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ISSN 1676-8698
Uma publicação do ITEC (Instituto Transdisciplinar de Estudos Criminais)
e da SÍNTESE, uma linha de produtos jurídicos.
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* Publicação original: Zur Normativierung des dolus eventualis und zur Lehre von der
Vorsatzgefahr. In: ROGALL, Klaus. Festschrift für Hans-Joachim Rudolphi zum 70. Geburtstag.
Neuwied: Luchterhand, 2004. p. 243-257. Tradução de Eduardo Viana. As referências
bibliográficas permanecem como no original. Alguns livros, entretanto, estão em edição
mais nova, por isso, eventualmente, é possível que páginas citadas não tenham exata
correspondência com a atual.
** Doutor em Direito (Uni-Hämburg/Alemanha). Professor emérito (Uni-München/Alemanha).
Roxin, Claus. Sobre a normativização do dolo eventual e a doutrina do perigo doloso. Trad. Eduardo Viana. Revis-
ta de Estudos Criminais, Porto Alegre, v. 19, n. 79, p. 7-27, 2020.
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* NT: mantive as traduções sugeridas noutro lugar, cf. VIANA, Dolo como compromisso
cognitivo, 2017, p. 89.
* NT: para a tradução do termo “billigende Inkaufnahme”, acolhi as justificativas e a sugestão
de tradução de Luís Greco, cf. PUPPE, A distinção entre dolo e culpa, p. 36, nota de rodapé
n. 27.
1 Comparar as referências de SCHÜNEMANN, Vom philologischen zum typologischen
Vorsatzbegriff, in: Hirsch-FS, 1999, p. 376.
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2 Menciono somente: Der Vorstellungsinhalt des dolus eventualis, ZStW 103 (1991), p. 1 e
ss; Vorsatz und Zurechnung, 1992, p. 35 e ss; Strafrecht als Kommunikation, in: Grünwald-
FS, 1999, p. 469 e ss., p. 487 e ss; NK, 1995, § 15, nm. 17-155; Strafrecht AT, Bd I, 2002, § 16,
p. 290-320, nm. 1-48.
3 PUPPE, ZStW 103 (1991), p. 31.
4 PUPPE, Strafrecht AT, § 16, p. 314.
5 PUPPE, ZStW 103 (1991), p. 41.
6 PUPPE, Strafrecht AT, § 16, p. 316 e passim.
7 PUPPE, ZStW 103 (1991), p. 33.
8 Puppe menciona o “disparo em direção ao tronco” como “típico método homicida”. Cf.
PUPPE, Strafrecht AT, § 16, p. 315.
9 ROXIN, Zur Abgrenzung von bedingtem Vorsatz und bewußter Fahrlässigkeit, JuS 1964,
p. 53 (= strafrechtliche Grundlagenprobleme, 1972, p. 20). Para a última versão, cf. Strafrecht
AT, B. I, 3 Aufl., 1997, § 12, p. 372 e ss.
* NT: 209, e não 20, é o número da primeira da versão do artigo “Zur Abgrenzung von
bedingtem Vorsatz und bewußter Fahrlässigkeit”, publicada na coletânea strafrechtliche
Grundlagenprobleme (Problemas fundamentais de direito penal).
* NT: Aqui, e nas demais citações, Roxin faz referência à versão da sua teoria do dolo
exposta na terceira edição (1997) do seu reconhecido tratado. O manual chegou à 5ª edição
neste ano (2020); agora, sob os cuidados de Luís Greco. No âmbito do dolo, entretanto,
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não foi implementada qualquer alteração, razão pela qual as referências permanecem
substancialmente idênticas.
10 Comparar as referências em ROXIN, Strafrecht AT, § 12, nm. 23, nota de rodapé n. 28.
11 SK/StGB-RUDOLPHI, 7 Aufl, 2002, § 16, nm. 4.
12 Nesse sentido, SCHROTH, Die Differenz von dolus eventualis und bewusster
Fahrlässigkeit, JuS, 1992, 1, p. 7; anteriormente, o mesmo, Vorsatz als Aneignung der
unrechtskonstituierenden Merkmale, 1994.
* NT: Abreviação de Bundesgerichtshof, tribunal equivalente ao nosso STJ.
13 ROXIN, Strafrecht AT, § 12, nm. 30.
* NT: Em alemão, o prefixo “be” agregado à raiz do verbo dá mais carga expressiva à palavra.
Isso pode ser demonstrado com os verbos lieben (amar) e belieben (desejar), ninguém negará
a maior intensidade do desejo. O substantivo Schluss pode ser traduzido como decisão;
Beschluss, portanto, exige uma tradução mais forte. Nesse caso, pareceu-me melhor usar
“resolução”, que expressa, em linguagem cotidiana, um caminho sem volta.
14 RUDOLPHI, § 16, nm. 37.
15 HASSEMER, Kennzeichen des Vorsatzes, in: Armin Kaufmann-GS, 1989, p. 309 e 299.
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se a ele é possível atribuir o dolo no sentido de uma decisão pela possível lesão
do bem jurídico.
Um caso prático quiçá esclareça essa diferença. Segundo os acontecimen-
tos, os quais foram base para a decisão do BGH (NStZ 1988, 17517), em relação
aos seus dois filhos pequenos, o processado era um pai “carinhoso e sensível e
recusava castigos corporais como método de educação”; com a mesma diligên-
cia, em reiteradas ocasiões, havia cuidado de Sven, que tinha um ano de idade e
era filho da sua namorada. Na noite dos fatos, ele igualmente havia se ocupado
muito bem de Sven. Em determinado momento, irritado com o choro da criança,
golpeou-a mais de uma vez na cabeça, alimentando-a posteriormente com uma
banana. Quando o choro se repetiu, o processado, que tinha formação de cara-
teca, “com a lateral da mão golpeou violentamente a nuca e a região temporal”
da criança, que morreu em decorrência desses golpes. As “inábeis tentativas de
reanimação” levadas a cabo pelo processado não tiveram êxito.
Esse é um caso de homicídio com dolo eventual ou um violento homicídio
com culpa consciente? Um perigo doloso provavelmente seria afirmado nesse
caso18, de modo que o caso é fácil e rapidamente resolvido no sentido de homi-
cídio doloso. Entretanto, o BGH inclina-se pela existência somente de homicídio
culposo: “Com o conhecimento da periculosidade de seu comportamento ainda
não é dito que o autor aceitou a produção do resultado, que ele internamen-
te concordou com que ele ocorra”. Nesse sentido, uma série de circunstâncias
pessoais e situacionais são trazidas à colação: “que o acusado nunca havia de-
monstrado ações violentas comparáveis e que, fundamentalmente, ele havia se
comportado cuidadosamente com Sven”; a “excitação afetiva” do processado;
os anteriores cuidados com Sven na noite dos fatos; o fato de que entre as duas
ações cruéis o acusado alimentou Sven com a banana; e, finalmente, as tentativas
de reanimação.
Efetivamente, ao realizar um juízo de valor, as circunstâncias descritas po-
dem justificar a conclusão de que o processado não pensou seriamente na pos-
sibilidade de que os seus golpes poderiam matar Sven e também não se decidiu
eventualmente pela morte da criança. Contra o reconhecimento de uma decisão
de matar pesa, ao lado das circunstâncias antes mencionadas, o fato de que o pro-
17 Sobre isso, SCHUMANN JZ 1989, p. 427 e ss., que, no entanto, não cuida do aspecto
normativo e somente se orienta segundo circunstâncias cognitivas.
18 Essa é provavelmente a opinião de PUPPE, Strafrecht, nm. 19, p. 302. Em seu manual,
isso não está dito expressamente, em que pese haver tratado detalhadamente do caso. No
Nomos Kommentar, § 15, nm. 96, ela defende haver um claro dolo de homicídio.
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“Não era a minha intenção matá-lo, mas... tudo bem que isso aconteceu”, então,
com idêntica valoração sobre o sobre o grau do perigo e à luz desses indicadores
completamente distintos, teria sido adequado concluir pelo dolo eventual.
Em outro caso decidido pelo BGH52, uma gestante foi surpreendida pe-
las contrações e decidiu “trazer a criança ao mundo... sem ajuda de terceiros”.
E assim aconteceu. Devido à condição débil decorrente do parto, somente após
o transcurso de dez minutos a mãe foi capaz de cuidar da criança. A essa altu-
ra, entretanto, a criança estava asfixiada e as tentativas da mãe de obter alguma
reação de vida foram em vão. Se a ajuda profissional tivesse chegado a tempo, a
criança teria sobrevivido. Alguns anos antes, e também sem o auxílio médico, a
mãe havia dado à luz e criado uma criança havida fora do matrimônio.
O BGH comparou esse caso com anterior decisão53, na qual uma mãe com
um filho também recém-nascido ausentou-se por um período compreendido en-
tre 10-15 minutos; essa mãe não estava incapacitada para atuar e tampouco se
ocupou posteriormente da criança. Apesar de que, no que se pode intuir, em am-
bos os casos se parte da mesma avaliação do perigo desde a perspectiva materna,
o BGH admite o dolo eventual no último caso, ao passo que no primeiro conside-
ra mais indicada a imputação por culpa consciente. No primeiro caso examinado,
o tribunal vê com bons olhos o argumento segundo o qual a mãe acreditava em
um desenlace feliz por duas razões: porque após recuperar as suas forças ela se
preocupou com a criança e porque havia criado anteriormente uma criança havi-
da sem ajuda médica.
A diferença de tratamento em ambos os casos soa plausível, embora isso
somente seja possível sob uma diferenciação de base normativo-volitiva, en-
quanto a exclusiva orientação pela valoração do perigo não permite nenhum
tratamento diferenciado, e a solução muito intuitiva de perigo doloso amplia de-
masiadamente a zona do homicídio doloso.
3. Outro problema da teoria aqui criticada consiste no fato de que ela não
entrega um parâmetro concreto para a determinação do perigo doloso. O crité-
rio de Puppe, de que haveria um perigo doloso quando um “autor racional” se
conforme com o resultado, tem assunção aprovadora em relação ao resultado ou
se decide por ele (comparar I) não é de muita valia porque todas as pessoas razoá-
veis, à medida que se orientam por critérios puramente cognitivos, dizem coisas
variadas. Por um lado, a representação da simples possibilidade de produção do
52 GA 1979, p. 106.
53 GA 1970, p. 86.
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54 SCHRÖDER, Aufbau und Grenzen des Vorsatzbegriffs, in: Sauer-FS, 1949, p. 207 e ss;
SCHMIDHÄUSER, Strafrecht AT, 2 Aufl., 1975, 10/89 e ss (e em diversos outros lugares).
55 JAKOBS, Strafrecht AT, 2 Aufl., 1991, 8/21-32.
56 HERZBERG, JuS 1986, p. 249 (e em diversos outros lugares).
* NT: sobre a recente variação na teoria do perigo de Herzberg cf. VIANA, Sobre a estrutura
do dolo, REC 77, p. 89-90; ou, do próprio HERZBERG, JZ 2018, p. 129.
* NT: Para uma análise de todas essas propostas teóricas, cf. VIANA, Dolo como compromisso
cognitivo, 2017, p. 88 e ss; ROXIN/GRECO, Strafrecht AT I5, 2020, § 12, Rn. 35 e ss.
57 H. MAYER, Strafrecht AT, 1953, 26/6 e ss; idem, StuB AT, 1967, p. 121.
58 ROSS, Über den Vorsatz, 1979, p. 114 e passim.
59 SCHUMANN, JZ 1989, p. 433.
60 JOERDEN, Strukturen des strafrechtlichen Verantwortlichkeitsbegriffs, 1988, p. 151.
61 PUPPE, NK, § 15, nm. 92.
62 PUPPE, Strafrecht AT, § 16, nm. 38.
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mente “um tratamento perigoso para vida” da sua vítima (§ 224 I, nr. 5, do StGB)
instala, com isso, um perigo doloso, pois um autor racional somente faria isso se
eventualmente se conformasse com a morte da vítima. Considerando a possível
morte da vítima, um tratamento perigoso para a vida também aparenta uma es-
tratégia especialmente idônea de realização do resultado. A afirmação de que em
tais casos sempre haveria que se decidir pelo dolo de homicídio não é tolerada
pelos preceitos legais, os quais, nesses casos, considera possível a lesão corporal
grave66 (gefährliche Körperverletzung). Como consequência, em muitos casos em
que já há perigo para a vida, Puppe precisa considerar que estes ainda não têm
magnitude suficiente para caracterizar o perigo doloso. Eu não vejo, entretanto,
como isso pode ser conclusivamente fundamentado com os seus critérios da ra-
cionalidade e da estratégia.
O mesmo vale para os delitos de perigo concreto67. Também nesse caso seria
necessário dizer que há um perigo doloso quando alguém dolosamente cria um
perigo concreto, por exemplo, no sentido dos §§ 315 e ss do StGB*, pois, de acordo
com um julgamento racional, é necessário dizer que o autor aceitou a produção
do resultado com o seu comportamento. A criação de um perigo concreto tam-
bém é uma estratégia idônea de realização do resultado. Puppe, no entanto, refuta
essa objeção68 ao argumentar que um perigo concreto já existe quando uma lesão
não é “algo completamente improvável” (nicht außerhalb jeder Wahrscheinlichkeit)
e que isso ainda não é suficiente para o perigo doloso. A jurisprudência exige,
por sua vez, que a segurança de determinada pessoa ou coisa precisa ser tão for-
temente perturbada “que a lesão, ou não, do bem jurídico dependerá somente da
casualidade” (BGH NStZ 1996, p. 83 e s). Pois bem, a “chance real” daquele que
está em perigo de “evitar a colisão acionando os freios ou desviando” – contra o
que sugere Puppe – ainda não origina um perigo concreto69. Se isso é assim, então
pouco se pode imaginar a criação dolosa de um perigo concreto que não funda-
mente, ao mesmo tempo, um perigo doloso em relação a um delito de lesão.
tal? Ou se eles, caso tivessem pensado nisso, não subestimaram de tal maneira o
perigo dos seus golpes que, considerando as suas representações, ainda não seja
possível admitir um perigo doloso?71 Em ambos os casos, mesmo Puppe precisa
excluir a atribuição do dolo porque os autores, em razão dessa irreflexão temerá-
ria, não reconheceram o que deveriam ter reconhecido e levado em consideração.
Desde a minha perspectiva assumida nesse trabalho, não importa que em
muitos casos não seja possível esclarecer se o autor efetivamente pensou na pos-
sibilidade de produção do resultado; se ele notou o risco, mas o subestimou de
modo a excluir o dolo; ou se ele, com o conhecimento suficiente do risco, acredi-
tou na evitação do resultado. Essas três possibilidades autorizam a excluir a pena
por dolo. Para a teoria do perigo doloso, entretanto, a diferenciação – muitas
vezes injusta – entre os dois primeiros casos e o terceiro é decisiva para a possibi-
lidade de imposição da pena por dolo.
Seria possível dizer que a teoria do perigo doloso em comparação com a
proposta teórica aqui defendida, inclusive, apresenta maiores dificuldades com
os fatores irracionais de conhecimento relevantes da ação na psique do autor.
Também Jakobs72, cuja perspectiva é próxima da teoria da probabilidade, sina-
liza, com razão, que “as condições do ato de reconhecimento não são somente
de tipo intelectual” e adverte contra subestimar “a repercussão da temeridade,
a repressão psíquica etc. na dimensão intelectual”. Aqui há um problema que
nenhuma teoria pode ignorar e que, em qualquer caso, não pode ser solucionado
por uma delimitação que recorra a fatores cognitivos puros.
V. Minha síntese é a seguinte: a delimitação entre o dolus eventualis e a
culpa consciente não pode prescindir de parâmetros normativos de valoração. O
substrato dessa valoração não pode, entretanto, ser delimitado por determinada
representação do perigo. O juízo sobre se o autor – seja em uma emergência ou
naturalmente – se decidiu contra o bem jurídico proibido deve ser traçado con-
siderando-se todos os elementos – objetivos e subjetivos – da situação criminosa
relevantes para a atitude do autor.
71 Ao menos Puppe exige o conhecimento dos fatores integrantes do risco que fundamentam
o perigo doloso, cf. PUPPE, NK, § 15, nm. 99. Mas ela também exige que o autor tenha
valorado adequadamente o perigo; ele não precisa, entretanto, valorar o perigo como perigo
doloso. Na literatura é debatido o ponto de partida de Puppe sobre o conhecimento do
risco. Cf. STRATENWERTH, Strafrecht AT, § 8, Rn. 114, nota de rodapé n. 139; PRITTWITZ,
Strafrecht und Risiko, p. 357. Sobre a resposta de Puppe às objeções de Prittwitz, cf. PUPPE,
Strafrecht AT, § 16, nm. 41, nota de rodapé n. 505.
72 JAKOBS, Strafrecht AT, 8/23.
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