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A HISTORIA DA

FÍSICA
Dafilosofia ao enigma
da matéria negra

A HISTÓRIA DA

FÍSICA
Anne Rooney

^ Í B ooks
M.Books do Brasil Editora Ltda.

Rua Jor ge America no, 61 - Alto da Lap a


05083-130 - São Paulo - SP - Telefones: (11) 3645-0409/(11) 3645-0410
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Catal
ogação da
Publi
cação

ROONEY, Anne - A Históriada Física

2013 - São Paulo - M.Books do Bra


sil EditoraLtda.

1. História 2. História da Física 3. HistóriaGeral

ISBN: 978-85-7680-217-4

Do srcina
l: The Story of Phys
ics
Original publicado por Arcturus Publishing Limited
ISBN original: 978
-1-84837-796-1

© 2011 ArcturusPublishing Limited


© 2013 M.Books do Brasil Editora Ltd
a.

Editor: Milt
on Mira edAssumpção Filho
Traduçã
o: Maria úci
L a Rosa
Produçã
o Editorial: Bea
trizSimõesAraújo
Coordenaçã
o Gráfica: Silas Cam
argo
Editoração: Crontec

2013
M.Books do Bra sil Editora Ltda.
Proibida areproduçã o total ouparcial.
Os infratores se
rão punidos naforma da lei.
Direitos exclusivos cedidos à
M.Books do Br asil Editora Ltda.
Para o meu pai, Ron Ro oney, que me introduz
iu às maravilhas
da ciê
ncia. Felizaniversário
de 80 anos - e obrigada
.
Agradecimentos

Com agrade cimentoespe cial ao .DAdrian Cuthbert, por sua


experiência emFísica, a Mary H offman, Shah Hussain,Sue
Frewe Jacqui M cCary peloapoiomenos espe cífico, mas não
Agradeçotambémao meu tolerant
menos essencial. e e paciente
editor, N
igel Ma
theson.
Sumário

Agradecimentos ..7

INTRODUÇÃO
O livro do universo ............................... 16

O nascimento da Física ............................... 16


Do empirismo ao experimento ................... 18
A revolução científica .................................. 20

Sociedades científicas .................................. 21

A melhor ferramenta científica - o cérebro 23

CAPÍTULO 1
A mente s e sobr epõe à m até ria ............ 25

O primeiro físico? ......................................... 26


As sementes da matéria....................... .26
A mente animando a matéria............. .26
Tudo se transforma.............................. .28
Partes indivisíveis................................. .28
Coisas e não coisas.............................. .29
Matéria atômica e elementar.......... 30
Quatro - ou cinco - elementos .30
SUMÁRIO

■ M-M-Mudanças ........................................................................... 31
Atomismo indiano........................................................................ 32
Atomismo islâmico ........................................................................ 33
Dos átomos aos corpúsculos........................................................34
Dos cospúsculos de volta para os átomos...................................35
A idade da Razão.......................................................................... 35
O nascimento da física do estado sólido ............................................36
Átomos e elementos ............................................................................. 39
Tudo em proporção......................................................................40
Átomos - verdadeiro ou falso?.....................................................42
Os átomos são divisíveis?............................................................. 43

CAPÍTULO 2
Fa ze nd o a luz tr a b a lh a r - Ó p t ic a .........................................4 5
Uma olhada na luz ............................................................................... 46
Brincando com a luz.....................................................................47
A luz de Deus................................................................................48
Saindo do escuro..................................................................................51
Por meio de um vidro translúcido..............................................53
Pressão no éter............................................................................. 53
O senhor da luz: Isaac Newton....................................................54
Micrografia de Hooke...................................................................56
Onda ou partícula?.......................................................................57
Frentes de onda e quanta .................................................................... 58
O experimento de dois orifícios de Young .................................61
Uma nova aurora - a radiação eletrom agnética ................................61

10
SUMÁRIO

elson-Morley.............62
O fim de um éter: o experimento de Mich
Com a velocidade da luz ................................ ..............................67
Objetivo e verdadeiro............................. .70
O lugar da luz no espectro EMR............ .71

CAPITULO 3

M assa em m ovimen to - Mecâ ni ca . .73

Mecânica em ação............................ . 74
A mecânica dos gregos antigos .75
O problema da dinâmica................. . 77
O experimento do túnel ........... .79
O verdadeiro nascimento da mecânica clássica ................................80
O experimento da bola de Galileu...........L...................................81
Parar e começar ........................................ 84
O mestre fala ............................................. 85
Movimento e gravidade............................ 85
O universo como campo de testes...............................................85

Ar e água ............................................................ 86
Da água para o mercúrio.......................... 88
Dinâmica dos fluidos ................................. 88
Juntando fluidos e massa........................... 89
Coloca ndo a mecânica parafuncionar ...............................................89
Colocando a mecânica newtoniana em uma nova posição........90
Inércia e gravidade vêm juntas....................................................91
Grande e pequeno .91

11
CAPÍTULO 4
E n e r g ia c a m p o s e fo r ç a s ......................................................93

A conserv ação de ener gia...................................................................... 94

Inventando a "energia"................................................................. 94
Lutando com o fogo ......................................................................95
Te rm od inâ mica .......................................................................................98
As leis da termodinâmica.............................................................100
Zero absoluto............................................................................... 103
Calor e luz .............................................................................................
103
Radiação do corpo negro e quanta de energia...........................104
Outras formas de energia............................................................105
Descobrindo a eletricidade..................................................................106
Pipas e trovões............................................................................. 107
Eletricidade na moda...................................................................108
Pondo a eletricidade para funcionar...........................................109
Esperando nos bastidores: magnetismo.....................................110
Eletromag netismo - o casamento da eletricidade com o
mag netismo.......................................................................................... 111
Alvorada de uma nova era magnética.........................................112
Mais onda s............................................................................................ 114
Radiação.......................................................................................116
Procuram-se - átomo s .................................................................119

CAPÍTULO 5
Dentr o do átom o ...... 121

Dissecando o átomo 122

Pudins de passas e sistemas solares .122

12
O modelo saturnino ................................ J................................... 124
Quantum solace ............................................... f...................................126
Luz inteligente.........................................i ................................... 127
Outro momento newtoniano .................1................................... 129
Onda ou partícula?..................................j ................................... 130
Podemos estar certos?.............................1................................... 133
A interpretação de Copenhagen.............j...................................134
Um gato em uma caixa...........................;...................................134
Muitos universos.....................................l ................................... 135
Embaralhamento quântico: o paradoxo Einstein-Podolsky-Rosen ..
135
A busca por mais partículas atômicas........................................ 137
Juntando tudo ........................................... .................................. 138
As coisas desm oronam .......................................................................139
Aproveitando a reação em cadeia .................. j...................................141
O fim do átomo clássico ..................................J..................................142
Matéria e antimatéria................................ 144
Partículas fantasmas................................ J ................................... 145
A última partícula perdida....................... 147
Partículas das estrelas............................... 149

CAPÍTULO 6
Tentando alcançar as estre las ...........................
...............
.. 151

Estrelas e pedras..................................................................................152
Primeiros observadores das estrelas............................................152

Da observação ao p en samento.......................................................... 154


Hiparco - o maior astrônomo da antiguidade?.........................155

13
SUMÁRIO

As esferas de Ptolomeu................................................................ 157


Para dentro e para fora da escuridão......................................... 158
Astronomia árabe.........................................................................158
A grande estrela convidada.........................................................162
A Terra se move - nov am ente ............................................................ 163
Tudo muda...................................................................................165
Johannes Kepler (1571 -1630) .....................................................167
Dois por um: os astrônomos em Praga......................................167
O invisível torna-se visível....................................................................169
Galileu, mestre do universo ................................................................1 71
Cruzando espadas com Deus ...........................................................172

Catalogando os cé us............................................................................174
Vendo cada vez mais ................................................................... 175
Longe, muito longe..............................................................................176
Colocando cometas em seu lugar....................................................176
O cometa Halley na história.............................................................178
Espectroscopia - uma nova maneira de ver..................................... 179
Examinando o vazio.....................................................................182
Listras das estrelas........................................................................184
A vida secreta das estrelas...................................................................185
Ouvindo o vazio...........................................................................186
Quasares - poderosos e remotos ................................................ 190
Para cima, para cima, e longe......................................................190

CAPÍTULO 7
Es paç o- te mpo c on tinuan do ............................................... 1 93

Uma breve história do tempo.............................................................194

14
SUMÁRIO

Amanhã e amanhã e amanhã ....................................................194


Unindo espaço e tempo ..........................L..................................196
Tudo é relativo......................................................................................196
Bem longe e há muito tempo.................. 198
De volta ao início ...............................................................................199
Fora do caos.................................................................................
199
O universo moderno ...................................................................200
Do ovo cósmico ao Big Bang ..............................................................202
Quantas estrelas?.........................................................................204
O universo observável................................................................. 204
Quantos universos?.....................................................................205
Tudo montanha abaixo a partir daqui ........................................205

CAPÍTULO 8
Física para o futuro ........................................................... 207

Descartando tudo e começando de novo ....!...................................208


Isto é tudo?.............................................. 208
Energia escura.............................................................................. 209
Onde mais procurar pela matéria? ...................................................211
Separando o joio do trigo?..........................................................212

índice ................................................................................ 214

15
INTRODUÇÃO

O LIVRO
DO UNIVERSO

“O livro do U
niverso nã
o pode ser apena
s 4% do univ erso,os outro
s 96% sã
o
entendido der a um mistério a serrevelado
semprimeirose apren .
compreend er o alfabetoque o com põe.
Ele é escrito em linguagem matem ática, O nascimento da Física
e seus caracteres sãotriângulos,círculosAntes do desenvolvimento do método ex
e outras figuras geométricas,sem perime ntal, os prime
iros cientistas ou
- os
as quais é humanam ente mi poss
ível “filósofos naturais”, comomera cha
mados
entende r um a única palavra dela;
sem
eles, ica-
f se vagandomeum labirinto
escuro.”

Galil
eu, O Ensaiador
, 1623

A
física é aciência unda f mental qne
constitui a baseparatodas as ou
tras, a ferramenta comqual a ex
ploramos a rea lidade; isa
v aexpli car como o
universofuncio na, das galáxias às partículas
suba tômicas. Mui tas de nossasdescobertas
sobre o mundo físico represent
am o auge da
realização huma na. A H istória daFísica tra
ça a trajetória das tentativas dahumanidade
em ler o li vro do universo, aprende ndo e
usando a linguag em da ma temática descrit
a
pelo cientist a renascentista Galileu Galilei A galáxia de Andrômeda é a mais próxima de
(1564- 1642 ). Também ervela como nosso nossa Via Láctea: a física tenta explicar tudo, do
conhecime nto é ínfimo - a físicatratade início dos tempos ao fim do universo.
INTRODUÇÃO

Ospadrões, formas e
números que estruturam o
mundo natural são assunto
da física.

- aplicara m a razão ao
que viam em volta de
les e cheg aram a teorias
para xpl
e icar u s as obser
vações. Como os corpos
celestesare pcem se m o
ver pelo céu, por exem
plo, muito s de noss os
antecessores concluíram
que aTerra stá e no en c
tro do un iverso e tudo
gira emtorno dela .
Os poucos que pen
savam diferentetinham
de chegar bo a ns argu
mentos para re futar a
solução de senso co mum,
e durante 200 0 anos eram min a oria,sendocausas dos fenômenos observados. Os gre
muitas ve zes ridiculariz
adosou me smo pergos ant igos são sa prim eiras pe
ssoas que
seguidos. conhecemos que tentara m substituir as
Muitas super stições ecrenças religiosas explicações místicas e supersticiosas por
têm ra ízes naexplicação do mundo bser
o outras,baseadas naobservaçã o e na razão.
vado. O Sol nasce porque atravessa o céu A primeira pessoa a tentar explicar o mun
por um conduto r sobrenatural, po
r exem do natural sem recorrer àcrençareligiosa
plo. A ciência , por outro la do, esforça-se pode tersido Tales, mas o primeirocientis
para enco ntrar averdadei ra natureza e as ta verdadeiro
talvez enha
t sido o e
pnsador

TALES DE MILETO (c. 624 a.C. - c. 546 a.C.)


A primeira pessoa que podemos chamar de cientista e filósofo viveu há mais de 2.500 anos
no território onde atualmente temos a Turquia. Tales estudou no Egito e credita-se a ele a
chegada da matemática e da astronomia à Grécia. Considerado um dos Sete Sábios da Gré
cia Antiga, ele era reputado como dotado de uma inteligência extraordinária, podendo ter
ensinado os filósofos Pitágoras e Anaximander. Tales sugeriu que existe uma causa física, e

não sobrenatural,
buscar para todos
as causas físicas os fenômenos
que determinam noasmundo
como coisas que nos rodeia, Como
se comportam. e assim começou
nenhum de a
seus escritos sobreviveu, é difícil avaliar sua verdadeira contribuição.
INTRODUÇÃO

grego Aristóteles (384-322


RACIOCÍNIO INDUTIVO E DEDUTIVO
a.C.), que se apoiavatotal
O raciocínio dedutivo é um método "de cima para baixo"
mente no empirismo. Ele
exemplificado na abordagem de Platão. O cientista ou fi
acreditav
a que pela obserlósofo constrói uma teoria, desenvolve uma hipótese para
vação e a medição cuidado testá-la, faz observações e confirma (ou refuta) a hipótese.
sas, entendemo s as leis que O raciocínio indutivo começa com a observação do mun
governa m todas a s coisas. do e prossegue para obter uma explicação, identificando-
-se um padrão para depois propor uma hipótese que o
Aristóteles foi aluno de Pla
explique, passando para uma teoria geral. Os métodos
tão (c. 428-347 a .C.) e seguiu de Aristóteles eram indutivos. O cientista Isaac Newton
uma trajetória dedutiva (veja (1642-1727) e o raciocínio indutivo têm lugar no pensa
o box),acreditando que ape mento científico.
nas arazãonão bastava para
permitir que a hu manidade
desvenda sse osmistérios do universo.ris A Emboranão propusess e experimento s,
tóteles acreditavano “ra ciocínio indutivo”, Aristóteles defendia a investigação completa
ou seja, lógica
a que funcionava apartir dade tudo que tinhasido escrito anteri
ormen
obser
todovação do mundo. Ele iniciou ummé te sobre mu determ
científico. inadotópico (uma náa
lise lit
erária, em termos modernos), obser
vação e medidas experimentais seguidas do
empre go de racio cínio parase chegar umaa

£aleõ conclusão.
Os gre gos of ramos primeiro s a dividir a
ciência me discipl inas diferentes. Agrande
bibliotecana Alexand riaproduziu o primei 
ro ca tálogo de biblioteca, que foi esse
ncial
para o tipode crítica li terária que Aris
tóteles propôs como parte qualquer
de

investigação.
Do empirismo ao
experimento
Com o fim od período helénico(o
auge da civilização grega clássica),
o
uso do m étodo ci entífico paraenten
der o m undo natural decli
nou até o
surgimento da ciência ár abe no século
7 d.C. O brilhanteIbn al-EIassan Ibn
al-Haytham (965-1039) desenvolveu

Um retrato mediev
al de Tales.

18
INTRODUÇÃO

fosseuma fo rma de vasculhar osminho


ca s
"Eu prefiro encontrar a verdadeira causa de
um fato a me tornar rei dos persas."
de Deus e umatentativa de violar os mist
é
Demócrito (c. 450-c.370a.C), filósofo. rios sagrados.As atividade
s queum cientista
muçulma no fervoroso (ou prudente) po
de
ria desenvo lver eram restrit
as. O entusias
mo pelo ra
t balhocientí fico que foraabafado
um procedimento parecido ao método expelos filósofos natura is do Islã depois seria
perimental moderno. retomado pelo s estu
diosos medieva is da Eu
Ele começ ava peloenuncia do de um proropa crist
ã.
blema va suahipótese por meio A ciência árabe e os trabalhos de Aris
, depois testa
de experimentos, interpretava ossultados
re tóteles fluíram para a Europa traduzidos
e cheg ava auma conclusão. Ele adotou umapara o latim noníci i o da Idade Média. Os
atitude cética questio
e nadora, e reconhecia escrito
res da Rena scenç a do sécu lo XII
a necessidade de um sistema demedid as ecomeçaram a integrar o é m
todo científico
investigação controlado rigorosamente. embrionário em seus estud os e acultivá-lo,
Outros ci entistasraábes co ntribuíram para mas no in ício não desa fiara
m as autorida

isso.
ciênciaA
budeRayhan
que osal-Biruni 973
( -1048)tendenci
reros e noções tinha des clás
o con (c.sica
121 s.CO
0- fre
.1292)i foi
francisca
um no
os Roge
d r Ba
primeiros
sas podiam se r causados por inst rumento s a duvidar daaceitação dos escrito s dos an
impreciso s ou observad ores falhos. le E re tigos sem que estes fossem questionados,e
comendava ue q os experimento s fossemre defendia ques aidei as estabelecid
as fossem
petidos váriasvezes eos re sultados ossem
f ree xaminada s. Ele vis a
va particularmente
combi nados para a obtenção de um resul  a Aristóteles, cujas ideiasm emuitas áreas
tado confi ável. O médicoAl-Rahw i (85 1-
934) int roduziu o conceitoda revisão pura ,
sugerindo que os mé dicos docume ntasse m O MÉTODO CIENTÍFICO
seus procedime ntos e os tornasse m disp oní O método científico empregado, de modo
veis para outros médicos de igual postura - geral, hoje segue as seguintes etapas:
embora suaprincipal moti vação fosseevitar
a puniçã o pela m á prática. Geber (A buJabir, • Enunciado de um problema ou questão.
Este pode ser então afunilado para algo
721-815) foio primeiro int a roduzir experi que possa estar sujeito a experimenta
mentos cont rolados o n cam po da qu ímica, ção ou a um conjunto de experimentos.
e Avicenna (Ibn Sina,c. 980- 1027) declarou• Enunciado de uma hipótese.
que ainduçãoe a experi mentaçã o deveri am • Concepção de um experimento para
testar a hipótese. O experimento deve
formar sa bases dadeduçã o. Os cienti stas ser um teste adequado, com variáveis
árabes valorizavam o consenso e tendi am a controladas (fixas) e uma variável inde
descartar ideias ma rginais que não o f ssem pendente (a condição que será variada).
apoiada s pelosoutros. • Execução do experimento, fazendo-se e
No enta nto, acontecimen tos no Islã a ca registrando-se observações e medições.

bara m prej udicandoas pesquisasosd cien •• Apresentação


Análise dos dados.
das conclusões, sendo es
tistas árabes.Questi onar omundo pa ssou a tas submetidas à análise dos pares.
servisto como uma blasfêmia, como se iss o
INTRODUÇÃO

eram ace itas como verdade bíblica, reco A revolução científica


menda ndo queas conclusõ es de AristótelesEmboraBacon o f sseo primeiro a formu
fosse
m testa das. Sem dú vida, Aristóteles lar o método, uma bordag
a em sem elhante
aprovaria aaplicação de métodos empíricos à experime ntaçã
o já tinha sidoadotada por
para reaval iar e questio
nar seus próprios Galileu. Galileu foi um grandeproponente
escritos.Em suas investigações científicas, do ra ciocínio indutivo, perce bendo que a
Bacon seguia como padrão a formulação de evidência em pírica deum mundo comple
uma hipótese co m base em observ ações xo e nunca correspo nderia purez
à a da teoria.
a execução de um experiment o para testarNão é possível evar
l emconta todassavari á
a hipótese. Ele repetia seus experimen tos veis em um único experimento, ele afirma
para se certificar dosresu ltados e docu va. Por exemplo, ele acreditava que suas ex
mentava se us método s meticulosame nte, periênc ias com graa vidadenunca rem oviam
de modo que eles pudessem ser n
aalisadosos efeitos daresistência do ou ar do atrito.
por outros cientistas.
Ele chamava aexperiEntretanto, padroni zar método s e medidas
mentação de “vexa ção da natur eza”. D izia: signif
ica queum experime nto execu tado re
“Aprendem os mais com a vexaçã o ardilosa petidamente, talv ez por pe ssoa
s diferentes,
da naturez
vação a do que oar
paciente”. fíamos pel a obser poderíaproduzir um conjunto deesultados
r
a partir dos quais as conclusões gera is po
Outro Ba con, o advogado e filósofo n
i deria m ser extrapolada s. Galileu acreditava
glês Fra ncis Bacon (1561 -1626), propôsno mé todo experimentalpont a o de arriscar
uma nova abordage m à ciênci a, a qual pusuareputaçã o em uma de monstraçãoúb pli
blicou em 1621 em Novum Organum Scien- ca para pr a esentar um argument o em 161 1.
tianim (O N ovo Organon da s Ciências). Ele eum professor riv al emPisa discut iram
Ele acredit ava queos re sultados de xpe
e sobre como forma a de objetos do me smo
rimento s pudes sem ajudar a discernir eo
t materiale,( port anto, com a mesm a densi 
rias conflitantes e ajudarhumanidade
a se
adade) afetava sua capacid ade deflutuar na
aproximar daverdade. le E def endiao racio água. Galileu de safiou o prof essor a uma

cínio induti
pensamentovo como abase do Ba
científico. Dizem que Bacon teria morrido após conduzir um expe
con instaurou o pro cesso de rimento para produzir o primeiro frango congelado em
1626. "Quando [o senhor Francis Bacon] estava tomando
observação, experimentação,
ar em uma carruagem na companhia do Dr. Witherborne
análise e ra ciocínio induti (um médico), a caminho de Highgate, nevou, e meu se
vo que é considerado com nhor pensou, 'por que a carne não poderia ser conservada
frequência com o o iníc io do na neve, como no sal'. Eles decidiram tentar a experiên
método científico moderno. cia. Desceram da carruagem e foram até a casa de uma
mulher pobre na base de Highgate Hill, compraram um
Seu méto do começacom um frango e fizeram a mulher tirar-lhe as tripas, então enche
aspecto neg ativo - livrar a ram o corpo com neve, e meu senhor ajudou a fazer isso.
mente ed “ídolos” ounoções A neve esfriou tanto seu corpo que ele adoeceu imediata
preconcebida s - e evoluir mente... [Ele contraiu] uma gripe tão forte que em dois ou
paraum a specto po sitivo que três dias, conforme lembro de Mr. Hobbes ter me dito, ele
faleceu sufocado."
envolva a exploração, a expe john Aubrey, Brief Lives (Vidas Breves).
rimentação e induçã
a o.

20
INTRODUÇÃO

demonstração pública, di
zendo que ele
iria O Lincei foi uma aventura muito pes
defenderos resultados do experimento
; o soal,e quando Cesi morreu em 30, 16 ele
professor nã
o aparece
u. logo se dividiu.Foi sucedidopelaAcademia
de Experimento em Florença, fundada em
Sociedade s científi cas 1657 por dois ex-
alunos deGalileu, Evan
O interesseresc cente pela ciênci
a deu ori gelista Torrice
lli (1608-1647) e Vincenzo
gem a sociedade s científicas espa
lhadas Viviani (1622-1703). Esta também durou
pela Europa apartir do século17. Estas pouco , fecha
ndo após dez an os em1667; na
dera m encaminhamento a conversas, ex época o centro dedesen vo
lvimento en-
ci
perimentações e o desenvolvimento cien
tífico. A primeira de las foi a Accademia
dei Lincei,forma da por Fede rico Cesi,um
rico florentino com grande interesse pela
ciência. Embora tivesse apena s 18 anos,
Cesi acreditava que os cientistas deveriam
estudar natureza
a retamente,
di em vez de
se guia rem pela filosofia aristotélica. Os
primeiro s membros daacademia viviam
comunitariamente em aum casa de Cesi,
onde ele lhes fornecia livros e u m labo ra
tório totalmente equipado. Os integrantes
incluíam o físico holandê s Johannes Eck
(1579-1630), o acadêmico taliano
i Giam
battista dell
a Porta (c.1535-1615) e - o
mais famoso- Galileu Galilei.No apo
geu, a cademia
a tin
ha 32 m embros
espalhadospela Euro pa. A aca
demia estabel eceu como seus
objetivos em 1605 “adquiri r
conhecimentode coisas e
sabedoria... e aprese ntá-
-los pacificamente aos ho
mens, sem qualquer prejuí
zo”. Apesar disso, o grupo foi
acusado de mag ia negra,de se
opor à doutrina daIgreja ede
viver escandalosamente.

Robert Boyle quando jovem.

21
INTRODUÇÃO
'

MICROGRAPHIA:
O it SO M E

The
olog
ical Vefcriptí
m

m i nut e ' bo dies


MAGNIFY ING GLASSE S

By R. HOOKE,Fr ilowoflhe R o m S o c u u

Micrografia, de
Robert Hooke,
revelou detalhes
mínimos sobre a
vida pela primeira
vez.

da aprendizag
em experime
ntal ífsico-ma

temática”.
semana lmenteA cieda
so dacomp
para e planeajava
nharreunir-
experise

Não existe nenhum retrato contemporâneo de mentos ediscuti r tópicos científ icos, sen
Robert Hooke. Havia um retrato dele naRoyal do Robert Elooke (1635 -1703) o primeiro
Society em 7710, mas conjectura-se que New- cura dor deexper imentos. oN início apa
ton o teria destruído.
rentem ente em
s nome, o no me The Ro
yal Society aparece impresso pela primeira
tífico mudo u-se daItália para aInglate rra, vez em 1661, e no Segundo Estatuto Real
França, Alemanha , Bélgica ePaíses Ba ixos. de 1663 a Sociedadeé referida como “T he
A maior das sociedades científicas foi a Royal Society of Lo ndon fo r Improving
Royal Soci ety of L ondon (Socieda de Real Natura l Knowledg e” (A S ociedade Real de
de Londres). Embora fundada oficialmente Londre s para o Aprimo ramento do Conhe
em 16 60, suas origens estão emmau “facimen to Natural) . Foi a primeira “soci eda
culdadeinvisível” de cientistase qu come  de real” existente.Começou aadqui rir uma
çara m a se nc e ontrar para discussõesbibliotec em a em 1661 e então um museu de
torno de 1640. Em sua fundaçã o, havia 12 espécime s científicos, e ainda tem slid es
membros, entre eles o arquiteto inglês Sir microscópico s de Hooke. Depois de 16 62,
Christopher Wren (1633-1723) e oa quí sociedade recebeu lvaráa para publ icar
mico irlandês Robert Boyle (1627-1691). livros, e um dos primeiros doi s títulos foi
O discursode abertura de Wren a flou em Micrographia, deHooke. Em 1665, a Royal
fundar um a “faculdade para a promo ção Society lançou pri a meira ediçãode Philo-
sophical Transactions, agorao periódico im
presso ma is antigo.
"Galileu, talvez mais do que qualquer outra pessoa, foi A Royal Society seguiu-se rapi
responsável pelo nascimento da ciência moderna." damente Académie
a descieSnces
Stephen Hawking, cosmologista inglês, 2009. em Paris , em 16 66. Os membros

22
INTRODUÇÃO

da Académie nã o precisav
am
ser cientistas, e, em
ertoc mo
mento, Napoleão Bonaparte
foi pres
idente
. Grandes reali

zações científicas tornaram-se
rapidame nte m otivo de orgulho
nacional eivalida
r de internacio
nal, principalmente para a Re
pública FrancesaaeFranç a de
Napoleão.

A melhor f err amenta


cientí fi ca - o cérebro
Sem recurso s paraequipamen 
tos esem realizar e xperimento s, Aristó
telesO pêndulo de Foucault no Panteão, Paris, for-
chegoua modelo s para anaturez a da ma téneceu uma demonstração contundente de que a
ria e o comportam ento de corpos em dife Terra gira em torno de seu eixo.
rentes condições que funcionavamde acor
do com o qu e já se conhecia. oNinício docálculo s que lev ariam vidas int eiras em um
século XX, o físico Albert Einstein pas sado não ão
(1879- t distante.
1955) revolucionou aFísica ea visão cientí Mas po r trás de todo s os ava nços na
fica do univ
erso usando apena s caneta e pa ciência,são a inventiv idade ea curio sidade
pel. Assim com o Aristóteles, ele trabalhou dos se reshuma nos queimpul sionamo pro
a partir de observações do erso univ para gresso, tantonas universidade s e laborató
desenvolver teorias,lidando com fenômerios de pes quisa dehoje qua nto nas c aade
nos quenão podiam na época seralment re e mias ao ar liv re daGréciaAntiga.
investiga
dos por experimenta ção ou me smo
por medição.
Ao contrário de Aristóteles, no entanto,
e seguindouma prática iciada in por eNw-
ton em 1 687, Einstein ef z uso rigoroso da
matemát ica para apoiar seu s argumento s e
mostrar que usesistema funcionava com o
quejá era conhecido. Ele fez pre visões que
desde então oraf m corroboradas por obser
vação e experimentação. Cálculos matemá
ticos consideráveis geralmente são aplicá
veis para testar um novo modelo em física
nos di
as atua
modernos têmis,vantagem
e nesse se
nsobre
tidos os afí
gerasicos
çõ es
anterio
res. Agora eles possue
m computado
res quelhes permitem executar rapidamente Microscópio de Robert Hooke.
CAPÍTULO 1

A mente se
sobrepõe
À MATÉRIA

É difícil imagina
r, quando se
olha para um objeto só
lido, que ele é compostode muitas partículas m
inús
culas e de uito
m espa ço vazi
o. E ainda mais estranho
quando par amos para pensar ques pr
aóprias artí
p cu
lasasão
téri nãoais
mécontí
esp
aço
nua,que atéria.
m o que
e mesm A ideia
la de quemuito
e contém aam
espaçovazio - que éuma descr içãoadequada dateo
ria atômica moder
na -, foi sugerida pela primeira vez
por volta de 2.
500 anos atr ás. Mesm o assim
, a teo
ria atômica só fo
i aceita pela ma ioria doscientistas
há pouco mais de um século.Durante grande parte
desse intervalode tempo, o conceito foiesacre
d di
tado e até esm
m o ridicularizado.

Céres e os Quatro Elementos,por Jan Brueghel o Velho,


1568-1625.
A MENTE SE SOBREPOE A MATERIA

O prim eiro fí sico?


"Nada virá do nada."
As origens da “filosofia natural” - ou da Rei Lear, Ato I, Cena 1
ciência , como a ha c mamos hoj e - prova
velmente residem, como é comum na cul
turaocidental, anAtena s antiga. A pri meira
doce-azedo. Haveria sempre mesma
a quan
pessoa a
Anaxágoras,quem podemos
que viveu no chamar ed físNa
século 5 a.C. ico étidade e d cada propriedadeontotal. As se
época, quando lógica
a es ando,elementes seriam
tava inici principalmen te de matéria
tento u encaixar umamiríade deobservações orgâ nica (sangue, carne, casca
, pele).
e os resultado s de experimento s emumaes Anaxágoras acreditava que qualquer
trutura ló gica que lhe perm itisse entenderporçã e o de matéria, ndependent
i emente do
explicar a naturez a do mundo.Anaxá goras quanto fosse pequena , continha todas s a
busc ou umavisão do univ erso material em prop riedad es (ou mater iais) po ssíveis.Isso
que a superstiçãou oa interv enção divinasign ifica que eladeve se divi dir n i finitame n
não ti vessem nenhum apel, p um esqu emate. As propriedades quepredo minam são
em que tudo udesse
p ser expl icadocom ra evid entes e odãà substância ssuacaracterís
cionalida de - um ver dadeiro modelo cien ticas obser váveis,enqua nto outras sã o laten
tífico. Ao se limitar atipos de m atéria qu e tes. L
ogo, uma árv ore tem ma
is cas ca que
pudesse m serpercebid os, Anaxág oras estapele,mas ainda tem um pouco de cada - só
beleceu mu padrã o paraos físicos li darem nã o tem o suf
ici
e nte para ue q sua pele seja
como mundo ífsico visível queduraria qua notada. Isso expl ica com o qualquer bs su
se 2.500 anos. tância pode ser
feita de qualq u er out
ra, uma
vez que requer simplesmente proporções
A S SEMENT ES DA MATÉRIA
diferentes de todas as propriedades (ou ma
Para Anaxág oras, o aspe cto esse ncial doteriais)paraformar anova substância.
mundo nat ural era a mudança . Ele via
tudoem constante movi mento, umacoisa esA MENT E ANI MANDO A MATÉRIA
transformando em outra m e um cicloinfin Anaxágoras tinha um ingrediente adicional
dável. Amaté ria, dizia ele
, não po dia existirpara juntar oa cadinho,e este eraa inteli
do nada enem parar dexisti er, uma cren gência, ounous.Ele não acreditava que a inte
ça que ele co mpartilhava com os prime iros ligência estivessesentepre me toda ma téria,
pensa dores, aTles de Mil eto e Parmê nidesmas apena s em coi sas animadas iv(v as ou
(c. 515-C.445a.C.). Essa mesma crença foiconscientes). orém
P ainteligência tin ha um
apresentada bem mais tarde pelo quími papel a dicional: noníc
i io de todas as coisas,
co francês Antoine Lavoisier(1743-94) na não se distinguia substâ ncias diferentes an
lei da conservação da massa (vej a a págin amatéria;era p aenas umapilha homogênea
40).Além disso, ele afirmava que toda ma de part ículas ou lama que se
organizavam
téria eracomposta dosesm mos ngredi
i en em matéria “pró pria” pelo pri
ncípio mental.
tes fundame ntais - propriedade s essenciais Isso soa terriv elmente como criaçã o
e talvez “sementes” de substâncias sicas.bá
por uma entidadedivina, e Anaxá goras foi
As propriedades sempre existiriam em pares irredut ível em não querer su perstição nem
opostos, como quente-frio, claro-escuro e em seu relatodo mundo. A“men-
religião

26
O PRIMEIRO FÍSICO?

ANAXÁGORAS (C. 500-C.430 A.c.)


Nascido na Jônia, na costa oeste da atual
Turquia, Anaxágoras mudou-se para Atenas
aos 20 anos, onde entrou imediatamente
nos círculos intelectuais mais altos. Ele se
tornou companheiro e instrutor de Péricles,
governante político de Atenas no auge do
poder da cidade (454-41 3 a.C). Anaxágo
ras ensinou e escreveu um tratado sobre fi
losofia natural que mais tarde foi usado pelo
filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.). Sua
fama espalhou-se por toda parte, seu apre
ço pela vida intelectual e desinteresse pelos
prazeres carnais e sociais tornaram-se tão
famosos quanto seus ensinamentos. Anaxá

goras era tãotudo


negligenciou dedicado
o mais àe vida mental
deixou que
que sua de 30 de
partir anos, e pouco
então. se sabe
Morreu em de sua vidanaa
Lâmpsaco,
considerável herança se perdesse. costa de Dardanelo, por volta dos 70 anos,
Apesar de ser a maior figura intelectual mas sua influência continuou durante um
de Atenas, ele se mudou da cidade depois século após a morte.

No esquema de Anaxágoras, um objeto natural como um texugo mistura sementesque incluem pele,
sangue e osso comnous ou "inteligência". Um objeto inanimado compartilha asmesmas sementes
em diferentesproporções, mas não possui "mente".

27
A MENTE SE SOBREPÕE À MATÉRIA

te” dele nã
o eraum criador tel inigente,mas T u d o se transforma
um tipo de elementoinspirado r que desenAnaxágoras concebeu um modelo em que a
cadeava as fo
rças físicas que aziam
f girar ma
a téria não dia po ser criadamne destruíd
a,
matéria elementar, a
f zendo-a se separar, semas no qual mutabia lidade do mundono às
diferenciar forma
e r corpos como a Terra esavolta éexplicadatransfo rmando-se amaté

o Sol. E uma
mente, difícil vez
ser que
xato
e não qua
nto aotem
sema ispape
l daria
o textotadaoa ela
ongo
madeido
raem
tétr
po. Se
ansf uma árem
ormada vorebarécoo
c
, r
a
completo de Anaxágoras . No enta nto, Pla matéria mudou e reorganiz se ou, mas con
tão relata que ócrates
S co
mprou uma cópia serva o m esmo tipo e qua ntidade (co ntando
do trabalho de Anaxág oras por pensa r que o barco, sobras o e pó de serrag em). Outras
estacontivesseuma x eplicação que envolve trans forma ções ex igem re organizações ma is
uma concepçã o da inteligência, e se de sa profunda s: atearfogo emuma árvore, por
pontou. exemplo, produz cinz a, vapo r d’águ a e fu
maça quenão são semelh antes à madei ra.
Como to do obj eto contém , em pr oporções
diferentes, to dos ostipos possív eis dematéria
e qualidade s, exist
e sempre o pot encial para
cada tipo de matéri a ser deriv adade qualquer
objeto -porta nto, uma pla nta poder ia cre s
cer do solo,por exe mplo, reorga nizando-se
ou extra indotipos de matéria.
Anaxágoras percebeu que para que isso
ocorresse, as partes co nstituintes da ma té
ria (sem entes) dev eriam se r extrema mente
peque nas; ca so contrárioas tra nsformações
que vemos di ariame nte nãoseriam possí 
veis. Os componentes da matéria teriam de
atender ao requisito de serem infinitesimal-
mente peq uenos,e isso mpôs
i problemasin
super áveis oa model o.

P ar te s indivisíveis
A palavra “átomo” vem do termo do grego
clássico átomos”,
“ quesignif
ica insepa rável
ou indivisível. A sugestão de ue
q tudo é fei 
to departículas minúscula s indivisíveis tem
suas srcens no sécu lo 5a.C.com otraba lho
de Leucip o, e depois com eus alunoDemó-
crito.Sabe-se muito mais sobre eDmócrito
(c.460-C.370 a.C.) do quesobreLeuci po, a
Quando uma árvore queima, seus constituintes ponto de o filósofo grego Epicuro(341 -270
se reorganizam radicalmente. a.C.) duvidar a d existênciae dLeucipo. E

28
O PRIMEIRO FÍSICO?

impossível dizer que parte od modeloatô problemas insuperáveis para os pensa


dores
mico veiode Leucipo.O atomism o sustentagregos queviveram post
eriormente elevou
que o n uiverso abrange matéri a formada deo modeloatômico ao marasmo do qual ele
partículas imnúsculas, indivisíveis, exi
sten não saiuurante
d 2.000 anos.
tes numvazio . Os átomosde qualquerbs su

tânci C oisas e n ã o coisas


feitosa do
são me
dosmome smo tamanho orma
material. e f to, eAté aqui o atomismo soa muito parecido ao
Se os á tomos sã o partículas homo gêneasmodelode Anaxá goras; noenta nto, paraele,
{hom eomerias)minúsculas, existe uma que stão toda ma téria lutua
f va no ar ou aether(veja
óbvia: po r que les e não po dem se r ainda m aisa página32), que éuma substânciaísicfa,
divididos? Se Demócrito tinha u ma resposta , enquantoara p os atomistas matéri
a a existia
estanão sobreviv eu. Pode ser que os átomos, em um vácuo. Demócrit o (ou Leucipo ) foi
sendo ho mogêneos,não tenham vaziointernoo primeiroa postular o vácu o, embora a ne
(enqua ntopeda ços ma iores de ma téri
a têm s e cessidade de um vácuofosse vidente
e p
ara a
paço entre os átomos),e isso,em si, si gnificamatéri a se mover: emum universo chei o de
que lees nã o podemser divi dido s. matéri a, cada parte de paç eso já estari
a ocu
Existe m u paradoxo inato, também, em
um modelode matériacompostode partí padaalgo
 por demod
maiso que
que se nãomovesse
pudesse ser dele.
dentro ocup
ada
culas infinitesimais. O queAnaxá goras quis Quando algo se o mve, não só muda para
dizer com inf initesimal era que as partículasum espa ço vazio, mas também ixa de espaço
eram menores do que qual quer medid a ar vazio para trás. Enquanto os primeiros pen
bitrariamente pequena , masmaiores do que sadores nega vam a x eistência de um vácuo
zero. Mesmo im, assele c areditava quetodo (“o que não é”), Demócritocontou co m a
objeto gu ardasse um número in finito de evidência de nossos se ntidos - sabemos que
partícul as, pois por me nor quefossea por as coisas se m ovem - paraestabe lecer o á v
ção que ele ma to sse, semp re haveri a um cuo como um conce ito válido. Além diss o,
pouco de ca da tipo de matéri a. Se osátomospodemos ver queuniverso o é composto de
ou sementes nã o têm ext ensão no espaço muitas coisas (ele plura temlidade),enquan
(tama nho zero),entã o mesmo um núme ro to se não houves se espaço vazio , toda maté
infinito deles não poderia compor téria ma ria seria contí nua. A pluralid ade ea mudan
de tamanho finito. Essedilema aprese ntou ça exi gem umvácuo.

HOMEOMERIAS

Anaxágoras, e mais tarde os pensadores gregos, distinguiam substâncias que eram homeô-
meras (homogêneas) e aquelas que não eram. Uma substância homeômera é aquela em
que todas as partes são como um todo. Logo, uma pepita de ouro é homeomeria porque
não importa o quanto seja pequena, ela ainda tem as propriedades de uma grande pepita
de ouro. Uma árvore ou um navio não são homeômeros, pois podem ser divididos em par
tes que possuem características diferentes. Para o olhar moderno, as homeomerias são os
elementos e os compostos químicos puros.

29
A MENTE SE SOBREPÕE À MATÉRIA

ARISTÓTELES (384-322 a.c.) de Delfos. Ele se tornou o melhor e o mais


Aristóteles nasceu em Stageira, Macedônia, famoso discípulo de Platão. Em 342 a.C,
mas ficou órfão muito cedo. Mudou-se para Aristóteles voltou para a Macedônia e tor
Atenas por volta dos 18 anos de idade para nou-se tutor de Alexandre, o filho de Filipe II
estudar com Platão, na academia dele, se da Macedônia, que mais tarde se tornou
guindo conselhos a ele dados pelo Oráculo Alexandre, o Grande. Aristóteles retomou o
trabalho de todos os primei
ros pensadores gregos e então
construiu suas próprias visões
com base nos aspectos que
ele considerava corretos, ex
pandindo-os. Ele escreveu so
bre quase todos os assuntos,
inclusive Física. Seus ensina
mentos foram preservados por
acadêmicos árabes e foram re
tomados na Europa traduzidos
para o latim nos séculos XII
e XIII. As ideias científicas de
Aristóteles dominaram a ciên
cia ocidental até o século XVIII.

M atéria atôm ica e el em entar terra, ág


ua, fogo ear. Essemodelofoi retra-
Para amental idade m oderna,soátomos eelebalhado edefendido po r Aristóteles, talvez
mentossão parte do mesmo modelo do uni  o maior e ma is influente pensador da histó
verso. Os elementos são substâncias químicas ria do ocidente.
puras, cadauma compo sta deátomosdên i ti Platão renomeo u os qu atro eleme
“ ntos
cos; logo,todo o ouro sã o átomos de ouro,eprinci pais” eAristó teles sou
u ess
e ter mo.
todo o hidrogênio são átom os de hidrogênio. Cada lemento
e é caracterizado po r duas pro
Os compostos, no entanto, contêmátomosprieda des d os contrá rios natura
is - quente-
de dois ou ma is elementos;logo o dió xido de-frio e úmido-seco. Logo, a terra éfria eseca,
carbono abrange tomos
á decarbono e oxi a águaé fria e úmida, o ar é quente e úmido ,
gênio, por exe mplo.Nas teori as antiga
s dae o fogo é quenteseeco. Essa s prop riedades
matéria, contudo,os átomos e oselem entostambémormaramf base
a do mod elo de sa ú
pertencemmodelos
a diferentes. de e doençaconl base os n quatro humores
propostos rpo Hipócrates (c.460-C.37 7 a.C.)
Q uatro - ou cinco - el eme nt o s ou sua escola,queperdurou até o culo
sé X IX.
Empédocles (c. 490-C.430 a.C.) ensinava De acordocom ateoria eleme ntar,toda
que tudo éforma do por quatro “princípios”: matéri a ocupa na turalment e um ca mpo que

30
NjSE
N .

MATÉRIA ATÔMICA E ELEMENTAR

é associado aseu s elemen tos e a O cobre, um metal que


matéria é atraíd a para se u cam po brilha, é composto apenas
de átomos de cobre.
natural.A terra ocupa a posição
Cristais azuis do sulfato de
mais baixa eo fogo a ma is alta, cobre, um composto, são
com a água e o ar ent re os dois. formados de átomos de
Isso explica laguns tipo s de mo cobre, enxofre e oxigênio.
vimento no mundo físico: obje
tos pesados caem no chão porque
a terra é seu elementoprincipal; a fumaça
contém ogof ear, que oc upa os campos su
periores, por iss
o elasobe. U ma vez que m u
elementoestáem seulugar natural, ele nã
o
se mov erá anão e s r que algocause sse
e mo
vimento.
Além dos quatro elementos, existe um
quinto elemento muito diferente (ou “quin
tessênci
a”), cham ado “éter” . O conceito de
um “ét er” nunca desapareceu,emboraosse f Embora o omdeloatomistaedDemócri-
considerado ou desconsi derado ao longo deto fosse, de fato, muit o próx imo darealidade
milhares denos a (v eja apágin a 32). entendidaoje,
h foi a ideia pre ferida por Em-
pédocles,latão
P eAristó teles, de um mundo
formado de qua tro eleme ntos, que cabou
a
sendo mais aceita. Quando os pensadores
árabes do início da IdadeMédia retomaram
e desenvolveramo pensa mento da Grécia
Clássica,esse modeloeleme ntar foilevado
adiante.De lá ele foitradu zido parao lati m
e então paraoutraslínguaseuropeias; eelfoi
o marco
matéri do pensame
e maisnto
a durant de sobre anaturez
2.000nos.
a a da

M-M-M udanças
Enquanto Parmênides não conseguiu expli
car sa mudanças os e atomistas afirmavam
que ovazio permi tia quea matéria muda sse,
Aristóteles afirmou que todas as mudanças
ocorremcomo transf ormação entre ossta
e
dos. Isso en volvia ’’tra
nsformar-se e voltar
ao estado natural” -novamente um a ver

são da conservaçã
o de massa. Logo, para se
Desenho alegórico dos quatro elementos em um
manuscrito do século XII.

31
MENTE SE SOBREPÕE À MATÉRIA

tornar umaestátua, um co blode pedra ou A tomismo indiano


bronze deix
ava de serum bloco e se tornavaOs gregos nãoora f m os únicos pensa
dores
umaestátua. Parase tornar umhomem, um a chegar a um tipode teoria a
tômica.Os
meninodeixava de se r criança. ada
C coisafilósofos indianos tam bém sug eriram que
mutável tem o otencial
p ar
pa algo mais, e a matéria pode ser compo sta departículas
ess
elee perde
potencial é percebido
seu
potenc aose
ial para muto
da r. Entã
rnar o minúscul
ead as. Não
os indianos está
deriv
aram claro se ria
essateo os greg osro,
primei ou
quire “realidade”. e se eles o de senvolveram indep enden te
mente ou um a tradiçãonfluencio
i u a ou
tra. O filósof o indiano anaK da (Kashyapa)
podeter vividono sé culo VI ou no sé culo
O ÉTER: 2.500 ANOS DE UM
MEIO NÃO DETECTÁVEL
II a.C. (não há c
o ncordâ ncia n
e tre oshist
o
O éter, ou quintessência, aparece primeiro riado res).Se a datamais ant iga for correta,
como o quinto elemento no pensamento o atomismo de Kanada é ant e rior à tradiç
ão
grego antigo. Este é o elemento dos céus grega, e pode tê- la influencia
do.
e não faz parte da matéria terrestre. Foi A teoria dos átomos de Kanada com

considerado o âmbito natural dos deuses, plementou


ele propôsa cinco
teori
aposelementar
ferentesuma
ti di vez
de que
átomo,
sendo imutável e eterno. Pensava-se que se
movia apenas em círculos, uma vez que um paracadaum dos cinco element os que
um círculo é a forma perfeita. Diferenças compu nha o mode lo indianoda matéria-
em densidades no éter eram considera fogo,água, terra, ar e éter, o mesmo que o n
das como responsáveis pela existência dos mode lo de Aristótele s. Os átomos - ou pa-
corpos celestes. O grande filósofo e ma rama nu - são atraído s uns paraos outros e
temático francês René Descartes (1596- todos segr aupam. Uma partíc ula diatômica,
1650) pensava que a visão era possível dw inuka, possui propriedade s pertencentes
porque a pressão exercida no éter era a cadacomponente;estas nt eão se agrupam
transferida para o olho. O conceito de éter em aglomera dos triatômicos que sepensa va
foi retomado no século XIX pelo cientista serem os menores compo nentesvisíveis da
escocês James Clerk Mxwell (1831-1879) matér ia. A variedade es apropriedades di
para explicar o transporte de luz e outras ferentes damatéri a respo ndem pelas com
formas de radiação eletromagnética. binações e propo rções div ersas dos ci nco
O físico holandês Hendrik Lorentz tipos depara manu. Na versão do ato mismo
(1853-1928) desenvolveu uma teoria de de Kanada de senvolvida pelascol e a deVai-
um meio eletromagnético abstrato entre sesika, os átomos po diam ter um a combi na
os anos de 1892 a 1906, mas quando Al- ção de 24 propri edades possív eis. Mud an
bert Einstein publicou sua teoria especial
ças quí micas efísicas namatéria acont ecem
da relatividade em 1905, ele descartou o
quando o parama nu se re combina.
éter de uma vez.
Ao contrário dos filósofos gregos, Kana
Mais recentemente, vários cosmolo-
da acredit ava queos átomos po diam surgir
gistas propuseram
inunda um tipo
o cosmos, talvez deà éter
ligado que
matéria ou deix ar de existir instantanea mente,mas
escura.
não podiam er s de struídos por me ios físicos
ou químicos.

32
MATÉRIA ATÔMICA E ELEMENTAR

KANADA (KASHYAPA) foi um tipo de alquimia (veja a página 36).


O filósofo hindu Kanada nasceu em Gujarat, Ele propôs uma teoria atômica da matéria,
índia. De acordo com a tradição, seu nome que concebeu quando estava andando en
srcinal era Kashyapa, mas quando criança quanto comia e atirava pequenas partículas
ele recebeu o nome Kanada (de Kana, que de comida. Diz-se que ele percebeu que não
significa grão) pelo sábio Muni Somashar- podia continuar a dividir a comida em pe
ma, por conta de seu fascínio pelas coisas daços sempre menores, mas que isso deve
minúsculas. Sua principal área de estudo ocorrer com os átomos indivisíveis.

A teoria do atomismo deJain data do sé te quelhes permi


te seligarem. Os átomos
culo Ia.C. ou antes . Ela vê o mundo todo,podiam se combinar rapa
produzi
r qualquer
com exceção sdaalmas, co mo compost o deum de eiss “agreg
ados”: terra,água, so
m
átomos,cada qual tendo um po ti de gostooubra, ob
jetos dos nti
sedos,matéria kármica e
cheiro, umacor
ca ao toque. Os áetomos
dois ti
pos
de Jaide ca
racterísti
n ficavam em ma
sobtéria impró
re como pria.
os Havia te
átomos seoricas comple
omportavam xas
, rea
movimentoconsta nte,geralmente em linhas giam e se combi navam.
retas,embora pudesse m seg uir umatrajetó
ria curva es atraídos a outros átomo s. Havia A tomismo i sl âmico
aindaum conceito de carg
a polar, com partí Se as teo rias indiana egregaforam as pri
culas tendo uma cara cterí
stica sua
ve ou or
f meiras,ambas foramtrazidas los pe primei
ros setudio sos islâmicos.Os ensinamentos
dos g regos antigos sobreviv
era
m no Império
Romano Oriental (Bizantino) e foram reto
mados pelo s primeiro
s estudioso s ára
bes que

os traduz
forma iram
paisede
s princi comentara
atomismom.slâm
iHavia, uma
ico duas
mais pró xima do pe nsamento indianoe aou
tra, do aristo
télico. A quetevemais suce sso
foi o trabalho Asharite deal-Ghazali (105 8-
1111). Paraal-Ghazali , os átomos são as úni
cas coisas materiais eternas; tudoo mais dura
apena s um instante e é considerado “aciden
tal”. As coisascident
a ais não po dem ser a
causa dequalq uer coi sa, excetoa percepção.

Al-Ghazali era Asharite - uma seita que acreditava que


a razão humana não podia estabelecer verdades sobre o
mundo físico sem a revelação divina.

33
A MENTE SE SOBREPÕE À MATERIA

Alguns anos mais tarde, o filósofo islâ um alquimista islâm


ico do século VIII, em
mico de ori gem sepanhol a Averroes(Ibn bora os te
xtos não fossemrealment e tradu
Rushd,1126 -1198) rejeitou o modelo de ções dos tra
balhosde Gebe r.) Pseudo-Geber
al-Ghazali e comentou longamente propôs sobre que
todos os materiaisfísicos têm
Aristóteles. Averroes foi muito influente no umacamadainterna e outra externa de cor
pensamentopara
damental medieval asterior
quecadem po eã foi
a ia crist un
fa púsc
e judi ulos.
fossem Ele acre
feitos de dit
ava que
corpúscu
los detodos
me os metais
rcúrio e
absorvess
e o pe nsamento aristotélico. enxofre empropo rçõesdiferentes. E le apoia
Muito do tra balho ára be foi tra duzidova essa crença na alquimia (veja o box, página
para o latim noníci i o da Idade Média, n i 36), poisesta signif
icava que todos os metais
troduzindo o pensa mento clássicoeggr o tinham os ingredient es neces sários para es
na Europa. O s ensiname ntos deAristó telestornar ouro - eles só pre cisa
vam serefinar
eram adotados pelagreja I Cató
lica se mpreadequa dame nte ou serem reorga nizados.
quenão contradissesse m diret amente a Bí- Algo parecido à visão de Pseudo-Geber
bilia ou os pensadores cristãos influentes. era descrito por Nicho las deAutrecourt (c.
Por essa via, eles orma
f ram os u f ndamentos 1298-C.1369). Autrecourt fez o debate fer

dos que
tos modelos
fo científicosnocidente
ram correntes e Ofilosóficos
atéver
da acei
em Paris,
a Europa nacépoca
, acer o centro
a de divi sibilidaintelectual
de ou ndi
i
Renascença , quando pensadores opeus eur visibilidade de um conti nuum.E ssa questão
finalmente começa ram aquestionar ea chesurgiu da declara ção deAristóteles de ue q
caros ensinamento s dosantigos. um continuumnã o pode serormado
f de par
tícul
as indivisíveis. Ele acreditavaue q toda
DOS ÁTOMOS AOS CORPÚSCULOS matéria,espa ço e tempo ossemf compo stos
No século XIII, um alquimista nônim a o de átomos, po
ntos e instant es, e que toda
chamado Pseudo- Geber de u início a uma muda nça éo result ado da reorgani zaçãode
teoria da matéri a basea da em pa rtículas átomos. á
V r
ias visões de
Autreco u rt eram
minúsculas, às quais
chamou de “corpúscu-
los”. (O no me estranho
“Pseudo-Geber” vem
por ele ssi
a nar seustra
balhos como G eber, que
eraa formalatinizada do
nome Jabiribn Hayy un,

Debate imaginário entre


o Averroes aristotélico

(à esquerda) e o filósofo
neoplatônico Porfírio, que
morreu 800 anos antes do
nascimento de Averroes.

34
MATERIA ATÔMICA E ELEMENTAR

ofensivas igrej
à a e ele tev e de Pierre Gassendi era proponente do
se retratar depois de jul
ser corpuscularianismo.
gado em 1340- 1346. Para
ele, todo movi mento
era inerenteno obje outro
s sentidos, a teoria que
to movente (àmedida ele publ
icou em 1649 era sur
que o movi mento é preendentemente exata . Ele
reduzido a moção de pensava que as propriedades
partículas).
A visão de da matériaosse
f m produz idas
que amatéri a é gra pelas orma
f s dos tomos,
á que
nular, e formadade os átomos po
diam sejuntar em
instantes distintos, não molécul
as e que eles xiste iam
foi aceita po
r pensadores em um vazio enorme- de modo
posteriores. que amaior parte da matéria fosse,
Uma varianteodatomis- na verdade, não matéria.isão A vde
mo inicial tornou-se popularno Gassendi não era
tão inf
luente quanto de

dêcu
s lo XVII e Boyle,
Robert teveo apoio
do do
lósof
fi qu
ímico
o fra
ncê rlan
i veria
s Pierre ter sido
influente, se porque
opunhaDescartes, muitoela,
diretamente maisne
a
Gassendi (1592- 1655) e deIsaac New ton, gandotaxati vamente que pude sse haver um
entreoutros. Conhecido moco“corpus cula - vazio. No entanto, Gassendi e Descartes
rianismo ”, diferia do atomismo nontido se de conco rdavam sobre um ponto : ambos acre
que os corpús culos não precisam r ind
seivi ditavam que o undo m osse
f essencialmente
síveis.De fato, os proponentesalquimi da a meca nicista eseguis se as lei
s danaturez a.
(inclusive New ton) usa ram a indivisibilidade Robert Boyl e trouxeo atomismo no va
dos corpúscu los para explicar como omermente à vo ga alguns an os após a mort e de
cúriopodia seinsinuar n etre aspartícul as deGassen di. Em 1661, elepubli couTheScep-
outros metais, prepa rando terrenopara ua s s tical Chymist,descre vendo umuniverso for
transm utaçõesmeouro. Os corpuscularia nos mado totalment e por átomos glo e amera dos
sustent avam ue q nossas percepçõ es e expe de átomos,todos emmovimento ntínuo co .
riências do mundo à nossa volta resultam das Boyle propô s quetodos os fenôme nos sã o
ações de partículas minúscul as dematéri a so resultado de isõ col
es entre tomos
á em mo
bre noss os órgãos do sentido . vimento, e fez um apelo aos químicos para
que investiga ssem lemee ntos, pois ele sus
Dos COSPÚSCULOS DE VOLTA PARA OS peita va da exis tência de mais elemento s do
ÁTOMOS que osquatro d i entif
icados por Aristóteles.
O anatomismosó reviveu plenamente
quando Pierre G assendi propô s uma vi A I dade d a R azão
são cética do mundo em que tudo o queIdade daRazãoé o nome da do em geral
acontecia se dava por causa do mov imentoao perí odo que começa por volta de 16 00
e dainteraçãode partí culas minut as quesequando o clima filosófico da Europa e as d
guiam sa leis naturais. Gassendi exclui u osnovas colônias naAmérica erade conf iança
seres pensant es de seusquema,e mas, emno esforço huma no. Ela deu cont inuidade

35
A MENTE SE SOBREPÕE À MATÉRIA

ao florescimentodo otimismo e ea rlização enqu anto o racionalismofavoreceus aabor


iniciados na Renascença , e conclui
u a mu dagens ma temática filosó
e fica. P orém não
dança d a visão depreciativa ou humilde daexiste uma divi são clara ne tre as duas, uma
humanidadeomo c pecadores imperfeitos vez que as conclusões a que se chegou por
que pre dominou na d I adeMédia par a uma deduçã o racional costumam serpassívei s de
visão que celebrava os feitos e o potencial teste s por métodos empíricos. Jun
tas, essas
humanos. A Idade da Razão impulsio nou abordag ens o
f rmaram sa bases da revo
lução
e foi impulsio nadapelos desenvolvimentos científ
ica. O des
envolvi mento do método
na ciência, tecnol ogia, filosofia, pensamento científico, um dos triunfos da Idade da Ra
político e as artes. zão, mudou o rso cu dadescoberta científ
ica
A filosofia do período às vezes é dividida para sempre.
em dois campos, racio nalista eempiricista.
Os racionalistas ma ntinham quea razão era O n asci me nto da físi ca do
a via parao conhecimento , enqua nto os em- estado sólido
piricistas def endiam aobservaçã o do munAceitar que a matéria é composta de par
do ànossavolta. Isso se guia, grosso modo, tículas minúsculas,quer sa chame mos de
a divisão entre Platãoracio
( nalista) Aris
e átomos ou de corpúsculos, levou a qu estões
tóteles (empiricista) no pensamento óbv ias como: qual oé formato delas
antigo. , como
A visão empiricista levou diretamente ao elas se une m em ma téria contígua, como
experimentali
smo ci ção, diferentes ti
entífico e à observa pos de matéria gem rea einte-

ALQUIMIA

Os objetivos mais conhecidos do esfor-


ço filosófico e científico da alquimia são
transformar os metais de base em ouro,

por meio
elixir da transmutação,
da vida. e produzir
A famosa pedra um
filosofal era
considerada com frequência um compo-
nente essencial do elixir da vida, do pro-
cesso de transmutação, ou ambos. A al-
quimia foi praticada em várias formas no
Egito Antigo, Mesopotâmia, Grécia Antiga,
China e no Oriente Médio islâmico, bem Um alquimista trabalhando na destilação
como na Europa durante a Idade Média e em um laboratório.
a Renascença. A alquimia é a base da mo-
derna química e farmacologia, e na alqui- com chumbo, mas outros metais de base
mia chinesa a produção de remédios foi podiam ser usados. É desnecessário dizer
uma atividade importante. Tentativas de que nenhum dos métodos dos alquimistas
transmutação com frequência começaram funcionou.

36
O NASCIMENTO DA FÍSICA DO ESTADO SÓLIDO

O PODER DO NADA

O cientista alemão Otto Von Guericke


(1602-16 86) inventou - ou descobriu - o
nada. Literalmente. Ele provou que um vá
cuo podia existir, o que os cientistas an
teriores tinham negado. Depois de fazer
experiências com foles e desenvolver uma
bomba de ar, ele fez uma demonstração
espetacular na frente do imperador Ferdi-
nando III, em 1654. Ele construiu esferas
de metal a partir de dois hemisférios e
bombeou ar. Então ele mostrou o poder
do vácuo - ou o poder da pressão atmos
férica - demonstrando que nem mesmo
dois cavalos conseguiriam separar os he
misférios. Robert Boyleem 1689, dois anos antes de u sa
morte, quando já estava com a saúde debilitada.

ragem, como sa mudança s físicas (fusão, do grãos, e que acoesão dentrodos grã os era
congelamento,sublimaçã o) se relacio nam maior do que acoesã o entre os grãos. Ele
ao modelo das partículas? Físi
cos do sécunão notou, contudo,que os“grã os” em fer
lo XVII deduziram modelosda estru tura ad ro forjado forma m uma estrutura crist
alina.
matéria a partir daobservaçã
o dasproprie Embora na teoria os microscópio
s pudessem
dades e od comportamentode substâncias revelar tais rutu
est ras,elessó passara
m a ser
- o que sàvezes os levaram a deduções bas usados comumente naegu snda metade do
tante bizarras
. século XVII; mes mo assim, eram mais usa
Depoisde observara produçã o de ferrodos em estudos biol ógico
s. Evidenteme nte,

forj
de aferro
do, Des
de ca
a rtes m
lgum conclui
u juntav
odo se que saam
paforma
rtículas
n nã
o existe
dos táomos microscópi
ou mol o que
. mostre aforma
éculas

"[Robert Boyle]é muito alto (cerca de l,80m) e sério, muito comedido, virtuoso e frugal: um sol
teiro; mantém uma carruagem; reside temporariamente com a irmã, Lady Ranelagh. Seu maior
prazer é a química. Ele tem na casa de sua irmã um laboratório nobre e vários serviçais (apren
dizes) para cuidar do laboratório. Ele é caridoso com homens inventivos que estão necessitados
e os químicos estrangeiros têm tido uma prova de sua generosidade, pois ele não poupa custos
para guardar qualquer segredo raro. Ele arcou com os custos de tradução e impressão do Novo
Testamento em árabe, para enviá-lo aos países maometanos. Teve um renome respeitado na

Inglaterra e também no exterior; e quando os estrangeiros vêm aqui, uma das curiosidades deles
é lhe fazer uma visita."
John Aubrey, Brief Lives

37
A MENTE SE SOBREPÕE À MATÉRIA

"Existem, portanto, Agentes na Natureza capazes de fazer as Partículas dos Corpos se unirem
por Atrações muito fortes. E é Tarefa da Filosofia experimental descobri-los. Agora as menores
Partículas de Matéria podem aderir com Atrações m
ais fortes, e compor Partículas maiores de
Virtude mais fraca, e muitas delas podem aderir ecompor Partículas maiores cuj
a Virtude ainda é
mais fraca, e assim por diante para diversas Sucessões
, até a Progressão final nas maiores Partí
culas em que as Operações de que a Química e as Cores de Corpos naturais dependem, as quais
aderem a Corpos compostos de uma Magnitude sensível. Se o Corpo é compacto, e se dobra ou
cede para dentro à Pressão sem qualquer deslize de suasartes,
P é difícil e elástico, voltando para
sua Figura com Força surgindo da Atração mútua de suas Partes. Se as Partes deslizam umas
sobre as outras, o Corpo é maleável ou macio. Se elas deslizam facilmente, são de um Tamanho
adequado para serem agitadas por Calor, e o Calor for grande o suficientepara mantê-las Agita
das, o Corpo é fluido..."
Isaac Newton, notas àsegunda edição deOpticks, Londres 1718.

O físico cartes iano Jacqnes Rohault ram aalguma s sugestõ es bi zarras para os
(1618-1672) sugeriu em 1671 quemateriais forma tos das partículas.ico Nlaas Hartso eker
plástico
s (ou maleáveis)inht am partículas (1656- 1725) af irmou em 16 96 qu e o a r é
com tex turas co
mplicadas que sã o emaraforma do de bolas ocasconstruídas denéis a
nhadas, enquanto s frágeis têmparcomo ara
materiai mes, que o cloreto de mercúri o é
tículas co
m uma textura simples que tocam umabola de mercúrio presa om c pont as de
uma à outra apenas em alguns pontos. Emsal e vitriol parecidasag aulhas ou lâm inas,
1722, o pensadorrancê
f s René A ntoine Fer-e que oferro tem partí culas com dentes que
chault de Réa
umur (1683- 1757 ) determinou se trava m paratorná-lo duro qua ndo rf io. O
que, ao contrárioda crençaanterior, o ç aoferro émaleávelquando aquecido , ele alega
não é ferro purificado,mas ferro ao qu al va, pois as partículas se separam o suficien
“enxofre esais” ora
f m adicionados e ue q as te pa ra permitir que de slizem um as sobre
partí
culasdessas substâncias residem entre as outras.Pensar na s estrut uras da ma téria
as partícul
as de ferro. era um jogo, e Hartsoeker bou aca enco ra
Sem nenhum outro método além dajando seus leitores a participarem: “Não
imaginação paraonfciar, os físicos ch
ega desejo privar o leitor do prazer de
fazer, ele
mesmo, a busca seguindo os
princípios queforamestabe
lecidos acima”.

A microestrutura do aço:
cientistas do século XVII
não olharam o metal com
microscópios.

38
ÁTOMOS E ELEMENTOS

Imagem contemporânea de ferro sendo


fundido, na visão de Descartes.

Áto m os e el ementos
Robert Bo yle es tavacerto em en
corajar os uímicosq a procurar
mais eleme ntos do que terra, água,
ar efogo,mas isso oi f tempos an
tes de seformular uma tabel a de
elementos químicos. Antoine La
voisier produziu o primeiro tra
balhomoderno sobre quími ca em
1789, e incluiu nele uma lista de
33 elemento s — substâncias que
não podia m ser dividida s. Infeliz-
mente , a lista d e Lavoisier incluía
luz e “calóri co”, que ele pe nsava
ser u m fluidoque produzia per da
ou ga nho de calor o pr meiode
movimentoveja ( apágina 99). La
voisier não considerou a sua lista
de elemento s exaustiv a, deix ando
porta b aerta pa ra mais n i vestiga
ção e descoberta s posteriores, nem
organizou sua lista deeleme ntos
na ta bela pe riódica- esse traba lho
foi deixado parao quími co russo
Dmitri Mendeleev (1834-1907),
que ocompletaria em 69 18. A ta ção dos elemento s deacordocom
bela peri ódica é relev ante para a suas prop riedade
s revelo u o sig
história dafísica , pois a org aniza- nificado do núme ro atômicoe sua
relação com avalência a- manei
"Alma do Mundo! Inspiradas por ti, ra como osleme e ntos seligam.
As dissonantes Sementes da Matéria concordaram, Como cientista mpírico,
e La
Tu fizeste a ligação dos Átomos dispersos, voisier afirmava que em seu tra
Que, pelas tuas Leis da verdadeira proporção uniram-se, balho ele “tento u... chegar à ver
Compuseram de várias Partes uma perfeita Harmonia."
Nicholas Brady, "Ode para Santa Cecilia, c. 1691. dade, li
ga ndo os fatos; supri
mir
o máximo possív el o u so do ra-

39

A MENTE SE SOBREPÕE À MATÉRIA

Antoine Lavoisier, o primeiro


ANTOINE-LAURENT DE LAVOISIER químico de verdade.
(1743-1794)

Antoine Lavoisier (como passou a ser cha

mado após a Revolução Francesa, quando


um nome nobre refinado passou a ser um
ponto negativo) era filho de um rico advo
gado e estudou direito. Ele se voltou para a
ciência, primeiro estudando geologia, mas
se tornando cada vez mais interessado em
química. Ele tinha seu próprio laboratório, ciocínio que com
e este, assim como sua casa, logo atraiu frequência ému
cientistas e pensadores independentes. instrumento
Lavoisier foi chamado o pai da quí não confiável
mica moderna. Suas realizações foram quenos en
consideráveis e variadas. Além de listar gana, a fim
os elementos, ele reconheceu o papel do de seg uir o
oxigênio na combustão e na respiração, máximo pos
e as reações semelhantes que estavam sível a tocha
envolvidas em cada uma. Isso anulou a da observaçã o
antiga teoria popular do flogisto (uma e do exp erimen
substância que supostamente seria libera to”. Outracontri
da quando a matéria é queimada - veja a buição que ma is tarde
página 96). provaria se r importante
Politicamente, Lavoisier era liberal e no entendimentodas
apoiava os ideais que levaram à Revolução reações quími cas no ní 
Francesa. Ele participou de uma comissão vel atômico foi a lei
que propôs a reforma econômica, e suge de conserv ação da
riu aprimoramentos às condições terríveis massa de Lavoi-
em presídios e hospitais parisienses, mas sier - o reconhec imento de
isso não o salvou. Ele foi executado em que nunc a seperd e nem se ganha massa em
guilhotina durante o Terror em 1794. Diz- um processo deção reaquímica. Masapesar
-se que ele pediu para adiar a execução de chega r a umalista de elemento s, ele nã
o
para poder terminar seus experimentos, acreditava nos átomos, que ele
considerava
mas lhe disseram: "A República não pre conceitualmente impossíveis.
cisa de cientistas". A história de que ele
pediu a um assistente para contar quantas T u do em proporção
vezes ele continuaria a piscar depois de ser Decidir que os tomos
á existem um
é bom
decapitado é amplamente divulgada, mas começo,mas a fim de con strui
r umamatéria
é provavelmente apócrifa. contínua aparti
r deles,e em mais varieda
des do queapena s os leementos identifica-

40
ÁTOMOS E ELEMENTOS

dos por Lavo


isier, erapreciso haver
ar átomos.Exatamente "Foi preciso apenas um momento para cortar aquela
meios de junt
cabeça, e talvez um século não será suficiente para
como os átomos aderemgrupos em
produzir outra como ela."
era um enigma para os pri meiros
Matemático e astrônomo Joseph-Louis Lagrange
atomistas. Newton escreveu sobre sobre a execução de Lavoisier, 1794.
“Agentes
juntar daNatureza” que podi
átomos. am
O primeiro passo na investigação de dos táomos de todos os dem
ais eleme
ntos
como os átomos se combinam foi determi e podem ser disti
ntos por seu
s pesos atô 
nar os ín dices em ue
q eles seunem em commicos.
postos. Oquímico ra fncês Joseph Proust • Os átomos não po dem ser criados,
des
(1754 -1826) deduziu a lei das proporções truído s nem divididos por oces
pr sos quí
definidas apartir de experimentos rpo ele micos.
reali
zados entre 179 8 e 1804, enquanto era• Átomos de um elemento podem se com
o diretor do Laboratório Real em Madri. binarA com átomos de outro para formar
lei estabelece ueq, em qualquer composto um composto químico; um dado compos
químico,
na os elementos
mesma relação de sempre
números i ssepela
nteiro combinam
to sempre
cada cont
ém amesmaproporção de
elemento.
massa. Dalton desenvolveu a lei das proporções
Alguns anos após Lavoisier ser deca múltiplas. Em vezde apena s examinar um
pitado em Paris, o químico inglês único John composto formado por dois elemen
Dalton (1766-1844) desenvolveu essa ideia
tos,ele olhavaparaelementos quepodem es
e estabeleceu as bases damoderna eoriat combinar demais de um modo.Ele desco
atômica moderna . Em um tra balhopor ele briu queas propo rções relati
vas são sempre
iniciado em 803
1 e publicado em 80 1 8, fo pequenos índices de número inteiro. Logo,
ram estabelecidas cinco observações porsobre
exe
mplo,o carbono e o oxigênio po dem
átomos: formar monóxido de carbono (CO) ou dió
• Todos oseleme ntos são formados de to
á xido decarbono(C02). Usando os pe sos de
mos.
• Todos os táomos
de umdado ele
mento são idên
ticos.
• Os átomos deum
elemento diferem

Otto Von Guericke


conduzindo um
experimento para
demonstrar um
vácuo.

41
"jjjjjj

A MENTE SE SOBREPÕE À MATÉRIA

combinar oxigênio e carbono,no CO a pro desenvolvimento do mot or a vapor levou a


porção é 12:16e no CO, é 12:3 2. Logo, aum interesse scente
cre pela termo
dinâmica
relaçã
o de oxigênio no CO para aquelano e, por conseguint e, a certa atenção s pro
à 
C02é 1:2. priedade
s e comportame nto dos átomos. O
Das relações em ques amassa s de el
ecompo rtamento dos táomos po dia serre
mentos se combinam,oif possív el trabalharlacionado com a açã o de ga ses quent es em
massas atômicas re lativ
as. Dalton calculou uma esca la muitomaior, e em decorrênci a
a massa atômica de acord o com a massa de às leisda termo dinâmica que surgi ram em
cada element o em um compo sto, usandomeados do éculo
s XIX.
hidrogênio como sua unidade bá sica (1
). A primeira evidência visual de que a ma
No enta nto, ele us pôsincorretame nte quetéria é compo sta de partí culas minúsculas
compo stos simples são sempre forma dos nafoi descoberta - emboranão imediata mente
razão 1:1- logo ele pensou quea água fosseexplica da - em 1827, pelo bo tânicoesco
HO e não H,0 - e como resultado come  cês Robert Brow n (1773- 1858). Enqua n
teu errossérios em suatabela de núm erosto examinavaminúsculo s grã os de pó len
atômicos. Dalton també m não sabia qu e na água com omicro scópio, Brown noto u

alguns
diatô elementos
micas (ou existem
seja, em como
pares, comomol
écula
02s). que e
lesase
se algum moviam
coisa invisívconst
el antemeessente
estiv como
batendo
Esses err os básicos ora f m corrigid os em neles. lEe descobriu que o mesmo mov i
1811, qua ndo o químicoitaliano Amedeo mento ocorria qua ndo usavarãgos de pó
Avogadro (1776-1856) percebeu que um vo len quehaviam sidoguardado s durant e 100
lume ixof de qualq uer gá s à mesmatempeanos, demonst rando que o movimentonão
ratura e pres são contém o mes mo número era iniciado pelos grã os vivos. Bro wn não
de moléculasrelacio
( nada s à Constante de conseg uiu expl icar o qu e viu, por issoo que
Avogadro, 6,0221415 X 1023 mol-1). Dis agora é chamado movimento browniano
so, Avogadro calculou que como dois litros
atraiu pouca atençã o durante muito tem
de hidrogênioreagem com m u litro de oxi po. Em 1877, J. Desaulx retomo u o tema
gênio, os ga ses se combi nam na razão 2:1.sugerindo : “Em minha forma depensa r, o
Avogadro - nome completo Lorenzo Ro fenôme no é um resultadode movimento
mano Amede o Cario Bernade tte Avogadro molecular tér mico noambiente quido lí (das
di Quaregna e Cerr eto - agora éconside partículas)” . O físico ra f ncês Louis Georg es
rado o criado r dateori a atômico-molecula r. Gouy (1854- 1926 ) descobri u em 18 89 que
quanto meno r a partí cula, ma is pro nuncia
Á tomos - ve r dadei r o o u falso ? do o movi me nto, o que stava
e claramen
Embora o traba lho de Dalton pare ça ser te deacordo com a hipótese deDesaulx.
convincente vistoretr ospectivamente, os O geofísico austría co Feli x Maria Exner
cientistas da poca
é não aca taramsua expli (1876- 1930) mediu o mov imento em1900,
cação e os fí sicos e prma necer am divididos relacio n ando -o ao ta
m anho eà tempera tu
entre aque a avam aprovável exisra da partíc
les que ceit ula. Isso preparouerre t no para
tência de átomos e queles
a que onãacei
taAlbert Einstein criar um modelo matemá
vam. Felizmente, havia boas razões práticas tico para explicar o movimento browniano
parase con tinuar exam inandoos gases. O em 19 05. Einstein estava rto ce de que as

42
ÁTOMOS E ELEMENTOS

moléculas era m responsáveis pelo


movimento,e cheg ou àsprimeiras
ÁTOMOS: UMA QUESTÃO DE VIDA E MORTE
estimativas do tama nho das mo
Discussões sobre a existência dos átomos duraram
lécula
s. A teoria oif vali
dada pelo por todo o século XIX, com alguns físicos alegan
físico francês Jean Perrin(1870- do que os átomos eram apenas um construto ma
194 2) em 1908 , quandoeste me temático útil e não parte da realidade. A disputa
diu o tama nho de uma molécul a levou Ludwig Boltzmann (1844-1906), um físico
de água usando o mod elo de Eins- austríaco frágil mental e emocionalmente, a bus
tein.Esta foia primeira evidência car uma filosofia que pudesse acomodar ambas as
experimental paraa existênci a de visões e pôr fim às dis
moléculas, pela qual Perrin rece cussões. Ele usou uma
beu o Prêmioobel N da Física em noção do físico alemão
1926. Finalmente, só umcientist a Heinrich Hertz (1857-
extremamente truculentopode 1894), que sugeria
ria negar a existência de táomos e que os átomos eram
moléculas. "Bilder", ou imagens.

Isto atomistas
os significavapodiam
que
OS ÁTOMOS SÃO DIVISÍVEIS?
Se tomarmos avisão de Demócri- pensar neles como
to de queos átomos sã o os meno reais e os antiatomistas
res componentes indivisíveis da podiam pensar neles
matéri
a, então os átomos não o sã como uma analogia ou
- fala
ndo estritam
ente - átomos . imagem. Nenhum dos
Mesmo qua ndo Einstein ePerrin lados ficou satisfeito.
estava
m provando a exis tência dos Boltzmann decidiu tor
átomos, evi
dências por pa rtículas nar-se um filósofo para
descobrir uma maneira
menores - subatômica s - esta
de refutar os argumen
vam
a des começando
cobertadoaelétro
aparecer.
n peloCom ísi
f tos contra o atomismo. Em uma conferência de
Física em St. Louis, EUA, em 1904, Boltzmann des
co inglê s JosephJohn Thomps on
cobriu que a maioria dos físicos era contrária à teo
(J.J.) em 8 197, a indivisibilidade
ria dos átomos, e ele não foi nem mesmo convida
do átomoesta va pa
ra ser questi o do para participar da seção de Física. Em 1905, ele
nada . O átomo gozaria de seu tí começou a se corresponder com o filósofo alemão
tulode “aúltima partí cula” ap enas Franz Brentano (1838-1917), esperando demons
por alguns nos a mais. Mas antes trar que a filosofia deveria ser separada da ciência
de pe netra
rmos noátomo, exami (uma visão ecoada pelo cosmologista inglês Ste-
narem os alguns fenô menos que phen Hawking em 2010), mas ficou desencorajado.
não costuma m ser co nsidera dos A desilusão com a maioria dos físicos que rejeita
como sendo forma dos por qual ram o atomismo acabou contribuindo para o suicí
quer oisac matérica: uz,
l força s, dio de Boltzmann, que se enforcou em 1906.
campos e energia.

43
CAPÍTULO 2

Fazendo a luz
trabalhar

- ÓPTICA

Há milênios os seres hum anos têmxplorado


e a luz
do Sol, da Lua e das estrelas,
primei
ro comfoguei
ras e, posteriormente,com lâm padas. A uz
l é tão
essen
cial para ossa
n ex
istência que comfrequência
é associ adaa crençaseli rgiosas e supersti
çõescomo
uma dádiva davida ou força ador cri a. Logo, duran
te a m aior parte daHistória,a luz ocupouum luga r
espe cial.Ao longo dos séculos, foi considerada uma
divindade,um elemento, uma partícula,uma onda e
finalmen te um a onda-partícula.Uma vez que aluz
está ligada intrinsec
amente àvisão,o estudo da óp
tica ncluiu
i a luz e a visão juntas.Somen te 100 an
os
atrás os entici stas co
meçarama reco nhecer queluz a
visível era apenas uma parte de todo um espectro de
radiaçãoeletrom agnética.

A descoberta de que a luz branca abrange a luz de diferentes


cores foi um avanço no estudo da óptica.
FAZENDO A LUZ TRABAL HAR - ÓPTICA

\ ^1

Uma o lhada na l uz
Ideias obre
s anatureza da luz foramregis
trada
s pela primeira vez naíndia, nos sécu
los V e VI. A escola deSamkhyaconsider ou
a luz como um dosinco c eleme ntos “sut
is”
fundamenta is dos quais os lementos
e bru

tos” sã
o formados. A escola de Vaishe shika,
que adotou umavisão atomist a do mu ndo,
suste
ntava que luz
a eraformadapor um e f i
xe de átomosde fogo emmovimento - um
conceito não muito diferente do atual con
ceito de fóton. No primeiro texto indiano
do século I a.C.,
Vish
nn Purana re
feria-
se à
luz do solcomo os “sete raios do sol”.
Os antigos não co nseguiam sepa rar a
luz davisão. No século VI a.C., o filósofo
grego Pitágoras suge riu que os feixesviaja
vam a partir do olho como sensores, e que
vemos um objeto quando os feixes o tocam,
um modelo chamado teoria da missãe o (ou
extramissã
o). Platãotambé m acreditava que
os raios emiti dos pelos lho
o s tornassema
visão possível, e Empédocles, escrevendo Página de título deDe rerum natura (Sobre a
natureza das coisas) de Lucrécio.
no século Va.C., falava ed um fogo qu e bri
lhavafora do olho . Essavisão do olhocomo
um tipo de tocha o nã conseg
uia e xplicar
por quenão enx ergamos tão bem no escu tico, Euclides come çou o studo
e deóptica

ro quanto
sugeriu luz
queàssedo dia; po
es feixes rdo
issoolE
ho mpé doclestemá
deveriam geométrica
ticos da esc
re
pevendo
rspec sobre
tiva. cálculo
s mao
Ele relacio
nava
interagir com umaluz de outrante, fo como tamanho de um objeto à distância do ho,ol
o Solou uma lâmpada . e enuncio u a lei da reflexão:que o âng ulo
O primeiro trabalho preservado de incidência éigual ao âng
sobre ulo de reflexão de
óptica édo pensadorreg go Euclides (33 0- tal modoquea imagem ref letida parecese
270 a.C. ), que tam bém a ceitava o modelo tar tarás dospelho
e quando o objeto estána
da emissão.Mais conhecidocomo matemá - frente dele.
Cerca de 30 0 anos maisarde,t
outro matemá tico grego inova
"A luz e o calor do sol; estes são compostos de peque-
dor, H eronde Alexandria (c. 10-70
nos átomos os quais, ao serem empurrados, não per-
d.C.), mostrouque a luz sempre
dem tempo para disparar direto pelo interespaço de ar seg ue a trajetória mais curta pos
na direção imprimida pelo empurrão."
Lucrécio, Sob rea nat ure za do Unive , AD 55.
rso
sível con tanto questejae viajando
pelo mesmo meio . Se a luz é tan-

46
UMA OLHADA NA LUZ

O ângulo de incidência é igual ao ângulo de


reflexão; logo, o reflexo de Thomas Young
parece estar logo atrás do espelho, quando ele
está na frente dele.

a luz ni clina-se emuma dire ção perpendi 


cular àsuperfí cie da gua
á . Ele expl icou isso
sugerind o quea luz desace lera oa entrar no
meio mais denso.
EmboraPtolomeuaceitas se omodelode
emissão da visão, ele co ncluiu que osios ra
dos olhos se port avam da mesma fo rma qu e
os raios da luzqueviajava m para os olho s,
logo ele uni u as teorias da visão e da luz.
Mas lev aria séculos até quee saceitasse que
a visão era totalmente o sultadore da inci
dência de luz noolho e que o olho não al “
cançae capta” imagens do undo m circun
dante. Essepasso importantíssi mo foi dado
por volta de 02 1 5 pelo aca dêmicoárabe Ibn
to propagada quanto observadano ar, por al-Hassa n ibn al- Haytham, que era conhe
exem plo, não há defl exão. Ele percebeu equ cido como lhazen
A na Europa . O traba lho
refletir a luz a partir de spelhos
e an
plos nãodele foitraduzidopara o latim como Deas-
afeta ssee princípio, e novamente de monspectibus (Sobrea perspectiva) e teve gra nde in
trou queos ângulos deincidênci a e reflexãofluênciana EuropaMedieval. lA-Haytham
são iguais.

B r incando com a l u z

Quando a Grécia Clássica perde u força


como centro cult ural daEuropa, muito do
esforço intelectual, inclusive as ciências fí
sica
s incipientes, tambémdecli nara m. Os
pouco s pensa dores gre gos remanescentes
muda ram-se para o leste. Otraba
lho experi
mental ma is antigo breso aluz of i realiz
ado
pelo astrônomo grego Claudio Ptolomeu
(c.90-c.l68 d.C.) enquanto trabalhava na
Biblioteca de Alexandriano Egito Roma no.
Ele descob riu que , ao entrar me um meio cutlides, o matemático
mais denso (como ao ir do ar para aágua), grego.

47
FAZENDO A LUZ TRABA LHAR - ÓPTICA

O trabalho de al-Haytham ifoampliado


por Qutb al-Din al-Shirazi 12
( 36-1311) e
seu aluno Kamal al-Din al-Farisi (1267-
1319), que explicara
m como um arco- íris é
criado div
idindo aluz branca d
o Sol nasoc
res constituintes doespectro. pAroximada
mente oa mesmo tempo, o professor lemão
a
Theodoric de Freiburg (1250-1310) usou
um frasc o de água esférico para most rar
que um arco-íris é criado quando a luz do
Sol é refratada
, ao passar d
o ar pa ra dentro
da gota daágua, sendo entãoleti ref
da den
tro da gota de água e novamente refratada
- passando de volta daágua parao ar. Ele
determinou o ângulo correto do arco-íris
(entre o ce ntro e o halo)como 42 ra gus.
Mesmo as
que causavasim,um não co
nseguiu
arco-íri
s secundádetect
rio.ar o
Foi
René Desca rtes quedesco briu, 300 anos
depoi s, que éo segundo ref lexo de luz den
tro das gotas deágua qu e origina um arco-
-íris secundário e tambémcausa a reversã o
A refração faz um objeto que está parcialmente dascores.
na água e parcialmente no ar parecer
desconectado ou inclinado no limite entre os
A l u z de D eus
dois meios.
os es
crito
s dos cienti
stas ra
á bes o
f ram trans
crito
s para o latim, com frequê ncia, po
r

tomou o trabalho
árabe sobre do primeiro
óptica, la-Kindi (c. 80 cientista
0-870), acadêmico
Moura (s que trpelos
dominada abalhav
am sna
árabe), eEspanha
logose
que propô s “que tudoo nmundo. .. emite espalharam pela E
u ropa.
raios em todass adireções,que preenchem O trabalho sobre ópti
o mundo todo”. Al-Haytam fairmou ue q os ca foi toma do como
raios que transmitem e luz
cor vinham o d base pelos pri mei
mundo ext erno para o olho. Ele desc reveuros cientistas eu
a estrutura doho ol e como sa lentesun f ropeus,entre les e
cionam, fez espelhos para bólicos e atribui u os ingleses Ri
valores para a refração da luz. Al-EIaytham chard Grossetes te
també m afirmou que avelocidade daluz (c. 1175-1253) e
deve serfinita, ma s foi outro ci entista ráabe,mais tarde pelo
Abu Rayjhan al-Biruni (973-1048), que des
cobriu que velo
a cidade d a luz é consi dera 
Ibn al-Haytham
velmente maior do que a do som.
UMA OLHADA NA LUZ

Um arco-íris é produzido pela refração


e reflexão quando a luz brilha em
gotas d'água.

acadêmico inglêsRoger Bacon (c.

1214-1294).
em uma p éoca rossetes
Gemquete trabalhoun
aforte co
fiança m e Platão estava dendoce
diante do essurg
r imentodos tra
balhos de Aristó teles apartir da
tradi
ção árabe . Ele se ba seou em
Averroes e Avicenna para construir
seu própriotraba lho sobre luz.
Como bispo,Grosse teste tomou
como po nto de partida luza criada
por Deus em Gênesis 1:3 : “Deixai

haver aluz”.

IBN AL-HAYTHAM (965-1040; TAMBÉM ALHAZEN)

Nascido em Basra, então parte do Império de dez anos em que esteve preso no Cairo,
Persa, al-Haytham (ou Alhazen) estudou sendo rotulado como louco. Aparentemen
teologia e tentou resolver diferenças entre te ele fingiu insanidade depois de ter ale
as seitas Sunnah e shi'ah do Islã. Ao fracassar gado ser capaz de impedir a inundação do
em seu intento, ele se dedicou à matemática Nilo, um projeto de engenharia ambicioso
e à óptica. A maior par demais que lhe trouxe problemas. A fim de
te de seu trabalho testar sua hipótese de que a luz não muda
sobre óptica foi de direção no ar, al-Haytham fez a primeira
realizada no câmera escura conhecida - uma caixa com
período um orifício em uma extremidade deixava a
luz entrar e formava uma imagem na super
fície oposta, podendo ser traçada no
papel. Ele acreditava firmemente
na realização de experimentos
para testar suas teorias. Por ser
um físico experimental rigoroso, às
vezes é creditada a ele a invenção do mé
todo científico.

Uma câmera pinhole, ou câmera escura.

49
FAZENDO A LUZ TRABALHA R - ÓPTICA

luz como “pri


meiraforma”. Uma
"Aquele que busca a verdade não é aquele que estu
observaçã
o interessante um e tes
da os escritos dos antigos e, seguindo sua disposição
temunho adicio
nal à originalid
ade
natural, coloca sua verdade neles, mas aquele que
de Grosseteste é que ele parece
suspeita de sua fé neles e questiona o que ele reúne
ser o primeiro pensador ocidental
a partir deles, aquele que submete a argumento e de
monstração. " a sugerir infinit
Ibn al-Haytham
soma de todo s oos
s múltipl
núm os:ímpa
eros, “... a
res e pares, é infinita, e, portanto,
é maior do que asoma de todo s
os núme ros pares, embo ra esta
Ele viu o process o de criação como um também se ja infinita; po is ela aexce de pela
processo físico impulsionado pela expansão somade todos os núme ros ímpares”.
e contração de esferasoncêntri
c cas deluz. Roger Bacon, que mudou da Universi
A luz seria, como ele afirmava, autogerada dade deOxford para a de Paris, dominav aa
infinitamente,assim o c mo umasfere a de luz maior parte dos xtote s gre gos eislâmicos so
surg e instantaneamente de uma única on
f bre ópt ica entre 1247 e 126 7, e pro duziu seu
te deluz. O traba lho dele émais me tafísico
que físico, e é altamente ginal
ori ao postul arpróprio proÓptica.
leceu umtexto,grama Mais arde
t ele
de estudo queestabe
incluía
um mé todo de criação basea do na ação daciências té a então o nãensinadas na univer-

ARISTÓTELES, ACEITO E REJEITADO PU'"'’'


A redescoberta do trabalho de Aristóteles na Euro *-r- <ttr *~SS8£r.mT«« —
r-*m
pa, por meio de traduções para o latim dos textos
preservados por estudiosos árabes, não foi imedia
•I .SI í

tamente aceita pela Igreja Católica Romana. Libri
* -*•* «** "F—
naturales de Aristóteles (Livros de Ciência Natural) m ....’»rr■->-/•><" *r» j1»
r~«r’- í" Jt'»:í.*. 7
-
.... .--iarzC
foram condenados pela Universidade de Paris em « I*wpAHt '
‘v.tr
^ f «'V - <>-»* yia;4. . ^ •• “ ■

1210 e novamente em 1215 e 1231, o que signifi Í—- r - . i ,


, **.. . *
y*., *í w . * . „ yjr M-rr.v.í

rt «... ttd #i -
cou que não podiam ser ensinados. Mas por volta
*0
»•*« ***»,»» fX. •
«* w*i.W
de 1230 todos os trabalhos de Aristóteles estavam »
***•■»*►-«*»•= . m

disponíveis em latim, logo a Faculdade de Paris ce «(* i:

deu e em 1255 Aristóteles voltou a fazer parte da


■« ~T;m
leitura obrigatória e do programa de estudos. Ro
ger Bacon, que na época trabalhava em Paris, foi
um dos primeiros a perceber os resultados do livre
acesso às ideias de Aristóteles pelos estudiosos pa

risienses.
Cópia de manuscrito medieval de Física de Aristóteles traduzido para o latim.

50
SAINDO DO ESCURO

sidade, emumodelode ciência experimen


tal baseado em seu trabalho de óptica. Mais O TELESCÓPIO DE GALILEU
tarde ele montou um programa de estudo
Galileu estava em Veneza quando sou
que incluía ciências até então não leciona
be que um telescópio tinha sido cons
das nauniversida
de; e um modelode ciência truído; um holandês tinha ido para a
experiment
óptica. al base
Ele ado em
sugeriu seuotrabalh
que o em Itália vender o instrumento ao senado
conhecimento de
veneziano. Desesperado para superá-lo,
linguística eciênci
a poderiamir além edar Galileu construiu em apenas 24 horas
sustentação ao estudo de teologia, talvez em
um telescópio que era melhor do que
uma tentativa de acalmar a Igreja Católica qualquer um existente. Em vez de usar
Romana. No entanto, o estrangulamento dalentes côncavas, que produziam
duas
Igrejacontinuou aengessa r os dese nvolvi uma imagem invertida, o telescópio de
mentos científicos durante muitos séculos,
com as autoridades católicas silenciando e
até mesmo executando cientistas que se pro
nunciasse m contra aversã
o bíblica recebida

de eventos e fenômenos físicos.


Saindo do esc ur o
Nenhum tra balho original de importância
sobre óptica eluz aparece u na Euro pa até a
Renascença. Nos sé culos XVI e XVII, cien
tistas destacados como Nicolau Copérnico
(1473-1543), Galileu Galilei (1564-1642),
Johannes Kepler (1571-1630) e Isaac New
ton (1642-1727) finalmente desmantela
ram o modeloaristotélico do universo que Galileu apresenta seu telescópio para

dominou
quase2.000o napensamento científico
os e estabeleceu durante
asleis da Leonardo
1609. Donato, doge de Veneza em

mecânica e da óptica que permaneceriam Galileu tinha uma lente côncava e uma
inalteradas por mais quatro ou cinco sécu convexa, e produzia uma imagem vira
los. Destes, Kepler eNewton foram os mais da para cima. O senado foi convencido
importantes para a Óptica. a deferir a decisão sobre a compra do
Kepler, ummatemáticoe astrôno mo telescópio holandês. Galileu então pro
alemão, acreditava que Deus construi u o duziu um ainda melhor que apresentou
ao doge de Veneza, assegurando a vitó
ria e a gestão em seu posto como do
cente na Universidade de Pádua.

Selos húngaros comemorativos de Kepler e


suas contribuições para a ciência do espaço.

51
FAZENDO A LUZ TRABA LHAR - ÓPTICA

universo decordoa commu pla no inteligí na refratando


raios de luzque entram la pe
vel e que seus trabalhos podiam, portanto, pupila eos focaliza na retina.Ele explicou
ser descob ertos por meio da aplicaçã o dacomo sa lentes dos ócu los funcio
nam- elas
obser icos. Em já eram usadas há cerca de 300 anos, mas
vação e do raciocínio científ
bora ma is famoso po r seu extens
o trabalho ninguémentendiarealment e os princípios

em astrono
de traçar m ia, Kepler
ios
ra intro
oduzi
de luzpont au a técnica
ponto a fimde
cópiseu func
os iona
come me
çaramnto -, e ma
a ser qua
isndo os teles
usados, por
de determinar expl eicar ua ria.Dis volta de 1608, ele também explicou como
s trajetó
so, ele deduziu que o olho huma no funciofuncionavam. Keplerpubli cou seu tra
balho

RENE DESCARTES, 1596-1650


Descartes nasceu em La Haye em Touraine, França, fi
lho de um político local. Sua mãe morreu quando ele
tinha apenas um ano. Embora inicialmente ele seguis
se os desejos de seu pai estudando Direito e Ciência,
Descartes abandonou o plano de se tornar advogado
e dedicou-se ao estudo de matemática, filosofia e ciên
cia, desenvolvendo um pensamento independente e fa
zendo incursões no exército. Felizmente, ele tinha pos
ses suficientes para sustentar esse estilo de vida. Ele foi
chamado "pai da filosofia moderna", e seu desenvolvi
mento das coordenadas cartesianas foi nomeado pelo
filósofo inglês John Stuart Mill (1806-1873) como "o
maior passo já dado no progresso das ciências exatas".
Para a história da Física, o desenvolvimento filosófico Modelo de visão de Descartes,
mais importante de Descartes mostrando como os raios de luz
chegam aos olhos e a informação é
foi o modelo mecânico - ele transmitida para a glândula pineal.
se esforçou para ver todo
o universo como sistemas
mecânicos que seguiam um sistema de leis físicas.
Descartes era sensível e sereno desde criança. Ele se levan
tava tarde e dizia que seu melhor trabalho tinha sido feito em
uma cama confortável (como ocorreu com o desenvolvimen
to do sistema de coordenadas cartesianas, veja o box, página
55). Quando a jovem rainha Christina da Suécia o empregou
como tutor e insistiu que ele ensinasse às 5 horas da manhã
em uma biblioteca muito fria, bastaram cinco meses para
Descartes adoecer, contraindo problemas pulmonares
graves que o levaram à morte com apenas 46 anos.
SAINDO DO ESCURO

sobre óptica em 160 3, quase40 anos antes paraampliar textos desdeo século XI. Len
de Isaac New ton nascer. Embora o pri mei tes devidro polido eram usadas em óculos
ro telescópio astronômicooss fe feito por desde 12 80, embora no início ninguém
Leonard Digges na Inglaterra no início dos soubes
se como ou po r que funcionavam. O
anos1550 (veja apágin a 169
), eles são maisdesenvolvimento do microscópioe do teles

associ ados o
astrônomo aalileu
Gtrabalho
alilde
G outro
ei (veja o box ho
mem
ad ,pá
o cópio
a nece dura
nte os
ssidade sécu
de loscom
lentesXVI ma
e ior
XVII gerou
precisão.
gina 83). A medida que as técnicas de polimento fo
ram aper feiçoada s ao longo dos culo sé s, e
P o r meio d e u m vi dr o translúcido lentes me lhores lev aram a mais descob ertas
As lentes mudam a trajetória da luz; elas que n
e tão pr
ovocaram a dem anda por lent es
são as ferra mentas ópt icas básica s. Foram ainda melhores. A lguns os d maiores cient is
desenvolvidas muito antes de qua lquerum tas do Renasc imento e do I
l umini smo, entre
ser a c paz de explicá-las.O exemplomais aneles Galileu, o pio neiro belga do microscó 
tigo quefoi preser vado é o as d lentes Nu- pio Anto nie van Leeu we nho ek (1632 -17 23 ),
mrad,feita s naAssíriaAntiga há 3.00 0 anose o físico eastrôno mo hol andês Chri stiaan
Huyge ns (1629-1695) fizeram suas próp rias
usa ndo -se cristal de
ocha.
r L
e ntes pare
cidas
foram usadas na Babilônia, no Egito Anti lentes.
go e na GréciaAntiga, talvez ar pa aumenta r
objetos ou como lentes ra pafazer fogo,fo P r essão n o éter
cando raio s daluz do sol.Embora os gregosO traba lho de René D escartes sobre óp
e romanos enchesse m vasos de vidro esféritica de scre via o funcio namento do olho e
cos de gua á parafazer lent es, entes
l de vidrosuge ria a primo ramentos ao telescópi o. Ele
feitas comormato f exigido só pa am a usou analo
ssar gias m ecânicas paraderivar mui
ser e f ita
s na dI ade Média. tas propriedade s da luz matema ticame nte,
O primei ro uso de um a lente paraorcinclusive as leis dareflexão erefraçã o. No
rigir a visão pode ter sido registrado enta pelo nto, ele fo i basta nte criticado por sua
autor oma r no Plínio, o Velho (23-27d.C.), recusame aceit ar aexistência de um uo. vác
querelato u queNero via osjogosde gladiaParateóri cos com o Gassendi, que vislum
dores on Coliseu por me io de umaesmer albrou um vá cuo co m átomos em movimento ,
da. Pedra s paraler - peda ços co nvexos dea luz podia ser xpl e icadacomo um feix e de
vidro ou de cristal de rocha - eram usadas partículas em rápido movimentoquese cho
cavam no espa ço. Sem o vác uo, Desca rtes
precisa va deum mecanismo diferente. Ele
acreditava ue q algumtipo de “fl uido nters
i
ticial” fino - outraversão do éter - preen
chesse do tos os espaços, e queera apressão
exercida por esse fluidoque produzia a vi
são. Logo, se a luz do sol penetra va no luxof
As lentes Nimrud,
descobertas no interst
icial, essa pressão seria tra
nsmitida
Curdistão (norte
instantaneamente pa ra o olho,podendo este
do Iraque. perceberssa e luz.Elavia poucofundamento

53
FAZENDO A LUZ TRABAL HAR - ÓPTICA

durant
e ma is de
"[Descartes] era um homem sábio demais para se incomodar com uma
400 naos. Seu tra
esposa; mas como era homem, tinha os desejos e apetites de umho
balho sobre forças
mem; portanto, ele mantinha uma boa e bela mulher, obediente, de
e gravi
dade vej
( a a
quem gostava, e com a qual teve alguns filhos (acho que dois ou três).
página 84) talv ez
É pena, mas vindos do cérebro de um pai como ele, eles deveriam ser
bem estimulados. Ele era tão culto que todos os homens cultos o seja
que m
visitavam, e muitos deles desejavam que ele lhes mostrasse sua loja de
oaistrabalho
a
fmoso doso

instrumentos (naquela época o aprendizado da matemática dependia bre óp tica, ma s não


mais importante.
do conhecimento de instrumentos, e como Sir Henry Savile disse, de se
fazer truques). Ele puxava uma pequena gaveta sob a mesa e mostra Newton dividiu
va-lhes compassos com uma das pernas quebradas, e então uma folha com suce sso a luz
de papel dobrado duas vezes, que ele usava como régua." bran ca em seu es
John Aubrey, Vidas Brevespectro constituinte
e entã o recombi nou
paraessa teoria, uma vez que consi deramos os raios coloridos na
que o Sol é separado da Terra por150 mi luz branca
, dem onst r a
ndo co nclusivame nte
que aluz branca éum mistode cores. Essa
lhões de quilômetro s, mas isso estabe
leceupossibilidadefoi notada muito ante s. Aristó
a base pa ra um traba lho muitomais impor
tante deChristiaan Huyge ns (veja apági teles afi
rma v a que um arco-íri
s é causado por
na 58 ), filho de um gra nde am igo de Renénuvens quegea m como uma lent e sobre a luz
Descartes , e isso evo
l u Newto n a perseg
uir do Sol,uma explicação que també m era ceia
suas próprias ideias sob , mas emta por a
re o sasunto l-Haytham. O filósofo roma no Lu
ciusAnnaeus Seneca (c . 55 a.C. - c. 40 d.C. )
uma direçã o diferente.
seguiuNaturales quaestiones como ref erência
paraproduzir uma sé rie de cores pare cidas
O SE NHO R DA LUZI ISAAC NEWTON
àquelas deum a rco-íris, passando a luz do Sol
Newton possivelmente foi o maior cientista
por prismas devidro.No tempo de Newton ,
de todos ostempos;ele setornaria o gigan
no entanto,a maioria da s pessoa s acre ditava
te em cujos ombro s os outros se apoiaram

"A Natureza e as Leis da Natureza estão es


condidas na noite; Deus disse: 'Que Newton
nasça', e tudo era luz. "
Papa Alexandre, 1727.

Pelo prisma do gênio: o trabalho de Isaac


Newton sobre gravidade e óptica revolucionou a
filosofia natural.

54
SAINDO DO ESCURO

UMA MOSCA QUE FEZ HISTÓRIA


Descartes deu seu nome ao sistema de coor
denadas cartesianas ainda usado para especi
ficar um ponto no espaço tridimensional ao
relacionar sua lo calização aos três eixos - x,
y e z. Ele afirmou ter desenvolvido o sistema
em 1619 enquanto estava deitado na cama
observando uma mosca que voava no can
to do quarto. Ele percebeu que a posição do
inseto podia ser identificada exatamente a
qualquer momento, plotando sua distância
das duas paredes mais próximas e o chão ou
o teto - em outras palavras, suas coorden a
das em três dimensões. Dessa observação
simples seguiu-se que uma forma geomé Ao traçar uma série de pontos em termos de
suas distâncias dos dois eixos, a geometria
trica podia ser representada por números cartesiana mostra uma equação como um
(as coordenadas de seus cantos) e que uma gráfico
curva podia ser descrita por uma série de nú
meros relacionados uns aos outros em uma equação (daí uma trajetória parabólica pode ser
plotada como um gráfico, por exemplo). Todo o sistema de geometria pôde ser investigado
pela álgebra uma vez que Descartes viu e refletiu sobre uma mosca no canto do quarto.

Quando a roda de cores de a luz, masproduziu apena


s luz
Newton gira muito rapidamente,
brancacom o brdas col
oridas.
as cores são indistinguíveis e a
roda parece ser branca. Newto n fa teve suce
Hooke lhou rsqu
po soe us
o
node
u
um equ ipame nto supe rior.
Ele fez um pinho le em
que aluz colorida fo sse umatela preta paraixar de
uma orma
f desombra , um fino eixe
f de luz en
formada misturand o-se luz trar emsuasala emTrinity
brancacom securidã o. Des Colleg e, na Univ ersidade de
cartes pensava que cor afosse Cambri dge, e us ou umprisma
causada pelo mov imen to giratório de vidro apidado
l co
m precisã o
das partículas que mpunha
co m a luz. O para dividir o feixe,captand o umaima
granderival intelectual de Newton,Rovert gem sobre outra a tel
há vár ios metros de dis 
Hooke, pens ava que acor o f sseimpressanatância. Ao permit ir esp aço suf icienteparaos
luz,como qua ndo bri lha por me io de um vi feixes col
oridos se espa lhare m adequadamen
tral.Ele tentou usar um prismapara divi dirte, ele produziu umespectro clar o.

55
FAZENDO A LUZ TRABA LHAR - ÓPTICA

com Hoo ke eraobsess ivo, mas não o único;


"Se eu vi além, foi por me apoiar nos om
várias outras pessoas despertavam sua ira e
bros de gigantes."
acidez. Afama de Hooke teria sido maio r
Isaac Newton, em uma carta pública a Ro
se ele não tivessetido a má sorte de morr er
bert Hooke, escrita por insistência daRoyal
antes deNewto n, que es apropriou deuma
Society para sanar - ou encobrir - a rixa
entre a dupla.
descob erta de le, os chamados anéis de res
co
de Newton vistos em filmes finos de óleo
na água. De fato, N ewton gua rdou seu pró
Newtonlevou suadedicaçã ca ex priotraba
o à ópti Óptica
lho sobre luz e cor, , delibe-
perimental ara
p laém dosimi l tes da sensa radame nt e dura
nt e 30anos, só o publi
cando
tez. Em um famoso rel ato de autoagressão, depois de Hoo ke esta r mortoe incapa z de
ele introduziu uma gulha
a lo
nga e afiada di
sput a r a autoria.
(agulha-passadora) no globo ocula r, pres
sionando-a o máximo paratrás u qe podia,M icrografia d e H ooke
sem perfurar o lobo
g ocular, na tentativa de O traba lho mais famoso deHooke Mic é ro-
distorcera forma o d globo e ver com o issographia,publ icado em 166 5. Era um bom
afeta
cebevaque
u suaobj
percepção
etos co da cor.
lorido Newto
s parece mn ter
peraexemplo de ra
óptica levaram como
pidame desenvolvimentos
n te a de senvolvi em
cor que têm rpocausada luz que lees ref lementos em outras rea á s da ciência, princi
tem. P or exemp lo, umacapa vermelha pare palmente bi ologia e astrono mia. Embora
ce servermelha po rque reflete luz evrmelha,Hooke não fosse o primeiro microscopis-
enqua nto uma ca misa branca reflete toda ta, ele trouxe a microscopia para a ciência
luz. Ele tambémssocio a u graus diferentes convencional e fez aprimo ramento s tanto
de refração com co res diferentes. no desig n do m icroscópio quanto do te
Apesar dessa dedicação admirável à lescópio.Micrographia co ntém de senhos
ciência, Newto n eraum homemdifícil, ar de objetos, materiais orgânicos organis
e
rogante e questio nador.Seu antag onismo mos minú sculos vistos pelo micro scópiode

"Peguei uma agulha-passadora e coloquei-a entre meu olho e [o] osso o mais perto [do fundo]
do olho que pude: e pressionando meu olho [com a] ponta (de modo a fazer a curvatura abcdef
em meu olho) apareceram vários círculos escuros ecoloridos r, s, t, e c. Os círculos ficavam mais
achatados quando eu continuava a esfregar com a agulha pontiaguda, mas se eu mantinha meu
olho parado com a agulha, embora continuasse a pressionar meu olho [com] ela, no entanto [os]
círculos apagavam e muitas vezes desapareciam até que eu [os] removesse movendo o olho ou
[a] agulha.
Se [o] experimento fosse fei
to em um quarto iluminado para[que] meus olhos fechassem, uma
luz entrava pelas pálpebras. Aparecia um grande círculo e
scuro azulado maior (como ts), e [dentro]
daquele outro ponto de luz srs, cuja cor era muito parecida [àquela]no resto do olho como emk.

Dentro do ponto aparecia ainda outro ponto azul r especialmente se eu pressionasse meu olho for
temente e [com] uma pequena agulha pontuda e no extremo em VT aparecia à margem da luz."
Caderno de Newton, CUL MS Add. 3995.

56
SAINDO DO ESCURO

Hooke. As ilustrações deta


lhada
s - algu ";fr ...... ~1
eto Christopher o p t i ck s
mas desenhadas pelo arquit
Wren - eram revolucionárias, to
rnando a LfWN1;m
. '
:
OK, A
Micrographia um dos livros científicos mais
importantes publicados atéhoje. Samuel TREATISE
OF THE

Pepys lembr
amadrug
em seu
adadiário
lendo,que lee “foi
ficava
o ReInfle
flexions, Refratfions
até duas da
livro mais inv
vida”.
e que
entivo que eu já li em minha
LIGHT.
xions and Colours
,
Página de
O n d a o u partícula ? ‘The
F ourth Edition , co
rrtt
feJ. rosto do
uma coisa éreconhecer que a luz branca é ISA A C N£ W?0N,
By Sir Knt.
tratado de
óptica de
um composto de luz co
lorida, ma
s isso en Newton,
L O N D ON t
tão lev
anta aquestão do que éa luz colori Primed for IW at the Weft-
i l liam nn v s publicada
End ofS Pauls. M l. dccxxx
da. Opiniões div
ergentes sobre aseluz seria em 1704.
formada departículasu oseseria algum tipo

de onda
critos são encon
indianos tradas nos
sobre pri
meiro
ciência. s esEuropa,
Na po. Em outro s luga muito tem-
res daEuropa, contu
Empédocles sug eriu ra
ios e Lucréciofalou do, a arrogânci a deNewton e suanaturez a
de pa rtículas,e o debate continuou através questio nadora o tornara m impopular, e isso,
de séculos; H ooke, seguindo Descartes, no mín imo, afetou aaceitação de seu mo
adotou a visão de qu e a luz é uma forma delo corpuscular. New ton rejeit ava a teoria
de onda. E stefoi ainda outronto po de disda onda po r acreditar qu e uma onda n lo
córdia com Newton, que e screveuobres osgitudinal (v ibrando na direção da propaga 
“corpúsculos” (i.e. partículas) de ção) não po dia responderpelapolariz ação.
luz, umaideia propostapela //í V, Ninguém considerou possibil a idade ed
primeira vez por Gassendi e —sj} ondas transversa is (que vibravam na dire
lida porNewton nosanos 1660. /'
Newton não teve rgande res ção um
de da pro pagtravessado
éter aç
aão).Newto npela
aceitou
uma ideia
luz, me io
paldo nanglaterra
I dura
nte através do qual aluz pass a, embora issonão
fosse stri
e tamente nece ssário parasua teo
ria corpuscula r, pois as partículas po diam
passar igualment e bempor um vácuo.Ele
também credit
a ava qu e os corpúsculo s de
luz oscilavam ntree duas fases conhecidas
como “reflexo fácil” e “transmissão fácil”. A
periodicidade éum aspec to básico da teoria
das ondas, nissoe ele antecip ou a mecâni 
ca quânti ca (veja apágina126). Embora o
nome de Newton seja associad o à teoria
corpuscula r, seus próprio s escritosncoi rpo
ram aspectos de am bas sa ideias.

57
r 1 FAZENDO A LUZ TRABALHAR - ÓPTICA

Por exemplo,ele x eplicou a difração su


gerindo que os corpúscu los de luzcriavam
ondas localizada
s no éter. E interessante que
isso ocoloca m ais pertoda visão moderna
da “dualidadeda luz” - queela temquali da
destant o de uma onda qua
nto de uma par
tícula.

Fr ent es de ond a e qu an ta
Na Europa, Chri stian Huygens de senvol
Representação de uma pulga ampliada da
Micrographia de Hooke.
veu a teoria da frente de onda. Sua teoria
da luz foi complet adaem 167 8, mas ele não
a publicou até 1690 e se baseou em ssua
"[Hooke] é de estatura média, um pouco próprias de scobertas experimentais. Como
curvado, face pálida, e seu rosto um pou- Descartes,quevisitava regul arment e a casa
co voltado para baixo, mas a cabeça é gran- de Huygens qua ndo menino , ele conside
de; olhos grandes e vivos, e não são rápidos; rava a luz como uma onda paga proda pelo
olhos cinza. Ele tem cabelos castanhos finos,
éter. Ele prev iu que aluz atravessava um
lindamente encaracolados. £ e sempre foi
meio denso m ais lentamente que um meio
muito comedido, moderado na dieta etc.
menos de nso. Isso foi sign
ificativo, pois - ao
Por ser uma cabeça prodigiosa, inventi-
contrário de Descartes - ele setavadizendo
va, é uma pessoa de grande virtude e bonda-
que avelocidade da luz é finita.
de. Agora quando eu disse que sua facul-
A teoria das frentes de onda de Huy
dade inventiva é tão grande, você não pode
gens expl ica comoas ondas evo luem e se
imaginar que sua memória seja excelente,
pois são como dois baldes, quando um sobe,
compo rtam qua ndo encont ram obstáculos
o outro desce. Ele certamente é o maior es-
- sendo re fletida, refrata
da ou difratada . Ele
pecialista em mecânica do mundo nos dias sugeriu que cada posição em uma ond a se
de hoje. Sua cabeça pende muito mais para tornao centro dema u ondícula viajando
em
a geometria que para a aritmética. Ele é sol- todas as direções.
No caso da luz, que écon
teiro e, acredito, nunca se casará. Seu irmão siderada um fenôme no pulse, nda
o s repet i
mais velho deixou uma filha legítima, que é das eram emitidas eseguiam parara, fo com
sua herdeira. In fine (o que coroa tudo), ele a velocidade daluz.A onda deluz é propa
é uma pessoa de grande suavidade e bon- gada pelo espaço tridimensional na forma
dade. de uma onda érica.
esf
Foi o Sr. Robert Hooke que inventou os Na borda de uma região atingida pelos
relógios de pêndulo, muito mais úteis do que raios de luz,as ondículas interf
eremumas
os outros relógios. nas outras e podem es cancelar mutuamen
Ele inventou um mecanismo para o tra- te. Se colidem em um objeto opaco, partes
balho veloz da divisão etc., ou a descoberta
acelerada e imediata do divisor." da ondí
tem, cduzindo
ula sã
pro o co
a rtada
s e algum
complexa e as persis
strutura f
ina
John Aubrey, Vidas Breves. de li
nhas nas bordas da
s sombras im e agens
queformam padrões de dif ração. A opinião

58
FRENTES DE ONDA E QUANTA

ROBERT HOOKE (1635-1703)


Hooke nasceu na ilha de Wight, onde seu Bethlehem Royal Hospital - o famoso asilo
pai era pároco auxiliar da Igreja de Todos os para loucos mais conhecido hoje como "Be-
Santos, em Freswater. Hooke foi para a Esco dlam".
la de Westminster em Londres aos 13, quan Ele foi um pensador inventivo, um cien
do seu pai faleceu, e então para a Christ tista e um mecânico dedicado a experimen
Church College, Oxford, como corista. Se tações, criando inovações e a aprimoramen
fosse mais saudável, Hooke estaria destina tos de muitos aparelhos existentes, entre
do a seguir carreira na Igreja, mas ele optou eles a bomba de ar, o microscópio, o teles
pela ciência, tornando-se assistente do quí cópio e o barômetro, e foi pioneiro do uso
mico Robert Boyle em Oxford. Hooke voltou de molas para relógios de pêndulo. A maior
para Londres em 1660 e se tornou membro- parte de suas ideias foi desenvolvida poste
-fundador da Royal Society em 1662. Como riormente por outras pessoas, tendo Hooke
primeiro curador da Society, Hooke foi en fornecido a mola propulsora essencial, mas
carregado de demonstrar "três ou quatro recebido poucos créditos por isso. Ele che

experimentos consideráveis" por semana. gou às teorias sobre combustão e gravidade,


Ele fez estudos extensos com o microscópio, sugerindo a lei do quadrado inverso em rela
publicando desenhos do que via em Micro- ção à gravidade em 1679, a qual foi funda
graphia (1665) e cunhando o termo "célula" mental para o trabalho do próprio Newton
para os componentes do tecido vivo (assim sobre o assunto. Newton nunca permitiu
chamado porque os "poros" que ele via na qualquer sugestão sobre a precedência ou o
fibra de milho o lembraram dos espaços ou brilhantismo de Hooke, e a sombra da ani
"células" que os monges ocupavam). Hooke mosidade de Newton negou a Hooke seu
foi um dos dois pesquisadores de Londres lugar merecido na história. Não se sabe da
empregados depois que a cidade foi destruí existência de nenhum retrato de Hooke.
da no Grande Incêndio de 1666, um posto
que o tornou rico. Ele também construiu o Parte da paisagem devastada de Londres após
o Crande Incêndio de 1666.

59
FAZENDO A LUZ TRABAL HAR - ÓPTICA

O telescópio aéreo de Huygens


tem uma lente focal longa, o
que é obtido distanciando a
objetiva do olho e usando um
cordão para alinhá-los.

1827) apresento u suaprópria


teoria daluz para Aacadémie
des c Sience
s, e por vo lta de
1821 ele most rou que apo
lariz
ação podia ser xplica
e da
somente sea luz abranges
se as ond as transversas,sem
vibração longitudinal. Isso
respondeu objeçã
à o ao pri n
cípio de Newton a re speito
da luz como o nda. Fresnel é
mais conhecido como o in 
ventor das lentes que levam
seu nome, e dstinadas origi
nalmente a aume ntar o e fixe
quebrilha dos
científica édividida qua nto à descobertade faróis.
Huygens do rin pcípio, se esta seriaum
lampejode genialidade ouesteria sido
sorte e ele et ria cheg ado àrespost a
certa por razõ es erradas.
Durante o século XIX, vários
cientistas trabalhando em dife
rentes pa íses europ eus setabe
leceram a teoria de quea luz é
uma onda transv ersal (vibrando
em um ângulo reto ou perpen
dicular à direção depropagação
e viajando , como umacobra que
rastejapelo chão). Em 1817, o fí sico
francês Aufustin- Jean Fres nel (1788-

Christian Huygens, 1671.

60
UMA NOVA AURORA - A RADIAÇÃO ELETR OMAGNÉTICA

Padrão de interferência produzido quando a luz


brilha através de duas divisões, apoiando a teoria
ondulatória da luz.

é apenas parte de um espectro de radi


ação
eletro
magnética (EMR), e atua lmente se
Thomas Young sabe que este b a rangeraios gama, raio
s-X,
luz ultravio
leta, luz visível,
infravermelha
,
micro-ondas, nda
o s derádio e ondaslongas.
O EXPERI MENTO DE DO IS ORIF ÍCI OS DE
Y oung Um a nova aurora - a radia ção
Em 1801, Thomas Young conduz iu umeletromagnética
experimento que parecia provar definitiva Foi James lerk
C Ma xwell(1831-1879) quem
mente que a luz é umaonda. E le iluminou mostro u pela pri
meira vez que ra adiação
dois orif
ícios que tinha feito. Em vez deeletro magnética consiste de
onda s transver

ver
tos afeitos
soma dos
comresultados dos isolados,
orifícios experimen comosa
dais
dede
es energi
daluz. a que
Os difese movem
rentes scom
tipo dera adiação
veloci
pera do, ele notou um padrã o complexode eletromag nética -queincluem luz a e onda s
difração, causado pela int erferência entre de rádio - são caracter izados por diferente s
a luz dosdois orifí cios.Quanto ma is orifí compr imentos de ond a. De fato, o físico ni
cios ele crescentava,
a isma
compl exo era glêso Mich ael Farada y (1791 -1867) á j tinha
padrã o de interferência.ssIo demonstra va demonstra do a ligação entre eletro magne-
que aluz é, de fato , uma ond a, com baixas etismo e luz em 184 5, quando mo strou queo
picos de ondas se anulandoou sereforçanplanode polariz ação deum feixe de luz so
do pa ra produzir pa drões deinterferência.fre rotação por um ca mpo ma gnético (veja o
Young também propôs que cores diferentes box, p ágina 115).
de luz são o resultado de comprimento s de Maxwel l ainda supunha a existênci a de
ondas di ferentes, um pequ eno passo paraum éter lumino so peloqual todas as for
percepção queriavia acontecer ma is tarmas de ra diação eletromagnéti ca devem se
de, no século XIX, de qu e a luz quevemosmover. Oéter ra e diferente ed qualquer

61
M
1 FAZENDO A LUZ T RABA LHAR - ÓPTICA

coisa, no sentidode ser um contín uo ver


dadeiro - era infinitamente divi
sível enão
eraformado de partículas stint
dias com o a
matéria norma l. Não só o éter erainfinita
mente divisível, mas também era
o m as on

das de
ria deMaxwel
energia que
viajavam
l aprese por ele.
ntava probl emasAque
teo
só foram resolvidos qua ndo Ma x Planck
mostrou que a energiavedeser emiti da em
quanti dadesminúscul as, m as finitas, gaora
chamadas quanta. (C aso contrário , por ra
zões complexas, toda aenergia no universo
seria transf ormada m e ondas ed alta fre
quência.)
Albert Einstein demonstrou em 1905,
em seu trabalho sobre efeito fotoelétri-
co (veja o box na página 63 ), que a própria
luz se compo rta como se ss fo
e formada porJames Clerk Maxwell
quanta, ou minúsculo s “paco tes” deener
gia, agora cha mados ó f tons. Ele us ou o qu e
atua lmente nos re ferimo s como constante comport a como uma onda sevez à es como
de Planck para relacio nar a energ ia de um uma partícula.E útilter ce
rta previsibilida
fóton à suafrequê ncia. de quando aconteceráum ou u o trocaso, e a
A luz é agora considerada como tendo a mecâ nica quântica pode prever exatam ente
duali dade dapartícula de onda:às vezes se isso(vejaa página 127).

O f i m d e u m éter : o
EXPE RIMEN TO D E MlCH ELSO N-

M orley
Nosso entendimento normal
de umaonda é que lae precis a
atravessa
r um meio, como ar ou
água. Da mesm a forma, supô
s-
-se queas ondas de luz dev
em
atra
vessar o éter luminoso de
modo similar.

A primeira fotografia em cores já


produzida foi tirada por James Clerk
Maxwell em 1861 e mostra uma fita
com padrão xadrez.

62
UMA NOVA AURORA - A RA DIAÇÃO ELETROM AGNÉTICA

O EFEITO FOTOELÉTRICO

Quando Albert Einstein recebeu o Prêmio


Nobel em 1921, não foi por suas ideias
mais famosas - as teorias da relatividade
mas por seu trabalho sobre o efeito fotoe-
létrico. Ele explicou como um fóton (em
bora não chamado dessa forma na época)
às vezes era capaz de empurrar um elétron
para fora de sua órbita em volta de um
átomo, gerando uma explosão de energia
minúscula. É assim que os painéis de ener
gia solar fotoelétrica geram eletricidade a
partir da luz do Sol. Os elétrons que a luz
do Sol expulsa de um material semicondu
tor como o silício podem ser impulsiona
dos ao longo de um arame e então serem
deslocados para realizar um trabalho útil ou
ser armazenados para uso posterior. O efei
to fotoelétrico foi registrado pela primeira
vez pelo físico francês Alexandre Becquerel
(1820-1891) em 1839. Ele observou que Uma primitiva célula fotoelétrica, produzida
quando a luz azul ou ultravioleta incide so no desenvolvimento da televisão.
bre certos metais gera uma corrente elétri
ca, mas ele não sabia como ela funcionava. energia suficiente para empurrar um elétron
Einstein tomou a ideia de Max Planck de para fora de sua órbita e liberá-lo, gerando
quanta, srcinalmente aplicada à energia uma corrente elétrica no processo, os fótons
de átomos, e usou-a para descrever peque de luz vermelha não fazem isso. Alimentar a

nos pacotes de energia de luz - os fótons. intensidade da luz vermelha não ajuda, pois
A quantidade de energia que um fóton re os fótons individuais de luz vermelha não es
presenta depende do comprimento de onda tão preparados para o trabalho.
da luz. Enquanto os fótons de luz azul têm

Fótons caindo sobre a


superfície só empurrarão
um elétron se tiverem
energia suficiente: a luz
vermelha não produzirá
uma corrente, mas a luz
azul ou verde produzirá.
elétrons
Potássio - 2.0 eV necessários para ejetar elétrons
IM F 1 FAZ ENDO A LUZ TRABALHAR - ÓPT ICA

O fim do étercaabou vindocomo reO equipamento de Michelson-Morleu para medir


sultado de um experimento realizado ema velocidade da luz foi projetado com a intenção
de provar a existência do éter.
1887 por dois ísi f cos america nos, A lbert
Michelso n (1852 -1931) e Edw ard Morley
(1838 -1923 ). Se o éter xistia,
e oscientistas
supunham, ele deveria preencher o ço espa
ao
transpo rtar a luz do Sole das estrelas para atectar o ovimento
m daTerrarelati vo ao éter
Terra. Em 1845, o ífsico inglêseorg G e Ga examinando- se avelocidade da luz em dife
briel Stokes (1819- 1903 ) sugeriu que , como arentes momento s e direções.
Terra stá
e semovendocom g rande velo cida Michelsone Morley co nstruíram mu
de no espaço, deve ha ver um efeitodevidoaoequipame nto paramedir avelocidade daluz
arrastar denosso p laneta à medi da quepass acom tanta precisão que se ria capaz de de
pelo éter . Em qua lquer pontoda supe rfície tectar o efeito do éte r, se pres ente. Oapa
daTerra , a velocidade ea direçã o do “vent o”rato deles div idia um feixe de luzem dois
do éterdeveri a variar depende ndo da hora do feixes que se moviam em ngulo â s retos,um
dia ou no;a portanto,deveria se r possível de- em direçã o ao outro,voltados paraoisd es
pelhos.Os feixe s eramrefletidos
para trás e para afrent e a uma
"[O éter] é a única substância de cuja dinâmica temos distânc ia de 11 m (36 pés), antes
certeza. De uma coisa estamos certo s, e é sobre a reali de sere m recombi nados no lhoo
dade e substancialidade do éter luminoso. " humano . Se a Terra sti e vesse es
William Thomson, Lord Kelvin, 1884. deslocando pelo éter, um feixe

64
UMA NOVA AURORA - A RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA

Se a Terra fica suspensa no espaço vazio ou se


move pelo éter era um ponto de discordância
entre os primeiros cientistas.

movendo-
varia maisse em para
tempo paralelo ao ao
voltar fluxo o
d éter
detector dole
queum feixe mov endo- se perpendi cular oa
éter. Se um feixe se de slocasse mais lenta
mente que o outro , isso dev eria parecer
a sna
interferências produzidas ando qu os feixes
se recombinasse m. Todo o apa rato foi cons
truídosobreum bloco demármore,lut f uan
do emuma banhei ra demercúrioinstalada
no porão de um edifício paraeliminar o
máximo possí vel qualquervibração que

pud
pameesse
ntointerfma
era erir nosque
is do es
rultad
seovs.elOpara
nsí equi
de
O interferômetro de Michelson (veja a página
tectar o feeito que se
ria esperado se a Terra
66) pode ser usado para produzir a interferência estivesse realmente sujeitao avento riundo
o
colorida da luz branca. do éte r. Sem obter esultados
r siti
povos es-

65
FAZENDO A LUZ TRABALH AR - ÓPTICA

Um interferometro de Michelson funciona


dividindo um feixe de luz em dois, então
refletindo e recombinando os feixes resultantes.

tatisticame
nte re
levantes, Michelso
n e Mor-
ley tiveram de relat
ar o raf casso de eu
s ex
perimento . Outros sepusera m a refinar o
aparato, mas mesm o assim nã o encontra
ram evidência deter.é C laramente, o expe
rimentode Michelson e Morley nã o tinha
fracassado. Tinha mostrado queãonexiste
éter luminoso . Infelizmente, a conclu são
de Michelson não foi queo éter ão n existia,
mas queo modelo de um éter stacio e nário
que conf ere o arra
sto da luz (a hipótese o dJúpiter e sua lua lo. Eclipses de Júpiter por suas
arrasto do éter) propostopor Augustin-Jean luas convenceram Huygens de que a luz viaja a
Fresnelerao que es
tava correto
. uma velocidade finita.

66
COM A VELOCIDADE DA LUZ

c
A velocidade da luz é represen-
tada pela letra "c" (como em
E=mc2), que significa o termo
em latim, ou seja, rapi-
celeritas
dez ou velocidade.

Com a velocidade da luz A convicção de Huygens de que a velo


Já em c.429 a.C., Empédocles acreditava cidade da
luz era finita seg
uiu observações
que aluz viaja a umavelocidadeinif ta, emfeitas pelo cienti
sta holandê s Ole Romer
bora pareçachega r inst antaneame nte. No (1644- 1710 ), traba
lhandoem Paris co m o
entanto,ele fo i umaexce ção notávelentreastrônomo Giovanni Cassini (1625-1712),
pensa dores ntigos,
a pois a maioria conco r nascidona Itália, depois dever eclipses da s
dava comAristó teles que velo a cidade da luzluas e d Júpiter. Cassinie Romer notara m
erainfinita. Os cienti stas raá bes Avicenna e que, embora oscli
p e
ses de
vessem ocor
al-Haytham concordaram com Empédocles, rer em interv alos regulares, nem sempre
bem como Ro ger eFrancis Bacon. Mas avi eles eram pontuais - e a variação dependia
são prevalecente m esmo no sécu lo XVII, na da posição da Terrarelativ a a Júpiter. Eles
Europa, e mantida por Descartes, era que a conclu í
ram que qua
ndo a Terraestámais
velocidade da luz era infinita. distante deJúpiter, vemos o ecli pse m ais
A primeira tentativa de questionar esse tarde,porque leva ma is tempo para luz a

pressuposto e medir a velocidade daluz alcançar Terra


a . Cassin i afiem
rmo tu em 1676
foi feita por aGlileu em 1667, usa ndo umque sa discrepâncias nos pos aparen
método bem primitiv o. Galileu eum assis tes dess es eclipses pod iam serexplicadas se
tente a 1,6 quilômetrode distânci a se re a luz vi ajass
e a uma velocidade ini f ta. Ele
vezaram cobrindo e descobrindo lanternas prosseguiu ra
pa cal cul
ar que lev aria cerca
e medind o quanto tempo evava l pa
ra eles de 10 ou 11 minuto s para a lu z viajar do
notarem a luz. Provavelmentefoi umame Sol até a Terra, po rém não pro sseguiu na
dida melhor davelocidade desuas rea ções investi
ga ção e oube
c aRomer ca
lcular a
do qu e outracoisa. G uiu quesevelocidade da luz com exatidão. Ele previu
alileu concl
a velocidade da luz nã o erainfinita, certacorretame nte o tempo exato de um clipese
mente eramuitoalta - provavelme nte pe lo da lua Io em 167 9, dizendoqueaconteceria
10 minut os depoi s do queo esperado. ra T
menos dez vezes
foi medida pela velaocidade
primeira vez d
o
pelosom, quebalhandoa parti
filóso r da melho r estimativ a do
fo e matem ático francês Marin Mersenne diâmetro da órbita da Terr a, ele calculou
(1588-1648) em 16 36. que avelocidade daluz seria de200.000 km

67
FAZENDO A LUZ TRABAL HAR - ÓPTICA

por segundo. Usando


-se odado atual para aEm 1678, Huygens usou o todo mé de
órbita daTerrana fórmula ed Rome r, tem-Romer pa ra most rar quea luz leva segun
-se 298.000 km por undo,
seg queé notaveldos pa ra viajar daLua até aTerra . Newton
mente próximo do valor obtidona atualidaafirmou em Principia que aluz leva sete ou
de, de 299.792.
458 kmpor segundo. (Estaoito minuto s paracheg ar à Terrapartindo
velocidade não será mudada por trabalhos do Sol
, o que ébempróximo dodado real de
futuros, pois o comprimento de um metro 8 minutos e 20 segundos,em média.
é determinadocomo adistânciaviajadapela Newton e outros supuseram ue aqvelo
luz em 1/299.79 2.458 edum segundo.) cidade daluz vari
asse de
pendendodo me io

RAIO DE CALOR DE ARQUIMEDES


De acordo com a tradição, o cientista, ma parecido realizado em 2005 por um grupo
temático e engenheiro grego Arquimedes de estudantes do Massachusetts Institute of
(c.287-c.212 a.C.) teria montado um arran Technology (MIT) também ateou fogo em
jo parabólico de espelhos na costa para usar uma maquete de navio sob condições climá

a luz do Sol para incendiar navios inimigos ticas perfeitas.


durante o Cerco de Siracusa (c.214-212 Embora essa técnica, usar lentes conve
a.C.). Um experimento em 1973 em uma xas para fazer fogo, aparentemente use a
base naval perto de Atenas usou 70 espelhos luz, claro que não é a luz branca visível que
revestidos de cobre de 1,5 m por 1 m para incendeia ou queima os navios, mas a ra
direcionar a luz do Sol a uma maquete em diação infravermelha invisível (calor) que a
acompanha na luz solar.
compensado de um navio de guerra roma
no pintado com verniz a cerca de 50 m de
Arquimedes queimando um navio inimigo com
distância. O navio ardeu em chamas em o uso de um espelho; de fato era necessário
questão de segundos. Um experimento mais do que um espelho!

68
COM A VELOCIDADE DA LUZ

peloqual elaviajava.Se a luz fossecompo s


ta por partículas, isso
aria se
f ntido. Se a luz
MANTO DE INVISIBILIDADE
é umaonda, nãoé necessari amente este o
caso. Nem todos icara
f m convencido s com Durante a década de 1990, os
os cálculo
s de Huygens,e a opinião a res cientistas desenvolveram metama-

peitoda velocidadefinita ou infinita daluz teriais com um índice de refração


negativo. Este índice de um ma
perma neceu divi dida téa que o astrôno mo
inglêsJames Bra dley (1693- 1762) decidi
u a terial determina o quanto de luz
incidente será refratado. Um vá
questão dema u vez po r todas em 1729. Ele
cuo tem um índice de refração de
descobriu a aberra ção da luz(també m cha
1 m, e materiais mais densos têm
madaaberra ção estelar). Este éo fenôme
índices de refração mais altos. Em
no de uma setrel a parecendodescrever um
2006, metamateriais foram usados
pequeno rculo
cí em torno de suaverdadeira
no primeiro mecanismo de camu
posição como resu ltado davelocidade daTer
flagem, fazendo um objeto pare
ra (velocidade edireção) em relação estr
à e
cer indetectável por micro-ondas.
la. O estudoevol u ma is de 18 anos para rse
As partículas de metamaterial de
completado. vem ser menores do que o com
Dois franceses posteriores re criaram o primento de luz de tal modo que
experimento de Galileu com lâmpa das eaju a luz flua em torno delas, como a
dantes, mas de uma forma bemsofisticada. água flui em volta de uma rocha
Em 1849, o físico ppoHi lyte Fizeau (18 19- em um riacho. Até agora, um dis
1896) usoudua s lant
ernas,uma rod a emrá positivo de disfarce que funciona
pida rotaçã
o com dentes que alternadamen com ondas de luz e tem mais do
te vedavam e revelavam luz a , e um espelho que alguns mícrons ainda não foi
que arefletia.A luz podia ser ca lculada a aperfeiçoado.
partir davelocidade da rotação da roda. A o
girar umaroda com cem dentes várias cen

tenas
medir adevezes
velo
cidadepo
r segundo,
da ele oi
f capa
luz a cerca de z1,6de
mk
por se gundo. Léon F oulcault (1819-1868),
cuja fam a oscilou muito, usou um princípi o
parecido. Ele proj etou um feixe de luz em
um espelho girandoe inclinando,então re
batendo para musegundo espe lho colocado
a 35 km de distânci a. Quando o âng ulo do
espelhoque setava irandg o muda va, ele era
capaz de calcul ar o âng ulo em quea luz que
retornava rae refletida novamentee, por
tanto, determi nar a distância qu e o espe 
lho itnha se movido e q uanto tempo nhati
se passado. Em 186 4, Fizeau sugeriu que
o “comprimentode uma onda deluz o f sse

69
FAZENDO A LUZ TRABAL HAR - ÓPTICA

O manuscrito srcinal com a


explicação de Ibn Sahl da lei
da retração, c. 984.

usado como comprimento


padrão”, e pa ra redef
inir o
metro em te rmos daveloci
dade daluz que foi atingida
efetivamente.
Einstein baseou su
as teo
rias darelatividade na ob
servaçã
daluz oé de
co que a
velo
nstante cid
em ade
todoo
universo.

O bjetivo e ve r dadei r o
Anaxágoras já estava certo,
no sécu lo V a.C., de que a
luz viaja apenas e m linhas
retas,e essa crença man
se - J & tljC sík M ) £ ls& - r
teve até o século XX, quan
do Einsteindisse qu e a luz
podia
trajetó sercurva
ria incl
inadala
peem uma
gra
vi
dade. Co ntudo, estavaclaro para os antigos blicou. Descartespubli cou umaprova da lei
que a luz pode muda r de direção -quandoem 1637. A Lei de n Sell funcio
na porque ,
elaé refletida, por exemplo,ou qua ndo é e-
r como omatemá tico francês Pierre de Fermat
fratada, à medid a quese move deum meio(1601 -65) mostrou, a luzma to a trajetó
ria
para outro. Ptolomeu fez umrela to aproxi mais rápida por meio de qualquer substân
cia.
mado da refraçã o, e estafoi descrita em984 Pela prime iravez no início do sé
culo XX
pelo ísico
f persa Ibn Sahl (c.940-1000). confirmou- se qu e a luz segu e uma trajetó
Entretanto, a lei matemá tica que expli ria cur
va; essa confirmaçã o fez parte de uma
ca e predi z o ângulode refraçã o é conhedemonst ração dateoria darelatividade de
cida como ei L de Snell, em homena gem ao Einstein.
astrônomo hol andês Willebrord Snellius O astrônomo Arthur Eddington con
(1580-1626). Embora Snellius redesco- duziu umaexpediçãongl iesapara aIlha de
brisse essa relação em 1621,e el não apuPrínci pe, na costafricanaa , para aprov eitar
COM A VELOCIDADE DA LUZ

um eclipseolars total visível na


quele local O LUGAR DA LUZ NO ESPECTRO EM R
em 191 9. A expedição fotografou estrelas A luz ocupou um lugar especial na histó
situadas perto da posição doSol que, nãoria da sicafí porque elavisív
é el e faz uma
fosseisso,seriam obscure cidas pela luz sodiferençaenorme pa ra ahuma nidade. Mas
lar. Uma estrel
a que fica realmente atrás docomo o raba
t lho de Maxwelldemonstrou, a
Sol, e por
clarame nte isso el
vi
sívnãoem deveria da
uma se
rs vista,
fotos es
titava
ra luz visível é p
aena s umaforma deradiação
eletromagnéti ca. Todasas forma s se movem
das por E ddingto n. Isso demonstro u quea à velocidade d a luz, todas são formasquan
luz da estrela tinha e inc
s linado pelocam tificadas deenergi a (ou seja, elas podem
po gra vitacional do ol S e isso inht a alteraexist ir como partículas u oondas), mas a luz
do a p aarente posi ção da estrela aum ponto visível é a única que vemos. Não houve ten
onde então ela ra visív
e el.
tativa de distinguir o calo r do Sol sua
( ra
diaçã o de inf ravermelho) de sualuz vi sível.
O artista David Hockney pintou uma série de Outra s formas de ra diação eletro
magnética
telas de piscinas em que brincou com a retração com o raios-X, ondas derádio e micro- ondas
e a reflexão da luz tingindo o ar e a água. só foram descobertas no século XIX.

71
CAPÍTULO 3

Massa em
movimento
- MEC ÂN ICA

Mecânica é o termo usado para crev er


desamaneira
como os corpos agem quan do suj eito
s a forças. Ame
cânica clássica com eçou ef etivamente quan do New-
ton descreveuassu três lei
s do m ovimento. T rata de
açõe s de corpos e matéria de todo s os tipos e tama
nhos acim a do atômico, desde rolamentos e esferas
d
a galáxias, incluindo quidos,
lí gasese sóli dos, o bjetos
inanim ados e partes de organismosAs vivos.
pessoas
usavam as forçassifícas na prática m uito antes deet
rem qualquer entendimento sobre elas, ou me smo
de começarempens a ar n as lei
s que asov gernam . Os
primeiro s construt ores usavam alavanca s e rold anas
para mover gran des blo cos de pedr as; elesemprega
vam a gravidade para colocar as coisas no lugar e para
verificar a perpendicular usando fios de prumo.

Céres e os Quatro Elementos,


por Jan Brueghel o Velho, 1568-
1625.
MASSA EM MOVIMENTO - MECÂN ICA

Os egípcios podem ter usado


na Antiguidade dispositivos
mecânicos como alavancas e
roldanas para ajudar a mover
os blocos de pedra necessários
para construir as pirâmides.

Me cânica em ação O crescente fértil é uma ráea quese es


Sempreque usam os as forças que emag sotendedo Mediterrâne o até o Golfo Pérsi
bre amatéria, esta
mos afzendoas leismecâ co. Nototal, abrange sa terra
s entre os rio
s
nicas traba
lharem por nós. sOconstrutores Tigre eEufrates - conhecida pelos gregos
de pirâmid es egípcias não tinham, pelo quecom o Mesopotâmia (entre e ois
d sãorios) , -ia
in e
sabemos, qualquer entendimento das for cluindo áreas que atualment a Sír
ças envolvidas para m over blocos de pedrao Iraque. O culti vo da terra re alizado nes sa
e construi r as pirâmides, nem o s área por volta de 10.00
s arquiteto 0 anos trás,
a e pelos
dos complexo s sist
emas de irri gação usados sumé r io
s 500
0 a.C , l
evo u ao apareciment o
no Sr i Lanka tinhamonhecime
c nto formal das primeiras cidades, emprega ndo-se mé
da dinâmica dosluidof s. No entanto , ambas todo s de cortar, mover e empil har gra n
as cult uras oram
f capazes , por meio da exdes bloco s de pedra . Os sumé rios também
perimentaçã o, tentativa e erro,de empre gar inventaram a roda, p
a rovei
t ando as forças
as leis da ísi
f ca. físicas de uma novamaneira.Com o cres-

PRIMORDIOS DA ENGENHARIA E HIDRÁULICA EM AÇÃO


Os engenheiros hidráulicos no Sri Lanka cons Sistemas muito mais sofisticados e extensos
truíram complexos sistemas de irrigação no foram construídos séculos depois, a começar
século III a.C. O sistema fundava-se na inven durante o reino do Rei Vasaba (65-108 d.C).
ção do biso-kotuwa, instrumento semelhante a Seus engenheiros construíram 12 canais de
uma válvula moderna, que regula o fluxo de irrigação e 11 tanques, tendo o maior deles
saída de água. Vastos reservatórios de água da 3 km. Suas maiores realizações foram feitas sob
chuva represada, canais e eclusas forneciam o comando do rei Parakrambahu, o Grande
água suficiente para sustentar o povo cingalês (1164-1196 d.C.), quando engenheiros Cin
do Sri Lanka, cuja dieta básica era o arroz. O galeses conseguiram um gradiente contínuo
primeiro tanque de água da chuva foi construí de 20 cm por km ao longo de canais de irri
do no reinado do Rei Abhaya (474-453 a.C.). gação que se estendiam por volta de 80 km.

74
MECÂNICA EM AÇÃO

ciment
o da popul ação na Mesop otâmia,as des pesos usando-
se pouca fo
rça. A respo
s
pessoas empregaram pe la primeira vez ata delefoi: “Impulsio
nadapelamesma for
dinâmica osd fluidos, des envolvendo, noça, a parte doraio de um círculo que es

6omilênio a.C., sistemas de irrigação paramais distante do centro move-
se mais rap
i
aguarua
ss terras cultivadas damente que o raio
menor questáe próxi
mo

Além
corrente de ser usada
pode ter nas plantações,
outros os.usPodea água
ter sua do Aristóteles
centro”. reconheceu isso logo após a
própria força ea pressão por ela exercida invenção de uma forma de balança que tinha
pode serusada para a execuçãode tr ababraç os de comprimentos desigua is. Em uma
lhos produ tivos. O primeiro uso conhe balança com bra ços guais,
i os pesos emum
cido da água pa ra fornecerforça m otiva ladodevemserequil ibrados por pes os iguais
foi na Chi na Anti ga quando ZhangHeng do outro. Masem umabalançaom c braços
(78-139 d. C.) usou a energ ia da água pa radesiguais, os pesos também podemser equi 
mover umaesferaarmil ar (um lobo
g usado libra
dos movendo- se o fulcro (o ponto
onde
em astronomia para determi nar sa posi çõesa barra transversalapoia) se e ovendo-
m se
as).Du Shi, em 31 d.C., usou umaum peso ao lo
das estrel ngo deseu braç o. Portanto,
roda d’ág
ua paratransmi tir energiaosa foles nicas
o pensam
sóento
co
meçoteó
uric
aooco
sobre
rrer sade
força
pois sque
mecâ
um
de um fornode alta temperatura pro quedu
zia ferro fundido. aparelho foi concebido para olocar
c essa
s
forças me uso. A exist ência dabalança de
A MECÂNICA DOS GREGOS ANTIGOS braços desiguais deu a Aristó
teles aoportu
Embora sa primeiras civi f sem nidade de obser
lizações izes vação e investi
gação.
uso prático damecânica, não temos regis
tros deum pens amentosistemático ou ana
lítico sobreforças. A primei
ra evidência de
pensam ento abstratosobre como e por que
O Grande Zigurate de Ur (atualmente no
as forças ge
am sobre objetos vem darécia
G Iraque) foi construído por volta de 4.000 anos
Antiga. Em Mecânica, Aristót eles investigou
atrás e representa uma obra respeitável de
como sa alavanca
s possi bilitam mover granengenharia.

75
^ 1
I 1. MASSA EM MOVIMEN TO - MECÂNICA

"Dê-me um lugar para apoiar e eu moverei


INVENÇÕES DE ARQUIMEDES a Terra."
Arquimedes
Arquimedes soube aplicar seu conhe
cimento de mecânica na prática. O rei
Hieron II o encarregou de projetar uma
embarcação imensa, o primeiro navio A descoberta de Aristóteles é a precurso
ra da leida alavanca paraqual a A rquimedes
de luxo da História, capaz de transpor
tar 600 pessoas e com instalações que
(c.287-212 a .C.) forneceuuma prova cerc a
incluíam jardins decorativos, um ginásio de um século depoisem ( bora alei provavel
para esportes e um templo dedicado a mente fo sse bem o cnhecidantesa de rAqui
Afrodite. Para bombear a água que se medes confirmá-la).
acumulasse no casco, dizem que ele de Em suaforma m oderna,a prova diz que
senvolveu o parafuso de Arquimedes, o pes o vezes a distância me um ladodo ful
uma lâmina giratória em formato de cro é o me smo que o peso ezes
v adistânci a
parafuso que se encaixa perfeitamente do outro:
dentro de um cilindro e é girada manual
WD = wd
mente. O mesmo projeto foi adaptado
para transferir água de uma fonte de Arquimedes expressou isso em termos de
baixa altitude para canais de irrigação, razões, poi
s ele nã
o aceit
aria amultiplicaçã o
e ainda é usado hoje. Outras invenções de medidas denaturezas ferentes
di peso
( e
atribuídas a Arquimedes incluem um ar distância).Como ra zões, a leida alavanc a
ranjo parabólico de espelhos para refletir assume forma
a :
os raios do sol em navios inimigos e in
cendiá-los (veja a página 68), e uma gar W:d=w:D
ra gigante para erguer navios inimigos
para fora d'água. Como é tão frequente, ^ DE VARI 1S MACIII NIS.

a guerra parece ter fornecido o ímpeto . . . Í JC A


para desenvolvimentos científicos.

D.li. ti., d-f&m


*.#».-/<«■*«jÈto,ftfmHtUr.
.»«-

Arquimedes teria se gabado de que se 0 parafuso de


tivesse uma boa alavanca e um lugar para Arquimedes ainda é
apoiá-la, ele conseguiria
Em princípio, mover a Terra.
isto é verdadeiro. usado para mover
a água em alguns
sistemas de irrigação /v * ' . -
atuais. ':iÀ

76
O PROBLEMA DA DINÂMICA

O problema da dinâm ica Uma flecha disparada


Aristóteles começou com a proposição de para cima segue uma
trajetória parabólica
que umcorpose move po rque uma força é previsível.
aplicadaa ele, e semantém em moviment o
pelotempo que aforçacontinuar. A tendên

cia
atualde m
ment ue é
corpo
cha
madaco
ntinuar m
momentum. e m ovimento
Ess a pro
posição de Aristóteles xpl
e ica o qu e aconte
ce se empurramosu opuxa mos algo , mas fa vez de atirado. O
lha claramente qua ndo apl icada aprojéteis. modelode Hiparco
Se atiramos algo,dispara mos umalecha f de també m explicou o
um arco ou umabala deuma arma , o obje co mport amento de
to continua es movendo depoi s que acoisa um corpo erruba
d
ou pess oa que eu d o impul so deixo u de ter do ou em queda . O obje to co
m eça em um
contato com o projétil. Aristóteles resolveu estado de equil íbrio entre aatraçã o da gra
o probl ema tra nsferindo o sta tus do “imp ul vidade para baixo e o ímpeto que a mão faz
para ima c . O empuxo paracima é renova
sor” para o meio por meio do qual o proj
éti l
viaja, de modo que o ar continua a exercer do no momento em queo objeto élibera do,
forçasobrea flecha , impul sionando- a para mas depois deca i continuame nte, de modo
seu lavo. Essa força seriaxerci e da sobre o que ar o objeto aceleramedireçãooasolo. O
quando a flecha éliberada do arc o. modelo também re sponde pela velo cidade
O matemá tico greg o Hiparco (c.190- final,umavez que ataxa daquedase to rna
c. 120 a.C.) rejeitou iss o, alega ndo que a cont í nua q
ua ndo todo o ímpeto do corpose
forçatinha isdo transf eridaparao próprioesgotou.
projétil. Logo, umaflechadispara da direto O filósofo João Filo pono (49 0-570 d.C.),
para cima te m mais potênci a - ou ímpetoàs vezesconhecido comoJoão, o Gramá ti
- para transport á-la para longe d a terra qu e co, ou João da Alexa n dria , tinha uma oria
te
a gravidade tem ra pa puxá- la devolta paraapare cida para expli car o impulso. Ele suge
terra.Porém sesaenergia cai de nat uralm en riu queum projétil tem um a forçaconferida
te como tem po. Tal diminui ção é atribuí daa ele pe lo “impulsor”, m as esta é autolimi-
à própria flecha , e não se de ve àresist ência tadae, depois de e s esgotar, o projétil volta
do ar, à g ravidade ou a qualqu er out ra inao padrão do movimento no rmal. No século
fluência. oNmome nto em que o ímpetoé XI, Avice nna (c. 9 80-10 37 ) descobriu um a
igual à tração
a dagravidade, a echafl ficafalha no mode lo de Filopono, dizendo que
moment aneamente rada pa. um projétil recebe uma inclinaçã o, e não
Entãoela começa a cair e a velocidade de uma força, e questa e não deca i natural
sua queda aumenta à me dida que seu pe ím me nte. No vácu o , por exemplo, o projétil se
to originaltendea zero. Quando o ímpeto moveriaparasempre, seg uindo a inclinação
diminui, sua resistênci a à gravidade que in con ferida a
ele. No ar, a suaresist ência aca
cide sobre o jeto ob é menor. Quando não há ba supera ndo a inclinaçã o. Ele acre ditava,
ímpetoresidual,a flecha cai na me smavelo também, que um proj étil fosse empurra do
cidade u qe um obj eto quefoi derrubado em pelo mo vimentodo ar que ele des loca.

77
MASSA EM MOVIMENTO - MECÂNICA

MECÂNICA ESTÁTICA
Enquanto os gregos antigos se preocupavam fazer um edifício ou uma ponte cair. Uma
com a dinâmica (a mecânica do movimento), ponte em arco, por exemplo, é sustentada
os romanos dominavam a mecânica estática. simplesmente porque a pressão exercida
A mecânica estática explica como as forças pelas pedras que compõem o arco está em
em equilíbrio mantêm uma massa em repou perfeito equilíbrio. Os desafios da arquite
so. Este é um princípio fundamental na arqui tura medieval e renascentista para cons
tetura, onde forças em desequilíbrio podem truir grandes tetos, arcos e domo abobada
do, foram problemas na mecânica
estática que chegaram a soluções
refinadas.

O Domo da Catedral de Florença,


construído por Filippo Brunelleschi,
representa um triunfo de engenharia
- é sustentado somente pelo peso de
suas próprias pedras.

O filósofo hispano- árabe Averroes ponsável po


r uma das duas inovações un
f
(1126-
1198 d.C.) foi a primeira es
psoa a damentais nodesenvolvimentoda dinâm
ica

definir
trabalhofoérça como
feito “a rproporçã
paramuda o em qu
a condição e éonew
cin toniana
O aparti
filósofo r ês
franc dadin
do âmica
século aristo
XIVtéli ca.
Jean
tica de um corpomateri al”, e afirmar “qu e Buridan (c.1300-1358)relato u o ímpeto
o efeito e a medida da fo rçasão a mudança dado pe lo impul sor navelocidade do corpo
na condição ci nética deumamassaresis tenem movimento . Ele pe nsava queo ímpeto
te ma terialment e”. Ele introduziu a ideiae d pudesse ser em linha ret a ou emcírculo ,
que corpo s não moventes têmresist ênciaeste último explicando osovimento m s dos
para omeça
c r a se mover -conhecida hoj e planetas.Seu relatoé parecido ao moderno
como inércia mas aplicou-a apenas aos conceitode momentum.
corpos celes tes. Foi Tomás Aqui no que es Discípulode Buridan, lbertA ad Saxô-
tendeu o onceito
c a corpos terrestres. K e nia (c. 1316-1390), ampliou a teoria vi di
pler seguiu o m odelo deAverr oes-Aquino - dindo a trajetó ria deum proj étil em três
foi ele que introduziu o te
rmo “inércia” - queetapas. Na primeira (A -B), a gravidade
se tornou o conceitocentra l da dinâmicaednão tem efei to e o corpose move nadi
Newto n. Isso significa que Averr oes éresreção do ímpeto dado pelo impulsor. Na

78
O PROBLEMA DA DINÂMICA

segunda teapa(B-C), a gravidade recupe


RUMORES MALDOSOS
ra sua potência oe ímpetodeclin a, logo
o corpocomeçaa tender parabaixo. Na Nem todas as histórias sobre a vida de
e (C-D), a gravidade domina Buridan que nos chegam hoje podem ser
terceira tapa
e puxa o corpopara baixo à medida que o verdadeiras, mas sugerem que o seu cará
ter vibrante e animado. Diz-se que ele ati
ímpeto se esgota. rou um sapato na cabeça do futuro Papa
Clemente VI ao disputar uma mulher, e
O EXPERI MENTO DO TÚNEL
que morreu depois que o rei da França
Um dos experimentos mais importantes
o atirou no rio Sena dentro de um saco,
pensados naHistória daciênc
ia envo
lve a
como punição por ter tido um caso com
queda imagi nada de uma bala de nhão
ca a rainha.
por um túnelquepassapelo centroda Ter
ra e cheg a ao outro lado. O experimento
foi discutido por vár
ios pens adores medie
vais, desenvolvendo as ideias de Avicenna A B
e Buridan o s bre oímpeto. Pensa va-se que,
Uma bala de
dacanhão
ao disparada
de atinnhão
ca gir dev
o outro
eria lado
ir àdo
sub mundo,
mesma aa bala
ltura horizontalmente segue
qual caiu. A explicação era quea bala de uma trajetória reta, e
canhã o recebi a ímpetopela orçaf da gra então cai para a Terra.
vidade que agia sobre ela para empurrá-
-la para aTerra, e que ste e seria suficien
te para cont rapor-se à gravidade emsua
trajetória desaída. Quando ela a lcança sse
a altura da qual caiu ori mente, o ím Este foi o primeiro ponto em que o movi
ginal
peto se esgotaria e a bala de canhão cai riamento oscilatório, tão importante na física
novamente, seguindo o mesmo padrã o e do século XVII, foi incluído no estudo da
dinâmica.
estabelecendo um movimento oscilatório.

"Quando um impulsor põe um corpo em movimento, ele imprime neste certo ímpeto, ou seja,
certa força que permite que o corpo se mova na direção determinada pelo impulsor, seja para
cima, para baixo, para os lados ou m e círculo. O ímpeto implantado aumenta na mesma razão
que a velocidade. É por causa desse ímpeto que uma pedra se move após o sujeitoque a atirou
parar de movê-la. Mas por causa da resistência do ar (e também à gravidade da pedra) que
luta para movê-la na direção oposta ao movimento causado pelo ímpeto, este último se enfra
quecerá o tempo todo. Portanto, o movimento da pedra será gradualmente mais lento, e final
mente o ímpeto estará tão diminuído ou destruído que a gravidade da pedra prevalece e move a

pedra para seu lugar natural." Jean Buridan, Questions on Aristotle's Physics
(Questões sobre a Física de Aristóteles).

79
MASSA EM MOVIMENTO - MECÂNICA

OS CALCULADORES DE OXFORD - DA GLÓRI A


Os Calculadores de Oxford eram um grupo de matemáticos cientistas que trabalhava na
faculdade de Merton em Oxford, no século XIV, que incluía Thomas Bradwardine, William
Heytesbury, Richard Swlneshead e John Dumbleton. Eles investigaram a velocidade instantâ

nea geral
em e chegaram
esta é ao fundamento
atribuída. da lei daenunciaram
Eles também queda dos corpos muito antes
e demonstraram o de Galileu,
teorema daa veloci
quem
dade média: que se um objeto em movimento acelera a uma taxa uniforme durante certo
tempo, ele cobre a mesma distância que um objeto que se move com velocidade média
pelo mesmo período de tempo. Eles foram os primeiros a tratar de propriedades como o
calor e força como teoricamente quantificáveis, embora não tivessem como medi-las, e su
geriram o uso da matemática em problemas de filosofia natural. Infelizmente, os acadêmicos
de Oxford na época medieval costumavam ser ridicularizados por causa da natureza de seus
estudos e o grupo praticamente desapareceu, relegado à obscuridade.

O exper imento do túnel oif adaptado ça tenh a se esgotado e ele sej a puxadode
para explicar a oscilaçã
o de um pêndulo , volta, renovando o impulso, porém na outra
que era vista como oexperimento do túnel direçã o. Para a dinâmica ar istotélica, e nos
em um micro cosmo. O pênduloé puxa do mode los deHiparco eFilopono, o pêndulo
parabaixo ao seu ponto mais baixo(o ponera uma anoma lia inexplicável. Não havia
to mé dio horizontal),e o impulso que ele razão óbvia paraque lee subissenovamente
ganhou o imp ele parasua trajetória lateralapós ca ir. Aqui,finalmente,urgiu s um
a ma
continuada(talvez apra cima
), até quea forneira de explicá-lo.

O ver dadeiro nascimen to da


m ecânica clássic a
Os cien tista
s dosséculos XVI e XVII busca
ramexpli cações para o movimentodos cor
pos ífsicos,que incluí am de sde projéteis a
estrelas. O rimei
p ro traba lho sobre dinâm ica
foi examina do rigorosame nte e substituído,
principalme nte por meio dos seforços de Ga
lileu na tália
I e de Isaa
c NewtonIng nalater-
ra, embora com contribuiçõ es importantes
de astrônomos mo co Johannes Kepler.

Um famoso experimento mental envolve deixar


cair uma bala de canhão em linha reta através
da Terra.

80
O VERDADEIRO NASCIMENTO DA MECÂNICA CLÁSSIC A ' S jl’

O EXPERI MENTO DA BOLA DE G LILEU


a Galileu tinha umextrem o interessepor
A desconfiança que Galileu tinha da física projéteise corposem queda. E improv ável
aristotélica come çou e cdo. Ainda adolescen que ele tenharealizado o experime nto fa
te, qua ndo era studante
e em
Pisa, el
e refumoso atri buído a ele desoltar ba las de ca
tou a alega ção deAristóteles deque corpo snhão de pesos dif erentes daTorre ncliI nada
pesados caemmais rapi dament e que osmais de Pisa para mo strar que elesem ca com a
leves,citando como evi dência ueq granizos
mesma velocidade -é mais provávelque
de dif erentes tama nhos atingem o chã o ao
tenha se tratado simpl esmente de umxer e
mesmo tempo e presumiv elmentecae m da
cíciohipotético. Mas que r ele o tenha rea
mesmaaltura. Esta( éumaprova espúria,evi
dentemente, pois ele não tinha como saber selizado ou nã o, o conceito de conduz ir um
granizos iniciavamsuaquedaao mesm o temexperimento para testar aum ideia e de usa r
po.) Ele mostro u tam bém q ue um a bala deos result ados como idênciev a para apoiar
canhã o que tainge umalvo na mesma alturaum enunciado entíf ci ico foi central para as
da qua l saiu do canhão az fisso co
m a mesm práti
a cas deGalileu e se tornaria abase do
velocidade com a qual saiu do canhão. método científico.

DESCARTES E A VISÃO MECANICISTA


René Descartes foi, essencialmente, a pri
meira pessoa a propor a existência de leis
da natureza imutáveis. Ele desenvolveu uma
visão mecanicista inspirada por um cientis
ta amador e defensor da filosofia mecânica,
o holandês Isaac Beeckman (1588-1637),
a quem ele conhecera em 1618. Descartes
tentou explicar todo o mundo material, in
clusive a vida orgânica, em termos do tama
nho, forma e ação de partículas de matéria
em movimento de acordo com as leis da fí
sica. Ele até via o corpo humano como um
tipo de máquina, embora a alma fosse ex
cluída de seu esquema mecanicista. Em sua
visão, Deus foi o primeiro sujeito que deu ao
universo o empurrão de que precisava para
funcionar, mas depois o universo passou
a funcionar por conta própria, seguindo as
leis da física como uma peça de relógio. Ele
acreditava que se as condições iniciais fos Descartes acreditava que seres animados
sem conhecidas, o resultado de qualquer sis tinham o mesmo funcionamento do relógio,
seguindo as leis da física.
tema poderia ser previsto.

81
MASSA EM MOVIMENTO - MECÂNICA

Em vez de sol tar balas de nhão


ca de
umaaltura perigosa,
Galileu exe
cutou se
us
experimento
s sobre forças rolandobolas
de pesos dif
erentes porplanos incl
inados.
Em umaépoca emque os relógios não ti
nham um segundo ponteiro , determinar
com exatidão a duraçã o de ocorrências em
experimento s não era fácil. Galileu usava
um relógio d’água eseu própri o pulso para
medir o tempoque sa balas levavam ra pa
atingir o fim de um plano incli nado,mos
trandoque os feit e os dagravidade e ramos
mesmos tantosobre obj etos leves anto
qu
pesa dos. sso
I ia contra osensinamento s de
Aristóteles e - evidentemente - do senso
comum . Mas Galileu ressa ltou que quan
do vemos uma pena ou uma folha depaÉbalas
improvável que da
de canhão Galileu
Torretenha deixado
de Pisa, cair foi
mas esta
pel cai r mais lentamen te que uma bala deuma ideia atraente durante muito tempo.
canhã o, é porque aresist ência do ar tor
na ma is lenta a sua queda , e não porque a
gravidade tenh a menos inf luência sobre osempre uma trajetória circular. Co ube a
objeto ma is leve. Descartes demonstrare qu objetosem mo
O experimentode rolar bolasmostrouvimento continuam em linha reta a não ser
algo ma is. A medi da queele di minuía a que amesm a força jaa sobr e eles para mu
inclinação dos pla nos, Galileu pe rcebeu dar adireçãode suatrajetória.
que es não houvesseuma força queparas
se, umabola con tinuaria rolando ao longo
de um plano ho rizontal. N ovamente, iss o
EXPERIMENTO DE GALILEU
contrariava os ens inamentos deAristó
SOBRE A LUA
teles. Também pare ceria se r contraintui-
tivo - um tijolo empurrado ao longo de Em 1971, os astronautas da Apollo 15 de
uma me sa pararáassim que deix armosde monstraram que o que Galileu tinha dito
empurrá -lo, e mesmo um carrinhocom sobre corpos em queda estava correto.
rodaspararádepois demu tem po. Galileu Quando não existe atmosfera (e, portanto,
identificou corretamente uma força não há resistência do ar ou suspensão), os
que
age para parar omovimento - a fricçã o. objetos em queda que caíam ao mesmo
tempo da mesma altura atingiam o solo
No entanto,ele c ometeu u m erro ao int er
ao mesmo tempo, independentemente de
pretar se us achados de que o movimento
continuará anão ser que seja impedi do; ele seu peso ou forma. Os astronautas usaram
uma pena e um martelo geológico para
supôs que, umavez que aTerra stá e gi ran demonstrar isso.
do, o movi mento n i ercial de ve produz ir

82
O VERDADEIRO NASCIMENTO DA MECÂNICA CLÁSSICA

GALILEU GALILEI (1564-1642)


Galileu foi educado em casa até os 11 anos, nova estrela (a supernova) e por volta de
quando foi mandado para um monasté- 1608 ele demonstrou que a trajetória de

oriohorror
para seguir
de seusua
pai,educação formal. Para
Galileu ingressou na um projétil é parabólica. Em 1609, Galileu
começou a fazer seus próprios telescópios
vida monástica e aos 15 decidiu se tornar e, no decorrer daquele ano, aprimorou a
monge noviço. Felizmente para a história capacidade de aumento de três para vinte
da ciência, ele contraiu uma infecção no vezes, comparada ao projeto existente. Ele
olho e seu pai o levou para casa enviou um instrumento para Kepler,
em Florença para tratamento. que foi usado para confirmar as
Galileu nunca voltou ao mo- descobertas de Galileu na as
nastério. Por insistência de tronomia. Essas descobertas,
seu pai, Galileu foi para como as luas de júpiter e
a universidade em Pisa as fases de Vénus (veja a
para estudar medicina, página 171), apoiaram a
mas logo passou a es visão de Copérnico de que
tudar matemática e se a Terra viaja em torno do
dedicou muito pouco Sol (heliocentrismo), em
aos cursos médicos. Ele vez de o Sol viajar em vol
abandonou os estudos de ta da Terra (geocentrismo).
medicina em 1585, mas Durante muitos anos, Galileu
voltou quatro anos depois foi impedido de expressar ou
como professor de matemática. publicar essa visão, pois ia contra
Galileu ganhava pouco como a doutrina da Igreja Católica, e em
professor e sua pobreza aumentou quando 1616 ele foi proibido de defender ou ensinar
seu pai morreu tendo prometido (mas não o modelo heliocêntrico. Em 1632, recebeu

entregue) um grande dote para a irmã de permissão para publicar uma discussão equi
Galileu. Ele conseguiu adquirir o posto librada do assunto chamada Diálogo a respei-
de professor de matemática em Pádua em mas
to de dois sistemas mundiais principais,
1592, uma universidade mais prestigiosa este ensaio tinha um viés tão claro contra o
e um emprego com melhor remuneração. geocentrismo que Galileu foi condenado de
Porém o dinheiro ainda era uma preocu heresia em 1634, passando o resto da vida
pação sua, por isso ele buscou a invenção em prisão domiciliar. Durante sua reclusão,
como maneira de aliviá-la, desenvolven ele acabou seu Discursos e Demonstrações
do primeiro um termômetro que não teve Matemáticas a respeito de duas novas ciên-
sucesso comercial e depois uma máquina cias, em que explicitou o método científico e
de calcular mecânica que lhe trouxe ren afirmou que o universo podia ser entendido
da durante um tempo. Em 1604, Galileu pelo intelecto humano e é governado por
trabalhou com Kepler examinando uma leis que podem ser reduzidas à matemática.

83
^ MASSA EM MOVIMENTO - MECÂNICA

Princípios de Newton talvez tenha sido o livro


de ciências mais influente publicado até hoje.

PH I L O SO PH I fE
inata a
o repouso,
inclinatio aã qui
etem. Uma
NATUR.ALIS tendência ao repouso é uma boa de finição

P R I N C I P I A de inérci
Averroes, a,
masque
nãoprimeiro
é a razãofoi descri
pela qualtaum
por
corpo para dese mover.
MATHEMATICA O expe rime
nto definitivo que pôs ainér
cia emdescré dito como umaorça f que desa
A uto re J S. NEfV TO N , Trirt. Co ll. Cantab . Soc. Mathefeos celerao movimento oif reali zado em 16 40
Profeffore LHcafiano, & Societatis R egalis Sodali.
por PierreGassendi, a bordode um a galera
que lee empre stara damarin ha francesa. Re
IMPRIMATUR- maram agalera àvelocidade má xima pe lo
S. P E P Y S, Reg. Soc. PRO SES,
jf.ulii 5. i á 86 .
Mar Medit errâne
o enqu antobalas de canhã o
caíam od topo do mastro.Em ca da caso, elas

L 0 N D I NI , ati
aonpégiamdooma deck
stro nosmo
. Elas me
nã lu
gar,
o ficavamexatame
ra nt
pa e
trás
Juf lii Soc
ietatis RegU ac Typ is Jofcphi Streatcr. Pro ftat apud
plures Bibliopolas. A mo MDCLXXXVJI.
por causado mov imentoda embarca ção.Isso
mostro u queum corpo co ntinuava a semo
ver na direção tomada inicialmente, anão ser
quefossedetido por alguma força. A bala de
P arar e começar canhão acompanhava galeraa porque nada
A inércia é a relutância de um corpo em para va seus movimentos para afrente,e isso
começar ase m over. Ela deve ser supera da
paraque o movimento se inicie. O momen-
tum é a tendênci a queum corpo em movi Leis do Movimento de Newton

mento tem de co ntinuar ase mover, umaPrimeira tei: Os corpos se movem em linha
vez recebido um ímpeto inicial. O momen- reta com velocidade uniforme, ou perma
tum seperde quando o rpo co desacelera, enecem parados, a não ser que uma força
para emrespo sta a uma orça f quege a sobreaja para mudar sua velocidade ou direção.
ele cont ra adireçã o do movimento.O tra Segunda lei: As forças produzem ace
balho em dinâmica edAristó teles, Hi parc o, leração proporcional à massa do corpo
Filopono e Avicemia lidava sica ba mente (F = ma, ou F/m = a).
com a lgo pare cidoaomomentwn e sua perda Terceira lei: Toda ação de uma força
- com c omo e o pr que um corpocontinua a produz uma reação igual e oposta. (Por
se mover,e então para po deis daquele ím  exemplo, um foguete é impulsionado para
peto inicial. No enta nto, elesnão responde  frente com a mesma força que os gases de
ram corret amente por queum corpoara p d e escape são expelidos para trás dele.)
se mover.Os físicos persasexplicaramquea ção Essas leis abrangem as leis de conserva
de energia, momentum e momentum
eventualerda p de movimentocomeç avapor
angular.
um impulso por referência a aum tendê ncia

84
O VERDADEIRO NASCIMENTO DA MECÂNICA CLÁSSICA

continuavajuntame nte com u semovimentoentre eles. A ei lda gravidade, pub


licadaem
para baixo. Gassendi o f i imensamente in
 1687, foi a primeira força aserdescri ta ma
fluenciado por aGlileu epelo mé todo expetema
ticame nte. Ao formula r a lei, Newton
rimental def
endidopor ele. demonstrou pela meirapri vez que todo o
universo é overna
g do pelasmesmas leis , e

A forma da mecânica clássica que dominou estas As sã o lei s que podemeser modeladas.
O MEST RE F ALA
leis de movimento gravitação de
a física durante ismade 200anos às vezes Newton
é se plicam
a igua
lment e a todos os
chama da demecâ nica newton iana, em ho obje tos na Terra e aos corpos celestes.
Elas
mena gem às trêsleis de m ovimentoformuexpli cam amaior parte dosmovimentos s- di
lada s por Isaac Newto n nos anos 1660. Estas cerníveis no mundo nos
que rod eia, alhan
f
forama lei da inérci a, a leida aceleraçã o e ado apenas qu ando b ojetos estão mov se endo
lei de a ção erea ção.Ele tr atou a segunda ae próx imo da velo cid ade da luz o
u são extre
terceira leis em PhilosopieasNaturalisPrincipia mame nte pequenos; nenhuma dess as pos
Mathematica (Princípios Matemáticos de Filo- sibi
l idad es importava Newton.
a As leis de
sofia Natural ), publicadoem 16 87, em gera l Newto n expl icara m os achados deGalileu,
inclusiv e seu exer cíciohipotéticocom ba las
chamado
grande ava apena s dePrinc
nço deNewto ipia (Princípios).
n foi em fornece O r de ca nhão de pe sos diferentes, e também o
um relatodetalhado da mecâ nica usando o relat o feito por Kepler os d pla netas segu in
sistemamatemáti co agora cha mado de cá lcu do órbitas elípti cas. No universo de New
lo diferencia l, queele h avia desenvolvido. ton, o mov i mento de todo s os corpo s era
previsível, dadas informações sobre ma a ssa
M ov i m e nto e gr avi dade do cor po e a s força s que gem
a sobre ele.
Newton estabeleceu os princípios de con
serv ação demomentum e momentum. angular,O UNIVE RSO COMO CAMPO DE TESTES
além daormu f laçã o da gravidade emsualeiNewton er v ificou suas nova s leismostra ndo
de gravitação univ ersal. Esta estabelece que como elas explicara m o movimento dosla p
netas no si stemasolar . Ele mostro u como a
toda
atrai partícul
oda
t outra a no partíc
univers
ula o que
que temtem ma a
mssa
. curvatura da
ssa órbita daTerraé o result ado da
Essa atraçã o é a gravidade. Quando uma aceleração na reção
di do Sol
, e a gra vidade
maçã ca i de um a árvore, do Soldeterminas aór
ela é atraíd a parabaixo bitas dos planetas. Suas
em direção à Terrapela expli cações dão susten
gravidade, masoames taç ão aos rela tos feitos
mo tempo a maçãexer anteriormente por Ke
ce su a própria atraçã o pler (vejaa págin a 168 ).
gravitacional, muito pe
quena, so bre aTerra. A Diagrama Feito por
Newton em Um Tratado
força gravitacional entre
dois corpos éinversa  do Sistema
sobre como do Mundo,
enviar uma
mente proporcional ao bala de canhão para a
quadrado dadistância órbita.

85
, ; MASSA EM MOVIMENTO - MECÂNICA

É fácil replicar os experimentos


de Galileu rolando
caminhões de madeira ao
longo de planos inclinados,
como muitas crianças em
idade escolar sabem.

A mecânica celeste - o estudo do movimen locan do os enc renqueiros - Júpiter e Satur


to e das forças que ge am nos co esno - devolta em seus de
rpos cel vidos lugare
s.
tes- foi estabelecida com o cam stes Foi o matem
po de te ático e astrônomo francês
para teorias na ísica.
f N
os séc uintes,Pierre imon
ulos seg S L
aplace(1749- 1827 ) que re
nosso ntendi
e mento do movi mento dospla solveu o que estavaacontecendo ealment
r e,
netas foi refinado in cluindo-se os acmpos dentroda estrutur a das leisde Newton.
gravitacionaisexercidos pelos laneta
p s, em
cálculos bas
eados nas leis de Newton. New- Ar e águ a

ton es
rias toava
nã cien
eram te de el
como que
e tiansha
órbi
tas plan
etá
queEmbora
calculado mos umlgumampurrão
e as força
s seja
em umm camin
óbvi
ashão- da
de
fossem, e acredit
ava profundame nte que abrinquedo elee semove, por exem plo -,
intervençãodivina fosse necessá ria acada outras ão
n são vistas com tanta
acili
dade
f .A
séculoparapôr tudode volta em curso,copressã o do ar ou dagua á gaindo sobre um

ISAAC NEWTON (1642-1727)

Newton nasceu prematuramente no dia de Lucasiana de matemática em 1669 com


Natal de 1642 (calendário pré-gregoriano), apenas 27 anos. Ele demonstrou que a luz
e não se esperava que vivesse. Quando branca é formada por todo o espec
criança, era rotulado de preguiçoso tro e desenvolveu o cálculo di
e desatento na escola, e foi um ferencial - embora tenh a dis
aluno medíocre em Cambridge. cutido essa prioridade com
Quando a universidade foi fe Gottfried Leibnitz (1646-
chada em razão da Grande 1716), que o desenvol
Peste de 1665, Newton foi veu independentemente.
forçado a passar esse perío Newton escreveu dois
do em sua casa em Lincoln textos importantes, Princi-
shire. Foi lá que ele fez os pia e Opticks. Notoriamen
primeiros esboços de suas leis te questionador e arrogante,
do movimento e seus insights Newton tinha frequentes dis
iniciais sobre a gravidade. Depois de cussões com outros cientistas, e
voltar a Cambridge, ele assumiu a cadeira teve uma longa rixa com Robert Hooke.

86
AR E ACUA
íl
T

corpo pode movê-l o, deformá -lo Uma folha caindo não


ou mesmo destruí-
lo. Os fluidos não vai direto para a terra
porque sua massa
agem como co rpos damesma fo rma baixa e a grande
que um planeta u oumamaçã. Um área de sua superfície
fluidopode fluir, eleonã
tem forma significam que ela é

fixa, eisso significa quea força xerci


e facilmente transportada
pelo vento.
da por ele di fereda força xercid
e a por um
corpo sólido.
Mesmo ass im, é possível ver um líqui que ele desloca.
do fluindoou ca indo e entend er parte de Heronde Alexandr ia (c.10-70 d.C.) em
suaforça. O co mportame nto dos gases foi prega a pressãodo ar , água evapor na pr áti
ligeiramente ais m difícil de ver einvesti ca, ao inventar um a roda de ventopara cioa
gar, visto que amaioria dos ga ses nã o énar u m órgão musical, a primeira máquina
visível. Está claro, dada a força do vento a vapor. lEe também iou cr uma porta auto 
de derr ubar rávores e destruir edif ícios, mática: o ar aquecidopor uma pira deslo ca
queum gás emmovimentopode er t muit a va a água, que era coletada e seu peso pu
força,
tos com mas é mais difícil fazer experimen
eles. xavauma corda qu e abria as portas. Heron
foi res
ponsáve
l pelo pri
meiro caça -níquel,e
Anaxágoras executou experimentos em até mes mo por uma apresentaçã o de mario 
público para demon strar aexistênci a da netes. Ocaça -níquel dispensava uma de ter
pressão do arusando o ar co ntido em umminadaquanti dade degua á benta. Amoeda
vaso fechado esférico que ele empurrava inserida caíame um pra to que inclinava,
para dentro d’água. Embora le e tivesse coabrindoumaválvula para e quáguajorrasse.
locado pequenos orifícios no u
f ndo do vaso, Quando a moeda ca ía fora do prato, um
este não se encheu degua, á po is á
j estavacontrapeso rta
cova o suprimento de água. O
cheiode ar. Anaxá goras show de bone cos eraacionado por um sist e
não estendeueu s tra
ba- ma de cordas, nós e máquinas simpl es, todos
^ I lho para
mosf ,ama
érica pressão
s mostat-
rou opera dos simul
dentada, taneamente
cilíndrica, po
r uma roda
giratória.
como a re sistência doar Desde aAntigui dade, sabe-se quea água
. exphcapor que as fo pode ser bombeada umaa altura p
aroximada
lhas podem flutuar de 10metro s, mas não ma is que isso, o que
no ar. Arquimede s foi descoberto por tenta
tiva e erro. Nos anos
teorizou que um 1640, os cienti stas co
meça ram a ligar isso
corpo mersi o na com apres são atmosf érica
. O matemático
água está sujeit o italiano Gasparo Berti (1600- 1643) efz, não
a uma orçaf paraintencionalmente, um rôba metro de gua á
cima qu e é igualpor volta de 164 0, e descobriu quea altura
ao pesoda á gua da água em um tuboongo l e fechado ni ver-

Uma Eolípila, ou o primeiro motor a vapor, de um tipoprojetado por


Heron da Alexandria; o vapor que escapava fazia o topo da esfera girar.

87
MASSA EM MOVIMENTO - MECÂNICA
•1

tido sobre um prato atingiria DANSUS BERNOULLI Jontm


M », fwr, B ,
e
Página de título de
asic
10,4m , deixando o espa ço - um AC.ilXSQiSt. I’CTROT
OWTAStC, Hidrodinâmica de Bernouilli, o
MATHFÂE01
iimÍMUKS tS0i.05U.StSC M M (X 1WK.HÜ.NU8.
HYDRODYNAM 1 CA, primeiro trabalho sobre mecânica
vácuo - no alto do tubo. Um DE VIRIBIÍS ET MOTÍBÜS FLUIDORUM dos fluidos.
colega italiano, o físico Gio-OPUSCOMMENT ÀCADEMICUM
ARÍL

vanni Batista Baliani (1582- AB Atr CTOl «* DUM Pr.TPvQ?OLI AGERE T,


• ÇONÜESTÜM,
te que ma ntinha a col una de
1666), desco briu em 163 0 que água no tubo a uma alt ura de
não podia bombear água acima 10 metro s. Rumores de qu e
dessa altura,e pediu a Galileu Torricelli estaria envolvido em
para explicarpor quê . A expli feitiçaria significavam que ele
cação de Galileu of i quea água _IÔ#Ââ
vULGENTORAn __
precisava nter ma se us exp eri
era sustentada para cima pelo dm |HÍÍEÍ S ÓI»!
___ Dçcxsacm. __ ti&S
f SGjKfc&f;
í k
mentos em se gredo, por isso
vácuo, e o vácuo não podia sus ?U>'I«*- item*, iffvsnW H S".’1"........
&S
ele procurou um líquido mais
tentar alturas ci ama do que a denso que alcança sse um nív el
água em 10 metro s. A essa altura,a maioriamais baixo. Ele acertou ao usar o mercúrio
das pessoa s, inclusive Galileu,acreditavaueqque, co m umadensi dade16 vezes maio r que
o arnão tinha pe so próprio. a da água, of rmauma col una muitomenos
conspícua, ed apenas 56 cm.
D a água para o mercúr io O matemá tico francêse físico BlaisePas
Evangelista Torricelli (1608-1647), ca l (1623-1662) repeti
amigo u o experimento de
e aluno de Galileu, sugeriu em 44 16que,Torricelli com um barômetro de er mcúrio
nha peso e erao peso do are foi além,fazendo seu cunha
de fato, o ar ti do carregar e
pressionando a água para ba ien- testar o equipam
ixo no recip ento noalto de uma mon
tanha. Ao descobrir que o mercúrio afunda
va mais em altitude, Pascal concluiu corre
O BARÔMETRO DE VINHO tamente que o pesoardoeramenor lá em
Tendo descoberto como seu barômetro cima ,eportanto,exercia umapressã o menor.
funcionava, Pascal começou a testar a A partir de suas conclusões, ele extrapolou,
crença mantida por físicos aristotélicos de
que a parte "vazia" do tubo era preenchi sugerindo
à medidaquequeapressã
alt o do
aitude arnta.
aume contE
inua acair
m algum
da por vapores do líquido que pressiona ponto o ar sa i e há apenas vácuoacima da
vam a coluna para baixo. (Eles rejeitavam camadaatmosf érica daTerra. Atualmente,a
a ideia de que poderia haver um vácuo no medida da pressã o é cham ada “pascal” (Pa)
alto do tubo). Ele escolheu o vinho para em suahomenag em, sendo um pascal equi
uma demonstração pública, por ser con valente aum newton por metro quadrado.
siderado mais vaporoso que a água. Pediu
aos aristotélicos para fazerem uma previ D i nâ m i ca d o s flui dos
são do que aconteceria. Eles propuseram
Embora sa pessoas tenhamproaveitado o
que a coluna de vinho seria mais baixa que
movimento dos fluidos há milênios, somente
a de água, pois haveria mais vapor para
pressioná-la para baixo. Foi provado que em me
ser n ados
e tend do
ido. Osé
cma
ulo XVIII
temático estecome
suíço- çous a
holandê
estavam equivocados, e a explanação de
Pascal prevaleceu.
Daniel Bernoulli (1700-1782) estudou o
movimento de líquidos e gases, publicando

88
COLOCANDO A MECÂNICA PARA FUNCIONAR

em 1738 seu Hidrodinâmica, um livro fun são arterial


que envolvia inserir um otubcapilar
dame ntal. Ele descobriu quea água que lfuiem um vaso angs uíneo e medi r a altura à qua l
rápido exercemenos pressã o que aquela queo sangue us biu notubo.Essemétodo n i vasivo
flui lentam ente,e queesse princípio pode se
r e desconf
ortável de medir assã pre
o sanguí nea
estend ido a qualquer luido,
f do ou foi usa
seja líqui do po r mais de150 anos,até 189 6.
gás. Se Bernoull i inser
isse um tub o vertical
estreitopelapare de deum tubo ho rizontalJ untando flui do s e massa

mais larg o com água fluindo , esta su biriaAté ser aceito que a matéria é composta de
pelo ubo
t estreito. Quanto maior a pressão átomos, eraimpossívelgua i lar o compo rta
da água no tubo mais largo, mais alto ela sumento de corpos sóli dos a o comportame nto
biria pelo tubo estreito. Se o tubo or f maisde fluido s de mane ira significativ
a. Ma s as
estreit
o, a pressão do líquidoqueflui aumensim queficou evi dente que líquidos e gases
ta. Se o tubo or f reduzi
do à metade deuasã s o compostos de moléculas, oifpossível en
largura anterior, a pressã
o quadriplica,pois a tender q ue apressãoda águae a pressão do
lei dos quadra dos seaplica aela. ar são produzidas por partículas emmovi
Bernoulli enunciou suas conclusões no mento que xeercem rça fo em outros co rpos
que u
Berno ag
ora
lli: aéqualque
conhecido como
r ponto emeor
t um
ema dutod
e ver
com os acontecer
isso quais entram mecontato.
no movimento De fato,
brownia-
pelo qual o líquido esteja fluindoa somadano eventualmente provouxistência a e dos
energia cinética,energ ia potenciale energ ia átomos veja( apágina 42). O modeloatômi
da pressãode uma dada massado fluido éco damatéri a finalmente anhou
g aceitação
constante. sta E é equiv alente àlei da conuniversal nosprimeiro s anos d o século XX.
servação de energ ia. Os fenôme nos por trás Ao mesmo tempo, começaram a aparecer
do teoremade Berno ulli mantêm um a aero falha s na mecâ nica new toniana.
nave voando, permitem- nos prever olimac
e ajudam- nos a de  Colocando a mecânica para
terminar a circu
lação funcionar

de gases nas estr


galáxias. elas eDurante aRevolução Industrial nosculos

XVIII e XIX, a mecanização na indústria,
Bernoul li estudou agricultura e tra
nsporte tra
nsformou total
medicina por insi stên mente avida naEuropa ena América do
cia de u sepa i, e tinhaNorte.As populações semoveram em m assa
interesse pelo flu do cam po para a cidade, máquinas possi
bi
xo sang uíneo no litaram amanuf atura de nsbe emmassa, as
corpo hum ano. sumiram tarefas rícag
olas quentes
a deman
Ele concebeudavamum gra nde número de trabalhadores
um mé todo para rurais,e passaram a transportar bens, ali
medir a pré s mentos e pess
oas deum modo mais eficien
te. A nece
susidade edoaperf
eiçoar
sso ào ciência.
maqui-
timomane ira mecânica de nárioajudo a levar progre
medir a pressãosanguínea O tear mecânico , construí
do em 17 64 por
usada téa o final do csé
ulo XX.James Hargreaves, usava maquinário sim-

89
MAS SA EM MOVIMENTO - MECÂNICA

pies para acionar oit


o fusos girando- se uma tica
), queele iniciou aos 19 anos econcluiu
única roda. estrutura
A degua
á, desenvol aos 52 , Lagrange present
a ou uma síntese
vida por Thomas Arkwright na Inglaterra de tudoo quese passou nesse período com
em 177 1, e usada para fiar era acionadaporbase em seu própri o sistema matemático,
meio de g á ua corrent
e. Os primeiro s apa que de
screvia os limites de um sist
emame
relhos movidos a vapor era m bomba s, ma s cânicoem termo s de todass variaçõ
a es que
com o mot or a vapor bastante primorado
a podiam acont ecerno curso de asu história
de James Watt , a potência do vapor pode expressausando cálculo . As equ
ações de a L
ser usada para azer
f muitos tipos diferentesgrange relacionam aenergia nét ci ica deum
de trabalho. Essa s invenções nã o foramfei sistemaàs suas coordenada s generalizadas,
tas porísi fcos,mas por pe ssoas quepreci saforças generalizadas e tempo.Seu livro não
vam realizar uma tarefaprática e procuravam contém diag ramas - umarealização no tável
uma solução.Essa s sol
uçõesforamfruto de para um livro sobremecânica ,- seus mé 
observação einspiraçã o, e não deteorizaçã o. todos usam cálculoe excluem ge a ometri a.
A ciência logo entrou em cena para ajudar a Seu traba lho simpli ficou muito s cálculo s
explicar e aprimo rar omaquinárioda Revo em dinâmica, o a lidar com unções
f scala
e
lução ndustri
I al, e tem feito isso de sdeentã o. um
res dea cinéti
cúmulo cadeeforças,
energiaaceleraçõ
po
tencialesem vezras
eout de
C olocando a m e cân i ca ne w ton i ana em quantidades veto riais.
UMA NOVA POSIÇÃO Tanto Euler quanto Lagra nge tam bém
As leis de Newton estabeleceram as bases abordaram a mecân i
ca dos lui
f d os, mas se
paraa mecâni ca cl ássica, mas foram esten  guiram bordaa gens dif erentes. Euler de s
didas edese nvolvidas oa longo dos culos sé creveu omov imento de ont
p o s parti
culares
subsequ entes. O matemá tico e cient ista em um fluido , enqua nto Lagra nge div idiu o
suíço Leonard Eul er (1707- 1783) expa ndiu fluido em regiões eana lisou sua
s trajetó
rias.
o escopodas leis de Newton de partí culasOutro mate mático que deu contribuiçõ es
para corpos rígido s (corp os sóli dos ideali  signif icativas para amoderna mecâ nica prá

zados
out de
rasleistama nho
para e finito),q
xplicar uee a
formulo
s forçasu in
duas Elam
ter tica ilt
foi
ono(1805-
nobre
irl
andê
65). s Sirse
Em William
u tra Rowa
tadoOn an
nas dentrode um corpo não precis am serGeneral Methodin Dynam ics(1835),ele e
x
distribuí
dasigualmente. O prin cípio daação pressou a energi a deum sist ema m e termo s
mínima deEuler (quea natureza pr é egui de momentum eposição, reduzi
ndo a dinâ
çosa) tem muit as apficaç ões na Física - no mica aum probl ema no cálculode varia
tavelmente queluaz seg ue atrajetória mais ções. A ref
ormulaçã o feita porele damecâ 
curta. O brilhante m atemá í -francês nica clássicasna
tico talo equações hamil tonianas sà
Joseph-Louis Lagrange (1736-1813) su vezes é chamada de mecânica hamiltoniana.
cede u Euler com o diretor daAcademia edNo processo, ele de scobriu queexist e uma
Ciências de Berli
m. Ele ajudoua reuni r toíntima relação ent re a mecânica de New
ton e a ótica g eométri ca. O signif icado de
dos os no
toniana dese
nvolvime
sécu ntos ana
lo após mort m
ecânica
e de new
Newto n seu traba lho não foi evidenciado até o sur
e os re formulo u na mecânica lagra ngiana.gimen to da mecânic a quânt ica quase 001
Em MéchaniqueA nalytique (Mecânica Analí- anos depoi s.

90
COLOCANDO A MECÂNICA PARA FUNCIONAR

In é r ci a e gr avi dade v êm ju n t a s

Entre o enu ncia


do feito por Newto n das leis
SIR WILLIAM ROWAN HAMILTON
de inércia e gravidade eas teo rias darela
tividade de Einstein veio ísico
o f austríac o (1805-
1865)
Ernst Mach (1838-1916). Newto n acre di Brilhante desde a infância, Hamilton
tava que o paç eso fosseum pano deundo f aprendeu a ler aos três anos. Ele podia
absolutocontra o qu al o movi mento podia traduzir latim, grego e hebraico aos cin
serplotado. Mach discordava, zendodi que o co, compilou uma gramática da língua
movimento po de sersemprerelati vo a outro síria aos 11 e aos 14 compôs uma can
objeto uo ponto.Como Ei nstein, ele acredi ção de boas-vindas em persa ao embai
tava u qe somenteo movimento rel ativo faz xador persa que estava visitando Dublin.
sentido. Em consequência, a inérci a só pode O dom de Hamilton para matemática e
ser n e tendi
da se houver outrosbjetoo s para astronomia era tamanho que ele foi elei
compa rarmos o mov imento uo a imobilidade to professor de astronomia e Astrônomo
de um corpo.Se não exist issem strel
e as ou Real na Irlanda antes de se formar. Ele era
muito dependente de álcool como fonte
plantas,por exemplo,não seríamoscapazes
de dizer que a Terragira.O princípio de de alimento
parte de seue, trabalho
embora ele
na fizesse
sala dea jantar
maior
Mach — que lee não apre
sentou como princí
de sua casa, comia pouco além de cos
pio,foi Einste in quem cunhou o ter mo - foi
teletas de carneiro.
enunciado em term os bem ge rais como “a
Dúzias de pratos
massalá n i fluenci
a ainércia aqui
”. Sem mas
com ossos de
sa “lá” não pode haverinércia “aqui”. carneiro no
local foram
G rande e pequeno
encontrados
Embora a mecâ nica new toniana pare cesse entre muitos
funcio narbem para objetos ma iores no uni de seus pa
verso, ela começou a falhar quando aplicada péis após sua
aos objetos minús culos.Quando os sicos fí morte. Suas reali
tomara m ciênci a de partí culas atômicas e zações abrangeram os campos
subatômicas, eles descob riram queas leis da da matemática, astronomia, humanida
física,queeles onsiderava
c m serfixas e imu des, dinâmica, ótica e mecânica.
táveis para dasto sa coisas, nãopareci am se
aplicar m ais. As menores partículas podi am
fazer coisas estra
nhas. A confiançaconquis
tada omc dificuldadenasleis da sica fí tavadentes. Amecâ
es nica cl ássica atinge se
us li
naufrag ando,e no sécu lo XX essas leispas mites na esca la atômi ca, emvelocidades
sariampor um x eame rigoroso. próximas àvelocidade daluz, e em campos
Em vez de trabalhar com otomo á degravit acionais intensos.ntes A deexaminar
monstrandoque
mente expli
ca as todo
vam ideias ode
New
univton
erso, real
o
ele daátomo e como
natureza, em
precisaelparece
ltardesa
os vo fiar pouc
um sa leis
o
mostrou que com scae las muit
o peque nas e examinar a energia -a outra metade da
a matéri
a secomporta deforma s surpr een- equação massa-em-movimento.
CAPÍTULO 4

ENERGIA
campos e forças

Quando uma força age para mover uma massa, pa-


rece óbvio para nós que há energia envolvida. Logo,
pode parecer surpreendente que desde a Antiguida-
de, quando sefalava em força, a ener
gia tenha do
si
amplamente negligenciada pelos primeiros filósofos
naturais. O conceito de energia é relativamente novo,
aparecendo apenas no século XVII. De fato, o termo
“energia” (do grego energia, cunhado por Aristóte-
les) só foi introduzido com seu significado moderno
em 1807 pelo gênio e erudi to Thomas Young da (
experiência da fenda dupla). As formas mais óbvias
de energia são luz e calor, ambas as quais vêm livre-
mente do Sol. A humanidade também aproveitou a
energia química (liberada pela queima de combustí-
veis), a energia gravitacional de um corpo em queda,
a energia cinética do vento e da água em movimento
e, mais recentemente, a energia elétrica e nuclear.

O rai o e o vento representam m aciças expl osões de energia na


natureza, temidos po r s eu po de r des tr uti vo.
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

A con servação de energi a


Assim como a matéria é conservada, não
sendo criadanem destruí
da, a nergia
e tam
bém é conservada
. Ela pode rseconv ertid
a
de uma orma
f pa
ra outra - e é assim que
aproveit
amos energia pa ra realizar um tra
balho útil -, mas essa energ ia nuncaé real
mente asgta. Galileu notou que um pêndu lo
converteenergiapotenci al gravitacional em
energia cinética, ou energia do m ovimento.
Quando o pênduloatinge seu ponto ma is
alto da oscilação ele está momentaneame n
te parado e tem energiatenci poal má xima.
Esta é conv ertida em energ ia cinética qua n
do o pêndul o se move, e sete recobra ener
gia potencial quando sobe no outro adol de
suaoscilação.
I nventando a " en er g ia "
Não ficou imediatame nte óbvioque tipos
diferentes deenergiaãos equ A Relógios com pêndulo foram desenvolvidos pela
ivalentes. in
primeira vez em 1656 por Christiaan Huygens:
da hoje não há um entendi mento básicoo pêndulo sempre leva o mesmo tempo para
do que se ja exatamente en
ergia e como el aoscilar.

"Existe um fato,ou se você preferir, uma lei, que


governa todos os fenômenos naturais conheci-

dos até a presente data. Não há exceção conhe-


cida a essa lei- ela é exata, pelo que sabemos.
A lei é chamada de conservação de energia. Ela
estabelece que existe uma certa quantidade, à
qual chamamos de energia, que não muda nas
diversas transformações sofridas pela natureza.
Esta é uma ideia muito abstrata, porque é um
princípio matemático; diz que existe uma quan-
tidade numérica que não muda quando algo
acontece. Não é uma descrição de um mecanis-
mo, nem algo concreto; é estranho que podemos
calcular um número e quando terminamos de
observar a natureza analisamos suas manobras Uma esportista que patina no gelo pode
e calculamos o número de novo, é igual." acelerar seus giros mantendo os braços
Físico americano Richard Feynmann, 1961. próximos ao corpo, ou dar giros mais
lentos ao esticar seus membros.

94
A CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

*
funciona. O matemático alemã o Gottfried
Leibnitz (1646-1716) explicou matematica
mente aconservaç ão entre dif
erentes tipo
s
de energ ia, aos quais cham ou de vis va.
vi
Seu traba lho, juntamente com observações

do ma
Gravesatemático
nde e filósof
(1688- o hol
1742), fa
o i nd
ês Willem
aprimorado
pelo ísico
f ra
f ncês Marquise Emile Du Châ-
telet (1706-
1749), que definiu a energ ia de
um corpo emmovimento como prop orcio
nal à su a massa multiplicadapor suavelo
cidade ao quadra do. A atualdefinição de
energia cinética émuitopróxima diss o:

Ek= V2 mv2

L utando co m o fogo

As primeiras teorias sobre como e por que


as coisas queimam cent se ravam e m umOs humanos usaram o fogo durante milhares de
componente que se supunha ser matéria in anos sem entender como ele funcionava.
flamável,chamada flogisto. Quando o mate
rial eraqueimado, libera va o flogisto.Esta
não era realmente uma teoria sobre aner
e mentos - terra, ,arágu a e fogo - datando da
gia, mas sobre udança
m s físicas equímicasépoca deEmpédocl es (veja apágin a 30) e
provocadas pelo fogo. A teoria ori ginou-se subs tituiu-o por três tipos de terra: terrala-
em 16 67 como traba lho do químico Johannpidea, terra lui f da e terra pinguis. m E 1703,
Becher(1635- 1682). Ele revisou o modeloGeorg e Ernst S tahl 16( 60-1734), profes
antigo de ma téria queabrangia qua tro ele-
sor demedici na e quími ca na universidade

MÁQUINAS DE MOVIMENTO PERPÉTUO


O princípio da conservação de energia poderia sugerir que é possível fazer uma máquina
de movimento perpétuo: que usa a energia produzida para manter-se em ação, reciclando
constantemente sua energia de formas diferentes. A ideia foi sugerida pela primeira vez por
volta de 1150 pelo matemático indiano Bhaskara (1114-1185), que descreveu uma roda
que ao rolar derrubava pesos ao longo do comprimento de seus raios, o que propelia seu
movimento. Mesmo Robert Boyle, respeitado por seus conhecimentos, propôs um sistema
que enchia continuamente um copo de água, esvaziava-o e tornava a enchê-lo. Contudo,
todas as ideias para máquinas de movimento perpétuo são falhas, pois se perde energia na

fricção e com a ineficiência. No século XVIII, tanto a Academia Real Francesa quanto o Escri
tório de Patentes Americanas estavam tão sobrecarregados com solicitações e propostas de
máquinas de movimento perpétuo que as proibiram.

95
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

Laboratório de Lavoisier em
Paris.

de Halle na Alema nha,


mudou ligeirament e o
modeloe o renomeo u de
“flogisto” terrapinguis.
O flogisto era consi
dera do uma substância
inodora, sem cor ne m
sabor, ibera
l da por com
bustã o de uma ma téria.
Depois daliberaçã o do
flogisto, em geral a na
tureza damatéria quei 
mada é diferente,como quando ma a deiraalgo o f i queimado, nem o ferro se enferru
se transf orma m e cinza. oN entant o, se a jará nele.
matéri a for queimadame espaço fecha do, A teoria não se tornou favorável a uma
a queimapode nãor i até o na fi l, pois oarexplana ção químicaaté que Antoine-Lau-
se torna sa tura do de flogisto.Havia dif iculrent L avoisier (veja pág a ina 40) demonstrou
dades paraxpl eicar como às vezes osmetais que , qua ndo o materi al queima ou da oxi
, ele
ganham massaquandoqueimadosu oaquecombina com o oxigênio. A perc epção de
cidos(agora se be sa que les
e o f rmam óxi  qu e iss
o tinha igaçã
l o com proce
ssos vivo
s
dos), ma s os teóricos doflogisto davamuma- que a respira ção tambémexige oxigênio -
solução ardi losa para isso. E les laega vam foi aprimeira pist a de queos proces sos qu í
que às vezes o logistof micos são essênci a davida.
não em t peso, às vezes Enquanto o flogisto e
ele tem peso positivo e depois o x oigênio explica
às vezes seu peso é ne ram o processo quí mico de
gativo ; logo, a perda ed combu s tão, o próprio calor
flogisto po de aume n permanece u ummistério até
tar a massa da matéri a 17 37, qua ndo Du Châtel et
queimada. O flogisto propô s o quemais tarde foi
também temimplica rec onhecido como ra diação
ções para ferru a gem e infravermelha.
os siste mas vivo s - uma
criatura nã o conseg ue
viver no ar “impreg
nado deflogisto” ond e Georg Ernst Stahl.

96
A CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

GABRIELLE EMILIE LE TONNELIER DE BRETEUIL, MARQUESA DU CHÂTELET (1706-1749)


Filha de um aristocrata francês, Émilie Du quisou secretamente sobre as propriedades
Châtelet era considerada alta demais para do fogo. Neste, ela sugeriu que cores dife
uma mulher; por isso seu pai achava que rentes de luz tinham potências diferentes
ela não se casaria. Como consequência, ele para o calor, encobrindo a identificação da
empregou os melhores tutores para ela (ela radiação de infravermelho. Ela não ganhou a
falava seis línguas aos 12 anos), e cedeu ao competição, mas seu trabalho foi publicado.
interesse dela pela física e a matemática. Sua Um de seus experimentos envolvia der
mãe desaprovava e queria mandá-la para rubar balas de canhão em uma cama de
um convento, mas felizmente a opinião de barro úmido. Ela descobriu que ao dobrar a
seu pai prevaleceu. Émilie desenvolveu um velocidade da bala, esta ia quatro vezes mais
interesse pelo jogo, usando matemática fundo no barro, mostrando que a força é
para aprimorar suas chances de ganhar, de proporcional à massa vezes a velocidade ao
pois usava o que ela ganhava para comprar quadrado (m X v2), e não, como disse New
livros e equipamentos de laboratório. ton, massa vezes velocidade.

Émilie casou-se e teve três filhos. Como


seu marido costumava ir para
campanhas militares ou visitar
suas inúmeras terras, ela tinha
liberdade para prosseguir os es
tudos científicos e ter amantes -
provavelmente entre eles incluiu-
-se o escritor e filósofo Voltaire,
cujo verdadeiro nome era Fran-
çois-Marie Arouet. Ele certamen
te era seu companheiro íntimo e
passava muito tempo nas terras
de Du Châtelet em Cirey-sur-Blai-
se, onde o casal dividia um labo
ratório. Émilie traduziu Principia,
de Newton, e escreveu Institutions
de Physiques (1 740), que tentou
reconciliar as visões de Newton
e Leibnitz. Em 1737, ela entrou
em um concurso da Académie de
Science com um trabalho que pes

Émilie Du Châtelet foi uma notável


físicaum
era emprivilégio
um tempodos
em homens.
que a ciência

97
Termodinâmica Um dos experimentos de Rumford com barris de
canhão. Ele propôs que o calor move partículas,
O dese nvolvimentodo moto r a vapor e ed
e pode ser causado por fricção.
muitas utras
o máquinas com moto r durante
a Revoluçãondustrial
I significou que havia
uma necessi dade cada vez mais gent
ur e de
O modelo caló rico sugeria qu e o calor
entender atermodinâmica - como o calor
é uma fo rma de matéri a, um ipot de gás
é produz ido, transf
erido e como podeser
compartículasindestrutív eis.Os átomos de
empreg ado pararealiz ar tra balho físico.
Duas teorias sobre anaturez a do calor, nãocalor - ou calóricos -podiam es combina r
com táomos de outras subst âncias ou usar
mutuame nte exclusiv
as, mas inco mpatíveis,
espaços livres eesgueirar- se entreos áto
eram correntes no cu sé
lo XVIII: o mode lo
mos em outra matéria. avo L isier propôs a
calóricoe o modelomecânicode calor.
existência ed calóricos enquanto detec tava
O modelomecânico se baseia no mo
o flogisto. Ele acr
editava que os átomos ca 
vimento de partículas mínimas. A teoria
lóricos oss
f em um constituinte do oxigênio
cinética degases tem su as origens novro li
e sualiberaçã o produzisse o ca lor dacom-
Hidrodinâmica, de Daniel Bernoull i, pu
blicado em1738. Ele sugeri u queos gases
são forma dos po r moléculas emmovimen
to. Quando elas bombarde iam asupe rfície, "Agora estou tão convencido da não existên-
o efeito é de pres são; suaenergia cinét ica cia de calor quanto estou da existência da
é sentida como calor. Este modeloainda é luz."
Humphry Davy, 1799.
aceitoatualme nte.

98
TERMODINÂMICA

do gelo. Mas os de fensoresodmodel o ca


CONGELADO
lórico argument aram, sugerindo quea mas
Assim como se supunha que o calor fosse sa do calóri co era de
sprezível. Observaç
ões
resultado do calórico, alguns cientistas dos adicionais de Conde Rumfo rd deque oato
anos 1780 acreditavam que o frio pudesse de fazer uros
f no metal, como osbarris de
ser uma
sença de propriedade produzida
uma substância pela
chamada pre
canhão, produzia uma e
"frigó- norme q uantidade
de ca lor, juntamente com xperimentos
e
rica". Esta foi desacreditada pelo filósofo
realizados peloquím ico inglês lEumphre y
e físico suíço Pierre Prévost (1751-1839),
Davy (1778- 1829), deveriam ter de mons
que afirmou que o frio é simplesmente a
trado atodosque ateoria caló rica estava
ausência de calor e mostrou em 1791 que
errada,umavez que eles mo straram que o
todos os corpos, não importa o quanto
calor podia se r produzido por traba lho fí
pareçam ser frios, radiam calor.
sico. Embora algumaspessoasduvidasse m
da teoria calórica, as conclusõesdo Con de
Rumford e Davynão foramaceitas até que
bustã lor era produzidopor o físico in
o. Quando o ca glês James Prescott Joule (1818-
fricção,sso
i oco rria porque os átomos de1889) repet isse parte de seus experiment os
calóri nadospelo corpo em50 anos maisarde.
cos eram friccio t
movimento. Joule realizou experiências para demons
O físico Be njamin Thompson,Conde trar queo trabalhooderiap r conv
se ertido
de Rumfo rd (1753 E em calor. Por exe
-1814), nascido nos sta mplo,forçar gu á a fazen
dos Unido s, conduziu um exper
imentono do pressão através de
um c
ilindro perfurado
qual epsa
va gelo e o pesa va de novo depo iselev a a temperat ura daágua. sI so lev ou às
de derreter.leE descobriu que não havia di bases para ateoria da conserv ação de ener
ferença disce
rnível no peso, sugerindoque gia po r meio de suatransf erência em forma s
não havia ganho caló rico no derretimento dif
ere ntes, emostrou queo modelo caló
rico
de calor não esta va correto. (Estranham en
te, a conservaçã
parte od modeloo dacalóenerg
rico ias do
, poi tra calo
nsforrmava
fazia
o calo r emmatér ia, quejá se sabia que era
conservada.)
Joule calculou que a quantidade
de traba lho necessá ria para ele
var a temperatura de 450 g de
água emum grauFahren heit era

Equipamento de joule para medir o


equivalente mecânico do calor.

99
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

sobreos resultados.Joule concluiu que oac


A FÍSICA SE TORNA ESTATÍSTICA
lor é umaforma e d movimentodos á tomos.
A formulação de james Clerk Maxwell das Emborao modeloatômico da matéria nã o
velocidades moleculares forneceu uma fosseaceito universalmente naquela época,
forma de calcular a proporção de molé Joule teve pleno conhecimento dele pelo
culas com uma velocidade específica (ou químico n
i glêsJohn Dalton (veja a página
a probabilidade de uma partícula ter uma
41) e o ace
itava sinceramente.
velocidade específica) em um gás em
que as moléculas têm movimento livre.
AS LEIS DA TERMODINÂMICA
Foi a primeira lei estatística em Física. Ela
Três leis da termodinâmica estabelecera
m os
foi substituída pela distribuição Maxwell-
limites sobre o que
-Boltzmann, que refina a técnica e as su
pode enão po de ser fei

posições de Maxwell.
to em qualquer sist
em a que nvo
e lve ca
lor e
energ ia. As lei
s aparecera
m durante o século
XIX, umavez queo calo r ganhou aceitaçã
o
geral como o m ovimentodas partícul
as.
umaforça e d 838 pés-libras. Um
( pé-
libra é A primeira lei da termodinâmica, for
o torque- ou forçade torçã o - criado pelamulada por Rudolf Clausius 1 ( 822-1888)
força deuma libra agindo em umadistânciaem 18 50, é essenci almente uma decl ara
perpendicular dem u péde um ponto vô.) pi ção daconserv ação de nergi
e a: a mudança
Ele tentou métodos diferentese obteve re na energia tern in a de um sist ema éigual
sultados simi
lares,evando-
l o a aceitar quesuaà quanti a de calor fornecidoa ele me nos a
teoria e seus dados estavamaproximadaquantidadede trabalho reali zado pelo sis
mente corretos. tema.Em outras palavras, a energia nunca é
O trabalho de Joule o f i recebido sem criada nemdestruída. A lei, conforme stabe
e
entusias
mo, em parte por ntar
co com me di lecida por Cl ausius,foi baseada na dem ons
ções muitoprecisas - diferenças na tem pe tração de Joule de q ue o traba lho (ou ener
ratura de 1/
200 de um grau. gia) é equivalente oa calor. Asegunda leida
Quando (mais
Thomson Michael Fara
tarde day
Lorde William
Kelvin) ouvi
ramJoule apresentaru se traba
lho em 18 47,
ambos demon straram int eresse, mas levou
muitotempo para compartil hare m essa vi
são.
A primeira colaboração com Thomson
aconteceu quando os doi s se encon traram,
enquanto oJ ule estava em lua- de-mel. Eles
planejaram me dir a diferençana temperatu
ra da água notopo e na base de uma queda

d’água
se naticável.
r impra França
,Thomson
mas no inal
ef Joule
isso
se prov
ou
cor
Um motor a vapor converte a energia do calor
respondera
m de 18 52 a 1856; Joule reali em energia cinética para impulsionar um veículo
zava xperiências
e Thomson
e come ntavaou um maquinário.

100
TERMODINÂMICA

NICOLAS LÉONARD SADI CARNOT (1796-1832)


Nascido em Paris, França, Nicolas Carnot era matemático do motor a vapor que ajudou
o filho de um líder militar e primo de Marie os cientistas a entender como ele funciona

François Sadi
República Carnot,deque
Francesa foi apresidente
1887 da va. Embora Carnot expusesse suas conclu
1894. Desde
1812, o jovem Carnot frequentava a Escola sões em termos do modelo calórico, seu tra
Politécnica em Paris, onde provavelmente balho estabeleceu as bases para a segunda
tenha aprendido com físicos notáveis como lei da termodinâmica. Ele descobriu que um
Siméon-Denis Pisson (1781-1840), Joseph motor a vapor produz potência não por cau
Louis Gay-Lussac (1778-1850) e André- sa do "consumo de calórico, mas [por causa
-Marie Ampére (1 775-1836). O motor a va do] seu transporte de um corpo quente para
por, em uso desde 1712, foi imensamente um corpo frio" e que a força produzida au
aprimorado por James Watt mais de menta com a diferença na temperatu
50 anos depois. No entanto, seu ra "entre o corpo quente e o frio".
desenvolvimento foi em grande Ele publicou suas conclusões em
parte uma questão de tenta 1824, mas seu trabalho ganhou
tiva e erro e intuição, e de pouco reconhecimento até ser
pouco estudo científico. Na retomado por Rudolf Clausius
quela época, Carnot começou em 1850.
a investigar o motor a vapor, Carnot morreu de cólera
ele tinha uma eficiência média com apenas 36 anos. Para pre
de apenas 3%. Ele se propôs a venir qualquer contaminação, a
responder a duas perguntas: "O maioria de seus trabalhos e ou
trabalho disponível de uma fon tros pertences foram enter
te de calor é potencialmente rados com ele, restan
ilimitado?", e "Os motores do apenas seu livro

a calor podem ser aprimora como testamento de


dos substituindo-se o vapor seu trabalho.
por outro fluido ou gás?".
Ao tratar dessas questões,
ele chegou a um modelo Nicolas Sadi Carnot

termodinâmica, narealidade, fo cober- eficiênci


i des a da máquina depende da diferença
d primeira. Oengenheiromilitar em tempera
ta antes a tura entre osoisd corpos.Por-
francês tanto
, um mot or a vapor usando vapor su-
Nich
desc olasum
reveu S
aadi Carno
máquinat (vejacalor
de obox
idealc
aima
teó)- pera
um q ue
usacidopro
ndo duzirme
vapor ános
maisaquecido
traba
lhoe,doeven-
que
rica em que nenhuma ergia
en se perde ou tualmente,
é um motor (como adiesel)que
desperdiçadana fricção edemonst rou quea usa o cmbustível a uma temperatura mais

10 1
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

alta se
rá mais eficiente ianda. Como
O DEMONIO DE MAXWELL
mnitos dos traba
lhos sobre termodinâ
micano sé culo XIX, Carnot to mou o
Em 1871, James Clerk Maxwell propôs um
projeto do maqu inárioexistente com
o
exercício hipotético para tentar contradizer
pontode partida paraexplorar e expli
a segunda lei da termodinâmica. Ele descre
veu duas caixas adjacentes, uma contendo car o mecanismofísicoqueo fazia fun
cionar. A ci
ência prá tica impul sionava a
gás quente e uma contendo gás frio, com um
pequeno orifício conectando-as. O calor des-
ciência teórica.
loca-se da área quente para a fria, partículas
Carno t enuncio u suas descoberta s
rápidas colidem com partículas lentas provo em termos de calóricos, e foi Clausius
cando a aceleração delas e vice-versa. Even quem enu nciou novamente alei em ter
tualmente, o gás em ambas as caixas conte mos deentrop ia, dizendo que um siste
rá uma distribuição parecida de partículas e ma tende sempre a um estador maio de
velocidades e terá a mesma temperatura. No entropia. A entropi a é consi dera da co-
experimento, no entanto, um demônio, um mume nte comodesord
“ em”.Mais pr e
ente inteligente microscópico, posta-se em cisamente, é umamedida da indisponi-
um orifício regulando partículas que possam bilidade de energia um em sistema pa
ra
passar por ele. O demônio abre o orifício para realizar traba
lho; em qualquer sistema
permitir que partículas passem rapidamen real,certa energia seperd e sempreme
te da caixa de gás frio para a caixa de gás calor dissipa
do. Quando o combustível é
quente. Dessa forma, eleva-se a temperatura queimado, a energia conv
é ertida de um
do gás quente à custa do gás frio e diminui-se estado organizado (baixa ntro
e pia) par
a
a entropia do sistema. Mesmo assim, o siste um esta do desorganizadoalta
( ntro
e pia).
ma não pode contradizer a lei, pois qualquer A entropia total do universo aumenta
coisa que desem toda vez que há queima de combustí
vel.
penhe a função Clausius resumiu a primeira ea segunda
do demônio pre ‘ifg f lei dizendo que qua
a ntidade deenergia
cisa usar energia -
para trabalhar. Em «•* •* ~- / - no universo
suaentro perma
pia tende nece co
nstante
oa máximo. O fim ma
sdo
'
2007, o físico es * ■* V * universo, se isso or
f levad o ao extrem o,
cocês David Leigh \ \* *• . s , seráumavastasopa detomos á di
ssocia
fez uma tentativa L—- •... .: j i
dos. E ssa situação, cham ada morte do
em nanoescala em
universo por ca lor,foi propo sta p
elapri
uma máquina. Ela
,
m meira vez por Clausius.
separa partículas
que se movem rá %/•** A terceira lei da termodinâmica
pida e lentamen v i*• 7 — v seguiu bem mais tarde,em 19 12. De
te, mas precisa de
senvolvida pelo físico e químico alemão
** ! * Walther Nernst18 (64-1941), enuncia
uma reserva pró
L 1V - 7
pria de energia. que nenhum sist
ematempode tingi
ao rmoo
zero b
asoluto, cuja p eratura
vimento atômico quase cessa e a entro
pia tende aum mínimo ou zero.

102
CALOR E LUZ

Z er o A bs o luto Um termômetro de Galileu depende


t da variação na pressão com a
A terceira lei da termodinâmica
1 temperatura; ao zero absoluto, não
requer o conceit o de um a tem há pressão exercida, pois os átomos
peratur
a mínima aba ixo da qual não se movem.
nenhuma temperatura pode ir ca
- conhec ida c omo ze ro ab soluto.
Robert Boyle discu tiu pe
la primei
ra vez o conceitode umatempera se apressã o é manti da constante,
tura mínima possív el em 16 65, em o volume de um ás g aumenta em
New Experiments and Observations 1/ 273 para cada alta de 1°C acima
TouchingCold, noqual se referia à de zero.
ideia com oprimumfrigidum.Mui Disso,ele pôde xtrapolar
e no
tos ci
entistas daépocaacre ditavam vamente, 1 atribuindo -273°C ao
na existência de“algum corpo que zero bsol
a uto e aproximando-se
é, por sua própria natureza, sup re ainda mais damedid a correta.
mamente rio f e pela pa rticipação O problematomou umrumo

do qua
têm latodos
ess quali osoutros corpos
dade”. bo dif
queerente
o calo rde
pois
é meque Joule
cânico . Emmostrou
1848,
O físico ra f ncês Guillaume William Thomson (ma is tar de
Amontons (1663-1705) foi o pri Lorde Kelvi n) concebe u uma es
meiroa ataca r o pro blema na prá cala de temperat ura com base nas
tica. Em 1702, ele con strui u um leis da termod inâmica, e não na
s
termô metrode ar, e declaro u que propriedades de qualq uer subs
a temperatura em que oar nã o ti tância (ao ont cr ár
io de Fahrenhei t
nha “fonte” paraafetara medida era o “zeroe Celsius).Kelvin enc ontrou umvalor para
absoluto”. O zero na secala dele ra e em tor o zero b
a soluto que é aceito ainda hoje, de
no de 240- °C. O mate mático e fí sico su íço-273,15°C - muito próximo dovalor deriva
do do termômetro de ar e da teori a de Gay-
Johann
propô s Heinrich
e Lambert
uma sca (1728-1777),
la de temperatura que
absoluta -Lussa c. A escala Kelvin baseia-se naescala
em 17 nou esse dado para-270°C Cel
77, refi - sius, mas começaem -273,15°C, e não
muitopróxi mo daquele ace ito atualmente. em 0°C. Embora ltame
a nte influente, uma
Contudo, essa medida quasecorreta nã o vez que se tornou cavaleiro e foi indicado
foi ace ita universa lmente . Pierre- Simon Presi dente da Royal Society, Kelvin não foi um
Laplace eAntoine Lav oisier suge riram m e cientista muito
escla recidoe rejeito u tanto a
1780 queo zeroabsol uto pode se r 1.500 teo a ria da volução
e de Darwin qua nto a exis
3.000 raus
g ba
a ixo do pont o de co ngela tência de átomos.
mentoda água, e que no mínimo deve se r
600 gra us ab aixo do congelam ento. ohn J Calor e luz
Dalton atribuiu 300- 0°C. Jose ph Gay-Lus- Há milêni os estáclaro para a Humanidade
sac cheg ou mais perto,depois de investi que aluz do Sol ornece f luz e lor,ca ma s
gar comoo volume ea temperatur a deuma ligação ent re eles só foi exp licadarecen 
gás estã o relacionados.Ele descobri u que temente.A primeira pessoa que es sabe

103
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

O QUANTO É FRIO?
O zero absoluto não existe nem no espaço
externo. A temperatura ambiente no espa
ço externo é de 2,7 Kelvin, uma vez que a
radiação básica da micro-onda cósmica - o
calor resultante do Big Bang - está presen
te em todo o espaço. A área mais fria é en
contrada na Nebulosa de Bumerangue, uma
nuvem escura de gás com apenas 1 Kelvin.
A temperatura mais baixa já atingida artifi
cialmente é 0,5 bilionésimo de um Kelvin,
atingida brevemente em um laboratório do
Massachusetts Institute of Technology (MIT)
em 2003.

ter not ado essaligação of i um caadêmico Émile Du Châtelet estabeleceu uma li
italiano Giambattista delia Porta (c.1535- gação entre calo
r e luz quando notou queo
1615) que, em 1606 , notou o efeito dopoder d e aquecimento da luz variava com
aquecimento da luz. Erudito, deliasua Porta
cor. E
mbora isso ivessea se assemelhar
foi dramaturgo e cientista, tendo publicadoao espectro eletro
magnético e à descob er
sobreagricultura, quími ca, ífsica emate ta daradiaçã o de raios infraverm
elhos, não
mática. Seu Magiae naturalis (1558) inspifoi desenvolvido na época . Em 1901, Max
rou a unda
f ção da academia científica tia Planck (veja o inel
pa aseguir) fez uma des
liana, a Accade
mia de i Lincei, em 1603. (A coberta importante ligando a luz e o calor
página de título do livro foi ilustradaenquacomnto
o pesqu isava aradiaçãodo corpo
desenho
uma deum do
descrição lince,cient
e ista
oprólocom
goocoaquele
ntinhanegro
, mas ssee foi um avanço casual,
um
resultado acidental. Esta descoberta, no
que, “com olhos de lince, examina a quelasentanto
, viria a formara base damecâ
nica
coisas quee smanifestam,de modo que oa quântica.
observá-las possa usá-las com cautela.”)
R adi açã o do corpo negro e quanta de

ENERGIA
Muitos tipos dematerial bri
lham ao sere m
"[A solução quântica ao problema do corpo aquecidos, emit
indo uz
l quevai do verme lho
negro] foi um ato de desespero porque era passando do amarelo para o bra
nco. O com
preciso encontrar uma interpretação teórica primentodas ondasadluz emit idas atempe
a qualquer preço, não importando o quanto raturas ma
is alt
esse preço fosse alto".
quantoestas eas
s mé cada
ovem vez ma
para ais
extrcurt
o ade
emid en
Max Planck
azul doespe
ctro. À medida questee é cres-
a

104
CALOR E LUZ

A Accademia dei Lincei ocupa o Palazzo Corsini


em Roma desde 1883.

Embora ele quase tiv


esse obtido um re
sultado co
rreto para sua equação, eve
t de

fazer
perfeituma suposi
a. Essa çãoção
suposi estranha
eraquepara
emtorná-
vez dela a
luz vir da acixa me umfluxo constante , como
ele po deria esperar que conatecesse com a
onda, el a tinha deser cortada m epequenas
partes desco ntínuas ou em pacotes deonda
- ou qua nta. Planck não pretendia que os
quanta de energi a se torn
assem parte doec
nário da física. Ele osvia como um a rtifício
matemá tico engenhoso quefuturamente se
ria substituído por umanova de scoberta ou

cálculo
. Ele estavatotalmentenga
e nado!
O utras formas d e e ner g ia

Enqua nto a luz e o ca lor era


m exa minados,
centa
do à luz am arela evermelha, o brilho doalguma s formas novas de energia também
corpoquente setorna m ais branco e, depois,estava m chama ndo a atenção da muni co 
mais azul.O grá fico quemostrassa e distribui dade científica. Tipos de energ ia queforam
ção de calor e cor é chamado de curva dor co orados durant
expl e anos sóforamnomea dos
po negro. O “corpo negro ”éa lgo que ab sorve no século XIX. O cien tistafrancês De Cori o-
toda a radiaçã
o queincide sobrele.e Uma cai lis (1792-
1843) desc reve u a energia cinética
xa feit
a de grafite com um orif ício minúsculo em 1829, e o termo “energia potenci
al” oif
é uma boapro a ximação de um corpo negro cunhado peloísico
f esc
ocês Wilfiam Rankine
perfeito(o orif
ício unc
f iona como corpo ne
gro). Quando o corpo neg ro é aquecido,ele
brilha, radiando luz compri
a mentos deonda
diferentes pa
ra diferentes tempera
turas. Acor
da luz radiadapende
de to talmente da tempe

ratura, e onã
do materi al do corpo.
Planck tento
u calcular a quantidade xa
e
ta de luz emitida a omprimentos
c de onda
diferentes por umorpo c negro que consi
s
tissede umacaixa pretaom c umorifício mi
núsculo nela.

A 7500 K o corpo negro irradia luz no extremo


violeta do espectro; a 4500 K ele mudou para o
vermelho.

105
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

(1820-1872) em 185 3. O primeiroentre sa


fontes denergia
e reconhecidas recentemen
te foi a leetrici
dade
. Emboraos ra ios fosse
m
intercorrências onhecidas,
c gué
ninm havia
percebido que envol
viam eletri
cidade.

Descobrindo a eletricidade
O primeiro tipoa ser descobe rto foi a eletri

cidade státi
e ca. Me smo emtempos anti gos,
as pes soas sabiam queregar esf âmbar ou
azeviche gera va um tipode força qu e fazia
o materi al atrair plumas peda
e ços de ma te
rial, mas a natur eza da tração
a nãoera en
O espectroscópio, trabalhando a partir da luz
tendida. O filósofo natura l inglês ir
S Tho
emitida pela lava incandescente, pode ser usado mas Brow ne (160 5-82) definiu “elétrico”
para calcular a temperatura da lava a partir de como “um pod er de atrair palha e corpos
uma erupção vulcânica. leves, e conv
erte
r a agulha colo
cada livre-

MAX PLANCK (1858-1947)

Max Planck teve uma longa, mas trágica vida. um de seus filhos foi morto na Frente Ociden
Nascido em Kiel, no ducado de Holstein (atual tal, e outro, Erwin, foi levado como prisionei
Alemanha), ele primeiro quis ser um músico. ro pelos franceses. Sua filha, Grete, morreu
Quando perguntou para outro músico o que no parto em 191 7 e sua irmã gêmea, Emma,
deveria estudar, o homem lhe respondeu que morreu da mesma forma em 1919 (depois de
se ele precisava pergun casar-se com o viúvo
tar, ele não seria um de Grete). Em 1944,

músico. Ele, então, vi a casa de Planck foi


rou sua atenção para a inteiramente destruí
física, somente para seu da durante um bom
professor de física para bardeio aliado e seus
dizer-lhe que não havia trabalhos científicos
nada para ser descober e correspondências
to. Felizmente, Planck foram totalmen
se viu preso nisso e sua te perdidos. A gota
formulação de quanta d'água veio em 1945
preparou as bases para quando Erwin foi exe
a maior parte física do cutado pelos nazistas
século XX. por conluio em uma
A primeira mulher de trama para assassinar
Planck morreu em 1909, possivelmente de tuHitler. Planck perdeu o desejo de viver depois
berculose. Durante a Primeira Guerra Mundial,da execução de seu filho e morreu em 1947.

106
DESCOBRINDO A ELETRICIDADE

Cera dor de eletricidade de Otto


Von Guericke, ele funcionava com
eletricidade estática.

mente”. Em 16 63, o cienti sta ale


mão Otto Von Guericke onstruiu
c
o prime iro gerador eletrostático.
Guericke já tinha feito expe rime n
tos com a pre ssão do ar que mos
travam a possibi
lidade ed um vác uo (veja aos geradores de letrie cidade estática mera
página 37). Se u gerador eletro stático -ou atrações pulares
po empalestras de ciência
“máqu ina defricção” -usava um globo defeitas m e público . Duas pessoas, um pro 
enxofre que ao sergirado ericci f onado com fessor ho landês de ma temática cha mado
as mãos gerava uma carga. Isaac Newt on suPieter va n Musschenbroek (1692- 1761) e
geriuo uso de um globo de vidro em vez
de um de nxofe re, e em projeto s posterioo clérigo
(1700- 1748)alem
ão Ewald
invent GeorgVon Kleist
aram independenteme n
res foram empre gados outro s materiais.Em te a g arra
fa de Leyden po r volta de 17 44.
1746, uma má quina de rifcção co m umaComprimindo um frasc o até ametade ed
roda gra nde que irav g a vário s globos de água, com uma haste metal de ou com um
vidro usava uma espada e o barril de uma arameatravés da lhro a, este ra
e um meca
arma suspensos em cordas decomo sedanismosimples para rmaazenar eletrici
dade .
condutores; out ro usa va um a almofada de Um proj eto ma is eficiente tinhama u folha
courono u l gar da mão; e um, e f itoem 17 85,de metalna part e extern a dagarrafa.
envolvia dois cilindros cober tos de pele de Quando Von Kleist tocou la peprimeira
lebre que eram fricci
onados um no outro. vez em sua garrafa, um choque elétrico for
Experime ntos com eletri cidade pa ssa te o derrubou no chão. A garrafa deLeyden
ram aser mais comu ns no sécu lo XVIII, ese tornou umaferra mentavaliosa em expe
riências comeletricidade eé a origem do
capacitor moderno. en B jamin Franklin, in
vestigando a garrafa, descobriu que a carga
é manti da no vidro, e não na ág ua, como se
supôs anteriormente.

Folhas de outro batido


P i pa s e trovões
O cientista am
ericano Benjam in Franklin
Folha de de estanho
(1706-1790),que jaudou a esboçara De
clara
ção da Independência Americana, oi f
o primeiroa demonstrar a nature
za elétrica
do raio em 1752. Em um experimentofa
Garrafa de Leyden moso, ele testou asuteoria ligando uma

107
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

A PRIMEIRA MÁQUINA TENS


No Egito Antigo, peixes-gato elétricos (siluros) podem ter sido usados para fins médicos,
e certamente os romanos achavam o peixe negro torpedo útil para aliviar a dor. Como o
peixe negro torpedo (Torpedo torpedo) produz uma carga elétrica, pode ser usado como a
máquina TE NS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) para aliviar a dor. Os romanos
usavam o peixe para aliviar a dor de gota, de cabeça, em operações cirúrgicas e durante o
parto. O peixe não sobrevivia ao procedimento (presumivelmente porque fosse usado fora
d'água). Tentativas de imitar o efeito do peixe elétrico tiveram seu ponto alto no torpedo de
couro feito por Henry Cavendish em 1776. Depois de estudar o peixe, primeiro ele fez uma
cópia em madeira, mas descobriu que esta não conduzia bem a eletricidade. Seu segundo
peixe foi feito de pedaços de couro grosso de carneiro com placas finas de estanho em cada
lado para simular os órgãos elétricos. Ele ligou as placas à garrafa de Leyden e mergulhou o
peixe de couro em água salgada. Ao colocar sua mão na água perto do peixe, ele sentiu um
choque parecido àquele descrito por pessoas que sentiram os efeitos de um peixe torpedo.

vara de metal a uma pipa e amarrando uma pulares como entretenimentos científicos,
chave naoutra pontaodfio. Ele em pinou às veze s envolvendo voluntáriosinfelizes e
uma pipa durant e uma tempestade, com provavelmente participantes involuntários.
uma cha ve pendurada perto de umagarrafa A primeira pessoa a executar experiências
de Leyden. Mesmo sem raios, havia car
sistemáticas sobre eletricidade foi o fingi
ga elétrica suf iciente nas nuvens pa ra quedor inglês cienti
e sta a mador Stephen G ray
o fio úmid o conduz isseeletri cidadepara a (1666- 1736). Seu “bom menino” era um po
chave e fizesse ag f ulhas alcançar ga arrafa bre garoto de rua su spenso po r umacorda
de Leyden. Franklin sug eriu isolante enquanto segurava
que a eletri cidade pode ter uma haste devidro com
carg a neg ativa ou po sitiva. carga elétrica, a fgulhas vi 
Ele inventou o ara p -raios, nham deseu nariz quando
que leva acarga elét rica de ele atraía partículas minús
um ra io até aterra co m se gu culas ed folha de metal.
rançaatravés de umnduít co e Além de ser divertidas (pelo
de m etal,e tam bém inv en menos para o públi co), as
tou o alarme de relâmpa gos experiências de Gray, em
(veja o painel inte). segu 172 9, demonstraram con- a
dutividade - que a eletrici 
E letr i ci da de n a moda dade podi a ser tra nsmitida
Experimentos com eletri de um mat eri
al para outro
,
cida de tornar am-se po- inclusive pela gua. á Em
uma experiência parecida,
Benjamin Franklin realizou uma cargaelétrica erapas
experiências com raios para sada a
o longo de um a fila
investigar a eletricidade.

108
DESCOBRINDO A ELETRICI DADE

P ondo a e letr i ci da de para funci on ar


"Em setembro de 1752, ergui uma barra de
Antes de a eletricidade ser empregada, era
ferro para dirigir o relâmpago para dentro
preciso desco brir uma maneira deberar
li ou
de minha casa, a fim de fazer experiências
com ele usando dois sinos que avisavam
gerá-la qua ndo esta eranecessária. Aprimei
quando a barra estivesse eletrificada
. Um re-
ra cé lula elétrica, precur
sora ad bateria,oif
curso óbvio para qualquer eletricista. desenvolvida pelo ísico
f itali
ano Aless andro
Descobri que os sinos tocavam às vezes, Volta (1745-1827), que deu seu nome ao
quando não havia relâmpago ou trovão, volt, a unidade de medida para a potência
mas apenas quando uma nuvem escu- elétri
ca. Su a “pilha” elétri
ca, eita
f m
e 1800,
ra passava acima da barra; que às vezes consi stia de uma pilha de discos de zinco,
depois de um raio de luz eles paravam de cobre epape l imersos emoluçã
s o sali na. Ele
repente; e outras vezes, quando eles não não sabia por que isso produz ia umacorrente
tocavam antes, de repente, depois de um elétri
ca, ma s não importava com o isso un
f
clarão, eles começavam a tocar; que a ele- cionava. Aoperaçã o de íons pa ra transportar
tricidade às vezes era muito fraca, de modo uma carg a elétrica acabou sendo descrita em
que quando uma faísca pequena apare- 1884 pelocient ista sue
co Sva nte AugustAr-
cesse, outra não apareceria no momento rhenius (18
59-
192
subsequente; outras vezes as faíscas se se- Ohm (1789- 1854)7). O uma
usou físico lemã
a o odaGeorg
versã célul
a
guiriam com rapidez extrema. E uma vez o de Volta parasuas próprias investi
gações de
sino tocou continuamente, balançando de eletri
cidade quelevou àsua formulaç ão da lei
um lado para outro numa distância equiva- queleva seunome, publ icadaem 18 27. A ei
l
lente à pena de um corvo. Mesmo durante de Ohm enunci a que quando aeletricidade é
a mesma rajada, as variações entre as ba- transport
adapor umcondutor:
daladas eram consideráveis."
Benjamin Franklin, 1753. I = V/R

onde Ié a corrente emmpè


a res, V é a dife

de home
mico C nslesvelho
har Dus Fay
de m ãos8-17
(169 da
da
36s.
), O quí
  rença
traba obrn s. Apotenci
resal
istêem voltsdo
ncia e Rmaterial
é aresistênci
perma a em
nece
lhandoem Paris,desenvolveu o trabalho de constantendepende i ntemente da ltag voem,
Gray, e em 1733 concluiu que todo objeto po rtanto a alteraçã o da voltag
em afeta di
reta
e toda criatura vivente contémletri ecidade. mente co a rrente.
Ele demonstro u que aeletri cidadevem em
duas forma s - negativa, por ele chama da
“resinosa”, epositiva, ou “vítrea”.Em 1786,
o físico italianouigiL Galvani (173 7-1798)
experimento u transmit ir um a corrente elé
trica por sap os mortos,fazendo su as per
nas se contraírem espa smodi camente. Isso
levou-o a conclui r queos nervos dossaposnome Georg éOhm,
usadocujo
agora
transmitem um impu lso elétrico que faz os como unidade de
resistência elétrica.
músculo s de suas perna s funcionarem .

109
£
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

E sp e r an do n o s basti do r e s: Uma magnetita


é naturalmente
MAGNETISMO
magnética e atrairá
Não podemos ir muitoadia
nte com metais magnéticos
a eletri
cidade sem falar o
ds mag- como o ferro e o aço.
netos. Aforça q
ue alguns ma
teriais
têm d e atrair ferro, ou dealinhar
norte-sul, foi notadapelos antig os,
mas erainexplicável e deve ter pa tinha 24divisões bá
recido algo mág ico. sica
s, os tipo
s euro
De acordo com Aristót eles, peus sempre vera
ti m
Thales c.625-
( 545 a.C.) deu uma 16. Além di sso, a
descrição de magnetismo noséculo bússola só pareceu
a
VI a.C. Por volta de 800 a.C., o cirurgião e no Oriente Mé dio depois queseu uso regis
escrito
r hindu Sushruta descr eveu o so u detrado pela primei
ra vez naEuropa, sugerin
magneto s para remov er farpas de me tal do do quenão passou peloOrient e Médio da
corpo.Outrareferênciantiga a ao magnetisChina pa ra a Europa. Finalmente,embora
mo
critoéenco
no ntrada
lo IV m
sécu ea.C.
umcha
trabalh
o och
madoBo k in
ofês
thees as bússolas chinesas ssefo
m feitas para indi
car o uSl, as europeias sempre indicaram o
Devil Valley Master, que diz: “magneti ta faz Norte.
o ferro seaprox imar ou la e o atrai”. Uma As primeiras investigações científicas do
magneti ta é um peda ço de pedramagneti za magnetismo o f ram realizadas pelonglêsi
do naturalment e. Rochas de magnetita comWilliam Gilbert (1544-1603), um cientis
a estrutura cristalina certa podem ser mag ta da corte ed Elizabe th I. Gilbert cunhou
netizadas por raios. Os adivinhos chines es a palavra lati naelectricus,
signif
icando “de
começara m a usar magnet itas em mesas deâmbar”. Ele publi cou seu livroDemagnete
adivinhação durante oculo sé Ia.C. A s mag em 16 00 de screvendo muitas experiênci as
netitas podem er t sidousadas m e bússolasque fizeraparatentar descob rir anatur eza
desde
ma do 270
de ,uma
mas bússo
o primeiro
la uso conf
para ir do m
a priageira
m netismo e daoelet
exp
lanaçã ricidade.
sobre E
lcid
e ade
a capa da
va
navegação apareceu misteriosa de a agulha dabússol a apon tar
em no livro de Zhu Yu parao norte-sul, revelando verdade
a r
su
Pingzhou,Table Talks, preend ente de quea Terra emi sé magné
em 1117, que diz : “O na tica.Gilbert conseguiu refutar a re
cnça
vegador sabe a geografia, popular entre os marinheiros de
ele olha as estrelas noi
à que o lh
ao impedi a a bússola
te, observao Sol durante o
dia;quandoo dia é escuro e
nublado, ele olha a bússola”.
A bússola de navegação pro
vavelmente foi desenvolvida Uma bússola usa o campo
magnético da Terra para
de forma independenteEu na auxiliar a navegação.
ropa. Enqua nto a búss ola chinesa

110
ELETROMAGNETISMO - O CASAM ENTO DA ELETRICIDADE COM O MAGNETISM O

Um ferreiro fazendo um
magneto, retratado em
De Magnete, de William
Gilbert.

de funcio nar(os q ue diri


giam o leme onãpodiam
comer laho pertoda bús
sola do navio ), e a ideia
de que uma vastamonta
nha ma gnétic a perto do
Polo Norte a trairia todos
os preg os de ef rro para
fora deum na vio que es
aproximassedele.
A força potencial do
magnetismofoi reconhe reções poo stas, estabel
ecendoa basepara a
cida emhistórias do caixão de ferroMao- de eletrodinâmica. No ano seg uinte, Mi
chael
mé, que u s post
amente lutf uava no ar ao serFaraday fez uma experiênci
a em quecolo
posicionado entredoismagnetos.(Eviden cava um ma gnetoem um disco de mercúri o
temente,se esse espetá culo fossereal,apee suspendia um fio acimadele, mergulhan
nasum ma gneto acima do túmulo teria sidodo-o no mercúrio . Fara
day descobriu que
necessário, pois a ravidade
g teria
ornecido
f quando ele pa ssava um a corrente étri
el ca
o impulso para baixo.) pelo io,
f estafazia o magneto girar.leE cha
mou isso de “rot ações eletro
magnéticas”, e
El etr om agneti smo - o formariaa base do motor elétrico. De fato,

casam
co m o ento da el
m agneti etr ic ida de
smo um
campocam po
el magnéti
étrico co-versa
e vice em mudança
. era
g um
Aplicações práticas para a eletricidade co Faradaynão conseg uiu enco ntrar em
t
meça ram a aparecerno n i ício do séc ulo po par a cont inuar seu tra balho sobre ele-
XIX. Em 18 20, Christi an Orste d (17 77- tromagnetismo mediatam
i ente,e coube oa
1851) notou queuma corrente elét rica po cientist a america no Joseph Henry (179 7-
dia defletir a agulha de uma bússola.Esta 1878) des envol ver oprimeiro el etromagne-
era aprimeira dica deuma conexã o. Ape to po tent e e
m 1825 . Ele descobriu queao
nas umasemana de pois, André-Marie Am-enrolar ifo iso ladoem volta de um magneto
pére de u um relatomuito mais detalh ado. e passar uma corrente pelofio, ele podi
a au
Ele dem onstro u naA cademiede Science que, mentar ba stante apotência do ma gneto. Ele
construiu um letroe magneto que podia er
quandoelétr
rente fios
ica,para
eleslelopode
s carreg am
m atrai r uma
ou re poc
elr
ir guer um peso de qua se 1600 kg. Henry tam
um ao outro, dependendo de uas scorren bém s
e t
abeleceu as
base s para o tel
égrafo
tes correrem na mesma direçã o ou em di  elétrico
. Ele colocou 1,7km de fiaçã o pela

11 1
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

Albany Academy e depois passou eletricida


CAMPOS E FORÇAS
de pelo io,
f usando-o paraacionar um sino
no outro extremo.Embora am S uel M orse Um campo é a forma em que uma força é
transmitida por uma distância. Um campo
(1791- 1872) aca
bassedesenvol vendo ote
magnético é aquela área em que uma for
légrafo, Henry provou que o conce ito era
válido. ça magnética opera. Em geral ela é mos
Se existe um no me que se destaca m e trada na forma de linhas que radiam do
polo norte de um magneto para seu polo
relação à eletri cidade, prov
avelmente ja se
sul. A força de uma força eletromagnética
o deMichael Farada y. Embora lee estives
ou gravitacional reduz em relação ao qua
se ocupado em d ais para cont
inuar o traba
drado da distância da fonte - portanto,
lho sobre eletro magnetismo nos anos 182 0,
a duas vezes a distância da fonte, a força
depois de u s a primeira experiência,
ele reto
tem apenas um quarto de sua força srci
mou o ssunto
a em 18 31 edescobri
u o pri n nal. A lei do quadrado inverso que relaciona
cípio da indução elétrica. Farada
y atou dois forças foi notada pela primeira vez por
fios enrolados emtorno delados opostosNewton em relação à força gravitacional.
de um anel deerro f e passou uma corren te
através deum fio. Isso magnetizou o ane l e
induziu brevemente umacorrente no outro introduziu os termos e letrodo , anodo, cá
fio enrolado,construindo oimeiro
pr transtodo e íon, espe culandoque parte de um a
formador elétri
co. Seis se
manas depois, elemolécula ra e envol vida em mover eletrici
inventou odínamo,no qua l um m agnetodadeentre o cá todo e o ânodo.A verdadeira
permanen te é empurrado para trás parae naturezaasd soluções iôn icas e ua s conduti -
a frente, atra
vés deum fio enrol ado, ndu
i vidade foi explicada finalmente por Arrhe-
zindo uma corrente no fio. Alei da induçã o nius,que ganhou o prêm io Nobel po r esse
de Faraday stabel
e ece qu e o fluxo magné trabal
ho em 1903.
tico quevaria no emt po produz uma força
eletromoti
va propo rcional.Toda ageração A lvorada d e u m a nova e r a m ag néti ca

deseiaeletri
ci
sdade
ne se
se princíba Aproveitando o trabalho prático de Orsted e
pio. Faraday, James Clerck Ma xwellusoua ma
Faraday também temática paradar sustentaçã o à relaçãoen
tre eletri
cidade e magnetismo. O resultado
foram qua tro equações, ubl
p icadas em 1873,
quedemonst rara
m queo eletro magnetismo
é uma forçaúnica.Einstein co nsidero
u as
equações de M axwellcomo a ma ior desco
berta emfísica desde que Newton formu
lou a lei da gravidade
. O eletromagnetismo
agora éreco nhecido como umaasd qua tro
força
s fundamentais queantêm
m ouniverso
em ordem -sendo as outras a ravi
g dade eas
forçasnuclearesfortes efracas queoperam
dentroe entre os átomos. Na menor esca la,

112
ELETROMAGNE TISMO - O CASAMENTO DA ELETRICIDADE COM O MAGNETISMO

"Esta foi a primeira descoberta do ato de que uma corrente galvânica poderia ser transmitida a
uma grande distância com uma força tão diminuta a ponto de produzir efeitos mecânicos, e dos
meios pelos quais a transmissão poderia ser efetuada. Vi que o telégrafo elétrico agora erapra-
ticável... Eu não tinha em mente qualquer forma específica de telégrafo, mas referia apenas ao
fato geral que agora estava demonstrado que uma corrente galvânica poderia ser transmitida a
grandes distâncias, com potência suficiente para produzir efeitos mecânicos adequados ao objeto
desejado."
Joseph Henry

as forças eletromagnéticas /SjM Equipamento de Faraday


ligam íons emmoléculas e J y, \é para demonstrar a
fornecem aatraçã o entre r sjf m
rotação eletromagnética.

os elétro
ns enúcleos deum r jf T
átomo.
Maxwell explicou como íI 1
tanto os campos elétricos
quanto magné ticos surge
m k
das mesma s ondas elet ro
magnéticas. U m campo
elétri
co variávelé acompa
nhadopor umcampo mag
nético que varia de forma
semelhante e reside emângulos reto
s a ele.te do espectro eletromagnético. Einstein
Ele descobriu tam bém que a onda de cam incorporou o tra balhode Maxwellem suas
pos eletromagnéticos atravessao espa
ço va teori
as da er lativ
idade, dizendoque se um
zio de 300 milhõ es demetros por segundocampo eraelétri co ou ma gnético, depen
-berta
a velo cidade
, da luz. Esta
todos foiumam descoVisto
dia da
deref
chocantee nem ifcara satis erência de quem o e stava vendo.
um ponto de referência, o campo
feitos com aconcl usão de qu e a luz faz paré magnético. Visto de um pontodiferente,
ele é elétrico.

Um campo magnético é demonstrado pelo


arranjo de agulhas de bússola em volta de um
magneto.

113
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

LEIS DA INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA


DE FARADAY
1. Um campo eletromagnético é induzido
em um condutor quando o campo eletro-

magnético que o circunda muda.


2. A magnitude do campo eletromagnéti-
co é proporcional à taxa de mudança do
campo magnético.
3. A noção do campo eletromagnético
induzido depende da direção da taxa de
mudança do campo eletromagnético.
Aparelho de Faraday que mostra indução
eletromagnética entre duas bobinas. Uma
bateria líquida à direita fornece uma corrente, A próxima forma de energia a ser des
e a bobina pequena é movida manualmente cober ta foia dos ra ios X. Embora o sico fí
para dentro e para fora da bobina grande para
alemão Wilhelm Conrad Röntge n (1854 -
induzir uma corrente nesta última, indicada pelo 192 3) nomea sse edescrevesse os iosraX, e
galvanômetro à esquerda.
em geralessa descobert a seja credi tada a
ele, em 18 95 elenão foi, de fato, o primei
Ma i s ondas
ro a obse rvá-las. E les fo ram detectados pela
EmboraMaxwellprevisse a existênci a de prim eira vez por vo
lta de 1
875 peloseu fí
ondas derádio, elas não foram observa sicoamigo e conterrâ neo JohannWilhelm
das até queo físico alemão Heinrich Ru- Ha ttorf (18
24 -1914 ). Hittorf foi um d os in
dolf Hertz (1857- 1894) gerasse on das ele ventores do tubo de crookes, um aparelho
tromagnéticas com m u comprimento de experime ntal usado para investigar raios
onda de4 m em seu laboratório em 18 88.catódicos.Consiste de um vácu o dentrodo
Hertz nã o reconheceu o sig nificado de on qua l um fl
uxo deelétrons lui
f entre umcá
das de rádio e, quando pergunt ado so bretodo e ânodo, sendo um precurso r do tubo
o impactode suadesc oberta lee teri a dito, de raio catódico usa do em telev
isores n ates
“Acho que nenhum ”. Assim como rar ge do adventoda moderna tela de plasm a. Hit-
ondas de dio. rá Hertz descobriu que elastorf des cobriu issoo adeix ar placa s fotográ
podiam ser transmiti das por me io de alguns ficas pe
rto do tubo decrookes everificar
materiais , mas batiam em outros evoltavammais tar de que lgumas
a estav
am marcadas
- uma qua lidade que mais tarde levariao a po r sombra s, mas le
e nã
o investi gou a ca usa .
desenvol vimento do dar. ra A descoberta Outros cientistas tamb ém e
s ta
vam inves
de ondas de rádio tornou a explicação de tigando os ra ios X antes deRöentge n pro-
Maxwell so bre radiação eletro magnética
irresistível. Nos anos se guintes, adesco
berta de micro-ondas, raios X, n i fraver "Converter o magnetismo em eletricidade."
melhos, ultravioleta e gama compl etou o Lista de coisas a fazer de Michael Faraday,
1822; realizada em 1831.
espectro eletromagnético.

114
MAIS ONDAS

MICHAEL FARADAY (1791-1867)

Nascido em Londres de família pobre, Fara- Em 1826, ele instituiu as palestras de Natal
day saiu da escola aos 14 anos e foi apren na Instituição Real e os discursos de sexta

diz de encadernador, educando-se com a à noite - eventos realizados ainda hoje. Fa
leitura de livros de ciência com os quais eleraday deu muitas palestras, tornando-se o
trabalhava. Depois de ouvir quatro pales principal palestrante de sua época. Ele des
tras dadas por Humphry Davy na Instituição cobriu a indução eletromagnética em 1831,
Real (Royal Institution) em 1812, Faraday es estabelecendo as bases para o uso prático de
creveu para Davy pedindo emprego. Davy eletricidade, que havia sido considerado an
recusou a solicitação no início, mas no ano teriormente um fenômeno interessante, mas
seguinte empregou-o como químico assis de pouco uso real.
tente da Instituição Real. No início, Faraday Em reconhecimento a suas realizações,
só auxiliava os outros cientistas, mas depois ofereceram duas vezes a Faraday a presidên
começou a conduzir seus próprios experi cia da Royal Society (e as duas vezes ele a
mentos, incluindo aqueles com eletricidade. recusou), e um título de cavaleiro (também
rejeitado por ele). Ele pas
sou seus últimos dias em
Hampton Court Palace, em
uma casa que lhe foi dada
como presente pelo con
sorte da rainha Vitória, o
príncipe Albert.

Michael Faraday em seu


laboratório na Instituição
Real.

ios X da mão de sua esto de bá


duzir os famosos ra rio e um tubo deroo c kes e
nvolto
posa eexplicaresse fenômeno. sAanotaçõescom papel pre to. Ele identificou um brilho
de laboratóri
o de Röntgen foram u
qeimadas verde fraco da tela e percebeu que algum
bertipo de raio estavapassando pel
após suamorte; por isso éimpossível sa o cartãodo
exatamente o que aconteceu,mas parecetubo efazendo atela brilhar. El
e investigou
que ele estava inv
estiga s os ra
ndo raios catódico ios e publ
icou seus achados do is mese
s
usando umatela pintadacom platinociane-depois.

115
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

EQUAÇÕES DE MAXWELL
A primeira equação de Maxwell é a lei de A terceira equação descreve como a mu
Gauss, que descreve a forma e a força de um dança de correntes elétricas cria campos
campo elétrico, mostrando que ela reduz magnéticos.
com a distância seguindo a mesma lei do
quadrado inverso que a gravidade.
dt
$EdA =(I^ vxe =-^5-
Eo ôt
V •E = p/E0
A quarta equação descreve como a mu
A segunda equação descreve a forma e dança de campos magnéticos cria correntes
a força de um campo magnético: as linhas elétricas, e também é conhecida como lei da
de força sempre vão em loops do polo norte indução de Faraday.
para o polo sul de um magneto (e um mag-
neto sempre deve ter dois polos). |B-rfs = « 0e0 ^E+oc 0ienc

$ B - í/A=0 VxB =«t)E0^+ «oyc


V-B = 0

R a d ia ç ã o fotográ fica sobre um disco de sais fosfores


Quando o ísico f ra
fncês Henri B ecquerel centesquetinhamsido“carregados” Sno ol,
(1852- 1908) so ube o ds raios X em 18 96, eárea s de luz apareciam na placa.oAcolocar
que lees vinham deum po nto claro an parede um obj eto de me tal entr
e a placa e o pra to,
de um tubode crookes, ele suspeito u queobele pro duziu uma imag em desombra dobo
jetos fosforescentes também pudessem emitir jeto na placa fotográfica, assim como as placas
raios X. Becqu erel o
f i professor defísicano de raios X de Röntgen. Em um experime nto
Muse u Franc ês de Hist ória Natural e, pormaior, ele preparou sua montage m e planejo u
tanto , tinha acesso auma rgande col eção dedeixá-la a o Sol.Emborao Sol ã no apare cesse
materiais o f sforescente s. Ele descobriu que , em Pari s durante vári
os dias, Becquerel de
se pudesse absorv er energia luz da doSol porcidiu desenvol ver aplaca de qualq uer orma
f ,
um tempo,esses ma teriai
s brilhari
am no esespe rando não enco ntrarnada. ara
P suasur
curo até que a energiaosse f consumida.nEpresa , ele descobriu uma imagem - os sa is de
tão desco briu que seenvol vesseuma p laca urânioqueele es tavausando pareciam emit ir
raios X semexposiçãoo aSol , aparentemente
violando a lei de conservação de energia para
"Mal podemos evitar a conclusão de que a produz ir energia a parti
r do nada. Suas inves
luz consiste de ondulações transversais do tigações pro sseguiram ele e desco briu quea
mesmo meio que é a causa de fenômenos radi açã o não eraa mesm a que ados raio s X,
elétricos e magnéticos." umavez quepodia ser flet de ida po r umcam
James Clerk Maxwell, c. 1862. po ma gnético, e assim de veri
am consistir de

116
MAIS ONDAS

"Não tem serventia nenhuma [...] este é


apenas um experimento que prova que o
mestre Maxwell estava certo - essas ondas
eletromagnéticas misteriosas não podem ser
vistas a olho nu, mas elas existem."
Heinrich Hertz, sobre sua
descoberta das ondas de rádio em 1888.

HAJA LUZ

O primeiro serviço público de eletricida-


de foi em Godalming, Surrey, Inglaterra,
onde iluminação elétrica de rua foi insta-
lada em 1881. Um moinho d'água no rio
Wey dirigia um alternador Siemens que
Raios X que Röntgen fez da mão de sua mulher, acendia lâmpadas na cidade, fornecendo
a primeira imagem de raios X produzida; sua eletricidade para várias lojas e outras ins-
aliança é claramente visível. talações.

partí
culas carre
gadas. E le nã
o realizou mais quando descob riu queo minériodo qua l
traba
lhos sobreo assunto,contudo,deixou o o urâ nio derivava,a pechbl enda , é mais
campo aberto parafísicaa xpe erimental a
Mradioativo que o própri o eleme nto. Isso
rie Curi
e, nasc
idana Polônia. sugeria que havia outroseleme ntos mais
Marie C urie 1( 867-1934) estava trabaradioativos no minério.Com se u marido
lhandoem seu PhD com “ra ios deurânio” Pierre, ela e
xtraiu doi
s desses elementos -

FREQUÊN CIA AUME NT AN DO (v) <•—

10 24 1 0 22 10 20 10 18 10 16 10 14 10 12 IO 10 108 106 104 102 10° v (H z)


1 1 1 1 1 1 1 1 I I I I I
II

í!
1 1 1 IIII
0-16 10-I4 10-12 10-1° 10-8
IO'4’ 10 ^ 10 2 10° 102 104 106 108 X(m )

COMP RI MENTO DE ON DA (X) —>


ESPECTRO VISÍVEL

O espectro eletromagnético,
de raios gama a longas
ondas de rádio.
400 500 600 70 0

COMP RI MENTO DE ON DA AUMENTAND O(X) em NM -*

117
ENERGIA CAMPOS E FORÇAS

do na Nova Zelândia Ernest Rutherf ord


BECQUEREL PARA SEMPRE
(1871-1937), trabalhando no laboratório
A cadeira titular de física no Museu Fran de Cavendish, em Cambridge. Rutherford
cês de História Natural era herdada. Fun foi a primeira pessoa aser admitida em
dada por Antoine Becquerel (1 788-1878), Cambri dge como alunopesquisa dor, em
em 1838 foi ocupada por um Becquerel
sem interrupção até 1948, quando o in- vez de passar para pesquisa depois de ter
o diploma universitário . Ele saiu daNova
cumbente não conseguiu gerar um filho
Zelândia para pleitear uma bolsa deestu
para passá-la adiante.
dos dois me ses antes deRöntgen desco
brir os a
r ios X, mas só con seguiu o cargo
polônio e rádio. Foram quatro nos a de sde por acaso. Ele foi um dos ca ndidatos para
suadesco berta em 1989 até extrair um dé bolsa e não foi escolh ido, mas o candida
cimo de ramag derádio, usando neladas
to to aprovado desistiu. Rutherford começou
de pechbl enda. P ierre descobri u que um a trabalhar em ondas de rádio e pode ter
lg de rádio podia aquece r um lg e um terchegado à transmi ssão delongo alcance
ço de água do pont o de con gelamento atéantes deMarconi, mas comoele nã o esta
o pontode fervura me uma hora- e pova interessado
las, no potencial
nãoexplorou ess
a descobcomercial
erta
. de
dia continuar fazendo isso continuamente.
Parecia energi
a do nada, uma scoberta
de Quando Rutherford voltou sua aten
surpreendente. ção para aradiação,descobri u que afor
O casa
l não sabia que rma
fo de ener ma que Becquerel tinha descoberto era
gia a radioatividade era. A descoberta composta
foi de dois tipo s diferentes: radia
feita pe
lo químico e físico in
glês na
sci- ção alf
a , que pode rsebl
o quead a por um a
folha de papel ou lgunsa centí
metros de
ar, e a radiação b eta, que podeenet p rar
mais na matéria. m E 190 8, Rutherford
mostrou que aradiação alf a é um fluxo

de partí
os seus cul as ns.
elétro alfa:A áradiaçã
tomoso de hélioco
beta nsem
sis
te deelétro ns que se movem rapid amente
- como um raio catódico, mas com ma is
energ ia. Em 19 00, Rutherford des cobriu
um terceirotipo de radiação,que ele cha
mou degama. Como os ra ios X, os raios
gama formamparte do espe ctro eletro
magnético. Eles ã so ondas de alta energia
com u m comp riment o de onda ainda ma is
curto queos raios X. O traba lho de Ru
therford e l vou-o para dentr o do átom o,
que é nosso próximo destino.

Ernest Rutherford

118
MAIS ONDAS

P rocuram -s e átomos

O trabalho em termo
-
dinâmica on final do MARIE CURIE (MANYA SKLODOWSKA, 1867-1934)
século XIX anulou o Nascida em Varsóvia quando a Polônia foi ocupada pela
modelo calórico e le- Rússia, Manya Sklodowska não teve chance de frequentar
vou físicos como o aus- uma universidade em sua terra natal, por isso foi estudar
tríaco Ludwig Edua rd em Sorbonne, Paris. Lá ela conheceu e casou-se com Pier-
Boltzmann eJames Clerk re Curie, que já estava trabalhando em materiais magné
Maxwel l a acredit
ar que ticos. A gravidez atrasou seu PhD, que era sobre o tópico
o calor é umamedida da de "raios de urânio". Ela tinha de trabalhar em um galpão
velocidade emque aspar- seco, uma vez que os acadêmicos temiam que a presen
tículas estã
o semovendo, ça de uma mulher no laboratório provocasse uma tensão
embora nãoestiv essem sexual tamanha que pelo menos os homens acabariam
certos da natu reza da s não realizando trabalho nenhum. Em 1898, ela começou
partículasenvolvidas. A a trabalhar isolando
transferência de calor e os elementos radioa

a conduti vidadeda ele- tivos desconhecidos


tricidade poderiam ser da pechblenda (mi
nério de urânio). Seu
entendi das plenamente í
marido Pierre aban
se ifcasse lcaro que elas
donou sua própria
dependi am deum mo de-
pesquisa para ajudá-la.
lo atômico da matéria.
Eles descobriram dois
Para aeletricidade pas-
elementos radioativos,
sar porum conduto r, os
o polônio (cujo nome
elétrons devempassa r
foi dado em homena
entre os tomos;
á para o gem à Polônia) e o rá
calor se m over de um dio. Em 1903, Marie e
lugar pa ra outro por Pierre Curie ganharam
condução ou conv ecção, o Prêmio Nobel em Física, que compartilharam com Henri
as part ículas deveme s Becquerel. Apenas três anos mais tarde, Pierre morreu de
mover. A aceitação do pois de escorregar em uma rua de Paris e ter o crânio es
modeloatômicoda ma- magado pela roda de uma carruagem puxada por cavalos
téria navirada do culo
sé que passava por lá. Ele podia estar sofrendo de ataques de
XX abriu sa portas rapa tontura, um sintoma da doença provocada pela radiação.
se explorar o interio
r do Marie morreu de leucemia em 1934, também vítima da ex
átomo,e isso, por sua posição à radiação. Seus cadernos de anotação permane
vez, levou a um enten- cem tão radioativos que ainda hoje devem ser guardados
dimentomaior decomo em um cofre selado com chumbo. Ela é a única mulher que

a recebeu dois Prêmios


por seuNobel (o segundo foi de química, em
é ener
gia secomporta e
transmitida. 1911, também trabalho sobre radioatividade).

119
CAPÍTULO 5

Dentro

do
ATOMO

A crença de que os átomos eram os blocos constru


tores de ma téria tem um a histó
ria an tiga.Alguns
pensadores bu distas no culo
sé VI I a.C. acreditavam
que toda matéria
a sse
fo fo
rmada de átom os, que eles
consideravamuma forma de ener gia. Na Europa ,
pré-ato
mistascomo E mpédocles e Ana xágoras tam

bém
tão m conceber
inú amEpartículas
sculas. de lósofos-
sses primeiros matér
ia invi
fi síveis de
cientistas
chegaram aessavisão po r meio de umproces so de
raciocí
nio dedutivo. Emborao atom ismoperman e
cesse em descrédi
to durante muitossécu los,no final
foi o model o queprevaleceu, apoiad o pela ex peri
menta ção e pela serobvação.Mas os primeiros ato-
mistas não estavam certo
s. A crença ed qu e os áto 
mos são s a menores partíc
ulas nd
i ivisíveisda m atéria
provou ser incorreta,poisos átomos sã o formados de
partículas suba
tômicas.Quando os ci entistas exami

nar
garam
bizo átom
oeo
arr intemam
imprevisí ente,este provou
vel. ers umlu

A descoberta da estrutura atômica da matéria abriu as portas


para um mundo inteiramente novo para os físicos.
É
DENTRO DO ÁTOMO

Dissecando o átomo couclarade imediato . De fato, sofísicos não


John Dalton descreveu sua teoria atômi conseguiam ver ra pa queservi a o elétron, e
ca em 180 3, dizendo que os elemento s são o brinde on jantar a
nua l do Cavendish a
L
formados de tomosá cos quese comboratory em
idênti Cambr idge foi : “Ao elétron:
binam m e razões denúmeros tei inros para mesm o que l
e e nunca tenha lidade
uti a al
forma r comp ostos químicos.teoria
A ós foi guém”.
aceita universa lmente depois que o sico fí
francês Jean Perri n (187 0-1942) mediu o P udins d e passas e sistemas solares
tama nho de uma mo lécula de água umséO mode lo do átomo deJ.J. Thomson,pro
culo mais tarde,em 19 08, embora muito s posto em 1904, tem sido ch amado de “pu
cientistas aceitasse
m e trabalhassem com adim de pa ssas”, po rque se pareceum a pu 
teoria antes dessa data. Mas me smo antes da dim cra
veja do com rogselhas. le
E descreveu
confirma ção da teoria comoato,f a prem issao átomo como umanuvem de cargapositiva
de queos átomos não dem po sersubdi vidi pont
u ada de e létrons.Como exemplode ter
dos estavando se abandonada. minologia dereutilizaçã o de maneira conf u
O físico inglêsJoseph John (J.J.) Thom sa, ele os chamou de “corp úsculos”. A parte
son (1856- 1940) descobriu létro
o en em carre gada posi tivamenteperma necia nebulo
1897 durante seu trabalh ios casa, enqua
o sobre ra nto os elétro ns eramro gselhas bem
tódicos e tubos de Crookes (veja pág
a ina defini
d as, crav ad os nela, po
ssivelmente orb
i
114). Thomson descobriu que ra ios catando em
os anéis fixos.
tódicos vi
ajam m uito mais lent
amente que a O model o do pudim de passas foi de
luz, e por isso nãodem po, como se suspeisaprovado em 190 9 por um experiment o
tava nterio
a rmente,fazer parte do espe
ctro feito pelo ísico
f ale
mã o Hans Geiger (1882-
eletromagnético. Ele concluiu queum raio 1945) e o neoz elandês Er nest Marsden
catódico é um feixe deelétrons.O conceito (1889- 1970 ) na Universidade de Manches
de queo elétron fazia parte do átomo eeter,qu enquanto trabalhavam sob pervisão
a su
r sozinhoanulou ade Ernes
podia se liberar e opera t Rutherf ord. A experiência lesde
crença anterior de que o átomo eraindivisí consi
stia emdirigir um feixe de partículas
vel. Em 1899, Thomson mediu a carga em alfa parauma folha be m fina de ouro en
um elétron e calculou suamassa, cheg andovolvida por uma folha de sulfeto de zinco.
à conclusão espant c O sulf
osa deque lea tem erca eto dezinco a cendia ua qndo atingi
de 1/2000 da massade um átomo de hi dro do pe
l as pa
rtí
c ulas lfa
a (núcleos de
hélio ).
gênio. Os pesqu isadoresespe ravam que ho uves
EmboraThomson rece besse o Prêmio se pouca defl
exão quando as
partícula s alfa
Nobel po r seu trabalho sobreo elétron empassa ssempela folha e que padrão
o que leas
1906, a importânci a dessapesquisa onãfi- fizessem depois de atra vessá-la daria infor
mações sobre mo co a
carg a se distribuiu den
"A suposição de um estado de matéria dividido mais finamente tro re
dos táomos de
ouro.
Os sultad os foramuma
que o átomo é algo um tanto alarmante."
J.J, Thomson
surpresa. Muit o pouca
s
partículasoram f defle-

122
DISSECANDO O ÁTOMO

tidas, ma
s a deflexão des
tas of i de ângulos em descré
dito. O que ele produziu foi um
bem maiores que 90 graus. Rutherford esmodelocom um núcleo mi núsculo,denso,
perava que oxperimento
e endossa sse o mocerca do de muito espaço vazioe pontuado
delode pudim depassas e estava to talmente por elétro
ns em órbit a. Ele não sabia oa
desprepa
rado parasse e result
ado. A única certo se o núcleo inh t a carga posit
iva ou
concl
usão que ele pôde rarti oi
f que a carnega tiva, mas calcul
ou seu tam anho co mo
ga positiva no átomo estava
concentrada me menor que 3,4 x 14 10-metros dextensã
e o
um centro minúsculo, e não distri
buída por (agora sesabe quetem cercae d1/5 disso) .
todo o á tomo. Sabia-se queum átomo deouro inhat cerca
Coube aRutherford a taref a de chegar de 1,5 x 10'1 0metros de raio, tornandoo
a um novo modelo arap a estrutura do áto núcleo me nos que /14000 do diâmetro do
mo quesubsti tuísse o “p
udim de passa s”, átomo.

J. J. THOMSON (1856-1940)
Joseph John (J.J.) Thomson era filho de um encadernador. Ele era pobre demais para ser
aprendiz de engenheiro, então foi para a Faculdade de Trinity, em Cambridge, estudar ma
temática com uma bolsa de estudos. Ele acabou se tornando mestre naquela faculdade,
estabeleceu o Cavendish Laboratory como o melhor laboratório de física no mundo e rece
beu o Prêmio Nobel de Física por seu trabalho sobre o elétron. Por suas experiências com
raios catódicos, Thomson foi capaz de identificar o elétron como uma partícula em 1897, e
mediu sua massa e carga em 1899. Em 1912, ele mos
trou como usar os raios positivos que podiam
ser produzidos usando um ânodo perfurado
em um tubo de descarga para separar átomos
de elementos diferentes. Essa técnica forma
a base da espectrometria de massa, usada
atualmente para analisar a composição de
um gás ou outra substância. Thomson era
notoriamente desastrado. Além de confiar a
seus assistentes de pesquisa a condução de
experimentos delicados, eles tentavam deixá-
-lo fora do laboratório para não danificar os
equipamentos. Mas ele era querido e um exem
plo para todos: sete de seus assistentes de pes
quisa e seu próprio filho receberam o Prêmio
Nobel. Thomson recebeu honrarias como ca
valeiro em 1908.

123
É
DENTRO DO ÁTOMO

0 diagrama de cima mostra o


"Os átomos dos elementos consistem de inúmeros resultado esperado da folha de ouro
corpúsculos eletrificados negativamente, fechados em de Rutherford, com as partículas
uma esfera de eletrificação positiva uniforme." alfa passando pelos átomos; o
J.J. Thomson, 1904. diagrama de baixo mostra o resultado
surpreendente - algumas partículas
tinham defletido amplamente.

O MODELO SA TURNI NO
O físico japonês Hantar o Nagaoka propôs
em 1904um modelo do áto mo basea do em
Saturno e seus anéis.Este taribuiu ao áto
mo umnúcleo maciçoe os elétron s emór
bita eram ma ntidos no lugar por um ca mpo
eletromagnético. Ele chegou aessa ideia
depois de ouvir udwig L Boltzmanncon
versando sobre a teoria cinética de gases e
o trabalhode James Cl erk Ma xwellsobre a
estabilidade dos néis
a de Sa turnoenquanto
fazia uma excursã o pela Alemanha eÁustria
em 1892 -1896. Nagaoka aba ndonou a teo
ria em 1908.
Rutherford não tinha acabado de es
tudar o átomo. Ele propôs uma estruturame
que o núcleo do átomo continha partícu
las carregadas positivamente - prótons, por
ele descobertos em 19 18 - e alguns elétrons.
O resto dos elétronsorbitava pelo núcleo,
pensava ele.
O físico dinamarquês Niels Bohr (1885-
1962) aperfeiçoou o modelo de Rutherford
em 1913 detal forma
que os elétrons con
"Foi o acontecimento mais incrível de minha vida.Era quase tão ina
seguiam permanecer
creditável quanto se voc
ê disparasse umprojétil de 15 polegadas con
em órbita. Ele suge  tra um pedaço de papel e o projétil ricocheteasse e o atingisse.Refle
riu que emvez de va tindo, percebi que essa dissipação deve ser resultado de uma única
gar peloespa ço fora colisão, e ao fazer os cálculosvi que era impossível obter alguma coisa
do núcleo seguindodaquela ordem de magnitude, a não ser que se pegasse um sistema
qualquer trajetória,em que a maior parte da massa do átomo estivesse concentrada em
os elétro ns são res um núcleo diminuto. Foi então que eu tive a ideia de um átomo
tritos a determinadas com um centro maciço minúsculo que carregava uma carga."
órbitas e são fisica- Ernest Rutherford

124
DISSECANDO O ÁTOMO

Para Nagaoka, os anéis de Saturno


forneceram um modelo para o átomo.

próximo que o elétro n cheg a do


núcleo.Quando o táomo dehi
drogênio absorveum fóton de
luz, o elétro
n salta para uma ór
bita deraio maior (nív el maior de
energia). Dependendo danergiae
contida no fóton, ele sa ltará para
uma determinada órbita ounível.
Quando o átomo emit e esse fó
ton, o elétro
n salta de volta para

mente incapa zes de mitir


e radiação cons su
dea energia)
órbita .anterior (nível inferior
tantemente (o quepoderiamazer f se a s leis Cadaórbita, ele de fendia, tinha e spaço
da física clássica es aplicassem). Bohr acresuficiente pena
a s paraum ce rto númerode
ditava q ue essas órbitas eram circulares efi elétrons, por isso eles nã o podi am se aprox i
xas, dand o um m odeloplanetár io do átomo, maro máximo possível do núcleo, por mais
sendo oslétrons
e os planetas equ orbitavamque quisessem . Isso signi fica queas órbi tas
por umnúcleo queseria equiv alente aool.Sse preenchem de dentro parafora.
Ao contrário dos planetas, no entanto, os O elétronabsorveou libera um único
elétrons podemsaltar entre sa órbit as, libe fóton ou energia quâ ntica some nte qua ndo
rando uo absorvendo uma energia ca quânti
dá um “sa lto quântico ” entreas órbit as. A
específica de nerg
e ia por vez, conforme es 
tejam semovendo para o núcl eo ou afastan qua ntidade de
primento deonda
energia
- da- ou com
energia
do-se dele . absorv ida ou lib eradaé de
De acordo com modelo o de Bohr, o termin ada pela órbita. Isso
único elétron doátomo dehidrogênio, por pare cia ser pe rfeito, mas,
exemplo,pode existi r somente emum nú ao testar su a teoria,
mero limitado de órbitas. ad Ca órbita re
presenta um nív el particular de nerg
e ia.
O nível mais ba ixo é cha mado de es
tado undame
f ntal e é o pontomais

Niels Bohr em 1935.

125
DENTRO DO ÁTOMO

â Bohr descobriu que os átomos de hidro SÉRIE DE

gênio emitem energia o coa mprimento de


onda previsto por seus cálculo
s matemáti
cos, desde queos elétro
ns possam saltar en
tre sua
s órbitas prescri
tas, às qua
is chamou
de conchas . Além disso, o modelo de Bohr
explicava por que o hidro
gênio- e todos os
eleme ntos - produz uma bsorçã
a o e um es
pectro demissã
e o únicos. Esseprincípio é
o fundamento da espectrosco
pia, usa
da por
astrônomos pararevelar a comp osição qu
í
mica dasestr elas.

Quant um sola ce
Quando Max Pl
anck alou
f de paco
quanta,
Transições da concha de elétrons do hidrogênio,
tes o
cm quanti
dades ixas
f de energ
ia, comocom suas energias associadas.
uma fo rma d e mover pe quenas quantidades
de energia, ele não qui s sugerir
que levassem
o quâ ntico a sério
; esta rae umasolução teó
rica que ele supunh a que pudesse sersubsti acontecia realmente. Mas ele eg chara aalgo
tuída em bre ve, assim que laguém res olvessequeparecia ser verdadeiro , apesarde impro
os cálculos matemá ticos para xpl
e icar o que vável. E não só era verdadeiro, mas a base
de todo um novo tipo de física que opera no
mundo biz arro da s partículas subatômi cas.
A mecânica quântica - que responde pelo
compo rtamento de partí culas emuma seca
la ínfima da m esma forma que amecâ nica
newtoniana xple ica o compo rtame nto de
sistemas maiores - foi iniciada o cm as so
luções ápi
r das de quantadadas por Planck.
Estas estão no âmbito de impossibi lidades
aparentes esugestões incompreensív eis.
Einstein levou quanta
os asério. Seu
trabalho sobre ofeitoe of toelétrico(veja a
página 63) baseou
se no uso
dos
quanta de
Planck, ma s aplicado à luz.Einstein suge riu
que um fóton podi a ter energia suficien
te para arrancar um elétron de um tomo;á

um fluxodede
corrente elétro
ns Sua
elétrons. expulsos pro
duzi
ideia foi a uma
impopu
No modelo de átomo de Bo hr, os elétrons em
geral ficam firmes, alocados em suas conchas, e lar no nício
i , por ir contra a s equações ed
orbitam pelo núcleo. Maxwell e a sabedo ria aceita deque aluz era

126
QUANTUM SOLACE
»

Painéis solares usam o efeito foioelétrico para


gerar eletricidade de fótons que acionam um
semicondutor

umaonda. Aqui,
pela prim
eiravez os ísicos
f

-fora
m contra
algo que sàavezes
dualidade a donda-
parecia partí
uma cula
onda
s e à
vezes parecia ser uma partícula.

LU Z INTEL IGE NTE


Ainda mais intrigante foi a descoberta que
a luz parece “saber” se compo rtar para
agradar osa pes quisadores experi mentais.
Quando umaexperiência eita é f para testa
r
o comportame nto da luz como umaonda,
esta ge
a como uma onda. Quando uma ex
periência tes
ta o comportame
nto da luz

NIELS BOHR (1885-1962)


O trabalho do físico dinamarquês e filósofo Niels Bohr foi a chave para o desenvolvimento
da mecânica quântica, transformando uma hipótese esboçada em um conceito funcional.
Pela física quântica ele expandiu a teoria de estrutura atômica de Rutherford e explicou o es
pectro do hidrogênio. Mas ele nunca subestimou as comple
xidades envolvidas, comentando certa vez que: "Você nunca
entende a física quântica, você só se habitua com ela". Bohr
começou seus estudos na Universidade de Copenhagen an
tes de se mudar para a Inglaterra para trabalhar em Cam-
bridge e Manchester. Mais tarde voltou para Copenhagen
para fundar o Institute of Theoretical Physics.Em 1922, ele re
cebeu o Prêmio Nobel de Física. Durante a Segunda Guerra
Mundial, ele fez parte da equipe que estava desenvolvendo
a bomba atômica. Sua carreira poderia ter seguido uma tra
jetória diferente. Em 1908, por pouco ele não foi escolhido
como goleiro da seleção nacional de futebol na Dinamarca.
A perda no futebol representou um ganho para a Física.

Albert Einstein (esquerda) com Niels Bohr.

127
DENTRO DO ATOMO

como umapartícula,
esta secomporta como
uma partícula. Não é
possív
el entender o.iss
Se um feixe deluz bri • A *!*}*
••••••••
lha porduas fenda s em
umatela, um padrã o de •• • V M M
interferência éproduzi
do, com listras escuras e • • • VV9iiH
M M ri
claras (de luz). A medi
da que e s dimi nui a luz, ELETRONS

chegaum ponto em que


os fótons passam um
por vez pela tela, azen
f TELA COM TE L A ÓTI CA TE L A ÓTIC A ( VI SÃO
DUAS FENDAS FRONTAL)
do um clarã o cadavez que
um delesaparece . Entretanto
, coletivamen A e x p e r iê n c ia d a fe n d a d u p la q u e p r o d u z p a d r õ e s

de di fraç ão com a luz tam bém p ode ser reali zada


te, a imag
interf em Os
erência.constrtons
fó uída apare
inda éo“saber”
cem padrão se
de espa lhand o-se e lé tr ons, m ostran do qu e el es

uma ou duasenda f s estãoabertas, e se duastambém podem se com portar com o ondas.


fendas estão abertas um a leve interferên
cia a inda ocorre, embora ostons fó seja m como conta ececom aluz. Desde então,par
dispara dos entamente
l tela.Cadafóton tículas m
na aiores - prótons nêu
e trons -também
parece capaz de passa r por amba s as enda
f s foram vistas agindo como o
ndas.
simultaneament e. Se umafendaestáfecha O traba lho de De Broglie oi f suatesede
da, mesmo depoi s queum fóton começou douto rado. Ele sug eriu que oslétro e ns era
m
suajornada,os fótons só pas sam pelafendaondas que corriam em volta das órbi tas que
aberta.ndoI mais adi ante,se existe um depodiam ocupa r, e que os nív eis de energia

tect
or nem
o fóto uma as
passou d fenda
por s parafenda
aquela descobri
r senia
ou outra, das órbi
comtasaon
perm
da,issíde
veis modo
estavam
queem sa harmo
ondas se
os fótons, como serelut assemem serpegos,reforçavam se mpre . A teoria po dia ser tes
param deproduzir padrões de interferência tada, disseele, mostr ando que dif raçã
o dos
- de repente eles gem
a como partículas. elétrons corre
o por uma rede cris talina. sI so
Como se iss o não osse
f suficienteme nte foi demonstrado co m sucesso em 1927 por
estra
nho, em 19 24 o físico raf ncês Louis- duas experiênci as feitas separadame nte, uma
-Victor de Broglie (1892-1957) sugeriu nos EUAe outra naEscócia. eBrog D lie e
que sa partículas que compõ em a matéri a dois dos três homens que lizaram
rea sa ex
també m poderiam seomportar
c comonoperiências rece beram o PrêmioNobel de
das. Isso signi
ficaria que a dualidade onda - Física em 1937 pelotrabalho .

-partí
tem cul
umaco
es
tá em
mpri toda de
mento parte e toda
onda. m atéria
E m27, foi Aque
19 importância
lee mostrdo
outrabalho de De
que adua Broglie
lidad
e onda-
sua ideia estranhafoi apoiadapor elétro ns -partí cula se aplica a toda matéria. Sua equa
que es comportavam como ondas diferação,ção estabel ece que omomentum deuma partí -

128
QUANTUM SOLACE

cuia (de qu
alquercoisa) mult
iplicado po
r seu
GIGANTES E SEUS OMBROS
comprimentode onda éigualà constante de
Planck.Umavez que a constante de PlanckA Física cl áss ic a c o m eç o u d e f ato co m

é muito pequena
, o comprimentode onda N ewt on , e se u "ano mira cul oso" ( a n n u s
de qualquer sa
coimaior que mau molécula m ir a b ilis ) de 1666. O renascimento da fí
sica que deu início à mecânica quântica
é peqnos
Não ueno,compara
pre doosao
ocuparíam seu
com o cotama
nho real.
mprimen começou com a publicação da teoria es
pecial da relativ idade d e A lbert E instein
to de ondade um ônibus ou um gre,
ti po r
em 1905. A mb os os ci ent ist as esta vam
exemplo. A medida queconsideramos partí
tra balhando base ados no tra balho de m ui
culas maiores e m
enores,suas propriedades
tos dos primeiros cientistas que tornaram
de ondaestornammais m i portantes.
esses m o m ent o s de re velação possíve is.
Suas descobertas reverberaram pelos anos
O utro mom e nto ne w ton i ano
seguintes.
Não pareceimpossível que sa partículas
possam, de fato,se comportar como ondas,
cação dadapor Einsteinem Foi um re
depois da expli sultadoque mudou o mundo,

1905. tão importante ntoPrinc


qua ipia deNewto n.
Em um apêndi ce àsuateoria especial daA equação de Einstein mostrava que ener
relatividade , Einstein incl uiu umaprimeiragia é omesmo que matéria, mas de fo rma
forma(menos suci nta) dessa equa ção,quesediferente. A matéria pode ser convertida
traduzem palavra s como em uma qua ntidade muitogrande de ener
gia. Este éo fundame nto da energia nuclear
Energia = massa X a velocidade da luz ao e das arm as nucleares, amba s controlam a
quadrado, que agora é mais familiar como energi a quepode se
r lib
erada, nterf
i erindo
E=mc2 nos núcleos dosátomos.

ONDAS E PARTÍCULAS
A d u al id ad e d a o n d a- p ar tí cu la é es p el h ad a p erf ei
tam ent e na histór ia do s Prêmio s N obel d e Fís ica.
Um dos homens que compartilharam o Prêmio No
bel com De Broglie (foto à direita) por demonstrar
as pro priedades de on da dos elét rons foi G eorge
T ho m son . Ele era filho de j. J. Thomson que recebeu
o Prêmi o No be l em 1906 por de m o nstra r que os elé 
trons e ram partíc ula s. N enhum do s dois é co nsidera
do erra do ; am b as a s exp lanaçõ es a ind a são ace itas.
(O s laure ados com N obel não po dem es tar err ados.)

129
DENTRO DO ÁTOMO

Havia um probl ema fundam ental comcom a mecâ nica quântica era impossível
os modelo s de táomo de Rutherf ord e Bohr dizer exatamente ondestaeva o elétron. A
que não podia ser resolvido dentrodos limi conclusão dele é ue
q podemos ter umapro
tesdefinidos da física newtoniana. Uma vez babil
idade de onde estáumapartí cula, com
que o elétron tem ca rga negativa, ele devebaseem nossoconheciment o de ondas de e

ser a
traído
positiva. para
Deve o núcleo
acelerar , que tem carg
afim a probabil
idademos
matemática,a
dar ma
su s sinão
po ção po de
exata.
de permanecer em órbi ta, Isso se tornou conhecido
mas gastaria energi a fazen como aequaçã o de Schr õ
do isso, emitindo-a consta
nte dinger. Aplicando aequa ção
mentecomo ra diação eletro a elétrons, podem os afirmar
magnética. Perdendo energia que existe uma probabilida
dessa forma , o elétro
n logo de talvez de 80-90% de o
entraria on núcl eo, fazend o elétr
on estar em uma deter
um movimentoem espiral e minada área , mas permanece
o átomo entrari a em colaps o. uma pe quena possi bilidade

“Logo”
afirmaçã,ode fato,es
imprópri ata- éiss
uma
o de ele estar
lugar. ca
Abam em
os lgum
a
com outro
uma
aconteceriaem ce rca de de z “funçã o de on da” queex
bilionésimos de segundo. pressa a probabilidade de a
A solução para esse que onda/partícula estar m eum
bra-cabeça exigiu a cont ri determin ado luga r.
buição de vário s físico
s, ma s Tomando um exemplo
uma das contribuições mais maior queo de u m elétron
,
importantes foi a do físico se uma mosca tra en em uma
teóricoaustríaco rw E in Sch caixa fechada, a função onda
rõdinger (1887-1961). dela dáa probabilidade de

O n d a o u p ar tí cu la ? ela ca
na estarmfunçã
ixa. A e qualq uer ugar
o onda l ten
Se umapartícula está es por de azeroem lugares nde o a
tando comonda, o podemos moscanão pode tar. es Logo,
dizer realment e onde la e se parte da caixa orf estreit
a
está? Est
a foi a pergunta que dema is para a osmca entrar,
Schrõdinger tentou esclare a função nda o é nul a nesse
cer. Ele descartou a ideia de ponto(e fora da caixa, co n
que oselétro ns se m oviam tantoquenão haja furos por
em órbitas fi xas, vistoque onde amosca possa esca par).
Schrõdinger formulou sua
equação em192 6, apenas
O s f o g u e te s e s p a c ia is u s a m dois anos de pois do trabalho
energi a nuclear para g erar as
quan ti dade s enorm es de ener gia
inicial de De Bro glie sobr
ea
de que preci sam. dualidadea d onda-partícul
a.

130
QUANTUM SOLACE

ALBERT EINSTEIN (1879-1955)


Einst ein na sceu e m Ulm, na A lem anh a, m as pela gravidade, ele começou a produzir uma
tam b ém viveu na Suíça e na It ália qu and o teoria da relatividade abrangente e achou o

criança, pois as dificuldades profissionais trabalho mais difícil do que esperava. Lutou
de seu pai forçaram a família a se mudar. com cálculos matemáticos, mas acabou pu
A p es ar d e m ais t ar d e ser ti d o c o m o gê n io , blicando a teoria geral da relatividade em
Einstein não foi um aluno promissor. Seu pai 1916. Suas teorias da relatividade redefi
consultou um especialista porque suspeita niram o que pensamos do espaço, tempo,
v a q u e seu f ilho ti v ess e u m at raso m en ta l, maté ria e e nerg ia. Q uando o as trôno m o A r
e Einstein não conseguiu entrar na Politéc thur Eddington confirmou parte da teoria de
nica de Z uriqu e por nã o ter co nh ecimen to s Einstein mostrando que a gravidade pode
mínimos de matemática. Ele não conseguiu curvar a luz (veja a página 70), Einstein virou
trabalhar na universidade, então aceitou um estrela internacional no mundo científico.
em p rego no E scritóri o de P ate ntes em Bern, Einstein mudou-se para os EUA para escapar
Suíça. Esta acabou sendo uma boa iniciati da perseguição nazista aos judeus. Passou o
v a, po is ele era u m b o m f un ci o n ário e ti n h a resto da vida nos EUA, trabalhando na Uni
tem po livr e e energia in telect ual suficientes v er si d ad e em P ri ncet o n.
para estudar físi ca. E nquanto estava no Es Embora Einstein tivesse ajudado a iniciar
critório de Patentes e estudava física durante a pesquisa sobre bombas atômicas, arrepen
o tempo livre, ele publicou cinco trabalhos deu-se de seu envolvimento e mais tarde fez
que mudariam o mundo, os quais tratavam cam p anh a pe lo desarm am ento nucl ear. Ele
do efei to fotoelé tric o, do m ov imento brow- tam bém tra balhou par a o est abele cimento
niano e da teoria especial da relatividade. do estado de Israel. Continuou a trabalhar
Com base em sua pesquisa publicada, ele co m o f ísico teóric o até o fim da vida , luta ndo
as seg urou um po st o aca dêm ico em Z uri que para encontrar uma teoria do campo unifica
em 1909 . Recebe u o Prêmio No bel em 1921 d a - o que nã o conse guiu - , uma úni ca te o
por esse primeiro trabalho. Insatisfeito com ria ou grupo de teorias relacionadas que ex
as limitações da teoria especial da relativida plicasse tudo no universo. Ele nunca aceitou
de, que se aplicava a corpos em movimen totalmente os avanços na mecânica quânti
to constante e consistente e não respondia ca (veja a página 135).

O mode lo deSchrõdinger retratao elé- você faz uma medição,podeter umresul-


tron situado em algumlugar em umanuvem tado di ferente. Mas sevocê fizer medições
de probabil idadesrepre
sentando todo s os suficientes,algumas - as mais prováveis-
lugaresonde lee poderia star
e . A nuvemé aparecem com mais frequênciaueq outras,
mais densaonde o elétro n tem mais pro- Esses result
adosmais prováveisse associ
am
babilidade ed estare menos densa onde é a níveis deenergiasugerido
s por Bohr. O
menos provável de ele estar.Toda vez que result
ado é que o modelo de chrS õdinger
dá resultados preci
sos semas limitações Grandes fís ic os r eunidos em Chicago, 192 9: (da
inerentes ao modelode Bohr. No entanto, esquerda) Arthur Compton , Werner Heis enberg,
Geo rge Monk, Pa ul Dirac, Host Eckardt, Hen ry
substitui
r a ce
rteza pe
la probabili
dadesigni

Gale, Robert Mulli ken, Friedr ic h H un d e Frank Hoyt.

ficava
Ao tum ultuar
mesmo afísicem
tempo a quântic
que a.
Schrödinger
perseguia o modelo elétron- como-onda, o 1976) estava formulando seu próprio mode
físico alemão Werner Heisenberg (190 1- lo matemá
tico de elétrons,mas favorecendo
suas propriedades semelhantes
^ à partícula, pois lee dava sal
tos quânticos entre os orbitais.
Ele, como Schròdinger,publi
cou e m 1926. O físico inglês

Werner Heisenberg, à esquerda,


nad and o com am igos. Até os
fí s ic o s n u c le a r e s re la x a m d e v e z
em quando.

132
QUANTUM SOLACE

Paul Dirac (190 2-1984) desenvolveu u m


PARA ONDE EU POSSO IR?
terceiromode lo matemá tico e teóri
co ao
O DILEMA DO ELÉTRON
mesmo tempo. De fato, Diracfoi em frente
para mostrar que osoutrosdois modelos - de Toda a mecânica quântica pode ser cons
Heisenberge de Schrõdinger - na re alidade truída a partir do princípio da incerte

eramequiv alentes,e que todos estavam di za. Relembrando o problema srcinal do
modelo atômico apresentado pela mecâ
zendoa mesmacoisa de formasligeiramen te
nica newtoniana, de por que os elétrons
diferentes. O
s trêsganharamo Prêmio o N
não caem para dentro do núcleo e para
bel po r contri
buições àmecânica quântica.
esclarecer esse dilema, o princípio de
Heisenberg oferece uma explicação. O
P ode mo s estar ce rt os ?
momentum de uma partícula em uma de
O princí pio da incertezaedHeisenberg , es terminada órbita é conhecido, logo sua
tabeleci
do em 1927, afirma quenão po de posição não pode ser conhecida com exa
mos sa bertudo sobre um a partícula.Ele viu tidão - ele está em algum lugar na órbita.
que uma consequência da mecânic a quântica Entretanto, se a partícula caísse no núcleo
é queé impossív el medir todos os as pectos sua posição seria conhecida - e seu mo-
de uma partí cula ao mesm o tempo.Se me mentum também, pois este seria zero. Ao
dimos sua posição e velocidade, podemos cair no núcleo, o elétron violaria o princí
sabermais dentro de rto ces limites, mas au pio da incerteza. Simplesmente isso não
mentar a exatidão de uma me dida torna sa pode acontecer. De fato, a menor órbita
outras m enos corretas. Esta éumaproprie em um átomo (veja a órbita do elétron em
dade fundam ental da descrição quânti ca de um átomo de hidrogênio) é tão pequena
medid a e não pode servitadae mudando- se quanto possivelmente pode ser sem violar
o método ou a s ferramentas deobservaçã o. o princípio da incerteza - a matemática
Heisenbergalegou originalmente o funciona. O tamanho de átomos e de fato
princípio de incerteza usando umahipóte sua própria existência são determinados
se experime ntal. Por exemplo, poderíamos pelo princípio da incerteza.
medir a posição de umapartícula em mo
vimento fazendo uma luz brilhar sobre ela,
e nesse ca so teremos um de dois resultados. mas também o ssa pado e o futuro.Uma vez
Um fóton deluz pode rseabsorvi do, fazenque umaposição sempreoi fe é apena s um
do um létro
e n no átomo salt ar paraoutro conju nto de poss
ibi
l idade s, fixara trajetó
ria
nível de energia, e nessecaso alt eramos de uma partí cula não é o que parece. Como
o átomoe nossamedida éfalsa. P or outro Heisenb e rg disse
: “A trajetória passa a exis
lado,um fóton nãoé absorvi do, mas passatir somente ando qu a observa mos”. A traje
direto, e nesse caso não izemf os medição tória u
f tura, de forma simil ar, não pode rse
nenhuma. prevista com rteza.
ce
O princípio da incerteza ma é is compli A física newtoniana lida com certezas,
cado se tentarmos trat
ar ambas as “part
ícu com ca
em queusa
o econhecimento
efeito, um modelo
permitedetermin
a pre ist
o.a
visã
las” eo fóton como ondas-partículas.
Heisenb erg percebeu que o prin cípio A nova mecânica quântica parecia derrubar
da incertez s o presente,tudo iss
a não afetava apena o, pelo me nos nonível atômico. E la
DENTRO DO ÁTOMO

que setamos pro


curandoe comoas estamos
"Aquele que não fica chocado com a teoria
observa
ndo. A uz
l exist
e tanto como onda
quântica não a entendeu."
quanto como partí
cula simultanea
mente,
Niels Bohr
mas só paarece como uma ou utrao quan
do amedimos. O ato demedir ou observar
determi
na o result
ado po r causa do tipo de
estava longe deser c aeita em alguns rcu
cí obser vação queescolhemos fazer. No ponto
los; até Einstein des confiavadeladizend o, em que amediçãoé feita e a qualidade de
“Deusnão lança dados” , embora ele tiv esse onda ou edpartícula é de terminada, diz-se
de aceitar os lculo
cá s matemá ticos. De fato, que afunçã o onda entra em colapso. Mais
desde o início do sé culo XX o uso demoprecis amente, ela muda instantâneae des-
delos matemático s temassum ido continua continuamente ra paa funçã o onda questae
mente o cont role dafísica xperimental
e queria associadaao result
ado da me dição.
podia ser testadaem laborató rio. O pensa  Bohr reconhece u a importância do prin
mento experiment al, apoi ado por cá lculos cípio da incerte
za, mas foi além de Heisen 
matemá ticos, tornou-se o esteio danova fí  berg oa destac
ar que ste
e nãoé um proble
sica
, basta
nte teó
rica. ma quevem dainterferênciaísi fca envolvida
na me dição, mas umaquestão mais unda
f
A INT ERPRE TAÇÃ O DE COPENHAGEN mental - o próprioato de fazer umamedi
Enqua nto Schrõ dingertendi a a focaros as ção muda asituaçã o (ou sistema) que tá es
pectos de onda da dualidade onda-
partícul
a, sendo exam inada. Iss o l
ança dúvi
das m
e
Eleisenberg se concentrou mais partícul
na a toda a prem issado método cientí fico. Pode
e apresento u seu trabalho na forma dema não have r um observador etiv
obj o se o ato
trizes, enquanto Schrõdinger tra balhou comda mediçãoou obser vaçã o em si afetar o re
a teoria da probabil idade.Em volta dessas sultado.
duas abordage ns, surgiram doisrupo
g s dis
tintos de ífsicos, cada um acreditando quea U m gato e m u m a ca i xa
outra abo rdagem estivesse errada. A explicação de Bohr não agradou a nin
Em 1927, Bohr, Hei senberge o físicoguém. Schrõ dinger mostrou seu desdém
Max Virn (1882- 1970), nascido naAlema  descrevendo um xercíci
e o intelectualpara
nha, rabalharam
t juntos para produzir um a demon strar oabsur do daInterpretação de
síntese dosaspe ctos aparentement e contra Copenha gen. No experime
nto de Schrõdin
ditórios dateoria quâ ntica, conhecidacomo ger, umgato é fechado em umaixacacom
“Interpretação de Co penhag en”. Esta diz um dispositivo que consist
e de uma qu an
quenão são as partícul as atômicas ou ótofnstidade m inúscula desubstância ra
dioativa,
“que secolhem” entre agir co mo uma ondaum cont ador Geiger, um pequeno frasco de
ou partí cula em qualquer ponto, ou que lase ácido hidro ciânicoe um martelo.O equipa
são real mente uma ou outr a: emvez di s mento é montado de m odo que se houver
so, os aspectosque sa fizeram parecer ir
ago decaimento de um átomo da su bstância
comouma ou utrao sã
o dois ladosda mesmaradioativa, a detecção da partíc
ula li
bera
moeda . Qual deles nósvemos ecomo in terda fará o martelo quebrar orasco
f e o ato
g
pretamos seuompo c rtamentodependedo será intoxicado com oás. g A probabili
da-

134
QUANTUM SOLACE

O gato de Schrõdinger, morto e vivo, em uma


caixa com e sem veneno.

tecer,sso
i no s ajud
a a chega r a um acordo
com ainfinidade.Se um novo univ erso tem
de se dividir cadavez quevocê escolhe entre
chá ou ca fé, ou que umgirino nadapara a
esquerda oura paadireita, ou um galho cai
ou não cai em um telhado, deve ha
ver mui
tos univ
ersos - em algum lug ar.

E mbaralhamento qu ânti co : o
PARADOXO EINSTEIN-PODOLSKY-ROSEN
Albert Einstein foi um que não aceitou a
Interpretaçã
o de Copenhag en. Em 1935,
Einstein e os físicos americanos Boris Po-
dolsky (1896-1996) e Na than Rosen (190 9-
1995) prepararam o chamado para doxo
de deum átomo decair ou não é igual,e oEPR. Este suponha que uma partí cula es
gato não podeinterferir no equipa
mento. O tacionária decaía, produzindo duas outras
gato é deixado na caixa por uma hora. Nopartícul as. Elas devem termomentum angu
final da horas a
chances são 50:50 delee eslar igual e oposto de modoque secance lem
tarvivo (ou morto). Seguindoo arg umento mutuamente nservaçã
(co o do momentum
de Bohr e Interpretaçã
a o de Copenhag en,
o estado - morto ou vivo -do gato não é
determinado até harol
mos dentroda caixa.
Isto, di
zia e
le, er
a ridícul
o.

M ui to s un i ve r sos
Outra espo
r sta àideia repugnant e de que
tudo existe em umanuvem deprobabilida
de até que seja observado oi fo modelo de
“muit os mundos” proposto em 1957 pelo
físico america
no Hugh Evere st III (1930-
1982). Este sugere exi
a stênci
a de um nú
mero infinito de universos ra pa
lelos que
explicam todos os re
sultados possíveis pa
ra
todas as que
stões possíveis.
Em mome ntos
de tomadade decisão u(o observação), um
novo universo se divi
de. Se nadá mais acon-
É
DENTRO DO ÁTOMO

1
Padrão de difração do elétron do berílio.

da partícula-mãe. E ssa ligação en tre sa par


tículas de ve continuara exist ir depois dese
rem em itidas e seguirem ca minhos separa
dos.Se medimo s uma prop riedade para uma
partícula, destruímos afunçã o onda paraa
mesmapropriedade na outra partí cula - ela
é afetada instantânea inevi
e tavelment e.
Assim como o gato de Schrõdinger, as
partículas de Einstein oram
f oncebidas
c
deliberadam ente paramostrar o absur do
da Interpretação de penh Co agen, mas aca 
angular), e todas sa suas outras propriedabara m a fortal ecendo. Desde entã o, foi de
des quânti cas deveme sequilibrar demodomonstradaa existênci a do embaralhamento
semelhant e para conserv ar a s prop riedadesde partí culas, co m partí culas se paradas por
vários quilômetros. O emaranhado pode
Frederic Joliot e Irène Joliot-Curie trabalhando em até ser colo cado em uso práti co, oferecendo
seu laboratório. novos mé todos rápidos de cá lculo (usando

136
QUANTUM SOLACE

James Chadwick ganhou um Prêmio Nobel


por seu trabalho sobre o nêutron realizado em
fevereiro de 7932.

“qubits”, ou bits quânticos), comunicação


instantânea, cript
ogra
fia. De fato, o emba
ralhamento oferece uma maneir a de trans
mitir informação mais rá
pido do qu e avelo
cidade da luz.

A BUSCA P OR MA IS PARTÍ CULAS ATÔMICAS


Há muito é sabido que oselétro
ns poderiam
ser raranca
dos do átomo com bastanteacif
lidade, poi
s foi assimque lees o
f ram desco
bertos em 1897. No início dos n aos 1930,
Walter Bothe(1891-1957) e Irène Joliot-
-Curie (1897-1956, filha deMarie ePierre
Curie)e seu marido Frédé ric Joliot-Curie
(1900- 1958) descob riram quea radiação
de partícula lafa no beríl io produzia utro
o
tipo de radiação. Esse tipo expul sava algo
de outro s eleme ntos, mas não estava claro
o que rea. Os Joliot-Curie anunc iaram seus
resultados me janeirode 19 32. O ífsico in
glês James Chadwick 1 ( 891-1974) repeti u
os experimentosmediatame
i nte e explicou librada.
o efeito sugerindoqueas partículas alfa eswick Durante
curouto
pro daumaapartícul
décadaa deneutra,
192
0,que
Chadle
e
tavam xpulsando
e sbit
do núcleo de átomos
de beríl io. Primeiro , ele pe nsou que ssees espera va que ssumisse
a forma
a deum pr ó
“bits” fossem pares prót on-elétron,pois nã o ton e elétron ligados. Masuse traba
lho mais
tinham carg a elétrica ou stae não era qui e impo rtante, peloqua l ga
nho u um Prêmio
Nobel em 19 35,
concentrou- se em
CANDIDATOS À PATERNIDADE DO TERMO
alguns di as fre
Dois anos antes de Chadwick atribuir o nome "nêutron" para sua partí néticos em feve
cula sem carga no núcleo, o físico austríaco Wolfgang Pauli (1900-1958) reirode 19 32. As
usou o mesmo nome para uma partícula teórica que ele sugeriu ser emi medições queele
tida do núcleo durante a radiação beta. Sua ideia teve um impacto tão fez em 193 4 der
pequeno na época que Chadwick "copiou" o nome sem problemas. A rubara m suapri
existência da partícula de Pauli acabou sendo confirmada nos anos 1950 meira conclusão,
e atualmente é chamada de neutrino (veja a página 145).
pois as partículas

137
É
DENTRO DO ÁTOMO

ROCHA DAS ERAS


Em 1920, Frederick Soddy previu que, como um isótopo muda (decai) em outro isótopo ou
elemento, este poderia ser usado para datar as rochas. Hoje, esse método é usado ampla
mente. Por exemplo, o carbono-14 se transforma em nitrogênio-14 por meio do decaimen

to beta a uma taxa conhecida - leva 5.730 anos para decair pela metade (sua meia-vida).
Portanto, medindo-se o índice de carbono-14 em relação ao nitrogênio-14 remanescente
em uma rocha, é possível determinar a idade dela. Essa técnica é chamada de datação de
carbono.

eram pesadas demaisara p serem um único ser ma


ntidos esprem idos junt
os no núcleo de
próton e um únicoelétron gados.
li Ele con um átomo? Aexpli cação é achama da força
cluiu quedevia ha
ver outroipo cunuclear extrem
t de partí a, sugerida pela primeira ve
z
la subatômicaque- não tinha carga, à qualem 193 4 pelo físico japonês de Eli
ki Yuka-
cham ou denêutron. Isso significava queas wa (1907-1981). Ele sugeriu que aforça ra
e
variantes de elementos químicos com dife carreg ada por artí
p culas chamadas mé sons
rentes pesosatômicos, cham adas isóto pos, que são trocada s entre prót
ons e nêutro ns.
podiam se r explicadas com simpli cidade. Os mésons sã o partí
culas comvida curta que
Todos osisótopos de um de terminado eelsobreviv em a penas por algumas centenas de
mentodevem con ter o me smo número de milionésimos de segundo.
prótons e elétrons, mas núm eros diferentes Ao contrário da gravidade, das forças
de nêutro ns. elétri
cas emagnéticas, aforça forte n ão
O nêutron é um a espécie de supera stroobservaa lei do quadra do inverso. Ela é
atômi co. Ele torna possíveis sa reações em muito forte - cem vezes mais forte que a
cadeia oco rridas nas usinas nucleares nas força
e elétrica - por uma distância uito
m
bombas atô micas,e tam bém pode sersado u curta de até 1 3 cm, mas depo is desapare
paraexamin ar aestrut
ura deoutros áto mos,ce, não tendo orça f paradistâncias maio 
umavez que os nêutro ns nã o são defletidosres. No raio de um núcleo ela é forte o
por cargas positivas ou neg ativas. suficiente para su pera
r a repulsãoeletros
tática entre prótons. Mesmo assim, afor
J untando tudo te força não as pressiona tantoa ponto de
Os prót ons e osnêutrons osãmisturados eles no seesma garem- ela co nserv a uma dis
núcl eo, que ocupapenaa s uma porção mi nústância minúscula ntre
e eles. Afaixa de fo
r
cula o d átomo -em tornode cem milionésiça limita o tama nho dosnúcleo s atômicos.
mos dele. Se o átomo tivesseo diâmetro deO méson pi,ou píon,o verdade iro media
um estádiode futebol,o núcleo seria d dor daforça nuclear, foi descobertoem
o ta
manhode um grã o de areia. Se o áto
mo fosse 1947 por rt ês físi
cos, um inglês, um brasi
grande como Terra
a , o núcleoeriat 10 quilô leiro e um italiano, respectivamente Cecil
metros dediâmetro. No entanto
, osprótons Powell (1903-1969), César Lattes(1924 -
devemrepelir uns osa outros por causa de2005) e Giuseppe Occhiali ni (1907-1993),
sua
s cargas igua
is. Então como eles podem enqua nto investigavam produto s de raio

138
AS COISAS DESMORONAM

cósmico.Yukawa recebeu o Prêmio Nobel


de Físi
ca em 1949 por suaprevisão.

As coisas desmoronam
Enqua
nto muitos físico
s estava
m exam
inan
do como ostomos á sã
o mantido s unidos,
outros estavamexplorando co mo osátomos
podem se desm anchar. Depois que Henri
Becquerel descobriu a dioraatividade, mais
pesquisas guiram
se me várias di
reções.Ru
therford e o radioquímicoinglês Frede ric
Soddy 18 ( 77-1956), trabalhando untos,
j

i, França.
Uma usina nuclear em Cattenom

CADEIA DE DECAIMENTO RADIOATIVO DE URÂNIO-238


Quando há decaimento de um isótopo radioativo, ele se torna outro elemento, o nuclídeo
filho. Este também pode ser radioativo, resultando em mais decaimento. 0 tempo que
leva para a metade do isótopo decair é chamado "meia-vida". O urânio-238 decai natu
ralmente em chumbo-206, passando por 14 etapas como mostrado aqui.
E L EM E N T O TIP O DE DECA I- MEIA-VIDA NUCLÍDEO FILHO
-MENTO

urânio-238 emissão-alfa 4,5 bilhões de anos tório-234


tó r i o - 2 3 4 emissãobeta 24dias protactínio-234
protactínio-234 emissão beta 1,2 minutos urânio-234
urânio-234 emissão-alfa 2 4 0 .0 0 0 anos tório-230
tório-230 emissão-alfa 77.000anos rádio-226
rádio-226 emissão-alfa 1.600 anos radônio-222
radônio-222 emissão-alfa 3,8dias polô nio -2 18
polô nio -2 18 emissão-alfa 3,1 minutos ch u m b o -2 14
chumbo-214 emissão beta 27 minutos bismuto-214
bismuto-214 emissão beta 20 minutos p o l ô n io - 2 1 4
polônio-214 emissão-alfa 160 microssegundos ch um b o- 21 0
ch u m b o - 2 1 0 emissão beta 22anos bismuto-210
bis muto-2 10 emissão beta 5 dias polônio-210
polônio-210 emissão-alfa 140 dias chumbo-206

139
DENTRO DO ÁTOMO

"Poderíamos, nesses processos, obter muito mais energia do que o próton fornecia, mas em mé-
dia não podíamos esperar obter energia dessa form
a. Era uma forma muitopobre e ineficiente de
produzir energia, e quem procurasse uma fonte de energia na transformação dos átomos estaria
sonhando. Mas o assunto era interessante cientificamente porque
dava uma ideia esclarecedora

sobre os átomos."
The Times,12 de setembro de 1933, em uma fala de Ernest Rutherford sobre energia atômica.

dese nvolveram um modelode de caimentoportanto, o átomo setorna umeleme nto


radioativo em 1903. Eles expl
icaramqueum diferente. E les pre viram q ue o deca imento
átomode um elemento pesa r de rádio produz
do poderia se iria hélio, um resultado que
instávele decair, perdendo uma partícula Soddy tingiu
a em 903 1 enquantorabal t ha
alfa (núcleo dehélio) ou ter o decaimentova com o químico escocês William Ramsay
de um nêutro n emum prót on e emitir uma(1852-1916) em Londres . Em 1913, Soddy
partícula beta (elétro
n). Em ambos osca afirmou que em a issão de uma partícula alfa
sos, o númerode próto
ns no núcleo
muda, reduzia o núm ero a tômico em dois (poi s
dois prót ons sã
o perdidos) enquanto a emis
são de um a partícula beta umentav
a a-o em
Enrico Fermi um (poi s umnêutrondeca i em um elétron ,
que es perde,e um pró ton que permanece ;
portanto,aumentando onúmero tômico) a .
Soddy criou o me no “isótopos” paradescre
ver variantes de um elemento com diferen
tes ma ssasatômicas.
Em 1919, Rutherford descob riu quese
bombar deasse o nitrogênio com partícul as
alfa, este setransformava em um isótopo
de oxigênio, perdendo umnúcleode hidro
gênio (um único pró ton) no process o. Esta
foi a primeira tra
nsmu taçã
o artificial deum
eleme nto em outro - um objetivoalmeja do
pelos alquimistas oa longo dos sé culos, em
bora com ameta ma is ambiciosa de trans
formar o me tal baseem outro. Em vez do
primeiropasso em um novomundo da al
quimia, oif o primeiro passo no âm bito da
física nuclear.
Entre 19 20e 19 24, Rutherf
ord eChadwick
demonst raram que amaioria dos elemen
tos mais leves emitirá próto
ns sebomba
rdea
da
com pa rtículaslfa
a.

140
AS COISAS DESMORONAM í

A reação em cadeia produzida pelo decaimento


ò de urânio-235 induzida por bombardeio com
nêutrons.

mentos com partículas alfa, podiam trans


0 formá -laso em
que entã isótopo
iriam.s ra
deca Odioativo
físico sitaliano
instáveis
En
/" N?
(2Mu )
L "°>
.0
rico Fermi 1901-
usando nêutro
( 1954) ampliou apesquisa
ns lentos para produzir mais
,

^ r v radioatividade artificial. Ao urâ nio com


nêutro ns, Fermi pensava ter cria
do um novo

4ü eleme nto, ao qual chamou dehespé


1938, no ent
tistas lemã
anto, um g
a es e uastrí
rio. Em
rupo dequatro ien
acos descobri
c
u que de

& Í23SU J
fato a técnica deFermi tinha divididoo nú
cleo deurâni o em duas partes aprox imada

K
?* 0 6. ^
''fK mente gua
i is. Esse
O físico process
húngaro oLeó
é afissã
o nucl
Szilárd ear.
(1898-
o - o
1964) percebeu que os nêutrons liberados
o
o por umareação de fissã o nuclear podiam
ser usadosara p gerara mesmareaçãoem
outros átomos, levandoa uma reação em
A p r o ve i tan do a r e ação e m cadeia cadeia utoa ssustentável
. Szilárd setavaem
A transformação de um elemento em outro Londres qu ando ifcou indignado com um
pode ser de sencadeada artificialmente e podeartigo em The Times de scarta
ndo a possi
ser afonte de um imenso po der. A energ
iabilidadelevantadapor Rutherf ord de que a
liberada na de tonação de um a bombatômi
a energ ia dentrodos á tomos podi a ser apro
ca, ou
nucl ear,aprov
vemeit
ada
de em
uma uma
reaçã estaçã
o nucleoardeemenergia
deiaveitada
ca paraar
paratrabalh fins
nopráticos.
HospitaEnquanto ialomew
l St. Barthoa pé
com partícul as emitidas por um de caimento e espera va o sinalde tráfego mudar emou- S
atômicousado para de senca
dear outro. thampton Row, em Bloomsbury, Szilárdre-
Irène e Frédéric Joliot-Curie descobri
rama radioati vidade induzida, ou
artificial,em 1934, ao perceberem
que oa bombardea r alguns e- el

O primeiro reator nuclear do


mundo se torna autossustentável
em Chicago, 1942 (nenhum
fotógrafo estava presente).

141
â DENTRO DO ÁTOMO

O MUNDO LIBERTADO - OU NÃO "Nós viramos o interruptor e vimos os flashes.


Nós os vimos por pouco tempo e então vira-
Leó Szilárd foi inspirado por um roman
mos novamente o interruptor e fomos para
ce escrito pelo escritor inglês H. G, Well,
casa... Aquela noite, havia poucas dúvidas
chamado O Mundo Libertado (1914), em
em minha mente de que o mundo estava se
que um novo tipo de arma, uma "bom dirigindo para o sofrimento."
ba atômica", provocou a devastação.
Léo Szilárd, após ter sucesso em come-
As bombas atômicas ficcionais de Wells
çar uma reação em cadeia usando urânio
continuaram a explodir durante dias.
em Columbia University, Manhattan, em
Isso levou Szilárd a pensar seriamente
1938
em aproveitar as reações nucleares em
cadeia para fazer bombas atômicas reais.
Szilárd mudou-se para os EUA em 1938,
e um ano depois convenceu Albert Eins- solveu como uma reação nuclear em cade ia
tein a escreverem juntos para o presi poderiafuncionar. eElpediu patente por
dente Franklin D. Roosevelt, pedindo issono ano se guinte. De fato, Szilárd tinha
que o governo montasse um programa originalmente as patentes tanto da reação
de pesquisa para desenvolver uma bom em cade ia quantodo rea tor nucl ear (com
ba atômica, a fim de combater o risco de
EnricoFermi) , embora abrissemão da pa
a Alemanha nazista desenvolver armas
tente das rea ções nucleares em cadei
a para
nucleares primeiro. Este foi o Projeto Ma
a Marinh a Britânica m e 1936. Szilárd oi f
nhattan. Szilárd idealizou o projeto como
o pioneiro no dese nvolvimentoda bomba
uma forma de proteger o mundo contra a
atômi ca (vejao qua dro).
destruição descrita por Wells, pois espe
FrédericJoliot-Curie produ ziu evidên
rava que a bomba fosse mantida como
cias experi mentais da reação em cadeia
ameaça, e não realmente usada. Ele
em 1939, e cientistas emmuitos países
ficou cada vez mais descontente à me
(inclusive Estados Unidos, Reino Unido,
dida que o controle da pesquisa passou
França, Alema nha eUnião Soviética) so
para os militares, e insistiu em uma de licitaram din heiro parapesquisar fissãa o
monstração da potência de uma bomba
atômica aos japoneses que garantisse a nucle ar. O primeiro rea tor foi o Chicag o-
rendição sem a perda de vidas, uma su -Pile-1 em dezembr o de 1942, construído
gestão que o governo dos Estados Uni para produz ir o plutônio a ser usado em
dos rejeitou. As bombas atômicas foram armas nucleares.
lançadas sobre as cidades japonesas de
Hiroshima e Nagasaki em 1945, causan O fi m do á tom o clás si co
do grande devastação e muitos milhares Com o modelo de Bohr, era impossív
el res
de mortes. Depois da guerra, Szilárd pre ponder pe lo compo rtamento do átomo em
viu o impasse nuclear que caracterizaria term os da física clássica
. O núcleo minúscu
a Guerra Fria. Ele se afastou da física para lo contém os próto ns enêutrons, mantidos
se concentrar em pesquisa sobre biolo juntos pela força nuclear forte. No espaço
gia molecular. vazio, os elétrons giram com velocidade em
torno de sua s conchas designadas,sair sem

142
de sua s órbitas, mas pazes
ca ar deDetonação de bombas atômicas sobre Hiroshima
de salt
umaparaoutranascircunst âncias certas.(esquerda)
O e Nagasaki (direita) em agosto de
1945.
que os antigos, com seu conceitode átomo
indivisível, acha
riamdifícil de entende r foi
não ape nas queo átomo continha e ns, Prótons enêutro
létro ns sã o exem plos de há-
prótons e nêutro ns, masque osprótons edrons,os qua is todos sã
o compostos rpo três
nêutro ns podem ser ainda mais divididos. A quarks b
( ári ons)ou um quark um
e antiquark
segunda me tade o d século X X viu a de sco(mésons). E xperimentos no S tanford Linear
berta dosquarks , unidos po r uma forçame Accelerator Center em 1968 revelaram que
diada or p giúons. E intrigante que stae e sjao próto n não é indivisível, mas abrangeob
a força fo rte- a mesma responsá vel por li jetos menores, semelhantes a um ponto, que
gar próto ns enêutron s. De fato,a ligaçã o deRichard Feynma n chamou de“párto ns”. O
prótons e nêutrons élgo a de efeit o residual. modeloquarkfoi pro posto em 19 64, mas
A forte força que age sobre os quarks é bem os pártons nãooram f identificados imedi a
mais interessa nte.Em ve z de dimi nuir a distamente co m os q uarks. Os qua rks vêm em
tância, a fo rça se torna m ais of rte até qu eseis sa bore
s: “up”, down”,
“ “to
p”, “bottom”,
atinja um máximo que elaxerce e sobre to “strange”e “charm” (“to p” e “bottom” às
das as distânci as substancialmente ma iores vezes são chamados “verdade” e “beleza”).
que
Os g oiúo
tama
ns nho de e
foram um
d próto
tectadosn pela
oupri
nêutron
meira. Os qua
antissa rks, antimatéria
bores que srcin
am- conceito
antiquasrks têm
estra
vez em 1979 usando o colisor elétron-posi- nhos como o quark ntiestranh
“a o” e o quark
tron PETRA, na Alemanha. “anti-up”. Na vida normal,estes poderiam

143
ÉI
“ DENTRO DO ÁTOMO

ser h
c amados “mundano” e “down”, mas no O grande nú mero de partículas subatô
estranho mundo dos qua o é o micasvai além od escopo deste
rks,“down” nã ivro,
l mas
mesmo que “anti-up”. bast a diz
e r que existem muit
o s que ianda
Tanto pró nto nêutrons osãbá- não foram e
tons qua dscobertos ou comprovados,
rions esão apenashádro emboalguns com
ns estáveis, propriedades efunções desco
ra osnêutr ons só sejamstáveis
e dentrodo nhecidas.
núcleo de um átomo.Existemcercade 40
tipos conhecido s ou previstos debárion, e M at é r i a e an ti m at é r i a
cercade 50 tipos conh ecidos ou previsto s Em 1927, Paul Dirac publico u umaequa 
de méson. Eles têmnomesbizarro s, comoção de ondadefinitiva do elétron que cao
“ômega duplamente carregado bottom” moda va plenamente requisi os tos da teo
(um bário n de ma ssa ou duraçã o descoria especial da relatividade (v eja apágina
nhecida).Alguns têmvida muito curta (s e 132). Surpreendentemente, no o,entant ela
é que existem) -como o bá rion delta,que tinha dua s soluçõ es; uma des crevi
a o elé
dura apena s 5,58X 10-24 segundos. (Isso tron familiar ea outra algo equiv alente oa
significa que levaria cerca de 30 vezes oelétron , mas com carga positiva. Primeiro,
númerode partículas delt a queas estrelasDirac te ntou enca ixá-la no próton, mas
no universo para durarum único segun esta tambémtinha massa demais.Outras
do.) Os primeiro s mésons de scobertos of  investigações suge riram que oa usar ener
ram káons epíons, encont rados em raios gia sufi ciente, um rpade pa rtículas po
dia
cósmico s em 1947. ser cria do com ca rga elétrica oposta,mas

O QUARK DE UM PATO
O nome "quark" foi escolhido por uma
das duas pessoas que propuseram sua
existência independentemente em 1964,
Murray Gell-Mann. Ele escolheu esse
nome lembrando o som feito pelos patos,
querendo que fosse pronunciado "quork",
mas não conseguiu se decidir quanto à es
crita. Ele optou por "quark" depois de en
contrar a palavra em Finnegans Wake, de
James Joyce:

Três quarks para o senhor Mark!


Ele não chega a latir exatamente
E certamente qualquer latido que ele dê será
além do esperado.

144
O FIM DO ÁTOMO CLÁSSICO

massaidêntica. Em 193 2 e
1933, Cari Anderson desco
briu ves
tígios de uma partí
cula carre
gada positivamente
como previsto por Dirac.
Ele a chamou depósitron.
Outros a reconhecera m
como a primeira partí cula
antimatéri
a a ser de
scoberta.
Desde entã o se encon trou
uma a plicaçã
o prática para
o pósitron em uma téc nica
de diagnóstico médico por
imagem cha mada scan PET
(tomografia por missã
e o de
pósitron). Agora sabemos
que to das sa partí culas têm Murray Gell-Mann deu o nome aos quarks.
partículas antimatéria correspondentes
com pro priedadesxatamente
e opo
stas
.
da e pudesse carregar qualqu er quant idade
P ar tí cula s fantasmas
de energi
a ci
n éti
c a par a cima, até um má
Uma da s partículas ma is intrigantes e diximo pree stabelecido . Ele cha mou suapar
fíceis de de scre ver éo neutrin o, sugeridotícula potencial denêutron , emboradois
pela primeira vez por Wo lfgang Pauliem anos depois Chadwi ck adotass e esse nome
1930. Ele pre cisava de la paraequilibrar para apartícula que gora a conh
ecemos
uma e quação. Quando o núcl eo de m u como nêutron.
átomo radioativ o decai,a energialiberada Em 193 3, Enrico Fermi deu no ome de
deveria ser igual àquela presente srcinal
“neutrino” pas ra amisterio
quemsa partícula de Pau
mente. Mas Pauli u que não erali. Fermi ug
descobri eriu u nê utron deca i em
este o ca
so. A energia que se perdia era um próton e um elétro n (que també m de
maior do queaque la quepodia ser medi cai se levado para fora d o núcleo atô mico),
da, o quesignif
icava quelgo a estava sen e ta
mbém a
um novo tipo de partí
cula não
do emiti va sendo identificadocarre
do e não esta gada, o neutrino . Então oneutri no era
pelos detectores.auli
P sabia que
, dura nte em itido jun tame n te com um e
létro
n duran
o decaimento beta, os elétrons emitido s te o deca iment o beta .
aparentemente diam
po ter uma qua
ntida Os neut ri
n os não saíram dateoria até
de enorme deenergia até um máximo paraque os físicos ame ricanos rederick
F eines
R
cadadeterminado ipo
t de núcleo. Mas se (1918- 199 8) e Clyde Cow an (1919-197 4) os

fosseeste realmente o so,


ca violaria a lei datanques
detectaramdeem
gua 195
3. de
á perto Eles
umusaram r gra
reato ndear
es
nucl
conservaçã o de energ
ia. A solução radical
de Pauli foi sugerir existência
a de outracomo “coleto res de neutrino”. Calcularam
partícula sem carg
a que não era qua ntifica- que o rea
t or geraria de
z tri
lhões de neutri-

145
É
DENTRO DO ÁTOMO

isso,existe muito espaço para os neutri


nos
"Fiz algo muito ruim hoje ao propor uma
zarparem por tudo e, po r não terem carga,
partícula que não pode ser detectada. É algo
eles não são defletidos nem desviados por
que nenhum teórico deveria fazer ."
elétronsou prótons.
Wolfgang Pauli, diário, 1930.
Cerca de 10anos após desco
a berta do
primeiro neutrino, um detector de neutrino
especializ
ado of i instaladoem umamina de
ouro emDakota do Sul. O detecto r consis
nos por segundo e conseguiramcoampatia deum vasto tanque io che
de fluido para
nhar três por uma
hora. Claramente muitos limpezaa seco, ricoem cloro. Quando um
escapavam, masos pouco s que les
e enco n neutri
no colide comum átomo decloro, ele
traram orneceram
f prov
a a necessária de cria árg
on radioativo. A cada poucos mes es,
queos neutri
nos exist
em. um examedo tanque rev elava cerca de15
Os neutrin
os têm massa desprezív el e átomos deárgon, mostrando que 15 neutri
não têm carga; rpo isso pass
am por tudonos tinhamolidi c do com tomos
á de loro.
c
que encontram sem impedimento algum. O detector oif usa do continuam ente duran
De fato, se um feixe de neutri
nos fossediste maisde 30anos.
parado contra umaparede de chum bo de Hoje existem muito s detecto res d
e neu
espessurade 3.000 anos- luz, metadepassa trinos construídos em subsolos profundos,
ria por ela sem ser de tida. Existemneutri alguns m e velhas minas, utro
o s sob o cea o 
nos emitidos pelo Sol e fluindo deexplosões no e també m abaixo do gelo daAntártica. Não
estelares. Real
mente, cercade 100 trilhões é problemaparaos neutri nos chegar até os
de neutrinos passa m por nossocorpo a dete ctores, mas o abrigompedei os cien
cadasegundo. Lembre- se dequeos átomostistas deconfundi-los com ra ios cósmicos
são basicamente spa
eço vazio- o núcleo (p é artículas maiores q
ue são impedidas pela
o grão de reia
a o
n estádiode futebol. Por matériainterveniente ). O detector neu trino
Super-K no Japão
usa 50.000 to
ne
ladas de água em
um tanqueecha
f 
do por um dom
us

O detector
MINOS (Mains
Injector Neutrino
Oscillation Search)
no Soudan
Underground Mine
State Park, usado
para investigar
neutrinos.

146
O FIM DO ÁTOMO CLÁSSICO

com 13.00 0 sensores de luz. Os sen


UMA ROTA CIRCULAR
sores detectam um clarão azul sem
pre queum neutrin o colide comum O KATRIN (Karlsruhe Tritium Neutrino Experi-
átomo nagu áa e cria umelétron. Ao ment), que será usado para calcular a massa de
traçara trajetó
ria exata u on um neutrino, foi construído a 400 quilômetros de
qe o elétr
Karlsruhe, Alemanha, onde funcionará. No entan
faz pela
tificar gua
á e, dire
dequ osçfíãsicos po
demiden
o o neutrinoveio, to, por ser grande demais para ser transportado
e daí deduzem suaorigem. Amaioria por estradas estreitas, foi transportado por barco
pelo Rio Danúbio, entrando no Mar Vermelho,
vem do Sol. Em 2001, os físicos des
passando pelo Mediterrâneo, contornando a Es
cobriram qu e os neutrinos vêm m e
panha, atravessando o Canal Inglês e entrando no
três “sabores”. Existemmuito s outros
Reno, para Leopoldshafen, Alemanha, onde então
tipos além do ue q eles ti nham per
continuaria por estrada. O trajeto levou dois me
cebido , mas eles descob riram apenas
ses e cobriu 8.960 quilômetros.
aque les quecriam elétr ons quando
interage m com amatéria. Adesco
berta de asbores tem ma is uma imp licação
prob lem a com o qu al estive trabalhando.
-sa.signif
Umica
detqu
e ros
ecto neutrino
para sr a
medi possu
em ma
massa s o
deum Continuei agora a brincar com isso da for
neutrino entrará em opera ção na Alema nha ma descontraída que tinha feito no início e
em 2012. era como tirar uma rolha de uma garrafa
O trabalho de Feynmann sobre o - tudo si mplesmente derr amou, e em pouco
spin
e a rotação de elétro ns nasceu ao ver uma tempo eu resolvi as coisas que me fizeram
placa irando
g e fleti
re ndo sobre aoscilaçã o ganhar o Prêmio Nobel mais tarde."
enquanto ele observava o padrão.
"Enquanto almoçava, uns garotos ati A ÚLTI MA PARTÍCULA PE RDI DA
raram uma placa na lanchonete. Havia um A antimatéria e os neutrinos foram contem
medalhão azul na placa, o símbolo de Cor pladosem teoria antes desere m descober
nei I, e quando eles atiraram a placa e ela tos. A
gora acaça
começou a cair, a coisa azul girava e me gitada emteoria,d
oabóson
éde outrapart
de gg
His. ícul
As aveze
cos
parec ia que com mais ra pid ez do que a osci denomin ada “partícula de Deus”, o bóson
lação, e eu não entendia a relação entre as de Higgs é aúltima partícul a no cham ado
duas. Por brincadeira, pois aquilo não tinha Modelo Padrã o do m undo ísico
f queinda a
importância nenhuma, montei equações de precisa rsedes coberta. Obóson de Hi ggs
movimento que faziam coisas girar, e desco não precisa exist
ir em todos os modelo s da
bri que se a oscilação fosse pequena, o me física, eme alguns modelos pode haver ma is
dalhão azul giraria duas vezes mais rápido de um tipo debóson deHiggs. D escobri r
que a oscilação. se a partí
cula existe ou nã
o ajudará os cien
Comecei a brincar com essa rotação e tistas adecidir qual dos odelos
m sugerido s
esta me levou a um problema semelhante é mais pro vável de star
e correto. O bóson
da rotação do spin de um elétron de acordo de Higgs épensa do como um compo nen
com a equação de Dirac, e isso me levou te do cam po de Higgs. Passar pe lo campo
de volta à eletrodinâmica quântica, que era de Higgs confere massa às partículas. Se o

147
É
DENTRO DO ÁTOMO

RICHARD FEYNMANN (1918-1988)


Nascido em Nova York, Feynmann foi
apresentado à ciência por seu pai, que
fazia uniformes, mas tinha interesse por
ciência e lógica. Feynmann estudou em
Massachusetts Institute of Technology
(MIT) e Princeton antes de trabalhar no
Projeto Manhattan para desenvolver
a bomba atômica durante a Segunda
Guerra Mundial. Mais tarde ele entrou
para o Califórnia Institute of Technology.
Feynmann foi um professor carismático
e popular com muitos hobbies e interes
ses incomuns, entre eles tocar bongô em
um bar de strip tease. Ele desenvolveu a
teoria matemática da física de partículas
e demonstrou que a interação entre elé
trons (ou pósitrons) pode ser considera
da em termos dos elétrons trocando fó-
tons virtuais, e mostrou essas interações
na forma de "diagramas de Feynmann".
Famosamente, ele tinha uma van decora
da com diagramas de Feynmann, a qual
ainda existe em uma garagem na Cali
fórnia. Ele também foi pioneiro da com
putação quântica e chegou ao conceito
de nanotecnologia. Niels Bohr procurava
Feynmann para discutir física porque os
demais reverenciavam tanto a ele próprio
que acabavam não o contradizendo nem
destacando falhas em seus argumentos.

Diagramas de Feynmann de:


(!) interação do neutrino com a matéria com
corrente carregada; (2) interação do neutrino
com a matéria com corrente neutra; (3) um
processo de dispersão; e (4) decaimento do
nêutron.

148
Túnel do LHC em CERN.

bóson de Hi tegralbósonde Higgs esm


ggs existe,ele éparte in agando próto
ns junt
os a
a e está presente emdatoparte. altas
da matéri A veloci dade s.
primeira de
scriçã
o completa adpartí
cula fo
i
dadapor Peter Higgs em 1966. P ar tí culas d a s e str e la s

A busca pelo bóson de Higgs exige o Grandes colisores de hádrons tentam imi
uso de col isores em grande esca la, como otar sa condições qu e existiram no início do
Grande Colisor de Hádrons (LH C - Large própriounivers o, com sa partículasorça f
Hadron Co llider) no Cern,Suíça, eo Teva- das a se juntar sob imensa pressão. O fato
tron no e Frmilab, EUA. Existemvárias m a de termos id
eia do que pode ter acontecid o
neiras de o colisor dehádrons pro duzir um próximoao iníciodo universo é o re sultado
de milhares de os an de b oservação
RENOMEANDO O NÃO EXISTENTE e da formulação de teorias sob re
Muitos cientistas fazem objeção ao termo popular as estrelas oe espaço, uma t
aivida
"partícula de Deus" para designar o bóson de Higgs. de que ems dúvid a começou antes
A sugestão mais popular em um concurso para dar dos regist
r os históricos de nossos
novo nome a ele em 2009 foi o "bóson garrafa de primeiro s ancespara
trais que einven
olhavam
champanhe", mas outros nomes concorrentes foram ma ravil
hados o céu
"mastodon", "misteron" e "não existon". tavam stóe rias para explicar o que
viam.

149
CAPÍTULO 6

Tentando
alcançar as
ESTRELAS

É impossí
velsaber quando os seres hum
anos olharam
pela primeira vez
para as estrelas,
quere
ndo entendê-
-las. A
lguns ficavammotivados aover constelações
- no padr
ão da
s 4000 estrelas aproxi
madamente, visí
veis a olho nu, e este deve ter sido um pequeno pas
so para ve inntar estórias queacom panhassemessas
imagen s. Algumas dessa s histórias se tornarambasea
das cre nças religiosas e tentaram expli
car o inex
pli
cável -a origem domundo,a razão paras a estações,
o movimento das estrelas e planetas pelo . Outr
céu
as
pessoa s, ao que par ece,se motivarama procurar ex
plicações racionais. Elas obser vavam , conta
vam, me
diame eventual mente fazi am previ sões.Sem dúvida,
testaram e apri morar am su as previsõesà medidaque
ao longo do tempo os problemas foram ansferid
os
tr
para seusprimeiros
ram os modelos.ientistas.
Esse
c s primeirosastrônom
Eles nã
o entr os fo
avam em
confl
ito com as tradições reli
giosas de usas cultur as,
mas trabalhavam de mãos dadas com las,eprevendo o
movimento de corpos celestes par
a produz ir calendá
rioscom aplicações relig
iosas e tambémprát icas.

A via Láctea = nosso lar no universo, mas apenas uma das


centenas de bilhões de galáxias.
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

investi
gadores descobri
ram alinh amentos
muitomais exatos com dif
erentes mov
imen
tos celestes,clusi
inve a Lua e os planetas,
e sugeriram que Stonehenge representa o
resul
tado de décadas ou mesmo séculos de
observaçã o astro
As Grandes nômica.em Giza no Egito
Pirâmides
são alinhada s commais exatidão. Concluí
das em2680 .C., a todos os quatro ladosdas
Existem 3.000 pedras pré-históricas em Carnac, três pirâm
ides seg
uem a ori
entaçã
o norte-
na França. -sul e leste-oeste dentro de uma pequ ena
fração deum grau. As posições da s pirâmi
Estrelas e pedras des podem espelh ar a
s estrel
as centrais nas
Algumas das estruturas humanas mais anti constelaç ões d e Orion, com outras pirâmi
gas podem most rar evi dência de observa ção des c
orrespondendo ssiv
poelmente out
a ras
cuidado sa do mov imentoda Lua, estrelasestrela e s em Orion e o Nilo correspo nden
planetaspelo céu. As 0003. pedra s de Cardo àVia Láctea . Odoprimeiron retra
tigotoé corre
nac, na Fran ça, datam decerca de4500-to da astrono mia Egito A o te
to
3300 a.C., e podem ter tidosignificado da tumba e
d Senenmut, arqui teto chefe e
astronômico. O círculo de pedras em Sto astrôno mo durante o reinado da Rainha
nehengeno sul daInglaterra, erigido 3000- Hatchpsut (c.14
73-1458 a.C. ) . Várias cons
220 a.C., pode ter ser vido como observa truçõ es erguidas pelos maias América
na do
tório celeste: o
Sol no me io do verã
o nasc e Sul se ali
n ham ao ag
lomera d o de e
strelas
aproximada mente emalinhamentocom o Plêiades eà Era Draconis (uma str e ela da
eixocentral de Stonehenge. A preces são da constelação Draco).
Terra (aforma com o nosso planeta gira so
bre seu eixo ao a gnifica queP r im ei r os obse r vado r es d a s estr el as
f zer arotação) si
Stonehenge teri a se alinhado co m menos Não nexistem
suste tem mu registro
uso ous correlaçã
contemporâne os que
o astronô
mi
exatidão 4000 atrás do que e, hoj
ma
s ainda
podeter o f rnecidodados a stronô
micos úte
is ca para Sto
neh enge eas pir
â mi
d es, ma
s os
para serem plicado
a s
à agricultura e a cul
tos espirituais. O utros

Stonehenge, em
Salisbury, Inglaterra,
pode ter tido usos
astronômicos em tempos
pré-históricos.

152
ESTRELAS E PEDRAS

As Grandes Pirâmides
em Giza, Egito,
parecem estar
alinhadas com as
estrelas e com
os pontos de
orientação da bússola.

primeiro s astrônomos queixara dem regiscativos naTerra. Do século XVI a.C. até o
tros datampro a ximadame nte do me smo pefinal do sé culo XIX d.C., quase toda s as di
ríodo. Os as trônomos chinese s começaram
a observar océu usando observató nastias
rios esvar esigna
d vam
e registrar autori
dades
acontecimentos pa
ra obser
e alterações
pecialmente construído s por vol ta de2300 astronômicos deixando um gistro re inesti
a.C. O prime iro relato de um cometafoi mável para oshistoriadores destro a nomia
registrado em 2296 a.C., de um a chu va deda atualidade.
meteoro s em2133 a.C.e de um ecli pse sol ar Os babil ônios ocup aram a área em 1600
em 2136 a.C. Aastronomia chin esaservi u àa.C., aprox imada mente. Se us astrôno mos ti
astrologia, eos admirado res d o céupreci sa nham poi a o estatal para atividade s como
vam prever eclipses e outros fenômenos ce elabo rar ca lendários e fazer pr evisões astro 
lestes afim de escolher m omentos pro pícios lógicas.Eles compi laramcatálogos de estre
parareali zar eventos rea is e batalhas, alémlas ecomeça rama manter reg istros, a longo
de prever oaturof sucesso e asaúde dom i prazo,de movimento s planetare s e de eclip
perador.O fracasso poderia ser fatalsa -be-seses solares elunares que os judavam
a fazer
a
de pelomenos doi s astrônomos deca pitadosprevi sões pro a ximadas d e eclipses . Eles pa
em 2300 a.C. por fazerem previ
sões in exarecem ter descob erto o cl cio de 23 me ses
tas deum eclipse solar. U ma tumba em umdos c elipses lunare s. Por volta de 800 a.C.,
Xishuipo , na província deHenan, da tandoeles ifxara m a loca lizaçã o de Vénus , Júpiter
de cerca de 6000 trás,
a co
ntinha conchaseeMarte em re laçãoàs estrelas e regist raram
ossos orma
f ndo as imag ens detrês co nste o movimento retró grado (paratrás ) dospla
lações da astron omia chin esa, o Dragão denetas.
Azure, o Tigre Branco e o Dipper do Nor Os babilô nios desenvol vera m um ca 
te. Ossos do oráculo de 3.200 nosa com os lendário de 1 2 mese s com obônus ímpar, o
nomes de str e elas relacionadas às28 ca sas décimo terceiro smê adicionado coasional
lunares fo ram prese rvado s. Os chineses mente para nter ma aregulari dade dosanos.
acreditavam u qe osalinh amentos nocéu in Em alguma s partes da Babil ônia, também
dicavam ou previamacontecimentos signi fi havia uma semana desete dias.Os babi lô-

153
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

Ter um sistema para me dir ângulos per


mitiu aos strônomos
a babilô
nios medir o
movimento re trógrado dos planetas. Com
base emregistros mantidos em placa s de ar
gila ao longo deséculos, eles puderampre
ver as posições planetárias e os movimentos
retrógrados, mes mo se m entender como ou
por queos movimentos aconteciam. Eles
não tentara m dar expli cações cientí
ficas
nem modelo s, umavez que sua s previ
sões
atendiam ape nasa finalidades práticas e re
ligiosas.

Da observação ao
pensamento
nios tambémdividiram o círcul o em 360 Enqua nto os astrôno mos chineses , sumé rios
graus, e a partir deste eles derivaram uma e babilônios eram rigoro sos no regist ro das
divisão do iad em 12 “kaspu” , durante oestrelas e
aconte cime n tos, os gregos anti
qual o Sol vari
ava 30 raus
g do u. gos adotaram uma b
cé Eles usa a ordag em ma is teórica
vam o arco de um grau como unidade para e cientí
fica, enta
t n do expli car e mod elar o
mediro espa ço angular. comport amento dosorpo c s celestes.
Por volta de 00 5 a.C.,
£) Pitágoras sug eriu que o
% mundo é um globo, em vez
X de ser acha tado , e no século
&
V a.C., Anaxágoras propôs
$ que o o Sl é umarocha mui 
r;. to quent e, e que aLua éum
O c\ > X peda ço da Terra. E m 270
-rt a.C. , Aristarco disse que a
a e o T ,V *
*
rv * íc Terragira m e tornodo Sol.
9*4 9 ■- lí?.;. Anteriormente, as pessoas
acre ditavam que aTerra
* V A r/y i . fosse o centroem torno do
qual a Lua, o Sol, os pla
v ; ; a p» netas eestrelas g
iravam.
1 Aristarco fez o primeiro
^
A, '** áâ % £
't f
>#n

z.
:èi~
~ O mapa estelar chinês
Dunbuang, criado em
a* 700 a.C.

154
DA OBSERVAÇÃO AO PENSAMENTO

"Então, se parecesse mais provável que o equador do globo


este o a cso, esse racio cínio
terrestre, em um único segundo (ou seja, no tempo em que faria sentido. Mastais di s-
alguém andando rapidamente é capaz de dar um único pas- tâncias ra
e
m inco n cebív
eis
so) pode perfazer um quarto de milha inglesa (sendo 60 mi- naquel a época eo modelode
lhas equivalentes a um grau de um grande círculo na Terra), Aristarco foi rejeitado. Le-
ou que o equador doprimum mobile naquele mesmo tempo varia 1800 anos até que este
deveria atravessar 5.000 milhas com celeridade inefável... fosseaceito.
mais rápido que as asas de ra
ios, eles mantêm a verdad
e que
assombra especialmente o movimento da Terra." H ip a r co - o maior
Edward Wright, na introdução ao De magnete de William ASTRÔNOMO DA
Gilbert (1600), explicando por que é mais provável que a ANTIGUIDADE?
Terra gire em torno de seu próprio eixo que o Sol gire em O astrônomo gre go Hi-
volta da Terra a cada 24 horas. parco nasce u em Nicea por
volta de 190 a.C., mas passou
a maior parte de sua vida em
cálculo do tama nho do Sole daLua e desua Rliodes. Foi chamado o ma ior astrôno mo
distância da Terra, e conclui u que uma vezdaAntiguidade, embora uitompouco de se u
que o Solé muitomaior que aTerra , é rela-trabalhoenha
t sido pres ervado.Ele émuito
tivamente impro vável que o Sol girasseem conhecido por nós por me io deA lmagest, de
volta daTerra, tendo sua órbita subordinada
a ela.
Trabalhando parti
a r do tem po queleva-
va para um eclipse lunar acontecer, Aristar-
co calculou a distância da Terraaté aLua
em cerca de 6 0 vezes o raioda Terra,o que
está deacordocom os da dos moderno s. Ele
decidiu que o ol S está 19 vezes ma is longe
da Terra que a Lua, e tem cerca de ve- 10
zes o diâmetro da Terra,embo ra esses da-
dos nã o fossem tão exa tos. Infelizmente,as
conclusõ es deAristarconão foram ce a itas
por seus cont emporâne os. Um argumento
era quese aTerrase move em rno to do Sol ,
às vezes el
e estaria muit o além da s estrelas e
seu tam anho pare ciavariar. e Dfato, eviden-
temente,a Terraestá tão onge l da
s estrelas
que adistância quea Terraviaja éminúscul a
em compara ção e nã o faz diferençaao tama-
nho apare
nte das estrelas,
mas senão o
f sse

Hiparco com a esfera armilar inventada por ele.

15 5
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

Quadro mostrando o universo de


Ptolomeu, com a Terra no centro,
1660 1
- .

produçã o do primeiro catálogo


detalhado da s estrelas.O traba lho
chinêsTheGan andShi Book of the
Stars,escrito dura nte o sé
culo V I
a.C., registra as posiçõ es de 21 1
estrelas. Ma s Hiparco n otou as
posições de850 estrelas sív vieis a
olho nu, clas sificando-as em seis
Ptolomeu. Ele sebaseou no traba lho de as
trônomos babilônios, forma ndo umaponte Essesistegrupos
ma é usa de
doacordo
dacom
ain hoje. esEulebrilho.
levan
entre oscadê
a micos daBabilônia e da Grétou uma list a detodos os e clipses que ocor
cia dedi
cados a essaárea , e aparentemente reram nos 800 anos anteri ores enotou uma
usou algun
s de eus
s métod os, bem como os nova estrela na constelação de Escorpi ão
dados col
etados por eles. em 134 a.C. Ele também recebeu os crédi 
Hiparcofoi um gra nde observa dor dostos por inventa r a trigono metria e lvez ta o
céus e com rfequênci a credita-se a ele aastrolábio anplisférico. Ptolomeu diss e que
Hiparco explicou o movi mento circul ar do
Sol e da Lua, ma s ele não tinha um modelo
das trajetórias dos planetas, embora gaor
nizasse os dos da so bre eles mo
e strasseque
eles não estavam de acordocom as teorias
contemporâne as. Seu feito mais famoso oi f
discutir como soponto s do solstício e do
equinócio se movem lentamente do Leste
parao Oeste u qando definidos com ba se em
estrelasxa fis - conhecidasomo c aprecessão
dos equinócio s.
Hiparco oi f o primeiro a determinar a
duração deum ano com exa tidão,forma ndo
365 dias, 5horas e55 minutos. Ele noto u
queas estaçõesnh tiam duraçõesferentes
di e
calcu
lou a duraçã o do mê s com grande exa
tidão,faltandoapenasum se gundo.

156
DA OBSERVAÇÃO AO PENSAMENTO

A S ESF ERA S D E PT OLOMEU


Deve ter ido
s o modeloeh
UM MODELO MENOS PLAUSÍVEL
liocêntri
co de Arista
rco que
Na mitologia hindu, diz-se que o mundo é sustentado
chegou do mundo antigo
no espaço por quatro elefantes, que, por sua vez, estão
paranós, mas seu lugar oi
f
de pé sobre o casco de uma tartaruga. Não há obser
tomado por outrodescrito vação astronômica conhecida que apoie esse modelo.
por Ptolomeu por volta de
Terry Pratchett tomou emprestado a lenda hindu em
140 d.C. Este ã no se ori
seu romance Discworld. A resposta à pergunta óbvia do
ginou com Ptolomeu - ele
que representa a tartaruga tem sido dada com frequên
esta
va apresentandoo con cia como "a tartaruga é o retorno ao infinito", uma res
senso daopinião contempo posta que tem sido atribuída a muitas fontes.
rânea em se uMathematical
Compilation (agoraonhe
c
cido comoA lmagest, após
uma corruptela d
e seu título
em árabe). De acordo co m
Ptolomeu, a Terra situa- se
no centrode um grupo de
esferas concêntricas. Nessa s
esferas, a Lua, o Sol,os pla
netas eas estrelas fixasgiram
em volta daTerra . Os gregos
acreditavam e qu o círculo
fosseuma fo rma perfeita, e
assim como o céu era o âmbit Essepadrã
o da perfeição, o de órbitas circul
ares edslocadas
as órbi tas de
vem ser circulares. ntudo
Co , explicava, de
modo aproxima
do, a traj
etória
isso não expli
cava o m ovimentoobser vado ligeiramente errante
dos pla
neta
s, que sà ve

dos pl anetas. zes parecia voltar pa ra trá


s (seguir umara t
Parafazer omodelofuncion ar, asórbitasjetória retrógada). As estrelas fixas podiam
d planetastinham de se distan ser e
circulares os xplicadas mais facilmente elas - sees
ciar daTerra. Estava claro de Vénus eMer palhavam rpoumaesferadistante que girav a
cúrio estavam em órbit a em volta do Sol, em volta daTerr a, fornecendo um pano de
logo, no modelo Ptolomeu,
de elesegsuiamfundo pa ra todoo resto.
umatrajetória circular em volta do Sol,que Com observações da cavez mais exatas
fazia uma trajetória circular em tornoda do movimento dosplanetas , ficou claro
Terra. Marte,Júpiter e Saturno - os outros que o modelo de Ptolomeu nã
o explicava
planetas visív - bém giraplenamente ua
eis a olho nu tam s s trajetórias. Um núme
vam em torno de algo, mas que não era o ro cada vez maior de pequenos ace rtos foi
feito para ajustar omodelo e ma ntê-lo de
Sol. Ptolome u
formavam o foco identif
icou
das órbipontos
tas de zios
va que
sses plane acordo com s
a observa ções, ma
s eventual
tas, e sse
e s pontos vazios gir
avam m e volta mente, após ma is de 1.000nos a el e teve de
da Terra eg s uindo uma trajetória circular. ser aba
ndo nado.

15 7
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

P a r a dentro e para fora d a e scur i dã o


BRAHMAGUPTA (598-668 d.C.) Com o declínio do mundo helénico , a as
O matemático hindu Brahmagupta nas tronomia entrou em seu próprio período
ceu na cidade de Bhinmal em Rajasthan, de eclipse. ão
N há rgandes as trônomos ro
Noroeste da índia. Foi chefe do observa manos, e pouco progre
sso o
f i feito antes do
tório astronômico em Ujjaun, e escreveu apareciment o da ciência ára
be e afundaçã
o
quatro textos sobre matemática e astro da escola de astro
nomia de Baghdad em 3 81
nomia, um dos quais contém o primei d.C. por al-Ma’mun.
ro relato do número zero. Brahmagupta Enquanto nadastava e contecendo
a na
propôs que a Terra gira em torno de seu Europa eNorte da África, os strôno
a mos
eixo; demonstrou que a Lua não está hindus es tavam fazendoe gravandoob
mais longe da Terra que o Sol; e afirmou servações que ais m tarde ali
mentariam a
que a Terra é redonda, e não achatada. astronomia árabe. O primeiro exto
t hin
du
Para combater as críticas de que se a Terra sobreas estrelas, oVedangaJyotisa, data
fosse um globo, tudo cairia, ele descre em torno de 1200 a.C., mas é um trabalho
veu algo próximo da gravidade (veja a ci astrológico, não astronômico, eseus usos
tação abaixo). Deu métodos para calcu eram principalme nte er ligio
sos. O Arya-
lar a posição de corpos celestes e prever bhatiya, de 476-550 d.C., foi o primeiro
eclipses. Foi nos trabalhos de Brahma texto verdade iramente stron
a ômico a cir
gupta que os astrônomos árabes toma cular naíndia. Teveumainfluência nos es 
ram conhecimento da astronomia hin critores árabes posterio
res eé o primeiro
du. Kankah, que veio de Ujjain em 770 a estabelecer o início do dia à meia-noite.
d.C. a convite do califa al-Mansur, usou o Afirma que o mundo gira sobre seu eixo, e
Brahmasphutasiddhanta de Brahmagupta é por issoque sa estrelasarece
p m se m over
para explicar a astronomia. pelocéu eque aLua é il ummada oa ser re
fletida pe
la luzdo Sol.
"Todas as coisas pesadas são atraídas

para o centro da Terra... A Terra é a mes A st r on om i a árabe


ma em todos os lados; todas as pessoas Os astrônomos árabes foram os primeiros
na Terra ficam de pé e todas as coisas a aplicar a matem ática consistenteme nte
pesadas caem na Terra pela lei da natu ao movimentodas estrel as e planetas.Os
reza, pois é da natureza da Terra atrair e
astrônomos islâmicos foram impelidos pela
manter as coisas, como é da natureza da
necessidade edterum calendário confiável,
água fluir, do fogo queimar, e do vento
pois precisavamidentificar com exatidão
colocar em movimento... A Terra é a úni
os horários paraorações oa ama nhecer,ao
ca coisa que fica abaixo, e as sementes
meio-dia, à tarde
, ao pôr do os l e à noite,
sempre caem nela, seja qual for a direção
e serem capa zes de determ
inar a direção de
de onde você atirá-las, e elas nunca so
bem, da terra para cima."
sua cidade sagra
da Meca de qualq uer uga
l r.
Brahmagupta, Brahmasphutassiddhan- Eles olhavam
tarefas, uindopara
seg asorecomendações
céu parajudar
a nes
sas
do Co
ta, 628 d.C.
rão parausaremsaestrel as para na
vegação:
“Foi Ele quemorganizou as estrelas para

158
DA OBSERVAÇÃO AO PENSAMENTO

Mapa celeste árabe para o de Maomé,ele de sencoraj


ou
hemisfério norte, 1275.
os obse
rvadores de tira
rem o cnclusões sobre
Deus dizendo: “Um
que os gui
em na es eclip
se é um fenô

curidão
do mar”.da Oterra e
Corão me no da
e não naturelação
tem reza
também nco e raja com o nasci men
va a confiança em to ou a morte de
dados empíri cos e um se r humano ”.
as evi dências dos Isso diferenciou a
sentidos, enquanto astronomia ráabe
os pensadores gre das tradiçõesindu h
gos colocavam a mis e chinesa, ambas as
ênfase na razão. Ainjun- quais colocavam aastro 
ção do Corão de obse rvar, nomia aserviçoda astro lo

racio
uma caprox
inar ima
e cont
ção edo
mplar
m levou
étodo a fico.
cientí gia-825
Desde 700 e ad previ
d.C.,sãaproxi
o do mafuturo.
damente,
O Islã, em geral, se opõe ao uso da asa maioria dos strôa nomos ára bes concen
trologia para fins deprevisão. Quando umtrou-se em assimi lar etraduzi r trabalho s as
eclipse ocorreu dura nte a morte do filho tronômicos dos greg os, hindus eer psas pré-
-islâmicosSassanids
( ). Seu própri o esfo rço
começoupro a ximada mente ua q ndo o calif a
al-Ma’mun estabeleceu Casa
a da Sabedoria
em Baghdad.A chega da do pa pel da China
ao Iraque dur ante o sé culo VIII, muito antes
de chegarà Europa, tornou extremame nte
fácil coletar e disseminar conhecimento , e
de 8 25 d. C. até o saque de Baghdad pelo s
mongóis em 125 8, a Casa da Sabedoria of i o
centro intelectual do mundo.
O primeiro trabalho srcinal muçulma
no deastronomia oi f oZij al-Sindh, escrito
por M uhamm ed ibn M usa al-K hwarizimi
(c.780-c.850) em 830 d.C. C onsist e de tabe
las para osmovimento s do Sol,da Lua eos
cinco planetas conhec idos. Al-Khwarizimi é
lembra do basicamente como um matemá -

A obrigação de orar na hora certa levou os


árabes ao desenvolvimento do calendário e,
portanto, da astronomia.
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

A nebulosa do Caranguejo
foi criada por um evento da
supernova testemunhada
pelos astrônomos em
1054.

tico a( forma latin


izada
de seu nome , Algori
tmi,
nos de u o termo “algo
ritmo”), e os avanços
árabes em matemát ica
certame nte auxiliaram
o estudo dastroa nomia.
Ele tam bém aprimoro u
o relógio solar einven
tou o quadrante, usa
do paramedir ângulo s.
Perto de825-835 d.C,
Habash al-Hasib al-
-Marwazi produziu The
Book of Bodies and Distances, em que aper centro do sistema celeste eque oinfinito era
feiçoou as estimativ
as de algum impossíve
as distâncias l. Entreta nto, Ja’far Muham mad
astronômicas . Ele deuo diâme tro da Lua ibn Musa ibn Shakir su
geriu, no séc
u lo IX
como 3.037 kmna ( verdade é 3.470 km) ed.C., que os corpos celestes bservam
o as
suadistância daTerra como 346. 344 km (éme smas leis físi
c a
s que op
eram na T
erra (a
o
384.402 km).Em 964, o astrôno mo persa contrárioda crençados a ntigos),e no sécu lo
Abd al-Rahman al-Suíi (903-986) registrou XI, Ibn al-Haytha m fez aprimeira nta
te tiva

observaçõ
suas posiçõeses,e desenhos
magnitudes, das
estrel
bri
lho eas, dando
cor. demia.
u no
Se aplicar
le o
E m
étodo
usou a texperimental
para o especial à astro
para
testar
livro inclui as primeiras des crições figura
e s como aLua refletia a luz do Sol, aria v ndo a
da galáxia Andrômeda . Em 100 6, o satrô mon tagem de se
u equipame nto e g
ravando
nomo egípcio Ali ibn Ridwa n (988 -1061) os efeitos. Ele sugeriu que o iome dos céus
descre veu a su pernova de ma ho re é menos denso que o arrefeutou a visão de
ior bril
gistradana história, dizendoqueerade dua s Aristóteles de que a Via Láctea é um fenô
a três vezes maio r que Vénus e commumeno da atmosf era superior.oAmedi r sua
quarto do bril ho da Lua. Ela ta mbém foi para laxe, ele deduzi u que lae está muito lon
desc rita por astrôno mos naChina, Iraque, ge da Terra. Foi al-
B iruni que descobriu,no
Japão, Suíça e talvez pelo povo indígena na mesmo século, que aVia Láctea éformada
América do Norte. por estrelas. leEtambé m descr eveu agravi 
Os avanços que osstrô anomos ára bes dade comoa “atração de das to sa coisaspara
podiam fazer era m gra vemente mitados
li o centr o da Terra” , e disse que a gravidade
por suaconvicçãode que aTerra stava e noexist e dentro dos corpo s celestes daes esfe-

160
DA OBSERVAÇÃO AO PENSAMENTO

PRIMEIRAS FERRAMENTAS DO OFÍCIO


As ferramentas astronômicas mais antigas bio representa as posições dos planetas e es
que conhecemos são placas de argila da Ba trelas, com base na suposição de que a Terra

bilônia mostrando três círculos concêntricos está no centro do universo. Os astrolábios


divididos em 12 seções. Cada um desses 36 provavelmente foram desenvolvidos antes
campos mostra os nomes de constelações e do século I d .C , embora o primeiro instru
números simples, que podem representar os mento preservado seja árabe e date de 927-
meses do calendário babilónico. Um astrolá 8 d.C. A tradição islâmica explica as srcens
do astrolábio: Ptolomeu estava montado em
um burro enquanto olhava para seu globo
celeste. Ele derrubou o globo e o burro pi
sou nele, achatando-o e dando, assim, a
ideia para o astrolábio a Ptolomeu.
Uma esfera armilar é um equiva
lente tridimensional de um astrolábio,
representando os planetas e estrelas
em uma série de anéis concêntricos
com a Terra no centro.
Um quadrante é usado para me
dir a elevação de um corpo acima do
horizonte. O primeiro quadrante regis
trado é mencionado por Ptolomeu por
volta de 150 d.C. Os astrônomos islâmicos
construíram grandes quadrantes, mas o
mais famoso foi aquele
usado por Tycho Brahe
(1546-1601) em seu ob
servatório em Uraniborg,
na ilha dinamarquesa de
Hven.

Antigas ferramentas
astronômicas (no sentido
horário, de cima):
astrolábio, esfera armilar,
quadrante.

16 1
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

ras celesti
ais a
( inda traba
lhando com o mo çoam entos em instrumentos astronômicos
delo ptolomaico do universo). Al-Haytham e avanços nos lcul
cáos matemático s. Estes
propô s que aTerra gira em volta de seupreparara m terrenoparaos astrônomos eu
eixo, uma ideia quefoi colocada anterior ropeus daRenascençaque reescrev eriam o
mente pelo hindu Brahmagupta. Al-Biruni livro dos cé
us.
não viu problemas ma temá ticos na rotação
daTerraquando comentou sobreos escrit os A GRAND E EST RELA C ONVIDADA
de Brahmagupt a em 103 0. Por 23 dias acomeçarem julho de 105 4,
Como acontece com outros pectos
as uma estre la tãobrilhante que podia ser vista
da ciência islâmica,a investigação rigorosa à luz do diabrilhou no céu . Os astrônomos
em astronomia era de sencor ajadano Islã, sechinesesreferiam- se aela com o uma “estre
consideradacomo umatentativa de conhe la convidada ” na c onstelação de Taurus, er
cera mente de eus.D Talvez acontribui çãogistrando queseubrilho amareloeraquatro
mais significativa dos acadê micos árabes vezes mais brilhante que Vénus. Ela perma
dos séculos VIII ao XII tenhasido p aerfeineceuvisível durant e 653 dias.

OS MAIAS, DE OLHO CLÍNICO


O Dresden Codex é um tex-
to maia produzido na Amé-
rica do Sul no século XI ou
XII. Registra com exatidão
surpreendente observações
provavelmente feitas 300 ou
400 anos antes, da Lua e de
Vénus. Vénus era o corpo ce-

leste mais importante para


os maias depois do Sol. Os
maias também pareciam sa-
ber da existência da nebulosa
difusa no coração da conste-
lação de Orion: ela era des-
crita em estórias tradicionais
e representada com o uso de
fuligem em locais onde se fa-
ziam fogueiras. São a única
civilização conhecida por ter
descoberto essa caracterís-
tica de Orion sem o uso de
telescópios.

162
A TERRA SE MOVE - NOVAMENTE

O poetajaponês adieS Fu-


"Deus, ao criar o mundo, moveu cada um dos globos celes
jiwara escreveu sobre a estre
tiais como quisera,e para movê-los imprimiu neles ímpetos
la, e ela foi registrada m epo
sem que precisasse movê-los mais... E aqueles ímpetos que
tes de cerâ mica pelos artist
as
ele imprimiu nos corpos celestiais não diminuíram nem fo
nativos america nos Anasa zi e
ram afetados depois, porque não havia tendência dos cor
Mimbres . A “estrela conv
ida pos celestiais para outros movimentos. Nem havia resistên
da” eraa supernov a quecriou cia que fosse destrutiva ou repressiva daquele ímpeto."
a nebulo sa do Caranguejo . Jean Buridan, filósofo francês do século XIV.
Depois do desa parecimento
da nova estrel
a do cé u notur
no, elanão foi vista novamen heresia e erou g problemas de imediato .
te por quase 70 0 anos, quandoo médicoe Houve problem as com o mode l o de Pto-
astrônomong ilês John Bevis 1 ( 695-1771) lomeu, o m ais significati
vo dos q uais era
descobriu a nebul osa em 1731 usando mu que a distâ ncia exi
gida daTerra até o oco
f
telescópio. da órbita daLua eratão grande queLua a
deveria estar bemis ma pertoda Terra em
A Ter ra s e move - novam ente algunesnte
mome ntopa
s rque em outros -de fato,
sufici pa
ra ecer notavelment e ma ior.o
Quase 2.000anos de pois de Aristarcoter
Esse problema, e outras obser vações que
sugeridopela primei ra vez que Terra
a es
lançamdúvida s ao modelo de Ptolomeu, oi f
move emvolta do Sol, a ideia reapa receu.
reveladoem 1496 pelo matemá tico e satrô
No mundo cri stão,esta era umaproposição
nomo laemã o Johanne s Miller (1436 -1476),
perigosa, pois aIgreja ensinou queo céu rae
conhecido por eusnome latini zado Regio-
perfeito e imutável,que o homemerao pi
mantus.O homem queousou ques tionar o
náculoda criação e estava
modelo ptoloma ico foi Co pérnico - Miko-
no centrodo plano de
lay Kopernik-, um astrônomo pol onês qu e
Deus. Como, entã o,
não sepreocupav a com observações, mas
a Terra pod eria ser
um lugar subse r decid
da seiu que seria
a Terra ir
gasse uma
mesolto
urno
ção do
maisSol,acert
e a
não
viente, movendo-se
vice-versa. Copérnico questionava particu
em volta do Sol? A
larment e os e piciclos, ou pe quenas órbitas
ideia era uma chama das “l
açadas”, que os planetassa preci
vam seguir no modelo ptolomaico para ex
plicar es us movimentos bse o rvados, e bus
cou um sist ema em que houvesse m uúnico
centrofixo do un iverso.
EmboraCopérnicoconcluísseeus racio
cínio sobreo universo ce ntrado noSol em
torno de 15 10, ele foi cauteloso e comuni
cou ssoi apenas a lgumas
a pe
ssoas antesde
Copérnico publicar seu trabalho fundam ental
DeRevo-
lutionibusOrbium Coelestium(SobreRevolução

163
TENTANDO ALCAN ÇAR AS ESTRELA S

dasEsfe )s, em 15
ras Celeste 43. O impressor, Emboramelho r que sa esferas dePto-
Rheticus,estava pre parando o livro de Co- lomeu, o modelode Copérni co ainda pre
a
pérnicoquando teve de sa ir de Nuremberg. senta
va alguns prob lemas. Considerava que
O trabalhofoi pass ado paraum lutera no, as estrelasixas
f stavam
e emuma esf era in
Andreas Osiander, que acrescentou um pre visível além do planeta mais distante. Para
fácio afi
rmando que Copérni co não que ria que sa estrelas reces
pa sem imó veis, precisa
dizer que o S ol eraliterahnenteo centro dovam estar muito distantes. Hoje, este con
universo, ele esta va apre sentandoapenas ceito não nos incomoda , mas no séc ulo XVI
um modelomatem áticoque ajudava aexpli  ele questionou imediatamenter po queDeus
car obse rvações. O prefácio pretendi a evitar desperdiçarianto ta espaço vazioentre o pl a
críticas àIgreja, ma s de fato a Igreja Cató  neta mais distante eas estrelasixas.
f Outro
lica prestou pouca tençã
a o ao livro e só osproblema era que se a Terra es movia, por
luteranos fizeram objeçã o a ele. Copérnicoqueos oce anos nã o inundavam os con tinen
morreuno ano em u qe o livro foi publ icates eas construçõeso nã tremiam, desmo ro
do e pôde ver nenhum exe mplar. Seu ro livnando? No entanto, ao rário cont do odelo
m
foi amplame nte ignorado , e a impressã o de de Ptolomeu, o m odelo de Copérnico expli
400 cópi as nem me smo o f i vendida, apesar cava os movimento s observados dos e plan
de ter sidoconsi derado, desdeentão, oexto t tas e sm recorrer aartifícios complexos.
queiniciou a astronomia m oderna e ajudou A explicação de Copérnico colocou os
a desenca dear a revoluçãocientí fica. planos em dois rgupos,comMercúri o e Vê-

O modelo
do sistema

solar de
Copérnico, com
os planetas
girando na
órbita do Sol.

164
A TERRA SE MOVE - NOVAMENTE

O UNIVERSO EXPANDINDO, A TERRA ENCOLHENDO


Todos nós lutamos para nos colocar no cen
tro das coisas. A inquietação que resultou
quando se descobriu que a Terra não esta
va no centro do sistema solar foi imensa. No
entanto, os astrônomos supunham que o
sistema solar fosse importante no universo.
Astrônomos que viveram bem mais tarde,
que reconheceram que a Via Láctea era uma
galáxia, supuseram que o Sol estava próxi
mo de seu centro, e que a Via Láctea estava
no centro do universo - de fato, ela era o
universo. A descoberta de que a Via Láctea
era uma galáxia que contém bilhões de es
trelas, que o universo contém bilhões de ga
láxias, que o sistema solar não é central na
galáxia da Via Láctea, nem a Via Láctea está
no centro do universo deu outros golpes à
noção do "eu" da humanidade. Somos, sem
dúvida, seres insignificantes em um ponto
insignificante de um planeta, em um sistema
solar comum que faz parte de uma galáxia
comum - nada de especial.

nus ma is pertodo Solque d a Terra, e Mar-dueloe usava uma prót ese deouro e prata.
te,Júpiter e Saturno ma is longe. (Os outrosDesde ce do ficou o bcecado pela
s estrelas,
planetas rame desconheci dos na época.) e percebeu que observações sist
conentes,
Copérnicotambém calculo u quanto tempoexatas, devem ormar
f abase de qualquer
cadaplaneta levava paracompletar aórbita conjunto de previsões . Em 1569, ele ez
f um
em volta do Sol, e as distâncias relati
vas dosquadrante gigantesco,com um ra io aproxi-
planetastéa o S ol. Esse
s cálculos correspon- mado de 6 m. O aro eracalibradoem minu-
diam aseuagrupamento relativo à órbita datos e permitia mediçõ es be m exata
s. Ele o
Terra, fornecendo evi dências fo rtes em fa- usou até que foi destruído em umatempes-
vor de seu modelo. tade em 157 4.
Em 1572, Tycho o bservou o quepare-
T u d o muda
cia se
r uma nova strel
e a muito brilhante na
const
Tycho Brahe foi uma figura brilhante, elaç
um ão de Ca ssiopeia.Como sesupunha
arist strado quando bebê que
ocrata seque que o céu fossefixo para toda aeterni
dade,
mais tard e perdeu rte n em umesta erauma ca
pa do ariz usa d e certa co
nsternação,

165
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

e ele regist
rou sua Tratado astronômico de Tycho
posição durante me TYCHONIS Brahe, mostrando seu modelo
do sistema solar.
ses paradeterminar B R A H E DA N I ,
se era um co meta ASTRON OMIC I NSTAV-
RA T. -r. P R O G IM N A S M A T A ,
que es moveria em Quorumhxc
relação às estrelas V RI MA V A RS

fixas. Ele a obser


vou DE RESTITVTIONE MOITVH
Solis ScLunar^tcllarumíjuciiicrrant
ium
tiaftat.
durante 18 meses, IT IKS .TIK EA v r AD ÍI 1K AN DA
nesse pe ríodo ela k 'i mSiHUAku irrt.tx
trutm
iilmt<r*{i
$.

deixo u de ser a mis


brilhante queVénus
para separec er com
uma setrela co mum,
mas não mudou sua
sitPxíiu: Buhemi
x abiol
uta
.
posição. uaQndo ele rtLO ST A ST

;-U: C , Lfi;T:mTuiJrp.id
publicou seu relato Cum Cé
tfim £ > Kef ftm fun m dm pmtdtg

em De Nova Stella,
cunhou um novo
termoaparaa astro 
nomia - nova . Tycho estudou se us dados Anos mais tarde, em 1577, Tycho fez ou
para evi
dênci
a da pa tra observação que
ralaxe que seria espera mudaria a Terra,dessa
da se a Terra semovesseem volta do Sol. vez de um cometa. Suas observações reve
Paralax
e é a mudançavid e ente daposição laram que o cometa não po deria ser um fe
de uma setrela pró
xima contra o fundo de nôme no local, vi
ajando muito pertoda Ter
estre
las mais stantes,
di quand
o vista dedois ra eprovavelmente ais
m pertoda Lua. Em
pontos dif
erentes. Como nã o encontrouvez disso, ele devia viajar entre os planetas.
nada, Tycho interpretou suas obser vações Isso signif
icava que a ideia de Pto lomeu d e
como uma ne gação do modeloheliocêntri  esfera s de cristal abri
gando os planet as ees
co de Copérnico . trelas fixas pre
cisava rseaba ndonada, pois o
Por mais que sua abord agem fosseciencometacolidiria com las. e E ra quase tã
o re
tífica, T
ychoainda cha
a va queos eventos no volucionária quanto o conceito de uma nova
céu pressagiavam muda nças maio T estrela.
res na erra
e pensa va que osenômenos
f estes f m Tycho publico
cel osse u seu livro em 1587 -1588,
responsáveis pelas uerras
g reli
giosas quees estab elece ndo se
u próprio modelo do uni
tavam oco rrendo napoca.é lEe também nãoverso. Ele era um tanto híbrido, manten
aceitava que Terra
a esmovia. Se a Terra esdo aTerraptolomaica está tica no centrodo
tavase movendo peloespa ço, ele fairmava,universo, mas tendo os outros planetas gi
uma pedra derruba da deuma to a rando na órbita do o
rre cairi Sl, quegirava m e volta
a uma distância do pé torre,
da porque aTerda Terra.
ra teri
a se movido, deixandoa pedra pa ra Isso descarto u a necessidade de “defe
trás. Evidenteme
nte, ss rentes” e “epiciclos”, nec
i o foi refutado por essá
rios para fazer
Gassendiem 164 0 (veja apágina 84
). o m odelo de Pto lomeu funcionar. O mais

166
A TERRA SE MOVE - NOVAMENTE

importante, nontanto,
e eraqueele rejeita do em 159 7, que combin ava algo de Co 
va a ideia de esferas de cristal e, pela primei pérnico com ideias dealguns ífsicos gre
gos
ra vez,os plane tas es
tavamsoltos no espaço,arcanos,em umafusão biz arra. Kepler suge
semapoio. riu que os eis
s planetas (incluindo a Terra)
ocupavamórbitas que eram definidas por
J ohannes K epler (
1571 - 1630 ) um conj unto de esferas aninhadas dentro e
Um poucomais jovem que Tycho, Jo hannesentre os cinco sólidos geométricos definidos
Kepler foi outrostrônomo
a em pela eom
prodígio, g etria eucli diana. mbora
E isso em
bora tenhasido orçado
f atomarumaaborsi nã o fosse partic
ularmente significante,ele
dagem diferente. O entusiasmo Kepler
de deu uma sugestão ma is importante:que os
pela astronomia foi estimulado desde planetas eram dirigidos por um “vi
crian gor” que
ça, quando suaãem o levou aum lugar latoemanava do Sol , mas comimpactoreduzi do
paraver o Grande Cometa de 15 77 (o mes à medida que a distânci a do Solaumentava.
mo quelevou T ycho arealizar seu trabalho Esta fo
i a pri
m eira vez quea forçafísica foi
sobre cometas). Kepler, no entanto, citada
nãocomo fonte do movimento dos pla
conseguiu azer
f observações astronômicas netas, se
não in
cluirmos a ideia de ue q eles
por tera vista rfaca, umavez quefoi afetaeram empurra dos por anjos.
da quando ele teve tapora.
ca Em vez di sso,
ele palicou cálculo s matem áticos ao studo
e Dois p o r u m : o s astrônomos e m P raga

das estrelas. epler


K foiseminarista, ma s Em 159 7, Tychomudou- se paraPragapara
seu curso emTubinge n, Alema nha, incluiu se tornaro Astrônomompe I rial of icial do
as disciplinas d e matemá tica e astronomia, Rei da Boêmiae do Santo mperador I Ro

nas qua is ele se destacou.Seu tuto r, Michaelmano Rudolph (Ro dolfo) I . Foi lá, em
Maestlin, ensinava oficialmente o modelo 1600, que K epler conhece u Tycho.Embora
Ptolomaico , mas introduziu aos se us alunosTycho ivess t e acum ulado umaquanti dade
prediletos a astronomia de Copérnico. prodigiosa de dados, ele o nãtinha habil ida
Kepler nã o tinha umarenda quelhe de em matemática pa ra usá-los. Kepler ti
desse independên
de ganhar cia, e uma
dinheiro extrada
sera
maneiras
nha a da
fazen capa
cidade
dos m
paraatemá tica, ma
traba
lhar. s nãoparecia
Esta tinha
do horóscopos. Diferentemente de uma sasociaçã o perfeita, mas o
Tycho,quelevavaa sério a liga relacio
namentodeles não era
ção entre acontecimentos ter fácil. Tendo visitado Tycho,
restre
s e celestes
, Kepler con Kepler vol tou para acasa
siderava os horóscopos como de sua família em Graz,
um lixo e referia-se a seus Áustria, enquanto Tycho
clientes como “cabeçudos”. deveria arra njar, co m o
Apesar disso, os horóscopos Imperador Rodolfo, re
lhe forneceramuma renda curs
os para o trabalho de
útil e o ma
situação ntiveram em boa
financeira.
Kepler de
senvolveu seu pró
Tycho Brahe
prio modelo do universo, publica

167
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

Kepler. ntes
A deas negociações secom
Astrônomo do século XIX com
telescópio ótico.
pletarem , Keplere outro s luteranosora fm
expulsos de Graz por recusare m se con
verter ao catolicismo, e acabou no tribunal
de Rodolf o como re fugiado. O impera dor
acabou o f rnecendo o apoiofinance iro soli
citado para o posto de epler
K , que n e volvia
ajudarTycho acompilar novas observações
dosmovimento s planetário
s. Essas
observa
ções ormariam
f a se
bada
s chamadas tabelas
rudolf inas. y Tcho da va a Kepler dados va
liosos, teme ndo compartilhar tu do pronta
ment e, mas m e 160 1 ele adoeceu eestava
claro que orreri
m a em breve. m E seu leito
j de morte, ele de ixou como legado seu s
dados va liosos, seusinstrumentos e o
projetorudolfino a Kepler. Em que stão
de semanas, Kepler oi f elevado posi
à ção
de Matemáticodo Impériodo Sa grado Im
perador Ro mano e era orespon sável pelos
equipamentos astronô micos ma is sofistica
dos d a Europa- pouco ma is de um ano
depois de ter chegado em Praga como
refugiado, sem um tostão.
O postode Matemáti co
do Império envo lvia ser
astrólo
go de Rodolfo, por
isso Kepler tin
ha de pas
sar boa parte de seu tempo
em atividades que ele sabia
serem inúteise pura inv
en
ção. Mesmoassim, ara p o
resto de sua vida Kepler
pôde rabalh
t ar com se us
cálculo
s, que o levaram a
descobertas importantes
como que da caplaneta gira
em torno da órbita do o Sl
se
elíguindo um
ptica com oa Soltrajetó
no ria
oco
f
da elipse,e que osplanetas
se movem mais rapi damen-

168
O INVISÍVEL TORNA-SE VISÍVEL

te quando Telescópio acromático,


estão mais meados do século XVIII
(esquerda); réplica do
próximos
telescópio refletor de
do Sol. As Newton, 1672 (direita).
descober
tas de Ke-
pler não o
tornaram um a
sensação do dia
paraa noite, e de fato
tiveram umimpac to relati
va
mente pequeno. Muitas pessoas
ainda não aceit
avam que aTerra
não está no centro do universo. Foi so
mente qua ndo Isaac Newton tomou o
trabalhode Kepler eexplicou, usando a
gravidade, po r que as órbitas dos pl ane
tas são elípticas, queo significado de sua
descoberta torno u-se claro.
O tumulto reli gioso, a agitação e tragé
dias pe ssoais tercederam
in para
deter orat
balhode Kepler. Suasposa e morreu (mais
tarde ele se sou
ca de novo ) e então sua m ãe
foi uj lgada por bruxaria, embora liberadaO invisível torna-se visível
depoi s de passarvários meses na cadeia. Enqua nto Tycho Brahetraba lhava se
m te
Sua terceira última
e lei,quelhe ocor lescó pio, medin
do asposiçõ es das estrel
as
reu em 16 18, descreve como o quadrado e planetas co
m bússolas quadrant
e es, a

do tempoque leva um plan eta paragirar pio


partir ede
qu 1
610,sa
podia uKrepler tinha
- manda do umportelescó
Galileu,
pela órbita do Sol é proporcional a o cubo
de sua distância od Sol. Por exemplo,para u qe ele confirmas se as própri as ob
Marte está 1,52vezes ma is longe do ol S servaç ões deGalileu. Para os astrôno mos,
que aTerra, e seu n ao é 1,88 anos er To mundo — e o universo mudou
- om
c a
ra: 1,522 =3,53 = 1,88 3. As tabelas ru- invenção do telescópio. De repente, a di
dolfinas, inalmente
f publicadasem 1627, ferença e ntre estrelas e planetas ficou evi 
foram sa primeiras tabelastro as
nômicas dente . Des cob riu-s e que a
lguns plane
tas
modernas. las E usar am os logaritmos tinham su as próprias luas , e a possibilidade
recém-descobertos desenvolvidos pelo de e
las pod erem se
r outros mundos sur
matemático e astrônomo escocês John giu. A Via Lácteaesrevelou um conjunto
de estrelas, e stas
e se tornaram realmen te
Napier
pregados 1550
( ara
p-1617
dete),rmi
que
narpodiam
s posiçõse
a r em
es dos incontáveis.
planetas a qua lquer momento no passado O primeiro tele scópio astronômicooif
ou no futuro. feito por L eonard D igges (1520- 1559) na

169
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

Inglaterrano n i ício dos nos


a 155
0, mas atençã
o da Igreja,mas a cre
nça po
pular de
este não ch amou a atençã o do públi
co atéque ele teria sido
queimado por def
ender
que seu filhoThomas (1546-1595) publicou o mode lo de Copérniconão tem funda
seutrabalh o sobre otelescópio em 15
71, 12mento. Ele foi condenado realmente por
anos depois damortede Leonard. homaT s acreditar que Cristofoi criado po
r Deus,
tinha apenas13 anos quando seupai af leceu
não sendo eleprópri o Deus (Arianismo), e
e foi criado por John Dee (15 27-1609), o pelaprática da magia. Entretanto, o apoio
matemá tico, filósofo, alquimista astrólo
e  do modelo heliocêntricopor Bruno au 
go da corte da inha Ra Elizabeth I.Isso deumentou a hostilidade daIgreja comle, ee
a Thomas a cesso à magnífica Biblioteca de por extens ão com a teoria do universo in
Dee, onde le e leu olivro de Copérnico.Emfinito de Digge s. Apesar desuas ideias re
1576, Thomas publi cou se u própriorabat  ligiosas malucas, Bruno teve
insightsbemà
lho mais importante,uma ediçã o revisada frente deseu tempo como astrôno mo. Ele
de Prognostication Everlasting, deseupai.Ele sugeriu ques aestrel as distantes podiam
acrescento u não só um relatodo modelo deser como o noss o Sol, poderiam ter mun
Copérnicode um universo centrad o no Sol, dos própr ios e que estes podiam até ser o
mas suaprópria teoria deque o univ erso lar
é de seres tã o gloriosos quantoa espécie
infinito. Rejeit
ando aideia de estrela s fixa
s humana.
em uma e sfera distante, homa
T s Digges
propô s um espa ço infinito em que as estre
las continuavam paraem s pre. E
le nã
o citou
evidências dessa teoria, mas parec e provável GALILEU NO ESPAÇO
que se u uso do et lescó
pio e apercepção de queA NASA lançou uma nave espacial cha
a Via Láctea éum grupode estrelas oeva l mada Galileo em homenagem a ele em
ram aessa conclusão.Umavez que iD gger 1989, a qual entrou em órbita em volta
publicou em inglês,e não em latim, sua s de Júpiter em 1995. Em rota, a nave Gali
ideias foram acess íveisa muito mais pessoas, leo passou pelo cinto de asteroides onde
descobriu uma Lua em miniatura chamada
e aespalho
se populu.
aridade do odelo
m de Copérnico Dactyl, em órbita em volta do asteroide
Quase no me smo pe ríodo, no entanto, Ida. Em 1994, Galileo fotografou frag
a Igreja Católica começou atent
a ar pa ra a mentos do cometa Shoemaker-Levy ao
ideia pot
encialmente herege de um miiverso se chocar com Júpiter. Uma sonda solta
centrado noSol. A fonte desua animosida na atmosfera de Júpiter registrou ven
de pareceter sidoque omodeloeradefen tos em torno de 720 km/h antes de ser
dido por G iordano Bruno, queimado por destruída pela atmosfera Joviana. Galileo
heresia em 160 0. Brunofoi seguido r de fez 11 órbitas, registrando dados sobre o
planeta e suas luas em sua missão básica.
um movimento reli gioso cham ado Elerm e-
A missão da nave foi estendida e ela es
tismo, baseado em cre nças egípcias anti
gas
tudou ló, a lua vulcânica de Júpiter, e sua
de que o ol S é um deus e deveria ser ado
rado. Sua atra ção por ummodelo ehlio lua gelada Ganymede. Galileo foi des
truída deliberadamente em 2003, sendo
cêntricodo universo foi natural. A defesa queimada na atmosfera de Júpiter
do modelo de Copérnicopor e le atraiu a

170
GALILEU, MESTRE DO UNIVERSO

O asteroide Ida com sua


lua minúscula, Dactyl.
Ida tem 56 quilômetros
de comprimento e
Dactyl tem apenas 1,6
quilômetro.

Galileu, mestre
do univer so
O primeiro grande
usuá rio do te lescópio
foi, semdúvida , Gali-
leu. Ele se dedico u à
astron omia em 16 04,
estudando a supernov a
que Keple r tinha ob-
servado. Ele estabele- Jovianas, embora agora existam 63 conhe-
ceu que lae nã o se movia e, por isso,deviacidas com órbi a ta relati vamente estável em
estar o tã distante quanto as outras estrelas.volta do planeta, e mais luas pequenas po-
Galileu efz seus própri os telescópios, quedemser n econtradas.
eram m uito potentes paraa época (v eja a Também em 16 10, Galileu ob servou as
página 51). Em 1610, ele tin ha um instru- fases de Vénus (parecidas sà fase s da lua).
mentocom capacidade de a de 30Isso prov
umento ou conclusiv amente qu e o planeta
vezes, com o qual observou as quatro luas deve gir ar emvolta daórbita do Sole que as
mais brilhantes de Júpiter (agora chama - fases se de vem àmaneira mo co vári as partes
das de “lua s de Galileu”).A maior das lua s são iluminadaspelo Sol dura nte asfases de
de Júpiter, agora cha mada Ganym ede, foi sua órbita. Como resu ltado, amaioria dos
aparenteme nte oca
l lizada pe lo astrônomo astrôno mos tro cou suaaliança od modelo
chinês G an De em 364 a.C. (a olho nu). ptolomaico para o he liocêntricodura nte o
Primeiro Galileu pe nsava queelas fosse m início do século XVII.
“estrelasixas”
f próxi mas a Júpiter, mas fez Todavia, isso não foi tudo. G alileu tam-
nova observação sta e e most
rou que lase sebémobservou os n a éis de aturno
S , embora
moviam.Quando uma desa pareceu, ele per-não o f ssecapaz deidentificar o u qe eram.
cebe u que lea tinha idoparatrás deJúpiter,Ele percebeu queVia a Láctea, na verdade,
e logo devia girar na órbit a do planeta. Es-é um conjunt o incontávele maciçode estre-
tes foramos primeiro s corposidentificadoslas, vi u que aLua tem cratera s e montanhas,
como girando em volta da órbita de outraobservou ma nchas solare s e distinguiuentre
coisa que não o Solou aTerra , e o impacto
planetas estrelas.
e leE afirmou ques aestre-
na cosmol ogia contemporâne a foi imenso. las sã
o sóis distantes eezf esti
mativas de sua
Até 1892, não foram encontradas mais luas distânci
a da Terra com se ba em seu brilho

171
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

relativ
o. Embora le e colocass
e as
EPPURSI MUOVE
estrelas mais xima
prós apenas vá
rias cent
enas devezes adistânci a Costuma-se dizer que Galileu, depois de renunciar à
da Terra od Sol, e aquelas visí
veis sua crença de que a Terra se move em torno do Sol,
teria murmurado "eppur si muove" - "no entanto,
ao telescó
pio vários milh ares de
vezes a distância entre a Terra e ela se move". A fonte mais antiga disso é de um sé
o Sol (bem aquém as d distâncias culo depois de sua morte, e é improvável que ele ti
reais, evidentemente) es dados vesse feito algo tão provocativo frente à Inquisição.
, ess
puse ram em ridículo os argumen
tos contra o modelo de Copérni- e do movimento erre t stre, ma s Galileu nã o
co de queas estrel as podiam não estar tãoqueria poia o públi co para sse e modelo , an
distantes. Ele deixo u cla
ro tam bém sioso po
r cau sa do de
stin o de G
iordano
queas estrelas não estãotodas __
___ Bruno. Primeiro,a Igreja ficou
a uma distânc ia fixa, mas ^ interessada eté amesm o en-
espa lhadas pelo espaço.
Mapa feito por Galileu de
Em Sidereus Nunc ius / +»
manchas solares observadas
(Mensag eiro Estre
la (perigosamente) com seu
do) publ
icado em telescópioem 1612.
1610, ele declarou j
que os planetas se- j

riam discos quando


vistos pelo teles- \
cópio, enquanto as \
estrelas permanecem
pontos deluz. Ele ob
servou Netuno , mas não \ ..
percebeu que est e era um
planeta. Ele até identificou man
chas solares, que tam bém foramvistas pe lo
astrônomoalemã o Johan Fabricius1587 ( -
1616) e pelo astrônomo nglês i h
Tomas
Elarr
iot (1560- 1621 ), e concl
uiu qu e o Sol
gira em torno de se u eixoa cada25 dias. As
mancha s solares viriam ater ma is significa
do para vida
a deGalileu doquemere ciam.

C ruzando espadas co m D eu s
As observações de Galileu forneceram am
plas veidências emfavor do modelo de Co-
pérnicode um sistema solar helio
cêntrico

Papa Paulo V (1552-1621).

172
GALILEU, MESTRE DO UNIVERSO

Ptolomeu na formade um
BESTSELLERDE 1610
diálogo imag inário entre
Galileu enviou uma cópia de The Starry Messenger (O Mensa- defensor
es de cadasistema.
geiro Estrelado) para a corte em Florença em 13 de março de Ele publi
cou com permi
a s
1610. Em 19 de março, a impressão de 550 cópias se esgo são da igrej
a, sob a ondi
c 
tou. O livro foi traduzido para muitas outras línguas imedia
tamente, e em cinco anos estava disponível até em chinês! ção de qu e nã o defenderia
as ideias de Copérnico . A
censura pa pal insistiu em
um pre fácio e uma decla
tusiasmada com sa descobertas dealiG leu. ração final dizendo que a
Ele visitou o Pa
pa Paulo V em 16 11, e uma visão de Copérnico foi dada como hipótese e
subcomi tiva depadre
s jesuí
tas endosso u suas avisou qu e Galileu podia mudar aformulaçã o
descobertas de que ViaaLáctea é uma vasta da frase contantoque esu signif icadoperma
coleção de estrelas, Saturno
tem umaformaneces se o m esmo. As mudanças ue q Galileu
oval estranha omc prot uberâncias latera is fez ao prefácio, e o fato de o person agem do
(elas nã
o foramidentificada
s como ané is), a livro chamado Simplíci o apoiar o modelode
Lua tem
quatro um
luasaeVénus
superfície
temrreg
ifase
us.lar,
Oúpi
J ter
comitêtem
nã Ptolomeu e serclara
ovaram mente umsimplóri o, le
o Papa Urbano VIII a acreditar que
comentou so bre as implicações da s des co Galileu estava se divertindoà custa dele e
berta
s. Enqua nto estava m e Romavisitandopromovendo o per Conianismo.
o papa, Galileu tornou- se membro deuma
das primeiras sociedades científ icas do mun 
do, a Academia Ly ncean,e em umbanquete POR TRÁS DOS TEMPOS
em suahomenag em, o nome “t elescópio” foi O Diálogo e De Revolutionibus de Copér
sugeridopelaprimeiravez para o novo nsi nico permaneceram no índice de livros
trumento astronômico. proibidos da Igreja Católica mesmo depois
No enta nto, o bomrelacio name nto de da proibição geral de livros que ensinam o

Galil
duziueuumcom a Igreja
panfleto so bnã
o dura
re ria. E
manchas pro heliocentrismo
lesol
ares ter sido suspensa em 1758.
Em 1820, a censura da Igreja recusou uma
em qu e fez suaúnica declaraçã o publicada licença para um livro que tratava o helio
a favor do modelo de Copérni co. Ela atraiu centrismo como um fato estabelecido. Um
a atenção da Igreja e, quando visitou Roma apelo contra a decisão conseguiu a sua re
em 16 15, o papa do mont ou uma inquisição vogação, e tanto o livro de Galileu quanto
sobre crenças copérnicas concl
e uiu que lase de Copérnico foram removidos do índice
eram “tolas eabsurda s... e formalmente here na publicação seguinte, em 1835. A Igreja
ges”. Logo dep ois,Galileu foi informa do qu e Católica acabou se desculpando por seu
não devia ter, defender neme ensi
nar crenças tratamento a Galileu - mas somente de
copérnicas, e que ele enf rentaria Inqu
a isição pois do ano 2000. O papa João Paulo II
se desobedece sse. E le aca tou a advert ência, citou o julgamento de Galileu entre outros
no início. Em 1629, Galileu secre veu seu erros cometidos nos 2000 anos anteriores
Dialogue of the Tivo Chief World Systems que e reconhecidos pela Igreja, embora com
apresentava osmodelo s de Copérni co e de atraso considerável.

173
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

Galileu foi convocado a ir a Roma para


ser julgado por here sia - por “sustentar
HALLEY COMO CATALISADOR
como verdadeirafalsa a doutrina ensina
Quando Halley visitou Newton em Cam da por alguns ed queo Sol é o cent ro do
bridge em 1684, os dois falaram sobre mundo”. Galileu fo i convencido ase con
uma ideia que os astrônomos experien siderar culpado para evitar a Inquisi ção e
tes já discutiam há tempos - a relação a possível rtura
to . Ele concordou ter ido
da lei do quadrado inverso com a atra longe dema is ao apresentar umafesa de do
ção que mantém os planetas em órbita. Copernicanismo.
Halley discutiu isso com Robert Hooke e Sua puniçãofoi a prisãoperpétua, que
Christopher Wren em janeiro do mesmo
eventualmentemou to aformade prisão do 
ano. Halley perguntou a Newton qual
miciliar de 1634 até suamorte em1642.
seria a órbita de um planeta se a força
Durante os últi mos anos de suavida,
entre ele e o Sol fosse recíproca ao qua
Galileu escreveu se u maior traba
lho,Discur-
drado de sua distância ao Sol. Newton
sos eDemons trações Matemáticas a R espe
ito de
respondeu que ele já tinha calculado isso
DuasNovas Ciências.
e que seria uma elipse. Como resultado
dessa conversa, Newton foi em frente e O primeiro livro-texto científico mo
derno prese
a ntavao mé todo cientí
fico e dava
publicou Principia, finalmente lançando o
trabalho que fizera durante anos. Este se
explicações ma temá ticas e fí
sicas para fenô 
tornou o trabalho científico mais impor
menos que nterio
a rmente oram f tra
tados
tante já publicado.
usando-se apena s as ferra mentas da filoso
fia. O livro foi levado parafora d a Itália e
publicado em Leiden , na Alemanha , em
1638. Teve g rande po pularid
ade einfluênci a
em toda parte , exceto na Itália.

Ca talogan do os c é us
O desenvolvimento do telescópio permi
tiu queos astrônomos ifzesse m ma pas m ais
precisos das estrelas. Est
imuladapela riv ali
dade comos franceses, que tinham montado
um obse rvatório nacional sob o cont role da
Academia francesa, a Royal Society ofLondon
pressionou para a fundaçã o de um obser
vatório na Inglaterra. O Observatório Real
foi estabelecidoem Greenwich em 16 75,
com John Flamste ed (1646-1719) como o
primeiro strônomo
A Rea
l (emborao títu
lo na Flamstee
co”). épocafoss
d elogo
“Obse
serva
dor Astronô
correspondeu micom
o jovem Edmund Eíalley (165 6-1742),então
um estuda nte em O xford ejá um astrôno -

174
CATALOGANDO OS CÉUS

mo brilhante- ele levou um tele


scópiode revelar ma is dos mistério
s que ssombravam
a
mais de sete me tros de compriment
o comos primeiros cientistas. alileu
G des
cobrira
ele pa
ra a Universidade de Oxford. H alley as “orelhas” deSaturno, que então desapa
primeiro escreveu para amstee
Fl d com as receram estranhamente alguns anos mais
correções sugeridas ao catálo as tarde. m
go de setrel E 1655, Huyge ns começou tra
a
então em uso, e logo se tornou protegibalhar comeus irmão Co nstanti
jn em u m
do de Flamsteed, que e stava engajado em telescópi o aperfeiço ado queimpedia aber
fazerum novo catálo go de estrelas do he ração cromá tica - orlas coloridas em torno
misfério norte. Halley propôs m u estudo das image ns. Então el e virou para Saturno
paralelo no hemisfério sul elogo assegu seu telescó pio com capa cidade deaumentar
rou a p arovação real.O pai de H alley o50 vezes. m E 165 2, ele descobriu a ma ior
financiou, dando a seu filho uma mesada lua deSaturno , Titã, e quatro anos de pois
que e ra trêsvezes ma is que o salário realviu que as “orelhas” que Galileu tinha vis
de Flamsteed. to em Sa turno eram, na rea lidade, um anel:
“...o planeta écercado por um anel fino e
V endo cada v ez mais acha tado, que não o t ca emnenhumlugar,
A medida que o poder do telescópio con e inclinado para o eclíp
tico”. Não estava
tinuava amelhorar, os astrônomos podiam claro do que o anel erafeito. Primeiro, os

RETORNO LENTO

O cometa de Newton, o Grande Cometa de 1680, foi o primeiro a ser observado com um
telescópio. Ele é programado para voltar aproximadamente em 11.037. Newton usou suas
medidas da trajetória do cometa para testar as leis de Kepler.

Diagrama de Newton da órbita docometa em 1680, mostrando sua trajetóriaparabólica.

175
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

O alinhamento
do Sol, da Terra e
de Marte deu aos
astrônomos do
século XVII uma
oportunidade para
calcular o tamanho
do Sol e sua
distância da Terra.

astrôno
mos supuseram
que ele fo
sse sólido distância ent
re aTerra eMarte era míni
ma.
ou líquido, mas em 1675 Giovanni Cass ini Como di retor od Observatóriode Paris,
descob riu uma alha
f no sist
ema de anéis. que fora inaug urado naqueleo,anCassini
Determin ar a natureza donel a of i o tema foi capaz de e nviar um colega, Jean Richer,
escolhido pelo Adam’s Prize Essay na Uni para Caye nne, na América od Sul, parafa
versidade de Cambridge em 1855. Este foi zer observações enquanto ele afzia su
as pró
ganho por James Cl erk M axwe ll, que de prias obse rvaçõesme Paris.Como na poca é
monstrou que uma coleção de minúscul as quem reinavana França e ra Luís XIV - o
partícul
as sóli
das em órbita é a única possi Rei Sol ,- o projeto bte
o ve aprovaçã o rea l.
bilidade para algo que ri
sea instáv el; apena
s Sabendoque 10.000 kmparavam se Pari
s
a distância da Terra aSaturno azia
f o siste de Cayenne , Cassini usou tri agonometri a
ma parecer umaasm sa cont ínua. Maxwell para ca lcular a distânci
a entre Mart e ea
provou estar correto em 1895, usando ét c Terra , e depois aplicou as leis do mo vimen
nicas espec troscópi
cas. to planetário de Kepler pa ra deduzir que o
Sol estavaa 138 milhões dequilômetro s da
Longe, muito longe Terra . Isso representa nas ape 9% a me nos
Cassinié mais famoso por seu trabalhoso que o dado ace
ito atualment e de quase 15
0
bre adistância entre planetas oe tam anhomilhões de quilômetros. Mais cálculos re
do S ol. Antes disso,as únicas esti
mativas da velaram que o Sol é 110 vezes o tamanho
distância doSol até aTerra ram e q
auelas da Terra . Depois da publicação de
Principia
fornecida s por Aristar
co em 280 a.C. O tra de Newto n e de sua descriç
ão da ravi
g dade,
balho de Copérnicotornou possível jul gar ficou claroqueo Soltem cerca de 33 0.000
os índi ces de dist
âncias de daca planeta até vezes a massa da Terra.
o Sol, mas não havia dados para calcul
ar
as distâncias absolutas. Uma
portunidade
o C olocando cometas em seu lugar
perfeita aprese
ntou-se em 1671, quando oA amizade entre Halley e Newton deu fru
Sol, a Terra eMarte esta
vam lainhados e atos na ormaf deuma explicação do movi
-

176
LONGE, MUITO LONGE

TRÂNSITO DE VÉNUS
Antes de Cassini, o astrônomo inglês Jere- o tamanho do sistema solar como então era
miah Horrocks (1618-1641) sugeriu que, ao conhecido. A triangulação é uma maneira de
determinar com precisão o timing do trânsi calcular a posição de algo medindo o ângulo
to de Vénus - a passagem do planeta pela até ele a partir de dois pontos fixos, sendo a
face do Sol - a partir de diferentes locais da distância entre eles conhecida. O método era
Terra, seria possível calcular a distância en usado tradicionalmente para medir a altura
tre a Terra e o Sol. O próprio Horrocks ob de edifícios e até mesmo de montanhas.
servou um trânsito de Vénus em 1639, dois Halley morreu 19 anos antes de a próxima
anos antes de sua morte. O seguinte ocorre passagem ocorrer, e por isso coube a outros
ria em 1761, e novamente em 1769. Halley pôr essa ideia em prática. Quando a data se
tornou popular a ideia de usar a triangulação aproximou, os astrônomos iniciaram expedi
para calcular a distância entre o Sol e a Terra, ções em volta do mundo para registrar os ti-
conhecida como uma unidade astronômica mings. O trânsito provou ser muito difícil de
(UA), a qual poderia ser usada para calcular medir com exatidão e confiabilidade, mas
ao colocar juntas várias medições distintas
feitas em diferentes partes do globo, eles
chegaram a um dado de cerca de 153 mi
lhões de quilômetros, não muito distante do
dado aceito atualmente de 150 milhões de
quilômetros. No final do século XVIII, então,
os astrônomos tinham uma ideia realista do
tamanho do sistema solar. Foram estabeleci
das as bases da moderna era da astronomia,
uma era em que a maioria dos corpos celes
tes distantes estaria em foco.

Durante o trânsito de Vénus, o planeta parece


uma pequena mancha escura na frente do
Sol.

mento dos come tas. N ewton mostro u em dirigindo parao espaço externo vame
no n
trajetória de um cometate - o queatualmente seria
Principia como a consi
derado um
podia ser calculadapart es cometa nã
air de três posiçõ o perió
dico. Sem dese
jar a
fzer os
observada do de dois meses, e cálculos de seu cometa
s num perío , Newton entregou
ele compilou dados sobre32cometas. Ele os da dos aHalley. Ele também pôs su que
supôs, noentanto, que oscometas guiam
se a trajetória fossepara
bólica, aténotar que a
uma trajetória pa
rabólica, vi fo trajetória do cometaem 1607 (observada
ndo para ra
do si em do Sol e por
stemasolar, girando tomo se Kepler) era uitom pare cida àquela do

177
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTR ELAS

cometade 168 0, que ele própri


o vira. Mais na. Um meteo ro do tamanho de um “vagã o
tarde ele descob
riu que ela tam
bém corres de carga” quecaiu enquanto o cometa esta
pondia àtrajetória de um cometa visto emva no céu foi algo curioso e uma atração na
1531 e concluiu que to dos os três m eraoGrécia dur ante 500anos. Oprimeiroregis
mesmo objeto, não seguindo uma trajetória tro certo do come ta Halley é chinês, sobre
parabóli
ca, mas uma órbita elíp tica muisuaaparição em402 a.C.A vez seguin te em
to ampla em tornodo Sol. Halley previu oque foi visto, em 16 4 a.C., é regist rada
reaparecimento do mesmo cometa em 17 58, em um a tábua deargila naBabilônia.Moe
tendo calcul
ado um pe ríodo deretorn o dedas retratando o rei armênio Tigranes,o
76 anos. Ocometa- agora conhecido como Grande, pare cem mostrar o cometaHalley
cometaHalley - reapare ceuno dia de Natalem sua coroa, reg istrandoseu aparecim en
de 1758, 16 anos depois damorte deHalley.to em 87 d.C.
Ele fez sua maior aproximação em 37 8
O cometa H alley n a H i stór i a d.C., a uma distância de apenas 0 ,03 UA ,
O come ta de Hal ley po
de ter ido s reg istradoquando suacauda podeer t se stendi
e do até
em 467-466 a .C. na GréciaAntiga e na Chi 60 graus pelocéu. O cometa Hal
ley éretra
tado na tapeça
ria Baye
ux, e possiv
elmente

A primeira passagem do cometa Halley a ser


fotografada, 1910.

A tapeçaria Bayeux mostra o cometa Halley


aparecendo em 1066, quando foi interpretado
como um presságio.

178
LONGE, MUITO LONGE

O COMETA TRAZ E O COMETA LEVA dizer quea vida na Terra


sobreviv eu ao encontro .
"Vim com o cometa de Halley em 1835. Ele voltará no próxi
mo ano e espero ir embora com ele. Será o maior desapon
O retorn o do cometa
tamento de minha vida se eu não for embora com o cometa
em 1994 result
ou não só
de Halley. O todo-poderoso disse, sem dúvida: agora aqui
em fotografias tiradas ad
estão as duas aberrações incalculáveis; eles vêm juntos, eles Terra , mas nainspeçã o mi
devem ir juntos." nuci osa no espaç o po r dua s
MarkTwain, autobiografia, 1909 sond as, Giotto e Vega. Es
Twain nasceu em 30 de novembro de 1835, exatamen tas de
scobriram q ue o co
te duas semanas depois de o cometa Halley fazer sua maior meta tem forma a parecida
aproximação do Sol (periélio). Ele morreu em 21 de abril de àquela deum a
m endoi m,
1910, no dia seguinte ao próximo periélio do cometa. tem 15km de compri mento
e 8 km de lar gura e espessu
ra, com umavírgula (po nto
em Adoration ofthe Magi, de Giotto, com o de luz ou atmosf era ) de 100.000 km. A vírgul a
a estrel a deBelém (que pro vavelment e não se formacomo monóxi do de arcbono só lido
era, po is ela apareceu m e 12 a.C.). e o dióxido de carbonoem suasuperf ície se
O cometa parece a u espetacul armentetransf orma em gás (subl ime) co m os ra ios do
em 191 0 com uma p aroximação rel ativa Sol. O cometaFlalley seria com posto de pe
menteperto de0,15 UA. Foi fotogra fado quenos peda ços, chamados deRubb le Pile,
pela primeira vez,e sua cauda nali a sadaunidos.Eles gir am como umcorpoa cada52
por espectroscopia (umtodo mé de analisar horas. A s dua s sondas ma pearam rca ce de um
a compo sição quí mica deum corpogasoso quarto da supe rfície do come ta, encon trando
estudando o pa drão cara cterí
stico das li coli nas, montanhas, penhas
cos, depressões e
nhas spectrais
e que
ele produz , veja apágiuma cratera.
na 126 ). Seu espe ctro rev elou (ent re outras
coisas) que a cauda cont inha o gá s tóxico E sp e ct r o sco p i a - u ma nova man ei r a
cianog ênio.Isso le vou o satrônomo amill C e d e VER
Flammarion (1842- 1925 ) a dizer que pas No final do sé culo XIX, surg iu um a forma
sar pela ca uda “possivelme nte ceifaria todatotalment e nova de x eaminar s a estrelas,
a vida na [Terra ]”. Como resultado , o pú estuda ndo-se se u espe ctro com um a técni ca
blico foi ludibriado, ga stando umafortunachama da espectrosco pia. Quando aluz pass a
em máscara s de g ás, “pílulas anticometa” epor um g ás, alguns co mprimentos de onda
“guarda-ch uvas n aticometa”. Não prec é iso são absorvi dos, deixando umpadrã o carac-

Espectro variável de
estrela para a constelação
Corona borealis (coroa do
norte), 1877.

179
TENTANDO ALCANÇ AR AS ESTR ELA S

Pickeringicouf rus
f trado com acompe 
tênci
a de esus assistentes homens e declaro
u
que suaemprega da seri
a capaz de fazer um
trabalh
o melhor. Sua emprega da erauma
escocesa, Williamina Fl eming (1857-1911),
queimigrou com o ar mido, mas depois foi
abandonadapor ele quando estava grá
vida.
Ela foi trabalhar para Pickering pa ra sus
tentar aela eao filho. Fleming se dedicou
à taref
a de catalo gar e classif
icar sa estre
las, des
envolvendo um sistema de atribuir
a elasuma ca rta de coardo com a quanti
dade dehidrogênio existent e em seus es
pectros (sen
do A para a maior quantid ade).
Em nove nos,
a F
leming ca talogou ma is de
10.000estrelas.laE descobri u 59nebulo sas
Williamina Fleming gasosas, mais de 10 3estr
elas variáveis, 10
novas ea nebulo sa Horsehe ad. Pickering
colocou-a como res
ponsável po r uma gran
teríst
ico de linhas espe ctrais.Cada ás g cria de e
quipe de mulh
eres chama das “c
alcula
seu próprio padrã o. Logo, pela análise dadoras”, a que m ele empregou ara
p xeecutar
luz de uma setrela,é possív el identi
ficar sua
composi ção quími ca. O astrônomo ame rica
no Henry Draper (18 37-1882), pioneiroda
astrofotografia, foi o pri
meiro a fotografar o Annie jump Cannon
espectro de uma estrel
a, em 187 2. Suas foto
grafias deVega mostraramlinhas es pectrais
disti
ntas. Ele tirou ma is de 10 0 fotografias
de espectros estelares ant
es desuamorte em
1882. Em 188 5, Edwa rd Pickering (1846-
1919) assumi u a emprei tada ecomeçou a
supervisionar o uso em larga cala
es ad espe c-
troscopia tográfi
fo ca como direto r do Elar -
vard College Observatory, com o objetivo de
produzir um ca tálogo detalhado de strela
e s.
A viúva de Draper concordou em financiar o
negócio de risco, e a catalo gação am biciosa
paraa produção do Catálo go Elemy D rape r
começou.
Catalog Aprimeira
ueofStellar Spe publica
ctra ção foi oDrape
(Catálogo
r
Draper
de Espectro
s Estelares) em 1890, com 10.351
estrelas catal
ogadas.

180
LONGE, MUITO LONGE

os cálculo
s necessários envol
vidos na classi
ficaçã
o e catalogação das strel
e as. (As mu
lheres re
cebiam pena
a s 25-50 centa
vos por PARALAXE

hora, menos que s secretári


a as recebi
am na É um método de calcular a distância de
F g evárias outras mulheres daum objeto observando-o de duas posi
época). lemin
equipe, incl
usive Henrietta Swann Leavitt ções diferentes. No caso de uma esteia,
(1868-1921) e asobrinha deHenty Draper, o céu é fotografado duas vezes no inter
Antonia Maury (1866-1952), tornaram-se valo de seis meses. Ao medir quanto a
astrônomas respeitada
s por mérit
o próprio. estrela parece ter se movido em relação
Outra a ds “mulheres de Pickering” foi às estrelas do fundo, os astrônomos po
Annie Jump Cannon (1863-1941), que dem usar a triangulação para determinar
aperfeiço
ou o sistema Fleming e introduziu a distância entre a Terra e a estrela.
a classif
icação de estrelasmcoba se na tem Você pode ver como o princípio da
peratura
. Ao contráriode Fleming,Cannon paralaxe funciona segurando um lápis à
era formada em física ejá esta
va estudando sua frente e olhando para ele primeiro
com o olho esquerdo e depois com o di
astronomia qu ando começou tr aabalhar
reito. O lápis parece se mover em relação
paraPickering. la E ficou quase totalmente ao fundo porque cada olho o vê de uma
surdadepois de contrair ebre f escarlatina,
posição ligeiramente diferente.
no entanto, era ela que m neg ociava qua n
do Maury e Flemi ng discutiam qu anto aos
métodos declas sificação. O novo método
de Canno n clas sificava sa estrelas como, O
B, A, F, G, K, M (um m nemónico emin
glês usa
do paralembrar : é“Oh, Be a Fine
Guy/ Girl, Kiss Me”), umsiste ma conhec i
do como esqu ema Harvardde class ificação
espectral que ehoj ainda éusado. Um aper
feiçoamentodo es quema, cham ado sistema
Morga n-Keenan, co mpleme nta c ada letra
com núme ros 0-9, e acre scenta numera is
roma nos I ao V para indi car luminosidade ,
mas a ba se do sistema de Cannon foi man
tida. Cannon ma is tardessumiria
a o projeto
de catalogação.
Com todos osseus complemento s, o
catálogo Drape r registrou e clas sificou
359.08 3 estre las. Cannon class ificou pes
soalmente 230.000 estrel as, ma is do que o

trabalhode clas
astrônomos ss.
ificaç
junto ão foi
Ela feito po
r todosmu
a primeira os
lher a se
r premiada comum douto rado ho
norário pela Univ ersidadede Oxford e a

18 1
TENTANDO ALCANÇ AR AS ESTRE LAS

primeira mulher a ser eleita representante Huygens tento u anteriormente estimar a


da Sociedade Americana de Astrono mia. distância deSirius até aTerracomparando
seu brilho com aq uele od Sol. Ele decidiu
E xaminando o vazio que, supondo queiriuSs fosse tão bri lhan
O método da triangulaçã o que Cassiniusou te qua
nto o Sol, estaria 27,664 vezesais m
no sé culo XVII paraestimara distânciatéalonge. Foi uma tarefa difícil, pois ele tinha
Marte po deria,com habil idade, ser usado que compara r suas observações Sol do feitas
paraestimar adistânci a até estrelas próxi durante o dia co m as observações deirius S
mas. Significa usar sa posições daTerranumvista à noite.
intervalo de seis me ses - ou seja, em cada Embora o princípio de medir o movi
lado do Sol - para fornecer a linha-base mentoaparente de uma estrela nocéupara
paraa triangulação. Como a distâncian e calcul
ar sua distância faç
a sentido, a téc
tre a Terra eo Sol é de uma UÀ , ess nica era difícil e exigia equipamentos que
a linha
de base terá dois UA largura, uma dist ância simplesme nte nã o estavam dispon íveis aos
grande o suficiente apra sa medidas exa tasprimeiros astrônomos. Aprimeira stân di
exigidas. Durante esse tempo,se verá um a cia estelar sco
de berta om
c exa
t idão por
estrelapróxima m e posição ere
difnte compa paralaxe foi lcalculada pelo
quecientista
em 1838 alemão
rada às estrelas deundo
f mais distantes- umFriedrich Besse (1784-1846),
método conhecidocomo pa ralaxe(veja o paidetermino u uma distância de 0,3 1 anos-
nel,página 181). -luz para 61 Cygnus. D
e fato, um escocês,
Thomas Henderson (1798-1844), já tinha
medido a distânci a até Alpha Cent auri em
1832, mas só publ icou seus resultados de
pois de 1839. Uma vez conhecida adistân
cia até uma estrela,é relativamente ácil f
reverter sa equa ções deHuygens ara p cal
cular seu brilho.
No entanto,
ainda nã
o estavamas ferra
reamentas
lmente à altdisponí
veista
ura da
refa. As medidas tinham de ser feitas a olho
nu ea fotogra fia aindanão tinha sido inven
tada. Por volta de 19 00, apena s 60 parala
xes tinham idos medidas. oCm o advento
da fotografi
a, o processo de pôser caelerado
acentuadame nte, eos 50anos seg uintes ren
derammais 10. 000paralaxes.

O satélite Hiparco, usado para medir as


paralaxes de mais de 100.000 estrelas.
LONGE, MUITO LONGE

TELESCÓPIOS NO ESPAÇO
O Telescópio Espacial Hubble, lançado usan- da luz de fundo ou distorção da atmosfera da
do-se o ônibus espacial em 1990 e tendo re- Terra. Os telescópios espaciais foram propos-

cebido o nome em homenagem ao astrôno- tos pela primeira vez em 1923, muito antes
mo famoso, é um telescópio ótico em órbita de se tornar possível construir um.
em volta da Terra.
Por estar no espaço, produz imagens de Imagem do Hubble de duas galáxias que
extrema claridade, quase sem interferência estão se unindo por sua atração gravitacional
mútua.

Entre 1989 e 1993, o satél


ite Hiparcodatância até umaCefeida,a equa ção deLea-
European Spa ce Agency medi u aspara laxesvitt, que relaciona período-luminosidade à
de 118 .000 strel
e as, eo catálogo Tycho-2 dadistância, permi tiu quea distância deoutras
mesmamissãofornece dad os para m ais decefeidasfossedetermi nada. D e repente, as
dois milhões emeio de estrelas adVia Lácdistânci as através da Via Láctea eaté mes
tea. mo afora de la tornaram-se evidentes,e des
Para estrelas muito distantes,a para laxe cobriu-se que o universo erabemmaior do
é de pouca erventia.
s Outro método , usanquese imagin ava.
do-se da dos de strel
e as cha madas Cef eidas, Em 1918, o astrôno mo america no Har-
foi desenvolvido por Henriett a Swan Lea- low Shapley (1885 -1972) usou o mé todo
vitt, da equipe de mulheres “calculadoras” Cefeida pa ra estudar glo
a merados globula
de Henry P eckering.sACefeidasvariam m e res que lee pensou exi
stirem dentroda Via
intensidade, pulsando meintervalos quevão Láctea. Ele percebeu qu e a Va Láctea ra e
de um dia a es mes. Uma vez calc muito maio
ulada a dis r do que es pens ava anterior-

183
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

mente e que o sistema solar não Diagrama Hertzsprung-Russell


tipo espectral
estava nemmesmo pertodo cen
tro, como setinha su posto. No
final de 92
13 e início de 19 24, L
/
L
o astrôno
mo ame ricano Edwin a
c
Hubble (1889-1953) encontrou e
s
n
ír
Cefeidas fora da Via Láctea
, na Ga t
in
láxia de Andrômena , e conseg
uiu e
d
a
calcular a distância até agalá d
i
s
xia como cercade um mil hão de o
n
i
anos-luz (seu s dados foram bai m
u
L
xos, na realidade ela tem ce
rca de
dois milhõ es e meio de anos-luz
Temperatura da superfície (kelvin)
de distância).

L i str as d a s E stre las Diagrama de Hertzsprung-Russell mostrando

O enge nheiro químico holandê s Ejnar oestrelas;


brilho (eixo-y) e a temperatura (eixo x)
a cor muda com a temperatura.
das
Hertzsprung (1873-
1967) estudava astrono
mia efotografia em
suas horas de fo lga
quando descobri u
uma relação entre a
cor de uma estrela Henry Russell
e seu brilho . Em
bora Hertz
sprung
aca
basse se tornando
um astrôno mo pro
fissio
nal renoma do,
ele ai
nda erama ador
quandopubl icou se
us
resul
tados em 19 05 e
em 1907 em um pe 
riódico fotográfico
modesto . Suadesco
bertanão foi reco 
nhecida elos
p satrô-
Ejnar Hertzsprung nomos profissionais.
O astrôno mo ame 
ricano Henry Nor-
ris Russell (1877-
1957) também notou a
relação entre o bri
lho estel
ar e a cor, ma
s
publicou sua descoberta em um periódico

184
A VIDA SECRETA DAS ESTRELAS

Arthur Eddington formações o


d diagrama de Hetzs-
prung-
Russellderam aos astrô
nomos a primeira suspeita do
mais conhecido de astro que poderia estar aconte
nomia me 1913. Além cendo dentrodas estrelas.
disso,Russe ll traçou um
gráfico com os resul ta A vida secreta
dos obtidos . A contri das estr elas
buição deHertzsprung Arthur Eddington, o as
foi reconheci da desde o trônomo inglês equli
início e o gráfico agora é dero u a expedi ção para
conhecidocomo diagr ama observaro eclip se solar em
Hertzsprung-Russell 1917, confirma ndo a teoria
A cor de uma estrela - ou da relatividade ed Einstein,foi
mais exatame nte, o co mprimen o primeiro a imaginar o que pode
to de onda a d luz que elamitee - indica ria estar coa ntecendo dentrode umaestrel a.
sua temper atura. No entanto , o bril
ho ge Ao combinar informações do diagrama de
ral de uma setrela depende tamb ém deseuHertzsprun g-Russelle a massa conhecida
tama nho. Assim como um aque cedor po de de algumas estrel as, ele desco briu que sa
emitir mais calor que um fósforo queiman estrel
as com maio r ma ssa são as mais bri
do (muito mais quente) , o tamanho de umalhantes.ss Io faz sentido. A fim de evitar que
estrela é otãimport ante quanto suatempea gravidade pu xe a estrela para dentro, por
ratura. ogo,
L uma estrela vermelha imensa si mesma, ela d eve produzir e emitir mui
pode emit ir mais energia que uma pequena ta energia.Quanto maior a massa, maior a
estrel
a azul,mesmo que atemperatura da atraçãoda gravidade emais energia éneces
superfí
cie daestrelazul a seja ma is alt
a. In sária pararesist
ir a ela. Ele logo e dscobriu
que, independente
mente do tamanho
e da temper atura da
superfície, a tem
peratura interna
de todass aestr elas
da sequê ncia p rin
cipal é aprox ima
dament e a me sma.

Espectômetro de
massa usado para
medir carbono estável
e isótopos de oxigênio.

185
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

eleme ntos muito abunda ntes


"Uma estrela está utilizando um vasto reservatório de ener
gia por meios que desconhecem os. Esse reservatório dificil
no Sol. Ele conhecia o ba
tra
mente será outro que a energia subatômica a qual, como
lho de Einsteine foi capaz d
e
se sabe, existe abundantemente em toda matéria; às vezes
aplicar a equação E=m c2ao
sonhamos que o homem um dia aprenderá a liberá-la e a Sol e deduzir que sua energia
vinha da fusão nuclear, sendo
usá-la para atender às suas necessidades. O armazena
o hidrogênio forjado no hélio
mento é praticamente inesgotável, bastando termos acesso
no centro do Sol. Aigeira
a ela. Existe em quantidade suficiente no Sol para mante
r l di

sua produção de calor durante 15 bilhões de anos." ferença namassa queAston
Arthur Eddington, 1920. notou se transf ormaria m e
energia.
Assim como uma fissão
Ele percebeu tam bém que o combustí vel nuclear transforma elementos mais pe
que ornece
f energi
a parauma setrel a deve sados e m eleme ntos mais leves dividin
sernuclear - não haveria out
ra maneira dedo o núcleo, a fusão nuclear transf orma
umaestrelaer t umsuprimentosuficiente ed eleme ntos mais leves m e elemento s mais
combustível paracontinuarqueimando dupesados combinando núcl eos. O imenso
rante bil
hões deanos. volume de gás envolvido significava que
A primeira sugestão foi que a energia havia energ ia suficiente sendo liberada
do Sol eraderivadade isótopos ra dioativos para alimentar o Sol durante lhões
bi de
como o rádio , mas a meia-vida do rádioé anos. Mai s tarde percebeu-se que todos os
curta demais. Um ava nço imp ortante veio elementos que não fossem o hidrogênio,
por meio do trabalho executa do no centro o hélioe o lítio eram formados por fusã o
de pesquisa atômica Cavendish em dentro Cam- das estrel as ousuperno
vas.
bridge, Inglaterra. mE 1920, o químico
e físico nglês
i FrancisAston (187 7-1945) O uv i ndo o va zi o
usou um espectô metro de massa pa ra Emborajá lidemos com dist âncias enúme
medir amassa do hidrogênio e do hélio . ros de steia
e s inimagináveis aos primeiro
s
O núcleo do hidrogênio tem um próton, observadores de estrelas, nda
ai há m uita
enquanto o núcleo do héliotem dois pró
tons e dois nêutrons.ston
A espelho de metal de
descobriu que qua
tro núcleos heliostato (coberto com
de hidrogênio tinham pouco papel preto)
V
mais massa queum núc leo de Folha de papel
hélio. Eddington sabia que
o hidrogênioe o hélio eram

/
V
G < > Ponte de
Wilsing e o equipamento Wheatstone
de Scheiner para tentar
' Metal
detectar ondas de rádio
do Sol. Papel

186
A VIDA SECRETA DAS ESTRELAS

NIKOLA TESLA (1856-1943) para pior. Ele ficou cada vez mais obsessivo
Nikola Tesla nasceu no Império Austro-Hún- pelo número três e por pombos.
garo, em uma área que atualmente faz parte O último fato a manchar sua reputação
foi sua promoção do chamado "raio da mor
da Croácia. Ele abandonou a universidade te", que, conforme ele alegava, "enviava
duas vezes e cortou ligações com a família
e amigos (seus amigos acreditavam que ele feixes concentrados de partículas pelo ar,
tivesse se afogado no rio Mura). Em 1884, de uma energia tão imensa que derruba
mudou-se para os EUA. riam uma frota de 10.000 aviões inimigos a
Tesla trabalhou com comunicação wire- uma distância de 200 milhas... e causariam a
less, raios X, eletricidade e energia. Quando morte de exércitos em seu raio de alcance".
chegou aos EUA começou a trabalhar para Tesla viveu os últimos 10 anos de sua vida
Thomas Edison, mas se demitiu em razão no Hotel New Yorker, e quando faleceu duas
de uma discussão sobre o pagamento. Mais cargas de caminhão cheias de trabalhos fo
tarde montou seu próprio laboratório. Ele ram apreendidos pelo governo dos Estados
era um inventor prolífico, mas algumas de Unidos por serem consideradas um risco à
suas invenções, seu caráter e suas atitudes segurança.
eram excêntricas, e ele sempre foi conside
rado um dissidente. Suas afirmações de que
ele teria detectado transmissões de rádio de
alienígenas de Marte ou Vénus não ajuda
ram. Em 1904, o Escritório de Patentes dos
Estados Unidos retirou a patente de Tesla
pelo rádio e deu-a a Marconi; Marconi foi
laureado com o Prêmio Nobel pela invenção
do rádio em 1909. Depois de brigas com
Marconi e Eddington, e a demolição de sua

estação Telefunken sem fio em Long Island


pela Marinha, temendo que ela fosse usada
para espionagem durante a Primeira Guer
ra Mundial, a sorte de Tesla deu uma virada

coisa que não vemos com telescópios ópti em uma carta escrita em 189 0 que ele e um
cos, mesm o aqueles ancorados noespaço.colega poderiam con strui
r umrece ptor para
Mas qua vieis doespeccaptar onda
ndo as partes não sív s derádioa part ir do Sol . Se ele
magnético, como ondasde rádio, tivesseconst
tro eletro ruído um apa relho desses, n i fe
orar ainda lizmente não teria detec
foram usadas, foi possível expl tado n o das derádio

mais prof
undamente
Talvez asorigens dacosmos.
oastronomia do ádio
r do espa
(1851- ço.) O
1940 físico
const ruiuinglês
re ir SOliver
almente Lo
dge
um detec
estejamga lidas oa inventor e empreendedortor, mas não encontrou evidências de on
Thomas Edison (184 7-1931), que sugeriu das de rádiovindas od Sol em 1897- 1900.

187
Foto da constelação de Sagitário tirada
pelo telescópio Hubble, fonte do sinal de
rádio detectado por Jansky.

Prevendoa partir das equa


ções de
Planck aquanti dade deradiaçãoer
cebida do Sol que deveri
a entrar em
parte das ondas de rádiodo espectro
(comprime nto de onda 10-100 cm),
ficou cl
aro quea radiação seria itomu
fraca - fraca de mais para ser detec
tadapor equipamento dispo nível na
época. Um novogolpe veioem 19 02,
quando os ngee nheiros elétrico
s Oli-
ver Eleaviside (1850-1935) e Edwin
Kennelly (1861- 1939) previram a
existência da ionosfera, uma cam a
Os primeiro s cientist
as que xaminara
e m a da de partículas io nizadas na cam ada
questão profundame nte of ram os astrôn o superio r daatmosferaquerefletiria onda s de
mos Johanne s Wilsing (185 6-1943) e Julius rádio. (Contudo, essacamada temtido usos
Scheiner185( 8-1913), traba lhando naAle importantesomo c u a xílio à comunicaçã o por
manha. Eles concluíram qu e a astronomia d o rádio. Ao liberar onda s derádioda ionosfera
rádiofracassa porque asondas de rá dio são é possível transmitir sin ais a longas distân
absorvi
das por vapor d’água na atm osfera. cias.) ss Eas conclusões de sapontado raspare
Um estuda nte francês, CharlesSordma n, cemter aba fado o entusi asm o pela pesquisa,
racio
cinou que sea atmosf era estivesse blo e não houv e mais tentati vas de detectar naissi
queando ondas derádiodo espa ço, seria me de rádiodo espa ço durante 30 anos.
lhor ele co
alto para locarsua
tentar fantena
icar acima mde
ela.
umEleloca
allevo
mais
udo Oo gra
nde avanço veioem 19 32, quan
eng
enheirode rádio americano aKrl
ao topo deMont Blanc. Nordma n tam bém
não conseg uiu captar ondas de ádio
r do Sol
- mas no se u caso foi por falta de sorte. O
equipam ento dele teriauncionado
f emho
ráriode máximo solar, quando as ondas ed
rádio emitidas atingem o pico. nfeliz
I mente,
1900 foi um período de mínimo solar ,e por
tanto,ele nã o detec
tou nada. Mas o traba lho
de Max Plancksobre ra diaçãode corpo n e
gro e quanta deluz revelo u outroprobl ema.

Antena de um radiotelescópio no centro de


astronomia de Yebes, Espanha.

188
A VIDA SECRETA DAS ESTRELAS

Restos da supernova SN-006, produzidos pela


explosão de uma estrela enorme cerca de 7000 nuvem degás situadano centroda galáxia.
anos atrás. Ele queria cont inuar seu trabalho sob re on
das de rádio da Via Láctea, ma s seus empre
gadores o transf eriram pa ra outro pro jeto e
Jansky (1905-1950) foi empregado pela Bell ele teve de abando nar apesquisa. Sua única
Telephone Compa ny, emNewJersey, U E A, grande descobertaarcou m o in ício e o fim
parainvestigar a interferênci a estáti
ca das de sua carrei ra em astrono mia. Otrabalh o
ondas de rádioem seu serviço de telefonia de Jansky inspi rou o astrôno mo amador
interco ntinental.Usando umagrande a nte america no Grote Reber(1911- 2002), que
na direcion al,Jansky encont rou um inal
s de const ruiuum radiot elescópio parabóli co em
origem de sconheci da quese repetia a cadaseu quin tal em 19 37 e realizou a primeira
24 horas. Ele suspe itou queviesse do Sol,pesquisa do céu com requêfncias derádio .
mas então ercebeu
p ue
q a repeti
ção ocor As ondas de rádio do Sol foram desco
ria a cada 2 3 horas e56 minut os - menosbertas pelaimei pr ra vez em 19 42 porJames
que a dura ção do dia. Um amigo físi astro
 Hey (190 9-2000), oficial pes quisa dor da
co, Albert Ske llett, dissequepare cia vi
r das Marinha Brit ânica. A astronomia dodio rá
estrelas. Usandopas maastron
ômicos, elesestava ntãoe se tornando respeit ável:os as
identificaram a Via Láctea com o a origem, trônomos de rádio MartinRyle 191 ( 8-1984)
e mais particularmente o centro da aláxia,
g e Antony Elew ish 1( 924-) na Universidade
em torno
o pico dodasinconstelaçã
al coi ao com
ncidi de Sa
o gitári
apa o, poisdo
recimende cé
Cambri
u no dge
inícioma
peara
dos m as19
anos font
5 0, eproduzi
s derádio
ndo
to dessa constelação. Jansky suspe itou que as pesqu
isas 2C e 3
C (Segundo e Terceiro
o sinal viesse deumapoeiranterestelar
i Catálo
ou gos Cambridge de Fontes deRádio ).

189
TENTANDO ALCANÇAR AS ESTRELAS

extremamente rem otos. Existem 200.000


O primeiro nome dado para os pulsares foi
quasares o
cnhecidos, todos entre 780 mi
LGMs, por Little Green Men, por uma suges-
lhões e 28 bilhões de anos-luz de distância,
tão de que os pulsos representavam trans-
o queos torna osobjetos ma is distantes dos
missões de rádio intencionalmente por uma
quais temos conhecimento. Os primeiros
forma alienígena. Isso causou um grande
alarme a ponto das autoridades universitárias quasaresforamlocalizados nofinal dos n aos
considerarem manter a descoberta em segre-
1950 e descrito s pel o astrôn omo ho
l andês
do. Então Jocelyn Bell descobriu outro ulsar,
p
Maarten Schmidt (1929- ) em 19 62. Surtos
provando que era um fenômeno natural.
maciços de ra diação de qua sare s podem se r
Little Green Men (Homenzinhos Verdes). produzi dos pe
la li
bera ç ão de energia ravi
g ta-
cional àmedida quematéri a a cai em direção
a um bura co negro imenso . Até 10% dessa
Hoje, os ra dioteles cópios costum am ser massaé conv ertido em energi a capa z de es
organizados em bancos,suas antenas pon a
capar n ates do ho rizonte de eventos (veja a
tando para a mesma área do céuos e dados
página 197). A fusã o nuclear que oco rre den
reunido s detodos eles . Cadatelescópio tem
tro das estre las nã o poderia produz ir o brilho
um grande prato de col eta quefoca as on
das de rádio recebid as pela antena. Usando do qu asar, forte o suf iciente (com luzisív vel
umatécni ca chamada interf erometria, desen e outras orma
f s de ra
diação eletromag nética)
volvida por Ryle e Hewish, os dados de cada paraserdetectado da Terra alongas distân
antena ão s combina dos o ( u “interferidos”). cias. A explosã o de um a supe rnova poderia
Sinais coincidentes forçare m uns a os outros, produzi r energ ia suf iciente pa ra ser vist
a du
enqua nto sinais conflitantes se cancelammu rant e poucas sema
nas, ma s um quasar per
tuame nte. O efeito é atingir a capacidade edsist e. Para os qua sare s mais distant es serem
coleta deum únicoprato giga ntesco.Paravisíveis, eles precisam ser dois trilhões (2 x
minimizar problema s da ionosfera e o vapor101 2) de vezes tão brilhant es quantoo Sol.
d’água atmosférico,os me lhores lo cais paraOu foram- esses objetos es tão abilhões de
radiotelescópio s muitas ve zes e stão localiza anos- luz de distância, logo estamos osvendo
dos aaltas alt itudes emregiõ es áridas. como seeles es tivesse m próximos doníicio
Embora os dio ra telescópi os possa m ser do universo.
usados para inv estigaro Sole os planetaso d
sistema solar, eles têm sido mais úteisP apara r a ci m a , para ci m a , e

explo rar objetos tão stantes


di ue
q não po LONGE
dem servistos usando- se telesc ópios óticos. Nosso e ntendi mento da astro
Isso tem levado ascob deertasimportantesnomia eda física do espa ço mu
comoquasa res e pulsares. dou consi deravelmente durante o
século X X. Mas ta lvez o de sen
Q uasar e s - poderosos e re moto s volvimento mais importante
O quasar aé abrevi ação daxpr e essão inglesaseja a união do tempocom
quasiste
llar obje
o ct, ouetos
“obj
eto
m qua se
itaestelar”
. o espa
Quasa res sã obj co mu energia, ceito -ço emumes
ocontinuumúnico
paço-con,
com um esviod importante paraverme o lho -tempo, que será discuti
-
(veja apágina 201), quesignifica queelessãodo no próxi mo ca pítulo
.
Maarten Schmidt
190
A VIDA SECRETA DAS ESTRELAS

PULSARES - FEIXES GIRATÓRIOS DE POTÊNCIA


Um pulsar é um corpo estelar altamente
magnetizado, em rotação. Forma-se quan
do os recursos de combustível de uma es
trela imensa se esgotam e seu centro entra
em colapso, transformando-se em um cor
po incrivelmente denso chamado estrela de
nêutrons. O pulsar é assim chamado porque
ao girar emite radiação altamente direcional
que só pode ser observada quando aponta
diretamente para a Terra - criando um pulso
muito parecido ao feixe de um farol refletin
do-se no mar. Os intervalos entre os pulsos
variam de 1,4 milissegundo a 8,5 segundos.
A taxa desacelera até que ele acaba parando,
depois de um período de 10-100 milhões de Jocelyn Bell Burnell
anos, de modo que a maioria dos pulsares
que já se formarm (99%), não pulsa mais.
O primeiro pulsar foi descoberto em Quando um pulsar gira, suas emissões
1967 por uma doutoranda de 24 anos, radioativas só podem ser detectadas da Terra
Jocelyn Bell (agora jocelyn Bell Burnell). em pulsos.
Controversamente, foi o
orientador dela, Antony
Hewish, quem recebeu o
Prêmio Nobel (em 1974)
pela descoberta, e não
ela. Observações em 1974
de um pulsar em um sis
tema binário (em que um
pulsar gira em torno de
uma estrela nêutron, com
um período orbital de oito
horas) forneceram as pri
meiras evidências de ondas
de gravidade, confirmando
outra parte da teoria geral
da relatividade de Einstein.

19 1
CAPÍTULO 7

ESPAÇO-TEMPO
continuado

Durante ilm hare


s de an os, observaro espa ço e que
rer saber sobre suaestranha geografi
a eraexatamen
te isso- olhar par
a for
a, tentar ver como as estre
las e
os planetas,o Sole a Lua se relacionam com aTerra.
Os movimentos do Sol e da Lua eram o relógio ce
lesti
al da um
h anidade, medindoas hor as, os dias,os
m
raeses e ostos
dos concei anos.
separMas tempo
ados. D e espaço
esde oinícioera
mdoconside
século
XX, no entanto, nossa relaçãoo com tem po e o es
paço com eçou amudar. Depoi s de Einstein, esel se
tomaram nido
u s como um continuum, e o estudo do
espaço tomou-se focado nã
o apenas “no questá e lá”,
mas no passado e possi
velmente no uturo
f de nosso
universo.

Uma estrela distorcendo ocontinuum espaço-tempo,


criando um efeito gravitacional.
ESPAÇO-TEMPO CONTINUADO

ii . *
Éfc'’MC3tf
Um a brev e his tóri a do tem po
Embora sejaácifl ver a pa ssagem dos dias,o
padrã
o de um ano n i teiro se torna veidente
somente com o istr rego e a contagem. A pri
meira evi
dência de ssoape s reg istrandoo tem
po
os data des 20.000
primeiro anos
conhecimento s atrás.
de ma temáti
astroA ca e
nomia
provavelmente tenham surgido juntos qua ndo
as pessoas endapreram aco ampanhar epr ae
ver os movimentos dos corpos celestes.
O cursode um dia ra e medido usando-
-se umgnomon , um ponteiro de um relógio
solar que projeta umasombra para acompa 
nhar oprogresso do Sol pelo céu. urante
D Uma clepsidra, usada para medir o tempo na
milênios este oif o melho r guia pa ra apassa Grécia Antiga. Os relógios d'água têm sido
gem do tempo. Então, no sé culo XVII, Ga- usados há milhares de anos.
lileu comparoupulso
seu próprio um lust
eredescobriu
balança
ndo ocommovimen
A manhã e amanhã e amanhã

to regular de um pêndulo.O pênduloeva l Os reló gios medem otempo ineal r, que é


sempre o esmm o tempo para osci lar:quanbastante conveniente para vidas humanas,
do o arco diminui, o movimento do pêndulo mas pode não representar toda a história.
desaceleraparamanter o terv
in alo regular. A ideia de que o tempo pode não ser li
Galileu projetou um relógio de pêndulo,
near foi sugerida tanto por Buda quanto
mas nunca o construiu. Foi Christiaan porHuy-
Pitágoras por volta de 050 a.C. Eles
gens que construi u o primeiro relógio de acreditavam que o tempo pudesse ser cí
pênduloem 165 6. Mais tarde
, Robert Hooke clico e que um ser huma no, depois de
usou a oscilação natural de uma mola paramorrer, podia renascer. Platão pensava
controlardoo mecanismo
medida tempo r po meiode
s meum
cânirelógio.
cos que oA tempo
de todas havia sido
as coisas. Mas, criado no início
para Aristóteles,
foi a norma taé 1927, quando o engenhei  o tempo só existia onde havia movimento.
ro canadense detelecomuni cações Warren Um paradoxo aparente, proposto pelo fi
Marrison, que traba
lhavana Bell Telepho- lósofo Zeno (c.490-430 a.C.), parece mos
ne Laboratories,NewJersey, descobriu que trar que nem o tempo nem o movimento
poderia medir o tempocom e xatidão usa
n podem xistie r. Se dividimos o tempo em
do as vibrações de umcristal de qua
rtzo empartes ca da vez meno res, adistância atra
um circuito elétrico. vessada por uma flecha em movimento
torna-se cada vez mais curtaté aque, no
instante “agora”, aflechanão se move.
"Minha alma anseia em saber este enigma
tão intrincado. Confesso a Vós, Senhor, que Mas, nesse
mover, poisaso,
co tempo
ela não épod e existir ou
formado de esum nú
sou ignorante do que seja o tempo."
Santo Agostinho
mero infinito de “agoras” em que nenhum
movimento está ocorrendo.

194
O mecanismo de funcionamento do relógio
forneceu a primeira maneira de determinar o "...tempo absoluto, verdadeiro, matemáti-
tempo com exatidão. co... de sua própria natureza, flui igualmen
te sem relação com nada externo."
Isaac Newton

195
ESPAÇO-TEMPO CONTINUADO

cebeu que afalta de uma medida comum


signi
fica anão exist
ência de
Deus.

U ni nd o espaço e tempo

Nossa experiência soal


pes do empo
t é sim
ples.O tempose move do passa do para o
presente para
e o futurosemchance de vol
tar, saltar para frente ou congelar. Ele se
move a um a taxa continuamente em um a
direção. Não é surpreendent e quedurante
milênios supusemos queestafossea nature
za do tempo. Mas vez tal não seja.

Tud o é relati vo
Todo mov
imento érelativ
o à posição ou
movimento do obser
vador. Logo, você
pode atrav essar asala e alguém de pé e pa
rado na ala s julgará ua s velocidade como
sendo cercade 5km por ho ra; Tanto o v cê
quanto o observador tão es em m u globo
que gira no espaço a quase 30km por se
gundo, mas ape nas se u moviment o pela
sala énotado.Um observador em um pla
neta distante (com um bom telescópi o), no
Santo Agostinho
entanto, veria o lobo
g girandoe rodopian
do. (G alileu perce beu isso,embora alas f se
de uma pessoa m e um na vio vista por um
O filósof o cristão Santo Agostinho espectador na praia,e não de umalieníge
(354-430 d. C.) chegou à conclusão de que na com um telescópio .) Logo, a velocida
de em queum obj eto se move depende do
o temponão ex istiria senão houv esse uma
referencial; o mov imento só poder se me
inteligência observadora, spoi era apenas a
dido em relaç ão aos outrosbjetoo s ou ob
lembr ança de coi sas passa das ea expectat i servadores. ref O erencial pode ser a mesma
va de eventos futuros que davam ao tempo sala, o me smo navi o, o mesmo planeta ou a
qualquer exist ência oraf d o prese
nte. mesmagaláxia.
O matemá tico francês Ni cole Oresme Einstein desco briu uma xceçã
e o a essa
(1323- 1382) indagava e s o te
mpo celestial regra básica: aluz, disse le, e sempre vi aja
- tempo me dido pelo movimento de orposc à mesma velocidade- independenteme nte
celestes - era mens urável: ou seja, se havia da velocidade em ue q o observador está se
umaunidade que pude sse medir seus movi movendo. le E explicou que não import ao
mentos com núm eros inteiros. Ele sug eriu quanto você esteja se deslocando, um efixe
que um criador tel inigent
e certamente osde luz passa ria por você a299.792. 458 me
teria feito assim, m as por pouco onãpertrospor seg undo.

196
TUDO E RELATIVO

k.
LEVANDO A GRAVIDADE A EXTREMOS: BURACOS NEGROS

Os buracos negros são "singularidades no O conceito de buraco negro (embora


espaço-tempo". Existem áreas onde a gra não o nome) foi sugerido pela primeira vez
vidade é tão forte que nem mesmo a luz por duas pessoas independentemen te -
escapa, e qualquer coisa que passe perto Pierre-Simon Laplace em 1795 e, antes dele,
demais é sugada. Os buracos negros podem o filósofo inglês John Michell (1 724-1 793)
se formar quando as estrelas entram em co em 1784.
lapso, tornando-se minúsculas, em alguns Michell chamou de "estrela escura" o
casos não maiores do que o núcleo de um fenômeno de uma estrela tão densa e com
átomo, e extremamente densas. A veloci uma atração gravitacional tão forte que a
dade de escape exigida para se sair de um luz não podia escapar. A ideia foi retomada
buraco negro é maior que a velocidade da pelo físico alemão Karl Schwarzschild (1873-
luz. O tamanho de um buraco negro é me 1916) logo antes de sua morte em 1916,
dido por seu horizonte de eventos - o limite quando ele calculou os campos gravitacio-
sobre o qual nada pode escapar. Embora um nais de estrelas e de estrelas em colapso. O
astronauta que caia em um buraco negro termo "buraco negro" foi cunhado pelo físi
possa não notar nada incomum ao atraves co teórico americano John Archibald Whee-
sar o horizonte de eventos, um observador ler (1911 -2008) em 1967, quando cosmolo-
de fora verá o tempo para aquela pessoa de gistas encontraram a primeira evidência de
sacelerar. No limite do horizonte de eventos, sua existência.
eles parecem congelar no tempo.

197
n
& ESPA ÇO-T EMPO CON TINUAD O
;

"i fe i'■ * ? '*

Imagem de uma supernova pelo


telescópio Hubble, o ponto brilhante
embaixo, à esquerda.

Como a velocidade daluz é


constante, utraso oisa
c s não po
demser- e uma delas oé tempo.
De fato,ao se aproximar davelo
cidade daluz, o tempodesa celera e

0
a distância contse rai. Einstein pro 
vou estar correto nesse sentido em
1971. Um reló gio atômico eval do
para umaviagem em um avi ão
muito rápido registrou um tempo
ligeirament e mais curtoque um
relógio d i ênticodeixado estacio
nado nosolo.Porémviajar m e um
avião rápidonão é uma boa forma
de estenderua s vida - você preci
saria girar emvolta daTerra 18 0
bilhões devezes pa ra economizar
um único segu ndo.
A teoria geral da relatividade
de Einstein , publicada m e 1915, publicadas depois de ua s morte em 1867 -
foi além, razendo
t junt
os tempo, espa ço e 1868. Mas Ein stein oi
f muitoalém deRei-
matéri a, e us ando a gravidade paraexplicar mann, por elabo rar q
e uações paraexplicar e
o efeito de um no outro. Amatéria cu rva oprever acurvatura.
tempo- espa ço, como uma bola atiradasobre
uma ma nta esti cada ca usa um afundamenB em longe e h á muito tempo
to nesta. O mod o como outro s objetos a eExisteoutra fo rma menos teó rica ecompl e
luz se m ovem em resposta aessa inclinaçãoxa denosso in teresse lopeespaço se vincular
chama mos de ravi g dade. o Lgo, assim o cmo ao interesse pelotempo e vel a ocidade daluz.
uma bol a peque na rolará naturalment e para Quando lhamos
o para
as estrel
as, nós as ve
a área af undada da ma nta criada por uma mos co mo elas e ram no passador po causa da
bola gra nde,um corpo eque p no em um es duraçã o de tem po que leva paralua z delas
paço gravitará na tural
mente para umaior, m cheg ar até nós. Mesmo a luz do Soldemo
restrito pela curva tura do tem po-espaço. ra oito minutos parachega r aténós.Se o Sol
Essacurvatura i foproposta muitoantes detivess e desaparecidodois minuto s atrá
s, nós
Einstein pelomatemá tico alemão Bernha rd continuaríamos avê-lo brilhar, inconsciente
Reinmann182 ( 6-1866), cujas ideia s foram do desa stre iminente,por mais se is minutos.

198
DE VOLTA AO INÍCIO \

A luz da estrela mais próxima, Próxima F o r a d o caos


Centauri, leva quatro anos etrês me ses paraAnaxágoras, no século V a.C., sugeriu que o
nos alcançar. Uma da s estrelasais
m brilhan universo começou como matéria indiferen
tesjá detectadas, vista pela pri
meira vez emciada , inerte. Em algummome nto, depois
1988, foi a us pernova. Uma vez que asu-de um infinito em que nada aconteceu,a
pernov
que xeaplore
presenta
di a amorte
u, essa estrel de
nã umae estrela
o exist mente
mais.universo)(sua
comenal
aogiaa agir
çou comssobre
aleisssa
natur
ais do
e matéri a
Estava a cinco bi lhões de anos-luz de dis e iniciou um movimento iratóriog . Como
tância,logo a luz vista em 19 88 signif
ica aconsequência, matéria mais de nsa se ajun
morte daestrela cinco bilhões deanos atrás
, tou e matéria menos densa dirigiu-se para
antes denosso pró prio sistemasolar ter sefora dos corposntãoe orma
f dos, ou de slizou
formado. A super nova testemunhadapor entre ele s. Isso não é tã o diferente do mo 
Kepler e aGlileu em 160 4 está acerca eddelo que os astrônomos modernos têm do
20.000 nos-luz
a dedistância- de modo que desenvolvimentodo universo, com isstema s
a estrel
a deixou deexistir aproximada mentesolares es formando à medida que discos
na época em ue q os mamutes andavampré-planetários
pela são amalgamados a par
Europa glacial. tir
da de
açãouma
davasta nuvem
rgavidade ede
dapoeira,
forç e trípet
a cen po
r meio
a
De vo lta ao iní cio formaram-se em planetas. Anaxágoras tra
É claro que qua ndo ninguém bi saa o que era mbalhou ape nas apartir dalógica (e de muita
as estrelas eos planetas, era íci difl dizer comoimaginação).
eles estavam lá, e com alguma s exceçõestá no Os filósofos Demócrito e Leucipo (5
veis, a maioria das culturas deixou essa ques a.C.) acredit avamque o cosm os tivesse se
tão para religião.
a O arcebispo James Ussher formado qua ndo o movi mento giratório
(1581- 1656 ) calculou a data da criaçã o (dalevou os á tomos ase aglutinarem , forman
qual a idadedo universo dia po ser estima do ma t éri
a. C omo o universo émau quan
da) como 22 deoutubrode 4004 a.C ., comtidade infinita de tempo e espaço e contém
basenas outras
Muitas genealogsociedades
ias reg
istradaspropuseram
naBíblia. uma quantidade
mundos
suas ini
infta deeátomos,
econfigurações dátomos todospo
os
ssí
próprias datas de criação.Os maias de ramveis existirão, e então a existência de nosso
uma data para acriação que tr seaduzcomo 11mundoe da humani dade nã o é especi al, mas
de agosto de 311 4 a.C.O judaísmo locou
co inevi
a tável.Como tudo s
e tá em fluxo cons
criação em 2 de setembro o demarçodetante, um cosm
u 29 os surgirá event e ualment e
3760 a.C.O hinduí smo purânicoseguiu a di se desintegrará, e
se us átomos ind
e strut
íveis
reção opo sta,com uma ta da ext nte paraserão reutil
ravaga izados emum novocosmo. Mes-
a criação, de 158,7 tril
hões
de anos atrás. Há ainda su "A [mente governava] esta rotação em que agora giram as es
gestões deque ouniverso trelas, o Sol, a Lua, o ar separado e os outros. E o denso separa-
sempre existiu.
por exemplo
, pensava que smolhado."
e do leve,
Aristóteles, o quente do frio, o brilhante do escuro eo seco do

o universooss
fe finito, mas Anaxágoras, fragmento BI 2.
eterno.

199
ESPAÇO-TEMPO CONTINUADO

.1 :=

A divisão de espaço de Descartes em


regiões contendo partículas que giram
em torno de um centro, 1644.

mo emum espaç
o de tem
po mais curto
, sa
bemos que os áto mos em um sistema stelar
e
quemorre event ualmente osãreciclados.
René Desca rtes descreveu um un iverso
“vórtice” em qu e o espaço não estavavazio ,
mas cheiode matéri a querodopiava emre
demoinhos, ou vórtices, produzi ndo o que
mais tardefoi cham ado deefeito
s gravitacio-
nais. Em 1687, Newton propôs um univer
so estático,infinito, em regime estacionário
em que amatéri a é distribuída gua
i lment e
(em g rande escala). Seu universo eraequi
librado gra
vitacion
almente, ma s instável.
Este perdurou como modelo científico até
o século XX. Mesmo Einstein aceitou isso
como e vrdadeinquest
ionável até queas des
cobertasprovaram o contrário
.

O UNIVE RSO MODE RNO

Um aspec to das equaçõeserais g darelativi co russo Alexander Friedma nn (1888-1926).


dade deEinstein é que elasnão u f ncio namUsandosaequações darelat ividade deEins
em um universo estático sem “falsif
icaçã o”. tein, Friedmann prese a ntou um modelo
Como Einstein acreditava firmemente quetico de um univ
matemá erso em expa nsão
o univ erso era estático , ele acrescentou uma em um traba lho publicado em 1922 . Ele
“constante cosmo lógica” asuas equa ções morreude febre tifoide no n ao seguinte
parafazê-las funci onar. Ma s osoutros in ter com p aenas 73 anos, uma do ençacontraí
pretaram sua s equa ções deformadiferente.da enqua nto ele e stava ed férias na Cri -
Um univ erso emexpa nsão foi pro posto e plameia, e eu s traba lho foi desprezado.Eins
primeira vez pelo cosmolo gista e ma temátitein of i um o ds pouc os a ler o trabalho de
Friedmann, mas
Os filósofos gregos estoicos no século III a.C. acreditavam que o uni rejeitou-o defini
verso fosse como uma ilha cercada por um vazio infinito e estava em tivamente. Entre
estado de fluxo constante. O universo estoico pulsa, mudando de ta tanto, Einstein foi
manho, e sofrendo grandes modificações e conflagrações periódicas. forçado a rejeitar
Todas as partes são interconectadas de modo que o que acontece em seu própriomo
algum lugar afeta o que acontece em toda parte, uma ideia espelhada delo anterio r e
curiosamente no embaralhamento quântico (veja a página 135). abandon ar acons-

20 0
DE VOLTA AO INÍCIO

DESVIO PARA O VERMELHO

Se a luz de uma estrela é analisada usando-


-se a espectroscopia, seu espectro será visto
como "comprimido" para aos comprimen
tos de onda azuis, como se movessem na
direção do observador (desvio para o azul),
e "esticado" para os comprimentos de onda
vermelhas, como se estivessem se afastando
(desvio para o vermelho). Isso é chamado
o efeito Doppler. Um efeito parecido ocor
re com ondas sonoras; a sirene de um carro
de polícia terá um tom mais agudo quando
está mais próxima do ouvinte, pois as ondas
sonoras estão comprimidas, e um tom mais
grave quando se distancia, como se as ondas

sonoras se esticassem. O desvio para o ver


melho observado pelo Hubble, no entanto,
não é resultado de um efeito Doppler causa
do pelo movimento das estrelas das galáxias
(embora isso viesse a causar um desvio para As ondas de luz são desviadas para o extremo
o vermelho). Em vez disso, é resultado do es vermelho ou o azul do espectro dependendo de
paço entre nossa galáxia e galáxias distantes a fonte estar se movendo para o observador ou
que se estendem, e é assim que o universo se distanciando dele.
se expande. O comprimento de onda da luz
que atravessa aquele espaço estendido também é tracionado e estendido. A luz com um com
primento de onda mais longo é mais vermelha, daí o desvio para o vermelho. É por isso que
a existência do desvio à direita é evidência para um universo em expansão. O desvio para o
vermelho de algumas galáxias distantes foi medido pela primeira vez pelo astrônomo ame
ricano Vesto Slipher (1875-1969), e descrito em 1917. Mas foi Hubble que descobriu que o
desvio para o vermelho era universal e que as galáxias mais distantes eram as que recuavam
mais rapidamente. Ele publicou isso como a "Relação entre distância e velocidade radial entre
nebulosas extragaláticas".

tante cosmol
ógica de
pois de evidências dese desviado ara
p o extremo vermel ho do
queFriedmann estavarto ce
. espectro -o cha
m a
do “
desvio pa ra o ver
O astrôno
mo ame ricano dEwin Hubble melho” (veja o box acima). Esses achados
(1889-1953) emonst
d rou em 192 9 que ga foram toma
dos com o evid
ê ncia deque, de
láxias dis
tantes seafastavame dnossaregiãofato, o universo estáse expandindo. Eins-
espa H e tinha tein então seg
cialem todas as direções.ubbl uiu amplamente o modelo
analisado essas galáxias espe ca- de Friedmann
ctroscopi , mas adotou a visão de que
mente e notou queseus espectros avi ham o uni
verso scil
o a entre a
expansã
o, segu
indo o

201
ESPAÇO-TEMPO CONTINUADO

a ação, quando a gravidadefim (outêm início


Big Bang, e contr s e fins infinitos, depe n
puxa toda a matéria para novamente,dendo de
ntrode como vo cê deseja lohar paraisso) .
resultandoem umBig Crunch uma e singu
laridade, quexplodirá
e m
e outroBig Bang . Do ovo cósmico ao Big Ban g
O ciclo continua para sempre, ma s como A modernavisão do universo passou a existir
o temp
o é único no espaço, tantoo tempocom sa teorias do dre
pa efísico bel
ga Geor-
quantoo espaç
o nãotêm nem come ço nemges Lemaitre1894
( -1966 ), que express
ou a

GEORGE GAMOW (1904-1968)


George Gamow nasceu em Odessa, no Im O trabalho de Gamow foi da mecânica
pério Russo, uma área que agora faz parte da quântica até a astronomia; ele desenvolveu
Ucrânia. Gamow foi um físico versátil e extre o modelo do átomo da "gota líquida", em
mamente bem-sucedido, com descobertas que o núcleo é considerado uma gota do

e hipóteses importantes. Seus pais fluido nuclear não comprimido,


eram professores, embora sua descreveu o interior das es
mãe tivesse falecido quando trelas gigantes vermelhas,
Gamow tinha apenas nove resolveu o decaimento de
anos. Sua educação foi in partículas alfa e explicou
terrompida quando sua que 99% do universo é
escola foi bombardea composto de hidrogê
da durante a Primeira nio e hélio por causa
Guerra Mundial, e como das reações ocorridas
consequência muito de no Big Bang. Ele previu
seu aprendizado foi como a existência da radiação
autodidata. Gamow traba cósmica de fundo em
lhou com alguns dos maio micro-ondas, formulando
res físicos europeus de seu a hipótese de que as remi
tempo, entre eles Rutherford e niscências do Big Bang persis
Bohr. Ele tentou escapar da União tiriam depois de bilhões de anos.
Soviética duas vezes, na primeira tentou Sua estimativa foi que haveria um resfria
atravessar 250 km de caiaque pelo mar Ne mento para cerca de 5e acima do zero ab
gro até a Turquia, e na segunda, atravessar soluto. Quando Penzias e Wilson descobri
do Murmansk até a Noruega. Ambas as ten ram a CM BR(Cosnrtic Microwave Background
tativas foram frustradas pelo mau tempo. Ga Radiation — radiação cósmica de fundo em
mow acabou fugindo junto com sua esposa micro-ondas) em 1965 (veja o box na pági
quando participaram da Solvay Physics Confe- na seguinte), eles verificaram que a tempe

rence na Bélgica em 1933, e se estabeleceram ratura, na verdade, tem 2,7 graus acima do
nos EUA em 1934. zero absoluto.

20 2
DO OVO CÓSMICO AO BIG BANG

a física de Lemaître, de


UM PRÊMIO NOBEL POR ACASO
monst rando que o desvio
Em 1978, Arno Penzias e Robert Wilson compartilharam o parao vermelhona luzde
Prêmio Nobel de Física por descobrirem a radiação cósmica galáxias longínquasproé
de fundo em micro-ondas. De fato, eles não estavam procu porcional à sua distância
rando isso e não a reconheceram, no início, quando fizeram
a descoberta. Penzias e Wilson estavam sintonizando uma da Terra.
Apesar de seu sucesso, a
antena de micro-onda sensível no Bell Telephone Laborato
teoria do “ovocósmico” de
ries em Holmdel, New Jersey, para uso em astronomia de
Lemaître foiridicularizada ,
rádio quando detectaram uma interferência que estava afe
mesmo por Eddington, que
tando seu trabalho. Eles não conseguiram se livrar dela. Era
defendia omode lo do uni 
constante e vinha de todas as partes do céu igualmente. De
verso expandido. O nome
fato, eles "tropeçaram" na radiação cósmica de fundo em
BigBang originou-se com
micro-ondas (CMBR). Não tão distante, na Universidade de
Princeton, a equipe de Robert Dicke, Jim Peebles e David Wil-
um comentário sarcásti
kinson estava construindo um equipamento para procurar co do astrônomo inglês
especificamente pela CMBR, e percebeu rapidamente o que Fred Ho yle (1915 -2001)
Penzias e Wilson tinham descoberto. Ao ouvir a notícia, Dicke
em 1949. Hoyle co nti
virou-se para os outros e disse: "Caras, fomos premiados". nuou a defenderum mo
delo de “estado estacio 
nário do universo” be m
visão de que o universo começou como um depoi s de seestabelecer um conse nso geral
ponto nfini
i tame nte pe queno e denso - ago de que Lama ítre e
stava ce
r to. Embo ra o
ra cham ado singularidade, mas chamado por universo deHoyle, descritoem 194 8, se
Lemaître deátomo prime vo ou “ovocósmi expan disse
, ele incl
uiu a inserçã o regular
co”. Um eve nto incalculavelmente rte
fo q ue de novos materi ais para ma nter a densi
agora cham amos de Bi g Bang expl odiu ess
a dade geral stável.
e O rin
p cip al argumento
singularidade, transformando o t da amaté contra a teoria do BigBangfoi quedeve
ria do universo e explodindo-
o peloespaço. ria haver certa energiacalor
de restant
eel.do
Lemaître aprese ntou sua ideia deum evento roigin al que poderia se
r detectáv
universoem expans ão na
Solvay Physi
cs Con- O físico George Gamow (veja obox na
ference naBélgica m e 1927, quando enun página 202 ) formulou a hipótese e d que,
ciou pela primeira vez o que ma is tarde escom a expansã o do un iverso, essa ener
tornaria a Lei deHubble - que avelocidad e gia decalo
r teria re
sfriado, passa
ndo para
de obj etosdistantes que se afastam da Tera banda de micro-onda. A confirmação
ra é proporcional àsua distânci a daTerra . veio em 1965, com a descoberta acidental
Lemaître discutiu oiss com Einstein nacon da radiação có smicade fundo em micro-
ferência, mas Einstein novamente rejeitou a -ondas (CMBR) por dois astrônomos de
teoria. Ele dissea Lemaître:“Seus cálculo s rádio, Arno Penziase Robert Wilson em
matemático
ceito s cestão
s de físi a são co
rreto
s,náveis!”.
abomi mas seus ntre
co
En cia,
1965a (v
eja ria
maioo obxdaqueles
acima).
Com
qu essarevi
e disco dên
davam
tanto
, a descobertade Hubble conf irmoupassou aaceit ar o Big Bang .

203
ESPAÇO-TEMPO CONTINUADO

I %

Como o universo evoluiu desde


o Big Bang.

Q uantas e str e la s?

Os primeir
os catálogos de
estrelas podi am listar ape 
nas aqu elas visíveis a olho
nu. Com o aprimora mento
da tecno logia, primeirocom
o telescópio ocular edepois
com telesc ópio por rá dio, o
número destrelase detectá-
veis multiplicou-se de forma
contínua e exponencial. O
catálogo Draper (veja pá a
gina 180 ) aca bou listando359 de isótopo
.083 estrelas. s radioativos como o urâ
nio-238

No
no entanto
uni
verso, o núme
excede rodeestimadoqua
longe de strelas
e ca
lquer e seus produtos
 cosmocron ologia);deme deca
dindoimento (nucl
o índice eo-
de
tálogo e, assim como o univ erso, tende aseexpa nsão do universo e calculando retroa
expa ndir. A
té o ifnal de 20 e mativa getivamente pa
10, a sti ra identificar quando ele de ve
ralmente aceit a era entre 1022e 102 as.ter-se iniciado; e xamina
4estrel e ndo aglomera dos
Então uma equip e de pesquisa coo rdenada globularesde estrelas deduzi
e ndo sua ida
por Pieter va n Dokkumno Observatóriode de dos tipo s deestrelas que eles contêm.O
Keck no Havaídescobri u em 2 010 qu e podedado mais exa to para aidade do uni verso
haver trêsezes v ma is estrel
as do que o que atualment e é calculado como 13,7 bilhões
se pensava, por cont a de umaproliferação de de a nos. Baseia- se nos dados da Sond a de
estrelas nãs
a verme lhas invisíveis anterior Anisotropia de Micro-Ondas Wilkinson, da

mente
vas alv
(t ezem
anteriores 20algumas
vezes mais queas estimati
galáxias).  NASA, uma
ção cósm sepafundo
ica de çonaveem
que
icro de
me a radia
m-ondas.

O UNI VER SO OBSERVÁVEL


A explosão de uma supernova mostrada em
Agora temos várias formas de estimar a comprimentos de onda ótica (esquerda),
idade od univ
erso: medindo a abundâ ncia ultravioleta (centro) e raio X (centro).

204
r
DO OVO CÓSMICO AO BIG BANG

O quasa r mais distant


e
BIG BANGS
estáem torno de 28 bilhões
de anos- luz de distância Até 2010, não havia evidência para sugerir que o Big Bang
(veja a págin
a 190) e pode pudesse ter sido um em um ciclo de universos em expan
parecer impossí
vel seo uni são e contração, mas então Sir Roger Penrose (1931-) e

verso tiver apenas 13,7 bi Vahe Gurzadyan (1955-) descobriram círculos concêntricos
lhões de anos. A anoma lia claros dentro da radiação cósmica de fundo em micro-
é atribuída à expa nsão do -ondas, o que sugere que as regiões de radiação têm uma
espaço-tempoentre aTerra temperatura muito menor que em outro lugar. Isto, ale
gam eles, sugere um Big Bang anterior, mais antigo, pre
e o qua sar. A luz que ago
servado como um tipo de fóssil no CMBR.
ra recebemos do quasar foi
emitida talvez a12,7 bilhões
de anos- luz atrás, qua ndo
o quasarstavae mais pró ximo da T erra, masT u d o montanha abaixo a par ti r daqui

como oespaço entre os ois d aume ntou desde Nosso própri o Sol está aproximadamente
então,o quasa r ag ora está m uito mais afastana me tade do caminho de suavida provável.
do. Embora ne m a luz nem o co rpo po ssamPode-se espera r queainda dure uns poucos
viajar pelo espaço a velocidades maiores que bilhões deanos ntes a deseguir o padrã o ob
a velocidade daluz, o tempo- espaço pode se servado em outra parte do erso
univ
, de expan
expandi r a qualquer taxa. ensa E pdo que o dir-
s e e
m um gigante verme
lho para depois
universo obse rváve
l (queteoricamente po de entrar m e colapso etornar- se umaanãbran
ria ser obse rvado se tivésse
mos a tecno logiaca, e finalmente esf riar ca
da vez ma is.
certa) temme tornode 93 bilhões deanos- Embora se ja evi dente quenão est are
-luz. Isso não coloca um limite ao tam anho mos a qui paratestemunhar isso, im o f do
do univers o todo. Além de le, pode ha verunivers o - se ocorrer - preocupaalguns
matér ia que ag ora estásepara da daTerra po r cosmo logistas. lEe se expandirácontinua
tantoespaço intervenient e quesualuz aindamente atée stornar umcaldo ralo de ma
não chegou até nós. téria dispersa, deixando defuncionar coe
rentemente como sistema s planetá
rios? Ou
Q uantos un i ve r sos ? será sugado de volta e
m um Big Crunch,
Embora a palavra “universo” signif ique pront o para explodir no vame nte e m um
que x eiste paena s um, alguns entici stas su nov o Big Bang ? Nesse aso,
c este ciclo
pode
geriram qu e existe, de fato, um multi verso,ser e terno(embo ra a palavra nã
o tenha sig
em que nosso pró prio universo é penas
a nif
icado em um sist
ema em que o tempo,
um entre m uitos.Os físicos te óricos Hughjuntamente com o espaço, é esmagado e re
Everett III e Bry ce DeWitt (192 3-2004) criado para iniciar do zero).O começo e o
suge riram ummodelode “muito s mundos”fim do u niverso são realmentes afronteiras
nas dé cadas de 1960 e 197
0, eo físico russo
-da ciência, áreas queexploramos com ól
-america
no Andrei Linde (194 8-) descreveu tem
gica mé
ematemática - mas me
todos experimentais smo aqui ex
is
que ajudarão
em 1983 um model o em quenosso uni verso
é um de muitas olhas”
“b formada s em uma aprimorar nossas teori
as à medid a que
multi
versosujeitoa inflação eterna. moldarmos afísica o
d futuro.

205
CAPÍTULO 8

FÍSICA
para o futuro

Quando em 874 1 Max Planck di sse quequeriase


especializ
ar em física , seu orientador aconse lhou-o
a escolher uma discipl ina diferente,pois não via ha
nada para desc obrir nas ciênc ias físicas
. Felizmente,
Planckignoro u o conselho. Ainda h á, quase 150 an os
depois, muito a ser descob erto a n Física
. Não conse
guimos reconc iliar a gravidade e amecân ica quânti
ca; não podemospli ex
car amaior parte da massa do
universo; existempartículas queão n podem os de
tectar, massuspei tamos que estej am em algumlugar
para serem encontradas; não podemos plicarex
bem
o que é energia e não sabem os qual será o desti no
de nosso univ erso;ou se ele é o ico ún ou ape nas um
entre m uitos. Estas sã o algum as d as questõesro pn
tas para serem abor dada s pelos físicos do futuro, que
ainda estão em ossas
n salas delaau e auditórios de
universidades.

Aplicações práticas da física aproveitam as leis naturais do


universo para novas tecnologias.
■ 1

1FÍSICA PARA O FUTURO

M |

Descart ando tudo e por refletir ou emit ir luz, respondepeanas


com eçando de nov o por umaquanti dade ínf ima do que sebe sa
No século XX, houve na físicauma rea exist
ir nele, cerca
de 4%. O termo “matéria
valiação fundamental de grande parte do escura” foi cunha do paradescrever térimaa
conhecime nto alcançado anteriormente, que sabem os exi
stir , ma
s não conseguimos

combinando espa ço e tem po no conti


nuum ver. A ideia de matéria escura foi proposta
espaço-tempo, substi tuindo ce rtezas por pelaprimeiravez pe lo astrôno mo búl garo-
incertezas pro
e babil idades, transformando -suíço FritzZwicky (189 8-1974) em1933.
partí
culas e ondas emdualid ades ondas- Zwicky pli
a c ou cálculos derivados das
-partículas, e introduzindo outra s ideias teorias da relatividade deEinstein ainte
que, embora biz arras, não po dem ser rejei rações ravi
g tacion ais boservadas no ag lo
tadas. De fato,as novas te orias não revolumerado de galáxi
as Coma,e desco briu que
cionaram tantoo conhecimento alcança
do o ag
lomerado deve ntco
er ma ssa ce
ntenas
anteriormente, ma s o ampliaram. Contudo, de vezes ma ior do que lumin
a osidade geral
o conhecimento ampliado não re sponde por poderia sug
erir.Ele propôs que restante
o
tudo, e deve ser incorporado emum con seria composto de matéria es
c ura
.

junto
tudo deo teorias
queoif ou modelos que
descoberto explique
até
gora,
a alémsa? Então,
A teoriao atua
quelé
maessa substânci
is aceita di a misteri
vide a maoa
téri
daquilo queainda não temexpli cação. escu ra em matéri a bariônica e não bariô -
nica. Matéri a bariônica é ma téria comum
Is t o é tudo ?

Parece um rafcasso
para aFísica, mas um
dos m aiores prob
lemas
remane scent
es é como
explicaros 96
% da den
sidadede massa-
energia
do univ
so erso.
que O univ
podemos eer,
vr

Um anel de matéria
escura formado pela
colisão de duas galáxias,
fotografado pelo
telescópio Hubble em
2004.

208
DESCARTANDO TUDO E COMEÇANDO DE NOVO

composta de prótons enêutro ns e outros.


Todos esses objetos visív eis no niv
u erso de
vem emitir ou refletir luz. Isso pode parecer
bastante óbvio, mas é muitosignif icati
vo. Se
um planeta vagueia onde onãestá ilumina
Matéria 3,6%
não
do por qualq uer estrela,ou seuma estrela se luminosa
apaga, ela não pode mais servista. Amatéri a Matéria luminosa 0,4%

escurabariô nica pro vavelmente é compos


ta de ma téria nvisí
i vel, como nuvens de ás,g
otadas e planetas onãilumina trinos (veja a págin
estrelas esg a 145 ), ma s ainda exist e
dos. Estes são cham ados Objetos com Haloespaço para outras partí culas não desco ber
Compacto e Grande Massa (M ACHOs, do tas ehipotét icas como áxio
ns e até mes
mo
inglêsMassive Compact Halo Objects). A pre partícul as exóti cas hipotéticas.
sença de MACHOs pode se r inferida dos
efeito
s gravitacionais queeles têm ; eles fo E nerg i a e scur a
ram e ncont rados pela primeira vez na Via Se foi difícil aceit ar a existênciae dmaté
Láctea em 200 0. ria escura, os cosmol ogistas de
vem ter itdo
Porém não existe m MACHOs suficien um choque muito maio r quando os resul 
tes para supri
r toda a matéri A tados do
a escura. cre Supernova Cosmology Project foram
dita-se quea maior parte da a escuraanunciado
matéri s em 199 9. Esseestudo tinha
abra nja Partí
culas Ma ciças Fraca mente n-I examina do supe rnovasTipo la, um tipode
teragentes (W IMPs, do inglês Weakly Inte- estrela explosi
va cuja a mssa e luminosida
ractive Massive Particles). E as de são conhecidas, eportanto, cujo desvio
ssas partícul
são, por definição, difíceis deencontrar,para overmelh o (veja apágina 201 ) pode
pois elasnão in teragemom c out ras m ser calcul
atérias ado co m exatidão. Os achados do
através deforçaseletromagnéticas. P arte dapro jeto revelaram equo universo não esta
matéri a escurapode ser decorr ente dos neu-va se expandindo a uma taxa contínua nem
descresce
nte, como setinha supost o, mas
acelerada
. Essa aceleração desde então foi
METEORITOS ARTIFICIAIS confirmada por outraspesquisas , inclusive
Fritz Zwicky adotou uma abordagem não
estudos detal
hados de di ra
ação cósmi ca de
convencional e inovadora à astronomia, e
fundo em micro -ondas. Paraxpl eicar esse
muitas de suas ideias (inclusive a matéria
fenôme no, os ci
entist
as cu nharam um novo
escura) não foram levadas a sério por seus termo - energia escura.
contemporâneos. Em outubro de 1957, Mesmo com MACHOs e WIMPs, o
Zwicky disparou balas de metal do nariz orçamento de massa-energia do universo
do foguete Aerobee, criando meteoritos acusa um déficit acentuado.Atualmente
artificiais que podiam ser vistos do obser- se estima queua qse três quartos (por vol
vatório de Mount Palomar. Uma das balas ta de 74%) da massa-energia do
uniescura
verso
teria escapado do campo gravitadonal da responde pela mist
erio sa energia ,
Terra sendo o primeiro objeto feito pelo sendo que a matériaescura correspo nde
homem a entrar na órbita solar. a grande parteodresto. Considera-se qu
e

209
FÍSICA PARA O FUTURO

a força da gravidade. Einstein mais tar


"O universo é formado em grande parte de
de abando nou a ideia, mas agora ela está
matéria escura e energia escura, mas não
sendo retomada pa ra explicar es
ses novos
sabemos qual delas é."
achados.
Saul Perlmutter, do Supernova Cosmology
Uma teoria é quea constante cosm oló-
Project, 1999.
gica
a graage como
vidade p n
uxeatigra
o vidade,
erso ev
univ aitando
p que
ra si mes
a energiaescura tem rte fo pres são negamo. A força da constante cosmo lógica n o
tiva e, portanto, responde pela expa nsão momentoé consideradacomo um pouco
acelerada od universo. Ela provavelmentemaior quea força da gravi dade,mas não
é homogênea, n ão mui to densa , mas estáse sabe es ela foi sempr e a mesma ou será
presente em toda parte queseria con side sempr e a mesma, nem sereal é mente uma
rada espaço vazio. Uma concorrenteconstante. pelo em
N todos os cosmo logistas
título de energia escura é a constante aceitam
cos- aideia deumaconstante cosmo ló
mológica , originalmente adicionada por gica e presentaram
a ras
out idei
as até mes
Einstein como um rti afício nas equações mo esotéri cas oc mo a “teoria das cordas”

gerais
que de erso
o univ relativ
idade
não ent pa
raraemexplicar por
colapso sob(veja a página
evidência 213). No ifo
conv
incente entanto
encon,trada
nenhuma
para
fazer qualquer teoria particular parecer al
Como parece o Universo desde o Big Bang. tamente provável.

21 0
Simulação da criação e decaimento de um
bóson de Higgs; ele produz dois jatos de
hádrons e dois elétrons.

Onde mais procurar pel a


matéria?
O modelopadrã o da ma téria é que os áto
mos são forma dos po r partíc
ulas compostas
como nêut rons e prótons, e que setes ão s
formados departí culas elementares como
quarks v( eja apágina 143). Há teor ias sobre
todo um conj unto de outras pa rtículas cuja
existênciaindaa ã no foi compr ovada - ou
que pode m não exist ir mais.Explorar sesas
partíc
ulas experimentalmente, e não como
modelomatemá tico, é tarefa compl exa e ticas sã
o desaceleradasais
m que out
ras o
a
onerosa, exigindo equipame ntos altamen se moverem por ele. Adesace leraçãode
te sof
istica
dos, p
rinci
palme nte pelo atof de umapartícula conf ereefetivamente massa a
muitas terem umaduraçã o muito pequena . ela. Os fótons não são inibidos pelocampo e
O bóson ed Higgs postulado u(opartí têm muit o poucamassa, masos bóso ns W e
cula “Deus”) é a única partícula elementar Z são consideravelmente des acelera
dos pelo
previst
a pelo modelo padrão de matéria ca
mpo, e, port
anto,têm ma ssasignif
icati
va.
queaindanãofoi det ecta
da. Co nsidera-
se qu e O campo de Higgs é mediado pelobóson de
ele conf
ere massa à matéri a, e oif sugerido Higgs. Se a existênci
a do bóso n de Higgs
pelaprimeiravez pe lo físico eórico
t inglêspudesseser o cmprov ada, o modelopadrão
Peter Higgs (1929-
) em 196 4. estaria completo.
Para entender isso,
é necess árioexam inar No enta nto, como procura mos por tal
por um inst ante as partícul as que me diam a spartí
cula? O s físicos atualmentestã eo ten
quatro força s funda menta magne- tand
is: o eletro o explo dir uma partícula torná-
e la vi
tismo émediado prat icamente por f semsível usa
ótons ndo enormes celeradores
a de par
massa; os g lúons igam
l quarks pelaortf e fortículas com
o o Grande Colisor de Hádron
ça nuclear; e osbósons We Z carreg am força (Large Hadron Collider- LHC, ) do CERN,
nuclearfraca esão mui to pesados,falando emque funci ona em um túnelsubterrâneo em
termos relativos - cercade 10vezes amassaGenebra, e no Tevatron deFermilab, próxi
de um fóton.O probl ema para osfísicos éxe mo de Chicag o. A existênc
i a do quark “to
p”
plicar a diferençana m assadessa s partí culasfoi confirmadano Fermil ab em 1995. Es
mediado ras deforça s. A solução é um modelo ses acel
e radores sparam
di feixesde partícu
que tenha algumas as partí
d culas es desl ocanlas aumavelocidade extremame nte alta em
do e
l ntamente nesse
melaçocósmico. direções opostas m torno
e de um círculo ,
O campo de Higgs éalgo como um camde modo aprovocar olisõ c es entre elas. O
po de orça
f a tem deseLHC é a maior dessas máquinas,com um
pelo qual amatéri
mover no espa
ço. Algum as quântúnel circular de 27 km de circunferência. O
as partícul

211
Stephen Hawking em gravidade zero a bordo de
um Boeing 727 modificado.
reunindo a gravidade ea mecânica quânti ca
em um conj unto abrang ente de eq uações.
LHC disparafeixes ed prótons 11 meses do Anaxágoras poderia ter dito o mesmo. Ele
ano,e íons de chumbo umsmê por ano. queria encon trar uma única expl icação para o
Os feixes deprót
ons sã
o ace
lera
dos a 3m/ smovimento e amuda nça deestado que oco rre
da velocidade daluz e dispara
dos em rajano mu ndo ífsico.Ele insi
stiu que essaexpfíca
das demodo que sa colisões não acont
eçam ção nãodever ia ter qualquer component e su
continuame nte, mas sempre em intervalo
s persticioso ou divino e dever ia ser totalmen
de pelomenos 25nanossegundos. te lógica. A mente ica, cósmno model o dele,
Um próton acelera do leva p aenas 90 pesquisada constant emente, regulava econ
microssegundos para compl etarum circui trolava sa mudanças infinitas queocorriam
to do túnel lisor
co - o equivalente a1.0100paracerti ficar-se deque leas estavam todas
circuit
os por segundo. O programa de pessob o cntrole. O queele queria er dizera qu e
quisano LHC começoume 2010. havia umalei, que ele nã o tinha descobe rto
Os físicos espera
m que , se o modelopanem xeplicado, quecontro lava oluxo
f de toda
drão estiver correto,um bóson deHiggs matéria.Esta era uma x epfícação insatisfató
será produz ido a cada poucas horas; será ria, co
mo observ aram seussucessores, s ma
necessá
rio obter dados de ois
d ou trêsnosa não m uito diferente das crençasde Einstei n e
paraconfirmar que issoaconteceu. Hawking de qu e deve haver um a teo
ria única
e que podem os descobri-la. No final de a su
S e p ar and o o j o io do tr vida, Einstein reconheceu que ele não con
i go ?
Einstein lutoue- fra
cassou - para encontra
r seguiria fazer isso,e quedeveria deix ar esse
uma teoria uni
ficadora que xpl
e icas
se tu
do, trabalho para outrosenti
ci stas. ss
Io ainda nã
o

21 2
ONDE MAIS PROCURAR PELA MATÉRIA?

foi rea
lizado,e o abismo entreteoa ria quâ
n
"Teoria-M é uma teoria unificada que Eins-
tica e a teori
a geral da relati
vidade- apesar
tein estava esperando encontrar... Se a teo
de evidências e
xperimentais deque ma bases
ria for confirmada pela observação, isso será
tão corretas- conti
nuasendo umimportante
a conclusão bem-sucedida de uma busca
enigmaparaos ífsicos.
que começou há mais de 3000 anos. Nós
Uma abo rdagem a esse problema fo i o teremos encontrado o grande design."
desenvol vimento da teoria da s cordas. No Stephen Hawkíng, The Grand
entanto, ainda não é uma teoria co erente, Design, 2010.
não pode ser testadapode e nã o ser am
plamente ace ita, mas procura uni r a teoria
quântica ea teoria gera l da relati
vidadefor A teoria-M é um desenvolvimento da
necendo uma scriçãode mais aprofundadateoria da s cordas ue q levahipóteses dafí
de a mbas. Na teoria das cordas, odas t sasica anovas fronteiras. A adiçã o de um a Ia
partícul
as su batômicas são fragmentos mi dimensã o é sua contribuiçãomais mod esta.
núsculos de corda, co m extremidadesber a Para cord as vibrantes,ela a diciona partí cu
tas ou m e laço,que vibram emmuitas dilas ponto s, membra nas bidimens ionais, or
f
mensões. Adiferença e ntre as partículas não matos e entidades tri dimensi onais emmais
vem de sua composição, que é a mesma, mas dimensões que são impossív eis devisuali zar
da harmo nia de suas vibrações.E essa s vi (p-branas, ondep é um núme ro no inter
brações não oco rrem pena
a s nas três dim en valo de zero a nove). O modo como os es
sões de espaçouma e de tempo com a qual paços interno s são dobrad os determin a os
estamos familiarizados,mas em dez dimen aspectos que considera mos leis mutáveis
i
sões. Alguma s delas po
dem se r enro ladas em do universo tal - como a carga sobreum
si mesm as ou durar apenas um tempo muit o elétronou como a ra gvidade funcion a. A
breve,de modo que o nãas perce bemos. A teori
a-M, portanto, permite ifered
ntes uni
teoria das cordas éaltamente especulat iva, eversos com leis diferentes - até 10500delas,
mesmo seus propo nentes têm versõe s muit o de fato. Não existemfórmu las da teoria-M,
diferentes dela
. como ambé
t m não existe consen so sobre
o que lae seja- umaúnica teoria, uma rede
de teorias conectadas, ou alguma coisa que
mudade acordocom sa circunstância s? Nin
guém tem certez a do querepresenta M. O
que Anaxág oras cham ou de mente ()e
nous

Einstein cha mou deteori a do cam po uni fica


do pode agora se r chamado de teoria-M, mas
não estam os muito mais pró ximos de aber
s a
resposta- ainda há muitoa se fazer naFísica.

O aglomerado de estrelas Messier73, observado


por Halley: "Este é nada mais que uma pequena
mancha, mas ele é visto a olho nu quando o céu
está sereno ea Lua, ausente".

21 3
1
■ IN D IC E

Índice
Abhaya, Rei, 74 Aston, Francis 186
Academia de Experimento 21 astrolábio 161
Académie des Sciences 22 astronomiaveja tam bém continuum es paço-
Alberto da Saxônia 78-79 -tempo
al-Biruni, Abu Rayhan 19 , 160, 162 e brilho das estrelas184-185
al-Farisi, Kamal al-D in 48 e cometas 176- 179
al-Ghazali 33 e energia snaestrelas 185-186
al-Haytham, Ibn Hass al- an Ibn 18-19 , 27- e espectroscopia 180-182
28, 49, 67, 160 e Galileu 17 1-174, 175-176
Alhazen 18-19, 47-48, 49 e modelo co pernicano 165-164, 170
al-K hwarizimi, Muham med ibn M usa 159- e model o ptolomaico157, 163 , 164, 166
160 e na índia 157, 158
al-Marwazi, Habash al-Hasib160 e pulsares190,191
alquimia 35, 36 e quasares 190
Al-Rahwi 19 e radioastronomia 186-190
al-Shirazi, Quth al-Din 48 e Tycho B rhae 165-166,167
al-Suíi, Abd al-Rahma n 160 e uso d o teles
cópio 169-170, 171-172,
Amontons, Guillaume 103 175-176,183
Ampère, André-Marie 101, 111 e Via Láctea 184
Analytical Mechanics (Lagrange) 90 instrumentos na 176-177, 182-184
Anaxágoras 26-28, 29, 70, 87, 199 na Ch ina 153
Anaximander 17 na GréciaAntiga 15 4-157
Anderson, Carl 145 na Mesop otâmia 153- 154,161
antimatéria 144-145 no mundo árabe 158- 160, 162
Aquino, Tomás 78 no pe ríodo p ré-histórico 152
Aristarco 154-155 visão da supernova 162-163
Aristóteles 18, 199 átomos
e ideias damatéri a 30, 31-32 deca iment o 138 , 139-140
e ideias de me cânica 75-76, 77 descrição de 29
e ideias de tempo 194 discussão sobre aexistênci a de 35
e método científ ico 23 e antimatéri a 144-145
e velocidade da luz 67 e composto s 41-42
influênci a na Europa m edieval 20, ,30
50 e corpuscularianismo 35
Arkwright, Thomas 90 e elementos 39-42
Arquimedes 76 e elétrons 122, 124-
126, 128
, 129, 130-
Arrhenius, Svante August 109, 112 133
Aryabhatiya 158 e fissã
o nuclear 141-
142
INDICE

e Interpretaçã
o deCopenhagen 134- 137 Brahe, Ty cho 161, 165- 166, 16 7
e mecâ nica quântica 43, 126-139, 143- Brahmagupt a 158
147, 149 Brentano, Franz 43
e neutri
nos 137 , 145-147 Broglie, Louis-Victor de 128, 129
e nêutrons 137-139 Brown, oRbert 4 2

ee partí
cula bóson de Higgs 147, 149, 210Browne, homasT 107
termodinâmica 42-43 Brueghel, o Velho, Jan 25, 37
força obre
s 138
-139 Bruno, G iordano 17 0
ideias deestrutu ra de Bohr 124-126 buraco s neg ros 197
ideias do umndo ára be 33-34 Buridan,Jean 78, 79, 163
ideias doécus lo 17 dos 36-39 Burne ll, Jocelyn Bell 191
ideias dosreg gos na Antiguidade 28-32
ideiashindu dos 2-333 Calculadores de Oxford 80
model o do pudim depassas 122-124 calor
Aubrey, John 20, 37, 54, 58 e ideias de go fo 95-96
Agostinho, Santo 196 eluz 103-105
Averroes 34,
Avicenna 19, 78
67, 77-78 e
e modelo mecâ
termodinâmicanico 98, 99-100
98-103
Avogadro, Amedeo 42 e zero absoluto 102-103
modelocalórico98-99, 101
Bacon,Francis 20, 67 camera escura 49
Bacon, Roger 19-20, 48, 50-
51, 67 Cannon, Annie Jump 180, 181-182
Baliani, Batista 87 Carnot, Nicolas Sadi 10
1-103
Becher, Johann 95 Cassini
, Giovanni 167-168, 176
Becquerel, lAexandre63, 116-
117, 118
, 139 Cavendish, Henry 108
Beeckman, Isaac 81 Cefeidas 183-184
BenjaminThompson,Conde de Rumford Céres e os Quatro Elementos(Brueghel o Ve
99
Bernoulli, Daniel 88-89, 98 lho)
Cesi, 24-2521, 22
Federico
Berti, Gasparo 87 Chadwick,James 137- 138,140, 14
5
Bessel, Friedric
h 182 Châtelet, Émilie Du 95, 97
Bevis,John 163 China
Bhaskara59 astronomia na15 3
Bohr, Niels 124-126, 12 7, 13 5, 14
8 e ideias demagnetismo 110
Boltzmann, Ludwig43, 124 mecâni ca na 75
Bonaparte, Napoleão 23 Clausius, udo
R lf 100, 101
Book ofBodiesand Distances (al-Marwazi) 160 cometaHalley 17 8-179
Book oftheDevil ValleyMaster 110 cometas 186-189
Bot
hee,, Walter
Boyl Robert 137
21, 22, , 35
37, 39, ,59103 compostos 41-42 128-
constante de
Planck 129
Bradley,ames
J 69 continuum es
paço-tempo veja mbém
ta s
a
Brady, Nicholas 39 tronomia
1 ■ índice

â
e buraco s negros197 Discursos e Demonstrações Matemáticas a Res-
e desvio parao vermelh o 201 peito de D uas Novas Ci ências
(Galileu) 17
4
e energia escura 208 -209 Dokkum, Pi etervan 2 04
e multiversos 205 Drape r Catalogue of Stell ar Spe ctra 18 0,
e númerode estrel as 203 -205 181-182
e origens do universo 199-200 Drape r Henry180
e teoria darelatividade 196 , 198 Dresden Cod ex 16
2
e teoria do Big Bang 02-2 203, 20 5 Du Shi 75
e universoem expa nsão 200- 202 dualidadeda onda-partícul
a 127
-137
e velocidade da luz 198-199
Copérnico, icoN lau 16 3-164 Eck, Jo hannes 12
Coriolis, Gustave-Gaspard de 105-106 Eddingto n, Arthur 0-71,
7 185
, 186
corpuscularianismo 35, 7-585 Edison, homa
T s 186
Cowan, Clyde 145 -146 efeito fotoelétrico62, 63
Curie, Marie 117 -118, 119 Einstein, Albert131
Curie, Pierre 118, 119 e adireçãoda luz 70
e a dualidadeda onda-partí cula129-130
Dalton, John 41-42, 103, 122 e a expans ão do univ erso200-201
Davy, Humphry 98 , 99,106 e a Interpretaçã o de Copenhagen 135-
De aspectibus Sobre( aperspectiv
a) (al- 137
-Haytham) 47 e a teoria darelatividade 196-198
De magnete (G ilbert)110, 155 e a teoria do Big Bang 02 2
De Nova Stell a (Brahe) 166 e ateoria uni ficada 212
Dee, John 170 e a velocidade daluz 70
Demócri to 19, 28, 29, 31, 199 e eletromagnetismo 203
Desaulx, .J 42 e o efeitofotoelétrico62, 63
Descartes, René e o éter 32
descreve o universo 200 e o métodocientífico 23
e geometria cartesi
ana 55 e o movimentodas moléculas 42 -43
e ideias dematéria 32, 35,37-38 e o paradoxo EPR 135-137
e ideias de mecânica 81, 82 e o Projeto Manh attan 142
e ideias deótica 52, 53-54 elementos 39-42
e velocidade daluz 67,70 eletr
icidade106-111
desvio parao vermel ho 201 eletromagnetismo 61-62, 111-114
DeWitt, Bryce205 elét
rons 12 2, 124-126, 128
, 129, 130-
133
Dialogue of the o Tw Chief World Systems Empédocl es 30, 31, 46, 57, 67, 95
(Galileu) 173-174 empirismo 36
Dicke,Robert 0 23 energia cin
ética 106
Digges,, Thoma
Digges Leonard
s 53, -17
169 169-
0 170 energia escura
energia pot 209-
encial 210
106
dinâmica 77-82, 84 energia
Dirac,Paul 132-133, 144-145 conservaçã
o da 94
ÍNDICE

conversão da94-95, 99 Filopono,João 77


e calor 95-96 física
e eletr
icidade 106-111 descrição da-17
16
e eletromagnetismo 61-62,71, 111-114 e crescimento de socieda
des cient
íficas
e energia cin
ética 106 21-23
e energia potencial106 e ideias daGréciaAntigade, 17-18
e magnetismo 110-111 ideias do mundo be árasobre 18-
19
e movimentoperpétuo 95 ideias sobe rna Euro pa medieval
19-20
e radiação 116-119 fissã
o nuclear 141-142
e raios-X 114-115, 116-117 Fizeau, Elippolyte 69
e termo dinâmica 98 -103 Flammarion, Cami lle 179
energia escura 209-210 Flams teed, John 174-175
Epicuro 28-29 Fleming,Williamina 18 0-181
esferaarmilar 16 1 flogisto 95-96
espec troscopia 180-182 fogo 95-96
Estrelas Foucault, Léon 69-70
brilho da s 184-185 Franklin, Benjamin 107-108, 109
Cefeidas 18 3-184 frascos deLeyden 107
distâncias sda182- 184 Fresnel, Augustin-Jean 60-61
e espe ctroscopi
a 180-182, 20
1 Friedma nn, Alexander200-201
energi a nas 815-186 Fujiwara, adi
S ae 163
númerode 203-205
éter 31, 32, 53-54, 57, 62-
66 Galilei, Galileu 83
Euclides 4 6 conflito com aigreja172-174
Euler, e Lonard 09 descreve físaica 16
Europa me dieval e experimento com bola 81-82
e ideias daluz 48-51 e ideias de mecânica 81-
82, 87
e ideias dematéria31, 34-35 e medida do tempo 194
e ideias de me cânica 80 e método científico 20-21
física na 19 -20 e uso do telescó pio 51, 53, 83, 171-172
influência de Aristótelesna 20, 34, 50 e velocidade daluz 67
EverettlII, Elugh 135, 205 membro da Lyn cean A cademy12
Exner, Felix Maria 42 eo (espaçonav
Galil e) 170
experiment dcom bola -8281 Galvani, Luigi 109
Gamow, George 202 , 203
Fabricius,Johann 172 Gan De 171
Faraday,Michael 61,100, 111, 112, 114 , Gassendi, iPerre 35, 57, 84, 166
115 Gay-Lussa c, Joseph Louis 101, 103
Fay, Ch
Fermat, arl
es edu
Pierr de09
170 Geber
Geiger,9
1Hans 122
Ferni, Enrico 140, 141, 142, 145 Gell-Mann, Murray144
Feymann , Richard 94, 143, 147
, 148 geometri
a cartesi
ana 5
■ IN D IC E

Gilbert,William 110-111 , 155 e Micrographia 21, 22, 56-


57
glúons 143 e microscopia 56-
57
Gouy, Louis Georg es 42 Horrocks,Jeremiah 177
Gravesande, Willem 95 Hoyle,Fred 023
gravi
dade 85 , 169 Hubble, Edwin 184, 201, 20
3
Gray, Stephen108-109 Hubble,telescópio especial 183
Grécia Antiga Huygens, Christiaan 53
astron omiana 154- 157 constrói reló
gio de pêndu lo 194
e ideias damatéri a 33-34 e ideias daluz 58, 60, 67, 68
e ideias detomos
á 28-
32 e uso do telescópio 175-176
e ideias deluz 46-47
e ideiasde mecâ nica 84 Idade daRazão,A 35
física na 17-18 ímpeto 77, 80
Grosse teste
, Richard 8-50
4 índia
Guericke,Otto von 37, 41, 107 astronomia na 157, 158
Gurzadyan,ahe V 205 e ideias daluz 46
e ideias dostomos
á 32-
33
Halley, Edmun d 174, 175, 176-178 índicede refraçã
o negativa 69
Hamilto n, Sir William Rowa n 90, 91 inércia 82
, 84
Hargreaves,James 89- 90 Interpretaçã
o de Copenhagen 134
-137
Harriot, Thomas 1 72
Hartsoeker, Nicolaas 38-39 Jansky, Karl 188-189
Hawkin g, Steph en 43, 212, 21
3 Joliot-Curie, Frédéric 136, 137, 141, 142
Heaviside, O liver 188 Joliot-Curie, Irène 136, 137, 141
Heisenb erg, Thomas 1 82 Joule, James Prescott 99, 100, 103
Henry,Joseph 111-112, 11 3
Heron deAlexandria6-47, 4 87 Kanada (Kashya
pa) 32, 33
Hertz, Heinrich 43,114, 117 Karlsruhe Tritium Neutrino Experiment
Hertzsprung, jnar
E 183, 18 4-185 (KATRIN) 147
Hertzsprun g-Russel l, diagram 184, 185 Kelvin, Lord 64, 100, 103
Hewish, Antony 18 9 Kenne ly, Edwin 188
Hey,James189 Kepler, Johannes 51-52, 78, 83, 5
8, 167-
169
Hidrodinâmica (Bernoull i) 88, 98 Kleist, Georgvon 107
Higgs, P eter 211
Hiparco 7, 155 -156 Lagrange, Joseph-Louis 41 , 90
Hipocrates 30 Lambert, Hei nrich 10 3
Hittorf, Johann Wilhelm 114 Laplace, ierre
P iSmon 86, 103
, 197
home
ome
rias 29 Lattes, é
Csar 138
Hooke, Ro bert 21
, 22, 59
, 174, 194 Lavoisier,Antoine 2 6, 39-
41, 96, 98-99, 103
e astronomia 182 Leavitt, Henrietta Swan 181, 183
e ideias daluz 182 Leeuwenhoek, Antonie van 35
e Isaac Newton 56-57, 59 lei deOhm, 109-110
ÍNDICE

Lei de Sne
ll 70 Maxwell
, JamesClerk 32, 61-62, 100, 102-
Leibnitz, Gottfried 86, 95 103, 107, 167
Leigh,David 102 mecâ
nica celestial 85-86, 8
1
Lemaître, eorg
G es 202-203 mecânica os
d fluido s 86-89, 90
lentes 5
3 mecâ
nica quânti ca 43, 126- 139, 143-147,
LencipoSir
Lodge, 28-
29, 19
Oliver 918
6-187 149
mecânica
Lorentz, Hendrik 32 e Calculadores de Ox ford 8
0
Luz veja tambémótica e dinâmica 77-82, 84
como linha reta 70-71 e Galileu 81-82
desenvolvimentoda teoria das onda
s 58- e ímpeto77-80
62 e Isaac Newto n 84-85
dualidadeonda-partícula 127-137 e Revolução Industrial 89-
90
e calor 103-105 e velocidade 80
e efeito otoelétrico
f , 52, 63 experimento do túnel 8079-
e éter 53-54, 57, 62-
66 ideias sobre ,a no mundo ára
be 84
e
e fótons
idei 62,
as hindus63da46 ideias sobre no sécul o 16 e 17 80-82
ideias sobre, no século 18 e 19 90-91
e radiação eletromagnética 61-62, 71 inércia 82, 84
ideias deIsaac Newton sobre 57- 58 mecâ nica celeste 86-89, 91
ideias do mundo árabe47- da
48 mecânica dosuidosfl 76-
89, 90
ideias do século 16 e 17 sobre 51-54 mecâni ca estáti
ca 7 8
velocidade da 67-70, 198-199 moment um 82 , 84
LynceanAcademy 21-22, 104 na Chi na 75
na GréciaAntiga75-77, 7 8
Mach, Ernst 1
9 na Mesopotâmia 74- 75
Magiae naturalis ell
(da Porta) 104 no Sri L anka 47
Maias 162 roj
Manhattan Pect 14
2 Mendelee
Mersenne, v, Dmitri
n 6740
Mari
Marrison, Warren 194 méson s 13 8
massa, co
nservação da 26, 40 Mesop otâmia74-75, 153- 154, 161
matéri
a escura208-209 método científico 18, 19, 20, 21, 23, 36, 49
matéria Michell , John 197
e Anaxág oras 26-
28, 29 Michelson, Albert 64-66
e atomismo 28-34 Micrographia (Ho oke) 22, 56-
57, 5 9
e teoria el
ementar 30-31 Mill, John Stuart 52
ideias da Europa m edieval sobre 31, model
34- o atômico pud im depassas 122- 124
35 momentum 82, 84

ideias dogre
ideias dos mundo be
ára
gos anti
gosdada
33-3432
26- Morley,
movimentoEdward 64-66
perpétuo6 8
ideias hin
dus da32-33 movimento eja
v m ecânica
Maury,Antonia 181 Muller,Johannes163
ÍNDICE

multi
versos 052 ideias deRené D esca
rtes sobre ,52
53-54
Mundoárabe Oresme, Nicole 196
astronomiano 158-160, 162 Orsted, Chri
stian 111
e ideias damatéria 33-34 Otica(Bacon)50
e ideias deluz 47-48

e ideias
físicanode me
cânica 84
18-19 Panzi
Papaas , Arno 203 54
Alexandre
Musschenbroek, Pietervan 1
07 paradoxo EPR 135-137
Parakrambahu, Rei 74
Nagaoka, Hant aro 124 paralaxe 181,182 , 183
Nernst, Walther 102 Parmêni des 26, 13
neutri
nos 137, 145 -147 partí
cula bóson de Higgs 147, 149, 210-
212
nêutrons 137-139 partículas subatômica s veja mecâ
nica quân
New Experiments and Observations Touching tica
Cold(Boyle) 103 pártons 143 -144
Newton, Isaac 86 Pascal, Blaise 88

descreve
e astronomiuni
o v17
a erso 20017
4, 175, 6 Pauli, Wolfga
Peebles, ng 13
Jim 203 7, 145, 146
e corpuscularianismo 35 pêndulode Foucault 23
e eletricidade 107 Penrose,Sir Ro ger 205
e gravidade 85,169 Perlmutter, Sa ul 210
e ideiasde átomos 38, 4 1 Perrin, Jean 43,122
e ideias deluz 57-58, 68- 69 Philosophical Transactions 22
e ideias demecâni ca 84-86 Pickerin g, Edwa rd 180 -181
e ideias deoptica 54 -57 Pingzbau T able Talks (Z hy Yu) 110
e ideias detempo195 Pitágoras 17 , 154
e leis de movimento 84- 85 Planck, Max ,62 63, 106

e Robert
e raciocínioHoo
dedutiv
ke 56o e indutiv
-57, 59 o 18 e radiação
e mecânic ado
quântica negro
corpo 126 126
Nicholas de Autrecourt -35
34 Platão 8 1
Nordma n, Charles 187 e ideias dos átomo s 28,30, 31
e ideiasda luz 46
O Novo Organon da s Ciências (Bac
on) 20 e ideias do tempo 194
ObservatórioReal 174 Plínio, o Velho 5 3
Occhia lini, Giuseppe 12
8-129 Podolsky, Bo ris 135
Ohm, Georg 0 19 Poisson, Siméon- Denis 10 1
On a General Methodin Dynamics(Hamil Porta, G iambattista della21, 104
ton) 90 positron 145
óptica veja tam bém luz Powell, Cecil 138
e dese nvolvimentode lentes 53 Prévost, Pierre 99
e trabalhode Robert Ho oke sobre 6-57
5 Principia (Newton) 174, 77 1
ideias desaIac Newton sobre 54-58 Prognostication Everlasting(Digges) 17
0
INDICE

Pseudo-Geber 34 Skellett, Albert189


Ptolomeu, Cl
audius 47, 70
, 156, 157
, 161 Slipher, V esto 201
pulsars 190,911 Snellius, Willebrord 70
Sobre Revolução dasEsfe
ras C s(Coperni
eleste
quad
rante 161 cus) 163- 164
quar
ks
res14
quasa 3190
, 204-
205 Sociedade
sociedade Real22
s científicas 21 -23
Sócrates 27, 28
raciocínio dedutivo 18 Soddy, Fred erick 13 8, 139- 140
raciocínio indutivo18 Sri Lanka 74
racionalismo36 Stahl,GeorgErnst 95 -96
radiação 6-119
11 Starry Me ssenger (G alileu) 172, 173
radiação do corpo neg ro 104-105, 187-188 Stonehenge 15 2
radioastronomia 186-190 Szilárd,Léo 14 1-142
raios-X 114-115, 11 6-117 TalesdeMileto 17, 18, 26, 11 0
Ramsay, Sir Wi lliam 140 telescópio
s 51, 52-53, 8 3, 169- 170, 171-
Rank
Reberine, Wi
, Grotelliam9 106-107
18 172,175-176, 183
tempo
refração da luz 70-71 medid a do 194-196
Regio mantus163 e parado x deZeno 194, 195
Reimann, e Brnhard98 1 teoria da onda -62
59
Reines, Frede rick 145-146 teoria da
s cordas 3 21
Richer,Jean 176 teoria do Big Bang202-203, 205
Ridwa n, Ali ibn 16 0 teoria elementar 3130-
, 95
Rodolfo II, Imperador 16 7, 168 teoria unif
icada 13
2
Rohault,ac J ques 38 teoria-M 213
Römer , Oie 67-68 termodinâmica 43, 42-98-103

Röntge
Rosen,n,N Wilhelm
athan 135 Co
nrad 114-115, 118 Tes
la, Ni
Thomson,kolaG 18
7e 129
eorg
Russe ll, Henry184-185 Thomson, Jo seph John 43, 122-124
Rutherford, Ernest 11 8, 122
, 124, 139-140 Torricelli, Evangelista22, 88
Ryle, Marti n 189 Twain, Mark 179

Sahl, Ibn 70 Ussher,


James199
Samkhya, escol a de46
Sce
ptical Chym ist, The(Boyle)35 vácuo, descoberta do 37
Scheiner, Julius 188 Vaisheshika, escola de 46
Schmidt, Maart en 190 Vasaba, Rei 74

Schrö
Schwadinger,
rzschi Erwin
ld, 13
0-133, 134-
Karl 197 135 VedangaJyotisa
velocidade 80 158
Shakir, áTar
J Muhamma d ibn Musa ibn160 Via Láctea 184
Shapley, Harlow 183-184 Vishnu Purana 46
■j g INDICE

Viviani, Vincenzo 22 Young, Thomas 51


Volta, Alessandro 109 Yukawa, Hideki 138-139

Wheeler, John Archiba


ld 197 Zeno, apra
doxo de 194 , 195
Wilkinson, David 2
03 zero ab
soluto 102-103

Wilsinn,
Wilso g,Robert
Johannes
23 18
0 8 Zhang
Zhu Yu Hen110g 75
Wren,Sir Chri stopher 2, 174 Zij al-Sindb (al-Khwarizimi)159
Wright, Edward 15 5 Zwicky , Fritz 208, 209
Créditos das imagens
Shutterstock: 16, 17, 27 (2x inferior), 28, 31 (2x superior), 51 (1), 65 (superior), 67, 69, 78, 94 (inferior), 95, 126

(inferior), 127 (superior), 144, 152 (superior), 159 (inferior), 161 (todas), 165, 181
P hotos.co m : 21, 2 7 (superi or), 30 , 36

C orb is: 24, 44, 6 6 (infer ior), 71, 92, 11 9, 120, 129, 137, 156 (inferior), 202, 206

B ridgem an: 31 (infer ior), 40, 54, 72, 1 72 (inferior), 178 (inferi or)

Scienc e Ph oto L ibrary: 39, 41, 47 (sup erior ), 63 (superior), 64, 86 (superior), 98, 102, 106 (inferi or), 111, 132
(inferior), 135 (superior), 136 (superior), 136 (inferior), 155, 17 2 (m eio), 183 (inferior), 184 (superior), 184
(inferior), 189, 190, 191 (inferior), 192, 197, 200, 201

B ri tis h M useum : 53 (infer ior)

M ary Evans : 1 57

T op foto: 76( 1) 89, 91, 159 (superior ), 171

G etty: 82

C lipa rt: 77, 1 00

The N urembe
rg Chro
?iicle: 18; Rita G reer: 22; A rnaud C lerget: 23 (s uperior );A Pictorial History de Joseph G . G al l

(1 996): 2 3 (infer ior ); Rebecca G lov er: 33, 5 7, 180 (s uperior ); M on fredo d e M on te Imp eri ali , 14th C : 34;

J o h a n n K er se b o o m : 37 ; Sm ith so n ia n I n sti tu tio n (T h e D ib n e r L ib ra ry P o rtr a it C o lle c tio n ): 43 ; G iro la m o di


M atteo de T aur is for Si xtus IV: 46; N ino P isa no: 47 (inferi or); N oé L ecocq : 48 (s uperior ); bank note Ira q:

48;G nan ga rr a 49 (super ior) ; St efan Kü hn : 49 (infer ior), 13 9; Bib li otheca A po stol ica Vati cana: 50 ; R ené D es

cart es: 52 (direi ta); Isaac N ew ton: 55 (inferior), 57 (superior), 84 , 175; H oo ke: 58; We nce slas H ollar: 59;
C hrist iaan H uygens: 60 (superi or); C aspar N etscher: 60 (infer ior); Jam es C lerk M axw ell : 62 (infer ior); A lai n

L e R il le: 6 5 (infer ior) ; F alcori an: 66 (superior ); G iulio P ari gi: 68; m anuscrit o de Ihn Sahl: 70 ; An toine-Y ves-

G og uet: 74; T amar H ayardeni: 76 (dir eit a); Bil l St oneh am : 80; Justus Sust ermans: 83; Sir G od frey Kn eller:

86 (infer ior); D aniel is Bernou ll i: 88; N icolas de L argill ière: 97;H arper’s New Monthly Magazine,nn231, agosto
18 69: 9 9; V Baill y (1 81 3): 101 ; Pe ter G ervai: 103; E SA / N A SA : 104, 1 88 ( superior ), 19 8; Scott R obinson : 106

(super ior ); O tt o V on G ueri cke: L,eçons de Physique (1904): 107 (inferior);


107 (super ior ); L . M argat -L ’ H uil li er
N atural Philosophyfor Commom and H igh Schools(18 81 ), p. 1 59 de L e R oy C . C ooley: 108; R yan Rom m a: 11 0;

N ational A rchaelogical M useum o f Spa in : 110 (i nferi or); N ev it D il m en: 113 (inferior E);xperimental Resear-
ches in Eletricity
(vol. 2 , plate 4): 11 3 (superior ); A rthur W illi am P oy ser (1892)Magnetism and E lectricity: 114;

H arr iet M oore: 11 5; G eorge G rant ham Bain C ollect ion (L ibrar y o f C ongres s): 11 8, 185 ( super ior ); N A SA/

J P L : 125 (s up eri o r), 176 ; P au l E h re n fe st : 127 ( in fe rio r) ; in d u c tiv e lo a d : 128 ; U S A irf o rc e : 130 ; G e rh a rd H u n d :
132 (superi or); B erl in Ro bertson: 135 (superior ); Smithson ian Insti tut e: 140; G ary Sheehan (A tom ic E nergy
C om mission) : 141 (i nfer ior ); Julian H er zog ; 149 ; E SO / St éphane G uisar d; Sim on W akefi eld: 15 2 (infer ior );

Bria n J. F ord, Images of Science (19 93): 154 (infer ior); J. van L oo n (c .1611 -1686): 156 (super ior) ; N A S: 160,
212; D resden Co dex : 16 2; A nd reas C ell ari us: 164;D ie G artenlaube: 1 68 ; W hipp le M useum o f t he H ist ory

o f Sci ence: 169 (dir eit a); T hom as M urr ay: 174; A ntonio C erezo, P ablo A lexandre, Jesus M er chân, D avid
M ar san: 167 ; T he Y er kes O bservator y: 178 (meio); Popular Science Monthly, V ol. 11 : 179; Sm it hson ian Insti

tut e Archi ves: 180 (inf er ior ); M ichael Perrym an: 182; N A SA / H ST : 18 3 (super ior ); H annes G robe: 185 (inf e

ri or); N apoleon Sar ony: 187; Yebes : 188 (infer ior ); A str ono m ical Inst it ute , A cadem y o f S cie nces o f the C zech

R epubli c: 19 1 ( superi or) ; M useo Barr acco: 1 94; Sa ndro Bo tt icel li : 19 6; N A SA / W M A P Science T eam: 204
(su per ior ), 21 0; N ASA / Swif t / S Im m l er : 20 4 ( inf er ior ); N A SA/ E SA, M J L ee e H . Ford (J ohns H opkins U ni

v e rsi ty ): 20 8; L u ca s T ay lo r: 2 11; E SA / H u b b le e N as a: 213

W ik o u s e r: D id ie r B 8 1; T am o rla n 87 (i n fe rio r) ; ram a 9 6 (s u p eri o r); F as tifi ss io n: 124 ; o ra n g e d o r: 126 (s u p eri o r);

Shakat aG aN ai: 146

A u to r d es c o n h ec id o : 35, 51, 52 (1), 62 (s u p er io r), 109 , 125 , 163 , 166 (d irei ta)
GR ÁFICA PAY M
Tel. (11)4392-3344
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