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Estudo sobre os agentes de riscos químicos do tipo inflamáveis

oxidantes líquidos
1 – Conceituando;
Um oxidante é um material que libera oxigênio rapidamente para sustentar
a combustão dos materiais orgânicos. Outra definição semelhante afirma
que o oxidante é um material que gera oxigênio à temperatura ambiente, ou
quando levemente aquecido. Assim, pode-se verificar que ambas as
definições afirmam que o oxigênio é sempre liberado por um agente
oxidante. Devido a facilidade de liberação do oxigênio, estas substâncias
são relativamente instáveis e reagem quimicamente com uma grande
variedade de produtos.
2 – Apresentando sua principais características;
Eles podem sofrer decomposição auto-acelerada e podem apresentar
condições perigosas no local de trabalho, uma vez que:
 São suscetíveis de decomposição explosiva.
 Queimam rapidamente.
 São sensíveis ao impacto ou fricção.
 Podem reagir perigosamente com outras substâncias.
 Podem causar danos aos olhos.
https://cetesb.sp.gov.br/emergencias-quimicas/aspectos-gerais/perigos-
associados-as-substancias-quimicas/oxidantes-e-perioxido-organicos/
3 – Propriedades;
A classe das substâncias oxidantes compreende todas as substâncias ou
materiais que causar a combustão de outros materiais ou contribuir para
isso. Os peróxidos orgânicos são poderosos agentes oxidantes,
considerados como derivados do peróxido de hidrogênio, termicamente
instáveis que podem sofrer decomposição exotérmica auto-acelerável. Essa
é a quinta das nove classes e possui divisões entre elas basicamente
substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos.
Exemplos de cargas com substâncias oxidantes são bromato, clorato,
nitrato, perclorato, pemanganato e uma parte de peróxidos. Os peróxidos
orgânicos pode-se citar o peróxido de benzoíla. Seu símbolo traz um
elemento indicativo simbolizando o oxigênio (substância presente nessa
classe) consequentemente altamente inflamáveis.
https://cargaperigosa.wordpress.com/2016/03/18/peroxidos-organicos/
#:~:text=Os%20per%C3%B3xidos%20org%C3%A2nicos%20s%C3%A3o
%20poderosos,subst%C3%A2ncias%20oxidantes%20e%20per
%C3%B3xidos%20org%C3%A2nicos.
4 – Mecanismos de atuação;
Apesar da grande maioria das substâncias oxidantes não ser inflamável, o
simples contato delas com produtos combustíveis pode gerar um incêndio,
mesmo sem a presença de fontes de ignição.
Outro aspecto a considerar é a grande reatividade dos oxidantes com
compostos orgânicos. Geralmente essas reações são vigorosas, ocorrendo
grandes liberações de calor, podendo acarretar fogo ou explosão. Mesmo
pequenos traços de um oxidante podem causar a ignição de alguns
materiais, tais como o enxofre, a terebentina, o carvão vegetal, etc.
https://cetesb.sp.gov.br/emergencias-quimicas/aspectos-gerais/perigos-
associados-as-substancias-quimicas/oxidantes-e-perioxido-organicos/

5 – Cuidados no uso como: Transporte, armazenagem e


manipulação;
• O Transporte dos oxidantes deve ser feito separadamente dos materiais
inflamáveis ou fáceis de queimar, como papel, gasolina ou madeira. Sele
bem os oxidantes em recipientes duráveis, sem vazamentos e em
embalagens homologadas atendendo a legislação vigente (ANTT
5232/2016).
Para o transporte dos oxidantes até as instalações de manuseio
apropriadas, garanta que todos os requisitos desde a geração até a
destinação final sejam atendidos, inclusive a embalagem que será envasada
este material, que deve ser homologada pelo Inmetro para transporte
terrestre ou homologado pela Marinha para o transporte marítimo
(exportação). Embora o oxigênio em si não seja necessariamente perigoso,
a produção de oxigênio em altas concentrações é extremamente perigosa.
No caso de um incêndio ou reação química, a presença de oxidantes pode
levar à combustão maciça de um evento químico.
• As empresas devem armazenar os inflamáveis em locais adequados,
seguindo as normas técnicas e de segurança. Os locais de armazenamento
devem ser isolados e sinalizados, e devem estar distantes de fontes de calor,
chamas e faíscas.
Os tanques e recipientes de armazenamento devem ser construídos com
materiais resistentes e adequados ao tipo de inflamável armazenado. Além
disso, devem ser inspecionados regularmente para verificar possíveis
vazamentos ou danos.
https://www.institutoaprimorar.com.br/iap/blog/post/nr-20:-medidas-de-
seguranca-para-atividades-com-inflamaveis
• Como os oxidantes são muito perigosos e reativos, eles precisam ser
manuseados de uma maneira muito específica para preservar a segurança
dos envolvidos com a movimentação e manipulação destes produtos, por
isso é importante que:
No mínimo, usem os EPIs, que consistem em sapatos fechados, calças
compridas, jaleco, óculos de segurança com proteções laterais ou óculos de
proteção e luvas.
Procure informações específicas sobre a reatividade de produtos
químicos, quando um procedimento exigir a mistura de um oxidante forte
com um produto químico orgânico. A mistura pode resultar em uma reação
violenta.
https://www.embtec.com.br/br/noticias/interna/classe-5-substancias-
oxidantes-e-peroxidos-organicos-o-que-precisamos-saber-149
6 – Formas de mitigação os seus riscos;

• Tomar todas as medidas preventivas coletivas cabíveis;


• realizar o levantamento de riscos ambientais e ocupacionais;
• disponibilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
apropriados aos trabalhadores.
O primeiro passo deve ser visitar a Norma Regulamentadora (NR) 9 e
iniciar a implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA). O levantamento de todos os riscos ambientais é um passo de
importância indiscutível para pavimentar todas as políticas de segurança do
trabalho. Definir os EPIs apropriados para cada risco presente e contar com
marcas confiáveis também é uma etapa extremamente importante. A partir
disso, é possível dar início ao treinamento sobre o uso destes equipamentos
como é definido na NR 6. Alguns pontos normalmente passam
despercebidos quando se discute segurança do trabalho, contudo, são
extremamente relevantes. A iluminação do local deve emitir a quantidade
de luz apropriada, os locais perigosos devem ser devidamente sinalizados e
até mesmo o maquinário, a NR 12 deve sempre ser seguida à risca. Ainda é
válido enfatizar que o armazenamento e transporte das substâncias em uma
indústria química faz toda a diferença para evitar contaminações e outros
acidentes.

https://www.danny.com.br/conteudo-e-conhecimento/detalhes/acidentes-
comuns-na-industria-quimica-e-como-evita-los

7 – Classificação legal (pela Lei) frente ao trabalhador;


Classe 5 – Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos
Se a sua empresa faz manipulação de substâncias oxidantes de Classe 5, os
cuidados com a saúde e segurança devem ser redobrados. Isso ocorre
porque os oxidantes de classe 5, originados de produtos ou resíduos,
produzem oxigênio em suas reações químicas. Tais reações podem
aumentar o risco de combustão e representar uma situação perigosa para os
colaboradores, meio ambiente e ao seu redor.
https://www.embtec.com.br/br/noticias/interna/classe-5-substancias-
oxidantes-e-peroxidos-organicos-o-que-precisamos-saber-149
8 – Norma regulamentadora que trata do assunto e suas
principais recomendações;
A NR-20 é uma norma regulamentadora emitida pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) que estabelece as condições de segurança para
as atividades com inflamáveis. Essa norma é obrigatória para todas as
empresas que lidam com inflamáveis, sejam líquidos, gasosos ou sólidos,
tais como indústrias químicas, petrolíferas, usinas de açúcar e álcool, entre
outras.
A NR 20 também prevê capacitações e treinamentos, que devem a
abordar conhecimento como:
Uso do sistema de alarme de incêndio;
Uso de extintores de incêndio;
Medidas para abandonar área em caso de emergência;
Saber como informar sobre a emergência ao setor responsável, bem como
recorrer aos serviços de emergência e bombeiros.
9 – Exemplos (mínimo 02) de acidente com tóxicos, oxidantes
e corrosivos: causas, efeitos e recomendações;
》Região de Campinas tem alta em acidentes com cargas perigosas e
registra 71 casos desde 2017
Balanço indica tendência de aumento desde 2017, quando houve 10
casos. Até outubro de 2019 foram 23 ocorrências e, nos primeiros dias de
novembro, outros dois causaram mortes. O número de acidentes de trânsito
com cargas perigosas, como combustíveis e substâncias tóxicas, aumentou
desde 2017 na Região Metropolitana de Campinas (RMC), segundo um
balanço da Polícia Rodoviária. De 2017 até outubro deste ano foram
registradas 71 ocorrências nas estradas da região. Para o sindicato dos
transportadores autônomos, falta fiscalização dos órgãos reguladores.
O balanço aponta 23 acidentes até outubro deste ano e, só nos primeiros
dias de novembro, a região já teve outros dois casos que acabaram com
mortos e vítimas gravemente feridas. O primeiro ocorreu no dia 6,
quando dois caminhões, um deles carregado com 47 mil litros de álcool
anidro, colidiram na Rodovia Anhanguera (SP-330), entre Americana (SP)
e Limeira (SP). Um motorista morreu e outro teve 90% do corpo queimado.
Dois dias depois, um caminhão-tanque com 30 mil litros de combustível
bateu em um hotel que fica no Jardim Nova Aparecida, em Campinas. O
caminhoneiro morreu carbonizado e um outro homem, que fazia uma
entrega no prédio, ficou ferido. A vítima foi transferida para uma unidade
especializada em queimados.
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2019/11/12/regiao-de-
campinas-tem-alta-em-acidentes-com-cargas-perigosas-e-registra-71-casos-
desde-2017.ghtml

》Acidentes em laboratório ocasionados por armazenamento


inadequado de produtos químicos em geladeiras.

Os acidentes não são recentes (na UFMG, ocorreu em 2010 e


na UFJF ocorreu em 2016), mas a matéria serve de alerta, visto que no
Brasil é comum os laboratórios de Universidades utilizarem geladeiras
domésticas para fins de armazenagem de produtos químicos.

Apesar de comum, é incorreto o uso de refrigeradores domésticos em


laboratórios para armazenamento de solventes e demais produtos químicos.
Esses refrigeradores não dispõem de sistemas elétricos à prova de explosão,
não possuem boa estabilidade, e seus compartimentos não são devidamente
resistente para suportar as embalagens de produtos químicos. O ideal é o
uso de refrigeradores com segurança intrínseca apropriados para o
armazenamento de produtos químicos.

A estocagem de líquidos inflamáveis não deve ser feita em geladeiras


domésticas, dados os riscos envolvidos. A refrigeração não evita a
formação de vapores altamente inflamáveis, e a estocagem deve ser feita
em recipientes adequados (apropriados para inflamáveis), em armários
destinados a essa finalidade, e em local afastado e bem ventilado. Essas
geladeiras não são fabricadas para essa finalidade, em virtude de que
podem gerar faíscas seja no acendimento da luz interna ou no motor, e
causar graves acidentes.

Alguns acidentes envolvendo explosão de geladeiras já ocorreram em


Minas Gerais, na UFMG e na UFJF.

Veja algumas imagens relacionadas à explosão ocorrida na UFMG:


https://www.segurancadotrabalho.ufv.br/o-uso-de-refrigeradores-para-
armazenamento-de-produtos-quimicos-em-laboratorio/

Nos casos de contaminação (derramamentos, vazamentos) há cinco passos


a serem seguidos:
a) Isolar a área contaminada para evitar exposição de pessoas.
b) Retirar do local as pessoas não contaminadas e não necessárias
ao trabalho de descontaminação.
c) Descontaminar pessoas atingidas pelo material radioativo.
d) Descontaminar as superfícies atingidas.
e) Delimitar e isolar a área se restar contaminação.
Para a descontaminação das pessoas é importante que o processo de
limpeza, não cause maiores danos. Para descontaminar a pele deve-se
utilizar água e detergentes neutros e não esfregar a pele com força. Em caso
de contaminação interna e recomendado o uso de substâncias
quimicamente semelhantes ao contaminante para acelerar a eliminação
deste pelo organismo.
Para descontaminar superfícies, o princípio é o mesmo. Não usar
produtos ou processos abrasivos, pois a alteração da superfície pode
facilitar a maior penetração do material radioativo. Podem-se também usar
substâncias quimicamente semelhantes ao contaminante, de modo a
competir com este pela ocupação da superfície.
10 – Conclusão com suas observações e comentários.
A cultura da prevenção, ultimamente, é o divisor de águas entre um
ambiente seguro e uma possível catástrofe ambiental. Sabemos que de nada
adianta a empresa tomar todas as medidas necessárias e os funcionários
adotarem comportamento incoerente com a própria segurança. Esse é um
cenário improvável, uma vez que a indústria química tende a contar com
mão de obra qualificada. Contudo, nunca é demais ressaltar a importância
de uma boa cultura de prevenção.

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