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... teve uma vida dura. Ficou por conta própria em uma idade jovem, tendo
sempre que fazer o que precisava ser feito apenas para sobreviver. Agora ela
tem duas outras pessoas dependendo dela e precisa de um trabalho rápido
antes que sejam despejadas. A entrevista de emprego a apresenta a Jesse
Thornton, o delicioso baterista dos Asas do Demônio. Ele lembra-a de todos
os erros do seu passado, mas é também sua esperança para o futuro.
Jesse...
... nunca deixou ninguém entrar. A única família verdadeira que ele alguma vez
teve são seus irmãos de banda e Emmie, a única mulher que ele já amou. Mas,
então, Layla entra em sua vida e ele faria qualquer coisa para conseguir um
gosto dela. Ele pode ultrapassar suas próprias inseguranças e permitir que essa
mulher entre em seu coração?
Prólogo
Foi como se eu tivesse acabado de adormecer quando ouvi o suave, quase
inaudível, toque na minha janela. Eu sabia quem era e senti o horror, como
punhos segurando meu coração e meu estômago. Sem hesitar eu joguei para trás
o velho edredom e atravessei o pequeno quarto até a janela. Um rápido olhar para
o relógio ao lado da minha cama me disse que era apenas uma hora da manhã.
Eu tinha que acordar às sete horas para chegar ao trabalho - um trabalho que eu
só tinha para que pudesse dar a Em as coisas que ela precisava, como comida.
Empurrando para trás a velha cortina que tem estado lá desde que eu era
criança, eu vi a sombra dela na noite escura lá fora. Apenas alta o suficiente para
alcançar a janela, Emmie estava no chão, usando apenas sua roupa de dormir. A
partir da luz da rua que iluminava todo o parque de trailers, vi que ela não estava
usando sapatos.
1 Refere-se a alguém ou algo que é imprevisível e potencialmente perigoso se não for vigiado
por outros.
Eu puxei seu corpinho pela janela e, em seguida, levei-a para a minha cama.
Ela estava tremendo e isso não me surpreendia. Estava quase vinte graus lá fora,
o clima típico de inverno em Ohio. Felizmente não estava nevando, mas estava
congelando lá fora. Coloquei as cobertas ao redor dela, em seguida, me levantei
para pegar um par de minhas meias de lã em cima da cômoda.
O lábio dela estava machucado, sangue escorria pelo queixo. Seu olho já
estava inchando e ficando de um tom doentio de roxo e azul escuro. Eu queria
dar um soco em alguma coisa! Qualquer coisa! Eu realmente queria apenas
matar o monstro da mãe dela. Como ela ousava machucar a minha doce pequena
Emmie!
Sua mãe e seus vícios! O álcool, as drogas, e os homens. Emmie tinha visto
tanto em sua jovem vida. Sua casa estava sempre cheia de garrafas vazias de
bebidas, cachimbos de crack, agulhas, homens nus e preservativos usados.
Mas por enquanto eu a puxei para perto e coloquei seu corpo ainda
tremendo mais perto do meu. — Obrigada por cuidar de mim, Jesse. — Ela
sussurrou em torno de um bocejo.
— Eu sempre vou cuidar de você, Em.
— Promete?
— Foda-se!
Eu fui acordado horas depois pelo som do meu velho homem andando pela
casa. Meu coração começou a bater mais forte quando percebi que ele estava
vindo pelo corredor em direção ao meu quarto. Eu não estava com medo por mim.
Ele não tinha colocado a mão em mim desde que eu fiz treze anos e comecei a
bater de volta. Não, eu estava apavorado por Emmie.
Eu sabia que eles iriam levá-la embora. Enquanto eu faria tudo para que
Emmie saísse desse trailer para longe daquela vadia cruel, eu também sabia que
as pessoas do serviço social poderiam colocá-la em uma casa onde eu não
poderia protegê-la de todas as outras coisas ruins que poderiam acontecer com
uma menina bonita. Os garotos e eu tínhamos decidido, a primeira vez em que
Emmie ficou sobre nossas asas, que ela estava melhor onde estava.
Pisquei com meus olhos abertos e olhei para ele. — O que você quer, velho?
Eu estou dormindo.
— Está tudo bem, Em. Vai ficar tudo bem, — eu prometi, com um sorriso
que eu esperava tranquilizá-la. — Eu vou sair para ajudar. Você vai para fora da
janela, ok? — Ela assentiu com a cabeça. — Em seguida, entre de volta em seu
quarto enquanto todos estiverem distraídos. Vou mandar Nik ou Drake para
fingirem ter achado você dormindo.
Horror encheu meu estômago porque eu sabia que era o mais provável de
acontecer, mas eu não iria deixar! — Não. Eu tenho algum dinheiro. — Eu estava
guardando por meses para comprar uma nova bateria, mas isso era mais
importante. — Eu vou dar a ela. Ela pode comprar um pouco de coca ou qualquer
outra coisa. Ela não vai se importar.
Nik estava andando, parecendo mais como um pai preocupado do que a mãe
de Emmie que estava tropeçando em vez de realmente andar. Eu tinha agarrado
meu dinheiro escondido antes de sair do meu quarto, e enquanto todo mundo
estava se movendo em grupos para procurar Emmie, eu a puxei para o lado. Ela
nem sequer me perguntou quando lhe entreguei o dinheiro. Ela estava
acostumada que um de nós lhe desse algum dinheiro para distraí-la de Emmie.
Era tudo que eu tinha, mas eu sabia que iria manter Emmie fora de sua mente
por um dia ou dois, pelo menos. Até então ela não iria sequer se lembrar desta
noite.
— Drake, você vem comigo, — eu disse a ele. — Shane, você e Nik irão
procurar no lado leste do parque de trailer.
Nik nem sequer me questionou. Ele só se moveu para fazê-lo. Shane me deu
um aceno de cabeça para me deixar saber que ele iria dizer a Nik o que estava
acontecendo. Drake me seguiu por todo o lado oeste do parque de trailers, e
fingiu procurar Emmie por uma hora. Eu contei a Drake sobre o lábio de Emmie
e seu rosto ficou violento. Eu sabia que ele queria uma bebida... Ele tinha
dezenove anos e já tinha um problema. Eu me preocupava com ele, mas acho que
me preocuparia mais se ele não tivesse a bebida para se automedicar.
Apenas ficamos ali, sabendo que o que Shane disse era verdade...
Capítulo 1
Jesse
Acordei com um sobressalto. Meus sonhos eram tão reais que eu sabia que
tinha sido uma lembrança. Com o coração batendo forte, eu me sentei na cama e
passei a mão pelo meu áspero couro cabeludo. Eu não raspava há um ou dois
dias e já começava a aparecer.
Fiz para mim sanduíche de peru e derramei meu café especial em uma
caneca. Eu não poderia sobreviver sem meu café. Eu tinha certeza que iria
acabar com câncer de estômago um dia, mas agora eu não poderia me importar
menos.
Pode ser estranho para algumas pessoas, quatro roqueiros em uma casa,
mas éramos mais do que apenas colegas de banda. Éramos irmãos, todos nós.
Além disso, quando Shane tinha sugerido que todos nós precisávamos ter suas
próprias casas, Emmie tinha enlouquecido...
— Talvez devêssemos ter uma casa em Hills. Sabe, eu, Drake, e Jesse, —
Shane tinha dito durante o jantar. Ela nos contou sobre a casa de praia que o
agente imobiliário lhe tinha mostrado e que queria a nossa opinião sobre o lugar
antes de fazer uma oferta.
O garfo de Nik fez um barulho ruidoso, pois bateu com o prato, e ele a tinha
em seus braços balançando-a antes que eu pudesse alcançá-la, mas eu ainda me
agachei ao seu lado. Ela escondeu o rosto no pescoço de Nik, soluçando
entrecortada enquanto eu esfregava suas costas. Eu atirei um olhar para Shane,
mas quando vi seu rosto, eu desviei o olhar. Ele estava tão quebrado quanto eu por
suas lágrimas.
— Eu não quero que as coisas mudem, — ela soluçou. — Eu não quero que
você saia. Vocês são tudo o que eu tenho.
Shane gemeu e puxou-a em seus braços. Todo mundo em torno de nós estava
olhando com curiosidade, mas nenhum de nós se importava. Shane caiu de volta
na cadeira ao lado de Nik com Emmie agora em seu colo. Ele segurou-a com força,
sussurrando repetidamente que ele estava arrependido. Que não importa o quê,
nós não iriamos deixá-la...
Nik caiu ao lado de mim algum tempo depois. Vestido com calça jeans e
camiseta cinza esfumaçada dos Asas do Demônio ele parecia descansado e sem
preocupações. A pausa da turnê constante que tinha sido a nossa vida por mais
tempo do que eu poderia lembrar tinha sido boa para todos nós. Sua atitude
despreocupada era por causa de Emmie. Havia apenas um homem que eu iria
confiar o coração de Emmie, e esse era Nik.
— Deuses, eu amo isso aqui. — Nik suspirou. Parecia que, como eu, ele
tinha começado o hábito de dizer ‘Deuses’. As pequenas manias de Emmie
passavam para todos nós. Era algo que eu nem sequer percebia mais.
Eu assenti. — Eu também.
— Nik! — Emmie gritou de dentro da casa. A porta que dava para o pátio
abriu, e ela saiu com um olhar feroz no rosto e um telefone na mão. — Você me
disse que não iria para o estúdio até a próxima semana!
Ele levantou uma sobrancelha para ela, calmo diante de sua fúria. — Está
certo. Rich agendou para a próxima terça-feira.
Ela acenou com o telefone para ele. — Então porque diabos o seu produtor
está ligando perguntando por que seu traseiro ainda não está lá?
Eu fiz uma careta, sabendo que ela estava certa. Tempo no estúdio era um
bem precioso nos dias de hoje. Se quiséssemos começar a trabalhar no nosso
novo material, então teríamos que ir hoje. Eu odiava deixá-la para lidar com tudo
isso sozinha, mas eu também sabia que ela tinha lidado com coisas piores. Porra,
ela tem cuidado das nossas vidas há anos. Mudança e algumas entrevistas
deveriam ser mamão com açúcar em comparação com essa merda.
— Emmie, você pode acordar Shane e Drake? — Nik voltou para fora. Ele
ficou tão longe da espreguiçadeira quanto possível para segurança dele mesmo.
Emmie era capaz de bater nele se ele não ficasse longe. — Jess, você pode estar
pronto em 20 minutos?
Eu não poderia esconder o meu riso enquanto ia até a casa para colocar
minha caneca de café na pia. Do andar de cima eu ouvi ela gritando com Shane,
e então gritando com Drake para levar seu traseiro até o chuveiro. Eu balancei
minha cabeça enquanto subia as escadas para me vestir.
Capítulo 2
Layla
— Boa sorte hoje, Layla, — ela me disse com a boca cheia de pasta.
Lana entrou na cozinha com uma mochila por cima do ombro. Pesava sua
figura com todos os livros pesados, mas esse era o preço que ela tinha que pagar,
e que eu estava disposta a fazê-la continuar a pagar. Eu estava determinada que
ela ia fazer algo de sua vida. Ela ia ter todas as chances que eu nunca tive. Se eu
era durona quando se tratava de obrigá-la a estudar e manter o nariz limpo,
então era uma pena.
Eu deixei Lana primeiro e depois Lucy, porque era no meu caminho. Meu
celular tocou, me dando as instruções que o meu chefe, Stan, tinha me prometido
ontem à noite, quando ele me ligou para dizer que tinha me colocado na lista
para uma entrevista como uma governanta permanente. A mulher tinha pedido
por suas três melhores governantas sem uma posição permanente. Eu não tinha
certeza de que era uma das suas melhores, mas Stan sabia que eu precisava do
dinheiro.
Pisquei algumas vezes, meu coração batendo forte pelo que eu acabei de
testemunhar. O que a deixou tão chateada?
Finalmente me recompondo, eu saí do meu velho Corolla e comecei a subir a
calçada até a porta da frente. Atrás de mim, o motorista e sua tripulação estavam
saindo da van. Eles estavam rindo e xingando. Eu atirei-lhes uma careta quando
cheguei à porta e toquei a campainha. Momentos depois, se abriu para uma
mulher com um temperamento completamente vibrante queimando em seus
olhos.
Eu notei o fogo em seus olhos verdes, a chama de suas narinas, fazendo com
que o pino no nariz subisse e descesse com cada respiração dela. Seu cabelo
castanho estava puxado para trás em um rabo de cavalo e a camiseta dos Asas
do Demônio que ela usava se esticava sobre uma perceptível barriga de grávida.
Eu sabia quem ela era, claro que eu sabia. Você não ouvia a música que eu ouvia
e não sabia quem Ember Jameson era. E mesmo se você não ouvisse rock, você
saberia quem ela era se você tivesse pego um tabloide qualquer dos últimos três
meses. O fato de que ela estava grávida do bebê de Nik Armstrong tinha sido uma
grande notícia.
Ela passou seu olhar sobre mim da cabeça aos pés. Minhas calças
compridas escondiam a tatuagem da minha perna direita, mas a camisa não
cobria os nós celtas em meus pulsos, e eu tinha certeza de que minha camisa e
sutiã não disfarçavam o fato de que ambos os meus mamilos eram furados.
Ember levou seu tempo na viagem de volta para o meu rosto, e com a cabeça
inclinada para o lado, como se estivesse vendo algo que era particularmente
curioso para ela.
— Layla? — ela questionou. — Sua mãe deve gostar de Eric Clapton? — Dei
de ombros e uma sugestão de um sorriso dançou em seus lábios. — Bem, então,
vamos fazer o melhor da situação.
Eu bufei pela linha da canção e concordei. — Sim, eu nunca ouvi isso
antes... O que você fez com aquela mulher, já agora? Ela quase bateu no
caminhão da mudança.
Ember recuou para me deixar entrar. — Vadia julgadora! Eu disse a ela que,
se ela fosse contratada, ela teria que ser mente aberta. Eu vivo com quatro
roqueiros, pelo amor de Deus. Um deles acorda em uma poça de seu próprio
vômito a maioria das vezes. Ela disse que era desprezível... Ah, e se eu estava
certa de qual deles era o 'papai do bebê’?
Mordi o lábio quando ela realmente fez aspas quando disse: 'papai do bebê’.
Eu poderia ver a mim mesma nessa mulher e acabei de conhecê-la. Senti como se
a conhecesse há anos. — Uau. Eu teria golpeado a cadela.
Um homem se aproximou com uma placa de grampo na mão. Seu cabelo era
curto e gengibre, quando ele sorriu, houve um chip em seu dente esquerdo, e
suas mãos musculosas pareciam mais carne do que mão. — Você é a senhorita
Jameson? — Ele deu-lhe um olhar malicioso de cima a baixo, e eu senti minha
pressão subir. Será que este filho da puta achava que podia olhar para ela assim?
Eu decidi então que iria passar o dia ali, quer conseguisse o emprego ou não.
— Sou eu, sim. — Seu tom era frio, seu corpo tenso.
— Bem, mocinha, nós temos suas coisas para você. Que tal mostrar-nos
onde devemos colocá-las. — Seu tom era completamente sugestivo.
Deixei a porta e caminhei ao lado de Ember. — Que tal fazer a porra do seu
trabalho, em vez de assediar sexualmente a mulher grávida, idiota?
Na verdade, eu senti um pouco da tensão deixar a outra mulher do meu
lado. — Na verdade, eu tenho uma ideia melhor. Que tal eu chamar o seu chefe,
dizer-lhe como você está falando comigo, e verá quanto tempo você pode manter o
seu emprego.
— Uau, e você ainda está no negócio? — Ember piscou os olhos para ele
docemente.
— Sim, senhora. Nós somos o melhor por aqui. — Eu me perguntava por que
ele tinha um sotaque sulista, se ele era o melhor em Los Angeles County. Talvez
ele era o melhor no Alabama ou Georgia de seu profundo sotaque, embora eu
ainda não podia imaginá-lo sendo o melhor em qualquer lugar com o jeito que ele
estava falando e olhando para Ember.
Com dedos trêmulos ele devolveu ao telefone. Seus olhos estavam baixos,
enquanto falava com Ember novamente. — Peço desculpas por falar com você
desse jeito, Senhorita Jameson. Se você puder, por favor, mostre-nos onde você
gostaria que suas coisas fiquem e vamos começar... Se você ainda quer que
façamos o trabalho, minha senhora.
Os olhos verdes de Ember estavam gelados. — Você já está aqui, então você
também pode descarregar. Já defini fotos de tudo do jeito que eu quero que eles
sejam colocados. É bastante autoexplicativo, mas se você tiver uma dúvida,
pergunte. Não assuma nada. Seus merdas não irão embora até que tudo esteja
onde eu quero.
Ember se virou para mim com uma careta. — Obrigada. Eu aprecio sua
ajuda.
Eu dei de ombros. — Eu não fiz muito, mas de nada. Se você não se importa,
mesmo se você decidir que não me quer para o emprego, eu gostaria de ficar até
que eles terminem... ou o seu pessoal chegar em casa.
— Eu realmente aprecio a sua ajuda externa. Não que eu não pudesse ter
lidado com isso, mas comecei a ser um pouco mais cautelosa desde que eu
engravidei. — Ela acariciou a barriga inchada.
Assenti. — Eu entendo. E não foi nada. Aquele cara era um desses idiotas,
mas eu já tive minha cota desse tipo de cara.
— Confie em mim, no negócio de rock, eu tive a minha parte também. — Ela
fez uma careta. — Rich irá realmente pagar por isso... — Ela murmurou baixinho
antes de tomar um gole de sua água. Depois de um momento, Ember balançou a
cabeça como se quisesse livrar-se de seus pensamentos. — Vamos começar a
trabalhar. — Ela estendeu a mão. — Sou Ember Jameson... Mas por favor, me
chame de Emmie.
Eu sorri. — Eu sou uma fã dos Asas do Demônio, então acho que eu entendo
o que você está dizendo.
Eu sabia que as mulheres gostavam disso, haviam crescido com uma mulher
assim. Eu não era assim. Sexo com um roqueiro não era a minha praia. Eu tinha
visto em primeira mão as consequências do que um pernoite com algum roqueiro
bêbado poderia trazer. — Eu não saio com roqueiros, apenas ouço a sua música,
— Eu assegurei a ela.
— Muito sério. Eu acho que vamos trabalhar bem juntas. — Ela pegou um
bloco de notas que eu tinha acabado de notar no balcão ao lado dela. — Vamos
falar dos benefícios. Eu quero contratá-la por fora, o que significa que seu
contrato será por mim e não o normal que a Perfectly Clean exigiria. Eu li as
coisas que eles me mandaram e tive sérios problemas com isso. — Ela deu um
gemido de desgosto. — Agora, este é apenas o rascunho. Eu vou pedir que meu
advogado faça um contrato real, e você pode assiná-lo no final da semana.
— Você vai ter de seguro de saúde, que inclui dental. A visão é opcional, mas
podemos discutir isso mais tarde. Já que você tem as suas irmãs para pensar,
nós podemos colocá-las em seu plano. Isso é com você, mas não pergunte a
minha opinião sobre as crianças sem cuidados de saúde. Podemos vir a brigar
por isso.
Emmie sorriu. — Okay. Mas como eu disse, podemos discutir isso mais
tarde. — Ela rabiscou algo em seu bloco de notas. — Este lugar é enorme, mas
nós também temos uma casa de hóspedes separada. É de apenas um quarto, de
50 metros quadrados. Está completamente equipada com cozinha própria, e eu
gostaria que você se mudasse para lá. Sinto muito, mas eu preciso que você viva
perto de nós. Não fazemos festas nem nada, mas meus rapazes precisam de
limpeza, mais tempo do que o normal no dia.
Ela era de verdade? Ela queria que eu me mudasse? Eu não consegui
responder, estava demasiado chocada. Ela franziu o cenho para o meu contínuo
silêncio. — Eu entendo se você não quiser, pelas suas irmãs. Quero dizer, estes
são roqueiros, e eles vivem uma vida dura. Eu não gostaria que minhas irmãs se
sujeitassem a isso também, mas...
Eu cerrei os dentes, pensando na vida que a minha irmã mais nova teve que
viver até a morte de nossa mãe. Eu nem sabia que Lucy existia até que recebi um
telefonema dos serviços sociais há dois anos. — Minha mãe não era a melhor
mãe.
Ela desviou o olhar, sua mandíbula tensa. — Sim, está bem. Eu entendo
isso. — Sua garganta falhou e ela ficou em silêncio por um longo momento.
Quando ela olhou para mim, seus olhos estavam vidrados. — O quarto tem uma
cama king size, e o sofá na sala de estar é um sofá-cama. Você vai mudar?
— Justo.
Toda a sua expectativa parecia razoável. Emmie queria que eu fizesse o café
da manhã e às vezes preparar o almoço. Eu era responsável pelas compras de
supermercado e haveria uma lista de necessidades/desejos. — Por favor. Quando
você fizer compras para a casa, certifique-se de abastecer a sua própria geladeira,
enquanto você fizer isso. Não se atreva a me deixar saber que você está pagando
pelas compras com dinheiro do seu próprio bolso! Isto é inaceitável.
Ela sorriu. — Ótimo. Nunca discuta comigo sobre isso. Eu odiaria ter de
demiti-la por causa disso.
Ela inclinou a cabeça para o lado como quando nos conhecemos. — Mas isso
não significa que não vamos discutir? — Eu dei de ombros e ela riu. — Ótimo. Eu
não quero um ratinho manso com medo de responder para mim.
Ela estava rabiscando novamente em seu bloco de notas, e então ela rasgou
um canto da página e ofereceu-me. — Esta é uma série semanal. Se, após a
primeira semana, você decidir que não é suficiente... E realmente, eu meio que
esperava que isso acontecesse, então não tenha medo de vir até mim e falar sobre
isso... Podemos rever os números.
Eu não peguei o papel em primeiro lugar. Eu estava curiosa para saber por
que ela diria isso. — Por que eu pensaria que você não está me pagando o
suficiente? — Porra, ela estava me oferecendo um lugar para morar e comida na
minha geladeira. Todas as minhas necessidades pessoais atendidas.
Ela suspirou. — O banheiro do Drake é... Bem, só me prometa que você vai
vir a mim, se ele começar a ser demais, ok? — Ela acenou com a mão para mim.
— Por favor, pegue.
Eu fui o último a entrar na casa. Drake partiu direto para seu quarto,
provavelmente para pegar uma de suas garrafas de Jack Daniels. Shane
murmurou algo sobre uma corrida para limpar sua cabeça, e Nik já estava
gritando para Emmie. — Onde está você? — Ele gritou.
— Eu acho que Rich ainda está me culpando por vocês terem cancelado a
turnê de inverno, — Emmie estava dizendo. — Então... eu sinto muito por ser
uma vadia esta manhã, quando você tinha que ir para o estúdio. Não foi culpa
sua.
— Eu não sei o que dizer. — Nik balançou a cabeça. — Estou sem palavras.
— Não. Que você realmente admite que não foi culpa minha... — De repente,
ele se abaixou e eu fui pego de surpresa quando uma garrafa vazia de água bateu
no meu peito.
Ela se levantou e me ofereceu sua mão. Eu me elevava diante dela, mas isso
não pareceu intimidá-la. Eu ainda consegui um sorriso... Meu Deus, que sorriso!
— É um prazer conhecê-lo, Jesse.
Minha mão engoliu a dela quando eu a peguei. Sua pele era macia e quente
e eu senti uma corrente elétrica através do meu sangue indo direto para o meu
pau no primeiro toque. — O prazer é todo meu, Layla, — eu assegurei a ela.
Maldição, ela era tão bonita.
Porra, eu sabia disso. Um olhar para ela e eu sabia que não ia ser como as
mulheres do meu passado. Eu queria mais do que apenas uma noite com aquela
deusa.
Layla
Uma vez que a mobília estava do jeito que Emmie queria, me foi dada uma
lista de compras de meio metro de comprimento. — Eu sinto muito colocar isso
para você hoje, mas a geladeira está vazia e todos nós ficamos doentes de comer
comida de caixas. — Ela suspirou. — Você sabe como é difícil conseguir comida
chinesa com bacon?
Emmie riu dos meus olhos arregalados. — É coisa de grávida. Eu tenho que
ter bacon em tudo ou não fico feliz. E se eu não estou feliz, esta menina também
não está. — Ela esfregou as mãos carinhosamente sobre sua barriga, algo que eu
tinha notado ela fazendo muito hoje. — Então, é bacon ou nada.
Notei na lista que o bacon foi sublinhado uma meia dúzia de vezes com
pontos de exclamação. O número seis estava ao lado dele. — Uma lista de
compras semanal, é isto?
Levei duas horas para fazer as compras. Quando voltei para a casa de praia,
Emmie estava em seu escritório com a porta fechada. Enquanto eu descarregava
as compras e as arrumava, eu ouvi a voz dela subir de vez em quando, enquanto
ela gritava com quem estava do outro lado da conversa.
Era pouco depois das seis até que ela saiu e me perguntou se eu faria um
sanduíche. Ela parecia tensa e eu não tinha visto ela comer nada o dia todo.
Preocupada, eu retirei os ingredientes para um sanduíche de peru. — Vá se
sentar, Emmie. Você parece abatida. Vou trazer o sanduíche para você. O que
você gostaria de beber?
Ela suspirou cansada, sua energia se esgotando. — Não me importo, — ela
murmurou e voltou para seu escritório.
— Comi uma torrada esta manhã. — Ela fez uma careta. — Eu sei, eu sei.
Eu preciso cuidar melhor de mim mesma. Confie em mim, a garotinha aqui está
demonstrando seu desagrado também.
A maneira como seus olhos verdes brilharam me disse que ela amava a
todos. Gostaria de saber a história por trás deles, mas mantive a minha
curiosidade para mim. Alguém chamou por Emmie de algum lugar, e eu assisti
com fascínio completo como aqueles olhos brilhantes escureciam com algo
parecido com paixão. — Aqui no escritório, — ela disse de volta. — Merda, eu vou
pagar no inferno. Eu tenho que pedir desculpas por esta manhã.
Eu não pude evitar de voltar a rir assim que a porta foi preenchida com a
deliciosa sensualidade de Nikolas Armstrong. — O que é tão engraçado? — Sua
voz era tão sexy como quando ele cantava.
Ela fez uma careta e contou sobre o nosso dia. Aparentemente, Nik não
tinha culpa que teve que ir para o estúdio esta manhã. Rich disse que ele estava
errado, sabendo que Emmie iria ficar presa com a mudança. Vingança pelos Asas
do Demônio terem cancelado sua turnê de inverno.
— Eu não sei o que dizer. — Nik balançou a cabeça. — Estou sem palavras.
— Não. Que você realmente admite que não foi culpa minha... — Emmie
pegou a garrafa cheia de água e jogou-a para ele com um objetivo preciso, que me
impressionou muito. Nik teve o bom senso de se abaixar.
A garrafa atingiu o peito da pura perfeição em homem atrás de Nik, fazendo
com que o homem grunhisse. — Boa jogada, Em. — Ele se curvou para recuperar
a garrafa antes de empurrar Nik, que estava rindo.
Ok, eu tenho que admitir que eu sempre considerei todos os membros dos
Asas do Demônio quentes como o inferno, mas eu sou louca por carecas. Mesmo
com um pouco de cabelo em sua normalmente raspada cabeça, o que me contou
o que eu sempre quis saber - que ele raspava por que ele tinha que raspar, ou por
que ele queria também? Resposta? Por que ele queria!
Eu dei uma desculpa para Emmie e dei o fora dali. Todo o caminho de casa,
eu ficava dizendo a mim mesma que eu teria que ficar longe de Jesse Thornton...
— Malibu. — Eu não sabia como ela iria reagir quando eu dissesse a ela
sobre nós estarmos nos mudando, mas eu tinha que dizer agora. — Minha chefe
tem uma casa de hóspedes e ela quer que eu vá morar lá, porque vou estar de
plantão vinte e quatro horas. Ela sabe que eu tenho vocês para cuidar, e ela disse
que estava tudo bem.
Lana quase engasgou com a comida em sua boca quando engoliu muito
rapidamente. Eu bati em suas costas algumas vezes para ajudá-la a recuperar o
fôlego. Seus olhos lacrimejavam, mas ela foi capaz de bufar um estrangulado, —
O quê?
— Você não precisa. Lucy vai ter que mudar de escola, mas você não. Você
pode usar o meu carro e ir para a escola. Eu não vou precisar dele. — Se seus
olhos ficassem um pouco maiores, eu tinha certeza de que eles iam sair de sua
linda cabeça. E eu não tinha contado a maior novidade ainda!
— Bem, as pessoas para quem eu vou trabalhar são realmente famosas. Eles
precisam de privacidade. Nós não podemos falar sobre isso a ninguém. Então, se
alguém nos perguntar para quem eu trabalho, vocês digam que não sabem. E
vocês não podem trazer amigos.
Lana riu. — Eu não tenho tempo para amigos de qualquer maneira, Layla.
Portanto, isso não vai ser um problema. — Eu era durona sobre estudar, mas ela
queria uma boa educação tanto quanto eu queria para ela.
— Sem chance! — Exclamou Lana. — Sem chance! — Ela não era uma
grande fã do gênero rock como eu era, mas ela sabia exatamente de quem eu
estava falando.
Eu ri. — Sim!
— Eles são demônios? — Perguntou Lucy com medo em seus olhos escuros.
— Eu não acho que quero morar lá, Layla.
Eu senti assim que abri a porta. Era inconfundível, o fedor que vem com
vômito e suor, mas eu tinha um estômago muito forte. Levei uma hora para tirar
o cheiro. Abri a janela do quarto e do banheiro. Limpei o chão do banheiro com
água sanitária e depois passei novamente dois outros produtos de limpeza. Eu
cheirava como os produtos químicos que tinha usado, mas pelo menos o
banheiro já não cheirava a banheiro de homens no clube em que eu costumava a
trabalhar.
Ela jogou o telefone de lado e me fez sinal para entrar. Quando eu cheguei
mais perto, seu nariz se enrugou. — Você cheira como uma fábrica de água
sanitária.
— Sinto muito. Acabei de terminar a limpeza dos banheiros... Ouça eu
preciso falar com você sobre algo.
Seus olhos escureceram. — Eu disse que ia ser ruim, Layla. Apenas me diga
o quanto mais você quer.
Parei, surpresa. — Não. Não, não é isso que eu queria falar. — Ela franziu o
cenho, mas não disse nada, então eu continuei. — Você disse que queria que o
banheiro dele fosse limpo a cada dois dias, mas eu acho que seria melhor para
todos nós, se eu fosse lá todos os dias.
— Ah. — Ela parecia surpresa. — Então você não está exigindo mais
dinheiro?
— Não, claro que não. Eu limpei coisas piores do que esse banheiro. —
Muito, muito pior. — Então está tudo bem?
— Layla, eu te contratei para me ajudar aqui. Isso não significa que você tem
que se preocupar com Drake a esse ponto. — Ela não parecia irritada, apenas
preocupada por mim. — Eu não quero sobrecarregar você.
— Por favor? — Eu não acho que poderia suportar a ideia de Drake ter que
dormir sobre aqueles lençóis todas as noites. Eles tinham sido revirados para
todos os lados e o cheiro de suor e medo deles era bem pior do que o cheiro real
do vômito.
— Eu... — Ela ainda estava franzindo a testa para mim, mas assentiu. —
Okay. Se isso significa tanto, então você tem liberdade no quarto de Drake. Limpe
o que você acha que precisa de limpeza.
Antes que eu pudesse responder, ela pegou o telefone. — Eu disse a você que
eu não quero jantar com você e com aquela vadia, Axton.
Era quase seis horas antes de eu dizer a Emmie que estava indo. Ela estava
na sala de estar com uma tigela de cereal. — Ok, obrigada. Oh, amanhã eu quero
mostrar a você a casa de hóspedes. Eu queria mostrar hoje, mas as coisas
fugiram do controle. Você já falou com suas irmãs sobre isso?
— Não é isso. Eu acho que ela não poderia se importar menos sobre isso. Ela
esta preocupada principalmente com todas as aulas extras que está fazendo. —
Emmie deu um tapinha no assento ao lado dela, e eu sentei na borda. — Ela é
muito inteligente, e eu a incentivo muito. Ela já tem créditos universitários
suficientes de todo as aulas de AP extra para começar a faculdade no segundo
ano. Sua educação é importante para nós duas.
— Contanto que não seja fast food, é perfeito. — Ele esfregou a mão sobre a
barriga inchada amorosamente antes de se concentrar em mim. — Bem, Olá,
linda.
Jesse grunhiu. — Parem com isso, vocês dois. Eu não posso suportar muito
disso antes de querer quebrar o rosto de Nik.
Nik mostrou o dedo para ele, mesmo sem levantar a cabeça. Eu sorri e
peguei minhas chaves da mesa, onde eu tinha deixado antes. — Bem, minha
deixa para sair.
— Você não pode sair. Nós vamos cozinhar lá fora. — Jesse me seguiu para
fora da sala e parou na frente da porta, bloqueando a minha saída. — Eu vou
grelhar carne de vaca. — Ele me deu aquele sorriso arrogante que tinha
literalmente derretido minha calcinha ontem. — Vamos, Layla. Não vá para casa
ainda.
Eu estava tão tentada. Eu queria ficar, e não apenas para testar suas
habilidades loucas com a grelha no pátio. Meu coração estava sentindo tanta dor
por estar perto dele tanto quanto meu corpo estava. Isso por si só aterrorizava a
merda fora de mim. — Talvez uma outra hora. Eu realmente tenho que ir para
casa. — Espere, por que eu tenho que chegar em casa? Ah, sim, as meninas.
— Ligue para elas e peça para virem se juntar a nós. Diga-lhes para pegar
um táxi, e eu pago o motorista quando ele chegar aqui. — Ele deu um passo mais
perto de mim, e minha respiração ficou presa no meu peito. — Você sabe que
quer ficar, — ele sussurrou.
Tentei me manter calma, tentei me lembrar de como respirar, mas ele estava
muito perto, muito sedutor e cheirava muito bem. — Eu... — Eu tinha esquecido
como formar palavras.
Jesse abriu a porta para mim e eu estava relutante em sair. Eu tive que
forçar meus pés para me mover. A viagem inteira de volta para casa eu me senti
quase deprimida.
Era loucura, mas eu me senti deprimido depois que vi Layla sair da garagem
no carro velho. Eu estava pensando nela o dia todo, tinha acordado duro como
uma rocha duas vezes na noite anterior com ela na minha cabeça.
Não queria ir para o estúdio esta manhã, porque eu queria vê-la novamente.
Então, quando chegamos em casa foi para encontrar Shane despindo-a com os
olhos e ela sorrindo para ele como se soubesse disso também. Então, eu posso tê-
lo empurrado um pouco mais forte do que o necessário para levá-lo a manter os
olhos para si mesmo.
Layla Daniels tinha invadido a minha cabeça, e eu não sei porque, mas
estava disposto a explorar as possíveis respostas. Eu a queria com uma dor que
eu nunca tinha sentido antes na minha vida, mas era mais que isso. Eu queria
conhecê-la também, e esse não era eu. Jesse Thornton não se importava em
conhecer mulheres. Tudo o que importava era a sua banda de irmãos e Emmie.
Eu era um canalha desse jeito, mas eles eram tudo o que eu conhecia e tudo que
eu amava. Nada mais importava.
— Você está quieto esta noite, — comentou Emmie depois de engolir uma
grande mordida de um cheeseburger de bacon que eu tinha feito para ela. Eu
estava ficando cansado do cheiro de bacon, mas isso era tudo o que ela queria,
então era isso que ela iria ter, mesmo se eu ficasse com vontade de vomitar com a
ideia de comer mais um pedaço de porco.
Emmie me deu um longo olhar pensativo. Ela conhecia todos nós de dentro
para fora, então eu sabia que ela iria perceber o que havia de errado comigo. E eu
ao mesmo tempo queria falar com ela sobre isso e odiava que ela percebesse
tanta coisa. — Você realmente gosta dela, não é?
Dei de ombros, não querendo falar sobre isso com os outros caras sentados
ali com a gente. A cabeça de Nik subiu ao parar de brincar com algo em seu
telefone. — Quem?
— Então... — Shane tomou outro gole de sua cerveja. — ... Jesse gosta de
Layla. Ela é tão gostosa, cara.
— O quê? — Ele sorriu para ela. — Ela é. Vamos, Em. Me diga você não acha
que ela é gostosa. Diga-me.
— Ela é linda. — Emmie admitiu, — mas vocês precisam mostrar a ela um
pouco de respeito. Eu falo sério. Você não vai falar com ela como você faz com as
suas vadias. E com ela e as irmãs se mudando para cá nesse fim de semana, você
vai se comportar. Entendeu?
— Ela está se mudando para cá? — Essa notícia me surpreendeu. Ela iria
estar aqui, todos os dias? Como eu poderia sobreviver a isso sem poder tocá-la?
— Eu disse a vocês que eu queria uma pessoa que morasse aqui. Com o
bebê chegando eu não posso limpar toda merda como costumo. Ela e suas irmãs
vão ficar na casa de hóspedes. — Ela estreitou os olhos para todos nós. — Lucy
tem apenas seis anos, então por favor, tentem moderar a linguagem perto dela.
Os outros três rapazes gemeram, mas fui rápido em oferecer minha ajuda.
Eu não estava prestes a desperdiçar a oportunidade de passar mais tempo com a
pequena deusa.
Capítulo 6
Layla
Mas não, esse não era o caso. Jesse Thornton estava realmente lá com
Drake Stevenson logo atrás dele parecendo de ressaca. — Bom dia, linda. —
Jesse me cumprimentou com um sorriso e uma avaliação dos meus shorts e do
meu corpo de cima a baixo. Seus olhos pousaram nas minhas pernas um pouco
mais, percebendo a tatuagem em volta da minha perna direita.
Eu não podia evitar o rubor que penetrou em meu rosto, mas me afastei e os
deixei entrar no meu pequeno apartamento. — Eu não estava esperando vocês
para me ajudarem.
— Nem nós, — Drake resmungou quando ele caiu no meu velho sofá gasto.
Jesse sorriu. — O que Drake quer dizer é que ele está aqui sob coação. Esta
é a sua punição por chatear Emmie ontem à noite.
Eu não pude deixar de rir com ele. — Isso não vai ajudar. Depois que o bebê
nascer, ela vai ficar pior. Aceite meu conselho nisso, querido. Pós-parto é pior do
que as mudanças de humor que ela está tendo agora.
Lucy estava parada em cima da cama, ainda meio dormindo. Eu estava feliz
que nós já havíamos embalado a maior parte, mas ainda havia algumas coisas
que eu precisava colocar em caixas. — Ei, Lucy. Vá se apresentar para Jesse e
Drake, — eu disse a ela, e ela desceu da cama devagar para fazer o que eu pedi.
Suas bochechas ainda estavam cor de rosa, mas ela só precisava de mim
para encaixotar algumas coisas de menina para ela. No momento em que voltei
para a sala, Lucy estava no sofá entre Jesse e Drake, conversando animadamente
com eles. Isso me surpreendeu, porque a menina era normalmente reservada em
torno dos homens. Mas lá estava ela, fazendo todos os tipos de perguntas sobre a
nova casa onde ela iria morar.
— Isso é tão incrível! — disse ela agora. — Você vai construir um castelo de
areia comigo, Sr. Drake?
— Amanhã?
Jesse
Eu não sabia que três mulheres teriam tanta coisa. Emmie tinha me mimado
porque ela sempre trazia tão pouco quando viajamos. Mas entre Layla, Lana, e as
roupas de Lucy, e inúmeras outras coisas, a parte traseira do caminhão que eu
tinha alugado para o dia estava bastante cheia.
Eu dirigi o caminhão de volta para Malibu com Layla e suas irmãs seguindo
atrás. Drake, que havia estado meio morto na viagem de ida, estava agora mais
vivo do que eu o tinha visto em... Meses? Anos? Eu não conseguia lembrar
honestamente a última vez que eu tinha visto ele realmente sorrir como eu tinha
visto nessas duas últimas horas. Eu não conseguia dizer se era por causa da
maneira como a pequena Lucy parecia olhar para ele e segui-lo, ou... Mas eu não
ia pensar nisso. Drake nunca - quero dizer, nunca, nunca - tocaria Lana. Se
havia alguém com quem a adolescente estava segura, seria Drake.
Mas eu não conseguia entender como ele parecia à vontade, apesar da dor
de cabeça que ele dizia ter há apenas algumas horas atrás. Era bom vê-lo assim,
porque Drake era tão confuso em sua cabeça na maior parte do tempo.
Quando chegamos à casa de praia, ele pulou do caminhão em movimento e
foi direto ajudar a descarregá-lo. Shane e Nik sairam para ajudar e não demorou
tanto tempo para descarregar, não tanto quanto demorou para carregá-lo. Na
hora em que colocamos todas as suas coisas na casa de hóspedes, já era depois
do meio-dia e estávamos todos com fome e sede.
Eu sabia o que eles viam quando olhavam para Lucy. Eu via exatamente a
mesma coisa. Todos nós vimos Emmie que tinha sido apenas um pouco mais
jovem quando ela se mudou para o trailer ao lado de Nik. Mas havia uma
diferença enorme entre Emmie na época e Lucy agora. Emmie tinha sido
negligenciada, abusada, uma menina perdida que ficou nervosa em aceitar
quatro adolescentes que tinham sidos os primeiros a querer protegê-la. Lucy era
uma menina amada e saudável.
— Deve haver um lugar aqui onde podemos comprar todas as coisas que
precisamos para fazer o castelo de areia perfeito, — Drake disse a Lucy, que
ainda estava mastigando pretzels após as três fatias de pizza de queijo que já
tinha devorado. — Quer ir comigo para procurar?
Senti Layla ficar tensa ao lado de mim. Eu não sei se foi porque ela sentiu
que Lucy estava incomodando Drake, ou se ela estava preocupada com Lucy
estar a sós com o roqueiro. Sem pensar nisso, eu capturei a mão dela e dei-lhe
um aperto tranquilizador. — Isso parece ser uma ideia muito divertida, — eu
concordei antes que alguém pudesse dizer alguma coisa. — Então, Layla pode
conseguir desencaixotar as coisas sem ter que se preocupar com Lucy.
Ela pareceu relaxar um pouco depois disso. Fez o meu peito apertar o fato de
ela aceitar minha opinião de coração e com confiança. Lucy deu a Layla uma
olhada. — Posso ir, Layla? Por favor?
Ela parecia assustada com o pedido dele. Um rubor subiu em seu rosto,
fazendo seu rosto brilhar. Ela lambeu os lábios como fazia quando estava nervosa
e olhou para Layla. — Eu... eu deveria ficar e ajudar Layla a desempacotar a
mudança.
— Se você quer ir, vá. — Layla estava recolhendo o lixo. — Eu posso lidar
com a mudança. — Ela enxotou-os com um sorriso. — Vá. Divirta-se.
Lana já estava de pé antes que sua irmã tivesse acabado de falar. Ela
agarrou a mão livre de Drake e começou a puxá-lo para dentro da casa. O olhar
no rosto do meu amigo era impagável, e pela segunda vez eu me perguntei... mas
não! Drake nunca...
Quando eles desapareceram dentro da casa, eu olhei para Emmie que ainda
estava olhando para onde os três estiveram. Seus olhos estavam arregalados,
mas havia mais admiração do que preocupação naqueles olhos verdes bonitos.
Um sorriso brincava com seus lábios, e eu deixei a minha preocupação
desaparecer. Se Emmie não estava preocupada, então eu não ficaria.
— Obrigada pelo almoço, pessoal. — Layla levou seu lixo, bem como o de
Lana, Lucy, e Drake. Ela se levantou, — E obrigada por nos ajudar com a
mudança hoje, foi divertido.
— Não fuja, — disse a ela. — Fique. Desempacotar pode esperar um pouco
mais. — Eu não queria que ela fosse ainda.
Pensar em Layla em um biquíni fez meu pau contrair. Eu tive que morder
minha bochecha para não gemer alto. — Eu não sei. — Ela parecia tentada e eu
queria tentá-la mais.
— Vamos lá, Em, — Nik disse quando ele se levantou e ajudou Emmie a se
levantar. — Vamos testar seu novo biquíni. Estou pronto para um mergulho na
piscina eu mesmo. Shane, você vai se juntar a nós?
— Nah. Eu estou indo para o Hills. Axton está dando uma festa, e eu acho
que vou cair de cabeça e beber todo o uísque. — Ele se levantou lentamente. —
Vejo você mais tarde, Layla.
Ele deu de ombros. — Depende. Mas não me espere em casa até amanhã de
manhã.
Eu sabia que isso ia acontecer mesmo antes de sair da boca dela. — Não
dirija, Shane. Por favor, não dirija. — Ele parou e se virou para ela. Ela fez
beicinho para ele e Shane era tão otário quanto o resto de nós quando ela fazia
aquele beicinho. Ele a puxou para perto, sua mão indo automaticamente para o
maldito inchaço na barriga dela e acariciando-o. — Eu juro que não vou beber e
dirigir, Em. — Ele beijou sua bochecha.
— Amo você, Shane. — Assim que ele estava fora de vista, ela puxou o
telefone e começou a discar. Nik olhou para mim e revirou os olhos, antes de
segui-la para dentro da casa, enquanto ela reclamava com Axton sobre não deixar
Shane beber e dirigir.
Ela assentiu com a cabeça. — É um pouco velho, mas sim, eu tenho um. —
Eu podia ver a antecipação em seus olhos. Deuses, eu adorava olhar para os
olhos dela! — Mas está um pouco quente para a banheira de hidromassagem.
Acho que vou ficar na piscina.
— Acho que vamos ter que esperar para testá-la depois. — Me levantei e levei
os pratos de papel dela antes que ela pudesse protestar. — Vá se trocar, Layla.
Eu preciso te ver em um biquíni. — Eu estava morrendo de vontade de vê-la em
nada, mas agora um biquíni serviria.
Capítulo 7
Layla
Eu ouvi a música. Não estava alta, apenas o suficiente para fornecer algum
ruído de fundo. Jesse deve ter ligado, porque ele era o único sentado à beira da
piscina. Aparentemente, Nik e Emmie ainda estavam testando o biquíni novo de
Emmie. A percepção de que eu estava sozinha com o roqueiro sexy em nada mais
do que um biquíni deveria ter me deixado nervosa. Realmente, deveria ter, mas
isso não aconteceu.
Ele podia estar tentando manter os olhos de cima de mim, mas eu não tinha
nenhum problema em deixar os meus beberem da visão de seu peito nu e suas
costas. Meus dedos coçaram para realmente traçar todos os ângulos duros de
seus músculos esculpidos. Minha boca estava cheia de saliva de querer correr
minha língua sobre todos os detalhes de suas muitas tatuagens. E essa cabeça!
Porra, eu queria esfregar a cabeça dele para ver se sentia tão bom quanto parecia.
Seu torso pairava para baixo sobre ele e o meu olhar viajou em sua barriga
lisa, eu vi que ele já estava tendo problemas para controlar seu pau. Sem pensar,
eu levantei a minha mão e estava prestes a tocá-lo quando as portas francesas
deslizantes se abriram, e Nik saiu com uma caixa de isopor cheia de cervejas.
Minha mão caiu de volta para o meu lado, meu coração acelerado enquanto
eu tentava controlar meu desejo. Não era inteligente começar algo com Jesse
Thornton. Eu não iria começar nada com Jesse Thornton... Eu realmente queria
começar algo com Jesse Thornton!
— Se você tirar sarro de mim, eu vou chutar você nas bolas, — disse Emmie
quando ela saiu da casa e começou a subir os poucos degraus que subiam do
pátio para a plataforma da piscina. Eu achei que ela estava linda com a barriga
de fora. Seus peitos pareciam cheios e firmes, sua bunda perfeita. Por trás
ninguém sequer percebia que ela estava grávida.
Emmie sorriu para mim. — Obrigada. Eu não tinha certeza se deveria usar
um biquíni, mas então eu percebi que não dou a mínima. — Ela puxou o longo
cabelo ruivo em um rabo de cavalo e se virou. A tatuagem nas costas dela me
chamou a atenção. Eu instantaneamente queria uma igual.
A forma como as asas do demônio pareciam que eram parte dela de verdade,
ao invés de uma tatuagem. Quem quer que tivesse feito o trabalho, era realmente
talentoso. Cada escala era precisa e bem definida, o sombreamento feito de uma
maneira que lhe dava uma aparência 3D. As palavras em estilo Gótico escritas
abaixo, 'Propriedade dos Asas do Demônio’, eram simplesmente lindas.
— Drake projetou, mas não me lembro o cara que a fez. — Ela encolheu os
ombros. — Eu fiz quando eu tinha dezoito anos em Miami.
— Layla, você quer uma cerveja? — Nik perguntou enquanto ele tirou a parte
de cima de uma Corona e me ofereceu.
Mas era muito divertido! Durante a próxima hora, nós nadamos e jogamos
água por aí, e eu não podia me lembrar de me divertir tanto como com esses três.
Era como se tivéssemos sido amigos durante anos. Eu tinha conhecido essas
pessoas em menos de uma semana. Eu trabalhava para eles, mas eles estavam
me tratando como se eu pertencesse a eles. Era outra experiência nova para mim.
Ela sorriu para ele onde seus olhos estavam do nível dos seios dela. — Quem
disse?
— Digo eu, aquele que mais te ama. — Seus braços a envolveram ao redor
da cintura distendida dela. — O que colocou esse anjinho lá dentro. — Ele deu
um beijo em sua barriga e vi Emmie se arrepiar. — Você se lembra de mim, certo?
A pessoa que vai se casar com você quando você decidir que realmente quer se
casar.
— Eu disse que faria, não é? — Ela correu os dedos pelos seus cabelos, e o
momento parecia muito intimo para eu assistir, então me virei.
Jesse estava logo atrás de mim. Eu não tinha ouvido ele nadando perto.
Mesmo com a água fria caindo sobre mim, eu não podia evitar derreter. Sua
proximidade fazia coisas com o meu corpo que nenhum dos três amantes do meu
passado tinha sido capaz de fazer com um toque. A maneira como ele olhava para
mim fazia o ar ficar preso em meus pulmões, e eu tinha que ficar me lembrando
de respirar.
— Mas eu seria amaldiçoado se fizesse isso aqui. — Ele passou a mão sobre
a sua cabeça lisa. Estendendo a mão, a sua capturou a minha e ligou nossos
dedos. Minha pele parecia escaldante daquele inocente contato com a pele dele.
Eu queria que ele me beijasse! Eu estava pronta para que ele me devorasse
com aquela boca dele. Meus dedos curvaram em torno dele, e eu estava me
aproximando dele quando ouvi a risada de Lana quando ela saiu da casa. Ela foi
seguida por Drake, que estava rindo tanto quanto ela, com Lucy na retaguarda.
Eu pulei para trás como se estivesse de pé perto de um fio vivo, o que eu
tinha certeza que estava. Para mim, Jesse era como uma corrente elétrica que
estava pronta para me dar um tiro a qualquer momento. Um que iria me fritar, se
eu me aproximasse, algo que eu estava prestes a fazer.
— Olha, Layla. — Lucy veio correndo até mim com um saco cheio de
brinquedos. Eu vi um bote inflável, boias de natação, e vários outros brinquedos
de piscina. Drake tinha um saco maior que eu só poderia assumir que fossem as
ferramentas para castelo de areia que eles foram buscar, em primeiro lugar. —
Drake disse que já que eu não sei nadar, eu tenho que usar isso se eu quiser
entrar na piscina. Mas ele prometeu que iria me ensinar!
Meu coração se apertou com o quão atencioso Drake era. Eu lhe dei um
sorriso agradecido. — Obrigada, Drake. Isso foi gentil da sua parte.
Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. — Vamos, Lucy. Temos
algumas horas sobrando da luz do dia. Vamos começar aquele castelo.
Deixando o saco comigo ela pulou para longe com ele. Sua mãozinha foi
engolida em sua enorme, enquanto caminhavam em direção à praia, de mãos
dadas. Lana os observou com um olhar de desejo puro no rosto. Eu não sabia se
era porque ela queria brincar com eles também... ou outra coisa. Eu teria que
falar com ela sobre isso mais tarde.
Quando os dois chegaram à praia, Drake olhou para trás, seu rosto franzido
numa expressão que era quase bonita. — Lana, você vem?
Jesse
Demorou uma eternidade para o meu pau se acalmar depois de quase ter
beijado Layla na piscina. O banho frio não ajudou. Masturbar também não tinha
resolvido. Eu queria a pequena deusa a ponto de doer, e eu não estava
acostumado a negar a mim mesmo quando se tratava de coisas que eu queria.
Droga, eu tinha ficado mimado ao longo dos últimos dez anos!
Domingo eu tentei ficar longe dela. Eu disse a mim mesmo que eu estava
deixando que ela se instalasse, que eu não queria atrapalhá-la. Na realidade eu
estava assustado. Eu tinha certeza de que me preocupava com ela, e isso era
terrível. Como eu poderia ter sentimentos por uma mulher que tinha acabado de
conhecer? Como foi que ela estava constantemente em minha mente enquanto eu
estava acordado? Por que ela estava assombrando meus sonhos enquanto eu
dormia?
— Jesse!
— Aqui, Em, — Eu chamei de volta assim que ela apareceu na porta da sala
de estar. Ela franziu a testa para mim, preocupação em seus olhos verdes. —
Você está bem?
Ela ainda parecia preocupada. — O jantar está pronto. Você está com fome?
— Meu estômago roncou alto o suficiente para ela ouvir, e sua expressão
preocupada aliviou em um pequeno sorriso. — Vou tomar isso como um sim.
Vamos lá, eu fiz bolo de carne.
— Não com bacon. — Eu não acho que poderia lidar com bacon hoje a noite.
Layla. Apenas o som de seu nome fazia meu pau se contrair, e eu tomei meu
tempo saboreando o resto do meu rolo e mais dois. Conversas foram acontecendo
ao meu redor e eu tentei acompanhar, mas eu estava muito consumido com
pensamentos de Layla para prestar muita atenção ao que estava sendo dito.
— Você sabe que eu vou. — Eu empurrei meu prato e peguei minha cerveja
mal tocada. — A que horas precisamos sair, querida?
— Nah, cara. Estou bem. — Eu não estava com disposição para mais
cerveja. Ao invés disso, eu puxei uma lata de coca-cola na geladeira e a abri. O
refrigerante açucarado me acordou, pelo menos por hora, e eu segui Nik para o
pátio onde Emmie já estava enrolada em uma das espreguiçadeiras olhando para
o céu cheio de estrelas.
Estava frio lá fora e Nik espalhou um cobertor fino sobre ambos quando ele
se sentou ao lado dela e a puxou para mais perto. Eu me inclinei na minha
cadeira e fechei os olhos, apreciando o som das ondas quebrando na praia. Shane
saiu resmungando algo sobre uma corrida, mas ninguém se preocupou em dizer
qualquer coisa enquanto ele se dirigia para a praia.
Drake estava rindo - um som tão feliz que ele tinha que vir de sua própria
alma.
Quando a risada foi seguida por um riso muito feminino, meus pelos se
arrepiaram e eu olhei para Emmie que tinha se endireitado na espreguiçadeira.
Nossos olhos se encontraram. Os meus estavam preenchidos com uma mistura
de emoções. Eu sabia quem estava rindo, e não era Layla cuja risada ia direto
para o meu pau. Eu sabia que Lana estava segura com Drake. Nós todos
sabíamos. Mas Drake estava seguro com Lana?
Eu fiquei de pé, precisando ver o que os dois estavam fazendo. Eu tinha que
saber o que estava deixando Drake tão feliz. Da borda do pátio, virei minha
cabeça para olhar para o pequeno pátio que separava a casa principal da casa de
hóspedes. Havia duas dúzias de pequenas velas espalhadas sobre um lençol que
eles haviam jogado no chão. Na luz fraca, Drake estava desenhando algo em um
de seus muitos cadernos enquanto Lana sentava em frente a ele e apenas sorria
para ele.
Dei um passo para trás antes que eles pudessem me ver, meu coração na
garganta. Oh merda! Eu não sabia o que sentir logo em seguida, mas esta enorme
sensação maravilhosa corria através de mim. Drake nunca e eu digo NUNCA,
compartilhou suas habilidades artísticas com ninguém. Ele só as usava para
pintar o que ele tirava de seus pesadelos. O fato de que ele estava desenhando
Lana, que era uma menina obscenamente linda com essa risadinha, não era nada
menos que um milagre.
— Ele não está bebendo! — Eu sussurrei e olhei para Emmie e Nik. — Ele
está desenhando com ela e ele não está com uma garrafa com ele.
Ambos se sentaram com aquela notícia. Os dois compartilharam um longo
olhar e sorriram lentamente. Enquanto eu os olhava, um sorriso se espalhou pelo
meu próprio rosto. Talvez Lana fosse a coisa que Drake precisava. Eu não iria
entrar em cena. Não agora. Até que Drake me desse um motivo para duvidar dele,
eu não iria a lugar nenhum perto daqueles dois.
Capítulo 8
Layla
Ok, o meu coração ficou doente quando ele não veio me procurar. Eu queria
estar perto dele, mesmo que por apenas um minuto. Eu estava tão confusa que
eu não sabia o que fazer sobre isso. Meu desejo por ele era diferente de qualquer
coisa que eu havia experimentado antes em minha vida.
Eu não forcei o assunto, apesar de tudo. Iria apenas assistir Lana e Drake e
ter certeza de que minha irmã não estava indo mais fundo do que ela podia
suportar. Eu não queria Lana se apaixonando por um roqueiro. Eu não queria me
apaixonar por um roqueiro...
Na segunda-feira, eu tive que sair uma hora antes, para que eu pudesse
situar Lucy na escola local. Quando voltei, me apressei a cumprir a rotina no
andar de cima. Eu aspirei os corredores e escadas, e em seguida, rapidamente
tomei conta do quarto de Drake.
Os cobertores estavam jogados por todo o lugar, mas não cheirava como
normalmente. Havia ainda o distinto cheiro de medo nos lençóis, mas não como
eu havia me acostumado durante a semana passada. Quando cheguei no
banheiro, fiquei maravilhada com o quão limpo ainda estava. Havia um leve odor
de vômito, mas não o fedor avassalador que eu tinha limpado manhã após manhã
na semana anterior.
Por volta das dez, Lucy estava na cama e Lana entrou. Eu não tinha dito
nada quando ela reuniu todas as nossas velas e um lençol velho e desapareceu lá
fora. O som de sua risada e das gargalhadas profundas de Drake tinha sido
realmente emocionante, mas eu ainda me preocupava. Quando Lana me deu o
sorriso mais brilhante que já vi vindo dela, eu só lhe dei boa noite e me preparei
para dormir no sofá-cama na sala, quando ela entrou no quarto que ela dividia
com Lucy.
Eu adormeci, orgulhosa de mim mesma por não ter pensado em Jesse
durante o dia todo... só para sonhar com ele!
Usei o polegar para pressionar para baixo o topo do meu clitóris enquanto eu
enfiava dois dedos em meu sexo molhado. Mordi o lábio para não gemer de puro
prazer, quando senti meus músculos internos começarem a apertar e
convulsionar. Quando eu consegui respirar novamente, eu chupei os dedos na
minha boca, imaginando que era o pau de Jesse, enquanto estava lambendo o
meu suco direto de seu pau grosso. Quando meus dedos estavam livres da minha
excitação, eu me levantei para começar o dia.
Lana estava saindo do banho quando entrei no banheiro. Seu cabelo estava
pingando por todo o lugar, e ela enrolou uma toalha em torno dele antes de pegar
outra para envolver seu lindo corpo. Ela não era tatuada ou perfurada como eu
era. Ela tinha a pele virgem, e eu queria mantê-la assim, mas ela já tinha
começado a insinuar fazer uma em seu aniversário daqui a algumas semanas.
Eu lavei minhas mãos. — Claro. Mas eu não tenho nenhum dinheiro. Basta
usar meu cartão de crédito na bomba, ok? — Separei meu cabelo em um rabo de
cavalo e puxei para trás em um coque bagunçado antes de alcançar a minha
escova de dente.
Lana puxou o cabelo úmido para fora da camisa e se virou para mim. — Eu
quero jantar com Drake na sexta à noite. Ele me pediu para ir a este pequeno
lugar grego que ele acha que eu gostaria. Eu prometo que não vou ficar fora até
tarde.
— Lana, ele está na casa dos trinta. — Eu a lembrei com a minha boca cheia
de pasta. — E ele é um roqueiro.
Ela suspirou. — Ele não é como aqueles caras com quem a mãe brincou,
Layla. Sim, eu tenho certeza que ele viveu uma vida difícil, mas tem algo nele
que... — ela balançou a cabeça. — Eu não sei o que é, Layla. Eu sinto que há
uma corda invisível que me puxa para ele.
— Lana...
— Não. Por favor, apenas ouça. Eu gosto dele. Mas agora nós somos apenas
amigos. Ele não está pronto para qualquer coisa mais... — Eu abri minha boca
para perguntar como ela sabia disso quando ela continuou. — Nós não falamos
sobre isso, se é isso que você quer saber. Eu apenas sinto. Ele é assombrado por
algo de seu passado e até que ele esteja pronto para enfrentar, ele não vai estar
pronto para mim. Então, por favor, confie em mim. Ok? Eu quero ser amiga dele.
Fechei minha boca, meus dentes mordendo meu lábio inferior, enquanto eu
tentava não engolir a bagunça na minha boca. Eu confiava em Lana. Ela era uma
boa menina, com uma boa cabeça em seus ombros, e em poucas semanas ela iria
ter dezoito anos, uma adulta. Eu tinha que confiar que ela sabia o que estava
fazendo e seria capaz de lidar com os erros que podiam acontecer ao longo do
caminho.
— Ok, Lana. Eu confio em você para saber o que é melhor para si mesma. Só
tome cuidado, ok? E lembre-se que ele ainda é um roqueiro. Isso não vai mudar.
***
Depois de colocar Lucy no ônibus, eu fui para a casa. Os caras já tinham ido
embora, eu tinha os ouvido sair logo após Lana se afastar. Eu relaxei sabendo
que além de Emmie, que ainda estava dormindo ou trabalhando em seu
escritório, eu estava sozinha na casa.
A primeira coisa que fiz foi tomar conta do quarto de Drake. Seus lençóis
não estavam tão amarrotados esta manhã, mas ainda havia o cheiro de medo e
suor, então eu troquei os lençóis e joguei o edredom na máquina de lavar antes
de cuidar do banheiro.
Eu fritei o bacon fino e crocante, do jeito que ela gostava, e alguns ovos
mexidos enquanto o pão torrava. Eu estava colocando os ovos em um prato
quando ouvi passos entrarem na cozinha atrás de mim. — Ei, pequena mamãe.
Está com fome? — Eu perguntei sem me virar.
— Morrendo de fome.
Meu Deus! Ele parecia algo vindo de uma fantasia sombria. Claro, eu tinha
visto seu peito quando estávamos nadando no sábado, mas isso não quer dizer
que eu fosse ficar menos afetada agora. Era um peito largo e musculoso com um
coração negro em seu peitoral esquerdo. Esse abdome tinha todos os ângulos
duros e sulcos profundos. Um pequeno rastro de cabelo escuro se arrastava de
seu umbigo para baixo em sua barriga lisa e desaparecia em sua calça jeans...
— Em tem uma consulta médica e eu era o único livre para ir. — Ouvi seus
passos quando ele deu a volta no balcão. Meu já acelerado ritmo cardíaco ficou
louco quando eu pude senti-lo parar logo atrás de mim. Eu podia sentir o calor
irradiando de seu corpo grande. — Posso me juntar a vocês no café da manhã?
— Claro. Apenas me deixe fazer mais alguns ovos. — Peguei a caixa de ovos
com uma mão que tremia.
Era estúpido. Era uma loucura... mas eu nunca tinha sido inteligente ou
sensata. Pelo menos foi o que eu disse a mim mesma enquanto me aproximava.
Ele se elevava sobre mim, mas eu pensei que nos encaixávamos perfeitamente
um contra o outro. Sua ereção pressionada contra minha barriga, meus seios
contra o seu peito nos lugares certos. Eu podia ver o pulso batendo na base de
sua garganta, e sofri com a vontade de chupá-lo.
— Você é tão bonita, — ele rosnou, com a cabeça fazendo um mergulho lento
em direção a minha, como se estivesse me dando tempo para reconsiderar deixá-
lo me beijar.
O primeiro contato de seus lábios nos meus foi suave e gentil, mas não
menos inebriante. Seu lábio inferior era mais cheio do que o seu superior, e antes
que eu pudesse pensar sobre isso, eu me agarrei a ele, sugando-o em minha boca
para ter o sabor completo dele. Era como uma droga, tinha um gosto doce e
viciante de um homem apaixonado. Grandes dedos agarraram meu rabo de
cavalo, segurando a minha cabeça enquanto ele explorava a minha boca com a
língua.
Uma grande mão esfregou meus quadris vestidos de calça jeans e me puxou
para seu corpo duro. Sua ereção pulsava contra o meu estômago, me fazendo
queimar por ele. Eu coloquei minha cabeça em seu peito, amando o som da
batida de coração fora do controle. Combinava com a minha própria e me fez
perceber que eu não era a única a lutar para controlar essa coisa que estava
acontecendo entre nós.
Isso poderia ser um problema, porque eu tinha certeza de que queria que ele
me seduzisse. Lambi meus lábios. — Eu... eu não posso hoje à noite. — Eu
sussurrei, arrependimento nublando minha voz. — Lucy tem escola de manhã e
eu... Eu quero, mas...
— Shh... Sh. — Ele beijou a minha outra bochecha, apenas tocando com
seus lábios úmidos e quentes a minha pele macia. — Ok, não esta noite. Sábado
então. Jantar. Talvez alguns drinques no bar que tem música ao vivo?
Outro beijo, esse na ponta do meu nariz. — Eu mal posso esperar. — Então,
ele deu um passo para trás, sua mão se movendo para sua virilha para se ajeitar.
Eu observei descaradamente enquanto ele o colocava em uma posição mais
confortável. Foda-me!
— Isso seria ótimo, Layla. — Ele estava me observando, e eu tive que lutar
contra a minha vontade de me virar e olhar para ele enquanto fazia os seus ovos
mexidos. Quando comecei a colocar um pouco de bacon em seu prato, ele me
parou. — Não, por favor não. Eu não posso tolerar bacon.
Ela deu de ombros, empurrando mais uma tira em sua boca. — O bebê quer,
o bebê vai ter.
Jesse
Eu acordei do jeito que eu tinha acordado nas últimas manhãs. Com uma
ereção que estava à beira da dor e minha mão trabalhando nisso enquanto a
lembrança do sonho ainda brilhava sob minhas pálpebras fechadas.
Layla de joelhos enquanto ela chupava meu pau. Seu cabelo enrolado em
minhas mãos enquanto eu empurrava em sua boca quente e maravilhosa. Ela
engoliu metade de mim, eu podia sentir a parte de trás de sua garganta enquanto
eu deslizava para baixo - a maldita garota não tinha reflexo de vômito! Eu apertei
o meu pau duro e puxei o saco embaixo, tentando fazer com que o prazer
durasse, enquanto eu o batia em uma velocidade que deveria ter deixado meu
pau em chamas.
Agora que ela estava grávida, com não menos do que o filho do meu melhor
amigo, me senti um pouco pervertido em ver suas partes femininas.
— O que eles vão fazer? — Eu perguntei, sem saber o que esperar.
Emmie fez uma cara azeda. — Oh, nada. Eles só irão colocar os dedos lá
dentro e ver se eu estou dilatada ou algo assim.
— Doutor Chesterfield.
O médico estava lavando suas mãos agora, mas ele se virou para encará-la
enquanto ele enxugava. — A cabeça do bebê já está grande. Vai ser um bebê
grande, Emmie. E você não é exatamente feita para trazer uma criança assim.
As lágrimas vieram tão de repente que eu não tive tempo para me preparar
para o impacto enquanto esfregava as mãos sobre sua barriga. — Eu tinha me
acostumado com a ideia de empurrá-la para fora. Agora você está dizendo que eu
tenho que ser cortada? — Ela passou a mão sobre o rosto. — Eu odeio isso, — ela
sussurrou, e eu a puxei contra meu peito.
Emmie ficou quieta durante toda a viagem de carro. Quando o celular dela
tocou, ela só o desligou e o atirou dentro da bolsa. Eu dirigi com uma mão no
volante e a outra segurando uma dela. Ela se agarrava a mim como se disso
dependesse a sua vida, e eu não podia culpá-la, porque eu a estava segurando
tão firme quanto.
Meu telefone tocou quando eu estava entrando na garagem de casa. Eu olhei
para baixo para ver o rosto de Nik na tela e o alcancei assim que o carro estava
estacionado. — Venha para casa, — eu disse, sem me preocupar com
cumprimentos. — Emmie está bem, mas apenas venha para casa.
Eu passei a mão no meu rosto e na cabeça. — Ela está bem, Nik. Só está
chateada.
— Ela está bem também. Apenas se apresse, Nik, — eu disse a ele e terminei
a chamada. Virei-me no meu lugar para encontrar Emmie apenas olhando para
fora da janela na casa de praia. Estendi a mão para o queixo dela e suavemente
virei seu rosto para mim. — Não é tão ruim assim, — eu assegurei a ela. — As
mulheres fazem cesarianas o tempo todo, querida.
Ela me deu um pequeno sorriso. — Eu acho que elas fazem. — Ela suspirou.
— Isso é simplesmente muito difícil de processar, sabe?
O que significava que o bebê estava chegando mais cedo do que o esperado!
Eu saí e ajudei Emmie a sair do carro. Ela segurou minha mão e entramos
na casa. Sentou-se na ponta mais longa do sofá e me ofereci para levar para ela
um pouco de água gelada. Ela apenas deu de ombros e eu corri para fazê-lo, para
fazer qualquer coisa para me sentir útil agora mesmo!
Layla estava na cozinha quando eu entrei. Ela estava guardando pratos e me
ofereceu um sorriso tímido quando entrei no cômodo. O sorriso evaporou quando
viu meu rosto pálido.
Eu nunca tinha visto Emmie se apegar assim com outra mulher antes. Era
doloroso vê-la chorando, mas eu estava feliz que era Layla quem estava
segurando-a, sussurrando palavras suaves para ela enquanto ela tirava tudo
para fora de seu sistema. Emmie nunca teve uma amiga que pudesse ajudá-la em
coisas femininas como esta. Mesmo que os caras e eu movêssemos montanhas
por ela, nós nunca seriamos capaz de acalmá-la como Layla fazia agora.
— Vamos pegar o seu computador e conferir alguns sites, — disse Layla. Ela
olhou para mim, e me deu um sorriso tranquilizador, e estendeu a mão para o
copo de água que eu tinha agarrado com força na minha mão. Era incrível que eu
não tivesse quebrado o vidro do jeito que eu estava segurando. Seus dedos
demoraram apenas um minuto a mais do que o necessário na minha mão, mas
naquele momento eu senti um pouco da minha tensão diminuir. — Que tal pegar
o laptop de Emmie para nós? — Ela murmurou.
A coisa toda levou apenas minutos. Quando acabou, havia outro bebê
gritando. Aparentemente, a mulher estava carregando gêmeos. A enfermeira
pegou o bebê do médico, envolveu-o em um cobertor, e mostrou para a mãe.
— O que você acha? — Layla ousou perguntar depois que o vídeo tinha
acabado.
A porta da frente se abriu e fechou. Imaginei que Nik tinha que ter quebrado
todas as leis de trânsito do estado para chegar em casa tão rapidamente. Era
apenas um pouco mais de uma hora de carro do estúdio com o trânsito. Nik tinha
feito em metade disso. — Bebê? — Ele gritou, em tom frenético.
Ele caiu de joelhos em frente dela, seu cabelo parecendo como um louco, o
rosto pálido e seus olhos inchados. — Porra, Em. Me diga o que está
acontecendo? — Sua voz estava cheia de emoção. — Eu estou enlouquecendo...
Layla ficou de pé, e eu a segui para fora da sala enquanto Emmie contou a
Nik sobre a visita ao médico. Ela olhou para mim por cima do ombro enquanto
caminhava em direção à cozinha. — Você parece estar precisando de uma bebida,
— Ela murmurou baixinho.
Se eu achava que o beijo aquela manhã foi quente, não era nada comparado
a ter Jesse me pressionando contra a parede do lado de fora da cozinha, sentindo
seu peito contra as minhas costas, seu confortável pau contra a minha bunda.
Meus seios pressionados contra a parede, enquanto os meus mamilos se
levantavam com cada respiração.
Eu fiquei lá por um longo tempo, tentando fazer com que o meu corpo
parasse de tremer. Meu Deus, esse homem me fazia pulsar, sem sequer tentar!
Meu corpo inteiro era uma batida enorme, e meu coração estava tentando sair do
meu peito de tão forte que estava batendo.
Com as pernas tremendo, eu fui para o banheiro no térreo e joguei água fria
no meu rosto e passei os pulsos sob a corrente de água um pouco gelada. Eu não
olhei para mim mesma no espelho, muito assustada com o que eu poderia
encontrar em meus olhos, muito covarde para admitir que eu tinha sentimentos
pelo roqueiro que iam além da luxúria.
Sexta-feira chegou cedo demais para mim. Eu observei Lana enquanto ela
procurava por todo o seu guarda-roupa e, finalmente encontrava algo para vestir.
Uma saia preta simples com uma camisa branca e suéter preto de manga curta
que só tinha dois botões. Ela estava linda como sempre, mas quando ela
terminou a maquiagem, eu encontrei uma versão muito mais velha da minha
irmãzinha olhando de volta para mim. Eu odiava, mas eu mantive minha boca
fechada enquanto observava Drake levá-la embora para o seu jantar em algum
restaurante grego que Lana ia amar.
Tentei não olhar para o relógio toda a noite. Eu não tinha dado a Lana um
toque de recolher, mas eu esperava que ela seria responsável o suficiente para
saber quando era hora de encerrar a noite. Lucy tentou me manter distraída.
Jogamos alguns de seus jogos de tabuleiro, e eu a deixei me enganar a maioria do
tempo. Nós colorimos até que ela ficou com sono, e então a coloquei na cama com
apenas uma história, em vez de três como era normalmente.
Sua pergunta me surpreendeu. — Eu não sei, Lucy. Por que você pergunta?
Ela suspirou. — Porque eu gosto dele. Eu quero que ela gosta dele também.
Drake é realmente incrível. — Mordi o lábio para não sorrir. Lucy não dava um
elogio tão alto para qualquer um, e ‘incrível’ era tão bom quanto o possível para
ela.
— Ele é legal, — eu concordei. — Eu acho que Lana e Drake vão ser grandes
amigos.
— Você acha que ele vai se casar com ela? — Ela parecia entusiasmada com
a perspectiva.
Meu estômago se apertou com medo. — Eu não acho que isso vai acontecer,
querida. Lana precisa ir para a faculdade. Ela precisa encontrar a si mesma antes
que ela possa lidar com algo assim... — Eu parei, não querendo discutir algo tão
pesado com a minha irmã de seis anos. — Vá dormir agora, Lucy. Você pode
perguntar a Lana tudo sobre sua noite de manhã. — Eu dei um beijo na testa
dela e fiz a minha fuga.
Limpei a garganta para chamar sua atenção, e ela olhou para mim sentada
no sofá. Um sorriso dividiu seu lindo rosto, e era tão contagiante que eu não pude
deixar de sorrir de volta. — Correu tudo bem?
Ela praticamente flutuou para o sofá e caiu ao lado de mim. Ela arrancou os
saltos que tinha emprestado de mim e colocou seus pés em meu colo, enquanto
se inclinou para trás com um suspiro. — Foi maravilhoso. Ele tem esse jeito de
fazer todos menos eu parecer insignificante. Havia três meninas no restaurante
tentando chamar a atenção dele, mas ele manteve os olhos somente em mim. Nós
conversamos sobre tudo e sobre nada, assim como sempre fazemos. Então ele me
levou para este pequeno parque, e apenas ficamos nos balanços para sempre. Eu
não queria voltar para casa, Lana, mas ele disse que não queria me trazer
problemas...
A notícia de que ele estava sendo tão responsável fez minha tensão sobre
eles... aliviar um pouco. Não era como se eu fosse superar esses sentimentos
durante a noite. Eu queria as coisas melhores para Lana na vida do que uma
estrela de rock. Eu queria que ela fosse para a faculdade, viver um pouco, sem ter
que se preocupar com qualquer outra coisa. Eu queria que ela tivesse as coisas, e
as chances que eu nunca tive. Não era tentar viver através dela, era querer uma
vida melhor para ela do que o que eu tinha na sua idade.
Eu não tinha ideia de como ajudá-la com isso. Drake, tanto quanto eu
poderia dizer, nunca tinha sido de fazer alarde sobre qualquer coisa. Todas as
fotos que eu já tinha visto dele nos tabloides haviam o mostrado em jeans velho
esfarrapado e camisetas. Ele nunca tinha uma mulher pendurada no braço, a
menos que você contasse com Emmie, o que eu não fiz. Talvez ele comprando
coisas para Lana fosse a única maneira que ele soubesse como fazê-la ver que ele
se preocupava com ela, mas posso estar errada.
— Faça o que você tem que fazer, Lana. Quando ele tentar comprar algo,
insista que você não quer. — Eu segurei sua mão e dei-lhe um pequeno aperto. —
Estou feliz que você tenha tido um bom passeio, querida. Agora vá para o
chuveiro e para a cama. Podemos falar na parte da manhã.
Jesse
Emmie estava muito mais calma depois de sua conversa com Layla.
Ninguém queria ir para o estúdio na quarta-feira, mas ela insistiu. De alguma
forma, nós conseguimos passar o dia sem enlouquecer e realmente terminamos
duas novas músicas.
Passei o dia com a minha mente dividida entre me preocupar com Emmie e
como ela estava lidando com a notícia de que ela ia ter que fazer uma cesariana, e
sonhando com Layla. No momento em que cheguei em casa naquela noite, eu
estava ansioso para vê-las.
Emmie estava ficando mais angustiada com essa nova situação onde o bebê
era a fonte de sua preocupação. Ela e Nik tinham conversado bastante na noite
anterior e eu acho que Nik estava mais preocupado com isso do que Em estava
agora. O pobre rapaz estava distante a maior parte do dia, falhando notas,
esquecendo palavras que ele próprio escreveu. Eu senti pena dele. Se me estava
incomodando tanto, eu só podia imaginar como ele estava se sentindo. Em era
tudo para ele, e o bebê era algo que ele tinha ficado obcecado por todo o verão.
Sua felicidade dependia de ambos.
Não me entenda mal. Eu estava feliz por meu amigo. Uma vez que Lana
tinha aparecido, Drake tinha abrandado na bebida. Ele não tinha
constantemente uma garrafa na mão. Ele quase não bebia uma cerveja no jantar
todas as noites. Então eu iria ouvi-lo em seu quarto no meio da noite,
tropeçando, ouvir os seus gemidos enquanto ele lutava com seus pesadelos
quando ele finalmente adormecia. Assim como eu o ouvi vomitar todas as
manhãs. Algo que não fazia parte de sua ressaca, mas do resultado de seus
pesadelos...
Sexta-feira, ele não tinha ido jantar com a gente. Emmie disse que ele iria
sair com Lana, e eu me perguntei se isso era uma boa ideia. Mas Emmie parecia
emocionada sobre isso, e eu confiava em seu julgamento, então não disse nada.
Estávamos todos ainda acordados quando Drake voltou para casa. Não era
tarde, pouco depois das onze. Fiquei aliviado quando ele entrou na casa. O olhar
em seu rosto me assustou, entretanto. Ele realmente estava cantarolando e eu
nunca o tinha visto sorrir tão livremente durante todo o tempo que eu tinha
conhecido o cara. Mesmo eu admitia que Drake, como o irmão, era um filho da
puta sexy, mas quando sorria, ele brilhava de dentro para fora de uma forma que
quase o deixava bonito.
Ele riu e puxou-a para baixo no final do sofá com ele. — Foi só um jantar,
Em.
— Talvez mais tarde. — Ele beijou o topo de sua cabeça, e ela se aconchegou
mais perto dele com um pouco de beicinho. — Não, querida. Eu não posso agora.
— Amanhã?
Ele revirou os olhos para ela, mas ainda estava sorrindo. — Amanhã.
— Você tem mais folgas na semana que vem, bebezão, — Nik resmungou. —
Então pare de reclamar.
Eu mostrei o dedo para ele. — Não é minha culpa que eu sou tão bom no
que faço que acerto o ritmo logo na primeira vez. — Pisquei para Emmie. — Boa
noite, querida.
Eu tive o dia todo para mim. Era algo que nunca acontecia, mas eu não iria
reclamar sobre isso. Passei a manhã em frente a televisão, assistindo pura
porcaria. Eram coisas que iam apodrecer minha mente, mas eu amei cada
segundo. Depois de um pequeno almoço de cereal e uma bagel, tomei um longo
banho de imersão na banheira e depois lavei meu cabelo.
Lana e Lucy chegaram em casa de seu dia com Drake logo depois das quatro
horas. Lucy entrou correndo na casa de hóspedes cheia de energia e muito
animada. Ela já estava me contando sobre seu dia, quando Lana invadiu o quarto
e fechou a porta atrás dela. Olhei para a porta da frente para ver Drake olhando
atrás dela, com os braços carregados de sacos de roupas e brinquedos.
— Tudo bem. — Ela suspirou. — Não grite com Drake. Não é culpa dele que
Lana é tão podre.
Eu lhe dei um olhar que lhe disse para manter a calma e fui até a porta,
onde Drake largou os sacos no chão. — Como foi seu dia? — Eu perguntei.
Sua mandíbula se esticou e ele finalmente voltou seu olhar para a porta do
quarto fechada para mim. Aqueles olhos azuis cinzentos eram lindos, a maneira
como eles estavam vidrados e cheios de emoções tempestuosas, mesmo quando
ele estava chateado. — Sua irmã é tão teimosa! — Ele me informou. Como se eu
já não soubesse disso! Ha!
Eu não pude deixar de sorrir. — Tenho certeza de que não foi tão ruim
assim.
— Ela não queria que eu comprasse nada para ela. Nada! Nem uma coisa
pequena. Então, quando eu os comprei de qualquer jeito, ela saiu da loja e me
deixou lá com a pobre Lucy. Ela se recusou a falar comigo o resto da tarde... —
Ele passou a mão pelos cabelos longos e puxou as raízes. — Ela está me deixando
f... uh... maluco!
Meus olhos ficaram enormes quando vi que eles eram de uma boutique
exclusiva em Rodeo Drive. Eu podia imaginar o dinheiro que ele tinha gastado lá.
Deixando Lucy na sala de estar com um filme de desenho animado, eu levei as
coisas novas de Lana para o quarto. Ela estava deitada na cama king size
olhando para o teto.
— Drake disse que vai ligar mais tarde, — eu disse a ela enquanto eu
deixava cair os sacos em cima da cama e comecei a bisbilhotar dentro deles.
Tirei calça jeans de grife, tops feitos de seda ao invés de algodão, e dois
vestidos que me fizeram querer chorar de tão bonitos. Havia duas caixas de
sapato: uma com saltos que eram de morrer em um vermelho paixão, e outra com
botas que apenas pediam para ser usados por mim... Ok, talvez não por mim,
mas se Lana achava que eu não iria emprestá-los, ela teria que pensar de novo!
— Eu disse a ele que não queria nada, — Lana murmurou. — Ele disse que
só queria que eu experimentasse algumas coisas, e eu não tinha que levá-las se
não quisesse. Então, eu experimentei. Foi muito divertido. Mas, em seguida, a
menina de vendas continuou a trazer mais, e ele continuou a adicionar mais e
mais coisas na pilha. Eu não queria. Eu não queria! Mas ele me escutou? Não! —
Ela deu um soco na cama ao lado dela. — Eu não quero seu fodido dinheiro. Eu
não quero o que ele pode me comprar. Eu só quero passar um tempo com ele!
— Oh, cale a boca Layla, — Ela resmungou. — Você diz isso o tempo todo.
— Não comece de novo! — Lana se sentou, olhando para mim agora, ao invés
do teto. — Eu não sou melhor do que você. Ninguém é melhor do que você, Layla.
Você é a melhor pessoa do mundo ao meu ver. Não me importo sobre o seu
passado ou o que você teve que fazer para sobreviver quando a mãe a expulsou.
Eu te amo!
— Eu fui embora. Ele ainda comprou as roupas. Quando ele e Lucy saíram
da loja, ele nos levou para uma outra que era apenas para crianças e comprou
para Lucy muitas roupas e uma meia dúzia de bichos de pelúcia. — Ela balançou
a cabeça novamente. — E ele ficou com raiva de mim por estar zangada com ele.
Sério? Ele é como uma criança às vezes! Trinta e um anos de idade e ele parece
mais criança do que a Lucy! Fez beicinho porque eu não queria falar com ele.
Murmurando para si mesmo...
— Oh, Lana! Você tem o homem na palma da sua mão... — Eu ri quando ela
olhou para mim. — Ele gosta de você. E eu posso ver que ele se preocupa com
você. Dê um tempo para o cara. Ele não sabe sobre como você cresceu. Ele não
entende a sua mentalidade quando se trata de coisas como esta. Mas eu disse a
ele que você não é como a maioria das meninas. Quando ele ligar, fale com ele.
Conte para ele por que você não gosta de presentes, bebê.
Eu soltei um longo suspiro. — Nem sempre é fácil, Lana, mas você lida com
isso da maneira que você achar melhor. Até lá, eu vou pedir essas botas
maravilhosas emprestadas para usar esta noite.
Emmie me acordou por volta das duas. Eu não estava esperando o copo de
água fria, mas eu acho que mereci. Era a maneira mais fácil de me acordar.
Dormia muito e apreciava cada segundo do sono, mas tente me acordar e vão ser
uns bons trinta minutos a menos que você tente me afogar.
— Ele pode estar amarrado à beira da piscina com sua própria camisa. —
Ela deu de ombros como se não fosse grande coisa. — Mas é culpa dele. Ele
convidou o maldito Axton e a vadia para virem hoje à noite.
Eu fiz uma careta, com pena do meu amigo idiota, e ainda assim eu não
poderia deixar de me divertir. Nik ia pagar por muito tempo, se já não estivesse
pagando. Emmie e Gabriella Moreitti se davam tão bem quanto uma cobra-rei e
uma fuinha, ou seja, de jeito nenhum. Eu ainda não tinha descoberto quem era a
cobra e quem era a fuinha, mas eu estava inclinado a dizer que Emmie era a
fuinha. Ela poderia detonar Gabriella se quisesse.
— Então, eles estão aqui? É por isso que você me acordou? — Olhei para o
relógio. Passava um pouco das duas e meia, e eu ainda tinha algumas horas
antes de meu encontro com Layla.
Eu sorri. — E Drake? Você não podia tê-lo acordado para lhe fazer
companhia?
Seus olhos verdes brilhavam de alegria. — Ele saiu. Pegou a SUV. Ele me
surpreendeu muito, mas ele acordou antes de mim. Ele deixou um bilhete
dizendo que estava levando Lana e Lucy para fazer compras e que voltaria mais
tarde esta noite. — Ela bateu palmas de alegria.
Era uma coisa tão não-Emmie de se fazer que me fez rir. — Estou muito feliz
por ele.
Que Drake acordou cedo já era uma surpresa em si. Que ele estava fazendo
compras com as duas meninas, um milagre. O homem não fazia compras...
nunca. Duvido que ele sequer tivesse tocado em algum dinheiro do que ele tinha
ganhado ao longo dos últimos dez anos. Emmie comprava as roupas para ele
quando ela achava que ele tinha gasto as que ele tinha, comprava seus itens
pessoais, até mesmo seus preservativos. Fiquei contente por Drake, realmente, e
emocionado que ele parecia tão feliz com Lana por perto. Mas...
— Eu sempre soube que quando Drake encontrasse a garota certa, ele iria
mudar de vez. — Ela suspirou, esfregando suavemente a mão na barriga de bola
de basquete dela. — Eu vou admitir que não estava esperando que ela fosse tão
jovem. Mas eu não vou reclamar deste presente, Jesse. Além disso, está no inicio.
Nós nem sequer sabemos se ela é o que ele precisa. Por agora, estou feliz que ele
esteja feliz.
Eu esfreguei a mão no meu rosto, sentindo a barba por fazer que precisava
ser raspada antes de pegar Layla. — Em... Sobre Layla... — Eu precisava de sua
aprovação. Era estranho, na verdade. Eu não deveria precisar da opinião de
ninguém sobre quem eu namorava, mas a opinião de Emmie era a única que
importava para mim. Se eu não a conseguisse, não acho que iria me impedir de ir
atrás de Layla, não com o quão forte eu me sentia em relação a ela. Mas faria a
coisa toda parecer mal de alguma forma.
Ela deu outro suspiro. — Eu gosto dela de verdade, Jess. Por favor, não a
machuque. Ok? Quero dizer, eu posso ver que há algo entre vocês dois. E se eu
tivesse que escolher, você sabe que sempre será minha primeira opção, mas ela
se tornou minha amiga, e eu não quero perder isso. Basta ter cuidado.
Emmie mostrou a língua para ele quando caiu ao lado de mim e afagou
perto. — Veja. Eu disse que ele estaria do meu lado. — Com seu estômago
apertado contra o meu lado, ela deitou a cabeça no meu peito. — É melhor me
tratar melhor, senhor.
— Você sabe que eu te amo, Nikolas Armstrong, — disse ela, mas voltou a
me abraçar mais perto. — Pena que você não me mostrou que me ama hoje.
Assim que suas mãos estavam livres, ele ergueu Emmie em seus braços.
Seus olhos azuis estavam mais escuros do que eu jamais tinha visto. Raiva e
mágoa pareciam derramar dele. — Eu acho que nós precisamos ter uma longa
conversa, Ember.
Eu sabia que ele não iria machucá-la, mas eu tinha que segui-los para
dentro. Ele não tinha ido muito longe. Eu parei do lado de fora da sala onde Nik
tinha a colocado na ponta mais longa do sofá e ficou olhando para ela. Suas
mãos passando por seu cabelo, fazendo-o parecer um pouco louco.
Emmie suspirou. — Claro que sim. Olha, eu sinto muito. Foi apenas uma
piada.
— Bem, não faça piada com isso! Eu te amo, bebê. Você é tudo para mim. Se
você não acredita em mim, então me diga agora para que eu possa consertar. —
Ele caiu de joelhos na frente dela. — Me diga, Em.
Layla
Deixei Lana e Lucy na frente da televisão com uma grande pizza de queijo.
Lana ainda estava presa entre fazer beicinho e olhar para o espaço. Eu esperava
que ela e Drake conseguissem resolver o problema antes que eu chegasse em
casa. Claro, Lana estava exagerando um pouco sobre Drake comprar as coisas,
mas sua vida foi cheia de homens que a nossa mãe desfilava diante dela, todos
tentando conquistá-la com coisas caras para que eles pudessem se aproximar de
Lydia...
Foi o que aconteceu. Foi por isso que minha mãe tinha me expulsado
quando eu fiz dezesseis anos. Um de seus namorados tinha tomado um gosto
doentio por mim, e uma noite ele tentou subir na cama comigo. Quando eu tinha
acordado com um homem de quarenta anos de idade nu ao meu lado, eu me
apavorei. Eu gritei até todos na casa acordarem. Minha mãe tinha visto a cena –
eu só com minha camisola, o namorado dela nu e em cima da minha cama e
ficou doida. Ela me puxou para fora da minha cama e me arrastou para fora da
casa. Eu não tinha certeza do que havia acontecido com o namorado, mas eu
sabia que Lydia tinha considerado que a coisa toda foi minha culpa. Ela era
insegura sobre sua idade, odiava que ela estava ficando mais velha e que iria
perder os jovens de aparência fresca que sempre serviram de base para ajudar a
encontrar um coroa – ou estrelas do rock, para pagar suas contas por ela. Não
tinha importância para ela que eu tivesse apenas dezesseis anos. Tudo o que
importava era que eu era mais bonita do que ela e, portanto, a concorrência.
Se ela não tivesse morrido, eu tinha certeza que ela teria terminado
expulsando Lana também. Lana, que era muito mais bonita do que eu, teria sido
um sério problema para Lydia com sua autoestima.
Às sete, houve uma batida na porta da frente, e meu coração pulou para a
garganta. Era uma loucura o quanto eu estava nervosa. Não era como se este
fosse o meu primeiro encontro ou qualquer coisa do tipo. Tive namorados no
passado e até pensei que estava apaixonada uma vez ou duas, mas isso era
diferente. Jesse era diferente.
Quando eu abri a porta, a visão dele tirou meu fôlego. Vestido com calça
jeans, uma camisa que se estendia através daquele peito enorme e botas de
motociclista, ele fazia minha noção de sexy ser multiplicada por dez. Foda-se o
encontro! Eu queria puxá-lo para a cama mais próxima e devorá-lo inteiro.
Seus olhos mudaram de cor assim que ele me viu, mais escuro e animalesco
enquanto ele arrastou seu olhar do alto da minha cabeça até os dedos dos pés.
Eu tinha deixado meu cabelo para baixo, com as extremidades apenas um pouco
enroladas para adicionar algum volume. Minha maquiagem não era nada de
especial, exceto que eu tinha prestado atenção extra para os olhos, dando-lhes
um pouco de sombra cinza e azul metálico. Seus olhos pararam
momentaneamente nos meus peitos, obviamente gostando do jeito que meu top
se agarrava em meus seios. Os jeans skinny que eu usava eram um par de Lana,
e eles se apertavam em meus quadris. As botas que Drake tinha comprado
finalizavam o meu visual, e eu quase podia ver as fantasias que Jesse estava
tendo em seus olhos, me imaginando com nada, exceto essas botas.
Ele passou a mão sobre a boca, levando tempo enquanto seus olhos faziam a
viagem de volta para o meu rosto. — Você está me matando, bebê.
Eu nunca tinha tido alguém para abrir a porta do carro para mim, e eu
realmente não estava esperando isso do grande roqueiro, mas ele me
surpreendeu quando fez exatamente isso. Passando para pegar a SUV, ele abriu a
porta e não me deixou até que eu estivesse sentada no banco do passageiro.
Quando ele fechou a porta, outro veículo parou ao lado do Escalade.
Jesse cumprimentou o casal que saiu do carro, mas não parou enquanto se
posicionava atrás do volante do Escalade. Eu peguei um vislumbre de longos
cabelos negros de uma mulher mais baixa do que eu era e as tatuagens nos
braços do homem enquanto subiam os degraus da porta da frente. Pela primeira
vez, notei quem era... — Aquele era Axton Cage?
Jesse olhou para a casa de praia quando a porta se abriu e Nik apareceu. —
É... Você quer conhecê-lo? Nós temos tempo.
Ele tinha gosto de pasta de dente com algo mais potente sobrepondo o sabor
de menta. Esse algo foi direto para a minha cabeça, e eu fiquei viciada
imediatamente nele. Um pequeno gemido escapou da minha boca, e eu segurei
seus ombros, minhas unhas afundando em sua carne através do material de sua
camisa.
O beijo prosseguiu. Ele poderia ter durado horas e eu não teria sido capaz de
me satisfazer. Quando ele finalmente levantou a cabeça, foi porque precisava
respirar. Ele encostou a testa na minha, seus dedos se enredaram no meu cabelo
para me manter perto. — Sério, Layla. Você está me matando aqui, bebê.
Ficamos ali por alguns minutos. Foi reconfortante o modo como seus dedos,
ainda enrolados no meu cabelo, massageavam meu couro cabeludo enquanto
acalmávamos nossa respiração. Quando ele levantou a cabeça, seus olhos tinham
mudado de cor novamente. Eles não estavam tão escuros quanto tinham estado
há apenas alguns minutos atrás, mas eles não estavam do marrom normal. Ele
deu um beijo na minha testa antes de se virar no banco e estender a mão para
ligar o SUV.
Eu lhe disse que queria um hambúrguer, e ele apenas piscou para mim. —
Sério?
Mesmo eu só tendo comido metade, esse ainda foi o melhor hambúrguer que
eu já comi. Não sabia se era por causa da comida ou por causa da companhia
que eu tinha gostado. Jesse me manteve rindo durante a refeição me contando
todo o tipo de coisas hilariantes sobre ele e a banda ao longo dos anos, e sentia
meu coração leve quando chegou a hora de ele pagar a conta.
Ele se levantou e pegou minha mão assim que eu estava de pé. Parecia certo
quando ele entrelaçou os dedos e me puxou para perto quando saímos do
restaurante. O estacionamento estava cheio de carros com mais deles chegando e
saindo. Estava escuro agora, e havia apenas algumas luzes da rua para nos guiar
para o Escalade, mas eu não estava com medo, não havia ninguém no mundo
estúpido o suficiente para mexer com Jesse. Isso me fazia me sentir segura,
porque ele era tão grande e parecia quase assustador na iluminação fraca.
Ele abriu a porta do passageiro para mim, mas quando eu fui entrar na
grande SUV, ele me parou com uma mão firme na minha cintura. Com muita boa
vontade, eu derreti em seus braços enquanto a cabeça abaixava e pegava minha
boca. Meus braços serpentearam em torno de seus ombros para que eu pudesse
segurá-lo enquanto eu puxava meu corpo para cima o suficiente para sentir seu
pênis bem onde eu mais precisava dele.
Eu já estava molhada e dolorida por este homem. Seus beijos me deixavam
fraca nos joelhos, e eu senti como se eu estivesse me desfazendo a cada segundo
que passava, enquanto sua boca me torturava com o sabor viciante dele. Ele
gemeu baixo quando me mexi de forma que seu pênis ficasse pressionado contra
minha buceta. — Porra, Layla, — ele murmurou, seus lábios se arrastando para
baixo do meu pescoço e mordiscando meu ombro. — Por que assim que seus
lábios me tocam, eu já fico pronto para gozar em meus jeans?
— Eu quero ter você aqui. — Ele chupou no local onde havia beliscado,
fazendo um pouco de sangue subir à superfície. — Mas eu não vou... — Eu
choraminguei em protesto. Eu não sou uma garota que faz sexo em público, mas
eu estava disposta a fazer uma exceção por este homem! — Eu lhe prometi um
encontro, e a noite é uma criança, bebê. — Ele levantou a cabeça e os olhos
escuros capturaram os meus. — Mas depois...
Jesse
— Vamos tomar algumas doses. Você está bem sobre isso? — Ela assentiu
com a cabeça em concordância. Felizmente, dois caras estavam deixando suas
cadeiras no bar quando nos aproximamos, e eu levantei Layla em uma antes de
acenar para o garçom.
Um homem magro com uma longa barbicha levantou uma sobrancelha para
mim quando ele parou na frente de nós. — O que você quer Layla? Jack Daniels
ou Patron?
Mas essa não era como ia ser a primeira vez que fizéssemos amor. Iria ser
em uma cama, e eu ia levar meu próprio ritmo com ela. Não haveria pressa, não
com Layla. Ela era diferente de qualquer outra mulher que tinha esquentado
minha cama. Eu sentia em meus ossos quando eu olhava para ela.
O calor da tequila me distraiu o suficiente para deixar meu pau sob controle
naquele momento, e fiz sinal para o garçom trazer mais duas doses. Layla me deu
um sorriso malicioso quando ela tomou a segunda dose, sem se preocupar com o
limão desta vez. Eu dei um beijo em seus lábios apenas para sentir o sabor dela e
descobrir que ela era muito mais inebriante do que o licor.
Grandes olhos cor de chocolate piscaram para mim enquanto eu me afastava
um pouco. — Não é justo, estrela do rock.
Ficamos ali tomando nossas doses por um longo tempo. O bar estava ficando
muito lotado. Todas as fases da vida estavam presentes: jovens universitários,
alguns ciclistas, góticos, e Emos. Eu não me sentia fora do lugar como os
mauricinhos que estavam amontoados na parte de trás de uma mesa. Todo
mundo deu-lhes um amplo espaço, porque eles eram barulhentos e estavam
começando a ficar desagradáveis.
Layla, que agora estava bebendo uma Vodka e Cranberry, ficou de frente
para mim. Eu mantive um braço ao redor da cintura dela, precisando tocá-la em
todos os momentos. Não foi porque eu senti que ela não estava segura, eu só
precisava do contato. Quando a banda começou a introdução, ela apertou a
bunda na minha virilha, e minha mente ficou completamente em branco por um
minuto inteiro.
Em volta de nós as pessoas estavam enlouquecendo com a banda, e eu
finalmente saí da névoa do meu desejo. Dei um beijo sob a orelha de Layla. —
Cuidado, bebê. Alguma coisa, além disso, e eu não vou ser capaz de sair daqui.
Tudo somado, era uma grande banda para ver em um bar, mas não tinha
tudo o que eu tenho certeza de que Rich estava procurando. E eu tinha sérias
dúvidas se Nik iria concordar em deixá-los abrir para nós se Rich realmente
quisesse assinar com eles. Se Rich os trouxesse a bordo, teria de haver algumas
mudanças importantes dentro da própria banda.
Ainda assim, eles eram legais de se ouvir esta noite. E Layla parecia estar se
divertindo enquanto eles continuaram a tocar algumas músicas realmente boas
de rock. O licor tinha a deixado solta, e ela estava dançando na minha frente
agora. Com seu cabelo chicoteando em torno dela e como ela movia seu corpinho
sexy tão provocante, lutei comigo mesmo para não levá-la para fora do bar logo
ali.
Mas eu não era o único a desfrutar da dança de Layla. Vários caras ao nosso
redor tinham virado as suas atenções da banda para ela enquanto ela se movia
com a batida. Mesmo quando meu pau reagia a ela, minha raiva ferveu quando
um cara da mesa de mauricinhos ousou se aproximar dela.
Eu tinha perdido meu aperto em sua cintura há algumas canções atrás para
lhe dar rédea solta para dançar livremente. Ela se movia a alguns metros de
distância de mim, e eu estava bem com isso. Mas agora o mauricinho com a
camiseta polo rosa e gel no cabelo estava se aproveitando da distância entre nós.
Talvez não tivesse me incomodado tanto se não ela não tivesse tentando
fugir do idiota, mas ela o estava empurrando contra seu peito e ele não queria
deixá-la ir. Ok, não foi só por causa disso. Layla era minha. E ninguém,
absolutamente ninguém, tocava o que era meu!
Dando dois passos para a frente e eu já estava ao lado de Layla. Ela olhou
para mim com alívio... Até que ela viu o fogo em meus olhos. — Jesse... — ela
começou, mas eu não dei tempo de terminar a frase quando avancei entre ela e o
mauricinho.
O cara era um babaca - do tipo que não fazia nada exceto se preocupar com
o quão bom ele parecia. Ele provavelmente passava horas na academia para
conseguir músculos, gastava centena de dólares em seu cabelo um pouco
espetado. Suas roupas eram da Hollister, e eu tinha quase certeza de que ele era
o tipo de cara que pensava que ele podia ter qualquer coisa e tudo entregue a ele
em apenas um estalar de dedos.
— O que foi cara? — O cara gritou para mim, dando um passo para trás
quando fiquei entre ele e Layla. — Estou dançando aqui.
Nossa luta tinha chamado a atenção de todos, e até mesmo a banda parou
de tocar agora. Eu ouvi alguém gritar meu nome: — Esse é Jesse Thornton! —
Mas eu ignorei enquanto eu pendurava o cara que eu ainda segurava e me
curvava para socá-lo no rosto.
Ela endureceu quando viu o cara se aproximar. — Oh. Ei, Kyle... — Ela lhe
deu um pequeno sorriso apertado. Sua reação me fez dar uma olhada mais de
perto no segurança. Tinha por volta de um metro e oitenta, com alguns músculos
bem definidos, ele tinha uma falha em um de seus dentes da frente e uma cicatriz
bem acima do olho esquerdo.
Ele não era muito de se olhar, mas do jeito que ele estava olhando para
Layla me fez pensar que ele a tinha visto sem suas roupas. Esse pensamento só
me fez dar um passo ameaçador em direção ao rapaz. Os braços de Layla estavam
de volta em minha cintura e me pararam. — Não, — ela sussurrou. — Se acalme.
— Está tudo bem, Layla, — Kyle disse ela. — Este pessoal tem causado
problemas durante a noite toda. Você e Thornton podem voltar a desfrutar da sua
noite. — Eles estavam empurrando os mauricinhos pela porta. — Foi bom vê-la.
Me ligue algum dia.
Eu a puxei para mais perto, enterrando meu rosto em seu cabelo enquanto
eu tentava acalmar minha raiva completamente. Eu não tinha entrado em uma
briga fazia um longo tempo, mas eu nunca tinha disputado uma garota antes. Eu
não era do tipo ciumento, pelo menos não normalmente, mas não havia nada de
normal sobre o que eu sentia por Layla.
Ela me segurou até a raiva vazar do meu corpo, seus dedos traçando
padrões suaves nas minhas costas sob a minha camisa. Seu perfume doce
encheu o meu nariz, e meu corpo ficou tenso por outra razão também. — E outra
bebida? — Ela ofereceu.
— Sim, acho que nós precisamos de uma. — Eu beijei seus lábios rápido e
duro, em seguida, puxei-a em direção ao bar.
Capítulo 11
Layla
Ele franziu a testa para mim. — Porque diabos você sente muito? — Ele
perguntou. — Eu que deveria estar me desculpando. Eu arruinei nosso primeiro
encontro.
— Não. Eu não deveria ter dançado assim. — Eu deveria saber melhor, mas
eu estava me divertindo tanto e a música era muito boa. Eu me sentia segura
sabendo que Jesse estava bem atrás de mim, e eu queria dançar só para ele, pois
eu sentia seus olhos ardendo nas minhas contas enquanto eu me movia com a
música. Eu tinha me deixado levar e atraí mais atenção do que queria.
— Layla, você pode dançar do jeito que quiser, sempre que quiser. Esse
idiota estava apenas procurando por problemas. Todo mundo neste lugar sabia
que você estava comigo. Ele estava bêbado e achando que era o dono do mundo,
incluindo de você. Eu não deveria ter deixado ele me abalar, mas não ia deixar
falar de você daquele jeito. — Ele pegou a minha mão e levou aos seus lábios. —
Não vamos deixar que ele e seus amigos arruínem o resto da nossa noite. Ok,
bebê?
Quando nossas cervejas acabaram, ele me puxou para frente dele, assim
minhas costas encostavam-se a seu peito. Com seus braços musculosos
enrolados em torno da minha cintura, eu virei minha cabeça sorrindo para ele
por cima do meu ombro quando eu senti sua ereção se contraindo contra a
minha bunda. Ele enterrou o nariz no meu cabelo, e eu puxei meu cabelo sobre
meu ombro direito para que ele pudesse beijar meu pescoço.
Eu fiz beicinho para ele. — Eu não quero ir para casa. — Eu não estava
pronta para dizer-lhe boa noite. Eu queria... Foda-se, eu queria tantas coisas! E
não poderíamos fazer nenhuma delas se ele me levasse para casa. Não havia
nenhuma maneira de eu ter relações sexuais com ele na casa de hóspedes, não
quando as minhas irmãs estavam lá, e eu não acho que eu poderia olhar para
mim mesma de manhã, se ele me levasse para a casa de praia. Eu não queria que
todos soubessem como eu soava enquanto estivesse desmoronando por este
homem.
Quando ele estava atrás do volante, ele não hesitou em puxar para fora no
tráfego e de seguir em direção a Beverly Hills, ao invés de Malibu. Eu não
questionei para onde estávamos indo. Nenhum de nós falou quando ele pegou
minha mão e entrelaçou nossos dedos enquanto ele dirigia pelas ruas escuras de
Los Angeles. Esse contato me manteve a ponto de derreter completamente. Minha
calcinha estava encharcada. O meu piercing esfregando contra o material do meu
sutiã, mantendo-me perto de um estado quase ofegante. Se eu tivesse apenas
cruzado minhas pernas do jeito certo eu teria gozado sem mesmo precisar dele
me tocar.
Algum tempo depois, ele parou na frente do portão fechado de uma mansão
e digitou o código para que o portão abrisse automaticamente. Momentos depois,
ele estava estacionando na frente de uma casa dez vezes maior do que a casa da
praia. Eu fiz uma careta para a casa de tamanho monstruoso. — Jesse, quem
vive aqui?
— Um amigo meu. Ele está fora do país agora. — Ele me alcançou, seus
dedos enroscando no meu cabelo e me puxando para perto. — Quero fazer amor
com você, Layla. Não em um quarto de hotel... e não no meu quarto na casa de
praia. Não na primeira vez. — Seus lábios roçaram os meus com ternura. — Diga
não e eu vou levar você para casa. A escolha é sua... mas eu estou rezando para
que você não diga não.
Ele sabia qual era a minha resposta. Ele sabia desde terça-feira, quando me
convidou para sair esta noite. Eu o queria muito para dizer não. — Seu amigo
não vai se importar de estarmos aqui, enquanto ele está fora?
— Não. Eu nunca fiz isso antes, mas eu sempre tive um convite aberto. Tom
é legal com isso. — Ele tirou as chaves da ignição e levantou uma chave que
tinha uma caveira na base. — Quando chegamos a LA mais de dez anos atrás,
ficamos com Tom por um tempo. Ele é como o pai que nenhum de nós teve, mas
nunca diga isso a ele. Ele tem essa coisa ao ser chamado de pai.
Eu sorri para ele. — Meus lábios estão selados. — Ele deu um beijo rápido e
duro em meus lábios e em seguida saiu. Antes que eu pudesse sequer pensar em
sair do carro, ele estava do meu lado abrindo a minha porta. Jesse me puxou
para fora, e nós praticamente subimos correndo a escada até a casa.
Na luz fraca, ele parecia mais um animal do que um homem, e foi a coisa
mais sexy que eu já vi. Seus músculos flexionando a cada movimento que ele deu
em direção a mim, e eu me encontrei ofegante com a necessidade desesperada
por ele. — Eu nunca estive tão excitada em toda a minha vida, — disse a ele
calmamente. — E você nem sequer me tocou ainda.
Ele parou quando ele estava entre as minhas coxas abertas. — Estou muito
excitado, Layla. A primeira vez pode não ser perfeita. Mas eu juro por Deus, que
eu vou te compensar depois.
Chupei sua língua, mantendo-a refém enquanto eu tinha minha cota dele.
Mas foi um erro. Eu não acho que eu poderia obter o suficiente de gosto deste
homem. Eu mal percebi quando seus dedos puxaram as alças do meu sutiã, eu
estava perdida em nosso beijo. O ar frio acariciou meus mamilos já duros quando
eles ficaram expostos, fazendo os pulsar contra seu peito pressionado contra o
meu. Eu deixei minhas unhas arranharem sobre sua cabeça lisa, amando a
sensação de sua pele macia sob meus dedos.
Senti ele sorrir contra a minha clavícula. — Não... Eu já te disse que você é a
coisa mais linda que eu já vi? — Ele levantou a cabeça, o sorriso desapareceu. —
Porque você é, Layla.
Meu coração derreteu em meu peito enquanto eu olhava para ele através dos
meus cílios. — Eu não achava que você era do tipo romântico, estrela do rock.
— Há uma primeira vez para tudo, bebé. — Ele piscou enquanto alcançava o
fecho do meu sutiã e o desabotoava com quase nenhum movimento de seus
dedos.
Meu sutiã caiu para frente, me deixando nua da cintura para cima. Seus
olhos já escuros viraram quase pretos quando ele viu os pequenos aros em cada
um dos meus mamilos. — Porra, isso é quente, — ele murmurou.
Quando ele apenas continuou a olhar para mim, comendo meus seios com
os olhos enquanto eu ansiava por seu toque, eu coloquei um dos meus seios na
minha mão. Meus dedos puxaram o pequeno aro de prata, e eu gritei de prazer.
— Toque-me, Jesse, — Eu choraminguei quando peguei o meu outro seio,
oferecendo a ele.
Mas ele sacudiu a cabeça. — Estou prestes a gozar no meu jeans, querida.
Se eu te tocar, vou me envergonhar.
Sua honestidade era a minha perdição. Cheguei entre nós e cuidadosamente
desfiz o botão de sua calça e abri sua braguilha. — Layla... — Ele começou a
protestar, mas eu me inclinei e rocei um beijo rápido e suave em seus lábios.
Quando ele estava completamente nu, exposto diante de mim, eu tive que
parar por um momento e apreciar a gloriosa visão que era Jesse Thornton. Seus
olhos, ainda capazes de me fascinar com as suas cores sempre em mudança,
eram ainda mais escuros agora e eu me perguntava quão escuro que seria
quando ele gozasse para mim. Havia uma pequena tatuagem do lado esquerdo de
seu peito, sobre seu coração. Eu não tinha pensado muito nisso antes, mas agora
que eu pude inspecioná-la, vi que ela dizia: 'Emmie' em delicada letra cursiva. —
Ela é uma garota especial, — eu sussurrei quando eu dei um beijo em cima do
nome.
Meu olhar moveu-se rapidamente de seu peito, para baixo, para seu
abdômen definido e, finalmente, mais para baixo...
Nunca antes pensei que uma genitália masculina era bonita, mas este
homem era a perfeição. Ela levantava a partir de sua virilha com orgulho, e eu
tive que fechar meus punhos para não estender a mão e tocá-lo
instantaneamente. Ele era longo, mais longo do que já tinha visto e grosso. Eu
duvidava que conseguisse circundar seu eixo inchado sem ambas as minhas
mãos. Por um minuto eu fiquei nervosa, porque eu sabia que não seria fácil
tomá-lo pela primeira vez.
Enquanto eu continuava olhando seu pau, com as veias pulsando uma gota
de seu líquido deslizou pela sua cabeça. Eu não conseguia mais ficar sentada lá e
não toca-lo. Eu envolvi sua base com as minhas duas mãos. Era seda derramada
sobre aço quente. Ela estava molhada com a sua pré-ejaculação. Eu o masturbei
até que tivesse mais líquido de sua pré-ejaculação e abaixei minha cabeça para
lamber a evidência de sua necessidade por mim.
Jesse ficou ainda mais tenso debaixo de mim. Suas mãos apertando o
edredom. — Você está fodidamente me matando! — Ele gritou.
Minha língua girou em torno da sua cabeça. Uma vez. Duas vezes. A terceira
vez eu o levei tão longe quanto pude em minha boca e gemi quando ele bateu no
fundo da minha garganta. Seu gosto estourou na minha língua me fazendo gemer
com o delicioso sabor almiscarado. Sua ampla circunferência esticou minha boca,
e eu tive que tomar um segundo para pegar o ritmo perfeito para que eu fosse
capaz de respirar pelo nariz.
— Foda-se, — ele gritou e eu senti o primeiro jato de sêmen, uma vez que
jorrou na minha garganta. Segurei o pau com as duas mãos, acariciando-o
através de seu orgasmo enquanto eu engolia cada gota de seu sêmen. — Oh,
foda-se! — Ele gritou de novo e tentou puxar minha cabeça, mas eu era
gananciosa e queria até a última gota que ele poderia me dar.
Quando eu tinha engolido até a última, eu ainda o chupava. Ele não tinha
ficado mole e eu estava encantada com a sua capacidade de ir de novo.
Eu chutei as botas, que saíram voando em algum lugar pelo quarto. Quando
o cinto foi desfeito, eu me arranquei para fora da calça, levando a calcinha junto.
Eu estava encharcada. O cheiro de minha excitação me batendo tão logo as
minhas calças caíram. Jesse gemeu, voltando-se para o lado e apoiando a cabeça
em sua mão para que ele pudesse olhar para mim.
— Você tem um cheiro incrível. — Ele rosnou colocando sua mão livre no
meu sexo. Seu polegar deslizou em meu clitóris. — Você está pingando para mim.
Ele não me fez esperar. Jesse levantou-se ficando de joelhos e moveu-se para
entre as minhas coxas abertas. Seu pênis, ainda úmido da minha boca balançava
para trás e para frente com cada movimento e eu me vi querendo saboreá-lo
novamente. Todos os pensamentos sobre o seu pênis desapareceram quando ele
abriu os lábios do meu sexo para dar uma olhada melhor no meu clitóris.
Eu não ia sobreviver a esta noite! Eu tinha certeza disso. Quando sua língua
tocou meu clitóris, arqueei minhas costas para fora da cama, e eu pensei que eu
ia quebrar em duas, pela força por trás do prazer. Mãos fortes agarraram meus
quadris, segurando-me enquanto ele chupava meu clitóris com sua boca, fazendo
pequenos estalos cada vez que deixava-o ir e depois sugando-o para dentro.
— Ah. Ah. Ah. — Eu joguei minha cabeça de um lado para o outro, enquanto
eu tentava pressionar meu sexo com mais força em sua boca. — Por favor! Ah!
Outro dedo se juntou ao primeiro e ele empurrou-os dentro e fora forte, mas
não tão rápido como eu tanto precisava. — Vou fazer você gozar tão forte, bebê, —
Jesse prometeu. — Você tem um gosto tão doce.
Murmurando uma maldição, ele estendeu a mão para seu jeans e puxou a
carteira do bolso de trás. Seus dedos estavam realmente tremendo quando ele
rasgou a embalagem da camisinha e rolou sobre a sua ponta grossa. Ele
pressionou a cabeça de seu pau contra meu sexo ainda tremendo, e eu senti um
momento de excitação nervosa quando ele lentamente entrou em mim.
Ele era tão grosso que esticou os meus músculos internos. Eu nunca me
senti tão completa. Queimava, mas não havia nenhuma dor real. Quando ele
estava no meio do caminho, teve que parar o suor escorrendo na sua testa e lábio
superior. — Caralho, você é tão fodidamente apertada.
— Ah, merda! — Ele fechou seus olhos, balançando suavemente para trás e
para frente até que ele estivesse completamente em mim. — Bebê, eu sou um
desastre! Eu vou destruir sua bela boceta. Eu não consigo parar.
Esse foi todo o incentivo que ele precisava. Jesse juntou minhas coxas e
empurrou para trás até que meus joelhos tocaram meu peito. Nossos olhares se
encontraram quando ele começou a me foder. Rápido, duro, e o melhor que eu já
tive. Minha boceta começou a jorrar com cada impulso, enquanto eu gozava de
novo e de novo.
Eu assenti. — Para mim também não, — eu assegurei a ele, ofegando por ar,
enquanto ele continuava a bater em mim.
— Layla, — ele sussurrou, sua respiração ofegante. — Layla olhe para mim,
— Jesse ordenou.
Ele não tinha aumentado sua velocidade, mas eu podia sentir meus
músculos internos acelerando mais uma vez. Meus mamilos roçavam em seu
peito com cada impulso, empurrando-me mais alto. — Jess... — Lambi meus
lábios, um sinal claro de que eu estava perto. — Oh Deus!
— Diga, — suplicou ele, uma veia saltando em seu pescoço. Ele mal estava
aguentando segurar.
— Não. Não desta vez. — Seus dedos cravaram em meus quadris, lutando
contra a sua libertação, não parando de se mover dentro de mim.
— Eu... — Eu não poderia segurar por mais tempo. Senti o meu desejo
explodindo, meu creme escorrendo pelo seu pau, sobre suas bolas. Joguei minha
cabeça para trás e gritei. — Eu te amo!
Layla estava debaixo de mim, sua respiração tão frenética quanto a minha.
Nós estávamos cobertos de suor e gozo, mas eu não me importava. Eu queria
aproveitar essa sensação por tanto tempo quanto possível, mas eu era pesado,
então eu rolei para o lado, levando-a comigo. Uma perna em volta dela, com sua
cabeça debaixo do meu queixo e o meu pau semiduro ainda dentro da sua
apertada vagina... Eu poderia morrer feliz ali mesmo.
Ficamos deitados assim por um longo tempo. Eu sentia sua respiração, mas
sabia que ela não tinha dormido. Era suficiente apenas ficarmos abraçados ali,
por agora, e eu não queria perder um segundo dormindo assim como ela.
— Diga-me algo que ninguém mais sabe, — ela sussurrou algum tempo
depois.
Eu beijei o topo de sua cabeça. — Eu não acho que há alguma coisa sobre
mim que Em não saiba.
Ela levantou sua sobrancelha por causa da minha confissão. — Sério?
Eu dei de ombros. — Ela nos conhece por dentro e por fora. Sabe todos os
meus segredos, assim como os do Drake, Shane, e de Nik. — Eu arrastava meus
dedos preguiçosamente para cima e para baixo de suas costas nuas. — Isso
provavelmente soa doido...
Layla sacudiu a cabeça. — Não. Isso soa... Deve ser bom ter alguém que você
confia muito. Com cada pequeno segredo, cada erro. Eu te invejo.
Ela fez uma careta. — Lana é a última pessoa a quem eu quero confiar meus
segredos mais escuros. Eu quero que ela nunca seja tocada pelas coisas que eu
fiz no passado.
Ela virou a cabeça para que estivesse olhando para mim. — Ok. — Sua
língua cor de rosa saiu e umedeceu seu lábio inferior. Fiquei paralisado por um
momento, observando o apêndice ímpio desaparecer de volta em sua boca quente.
— Minha mãe me jogou para fora de casa quando eu tinha dezesseis anos, — ela
me disse. — Ela tinha encontrado seu atual namorado na minha cama.
Eu nem sequer pisquei, embora a ideia dela ter sido jogada para fora de casa
pela sua mãe sendo tão nova fez com que a minha raiva aumentasse. — Vá em
frente.
Ela parecia surpresa por eu não estar julgando-a ou fazendo algum tipo de
pergunta. — Eu não tinha nenhum lugar para ir, então fiquei em um abrigo por
alguns dias. — Vergonha escureceu seus olhos, corando suas lindas bochechas.
— Eu tive que largar a escola. E ninguém queria me contratar, uma adolescente
que tinha abandonado a escola.
Layla assentiu. — Foi. Num primeiro momento. Até que eu conheci Zeke. —
Um pequeno sorriso surgiu no canto da sua boca pecaminosa. — Estava
chovendo e eu estava andando de ônibus para ficar quente e seca. Ele tinha
acabado de pegar o ônibus na Sunset e sentou no banco ao meu lado... — Ela
suspirou. — Ele me assustou para caralho. Todas essas tatuagens e piercings. —
Ela levantou a cabeça, coçou o nariz. — Mas ele foi a primeira pessoa que foi boa
comigo naquele dia. Ele tinha um saco cheio de fast food e eu acho que ele podia
ouvir meu estômago roncando. Eu não tinha comido em dois dias... — Ela fez
uma careta e eu tive que forçar meus dedos para não emaranhar em seu cabelo.
O pensamento dela com fome... Eu não podia suportar isso. Eu tinha assistido a
Emmie com fome demasiadas vezes quando ela era criança. Layla estar com
fome... Doeu ainda mais do que as memórias de Emmie!
Seu sorriso ficou ligeiramente maior. — Ele era. Eu era uma completa
estranha para ele. Poderia ser qualquer tipo de pessoa. Mas ele me alimentou, e
me levou para casa com ele. Ele tinha um quarto extra desde que sua colega de
quarto tinha se mudado para Boston. Mesmo que ele me assustasse, eu ainda me
sentia mais segura com ele do que no abrigo.
Eu sorri. — É claro.
Isso me surpreendeu. Eu não esperava tudo aquilo, mas isso não importava
para mim. E se ela tivesse sido uma stripper? Não era como se ela estivesse se
prostituindo. — Como foi isso? — Perguntei.
Ela encolheu os ombros. — Foi tudo bem. Eu era capaz de pagar minhas
contas e manter a comida na minha geladeira. Eu consegui economizar o
suficiente para comprar o meu Corolla. A vida não foi fácil, mas foi ficando cada
vez melhor.
— Não realmente. Assim que eu soube que elas precisavam de mim, eu disse
a assistente social que as queria. Mas eu não poderia mantê-las trabalhando
como stripper. Um dos meus clientes no clube me disse que se um dia eu
precisasse de um trabalho que ele me contrataria... então eu aceitei sua oferta.
Stan, era dono da Perfect Clean, me ajudou. Eu consegui um trabalho
respeitável, e as meninas.
Eu acho que tinha me apaixonado ainda mais por ela após ela ter me
contado um pouco mais sobre a sua vida. Não apenas como ela tinha vindo a se
tornar a mãe das suas duas irmãs, mas como ela tinha se tornado a pessoa que
era hoje. Layla era espirituosa. Tenaz. Ela era cheia de vida, mesmo que a vida
tenha tentado derruba-la mais do que algumas vezes. Sua coragem, diligência e
determinação estavam em seus olhos, e eu gostava de vê-las lá.
Não era uma coisa ruim. Na verdade eu acho que secretamente estava
procurando alguém como ela a minha vida toda. Alguém que pudesse lidar
comigo, sem desistir de mim. Alguém que me amasse, mesmo quando eu era um
bastardo completamente indigno de ser amado. Eu poderia ser um babaca às
vezes, especialmente quando pensava sobre a nossa vida antes de fazermos
sucesso, ou nos anos antes de termos conseguido trazer a Emmie de volta.
Nós conversamos até o sol nascer e ela adormeceu nos meus braços.
Quando eu finalmente peguei no sono, eu estava com um sorriso satisfeito no
rosto...
Ela suspirou. — Eu estou bem. Só estava preocupada com você. Lana veio
perguntar se eu tinha ouvido falar de você ou Layla. Ela está preocupada com a
irmã e não pode conseguir que ela responda seu telefone. Onde você está Jesse?
— Claro que não é. Shane nunca leva seus casos de uma noite lá. — Ela
parecia desapontada comigo e eu odiava isso. — Diga a Layla para ligar para a
sua irmã.
— Em! — Apertei o telefone mais perto da minha orelha. — Eu juro que isso
não é assim. Layla significa mais para mim do que isso.
Layla
— Três.
Era ruim que eu já me sentia inquieta por causa da cafeína? Oh, foda-se eu
ia ficar alerta por dias por causa dessa coisa. — Será que tem speed4 nele?
Jesse suspirou. — Ok, então talvez eu use mais café do que água. Mas
quando você vive na estrada você aprende a sobreviver com essas coisas. — Ele
tomou um grande gole de sua própria caneca. — Você está com fome? Podemos
parar para um lanche no caminho de casa. Ou pegar alguma coisa.
— Eu preciso estar dentro de você para caralho, bebê. — Ele respirou contra
meus lábios enquanto ele lentamente me abaixava. Meu corpo pressionando
contra cada centímetro do seu enquanto ele cuidadosamente me colocava sobre
meus pés. — Você está a tomando pílula?
Meu corpo já estava gritando por ele. Tentando eliminar o nevoeiro de desejo
do meu cérebro, eu comecei a fazer matemática na minha cabeça. Engolindo em
seco, eu assenti. — Eu nunca tive relações sexuais sem preservativo antes, — eu
disse a ele honestamente.
— Eu também não. — Ele passou as mãos sobre a cabeça de uma forma que
me disse que estava frustrado. — E eu estou limpo, Layla. Emmie faz a gente
fazer testes a cada seis meses ou assim. Eu fiz um check-up completo há três
meses...
Ele não teve que dizer mais nada. Eu sabia exatamente o que se passava em
sua cabeça, porque estava passando pela minha também. Ontem à noite tinha
sido incrível. Eu tinha perdido uma parte de mim para ele, não só do meu
coração. E fazer amor sem nada nos separando, só poderia nos matar! — Vem
dentro de mim, Jesse. — Eu implorei, arrastando os dedos em sua barriga. — Eu
estou pronta para você.
Jesse rangeu os dentes enquanto segurava seu pau na mão e esfregava para
trás e para frente no meu clitóris endurecido, fazendo meu sexo inundar já
molhado com o desejo. Segurei os seus braços, as unhas afundando em sua pele
enquanto minha cabeça balançava para trás e para frente de forma incoerente. —
Tão molhada. Tão lisa. Sua boceta é linda, bebê.
— Oh, meu Deus! — Lágrimas escaparam dos meus olhos e eu me sentia tão
bem. — Jesse, por favor, — eu solucei. — Eu preciso de você agora.
Com um grunhindo animal, ele empurrou em mim tão profundo e forte que
eu pensei que ele iria machucar as paredes do meu útero. Mas era tão bom! Tão,
surpreendentemente bom que ele me enviou sobre a borda. Meus músculos
internos contraíram duro, e eu observei com espanto quando seus olhos
reviraram. Ele não se moveu após o primeiro impulso duro, mas ele não
precisava. Meu orgasmo estava ordenhando o dele. Sua boca se abriu em um
grito silencioso. Era tão sexy, tão quente, que intensificou a minha própria
versão.
Ele ficou congelado daquele jeito por quase um minuto inteiro antes que
seus músculos começassem a relaxar. Nós dois estávamos respirando com
dificuldade, suor escorrendo. Jesse gemeu e caiu em cima de mim, esmagando
meus seios entre nós, mas eu não me importava. Eu amava a sensação dele
contra mim. Com ele ainda duro dentro de mim enquanto a mistura de nossa
liberação embebia os lençóis debaixo de mim, e ele me segurava firme.
Minhas mãos estavam em volta dele, e eu deslizei meus dedos para cima e
para baixo de suas costas. E eu virei minha cabeça para lamber seu pescoço. Ele
tinha gosto doce e salgado. Seu perfume invadiu todos os meus sentidos, e pedi a
Deus para me dar apenas mais alguns minutos deste paraíso.
Capítulo 13
Layla
Eu inclinei minha cabeça contra o assento e sorri para ele. — Não. Não
mesmo, porque eu quero a mesma coisa. Pena que não podemos ter tudo o que
queremos...
Eu fiz uma careta. — Como você vai fazer isso? — Perguntei. — O que isso
significa?
Ele balançou a cabeça. — Não se preocupe com isso. — Inclinando-se,
beijou-me, fazendo-me esquecer de tudo o que ele acabara de dizer. Seus dedos
se enredaram no meu cabelo já horrivelmente amarrado e me puxaram para mais
perto. Eu queria subir no console e escarranchar ele, e fazer sexo com ele aqui na
garagem!
Ele se afastou apenas o suficiente para pressionar sua testa contra a minha.
— Desça, Layla, — ele sussurrou. — Desça antes que eu faça algo louco como
viajar de volta para Beverly Hills.
— Jesse...
— Por favor, desça. Eu não sou forte o suficiente para... — Ele me soltou e
caiu para trás contra seu assento, com os olhos bem fechados. — Boa noite,
bebê. Eu vou chamá-la de manhã.
Quando ele não se mexeu para abrir a minha porta, eu lentamente estendi a
mão para abri-la. — Boa noite, Jesse, — Eu sussurrei antes de escorregar para
fora do SUV.
Não, não, não! Não! Ontem à noite, quando eu tinha dito a ele que o amava,
tinha sido no calor do momento. Não era verdade. Não era. Eu não poderia estar
apaixonada por ele tão cedo, assim tão profundamente!
Lucy assentiu com a cabeça, sua atenção voltando para a televisão e para o
episódio de Bob Esponja. — Yep. Passamos a tarde inteira com ele. Então ele
pediu comida chinesa, que está incrível, mas ele foi embora quando tive que ir
tomar banho.
— Bem, eu estou feliz que vocês duas se divertiram. — Eu dei mais um beijo
em seu cabelo com cheiro doce e fui para o quarto. — Está ficando tarde, querida.
Assim quando Bob Esponja terminar vá para a cama, ok?
A cortina de chuveiro foi puxada para trás o suficiente para ela colocar a
cabeça para fora e espiar. Ela me deu um sorriso malicioso. — Olá, estranha.
Aproveitou o seu dia? Um encontro que durou mais de malditas 24 horas?
— Mais do que bem. — Ela puxou a cortina de chuveiro de volta, mas não
parou de falar enquanto ela continuava a tomar banho. — Ele me pediu
desculpas, eu perdoei, e depois fomos nadar. Depois disso, ele veio aqui e nós
assistimos filmes e pedimos jantar. Eu não queria que ele voltasse para a casa
principal, mas estava ficando tarde e Lucy precisava de um banho.
— Eu aprecio cada minuto com Drake... não importa o que estamos fazendo.
— Lana murmurou mais para si do que para mim.
Eu suspirei. — Lana...
Jesse
Eu queria falar com Emmie logo que cheguei em casa. Eu tinha coisas que
eu precisava que ela cuidasse para mim. Mas Nik disse que ela estava dormindo,
e eu não queria incomodá-la se ela estava confortável. Ela tinha tido insônia
ultimamente, e se ela finalmente conseguiu dormir, eu não estava prestes a
interromper isso.
Então eu coloquei todas as coisas que eu precisava fazer na parte de trás da
minha mente por agora e caí sobre o sofá com os meus irmãos de banda. Éramos
apenas nós quatro fazendo nada mais do que assistir futebol e beber cerveja. Foi
bom relaxar com eles.
O intervalo veio e Shane se levantou para pegar mais cervejas para nós.
Drake estava bebendo Jack Daniels junto com sua cerveja. Foi a primeira vez que
eu tinha visto ele com uma garrafa em uma semana, e eu já tinha começado a me
acostumar com ele sóbrio. Eu vi como ele engoliu um copo atrás do outro e
odiava que eu estava testemunhando o antigo Drake, não o novo que tinha rido
mais na semana passada do que em todo o tempo que eu o conhecia.
Ele suspirou, mas não resistiu. Ele cambaleou um pouco quando eu o ajudei
a subir as escadas. Em seu quarto, ele simplesmente caiu sobre a cama, e tirou
os sapatos e calça jeans. Mas eu não ia deixá-lo simplesmente apagar, não sem
uma explicação. — Então, o que aconteceu? Você e Lana brigaram?
— Não... Ela fez. Passei o resto do dia com ela e Lucy. — Suas palavras
estavam ficando um pouco arrastadas agora, mas eu tinha anos de experiência
em como compreender Drake bêbado. — Um dos melhores dias da minha vida, —
ele murmurou tão baixo que eu quase não ouvi.
Eu fiz uma careta. — Então por que diabos você está bebendo?
— E eu acho que ela tem alguns sentimentos fortes por você também. — As
poucas vezes que eu realmente tinha os visto juntos eu tinha testemunhado a
maneira como Lana olhava para Drake. Eu tinha me preocupado com o seu
sentimento para com o meu amigo. Que ela iria cair de cabeça em uma paixão e
que ela iria superar rapidamente.
Mas depois de falar com Layla até o sol nascer naquela manhã, eu também
sabia que a menina era mais madura do que a maioria das de trinta anos de
idade que eu conhecia. Ela era sábia para sua idade.
Mas para Drake a sua idade era um grande problema. Havia uma razão pela
qual ele sempre acabava com as mulheres mais velhas que nos seguiam de
cidade em cidade em nossas excursões. Ele nunca olhou duas vezes para as
meninas mais jovens que tentaram entrar em nossas camas. Ele estava morrendo
de medo de ser rotulado como um pedófilo. — O que você vai fazer? — Eu
perguntei depois que ambos tínhamos permanecido em silêncio por alguns
minutos.
Eu murmurei uma maldição. — Nada? Então você só vai continuar a ser seu
amigo, mas se mata lentamente com álcool para anestesiar a sua dor?
Eu olhei para o meu amigo. Ele parecia em paz no seu sono agora, mas em
breve os pesadelos invadiriam essa paz e eu iria ouvir seus gritos do meu quarto.
Eu tinha certeza de que o álcool fazia seus sonhos ainda piores, mas não tinha
jeito de explicar isso para o Drake. Murmurando maldições sob a minha
respiração, eu puxei o edredom em torno dele e saí do quarto.
Não havia mais nada que eu pudesse fazer esta noite, talvez eu jamais
pudesse fazer alguma coisa. Drake se recusava a falar sobre seus pesadelos com
qualquer um de nós, especialmente Shane. E eu não ia contar o seu segredo para
Lana. Se ela viesse a compreendê-lo completamente um dia, então ela teria que
saber tudo isso, mas eu não ia ser a pessoa contando.
Será que ela entenderia e saberia o que fazer? Deveria confiar nela? Eu
estava perdido. Se eu dissesse a ela, ela poderia se afastar e até mesmo se
recusar a deixar Lana ver Drake novamente. Isso só iria prejudicar Drake mais,
para não mencionar quebrar uma confiança que eu tinha construído quase 13
anos atrás. Mas se eu não lhe dissesse...
De alguma maneira eu adormeci apenas para acordar por volta das duas e
meia. Drake estava pior que habitualmente hoje à noite, enquanto ele lutava com
os demônios de seu passado e sua própria consciência a respeito de Lana. Sentei-
me na cama, meu punho cerrado nas cobertas ao lado de mim, enquanto eu o
ouvia soluçar. Eu estava prestes a ir acordá-lo quando ouvi Emmie.
Saltei da cama, sem me incomodar em colocar calças sobre minha cueca. Eu
andei pelo corredor até a porta aberta de Drake. Emmie estava deitada ao lado
dele, com o rosto enterrado em seu pescoço, enquanto ela esfregava suas costas.
— Está tudo bem, Drake, — ela sussurrou baixinho. — Você está seguro. Shh.
Shh. Você está seguro.
Fiquei ali até que Drake tinha pego no sono inquieto enquanto Emmie
continuou a acalmá-lo. Depois de um tempo ela adormeceu também, e eu entrei
no quarto para cobri-los. Me virando, eu estava surpreso ao ver Shane de pé na
soleira da porta. Ele estava coberto de suor me dizendo que ele havia saído para
uma corrida. Eu fiz uma careta.
— Isso não funcionou tão bem da última vez. Ou as duas vezes que ele foi
para a reabilitação, — eu lembrei-o calmamente. Drake tinha durado uma
semana, pela primeira vez numa clínica de reabilitação. A segunda vez ele tinha
jogado um enfermeiro através de uma janela e eles tinham o chutado para fora. O
psicólogo não tinha se saído muito melhor. Ele tinha tentado ir muito longe e
muito breve, e Drake não estava pronto para isso. Durante um mês depois,
Emmie dormia quase todas as noites com ele, porque os pesadelos tinham sido
demais.
— Parecia que ele estava ficando cada vez melhor, — Shane sussurrou,
olhando para seu irmão mais velho dormir. — Eu pensei que Lana estava
ajudando.
— Ela estava. Ela está. — Eu fiz uma careta. — Mas ele também está
lutando contra si mesmo e seus sentimentos por ela. Talvez quando ela for mais
velha...
— Sim, talvez. — Shane virou para ir embora. — Se ele viver até lá.
Emmie
Olhei para o relógio para ver que era apenas após seis horas e fiz uma
careta. Qualquer esperança de me aconchegar na cama com Nik mesmo que por
pouco tempo estava perdida. Suspirando, eu me virei de modo que eu estava
deitada de lado e envolvendo meu travesseiro com as minhas pernas para que
meus quadris não doessem. O bebê estava ficando maior a cada dia, e meus
quadris pareciam não fazer mais nada do que doer cada vez mais.
Para minha surpresa, Nik se arrastou atrás de mim e puxou minhas costas
contra seu peito. Meu coração encheu de amor, e eu lutei contra a vontade de
chorar lágrimas de felicidade. — Você não tem que estar no estúdio em breve?
Uma grande mão deslizou sobre o meu estômago expandido, brincando com
o meu umbigo saliente que tinha saído cerca de um mês atrás, e então se
estabeleceu abaixo, onde o nosso bebê gostava de me dar um soco. Essa menina
estava em silêncio esta manhã, mas muito em breve ela estaria me usando como
seu saco de pancadas pessoal.
Cansada, feliz por estar nos braços do meu amor, eu empurrei todas as
coisas que estavam na minha cabeça para trás e deixei o sono me levar...
Algum tempo depois, senti Nik me deixar. Ele deu um beijo suave na minha
bochecha, em seguida, outro em toda a minha barriga exposta. Suspirei feliz e
enterrei meu rosto no meu travesseiro. — Eu te amo, bebê, — ele sussurrou.
— Eu te amo.
Eu não poderia me importar menos como eu parecia. Meu cabelo estava uma
bagunça, e eu não me incomodei mesmo em escová-lo, apenas puxei-o em um
coque desleixado. Meus pés estavam inchados, e doíam ao descer as escadas,
mas eu tinha coisas para fazer que não podiam esperar.
Da cozinha, eu podia sentir o cheiro de bacon frito, mas pela primeira vez o
cheiro não fez a minha boca encher de água. Na verdade, eu me senti doente e
tive que segurar minha respiração enquanto eu passava a cozinha no meu
caminho para o meu escritório. — Eu não estou com fome, Layla, — Gritei para
ela.
Mordendo os lábios, olhei para Layla. — Você pode me levar ao meu médico?
Eles querem que eu vá, mas eu não posso dirigir. — Minha barriga estava tão
grande que eu não poderia dirigir um veículo sem me machucar.
Emmie piscou para mim, surpresa com minha voz trêmula. — Layla...
— Você me paga para limpar a casa. Estou cuidando de você porque você é
minha amiga e eu me preocupo com você. Nunca mais diga isso.
Ela agarrou minha mão, e eu notei que seus dedos estavam frios como gelo.
— Layla, eu sinto muito. Era uma piada. — As lágrimas encheram seus olhos e
transbordaram. — Obrigada por cuidar de mim hoje. Ninguém, além dos caras, já
se importou o suficiente para cuidar de mim, segurando a minha mão, do jeito
que você fez hoje.
Eu limpei meus olhos com a minha mão livre. — Você é minha amiga,
Emmie. É claro que eu vou cuidar de você quando você precisar. — Eu dei um
beijo em sua testa, como faria se eu estivesse conversando com Lana ou Lucy.
Em um curto espaço de tempo, Emmie se tornou uma irmã para mim. — Você
está com fome? — Eu perguntei suavemente.
Ela me deu um sorriso fraco. — Na verdade não, mas eu acho que eu deveria
tentar alguma coisa. O bebê não se moveu o dia todo, e eu acho que ela precisa
de algo para acordá-la.
— Okay. Apenas relaxe. Vou fazer algo leve para você comer. — Dei-lhe um
aperto em sua mão, em seguida, coloquei-a debaixo das cobertas com o resto dela
para se aquecer.
A voz sexy como o pecado de Jesse no meu ouvido me fez tremer. Parei o que
estava fazendo e encostei no balcão. — Tem sido uma aventura, — eu assegurei a
ele, então disse ele sobre o que aconteceu com a Emmie no médico e o que o
homem havia dito. Quanto mais eu dizia, mais eu podia sentir sua tensão,
mesmo através do telefone.
Houve uma pausa, então ele soltou um suspiro reprimido. — Como ela está
se sentindo agora?
Eu podia ouvir sua frustração e seu amor por ela. Me aquecia de dentro para
fora, o modo como uma grande e má estrela do rock podia se importar tão
profundamente com uma pessoa que não fosse ele. Isso ia contra tudo o que eu já
tinha visto antes em outros roqueiros, ou seja, meu próprio pai. Talvez fosse certo
amar esse cara afinal. — Estou fazendo algo para ela comer. Ela está sonolenta
depois da injeção anti-náusea que Dr. Chesterfield lhe deu.
— Obrigado por cuidar dela, Layla. Isso... Isso significa muito para mim,
bebê.
— Quando você vai voltar para casa? — Eu perguntei, animada para vê-lo.
Meu coração literalmente pulou uma batida. Eu tive que engolir algumas
vezes para tirar o caroço emocional da minha garganta. Ele estava incluindo
Lucy. Isso tudo não me surpreendia, não depois de vê-lo com ela e ver como ele
era bom com crianças, mas considerando que ele tinha me convidado para sair e
pensado nela também..? Oh, foda-se. Sim, era verdade. Eu amava este roqueiro.
— Isso parece divertido. — Eu sussurrei.
— É um encontro, então. — Ele fez uma pausa, como se quisesse dizer algo
mais. Em vez disso, ele apenas murmurou, — Tchau, querida.
Sentei-me com ela enquanto ela comia a canja e mordiscava a torrada. Ela
devorou o sorvete e até pediu mais quando a tigela estava vazia. Quando voltei
com a segunda dose, ela parecia melhor. Ela estava sentada contra os
travesseiros esfregando a mão carinhosamente sobre sua barriga, murmurando
para ela. — Ela está chutando de novo. — Emmie me disse com um sorriso feliz
que a fez se iluminar de dentro para fora.
Fiquei com ela até que eu ouvi o Escalade entrar na garagem do lado de fora.
Peguei a bandeja nas mãos quando a porta se fechou e passos vieram correndo
pelas escadas. Segundos depois, Nik apareceu na porta, com o rosto pálido e seus
olhos azuis únicos selvagens e procurando. — Em? — Ele resmungou.
Eu dei-lhe um pequeno sorriso quando passei por ele, mas ele agarrou meu
cotovelo e me parou. Olhei com curiosidade, porque eu senti seus dedos
tremendo. Ele piscou algumas vezes, em seguida, olhou para mim. — Obrigado,
Layla, — ele sussurrou.
Eu não acho que ele me ouviu, porque ele já estava se movendo em direção à
cama, então eu fechei a porta atrás de mim e levei a bandeja para a cozinha. A
porta da geladeira estava aberta e Jesse estava ali pegando uma cerveja. Sem me
questionar, eu coloquei a bandeja sobre o balcão e, em seguida, fui para trás dele
para que eu pudesse envolver meus braços ao redor de sua cintura. — Hey, — eu
murmurei, beijando seu ombro esquerdo.
Jesse se virou e me puxou contra seu peito. Eu não hesitei quando ele
abaixou a cabeça e começou a me beijar. Meus lábios receberam os dele,
deixando-o me provar exatamente como eu queria saboreá-lo. A mão que não
segurava a cerveja agarrou minha bunda e me puxou para mais perto, contra a
crescente evidência de sua necessidade por mim. Eu gemi, amando o quanto eu
poderia afetá-lo com apenas um beijo.
Olhei para o relógio no meu pulso. — Seu ônibus chega aqui em cerca de 30
minutos.
Seus olhos escureceram, e eu tinha aprendido que era um sinal claro de que
ele estava prestes a me devorar. — Isso é tempo o suficiente, — ele rosnou. Sua
cerveja desapareceu e então eu estava em seus braços, minhas pernas enroladas
em torno de sua cintura.
Meu sutiã saiu voando. E então ele estava empurrando minhas calças para
baixo. Eu levantei meus quadris o suficiente para ajudá-lo, e então ele estava de
joelhos. Mordi o lábio para não gritar quando sua língua mergulhou dentro de
mim. Meus dedos seguraram a sua cabeça lisa e abracei-o, enquanto ele me
comia até que eu estava no limite.
Eu sabia o que ele estava perguntando, se era ainda seguro para ele ir sem
camisinha. Eu nem sequer pensei nisso. Assentindo, peguei o seu pênis e
posicionei na minha abertura. — Foda-me. — Eu respirei em necessidade
desesperada.
Ele parou quando a cabeça de seu pau deslizou para dentro. — Isto não é só
uma foda, — ele sussurrou. — Diga-me que você entende isso.
— Sim.
Eu fui pega por aqueles olhos hipnotizantes, enquanto eles escureciam com
a necessidade e com uma emoção que eu estava apenas começando a aceitar. —
Fazer amor, — eu sussurrei.
— Por que é fazer amor? — Ele exigiu em uma voz cheia de tantas coisas
diferentes que fez minha cabeça girar tentando descobrir todas.
— Eu amo você, Jesse. — Ele bateu por todo o caminho dentro de mim, me
fazendo gritar de prazer.
Jesse
Fazer amor com Layla era como o tipo de coisa fazer ou morrer. Se eu não
fizesse amor com ela, eu me sentia como se fosse morrer. Claro, era amor rápido
e duro, mas era de modo algum uma foda causal na lavanderia. Nunca seria
causal comigo e Layla. Nunca seria uma foda.
— Jesse! — Ela gritou meu nome e eu cobri sua boca com a minha própria
para abafar seus gritos. Senti sua boceta inundar com seu creme, seguido
rapidamente por suas paredes internas convulsionando com espasmo depois de
espasmo. Cada um me ordenhando até a minha própria libertação, e mordi o seu
lábio para evitar gritar.
Por alguns minutos, eu só fiquei ali, segurando-a, beijando para longe a dor
que eu tinha causado por mordê-la. Eu provei o sangue dela na minha língua e
levantei a cabeça para inspecionar o dano que eu havia causado. Havia um
pequeno corte em seu lábio inferior, sangue escorrendo nele. O lambi, perturbado
que eu a tinha machucado assim. — Sinto muito.
Ela sorriu. — Não se preocupe. Eu gostei. — Ela chupou seu lábio. — Isso foi
incrível.
— Você acha que alguém nos ouviu? — ela perguntou, quando estava
vestida.
Eu balancei minha cabeça. — Nik ainda estará com Em. Shane e Drake não
voltaram para casa com a gente. — Drake tinha recebido um texto de Lana antes
eu ter ligado para Layla. Ela estava tendo problemas com o carro, e ele e Shane
tinham ido ajudá-la. Eu esperava que a coisa fosse uma coisa não consertável.
Talvez então Drake poderia convencer Lana a deixá-lo comprar-lhe um carro novo
e eu poderia conseguir para Layla o dela. Eu odiava que qualquer uma delas
tivesse que dirigir aquele velho Corolla.
— Com certeza. — Eu a puxei para mais perto e dei um beijo rápido, amando
o jeito que ela suspirou e se inclinou contra mim. — Eu preciso tomar um banho
e então nós podemos ir.
— Eu também.
Levei alguns minutos para obter o meu coração sob controle novamente
depois de sua confissão. Eu sentia falta dela já, então corri para cima e pulei para
o chuveiro. Me apressei, ignorando me barbear pela segunda vez no dia apenas
para que eu pudesse chegar até ela antes. Conferi para que a minha camisa não
tivesse nenhum buraco e peguei meu jeans mais recente, os que Emmie tinha me
comprado. Era ruim eu não comprar as coisas para mim, mas eu teria que
aprender a mudar isso com o que eu tinha planejado para o futuro.
Quando eu estava vestido, fui até o quarto checar Emmie. Layla havia me
preocupado até a morte, quando ela me disse que Emmie não vinha se sentindo
bem hoje. Toda vez que ela estava doente, eu tinha flashes da altura que ela
acabou no hospital por desidratação. Ela poderia ter morrido se Axton não
estivesse lá para ajudá-la.
Eu passei a mão sobre a barriga inchada antes de dar um beijo nela através
de seu pijama.
— Eu estou levando Layla e Lucy para jantar fora. Quer que eu traga
alguma coisa para vocês?
Eu assenti, mas não saí para a porta imediatamente. Eu precisava falar com
Emmie sobre meus planos, mas não tinha certeza se agora era o melhor
momento. Se eu fosse realmente honesto comigo mesmo eu estava com medo de
como seria a reação dela. Eu não queria magoá-la. Nem agora, nem nunca. —
Em...
Seus olhos estavam quase fechados, mas eles se abriram. Ela deve ter
ouvido alguma coisa na minha voz, e ela pegou a minha mão. — Está tudo bem.
Eu sei... — Seu queixo tremia, mas ela me deu um sorriso. — Podemos falar mais
amanhã.
Duas semanas se passaram num piscar de olhos. Cada dia foi muito
parecido com o outro, e eu sempre ia para a cama com um sorriso no meu rosto.
Nik e os caras não foram para o estúdio o resto da primeira semana. Ele
ficou colado ao lado de Emmie, certificando-se de que ela não saísse da cama por
muito tempo. Ao fim de semana ela estava se sentindo muito melhor, não
precisando mais da medicação anti-náusea e seus pés não estavam tão inchados
como antes.
À noite, ele jantava comigo e Lucy. Lana, por vezes, se juntava a nós e, às
vezes Drake se juntava a nós também. Depois do jantar, se estivéssemos em casa,
nós andávamos na praia. Lucy pegava conchas e outros tesouros, enquanto Jesse
e eu andamos de mãos dadas atrás dela. Depois de Lucy estar escondida na
cama, no sentávamos no sofá assistíamos televisão juntos. Parecia que éramos
adolescentes, porque nós sempre acabamos nos agarrando e beijando. Quando
ele me deixava cada noite, era com relutância de ambas as partes. Eu queria
dormir em seus braços, e ele queria que eu dormisse lá também.
No final da primeira semana, ele me levou para fora, apenas nós dois. Nós
jantamos em um restaurante bastante caro. A comida era rica e deliciosa, a
atmosfera pecaminosamente romântica. Depois da sobremesa, ele me puxou para
a pista de dança e me abraçou enquanto nós dançávamos as musicas que uma
banda de jazz tocava ao vivo.
O caminho de volta foi mais intenso que na nossa primeira noite juntos. Nós
não voltamos para a casa de seu amigo Tom, mas para um exclusivo hotel nos
arredores de Los Angeles. Havia velas acesas em todo o quarto quando entramos.
Música suave tocava ao fundo. Jesse fechou a porta atrás dele, em seguida,
levantou-me em seus braços.
Eu senti como se estivesse flutuando quando ele me levou para a cama king
size. Havia pétalas de rosa espalhadas na parte superior, e seu doce perfume
invadiu meu nariz quando ele me colocou no colchão. Meu vestido, ou melhor, o
vestido de Lana, desapareceu antes que eu percebesse, e Jesse estava beijando
cada centímetro de pele exposta que ele pudesse chegar.
Durante horas ele me saboreou. Eu estava chorando no momento em que
caímos nos braços um do outro. Jesse beijou meu cabelo. — Você acredita em
mim agora? — Ele murmurou.
— Jesse, eu acreditei em você a primeira vez que você disse isso. — Ele
levantou uma sobrancelha e eu suspirei. — Ok, meu coração acreditava. Agora
minha cabeça acredita também.
— Ótimo. — Ele bocejou, me puxou para mais perto, e nós adormecemos nos
braços um do outro. Horas depois, fizemos amor novamente e, em seguida, ele
me contou sobre sua infância, crescendo em um trailer com seus irmãos da
banda espalhados ao seu redor, e sua mãe, saindo quando ele era apenas uma
criança. Jesse me contou sobre seu pai e eu o abracei apertado enquanto ele
descrevia o velho batendo nele até que ele tinha treze anos. Por essa época, ele
era maior do que seu pai e capaz de bater de volta. Depois de ele quebrar o nariz
do filho da puta, ele nunca tocou em seu filho com violência novamente. Depois
disso a infância de Jesse foi muito normal...
Eu ainda ficava com os joelhos fracos cada vez que eu pensava sobre aquela
bela noite. Ele tinha feito realmente algo especial para nós dois. De certa forma,
estava fazendo esta semana difícil, porque ele não estava em casa como esteve na
semana anterior. Os caras estavam de volta ao estúdio, e eu estava sozinha na
maior parte do dia.
No sábado, corri para que conseguisse preparar tudo pela manhã. Lana
estava me ajudando e nós duas estávamos nos divertindo arrumando todas as
coisas. Eu tinha contado ao Jesse alguns detalhes do que havíamos planejado,
mas só porque eu precisava de sua ajuda com quem convidar. Ele não tinha
entendido uma palavra do que eu disse, e eu tive que explicar para ele duas vezes
antes de ele conseguir entender.
Meu coração estava acelerado e minhas mãos estavam suando quando ouvi
Jesse dizer algo que fez Emmie rir. Alguns momentos depois, eles saíram da casa
para o pátio. Eu segurei minha respiração quando Emmie viu uma longa mesa
cheia de comida e presentes. Seus olhos ficaram enormes e ela olhou para mim.
— Layla?
Descobri que Alexis era prima de Gabriella Moreitti. Não foi uma grande
descoberta também. Gabriella tinha sido convidada bem como Axton Cage. Mas
não foi até o meio do chá de bebê que eu aprendi que Gabriella e Emmie não
eram em nada como amigas.
Ele suspirou. — Porque eu não achei que ela iria realmente aparecer. — Ele
estava comendo um dos sanduíches que Lana e eu tínhamos feito naquela
manhã. Pela aparência, era um dos croissants de salada de frango que Lana
tinha feito a partir do zero. — Olha, Gabriella disse a Emmie que ela ficou com
Nik um tempo atrás. Foi antes da Em engravidar. Era tudo mentira, mas Em não
descobriu até recentemente.
Eu olhei para ele. — E ainda assim você me disse para convidá-la. — Eu
tinha gostado de conversar com ela, mas agora eu não gostava mais dela. De jeito
nenhum eu ia gostar de alguém que machucou minha amiga de propósito.
Ele abaixou a cabeça e seu lábio inferior fez um bico para fora. — Sinto
muito, querida.
— Droga. — Eu não poderia ficar chateada com ele quando ele fazia essas
coisas. Com outro olhar, eu fiquei na ponta dos pés para beijá-lo. — Da próxima
vez me diga uma coisa como esta, ok?
— Como posso ficar brava com você quando você me faz essa cara de
cachorro perdido com esses grandes olhos e um biquinho com esses lábios
carnudos?
Mas eu o empurrei quando ele começou a me puxar para mais perto. — Vá.
Eu tenho coisas para fazer.
Jesse teve que levá-lo por mim, e Emmie desistiu da luta e desatou a chorar
quando viu o berço que eu tinha comprado. Era trabalhado com esculturas de
borboletas, abelhas e flores. Eu sabia tão logo o vi que era perfeito para Emmie.
— Emmie, você mereceu hoje. Eu estou feliz que fui capaz de dar isso a você.
Seu queixo tremia, mas ela se afastou antes que ela começasse a chorar
novamente.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa Lucy já estava pulando para cima
e para baixo. — Sim! Sim! Sim! — Ela se jogou nos braços de Jesse, e ele a pegou
contra ele, rindo. — Eu nunca estive no SeaWorld antes, mas eu sempre quis ir.
Lucy começou a dançar ao redor e Lana estava rindo. Eu acho que nós
estávamos indo para o SeaWorld com o grande mau-totalmente-adorável-
roqueiro.
Nas semanas que se passaram eu acho que me apaixonei ainda mais por
Layla Daniels. Cada minuto que passava com ela era agradável, mesmo que tudo
que fizessemos fosse sentar abraçados no sofá em frente à televisão.
Eu não poderia fazê-lo hoje à noite. Meu amigo Tom estava em casa agora, e
ele me chamou e os caras para uma festa em sua casa. Nik não queria ir porque
Emmie estava a apenas duas semanas de sua cesariana e estava se sentindo
mais miserável a cada dia. Eu tinha planejado levar Layla em algum lugar
especial e falar com ela, mas Tom me chantageou com culpa para ir.
Lana ficou em casa com Lucy, e Drake tinha planejado ficar com ela. O fim
de semana antes, Drake tinha usado um dos truques de Layla e dado a Lana
uma festa de aniversário surpresa. Eu estava aliviado de que ele tinha lhe dado
um carro novo, porque o velho da Layla havia quebrado duas vezes na semana
anterior. Eu tinha ajudado a escolhê-lo, o que era uma vantagem porque as duas
mulheres tinham ficado loucas de raiva quando Drake deu a Lana às chaves do
Audi.
Peguei Layla às oito para que pudéssemos ir para a festa. Ela estava linda
em um top prata que estava apertado sobre o peito, e leggings pretas combinando
com as botas que ela tinha usado no nosso primeiro encontro. Fiquei tentado a
pular a festa e levá-la para algum lugar que pudéssemos passar a noite e se
perder um no outro.
Axton veio até nós. Parecia que ele e Gabriella tinham terminado de novo,
porque ele não estava lutando contra as meninas, como ele normalmente faria,
quando os dois estavam juntos. Eu acho que eu preferia ele com Gabriella do que
sem. Eu poderia dizer que ele estava perdido, o que era a única razão para eu não
quebrar a cara do meu amigo quando ele começou a dar em cima de Layla.
Por volta das dez, eu ainda não tinha encontrado com Tom. Layla se
desculpou e saiu para encontrar um banheiro livre. Eu estava cansado de
procurar o velho roqueiro e decidi que, assim que Layla voltasse do banheiro,
estávamos indo para casa.
Layla
Ele empurrou a menina para longe dele, e eu fiquei enojada ao ver que ela
não era muito mais velha do que Lana. O que diabos aquela menina via em um
homem de 60 anos de idade? — O que diabos você está fazendo aqui? — Ele
exigiu.
Engoli minha repulsa e retornei seu olhar. — Estou aqui com o meu
namorado.
Tommy Kirkman zombou de mim. — Que idiota seria estúpido o suficiente
para se envolver com você? Algum idiota com mais dinheiro do que o cérebro,
obviamente.
— Confie em mim, eu aprendi minha lição. — Ele deu um passo mais perto
de mim, e eu quase dei um passo para trás. Eu não estava com medo deste
homem. Eu nunca ficaria com medo dele. Tudo o que ele era agora era um
roqueiro esquecido. Ele teve a sorte de ter investido o seu dinheiro ao longo dos
anos, porque ele não teria nenhum dinheiro entrando em uma base regular,
agora que sua carreira tinha acabado.
Uma mão forte tocou meu braço, e eu estremeci. Jesse franziu a testa com a
minha reação, mas eu olhei para longe, evitando seus olhos. — O que há de
errado? — Ele exigiu. Quando eu não respondi, seus olhos foram para o amigo. —
Tom?
Jesse parecia crescer mais diante dos meus olhos. — O que isso importa
para você? — Ele exigiu em um tom que eu nunca tinha o ouvido usar antes. Era
frio e cheio de aço, e eu arrisquei olhar para ele para ver que seus olhos estavam
mudando a cada segundo.
Eu gritei, seu aperto no meu braço tão forte que iria deixar hematomas. —
Você não pode tocá-lo, — Tommy rosnou para mim, seu rosto ficando tão perto
que o seu cheiro de uísque e fumo em seu hálito me fez ter náusea. — Ele é muito
bom para gente como você!
Tommy me liberou tão rapidamente que eu não tinha certeza do que estava
acontecendo. Ergui a cabeça para encontrar Jesse prendendo-o contra a parede,
os olhos cheios de raiva. — Se você tocá-la daquele jeito de novo, eu vou fazer
você engolir os dentes, — ele rugiu para o seu velho amigo.
Tommy olhou para o baterista com um olhar confuso em seus olhos cor de
chocolate. — Você ficaria contra mim por uma garota como ela? Por causa de
uma putinha que... — Ele não chegou a terminar o que ia dizer. O punho de
Jesse conectou com a mandíbula dele fazendo sua cabeça ir para trás, e eu não
tinha certeza se Jesse tinha seguido com a sua ameaça ou não, porque o sangue
se reunia no canto da boca de Tommy.
— Você não pode falar sobre ela assim também! — Jesse gritou para ele.
— Não até que ele lhe peça desculpas. — Jesse apertou seus braços na
camisa de Tommy. — Diga a ela.
— Layla...
— Layla!
Minha cabeça se voltou para o som da voz de Lana. Eu não sei como ela
sabia que eu precisava dela, mas eu não questionei isso, eu estava muito
contente de ver minha irmã. Ela estava correndo pela porta com Drake logo atrás
dela. — Layla, vamos, — ela ordenou.
— É claro. — Ela me puxou para o seu lado, e eu não olhei para trás quando
ela me levou para longe. Drake seguiu atrás de nós. Eu mantive meus olhos para
baixo enquanto passava por entre a multidão de festeiros. Eu não conseguia
segurar minha cabeça levantada como eu tinha direito. Ninguém iria acreditar em
qualquer coisa, apenas o que Tommy Kirkman diria a eles de qualquer maneira.
— Layla, — Jesse nos tinha seguido fora de casa, mas ele me parou quando
eu fui entrar no carro de Lana. — Layla, o que diabos aconteceu aqui? — Sua
raiva não tinha escurecido em nada. Se qualquer coisa, ele parecia ainda mais
irritado. — Como você conhece Tom? — Ele exigiu.
Fechei os olhos, sabendo o que ele suspeitava. Era o que todo mundo
naquela sala suspeitava. Que eu era uma amante do grande Tommy Kirkman. —
Eu não posso te dizer. — Sussurrei.
— Você pode não ser capaz de dizer, mas eu com certeza posso, — disse
Lana, ficando entre mim e Jesse.
Ela nem sequer piscou quando olhou para ele. — Pare de olhar para minha
irmã assim, Jesse Thornton! Ela não fez nada de errado.
— Então, por que ela não está falando? — Ele tentou empurrá-la para fora
do seu caminho para que ele pudesse chegar até mim, mas ela não se moveu. —
Mova-se Lana! — Ele não tentou tocá-la, mas quando ela se recusou a ceder, ele
começou a se mover em torno dela. Drake se moveu atrás de Lana, e eu estava
grata pela parede de carne que me separou de Jesse.
Engoli em seco, não me importando que Lana estava usando palavras que eu
tinha pedido para ela não usar. Meu coração estava quebrado porque eu tinha
visto o que Jesse estava pensando, e tinha ido pelo caminho sujo. Abri a porta do
carro de Lana e entrei dentro. Isso estava acabado. Eu estava cansada. Descobri
que Jesse Thornton era exatamente o que eu tinha pensado que era.
Capítulo 17
Layla
— Drake me pediu para ficar de olho em Lucy. Ela estava dormindo quando
eles saíram e não acordou uma vez. — Ele deu um passo em minha direção,
parecendo preocupado. — Layla, você está bem? — Ele olhou atrás de mim. —
Onde está Jesse?
Eu dei de ombros. — Provavelmente ainda na casa de Tommy. — Eu não me
importava onde ele estava agora, enquanto ele não estivesse perto de mim. Engoli
em seco. — Obrigada por cuidar de Lucy, mas você se importa de ir para casa
agora? Eu... eu não sou muito boa companhia.
— Algo como isso. — Tirei minhas botas e cai no sofá. Lana entrou pela
porta ainda aberta com Drake atrás dela como sempre. Havia tensão irradiando
dele, e, eu sabia que era por causa de mim. Ele estava com medo que eu ia
arrumar as malas e levar Lana para longe dele? Confie em mim, o pensamento
passou pela minha cabeça mais de uma vez.
Eu olhei para ele. — Você não pode ajudar. Nada do que você diga ou faça
vai resolver o que aconteceu esta noite. Nada, nem mesmo uma máquina do
tempo pode mudar nada disso. Não a menos que você tenha uma maneira de
extrair genes do DNA de alguém.
Nik abriu a boca para dizer algo, mas Drake parou. — Vamos lá, mano. Ela
só precisa de algum tempo para assimilar à noite de hoje em sua cabeça. — Nik
suspirou, mas acenou com a cabeça, e fiquei aliviada quando ambos os roqueiros
saíram sem outra palavra.
Assim que a porta se fechou atrás deles, Lana caiu ao lado de mim no sofá e
sem uma palavra, puxou-me em seus braços. Como uma criança, eu enterrei
meu rosto em seu cabelo e a segurei enquanto as lágrimas caíam livremente. Meu
passado tinha voltado a me morder em grande...
Tommy tinha pego suas coisas e se mudado no dia seguinte, mas Lydia
tinha se certificado de que ele sabia que ela estava grávida. Quando eu nasci, um
tribunal ordenou que um teste de paternidade fosse feito, e Tommy foi forçado a
dar bastante dinheiro, mas garantiu que a minha mãe soubesse que ele não
queria nada comigo. Ela tinha ficado desapontada por não conseguir manter o
astro do rock em uma coleira, pelo menos um pouco, mas o dinheiro que ele
tinha desembolsado tinha sido suficiente para consolá-la.
Eu realmente não tinha pensado sobre o homem que era meu pai durante
vários anos. Eu sabia quem ele era desde o tempo que tinha idade o suficiente
para perguntar quem era meu pai. Só quando a minha mãe me expulsou quando
eu tinha dezesseis anos que eu tentei entrar em contato com ele.
Eu não tinha para onde ir, estava morando em um abrigo e mal conseguia
alguma coisa para comer. Eu estava desesperada, então eu tinha ido a um de
seus shows. Não tinha sido fácil, mas de alguma forma eu consegui esgueirar-me
em seu ônibus de turnê e esperei por ele. Ele estava no alto da adrenalina de seu
desempenho e, talvez, algo mais forte, mas ele não estava tão chapado que ele
não entendesse quem eu era quando eu lhe disse que era sua filha.
Tommy Kirkman não tinha ficado feliz em me ver. Eu não tinha uma cópia
da minha certidão de nascimento para mostrar como prova, mas eu realmente
não precisava de uma. Eu poderia ser parecida um pouco com a minha mãe, mas
eu tinha mais do meu pai em mim. Meu olhos castanhos chocolate, a cor rica de
canela do meu cabelo, o ângulo do meu queixo e o formato do meu nariz, que era
tudo do Tommy.
— Então o que você quer? — Ele rosnou, depois que eu lhe disse quem eu
era.
— Eu... Minha mãe me expulsou. Eu não tenho para onde ir, — eu tinha dito
a ele, colocando o meu orgulho de lado, porque eu não tinha mais nada.
— Mas... — Eu sabia que estava lutando contra uma causa perdida. Ele não
ia me ajudar. A não ser que ... — Eu vou vender a minha história para os jornais.
Tenho certeza de que todos os seus fãs gostariam de ler sobre a sua filha
bastarda nas páginas de fofocas. — Sem mencionar que era provável que eu
obteria preço para vender a minha história. — E o mundo não adoraria ouvir
como você engravidou uma menina de dezesseis anos de idade? — Talvez fosse a
verdade, ou talvez eu só estivesse blefando para que ele me ajudasse. Eu não
tinha certeza. Eu nunca poderia saber. Eu estava com medo, desesperada, mas
saí com a ameaça entre nós.
— Layla!
Jesse
Pai.
Pai?
Pai!
Eu era a exceção. Eu sabia que era um sortudo por ela ter me dado seu
coração. Eu não tinha desculpa para a maneira em que tinha me comportado. A
menos se você contasse com o fato de que eu nunca tinha ficado com ciúmes na
minha vida até hoje. Não era uma sensação boa, e eu não sabia como lidar com
isso, então eu tinha descontado na mulher que eu amava. E agora eu poderia ter
perdido a...
Antes que eu tivesse ido mais do que alguns metros, vi os três homens vindo
em minha direção. As luzes da casa e as luzes de fora me deram mais do que luz
suficiente para ver que Tom não estava feliz. Os dois bandidos que agiam como
seus guarda-costas pessoais tinham suas mandíbulas definidas, e eu sabia o que
viria antes do meu velho amigo abrir a boca.
— Muito bom soco lá, Jesse. — Tom passou a mão em seu queixo já
inchado. — Essa menina deve ser muito boa de joelhos, porque eu nunca
descobriria que você... — Ele parou abruptamente quando eu dei um passo
ameaçador em sua direção.
— Você não fala dela assim. Nunca! — Eu rosnei para o cara que eu tinha
outrora considerado um bom amigo. — Eu vou me casar com 'aquela garota'. —
Se ela ainda me quisesse. Se eu não tivesse apenas ferrado com tudo.
Tom bufou. — Por que você faria isso? Ela só está atrás do que ela pode
conseguir de você. Todo esse dinheiro de roqueiro, assim como sua mãe. Assim
que ela conseguir o que quer, você vai ser história, meu amigo.
— Você não sabe nada sobre ela. Como você poderia? Você não teve nada a
ver com Layla toda a sua vida, por isso não me diga o que você acha que sabe
sobre sua filha, meu velho. — Eu assisti os olhos de Tom escurecerem quando eu
disse a palavra ‘filha’.
— Ela não é minha filha. Eu não ligo para o que os exames de sangue,
dizem. Ela não é minha. — Ele se virou para voltar para dentro da casa, mas os
capangas ficaram no mesmo lugar. — Foi bom conhecer você, Jesse. — Tom disse
por cima do ombro, rindo de uma forma doentia que me fez cerrar os dentes.
Eu não tirei os olhos do velho roqueiro enquanto ele fez o seu caminho para
a casa. Se ele pensava que dois musculosos bandidos iam me acabar, ele tinha
outro pensamento vindo. Eu tinha passado a minha vida lutando, com chances
maiores do que isso contra mim. Eu poderia lidar com esses dois sem suar a
camisa...
— Jesse!
— Que porra cara... — Axton parou quando viu o que estava acontecendo e
então eu ouvi passos enquanto se apressavam para me ajudar. Os caras à minha
direita foram abordados no chão, e ouvi-os grunhir quando os meus amigos
usaram seus punhos para mantê-los para baixo.
Isso era tudo que eu precisava. Chutei com a perna direita e dei uma
joelhada na parte favorita do corpo do filho da puta. Eu assisti com satisfação
quando o homem musculoso agarrou-se ao lixo. Seu rosto ficou um tom não
natural de roxo, e ele caiu de joelhos. Ele estava fora do jogo, não se recuperando
do meu chute em qualquer momento em breve.
Atrás de mim, Shane estava a seus pés. Quando me virei para olhar para ele,
vi que o seu lábio estava sangrando, mas caso contrário, ele parecia bem. — Que
diabos aconteceu aqui fora? — Ele perguntou, um pouco sem fôlego.
Meu estômago se apertou. — Ela foi para casa. Nós... — eu murmurei uma
maldição sob a minha respiração. — Olha, vamos voltar para casa. Eu preciso
falar com Layla.
Mas o meu coração me dizia que se chegasse a esse ponto, Drake iria com
elas. Se tivesse que escolher entre Lana e qualquer outra coisa, seria sempre
Lana. Eu, Emmie, os caras? Nós ficávamos em segundo lugar com ela agora, e
essa era a maneira que deveria ser.
Era assim para mim, no que dizia a respeito a Layla. Eu nunca tinha
pensado que era possível, mas eu amava Layla mais do que eu amava Emmie.
Era um amor diferente que eu sentia por ambas, mas Layla era a rainha do meu
coração. Se eu tivesse que escolher entre as duas, e eu rezava para que eu nunca
tivesse, porque iria me matar, eu iria escolher a Layla.
Com o que parecia ser a minha última força eu bati na porta da casa de
hospedes. — Layla, — eu gritei. — Layla, abra e fale comigo. — Bati novamente.
— Tom não gostou de eu socá-lo, então ele teve seus guarda-costas tomando
conta de mim. — Encostei-me no batente da porta, sentindo-me fraco. — Posso
entrar? Eu não sei quanto tempo posso ficar em pé.
Seus olhos se arregalaram. — Foda-se, Jesse. — Ela deu um passo para trás
para me deixar passar. Aliviado que ela estava me deixando entrar, eu dei um
passo para dentro e quase caí. Ela soltou um grito e estendeu a mão para mim.
— Jesus, Jess! — Ela tentou me pegar, mas eu era demais para ela e ela caiu no
chão comigo.
Ela ainda estava deitada no chão ao meu lado, e estendi a mão para ela,
puxando-a em meu peito. Ela parecia preocupada e lágrimas estavam fazendo
seus grandes olhos de chocolate reluzirem. — Lana, chame Drake. Diga a ele para
trazer Nik, — Layla disse a irmã. — Nós temos que levá-lo ao hospital. — Me
rasgou por dentro ouvir o tremor em sua voz.
— Você vai comigo? — Perguntei, acariciando seu cabelo com meus dedos.
Deus, eu estava machucado, mas não estava prestes a parar de tocá-la!
— É claro que eu vou com você. — Ela estava passando as mãos em cima de
mim, tentando avaliar o quão danificado eu estava. — Onde dói mais?
— Lana! — Drake estava correndo e eu olhei para cima, assim que ele e Nik
pararam na porta da casa de hospedes.
Seu sorriso era tremido, e eu queria apagar esta noite de nossas mentes. —
Isso me assusta muito. A maneira que eu te amo é mais intensa do que qualquer
coisa que eu já senti antes.
— Eu te perdoei, assim que percebi que você estava ferido. — Ela suspirou.
— Eu não vou mentir. Doeu que você pensou que eu teria ficado com Tommy,
mas eu entendo o seu ciúme. Se eu tivesse no seu lugar teria pensado a mesma
coisa. Eu sou louca e obcecada por você…
Eu sorri. — Eu também, querida.
Seus dedos acariciaram minha cabeça. Se eu não estivesse com tanta dor eu
tenho certeza que teria ficado duro, como sempre ficava quando ela me tocava
assim, mas por enquanto eu estava morto nesse departamento. Ainda assim, fez
meu coração disparar, e eu puxei o cabelo dela até que ela abaixou a cabeça e
roçou os lábios sobre os meus. — Eu te amo, Layla.
— Eu também te amo.
Capítulo 18
Layla
Ficamos no hospital a noite toda. Os médicos iam e vinham, só para ter mais
médicos indo e vindo. Depois de raios-X, tomografias, exames de sangue e uma
amostra de urina, foi determinado que Jesse tinha o rim esquerdo severamente
ferido e teria que passar a noite em observação. Felizmente, ele não tinha sangue
em sua urina e só depois do urologista de plantão ter vindo para explicar a
gravidade do que essa possibilidade poderia significar que eu entendi que Jesse
tinha tido muita sorte.
Eu estava com medo ontem à noite antes de ele voltar para casa. Com medo
de que ele não ia me querer mais. Com medo de que Tommy tivesse enchido sua
cabeça com todos os tipos de coisas doentes que fariam ele me odiar. Esse medo
só tinha feito doer mais na noite passada. Mas quando eu tinha aberto a porta e
vi meu amor maltratado em pé do outro lado todo o resto não importava mais.
Shane apareceu para nos levar para casa. Quando voltamos para a casa de
praia, Emmie nos encontrou na porta. Ela estava pálida e um desastre emocional.
Nik não lhe havia dito nada até que Shane tinha saído para nos buscar. Tentei
acalmá-la, mas ela estava fora de si. Ela passou de chorar, a soluçar, a ficar puta
num piscar de olhos e você nunca sabia o que estava por vir.
Agora, ela estava andando na sala, atirando olhares para Jesse de tempo em
tempo enquanto ela murmurava baixinho. Sentei-me ali, observando-a enquanto
eu acariciava a cabeça de Jesse quando ele deitou tentando relaxar. Ele estava
pálido sob o arco-íris de hematomas no rosto. Os analgésicos que tinham
prescrito para ele o estavam deixando tonto, mas também enjoado.
— Eu não posso acreditar que você não sabia que Tommy Kirkman era seu
pai!
Jesse fez uma careta para ela. — Quer dizer que você sabia?
— Claro que eu sabia. — Ela parou para olhar para ele. — Eu sabia desde a
primeira semana que ela começou a trabalhar aqui. — Seus olhos foram para
mim, e eu vi um pedido de desculpas em suas profundezas verdes. — Eu tive que
fazer uma verificação de antecedentes sobre você, Layla. Eu sei que eu deveria ter
dito a você, mas eu precisava saber se havia alguma coisa que pudesse ferir
Jesse. Mesmo na altura, eu sabia que ele era louco por você...
Eu dei-lhe um pequeno sorriso. — Está tudo bem. Eu entendo. — Eu teria
feito o mesmo em sua posição. Jesse e os caras eram a sua família, e ela queria
protegê-los tanto quanto eu queria proteger Lana e Lucy.
— Porque eu não achei que importava. Então, ela é filha de Tommy? Quem
se importa? Isso não muda quem ela é. — Emmie afastou o cabelo dos olhos. — E
eu pensei que, se ela não ia dizer-nos, devia haver uma boa razão.
— Mas...
— Então, quando recebi o relatório de volta sobre ela, minha lealdade ficou
dividida. Eu não ia traí-la, dizendo-lhe todos os seus segredos. Isso era entre você
e ela. Se ela lhe dissesse, então tudo bem. Se ela não fizesse, tudo bem também.
Mas eu não poderia ser a única a dizer. Ainda estou surpresa que você não pôde
ver que ela era filha de Tommy. Foda-se, Jesse. Ela se parece muito com ele.
Eu fiz uma careta, não tendo certeza de que era um elogio ou não. — Eu não
quis dizer nada porque Tommy não significa nada para mim, — eu disse a eles. —
Ele raramente passa pela minha cabeça. Para mim, ele não é meu pai. — Eu
sabia que legalmente eu não deveria dizer nada sobre Tommy a ninguém, mas
esses eram os meus amigos. Se eu não podia confiar neles para manter meus
segredos, então eu não podia confiar em ninguém. Esse tinha sido um erro meu,
para começar. Eu deveria ter dito a Jesse sobre o meu pai uma semana atrás,
quando ele me contou sobre sua própria infância.
Ela revirou os olhos. — Ele era seu amigo. Vocês todos não tinham nada
além de coisas boas a dizer sobre o grande Tommy Kirkman. Eu não queria
estragar a imagem que vocês tinham dele.
— Bata-o algumas vezes por mim, querido. — Emmie piscou para ele.
Ela se sentou no colo dele e ficou abraçada com ele, beijando seus
machucados de tempos em tempos. Jesse me segurou perto de seu lado, e eu
estava contente. Parecia que nós três éramos uma família.
Eu amei ter ele por perto durante o dia. Ele fez meu trabalho muito mais
interessante. Mas eu também gostava de ter os outros rapazes ao redor. Drake e
eu tínhamos ficado próximos ao longo das últimas semanas. Eu o entendia
melhor agora e não precisava questionar seus sentimentos em relação a minha
irmã mais. Drake era um homem bom, e podia confiar-lhe a vida de Lana. Eu
gostava de passar tempo com Shane e Nik também.
Parecia que éramos todos apenas uma família grande, e eu amava cada
minuto dela.
Emmie
Esta semana, ele estava de volta ao estúdio. Ele queria ter tantas músicas
gravadas quanto possível antes de eu ter minha cesariana na próxima semana.
Até agora, havia uma lista de músicas de um quilômetro de comprimento que já
tinham começado a gravar, mas eu sabia que apenas uma fração delas entraria
no novo álbum. Só dependeria da forma como a gravadora iria querer. Que
direção eles achavam que o novo material devia ir. Nik e os caras tinham a
palavra final sobre o que eles colocavam lá, mas os grandes caras de terno teriam
algo a dizer sobre tudo.
Uma vez que eu estava limpa, saí e enrolei uma toalha em torno de mim.
Meu estômago espreitou da toalha e eu sorri para mim mesma no espelho. Eu
meio que gostava da minha barriga de grávida, apesar das estrias feias que
vinham junto com ela.
Minha amiga era um sonho quando se tratava de manter minha casa limpa.
O lugar brilhava. Especialmente a cozinha, que foi onde eu encontrei Layla. Ela
estava esfregando os contadores quando entrei. Vendo-me, ela sorriu. — Ei,
dorminhoca. Aproveitou a sua chance de dormir?
Eu sorri de volta. — Foi bom, mas eu senti falta do Nik. Você não tem que
limpar o meu banheiro hoje, eu já tomei conta disso para você.
— Ah. — Eu tinha lido sobre isso em todos os livros que Nik e eu tínhamos
comprado. A necessidade de obter o ‘ninho’ pronto antes que o bebê chegasse.
Havia alguns contos da carochinha sobre ele ser um sinal de que o bebê estava a
caminho. — Eu acho que eu estou me preparando sim. Sinto-me inquieta. Há
algo mais para limpar?
6Do original ‘nesting’, cuja tradução literal é ‘fazer o ninho’, neste caso preparar as coisas
quando o bebê está quase para nascer.
Olhei para o relógio sobre o fogão. — É muito tarde para o café da manhã.
Que tal um sanduíche? Você vai comer comigo? — Eu adorava ter uma refeição
tranquila com Layla. Mesmo quando não falávamos, era bom apenas estar ao seu
redor.
Na próxima meia hora, nós nos sentamos na ilha e almoçamos. Era uma
loucura a rapidez com que eu tinha incluído ela na nossa família, era ainda mais
que eu não pudesse imaginar a minha família sem ela ou suas irmãs. Eu estava
feliz que Jesse foi capaz de encontrar a felicidade com alguém tão amorosa e
cheia de vida como Layla, alguém que aguentava a sua merda... Ou a minha.
Ela fez uma careta. — Eu tenho um monte de roupas no secador. Shane tem
mais roupas do que Lana.
Eu ri. Shane era pior do que qualquer garota quando se tratava de roupas.
Ele era o único dos meus caras que eu não tinha que fazer compras. — Boa sorte
com isso.
— Eu não posso acreditar que você acabou de dizer isso, cara! — Limpei a
boca com o guardanapo e joguei uma batata frita em Shane. Ele tinha contado
piadas loucas e engraçadas a partir do momento que se sentou para almoçar. Nik
já tinha cuspido refrigerante pelo seu nariz, e eu tinha certeza de que Shane
estava determinado a fazer com que todos nós fizéssemos o mesmo.
Drake bufou. — Como você sabe? Oh, espere. Eu não quero saber. — Ele
balançou a cabeça, fazendo seu cabelo cair em seu rosto quando ele deu ao seu
irmão mais novo um olhar de nojo ainda divertido. — Eu não preciso saber como
você sabe que uma mulher pode fazer isso!
Eu ainda estava rindo quando meu telefone tocou, e eu puxei-o para fora do
meu bolso de trás para ver o lindo rosto de Layla sorrindo para mim. — Hey,
bebê, — eu cumprimentei.
Houve uma pausa na linha e por alguma razão o meu coração ficou tenso. —
Layla?
Foram murmuradas maldições no fundo antes da voz de Layla vir
claramente. — Jesse, onde você está? — Ela perguntou, parecendo ansiosa e sem
fôlego.
— Ouça-me, Jess. — Sua voz era de repente muito calma, mas isso não
ajudava a agitação no meu coração. — Eu quero que você entre em um táxi,
todos vocês. Não dirijam, ok? Diga ao táxi para levá-lo ao Centro de Mulheres. A
bolsa da Emmie estourou. Eu estou com ela no carro de Shane, e eu estou
dirigindo para lá agora.
— Ah, foda-se! — Eu sussurrei e olhei para o Nik. Ele franziu a testa para
mim, mas eu já estava puxando a minha carteira e jogando um monte de notas
sobre a mesa. Eu não me importava com o que estava deixando. Não importava
de qualquer maneira. Nada importava, apenas chegar ao Centro das Mulheres. —
Ela está bem?
— Okay. Tudo bem. Apenas... apenas mantenha-a segura até chegarmos lá.
— Eu vou. Eu te amo.
Engoli em seco, tentando não chorar. — A bolsa dela estourou. Layla está
levando-a para o hospital agora...
Drake desceu a calçada e foi direto para a rua. O taxista tocou a buzina,
mas Drake apenas abriu a porta e deslizou no banco da frente, enquanto o resto
de nós sentava atrás. Eu disse ao homem onde estávamos indo e, em seguida,
atirei-lhe um monte de grandes notas para nos levar até lá o mais rápido possível.
O elevador subiu até o quarto andar no que parecia uma eternidade. Pensei
que Nik ia começar a subir a parede e fiquei contente quando a porta se abriu.
Nós saímos do elevador e encontramos uma estação dos enfermeiros em frente de
nós. Cada enfermeira estava correndo por aí. Trabalhando rápido e falando mais
rápido ainda. Eu parei junto da secretária. — Alguém pode me dizer onde Ember
Jameson está? — Eu gritei.
Nik já estava correndo pelo corredor antes que eu pudesse virar. Shane e
Drake logo atrás dele. Ele empurrou a porta aberta no corredor, e eu segui-os
para dentro. Emmie estava deitada em uma pequena cama, um IV em seu braço.
Havia um monitor cardíaco com ela, e fui transportado de volta para a noite que
ela estava doente. O medo tomou conta de mim ainda mais, e eu fiquei ali só
olhando-a por um longo momento.
Ela estava pálida, seus grandes olhos verdes destacando-se em seu rosto
bonito. Nik segurou-a contra o peito, sussurrando algo para ela, e os dois
estavam tremendo. Isso foi assustador. Aterrorizante! Eu não estava pronto para
isso estar acontecendo. Não era para ser assim. O médico havia estabelecido
todos os detalhes durante a última consulta de Emmie e explicado tudo o que iria
acontecer, mas isso não era assim.
Uma mão suave tocou meu braço, e eu olhei para baixo para encontrar Layla
ali. Ela me deu um pequeno sorriso. — Vai ficar tudo bem, Jesse, — ela me
prometeu.
Eu passei meus braços em torno dela, enterrando meu rosto em seu cabelo.
— Você tem certeza? Ela parece assustada como o inferno e está assustando a
merda para fora de mim.
Layla segurou meu rosto em suas mãos. — Eu tenho certeza. Ela está com
medo porque está com dor. Ela está tendo contrações regulares, e o médico disse
que ela já estava dilatando para seis quando chegamos aqui. É por isso que todo
mundo está correndo.
Assim como eu. Mas todos nós sabíamos que somente uma pessoa poderia ir
com ela. Nik já estava colocando a roupa que uma enfermeira tinha lhe
entregado. Eu dei um beijo no topo de sua cabeça. — Você vai ficar bem, querida.
Nik estará com você.
— Eu amo vocês! — Ela disse para nós e eu tive que virar o rosto para que
ela não visse minhas lágrimas enquanto derramavam pelos meus olhos.
Layla
A última hora foi surreal. Não poderia ter tudo acontecido tão rápido.
Simplesmente não parecia possível. Em um minuto eu estava rindo com Emmie
sobre toda a roupa de Shane, e no próximo eu estava dirigindo como um piloto de
Indy pela estrada com uma mulher gritando no banco do passageiro.
Eu nunca tinha ficado tão apavorada na minha vida como eu estava quando
eu tinha visto a piscina de água aos pés de Emmie. O jeito que ela começou a
gritar quase me fez começar também, mas eu sabia que uma de nós tinha que ser
calma ou estaríamos em apuros. De alguma forma, eu tinha sido capaz de
chamar o médico de Emmie e deixá-lo saber o que estava acontecendo.
Eu estava dirigindo a 90 milhas por hora quando liguei para Jesse. Entre o
telefone, o tráfego, e Emmie chorando, era um milagre que eu tinha nos levado
para o hospital em segurança.
Assim que eu tinha parado em frente do Centro das Mulheres, Emmie foi
levada às pressas para cima. Eu tive que estacionar o carro de Shane e levei um
segundo para mandar uma mensagem de texto para Lana para deixá-la saber que
ela precisava sair da escola e pegar Lucy. Quando eu cheguei à maternidade eles
não queriam me deixar vê-la.
Então eu menti e disse que ela era minha irmã. Eles não tinham escolha a
não ser me deixar ir. A essa altura, eles já estavam se preparando para a
cesariana de Emmie. Fiquei surpresa pela rapidez com que a equipe médica
estava funcionando, mas Emmie me disse que ela estava dilatando rápido.
Eu fiquei ao lado para que a equipe pudesse trabalhar, mas eu nunca tirei
meus olhos de Emmie. Pela primeira vez, eu vi o quão pequena ela era, quão
pequena e frágil, ela poderia ser. Isso me assustou, vê-la assim. Eu estava
acostumada a ver a Emmie forte. A mulher que não desistia de nada nem de
ninguém.
A cada poucos segundos, ela olhava nos meus olhos e ficávamos assim. Isso
lhe dava algum apoio que eu não poderia oferecer fisicamente desde que o médico
e as enfermeiras estavam tão ocupados. Eu estava com medo de que se eu ficasse
no caminho alguém iria me pedir para sair, e eu não ia arriscar isso.
Quando a porta se abriu e Nik veio correndo eu fiquei além de aliviada. Meu
medo era que ele não iria chegar antes que Emmie tivesse que ser levada para a
cirurgia. Eu teria tomado seu lugar com prazer se tivesse sido uma opção, mas eu
estava aliviada que Nik iria ter essa experiência com Emmie como devia ser.
Drake e Shane estavam logo atrás de Nik, movendo-se para o lado oposto da
cama e contentando-se com simplesmente tocar Emmie em qualquer lugar que
pudessem alcançar. Jesse estava logo atrás deles, e me machucava ver como ele
parecia perdido quando viu Emmie na cama do hospital. Eu sabia que havia um
vínculo profundo lá, sabia que corria a quilômetros de profundidade e cada vez
que eu via um vislumbre dessa ligação, eu o amava mais.
Dez minutos mais tarde, uma enfermeira nos levou até uma sala de espera.
— Já foi dada a Senhorita Jameson a epidural, e o Dr. Armstrong está com ela
agora, — explicou-nos. — Não deve demorar muito.
A porta da sala de espera abriu, e Nik estava lá. Havia um grande sorriso em
seu rosto bonito, e derramavam lágrimas de seus olhos azuis. Meu coração ficou
comovido com a visão dele. Jesse foi o primeiro a atravessar o quarto. Ele trancou
olhares com Nik, e eles apenas olharam um para o outro por um longo momento.
Sua risada me fez pular, porque eu estava tão tensa.
Jesse e Nik se abraçaram, batendo um ao outro nas costas. — Parabéns,
mano. — A voz de Jesse estava embargada pela emoção.
— Obrigado, cara. — Ele deu um passo para trás e Shane e Drake deram-lhe
a mesma saudação.
Eu não poderia evitar. Eu tive que abraçá-lo também. Ele me puxou para um
abraço de urso e me virou. — Obrigado, Layla, — ele sussurrou. — Eu não sei o
que faríamos sem você. — Suas palavras me encheram de lagrimas, e eu tentei
pisca-las.
Quando eu estava nos meus pés, segurei seus braços. — Como ela está?
Ele sorriu. — Emmie está bem. Cansada, mas bem. Ela fez muito bem.
— E o bebê?
— Cara! — Shane balançou a cabeça. — Eu não acredito que você disse isso.
Isso não parece real.
Mas era e duas horas depois, nós estávamos no quarto privado da Emmie.
Ela estava deitada de costas contra os travesseiros, um olhar confuso em seu
rosto pálido, mas em seus braços, ela tinha a visão mais preciosa que eu já tinha
posto os olhos. Emmie sorriu para nós, enquanto nós brigávamos para ver quem
iria segurar o bebê pela primeira vez.
— Então, — disse Lana quando ela tomou sua vez segurando o bebê. Ela e
Lucy tinham chegado uma hora antes, adicionando ao nosso grupo animado. De
alguma forma, ela tinha enganado Drake em deixá-la ser a próxima a segurar o
bebê, e eu estava ansiosa para pegar o bebê novamente. A sensação daquele
anjinho nos meus braços era a melhor coisa do mundo. — Como iremos chamar
essa linda coisinha?
Os olhos de Emmie se arregalaram. — Eu estava esperando vê-la antes que
eu lhe desse um nome. Mas agora que eu a tenho aqui, eu não posso decidir. —
Lágrimas escorregavam de seus olhos. — Eu sou uma mãe horrível já. Eu não
posso nem escolher o nome da minha própria filha.
— Eu tenho um nome que eu gosto. — Nik falou. Ele estava debruçado sobre
Lana, incapaz de tirar os olhos de seu bebé. — Posso falar?
Emmie teve que passar quase uma semana no hospital. Ela não podia sair
da cama muito cedo por causa de seus pontos, e Mia acabou ficando também.
Ela acabou tendo uma icterícia tão ruim que ela se parecia com um Umpa-Lumpa
de tão laranja que ela ficou. Ela passou dois dias sob uma luz, o que deixou
Emmie histérica.
No terceiro dia Emmie estava exausta. Mia não estava dormindo bem à noite,
e isso significava que Emmie também não estava. Nik tentou ajudar tanto quanto
Segurei seus ombros. — Ouça-me Emmie. Você é uma ótima mãe. Essa
menina tem sorte de ter alguém que a ama tanto quanto você. Mas você tem que
parar de tentar ser tão forte. Peça ajuda. Peça aos rapazes. Peça-me! — Quando
ela tinha voltado do hospital, ela estava determinada a fazer tudo por conta
própria. Eu não queria me intrometer, então eu tinha tentado ficar fora do
caminho, assumindo que se Emmie realmente precisasse de ajuda ela iria falar.
Mas a tola mulher era muito teimosa para seu próprio bem.
Lágrimas escorriam pelo rosto bonito de Emmie. — Preciso de ajuda, Layla.
— ela soluçou. — Eu não posso fazer isto. Eu sou péssima como uma mãe.
Levei uma boa meia hora para acalmá-la o suficiente para que eu fosse
capaz de convencê-la a comer alguma coisa. Depois que ela tinha comido, eu a
ajudei no chuveiro, e em seguida, coloquei-a na cama. Os caras estavam de volta
ao estúdio terminando o cd, portanto, não estavam em casa muito durante o dia
nesta semana.
Eu cuidei de Mia pelo resto do dia. Tendo a certeza de que ela estava em
uma sala bem iluminada, e eu a acordei muitas vezes. Felizmente, Emmie tinha
começado a bombear seu leite materno, porque eu não queria perturbá-la. A
única vez que tinha a verificado, ela estava em um sono profundo. Foi
provavelmente o primeiro sono reparador que ela tinha tido desde que chegou em
casa do hospital há duas semanas.
Na semana passada, ela me disse que tinha aplicado para inicio precoce em
algumas faculdades. Eu sabia que ela ia entrar, mas eu não tinha ideia de como
eu iria pagar as escolas que ela merecia ir. Recusei-me a pedir ajuda a Jesse. Ele
era meu namorado, não meu banco.
***
As coisas melhoraram ao longo da próxima semana. As olheiras de Emmie
desapareceram e ela não estava tão emocional. Nós estávamos conseguindo fazer
com que Mia dormisse mais durante a noite. E foi ficando mais fácil para Emmie,
e eu estava além de aliviada que a velha Emmie estava começando a brilhar
novamente.
— ...Perfect Clean disse que eles podem ter uma nova governanta aqui
depois do Natal, — Emmie estava dizendo.
— Você vai ficar bem até então? — perguntou Jesse, parecendo preocupado.
— Nada está bem para mim, Jesse. Eu não quero que você vá...
— Emmie, eu não vou para longe. Você sabe que eu não posso ficar aqui.
Não agora.
Os ouvi movendo-se e corri pelo corredor até a lavanderia antes que eles me
encontrassem escutando. Joguei o cesto de roupa em cima da secadora e fechei a
porta. Meu coração estava disparado, minha garganta apertada e lágrimas
escorriam.
Jesse
As coisas foram colocadas em espera por algumas semanas depois que Mia
nasceu.
Eu odiava ter que pedir a Emmie para me ajudar quando ela estava tão
doente. Pós-parto tinha sido uma verdadeira puta, mas fiquei aliviado ao
encontrar minha velha Emmie voltando para mim agora. Por um tempo, o mundo
parecia escuro, porque ela estava perdida em um labirinto de emoções negras
hormonalmente induzidas. Tivemos Layla para agradecer por ajudar Emmie a
encontrar seu caminho de volta, e eu acho que a amava ainda mais por causa
disso.
Uma vez que a Emmie antiga estava de volta, ela começou de onde ela havia
parado. Eu nem sequer tive que perguntar a ela sobre isso. Ela só fez o que fazia
melhor e fez as coisas acontecerem. As coisas estavam se movendo mais rápido
do que eu esperava, e estava preocupado que eu ia deixar Emmie em uma má
situação.
Embora estivesse me ajudando, ela não queria que eu fosse, mesmo que só
fosse haver algumas casas nos separando. Doeu-me tanto quanto doía nela, mas
nós dois sabíamos que era hora de eu seguir em frente. A casa não foi feita para
duas famílias. Agora ela tinha a dela, e eu precisava começar a minha.
Seu queixo tremia, mas ela estava sorrindo. — Estou feliz por você ter Layla.
Eu gosto de vê-lo tão feliz, Jess.
Eu levantei uma sobrancelha para ela. — E como você está e Nik? Ainda
discutindo?
Ela fez uma careta. — Um pouco.
— Porque você não vai se casar com ele? — Nik estava impaciente. Ele a
pediu em casamento meses atrás, mas ela disse que tinha que esperar o bebê
chegar em primeiro lugar. Agora que Mia estava aqui, Emmie ainda não parecia
pronta. Eu não tinha certeza do que estava a segurando. Eu sabia que ela amava
Nik. Eu acho que eu sabia mesmo antes que ela soubesse.
— Jesse!
— Está definido. Você quer vê-la ou não? — Eu disse por cima do meu
ombro enquanto eu me dirigia para a praia.
Duas casas mais tarde, eu estava correndo os degraus para o meu novo lar.
Emmie tinha movido céus e terra para me encontrar um lugar tão perto dela
quanto possível. Eu só tinha visto uma vez e tinha gostado bastante, mas ela era
a única que tinha cuidado de todos os detalhes: fez a oferta, resolveu tudo,
fechou a compra da casa. Eu não tinha certeza de como iria fazer sem Emmie e
eu esperava que eu nunca tivesse que descobrir.
A casa não era tão grande quanto a de Emmie. A minha era apenas uma de
quatro quartos. O quarto do casal era enorme, e tinha uma bela vista do oceano.
A cozinha tinha todos os novos aparelhos, mais uma vez, graças a Emmie. Além
do essencial, a casa estava vazia, porque eu queria que Layla decorasse nossa
casa.
Ela franziu a testa. — Você tem certeza disso? Quero dizer... — Ela parou de
falar, mas eu sabia o que a estava incomodando.
Lágrimas derramavam dos meus olhos, sem eu me dar conta. Eu não queria
encontrar outro emprego. Eu queria aquele onde eu estava com as pessoas que
eu tinha aprendido a amar... as pessoas que, obviamente, não me amavam de
volta!
Antes que eu percebesse, a mala grande estava cheia e o armário estava
vazio. Eu fechei a mala e arrastei-a para a sala. Depois de colocá-la na porta, eu
voltei para o quarto. A porta da frente se abriu e Drake entrou, surpreendendo o
inferno fora de mim.
Ele deu uma olhada no meu rosto úmido, viu a mala perto da porta, e ficou
balístico. — Que diabos você está fazendo? — Ele explodiu.
— Não. De jeito nenhum. — Ele balançou a cabeça, fazendo seu longo cabelo
cair em seu rosto. Seus olhos azuis-cinzentos pareciam selvagens. — Onde está o
Anjo? — Ele nunca falava Lana mais. Todo mundo sabia de quem ele estava
falando quando ele dizia ‘Anjo’. Eu acho que ela era seu anjo.
— Eu pensei que ela estava com você. — Eles eram como sombra um do
outro. Onde um estava o outro estava atrás.
— Jesse agarrou-a e saiu. Achei que ela estaria aqui. — Drake olhou para
mim. — Por que você está fazendo as malas, Layla? Por que você está chorando?
— Porque nós estamos indo embora. — Eu disse a ele e vi toda a cor do seu
rosto sumir. Doeu-me feri-lo assim, mas eu não podia ficar. Não quando eu sabia
que Jesse estava prestes a me esmagar. Oh, foda-se. Eu já estava esmagada. —
Olha, você ainda vai ver Lana sempre que quiser. Só porque iremos embora não
significa que vocês tem que parar de serem amigos.
— Não. Você não está indo embora! — Ele praticamente gritou. — Eu não
posso... Não posso... — Ele parou de falar, incapaz de falar, ele estava tão
chateado.
Lana olhou de Drake para mim e então de volta para Drake. Vendo a sua
dor, ela puxou-o em seus braços. — Claro que eu não vou a lugar nenhum.
Ele pareceu ceder com alívio. De alguma forma ele foi para o sofá, levando
Lana com ele. Ela caiu no colo dele, e ele enterrou o rosto em seu cabelo preto e
grosso. Ela acariciou seu rosto, mas seu olhar em linha reta para mim. — O que
você está fazendo, Layla? — ela perguntou em voz baixa.
— Por quê? — Ela perguntou, parecendo preocupada. — Por que temos que
ir?
— Porque Jesse não me quer mais. Ouvi-os falar hoje. Emmie e ele. Ela já
está encontrando a minha substituta, e eu aposto que ele também está. —
Lágrimas escaldantes queimavam o meu rosto enquanto elas derramavam dos
meus olhos. Esfreguei-os. — Então vamos embora.
— Você acha que Jesse não te quer mais? — Lana saltou para seus pés. —
Você perdeu sua cabeça? Você não vê o quanto ele te ama?
— Eu sei o que eu ouvi, Lana. — Virei-me para o quarto mais uma vez.
— Você só pensa que sabe! — Ela gritou. — Vá falar com ele. Deixe o
explicar.
— Não, obrigada. — Foi ruim o suficiente saber que ele não me queria mais.
Eu não ia me envergonhar ouvindo suas desculpas. — Eu ouvi tudo o que eu
preciso saber.
— Drake, vá buscar Jesse. Traga Emmie também. — Eu ouvi Lana lhe dizer.
— Diga-lhes que se apressem.
Ela ficou ali, cruzando os braços sobre o peito. — Eu não posso acreditar
que você pode duvidar do quanto Jesse te ama. Nem por um segundo. Deus,
Layla! Eu fico enjoada de ouvir ele dizendo, mas eu nunca duvido quando ele fala.
— Ele não tem sido o mesmo ultimamente, — eu disse a ela. — Posso sentir
as emoções que o agitam.
— Como é que você sabe? — Eu explodi. Ela abriu a boca para dizer algo,
mas eu não quis ouvi-la. — Já falei demais sobre isso. Eu tenho coisas para
fazer.
— Eu não fiz nada! — Lana apontou para mim. — Layla está fazendo as
malas e, aparentemente, a culpa é sua. Ela ouviu você e Jesse conversando hoje
cedo.
Os olhos de Emmie se arregalaram. — Então por que você está indo embora?
— Ela exigiu. — Você não gosta da casa? Eu posso vendê-la e comprar outra. —
Ela fez uma careta. — Não é tão perto, mas se é o que você realmente quer...
— Isto não é sobre a casa, — Lana informou. — Ela não sabe sobre a casa.
Emmie jogou as mãos no ar. — Então, por favor me diga o que se trata!
Porque eu estou em perdida aqui, senhoras.
Elas não estavam fazendo muito sentido para mim. Eu não sabia o que
qualquer uma delas estava falando. — Isto é sobre você contratar outra
empregada. Trata-se de Jesse saindo porque ele não pode ficar perto de mim.
— Você acha que eu quero que você saia? — Emmie pôs as mãos nos
quadris, olhando para mim. Eu não pude deixar de notar que ela estava olhando
mais em forma e bonita todos os dias. — Você perdeu sua mente? Eu daria meu
braço direito para que você ficasse comigo para sempre, Layla. Nunca houve
alguém como você na minha vida, alguém que cuida de mim, aguenta as minhas
merdas, e ainda me ama como você. Você é minha melhor amiga, Layla!
— Porque você vai ter a sua própria casa para se preocupar, — ela gritou
para mim. — Você não pode cuidar de sua casa e da minha também.
— Que casa? — Elas ficavam falando de uma casa, e eu estava tão confusa
que eu não sabia o que pensar. Essa coisa toda estava me dando uma dor de
cabeça enorme.
Jesse
— Layla está fazendo as malas! Ela está indo embora, — ele explodiu.
— O quê? — Eu ainda tinha sabão em cima de mim, mas para o inferno com
isso. Eu passei pelo meu amigo e peguei uma toalha. Eu me movi tão rápido que
eu quase caí na minha bunda. Meus pés molhados estavam escorregadios no
piso! Me corrigindo, eu passei a toalha em volta da minha cintura e saí correndo
pela casa ainda molhado.
Meu coração estava cheio de medo. Por que Layla estava indo embora? Que
diabo eu perdi?
— A casa que eu pedi a Emmie para comprar para nós, — disse a ela. Eu
atravessei a sala e agarrei as suas mãos. Elas tremiam, ou talvez fosse eu que
tremia. — Layla, o que você está fazendo? Por que você está fazendo as malas?
— Claro que eu tenho que ir. Todos nós temos. Eu quero dormir com você
em meus braços todas as noites. Nós não podemos fazer isso aqui, não sem
confundir Lucy. — Eu segurei seu rosto com as duas mãos, enxugando algumas
lágrimas errantes para longe enquanto caíam de seus olhos. — Eu queria fazer
uma surpresa. Dar-lhe a casa e o anel ao mesmo tempo.
Suspirei e esperei que a porta se fechasse atrás delas antes de dar a Layla
toda a minha atenção. — Agora me diga o que eu perdi. Por que você iria saltar a
essa conclusão?
— Você tem agido estranho ultimamente. Sua mente está sempre errante.
Eu pensei que você estava ficando entediado comigo. E hoje, quando eu ouvi você
e Emmie falando, eu simplesmente perdi o controle. Quebrou alguma coisa
dentro de mim. — Mais lágrimas derramaram de seus olhos. — Eu amo você,
Jesse. Se eu perder você me mataria.
— Não, Layla. Você não estragou nada. Isto pode não ser como eu tinha
planejado te dizer, mas você não estragou nada. — Eu rocei um beijo sobre os
seus olhos, saboreando o sal das lágrimas em minha língua. — Eu sabia que eu
queria passar o resto da minha vida com você depois do primeiro fim de semana.
Emmie começou a fazer todos os arranjos para mim. Para nós, querida. Nenhum
de nós estava feliz com a minha mudança, mas eu não posso começar nossas
vidas juntos dividindo a casa com ela e os caras. Então, ela nos encontrou uma
casa apenas a duas casas de distância desta.
— Eu acho que você não vai mais escutar atrás da porta, né? — Escovei
outro rápido beijo nos seus lábios.
— Eu não posso imaginar ser mais feliz do que eu sou agora. — Ela
estremeceu quando eu chupava o ponto sensível, entre o seu pescoço e o ombro.
— Mas eu estou disposta a passar o resto da minha vida permitindo que você
tente.
Epílogo
Eu tinha pensado que o fim da estúpida turnê nunca iria chegar!
Desde o dia em que nos casamos - que teve lugar em uma pequena capela
em Las Vegas no dia seguinte que Jesse tinha proposto - não tínhamos passado
uma noite distante em mais de dois anos em que estávamos casados, não até
esta estúpida turnê. Às vezes, eu odiava que meu marido fosse uma grande
estrela de rock que todo mundo estava morrendo de vontade de ver ao vivo!
Lucy entrou na casa, jogando a mochila no sofá. — Ele está em casa? — ela
perguntou animadamente. — Eu perdi isso? — Agora, com oito anos de idade,
Lucy tinha mudado um pouco ao longo dos últimos dois anos. Seu cabelo era
mantido curto, com pequenos cachos emoldurando seu lindo rosto, e ela cresceu
uns bons quinze centímetros no ano passado. Desde que me casei com Jesse, ela
floresceu ainda mais em uma jovem mulher de quem eu era incrivelmente
orgulhosa.
Jesse tinha sido o único a trazer à tona o tema da adoção, determinado a
que Lucy soubesse exatamente o quanto ele pensava nela como sua. Lucy
precisou ser perguntada duas vezes, e seis meses depois que nos casamos, ela
tornou-se oficialmente a nossa filha. Tinha sido estranho à primeira vista. Lucy
não sabia se ela queria nos chamar de ‘mamãe e papai’ ou não. Tínhamos a
deixado decidir por conta própria. Demorou algum tempo, mas depois de um
tempo ela começou a chamar Jesse de ‘pai’. Ela e eu ainda estávamos tentando
descobrir se ela queria me chamar de ‘Mãe’. De tempo em tempo ela me chamava
de ‘Mãe’ ao invés de Layla.
— Emmie me mandou uma mensagem cerca de uma hora atrás, por isso não
deve demorar muito. — Eu assegurei a ela enquanto continuava a arrumar a sala
de estar. Eu amava a casa que tínhamos transformado em nosso lar. Na verdade,
ela estava tão perfeita quanto poderia ficar, mas eu precisava fazer alguma coisa
para me manter ocupada, ou eu poderia perder minha mente!
— Eu gostaria que pudéssemos ter ido com ele. — Lucy suspirou. As últimas
vezes que os Asas do Demônio tinham feito suas mini-tours, Lucy e eu tínhamos
ido com eles. Desta vez não tinha sido possível porque Lucy tinha escola. Já que
ela estava agora em uma escola particular, ela não poderia faltar muito,
especialmente com todo o trabalho extra que ela tinha desde que suas aulas de
escrita criativa tinham começado.
Lucy já estava de pé e pulando para fora da sala. Eu estava mais lenta para
me levantar e no momento em que cheguei ao corredor, Lucy já estava nos braços
de Jesse. Ele girou-a em torno algumas vezes, fazendo-a rir. Quando ele a colocou
em seus pés, ele a puxou para perto e lhe deu um abraço apertado. — Senti sua
falta, Lu, — ele murmurou contra sua cabeça encaracolada.
Jesse pressionou sua testa contra a minha. — Sim, isso não vai acontecer de
novo, — ele murmurou. — Você vai ir comigo ou eu não vou.
— Não, querida. Eu não estou com fome. — Ele deixou-se cair no sofá e me
puxou para baixo ao lado dele. Lucy tomou seu lugar de costume em seu outro
lado e a televisão foi esquecida enquanto ele nos contava tudo sobre a turnê.
Olhei para Lucy, que estava olhando para mim interrogativamente. Ela e eu
estávamos escondendo uma coisa dele nesta última semana. Não era exatamente
algo que você dizia ao seu marido por telefone e eu tinha estado tão preocupada
com isso que quebrei e confidenciei a Lucy...
Lucy tinha uma coisa por animais exóticos. Ela enganou Drake em
comprar-lhe uma iguana no ano passado para o aniversário dela, sem falar-nos
sobre isso. Então, no natal, Lucy tinha pedido uma píton. A menina era louca
pela cobra amarela e branca que ela tinha chamado Zippy. O roqueiro grande e
mau Jesse Thornton? Nem tanto. Ele evitava Zippy e o quarto de Lucy.
— Não, papai. Não se trata de um animal de estimação. — Lucy foi rápida
para assegurá-lo.
— Jesse, lembre-se que antes de sair você disse que achava que era hora de
começar algumas adições..? — Eu parei quando ele virou os olhos para mim. —
Eu espero que você esteja realmente pronto.
— Layla, você está tentando me dizer que está grávida? — Ele exigiu.
Eu sorri. — Talvez.
Estávamos conversando sobre ter um bebê desde o dia em que nos casamos.
Mas parecia que cada vez que um de nós estava preparado algo vinha e atrasava
o nosso plano. Desta vez, tinha sido completamente retirado de nossas mãos,
porque eu ainda estava a tomar a pílula até que eu tinha descoberto que estava
grávida.
Ele rosnou e me puxou para o seu colo. — Sério? Você está realmente
grávida?
Eu olhei para Lucy e ambas sorrimos. — Bem, essa pequena coisa preta aqui
é um bebê. — Eu disse a ele e ele acenou com a cabeça careca.
— Hum...Você não está ferida nem nada, está? — Ela parecia preocupada.
— Não, eu realmente preciso ver você. — Eu não tinha visto a minha melhor
amiga no que parecia ser para sempre.
Duas semanas longe de pessoas que normalmente via em uma base de hora
em hora tinha sido brutal. E agora que ela estava em casa, e eu já tinha
partilhado a minha notícia com Jesse, eu precisava compartilhar com Emmie ou
eu explodiria.
Jesse ainda estava em uma espécie de torpor olhando para a foto em suas
mãos quando a porta da frente se abriu e Emmie entrou na sala de estar. Seu
cabelo estava enrolado em torno de seu rosto e Mia estava pendurada em seu
quadril. Atrás dela estava Nik, e eu estava tão feliz de vê-lo como eu estava de ver
Emmie. — Ok, eu estou aqui! — Emmie franziu a testa quando viu o olhar no
rosto de Jesse. — O que está acontecendo com Jess?
Emmie pegou a foto, e seus olhos se arregalaram, assim que ela percebeu o
que ela estava olhando. — Você está grávida! — Exclamou ela. — Isso é incrível.
— Seus olhos estavam analisando a foto e eu sabia no instante em que ela
entendeu tudo. — Oh. Meu. DEUS!
— Cara! — Jesse estava de volta para si mesmo. — Nik, cara. Eu vou ter
gêmeos!
— O quê? — Nik deu uma olhada mais de perto na imagem. — Puta merda!
Bom trabalho, mano!
— Será que Lana sabe? — A pergunta de Jesse fez meus olhos se abrirem. —
Você falou com ela?
— Layla?
— Hum?
Fim
Tradução
Bia e Priscila
Revisão Inicial
Laura
Revisão Final
Ju
Formatação
Laura
A série The Rocker continua em… The Rocker That Needs Me
O Demônio...
Venho lutando meus próprios demônios durante a maior parte da minha vida. O
álcool parece anestesiar a dor, mas nunca faz os pesadelos ir embora. Tudo que
eu quero na vida é um pouco de paz. Quando eu conheci o meu anjo parecia que
eu a encontrei, mas há muitas coisas entre nós. Por que ela tinha que ser tão
jovem...?
O Anjo do Demônio...