Você está na página 1de 10

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

INTRODUÇÃO A CIÊNCIAS DOS MATERIAIS


VICTOR HUGO FONTES DOS SANTOS

Trabalho de temas

IMPERATRIZ
2023
1. TIPOS DE MATERIAIS
O desenvolvimento contínuo de novos materiais é crucial para avanços em
diversas áreas, incluindo tecnologia, medicina, energia e muito mais. Tradicionalmente
os materiais são classificados em quatro grupos: metais, cerâmicos, polímeros e
compósitos.
2. MATERIAIS CERÂMICOS
O termo "cerâmica" deriva da palavra grega "keramikos," que significa "matéria-
prima queimada," indicando que as propriedades desejáveis desses materiais geralmente
são alcançadas por meio de um processo de tratamento térmico em alta temperatura.
(Martins, et all, 2004)
A maioria das cerâmicas é composta por compostos formados entre elementos
metálicos e não metálicos, nos quais as ligações interatômicas são totalmente iônicas ou
predominantemente iônicas. Esses materiais apresentam elevada dureza, resistência ao
desgaste, boa resistência química, resistência à compressão e baixa resistência ao
impacto. (Martins, et all, 2004)
As cerâmicas têm uma longa história de uso pela humanidade, remontando ao
período Neolítico. Nessa época, ocorreu uma transformação na relação entre os seres
humanos e a natureza, com o desenvolvimento de recursos que favoreceram a
sedentarização. Foi durante esse período que o processo de produção de cerâmica teve
origem. Ao longo dos anos, o avanço científico e tecnológico trouxe melhorias e novos
materiais cerâmicos, com aplicações em setores como construção civil, eletrônica,
automotivo, aeroespacial, entre outros. (Martins, et all, 2004)
A evolução desses materiais ao longo do tempo reflete a capacidade humana de
inovação e adaptação, permitindo que as cerâmicas continuem desempenhando um
papel fundamental em diversas áreas da vida moderna. (Martins, et all, 2004)
2.1 CARACTERÍSTICA DOS MATERIAIS CERÂMICOS.
Em linhas gerais, os materiais cerâmicos são conhecidos por serem duros e
frágeis, apresentando pouca tenacidade e baixa ductilidade. Possuem excelentes
propriedades como isolantes térmicos e elétricos, além de pontos de fusão relativamente
elevados e grande estabilidade química mesmo em ambientes hostis. A argila,
principalmente silicatos de alumina, muitas vezes associados a óxidos de ferro, é a base
desses produtos. Essa argila é composta principalmente por fluossilicatos,
caracterizando-se por seu grão fino (frequentemente não perceptível a olho nu e, por
vezes, nem mesmo ao microscópio), sua textura terrosa ou untuosa, sua capacidade de
se tornar plástica quando misturada com água e sua resistência após passar por
processos de cozimento e desidratação. (Martins, et all, 2004)
Materiais cerâmicos são compostos por ligações iônico-covalentes entre metais e
elementos como carbono, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. Esses materiais
exibem propriedades notáveis, como elevado ponto de fusão e estabilidade térmica,
característica que permite resistir a variações de temperatura sem alterações em sua
estrutura. (Ávila, 2019)
Além disso, os materiais cerâmicos são eficazes isolantes térmicos, sendo
empregados como refratários. Por exemplo, o revestimento interno de fornos com
materiais refratários contribui para manter a temperatura interna, impedindo a
transferência excessiva de calor para o meio externo. Esses materiais também se
destacam por sua capacidade de isolamento elétrico. (Ávila, 2019)
A fragilidade é uma característica intrínseca aos materiais cerâmicos, pois
tendem a se romper sem deformação. Alguns deles podem ainda apresentar
transparência. Exemplos comuns de materiais cerâmicos incluem cerâmicas
tradicionais, como tijolos e telhas, vidros e cimento. (Ávila, 2019)
2.2 INOVAÇÕES DOS PRODUTOS CERÂMICOS.
As inovações nos materiais cerâmicos têm sido significativas ao longo do tempo,
impulsionando avanços em diversas áreas da ciência e da tecnologia. Algumas
inovações notáveis incluem:
Desenvolvimento de cerâmicas avançadas, como carbeto de silício, nitreto de
silício e alumina avançada, que apresentam propriedades mecânicas superiores,
resistência ao desgaste e estabilidade térmica, sendo aplicadas em setores como
aeroespacial e eletrônica. Formulação de cerâmicas técnicas e estruturais com
propriedades mecânicas aprimoradas, utilizadas em componentes críticos de motores,
turbinas e sistemas de alta performance.
3 METAIS
Os metais consistem em um ou mais elementos metálicos, como ferro, alumínio,
cobre, titânio, ouro e níquel, frequentemente acompanhados por elementos não
metálicos, como carbono, nitrogênio e oxigênio, em quantidades relativamente
pequenas. A estrutura atômica dos metais e suas ligas é altamente organizada,
apresentando uma ordenação. Em comparação com cerâmicas e polímeros, os metais
são materiais relativamente densos. (Callister, at all, 2012)
Do ponto de vista mecânico, esses materiais são notavelmente rígidos e resistentes, ao
mesmo tempo em que exibem ductilidade, ou seja, são capazes de se deformar
intensamente sem fraturar. Além disso, são resistentes à fratura, como mostrado na,
tornando-os amplamente empregados em aplicações estruturais. Os metais possuem um
grande número de elétrons livres, os quais não estão ligados a átomos específicos.
Muitas propriedades dos metais podem ser diretamente atribuídas a esses elétrons.
(Callister, at all, 2012)
Por exemplo, os metais são excelentes condutores de eletricidade e calor, e não são
transparentes à luz visível; uma superfície metálica polida exibe um brilho
característico. Além disso, alguns metais, como ferro, cobalto e níquel, apresentam
propriedades magnéticas intrigantes. (Callister, at all, 2012)
3.1 PROPRIEDADES DOS METAIS.
Os metais, como ferro, alumínio, cobre, titânio, ouro e níquel, apresentam
propriedades distintas que os tornam fundamentais em diversas aplicações. A estrutura
atômica altamente ordenada dos metais, discutida anteriormente, contribui para
características mecânicas notáveis. Em termos de resistência, os metais são conhecidos
por sua rigidez e resistência, tornando-os materiais valiosos em aplicações estruturais.
Surpreendentemente, apesar dessa resistência, eles também exibem ductilidade,
podendo sofrer deformações intensas sem fraturar, e são resistentes à fratura. (Callister,
at all, 2012)
A presença de elétrons livres nos metais é uma característica crucial. Esses
elétrons não estão vinculados a átomos específicos, conferindo aos metais excelentes
propriedades condutoras, tanto para eletricidade quanto para calor. Essa condutividade
elétrica, aliada à maleabilidade e ductilidade, contribui para a versatilidade desses
materiais em diversas aplicações industriais. (Chang, 2013)
Outra característica marcante é o brilho metálico presente em superfícies
polidas, resultante da reflexão da luz pelos elétrons livres. Essa estética única é uma
característica distintiva dos metais. Além disso, alguns metais, como ferro, cobalto e
níquel, exibem propriedades magnéticas, ampliando ainda mais sua gama de aplicações.
(Callister, at all, 2012)
3.2INOVAÇÕES DOS PRODUTOS METÁLICOS
A constante busca por avanços tem impulsionado inovações significativas nos
metais, transformando não apenas suas propriedades, mas também expandindo suas
aplicações em diversas indústrias.Uma das tendências notáveis é o desenvolvimento de
metais mais leves e superligas. Ligas de titânio e alumínio, por exemplo, oferecem
resistência mecânica comparável aos metais convencionais, mas com uma redução
significativa no peso. Essas inovações são particularmente cruciais em setores como
aeroespacial e automotivo, onde a eficiência de combustíveis e a performance estrutural
são prioridades.
A introdução de metais inteligentes representa outra área de progresso. Ligas
com memória de forma, que podem recuperar sua forma original após deformação,
encontram aplicação em dispositivos médicos e tecnologia de sensores, proporcionando
versatilidade e adaptabilidade. Metais nanocristalinos, com uma estrutura de grãos
extremamente fina, têm sido alvo de pesquisa intensiva. Esses materiais exibem
propriedades mecânicas e magnéticas aprimoradas, sendo explorados em eletrônicos de
alta performance e aplicações magnéticas avançadas.

4 POLÍMEROS
Os polímeros compreendem uma variedade de materiais familiares, incluindo
plásticos e borrachas, que são predominantemente compostos orgânicos com base em
carbono, hidrogênio e outros elementos não metálicos, como oxigênio, nitrogênio e
silício. Caracterizados por suas estruturas moleculares extensas, muitas vezes na forma
de cadeias, esses polímeros frequentemente apresentam arranjos compostos por átomos
de carbono. (Callister, at all, 2012)
Entre os polímeros comuns e conhecidos estão o polietileno (PE), náilon, cloreto
de polivinila (PVC), policarbonato (PC), poliestireno (PS) e borracha de silicone. Esses
materiais geralmente exibem baixas massas específicas e, em termos de características
mecânicas, diferem dos materiais metálicos e cerâmicos - não sendo tão rígidos nem tão
resistentes. No entanto, devido à sua menor densidade, sua rigidez e resistência
mecânica em relação à massa frequentemente se equiparam às dos metais e cerâmicas.
(Callister, at all, 2012)
Adicionalmente, muitos polímeros são altamente dúcteis e flexíveis,
caracterizando-se como plásticos, o que significa que podem ser facilmente moldados
em formas complexas. Em termos químicos, são geralmente inertes, exibindo pouca
reatividade em ambientes diversos. (Callister, at all, 2012)
4.1 PROPRIEDADE DOS POLÍMEROS.
Os polímeros apresentam uma diversidade de propriedades que os tornam
notáveis em diversas aplicações. Compostos por unidades repetitivas denominadas
monômeros, essas macromoléculas podem adotar estruturas lineares, ramificadas ou em
rede, influenciando suas características fundamentais. A elevada massa molecular dos
polímeros contribui para suas propriedades únicas, afetando aspectos como viscosidade,
temperatura de transição vítrea (Tg) e processabilidade. O ponto de fusão, indicando a
transição do estado sólido para o líquido, e a Tg, definindo a temperatura de fragilidade
em polímeros amorfos, são parâmetros cruciais. (Lucas, 2001)
A solubilidade dos polímeros está intrinsecamente ligada à polaridade e às interações
intermoleculares, resultando em materiais hidrofóbicos ou hidrofílicos. A ductilidade,
capacidade de estiramento sem fratura, e a tenacidade, resistência à fratura, são
características marcantes. (Lucas, 2001)
A resistência química dos polímeros, muitas vezes decorrente de sua inércia
química, pode ser adaptada pela escolha dos monômeros. Alguns polímeros condutores
elétricos, úteis na eletrônica orgânica, destacam-se pela condutividade ajustável por
meio de modificações estruturais. (Lucas, 2001)
Transparência e opacidade são traços distintos em diferentes polímeros, sendo
essenciais em aplicações como embalagens e óptica. A resistência ao impacto, crucial
em várias situações, pode ser melhorada com aditivos específicos. (Lucas, 2001)
A estabilidade térmica dos polímeros varia, com termoplásticos podendo ser
moldados repetidamente e termorrígidos mantendo sua forma após o endurecimento.
Essa versatilidade faz dos polímeros materiais fundamentais em campos que abrangem
embalagens, produtos médicos, componentes automotivos e eletrônicos. A adaptação
dessas propriedades é viabilizada pela escolha criteriosa dos monômeros e pelos
métodos de processamento (Lucas, 2001)
4.2 INOVAÇÕES EM POLÍMEROS
As inovações em polímeros estão moldando um cenário dinâmico de
desenvolvimento de materiais. Uma tendência significativa está na busca por
sustentabilidade, impulsionando o desenvolvimento de polímeros biodegradáveis e
provenientes de fontes renováveis, como o ácido poliláctico (PLA). (Lucas, 2001)
A integração de nanotecnologia nos polímeros é outra frente promissora. A
inclusão de nanopartículas e nanotubos oferece melhorias nas propriedades mecânicas,
condutividade elétrica e resistência ao desgaste. Paralelamente, os polímeros
inteligentes, sensíveis a estímulos como temperatura e pH, estão abrindo caminho para
aplicações inovadoras, especialmente em setores como medicina e sensores. (Lucas,
2001)
A impressão 3D de polímeros está revolucionando a produção de objetos
complexos, proporcionando flexibilidade no design e fabricação de componentes
personalizados. Enquanto isso, pesquisas avançam em polímeros auto-organizáveis, que
podem se organizar em estruturas específicas, abrindo portas para aplicações inovadoras
em nanotecnologia. (Lucas, 2001)
5. COMPÓSITOS
Um compósito é uma combinação de dois ou mais materiais, pertencentes às
categorias previamente abordadas: metais, cerâmicas e polímeros. O objetivo ao projetar
um compósito é alcançar uma sinergia de propriedades que não é encontrada em
nenhum dos materiais isoladamente, aproveitando as melhores características de cada
componente. (Callister, at all, 2012)
Há uma ampla variedade de compósitos, resultantes de diversas combinações de
metais, cerâmicas e polímeros. Além disso, alguns materiais naturais, como madeira e
osso, também são considerados compósitos. No entanto, a maioria dos compósitos
discutidos são sintéticos ou fabricados pelo homem. (Callister, at all, 2012)
Um exemplo comum e familiar de compósito é o compósito de fibra de vidro,
onde pequenas fibras de vidro são incorporadas a um material polimérico, geralmente
epóxi ou poliéster. As fibras de vidro oferecem resistência e rigidez, enquanto o
polímero proporciona flexibilidade. O resultado é um compósito de fibra de vidro que é
relativamente rígido, resistente e flexível, com baixa densidade. (Callister, at all, 2012)
Outro material tecnologicamente importante é o compósito de polímero
reforçado com fibras de carbono (PRFC). Nesse caso, fibras de carbono são inseridas
em um polímero, conferindo maior rigidez e resistência em comparação com os
compósitos de fibras de vidro, embora a um custo mais elevado. Os compósitos de
PRFC encontram aplicação em aeronaves, equipamentos esportivos avançados, como
bicicletas e raquetes, e até mesmo em componentes automotivos, como para-choques de
carros modernos, incluindo a fuselagem do Boeing 787. (Callister, at all, 2012)
5.1 PROPRIEDADE DOS COMPÓSITOS.
Os compósitos, resultantes da combinação de dois ou mais tipos de materiais,
apresentam propriedades únicas derivadas das características individuais de seus
componentes. Algumas das propriedades notáveis dos compósitos incluem rigidez e
resistência mecânica aprimoradas, graças à inclusão de materiais rígidos, como fibras de
vidro ou carbono, em matrizes poliméricas. Essa característica confere ao compósito
uma relação resistência-peso superior, tornando-o ideal para estruturas leves e de alto
desempenho, especialmente em setores como aeroespacial, automotivo e esportivo.
(Callister, at all, 2012)
Além disso, os compósitos apresentam flexibilidade e tenacidade equilibradas
devido à combinação de materiais flexíveis, como polímeros, com elementos rígidos.
Essa combinação proporciona ao compósito a capacidade de resistir a impactos e
deformações, tornando-o uma escolha versátil em diversas aplicações. Sua resistência à
corrosão e oxidação muitas vezes supera a de alguns metais, graças à presença de
materiais não metálicos em sua composição. (Callister, at all, 2012)
Outras propriedades importantes dos compósitos incluem sua capacidade de
oferecer isolamento elétrico ou condutividade, dependendo da escolha dos materiais. A
dureza pode ser aumentada pela incorporação de cerâmicas, sendo benéfica em
situações que exigem resistência ao desgaste. Em compósitos estruturais, a estabilidade
dimensional é frequentemente crucial, especialmente em ambientes sujeitos a variações
de temperatura e umidade. (Callister, at all, 2012)
A personalização de propriedades é uma vantagem significativa, permitindo
ajustar a proporção e a orientação dos materiais constituintes para atender requisitos
específicos de uma aplicação. A durabilidade dos compósitos, quando projetados
corretamente, destaca-se, resistindo a fadiga e deterioração ao longo do tempo. O
comportamento térmico dos compósitos também pode ser ajustado, conforme
necessário, pela incorporação de materiais com diferentes condutividades térmicas.
Essa flexibilidade na engenharia de compósitos oferece a capacidade de adaptar
suas propriedades para atender a uma ampla gama de requisitos em diversas aplicações
industriais e tecnológicas. (Callister, at all, 2012)
5.2 INOVAÇÕES NA ÁREA DOS COMPÓSITOS
A área dos compósitos tem experimentado avanços notáveis impulsionados pela
incessante busca por materiais mais leves, resistentes e versáteis em diversas aplicações
industriais. Algumas das inovações recentes destacam-se como catalisadoras desse
progresso.
A crescente conscientização ambiental impulsionou pesquisas em Compósitos
Biodegradáveis, buscando alternativas sustentáveis para embalagens, produtos
descartáveis e aplicações agrícolas. Essa abordagem visa reduzir a pegada ambiental
desses materiais.
Os Compósitos Auto-Reparáveis são uma inovação fascinante, explorando a
capacidade dos materiais se autorregenerarem em resposta a danos. Mecanismos
inspirados na natureza, como microcápsulas de materiais reparadores, estão sendo
desenvolvidos para essa finalidade.
A Impressão 3D de Compósitos é uma revolução na fabricação, permitindo a
criação eficiente e precisa de estruturas complexas e personalizadas. Essa tecnologia
está transformando a maneira como os compósitos são produzidos e utilizados em
diversas indústrias.
Referencias
MARTINS, João Guerra; SILVA, Antônio Paredes da. Produtos cerâmicos. IFSP, 2004.
ÁVILA, Nadja Vasconcellos de, Ciência dos materiais. Volume único. Rio de Janeiro:
Fundação Cecierj, 2019. 266p
CALLISTER JR, William D, RETHWISCH, David G. Ciência e engenharia de
materiais – uma introdução. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012
CHANG, Raymond, Química [recurso eletrônico] revisão técnica: Denise de Oliveira
Silva, Vera Regina Leopoldo Constantino.11. ed. – Dados. Porto Alegre: AMGH, 2013.
LUCAS, E. F. Caracterização de polímeros determinação de peso molecular e
análise térmica. [s.l.] Rio De Janeiro: E-Papers, 2001

Você também pode gostar