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Fundação Universidade Federal do ABC

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COMPARAÇÃO ENTRE AS CLASSES DE


MATERIAIS EM RELAÇÃO À ESTRUTURA E
PROPRIEDADE

Nome do aluno: Cauã Pontes Brentan, Rodrigo Morato de Souza Perfi

Nome do orientador: Renata Ayres

Santo André

2023
Sumário
1 Resumo 2
2 Introdução 2
3 Polietileno tereftalato 2
4 Níquel 2
5 Óxido de alumínio 2
6 Comparação das propriedades 2
Referências 2

1 Resumo
Metais são elementos que apresentam características como boa condutividade
elétrica e maleabilidade, tornando-os ideais para aplicações na construção e na
indústria eletrônica. Por outro lado, as cerâmicas, embora sejam materiais duráveis e
frequentemente utilizados em estruturas e revestimentos, possuem a desvantagem de
serem quebradiças. Já os polímeros são conhecidos por sua leveza e flexibilidade,
sendo empregados em uma variedade de produtos, especialmente em embalagens e
itens que demandam maleabilidade. Cada uma dessas categorias de materiais
desempenha papéis específicos em diversas áreas de aplicação, destacando suas
propriedades únicas e adaptabilidade a diferentes necessidades industriais e
cotidianas.

2 Introdução
Este trabalho visa comparar as classes de materiais representadas pelo
Polietileno Tereftalato (PET), níquel e óxido de alumínio. Cada um desses materiais
desempenha papéis importantes em setores específicos devido às suas propriedades
distintas. O PET, um polímero termoplástico, é utilizado em embalagens biomédicas. O
níquel, metal de transição, é aplicado em eletrônica e ligas metálicas, enquanto o óxido
de alumínio, uma cerâmica refratária, é essencial em abrasivos e eletrônicos. A
comparação desses materiais incluirá suas propriedades e estruturas, buscando
otimizar aplicações industriais.
3 Polietileno tereftalato
O Polietileno Tereftalato (PET) é um polímero termoplástico com estrutura
parcialmente alifática e aromática, semicristalina, pertencente à família dos poliésteres.
Amplamente usado em garrafas de bebidas e produtos diversos, o PET destaca-se por
sua transparência, resistência mecânica, estabilidade térmica e facilidade de
processamento, além de ser economicamente viável. Sua característica reciclável tem
sido explorada em várias aplicações, incluindo estudos para aprimorar misturas
asfálticas (Mieka Arao, [s.d.]).

Os polímeros são formados por grandes moléculas cujos átomos estão ligados
por ligações interatômicas covalentes. Para simplificar, utilizamos a unidade de
repetição que representa uma macromolécula composta por diversas unidades
repetitivas chamadas monômeros. Na Figura 1, é apresentada a molécula entre
parênteses, que representa o monômero, enquanto 'n' indica o número de repetições
necessárias para formar o polímero (MÜLLER, [s.d.]).

Figura 1: Fórmula Química do Polietileno Tereftalato (PET)

Fonte: (MÜLLER, [s.d.])

O polietileno tereftalato (PET) é um material versátil devido às suas propriedades


físico-químicas e mecânicas. Sendo um polímero termoplástico, o PET é leve, resistente
mecanicamente e termicamente, tornando-se amplamente utilizado em diversas
indústrias. Suas propriedades, como alta temperatura de fusão e estabilidade hidrolítica,
o fazem adequado para fibras têxteis, embalagens, filmes, polímeros de engenharia,
roupas, acessórios domésticos, materiais esportivos, eletrônicos, e muitos outros
produtos. Além disso, sua capacidade de reciclagem contribui para sua sustentabilidade
(MÜLLER, [s.d.]).

O PET é considerado um polímero semi-cristalino. Isso significa que ele possui


regiões tanto amorfas quanto cristalinas em sua estrutura. Essa combinação confere ao
PET uma série de propriedades desejáveis, como transparência, resistência mecânica
e estabilidade térmica (Mieka Arao, [s.d.]).
Os polímeros, incluindo o PET, apresentam defeitos estruturais que podem
incluir trincas, fissuras e deformações. Esses problemas podem surgir devido a fatores
como processamento inadequado, exposição a altas temperaturas ou agentes
químicos. Um defeito específico é a formação de microfissuras, pequenas rachaduras
na superfície do PET, capazes de comprometer sua integridade, afetando propriedades
mecânicas e estéticas. Portanto, é crucial processar e armazenar o PET corretamente
para prevenir a ocorrência desses defeitos estruturais (Mieka Arao, [s.d.]).

Na tabela 1, Na Tabela 1, podem ser observadas as propriedades físico-


químicas e mecânicas do PET, as quais são de grande importância para suas
aplicações na engenharia.

Tabela 1: Propriedades físico-químicas do polietileno tereftalato (PET)

Fonte: (MÜLLER, [s.d.])

Contudo, ao examinar as propriedades gerais de natureza mecânica, térmica,


elétrica, magnética e óptica, destaca-se que o material em questão é reconhecido como
um dos filmes plásticos mais robustos e resilientes. Suas notáveis características
incluem uma excepcional resistência à fadiga e ao rasgamento, além de uma notável
capacidade de suportar condições desafiadoras, como umidade, ácidos, graxas, óleos
e solventes. Essas propriedades conferem ao material uma ampla aplicabilidade em
diversas áreas, tornando-o uma escolha versátil e durável (CALLISTER, 2000).
4 Níquel
O níquel é um elemento químico metálico de número atômico 28 e símbolo Ni.
Ele é encontrado na tabela periódica dos elementos e pertence ao grupo 10. O níquel é
conhecido por suas propriedades de resistência à corrosão, ductilidade e condutividade
elétrica, o que o torna um material valioso em diversas aplicações industriais. O Níquel
destaca-se principalmente na produção de ligas metálicas, especialmente em ligas de
aço inoxidável e ligas de níquel, devido à sua capacidade de conferir resistência a altas
temperaturas, resistência à corrosão e outras propriedades desejáveis. (LUIZ
PARUCKER; KLEIN; BINDER, 2014)

Em materiais metálicos, um material puro formado apenas por um tipo de átomo


é simplesmente impossível, pois sempre haverão impurezas presentes em sua
composição, mesmo com as técnicas de refinamento mais sofisticadas conhecidas na
atualidade. Por conta disso, é difícil refinar metais até uma pureza superior a 99,9999
%. (CALLISTER, 2000).

Por conta dessa dificuldade em encontrar metais 100% puros, com o intuito de
aproximar o presente estudo ao máximo de uma análise do níquel metálico puro, o
presente trabalho fará uma análise do Níquel 200, que apresenta pureza de 99% a
100%, podendo conter elementos de liga indesejados, como Cobre, Ferro, Enxofre e
Silício em sua composição em baixas quantidades, sendo a liga com maior pureza de
níquel encontrada comercialmente, como pode-se observar na Tabela 2. Os elementos
de liga (impurezas), podem variar de fabricante para fabricante e de norma técnica para
norma técnica. (LUIZ PARUCKER; KLEIN; BINDER, 2014)

Tabela 2: Liga do Níquel 200

Fonte: Adaptado de (CALLISTER, 2000)


O níquel apresenta estrutura cristalina Cúbica de Face Centrada e elevado ponto
de fusão, como exemplificado na Figura 2. Na liga Níquel 200, podem ocorrer defeitos
intersticiais e substitucionais devido à presença de impurezas, que alteram parcialmente
a estrutura cristalina. Também ocorrem defeitos comumente observados em metais,
como contornos de grão e defeitos de linha. A presença destes defeitos estruturais pode
afetar as propriedades térmicas, elétricas e mecânicas do níquel, como sua
condutividade elétrica e térmica, sua resistência à corrosão, entre outras. (ALEGRE,
2019)

Figura 2: Informações gerais sobre o Níquel.

Fonte: Adaptado de (CALLISTER, 2000)

Ao analisar as propriedades do níquel, pode-se notar que ele apresenta elevada


condutividade térmica e elétrica (apesar de ser menos eficiente do que outros metais,
como o aço), elevado ponto de fusão e elevada tenacidade e ductilidade.

5 Óxido de alumínio

O óxido de alumínio, ou alumina, é um composto químico amplamente usado em


várias aplicações industriais, como cerâmicas, vidros e abrasivos. Ele também é
conhecido por sua capacidade de detectar radiação por meio da termoluminescência.
As propriedades do óxido de alumínio podem variar dependendo de sua origem ou
processo de obtenção, sendo a alumina industrial produzida principalmente pelo método
Bayer, enquanto a alumina eletrofundida é usada como abrasivo devido à sua alta
dureza (FUKUMORI et al., 2012).
A fórmula química do óxido de alumínio é Al2O3. O óxido de alumínio apresenta
uma ligação iônica entre os íons de alumínio (Al3+) e os íons de oxigênio (O2-). Essa
ligação ocorre devido à transferência de elétrons do alumínio para o oxigênio, formando
um composto iônico com alta estabilidade. Desta forma, esse material apresenta uma
estrutura cristalina do tipo hexagonal compacta (HCP), também conhecida como
estrutura corundum. Nessa estrutura, os átomos de alumínio ocupam 2/3 das posições
intersticiais octaédricas disponíveis, enquanto os ânions de oxigênio formam um arranjo
hexagonal compacto. Essa estrutura é responsável pelas propriedades físicas e
químicas do óxido de alumínio, como sua alta dureza e ponto de fusão elevado
(FUKUMORI et al., 2012).

Figura 3: Fórmula Química do óxido de alumínio

Figura 4: Fotomicrografia de um abrasivo cerâmico colado à base de óxido de


alumínio. As regiões claras mostram os grãos abrasivos de Al2O3; as áreas cinzentas
e escuras são a fase de colagem e a porosidade, respectivamente. Ampliação de 100×.

Fonte:(CALLISTER, 2000)
Os defeitos estruturais nas cerâmicas são basicamente problemas na forma
como os átomos e íons se organizam. Isso pode acontecer de várias maneiras, como
quando íons trocam de lugar na estrutura ou quando átomos se encaixam em espaços
vazios. Também existem irregularidades nos limites entre os cristais. Os defeitos mais
comuns na estrutura do óxido de alumínio são as lacunas (ou vacâncias) de oxigênio,
as vacâncias de alumínio e os íons de alumínio na posição intersticial. A fim de
conservar a neutralidade elétrica do cristal, três lacunas de oxigênio são formadas por
cada duas lacunas de alumínio. Esses defeitos podem afetar as propriedades do óxido
de alumínio, como sua condutividade elétrica e térmica, e também podem influenciar em
sua capacidade de ser utilizado como material termoluminescente em dosimetria
(FUKUMORI et al., 2012).

Contudo, ao examinar as propriedades gerais de natureza mecânica, térmica,


elétrica, magnética e óptica. Assim, na Alumina se tem uma alta dureza, ponto de fusão
em torno de 2050°C, isolante elétrico, material não magnético e o óxido de alumínio
pode ser transparente.

6 Comparação das propriedades


Figura 5: Valores Típicos para o Limite de Escoamento, o Limite de Resistência à
Tração e a Ductilidade (em Alongamento Percentual) à Temperatura Ambiente para
Níquel 200, óxido de alumínio e o PET.

Limite de Limite de
Alongamento
Material Escoamento (MPa Resistência à
Percentual
[ksi]) Tração (MPa [ksi])

Níquel 200
148 (21,5) 148 (21,5) 47
(recozido)

Óxido de alumínio
- 282–551 (41–80)
99,9% puro

Poli(etileno 48,3–72,4 (7,0–


59,3 (8,6) 30–300
tereftalato) (PET) 10,5)
Fonte: Adaptado de (CALLISTER, 2000)

Figura 6: Valores da Condutividade Térmica à Temperatura Ambiente para Níquel 200,


óxido de alumínio e o PET.

Material W/m · K Btu/ft · h · oF

Níquel 200 70 40,5

Óxido de alumínio 99,9%


39 22,5
puro

Poli(etileno tereftalato)
0,15 87
(PET)

Fonte: Adaptado de (CALLISTER, 2000)

Figura 7: Valores da Resistividade Elétrica à Temperatura Ambiente para Níquel 200,


óxido de alumínio e o PET.

Material Resistividade Elétrica, Ω · m

Níquel 200 (recozido) 0,95 × 10^–7

Óxido de alumínio 99,9% puro >10^13

Poli(etileno tereftalato) (PET) 10^12

Fonte: Adaptado de (CALLISTER, 2000)


Referências
ALEGRE, P. ESCOLA POLITÉCNICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E
TECNOLOGIA DE MATERIAIS DOUTORADO EM ENGENHARIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS
LEANDRO IZÊ GUTIERRES PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FOTOELETRODOS À BASE DE
RUTÊNIO E NÍQUEL DEPOSITADOS SOBRE BIVO4. [s.l: s.n.].

CALLISTER, W. D.; Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. Editora LTC, 5ªedição.
Rio de Janeiro: LTC, 2000

FUKUMORI, D. T. et al. INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES Autarquia


Associada à Universidade de São Paulo DESENVOLVIMENTO E ESTUDO DE MATERIAIS
TERMOLUMINESCENTES BASEADOS EM ÓXIDO DE ALUMÍNIO PARA APLICAÇÃO EM
DOSIMETRIA Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Doutor
em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear-Aplicações. [s.l: s.n.].

LUIZ PARUCKER, M.; KLEIN, A. N.; BINDER, R. Desenvolvimento de liga sinterizada de níquel por
moldagem de pós por injeção Development of sintered nickel alloy by powder injection
molding. [s.l: s.n.].

Mieka Arao Avaliação do Comportamento Mecânico. . [s.l: s.n.].

MÜLLER, E. B. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL CURSO DE ENGENHARIA
SANITÁRIA E AMBIENTAL. [s.l: s.n.].

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