chupei os dedos na
minha boca, imaginando que era o pau de Jesse, enquanto estava lambendo o
meu suco direto de seu pau grosso. Quando meus dedos estavam livres da minha
excitação, eu me levantei para começar o dia.

Lana estava saindo do banho quando entrei no banheiro. Seu cabelo estava
pingando por todo o lugar, e ela enrolou uma toalha em torno dele antes de pegar
outra para envolver seu lindo corpo. Ela não era tatuada ou perfurada como eu
era. Ela tinha a pele virgem, e eu queria mantê-la assim, mas ela já tinha
começado a insinuar fazer uma em seu aniversário daqui a algumas semanas.

— Me dá algum dinheiro para a gasolina, Layla? — Lana perguntou


enquanto se apressava para se secar. — Seu carro tem pouca.

Eu lavei minhas mãos. — Claro. Mas eu não tenho nenhum dinheiro. Basta
usar meu cartão de crédito na bomba, ok? — Separei meu cabelo em um rabo de
cavalo e puxei para trás em um coque bagunçado antes de alcançar a minha
escova de dente.

— Obrigada, Layla. — Ela correu um grande pente através de seu cabelo


úmido, em seguida, entrou no quarto para se vestir. — Ei, você se importa se eu
sair para jantar com Drake na sexta-feira?
Minha mão congelou com a escova de dente ainda na minha boca. Minha
boca estava cheia de pasta de dente e saliva, mas eu corri para a porta e franzi o
cenho para a minha irmã enquanto ela vestia calça jeans e um top preto simples
sobre seu sutiã preto. — O quê? — Talvez eu não tivesse ouvido direito.

Lana puxou o cabelo úmido para fora da camisa e se virou para mim. — Eu
quero jantar com Drake na sexta à noite. Ele me pediu para ir a este pequeno
lugar grego que ele acha que eu gostaria. Eu prometo que não vou ficar fora até
tarde.

— Lana, ele está na casa dos trinta. — Eu a lembrei com a minha boca cheia
de pasta. — E ele é um roqueiro.

Ela suspirou. — Ele não é como aqueles caras com quem a mãe brincou,
Layla. Sim, eu tenho certeza que ele viveu uma vida difícil, mas tem algo nele
que... — ela balançou a cabeça. — Eu não sei o que é, Layla. Eu sinto que há
uma corda invisível que me puxa para ele.

— Lana...

— Não. Por favor, apenas ouça. Eu gosto dele. Mas agora nós somos apenas
amigos. Ele não está pronto para qualquer coisa mais... — Eu abri minha boca
para perguntar como ela sabia disso quando ela continuou. — Nós não falamos
sobre isso, se é isso que você quer saber. Eu apenas sinto. Ele é assombrado por
algo de seu passado e até que ele esteja pronto para enfrentar, ele não vai estar
pronto para mim. Então, por favor, confie em mim. Ok? Eu quero ser amiga dele.

Fechei minha boca, meus dentes mordendo meu lábio inferior, enquanto eu
tentava não engolir a bagunça na minha boca. Eu confiava em Lana. Ela era uma
boa menina, com uma boa cabeça em seus ombros, e em poucas semanas ela iria
ter dezoito anos, uma adulta. Eu tinha que confiar que ela sabia o que estava
fazendo e seria capaz de lidar com os erros que podiam acontecer ao longo do
caminho.

— Ok, Lana. Eu confio em você para saber o que é melhor para si mesma. Só
tome cuidado, ok? E lembre-se que ele ainda é um roqueiro. Isso não vai mudar.
***

Depois de colocar Lucy no ônibus, eu fui para a casa. Os caras já tinham ido
embora, eu tinha os ouvido sair logo após Lana se afastar. Eu relaxei sabendo
que além de Emmie, que ainda estava dormindo ou trabalhando em seu
escritório, eu estava sozinha na casa.

A primeira coisa que fiz foi tomar conta do quarto de Drake. Seus lençóis
não estavam tão amarrotados esta manhã, mas ainda havia o cheiro de medo e
suor, então eu troquei os lençóis e joguei o edredom na máquina de lavar antes
de cuidar do banheiro.

Quando eu terminei lá em cima, eu fui para a cozinha. A máquina estava


cheia de pratos sujos, e eu a liguei antes de pegar uma panela para fritar um
pouco de bacon para Emmie. Eu sabia que ela estaria com fome, mas se ela
estivesse trabalhando ela iria se esquecer de comer a menos que eu levasse
alguma coisa.

Eu fritei o bacon fino e crocante, do jeito que ela gostava, e alguns ovos
mexidos enquanto o pão torrava. Eu estava colocando os ovos em um prato
quando ouvi passos entrarem na cozinha atrás de mim. — Ei, pequena mamãe.
Está com fome? — Eu perguntei sem me virar.

— Morrendo de fome.

Eu quase deixei cair a frigideira com o som da voz profunda de Jesse. Eu


gritei e virei minha cabeça para encontrá-lo em pé na frente do balcão, com nada
mais do que um par de jeans que estavam sentados quase indecentemente baixos
sobre os quadris estreitos. Minha boca ficou seca quando meu sexo inundou com
desejo.

Meu Deus! Ele parecia algo vindo de uma fantasia sombria. Claro, eu tinha
visto seu peito quando estávamos nadando no sábado, mas isso não quer dizer
que eu fosse ficar menos afetada agora. Era um peito largo e musculoso com um
coração negro em seu peitoral esquerdo. Esse abdome tinha todos os ângulos
duros e sulcos profundos. Um pequeno rastro de cabelo escuro se arrastava de
seu umbigo para baixo em sua barriga lisa e desaparecia em sua calça jeans...

Fechei minha boca escancarada e tentei acalmar meu coração acelerado


quando me virei para longe da visão devastadora do homem sexy atrás de mim.
— Hum... Eu não estava esperando que você fosse estar aqui. — Saiu com uma
voz apenas ligeiramente tremida com a minha necessidade.

— Em tem uma consulta médica e eu era o único livre para ir. — Ouvi seus
passos quando ele deu a volta no balcão. Meu já acelerado ritmo cardíaco ficou
louco quando eu pude senti-lo parar logo atrás de mim. Eu podia sentir o calor
irradiando de seu corpo grande. — Posso me juntar a vocês no café da manhã?

— Claro. Apenas me deixe fazer mais alguns ovos. — Peguei a caixa de ovos
com uma mão que tremia.

A mão dele pegou meu cotovelo, e cuidadosamente me virou para encará-lo.


Todo o oxigênio pareceu sair da sala quando eu olhei para aqueles olhos que
mudavam com cada emoção que atravessava seu rosto cativante. Agora, eles
estavam mais escuros do que eu já tinha visto. — Eu estava esperando por algo
um pouco mais doce do que ovos, Layla, — ele murmurou enquanto sua cabeça
baixava em direção a minha.

Era estúpido. Era uma loucura... mas eu nunca tinha sido inteligente ou
sensata. Pelo menos foi o que eu disse a mim mesma enquanto me aproximava.
Ele se elevava sobre mim, mas eu pensei que nos encaixávamos perfeitamente
um contra o outro. Sua ereção pressionada contra minha barriga, meus seios
contra o seu peito nos lugares certos. Eu podia ver o pulso batendo na base de
sua garganta, e sofri com a vontade de chupá-lo.

— Você é tão bonita, — ele rosnou, com a cabeça fazendo um mergulho lento
em direção a minha, como se estivesse me dando tempo para reconsiderar deixá-
lo me beijar.
O primeiro contato de seus lábios nos meus foi suave e gentil, mas não
menos inebriante. Seu lábio inferior era mais cheio do que o seu superior, e antes
que eu pudesse pensar sobre isso, eu me agarrei a ele, sugando-o em minha boca
para ter o sabor completo dele. Era como uma droga, tinha um gosto doce e
viciante de um homem apaixonado. Grandes dedos agarraram meu rabo de
cavalo, segurando a minha cabeça enquanto ele explorava a minha boca com a
língua.

Um gemido escapou de nós quando ele se afastou. Eu me pressionei mais


perto, querendo sua boca. Ele virou a cabeça, xingando baixinho enquanto
tentava respirar fundo. O beijo não tinha sido por muito tempo, talvez 20
segundos, mas tinha roubado o meu fôlego completamente. Fiquei emocionada
em saber que eu o tinha afetado tão completamente.

Uma grande mão esfregou meus quadris vestidos de calça jeans e me puxou
para seu corpo duro. Sua ereção pulsava contra o meu estômago, me fazendo
queimar por ele. Eu coloquei minha cabeça em seu peito, amando o som da
batida de coração fora do controle. Combinava com a minha própria e me fez
perceber que eu não era a única a lutar para controlar essa coisa que estava
acontecendo entre nós.

Depois de alguns minutos de ele me segurando assim, ele recuou o


suficiente para que houvesse alguns centímetros de espaço entre nós. Sua mão
ainda estava no meu quadril, entretanto, e eu olhei para ele através dos meus
cílios. — Eu sabia que você ia explodir minha mente, Layla, — ele murmurou em
uma voz cheia de paixão, — mas eu não tinha ideia de que você iria me fazer
explodir com apenas um beijo. — Ele deu um beijo suave em minha testa. — Eu
nunca tinha sido tão afetado por um beijo. Nem mesmo quando eu tinha quinze
anos e experimentei pela primeira vez.

— Eu estou muito afetada eu mesma, — Assegurei a ele em voz baixa.

Aqueles olhos escureceram ainda mais, e eu ansiava por mapeá-los, por


assistir enquanto ele experimentava todas as emoções conhecidas pelo homem e
testemunhava quantas cores eles realmente poderiam assumir. — Venha jantar
comigo hoje à noite. — Ele abaixou a cabeça para roçar um beijo carinhoso em
meu rosto. — Prometo não seduzi-la, a menos que você me peça.

Isso poderia ser um problema, porque eu tinha certeza de que queria que ele
me seduzisse. Lambi meus lábios. — Eu... eu não posso hoje à noite. — Eu
sussurrei, arrependimento nublando minha voz. — Lucy tem escola de manhã e
eu... Eu quero, mas...

— Shh... Sh. — Ele beijou a minha outra bochecha, apenas tocando com
seus lábios úmidos e quentes a minha pele macia. — Ok, não esta noite. Sábado
então. Jantar. Talvez alguns drinques no bar que tem música ao vivo?

Lentamente eu assenti. — Eu posso no sábado.

Outro beijo, esse na ponta do meu nariz. — Eu mal posso esperar. — Então,
ele deu um passo para trás, sua mão se movendo para sua virilha para se ajeitar.
Eu observei descaradamente enquanto ele o colocava em uma posição mais
confortável. Foda-me!

Justo quando ele se afastou a voz de Emmie veio da direção do escritório.


Ela estava no telefone, mas caminhando em direção à cozinha. — Se é o que é
preciso, é o que você tem que fazer. Não, isso é inaceitável. Certifique-se de que
esteja pronto!

Ela estava resmungando para si mesma quando entrou na cozinha. Ou ela


não sentia a tensão sexual ou a ignorou quando foi até o fogão e levantou uma
tira de bacon crocante da toalha de papel revestido em que eu tinha colocado o
bacon para escorrer. — Você sabe o quão difícil é fazer pessoas estúpidas fazerem
coisas inteligentes? — Ela perguntou a ninguém em particular.

— O quão difícil, Em? — Jesse perguntou casualmente enquanto se movia


ao redor do balcão e se sentava.

— Quase impossível. — Ela passou a mão sobre o estômago distendido


enquanto empurrava uma outra tira de bacon em sua boca. — Mas essa é a
minha sorte de hoje.
Limpei a garganta do desejo restante e voltei para os ovos. — Posso preparar
algo para você, Jesse?

— Isso seria ótimo, Layla. — Ele estava me observando, e eu tive que lutar
contra a minha vontade de me virar e olhar para ele enquanto fazia os seus ovos
mexidos. Quando comecei a colocar um pouco de bacon em seu prato, ele me
parou. — Não, por favor não. Eu não posso tolerar bacon.

Emmie riu. — Coitadinho.

— É tudo culpa sua, também! — Ele acusou quando eu coloquei o prato na


frente dele. — Eu praticamente odeio o cheiro de bacon agora. Como você pode
aguentar comê-lo em tudo, Em?

Ela deu de ombros, empurrando mais uma tira em sua boca. — O bebê quer,
o bebê vai ter.

Jesse

Eu acordei do jeito que eu tinha acordado nas últimas manhãs. Com uma
ereção que estava à beira da dor e minha mão trabalhando nisso enquanto a
lembrança do sonho ainda brilhava sob minhas pálpebras fechadas.

Layla de joelhos enquanto ela chupava meu pau. Seu cabelo enrolado em
minhas mãos enquanto eu empurrava em sua boca quente e maravilhosa. Ela
engoliu metade de mim, eu podia sentir a parte de trás de sua garganta enquanto
eu deslizava para baixo - a maldita garota não tinha reflexo de vômito! Eu apertei
o meu pau duro e puxei o saco embaixo, tentando fazer com que o prazer
durasse, enquanto eu o batia em uma velocidade que deveria ter deixado meu
pau em chamas.

Com um grito abafado, eu explodi em minha mão, minha respiração


ofegante, o coração disparado. Eu tinha que ter aquela deusa. Eu tinha que tê-la
logo!
Fiz a barba e tomei banho, e então eu puxei minha calça jeans antes de sair
em busca de café da manhã. O fato de que eu tinha ouvido Layla se movimentar
no quarto de Drake há pouco me fez levar tempo para me barbear hoje. A ideia de
vê-la me deixou duro novamente, apesar de ter me aliviado há pouco tempo.

Quando eu a encontrei fazendo o café da manhã não pude resistir a ter o


sabor de seus doces lábios. Eu precisava saber se eram tão bons quanto
pareciam nos meus sonhos. Porra, eu não esperava que seu beijo me fizesse
praticamente explodir aqui e ali. Um simples beijo, bastante inocente, mas tinha
tido a força de um furacão do jeito que me afetou.

Eu fiquei desapontado quando ela recusou o jantar, mas entendi seus


motivos. Eu também podia perceber que ela realmente queria sair comigo. Me
assustava muito, porque eu nunca tinha estado em um encontro antes. Sendo
um roqueiro, eu não precisava de vinho e um jantar chique antes de conseguir o
que eu queria. Mas ainda assim eu a convidei para sair. Layla merecia o
tratamento do jantar e beber vinho, mesmo que tudo que fossemos fazer era
pegar o jantar e ver uma banda local em um bar...

— Eu odeio isso, — Emmie murmurou enquanto ela sentava na mesa de


exame. Ela estava nua da cintura para baixo com um lençol sobre suas pernas.
Quando a enfermeira lhe tinha perguntado como ela estava se sentindo, Emmie
havia admitido sentir uma pressão baixa em seus quadris. A próxima coisa que
eu vi era que ela estava dizendo para Em se despir.

Eu tinha virado as costas para lhe dar um pouco de privacidade. Parecia


errado ver Emmie nua agora quando não tinha parecido no passado. Inferno, eu
já tinha visto aquela garota nua mais do que qualquer outra mulher que já tinha
visto na minha vida, mas nunca houve sequer uma pontinha de vida no meu pau
com a visão de sua nudez. Claro, eu tinha apreciado a vista, a menina era
gostosa. Mas quando se tratava da minha outra cabeça, ela ficava completamente
sem vida quando se apresentado com o corpo dela.

Agora que ela estava grávida, com não menos do que o filho do meu melhor
amigo, me senti um pouco pervertido em ver suas partes femininas.
— O que eles vão fazer? — Eu perguntei, sem saber o que esperar.

Emmie fez uma cara azeda. — Oh, nada. Eles só irão colocar os dedos lá
dentro e ver se eu estou dilatada ou algo assim.

Eu empalideci com a ideia de ver alguém colocando suas mãos na minha


Emmie. De repente, eu queria que eu tivesse ido para o estúdio e insistisse que
Nik a trouxesse para isso. Houve uma batida na porta e um homem de quarenta
e tantos anos entrou com uma carranca em seu rosto e seu óculos no meio do
caminho para baixo em seu longo nariz.

— Boa tarde, Sra. Jameson. — O médico cumprimentou em um tom


profissional enquanto olhava para seus arquivos.

— Doutor Chesterfield.

O médico levantou a cabeça e me olhou antes de me oferecer sua mão. —


Você deve ser um dos 'caras' de Emmie. — Ele me deu um meio sorriso.

Eu apertei sua mão. — Jesse.

— Prazer em conhecê-lo. — Ele caiu em sua cadeira com o arquivo na mão,


sua atenção totalmente focada em Emmie agora. — Então, você tem tido um
pouco de pressão. Quanto tempo isso tem acontecido?

Emmie encolheu os ombros. — Um ou dois dias. Nada de horrível. Apenas


muito desconfortável, — explicou ela.

O Dr. Chesterfield assentiu. — Bem, sua urina estava clara. Nenhuma


infecção. Vamos dar uma olhada para ver como o bebê está posicionado. — Ele
colocou luvas e Emmie se posicionou de modo que ela estava deitada de costas,
com os pés em alguma engenhoca assustadora chamada estribos. Ele levantou o
cobertor de papel até os joelhos, e ela abriu as pernas.

Emmie estendeu a mão procurando a minha e eu fui rápido em pegá-la. Ela


apertou com força enquanto o médico se movimentava lá embaixo. Um pequeno
gemido escapou de sua boca e eu estava prestes a perfurar o médico quando ele
se afastou e atirou as luvas no lixo. Ele estava franzindo a testa, e eu senti medo
encher meu estômago.

— Bem? — Emmie murmurou enquanto ela se sentava, segurando o


cobertor de papel até a cintura.

O médico estava lavando suas mãos agora, mas ele se virou para encará-la
enquanto ele enxugava. — A cabeça do bebê já está grande. Vai ser um bebê
grande, Emmie. E você não é exatamente feita para trazer uma criança assim.

— O que isso significa? — Ela sussurrou.

Ele deu-lhe um sorriso tranquilizador. — Significa apenas que eu acho que


você deve fazer cesárea. Será melhor para você e para o bebê. Você é uma
coisinha pequena, e depois de ver o pai do bebê em sua última consulta, eu posso
supor que a criança vai ser parecida com ele.

As lágrimas vieram tão de repente que eu não tive tempo para me preparar
para o impacto enquanto esfregava as mãos sobre sua barriga. — Eu tinha me
acostumado com a ideia de empurrá-la para fora. Agora você está dizendo que eu
tenho que ser cortada? — Ela passou a mão sobre o rosto. — Eu odeio isso, — ela
sussurrou, e eu a puxei contra meu peito.

— Eu sei que é assustador pensar nisso, Emmie. Me deixe-me explicar o que


vai acontecer, assim você vai estar um pouco mais preparada, ok? — O médico
nos disse exatamente como ele iria realizar a cesárea, ou cesariana, ou o que
fosse! Senti o sangue esvair do meu rosto enquanto ele descrevia como ele iria
cortar Emmie, abri-la e mover suas entranhas antes de puxar o bebê para fora.
Emmie estaria acordada durante a coisa toda...

Porra, eu realmente desejava que Nik tivesse vindo!

Emmie ficou quieta durante toda a viagem de carro. Quando o celular dela
tocou, ela só o desligou e o atirou dentro da bolsa. Eu dirigi com uma mão no
volante e a outra segurando uma dela. Ela se agarrava a mim como se disso
dependesse a sua vida, e eu não podia culpá-la, porque eu a estava segurando
tão firme quanto.
Meu telefone tocou quando eu estava entrando na garagem de casa. Eu olhei
para baixo para ver o rosto de Nik na tela e o alcancei assim que o carro estava
estacionado. — Venha para casa, — eu disse, sem me preocupar com
cumprimentos. — Emmie está bem, mas apenas venha para casa.

Houve uma pausa carregada e, em seguida, Nik murmurou uma série de


maldições violentas. — Eu estou a caminho. Ela está bem, certo? Você jura para
mim que ela está bem, Jesse!

Eu passei a mão no meu rosto e na cabeça. — Ela está bem, Nik. Só está
chateada.

Outra pausa carregada e, em seguida, ele resmungou: — O bebê..?

— Ela está bem também. Apenas se apresse, Nik, — eu disse a ele e terminei
a chamada. Virei-me no meu lugar para encontrar Emmie apenas olhando para
fora da janela na casa de praia. Estendi a mão para o queixo dela e suavemente
virei seu rosto para mim. — Não é tão ruim assim, — eu assegurei a ela. — As
mulheres fazem cesarianas o tempo todo, querida.

Ela me deu um pequeno sorriso. — Eu acho que elas fazem. — Ela suspirou.
— Isso é simplesmente muito difícil de processar, sabe?

— Eu sei. — Eu não podia pensar sobre o que aconteceria quando chegasse


a hora de o bebê nascer. O médico já estava falando sobre uma possível data para
o parto. Dependendo de como o bebê estivesse se desenvolvendo, ele queria fazer
pelo menos uma semana antes de 06 de novembro, a data prevista de
nascimento.

O que significava que o bebê estava chegando mais cedo do que o esperado!

Eu saí e ajudei Emmie a sair do carro. Ela segurou minha mão e entramos
na casa. Sentou-se na ponta mais longa do sofá e me ofereci para levar para ela
um pouco de água gelada. Ela apenas deu de ombros e eu corri para fazê-lo, para
fazer qualquer coisa para me sentir útil agora mesmo!
Layla estava na cozinha quando eu entrei. Ela estava guardando pratos e me
ofereceu um sorriso tímido quando entrei no cômodo. O sorriso evaporou quando
viu meu rosto pálido.

— O que há de errado? — Ela exigiu.

Eu suspirei, querendo contar tudo a ela. Ela parecia pensativa enquanto eu


me mexia para pegar para Emmie um copo de água gelada, enquanto eu dizia a
ela como a consulta com o médico tinha sido. Quando eu terminei, ela apenas
sorriu e saiu da cozinha. Eu encontrei-a sentada com Emmie na sala de estar.

Emmie soluçava enquanto Layla a abraçava, balançando-a gentilmente. —


Eu sei que é assustador, Emmie. Eu ficaria com medo também, querida.

Eu nunca tinha visto Emmie se apegar assim com outra mulher antes. Era
doloroso vê-la chorando, mas eu estava feliz que era Layla quem estava
segurando-a, sussurrando palavras suaves para ela enquanto ela tirava tudo
para fora de seu sistema. Emmie nunca teve uma amiga que pudesse ajudá-la em
coisas femininas como esta. Mesmo que os caras e eu movêssemos montanhas
por ela, nós nunca seriamos capaz de acalmá-la como Layla fazia agora.

— Eu aposto que está no YouTube, — Layla disse quando Emmie tinha se


acalmado o suficiente para que ela não estivesse mais chorando. Droga, esses
pequenos soluços eram tão ruins quanto, se você me perguntasse. — E se não
estiver, nós poderíamos pedir uma fita de uma cesariana de verdade. Aposto que
o médico fez soar assustador. Eu acho que vendo, vai ajudar você a entender
melhor. Mas Lana nasceu de cesariana e minha mãe disse que era muito melhor
do que ter à moda antiga.

— Eu estou tão assustada, Layla, — ela sussurrou.

Eu queria dar um soco em algo. Emmie teve medo o suficiente enquanto


crescia. Eu havia prometido a ela e a mim mesmo que ela nunca iria sentir medo
de novo no dia que ela veio morar com a gente. Não havia nada que eu pudesse
fazer sobre o medo que ela estava sentindo agora. Não havia ninguém que eu
pudesse destruir para fazer o medo ir embora dessa vez. Eu era inútil agora, e
isso estava me matando.
— Toda mulher sente medo quando ela está tendo um bebê, Em. Eu juro
que o que você está sentindo é natural. Vai ficar tudo bem. Você e o bebê vão
ficar bem. — Layla estava acariciando o cabelo dela, movendo-o para trás de seu
rosto úmido, oferecendo sorrisos gentis e palavras ternas.

— Vamos pegar o seu computador e conferir alguns sites, — disse Layla. Ela
olhou para mim, e me deu um sorriso tranquilizador, e estendeu a mão para o
copo de água que eu tinha agarrado com força na minha mão. Era incrível que eu
não tivesse quebrado o vidro do jeito que eu estava segurando. Seus dedos
demoraram apenas um minuto a mais do que o necessário na minha mão, mas
naquele momento eu senti um pouco da minha tensão diminuir. — Que tal pegar
o laptop de Emmie para nós? — Ela murmurou.

Finalmente algo que eu poderia fazer! Eu assenti e praticamente corri pelo


corredor até chegar no computador de Emmie. Quando voltei, ela estava tomando
a água e as lágrimas estavam praticamente secas. Layla pegou o computador de
mim com um sorriso e o abriu. Eu fiquei parado lá, não sabendo o que fazer,
enquanto as meninas procuravam um site sobre cesarianas.

Quando eu ouvi um bebê chorando, eu me aproximei atrás do sofá e me


agachei para que eu pudesse assistir também. Havia uma mulher colocada sobre
uma mesa, uma tenda separando a cabeça do resto do corpo. Várias pessoas
usando uniformes cirúrgicos estavam em um lado do estômago da mulher,
enquanto o que eu assumi ser o médico estava trabalhando na mulher. — Você
irá sentir alguma pressão, — o médico disse à mulher.

A coisa toda levou apenas minutos. Quando acabou, havia outro bebê
gritando. Aparentemente, a mulher estava carregando gêmeos. A enfermeira
pegou o bebê do médico, envolveu-o em um cobertor, e mostrou para a mãe.

— O que você acha? — Layla ousou perguntar depois que o vídeo tinha
acabado.

Emmie balançou a cabeça. — Ainda é assustador... mas você estava certa. O


médico fez parecer muito mais assustador do que o vídeo mostrou que seja.
— Bem, Nik vai estar lá com você. — Layla assegurou. — Você tem que ter
alguém na sala de operação com você. Nik vai se certificar de que você esteja
bem. Certo, Jesse?

— Porra, sim, ele irá. — Eu agarrei o ombro de Emmie, dando-lhe um


pequeno aperto. — Você e o bebê vão ficar bem, querida. Eu prometo.

A porta da frente se abriu e fechou. Imaginei que Nik tinha que ter quebrado
todas as leis de trânsito do estado para chegar em casa tão rapidamente. Era
apenas um pouco mais de uma hora de carro do estúdio com o trânsito. Nik tinha
feito em metade disso. — Bebê? — Ele gritou, em tom frenético.

— Estou aqui, — Emmie chamou.

Ele caiu de joelhos em frente dela, seu cabelo parecendo como um louco, o
rosto pálido e seus olhos inchados. — Porra, Em. Me diga o que está
acontecendo? — Sua voz estava cheia de emoção. — Eu estou enlouquecendo...

Layla ficou de pé, e eu a segui para fora da sala enquanto Emmie contou a
Nik sobre a visita ao médico. Ela olhou para mim por cima do ombro enquanto
caminhava em direção à cozinha. — Você parece estar precisando de uma bebida,
— Ela murmurou baixinho.

— Ou dez. — Eu passei a mão no meu rosto e na cabeça.

Ela sorriu. — Vamos lá. Eu vou pegar alguma coisa.

Antes que ela pudesse entrar na cozinha, eu peguei a cintura dela e


empurrei-a contra a parede, sem virá-la. Eu segurei-a apertado, precisando dela
contra mim mas muito covarde para virá-la, então ela não poderia ver as lágrimas
em meus olhos. — Obrigado, Layla, — Eu sussurrei em seu ouvido e a senti
tremer. — Obrigado por ajudar Emmie.
Capítulo 9
Layla

Se eu achava que o beijo aquela manhã foi quente, não era nada comparado
a ter Jesse me pressionando contra a parede do lado de fora da cozinha, sentindo
seu peito contra as minhas costas, seu confortável pau contra a minha bunda.
Meus seios pressionados contra a parede, enquanto os meus mamilos se
levantavam com cada respiração.

Seus dedos deslizaram pelos meus braços me dando arrepios. — Obrigado,


Layla. — Ele respirou contra meu ouvido e eu não podia parar de tremer. —
Obrigado por ajudar Emmie.

A sinceridade e gratidão em sua voz, disseram mais para mim do que


qualquer outra coisa. Eu já tinha visto a forma como ele lidava com Emmie, a
maneira como todos eles eram. Não tinha realmente me batido o quanto aquela
garota era amada, até agora. Fez o meu coração doer com uma emoção que eu
nunca havia sentido antes em minha vida. Que esse grande roqueiro, um homem
que eu tinha visto arrasando na televisão e nos tabloides, podia sentir algo tão
profundamente por outro ser humano foi incrível para mim.

Minhas experiências com os roqueiros nunca tinham me mostrado que esse


tipo de pessoa poderia sentir tais emoções...
Lábios quentes e ligeiramente úmidos roçaram meu pescoço exposto. — De
verdade, Layla. Obrigado. — Ele deu um passo para trás e saiu andando devagar.

Eu fiquei lá por um longo tempo, tentando fazer com que o meu corpo
parasse de tremer. Meu Deus, esse homem me fazia pulsar, sem sequer tentar!
Meu corpo inteiro era uma batida enorme, e meu coração estava tentando sair do
meu peito de tão forte que estava batendo.

Com as pernas tremendo, eu fui para o banheiro no térreo e joguei água fria
no meu rosto e passei os pulsos sob a corrente de água um pouco gelada. Eu não
olhei para mim mesma no espelho, muito assustada com o que eu poderia
encontrar em meus olhos, muito covarde para admitir que eu tinha sentimentos
pelo roqueiro que iam além da luxúria.

O resto da semana passou rápida o suficiente. Eu trabalhei duro, tendo


certeza de que a casa estava impecável, e em seguida, fazia questão de sair da
casa antes que os caras voltassem do estúdio todas as noites.

Lana desaparecia todas as noites depois do jantar, às vezes levando a lição


de casa com ela, e não retornava até a hora de dormir. Às vezes, eu ouvia seu riso
lá fora. Outras vezes eu olhava para fora da janela e via os dois caminhando na
praia. Eu não fazia perguntas, embora eu soubesse que a única coisa inteligente
a fazer era exigir saber o que ela estava fazendo, mas como eu tinha dito, eu
confiava na minha irmã para tomar as decisões corretas com Drake.

Sexta-feira chegou cedo demais para mim. Eu observei Lana enquanto ela
procurava por todo o seu guarda-roupa e, finalmente encontrava algo para vestir.
Uma saia preta simples com uma camisa branca e suéter preto de manga curta
que só tinha dois botões. Ela estava linda como sempre, mas quando ela
terminou a maquiagem, eu encontrei uma versão muito mais velha da minha
irmãzinha olhando de volta para mim. Eu odiava, mas eu mantive minha boca
fechada enquanto observava Drake levá-la embora para o seu jantar em algum
restaurante grego que Lana ia amar.

Tentei não olhar para o relógio toda a noite. Eu não tinha dado a Lana um
toque de recolher, mas eu esperava que ela seria responsável o suficiente para
saber quando era hora de encerrar a noite. Lucy tentou me manter distraída.
Jogamos alguns de seus jogos de tabuleiro, e eu a deixei me enganar a maioria do
tempo. Nós colorimos até que ela ficou com sono, e então a coloquei na cama com
apenas uma história, em vez de três como era normalmente.

Eu estava me virando para sair quando seus olhos se abriram de repente e


ela apertou minha mão. — Você acha que Lana gosta de Drake?

Sua pergunta me surpreendeu. — Eu não sei, Lucy. Por que você pergunta?

Ela suspirou. — Porque eu gosto dele. Eu quero que ela gosta dele também.
Drake é realmente incrível. — Mordi o lábio para não sorrir. Lucy não dava um
elogio tão alto para qualquer um, e ‘incrível’ era tão bom quanto o possível para
ela.

— Ele é legal, — eu concordei. — Eu acho que Lana e Drake vão ser grandes
amigos.

— Você acha que ele vai se casar com ela? — Ela parecia entusiasmada com
a perspectiva.

Meu estômago se apertou com medo. — Eu não acho que isso vai acontecer,
querida. Lana precisa ir para a faculdade. Ela precisa encontrar a si mesma antes
que ela possa lidar com algo assim... — Eu parei, não querendo discutir algo tão
pesado com a minha irmã de seis anos. — Vá dormir agora, Lucy. Você pode
perguntar a Lana tudo sobre sua noite de manhã. — Eu dei um beijo na testa
dela e fiz a minha fuga.

Me surpreendeu quando Lana abriu a porta da frente, logo após às onze. Eu


tinha pensado que ela estaria fora pelo menos até depois da meia-noite. Quando
ela fechou a porta e encostou-se, eu sabia que sua mente ainda estava na noite lá
fora e no homem com quem ela havia estado. Ela tinha esse olhar estrelado e
admiração iluminava seus olhos.

Limpei a garganta para chamar sua atenção, e ela olhou para mim sentada
no sofá. Um sorriso dividiu seu lindo rosto, e era tão contagiante que eu não pude
deixar de sorrir de volta. — Correu tudo bem?
Ela praticamente flutuou para o sofá e caiu ao lado de mim. Ela arrancou os
saltos que tinha emprestado de mim e colocou seus pés em meu colo, enquanto
se inclinou para trás com um suspiro. — Foi maravilhoso. Ele tem esse jeito de
fazer todos menos eu parecer insignificante. Havia três meninas no restaurante
tentando chamar a atenção dele, mas ele manteve os olhos somente em mim. Nós
conversamos sobre tudo e sobre nada, assim como sempre fazemos. Então ele me
levou para este pequeno parque, e apenas ficamos nos balanços para sempre. Eu
não queria voltar para casa, Lana, mas ele disse que não queria me trazer
problemas...

A notícia de que ele estava sendo tão responsável fez minha tensão sobre
eles... aliviar um pouco. Não era como se eu fosse superar esses sentimentos
durante a noite. Eu queria as coisas melhores para Lana na vida do que uma
estrela de rock. Eu queria que ela fosse para a faculdade, viver um pouco, sem ter
que se preocupar com qualquer outra coisa. Eu queria que ela tivesse as coisas, e
as chances que eu nunca tive. Não era tentar viver através dela, era querer uma
vida melhor para ela do que o que eu tinha na sua idade.

— Amanhã ele levará Lucy e eu para fazer compras. — Ela balançou a


cabeça. — Eu disse a ele que não queria nada, que tudo que eu queria era passar
tempo com ele, mas ele insistiu. Ele quer me comprar coisas, Layla. Como posso
dizer não a ele? Eu não posso... — Ela parou de falar com o cenho franzido. — Eu
não quero que ele pense que a única razão de eu querer ser amiga dele é para que
eu possa tirar proveito das coisas que ele pode me dar. Eu só quero ele.

Eu não tinha ideia de como ajudá-la com isso. Drake, tanto quanto eu
poderia dizer, nunca tinha sido de fazer alarde sobre qualquer coisa. Todas as
fotos que eu já tinha visto dele nos tabloides haviam o mostrado em jeans velho
esfarrapado e camisetas. Ele nunca tinha uma mulher pendurada no braço, a
menos que você contasse com Emmie, o que eu não fiz. Talvez ele comprando
coisas para Lana fosse a única maneira que ele soubesse como fazê-la ver que ele
se preocupava com ela, mas posso estar errada.

— Faça o que você tem que fazer, Lana. Quando ele tentar comprar algo,
insista que você não quer. — Eu segurei sua mão e dei-lhe um pequeno aperto. —
Estou feliz que você tenha tido um bom passeio, querida. Agora vá para o
chuveiro e para a cama. Podemos falar na parte da manhã.

Ela me abraçou apertado. — Ele realmente é um cara bom, Layla, — ela


murmurou antes de se levantar. — Você vai ver.

Eu apenas sorri enquanto observava sua caminhada para o quarto. Só o


tempo poderia dizer sobre Drake, mas eu realmente esperava que Lana estivesse
certa.

Jesse

Emmie estava muito mais calma depois de sua conversa com Layla.
Ninguém queria ir para o estúdio na quarta-feira, mas ela insistiu. De alguma
forma, nós conseguimos passar o dia sem enlouquecer e realmente terminamos
duas novas músicas.

Passei o dia com a minha mente dividida entre me preocupar com Emmie e
como ela estava lidando com a notícia de que ela ia ter que fazer uma cesariana, e
sonhando com Layla. No momento em que cheguei em casa naquela noite, eu
estava ansioso para vê-las.

Emmie estava ficando mais angustiada com essa nova situação onde o bebê
era a fonte de sua preocupação. Ela e Nik tinham conversado bastante na noite
anterior e eu acho que Nik estava mais preocupado com isso do que Em estava
agora. O pobre rapaz estava distante a maior parte do dia, falhando notas,
esquecendo palavras que ele próprio escreveu. Eu senti pena dele. Se me estava
incomodando tanto, eu só podia imaginar como ele estava se sentindo. Em era
tudo para ele, e o bebê era algo que ele tinha ficado obcecado por todo o verão.
Sua felicidade dependia de ambos.

Layla tinha saído antes de eu chegar em casa. Eu estava decepcionado. Eu


queria bater em sua porta e convidar a mim mesmo para a casa de hóspedes,
mas decidi que era melhor esperar. Talvez ela precisasse de algum espaço após o
beijo do dia anterior.

Drake desaparecia todas as noites depois do jantar. Eu estava realmente


com ciúmes do tempo que ele gastava com Lana. Eu queria ter o mesmo tempo
com Layla! Eu queria ir em longas caminhadas com ela ao longo da praia. Eu
queria ficar em um cobertor na grama e apenas observar o céu noturno ao falar
sobre nada do que realmente importava.

Não me entenda mal. Eu estava feliz por meu amigo. Uma vez que Lana
tinha aparecido, Drake tinha abrandado na bebida. Ele não tinha
constantemente uma garrafa na mão. Ele quase não bebia uma cerveja no jantar
todas as noites. Então eu iria ouvi-lo em seu quarto no meio da noite,
tropeçando, ouvir os seus gemidos enquanto ele lutava com seus pesadelos
quando ele finalmente adormecia. Assim como eu o ouvi vomitar todas as
manhãs. Algo que não fazia parte de sua ressaca, mas do resultado de seus
pesadelos...

Eu não conseguia pensar nos pesadelos de Drake, contudo. Eles apenas me


irritavam e me faziam querer socar alguma coisa.

Sexta-feira, ele não tinha ido jantar com a gente. Emmie disse que ele iria
sair com Lana, e eu me perguntei se isso era uma boa ideia. Mas Emmie parecia
emocionada sobre isso, e eu confiava em seu julgamento, então não disse nada.

Estávamos todos ainda acordados quando Drake voltou para casa. Não era
tarde, pouco depois das onze. Fiquei aliviado quando ele entrou na casa. O olhar
em seu rosto me assustou, entretanto. Ele realmente estava cantarolando e eu
nunca o tinha visto sorrir tão livremente durante todo o tempo que eu tinha
conhecido o cara. Mesmo eu admitia que Drake, como o irmão, era um filho da
puta sexy, mas quando sorria, ele brilhava de dentro para fora de uma forma que
quase o deixava bonito.

Emmie se levantou e o abraçou apertado. — Como foi? Você se divertiu? —


Ela parecia como uma mãe pedindo que o filho contasse como foi seu primeiro
encontro. Não estava longe da verdade. Era provavelmente o primeiro encontro de
verdade de Drake, e ela era a mãe de todos nós.

Ele riu e puxou-a para baixo no final do sofá com ele. — Foi só um jantar,
Em.

— Não me importo. Me conte tudo.

— Talvez mais tarde. — Ele beijou o topo de sua cabeça, e ela se aconchegou
mais perto dele com um pouco de beicinho. — Não, querida. Eu não posso agora.

— Amanhã?

Ele revirou os olhos para ela, mas ainda estava sorrindo. — Amanhã.

Eu esvaziei o resto da minha cerveja e me levantei para jogá-la fora. — Eu


estou terminando por hoje. — Parei atrás de Emmie para plantar um beijo em
sua bochecha. — Eu finalmente vou conseguir dormir até tarde amanhã!

— Você tem mais folgas na semana que vem, bebezão, — Nik resmungou. —
Então pare de reclamar.

Eu mostrei o dedo para ele. — Não é minha culpa que eu sou tão bom no
que faço que acerto o ritmo logo na primeira vez. — Pisquei para Emmie. — Boa
noite, querida.

— Boa noite, Jesse, — ela chamou.

Joguei a garrafa de cerveja na lata de reciclagem na cozinha antes de ir para


o meu quarto. Em vez de cair na cama, eu fui para a janela. Não tinha vista para
a praia, mas para a casa de hóspedes. Estava escuro, exceto pela luz intermitente
de uma televisão na sala de estar. Imaginei Layla, ali naquele maldito sofá-cama e
desejei que eu estivesse lá com ela agora...
Layla

Eu tive o dia todo para mim. Era algo que nunca acontecia, mas eu não iria
reclamar sobre isso. Passei a manhã em frente a televisão, assistindo pura
porcaria. Eram coisas que iam apodrecer minha mente, mas eu amei cada
segundo. Depois de um pequeno almoço de cereal e uma bagel, tomei um longo
banho de imersão na banheira e depois lavei meu cabelo.

Emmie me ligou no meu celular novo e perguntou se eu queria sair para


nadar, mas eu estava gostando muito de ter um tempo para mim e ainda não
queria que acabasse. Ela pareceu um pouco desapontada, mas eu prometi a ela
que iria passar o dia inteiro com ela na piscina no dia seguinte, e ela se animou.
Eu adorava passar o tempo com Emmie.

Lana e Lucy chegaram em casa de seu dia com Drake logo depois das quatro
horas. Lucy entrou correndo na casa de hóspedes cheia de energia e muito
animada. Ela já estava me contando sobre seu dia, quando Lana invadiu o quarto
e fechou a porta atrás dela. Olhei para a porta da frente para ver Drake olhando
atrás dela, com os braços carregados de sacos de roupas e brinquedos.

— Lucy, vá assistir a alguns desenhos animados. — Eu a empurrei para o


sofá. — Você pode me contar tudo sobre o seu dia mais tarde, eu prometo.

— Tudo bem. — Ela suspirou. — Não grite com Drake. Não é culpa dele que
Lana é tão podre.

Eu lhe dei um olhar que lhe disse para manter a calma e fui até a porta,
onde Drake largou os sacos no chão. — Como foi seu dia? — Eu perguntei.

Sua mandíbula se esticou e ele finalmente voltou seu olhar para a porta do
quarto fechada para mim. Aqueles olhos azuis cinzentos eram lindos, a maneira
como eles estavam vidrados e cheios de emoções tempestuosas, mesmo quando
ele estava chateado. — Sua irmã é tão teimosa! — Ele me informou. Como se eu
já não soubesse disso! Ha!

Eu não pude deixar de sorrir. — Tenho certeza de que não foi tão ruim
assim.
— Ela não queria que eu comprasse nada para ela. Nada! Nem uma coisa
pequena. Então, quando eu os comprei de qualquer jeito, ela saiu da loja e me
deixou lá com a pobre Lucy. Ela se recusou a falar comigo o resto da tarde... —
Ele passou a mão pelos cabelos longos e puxou as raízes. — Ela está me deixando
f... uh... maluco!

Eu admirei a maneira como ele se conteve de falar palavrões. Eu tinha


notado durante o fim de semana anterior que ele e os outros tentavam não xingar
quando Lucy estava por perto. — Dê um tempo a ela. Ela não vai ficar brava para
sempre. Lana é o tipo de garota que não quer coisas materiais. Ela aprendeu da
maneira mais difícil que as pessoas tentando comprar sua afeição não queriam
dizer exatamente que se preocupavam com ela. — Eu vi seus olhos escurecem,
como se as minhas palavras haviam batido em seu peito. — Ela prefere que você
colha uma flor ao lado da estrada do que comprar parte de uma floricultura...

— Eu não estava... Eu só queria... — Ele passou as mãos pelo cabelo de


novo, parecendo mal do estômago. — Vou ligar para ela mais tarde, — ele
murmurou e se virou para ir embora.

Eu continuei parada na porta e o observei fazer o caminho de volta para a


casa grande. Ele parecia derrotado com a cabeça baixa e os ombros levemente
caídos. Me senti mal por ele, mas ele e Lana tinham que descobrir tudo por conta
própria. Quando ele estava fora de vista, eu fechei a porta e peguei os sacos
cheios de roupas caras.

Meus olhos ficaram enormes quando vi que eles eram de uma boutique
exclusiva em Rodeo Drive. Eu podia imaginar o dinheiro que ele tinha gastado lá.
Deixando Lucy na sala de estar com um filme de desenho animado, eu levei as
coisas novas de Lana para o quarto. Ela estava deitada na cama king size
olhando para o teto.

— Drake disse que vai ligar mais tarde, — eu disse a ela enquanto eu
deixava cair os sacos em cima da cama e comecei a bisbilhotar dentro deles.

Tirei calça jeans de grife, tops feitos de seda ao invés de algodão, e dois
vestidos que me fizeram querer chorar de tão bonitos. Havia duas caixas de
sapato: uma com saltos que eram de morrer em um vermelho paixão, e outra com
botas que apenas pediam para ser usados por mim... Ok, talvez não por mim,
mas se Lana achava que eu não iria emprestá-los, ela teria que pensar de novo!

— Eu disse a ele que não queria nada, — Lana murmurou. — Ele disse que
só queria que eu experimentasse algumas coisas, e eu não tinha que levá-las se
não quisesse. Então, eu experimentei. Foi muito divertido. Mas, em seguida, a
menina de vendas continuou a trazer mais, e ele continuou a adicionar mais e
mais coisas na pilha. Eu não queria. Eu não queria! Mas ele me escutou? Não! —
Ela deu um soco na cama ao lado dela. — Eu não quero seu fodido dinheiro. Eu
não quero o que ele pode me comprar. Eu só quero passar um tempo com ele!

— Não xingue, — eu gentilmente a adverti.

— Oh, cale a boca Layla, — Ela resmungou. — Você diz isso o tempo todo.

— Sim, mas você é melhor do que eu. Não amaldiçoe.

— Não comece de novo! — Lana se sentou, olhando para mim agora, ao invés
do teto. — Eu não sou melhor do que você. Ninguém é melhor do que você, Layla.
Você é a melhor pessoa do mundo ao meu ver. Não me importo sobre o seu
passado ou o que você teve que fazer para sobreviver quando a mãe a expulsou.
Eu te amo!

Eu apertei minha mandíbula, não querendo pensar sobre o passado. —


Então o que aconteceu depois que ele comprou as roupas para você? — Eu
perguntei, mudando de assunto de volta ao seu dia com Drake.

— Eu fui embora. Ele ainda comprou as roupas. Quando ele e Lucy saíram
da loja, ele nos levou para uma outra que era apenas para crianças e comprou
para Lucy muitas roupas e uma meia dúzia de bichos de pelúcia. — Ela balançou
a cabeça novamente. — E ele ficou com raiva de mim por estar zangada com ele.
Sério? Ele é como uma criança às vezes! Trinta e um anos de idade e ele parece
mais criança do que a Lucy! Fez beicinho porque eu não queria falar com ele.
Murmurando para si mesmo...
— Oh, Lana! Você tem o homem na palma da sua mão... — Eu ri quando ela
olhou para mim. — Ele gosta de você. E eu posso ver que ele se preocupa com
você. Dê um tempo para o cara. Ele não sabe sobre como você cresceu. Ele não
entende a sua mentalidade quando se trata de coisas como esta. Mas eu disse a
ele que você não é como a maioria das meninas. Quando ele ligar, fale com ele.
Conte para ele por que você não gosta de presentes, bebê.

Seus olhos cor de âmbar se fecharam e ela caiu de costas na cama


novamente. — Não estou pronta para falar sobre o passado. Ou ele aceita que eu
não quero que ele me compre coisas ou não. — Ela se virou de lado, longe de
mim. — Problema resolvido.

Eu soltei um longo suspiro. — Nem sempre é fácil, Lana, mas você lida com
isso da maneira que você achar melhor. Até lá, eu vou pedir essas botas
maravilhosas emprestadas para usar esta noite.

— Você pode levar tudo. Não quero nada disso.


Capítulo 10
Jesse

Emmie me acordou por volta das duas. Eu não estava esperando o copo de
água fria, mas eu acho que mereci. Era a maneira mais fácil de me acordar.
Dormia muito e apreciava cada segundo do sono, mas tente me acordar e vão ser
uns bons trinta minutos a menos que você tente me afogar.

Me sentei na cama, a água escorrendo pelo meu rosto. — O quê? — Eu


chorei. — O que há de errado?

Ela estava em cima da minha cama em um top de biquíni e a saia enrolada,


a barriga de fora de uma maneira bonita que me fazia querer esfregá-la. O sorriso
no rosto dela me dizia que ela estava de bom humor, e isso me assustou. — O
que você está fazendo? — Eu exigi, limpando a água do meu peito com o meu
lençol úmido.

— Nada. — Ela colocou o copo na mesa ao lado da minha cama.

— Nada, minha bunda. — Joguei as cobertas e me levantei. Eu estava nu,


mas ela não se preocupou em se virar. Ela nem piscou quando me viu tirar um
par de boxers do meu guarda-roupa e começar a vestir. — Onde está Nik?

— Por perto. — Ela ainda estava sorrindo e isso só me deixou nervoso.


— Por perto, — Eu repeti, pegando um par de jeans do meu armário. — Por
perto onde?

— Ele pode estar amarrado à beira da piscina com sua própria camisa. —
Ela deu de ombros como se não fosse grande coisa. — Mas é culpa dele. Ele
convidou o maldito Axton e a vadia para virem hoje à noite.

Eu fiz uma careta, com pena do meu amigo idiota, e ainda assim eu não
poderia deixar de me divertir. Nik ia pagar por muito tempo, se já não estivesse
pagando. Emmie e Gabriella Moreitti se davam tão bem quanto uma cobra-rei e
uma fuinha, ou seja, de jeito nenhum. Eu ainda não tinha descoberto quem era a
cobra e quem era a fuinha, mas eu estava inclinado a dizer que Emmie era a
fuinha. Ela poderia detonar Gabriella se quisesse.

Eu não era exatamente o maior fã de Gabriella. Talvez porque ela não se


dava bem com Emmie e eu fosse superprotetor. Talvez fosse porque ela tinha
enchido a cabeça de Emmie com mentiras sobre si mesma e Nik. Ou talvez fosse
porque ela tendia a agir como se ela fosse melhor do que Emmie. De qualquer
maneira eu não poderia me importar menos com a vadia. Se não fosse por Axton,
que era legal para se divertir, eu não iria conviver com ela... mesmo que ela
pudesse fazer rock.

— Então, eles estão aqui? É por isso que você me acordou? — Olhei para o
relógio. Passava um pouco das duas e meia, e eu ainda tinha algumas horas
antes de meu encontro com Layla.

— Ainda não. — Ela caiu na beira da minha cama. — Eu queria companhia.


Liguei para Layla, mas ela está gostando de ter algum tempo para si mesma.
Shane saiu horas atrás para ir só Deus sabe onde. Provavelmente para uma orgia
ou algo ainda mais fodido. E com Nik amarrado e tudo mais... — Ela riu com
isso. — Sobrou você.

Eu sorri. — E Drake? Você não podia tê-lo acordado para lhe fazer
companhia?

Seus olhos verdes brilhavam de alegria. — Ele saiu. Pegou a SUV. Ele me
surpreendeu muito, mas ele acordou antes de mim. Ele deixou um bilhete
dizendo que estava levando Lana e Lucy para fazer compras e que voltaria mais
tarde esta noite. — Ela bateu palmas de alegria.

Era uma coisa tão não-Emmie de se fazer que me fez rir. — Estou muito feliz
por ele.

Que Drake acordou cedo já era uma surpresa em si. Que ele estava fazendo
compras com as duas meninas, um milagre. O homem não fazia compras...
nunca. Duvido que ele sequer tivesse tocado em algum dinheiro do que ele tinha
ganhado ao longo dos últimos dez anos. Emmie comprava as roupas para ele
quando ela achava que ele tinha gasto as que ele tinha, comprava seus itens
pessoais, até mesmo seus preservativos. Fiquei contente por Drake, realmente, e
emocionado que ele parecia tão feliz com Lana por perto. Mas...

— Em, isso é realmente bom? — Eu não podia deixar de perguntar. —


Poderia Drake estar exagerando aqui? Ela tem apenas dezessete anos. E
enquanto eu confio plenamente nele com a menina, eu estou preocupado que ele
esteja sentindo demais, cedo demais.

— Eu sempre soube que quando Drake encontrasse a garota certa, ele iria
mudar de vez. — Ela suspirou, esfregando suavemente a mão na barriga de bola
de basquete dela. — Eu vou admitir que não estava esperando que ela fosse tão
jovem. Mas eu não vou reclamar deste presente, Jesse. Além disso, está no inicio.
Nós nem sequer sabemos se ela é o que ele precisa. Por agora, estou feliz que ele
esteja feliz.

Eu esfreguei a mão no meu rosto, sentindo a barba por fazer que precisava
ser raspada antes de pegar Layla. — Em... Sobre Layla... — Eu precisava de sua
aprovação. Era estranho, na verdade. Eu não deveria precisar da opinião de
ninguém sobre quem eu namorava, mas a opinião de Emmie era a única que
importava para mim. Se eu não a conseguisse, não acho que iria me impedir de ir
atrás de Layla, não com o quão forte eu me sentia em relação a ela. Mas faria a
coisa toda parecer mal de alguma forma.

Ela deu outro suspiro. — Eu gosto dela de verdade, Jess. Por favor, não a
machuque. Ok? Quero dizer, eu posso ver que há algo entre vocês dois. E se eu
tivesse que escolher, você sabe que sempre será minha primeira opção, mas ela
se tornou minha amiga, e eu não quero perder isso. Basta ter cuidado.

Eu assenti. — Prometo, Em. — Dei um beijo em sua bochecha e depois me


levantei. — Vamos lá. Aposto que Nik vai estar furioso lá embaixo. Você
realmente é malvada, você sabe disso?

Ela riu. — Sim, eu sei.

Encontrei Nik em uma espreguiçadeira com nada além de um par de sunga.


Seus braços estavam amarrados em volta da espreguiçadeira com sua camisa,
enquanto ele olhou para mim. — Eu vou bater nela. Eu deveria ter feito isso há
anos. É só esperar. Assim que eu estiver livre, ela vai estar com a impressão da
palma da minha mão na doce bunda dela.

Em vez de soltá-lo, eu me sentei na espreguiçadeira em frente a ele. — Bem,


agora. Veja, eu ia te ajudar, cara. Mas você ameaçando minha Emmie assim só
deu a você mais alguns minutos.

Emmie mostrou a língua para ele quando caiu ao lado de mim e afagou
perto. — Veja. Eu disse que ele estaria do meu lado. — Com seu estômago
apertado contra o meu lado, ela deitou a cabeça no meu peito. — É melhor me
tratar melhor, senhor.

— Ah, porra. Vamos Emmie! — Ele se torceu na espreguiçadeira, mas sua


camisa estava amarrada em um nó que eu tinha ensinado para Emmie, então eu
sabia que ele não iria se soltar em breve. — Tudo bem, eu sinto muito. Eu deveria
ter pensado melhor antes de convidar Ax com Brie... Gabriella, — ele emendou
quando ela lhe deu um olhar assassino. — Bebê, por favor. Vou consertar. Eu
juro... Se você me ama, vai me soltar, Em!

— Você sabe que eu te amo, Nikolas Armstrong, — disse ela, mas voltou a
me abraçar mais perto. — Pena que você não me mostrou que me ama hoje.

Nik ficou imóvel na espreguiçadeira. Emmie tinha conseguido um impacto


direto sobre ele e a merda estava prestes a virar realidade. Fechei os olhos,
saboreando o meu tempo com Em antes de Nik a levar embora. Um minuto
depois, uma grande sombra caiu sobre nós e eu abri meus olhos para olhar para
Nik. Seus braços ainda estavam amarrados atrás das costas, mas de alguma
forma ele tinha ficado livre da espreguiçadeira. Sem uma palavra, ele se virou e
eu o desamarrei.

Assim que suas mãos estavam livres, ele ergueu Emmie em seus braços.
Seus olhos azuis estavam mais escuros do que eu jamais tinha visto. Raiva e
mágoa pareciam derramar dele. — Eu acho que nós precisamos ter uma longa
conversa, Ember.

— Nik... Eu só estava brincando. — Emmie se agarrou a seus ombros


enquanto ele se virava e caminhava para a casa com ela ainda em seus braços. —
Nik!

— Cale a boca, Em, — Ele retrucou e continuou andando.

Eu sabia que ele não iria machucá-la, mas eu tinha que segui-los para
dentro. Ele não tinha ido muito longe. Eu parei do lado de fora da sala onde Nik
tinha a colocado na ponta mais longa do sofá e ficou olhando para ela. Suas
mãos passando por seu cabelo, fazendo-o parecer um pouco louco.

— Eu não demonstro o quanto eu te amo todos os dias, Em? — Ele exigiu.

Emmie suspirou. — Claro que sim. Olha, eu sinto muito. Foi apenas uma
piada.

— Bem, não faça piada com isso! Eu te amo, bebê. Você é tudo para mim. Se
você não acredita em mim, então me diga agora para que eu possa consertar. —
Ele caiu de joelhos na frente dela. — Me diga, Em.

— Eu sei que você me ama. Levou um pouco de tempo, mas eu realmente


acredito em você. Me desculpe ter dito aquilo, Nik. — Eu ouvia as lágrimas em
sua voz agora e tive que conter minha vontade de socar meu amigo no rosto.
Emmie nunca devia chorar. Nunca! — Eu estava sendo uma vadia e eu sinto
muito. Eu fico um pouco mal quando penso em você e Gabriella na mesma sala.
— Em, eu disse que não aconteceu nada. Ela mentiu para você. Gabriella
não é nada para mim. Nada! Sempre foi você e ela usou isso para machucá-la. —
Nik puxou-a em seus braços e beijou-a com ternura. — Por favor, acredite em
mim, bebê.

— Eu... eu... acredito em você.

Eu me virei, me sentindo como se eu estivesse invadindo. Nik e Emmie


tinham percorrido um longo caminho durante o verão. Às vezes Em tinha
momentos em que ela repensava seus sentimentos sobre Nik, mas eles
trabalharam em seus problemas. Nik tinha as mãos cheias com suas
inseguranças, mas ele nunca perdia a paciência quando se tratava de mostrar a
Em o quanto ela significava para ele.

Eu meio que queria o que eles tinham, inseguranças e tudo.

Layla

Deixei Lana e Lucy na frente da televisão com uma grande pizza de queijo.
Lana ainda estava presa entre fazer beicinho e olhar para o espaço. Eu esperava
que ela e Drake conseguissem resolver o problema antes que eu chegasse em
casa. Claro, Lana estava exagerando um pouco sobre Drake comprar as coisas,
mas sua vida foi cheia de homens que a nossa mãe desfilava diante dela, todos
tentando conquistá-la com coisas caras para que eles pudessem se aproximar de
Lydia...

Ou os realmente pervertidos que tentavam se aproximar dela!

Foi o que aconteceu. Foi por isso que minha mãe tinha me expulsado
quando eu fiz dezesseis anos. Um de seus namorados tinha tomado um gosto
doentio por mim, e uma noite ele tentou subir na cama comigo. Quando eu tinha
acordado com um homem de quarenta anos de idade nu ao meu lado, eu me
apavorei. Eu gritei até todos na casa acordarem. Minha mãe tinha visto a cena –
eu só com minha camisola, o namorado dela nu e em cima da minha cama e
ficou doida. Ela me puxou para fora da minha cama e me arrastou para fora da
casa. Eu não tinha certeza do que havia acontecido com o namorado, mas eu
sabia que Lydia tinha considerado que a coisa toda foi minha culpa. Ela era
insegura sobre sua idade, odiava que ela estava ficando mais velha e que iria
perder os jovens de aparência fresca que sempre serviram de base para ajudar a
encontrar um coroa – ou estrelas do rock, para pagar suas contas por ela. Não
tinha importância para ela que eu tivesse apenas dezesseis anos. Tudo o que
importava era que eu era mais bonita do que ela e, portanto, a concorrência.

Se ela não tivesse morrido, eu tinha certeza que ela teria terminado
expulsando Lana também. Lana, que era muito mais bonita do que eu, teria sido
um sério problema para Lydia com sua autoestima.

Às sete, houve uma batida na porta da frente, e meu coração pulou para a
garganta. Era uma loucura o quanto eu estava nervosa. Não era como se este
fosse o meu primeiro encontro ou qualquer coisa do tipo. Tive namorados no
passado e até pensei que estava apaixonada uma vez ou duas, mas isso era
diferente. Jesse era diferente.

Quando eu abri a porta, a visão dele tirou meu fôlego. Vestido com calça
jeans, uma camisa que se estendia através daquele peito enorme e botas de
motociclista, ele fazia minha noção de sexy ser multiplicada por dez. Foda-se o
encontro! Eu queria puxá-lo para a cama mais próxima e devorá-lo inteiro.

Seus olhos mudaram de cor assim que ele me viu, mais escuro e animalesco
enquanto ele arrastou seu olhar do alto da minha cabeça até os dedos dos pés.
Eu tinha deixado meu cabelo para baixo, com as extremidades apenas um pouco
enroladas para adicionar algum volume. Minha maquiagem não era nada de
especial, exceto que eu tinha prestado atenção extra para os olhos, dando-lhes
um pouco de sombra cinza e azul metálico. Seus olhos pararam
momentaneamente nos meus peitos, obviamente gostando do jeito que meu top
se agarrava em meus seios. Os jeans skinny que eu usava eram um par de Lana,
e eles se apertavam em meus quadris. As botas que Drake tinha comprado
finalizavam o meu visual, e eu quase podia ver as fantasias que Jesse estava
tendo em seus olhos, me imaginando com nada, exceto essas botas.
Ele passou a mão sobre a boca, levando tempo enquanto seus olhos faziam a
viagem de volta para o meu rosto. — Você está me matando, bebê.

Eu sorri, amando que eu o estivesse afetando tanto. — Posso me trocar.

— Não. — Ele balançou a cabeça e segurou minha mão. — Eu gosto que


você esteja me matando. — Ele me puxou para fora da porta e gritei um ‘boa
noite’ para as meninas antes de fechar a porta atrás de nós.

Eu nunca tinha tido alguém para abrir a porta do carro para mim, e eu
realmente não estava esperando isso do grande roqueiro, mas ele me
surpreendeu quando fez exatamente isso. Passando para pegar a SUV, ele abriu a
porta e não me deixou até que eu estivesse sentada no banco do passageiro.
Quando ele fechou a porta, outro veículo parou ao lado do Escalade.

Não prestei atenção a quem estava na Ferrari porque eu estava muito


ocupada verificando o carro eu mesma. Na luz fraca, vi que era de prata metálico.
O trabalho de arte do lado do motorista estava doentio, com caveiras em tons
pretos e cinza escuro. Eu estava imediatamente apaixonada pelo carro!

Jesse cumprimentou o casal que saiu do carro, mas não parou enquanto se
posicionava atrás do volante do Escalade. Eu peguei um vislumbre de longos
cabelos negros de uma mulher mais baixa do que eu era e as tatuagens nos
braços do homem enquanto subiam os degraus da porta da frente. Pela primeira
vez, notei quem era... — Aquele era Axton Cage?

Jesse olhou para a casa de praia quando a porta se abriu e Nik apareceu. —
É... Você quer conhecê-lo? Nós temos tempo.

Eu balancei minha cabeça. Teria sido legal ter encontrado o homem


considerado 'O Deus do Rock', mas eu estava mais animada em ter o roqueiro
que estava ao meu lado. — Eu prefiro estar com você, — eu disse a ele, com
sinceridade.

Sua mão parou no processo de ligar o veículo. Seus olhos se escureceram


mais do que eu já tinha visto quando capturaram os meus, e antes que eu
pudesse piscar, ele estava estendendo a mão para mim. Eu fui de bom grado,
desesperada para sentir o gosto dele. Ele não era gentil, e isso só serviu para me
fazer querer mais. Sua língua deslizando em minha boca me deixou molhada, e
eu quase subi no outro banco para montá-lo.

Ele tinha gosto de pasta de dente com algo mais potente sobrepondo o sabor
de menta. Esse algo foi direto para a minha cabeça, e eu fiquei viciada
imediatamente nele. Um pequeno gemido escapou da minha boca, e eu segurei
seus ombros, minhas unhas afundando em sua carne através do material de sua
camisa.

O beijo prosseguiu. Ele poderia ter durado horas e eu não teria sido capaz de
me satisfazer. Quando ele finalmente levantou a cabeça, foi porque precisava
respirar. Ele encostou a testa na minha, seus dedos se enredaram no meu cabelo
para me manter perto. — Sério, Layla. Você está me matando aqui, bebê.

Mordi o lábio para me impedir de atacar sua boca novamente. — Eu estou


morrendo um pouco também, — Sussurrei.

Ficamos ali por alguns minutos. Foi reconfortante o modo como seus dedos,
ainda enrolados no meu cabelo, massageavam meu couro cabeludo enquanto
acalmávamos nossa respiração. Quando ele levantou a cabeça, seus olhos tinham
mudado de cor novamente. Eles não estavam tão escuros quanto tinham estado
há apenas alguns minutos atrás, mas eles não estavam do marrom normal. Ele
deu um beijo na minha testa antes de se virar no banco e estender a mão para
ligar o SUV.

— O que você gostaria de comer, querida? Italiano, grego, mexicano? — Ele


inverteu, apoiando suavemente para fora da garagem. — Qualquer coisa que
queira, é só me avisar.

Eu lhe disse que queria um hambúrguer, e ele apenas piscou para mim. —
Sério?

Eu sorri. — Sim, é verdade. Mas eu quero um bom hambúrguer. O melhor


hambúrguer do mundo. Conhece um lugar como esse?
— Sim, mas é em Nova York. — Ele franziu a testa, como se estivesse
pensando sobre suas opções, em seguida, virou à esquerda no sinal vermelho. —
Okay. Eu conheço um bom lugar. Não é o melhor hambúrguer que você vai
comer, mas é o mais perto que posso chegar sem voar por todo o país.

Ele me levou para um lugar pequeno que estava surpreendentemente lotado.


Nós sentamos na parte de trás em uma pequena cabine, e uma garçonete em
seus trinta e tantos anos veio para atender. Ela quase não olhou quando nos
perguntou o que queríamos para beber. Duas Coca-Cola e dois hambúrgueres
completos depois e nós dois estávamos cheios, claro que Jesse tinha terminado o
meu hambúrguer porque tinha sido tão grande que eu só tinha sido capaz de
comer metade. O homem conseguia comer, porque ele não só comeu o seu
hambúrguer e o meu, mas comeu a maioria das batatas fritas que vieram junto.

Mesmo eu só tendo comido metade, esse ainda foi o melhor hambúrguer que
eu já comi. Não sabia se era por causa da comida ou por causa da companhia
que eu tinha gostado. Jesse me manteve rindo durante a refeição me contando
todo o tipo de coisas hilariantes sobre ele e a banda ao longo dos anos, e sentia
meu coração leve quando chegou a hora de ele pagar a conta.

Ele se levantou e pegou minha mão assim que eu estava de pé. Parecia certo
quando ele entrelaçou os dedos e me puxou para perto quando saímos do
restaurante. O estacionamento estava cheio de carros com mais deles chegando e
saindo. Estava escuro agora, e havia apenas algumas luzes da rua para nos guiar
para o Escalade, mas eu não estava com medo, não havia ninguém no mundo
estúpido o suficiente para mexer com Jesse. Isso me fazia me sentir segura,
porque ele era tão grande e parecia quase assustador na iluminação fraca.

Ele abriu a porta do passageiro para mim, mas quando eu fui entrar na
grande SUV, ele me parou com uma mão firme na minha cintura. Com muita boa
vontade, eu derreti em seus braços enquanto a cabeça abaixava e pegava minha
boca. Meus braços serpentearam em torno de seus ombros para que eu pudesse
segurá-lo enquanto eu puxava meu corpo para cima o suficiente para sentir seu
pênis bem onde eu mais precisava dele.
Eu já estava molhada e dolorida por este homem. Seus beijos me deixavam
fraca nos joelhos, e eu senti como se eu estivesse me desfazendo a cada segundo
que passava, enquanto sua boca me torturava com o sabor viciante dele. Ele
gemeu baixo quando me mexi de forma que seu pênis ficasse pressionado contra
minha buceta. — Porra, Layla, — ele murmurou, seus lábios se arrastando para
baixo do meu pescoço e mordiscando meu ombro. — Por que assim que seus
lábios me tocam, eu já fico pronto para gozar em meus jeans?

— Eu prefiro que você goze em mim, — sussurrei entrecortada e seus dedos


apertaram minha cintura até o ponto de doer.

— Eu quero ter você aqui. — Ele chupou no local onde havia beliscado,
fazendo um pouco de sangue subir à superfície. — Mas eu não vou... — Eu
choraminguei em protesto. Eu não sou uma garota que faz sexo em público, mas
eu estava disposta a fazer uma exceção por este homem! — Eu lhe prometi um
encontro, e a noite é uma criança, bebê. — Ele levantou a cabeça e os olhos
escuros capturaram os meus. — Mas depois...

Jesse

Se eu soubesse que a nossa noite iria terminar do jeito que aconteceu, eu a


teria levado para casa e teria afundado o meu pau dentro dela assim que tivesse
terminado o jantar. As decisões parecem sempre mais fáceis depois...

Eu estacionei o Escalade no estacionamento do outro lado da rua do bar.


Toda vez que a porta abria, música em alto volume explodia. A banda não ia se
apresentar até às dez, portanto, ainda tínhamos uma hora ou mais antes de
subirem ao palco. Por enquanto, havia um DJ na parte de trás tocando um bom
rock e todo mundo estava se divertindo.

O segurança na porta mal olhou para as nossas identidades quando eu


paguei a entrada, e então eu peguei a mão de Layla e puxei-a no meio da
multidão em direção ao bar. O volume estava tão alto que eu tive que pressionar
meus lábios em sua orelha para que ela pudesse me ouvir. Ela estremeceu
quando eu perguntei o que ela queria beber.

Layla encolheu os ombros. — O que você tem? — Ela perguntou.

— Vamos tomar algumas doses. Você está bem sobre isso? — Ela assentiu
com a cabeça em concordância. Felizmente, dois caras estavam deixando suas
cadeiras no bar quando nos aproximamos, e eu levantei Layla em uma antes de
acenar para o garçom.

Um homem magro com uma longa barbicha levantou uma sobrancelha para
mim quando ele parou na frente de nós. — O que você quer Layla? Jack Daniels
ou Patron?

— Patron. Jack me dá dor de cabeça. — O cara depositou dois copos na


nossa frente e derramou as doses, em seguida, acrescentou uma fatia de limão
para cada um e colocou um saleiro ao lado dos copos. Eu dei-lhe uma nota de
cinquenta e disse para ficar com o troco.

Antes que eu pudesse alcançar o meu, Layla já tinha engolido o dela. Eu


observei, fascinado enquanto ela engolia sem sequer pestanejar e mordia o limão
sem se preocupar com o sal. Porra! Meu pau, que tinha estado a ponto de
explodir a noite toda, se contorceu contra o tecido da minha calça jeans. Eu
rapidamente engoli a minha dose antes que eu fizesse algo estúpido, como levá-la
para o banheiro na parte de trás e a fodesse loucamente.

Mas essa não era como ia ser a primeira vez que fizéssemos amor. Iria ser
em uma cama, e eu ia levar meu próprio ritmo com ela. Não haveria pressa, não
com Layla. Ela era diferente de qualquer outra mulher que tinha esquentado
minha cama. Eu sentia em meus ossos quando eu olhava para ela.

O calor da tequila me distraiu o suficiente para deixar meu pau sob controle
naquele momento, e fiz sinal para o garçom trazer mais duas doses. Layla me deu
um sorriso malicioso quando ela tomou a segunda dose, sem se preocupar com o
limão desta vez. Eu dei um beijo em seus lábios apenas para sentir o sabor dela e
descobrir que ela era muito mais inebriante do que o licor.
Grandes olhos cor de chocolate piscaram para mim enquanto eu me afastava
um pouco. — Não é justo, estrela do rock.

Eu ri, completa e totalmente feliz naquele momento. — Nada sobre a


maneira que você me faz sentir é justo, Layla, — eu assegurei a ela.

— Homem mau, — ela murmurou com um sorriso.

O cara magro parou em frente a nós novamente. — Layla? — Ela deu de


ombros e eu troquei as doses de Patron para Rum e Coca-cola. Eu não queria que
nós ficássemos completamente bêbados apenas tontos o suficiente para nos
divertir por algumas horas. Quando eu saísse, eu a queria sóbria e totalmente no
controle de si mesma para que ela pudesse dizer não a mim, se isso fosse o que
ela realmente queria. Eu rezei para todos os deuses que eu conhecia para que ela
não fosse dizer não!

Ficamos ali tomando nossas doses por um longo tempo. O bar estava ficando
muito lotado. Todas as fases da vida estavam presentes: jovens universitários,
alguns ciclistas, góticos, e Emos. Eu não me sentia fora do lugar como os
mauricinhos que estavam amontoados na parte de trás de uma mesa. Todo
mundo deu-lhes um amplo espaço, porque eles eram barulhentos e estavam
começando a ficar desagradáveis.

Quando a banda entrou no palco, todo mundo se aproximou. Nik me pediu


para dar uma olhada neles, porque Rich tinha mencionado algo sobre eles. Eles
tinham conquistado popularidade durante o verão por causa de algo no YouTube,
e Rich estava pensando em assinar com eles e colocá-los em nosso show de
abertura quando finalmente começarmos outra turnê.

Layla, que agora estava bebendo uma Vodka e Cranberry, ficou de frente
para mim. Eu mantive um braço ao redor da cintura dela, precisando tocá-la em
todos os momentos. Não foi porque eu senti que ela não estava segura, eu só
precisava do contato. Quando a banda começou a introdução, ela apertou a
bunda na minha virilha, e minha mente ficou completamente em branco por um
minuto inteiro.
Em volta de nós as pessoas estavam enlouquecendo com a banda, e eu
finalmente saí da névoa do meu desejo. Dei um beijo sob a orelha de Layla. —
Cuidado, bebê. Alguma coisa, além disso, e eu não vou ser capaz de sair daqui.

Eu não podia ouvi-la rir, mas a senti vibrando.

Quando eu fui capaz de me concentrar na banda no palco, eu descobri que


eles eram em sua maioria uma banda cover. Não tinham nada de original para
oferecer, mas eles eram muito bons nas canções de rock que faziam. O guitarrista
poderia se manter perto de Drake, o que já era alguma coisa, porque Drake era o
rei quando se tratava de brincar com as cordas. O vocalista tinha uma espécie de
voz rouca que fazia as pessoas pararem e ouvirem, mas faltava uma certa
personalidade que vocalistas precisavam em uma performance. Eu achei as
habilidades do baterista boas o suficiente, mas o cara no baixo estava fora do
ritmo por uma nota ou duas de vez em quando.

Tudo somado, era uma grande banda para ver em um bar, mas não tinha
tudo o que eu tenho certeza de que Rich estava procurando. E eu tinha sérias
dúvidas se Nik iria concordar em deixá-los abrir para nós se Rich realmente
quisesse assinar com eles. Se Rich os trouxesse a bordo, teria de haver algumas
mudanças importantes dentro da própria banda.

Ainda assim, eles eram legais de se ouvir esta noite. E Layla parecia estar se
divertindo enquanto eles continuaram a tocar algumas músicas realmente boas
de rock. O licor tinha a deixado solta, e ela estava dançando na minha frente
agora. Com seu cabelo chicoteando em torno dela e como ela movia seu corpinho
sexy tão provocante, lutei comigo mesmo para não levá-la para fora do bar logo
ali.

Mas eu não era o único a desfrutar da dança de Layla. Vários caras ao nosso
redor tinham virado as suas atenções da banda para ela enquanto ela se movia
com a batida. Mesmo quando meu pau reagia a ela, minha raiva ferveu quando
um cara da mesa de mauricinhos ousou se aproximar dela.

Eu tinha perdido meu aperto em sua cintura há algumas canções atrás para
lhe dar rédea solta para dançar livremente. Ela se movia a alguns metros de
distância de mim, e eu estava bem com isso. Mas agora o mauricinho com a
camiseta polo rosa e gel no cabelo estava se aproveitando da distância entre nós.

Eu o observei como se estivesse em câmera lenta quando o cara se


pressionou contra seu lado e ela se apoiou nele por meio segundo até que ela
percebeu que o homem a tocando não era eu. Ela deu um passo para trás,
olhando o mauricinho, mas ele a puxou de volta em seus braços e começou a
mexer seus quadris contra ela.

Talvez não tivesse me incomodado tanto se não ela não tivesse tentando
fugir do idiota, mas ela o estava empurrando contra seu peito e ele não queria
deixá-la ir. Ok, não foi só por causa disso. Layla era minha. E ninguém,
absolutamente ninguém, tocava o que era meu!

Dando dois passos para a frente e eu já estava ao lado de Layla. Ela olhou
para mim com alívio... Até que ela viu o fogo em meus olhos. — Jesse... — ela
começou, mas eu não dei tempo de terminar a frase quando avancei entre ela e o
mauricinho.

O cara era um babaca - do tipo que não fazia nada exceto se preocupar com
o quão bom ele parecia. Ele provavelmente passava horas na academia para
conseguir músculos, gastava centena de dólares em seu cabelo um pouco
espetado. Suas roupas eram da Hollister, e eu tinha quase certeza de que ele era
o tipo de cara que pensava que ele podia ter qualquer coisa e tudo entregue a ele
em apenas um estalar de dedos.

Bem, ele não iria conseguir a minha garota!

— O que foi cara? — O cara gritou para mim, dando um passo para trás
quando fiquei entre ele e Layla. — Estou dançando aqui.

Meus olhos se estreitaram. — Dance em outro lugar.

Layla se pressionou contra minhas costas, com as mãos esfregando meus


ombros, numa tentativa de me fazer relaxar. — Jess, está tudo bem. Dance
comigo e esqueça-o.
Eu poderia ter feito exatamente isso se o mauricinho não tivesse aberto a
boca novamente. — Desculpe, cara. Não sabia que ela estava reservada esta
noite. Esse é um belo pedaço de bunda que você tem... — Ele não terminou o que
ia dizer. Ele não pôde. Não quando o meu punho praticamente quebrou a sua
mandíbula e ele caiu de bunda no chão no meio do bar.

Seus amigos, todos os seis deles, correram para ajudá-lo a se levantar.


Todos eles pareciam ser tão ignorantes quanto ele, porque o que estava no meio
tentou pular em mim. Como o mauricinho, esse cara era um idiota tanto quanto
o resto. Ele balançou o punho diretamente no meu queixo, mas eu era mais
rápido que ele. Anos de percussão me deram reflexos mais rápidos do que a
maioria das pessoas. Dei um passo para trás, fazendo com que o cara caísse com
a força que ele tinha posto em seu soco.

— Jesse! — Layla estava me chamando enquanto mais dois saltaram para


ajudar seus amigos caídos. Seguranças estavam se empurrando através da
multidão para chegar em nós, mas eu não me preocupei em esperar por eles. Meu
punho se conectou com o primeiro no estômago, fazendo com que o ar se
apressasse de seu corpo e ele se inclinasse pela metade tentando sugar o
oxigênio. O segundo tinha um soco rápido, e seu punho bateu do lado do meu
rosto. Doeu demais, mas isso só me fez ficar irritado.

Agarrei-o pela camisa cara e o levantei a alguns centímetros do chão. — Seu


erro, — eu rosnei para ele.

Nossa luta tinha chamado a atenção de todos, e até mesmo a banda parou
de tocar agora. Eu ouvi alguém gritar meu nome: — Esse é Jesse Thornton! —
Mas eu ignorei enquanto eu pendurava o cara que eu ainda segurava e me
curvava para socá-lo no rosto.

— Jesse... — Layla estava tentando chamar minha atenção. O resto do grupo


estava tentando levantar seus amigos.

Quatro seguranças finalmente passaram no meio da multidão que nos


rodeava. Um deu um passo em minha direção, mas Layla ficou entre eles e mim.
— Não foi culpa dele, — ela me defendeu. — Esse cara... — Ela apontou para o
mauricinho. — Ele... ele estava me empurrando. Jesse estava apenas me
protegendo. Então, esses caras... — Ela apontou para os três que ainda estavam
no chão, dois deles gemendo. — ... Tentaram pular nele. Ele estava apenas se
defendendo.

— Layla? — Um dos outros seguranças se aproximou e franziu o cenho para


Layla.

Ela endureceu quando viu o cara se aproximar. — Oh. Ei, Kyle... — Ela lhe
deu um pequeno sorriso apertado. Sua reação me fez dar uma olhada mais de
perto no segurança. Tinha por volta de um metro e oitenta, com alguns músculos
bem definidos, ele tinha uma falha em um de seus dentes da frente e uma cicatriz
bem acima do olho esquerdo.

Ele não era muito de se olhar, mas do jeito que ele estava olhando para
Layla me fez pensar que ele a tinha visto sem suas roupas. Esse pensamento só
me fez dar um passo ameaçador em direção ao rapaz. Os braços de Layla estavam
de volta em minha cintura e me pararam. — Não, — ela sussurrou. — Se acalme.

Respirei fundo algumas vezes, na tentativa de acalmar a minha raiva. Ela


suspirou e se virou o suficiente para que ela estivesse enfrentando os seguranças
novamente. — Nós estávamos apenas tentando nos divertir, Kyle. Esses caras
começaram a briga.

— Está tudo bem, Layla, — Kyle disse ela. — Este pessoal tem causado
problemas durante a noite toda. Você e Thornton podem voltar a desfrutar da sua
noite. — Eles estavam empurrando os mauricinhos pela porta. — Foi bom vê-la.
Me ligue algum dia.

— Humm... com certeza, — ela murmurou enquanto os seguranças se


afastavam e todos ao nosso redor tentavam agir como se nada tivesse acontecido.
A banda começou de onde haviam parado, e eu tive que lhes dar pontos pela
reação.

— Amigo seu? — Eu não podia evitar de perguntar enquanto observava o


segurança chamado Kyle.
Ela bufou. — Kyle? Não. Ele era o segurança do clube que eu costumava
trabalhar alguns anos atrás. — Ela fez uma careta. — Mas isso foi há muito
tempo atrás.

Eu a puxei para mais perto, enterrando meu rosto em seu cabelo enquanto
eu tentava acalmar minha raiva completamente. Eu não tinha entrado em uma
briga fazia um longo tempo, mas eu nunca tinha disputado uma garota antes. Eu
não era do tipo ciumento, pelo menos não normalmente, mas não havia nada de
normal sobre o que eu sentia por Layla.

Ela me segurou até a raiva vazar do meu corpo, seus dedos traçando
padrões suaves nas minhas costas sob a minha camisa. Seu perfume doce
encheu o meu nariz, e meu corpo ficou tenso por outra razão também. — E outra
bebida? — Ela ofereceu.

— Sim, acho que nós precisamos de uma. — Eu beijei seus lábios rápido e
duro, em seguida, puxei-a em direção ao bar.
Capítulo 11
Layla

Não fazia 5 minutos que estávamos de volta ao bar quando 3 rapazes se


aproximaram de Jesse. Eles eram, obviamente, fãs. Jesse era amável dando os
autógrafos, mas depois de alguns minutos de conversa, ele pediu licença. —
Desculpe pessoal. Estou aqui com a minha garota. — E me puxou contra seu
peito.

Os caras nos deram licença sorrindo e nos deixaram sozinhos. Tomei um


longo gole da minha cerveja e me enrolei em torno dele. — Sinto muito, — eu
disse a ele.

Ele franziu a testa para mim. — Porque diabos você sente muito? — Ele
perguntou. — Eu que deveria estar me desculpando. Eu arruinei nosso primeiro
encontro.

— Não. Eu não deveria ter dançado assim. — Eu deveria saber melhor, mas
eu estava me divertindo tanto e a música era muito boa. Eu me sentia segura
sabendo que Jesse estava bem atrás de mim, e eu queria dançar só para ele, pois
eu sentia seus olhos ardendo nas minhas contas enquanto eu me movia com a
música. Eu tinha me deixado levar e atraí mais atenção do que queria.
— Layla, você pode dançar do jeito que quiser, sempre que quiser. Esse
idiota estava apenas procurando por problemas. Todo mundo neste lugar sabia
que você estava comigo. Ele estava bêbado e achando que era o dono do mundo,
incluindo de você. Eu não deveria ter deixado ele me abalar, mas não ia deixar
falar de você daquele jeito. — Ele pegou a minha mão e levou aos seus lábios. —
Não vamos deixar que ele e seus amigos arruínem o resto da nossa noite. Ok,
bebê?

Eu sorri, com o coração e a calcinha derretendo enquanto ele mordiscava


meus dedos. — .Eu prometo que não se você também prometer que não.

— Fechado. — Ele pediu outra cerveja para cada um de nós e, em seguida,


puxou-me para a parte de trás do bar para que pudéssemos ouvir a banda. Não
havia lugares para nós sentarmos, mas eu não queria sentar. Ele encostou-se à
parede e me puxou em seus braços antes de me dar uma das cervejas.

A banda estava tocando uma música mais lenta, e eu aconcheguei mais


perto dele. Sua mão deslizou por cima do meu quadril e ficou lá enquanto seus
dedos batiam em um ritmo suave junto com a música. Os lábios de Jesse
estavam perto do meu ouvido, e eu podia ouvi-lo cantarolando a música. Eu
estava contente de estar lá em seus braços, enquanto nós bebíamos nossas
cervejas. Me sentia bem... Parecia certo.

Quando nossas cervejas acabaram, ele me puxou para frente dele, assim
minhas costas encostavam-se a seu peito. Com seus braços musculosos
enrolados em torno da minha cintura, eu virei minha cabeça sorrindo para ele
por cima do meu ombro quando eu senti sua ereção se contraindo contra a
minha bunda. Ele enterrou o nariz no meu cabelo, e eu puxei meu cabelo sobre
meu ombro direito para que ele pudesse beijar meu pescoço.

Sua língua deslizou sobre a minha carne exposta, causando arrepios e me


fazendo tremer. — Jesse. — Suspirei e pressionei meu traseiro para ele.

— Podemos sair daqui? — Ele respirou contra a minha orelha.

Eu fiz beicinho para ele. — Eu não quero ir para casa. — Eu não estava
pronta para dizer-lhe boa noite. Eu queria... Foda-se, eu queria tantas coisas! E
não poderíamos fazer nenhuma delas se ele me levasse para casa. Não havia
nenhuma maneira de eu ter relações sexuais com ele na casa de hóspedes, não
quando as minhas irmãs estavam lá, e eu não acho que eu poderia olhar para
mim mesma de manhã, se ele me levasse para a casa de praia. Eu não queria que
todos soubessem como eu soava enquanto estivesse desmoronando por este
homem.

Uma pervertida e quente língua escorregou dentro do meu ouvido e eu quase


gozei ali mesmo. — Não iremos para casa esta noite, bebê. Você vai vir comigo?

Eu não tinha escolha. Eu queria - merda, eu precisava deste homem!


Incapaz de falar, - eu estava demasiado confusa após aquele beijo na minha
orelha, - eu simplesmente assenti. Seus braços se apertaram em torno de mim
por um momento, antes dele me soltar e entrelaçar nossos dedos. — Você não vai
se arrepender. — Ele deu um beijo no meu pescoço, em seguida, puxou-me para
a saída a poucos metros de distância.

O segurança na porta acenou com a cabeça para Jesse quando nós


passamos pela porta, e Jesse já estava retirando as chaves do SUV. Eu
praticamente corri para conseguir acompanhar seus passos. O ar estava mais frio
do que quando nós havíamos chegado, mas eu estava tão quente para ele que
mal senti o ar da noite. Quando chegamos ao SUV, ele abriu a porta e me
levantou no Escalade. Suas mãos permaneceram em meus quadris um pouco
mais do que o necessário antes dele recuar e fechar a porta.

Quando ele estava atrás do volante, ele não hesitou em puxar para fora no
tráfego e de seguir em direção a Beverly Hills, ao invés de Malibu. Eu não
questionei para onde estávamos indo. Nenhum de nós falou quando ele pegou
minha mão e entrelaçou nossos dedos enquanto ele dirigia pelas ruas escuras de
Los Angeles. Esse contato me manteve a ponto de derreter completamente. Minha
calcinha estava encharcada. O meu piercing esfregando contra o material do meu
sutiã, mantendo-me perto de um estado quase ofegante. Se eu tivesse apenas
cruzado minhas pernas do jeito certo eu teria gozado sem mesmo precisar dele
me tocar.
Algum tempo depois, ele parou na frente do portão fechado de uma mansão
e digitou o código para que o portão abrisse automaticamente. Momentos depois,
ele estava estacionando na frente de uma casa dez vezes maior do que a casa da
praia. Eu fiz uma careta para a casa de tamanho monstruoso. — Jesse, quem
vive aqui?

— Um amigo meu. Ele está fora do país agora. — Ele me alcançou, seus
dedos enroscando no meu cabelo e me puxando para perto. — Quero fazer amor
com você, Layla. Não em um quarto de hotel... e não no meu quarto na casa de
praia. Não na primeira vez. — Seus lábios roçaram os meus com ternura. — Diga
não e eu vou levar você para casa. A escolha é sua... mas eu estou rezando para
que você não diga não.

Ele sabia qual era a minha resposta. Ele sabia desde terça-feira, quando me
convidou para sair esta noite. Eu o queria muito para dizer não. — Seu amigo
não vai se importar de estarmos aqui, enquanto ele está fora?

— Não. Eu nunca fiz isso antes, mas eu sempre tive um convite aberto. Tom
é legal com isso. — Ele tirou as chaves da ignição e levantou uma chave que
tinha uma caveira na base. — Quando chegamos a LA mais de dez anos atrás,
ficamos com Tom por um tempo. Ele é como o pai que nenhum de nós teve, mas
nunca diga isso a ele. Ele tem essa coisa ao ser chamado de pai.

Eu sorri para ele. — Meus lábios estão selados. — Ele deu um beijo rápido e
duro em meus lábios e em seguida saiu. Antes que eu pudesse sequer pensar em
sair do carro, ele estava do meu lado abrindo a minha porta. Jesse me puxou
para fora, e nós praticamente subimos correndo a escada até a casa.

Ele atrapalhou-se com a fechadura por um minuto antes de conseguir abrir


a porta. Estava escuro lá dentro, mas Jesse parecia saber o layout do local bem
porque ele não se preocupou em acender a luz. Ele fechou a porta atrás de nós,
tendo certeza que ela estava fechada, e me puxou em direção às escadas. —
Ninguém está aqui, — disse ele. — Nem mesmo a governanta. Quando Tom está
no exterior, ele dá férias pagas. Ela é a governanta mais feliz do estado. Não diga
a Em que eu te disse isso.
Eu ri. — Está tudo bem. Tenho certeza de que em poucos minutos eu vou
ser a governanta mais feliz do estado.

— Oh, sim, porra. — Ele parou no meio da escada e me pressionou contra a


parede. Seu pau flexionando contra mim. — Eu te prometo que sim, bebê.

Com os dedos trêmulos eu o empurrei. — Precisamos de uma cama, Jesse.


Agora.

Seus olhos ficaram escuros e animalescos. Ele rosnou baixo em sua


garganta quando ele me levantou sobre seu ombro. Eu gritei, rindo enquanto ele
me carregou estilo bombeiro pelo resto das escadas e por um longo corredor. No
final do corredor, ele abriu uma porta, e momentos depois, eu estava voando ao
ser jogada no meio de uma cama king size. A pequena luminária foi acesa ao lado
da cama, e eu não me preocupei em olhar ao redor do quarto enquanto ele
praticamente rasgou sua camisa e se arrastou em minha direção.

Na luz fraca, ele parecia mais um animal do que um homem, e foi a coisa
mais sexy que eu já vi. Seus músculos flexionando a cada movimento que ele deu
em direção a mim, e eu me encontrei ofegante com a necessidade desesperada
por ele. — Eu nunca estive tão excitada em toda a minha vida, — disse a ele
calmamente. — E você nem sequer me tocou ainda.

Ele parou quando ele estava entre as minhas coxas abertas. — Estou muito
excitado, Layla. A primeira vez pode não ser perfeita. Mas eu juro por Deus, que
eu vou te compensar depois.

Revirei os olhos. — Bebê, você podia respirar no meu clitóris e eu estaria


gozando agora. Não se preocupe comigo. — Sentei-me e puxei meu top sobre a
minha cabeça. Ele inspirou forte quando viu o meu sutiã de zebra e a forma como
os meus mamilos estavam pressionados contra ele. Quando eu levei meus braços
atrás para desfazer o fecho, ele me parou.

— Deixe-me. — Em vez de pegar meu sutiã, ele abaixou a cabeça e me


beijou. Ele tinha gosto da cerveja que tínhamos bebido antes de deixar o bar, mas
eu ainda podia sentir por baixo disso, um gosto poderosamente viciante que era
Jesse. Qualquer embriaguez que eu tivesse tido no início havia desaparecido no
caminho para aqui, mas com aquele sabor inocente dele, eu estava bêbada de
Jesse.

Chupei sua língua, mantendo-a refém enquanto eu tinha minha cota dele.
Mas foi um erro. Eu não acho que eu poderia obter o suficiente de gosto deste
homem. Eu mal percebi quando seus dedos puxaram as alças do meu sutiã, eu
estava perdida em nosso beijo. O ar frio acariciou meus mamilos já duros quando
eles ficaram expostos, fazendo os pulsar contra seu peito pressionado contra o
meu. Eu deixei minhas unhas arranharem sobre sua cabeça lisa, amando a
sensação de sua pele macia sob meus dedos.

— Eu já lhe disse que carecas são a minha criptonita? — Eu respirei em seu


ouvido enquanto ele deixava uma trilha de beijos ao longo do meu pescoço.

Senti ele sorrir contra a minha clavícula. — Não... Eu já te disse que você é a
coisa mais linda que eu já vi? — Ele levantou a cabeça, o sorriso desapareceu. —
Porque você é, Layla.

Meu coração derreteu em meu peito enquanto eu olhava para ele através dos
meus cílios. — Eu não achava que você era do tipo romântico, estrela do rock.

— Há uma primeira vez para tudo, bebé. — Ele piscou enquanto alcançava o
fecho do meu sutiã e o desabotoava com quase nenhum movimento de seus
dedos.

Meu sutiã caiu para frente, me deixando nua da cintura para cima. Seus
olhos já escuros viraram quase pretos quando ele viu os pequenos aros em cada
um dos meus mamilos. — Porra, isso é quente, — ele murmurou.

Quando ele apenas continuou a olhar para mim, comendo meus seios com
os olhos enquanto eu ansiava por seu toque, eu coloquei um dos meus seios na
minha mão. Meus dedos puxaram o pequeno aro de prata, e eu gritei de prazer.
— Toque-me, Jesse, — Eu choraminguei quando peguei o meu outro seio,
oferecendo a ele.

Mas ele sacudiu a cabeça. — Estou prestes a gozar no meu jeans, querida.
Se eu te tocar, vou me envergonhar.
Sua honestidade era a minha perdição. Cheguei entre nós e cuidadosamente
desfiz o botão de sua calça e abri sua braguilha. — Layla... — Ele começou a
protestar, mas eu me inclinei e rocei um beijo rápido e suave em seus lábios.

— Deixe-me cuidar de você, — eu sussurrei contra seus lábios antes de me


afastar. Ele estava tenso, mas ele me deixou empurrá-lo de volta para o colchão.
Ele levantou seus quadris enquanto eu puxava sua calça jeans e não hesitou
quando tirei as meias.

Quando ele estava completamente nu, exposto diante de mim, eu tive que
parar por um momento e apreciar a gloriosa visão que era Jesse Thornton. Seus
olhos, ainda capazes de me fascinar com as suas cores sempre em mudança,
eram ainda mais escuros agora e eu me perguntava quão escuro que seria
quando ele gozasse para mim. Havia uma pequena tatuagem do lado esquerdo de
seu peito, sobre seu coração. Eu não tinha pensado muito nisso antes, mas agora
que eu pude inspecioná-la, vi que ela dizia: 'Emmie' em delicada letra cursiva. —
Ela é uma garota especial, — eu sussurrei quando eu dei um beijo em cima do
nome.

— Ela é a primeira garota que me amou incondicionalmente. — Jesse me


disse como se estivesse explicando algo importante para mim.

— Então, ela é a garota mais inteligente que eu já conheci. — Assim que as


palavras saíram da minha boca mordi o lábio. Eu precisava calar a boca, e agora.
Eu estava me sentindo muito emocional sobre esse homem, e eu precisava ficar
longe de todos esses sentimentos que eu estava tendo em relação a ele. Tempo de
voltar ao que realmente era aquilo.

Meu olhar moveu-se rapidamente de seu peito, para baixo, para seu
abdômen definido e, finalmente, mais para baixo...

— Foda-se! — Eu não poderia deixar de exclamar, quando eu vi o pau dele


pela primeira vez. Eu vinha mantendo meus olhos longe dessa parte do seu corpo
de propósito, até agora, mas eu gostaria de ter olhado lá primeiro.

Nunca antes pensei que uma genitália masculina era bonita, mas este
homem era a perfeição. Ela levantava a partir de sua virilha com orgulho, e eu
tive que fechar meus punhos para não estender a mão e tocá-lo
instantaneamente. Ele era longo, mais longo do que já tinha visto e grosso. Eu
duvidava que conseguisse circundar seu eixo inchado sem ambas as minhas
mãos. Por um minuto eu fiquei nervosa, porque eu sabia que não seria fácil
tomá-lo pela primeira vez.

Enquanto eu continuava olhando seu pau, com as veias pulsando uma gota
de seu líquido deslizou pela sua cabeça. Eu não conseguia mais ficar sentada lá e
não toca-lo. Eu envolvi sua base com as minhas duas mãos. Era seda derramada
sobre aço quente. Ela estava molhada com a sua pré-ejaculação. Eu o masturbei
até que tivesse mais líquido de sua pré-ejaculação e abaixei minha cabeça para
lamber a evidência de sua necessidade por mim.

Jesse ficou ainda mais tenso debaixo de mim. Suas mãos apertando o
edredom. — Você está fodidamente me matando! — Ele gritou.

Eu me senti poderosa. Este homem, que esteve com inúmeras outras


mulheres, era meu agora. Eu segurava a chave para o seu prazer, pelo menos
neste momento, e eu estava indo exercer meu poder em seu pleno potencial.

Minha língua girou em torno da sua cabeça. Uma vez. Duas vezes. A terceira
vez eu o levei tão longe quanto pude em minha boca e gemi quando ele bateu no
fundo da minha garganta. Seu gosto estourou na minha língua me fazendo gemer
com o delicioso sabor almiscarado. Sua ampla circunferência esticou minha boca,
e eu tive que tomar um segundo para pegar o ritmo perfeito para que eu fosse
capaz de respirar pelo nariz.

Os dedos de Jesse enrolaram em meu cabelo, puxando as raízes enquanto


ele amaldiçoava. — Eu amo a sua boca porra! — Ele gritou. Eu olhei para ele
através dos meus cílios em cada movimento para cima. Ele segurou o meu cabelo
para o lado para que ele pudesse assistir.

— Você gosta de chupar o meu pau, Layla? — Ele exigiu.

Eu gemi minha resposta, as vibrações do pequeno ruído fazendo com que


seus olhos rolassem para trás em sua cabeça. Eu peguei suas bolas, puxando-as
delicadamente para estender o prazer, impedindo-o de gozar quando senti-as
apertar. Levei-o mais profundo, a cabeça caindo no fundo da minha garganta com
cada impulso em minha boca. Ainda assim, eu não estava levando tudo dele e eu
usei a minha mão livre para acariciá-lo.

— Foda-se, — ele gritou e eu senti o primeiro jato de sêmen, uma vez que
jorrou na minha garganta. Segurei o pau com as duas mãos, acariciando-o
através de seu orgasmo enquanto eu engolia cada gota de seu sêmen. — Oh,
foda-se! — Ele gritou de novo e tentou puxar minha cabeça, mas eu era
gananciosa e queria até a última gota que ele poderia me dar.

Quando eu tinha engolido até a última, eu ainda o chupava. Ele não tinha
ficado mole e eu estava encantada com a sua capacidade de ir de novo.

— Basta! — Ele me afastou, e eu caí na cama ao lado dele, alcançando o


meu cinto.

Eu chutei as botas, que saíram voando em algum lugar pelo quarto. Quando
o cinto foi desfeito, eu me arranquei para fora da calça, levando a calcinha junto.
Eu estava encharcada. O cheiro de minha excitação me batendo tão logo as
minhas calças caíram. Jesse gemeu, voltando-se para o lado e apoiando a cabeça
em sua mão para que ele pudesse olhar para mim.

— Você tem um cheiro incrível. — Ele rosnou colocando sua mão livre no
meu sexo. Seu polegar deslizou em meu clitóris. — Você está pingando para mim.

— Sim. — Eu fui capaz de responder a ele, minha respiração agitada. Eu


arqueei meus quadris para cima, em silêncio, pedindo-lhe para me tocar de novo.

Ele não me fez esperar. Jesse levantou-se ficando de joelhos e moveu-se para
entre as minhas coxas abertas. Seu pênis, ainda úmido da minha boca balançava
para trás e para frente com cada movimento e eu me vi querendo saboreá-lo
novamente. Todos os pensamentos sobre o seu pênis desapareceram quando ele
abriu os lábios do meu sexo para dar uma olhada melhor no meu clitóris.

— Eu amo a sua boceta, — ele murmurou. Enquanto mantinha os lábios


separados com os dedos de uma mão, ele usou a outra para deslizar sobre meu
clitóris latejante.
Meu corpo inteiro estremeceu quando ele pressionou o meu clitóris. —
Assim? — Ele perguntou, e eu não podia fazer nada mais do que acenar com a
cabeça. Lambi meus lábios, antecipando seu próximo movimento. Pegando-o
entre o polegar e o indicador, ele virou para a esquerda, e eu gritei em doce
agonia. Quando ele virou-o de volta para a direita, eu implorei para ele me fazer
gozar. — Não até eu ter um gostinho da doce boceta, — ele rosnou.

Eu não ia sobreviver a esta noite! Eu tinha certeza disso. Quando sua língua
tocou meu clitóris, arqueei minhas costas para fora da cama, e eu pensei que eu
ia quebrar em duas, pela força por trás do prazer. Mãos fortes agarraram meus
quadris, segurando-me enquanto ele chupava meu clitóris com sua boca, fazendo
pequenos estalos cada vez que deixava-o ir e depois sugando-o para dentro.

Lágrimas escorriam dos meus olhos. — É tão bom, — eu solucei.

— A boceta mais saborosa que eu já tive, — ele murmurou empurrando um


dedo dentro de mim enquanto ele continuava a me matar lentamente com sua
língua.

— Ah. Ah. Ah. — Eu joguei minha cabeça de um lado para o outro, enquanto
eu tentava pressionar meu sexo com mais força em sua boca. — Por favor! Ah!

Outro dedo se juntou ao primeiro e ele empurrou-os dentro e fora forte, mas
não tão rápido como eu tanto precisava. — Vou fazer você gozar tão forte, bebê, —
Jesse prometeu. — Você tem um gosto tão doce.

— Ah... Oh! — Eu não conseguia segurar muito mais. Eu estava


enlouquecendo, pendurada tão perto da beira de um orgasmo que ia ser mais
forte do que qualquer outro que eu alguma vez tinha experimentado antes. — Ah!
— Eu torci os piercings nos meus mamilos tentando empurrar-me sobre a borda.

— Eu sei. — Ele mordeu meu clitóris, fazendo-me implorar por mais. — Eu


sei que é tão bom que você não quer que acabe, mas eu juro para você, doce
Layla, assim que gozar para mim eu vou tê-la. Vou enfiar meu pau em você e te
foder tão duro quanto você quiser.
Suas palavras me levaram para fora da borda. Gritei seu nome uma e outra
vez, meus dedos deslizando sobre a cabeça para mantê-lo contra a minha boceta
jorrando enquanto ele lambia cada gota que fluiu de mim. Quando meus
músculos internos pararam seus implacáveis espasmos, ele levantou a cabeça,
algumas gotas do meu gozo escorrendo pelos seus lábios.

Eu assisti com fascinação completa e absoluta, minha respiração irregular,


enquanto ele lambia as gotas. Seus olhos escuros fecharam, saboreando o meu
gosto em sua língua perversa. Era tão incrivelmente sexy de testemunhar, e
mesmo que eu tinha acabado de ter o mais poderoso orgasmo da minha vida, eu
estava queimando para tê-lo novamente.

— Você prometeu, — eu gemi, e seus olhos se abriram. — Jess, eu preciso


de você.

Murmurando uma maldição, ele estendeu a mão para seu jeans e puxou a
carteira do bolso de trás. Seus dedos estavam realmente tremendo quando ele
rasgou a embalagem da camisinha e rolou sobre a sua ponta grossa. Ele
pressionou a cabeça de seu pau contra meu sexo ainda tremendo, e eu senti um
momento de excitação nervosa quando ele lentamente entrou em mim.

Ele era tão grosso que esticou os meus músculos internos. Eu nunca me
senti tão completa. Queimava, mas não havia nenhuma dor real. Quando ele
estava no meio do caminho, teve que parar o suor escorrendo na sua testa e lábio
superior. — Caralho, você é tão fodidamente apertada.

Engoli a seco. — Tem sido um tempo para mim.

— Ah, merda! — Ele fechou seus olhos, balançando suavemente para trás e
para frente até que ele estivesse completamente em mim. — Bebê, eu sou um
desastre! Eu vou destruir sua bela boceta. Eu não consigo parar.

— Faça, — eu implorei. — Eu preciso que você me foda duro.

Esse foi todo o incentivo que ele precisava. Jesse juntou minhas coxas e
empurrou para trás até que meus joelhos tocaram meu peito. Nossos olhares se
encontraram quando ele começou a me foder. Rápido, duro, e o melhor que eu já
tive. Minha boceta começou a jorrar com cada impulso, enquanto eu gozava de
novo e de novo.

— Eu estou enlouquecendo, — ele gritou, ainda segurando o meu olhar.


Senti que se não olhássemos um nos olhos do outro, nos perderíamos ao longo do
caminho. — Nunca foi assim antes, Layla.

Eu assenti. — Para mim também não, — eu assegurei a ele, ofegando por ar,
enquanto ele continuava a bater em mim.

— Oh DEUS! — Ele parou. Apenas completamente parou, e eu estava com


medo que algo estivesse errado com ele.

— Jesse? — Eu disse me apoiando em meus cotovelos. Ele ainda estava duro


dentro de mim. Sua respiração era irregular, e seus olhos eram quase
assustadores de tão pretos. — Jesse, bebê, o que há de errado?

— Nada, — ele sussurrou. Aquelas mãos fortes agarraram meus quadris e


me levantaram. Ele ainda estava dentro de mim, e eu envolvi minhas pernas em
volta de sua cintura magra, eu não queria perder a conexão. — Só me senti mal
por estar fodendo quando o que eu preciso é fazer amor com você. — Ele segurou-
me com força quando empurrou para dentro de mim.

Era maravilhoso o quão rápido ele passou de foder loucamente, para


diminuir e fazer amor fácil. A noite foi cheia de novidades, porque eu nunca tinha
feito amor assim antes, com Jesse ainda de joelhos e eu enrolada em torno dele.
Ele me mostrou o quão forte ele era, do jeito que ele estava tomando o meu peso e
o seu próprio, enquanto ele deslizou dentro e fora de mim. Mas não era menos
alucinante do jeito que ele estava me fazendo desmoronar por ele.

Eu enterrei meu rosto em seu pescoço, chorando baixinho enquanto ele me


empurrou para outro orgasmo. Meus músculos internos apertando-se ao redor
dele pelo que parecia ser a centésima vez, mas ele ainda estava duro como uma
rocha. O prazer que estávamos tendo nos braços um do outro não era algo que
todo mundo consegue experimentar. Isto era especial.

Era como se as nossas almas estivessem se reunindo com cada impulso.


Era assustador como o inferno!

Mas era um assustador bom, como estar no topo de uma montanha-russa


quando ela está quase caindo para o grande mergulho: seu estômago está cheio
de ansiedade nervosa, mas sua adrenalina está bombeando e seu coração está
quase despreocupado...

— Layla, — ele sussurrou, sua respiração ofegante. — Layla olhe para mim,
— Jesse ordenou.

Eu levantei minha cabeça. Meu cabelo estava em todo o lugar, emaranhado e


na minha cara, grudado no meu peito úmido. Eu o tirei do meu rosto para que eu
pudesse vê-lo melhor. O suor escorria de seu rosto, brilhava na cabeça lisa. —
Jess...

— Diga-me, — ele ordenou.

Eu desviei o olhar, sabendo instintivamente o que ele queria que eu


dissesse, mas eu não podia. Eu não faria isso. Emoção engasgou na minha
garganta. Não era possível sentir isso tão cedo. Era loucura apenas pensar que
isso poderia acontecer! Não com um roqueiro! Não com um roqueiro!

Não com um roqueiro!

— Por favor, Layla, — ele sussurrou. — Eu preciso ouvir você dizer. Eu


quero essas palavras em seus doces lábios quando eu gozar.

— Eu não posso. — Balancei minha cabeça. — Isso é loucura.

— Eu sei querida. Eu sei. É uma loucura, e é assustador, mas também é a


melhor coisa que eu já senti. Eu não sei se é só por causa do quão incrível somos
juntos na cama, mas eu não me importo. Eu me sinto da mesma maneira. Por
favor, diga as palavras!

Ele não tinha aumentado sua velocidade, mas eu podia sentir meus
músculos internos acelerando mais uma vez. Meus mamilos roçavam em seu
peito com cada impulso, empurrando-me mais alto. — Jess... — Lambi meus
lábios, um sinal claro de que eu estava perto. — Oh Deus!
— Diga, — suplicou ele, uma veia saltando em seu pescoço. Ele mal estava
aguentando segurar.

— Se eu disser você vai me foder mais forte? — Eu chorei.

— Não. Não desta vez. — Seus dedos cravaram em meus quadris, lutando
contra a sua libertação, não parando de se mover dentro de mim.

— Eu... — Eu não poderia segurar por mais tempo. Senti o meu desejo
explodindo, meu creme escorrendo pelo seu pau, sobre suas bolas. Joguei minha
cabeça para trás e gritei. — Eu te amo!

— Eu também te amo, — ele rangeu, esvaziando dentro de mim.


Capítulo 12
Jesse

Caímos na cama, ambos sem fôlego e arfando. O contentamento que eu senti


ao ouvir suas palavras, seguido pelo orgasmo mais incrível que eu já
experimentei, me deixou despreocupado. Eu poderia ter flutuado de tão bem que
me sentia naquele momento.

Layla estava debaixo de mim, sua respiração tão frenética quanto a minha.
Nós estávamos cobertos de suor e gozo, mas eu não me importava. Eu queria
aproveitar essa sensação por tanto tempo quanto possível, mas eu era pesado,
então eu rolei para o lado, levando-a comigo. Uma perna em volta dela, com sua
cabeça debaixo do meu queixo e o meu pau semiduro ainda dentro da sua
apertada vagina... Eu poderia morrer feliz ali mesmo.

Ficamos deitados assim por um longo tempo. Eu sentia sua respiração, mas
sabia que ela não tinha dormido. Era suficiente apenas ficarmos abraçados ali,
por agora, e eu não queria perder um segundo dormindo assim como ela.

— Diga-me algo que ninguém mais sabe, — ela sussurrou algum tempo
depois.

Eu beijei o topo de sua cabeça. — Eu não acho que há alguma coisa sobre
mim que Em não saiba.
Ela levantou sua sobrancelha por causa da minha confissão. — Sério?

Eu dei de ombros. — Ela nos conhece por dentro e por fora. Sabe todos os
meus segredos, assim como os do Drake, Shane, e de Nik. — Eu arrastava meus
dedos preguiçosamente para cima e para baixo de suas costas nuas. — Isso
provavelmente soa doido...

Layla sacudiu a cabeça. — Não. Isso soa... Deve ser bom ter alguém que você
confia muito. Com cada pequeno segredo, cada erro. Eu te invejo.

Eu me afastei, apoiando minha cabeça na minha mão para que eu pudesse


olhar para a mulher que havia entrado no meu coração demasiadamente rápido.
Eu não sabia nada sobre ela, mas estava determinado a corrigir isso antes do
final da noite. — Você não tem alguém em quem pode confiar? — Ela balançou a
cabeça. — Nem mesmo Lana?

Ela fez uma careta. — Lana é a última pessoa a quem eu quero confiar meus
segredos mais escuros. Eu quero que ela nunca seja tocada pelas coisas que eu
fiz no passado.

— Então conte para mim, — insisti. — Confidencie comigo. Eu não vou


julgá-la. Não depois da vida que eu tive.

Com uma expressão pensativa, ela se virou de bruços, apoiando o queixo


sobre os braços cruzados. — Minha vida não tem sido muito bonita.

Incapaz de me manter sem tocá-la, eu estendi a minha mão e acariciei seus


cabelos longos cor de canela com meus dedos. — Eu não me importo com isso.
Conte-me seus segredos.

Ela virou a cabeça para que estivesse olhando para mim. — Ok. — Sua
língua cor de rosa saiu e umedeceu seu lábio inferior. Fiquei paralisado por um
momento, observando o apêndice ímpio desaparecer de volta em sua boca quente.
— Minha mãe me jogou para fora de casa quando eu tinha dezesseis anos, — ela
me disse. — Ela tinha encontrado seu atual namorado na minha cama.
Eu nem sequer pisquei, embora a ideia dela ter sido jogada para fora de casa
pela sua mãe sendo tão nova fez com que a minha raiva aumentasse. — Vá em
frente.

Ela parecia surpresa por eu não estar julgando-a ou fazendo algum tipo de
pergunta. — Eu não tinha nenhum lugar para ir, então fiquei em um abrigo por
alguns dias. — Vergonha escureceu seus olhos, corando suas lindas bochechas.
— Eu tive que largar a escola. E ninguém queria me contratar, uma adolescente
que tinha abandonado a escola.

— Deve ter sido difícil, — eu murmurei, continuando a acariciar seus


cabelos.

Layla assentiu. — Foi. Num primeiro momento. Até que eu conheci Zeke. —
Um pequeno sorriso surgiu no canto da sua boca pecaminosa. — Estava
chovendo e eu estava andando de ônibus para ficar quente e seca. Ele tinha
acabado de pegar o ônibus na Sunset e sentou no banco ao meu lado... — Ela
suspirou. — Ele me assustou para caralho. Todas essas tatuagens e piercings. —
Ela levantou a cabeça, coçou o nariz. — Mas ele foi a primeira pessoa que foi boa
comigo naquele dia. Ele tinha um saco cheio de fast food e eu acho que ele podia
ouvir meu estômago roncando. Eu não tinha comido em dois dias... — Ela fez
uma careta e eu tive que forçar meus dedos para não emaranhar em seu cabelo.
O pensamento dela com fome... Eu não podia suportar isso. Eu tinha assistido a
Emmie com fome demasiadas vezes quando ela era criança. Layla estar com
fome... Doeu ainda mais do que as memórias de Emmie!

— Ele meu deu o saco inteiro. Estava cheio de hambúrgueres e batatas


fritas. Eles eram o seu jantar, mas Zeke deu tudo para mim, sem dizer uma
palavra.

Um nó se formou em minha garganta, e eu queria conhecer esse cara Zeke,


para apertar sua mão e agradecer-lhe por ter cuidado da minha Layla. — Ele
parece ser um cara legal. — Consegui dizer com uma voz rouca.

Seu sorriso ficou ligeiramente maior. — Ele era. Eu era uma completa
estranha para ele. Poderia ser qualquer tipo de pessoa. Mas ele me alimentou, e
me levou para casa com ele. Ele tinha um quarto extra desde que sua colega de
quarto tinha se mudado para Boston. Mesmo que ele me assustasse, eu ainda me
sentia mais segura com ele do que no abrigo.

Ela ficou em silêncio por um minuto, e depois soltou um longo suspiro. —


Zeke tinha um estúdio de tatuagem e me deu um emprego. Eu atendia ao
telefone, mantinha o lugar limpo. Não era muito, mas pelo menos eu tinha um
pouco de dinheiro, e eu não me sentia como se estivesse tirando vantagem dele.

— Foi assim que você conseguiu os piercings e as tatuagens? — Eu amava


as suas tatuagens: a cobra que envolvia sua perna direita a partir de seu
tornozelo e terminava na metade do caminho até a coxa; os nós celtas em cada
pulso, o pequeno beija-flor em seu ombro esquerdo e os relâmpagos que
cruzavam a parte de trás de seu pescoço. Mas a que eu realmente gostava era o
pequeno diabo em seu osso púbico direito, todo vermelho e sexy.

— Zeke tinha um aprendiz. Ninguém o deixava trabalhar com os clientes até


que ele mostrasse o que poderia fazer. Eu era a sua obra-prima. — Ela me deu
um pequeno sorriso que iluminou os seus olhos de chocolate. — Eu fiz ele me
pagar, é claro.

Eu sorri. — É claro.

— Zeke me manteve longe de problemas. Ajudou-me a conseguir meu


diploma para que eu pudesse conseguir um emprego melhor. Mas eu estava
ralando em dois empregos diferentes e ainda não era capaz de me manter acima
da água. — Seus olhos ficaram tempestuosos, conturbados. — Zeke se apaixonou
por um cara de Miami e se mudou... e eu acabei tendo que trabalhar como
striper.

Isso me surpreendeu. Eu não esperava tudo aquilo, mas isso não importava
para mim. E se ela tivesse sido uma stripper? Não era como se ela estivesse se
prostituindo. — Como foi isso? — Perguntei.

Ela encolheu os ombros. — Foi tudo bem. Eu era capaz de pagar minhas
contas e manter a comida na minha geladeira. Eu consegui economizar o
suficiente para comprar o meu Corolla. A vida não foi fácil, mas foi ficando cada
vez melhor.

Eu assenti, entendendo o que ela queria dizer. — Quando Lana e Lucy


entraram em cena?

— Dois anos atrás. O serviço social me ligou do nada e me perguntou se eu


estava disposta a tomar conta das minhas duas irmãs, uma vez que nossa mãe
tinha morrido em um acidente de carro. No começo eu pensei que eles tinham
ligado para a pessoa errada. Quando saí, era apenas Lana... Eu tentei manter
contato com ela, mas a nossa mãe não me deixava, então Lucy foi uma completa
surpresa para mim.

— Deve ter sido duro, trabalhar e tomar conta de duas meninas.

— Não realmente. Assim que eu soube que elas precisavam de mim, eu disse
a assistente social que as queria. Mas eu não poderia mantê-las trabalhando
como stripper. Um dos meus clientes no clube me disse que se um dia eu
precisasse de um trabalho que ele me contrataria... então eu aceitei sua oferta.
Stan, era dono da Perfect Clean, me ajudou. Eu consegui um trabalho
respeitável, e as meninas.

Eu acho que tinha me apaixonado ainda mais por ela após ela ter me
contado um pouco mais sobre a sua vida. Não apenas como ela tinha vindo a se
tornar a mãe das suas duas irmãs, mas como ela tinha se tornado a pessoa que
era hoje. Layla era espirituosa. Tenaz. Ela era cheia de vida, mesmo que a vida
tenha tentado derruba-la mais do que algumas vezes. Sua coragem, diligência e
determinação estavam em seus olhos, e eu gostava de vê-las lá.

Ela me lembrava de Emmie.

Não era uma coisa ruim. Na verdade eu acho que secretamente estava
procurando alguém como ela a minha vida toda. Alguém que pudesse lidar
comigo, sem desistir de mim. Alguém que me amasse, mesmo quando eu era um
bastardo completamente indigno de ser amado. Eu poderia ser um babaca às
vezes, especialmente quando pensava sobre a nossa vida antes de fazermos
sucesso, ou nos anos antes de termos conseguido trazer a Emmie de volta.
Nós conversamos até o sol nascer e ela adormeceu nos meus braços.
Quando eu finalmente peguei no sono, eu estava com um sorriso satisfeito no
rosto...

O zumbido de um telefone me acordou. Gemendo eu me desembaracei da


Layla e procurei meus jeans. No momento em que eu o encontrei, o telefone
parou de tocar, mas eu sabia que, se fosse Emmie, iria começar a tocar
novamente. Puxei meu celular do bolso e vi que era depois das duas da tarde.
Murmurando uma maldição eu vi que tinha seis chamadas não atendidas, todas
elas de Emmie.

Preocupação por ela fez meus dedos tremerem enquanto eu discava e


esperava por ela atender. — Você está bem? — Ela exigiu assim que respondeu.

— Eu ia te perguntar a mesma coisa, — eu disse a ela, passando a mão


sobre a minha cabeça.

Ela suspirou. — Eu estou bem. Só estava preocupada com você. Lana veio
perguntar se eu tinha ouvido falar de você ou Layla. Ela está preocupada com a
irmã e não pode conseguir que ela responda seu telefone. Onde você está Jesse?

— Estamos na casa de Tom, — Eu disse e a ouvi suspirar novamente. —


Não é assim.

— Claro que não é. Shane nunca leva seus casos de uma noite lá. — Ela
parecia desapontada comigo e eu odiava isso. — Diga a Layla para ligar para a
sua irmã.

— Em! — Apertei o telefone mais perto da minha orelha. — Eu juro que isso
não é assim. Layla significa mais para mim do que isso.

Ela ficou em silêncio por um minuto inteiro antes de falar novamente. —


Okay. Nos falamos mais tarde. Amo você. — Antes que eu pudesse dizer a ela que
eu a amava também, ela desligou.

Murmurando baixinho, eu joguei o telefone de lado e comecei a reunir o


resto das minhas roupas. Layla ainda estava desmaiada na cama. Eu não queria
incomodá-la, então me fui o mais silenciosamente possível para o banheiro e
fechei a porta. Eu precisava de um banho. Sentia o cheiro de suor e sexo. Não
que aqueles fossem odores terríveis, mas eu não queria ir para casa com sucos de
Layla em cima de mim. Eu não queria que os rapazes soubessem como ela
cheirava. Era uma coisa louca para se preocupar, mas era verdade, no entanto.

Layla

O cheiro forte de café me acordou. Eu gemi, virando de costas. Lentamente,


abri primeiro um olho e depois o outro. Jesse, sexy como o inferno em apenas um
par de boxers estava em cima de mim com duas canecas na mão. Uma
sobrancelha se levantou, e ele estava sorrindo para mim. Meu coração derreteu
ainda mais, e ouvi as palavras que ele tinha me forçado a dizer ontem à noite em
minha mente.

— Que horas são? — Eu murmurei quando me sentei, não me importando


que eu estivesse nua e o lençol caísse para a minha cintura. Eu gostei da
maneira como seus olhos mudaram rapidamente de um marrom suave para ônix
em uma fração de segundo.

— Três.

Eu murmurei uma maldição e pulei da cama. Três horas da tarde! Eu ainda


não tinha chamado Lana para que ela soubesse que eu não estava voltando para
casa. Foda-se, irresponsabilidade. Como eu ia esperar que a minha irmã de 17
anos agisse de forma responsável, se eu não estava fazendo a mesma coisa? Eu
encontrei o meu jeans e tirei meu telefone do bolso.

Certamente, eu tinha seis chamadas não atendidas e minha caixa de texto


estava transbordando.
— Acalme-se. — Jesse me falou. — Eu já conversei com Emmie. As meninas
estão bem, apenas preocupadas com você. Mande para a Lana uma mensagem
dizendo que você estará em casa daqui a pouco.

Fiz uma careta. — Eu não fui uma boa influência.

— Ninguém é perfeito. E não é como se você as tivesse deixado sozinhas.


Lana tem idade suficiente para cuidar de Lucy por uma noite. E se precisasse de
alguma coisa Em e os caras estavam bem ao lado. — Ele me ofereceu uma caneca
de café, e eu tomei-a com um sorriso agradecido.

— Eu sei disso. Mas... — Tomei um gole de café e quase engasguei com o


que estava no copo. Tinha gosto de café, café forte, mas era tão espesso que eu
pensei que estava comendo em vez de bebendo. — O que é isso? — Eu disse com
uma voz rouca.

— Café especial do Jesse, — ele me informou com um sorriso malicioso. —


Isso coloca o cabelo no peito. Os caras vivem por ele... Em, nem tanto. Você
gostou?

Era ruim que eu já me sentia inquieta por causa da cafeína? Oh, foda-se eu
ia ficar alerta por dias por causa dessa coisa. — Será que tem speed4 nele?

Jesse suspirou. — Ok, então talvez eu use mais café do que água. Mas
quando você vive na estrada você aprende a sobreviver com essas coisas. — Ele
tomou um grande gole de sua própria caneca. — Você está com fome? Podemos
parar para um lanche no caminho de casa. Ou pegar alguma coisa.

Eu dei-lhe de volta o café. — Ou eu poderia cozinhar quando voltarmos. —


Peguei minhas roupas espalhadas pelo quarto e fui para o banheiro. — Dê-me
cinco minutos. — Eu precisava de um banho, mas eu teria que me contentar com
uma lavagem rápida sob o spray.

— Layla... — Eu parei na porta quando ouvi a voz do Jesse. Virando, eu o


encontrei onde o tinha deixado. Seu corpo inteiro parecia que era feito de pedra
enquanto ele estava lá me assistindo, sua ereção saindo de seu corpo, seus

4 Speed é uma anfetamina, uma droga estimulante.


braços tensos de desejo. Sua obvia necessidade por mim me fez derreter mais
uma vez.

Engoli em seco, e com os dedos trêmulos, eu digitei um texto rápido para


Lana antes da minha mente ficar em branco. Eu acho que ele dizia que eu não
estaria em casa até mais tarde, mas eu não podia ter certeza, porque assim que
eu teclei enviar, joguei ele e minhas roupas de volta no chão e sai correndo pela
sala. Ele já tinha se livrado das canecas de café, porque seus braços me pegaram
contra ele e me levantaram no ar.

— Eu preciso estar dentro de você para caralho, bebê. — Ele respirou contra
meus lábios enquanto ele lentamente me abaixava. Meu corpo pressionando
contra cada centímetro do seu enquanto ele cuidadosamente me colocava sobre
meus pés. — Você está a tomando pílula?

— Não. — Eu disse a ele, não me preocupando com o controle de natalidade


enquanto eu lambia um caminho sobre seu o peito de um mamilo ao outro.

— Foda-se, — ele gritou e me jogou na cama. — Eu só tinha um


preservativo.

Meu corpo já estava gritando por ele. Tentando eliminar o nevoeiro de desejo
do meu cérebro, eu comecei a fazer matemática na minha cabeça. Engolindo em
seco, eu assenti. — Eu nunca tive relações sexuais sem preservativo antes, — eu
disse a ele honestamente.

— Eu também não. — Ele passou as mãos sobre a cabeça de uma forma que
me disse que estava frustrado. — E eu estou limpo, Layla. Emmie faz a gente
fazer testes a cada seis meses ou assim. Eu fiz um check-up completo há três
meses...

Dei um suspiro de alívio. — Eu estou limpa também. — Eu assegurei a ele.


— Eu não tive relações sexuais em três anos. E tive que fazer um teste quando
comecei a trabalhar para a Perfect Clean.
Seus olhos escureceram. Seu corpo parecendo realmente crescer mais
enquanto ele se arrastava para a cama. — Você está disposta a arriscar? — Ele
exigiu em uma voz que soava quase animalesca.

Lambi meus lábios nervosamente. — Não é muito um risco. Agora é o


período seguro no meu ciclo. Confie em mim. Eu sou a pessoa mais regular que
você vai encontrar. Eu poderia dizer-lhe até a hora em que vou começar o meu
período.

— Ah, foda-se. — Ele respirou, parando entre as minhas coxas abertas e


sentando-se nos calcanhares. — Layla...

Ele não teve que dizer mais nada. Eu sabia exatamente o que se passava em
sua cabeça, porque estava passando pela minha também. Ontem à noite tinha
sido incrível. Eu tinha perdido uma parte de mim para ele, não só do meu
coração. E fazer amor sem nada nos separando, só poderia nos matar! — Vem
dentro de mim, Jesse. — Eu implorei, arrastando os dedos em sua barriga. — Eu
estou pronta para você.

— Eu vou tentar manter minha cabeça, — ele prometeu enquanto abria


ainda mais as minhas coxas. Eu assisti com fascínio total, como ele esfregava seu
pau nu em meus lábios. Quando sua cabeça rosa em forma de cogumelo
escorregou em meu clitóris, eu gritei de prazer tão intenso que me fez arquear
minhas costas.

Jesse rangeu os dentes enquanto segurava seu pau na mão e esfregava para
trás e para frente no meu clitóris endurecido, fazendo meu sexo inundar já
molhado com o desejo. Segurei os seus braços, as unhas afundando em sua pele
enquanto minha cabeça balançava para trás e para frente de forma incoerente. —
Tão molhada. Tão lisa. Sua boceta é linda, bebê.

— Coloque-o dentro de mim. AGORA! — Eu gritei em desespero.

O suor já estava escorrendo em sua testa e lábio superior. Gotas pingaram


sobre seu peito e estômago. Eu gemia devido a doce tortura. Ainda assim, ele
brincava comigo, esfregando aquele lindo pau para frente e para trás, para cima e
para baixo, em pequenos círculos. Eu estava pendurada pelos meus dedos
enquanto minha mente estava à beira de um orgasmo entorpecente.

Gemendo, eu tirei meu domínio sobre seus antebraços e belisquei meus


mamilos. Eu puxei com força, com tanta força que eu levantei cada peito em
direção a ele. Choques de prazer foram direto para minha boceta e comecei a
ofegar. — Ah... Ah... Oh! — Eu chorei. — Oh! Oh! Oh! — Eu empurrei meus
quadris para cima, tentando forçá-lo a ir mais baixo. Eu podia sentir o cheiro
almiscarado de sua pré-ejaculação, sabia que ele estava tão perdido como eu
estava e não tinha sequer começado.

— Oh, meu Deus! — Lágrimas escaparam dos meus olhos e eu me sentia tão
bem. — Jesse, por favor, — eu solucei. — Eu preciso de você agora.

Com um grunhindo animal, ele empurrou em mim tão profundo e forte que
eu pensei que ele iria machucar as paredes do meu útero. Mas era tão bom! Tão,
surpreendentemente bom que ele me enviou sobre a borda. Meus músculos
internos contraíram duro, e eu observei com espanto quando seus olhos
reviraram. Ele não se moveu após o primeiro impulso duro, mas ele não
precisava. Meu orgasmo estava ordenhando o dele. Sua boca se abriu em um
grito silencioso. Era tão sexy, tão quente, que intensificou a minha própria
versão.

Ele ficou congelado daquele jeito por quase um minuto inteiro antes que
seus músculos começassem a relaxar. Nós dois estávamos respirando com
dificuldade, suor escorrendo. Jesse gemeu e caiu em cima de mim, esmagando
meus seios entre nós, mas eu não me importava. Eu amava a sensação dele
contra mim. Com ele ainda duro dentro de mim enquanto a mistura de nossa
liberação embebia os lençóis debaixo de mim, e ele me segurava firme.

Minhas mãos estavam em volta dele, e eu deslizei meus dedos para cima e
para baixo de suas costas. E eu virei minha cabeça para lamber seu pescoço. Ele
tinha gosto doce e salgado. Seu perfume invadiu todos os meus sentidos, e pedi a
Deus para me dar apenas mais alguns minutos deste paraíso.
Capítulo 13
Layla

Quando chegamos a Malibu já estava ficando tarde.

Jesse parou na calçada em frente à casa de praia e, relutantemente, desligou


o motor do Escalade. Mordi o lábio, não querendo me separar dele mais do que
ele queria de mim. Tínhamos feito amor tantas vezes que eu perdi a conta. Aquele
quarto na casa de seu amigo cheirava a sexo quando tínhamos saído, mas eu
nem me importava.

Gentilmente, dedos me agarraram e entrelaçaram-se com os meus. Com um


suspiro triste, ele trouxe nossas mãos unidas aos lábios e beijou cada dedo. — É
egoísta que eu quero mantê-la para mim por mais uma noite?

Eu inclinei minha cabeça contra o assento e sorri para ele. — Não. Não
mesmo, porque eu quero a mesma coisa. Pena que não podemos ter tudo o que
queremos...

— Foda-se, — ele murmurou acaloradamente. — Vou fazer com que


possamos ter todas as noites juntos, Layla.

Eu fiz uma careta. — Como você vai fazer isso? — Perguntei. — O que isso
significa?
Ele balançou a cabeça. — Não se preocupe com isso. — Inclinando-se,
beijou-me, fazendo-me esquecer de tudo o que ele acabara de dizer. Seus dedos
se enredaram no meu cabelo já horrivelmente amarrado e me puxaram para mais
perto. Eu queria subir no console e escarranchar ele, e fazer sexo com ele aqui na
garagem!

Ele se afastou apenas o suficiente para pressionar sua testa contra a minha.
— Desça, Layla, — ele sussurrou. — Desça antes que eu faça algo louco como
viajar de volta para Beverly Hills.

— Jesse...

— Por favor, desça. Eu não sou forte o suficiente para... — Ele me soltou e
caiu para trás contra seu assento, com os olhos bem fechados. — Boa noite,
bebê. Eu vou chamá-la de manhã.

Quando ele não se mexeu para abrir a minha porta, eu lentamente estendi a
mão para abri-la. — Boa noite, Jesse, — Eu sussurrei antes de escorregar para
fora do SUV.

Engolindo em seco para manter minhas lágrimas de derramarem para fora e


me fazer chorar, eu andei rapidamente de volta para a casa de hóspedes. Quão
doido era o fato de eu não querer ficar longe dele, mesmo que apenas uma noite?
Meu coração estava realmente doendo, apertando mais e mais a cada passo que
me levava para longe dele.

Não, não, não! Não! Ontem à noite, quando eu tinha dito a ele que o amava,
tinha sido no calor do momento. Não era verdade. Não era. Eu não poderia estar
apaixonada por ele tão cedo, assim tão profundamente!

Mas meu coração dizia que eu era uma mentirosa...

Murmurando maldições sob a minha respiração, eu abri a porta da casa de


hospedes e entrei.
Lucy estava assistindo televisão na sala de estar com um prato de comida
chinesa na sua frente. Eu parei e dei um beijo em seus cabelos escuros. — Hey,
menininha. Onde está a Lana?

— No chuveiro, — Lucy me informou depois de engolir um bocado de arroz


frito e camarão. — Nós fomos nadar com Drake mais cedo, e ela estava coçando.

Eu sorri. — Então, ela e Drake fizeram as pazes?

Lucy assentiu com a cabeça, sua atenção voltando para a televisão e para o
episódio de Bob Esponja. — Yep. Passamos a tarde inteira com ele. Então ele
pediu comida chinesa, que está incrível, mas ele foi embora quando tive que ir
tomar banho.

— Bem, eu estou feliz que vocês duas se divertiram. — Eu dei mais um beijo
em seu cabelo com cheiro doce e fui para o quarto. — Está ficando tarde, querida.
Assim quando Bob Esponja terminar vá para a cama, ok?

— Tudo bem, — ela me falou.

O chuveiro ainda estava ligado quando entrei no banheiro. Eu podia ouvir


Lana cantarolando alegremente sobre a água e não pude deixar de sorrir. — Hey!
— Eu disse para ela enquanto sentava na beira do assento.

A cortina de chuveiro foi puxada para trás o suficiente para ela colocar a
cabeça para fora e espiar. Ela me deu um sorriso malicioso. — Olá, estranha.
Aproveitou o seu dia? Um encontro que durou mais de malditas 24 horas?

Eu tinha certeza de que estava brilhando devido ao quanto eu tinha me


divertido. — Foi a noite mais incrível da minha vida. — Isso foi o mais
detalhadamente que uma irmã de 17 anos de idade estava recebendo. — Ouvi
dizer que você teve alguma companhia esta tarde. Então, você e Drake estão bem
agora?

— Mais do que bem. — Ela puxou a cortina de chuveiro de volta, mas não
parou de falar enquanto ela continuava a tomar banho. — Ele me pediu
desculpas, eu perdoei, e depois fomos nadar. Depois disso, ele veio aqui e nós
assistimos filmes e pedimos jantar. Eu não queria que ele voltasse para a casa
principal, mas estava ficando tarde e Lucy precisava de um banho.

— Parece que vocês se divertiram juntos.

— Eu aprecio cada minuto com Drake... não importa o que estamos fazendo.
— Lana murmurou mais para si do que para mim.

Eu suspirei. — Lana...

A água foi desligada e a cortina aberta. — Pare de se preocupar tanto com


isso, Layla. Eu não sou estúpida. Eu sei que ele é 13 anos mais velho que eu. Eu
sei que eu não tenho a menor chance com ele. Nós somos apenas amigos. Eu sei.
Eu sei. Eu sei! — Ela puxou a toalha do cabide e enrolou-se quase com raiva,
mas quando ela saiu da banheira e me encarou ela estava sorrindo, mesmo que
não chegasse a alcançar seus olhos. — Apenas amigos.

Levantei-me e puxei-a para meus braços. — Tudo bem. — Eu beijei sua


bochecha, fingindo que eu acreditava nela. Porque, embora possa ser verdade
para Drake que eles eram apenas amigos, eu sabia que não era para a minha
irmã, o que ela estava sentindo era muito mais forte do que mera amizade. Eu
podia ver a verdade em seus olhos.

Lana estava apaixonada por Drake.

Jesse

Eu queria falar com Emmie logo que cheguei em casa. Eu tinha coisas que
eu precisava que ela cuidasse para mim. Mas Nik disse que ela estava dormindo,
e eu não queria incomodá-la se ela estava confortável. Ela tinha tido insônia
ultimamente, e se ela finalmente conseguiu dormir, eu não estava prestes a
interromper isso.
Então eu coloquei todas as coisas que eu precisava fazer na parte de trás da
minha mente por agora e caí sobre o sofá com os meus irmãos de banda. Éramos
apenas nós quatro fazendo nada mais do que assistir futebol e beber cerveja. Foi
bom relaxar com eles.

O intervalo veio e Shane se levantou para pegar mais cervejas para nós.
Drake estava bebendo Jack Daniels junto com sua cerveja. Foi a primeira vez que
eu tinha visto ele com uma garrafa em uma semana, e eu já tinha começado a me
acostumar com ele sóbrio. Eu vi como ele engoliu um copo atrás do outro e
odiava que eu estava testemunhando o antigo Drake, não o novo que tinha rido
mais na semana passada do que em todo o tempo que eu o conhecia.

Quando a garrafa estava vazia, eu a peguei de seus dedos frouxos e o puxei


para ficar em pé. — Vamos, Drake, — Insisti suavemente. — Hora de dormir.

Ele suspirou, mas não resistiu. Ele cambaleou um pouco quando eu o ajudei
a subir as escadas. Em seu quarto, ele simplesmente caiu sobre a cama, e tirou
os sapatos e calça jeans. Mas eu não ia deixá-lo simplesmente apagar, não sem
uma explicação. — Então, o que aconteceu? Você e Lana brigaram?

— Ontem, — ele confirmou. — Menina louca não queria me deixar comprar


suas coisas. Disse que eu estava tentando comprá-la. — Drake riu, sem humor.
— Mas eu me desculpei hoje.

— Ela não te perdoou?

— Não... Ela fez. Passei o resto do dia com ela e Lucy. — Suas palavras
estavam ficando um pouco arrastadas agora, mas eu tinha anos de experiência
em como compreender Drake bêbado. — Um dos melhores dias da minha vida, —
ele murmurou tão baixo que eu quase não ouvi.

Eu fiz uma careta. — Então por que diabos você está bebendo?

Os olhos de Drake estavam prestes a fechar quando eles se abriram e ele


olhou para mim. — Porque eu quero ela pra caralho! Porque eu sinto que eu
preciso dela para respirar. Porque ela tem dezessete anos de merda, — gritou
para mim.
Eu sentei na beira da cama, de frente para o meu amigo que estava tão
preocupado consigo mesmo. — Dray, ela é linda. Um homem cego pode ver como
ela é linda. E não é só do lado de fora. Ela é muito doce, cara. Lana é especial.

Uma lágrima escapou do canto de seu olho. — Eu sei disso, — ele


sussurrou.

— E eu acho que ela tem alguns sentimentos fortes por você também. — As
poucas vezes que eu realmente tinha os visto juntos eu tinha testemunhado a
maneira como Lana olhava para Drake. Eu tinha me preocupado com o seu
sentimento para com o meu amigo. Que ela iria cair de cabeça em uma paixão e
que ela iria superar rapidamente.

Mas depois de falar com Layla até o sol nascer naquela manhã, eu também
sabia que a menina era mais madura do que a maioria das de trinta anos de
idade que eu conhecia. Ela era sábia para sua idade.

Mas para Drake a sua idade era um grande problema. Havia uma razão pela
qual ele sempre acabava com as mulheres mais velhas que nos seguiam de
cidade em cidade em nossas excursões. Ele nunca olhou duas vezes para as
meninas mais jovens que tentaram entrar em nossas camas. Ele estava morrendo
de medo de ser rotulado como um pedófilo. — O que você vai fazer? — Eu
perguntei depois que ambos tínhamos permanecido em silêncio por alguns
minutos.

Drake passou a mão sobre os olhos úmidos. — Nada.

Eu murmurei uma maldição. — Nada? Então você só vai continuar a ser seu
amigo, mas se mata lentamente com álcool para anestesiar a sua dor?

Ele deu de ombros. — Eu não posso tocá-la. Eu não vou tocá-la!

Frustrado eu passei a mão sobre a minha cabeça, odiando sentir os cabelos


pinicando meus dedos. — Você pelo menos conversou com ela sobre isso?
— Não. Ela é jovem demais para entender. Eu não vou sobrecarregá-la com
tudo isso. — Ele fechou os olhos, já caindo no sono. — Obrigado por cuidar de
mim homem, — ele murmurou enquanto desmaiava.

Eu olhei para o meu amigo. Ele parecia em paz no seu sono agora, mas em
breve os pesadelos invadiriam essa paz e eu iria ouvir seus gritos do meu quarto.
Eu tinha certeza de que o álcool fazia seus sonhos ainda piores, mas não tinha
jeito de explicar isso para o Drake. Murmurando maldições sob a minha
respiração, eu puxei o edredom em torno dele e saí do quarto.

Não havia mais nada que eu pudesse fazer esta noite, talvez eu jamais
pudesse fazer alguma coisa. Drake se recusava a falar sobre seus pesadelos com
qualquer um de nós, especialmente Shane. E eu não ia contar o seu segredo para
Lana. Se ela viesse a compreendê-lo completamente um dia, então ela teria que
saber tudo isso, mas eu não ia ser a pessoa contando.

Em vez de ir lá embaixo, eu fui ao fundo do corredor e cai sobre a minha


própria cama. Já era tarde, então eu não poderia chamar Layla. Eu ansiava por
tê-la deitada ao meu lado, e não só para aliviar a dor em meu pau. Pensar em
Drake e em seus pesadelos havia aliviado a dor em meu pau. Mas eu ainda
ansiava por abraçá-la, conversar com ela sobre tudo isso.

Será que ela entenderia e saberia o que fazer? Deveria confiar nela? Eu
estava perdido. Se eu dissesse a ela, ela poderia se afastar e até mesmo se
recusar a deixar Lana ver Drake novamente. Isso só iria prejudicar Drake mais,
para não mencionar quebrar uma confiança que eu tinha construído quase 13
anos atrás. Mas se eu não lhe dissesse...

— Ah, foda-se, — Eu resmunguei. — Eu estou ferrado de qualquer maneira.

De alguma maneira eu adormeci apenas para acordar por volta das duas e
meia. Drake estava pior que habitualmente hoje à noite, enquanto ele lutava com
os demônios de seu passado e sua própria consciência a respeito de Lana. Sentei-
me na cama, meu punho cerrado nas cobertas ao lado de mim, enquanto eu o
ouvia soluçar. Eu estava prestes a ir acordá-lo quando ouvi Emmie.
Saltei da cama, sem me incomodar em colocar calças sobre minha cueca. Eu
andei pelo corredor até a porta aberta de Drake. Emmie estava deitada ao lado
dele, com o rosto enterrado em seu pescoço, enquanto ela esfregava suas costas.
— Está tudo bem, Drake, — ela sussurrou baixinho. — Você está seguro. Shh.
Shh. Você está seguro.

Fiquei ali até que Drake tinha pego no sono inquieto enquanto Emmie
continuou a acalmá-lo. Depois de um tempo ela adormeceu também, e eu entrei
no quarto para cobri-los. Me virando, eu estava surpreso ao ver Shane de pé na
soleira da porta. Ele estava coberto de suor me dizendo que ele havia saído para
uma corrida. Eu fiz uma careta.

Os irmãos tratavam seu passado perturbado de formas diferentes: Drake


com o álcool e Shane com sexo. Quando ele não conseguia, ele corria até que ele
não conseguisse sentir as pernas. Encontrei os olhos azuis cinzentos do meu
amigo, e Shane rapidamente desviou o olhar. — Talvez devêssemos fazê-lo ver um
especialista de novo.

— Isso não funcionou tão bem da última vez. Ou as duas vezes que ele foi
para a reabilitação, — eu lembrei-o calmamente. Drake tinha durado uma
semana, pela primeira vez numa clínica de reabilitação. A segunda vez ele tinha
jogado um enfermeiro através de uma janela e eles tinham o chutado para fora. O
psicólogo não tinha se saído muito melhor. Ele tinha tentado ir muito longe e
muito breve, e Drake não estava pronto para isso. Durante um mês depois,
Emmie dormia quase todas as noites com ele, porque os pesadelos tinham sido
demais.

— Parecia que ele estava ficando cada vez melhor, — Shane sussurrou,
olhando para seu irmão mais velho dormir. — Eu pensei que Lana estava
ajudando.

— Ela estava. Ela está. — Eu fiz uma careta. — Mas ele também está
lutando contra si mesmo e seus sentimentos por ela. Talvez quando ela for mais
velha...

— Sim, talvez. — Shane virou para ir embora. — Se ele viver até lá.
Emmie

Fiquei surpresa ao ser acordada pela sensação de braços fortes me


levantando. Piscando para abrir meus olhos, eu olhei para Nik, que estava me
segurando contra o seu peito nu e quente. No fundo, eu ouvi vagamente a
descarga e percebi que era Drake vomitando e lembrei que eu tinha passado
parte da noite na cama com ele.

Lábios quentes escovaram a minha testa e eu me inclinei em seu beijo. —


Que horas são?

— Ainda é bem cedo, — Nik murmurou baixinho enquanto ele me levava


pelo corredor até o nosso quarto. A porta já estava aberta, e ele chutou a porta
atrás dele antes de me colocar no meio da cama.

Olhei para o relógio para ver que era apenas após seis horas e fiz uma
careta. Qualquer esperança de me aconchegar na cama com Nik mesmo que por
pouco tempo estava perdida. Suspirando, eu me virei de modo que eu estava
deitada de lado e envolvendo meu travesseiro com as minhas pernas para que
meus quadris não doessem. O bebê estava ficando maior a cada dia, e meus
quadris pareciam não fazer mais nada do que doer cada vez mais.

Para minha surpresa, Nik se arrastou atrás de mim e puxou minhas costas
contra seu peito. Meu coração encheu de amor, e eu lutei contra a vontade de
chorar lágrimas de felicidade. — Você não tem que estar no estúdio em breve?

Ele beijou meu pescoço, me fazendo tremer. Meus mamilos endureceram


instantaneamente, mas nós dois sabíamos que não ia ocorrer ação. Eu odiava
isso, mas doía fazer amor recentemente. Nik entendia e nunca reclamava sobre
isso. — Não vou até mais tarde. Eles que se fodam. Eu quero segurar você por um
tempo.

Uma grande mão deslizou sobre o meu estômago expandido, brincando com
o meu umbigo saliente que tinha saído cerca de um mês atrás, e então se
estabeleceu abaixo, onde o nosso bebê gostava de me dar um soco. Essa menina
estava em silêncio esta manhã, mas muito em breve ela estaria me usando como
seu saco de pancadas pessoal.

Cansada, feliz por estar nos braços do meu amor, eu empurrei todas as
coisas que estavam na minha cabeça para trás e deixei o sono me levar...

Algum tempo depois, senti Nik me deixar. Ele deu um beijo suave na minha
bochecha, em seguida, outro em toda a minha barriga exposta. Suspirei feliz e
enterrei meu rosto no meu travesseiro. — Eu te amo, bebê, — ele sussurrou.

— Eu te amo.

Eu caí em um sono sem sonhos e não acordei novamente até o meio da


manhã. Eu não tinha dormido bem ultimamente. Pernas inquietas, quadris
doloridos, e apenas um sentimento desconfortável tinha me feito uma insone.
Ontem à noite foi a primeira boa noite de sono que eu tive no que parecia ser
para sempre, mas eu ainda estava me sentindo exausta quando eu saí da cama e
vesti uma calça de ioga e uma das camisas velhas de Nik.

Eu não poderia me importar menos como eu parecia. Meu cabelo estava uma
bagunça, e eu não me incomodei mesmo em escová-lo, apenas puxei-o em um
coque desleixado. Meus pés estavam inchados, e doíam ao descer as escadas,
mas eu tinha coisas para fazer que não podiam esperar.

Da cozinha, eu podia sentir o cheiro de bacon frito, mas pela primeira vez o
cheiro não fez a minha boca encher de água. Na verdade, eu me senti doente e
tive que segurar minha respiração enquanto eu passava a cozinha no meu
caminho para o meu escritório. — Eu não estou com fome, Layla, — Gritei para
ela.

Ouvi ela se mover, e poucos momentos depois, ela apareceu na porta do


escritório. Ela estava com uma expressão preocupada quando me olhou. — Você
parece verde, Emmie. Chame o seu médico.

Um pequeno sorriso apareceu em meus lábios, e eu estava grata por Deus


ter enviado esta mulher para a minha vida. Em apenas algumas semanas, eu
tinha criado um vínculo com Layla. Pela primeira vez na minha vida eu tinha
uma amiga, e eu realmente gostava. — Eu vou, mas primeiro eu tenho que cuidar
de algumas coisas.

Layla levantou uma sobrancelha. Cruzando os braços sobre o peito, ela


encostou-se ao batente da porta do meu escritório e parecia que ela não ia ceder
tão cedo. — Eu acho que você deveria chamá-lo agora.

Suspirei e peguei meu celular. Depois de percorrer os meus contatos, eu


pressionei ligar e esperei a enfermeira do Dr. Chesterfield atender. Quando o fez,
eu lhe disse que não estava me sentindo bem e a mulher me pediu para ir a
clinica. Dei uma espiada no relógio. Era depois das onze. Havia tanta coisa para
fazer e todos os caras estavam no estúdio.

Mordendo os lábios, olhei para Layla. — Você pode me levar ao meu médico?
Eles querem que eu vá, mas eu não posso dirigir. — Minha barriga estava tão
grande que eu não poderia dirigir um veículo sem me machucar.

Layla sorriu. — Claro.

Eu levantei com dificuldade e peguei as chaves do carro de Shane,


juntamente com a minha bolsa e telefone. Realmente, eu ia ter que fazer Nik
comprar outro SUV. O carro de Shane era bonito de se olhar, e um sonho de
dirigir, mas não era tão seguro de se estar dentro. Era louco como agora eu me
preocupava com a segurança de um carro, quando nunca tinha passado pela
minha cabeça antes que eu descobrisse que estava grávida.

Trinta minutos depois, eu estava sendo cutucada e empurrada pelo médico


misógino que era para ser o melhor em toda a Califórnia. Alexis Moreitti havia
recomendado a mim. Eu confiei em seu julgamento quando a respeito de quem
cuidava de seu bebê, então eu tinha começado a vê-lo também, mas quando ele
tinha os dedos dentro de mim, movendo-os como estava fazendo agora, eu
realmente odiava o bastardo.

Estando perto da cabeceira da mesa de exame Layla deu um pequeno


aperto na minha mão em apoio, e eu apertei de volta, agradecendo por tê-la
comigo. Depois de um momento, o médico deu um passo para trás e tirou as
luvas. Virando-se, ele começou a lavar suas mãos. — Você está com dilatação de
dois centímetros, — ele me informou.

Eu levantei uma sobrancelha. — O que significa isso? — Eu sabia que


quando uma mulher estivesse dilatada em dez, era hora de empurrar o bebê para
fora. — Não é muito cedo para eu estar dilatando? — Nem sequer era o meio de
setembro. Eu ainda tinha sete semanas para o nascimento do meu bebê.

Dr. Chesterfield me deu um sorriso tranquilizador. — Algumas mulheres


podem passar meses dilatadas em dois ou mesmo três. Isso é perfeitamente
normal. Todo o desconforto que você está sentindo é normal. Sua náusea, no
entanto não, mas posso lhe dar algo para aliviar e que não vai fazer mal ao bebê.
— Ele puxou um bloco de receitas do bolso do casaco e começou a rabiscar. —
Descanse por alguns dias, Emmie. Fique fora de seus pés o máximo possível e
não se coloque em situações estressantes. Eu quero vê-la novamente na próxima
semana. Traga Nik também, porque precisamos definir uma data para fazer a sua
cesariana.

— Ótimo. — Eu murmurei, pegando a receita dele.

Layla apertou meus ombros carinhosamente, e eu coloquei minha mão sobre


a dela. O médico deu-lhe um olhar significativo. — Certifique-se de que ela se
comporte. Faça com que os caras dela a amarrem na cama por uns dias se for
preciso.

Layla assentiu. — Pode deixar, — ela assegurou. — Eu vou fazer eu mesma


se for preciso.
Capítulo 14
Layla

Quando chegamos em casa, eu rapidamente levei Emmie para o seu quarto.


Ela não protestou muito, provavelmente porque, juntamente com a prescrição
dos remédios para náuseas, ele também lhe tinha dado um uma injeção. A
injeção era algum tipo de medicação forte anti-náusea que a estava fazendo ficar
sonolenta. O médico não quis correr o risco de que Emmie ficasse desidratada se
ela começasse a vomitar.

Assim que chegamos ao quarto dela, eu a ajudei a colocar seu pijama.


Coloquei-a na cama como uma criança. Ela descansou a cabeça em seu
travesseiro e puxou o travesseiro de corpo para mais perto. — Eu acho que eu
devo a você um bônus, Layla. Sua descrição do trabalho não incluía cuidar de
uma mulher grávida doente.

Suas palavras me chatearam, e eu tive que piscar de volta algumas lágrimas.


— Se você sequer se atrever a me pagar por isso, eu vou fazer você engolir o
cheque, — disse a ela.

Emmie piscou para mim, surpresa com minha voz trêmula. — Layla...

— Você me paga para limpar a casa. Estou cuidando de você porque você é
minha amiga e eu me preocupo com você. Nunca mais diga isso.
Ela agarrou minha mão, e eu notei que seus dedos estavam frios como gelo.
— Layla, eu sinto muito. Era uma piada. — As lágrimas encheram seus olhos e
transbordaram. — Obrigada por cuidar de mim hoje. Ninguém, além dos caras, já
se importou o suficiente para cuidar de mim, segurando a minha mão, do jeito
que você fez hoje.

Eu limpei meus olhos com a minha mão livre. — Você é minha amiga,
Emmie. É claro que eu vou cuidar de você quando você precisar. — Eu dei um
beijo em sua testa, como faria se eu estivesse conversando com Lana ou Lucy.
Em um curto espaço de tempo, Emmie se tornou uma irmã para mim. — Você
está com fome? — Eu perguntei suavemente.

Ela me deu um sorriso fraco. — Na verdade não, mas eu acho que eu deveria
tentar alguma coisa. O bebê não se moveu o dia todo, e eu acho que ela precisa
de algo para acordá-la.

— Okay. Apenas relaxe. Vou fazer algo leve para você comer. — Dei-lhe um
aperto em sua mão, em seguida, coloquei-a debaixo das cobertas com o resto dela
para se aquecer.

Na cozinha, eu fiz uma canja e algumas torradas. Peguei um copo de soda e


uma taça com sorvete de melão e fiz uma bandeja para Emmie. Antes que eu
pudesse pegar a bandeja, meu celular tocou e eu puxei-o do meu bolso de trás.
Sem olhar para o identificador de chamadas, eu apertei atender e coloquei no
meu ouvido. — Esta é Layla.

— Como foi seu dia?

A voz sexy como o pecado de Jesse no meu ouvido me fez tremer. Parei o que
estava fazendo e encostei no balcão. — Tem sido uma aventura, — eu assegurei a
ele, então disse ele sobre o que aconteceu com a Emmie no médico e o que o
homem havia dito. Quanto mais eu dizia, mais eu podia sentir sua tensão,
mesmo através do telefone.

Houve uma pausa, então ele soltou um suspiro reprimido. — Como ela está
se sentindo agora?
Eu podia ouvir sua frustração e seu amor por ela. Me aquecia de dentro para
fora, o modo como uma grande e má estrela do rock podia se importar tão
profundamente com uma pessoa que não fosse ele. Isso ia contra tudo o que eu já
tinha visto antes em outros roqueiros, ou seja, meu próprio pai. Talvez fosse certo
amar esse cara afinal. — Estou fazendo algo para ela comer. Ela está sonolenta
depois da injeção anti-náusea que Dr. Chesterfield lhe deu.

— Obrigado por cuidar dela, Layla. Isso... Isso significa muito para mim,
bebê.

Envolvi meu braço livre em volta de mim, tentando segurar os sentimentos


que eu tinha por esse homem. — Não me agradeça, — eu sussurrei. — Emmie é
minha amiga também. Amigos cuidam uns dos outros.

— Sim, eles fazem, — ele murmurou em tom pensativo.

— Quando você vai voltar para casa? — Eu perguntei, animada para vê-lo.

— Provavelmente assim que eu disser a Nik sobre Emmie. Quer jantar


comigo esta noite? Eu conheço um lugar amigável e pequeno que poderíamos
levar Lucy. Tenho certeza que ela iria amar o macarrão e queijo. Merda, eu peço
cada vez que eu vou lá.

Meu coração literalmente pulou uma batida. Eu tive que engolir algumas
vezes para tirar o caroço emocional da minha garganta. Ele estava incluindo
Lucy. Isso tudo não me surpreendia, não depois de vê-lo com ela e ver como ele
era bom com crianças, mas considerando que ele tinha me convidado para sair e
pensado nela também..? Oh, foda-se. Sim, era verdade. Eu amava este roqueiro.
— Isso parece divertido. — Eu sussurrei.

— É um encontro, então. — Ele fez uma pausa, como se quisesse dizer algo
mais. Em vez disso, ele apenas murmurou, — Tchau, querida.

Eu fiquei lá com o telefone pressionado no meu ouvido por quase um minuto


inteiro antes de sair do meu torpor. Eu estava apaixonada por Jesse Thornton.
Amor louco e obsessivo. O tipo que me faria estúpida e deprimida, mas eu
realmente não me importava mais. Eu queria isso. Meu coração precisava disso.
Com um sorriso tonto no meu rosto eu peguei a bandeja e levei até o quarto
de Emmie. Ela estava apenas cochilando e abriu os olhos quando entrei e tentou
se sentar, e eu corri para deixar a bandeja em cima da mesa de cabeceira para
que eu pudesse ajudá-la a se sentar confortavelmente. Eu afofei as almofadas e
as coloquei atrás dela, em seguida, coloquei a bandeja em seu colo.

Sentei-me com ela enquanto ela comia a canja e mordiscava a torrada. Ela
devorou o sorvete e até pediu mais quando a tigela estava vazia. Quando voltei
com a segunda dose, ela parecia melhor. Ela estava sentada contra os
travesseiros esfregando a mão carinhosamente sobre sua barriga, murmurando
para ela. — Ela está chutando de novo. — Emmie me disse com um sorriso feliz
que a fez se iluminar de dentro para fora.

— Ótimo. — Coloquei a tigela na bandeja.

Fiquei com ela até que eu ouvi o Escalade entrar na garagem do lado de fora.
Peguei a bandeja nas mãos quando a porta se fechou e passos vieram correndo
pelas escadas. Segundos depois, Nik apareceu na porta, com o rosto pálido e seus
olhos azuis únicos selvagens e procurando. — Em? — Ele resmungou.

— Eu estou bem, Nik. — Ela disse rapidamente para assegurá-lo. — Layla


tem tomado conta de mim.

Eu dei-lhe um pequeno sorriso quando passei por ele, mas ele agarrou meu
cotovelo e me parou. Olhei com curiosidade, porque eu senti seus dedos
tremendo. Ele piscou algumas vezes, em seguida, olhou para mim. — Obrigado,
Layla, — ele sussurrou.

Incomodava-me o fato deles acharem difícil que alguém estava gastando


tempo se garantindo que Emmie estava sendo cuidada, que alguém além dos
cinco gostaria de cuidar dela. Encontrei-me repetindo a mesma coisa que eu
tinha dito durante toda à tarde. — Não me agradeça. Ela é minha amiga.

Eu não acho que ele me ouviu, porque ele já estava se movendo em direção à
cama, então eu fechei a porta atrás de mim e levei a bandeja para a cozinha. A
porta da geladeira estava aberta e Jesse estava ali pegando uma cerveja. Sem me
questionar, eu coloquei a bandeja sobre o balcão e, em seguida, fui para trás dele
para que eu pudesse envolver meus braços ao redor de sua cintura. — Hey, — eu
murmurei, beijando seu ombro esquerdo.

Jesse se virou e me puxou contra seu peito. Eu não hesitei quando ele
abaixou a cabeça e começou a me beijar. Meus lábios receberam os dele,
deixando-o me provar exatamente como eu queria saboreá-lo. A mão que não
segurava a cerveja agarrou minha bunda e me puxou para mais perto, contra a
crescente evidência de sua necessidade por mim. Eu gemi, amando o quanto eu
poderia afetá-lo com apenas um beijo.

Quando nos separamos, nenhum de nós poderia recuperar o fôlego. —


Quanto tempo falta para Lucy chegar em casa da escola? — Ele perguntou, sua
voz soando áspera.

Olhei para o relógio no meu pulso. — Seu ônibus chega aqui em cerca de 30
minutos.

Seus olhos escureceram, e eu tinha aprendido que era um sinal claro de que
ele estava prestes a me devorar. — Isso é tempo o suficiente, — ele rosnou. Sua
cerveja desapareceu e então eu estava em seus braços, minhas pernas enroladas
em torno de sua cintura.

Para um homem grande, ele se movia rapidamente. Antes que eu pudesse


adivinhar onde ele estava me levando, estávamos na lavanderia. Ele me sentou
na beirada da máquina de lavar e começou a puxar a barra da minha camisa.
Meus próprios dedos estavam ocupados trabalhando em sua braguilha, ansiosos
para obter o seu grande e belo pau livre para que eu pudesse olhar, tocar e sentir
o gosto dele.

Meu sutiã saiu voando. E então ele estava empurrando minhas calças para
baixo. Eu levantei meus quadris o suficiente para ajudá-lo, e então ele estava de
joelhos. Mordi o lábio para não gritar quando sua língua mergulhou dentro de
mim. Meus dedos seguraram a sua cabeça lisa e abracei-o, enquanto ele me
comia até que eu estava no limite.

Tremendo, eu afastei sua cabeça. — Você, Jesse. Eu preciso de você!


Ele lambeu minha excitação de seus lábios, alguma realmente pingando de
seu queixo, uma prova do quanto eu precisava dele. — Ainda é seguro?

Eu sabia o que ele estava perguntando, se era ainda seguro para ele ir sem
camisinha. Eu nem sequer pensei nisso. Assentindo, peguei o seu pênis e
posicionei na minha abertura. — Foda-me. — Eu respirei em necessidade
desesperada.

Ele parou quando a cabeça de seu pau deslizou para dentro. — Isto não é só
uma foda, — ele sussurrou. — Diga-me que você entende isso.

— Sim.

— Diga, — ele ordenou, deslizando outro centímetro dentro de mim em uma


tortura lenta.

Lambi meus lábios. — Isso não é só uma foda.

Outra polegada. — O que é, então, Layla?

Eu fui pega por aqueles olhos hipnotizantes, enquanto eles escureciam com
a necessidade e com uma emoção que eu estava apenas começando a aceitar. —
Fazer amor, — eu sussurrei.

— Por que é fazer amor? — Ele exigiu em uma voz cheia de tantas coisas
diferentes que fez minha cabeça girar tentando descobrir todas.

— Porque eu te amo, — eu assegurei a ele, e desta vez não assustou o


inferno para fora de mim quando eu admiti.

— Diga isso de novo.

— Eu amo você, Jesse. — Ele bateu por todo o caminho dentro de mim, me
fazendo gritar de prazer.

Dedos se enredaram em meus cabelos, puxando a cabeça para trás o


suficiente para que estivesse olhando para ele. Era como se ele pudesse ver a
minha alma. — Eu te amo, Layla. — Suas palavras eram como uma promessa,
que eu esperava que ele nunca fosse quebrar.

Jesse

Fazer amor com Layla era como o tipo de coisa fazer ou morrer. Se eu não
fizesse amor com ela, eu me sentia como se fosse morrer. Claro, era amor rápido
e duro, mas era de modo algum uma foda causal na lavanderia. Nunca seria
causal comigo e Layla. Nunca seria uma foda.

Eu empurrei para ela novamente, sussurrando que a amava contra sua


orelha. Ela me respondeu com um grito abafado contra meu peito, as unhas
perfurando as minhas costas em uma deliciosa dor de prazer preenchido. Eu
queria tomá-la lento, mas o tempo estava contra nós, e eu bombeei para dentro e
fora na velocidade de um pistão. Seus gemidos encheram o quarto, sua
respiração pesada e alta em meus ouvidos.

Com cada estocada eu sentia as paredes internas de sua vagina contraírem


mais duramente. Eu senti minhas bolas apertando, me dizendo que eu estava
perto. Foi tão bom estar dentro dela sem nada entre nós que eu não conseguia
me controlar. Eu queria enchê-la com o meu gozo, só o pensamento me deixando
pronto para estourar.

— Jesse! — Ela gritou meu nome e eu cobri sua boca com a minha própria
para abafar seus gritos. Senti sua boceta inundar com seu creme, seguido
rapidamente por suas paredes internas convulsionando com espasmo depois de
espasmo. Cada um me ordenhando até a minha própria libertação, e mordi o seu
lábio para evitar gritar.

Por alguns minutos, eu só fiquei ali, segurando-a, beijando para longe a dor
que eu tinha causado por mordê-la. Eu provei o sangue dela na minha língua e
levantei a cabeça para inspecionar o dano que eu havia causado. Havia um
pequeno corte em seu lábio inferior, sangue escorrendo nele. O lambi, perturbado
que eu a tinha machucado assim. — Sinto muito.

Ela sorriu. — Não se preocupe. Eu gostei. — Ela chupou seu lábio. — Isso foi
incrível.

— Sim, foi, — eu concordei e relutantemente me afastei. Havia uma pilha de


toalhas na mesa dobrável atrás de mim e eu peguei uma para limpar ela de
nossos fluidos combinados antes de fazer o mesmo em mim. Quando estávamos
limpos, enfiei meu pau de volta em minhas boxers e jeans e ajudei a colocar o seu
sutiã de volta.

— Você acha que alguém nos ouviu? — ela perguntou, quando estava
vestida.

Eu balancei minha cabeça. — Nik ainda estará com Em. Shane e Drake não
voltaram para casa com a gente. — Drake tinha recebido um texto de Lana antes
eu ter ligado para Layla. Ela estava tendo problemas com o carro, e ele e Shane
tinham ido ajudá-la. Eu esperava que a coisa fosse uma coisa não consertável.
Talvez então Drake poderia convencer Lana a deixá-lo comprar-lhe um carro novo
e eu poderia conseguir para Layla o dela. Eu odiava que qualquer uma delas
tivesse que dirigir aquele velho Corolla.

Layla passou os dedos pelos cabelos emaranhados. — Eu preciso pegar Lucy


no ônibus. Ainda vamos jantar?

— Com certeza. — Eu a puxei para mais perto e dei um beijo rápido, amando
o jeito que ela suspirou e se inclinou contra mim. — Eu preciso tomar um banho
e então nós podemos ir.

— Eu também.

— Eu vou te pegar em cerca de uma hora, — Prometi a ela e a deixei ir,


quando ela se afastou. Antes que ela pudesse abrir a porta, eu a parei. — Layla?
— Eu precisava que ela entendesse uma coisa. Era importante que ela soubesse.
Quando ela virou com uma pergunta em seus olhos cor de chocolate, eu lhe disse
a verdade. — Eu te amo, Layla.
Vi algo parecido com alívio passar em seu rosto, e eu sabia que tinha
acertado. As duas vezes que eu lhe tinha dito que a amava foi no calor do
momento comigo enterrado profundamente dentro dela. Ela provavelmente
pensou que eu disse aquilo para cada garota que tive relações sexuais. — Eu só
disse isso para uma outra mulher, bebê, — Eu informei a ela. — E ela está lá em
cima nos braços do meu melhor amigo.

— Eu também te amo, Jesse, — ela me disse. — Eu nunca disse isso para


nenhum outro cara, nunca. — Com um sorriso, ela abriu a porta e foi embora,
deixando-me ali com a sensação de que eu tinha sido chutado nas costelas.

Levei alguns minutos para obter o meu coração sob controle novamente
depois de sua confissão. Eu sentia falta dela já, então corri para cima e pulei para
o chuveiro. Me apressei, ignorando me barbear pela segunda vez no dia apenas
para que eu pudesse chegar até ela antes. Conferi para que a minha camisa não
tivesse nenhum buraco e peguei meu jeans mais recente, os que Emmie tinha me
comprado. Era ruim eu não comprar as coisas para mim, mas eu teria que
aprender a mudar isso com o que eu tinha planejado para o futuro.

Quando eu estava vestido, fui até o quarto checar Emmie. Layla havia me
preocupado até a morte, quando ela me disse que Emmie não vinha se sentindo
bem hoje. Toda vez que ela estava doente, eu tinha flashes da altura que ela
acabou no hospital por desidratação. Ela poderia ter morrido se Axton não
estivesse lá para ajudá-la.

Bati na porta do quarto fechado, em seguida, encontrei Emmie deitada de


lado com Nik segurando-a perto. Quando ela me viu, ela sorriu. — Hey.

— Como você está se sentindo? — Eu perguntei, inclinando-me para beijar


sua bochecha.

— Cansada. Esses remédios que o médico me deu me deixaram sonolenta,


mas pelo menos eu não me sinto com náuseas.

Eu passei a mão sobre a barriga inchada antes de dar um beijo nela através
de seu pijama.
— Eu estou levando Layla e Lucy para jantar fora. Quer que eu traga
alguma coisa para vocês?

Nik balançou a cabeça. — Eu só vou comer um sanduíche.

— Layla já me alimentou. — Emmie bocejou. — Vá, divirta-se.

Eu assenti, mas não saí para a porta imediatamente. Eu precisava falar com
Emmie sobre meus planos, mas não tinha certeza se agora era o melhor
momento. Se eu fosse realmente honesto comigo mesmo eu estava com medo de
como seria a reação dela. Eu não queria magoá-la. Nem agora, nem nunca. —
Em...

Seus olhos estavam quase fechados, mas eles se abriram. Ela deve ter
ouvido alguma coisa na minha voz, e ela pegou a minha mão. — Está tudo bem.
Eu sei... — Seu queixo tremia, mas ela me deu um sorriso. — Podemos falar mais
amanhã.

— Amo você, Em, — Sussurrei, soltando um beijo em sua bochecha.

— Amo você, Jesse.


Capítulo 15
Layla

Duas semanas se passaram num piscar de olhos. Cada dia foi muito
parecido com o outro, e eu sempre ia para a cama com um sorriso no meu rosto.

Nik e os caras não foram para o estúdio o resto da primeira semana. Ele
ficou colado ao lado de Emmie, certificando-se de que ela não saísse da cama por
muito tempo. Ao fim de semana ela estava se sentindo muito melhor, não
precisando mais da medicação anti-náusea e seus pés não estavam tão inchados
como antes.

Eu gostava de ter os caras durante todo o dia. Eu fazia o café da manhã e


almoço, lavava suas roupas, e eles me faziam sorrir o dia todo. Shane com seu
perverso senso de humor, Drake com sua sinceridade calma e Nik com a maneira
como ele era tão carinhoso com Emmie. Então havia Jesse, que parecia estar lá
toda vez que eu virava. Não que eu estivesse reclamando sobre isso.

Ele aparecia atrás de mim enquanto eu estava lavando a louça ou cozinhava.


Dando-me beijinhos doces no meu pescoço e ombro nunca parando de me deixar
molhada. Seus sussurros de ‘eu te amo’ ou ‘eu preciso de você’ e até mesmo ‘eu te
quero agora’ me fizeram tão feliz que eu pensei que ia estourar e rebentar pelas
costuras com ele. Mais de uma vez ele me encurralou na lavanderia, enquanto eu
estava trabalhando. Cada vez que ele me deixava eu sentia que precisava ainda
mais dele.

À noite, ele jantava comigo e Lucy. Lana, por vezes, se juntava a nós e, às
vezes Drake se juntava a nós também. Depois do jantar, se estivéssemos em casa,
nós andávamos na praia. Lucy pegava conchas e outros tesouros, enquanto Jesse
e eu andamos de mãos dadas atrás dela. Depois de Lucy estar escondida na
cama, no sentávamos no sofá assistíamos televisão juntos. Parecia que éramos
adolescentes, porque nós sempre acabamos nos agarrando e beijando. Quando
ele me deixava cada noite, era com relutância de ambas as partes. Eu queria
dormir em seus braços, e ele queria que eu dormisse lá também.

No final da primeira semana, ele me levou para fora, apenas nós dois. Nós
jantamos em um restaurante bastante caro. A comida era rica e deliciosa, a
atmosfera pecaminosamente romântica. Depois da sobremesa, ele me puxou para
a pista de dança e me abraçou enquanto nós dançávamos as musicas que uma
banda de jazz tocava ao vivo.

— Eu te amo, Layla, — ele sussurrou em meu ouvido.

Lágrimas ardiam em meus olhos. — Eu também te amo. — Eu sentia o


sorriso dele quando ele beijou minha testa. Continuamos dançando por várias
músicas, e então ele me puxou para fora da porta e para o Escalade, que já
estava esperando por nós lá fora.

O caminho de volta foi mais intenso que na nossa primeira noite juntos. Nós
não voltamos para a casa de seu amigo Tom, mas para um exclusivo hotel nos
arredores de Los Angeles. Havia velas acesas em todo o quarto quando entramos.
Música suave tocava ao fundo. Jesse fechou a porta atrás dele, em seguida,
levantou-me em seus braços.

Eu senti como se estivesse flutuando quando ele me levou para a cama king
size. Havia pétalas de rosa espalhadas na parte superior, e seu doce perfume
invadiu meu nariz quando ele me colocou no colchão. Meu vestido, ou melhor, o
vestido de Lana, desapareceu antes que eu percebesse, e Jesse estava beijando
cada centímetro de pele exposta que ele pudesse chegar.
Durante horas ele me saboreou. Eu estava chorando no momento em que
caímos nos braços um do outro. Jesse beijou meu cabelo. — Você acredita em
mim agora? — Ele murmurou.

Ergui a cabeça, confusa. — Acredito em você sobre o quê?

Ele sorriu. — Que eu te amo.

— Jesse, eu acreditei em você a primeira vez que você disse isso. — Ele
levantou uma sobrancelha e eu suspirei. — Ok, meu coração acreditava. Agora
minha cabeça acredita também.

— Ótimo. — Ele bocejou, me puxou para mais perto, e nós adormecemos nos
braços um do outro. Horas depois, fizemos amor novamente e, em seguida, ele
me contou sobre sua infância, crescendo em um trailer com seus irmãos da
banda espalhados ao seu redor, e sua mãe, saindo quando ele era apenas uma
criança. Jesse me contou sobre seu pai e eu o abracei apertado enquanto ele
descrevia o velho batendo nele até que ele tinha treze anos. Por essa época, ele
era maior do que seu pai e capaz de bater de volta. Depois de ele quebrar o nariz
do filho da puta, ele nunca tocou em seu filho com violência novamente. Depois
disso a infância de Jesse foi muito normal...

Eu ainda ficava com os joelhos fracos cada vez que eu pensava sobre aquela
bela noite. Ele tinha feito realmente algo especial para nós dois. De certa forma,
estava fazendo esta semana difícil, porque ele não estava em casa como esteve na
semana anterior. Os caras estavam de volta ao estúdio, e eu estava sozinha na
maior parte do dia.

Emmie estava ocupada com o trabalho, embora ela ficasse trabalhando


sentada na cama agora. Nik tinha proibido-a de levantar-se, a menos que fosse
absolutamente necessário, e eu estava encarregada de garantir que ela obedecia.
Eu estava feliz que ela estava distraída com o trabalho, porém, porque isso me
deu tempo para planejar a minha surpresa.

No sábado, corri para que conseguisse preparar tudo pela manhã. Lana
estava me ajudando e nós duas estávamos nos divertindo arrumando todas as
coisas. Eu tinha contado ao Jesse alguns detalhes do que havíamos planejado,
mas só porque eu precisava de sua ajuda com quem convidar. Ele não tinha
entendido uma palavra do que eu disse, e eu tive que explicar para ele duas vezes
antes de ele conseguir entender.

No meio da tarde tínhamos tudo pronto, e eu estava nervosa como o inferno.


Jesse me ajudou levando Emmie para almoçar, e eles ainda estavam fora quando
todos começaram a chegar. Às 14:50, eu recebi uma mensagem dele e coloquei
todos em seus lugares. Eu não tinha certeza se surpreender uma mulher grávida
era uma coisa boa, mas não podia fazer muito dano.

Meu coração estava acelerado e minhas mãos estavam suando quando ouvi
Jesse dizer algo que fez Emmie rir. Alguns momentos depois, eles saíram da casa
para o pátio. Eu segurei minha respiração quando Emmie viu uma longa mesa
cheia de comida e presentes. Seus olhos ficaram enormes e ela olhou para mim.
— Layla?

De todas as direções os convidados saltaram de seus esconderijos. —


Surpresa! — Gritaram e Emmie saltou.

— Oh meu Deus! — Ela sussurrou e eu fiquei consternada ao ver seus olhos


se encherem de lágrimas.

— Você não gostou? — Eu perguntei.

Emmie balançou a cabeça, chorando agora. Olhei para Jesse procurando


orientação, mas ele não parecia entender também, então eu a puxei para perto,
segurando-a, tanto quanto eu poderia com sua barriga entre nós. — Emmie me
desculpe. Eu não queria fazer você chorar. — Lágrimas queimaram meus olhos, e
eu tentei pisca-las. Uma de nós chorando já era o bastante.

Quando ela tinha me mostrado o quarto do bebê na semana passada, e eu


tinha visto que ela só tinha as necessidades básicas, pensei que poderia fazer um
chá de bebê para ela. Eu queria que minha amiga tivesse esta ocasião especial
que todas as mães devem ter quando estão carregando uma nova vida dentro de
si, e eu queria ser a única a dar a ela. Nunca tive intenção de magoá-la assim.

— Sinto muito, Emmie. Eu posso mandá-los embora...


Ela balançou a cabeça novamente, com os braços segurando firme em mim,
enquanto as lágrimas encharcavam meu top. — Não. Eu não estou brava. Eu
estou... Eu estou tocada. Ninguém nunca...nunca... — Ela parou, chorando mais
uma vez. — Eu li tudo sobre chás de bebê, e ouvi as outras mães no consultório
do médico falando sobre a delas, mas eu nunca pensei que iria ter um.

— Oh, Emmie. — Eu beijei o cabelo dela, segurando-a mais perto.

Depois de alguns minutos, ela finalmente afastou o rosto manchado de tanto


chorar. Nik, Drake, e Shane - todos sabiam do meu segredo desde ontem -
estavam atrás dela, mas nenhum disse uma palavra. Emmie me deu um sorriso
aguado. — Obrigada, Layla. Obrigada por isso.

A mão de Jesse pegou a minha. — Bem, vamos começar a festa.

Nas próximas duas horas, eu comecei a conhecer as pessoas da vida de


Emmie fora os caras. Eu conheci Alexis Moreitti que estava grávida de seis meses
e seu marido Jared. Alexis andava com uma bengala, e eu soube que ela tinha
tido um acidente de carro. Foi um milagre que ela ainda era capaz de andar,
ainda mais que ela era capaz de carregar seu filho. Seu marido era bom, e
quando ele olhou para ela, eu pude ver o seu amor e devoção brilhando.

Descobri que Alexis era prima de Gabriella Moreitti. Não foi uma grande
descoberta também. Gabriella tinha sido convidada bem como Axton Cage. Mas
não foi até o meio do chá de bebê que eu aprendi que Gabriella e Emmie não
eram em nada como amigas.

— Por que você me disse para convidá-la? — Eu perguntei a Jesse quando


eu percebi que Emmie estava desconfortável com a outra mulher por perto.

Ele suspirou. — Porque eu não achei que ela iria realmente aparecer. — Ele
estava comendo um dos sanduíches que Lana e eu tínhamos feito naquela
manhã. Pela aparência, era um dos croissants de salada de frango que Lana
tinha feito a partir do zero. — Olha, Gabriella disse a Emmie que ela ficou com
Nik um tempo atrás. Foi antes da Em engravidar. Era tudo mentira, mas Em não
descobriu até recentemente.
Eu olhei para ele. — E ainda assim você me disse para convidá-la. — Eu
tinha gostado de conversar com ela, mas agora eu não gostava mais dela. De jeito
nenhum eu ia gostar de alguém que machucou minha amiga de propósito.

Ele abaixou a cabeça e seu lábio inferior fez um bico para fora. — Sinto
muito, querida.

— Droga. — Eu não poderia ficar chateada com ele quando ele fazia essas
coisas. Com outro olhar, eu fiquei na ponta dos pés para beijá-lo. — Da próxima
vez me diga uma coisa como esta, ok?

Jesse sorriu. — Você não está com raiva de mim?

— Como posso ficar brava com você quando você me faz essa cara de
cachorro perdido com esses grandes olhos e um biquinho com esses lábios
carnudos?

Mas eu o empurrei quando ele começou a me puxar para mais perto. — Vá.
Eu tenho coisas para fazer.

Ele me deu um outro olhar amuado, mas eu estava preparada agora, e o


empurrei em direção a seus irmãos da banda onde eles estavam conversando com
Jared Moreitti e Axton Cage. Voltando, comecei a recolher alguns itens para um
jogo de bebê. Havia pessoas espalhadas ao redor do pátio e na piscina, e eu
passei distribuindo pequenos lápis e papel para que todos pudessem jogar.

Olhei em direção a Emmie e a vi rindo com Melissa Shepard a assistente de


Rich Branson que tinha vindo em seu lugar. Eu tive sorte, porque Jesse tinha me
dito que eu tinha de convidar o seu gerente, mas que Emmie e Rich não se davam
bem. Fiquei contente de ver que Emmie estava feliz e que eu era capaz de dar-lhe
algo que ela queria, mas não tinha sido capaz de pedir.

Quando terminei de passar os papeis para o jogo eu parei na Lana, que


estava sentada em uma mesa conversando com Vince Shepard e Drake. Toquei-
lhe o ombro para chamar sua atenção, e ela sorriu para mim. — Pronto? — ela
perguntou.
Eu assenti e dei-lhe o pedaço de papel. Minha irmã passou os próximos 30
minutos sendo o mestre dos jogos. Todo mundo estava rindo e Emmie estava se
divertindo muito. Eu assisti a partir do canto como todos jogavam jogo após jogo.
Todo mundo ganhou alguma coisa, e mesmo Drake estava rindo quando os jogos
tinham acabado.

Após os jogos, vieram os presentes, e Emmie lutou, tentando não chorar


enquanto ela desembrulhava cada presente. Havia roupas, garrafas, fraldas,
mantas, babadores, brinquedos e uma lista de outros itens que trouxe lágrimas
aos olhos de Emmie. Lana ainda ajudou os caras a escolher um presente mais
cedo naquela manhã para dar a ela: um balanço portátil que tocava canções de
ninar clássicas. Eu esperei até que ela abriu o último presente antes de levar o
meu próprio presente para ela.

Jesse teve que levá-lo por mim, e Emmie desistiu da luta e desatou a chorar
quando viu o berço que eu tinha comprado. Era trabalhado com esculturas de
borboletas, abelhas e flores. Eu sabia tão logo o vi que era perfeito para Emmie.

No momento em que todo mundo tinha comido um pedaço de bolo, eu estava


exausta. Emmie parecia que ela não podia aguentar mais. Ela agradeceu a todos
por terem vindo, e Nik a levou até seu quarto para que ela pudesse tirar um
cochilo. Antes que ela entrasse na casa, ela me abraçou apertado e me agradeceu
por fazer hoje tão especial.

— Emmie, você mereceu hoje. Eu estou feliz que fui capaz de dar isso a você.

Seu queixo tremia, mas ela se afastou antes que ela começasse a chorar
novamente.

Quando todo mundo foi embora, os caras me ajudaram a limpar. Eu estava


grata por sua ajuda, porque estava cansada, embora não tinha muito que fazer. A
comida toda tinha sido consumida, todo mundo amou os sanduíches de Lana e
os molhos caseiros. Um deles foi especificamente para os desejos de Emmie feito
com creme de leite, bacon picado, e alguns temperos. O bolo tinha quase
acabado, e eu estava feliz que tinha tirado fotos para Emmie dele antes que fosse
destruído. Ela tinha amado o pequeno bolo em forma de vestido rosa com a
pegada de bebê na barriga grávida. Eu tinha pedido especificamente que a
cobertura do bolo fosse feminina. Ele tinha sido perfeito.

Finalmente, o pátio estava limpo e eu caí em uma cadeira ao lado de Lana e


Lucy. — Hoje foi divertido, — Lucy me disse. Ela ainda estava mastigando alguns
palitos de cenoura com o que restava de molho de Emmie, e eu me perguntei pela
milionésima vez quando minha irmã mais nova estaria cheia.

— Sim, foi, — Jesse concordou quando ele se sentou na beirada da minha


espreguiçadeira e começou a esfregar meus pés descalços. — Vocês, meninas
fizeram um trabalho maravilhoso. Vocês merecem algo especial.

Eu levantei uma sobrancelha. — Como o quê? — Eu esperava que ele não


dissesse algo estúpido, como um carro que era o que ele vinha insinuando por
duas semanas agora, porque eu não tinha a energia para bater nele na parte de
trás de sua cabeça careca.

Ele deu de ombros. — Nós poderíamos ir ao SeaWorld5 amanhã.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa Lucy já estava pulando para cima
e para baixo. — Sim! Sim! Sim! — Ela se jogou nos braços de Jesse, e ele a pegou
contra ele, rindo. — Eu nunca estive no SeaWorld antes, mas eu sempre quis ir.

— Jesse, é quase três horas de viagem só de ida, — eu disse a ele.

Seus olhos se estreitaram em mim. — Você não quer ir ao SeaWorld? —


Claro que ele me deu aquele olhar amuado que eu era incapaz de dizer não.

Eu suspirei. — Tudo bem. SeaWorld aí vamos nós.

Lucy começou a dançar ao redor e Lana estava rindo. Eu acho que nós
estávamos indo para o SeaWorld com o grande mau-totalmente-adorável-
roqueiro.

5 É uma cadeia de parques aquáticos de mamíferos marinhos dos Estados Unidos da


América.
Capítulo 16
Jesse

Nas semanas que se passaram eu acho que me apaixonei ainda mais por
Layla Daniels. Cada minuto que passava com ela era agradável, mesmo que tudo
que fizessemos fosse sentar abraçados no sofá em frente à televisão.

Eu também me aproximei de Lucy e Lana. Talvez fosse porque eu sabia que


não poderia ter Layla sem elas, ou talvez fosse porque eram especiais em si
próprias. De qualquer maneira, elas entraram no meu coração de uma forma
irreversível. Quando eu pensava no meu futuro, eu não poderia imaginar sem
qualquer uma delas.

Foi assustador, meu coração triplicar de tamanho ao longo de um mês. Eu


fui de só amar Emmie e meus irmãos de banda, a amar mais três, mas eu não
fugi disso. Eu abracei esse sentimento e ele só me fez mais determinado. Com a
ajuda de Emmie, tudo estava se resolvendo suavemente. Tudo o que eu tinha a
fazer era falar com Layla sobre isso.

Eu não poderia fazê-lo hoje à noite. Meu amigo Tom estava em casa agora, e
ele me chamou e os caras para uma festa em sua casa. Nik não queria ir porque
Emmie estava a apenas duas semanas de sua cesariana e estava se sentindo
mais miserável a cada dia. Eu tinha planejado levar Layla em algum lugar
especial e falar com ela, mas Tom me chantageou com culpa para ir.

Layla decidiu ir comigo, o que eu estava grato. Eu de maneira nenhuma


queria ir a uma das festas do Tom sem Layla, não com todas aquelas meninas
por aí. Não havia nenhuma chance de que eu iria traí-la, mas se ela descobrisse
como aquelas festas eram e não estivesse lá comigo, eu tinha certeza que teria
causado problemas.

Lana ficou em casa com Lucy, e Drake tinha planejado ficar com ela. O fim
de semana antes, Drake tinha usado um dos truques de Layla e dado a Lana
uma festa de aniversário surpresa. Eu estava aliviado de que ele tinha lhe dado
um carro novo, porque o velho da Layla havia quebrado duas vezes na semana
anterior. Eu tinha ajudado a escolhê-lo, o que era uma vantagem porque as duas
mulheres tinham ficado loucas de raiva quando Drake deu a Lana às chaves do
Audi.

O Audi A6 branco era um dos carros mais seguros disponíveis. Quando


Layla soube, ela se acalmou um pouco. Levou muita súplica da parte de Drake
para Lana aceitar o carro. Finalmente, foi Emmie que tinha resolvido o problema
pegando o documento do carro e entregando a Lana. — É seu. Seu nome está no
documento. Pegue o carro e pare de atormentá-lo! — Lana pegou sem qualquer
discussão. Tínhamos todos aprendido ao longo da última semana ou assim a não
deixar Emmie muito chateada. As pequenas coisas podiam deixá-la com raiva ou
pior... chorando.

Peguei Layla às oito para que pudéssemos ir para a festa. Ela estava linda
em um top prata que estava apertado sobre o peito, e leggings pretas combinando
com as botas que ela tinha usado no nosso primeiro encontro. Fiquei tentado a
pular a festa e levá-la para algum lugar que pudéssemos passar a noite e se
perder um no outro.

Em vez disso, eu tinha lhe dado um beijo profundo, antes de colocá-la no


banco do passageiro do SUV. — Te amo, — eu disse a ela antes de fechar a porta,
e fui recompensado com um de seus pequenos sorrisos sensuais.
Quando chegamos a casa de Tom, eu não estava surpreso ao ver que as
pessoas já estavam derramando da casa. Alguns eram pessoas do mundo do rock
que eu conheci ao longo dos anos. A maioria eram meninas para ver em que
cama poderiam entrar naquela noite. Layla sacudiu a cabeça enquanto
entrávamos, obviamente, já não gostando da cena que nos rodeava.

Dei-lhe um aperto de mão reconfortante quando a puxei pela mansão lotada


procurando meu velho amigo. Ao longo do caminho eu passei por Shane e Layla
deu um grunhido de nojo quando viu que ele tinha duas garotas sentadas no colo
dele se beijando. Eu a puxei para mais perto. — Isso é comum para Shane, — eu
lembrei-a. No tempo em que nós estávamos juntos, tínhamos nos deparado com
Shane em cenas piores do que esta.

— Ainda é difícil testemunhar, — ela murmurou, e eu tive que concordar.

Axton veio até nós. Parecia que ele e Gabriella tinham terminado de novo,
porque ele não estava lutando contra as meninas, como ele normalmente faria,
quando os dois estavam juntos. Eu acho que eu preferia ele com Gabriella do que
sem. Eu poderia dizer que ele estava perdido, o que era a única razão para eu não
quebrar a cara do meu amigo quando ele começou a dar em cima de Layla.

Por volta das dez, eu ainda não tinha encontrado com Tom. Layla se
desculpou e saiu para encontrar um banheiro livre. Eu estava cansado de
procurar o velho roqueiro e decidi que, assim que Layla voltasse do banheiro,
estávamos indo para casa.

Esse pensamento passou pela minha cabeça quando vi Layla aparecer no


topo das escadas. Olhei para cima, esperando pegar seu olhar para deixá-la saber
que estávamos saindo quando tudo foi para o inferno...

Layla

Eu empurrei o meu caminho através da multidão. O lugar parecia diferente


em comparação com quando eu tinha estado aqui. Aquele dia, eu me senti tão
feliz, depois de ter acabado de passar a noite nos braços do homem que tinha me
apaixonado. Agora, eu me senti quase suja observando todas as meninas
enquanto elas praticamente se prostituíam para que pudessem dizer que tinham
tido relações sexuais com algum roqueiro, ou seja lá o que for que essas garotas
diziam. Fez-me lembrar da minha infância e como minha mãe ia a festas como
esta, deixando-me no carro enquanto ela passava horas dentro da casa de um
estranho.

Depois de ver Shane, um homem que eu tinha aprendido a amar como um


irmão, fazendo com não uma, não duas, mas três mulheres diferentes hoje à
noite, eu tinha uma sensação de mal estar no estômago que não estava indo
embora. Então eu corri no banheiro, esperando que eu pudesse convencer Jesse
a me levar para casa em breve.

Quando saí do banheiro no segundo andar, encontrei um casal fazendo


contra a parede ao lado da porta. Eles me surpreenderam porque não estavam lá
quando eu tinha ido poucos minutos atrás. Quando me mudei para passar por
eles, aconteceu de eu dar uma olhada para eles e não fui capaz de conter o meu
suspiro assustado.

De jeito nenhum! Não havia absolutamente nenhuma maneira que eu estava


vendo isso. A vida não era tão cruel! Não tão fodida! Oh merda. Oh merda. Oh.
Merda!

O casal ouviu o meu suspiro e o homem ergueu a cabeça. Os olhos


castanhos chocolate se estreitaram em mim quando encontrou meu olhar. Seus
olhos estavam vermelhos e dilatados, e eu sabia que tinha de estar bêbado ou
drogado, ou ambos. Isso não impediu o reconhecimento que eu vi em seu rosto
ou a forma como os olhos semicerrados se transformaram em um olhar frio.

Ele empurrou a menina para longe dele, e eu fiquei enojada ao ver que ela
não era muito mais velha do que Lana. O que diabos aquela menina via em um
homem de 60 anos de idade? — O que diabos você está fazendo aqui? — Ele
exigiu.

Engoli minha repulsa e retornei seu olhar. — Estou aqui com o meu
namorado.
Tommy Kirkman zombou de mim. — Que idiota seria estúpido o suficiente
para se envolver com você? Algum idiota com mais dinheiro do que o cérebro,
obviamente.

A raiva queimou em minhas veias, e eu cerrei os punhos para que eu não


fosse tentada a bater no idiota. — Bem, é bom ver que você não mudou muito ao
longo dos anos. Ainda o mesmo nojento cão no cio que sempre foi. Diga-me, ela é
maior de idade?

— Confie em mim, eu aprendi minha lição. — Ele deu um passo mais perto
de mim, e eu quase dei um passo para trás. Eu não estava com medo deste
homem. Eu nunca ficaria com medo dele. Tudo o que ele era agora era um
roqueiro esquecido. Ele teve a sorte de ter investido o seu dinheiro ao longo dos
anos, porque ele não teria nenhum dinheiro entrando em uma base regular,
agora que sua carreira tinha acabado.

— O quê? Você verificou suas identificações antes de fode-las? — Eu


perguntei, jogando meu cabelo sobre meu ombro. — Ou você as fez trazer suas
certidões de nascimento para o caso? Será que o cara que mora aqui sabe que ele
tem um velho desagradável tentando dormir com todas as meninas? — Assim que
as palavras foram ditas, a verdade me atingiu, e eu senti toda a cor ser drenada
do meu rosto.

Tom... Tommy. Sim, eu definitivamente estava em câmera lenta esta noite no


departamento cérebro. Eu devia tê-los associado, mas não deixava pensamentos
sobre esse idiota entrarem na minha mente com frequência. Agora que eu percebi
o meu erro, eu sabia que meu coração estava prestes a ser quebrado em um
milhão de pedaços.

Uma mão forte tocou meu braço, e eu estremeci. Jesse franziu a testa com a
minha reação, mas eu olhei para longe, evitando seus olhos. — O que há de
errado? — Ele exigiu. Quando eu não respondi, seus olhos foram para o amigo. —
Tom?

Senti Tommy enrijecer. — Você? — ele perguntou, erguendo a voz. — Você


está com ela?
— O que está acontecendo aqui, Tom? — Ele falou com mais força agora. —
Você e minha menina não estão se entendendo?

Senti bile subindo na parte de trás da minha garganta, mas eu respirei


fundo várias vezes para mantê-la para baixo. Eu queria bater no botão de
rebobinar para que essa noite nunca tivesse acontecido. Se eu não soubesse que
Tommy Kirkman era o grande homem que Jesse tinha me falado eu poderia
ignorar o resto. Eu podia não ter que me quebrar. Eu não teria que deixá-lo ou
Emmie ou os caras.

Mas não havia um botão de rebobinar ou mesmo um botão de pausa para


que eu pudesse mergulhar no homem que eu amava uma última vez antes de eu
andar para longe dele para sempre...

— Como foi que você se envolveu com ela? — Tommy perguntou,


aproximando-se de Jesse.

Jesse parecia crescer mais diante dos meus olhos. — O que isso importa
para você? — Ele exigiu em um tom que eu nunca tinha o ouvido usar antes. Era
frio e cheio de aço, e eu arrisquei olhar para ele para ver que seus olhos estavam
mudando a cada segundo.

— Jesse... — Comecei a tocá-lo, mas Tommy agarrou meu braço e me


empurrou para longe dele.

Eu gritei, seu aperto no meu braço tão forte que iria deixar hematomas. —
Você não pode tocá-lo, — Tommy rosnou para mim, seu rosto ficando tão perto
que o seu cheiro de uísque e fumo em seu hálito me fez ter náusea. — Ele é muito
bom para gente como você!

Eu vacilei, suas palavras tão dolorosas como o seu toque. Eu o odiava.


Odiava com a minha alma, e ainda uma parte de mim também o amava. Uma
pequena parte de mim que sempre ansiava por seu amor e aceitação. Não é o que
todas as filhas querem de seus pais?

Tommy me liberou tão rapidamente que eu não tinha certeza do que estava
acontecendo. Ergui a cabeça para encontrar Jesse prendendo-o contra a parede,
os olhos cheios de raiva. — Se você tocá-la daquele jeito de novo, eu vou fazer
você engolir os dentes, — ele rugiu para o seu velho amigo.

Tommy olhou para o baterista com um olhar confuso em seus olhos cor de
chocolate. — Você ficaria contra mim por uma garota como ela? Por causa de
uma putinha que... — Ele não chegou a terminar o que ia dizer. O punho de
Jesse conectou com a mandíbula dele fazendo sua cabeça ir para trás, e eu não
tinha certeza se Jesse tinha seguido com a sua ameaça ou não, porque o sangue
se reunia no canto da boca de Tommy.

— Você não pode falar sobre ela assim também! — Jesse gritou para ele.

Alguém desligou a música, tornando o local estranhamente quieto. Olhei por


cima do ombro para ver que todos os olhos estavam sobre nós. Foda-se! Eu não
precisava disso agora. Agarrei o braço de Jesse. — Jess, por favor. Leve-me para
casa, — eu implorei.

— Não até que ele lhe peça desculpas. — Jesse apertou seus braços na
camisa de Tommy. — Diga a ela.

Tommy virou a cabeça e cuspiu direto aos meus pés. — Foda-se.

Lágrimas reuniram-se em meus olhos, mas eu me recusei a deixá-lo ver. —


Eu não preciso de um pedido de desculpas. Só me leve para casa.

— Layla...

— Layla!

Minha cabeça se voltou para o som da voz de Lana. Eu não sei como ela
sabia que eu precisava dela, mas eu não questionei isso, eu estava muito
contente de ver minha irmã. Ela estava correndo pela porta com Drake logo atrás
dela. — Layla, vamos, — ela ordenou.

Eu soltei meu domínio sobre o braço de Jesse. Ela subiu as escadas


correndo e pegou meus braços, me inspecionando como se ela estivesse com
medo que eu tinha perdido um membro ou algo assim. — Você está bem? — Ela
exigiu, atirando a Tommy um olhar vil.
— Eu estou bem. — Sussurrei. — Pode... Você pode me levar para casa?

— É claro. — Ela me puxou para o seu lado, e eu não olhei para trás quando
ela me levou para longe. Drake seguiu atrás de nós. Eu mantive meus olhos para
baixo enquanto passava por entre a multidão de festeiros. Eu não conseguia
segurar minha cabeça levantada como eu tinha direito. Ninguém iria acreditar em
qualquer coisa, apenas o que Tommy Kirkman diria a eles de qualquer maneira.

— Layla, — Jesse nos tinha seguido fora de casa, mas ele me parou quando
eu fui entrar no carro de Lana. — Layla, o que diabos aconteceu aqui? — Sua
raiva não tinha escurecido em nada. Se qualquer coisa, ele parecia ainda mais
irritado. — Como você conhece Tom? — Ele exigiu.

Fechei os olhos, sabendo o que ele suspeitava. Era o que todo mundo
naquela sala suspeitava. Que eu era uma amante do grande Tommy Kirkman. —
Eu não posso te dizer. — Sussurrei.

— Por que diabos não? — Ele gritou.

— Porque eu assinei um termo de confidencialidade, quando eu tinha


dezesseis anos! — Eu gritei para ele. — Eu não posso dizer nada a ninguém!

— Você pode não ser capaz de dizer, mas eu com certeza posso, — disse
Lana, ficando entre mim e Jesse.

Ela nem sequer piscou quando olhou para ele. — Pare de olhar para minha
irmã assim, Jesse Thornton! Ela não fez nada de errado.

— Então, por que ela não está falando? — Ele tentou empurrá-la para fora
do seu caminho para que ele pudesse chegar até mim, mas ela não se moveu. —
Mova-se Lana! — Ele não tentou tocá-la, mas quando ela se recusou a ceder, ele
começou a se mover em torno dela. Drake se moveu atrás de Lana, e eu estava
grata pela parede de carne que me separou de Jesse.

— Não. Foda-se! — Lana empurrou-o com força e, surpreendentemente, ele


recuou alguns passos. — Você está pensando o pior dela agora. Eu posso ver as
rodas girando em sua mentalidade do mundo roqueiro fodido que você vive.
Minha irmã é melhor do que isso. Ela é melhor do que você. E eu tenho certeza
que ela é muito melhor que aquele fodido do pai dela.

Engoli em seco, não me importando que Lana estava usando palavras que eu
tinha pedido para ela não usar. Meu coração estava quebrado porque eu tinha
visto o que Jesse estava pensando, e tinha ido pelo caminho sujo. Abri a porta do
carro de Lana e entrei dentro. Isso estava acabado. Eu estava cansada. Descobri
que Jesse Thornton era exatamente o que eu tinha pensado que era.
Capítulo 17
Layla

Eu senti como se estivesse em transe durante toda a viagem de volta para


Malibu. Lana dirigiu rapidamente, mas com cuidado e nos levou para casa em
tempo recorde. Ninguém falou. Lana sabia que eu não estava pronta para falar
sobre isso, e Drake, que estava sentado na parte de trás, não disse uma palavra.

Quando entramos na garagem, eu saí do carro e caminhei até a casa de


hospedes com a minha cabeça abaixada. Ouvi Drake murmurando alguma coisa
para Lana, mas não me importava de uma forma ou de outra o que ele estava
dizendo. Eu estava entorpecida. Fria. Esta noite foi um desastre, e eu desejava
que eu nunca tivesse saído da cama naquela manhã.

Quando eu abri a porta da casa de hóspedes, Nik se levantou. Sua presença


aqui me surpreendeu. — O que você está fazendo aqui? — Eu perguntei, minha
voz soando rouca.

— Drake me pediu para ficar de olho em Lucy. Ela estava dormindo quando
eles saíram e não acordou uma vez. — Ele deu um passo em minha direção,
parecendo preocupado. — Layla, você está bem? — Ele olhou atrás de mim. —
Onde está Jesse?
Eu dei de ombros. — Provavelmente ainda na casa de Tommy. — Eu não me
importava onde ele estava agora, enquanto ele não estivesse perto de mim. Engoli
em seco. — Obrigada por cuidar de Lucy, mas você se importa de ir para casa
agora? Eu... eu não sou muito boa companhia.

— Será que você e Jesse tiveram uma briga?

— Algo como isso. — Tirei minhas botas e cai no sofá. Lana entrou pela
porta ainda aberta com Drake atrás dela como sempre. Havia tensão irradiando
dele, e, eu sabia que era por causa de mim. Ele estava com medo que eu ia
arrumar as malas e levar Lana para longe dele? Confie em mim, o pensamento
passou pela minha cabeça mais de uma vez.

Mas eu não ia fugir. Eu me recusava a desistir de Emmie e da vida que


minhas irmãs e eu tínhamos aqui só porque eu tinha sido estúpida o suficiente
para me apaixonar por um cara que iria pensar o pior de mim. Eu não estava
indo a lugar nenhum a não ser que Emmie, e só Emmie, pedisse para eu sair. —
Vão para casa, pessoal.

— Layla... — Drake me deu um olhar quase suplicante. — Chame-me, antes


de decidir qualquer coisa louca, certo? Não corra. — Seus olhos foram para Lana
que estava a poucos metros na frente dele. Não leve-a para longe de mim, seus
olhos pareciam dizer.

— Eu não estou fugindo, — assegurei a ele e vi seus ombros visivelmente


relaxarem. — Mas você precisa ir. Eu não sou forte o suficiente para lidar com
você aqui agora.

Nik ainda estava em cima de mim, franzindo a testa. — Diga-me o que


aconteceu, Layla. Talvez eu possa ajudar.

Eu olhei para ele. — Você não pode ajudar. Nada do que você diga ou faça
vai resolver o que aconteceu esta noite. Nada, nem mesmo uma máquina do
tempo pode mudar nada disso. Não a menos que você tenha uma maneira de
extrair genes do DNA de alguém.

Ele só pareceu mais confuso agora. — Você e Jesse terminaram?


— Oh, sim. Nós definitivamente terminamos. — Eu disse a ele com uma
risada que revelou pouco humor.

Nik abriu a boca para dizer algo, mas Drake parou. — Vamos lá, mano. Ela
só precisa de algum tempo para assimilar à noite de hoje em sua cabeça. — Nik
suspirou, mas acenou com a cabeça, e fiquei aliviada quando ambos os roqueiros
saíram sem outra palavra.

Assim que a porta se fechou atrás deles, Lana caiu ao lado de mim no sofá e
sem uma palavra, puxou-me em seus braços. Como uma criança, eu enterrei
meu rosto em seu cabelo e a segurei enquanto as lágrimas caíam livremente. Meu
passado tinha voltado a me morder em grande...

Minha mãe, Lydia, só tinha dezesseis anos quando conheceu Tommy


Kirkman. Dezesseis para os seus trinta e cinco anos. Claro que ela não lhe tinha
dito que ela tinha apenas dezesseis anos. Eu tinha certeza de que ela não era
uma virgem quando ela tinha de bom grado subido na cama do roqueiro. Ela
tinha a intenção de engravidar. Era tudo parte de seu plano para se tornar a
esposa de um roqueiro, ou pelo menos a sua coisa continuar por mais de uma
noite.

Tommy tinha pego suas coisas e se mudado no dia seguinte, mas Lydia
tinha se certificado de que ele sabia que ela estava grávida. Quando eu nasci, um
tribunal ordenou que um teste de paternidade fosse feito, e Tommy foi forçado a
dar bastante dinheiro, mas garantiu que a minha mãe soubesse que ele não
queria nada comigo. Ela tinha ficado desapontada por não conseguir manter o
astro do rock em uma coleira, pelo menos um pouco, mas o dinheiro que ele
tinha desembolsado tinha sido suficiente para consolá-la.

Eu realmente não tinha pensado sobre o homem que era meu pai durante
vários anos. Eu sabia quem ele era desde o tempo que tinha idade o suficiente
para perguntar quem era meu pai. Só quando a minha mãe me expulsou quando
eu tinha dezesseis anos que eu tentei entrar em contato com ele.

Eu não tinha para onde ir, estava morando em um abrigo e mal conseguia
alguma coisa para comer. Eu estava desesperada, então eu tinha ido a um de
seus shows. Não tinha sido fácil, mas de alguma forma eu consegui esgueirar-me
em seu ônibus de turnê e esperei por ele. Ele estava no alto da adrenalina de seu
desempenho e, talvez, algo mais forte, mas ele não estava tão chapado que ele
não entendesse quem eu era quando eu lhe disse que era sua filha.

Tommy Kirkman não tinha ficado feliz em me ver. Eu não tinha uma cópia
da minha certidão de nascimento para mostrar como prova, mas eu realmente
não precisava de uma. Eu poderia ser parecida um pouco com a minha mãe, mas
eu tinha mais do meu pai em mim. Meu olhos castanhos chocolate, a cor rica de
canela do meu cabelo, o ângulo do meu queixo e o formato do meu nariz, que era
tudo do Tommy.

— Então o que você quer? — Ele rosnou, depois que eu lhe disse quem eu
era.

— Eu... Minha mãe me expulsou. Eu não tenho para onde ir, — eu tinha dito
a ele, colocando o meu orgulho de lado, porque eu não tinha mais nada.

— Isso é problema seu. — Ele se moveu ao redor do ônibus até que


encontrou uma garrafa meia vazia de uísque. Ele tirou a blusa e começou a beber
diretamente da garrafa. — O acordo que eu fiz com a prostituta da sua mãe era
para que você sumisse. Eu abri mão de todos os meus direitos, e ela conseguiu o
dinheiro.

— Mas... — Eu sabia que estava lutando contra uma causa perdida. Ele não
ia me ajudar. A não ser que ... — Eu vou vender a minha história para os jornais.
Tenho certeza de que todos os seus fãs gostariam de ler sobre a sua filha
bastarda nas páginas de fofocas. — Sem mencionar que era provável que eu
obteria preço para vender a minha história. — E o mundo não adoraria ouvir
como você engravidou uma menina de dezesseis anos de idade? — Talvez fosse a
verdade, ou talvez eu só estivesse blefando para que ele me ajudasse. Eu não
tinha certeza. Eu nunca poderia saber. Eu estava com medo, desesperada, mas
saí com a ameaça entre nós.

No dia seguinte, eu conheci Zeke e ele me levou, e eu esqueci a ameaça que


eu tinha feito para Tommy.
Então, foi uma surpresa quando duas semanas depois um advogado bateu
na porta de Zeke. Ele trabalhava para Tommy Kirkman e ele tinha algo para mim.
Um cheque de cinco mil dólares, se eu assinasse um acordo de sigilo, me
impedindo de dizer a qualquer pessoa quem Tommy era. Não era muito, não
considerando o valor que ele tinha dado a minha mãe para manter a boca
fechada, mas eu não me importava. Eu tinha terminado com Tommy. Eu não
precisava dele. Eu tinha alguém que se importava comigo agora, alguém que se
preocupava se eu estava realmente comendo.

Então eu peguei o dinheiro e assinei o sigilo, pensando que eu jamais teria


que explicar para alguém de onde eu conhecia Tommy Kirkman...

— Layla!

Minha cabeça virou-se e eu limpei a meu rosto manchado de lágrimas. Jesse


estava do lado de fora batendo na porta da frente. — Layla, abra e fale comigo! —
Ele parecia tão irritado como tinha estado na festa.

A minha dormência começou a desvanecer-se, e antes que eu pudesse


pensar melhor, eu estava nos meus pés atravessando toda a sala de estar e
abrindo a porta.

Jesse

Pai.

Pai?

Pai!

As últimas palavras de Lana continuavam ecoando na minha cabeça. Layla


era filha de Tom. Foi um alívio. A primeira coisa que passou pela minha cabeça
foi...
— Foda-se! — Eu esfreguei as minhas mãos no meu rosto. — Foda-se! — O
olhar no rosto de Layla enquanto eu gritava com ela voltou a me assombrar.
Agora que a minha raiva, o meu ciúme, em pensar que o meu amigo tinha tocado
Layla de qualquer forma, tinha evaporando, minha consciência estava cheia de
pavor e medo. Eu tinha assumido o pior quando eu deveria ter sabido
imediatamente que minha Layla não era como as outras mulheres. Ela odiava
roqueiros e nunca teria se envolvido com um.

Eu era a exceção. Eu sabia que era um sortudo por ela ter me dado seu
coração. Eu não tinha desculpa para a maneira em que tinha me comportado. A
menos se você contasse com o fato de que eu nunca tinha ficado com ciúmes na
minha vida até hoje. Não era uma sensação boa, e eu não sabia como lidar com
isso, então eu tinha descontado na mulher que eu amava. E agora eu poderia ter
perdido a...

Meu coração se contraiu dolorosamente, e eu puxei as chaves do meu bolso


da calça jeans quando me virei na direção de onde eu tinha estacionado o
Escalade.

Antes que eu tivesse ido mais do que alguns metros, vi os três homens vindo
em minha direção. As luzes da casa e as luzes de fora me deram mais do que luz
suficiente para ver que Tom não estava feliz. Os dois bandidos que agiam como
seus guarda-costas pessoais tinham suas mandíbulas definidas, e eu sabia o que
viria antes do meu velho amigo abrir a boca.

— Muito bom soco lá, Jesse. — Tom passou a mão em seu queixo já
inchado. — Essa menina deve ser muito boa de joelhos, porque eu nunca
descobriria que você... — Ele parou abruptamente quando eu dei um passo
ameaçador em sua direção.

— Você não fala dela assim. Nunca! — Eu rosnei para o cara que eu tinha
outrora considerado um bom amigo. — Eu vou me casar com 'aquela garota'. —
Se ela ainda me quisesse. Se eu não tivesse apenas ferrado com tudo.
Tom bufou. — Por que você faria isso? Ela só está atrás do que ela pode
conseguir de você. Todo esse dinheiro de roqueiro, assim como sua mãe. Assim
que ela conseguir o que quer, você vai ser história, meu amigo.

— Você não sabe nada sobre ela. Como você poderia? Você não teve nada a
ver com Layla toda a sua vida, por isso não me diga o que você acha que sabe
sobre sua filha, meu velho. — Eu assisti os olhos de Tom escurecerem quando eu
disse a palavra ‘filha’.

— Ela não é minha filha. Eu não ligo para o que os exames de sangue,
dizem. Ela não é minha. — Ele se virou para voltar para dentro da casa, mas os
capangas ficaram no mesmo lugar. — Foi bom conhecer você, Jesse. — Tom disse
por cima do ombro, rindo de uma forma doentia que me fez cerrar os dentes.

Eu não tirei os olhos do velho roqueiro enquanto ele fez o seu caminho para
a casa. Se ele pensava que dois musculosos bandidos iam me acabar, ele tinha
outro pensamento vindo. Eu tinha passado a minha vida lutando, com chances
maiores do que isso contra mim. Eu poderia lidar com esses dois sem suar a
camisa...

O primeiro golpe veio de trás, e eu caí de joelhos. Um terceiro idiota tinha


chegado por trás. Eu deveria ter sabido melhor. Tom gostava de lutar sujo. Eu já
não tinha visto nas lutas que tivemos nos bares durante todos estes anos?

Murmurando uma maldição, eu rolei para o meu lado, enquanto um dos


outros capangas girou o pé e tentou se conectar com as minhas costelas. Ele mal
falhou, e eu estava grato por meus reflexos rápidos. Quando cheguei aos meus
pés, o último capanga estava esperando por mim, e eu abaixei para escapar de
seu gancho de direita, contrariando com um soco na boca, enquanto eu passei
por ele.

Braços fortes pegaram por trás, me segurando no lugar. Lutei, percebendo


que um quarto idiota tinha vindo para se juntar à nossa festa. Os outros três se
aproveitaram e começaram a se revezar me usando como um saco de pancadas.
O ar foi batido fora de mim pelo primeiro cara, fazendo-me dobrar para sugar
oxigênio.
Não era muito de uma luta isso era certo. Não quando eu era incapaz de me
defender contra quatro viciados em esteroides. Um soco do cara à minha direita
fez minha cabeça girar para trás, e eu senti gosto de sangue quando os meus
dentes estalaram e eu mordi minha língua. Porra, isso doía!

— Jesse!

Shane! Eu levantei minha cabeça e vi meu irmão de banda justo quando o


cara à minha esquerda começou a bater em meus rins.

— Axton! — Shane gritou. — Venha aqui!

— Que porra cara... — Axton parou quando viu o que estava acontecendo e
então eu ouvi passos enquanto se apressavam para me ajudar. Os caras à minha
direita foram abordados no chão, e ouvi-os grunhir quando os meus amigos
usaram seus punhos para mantê-los para baixo.

O cara que continuava me segurando me apertou em seus braços. O


capanga que estava se divertindo muito tentando romper meu rim não se
intimidou com a chegada de minha ajuda. Se qualquer coisa, ele parecia mais
animado com os sons de seus colegas batendo a merda para fora deles atrás dele.
Ele ficou convencido e aliviou-se em mim um pouco.

Isso era tudo que eu precisava. Chutei com a perna direita e dei uma
joelhada na parte favorita do corpo do filho da puta. Eu assisti com satisfação
quando o homem musculoso agarrou-se ao lixo. Seu rosto ficou um tom não
natural de roxo, e ele caiu de joelhos. Ele estava fora do jogo, não se recuperando
do meu chute em qualquer momento em breve.

O idiota atrás de mim soltou-me de seu aperto, e eu usei a minha cabeça


para derrubá-lo de volta. Minha cabeça raspada conectou com o seu nariz, e eu
senti algo quente e úmido jorrando no meu pescoço. O cara caiu para trás, me
levando com ele uma vez que ele não tinha me soltado ainda. Eu empurrei para
longe dele assim que estava no chão. Ficando de pé, eu o chutei nas costelas no
meu caminho para ajudar Axton.
Axton, em uma boa noite, poderia lutar com o melhor deles, mas hoje à noite
ele estava bêbado. Qualquer ajuda que ele pode ter pensado que ele estava me
dando só tinha sido momentaneamente porque agora o idiota o tinha preso ao
chão, atingindo-o em qualquer lugar e em todos os lugares. Murmurando uma
maldição, eu empurrei o cara do meu amigo e chutei o no intestino, enquanto ele
ainda estava caído.

Atrás de mim, Shane estava a seus pés. Quando me virei para olhar para ele,
vi que o seu lábio estava sangrando, mas caso contrário, ele parecia bem. — Que
diabos aconteceu aqui fora? — Ele perguntou, um pouco sem fôlego.

Eu soltei um longo suspiro. — É uma longa história. — Eu disse a ele


enquanto eu ajudava Axton a ficar de pé. — Onde está Layla? Ela está bem?

Meu estômago se apertou. — Ela foi para casa. Nós... — eu murmurei uma
maldição sob a minha respiração. — Olha, vamos voltar para casa. Eu preciso
falar com Layla.

— Você vai. — Shane tomou conta do Axton instável, puxando o braço do


roqueiro por cima do ombro para melhor orientá-lo. — Eu vou levar Ax para casa.
Ele está perdido.

Ajudei Shane a colocá-lo em seu carro antes de voltar para Malibu. O


caminho foi longo, e eu estava realmente começando a sentir os efeitos da surra
que eu tinha acabado de tomar. Todo o caminho de casa eu continuei orando
para quem quisesse ouvir para que Layla não tivesse ido embora. Ela teve tempo
de sobra para arrumar algumas coisas e obter suas irmãs fora da casa de
hospedes. Eu dizia a mim mesmo que Drake não deixaria isso acontecer, que ele
não iria deixar Layla levar Lana para longe dele assim.

Mas o meu coração me dizia que se chegasse a esse ponto, Drake iria com
elas. Se tivesse que escolher entre Lana e qualquer outra coisa, seria sempre
Lana. Eu, Emmie, os caras? Nós ficávamos em segundo lugar com ela agora, e
essa era a maneira que deveria ser.

Era assim para mim, no que dizia a respeito a Layla. Eu nunca tinha
pensado que era possível, mas eu amava Layla mais do que eu amava Emmie.
Era um amor diferente que eu sentia por ambas, mas Layla era a rainha do meu
coração. Se eu tivesse que escolher entre as duas, e eu rezava para que eu nunca
tivesse, porque iria me matar, eu iria escolher a Layla.

Fiquei aliviado ao encontrar o carro de Lana ainda na calçada quando eu


estacionei. As luzes da casa grande estavam todas apagadas, mas havia algumas
acesas ainda na casa de hospedes. Eu queria correr, mas a dor no meu lado não
me deixou. No momento em que cheguei à porta da frente, eu estava respirando
com dificuldade, a dor me segurando em um mau caminho, fazendo-me saber
que aquele filho da puta tinha feito algum dano internamente.

Com o que parecia ser a minha última força eu bati na porta da casa de
hospedes. — Layla, — eu gritei. — Layla, abra e fale comigo. — Bati novamente.

Sem alerta a porta se abriu e eu fui recompensado com a visão da minha


deusa em pé na porta. Deuses, ela era bonita quando estava brava. Eu sorri,
apesar da dor. Eu a amava tanto que meu peito doía.

— Oh meu Deus! — Layla chorou. — O que aconteceu? — Ela exigiu, todos


os sinais de raiva indo embora assim que ela tinha se dado conta da festinha que
eu tinha sido convidado depois que ela havia deixado.

— Tom não gostou de eu socá-lo, então ele teve seus guarda-costas tomando
conta de mim. — Encostei-me no batente da porta, sentindo-me fraco. — Posso
entrar? Eu não sei quanto tempo posso ficar em pé.

Seus olhos se arregalaram. — Foda-se, Jesse. — Ela deu um passo para trás
para me deixar passar. Aliviado que ela estava me deixando entrar, eu dei um
passo para dentro e quase caí. Ela soltou um grito e estendeu a mão para mim.
— Jesus, Jess! — Ela tentou me pegar, mas eu era demais para ela e ela caiu no
chão comigo.

— Layla? — A voz preocupada de Lana veio de algum lugar atrás de nós. —


O que... ? Jesse, há sangue por toda a sua cabeça e pescoço!

Eu fiz uma careta. — Não é meu. — Eu assegurei-lhe.


— Então a quem diabos ele pertence? — Layla exigiu, tocando-me com uma
mão que tremia na minha cabeça. — Sua camisa está encharcada com ele, Jesse.

— Um dos meninos de Tom. Eu quebrei o seu nariz quando bati na cabeça


dele. — Incapaz de ficar em pé me virei e me deitei de costas. Isso era uma
merda. Eu provavelmente teria que ir para o hospital. Eu não queria ir,
especialmente quando havia tanta coisa que eu precisava falar com Layla.

Ela ainda estava deitada no chão ao meu lado, e estendi a mão para ela,
puxando-a em meu peito. Ela parecia preocupada e lágrimas estavam fazendo
seus grandes olhos de chocolate reluzirem. — Lana, chame Drake. Diga a ele para
trazer Nik, — Layla disse a irmã. — Nós temos que levá-lo ao hospital. — Me
rasgou por dentro ouvir o tremor em sua voz.

— Você vai comigo? — Perguntei, acariciando seu cabelo com meus dedos.
Deus, eu estava machucado, mas não estava prestes a parar de tocá-la!

— É claro que eu vou com você. — Ela estava passando as mãos em cima de
mim, tentando avaliar o quão danificado eu estava. — Onde dói mais?

— Eu acho que um deles pegou o meu rim muito de jeito.

— Quantos eram? — Perguntou Lana, agachando-se ao lado de nós. —


Porque parece que eles realmente foderam você.

— Quatro, — eu disse a ela honestamente. — Um deles me segurou


enquanto os outros se revezavam. — Os olhos de Layla encheram se de horror, e
eu fiz uma careta, odiando que eu tinha colocado as imagens em sua cabeça.

— Lana! — Drake estava correndo e eu olhei para cima, assim que ele e Nik
pararam na porta da casa de hospedes.

— Foda-se! — exclamou Nik. — Oh, merda! — Ele se agachou ao lado de


Lana. — Cara, o que aconteceu?

Eu já estava cansado de contar a história. Eu dei-lhes uma rápida


recapitulação, e depois só fiquei lá com os meus olhos fechados, usando a energia
que eu tinha para brincar com o cabelo de Layla. Enquanto eu estava a tocando,
eu estava bem. A dor era administrável.

— Ajude-me a levá-lo para o Escalade. — Layla apressou os caras. Ela se


afastou de mim para deixar Nik e Drake pegar em ambos os lados de mim, e eu
protestei. — Silêncio. Eu estou bem aqui.

Entre os dois, eles me levaram ao Escalade e deitei no banco de trás. Era


ruim que eu sentisse vontade de vomitar? Porque de repente senti a necessidade
de fazer exatamente isso. Drake saltou para o assento do motorista, e Layla para
a parte de trás comigo. Eu tive que segurar minha cabeça o tempo suficiente para
deixá-la sentar-se, mas depois senti um alívio absoluto ao colocar minha cabeça
em seu colo.

Trêmulos dedos deslizaram sobre a minha cara inchada. Meus olhos


palpitavam, e deduzi que estivessem um arco-íris de cores por agora. Meus lábios
feridos e meu maxilar doíam, mas nada que pudesse competir com a dor que
vinha do meu lado esquerdo. — Sinto muito, Jesse, — Layla sussurrou, tocando o
sangue no meu queixo.

— Eu sou o único que está arrependido, bebê. — Eu peguei os seus dedos e


beijei cada um. — Eu fiquei um pouco louco esta noite. Minha única desculpa é
que eu estava com ciúmes, e isso é uma emoção nova para mim. Eu nunca senti
nada parecido com o que eu sinto por você. É assustador às vezes.

Seu sorriso era tremido, e eu queria apagar esta noite de nossas mentes. —
Isso me assusta muito. A maneira que eu te amo é mais intensa do que qualquer
coisa que eu já senti antes.

— Você pode me perdoar por pensar o pior? — Se ela não me perdoasse eu


não sabia o que eu ia fazer. Sem ela, o meu futuro era um grande vazio.

— Eu te perdoei, assim que percebi que você estava ferido. — Ela suspirou.
— Eu não vou mentir. Doeu que você pensou que eu teria ficado com Tommy,
mas eu entendo o seu ciúme. Se eu tivesse no seu lugar teria pensado a mesma
coisa. Eu sou louca e obcecada por você…
Eu sorri. — Eu também, querida.

Seus dedos acariciaram minha cabeça. Se eu não estivesse com tanta dor eu
tenho certeza que teria ficado duro, como sempre ficava quando ela me tocava
assim, mas por enquanto eu estava morto nesse departamento. Ainda assim, fez
meu coração disparar, e eu puxei o cabelo dela até que ela abaixou a cabeça e
roçou os lábios sobre os meus. — Eu te amo, Layla.

— Eu também te amo.
Capítulo 18
Layla

Ficamos no hospital a noite toda. Os médicos iam e vinham, só para ter mais
médicos indo e vindo. Depois de raios-X, tomografias, exames de sangue e uma
amostra de urina, foi determinado que Jesse tinha o rim esquerdo severamente
ferido e teria que passar a noite em observação. Felizmente, ele não tinha sangue
em sua urina e só depois do urologista de plantão ter vindo para explicar a
gravidade do que essa possibilidade poderia significar que eu entendi que Jesse
tinha tido muita sorte.

Drake partiu de madrugada, mas eu fiquei. Eu não podia deixá-lo. Eu fiquei


o vendo dormir, graças aos analgésicos que alimentavam sua IV. Ele parecia
tranquilo, mesmo com o rosto todo inchado e vários tons de azul, roxo e preto.

Eu estava com medo ontem à noite antes de ele voltar para casa. Com medo
de que ele não ia me querer mais. Com medo de que Tommy tivesse enchido sua
cabeça com todos os tipos de coisas doentes que fariam ele me odiar. Esse medo
só tinha feito doer mais na noite passada. Mas quando eu tinha aberto a porta e
vi meu amor maltratado em pé do outro lado todo o resto não importava mais.

Eu só queria beija-lo para que tudo passasse e tê-lo me abraçando para


sempre...
Por volta das nove, o médico veio e disse a Jesse que ele poderia ir para casa.
Foi lhe dito que precisava descansar. Disseram para certificar-me de que Jesse
estivesse indo ao banheiro regularmente e que prestasse atenção para o caso de
ele precisar voltar. Prestei atenção extra, com medo que eu iria perder algo
importante.

Shane apareceu para nos levar para casa. Quando voltamos para a casa de
praia, Emmie nos encontrou na porta. Ela estava pálida e um desastre emocional.
Nik não lhe havia dito nada até que Shane tinha saído para nos buscar. Tentei
acalmá-la, mas ela estava fora de si. Ela passou de chorar, a soluçar, a ficar puta
num piscar de olhos e você nunca sabia o que estava por vir.

Agora, ela estava andando na sala, atirando olhares para Jesse de tempo em
tempo enquanto ela murmurava baixinho. Sentei-me ali, observando-a enquanto
eu acariciava a cabeça de Jesse quando ele deitou tentando relaxar. Ele estava
pálido sob o arco-íris de hematomas no rosto. Os analgésicos que tinham
prescrito para ele o estavam deixando tonto, mas também enjoado.

— Eu não posso acreditar que você não sabia que Tommy Kirkman era seu
pai!

Minha cabeça se levantou pela súbita explosão de Emmie. Ela estava


andando ainda. Seus pés estavam inchados e o bebê estava tão para baixo agora
que Emmie andava com as pernas curvadas na maior parte do tempo. Ela era tão
fofa de se ver, mas agora eu estava tão chocada com o discurso da minha amiga
que não via a fofura.

Jesse fez uma careta para ela. — Quer dizer que você sabia?

— Claro que eu sabia. — Ela parou para olhar para ele. — Eu sabia desde a
primeira semana que ela começou a trabalhar aqui. — Seus olhos foram para
mim, e eu vi um pedido de desculpas em suas profundezas verdes. — Eu tive que
fazer uma verificação de antecedentes sobre você, Layla. Eu sei que eu deveria ter
dito a você, mas eu precisava saber se havia alguma coisa que pudesse ferir
Jesse. Mesmo na altura, eu sabia que ele era louco por você...
Eu dei-lhe um pequeno sorriso. — Está tudo bem. Eu entendo. — Eu teria
feito o mesmo em sua posição. Jesse e os caras eram a sua família, e ela queria
protegê-los tanto quanto eu queria proteger Lana e Lucy.

— Por que você não me contou? — Jesse perguntou, sentando-se.

— Porque eu não achei que importava. Então, ela é filha de Tommy? Quem
se importa? Isso não muda quem ela é. — Emmie afastou o cabelo dos olhos. — E
eu pensei que, se ela não ia dizer-nos, devia haver uma boa razão.

— Mas...

Emmie subiu em seu colo e colocou os braços ao redor de seu pescoço. — Eu


te amo. Você sabe que você e Shane e Drake significam o mundo para mim. Mas
Layla entrou no meu coração também. No minuto em que você disse que a
amava, ela tornou-se proprietária parcial do meu coração também.

Mordi o lábio, enquanto as lágrimas queimavam nos meus olhos.

— Então, quando recebi o relatório de volta sobre ela, minha lealdade ficou
dividida. Eu não ia traí-la, dizendo-lhe todos os seus segredos. Isso era entre você
e ela. Se ela lhe dissesse, então tudo bem. Se ela não fizesse, tudo bem também.
Mas eu não poderia ser a única a dizer. Ainda estou surpresa que você não pôde
ver que ela era filha de Tommy. Foda-se, Jesse. Ela se parece muito com ele.

Eu fiz uma careta, não tendo certeza de que era um elogio ou não. — Eu não
quis dizer nada porque Tommy não significa nada para mim, — eu disse a eles. —
Ele raramente passa pela minha cabeça. Para mim, ele não é meu pai. — Eu
sabia que legalmente eu não deveria dizer nada sobre Tommy a ninguém, mas
esses eram os meus amigos. Se eu não podia confiar neles para manter meus
segredos, então eu não podia confiar em ninguém. Esse tinha sido um erro meu,
para começar. Eu deveria ter dito a Jesse sobre o meu pai uma semana atrás,
quando ele me contou sobre sua própria infância.

— Não, ele não é, — Emmie concordou. — Ele é apenas um monte de merda


ocupando espaço. A primeira vez que eu o conheci eu tinha dezessete anos e ele
tentou me seduzir.
Três cabeças se viraram. Shane estava sentado na outra extremidade do sofá
com Nik. — Que porra você disse! — Nik explodiu. — Você nunca me disse isso.

Ela revirou os olhos. — Ele era seu amigo. Vocês todos não tinham nada
além de coisas boas a dizer sobre o grande Tommy Kirkman. Eu não queria
estragar a imagem que vocês tinham dele.

— Eu vou matá-lo, — Nik murmurou.

— Bata-o algumas vezes por mim, querido. — Emmie piscou para ele.

Depois disso, o clima na casa voltou ao normal. As emoções de Emmie se


equilibraram, e passamos o resto do dia assistindo televisão. Lucy se aproximou e
sentou-se com Jesse, depois do almoço. Eu não queria que ela o visse todo
espancado, mas ela estava tão preocupada com ele como eu estava. Nas últimas
semanas, ele havia se tornado especial para ela. Era algo que ela nunca tinha
tido antes, uma figura paterna.

Ela se sentou no colo dele e ficou abraçada com ele, beijando seus
machucados de tempos em tempos. Jesse me segurou perto de seu lado, e eu
estava contente. Parecia que nós três éramos uma família.

A semana seguinte passou em um borrão. Sábado à noite tinha ficado no


passado, e eu estava feliz por isso. As contusões de Jesse começaram a
desaparecer, e seu rosto voltou para a mesma sensualidade pecaminosa que eu
tanto amava. Os caras ficaram em casa. Uma vez que Jesse não podia ir para o
estúdio, eles tiraram a semana de folga.

Eu amei ter ele por perto durante o dia. Ele fez meu trabalho muito mais
interessante. Mas eu também gostava de ter os outros rapazes ao redor. Drake e
eu tínhamos ficado próximos ao longo das últimas semanas. Eu o entendia
melhor agora e não precisava questionar seus sentimentos em relação a minha
irmã mais. Drake era um homem bom, e podia confiar-lhe a vida de Lana. Eu
gostava de passar tempo com Shane e Nik também.

Parecia que éramos todos apenas uma família grande, e eu amava cada
minuto dela.
Emmie

Eu acordei com uma cama vazia. Isso me fez particularmente triste, e eu me


aconcheguei no travesseiro do Nik por alguns minutos antes de forçar-me a sair
da cama. Eu tinha ficado mimada na semana anterior. Tendo Nik em casa e só
para mim, para dormir com ele até o meio-dia, tinha sido o meu próprio paraíso
pessoal.

Esta semana, ele estava de volta ao estúdio. Ele queria ter tantas músicas
gravadas quanto possível antes de eu ter minha cesariana na próxima semana.
Até agora, havia uma lista de músicas de um quilômetro de comprimento que já
tinham começado a gravar, mas eu sabia que apenas uma fração delas entraria
no novo álbum. Só dependeria da forma como a gravadora iria querer. Que
direção eles achavam que o novo material devia ir. Nik e os caras tinham a
palavra final sobre o que eles colocavam lá, mas os grandes caras de terno teriam
algo a dizer sobre tudo.

Sentindo falta do Nik, levantei-me e fui para banho. Eu estava me sentindo


muito bem hoje. Melhor do que eu tinha em um longo tempo. Este último
trimestre tinha com certeza chutado minha bunda!

Uma vez que eu estava limpa, saí e enrolei uma toalha em torno de mim.
Meu estômago espreitou da toalha e eu sorri para mim mesma no espelho. Eu
meio que gostava da minha barriga de grávida, apesar das estrias feias que
vinham junto com ela.

Depois que eu estava vestida, fui ao redor do quarto arrumando o quarto.


Quando fui jogar uma cueca do Nik no cesto no banheiro, não pude suportar a
visão do meu banheiro tão desorganizado. Antes que eu soubesse o que estava
fazendo, eu tinha o banheiro como novo.

Levantando-me depois de ter limpado a banheira, senti um pequeno aperto


em minhas costas. Fazendo uma careta, eu coloquei os produtos de limpeza
debaixo da pia, mas ainda me sentia inquieta. O desejo de limpar era quase
irresistível. Depois que eu lavei as minhas mãos, eu desci para ver se Layla
precisava de ajuda com alguma coisa.

Minha amiga era um sonho quando se tratava de manter minha casa limpa.
O lugar brilhava. Especialmente a cozinha, que foi onde eu encontrei Layla. Ela
estava esfregando os contadores quando entrei. Vendo-me, ela sorriu. — Ei,
dorminhoca. Aproveitou a sua chance de dormir?

Eu sorri de volta. — Foi bom, mas eu senti falta do Nik. Você não tem que
limpar o meu banheiro hoje, eu já tomei conta disso para você.

O sorriso no rosto de Layla esmaeceu. — Você fez limpeza?

Eu dei de ombros. — Sim. Eu senti essa necessidade de limpar... Por que


você está me olhando assim? — Layla estava franzindo a testa para mim com
preocupação.

— Emmie, você está se preparando6.

— Ah. — Eu tinha lido sobre isso em todos os livros que Nik e eu tínhamos
comprado. A necessidade de obter o ‘ninho’ pronto antes que o bebê chegasse.
Havia alguns contos da carochinha sobre ele ser um sinal de que o bebê estava a
caminho. — Eu acho que eu estou me preparando sim. Sinto-me inquieta. Há
algo mais para limpar?

— Não! — Layla jogou o pano na pia e lavou as mãos. — Eu vou fazer


alguma coisa para você comer, e você está indo sentar-se no sofá. Você vai
assistir televisão e não se mover a menos que precise.

Sua preocupação me tocou, mas eu realmente tinha energia pela primeira


vez em semanas. Eu não ia desperdiça-la sentada. — Relaxe, Layla. Eu quero
fazer alguma coisa.

Ela já estava pegando o bacon da geladeira. — O que você gostaria para o


café da manhã?

6Do original ‘nesting’, cuja tradução literal é ‘fazer o ninho’, neste caso preparar as coisas
quando o bebê está quase para nascer.
Olhei para o relógio sobre o fogão. — É muito tarde para o café da manhã.
Que tal um sanduíche? Você vai comer comigo? — Eu adorava ter uma refeição
tranquila com Layla. Mesmo quando não falávamos, era bom apenas estar ao seu
redor.

— Você promete descansar depois?

Eu suspirei. — Eu realmente não quero.

Seus olhos castanhos chocolate se estreitaram em mim. — Eu não sou


Jesse. Esse beicinho não funciona em mim.

Eu ri. Eu ainda não tinha percebido que estava fazendo beicinho. — Oh


Layla. Estou tão feliz que você entrou em nossas vidas.

Na próxima meia hora, nós nos sentamos na ilha e almoçamos. Era uma
loucura a rapidez com que eu tinha incluído ela na nossa família, era ainda mais
que eu não pudesse imaginar a minha família sem ela ou suas irmãs. Eu estava
feliz que Jesse foi capaz de encontrar a felicidade com alguém tão amorosa e
cheia de vida como Layla, alguém que aguentava a sua merda... Ou a minha.

— Ok, eu vou assistir televisão agora. — Sorri quando me levantei. — Quer


se juntar a mim?

Ela fez uma careta. — Eu tenho um monte de roupas no secador. Shane tem
mais roupas do que Lana.

Eu ri. Shane era pior do que qualquer garota quando se tratava de roupas.
Ele era o único dos meus caras que eu não tinha que fazer compras. — Boa sorte
com isso.

Layla mostrou a língua para mim. — Obrigada!

Ainda rindo, eu me virei e comecei a sair da cozinha. Dois passos e eu parei.


Houve uma súbita pressão entre as minhas pernas. Que, tão de repente como
veio, desapareceu. Eu não achei que era nada até que senti minha calcinha ficar
encharcada. Quando percebi o que estava acontecendo o medo tomou conta de
mim e eu gritei.
— Oh. FODA! — Exclamou Layla.
Capítulo 19
Jesse

— Eu não posso acreditar que você acabou de dizer isso, cara! — Limpei a
boca com o guardanapo e joguei uma batata frita em Shane. Ele tinha contado
piadas loucas e engraçadas a partir do momento que se sentou para almoçar. Nik
já tinha cuspido refrigerante pelo seu nariz, e eu tinha certeza de que Shane
estava determinado a fazer com que todos nós fizéssemos o mesmo.

— O quê? — Shane sorriu. — É verdade.

Drake bufou. — Como você sabe? Oh, espere. Eu não quero saber. — Ele
balançou a cabeça, fazendo seu cabelo cair em seu rosto quando ele deu ao seu
irmão mais novo um olhar de nojo ainda divertido. — Eu não preciso saber como
você sabe que uma mulher pode fazer isso!

Eu ainda estava rindo quando meu telefone tocou, e eu puxei-o para fora do
meu bolso de trás para ver o lindo rosto de Layla sorrindo para mim. — Hey,
bebê, — eu cumprimentei.

Houve uma pausa na linha e por alguma razão o meu coração ficou tenso. —
Layla?
Foram murmuradas maldições no fundo antes da voz de Layla vir
claramente. — Jesse, onde você está? — Ela perguntou, parecendo ansiosa e sem
fôlego.

— Almoçando com os caras. O que está acontecendo? — Eu pensei que eu


ouvi Emmie chorando e eu senti um medo que eu nunca tinha experimentado
antes. — Layla?

— Ouça-me, Jess. — Sua voz era de repente muito calma, mas isso não
ajudava a agitação no meu coração. — Eu quero que você entre em um táxi,
todos vocês. Não dirijam, ok? Diga ao táxi para levá-lo ao Centro de Mulheres. A
bolsa da Emmie estourou. Eu estou com ela no carro de Shane, e eu estou
dirigindo para lá agora.

— Ah, foda-se! — Eu sussurrei e olhei para o Nik. Ele franziu a testa para
mim, mas eu já estava puxando a minha carteira e jogando um monte de notas
sobre a mesa. Eu não me importava com o que estava deixando. Não importava
de qualquer maneira. Nada importava, apenas chegar ao Centro das Mulheres. —
Ela está bem?

Outra pausa e ouvi Layla murmurando alguma coisa suavemente no fundo.


Ela estava tentando manter calma a Emmie. Depois de um segundo, Layla estava
de volta. — Ela está começando a ter contrações, Jesse. O bebê é grande demais
para ela ter parto normal. Você sabe disso. Basta levar Nik para o hospital o mais
rápido possível. Mas tome um táxi. Estou falando sério. Nenhum de vocês está
sensato o suficiente para dirigir. Vocês irão se matar.

— Okay. Tudo bem. Apenas... apenas mantenha-a segura até chegarmos lá.

— Eu vou. Eu te amo.

As lágrimas já estavam reunindo em meus olhos. — Eu também te amo.


Diga a Emmie... Diga a ela... — Eu não conseguia pronunciar as palavras.

— Eu vou, — Layla assegurou-me, sabendo o que eu precisava dizer a


Emmie sem precisar ouvir minhas palavras.
Eu já estava saindo do restaurante, e os caras ainda não tinham me
questionado enquanto eles me seguiam. Quando estávamos na calçada, Nik
segurou meu braço. — O que aconteceu? — Ele exigiu. Havia uma selvageria em
seus olhos que eu entendi completamente. — Diga-me!

Engoli em seco, tentando não chorar. — A bolsa dela estourou. Layla está
levando-a para o hospital agora...

Drake desceu a calçada e foi direto para a rua. O taxista tocou a buzina,
mas Drake apenas abriu a porta e deslizou no banco da frente, enquanto o resto
de nós sentava atrás. Eu disse ao homem onde estávamos indo e, em seguida,
atirei-lhe um monte de grandes notas para nos levar até lá o mais rápido possível.

Era hora do almoço e o tráfego estava uma merda, mas o motorista, ou


assustado com os olhares ameaçadores de Drake ou o incentivo que eu já lhe
tinha dado, nos deixou lá em tempo recorde. O carro ainda não tinha parado
completamente na frente do Centro de Mulheres quando Nik abriu a porta e
saltou para fora.

Ele estava quase incoerente quando paramos no balcão de informações. Eu o


empurrei para o lado e disse à mulher por que estávamos ali. A velhinha na
jaqueta rosa nos deu um sorriso, obviamente tendo lidado com papais loucos e
assustados, em uma base diária. Ela nos deu indicações até o trabalho de parto e
nos disse que Emmie já estava sendo preparada, o que quer que isso significasse.

O elevador subiu até o quarto andar no que parecia uma eternidade. Pensei
que Nik ia começar a subir a parede e fiquei contente quando a porta se abriu.
Nós saímos do elevador e encontramos uma estação dos enfermeiros em frente de
nós. Cada enfermeira estava correndo por aí. Trabalhando rápido e falando mais
rápido ainda. Eu parei junto da secretária. — Alguém pode me dizer onde Ember
Jameson está? — Eu gritei.

Várias cabeças se viraram na minha direção. — Você é da família? — Uma


enfermeira exigiu. Eu nem sequer hesitei. — Ela é minha irmã. — Eu disse a
mulher.
Ela me deu um olhar cético, mas acenou com a cabeça. — No final do
corredor. Quarto 403. Estamos preparando ela para a cirurgia.

Nik já estava correndo pelo corredor antes que eu pudesse virar. Shane e
Drake logo atrás dele. Ele empurrou a porta aberta no corredor, e eu segui-os
para dentro. Emmie estava deitada em uma pequena cama, um IV em seu braço.
Havia um monitor cardíaco com ela, e fui transportado de volta para a noite que
ela estava doente. O medo tomou conta de mim ainda mais, e eu fiquei ali só
olhando-a por um longo momento.

Ela estava pálida, seus grandes olhos verdes destacando-se em seu rosto
bonito. Nik segurou-a contra o peito, sussurrando algo para ela, e os dois
estavam tremendo. Isso foi assustador. Aterrorizante! Eu não estava pronto para
isso estar acontecendo. Não era para ser assim. O médico havia estabelecido
todos os detalhes durante a última consulta de Emmie e explicado tudo o que iria
acontecer, mas isso não era assim.

Isto estava acontecendo às pressas. Havia um médico e três enfermeiras


deixando Emmie pronta enquanto estávamos lá.

Uma mão suave tocou meu braço, e eu olhei para baixo para encontrar Layla
ali. Ela me deu um pequeno sorriso. — Vai ficar tudo bem, Jesse, — ela me
prometeu.

Eu passei meus braços em torno dela, enterrando meu rosto em seu cabelo.
— Você tem certeza? Ela parece assustada como o inferno e está assustando a
merda para fora de mim.

Layla segurou meu rosto em suas mãos. — Eu tenho certeza. Ela está com
medo porque está com dor. Ela está tendo contrações regulares, e o médico disse
que ela já estava dilatando para seis quando chegamos aqui. É por isso que todo
mundo está correndo.

— Jesse? — A voz trêmula de Emmie me fez levantar a cabeça. Ela parecia


tão pequena naquela cama.
Atravessei para seu lado em três grandes passos e envolvi-a em meus
braços. — Eu te amo, Jesse, — ela sussurrou em meu ouvido, e eu não podia
deixar de segurar apertado. — Desejava que você pudesse entrar na sala de
cirurgia comigo.

Assim como eu. Mas todos nós sabíamos que somente uma pessoa poderia ir
com ela. Nik já estava colocando a roupa que uma enfermeira tinha lhe
entregado. Eu dei um beijo no topo de sua cabeça. — Você vai ficar bem, querida.
Nik estará com você.

— Estamos prontos, senhorita Jameson, — disse o médico, e eu,


relutantemente, recuei enquanto as enfermeiras se aproximavam da cama e
destravavam as rodas.

Lágrimas escorriam pelo rosto de Emmie enquanto as enfermeiras a


empurravam para longe de mim, e eu me senti como se meu coração estivesse
sendo arrancado de mim, enquanto ela era levada do quarto.

— Eu amo vocês! — Ela disse para nós e eu tive que virar o rosto para que
ela não visse minhas lágrimas enquanto derramavam pelos meus olhos.

Layla

A última hora foi surreal. Não poderia ter tudo acontecido tão rápido.
Simplesmente não parecia possível. Em um minuto eu estava rindo com Emmie
sobre toda a roupa de Shane, e no próximo eu estava dirigindo como um piloto de
Indy pela estrada com uma mulher gritando no banco do passageiro.

Eu nunca tinha ficado tão apavorada na minha vida como eu estava quando
eu tinha visto a piscina de água aos pés de Emmie. O jeito que ela começou a
gritar quase me fez começar também, mas eu sabia que uma de nós tinha que ser
calma ou estaríamos em apuros. De alguma forma, eu tinha sido capaz de
chamar o médico de Emmie e deixá-lo saber o que estava acontecendo.
Eu estava dirigindo a 90 milhas por hora quando liguei para Jesse. Entre o
telefone, o tráfego, e Emmie chorando, era um milagre que eu tinha nos levado
para o hospital em segurança.

Assim que eu tinha parado em frente do Centro das Mulheres, Emmie foi
levada às pressas para cima. Eu tive que estacionar o carro de Shane e levei um
segundo para mandar uma mensagem de texto para Lana para deixá-la saber que
ela precisava sair da escola e pegar Lucy. Quando eu cheguei à maternidade eles
não queriam me deixar vê-la.

Então eu menti e disse que ela era minha irmã. Eles não tinham escolha a
não ser me deixar ir. A essa altura, eles já estavam se preparando para a
cesariana de Emmie. Fiquei surpresa pela rapidez com que a equipe médica
estava funcionando, mas Emmie me disse que ela estava dilatando rápido.

Eu fiquei ao lado para que a equipe pudesse trabalhar, mas eu nunca tirei
meus olhos de Emmie. Pela primeira vez, eu vi o quão pequena ela era, quão
pequena e frágil, ela poderia ser. Isso me assustou, vê-la assim. Eu estava
acostumada a ver a Emmie forte. A mulher que não desistia de nada nem de
ninguém.

A cada poucos segundos, ela olhava nos meus olhos e ficávamos assim. Isso
lhe dava algum apoio que eu não poderia oferecer fisicamente desde que o médico
e as enfermeiras estavam tão ocupados. Eu estava com medo de que se eu ficasse
no caminho alguém iria me pedir para sair, e eu não ia arriscar isso.

Quando a porta se abriu e Nik veio correndo eu fiquei além de aliviada. Meu
medo era que ele não iria chegar antes que Emmie tivesse que ser levada para a
cirurgia. Eu teria tomado seu lugar com prazer se tivesse sido uma opção, mas eu
estava aliviada que Nik iria ter essa experiência com Emmie como devia ser.

Drake e Shane estavam logo atrás de Nik, movendo-se para o lado oposto da
cama e contentando-se com simplesmente tocar Emmie em qualquer lugar que
pudessem alcançar. Jesse estava logo atrás deles, e me machucava ver como ele
parecia perdido quando viu Emmie na cama do hospital. Eu sabia que havia um
vínculo profundo lá, sabia que corria a quilômetros de profundidade e cada vez
que eu via um vislumbre dessa ligação, eu o amava mais.

Quando os enfermeiros levaram Emmie para longe quase me deixou de


joelhos ver as lágrimas caindo dos olhos de Jesse. Eu não poderia deixar de ir até
ele. Ele me puxou contra ele, mas manteve sua cabeça virada para que eu não o
visse chorar. Nik foi rápido a seguir Emmie, agora vestido de uniforme para que
ele pudesse estar com ela durante a cesariana. Éramos só nós quatro agora, e
todos nós estávamos um desastre emocional.

Com um braço eu segurei Jesse. O outro eu ofereci para os irmãos, e eles


vieram de bom grado. Abracei Shane e ele colocou o braço sobre o ombro do
irmão. Eu não sei quanto tempo ficamos ali assim, nós quatro segurando um ao
outro, mas me senti bem. Isso manteve todos nós sãos enquanto esperávamos.

Dez minutos mais tarde, uma enfermeira nos levou até uma sala de espera.
— Já foi dada a Senhorita Jameson a epidural, e o Dr. Armstrong está com ela
agora, — explicou-nos. — Não deve demorar muito.

Agradeci-lhe e voltei a agarrar os caras. Havia uma abundância de cadeiras


livres. Nós éramos os únicos na sala de espera de qualquer maneira, mas eles
precisavam ficar em pé, então eu estava entre Jesse e Drake e esfreguei suas
costas enquanto olhava para o espaço. Shane estava andando pela sala, e eu
gostaria de ter uma mão extra para que eu pudesse lhe oferecer o mesmo
conforto.

Lentamente os minutos passavam sobre o relógio na parede oposta. O tique-


taque estava começando a comer em meus nervos. Jesse estava ficando mais
tenso a cada minuto que passava. Os irmãos pareciam que não poderiam lidar
com qualquer mais...

A porta da sala de espera abriu, e Nik estava lá. Havia um grande sorriso em
seu rosto bonito, e derramavam lágrimas de seus olhos azuis. Meu coração ficou
comovido com a visão dele. Jesse foi o primeiro a atravessar o quarto. Ele trancou
olhares com Nik, e eles apenas olharam um para o outro por um longo momento.
Sua risada me fez pular, porque eu estava tão tensa.
Jesse e Nik se abraçaram, batendo um ao outro nas costas. — Parabéns,
mano. — A voz de Jesse estava embargada pela emoção.

— Obrigado, cara. — Ele deu um passo para trás e Shane e Drake deram-lhe
a mesma saudação.

Eu não poderia evitar. Eu tive que abraçá-lo também. Ele me puxou para um
abraço de urso e me virou. — Obrigado, Layla, — ele sussurrou. — Eu não sei o
que faríamos sem você. — Suas palavras me encheram de lagrimas, e eu tentei
pisca-las.

Quando eu estava nos meus pés, segurei seus braços. — Como ela está?

Ele sorriu. — Emmie está bem. Cansada, mas bem. Ela fez muito bem.

— E o bebê?

Um olhar peculiar cruzou o rosto de Nik. — Ela é perfeita. Eu nunca vi nada


mais bonito na minha vida. E grande, tão grande! Quatro quilos. Não é à toa que
Emmie estava tão desconfortável. — Ele riu, balançando a cabeça. — Eu não
posso esperar para que vocês conheçam minha filha.

— Cara! — Shane balançou a cabeça. — Eu não acredito que você disse isso.
Isso não parece real.

Mas era e duas horas depois, nós estávamos no quarto privado da Emmie.
Ela estava deitada de costas contra os travesseiros, um olhar confuso em seu
rosto pálido, mas em seus braços, ela tinha a visão mais preciosa que eu já tinha
posto os olhos. Emmie sorriu para nós, enquanto nós brigávamos para ver quem
iria segurar o bebê pela primeira vez.

— Então, — disse Lana quando ela tomou sua vez segurando o bebê. Ela e
Lucy tinham chegado uma hora antes, adicionando ao nosso grupo animado. De
alguma forma, ela tinha enganado Drake em deixá-la ser a próxima a segurar o
bebê, e eu estava ansiosa para pegar o bebê novamente. A sensação daquele
anjinho nos meus braços era a melhor coisa do mundo. — Como iremos chamar
essa linda coisinha?
Os olhos de Emmie se arregalaram. — Eu estava esperando vê-la antes que
eu lhe desse um nome. Mas agora que eu a tenho aqui, eu não posso decidir. —
Lágrimas escorregavam de seus olhos. — Eu sou uma mãe horrível já. Eu não
posso nem escolher o nome da minha própria filha.

— Oh Emmie! — Todos nós exclamamos. Eu dei a minha amiga um pequeno


aperto. — Pare de pensar tal absurdo, — Eu a repreendi. — Você é uma ótima
mãe.

— Eu tenho um nome que eu gosto. — Nik falou. Ele estava debruçado sobre
Lana, incapaz de tirar os olhos de seu bebé. — Posso falar?

As lágrimas de Emmie secaram rapidamente. — Por que você não me disse


que tinha um nome que você gostava?

Ele deu de ombros, enviando-lhe um sorriso sexy. — Eu queria esperar,


como você. Mas agora que eu a vejo, eu acho que o mesmo se encaixa. — Ele
pegou o bebê de Lana e trouxe-a de volta para Emmie. Delicadamente, ele colocou
o bebê dormindo agora nos braços de sua mãe. — Mia.

O rosto de Emmie iluminou. — É perfeito. Eu amo, — ela sussurrou. — Mia


Nicole Armstrong.
Capítulo 20
Layla

Eu não podia mentir. As semanas seguintes ao nascimento de Mia não foram


um sonho. Se eram alguma coisa, eram pesadelos pesados, às vezes. Eu amei Mia
desde o momento em que coloquei os olhos em cima dela, mas porra aquele
pedacinho de alegria não era exatamente alegre, às vezes.

Emmie teve que passar quase uma semana no hospital. Ela não podia sair
da cama muito cedo por causa de seus pontos, e Mia acabou ficando também.
Ela acabou tendo uma icterícia tão ruim que ela se parecia com um Umpa-Lumpa
de tão laranja que ela ficou. Ela passou dois dias sob uma luz, o que deixou
Emmie histérica.

Quando mãe e filha estavam finalmente em casa, as coisas foram bem no


primeiro dia e segundo dia ou algo assim. Emmie tinha que ficar calma, não fazer
trabalho pesado ou estar em seus pés. O bebê estava comendo bem e tinha
ganhado peso já. Mas ela tinha trocado o dia pela noite por ter estado sob a luz
bili7 por tanto tempo.

No terceiro dia Emmie estava exausta. Mia não estava dormindo bem à noite,
e isso significava que Emmie também não estava. Nik tentou ajudar tanto quanto

7 É uma ferramenta de fototerapia para tratar a icterícia neonatal.


ela iria deixá-lo, mas por algum motivo os dois estavam discutindo. Talvez fosse
porque Emmie estava passando por um mal pós-parto, ou talvez fosse porque Nik
trouxe a ideia de se casar em breve. Eu não tinha certeza, e eu não ia perguntar.
Ainda não, pelo menos.

Certa manhã, quando eu estava para começar a preparar o café da manhã,


eu achei Emmie soluçando na pia da cozinha. Ela tinha um saco de ervilhas
enfiado em seu sutiã de amamentação, e seu cabelo estava uma bagunça. Eu não
tinha muita certeza de que ela havia tomado banho nos últimos dias.

— Emmie, o que há de errado? — Eu perguntei, puxando-a para os meus


braços.

— Eu sou uma mãe horrível, — ela chorou, as lágrimas encharcando a


minha camisa, e eu tinha certeza que ela estava limpando ranho em mim. Não
que eu me importasse. Ranho não era nada perto da bagunça que Mia tinha feito
em mim no dia anterior, quando ela tinha tido uma fralda suja muito
impressionante. — Tudo que Mia faz é chorar. Ela prefere que Nik segure-a do
que eu. Ela me odeia.

— Oh querida, Mia não te odeia. Ela te adora. — Eu esfreguei minhas mãos


para cima e para baixo de suas costas, tentando acalmar minha amiga. — Você
acha que ela te odeia, porque suas emoções estão por todo o lugar. — Afastei-me
o suficiente para ver o rosto de Emmie. Havia círculos escuros sob os olhos. —
Quando foi a última vez que você dormiu, Em?

— Eu não me lembro. Talvez algumas horas ontem?

Segurei seus ombros. — Ouça-me Emmie. Você é uma ótima mãe. Essa
menina tem sorte de ter alguém que a ama tanto quanto você. Mas você tem que
parar de tentar ser tão forte. Peça ajuda. Peça aos rapazes. Peça-me! — Quando
ela tinha voltado do hospital, ela estava determinada a fazer tudo por conta
própria. Eu não queria me intrometer, então eu tinha tentado ficar fora do
caminho, assumindo que se Emmie realmente precisasse de ajuda ela iria falar.

Mas a tola mulher era muito teimosa para seu próprio bem.
Lágrimas escorriam pelo rosto bonito de Emmie. — Preciso de ajuda, Layla.
— ela soluçou. — Eu não posso fazer isto. Eu sou péssima como uma mãe.

— Você arrasa como mãe! — Eu a puxei para perto novamente. — Todo


mundo precisa de ajuda no início, querida.

Levei uma boa meia hora para acalmá-la o suficiente para que eu fosse
capaz de convencê-la a comer alguma coisa. Depois que ela tinha comido, eu a
ajudei no chuveiro, e em seguida, coloquei-a na cama. Os caras estavam de volta
ao estúdio terminando o cd, portanto, não estavam em casa muito durante o dia
nesta semana.

Eu cuidei de Mia pelo resto do dia. Tendo a certeza de que ela estava em
uma sala bem iluminada, e eu a acordei muitas vezes. Felizmente, Emmie tinha
começado a bombear seu leite materno, porque eu não queria perturbá-la. A
única vez que tinha a verificado, ela estava em um sono profundo. Foi
provavelmente o primeiro sono reparador que ela tinha tido desde que chegou em
casa do hospital há duas semanas.

Quando Lucy chegou em casa, Emmie ainda estava dormindo, então eu


coloquei Lucy em frente da televisão e comecei a preparar o jantar para todos.
Lana chegou em casa, mas não ficou. Ela tinha as provas finais chegando em
poucas semanas após o feriado de modo que ela estava estudando mais
frequentemente. Desde que ela passasse em todos os seus exames, ela ia se
formar com honras. Era seu último semestre do ensino médio, e ela não tinha
que voltar, exceto para a graduação.

Na semana passada, ela me disse que tinha aplicado para inicio precoce em
algumas faculdades. Eu sabia que ela ia entrar, mas eu não tinha ideia de como
eu iria pagar as escolas que ela merecia ir. Recusei-me a pedir ajuda a Jesse. Ele
era meu namorado, não meu banco.

***
As coisas melhoraram ao longo da próxima semana. As olheiras de Emmie
desapareceram e ela não estava tão emocional. Nós estávamos conseguindo fazer
com que Mia dormisse mais durante a noite. E foi ficando mais fácil para Emmie,
e eu estava além de aliviada que a velha Emmie estava começando a brilhar
novamente.

Os caras tinham finalmente terminado toda a gravação. Fiquei feliz em tê-los


por toda a casa novamente, e eu adorava passar mais tempo com Jesse. Mas eu
senti que algo estava acontecendo com ele. Ele estava agindo de forma estranha,
e eu não podia evitar me perguntar se ele estava ficando entediado comigo. Mas
eu estava com muito medo de perguntar o que estava acontecendo.

Na semana de Ação de Graças, ouvi Jesse e Emmie falando em seu


escritório. Eu estava no meu caminho para a lavanderia e a porta estava fechada,
então eu só ouvi parte da conversa. O que eu ouvi fez o meu coração quebrar.

— ...Perfect Clean disse que eles podem ter uma nova governanta aqui
depois do Natal, — Emmie estava dizendo.

— Você vai ficar bem até então? — perguntou Jesse, parecendo preocupado.

— Nada está bem para mim, Jesse. Eu não quero que você vá...

— Emmie, eu não vou para longe. Você sabe que eu não posso ficar aqui.
Não agora.

Os ouvi movendo-se e corri pelo corredor até a lavanderia antes que eles me
encontrassem escutando. Joguei o cesto de roupa em cima da secadora e fechei a
porta. Meu coração estava disparado, minha garganta apertada e lágrimas
escorriam.

Era verdade. Ele ia terminar comigo. Emmie já estava à procura de uma


nova governanta, e Jesse estava indo embora. Meu coração se apertou de uma
forma dolorosa, e os meus joelhos cederam. Lentamente, deslizei pela porta
abraçando meus joelhos no meu peito enquanto eu chorava silenciosamente. Eu
estava prestes a perder tudo: meu trabalho, minha casa, meus amigos.
O cara que eu amava...

Jesse

As coisas foram colocadas em espera por algumas semanas depois que Mia
nasceu.

Eu odiava ter que pedir a Emmie para me ajudar quando ela estava tão
doente. Pós-parto tinha sido uma verdadeira puta, mas fiquei aliviado ao
encontrar minha velha Emmie voltando para mim agora. Por um tempo, o mundo
parecia escuro, porque ela estava perdida em um labirinto de emoções negras
hormonalmente induzidas. Tivemos Layla para agradecer por ajudar Emmie a
encontrar seu caminho de volta, e eu acho que a amava ainda mais por causa
disso.

Uma vez que a Emmie antiga estava de volta, ela começou de onde ela havia
parado. Eu nem sequer tive que perguntar a ela sobre isso. Ela só fez o que fazia
melhor e fez as coisas acontecerem. As coisas estavam se movendo mais rápido
do que eu esperava, e estava preocupado que eu ia deixar Emmie em uma má
situação.

Embora estivesse me ajudando, ela não queria que eu fosse, mesmo que só
fosse haver algumas casas nos separando. Doeu-me tanto quanto doía nela, mas
nós dois sabíamos que era hora de eu seguir em frente. A casa não foi feita para
duas famílias. Agora ela tinha a dela, e eu precisava começar a minha.

— Você pode me visitar todos os dias, — Eu prometi a ela com um sorriso. —


E você sabe que eu não posso passar um dia sem vê-la, Em.

Seu queixo tremia, mas ela estava sorrindo. — Estou feliz por você ter Layla.
Eu gosto de vê-lo tão feliz, Jess.

Eu levantei uma sobrancelha para ela. — E como você está e Nik? Ainda
discutindo?
Ela fez uma careta. — Um pouco.

— Porque você não vai se casar com ele? — Nik estava impaciente. Ele a
pediu em casamento meses atrás, mas ela disse que tinha que esperar o bebê
chegar em primeiro lugar. Agora que Mia estava aqui, Emmie ainda não parecia
pronta. Eu não tinha certeza do que estava a segurando. Eu sabia que ela amava
Nik. Eu acho que eu sabia mesmo antes que ela soubesse.

— Eu não quero falar sobre isso, Jesse. — Ela levantou-se e entregou as


chaves que ela tinha pego naquela manhã. — Está tudo pronto para você.

Peguei as chaves e me senti como se o mundo estivesse inclinando sobre seu


eixo. Esta noite era à noite. Eu estava com medo, ansioso e animado. Eu não
podia esperar para falar com Layla. Dando um beijo no topo da cabeça de Emmie,
eu a deixei. Passei Lana e Drake na cozinha, e sem uma palavra para qualquer
um deles, peguei Lana e arrastei-a para fora de casa comigo.

— Jesse!

— Está definido. Você quer vê-la ou não? — Eu disse por cima do meu
ombro enquanto eu me dirigia para a praia.

Lana parou de lutar e correu para me acompanhar. Eu a tinha dito na noite


de Ação de Graças o que eu estava fazendo e a fiz jurar segredo. Eu acho que de
uma maneira eu estava pedindo permissão a Lana. Talvez eu devesse ter
perguntado a Lucy também, porque eu estava prestes a virar todas as nossas
vidas. Mas eu tinha medo que a menina de seis anos de idade deixasse algo
escapar e estragasse a minha surpresa.

Duas casas mais tarde, eu estava correndo os degraus para o meu novo lar.
Emmie tinha movido céus e terra para me encontrar um lugar tão perto dela
quanto possível. Eu só tinha visto uma vez e tinha gostado bastante, mas ela era
a única que tinha cuidado de todos os detalhes: fez a oferta, resolveu tudo,
fechou a compra da casa. Eu não tinha certeza de como iria fazer sem Emmie e
eu esperava que eu nunca tivesse que descobrir.
A casa não era tão grande quanto a de Emmie. A minha era apenas uma de
quatro quartos. O quarto do casal era enorme, e tinha uma bela vista do oceano.
A cozinha tinha todos os novos aparelhos, mais uma vez, graças a Emmie. Além
do essencial, a casa estava vazia, porque eu queria que Layla decorasse nossa
casa.

— Isso está realmente acontecendo, — Lana murmurou um pouco mais


tarde depois de ter visto toda a casa. — Quero dizer, eu sabia que você estava
falando sério, mas não parecia real até agora. — Ela suspirou. — Estou muito
feliz que ela se apaixonou por você, Jesse. Apesar de vocês serem roqueiros, você
e os caras dos Asas do Demônio não são tão ruins.

Eu ri. — Estou feliz que você pense assim, querida.

Ela franziu a testa. — Você tem certeza disso? Quero dizer... — Ela parou de
falar, mas eu sabia o que a estava incomodando.

— Eu estou esperando ser o seu cunhado em pouco tempo, Lana. Isso


significa que você é minha, tanto quanto Layla. Eu quero que você seja feliz.
Basta escolher qual faculdade que você quer ir e dar todos os detalhes para
Emmie. Ela sabe o que fazer. — Quando eu tinha falado com Lana sobre os meus
planos para o futuro, eu tinha dito a ela que ela não precisava se preocupar com
a faculdade. Eu queria fazer isso por ela.

Ela tinha começado a receber as suas cartas de aceitação de várias


faculdades para entrada precoce. Stanford, UCLA, NYU, a lista parecia
interminável. Lana merecia a melhor educação que eu poderia dar para ela. Eu só
esperava que ela não destruísse a todos nós, escolhendo NYU. Eu sentiria falta se
ela estivesse do outro lado do país, e eu duvidava que Drake fosse sobreviver por
muito tempo com ela tão longe. Aqueles dois estavam mais próximos do que
nunca. Ela era sua melhor amiga e vice-versa. Eu podia ver por mim mesmo que
Lana estava escondendo algumas emoções fortes, mas Drake ainda estava
determinado que amigos era tudo o que eles sempre seriam.

— Você já decidiu? — Ela só tinha cerca de uma semana. As aulas


começavam em meados de janeiro e já era dezembro.
— Eu reduzi a lista. — Ela me deu um sorriso malicioso. — Não se preocupe,
estrela do rock. Eu tenho tudo sob controle. Você tem outras coisas em que
pensar. Como por exemplo, em como fazer com que a minha irmã diga 'sim'.
Capítulo 21
Layla

Meu coração pesava como chumbo no meu peito.

Deixando a roupa no cesto, eu deixei a casa principal. Eu estava feliz que


Lucy estava indo de ônibus para casa com uma amiga e iria passar a noite. Eu
não tinha que me preocupar com ela agora. Eu não queria pensar sobre Lucy ou
qualquer outra coisa. Na verdade, eu tinha certeza de que meu cérebro tinha
desligado como uma espécie de mecanismo de defesa para que eu não quebrasse
instantaneamente em um bilhão de pedaços.

Assim que eu entrei na casa de hospedes eu comecei a jogar coisas ao redor.


Se o Jesse ia terminar comigo, se Emmie ia me demitir, então eu precisava fazer
as malas. Movendo-me no piloto automático, eu puxei minha mala do armário no
quarto e comecei a arrumar todas as nossas roupas. Eu tinha guardado uma boa
quantia de dinheiro desde setembro. Isso ia nos manter até que eu encontrasse
outro emprego...

Lágrimas derramavam dos meus olhos, sem eu me dar conta. Eu não queria
encontrar outro emprego. Eu queria aquele onde eu estava com as pessoas que
eu tinha aprendido a amar... as pessoas que, obviamente, não me amavam de
volta!
Antes que eu percebesse, a mala grande estava cheia e o armário estava
vazio. Eu fechei a mala e arrastei-a para a sala. Depois de colocá-la na porta, eu
voltei para o quarto. A porta da frente se abriu e Drake entrou, surpreendendo o
inferno fora de mim.

Ele deu uma olhada no meu rosto úmido, viu a mala perto da porta, e ficou
balístico. — Que diabos você está fazendo? — Ele explodiu.

Eu dei de ombros. — Fazendo as malas.

— Não. De jeito nenhum. — Ele balançou a cabeça, fazendo seu longo cabelo
cair em seu rosto. Seus olhos azuis-cinzentos pareciam selvagens. — Onde está o
Anjo? — Ele nunca falava Lana mais. Todo mundo sabia de quem ele estava
falando quando ele dizia ‘Anjo’. Eu acho que ela era seu anjo.

— Eu pensei que ela estava com você. — Eles eram como sombra um do
outro. Onde um estava o outro estava atrás.

— Jesse agarrou-a e saiu. Achei que ela estaria aqui. — Drake olhou para
mim. — Por que você está fazendo as malas, Layla? Por que você está chorando?

— Porque nós estamos indo embora. — Eu disse a ele e vi toda a cor do seu
rosto sumir. Doeu-me feri-lo assim, mas eu não podia ficar. Não quando eu sabia
que Jesse estava prestes a me esmagar. Oh, foda-se. Eu já estava esmagada. —
Olha, você ainda vai ver Lana sempre que quiser. Só porque iremos embora não
significa que vocês tem que parar de serem amigos.

— Não. Você não está indo embora! — Ele praticamente gritou. — Eu não
posso... Não posso... — Ele parou de falar, incapaz de falar, ele estava tão
chateado.

— Drake. — Dei um passo em direção a ele, querendo confortá-lo. Machucá-


lo era a última coisa que eu queria. Ele havia passado por tanta coisa já.
Finalmente, ele tinha encontrado algo que fez o mundo parecer um lugar melhor
e eu ia levá-la para longe dele...
A porta se abriu e Lana entrou. Drake a viu e quase se desintegrou. — Você
não pode ir, Anjo! — Ele agarrou as suas mãos apertadas. — Diga a ela!

Lana olhou de Drake para mim e então de volta para Drake. Vendo a sua
dor, ela puxou-o em seus braços. — Claro que eu não vou a lugar nenhum.

Ele pareceu ceder com alívio. De alguma forma ele foi para o sofá, levando
Lana com ele. Ela caiu no colo dele, e ele enterrou o rosto em seu cabelo preto e
grosso. Ela acariciou seu rosto, mas seu olhar em linha reta para mim. — O que
você está fazendo, Layla? — ela perguntou em voz baixa.

— Fazendo as malas. Estamos indo embora, Lana. Hoje à noite.

— Por quê? — Ela perguntou, parecendo preocupada. — Por que temos que
ir?

— Porque Jesse não me quer mais. Ouvi-os falar hoje. Emmie e ele. Ela já
está encontrando a minha substituta, e eu aposto que ele também está. —
Lágrimas escaldantes queimavam o meu rosto enquanto elas derramavam dos
meus olhos. Esfreguei-os. — Então vamos embora.

— Você acha que Jesse não te quer mais? — Lana saltou para seus pés. —
Você perdeu sua cabeça? Você não vê o quanto ele te ama?

— Eu sei o que eu ouvi, Lana. — Virei-me para o quarto mais uma vez.

— Você só pensa que sabe! — Ela gritou. — Vá falar com ele. Deixe o
explicar.

— Não, obrigada. — Foi ruim o suficiente saber que ele não me queria mais.
Eu não ia me envergonhar ouvindo suas desculpas. — Eu ouvi tudo o que eu
preciso saber.

— Drake, vá buscar Jesse. Traga Emmie também. — Eu ouvi Lana lhe dizer.
— Diga-lhes que se apressem.

— Não se dê ao trabalho. — Eu disse da porta do quarto, mas ele me ignorou


enquanto praticamente saiu correndo da casa de hospedes. Eu olhei para minha
irmã. — Isso não vai mudar nada, Lana. Nós ainda estamos indo embora. Torne
isso mais fácil para você e Drake, e apenas me ajude, para que possamos ir.

Ela ficou ali, cruzando os braços sobre o peito. — Eu não posso acreditar
que você pode duvidar do quanto Jesse te ama. Nem por um segundo. Deus,
Layla! Eu fico enjoada de ouvir ele dizendo, mas eu nunca duvido quando ele fala.

— Ele não tem sido o mesmo ultimamente, — eu disse a ela. — Posso sentir
as emoções que o agitam.

— Isso não é porque ele parou de amá-la, idiota!

— Como é que você sabe? — Eu explodi. Ela abriu a boca para dizer algo,
mas eu não quis ouvi-la. — Já falei demais sobre isso. Eu tenho coisas para
fazer.

Atrás dela, a porta se abriu. Emmie entrou na sala de estar como um


pequeno tornado. — Lana, sério! O que diabos você fez com Drake agora? — Ela
invadiu. — Eu não consegui entender nada do que ele estava me dizendo, exceto
que era sobre você.

— Eu não fiz nada! — Lana apontou para mim. — Layla está fazendo as
malas e, aparentemente, a culpa é sua. Ela ouviu você e Jesse conversando hoje
cedo.

Os olhos de Emmie se arregalaram. — Então por que você está indo embora?
— Ela exigiu. — Você não gosta da casa? Eu posso vendê-la e comprar outra. —
Ela fez uma careta. — Não é tão perto, mas se é o que você realmente quer...

— Isto não é sobre a casa, — Lana informou. — Ela não sabe sobre a casa.

Emmie jogou as mãos no ar. — Então, por favor me diga o que se trata!
Porque eu estou em perdida aqui, senhoras.

Elas não estavam fazendo muito sentido para mim. Eu não sabia o que
qualquer uma delas estava falando. — Isto é sobre você contratar outra
empregada. Trata-se de Jesse saindo porque ele não pode ficar perto de mim.
— Você acha que eu quero que você saia? — Emmie pôs as mãos nos
quadris, olhando para mim. Eu não pude deixar de notar que ela estava olhando
mais em forma e bonita todos os dias. — Você perdeu sua mente? Eu daria meu
braço direito para que você ficasse comigo para sempre, Layla. Nunca houve
alguém como você na minha vida, alguém que cuida de mim, aguenta as minhas
merdas, e ainda me ama como você. Você é minha melhor amiga, Layla!

— Então por que você está contratando outra empregada? — Eu lamentei.

— Porque você vai ter a sua própria casa para se preocupar, — ela gritou
para mim. — Você não pode cuidar de sua casa e da minha também.

— Que casa? — Elas ficavam falando de uma casa, e eu estava tão confusa
que eu não sabia o que pensar. Essa coisa toda estava me dando uma dor de
cabeça enorme.

Jesse

Eu ainda estava no chuveiro quando ouvi minha porta abrir. A porta de


vidro se abriu e Drake ficou ali, respirando com dificuldade. — Cara!

— Layla está fazendo as malas! Ela está indo embora, — ele explodiu.

— O quê? — Eu ainda tinha sabão em cima de mim, mas para o inferno com
isso. Eu passei pelo meu amigo e peguei uma toalha. Eu me movi tão rápido que
eu quase caí na minha bunda. Meus pés molhados estavam escorregadios no
piso! Me corrigindo, eu passei a toalha em volta da minha cintura e saí correndo
pela casa ainda molhado.

Meu coração estava cheio de medo. Por que Layla estava indo embora? Que
diabo eu perdi?

O contraste entre o ar frio da noite no meu corpo molhado foi um choque


para o sistema, mas eu não diminuí enquanto eu corria para o pátio e pelo
pequeno jardim da casa de hospedes. A porta estava aberta. A primeira coisa que
eu vi foi a grande mala de Layla perto da porta, e o meu coração realmente parou
por um momento.

— Que casa? — Eu ouvi Layla perguntar.

— A casa que eu pedi a Emmie para comprar para nós, — disse a ela. Eu
atravessei a sala e agarrei as suas mãos. Elas tremiam, ou talvez fosse eu que
tremia. — Layla, o que você está fazendo? Por que você está fazendo as malas?

Lágrimas faziam seus olhos de chocolate reluzirem. — Porque você não me


quer mais. — Ela sussurrou, mas havia dúvida em sua voz. — Pelo menos eu
pensei que você não queria. Eu… eu ouvi você e Emmie falando antes. Você disse
que tinha que ir.

— Claro que eu tenho que ir. Todos nós temos. Eu quero dormir com você
em meus braços todas as noites. Nós não podemos fazer isso aqui, não sem
confundir Lucy. — Eu segurei seu rosto com as duas mãos, enxugando algumas
lágrimas errantes para longe enquanto caíam de seus olhos. — Eu queria fazer
uma surpresa. Dar-lhe a casa e o anel ao mesmo tempo.

— Anel? — Ela respirou. Seus olhos enormes em seu belo rosto.

— Isto não era para acontecer assim. — Eu murmurei, pegando a toalha em


volta da minha cintura quando ela começou a escorregar. Lana estava de pé ao
lado da porta e eu não queria que a menina que eu esperava que se tornasse a
minha cunhada visse como eu parecia nu. Olhei para ela e, em seguida, para
Emmie. — Importaria de nos dar um minuto?

— Você e eu vamos ter uma conversa séria depois, Layla! — Emmie


murmurou quando ela saiu. — Minha melhor amiga e ela acha que eu quero me
livrar dela...

Suspirei e esperei que a porta se fechasse atrás delas antes de dar a Layla
toda a minha atenção. — Agora me diga o que eu perdi. Por que você iria saltar a
essa conclusão?
— Você tem agido estranho ultimamente. Sua mente está sempre errante.
Eu pensei que você estava ficando entediado comigo. E hoje, quando eu ouvi você
e Emmie falando, eu simplesmente perdi o controle. Quebrou alguma coisa
dentro de mim. — Mais lágrimas derramaram de seus olhos. — Eu amo você,
Jesse. Se eu perder você me mataria.

— Oh bebê! — Eu a embalei contra mim. — É a mesma coisa para mim. Tem


sido assim desde o segundo que ouvi sua risada no primeiro dia que nos
conhecemos. Eu te amo. Eu preciso de você. — Seus braços vieram em volta da
minha cintura, e eu não podia deixar de notar o modo como meu corpo
respondeu. Eu era viciado pelo seu toque, mas eu tinha coisas para dizer a ela
antes de deixar a minha outra cabeça assumir.

— Eu estraguei tudo, — ela sussurrou. — Eu não queria estragar tudo.

— Não, Layla. Você não estragou nada. Isto pode não ser como eu tinha
planejado te dizer, mas você não estragou nada. — Eu rocei um beijo sobre os
seus olhos, saboreando o sal das lágrimas em minha língua. — Eu sabia que eu
queria passar o resto da minha vida com você depois do primeiro fim de semana.
Emmie começou a fazer todos os arranjos para mim. Para nós, querida. Nenhum
de nós estava feliz com a minha mudança, mas eu não posso começar nossas
vidas juntos dividindo a casa com ela e os caras. Então, ela nos encontrou uma
casa apenas a duas casas de distância desta.

— O quê? — Exclamou ela. — A amarela que acabou de entrar a venda?

Eu sorri. — Sim, é essa. Você gostou?

— É linda pelo que eu vi dela. Mas...

— Nada de mas. — Eu a silenciei com um beijo rápido. — É nossa. Quatro


quartos, por isso as meninas podem ter o seu próprio quarto... e há espaço
suficiente para uma adição à família se pudermos encaixar isso mais tarde. — Eu
realmente não tinha pensado em ter meus próprios filhos, mas após o
nascimento de Mia, tornou-se uma espécie de dor no meu peito. Eu queria meu
próprio bebê. O bebê de Layla.
— Isso... Isso soa realmente maravilhoso. — Ela sorriu para mim.

Senti um sorriso tonto dividir meu rosto. — Sim, é verdade.

— Eu realmente sinto muito.

— Eu acho que você não vai mais escutar atrás da porta, né? — Escovei
outro rápido beijo nos seus lábios.

— Não, nunca mais.

— Bom. — Eu a empurrei contra a parede. — Quer se casar comigo, Layla?


— Eu murmurei, beijando um caminho de sua orelha até o pescoço dela. — Você
vai passar o resto de sua vida deixando-me mimá-la? Deixando eu te fazer feliz?

— Eu não posso imaginar ser mais feliz do que eu sou agora. — Ela
estremeceu quando eu chupava o ponto sensível, entre o seu pescoço e o ombro.
— Mas eu estou disposta a passar o resto da minha vida permitindo que você
tente.
Epílogo
Eu tinha pensado que o fim da estúpida turnê nunca iria chegar!

Eu estava correndo pela casa, certificando-me de que tudo estava em ordem.


Determinada em deixar a casa perfeita para quando Jesse chegasse. Eu não via
ele a duas semanas - duas incrivelmente longas e angustiantes semanas! Pode
não ser muito tempo para alguns casais, mas para mim foi uma eternidade.

Desde o dia em que nos casamos - que teve lugar em uma pequena capela
em Las Vegas no dia seguinte que Jesse tinha proposto - não tínhamos passado
uma noite distante em mais de dois anos em que estávamos casados, não até
esta estúpida turnê. Às vezes, eu odiava que meu marido fosse uma grande
estrela de rock que todo mundo estava morrendo de vontade de ver ao vivo!

Lucy entrou na casa, jogando a mochila no sofá. — Ele está em casa? — ela
perguntou animadamente. — Eu perdi isso? — Agora, com oito anos de idade,
Lucy tinha mudado um pouco ao longo dos últimos dois anos. Seu cabelo era
mantido curto, com pequenos cachos emoldurando seu lindo rosto, e ela cresceu
uns bons quinze centímetros no ano passado. Desde que me casei com Jesse, ela
floresceu ainda mais em uma jovem mulher de quem eu era incrivelmente
orgulhosa.
Jesse tinha sido o único a trazer à tona o tema da adoção, determinado a
que Lucy soubesse exatamente o quanto ele pensava nela como sua. Lucy
precisou ser perguntada duas vezes, e seis meses depois que nos casamos, ela
tornou-se oficialmente a nossa filha. Tinha sido estranho à primeira vista. Lucy
não sabia se ela queria nos chamar de ‘mamãe e papai’ ou não. Tínhamos a
deixado decidir por conta própria. Demorou algum tempo, mas depois de um
tempo ela começou a chamar Jesse de ‘pai’. Ela e eu ainda estávamos tentando
descobrir se ela queria me chamar de ‘Mãe’. De tempo em tempo ela me chamava
de ‘Mãe’ ao invés de Layla.

Eu sorri para ela enquanto ajeitava as almofadas no sofá. — Não, querida.


Ele não chegou em casa ainda.

— Graças a Deus. — Ela me abraçou apertado e deixou-se cair no sofá. —


Eu não queria nem ir para a escola hoje, porque eu estava com medo que não
estaria aqui quando papai chegasse em casa.

— Emmie me mandou uma mensagem cerca de uma hora atrás, por isso não
deve demorar muito. — Eu assegurei a ela enquanto continuava a arrumar a sala
de estar. Eu amava a casa que tínhamos transformado em nosso lar. Na verdade,
ela estava tão perfeita quanto poderia ficar, mas eu precisava fazer alguma coisa
para me manter ocupada, ou eu poderia perder minha mente!

— Eu gostaria que pudéssemos ter ido com ele. — Lucy suspirou. As últimas
vezes que os Asas do Demônio tinham feito suas mini-tours, Lucy e eu tínhamos
ido com eles. Desta vez não tinha sido possível porque Lucy tinha escola. Já que
ela estava agora em uma escola particular, ela não poderia faltar muito,
especialmente com todo o trabalho extra que ela tinha desde que suas aulas de
escrita criativa tinham começado.

— Eu também, querida. — Eu caí ao lado dela no sofá e puxei-a para mais


perto. Durante duas semanas, tinha sido apenas eu e ela. Sem descer a praia
para ver Emmie e Mia sempre que estávamos com vontade. Tinha sido meio
solitário para nós, mas superamos juntas.
Para nos distrair, eu me virei na tela plana e coloquei em um dos programas
favoritos de Lucy. Tentei não olhar para o meu telefone a cada cinco minutos
para verificar as horas ou ver se Jesse tinha me mandado uma mensagem, mas
meus olhos eram atraídos como ímãs.

A abertura da porta da frente me assustou, e eu pulei. Eu ouvi alguma coisa


pesada cair no chão no corredor de entrada e, em seguida, a porta se fechou. —
Onde estão as minhas meninas?

Lucy já estava de pé e pulando para fora da sala. Eu estava mais lenta para
me levantar e no momento em que cheguei ao corredor, Lucy já estava nos braços
de Jesse. Ele girou-a em torno algumas vezes, fazendo-a rir. Quando ele a colocou
em seus pés, ele a puxou para perto e lhe deu um abraço apertado. — Senti sua
falta, Lu, — ele murmurou contra sua cabeça encaracolada.

— Eu também senti sua falta, papai.

Parei a poucos metros de distância, olhando para o homem que eu amava


mais do que a própria vida. Ele parecia cansado. Sombras escuras sob os olhos
dele me diziam que ele não estava dormindo muito desde que ele tinha ido
embora. Nenhum de nós conseguia dormir bem sem o outro. Ele precisava fazer a
barba; sombra escura preenchia seu queixo e cabeça. Sua camisa estava
enrugada, e calça jeans tinha uma mancha na coxa que atestava muito fast food.
Apesar de tudo, ele era a visão mais sexy e mais emocionante em que eu já tinha
posto os olhos. — Bem, eu definitivamente senti sua falta! — Eu informei a ele
com um sorriso acolhedor.

Jesse virou a cabeça, e eu assisti com fascinação enquanto seus olhos


rapidamente mudavam de cor. Eu nunca iria me cansar de seus olhos. Mesmo
depois de dois anos de casamento, eles ainda me faziam derreter. Agora, eles
estavam me comendo e eu tive que lutar contra a vontade de arrastá-lo para
cima. — Bem vindo ao lar, Jess.

Com a velocidade de um relâmpago, ele me tinha em seus braços. Seus


dedos se enredaram no meu cabelo e seus lábios devoraram os meus. Eu o beijei
de volta, desesperada pelo gosto dele. Você acharia que nós não tínhamos visto
um ao outro em anos ao invés de poucas semanas. Quando ele finalmente
levantou a cabeça, nós dois estávamos sem fôlego.

Jesse pressionou sua testa contra a minha. — Sim, isso não vai acontecer de
novo, — ele murmurou. — Você vai ir comigo ou eu não vou.

— Concordo. — Eu escovei um rápido beijo nos lábios dele e, em seguida,


peguei a sua mão e puxei-o para a sala de estar. — Você está com fome? Eu não
cozinhei ainda, mas posso te fazer um sanduíche ou algo assim.

— Não, querida. Eu não estou com fome. — Ele deixou-se cair no sofá e me
puxou para baixo ao lado dele. Lucy tomou seu lugar de costume em seu outro
lado e a televisão foi esquecida enquanto ele nos contava tudo sobre a turnê.

— O que aconteceu por aqui? — Ele perguntou depois de um tempo. — Nós


conversamos todos os dias, mas isso não significa que as meninas me contaram
tudo.

Olhei para Lucy, que estava olhando para mim interrogativamente. Ela e eu
estávamos escondendo uma coisa dele nesta última semana. Não era exatamente
algo que você dizia ao seu marido por telefone e eu tinha estado tão preocupada
com isso que quebrei e confidenciei a Lucy...

— O quê? — Jesse riu.

Mordi o lábio. — Há uma coisa... — eu comecei.

— Mas queríamos lhe dizer pessoalmente, — Lucy disse.

— Vocês duas adotaram outro animal de estimação? — Ele levantou uma


sobrancelha para Lucy. — Por favor, me diga que é um cachorro e não outro
lagarto, Lu. Ou uma cobra maldita!

Lucy tinha uma coisa por animais exóticos. Ela enganou Drake em
comprar-lhe uma iguana no ano passado para o aniversário dela, sem falar-nos
sobre isso. Então, no natal, Lucy tinha pedido uma píton. A menina era louca
pela cobra amarela e branca que ela tinha chamado Zippy. O roqueiro grande e
mau Jesse Thornton? Nem tanto. Ele evitava Zippy e o quarto de Lucy.
— Não, papai. Não se trata de um animal de estimação. — Lucy foi rápida
para assegurá-lo.

— Jesse, lembre-se que antes de sair você disse que achava que era hora de
começar algumas adições..? — Eu parei quando ele virou os olhos para mim. —
Eu espero que você esteja realmente pronto.

— Layla, você está tentando me dizer que está grávida? — Ele exigiu.

Eu sorri. — Talvez.

Estávamos conversando sobre ter um bebê desde o dia em que nos casamos.
Mas parecia que cada vez que um de nós estava preparado algo vinha e atrasava
o nosso plano. Desta vez, tinha sido completamente retirado de nossas mãos,
porque eu ainda estava a tomar a pílula até que eu tinha descoberto que estava
grávida.

Ele rosnou e me puxou para o seu colo. — Sério? Você está realmente
grávida?

Eu assenti. — Sim. Eu fui ao médico na semana passada quando percebi


que estava atrasada. Eu estou grávida de oito semanas. — Eu puxei a pequena
imagem do meu bolso de trás, onde tinha colocado naquela manhã. A noite
anterior Lucy e eu olhamos para ela por horas, até que tínhamos adormecido em
minha cama e de Jesse.

— O médico queria ter a certeza de quanto tempo eu estava e fez um


ultrassom, — eu disse a ele quando lhe dei a pequena imagem brilhante.

Jesse olhou para o pontinho quase ininteligível de redemoinhos escuros


maravilhado. Depois de um momento, ele franziu a testa. — Onde está o bebê? —
Ele finalmente perguntou.

Eu olhei para Lucy e ambas sorrimos. — Bem, essa pequena coisa preta aqui
é um bebê. — Eu disse a ele e ele acenou com a cabeça careca.

— Okay. Eu vejo isso agora.


Lucy virou-se e ficou de joelhos para que ela pudesse ver a imagem também.
Depois de um minuto ela tocou o dedo para a imagem. — E aquela coisinha preta
aqui é um outro bebê, — ela o informou.

— Isso é legal... Espere! O quê? — Ele virou a cabeça de lado a lado.


Olhando primeiro para mim, em seguida, Lucy, e depois de volta para mim. — O
que ela quis dizer com ‘outro bebê’? — Ele sussurrou.

Eu me inclinei para frente e dei um beijo em sua boca ligeiramente aberta. —


O que ela quer dizer, Papaizão, é que vamos ter mais do que uma nova adição.
São gêmeos, Jesse.

— Oh... — Ele piscou algumas vezes, e vi as lágrimas reunindo-se em seus


olhos incríveis. — Nós vamos ter gêmeos, — ele sussurrou. — Isso é incrível.

— Com certeza é. — Estendi a mão para o telefone sem fio e comecei a


discar. O telefone tocou três vezes antes que alguém respondesse. — Hey! — Eu
cumprimentei quando ouvi a voz de Emmie. Antes que ela pudesse dizer mais de
duas palavras, eu a interrompi. — Você pode vir aqui? Tipo agora? Venha se
puder!

— Hum...Você não está ferida nem nada, está? — Ela parecia preocupada.

— Não, eu realmente preciso ver você. — Eu não tinha visto a minha melhor
amiga no que parecia ser para sempre.

Duas semanas longe de pessoas que normalmente via em uma base de hora
em hora tinha sido brutal. E agora que ela estava em casa, e eu já tinha
partilhado a minha notícia com Jesse, eu precisava compartilhar com Emmie ou
eu explodiria.

— Eu estou a caminho, — Emmie me assegurou.

Jesse ainda estava em uma espécie de torpor olhando para a foto em suas
mãos quando a porta da frente se abriu e Emmie entrou na sala de estar. Seu
cabelo estava enrolado em torno de seu rosto e Mia estava pendurada em seu
quadril. Atrás dela estava Nik, e eu estava tão feliz de vê-lo como eu estava de ver
Emmie. — Ok, eu estou aqui! — Emmie franziu a testa quando viu o olhar no
rosto de Jesse. — O que está acontecendo com Jess?

Tomando a imagem dos dedos de Jesse, Lucy levantou-se e acenou com a


imagem para Emmie. — Olha! Olhe!

Emmie pegou a foto, e seus olhos se arregalaram, assim que ela percebeu o
que ela estava olhando. — Você está grávida! — Exclamou ela. — Isso é incrível.
— Seus olhos estavam analisando a foto e eu sabia no instante em que ela
entendeu tudo. — Oh. Meu. DEUS!

Nik estava rindo. — O que é, querida? — Ele olhou para a imagem de


ultrassom por cima do ombro e franziu o cenho, incapaz de ver qualquer coisa,
assim como Jesse não tinha.

— Cara! — Jesse estava de volta para si mesmo. — Nik, cara. Eu vou ter
gêmeos!

— O quê? — Nik deu uma olhada mais de perto na imagem. — Puta merda!
Bom trabalho, mano!

Foi um longo período antes de Jesse e eu termos um tempo sozinhos. Lucy


estava finalmente na cama e Emmie e Nik só haviam ido embora algumas horas
antes. Eu estava deitada na nossa cama nos braços de Jesse e eu não podia
deixar de sentir qualquer coisa, do que completamente e totalmente feliz. Meus
olhos começaram a se fechar. Fazer amor com Jesse realmente tinha me cansado.
Depois de tanto tempo separados, nós tínhamos um monte de sexo para
recuperar.

— Será que Lana sabe? — A pergunta de Jesse fez meus olhos se abrirem. —
Você falou com ela?

Eu suspirei. Pensar em Lana sempre fazia meu coração doer um pouco. —


Eu falei com ela todos os dias no telefone... mas eu não contei a ela sobre os
bebês. — Como com qualquer outra pessoa, eu queria dizer a minha irmã em
pessoa sobre ela se tornar uma tia.
— Talvez devêssemos visitá-la, — Jesse murmurou.

— Tudo bem. — Eu me aconcheguei, bocejando enquanto eu fechava os


olhos mais uma vez.

— Layla?

— Hum?

— Eu te amo. — Ele beijou o topo da minha cabeça e eu senti sua respiração


enquanto ele pegava no sono.

— Eu amo você, Jesse.

Fim
Tradução
Bia e Priscila

Revisão Inicial
Laura

Revisão Final
Ju

Formatação
Laura
A série The Rocker continua em… The Rocker That Needs Me

O Demônio...

Venho lutando meus próprios demônios durante a maior parte da minha vida. O
álcool parece anestesiar a dor, mas nunca faz os pesadelos ir embora. Tudo que
eu quero na vida é um pouco de paz. Quando eu conheci o meu anjo parecia que
eu a encontrei, mas há muitas coisas entre nós. Por que ela tinha que ser tão
jovem...?

O Anjo do Demônio...

Encontrar Drake foi a melhor coisa que já me aconteceu. Eu encontrei o meu


amigo, minha alma gêmea. Mas ele deixa a minha idade ficar entre nós. Há algo
que o persegue, e eu quero egoistamente ser a que o ajuda a conquistar seus
fantasmas. Se ele apenas me deixasse entrar, me deixasse aproximar, eu acho
que poderia ajudá-lo...
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