Você está na página 1de 39

32º Curso de Formação de Soldado da PMMT

Disciplina: Tecnologias,
Sistemas Informatizados e
Telecomunicações

2023
TELECOMUNICAÇÕES

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................... 3
Sistemas de Comunicação ............................................................................................................. 3
Elementos do Sistema de Comunicação ................................................................................... 4
Meios de Transmissão ............................................................................................................... 5
Meios de transmissão físico .................................................................................................... 5
Meios de transmissão não físico ............................................................................................. 7
Ondas Eletromagnéticas e suas propriedades................................................................................ 8
Espectro Eletromagnético ........................................................................................................... 12
Sistema de Rádiocomunicação .................................................................................................... 14
Canais ou modos de comunicação .............................................................................................. 15
Modulação............................................................................................................................... 19
Sistema Digital ........................................................................................................................ 21
Equipamentos de Radiocomunicação ..................................................................................... 22
Sistema de Telefonia ................................................................................................................... 27
Telefonia Convencional .......................................................................................................... 27
Telefonia Celular .................................................................................................................... 28
VOIP ....................................................................................................................................... 28
Gestão do sistema de radiocomunicação CIOSP e a PMMT ...................................................... 28
Procedimentos com o Rádio ....................................................................................................... 29
Sistema Alfa Numérico Internacional e Código Q...................................................................... 31
Manutenção de rádio em primeiro escalão ................................................................................. 33
Das Inspeções nas Estações de Rádio ..................................................................................... 33
Sinais Amigos na Manutenção de Rádio ................................................................................ 35
Lista de Exercícios ...................................................................................................................... 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 39

2
TELECOMUNICAÇÕES

APRESENTAÇÃO
As atividades de segurança pública exigem, no contexto contemporâneo, um adequado
suporte técnico da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para obtenção de êxito, afim
de atender aos requisitos de eficiência, eficácia e efetividade. Assim, a TIC passa a fazer parte
essencial da estratégia do negócio. A Tecnologia da Informação e Comunicação tem exercido
papel fundamental para os tomadores de decisão, pois, ao se atingirem as metas da organização,
quanto mais sólidas e completas, melhores serão os resultados alcançados; caso contrário,
poderão gerar prejuízos

Entre as atividades mais comuns dos profissionais de segurança pública está a


comunicação, seja via rádio portátil, telefone celular ou fixo, telefone celular. Dessa forma,
compreender os conceitos teóricos das telecomunicações e como se forma a comunicação na
Polícia Militar de Mato Grosso torna-se essencial para um Policial Militar.

Esta apostila foi elaborada com o objetivo de apresentar um referencial teórico para
estudos da disciplina Tecnologias, Sistemas Informatizados e Telecomunicações do Curso de
Formação de Soldado. A disciplina foi planejada para 30 horas aulas.

Esta disciplina busca capacitar o policial para conhecer aspectos teóricos sobre os
sistemas de informações, sistema de radiocomunicação, sobre o alfabeto fonético internacional,
dos números, do código Q, desenvolvendo habilidades para a utilização adequada dos
equipamentos disponibilizados.

Dentre as habilidades esperadas para o aluno destaca-se ouvir, falar, manusear e realizar
manutenção preventiva nos equipamentos de radiocomunicação que lhes serão afetos na atividade
policial hodiernamente.

Sistemas de Comunicação

A comunicação é essencial em qualquer lugar e para muitas atividades. As comunicações


se dividem em inúmeras áreas e nada mais é do que a troca de informações seja qual for o método
utilizado. Seja por escrita, com gestos ou por voz. Um método de comunicação são as

3
TELECOMUNICAÇÕES

Telecomunicações, que se dividem em: Telegrafia, Telefonia, Televisão, Radiodifusão,


Radiocomunicação e a Internet. Que emitem dados, imagens e áudio. Para este estudo será dado
foco na Radiocomunicação e na Telefonia e sua utilização na Polícia Militar de Mato Grosso.

O termo Telecomunicações vem de Tele = Distância. O que significa “Comunicação a


Distância. E os sistemas de comunicações são as arquiteturas que fazem acontecer estas
comunicações.

Nos processos de comunicação podemos identificar a fonte da informação, a informação


transmitida, o sistema de comunicação, a informação recebida e o destino, conforme figura 1:

Figura 1 - Processo de comunicação genérico

a) A Fonte de Informação: A fonte de informação é como o nome sugere a origem da


mensagem ou informação transmitida. Esta costuma apresentar-se na forma de sons,
imagens ou textos.

b) Sistema de Comunicação: Conjunto de componentes com o objetivo de transportar


a informação a ser transmitida da fonte até o destino, preservando ao máximo suas
características originais.

c) Destino: Onde a informação será utilizada.

Elementos do Sistema de Comunicação

Ao estudarmos o sistema de comunicação podemos identificar os seguintes componentes:


Transmissor, o sinal transmitido, o meio de comunicação, o sinal recebido, o receptor.

4
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 2 - Representação de um sistema de comunicação

a) Transmissor: O transmissor (Tx) tem a finalidade de transformar a informação nele


aplicada em um sinal adequado para vencer a distância que o separa do receptor.

b) Meio de Transmissão: O meio de transmissão é responsável pelo transporte do sinal


do transmissor até o receptor, sendo, com certeza, o elemento que, isoladamente,
exerce maior influência sobre o desempenho de um sistema de comunicação –
determinando, inclusive, o tipo de transmissor e receptor utilizados.

c) Receptor: Ao receptor (Rx) cabe a tarefa de resgatar informação presente no sinal


recebido e devolver-lhe o formato original (decodificar).

Meios de Transmissão

Os sistemas de comunicação utilizam meios de transmissão para o envio das informações,


estes meios podem ser de dois tipos: meios físicos e meios não-físicos.

Pode-se conceituar meio de transmissão como todo suporte que transporta as informações
entre o transmissor e o receptor.

Meios de transmissão físico

Meio também conhecido como guiado ou via cabo, que utiliza cabo condutor, chamado
de linha de transmissão. Possui as seguintes características:

• Confiabilidade excelente;
• Pouca flexibilidade para ampliação (cuidadoso projeto);

5
TELECOMUNICAÇÕES

• Grande investimento de Capital para implantação da rede de cabos e da central de


comutação;

• Torna-se adequado p/ comunicações à curta distância, nas regiões urbanas.


São exemplos deste meio de transmissão:

• Par trançado: São usados em redes telefônicas. Tem


capacidade de transmissão sem distorção de 10 até cerca de 100 Mbps. Não
tem proteção (revestimento/blindagem), baixo custo, mas estão sujeitos a
interferências eletromagnéticas.

• Cabos coaxiais: São usados em redes locais. A capacidade


de Tx sem distorção é de 10 a 50 Mbps. Custo maior. Tem limites no seu
comprimento devido ao enfraquecimento do sinal sendo necessário
repetidoras para amplificar o sinal da linha.

• Fibras óticas: São usadas para longas distâncias e


em locais onde existem interferências eletromagnéticas. Outra
característica é a capacidade alta de transmissão 500 Mbps a
1Gbps. São transmitidos sinais luminosos. Formadas por
filamentos derivados da sílica (0,05mm de diâmetro), com uma
proteção de plástico ou vidro, todo envolvido em uma camada
externa de polietileno.

A principal diferença na comparação de um cabo de fibra óptica e um de par trançado é


a velocidade da transferência das informações, medida em mega bits por segundo – Mbps) e a
ausência de interferências eletromagnéticas. O fator mais preocupante dos cabos de par trançado
é a interferência eletromagnética, que em ambientes industriais são de grandes quantidades.

6
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 3 - Quadro comparativo da velocidade de meios físicos

Meios de transmissão não físico

Meio também conhecido como não guiado. O princípio básico da comunicação sem fios está na
transmissão de ondas eletromagnéticas, feitas através de antenas. Elas transmitem ondas
eletromagnéticas para um receptor, que pode estar localizado a uma distância bastante razoável.

Meios de transmissão não guiados pode ocorrer de cinco formas:

• Ondas de rádio: As ondas de rádio fáceis de gerar, podem percorrer longas


distâncias e penetrar facilmente nos prédios. Por isso, são amplamente utilizadas para
comunicação, seja em ambientes fechados ou abertos. As ondas são omnidirecional, não
precisando alinhar os transmissores.

• Micro-ondas: A transmissão das micro-ondas ocorre em linha reta. Apesar de


mais barato, este sistema possui uma limitação importante: não atravessa muito bem limites
físicos.

• Infravermelho: Infravermelho Um controle remoto de TV, funciona por meio


de ondas infravermelhas ou milimétricas, próprias para comunicação de curto alcance. Porém,
não atravessa objetos sólidos.

• Ondas de luz: Esta tecnologia utiliza raios laser e é fácil de ser instalada. Na
visão de Tanembaum, uma aplicação mais moderna consiste em conectar as LANs em dois prédios
por meio de lasers instalados em seus telhados. Por sua própria natureza, a sinalização óptica
coerente

7
TELECOMUNICAÇÕES

que utiliza laser é unidirecional, assim cada prédio precisa do seu próprio raio laser e do seu
próprio fotodetector.

• Satélites: São um meio de transmissões que liga um ou mais transmissores a


receptores na terra, chamados de estações terrestres. Existem dois tipos de satélites:
Geostacionários, que ficam permanentemente sobre o mesmo lugar da terra; e os satélites de baixa
altitude, que ficam girando em torno do nosso Planeta.

https://youtu.be/3VTKHpe1nkw

Ondas Eletromagnéticas e suas


propriedades

A história dos rádios inicia-se com a postulação do físico Clerk


Maxuel, no século 19, que provou matematicamente que os impulsos elétricos
viajavam no espaço em forma de ondas essas e ondas eletromagnéticas eram
similares na forma tinham a mesma velocidade da luz.

Em 1817, Heinrich Hertz, físico alemão, utilizou a teoria de Maxuel e criou um aparelho
chamado oscilador. Esse aparelho fazia os elétrons saltarem pelo espaço, entre bolas de metal,
alternando a polaridade (positivo e negativo). Com o avanço da experiência,
Hertz criou outro dispositivo em formato de anel com duas bolas de metal que
não se encontravam e o colocou perto do oscilador, sem contato. Ao ligar o
oscilador, as faíscas oscilavam também no anel próximo ao oscilador devido a
presença de ondas eletromagnéticas. Essas ondas tinham viajado pelo arco
oscilador até o anel. Essa experiência foi a primeira transmissão de rádio oscilador de Hertz tinha
sido o transmissor de um anel fora o receptor.

8
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 4 - Experimento do oscilado de Heinrich Hertz

https://youtu.be/FYArBYl9V6o

As ondas eletromagnéticas são ondas de energia que se propagam em diversos meios


físicos, inclusive no vácuo, na velocidade da luz1 possuindo um campo elétrico, outro magnético
perpendicular entre si e uma direção de propagação.

Uma corrente elétrica em um fio produz um campo magnético tal que a direção
do campo magnético depende da direção da corrente. Por isso um cabo de rede
não pode ficar junto com cabo de energia e nem próximo a geradores de
energia.

A onda eletromagnética representa o conceito físico-elétrico fundamental nas


Telecomunicações. A partir dele todo o processo de comunicação começa a se concretizar nos
mais diferentes modos e empregos vislumbrados pela engenharia. São exemplos dessas ondas:
as ondas de rádio, de TV, celulares, internet, ultrassons, micro-ondas, raios x, etc.

1
A velocidade da luz pode ser medida em 300.000 Km/s ou 300.000.000 m/s e a velocidade do som pode ser
medida em 340,29 m/s.

9
TELECOMUNICAÇÕES

O termo frequência, derivado do latim freqüentĭa (ou FREQUENS), significa “cheio,


ocupado, repetido”. A unidade de medida de frequência é definida como o número de voltas
realizadas por um objeto em movimento circular em um intervalo de tempo determinado. Também
pode ser definida como a quantidade de ondas geradas em um tempo específico.
De acordo com o Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade padrão que define a
frequência é aferida pelo tempo que um objeto leva para dar uma volta completa sobre seu eixo,
este tempo é medido em segundos. Assim temos que, essa unidade de medida é definida como
rotações por segundo. Essa unidade de medida é expressa como hertz (Hz), em homenagem ao
físico alemão Heinrich Rudolf Hertz (1857-1894). Um objeto que executa movimento circular
com frequência de 60 Hz, por exemplo, completa 60 rotações a cada segundo.

Figura 5 - Representação 3D de uma onda eletromagnética

O campo elétrico de uma Onda eletromagnética, representado por ondas senoidais possui
características como:

a) Crista: Pico positivo ou superior de uma onda.


b) Vale ou Cavado: pico negativo ou inferior de uma onda
c) Comprimento (λ) : é a distância entre valores repetidos sucessivos num
padrão de onda. Equivale a uma oscilação completa. É usualmente
representado pela letra grega lambda. Ex.: Distância entre duas cristas, dois
vales, onde representa um ciclo ou oscilação completo.
d) Período (T) : tempo decorrido para um ciclo ou oscilação completa.
e) Frequência (f): é o número de ciclos por uma unidade de período ( F = 1 /
T), sendo a unidade de medida mais conhecida o Hertz, que corresponde a
um ciclo por período de um segundo.

10
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 6 - Características de uma onda senoidal

Figura 7 - Representação das oscilações

O comprimento de onda é igual à velocidade da onda dividida pela frequência da onda.


Quando se lida com radiação eletromagnética no vácuo, essa velocidade é igual à velocidade da
luz 'c', para sinais (ondas) no ar, essa velocidade é a velocidade na qual a onda viaja.
λ = comprimento de onda de uma onda sonora ou onda eletromagnética.

c = velocidade da luz no vácuo = 299.792,458 km/s ~ 300.000 km/s =


300.000.000 m/s.

f = frequência da onda 1/s = Hz.

O comprimento de onda λ tem uma relação inversa com a frequência. Ou seja, quanto
maior a frequência, menor será o comprimento e quanto menor a frequência, será maior o
comprimento.

As frequências mais comuns podem ser medidas em: Hz, KHz, MHz e GHz, podendo
encontrar THz, cujas relações de grandezas segue na tabela 1:

11
TELECOMUNICAÇÕES

Tabela 1 - Unidades de medida frequências


1 KHz 1 000 Hz 1 x 103 Hz
1 MHz 1 000 KHz 1 x 106 Hz
1 Ghz 1 000 MHz 1 x 109 Hz
1 THz 1 000 GHz 1 x 1012 Hz

https://youtu.be/_GjgvjyjNDc

IMPORTANTE
• A separação entre sistema de comunicação para fins comerciais e para a segurança pública
é tão importante que, na distribuição do espectro de frequências regulamentado pela
Agência Brasileira de Telecomunicação – ANATEL, há faixas de frequências
exclusivamente reservadas para a Segurança Pública.

• Resolução nº 556, de 20 de dezembro de 2010, publicada no DOU de 24 de dezembro de


2010, que aprova o Regulamento sobre Canalização e Condições de Uso de
Radiofrequências na faixa 360-380 MHz;

• Resolução nº 665, de 2 de maio de 2016, publicada no DOU de 3 de maio de 2016, que


destina faixas de radiofrequência e aprova o Regulamento sobre Canalização e Condições
de Uso da Faixa de Radiofrequências 380-400 MHz;

Espectro Eletromagnético

O espectro eletromagnético é definido como sendo o intervalo que contém todas as


radiações eletromagnéticas que vão desde as ondas de rádio, as micro-ondas, o infravermelho, os
raios ultravioletas, os raios X, a radiação gama até a luz visível ao olho humano.

Este intervalo é formado por ondas eletromagnéticas das mais diferentes frequências e
amplitudes2 sendo geradas de modo aleatório pelos mais diversos corpos encontrados na
natureza, ou de modo artificial pelos objetos e equipamentos criados pelo homem.

2
Quanto maior a frequência de radiação maior é a energia que lhe está associada e menor será a
interferência de fenômenos atmosférico, devido ao fato das ondas terem menor comprimento.

12
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 8 - Espectro Eletromagnético

A figura 8 representa as faixas de radiação do espectro eletromagnético. A primeira linha


representa os comprimentos das ondas, a segunda representa as frequências da radiação e a última
linha uma comparação entre as ondas e objetos do mundo real.

As ondas eletromagnéticas de baixas frequências até cerca de 109 Hz, são denominadas
de ondas de rádio. São conhecidas dessa forma porque são utilizadas para fazer as transmissões
das estações de rádio. Na realidade as ondas de rádio tem frequências que segundo a figura 8
podem variar de 106 a 1010, e dentre estas, as frequências VHF e UHF, que variam de 30 MHz a
3 GHz, conforme podemos identificar na figura 9.
13
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 9 - Classificação das ondas de rádiofrequência

Nas estações existem circuitos eletrônicos próprios que fazem com que a informação que
se deseja transmitir seja primeiramente convertidas em sinais elétricos de radiofrequência e
posteriormente em ondas eletromagnéticas através das antenas.

https://youtu.be/iZ_NFBVprN4

Sistema de Rádiocomunicação
Rádio é um recurso tecnológico das telecomunicações utilizado para propiciar
comunicação por intermédio da transcepção de informações previamente codificadas em sinal
eletromagnético que se propaga através do espaço.

Uma estação de radiocomunicação é o sistema utilizado para executar contatos a distância


entre duas estações e é composta basicamente de um transceptor (transmissor-receptor) de
radiocomunicação, de uma linha de transmissão e da antena propriamente dita. A este sistema se
dá o nome de sistema irradiante.

14
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 10 - Representação de um sistema de radiocomunicação

O Transmissor de rádio é composto por um gerador de oscilações, que converte a corrente


elétrica em oscilações de uma determinada frequência de rádio e um modulador, que controla as
variações na intensidade de oscilação ou na frequência da onda portadora, sendo efetuada em
níveis baixo ou alto e uma antena para transmissão.

O Receptor de rádio tem como componentes principais: a antena para captar as ondas
eletromagnéticas e convertê-las em oscilações elétricas; amplificadores que aumentam a
intensidade dessas oscilações; equipamentos para demodulação; um alto-falante para converter
os impulsos em ondas sonoras e na maior parte dos receptores osciladores para gerar ondas de
radiofrequência que possam se misturar com as ondas recebidas. A Linha de Transmissão é
responsável pela condução do sinal de radiofrequência do transmissor até a antena, ou da antena
até o receptor.

Canais ou modos de comunicação


A comunicação entre o transmissor (tx) e o Receptor (Rx) pode ocorrer de três modos de
comunicação ou canais de comunicação: simplex, half-duplex e full-duplex.

Esses canais de comunicação fornecem caminhos para transmitir informações entre o


transmissor e o receptor e podem ser tanto por meio de transmissão física ou não física.

A ligação simplex caracteriza uma ligação onde os dados circulam em apenas um sentido,
de um transmissor para um receptor, sendo que este papel não se inverte nunca no período de
transmissão. A transmissão tem sentido unidirecional. Pode-se ter um transmissor para vários
receptores, e o receptor não tem a possibilidade de sinalizar se os dados foram recebidos. Este

15
TELECOMUNICAÇÕES

tipo de ligação é útil quando os dados não precisam circular nos dois sentidos. Transmissões de
TV e rádio são exemplos de transmissões simplex.

Figura 11 - Exemplos do canal de comunicação simplex

Uma comunicação é dita half-duplex (também chamada semi-duplex) quando temos um


dispositivo Transmissor e outro Receptor, sendo que ambos podem transmitir e receber dados,
porém não simultaneamente, a transmissão tem sentido bidirecional. Isso é semelhante à forma
de funcionamento de walkie-talkies ou rádios bidirecionais à medida que apenas uma pessoa pode
falar por vez. Se alguém fala com outra pessoa já falando, ocorre uma colisão.

Figura 12 - representação da comunicação half-duplex utilizando HT.

O Sistema half-duplex se caracteriza por conseguir estabelecer comunicação de dois


sentidos entre os interlocutores, no entanto, nesse sistema, somente é possível estabelecer a
comunicação em um sentido por vez. Este é o exemplo clássico dos rádios de comunicação
utilizados pelos órgãos de Segurança Pública. Esses equipamentos são conhecidos como

16
TELECOMUNICAÇÕES

Transceptores que se caracterizam por conter em um mesmo conjunto módulo receptor e módulo
transmissor, cada um operando em determinado momento devido a utilização de uma mesma
frequência.

Na comunicação half-duplex a mesma frequência é utilizada para transmissão e recepção.


Confirme descrito na figura 13.

Figura 13 - Representação gráfica de uma comunicação half-duplex, pois utiliza uma mesma frequência.

Uma comunicação é dita full-duplex (também chamada apenas duplex) quando temos um
dispositivo Transmissor e outro Receptor, sendo que os dois podem transmitir dados
simultaneamente em ambos os sentidos, de forma bidirecional.

Figura 14 - Representação gráfica de uma comunicação full-duplex.

O Sistema full-duplex, caracteriza-se por conseguir estabelecer comunicação de dois


sentidos entre os interlocutores simultaneamente, ou seja, é possível tanto enviar como receber

17
TELECOMUNICAÇÕES

informações ao mesmo tempo. Este é o exemplo clássico da telefonia celular. Os equipamentos


full-duplex também são Transceptores, porém apresentam uma evolução no sentido de operar
com frequências distintas o que possibilita manter o módulo de recepção sempre ativado e o
módulo de transmissão em stand by.

Figura 15 - Representação gráfica de uma comunicação half-duplex, pois utiliza uma mesma frequência.

Sendo assim, pode-se resumir os canais de comunicação ou modo de comunicação quanto


ao sentido e forma de comunicação, conforme figura 16.

Figura 16 - Resumo quanto a forma e direção da comunicação

18
TELECOMUNICAÇÕES

Modulação

Quando uma série de ondas eletromagnéticas é transmitida em frequência e amplitude


constantes, ela é denominada de onda contínua, ou, abreviadamente, CW. Uma Onda Portadora
é uma Onda Contínua.

Modulação é o processo pelo qual inserimos a informação que desejamos transmitir em


um outro sinal elétrico chamado de “portadora”. A onda portadora será responsável pelo
transporte da informação ao seu destino e terá maior frequência e potência do que o sinal
modulante, também conhecido como onda modulante. No Sistema Analógico a modulação é
limitada e consiste apenas na inserção do sinal de voz na portadora. No Sistema Digital a
modulação é avançada, sendo capaz de inserir outras informações além do sinal de voz como
sinais de controle, comandos e localização. A frequência do canal no Radio Analógico
corresponde à frequência da portadora.

Basicamente, a modulação consiste em fazer com que um parâmetro da onda portadora


mude de valor de acordo com a variação do sinal modulante, que é a informação que se deseja
transmitir.

No sistema analógico podemos destacar dois tipos de modulação: Modulação AM e


Modulação FM.

A Modulaçãoem amplitude (AM do inglês amplitude modulation) é a forma de modulação


em que a amplitude de um sinal senoidal, chamado portadora, varia em função do sinal de
interesse, que é o sinal modulador. A frequência e a fase da portadora são mantidas constantes.

A modulação em frequência (FM em inglês frequency modulation) transmite informações


por meio de uma portadora variando a sua frequência instantânea. Este tipo de modulação é usado
pelas estações de rádio comerciais em FM e, também, pelos canais de som das estações de TV.

Figura 17 - Modulação por AM Figura 18 - Modulação por FM

19
TELECOMUNICAÇÕES

Devido a grande utilização da modulação FM, como por exemplo, o Sistema de


Radiocomunicação começou a se tornar vulnerável por sofrer interferências e apresentar pouca
ou nenhuma privacidade em suas comunicações. Apesar do Sistema de Rádio Analógico,
notadamente nos serviços públicos, ter destinada uma faixa específica e exclusiva de operação,
a difusão de equipamentos clandestinos, a falta de fiscalização e a expansão do crime organizado,
interessado no conteúdo de informações privilegiadas, tornou a comunicação por esse sistema
pouco confiável.

O Sistema de Rádio Digital esse trouxe inovações consideráveis incrementando novos


hardwares e softwares ao antigo padrão. Dentre as inovações podemos citar a adoção de novos
processos de modulação digital que aumentaram a quantidade de informação transmitida, a
capacidade de usuários num mesmo sistema, a diminuição das interferências e aumento da
qualidade e da confiabilidade.

Outra característica importante é quanto a diferença da transmissão de um sinal analógico


e um sinal digital, está na qualidade do sinal, pois conforme pode-se observar na figura abaixo,
no sinal analógico quanto mais próximo da antena receptora, melhor a qualidade do áudio, porém
no caso da transmissão digital, q qualidade chega a mesma enquanto houver cobertura do sinal.

Figura 19 - Diferença da intensidade e cobertura dos sinais

https://youtu.be/pOkF3QDQ6DA

20
TELECOMUNICAÇÕES

Sistema Digital

Nos últimos anos, a SESP-MT, acompanhando as demais corporações de segurança


pública em todo o Brasil, vem passando por um processo de digitalização de sua rede de
radiocomunicação, ou seja a tecnologia adotada é TETRA e frequencia é 380 UHF . Tal
processo é extremamente complexo, exigindo altos investimentos, bem como planejamentos
adequados por meio de projetos elaborados por profissionais capacitados.
A migração de um sistema de rádio analógico para digital se justifica por razões práticas
e técnicas. Quando falamos em uso eficiente do espectro radioelétrico, estamos falando de
regulamentações. Como exemplo, em modo analógico, a ANATEL determinava que o
espaçamento entre canais tivesse uma largura de banda de 25 kHz.. Tal espaçamento entre canais
tem entre seus objetivos, o de evitar interferências entre os canais.Em sistemas de comunicação
digital, é possível reduzir esse espaçamento entre canais de 25 kHz para 12,5 kHz.
O Centro Integrado de Operações de Segurança Pública – CIOSP do Estado de Mato
Grosso está integrado a Secretaria de Segurança Pública, constituindo uma estrutura de
comunicação de emergência entre a sociedade, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar,
Polícia Civil, Perícia Oficial, Sistema Prisional, Policia Rodoviaria Federal.
Objetivando melhorar a qualidade das comunicações da segurança pública, o Sistema de
Rádio analógico passou a ser substituído pelo Sistema Digital. Atualmente toda a região
metropolitana do Cuiabá e grande parte do interior já operam com esse sistema. A tecnologia
empregada permite uma comunicação de melhor qualidade, com ampliação da cobertura através
de “roaming” entre as “ERBs” que compõem o sistema, além de proporcionar um maior sigilo
nas comunicações.

Trunking se refere ao compartilhamento automático e dinâmico de um pequeno número


de canais de rádio entre um grande número de usuários simultaneamente e sem interferência.

Figura 20 - Comparação entre a forma de gestão de canais de um sistema convencional e um sistema troncalizado.

A migração de um sistema de rádio analógico para digital se justifica por razões práticas e
técnicas. Vamos elencar algumas delas: Transmissão integrada de voz e dados, Uso mais eficiente
do espectro radioelétrico, Sigilo e segurança nas comunicações, Controle total da utilização da rede,
Melhor desempenho frente a ruídos, Qualidade de áudio.
21
TELECOMUNICAÇÕES
A tecnologia adotada é TETRA, ou Rádio Terrestre Troncalizado é um padrão aberto
global de rádio móvel terrestre (LMR) para a tecnologia de rádio digital troncalizado. O padrão
foi desenvolvido por especialistas no setor de rádios bidirecionais e segurança pública, em
parceria com o Instituto Europeu de Padrões de Telecomunicações (ETSI), para garantir que os
dispositivos TETRA portáteis/de mão, móveis/instalados em veículos e de base fixa, além da
infraestrutura de rede, forneçam comunicações de voz e dados seguras, confiáveis e instantâneas
em ambientes empresariais e de missão crítica. A adoção do TETRA estabelece um padrão que
permite a aquisição de equipamentos de diferentes fornecedores, todos compatíveis entre si, o
que diminui o custo do sistema. Benefícios do TETRA: TETRA é um protocolo aberto,
compatibilidade assegurada, vários fabricantes, uso eficiente do espectro, evolução continua e
diversas aplicações e soluções. Outors exemplos de padrões abertos de radiocomunicação o
DMR, o APCO25, o TETRA, e o TETRAPOL.

Equipamentos de Radiocomunicação

Entre os equipamentos transceptores podemos destacar os equipamentos portáteis, equipamentos


móveis, equipamentos Fixos e repetidoras.

Rádios Móveis: Instalado nas VT’s. São alimentados pela bateria dos carros. Composto de
Transceptores UHF, microfone e Antena móvel. Possuem potência de saída efetiva de uns 10
Watts.

Figura 21 - Equipamento móvel

Rádio Portáteis: São os Hand Talk (HT’s). São alimentados por bateria química, antena heliflex
e microfone embutido. Sua potência é limitada pela sua bateria, aproximadamente em torno de 5
Watts.

Figura 22 - equipamento portátil

22
TELECOMUNICAÇÕES

Rádio Fixos: São as estações fixas localizadas em Delegacias, Quartéis, etc.. São usadas como o
próprio nome diz em locais fixos. São compostos por fonte de alimentação, antena fixa,
microfone e transceptor propriamente dito.

Figura 23 - Equipamento fixo

Figura 24 - Exemplos de transceptores móvel e portátil utilizados na PMMT.

A comunicação entre estes tipos de equipamentos pode ser diretamente um com outro sem a
utilização de equipamentos intermediários. A principal característica desse tipo de operação é o
limitado alcance entre os interlocutores, se restringindo à comunicação a distâncias pequenas sem
obstáculos físicos significantes. Nos casos de distâncias maiores, há a necessidade de
retransmissores em estações repetidoras.

Retransmissores: São equipamentos localizados em estações repetidoras, as repetidoras têm a


função de receber, amplificar e reenviar o sinal. Utilizam normalmente ondas de rádio em UHF.
É o equipamento que retransmite os sinais recebidos. Destina-se a aumentar o alcance de uma
rede ou operá-la à distância. Composição: equipamentos com potência de 10watts (BT) e 40
watts(MT)

23
TELECOMUNICAÇÕES

A Comunicação por Repetidora é aquela em que um equipamento de Rádio Transceptor


se conecta com o outro através de uma Repetidora estrategicamente posicionada na região de
cobertura do Sistema de Rádio. A comunicação só é possível porque o sinal originário dos
interlocutores tem seu alcance ampliado por meio da repetidora. Nesse modo de operação os
equipamentos operam com duas frequências distintas, uma para recepção (RX) e outra para
transmissão (TX). Como as repetidoras estão posicionadas em locais bem elevados e operam com
bastante potência, elas têm uma área de cobertura bem maior do que as estações localizadas no
solo. Os locais onde são instaladas as repetidoras são denominados sítios de comunicação (ou
sites de comunicação).

Figura 25 - Comunicação via estação Repetidora

Em qualquer tipo de rede que utilize radiofrequência como forma de transmissão de sinal (rádio,
celular, internet, televisão) existem as áreas de sombra. O policial militar, em seu serviço, deve
estar atento para os locais onde por ventura haja áreas de sombra. Mesmo com a utilização de
estações repetidoras, há a possibilidade da transmissão delas não alcançar determinadas áreas, as
quais ficam sem comunicação. Tais regiões são chamadas áreas de sombra.

https://youtu.be/8QrS2jC-C3U

No estado de Mato Grosso a rede de rádio digital utilizado pelas forças de segurança é
formada por 15 RISP - Regiões Integradas de Segurança Pública – RISP onde estão instaladas as estações
repetidora, conforme pode-se observar na figura abaixo:
24
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 26 - Quadro de distribuição das estações repetidoras

Figura 27 - Equipamentos de uma estação repetidora analógica

A rede digital troncalizada além do site master que está localizado no Cuiabá, é composta
por 15 localidades: Cuiabá, Várzea Grande, Poconé, Barão de Melgaço, Santo Antônio do
Leverger, Nossa Senhora do Livramento, Jangada, Acorizal, Chapada dos Guimarães, Rosário
Oeste, Nova Brasilândia, Planalto da Serra, Nobres, Agrovila das Palmeiras e Paraiso do Mansos
25
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 28 - Distribuição dos sites da rede digital RISP I e II

A interligação entre estes sites dar-se-á por meio de ondas de micro-ondas, cuja topologia
dos enlaces segue na figura 29.

Figura 29 - Enlaces da rede digital troncalizada Tecnologia Digital – 80 ERB PRF.

26
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 30 - Equipamentos de um site da rede troncalizada

Sistema de Telefonia
Telefonia Convencional

PABX ou CPCT: Centrais privadas de comutação telefônica. Permitem compartilhamento de


linhas telefônicas com vários usuários. A característica principal é o número de troncos
(quantidade de linhas telefônicas) e o número de ramais (quantidade de telefones que a Central
tem).

PABX – Private Automatic Branch eXchange:

Troca de filial automática confidencial


CPCT

CPA-T Controle por programa armazenado.

27
TELECOMUNICAÇÕES

Telefonia Celular

Os telefones celulares estão conectados através de ondas eletromagnéticas a uma Central


de Comando e Controle denominada CCC. Esta conexão se dá através das ERBs. O alcance
médio de cada ERB varia de 100m até 20Km, a depender de concentração de celulares na área.
Funcionam com o serviço de roaming.

Modulação Analógica: Sistema AMPS (Advanced Móbile


Phone
Tipo de Tecnologia
Celular System);
Modulação Digital: Sistemas TDMA (Time Division Multiple
Access) e CDMA (Code Division Multiple Access).

Atualmente já em operação o sistema desenvolvido na Europa o GPS/GPRS onde as


codificações são personalizadas em Chips e as transcepções são digitalizadas e estruturadas de
forma lógica em banda larga. (GSM). Maior qualidade na transmissão de voz.

VOIP

VoIP, ou Voz sobre Protocolo de Internet, é uma tecnologia que permite a transmissão de
voz por IP (Protocolos de Internet), ou seja, transforma sinais de áudio analógicos, como em uma
chamada, em dados digitais que podem ser transferidos através da Internet. Esta tecnologia é
utilizada para comunicação entre os CIOSP e suas unidades. Ou seja, o link de internet liberado para
uma unidades do CIOSP é utilizado de forma concorrente com dados e voz (VOIP).

Gestão do sistema de radiocomunicação da


CIOSP e a PMMT

Na PMMT o setor responsável pela gestão de Telecomunicações no âmbito da corporação


é Seção de Apoio Logístico e Patrimônio, vinculada a Corregedoria Geral da Polícia Militar.

28
TELECOMUNICAÇÕES

Figura 31 - Organograma da Correg.

A rede digital troncalizada é gerenciada e mantida pelo CIOSP e PRF, por meio de
empresa contratada.

Procedimentos com o Rádio

Considerando a importância da radiocomunicação para a atividades de segurança pública no


estado de Mato Grosso e devido a necessidade de uso efetivo dos canais disponíveis, seguem
abaixo alguns procedimentos que devem ser seguidos.

• A disciplina numa rede de rádio é de fundamental importância para o seu funcionamento,


haja visto que numa determinada rede apenas um dos postos consegue transmitir de cada
vez, embora todos escutem;

• Não transmita sem autorização do órgão (CIOSP, CENTRAL, etc.);

• Responda prontamente a todos os chamados, não sobrecarregando a rede e evitando


perda de tempo;
• Só transmita quando a rede estiver em silêncio, escute antes de transmitir para evitar
interferência;

29
TELECOMUNICAÇÕES

• Não interrompa as transmissões de outro posto exceto em casos excepcionais;

• Utilize o código Q nas transmissões.

• Para ligar: Gire o botão liga/desliga no


sentido horário.

• Para sintonizar o canal: gire o botão do


canal até encontrar o canal desejado, (cada
batalhão tem um canal de operação).

• Para transmitir:

• Aperte a tecla PTT (Push To Talk – “Aperte


para falar”), chame o posto desejado pelo
prefixo do mesmo, dando a seguir o seu; Figura 32 – Procedimento de manuseio

• Solte a tecla e aguarde a resposta por alguns segundos;

• Não havendo resposta, repita a operação.

Figura 33 - Indicação de localização do PTT

• Aperte a tecla PTT para falar e solte-a para receber.

• Fale claramente com o nível normal de sua voz, evite falar muito perto ou muito longe
do microfone (a distância ideal e de 15 cm aproximadamente);

• A tecla do microfone não deve permanecer apertada por mais de 30 segundo, pois isto
poderá causar defeito no equipamento de rádio;

• Nunca alongar demais o cabo do microfone, para não o partir ou danificá-lo;

30
TELECOMUNICAÇÕES

• O Motorista jamais deve operar o rádio com a viatura em movimento, evitando assim
que o cabo do microfone enrosque no volante, e também para que não tire sua atenção
no trânsito.

Sistema Alfa Numérico Internacional e


Código Q

O Alfabeto Fonético Internacional foi originalmente desenvolvido pelos fonéticos


britânicos e franceses sob os auspícios da Associação Fonética Internacional, estabelecida em
Paris, em 1886. O alfabeto pretende ser uma notação padrão para a representação fonética de
todas as linguagens. Sofreu revisões durante a história, incluindo algumas grandes, como a da
convenção de Kiel (1989). A mais recente foi em 1993, com pequena alteração em 1996. A
maioria das letras do alfabeto é originária do alfabeto romano ou derivada dele. Algumas são do
alfabeto grego e outras não parecem pertencer a nenhum alfabeto.

Dentre os meios considerados auxiliares da transmissão da mensagem, destacam-se: o alfabeto


fonético internacional; os algarismos fonéticos; e o “Código Q”.
Alfabeto fonético internacional

Algarismos fonéticos

11 Primeiro dobrado
222 Segundo Triplo
0000 Negativo Quádruplo

31
TELECOMUNICAÇÕES

CÓDIGO Q INTERNACIONAL

É outro meio convencional, auxiliar na transmissão da mensagem, empregado para


economicidade de seu texto, bem como para imprimir maior celeridade às comunicações de
rádio, é o denominado “Código Q”. O código Q é uma coleção padronizada de três letras, todas
começando com a letra "Q". As três letras do código Q eram usadas para se fazer uma questão
de forma abreviada e então respondê-la da mesma forma. Por exemplo, “QSL?” significa: “Você
recebeu a minha mensagem?” “QSL” era a resposta confirmando “Sim, recebi a sua mensagem.”
O Código Q compreende os grupos QAA a QZZ, distribuídos em 4 séries:
• Série QAA a QNZ – Reservado ao serviço aeronáutico;
• Série QOA a QQZ – Reservado ao serviço marítimo;
• Série QRA a QVZ – Reservado aos serviços gerais;
• Série QVZ a QZZ – Não distribuída.
Os sinais “Q” não têm caráter sigiloso, são considerados sempre como linguagem clara e
coerente. Abaixo podemos verificar as siglas mais usadas no dia-a-dia da atividade policial
militar de Mato Grosso, de acordo com a Tabela do Código “Q”:

32
TELECOMUNICAÇÕES

Manutenção de rádio em primeiro escalão


A manutenção do primeiro escalão está a cargo do operador de rádio, motorista do
veículo, o militar escalado no setor onde está instalado o equipamento de rádio ou usuário do
equipamento portátil.
A inspeção de cada estação estende-se também aos seus suportes e conexões; consiste
ordinariamente em um exame para constatar se o mesmo acha-se em bom estado, corretamente
montado, suas conexões fixadas firmemente, etc.
O bom estado se verifica geralmente por um exame visual externo, determinado se o
equipamento se acha ou não avariado além dos limites de segurança e servibilidade ou em tais
condições que a continuidade do uso pode acarretar-lhe prejuízo. São fatores de mau estado:
baixa durabilidade da autonomia da bateria de equipamento portátil, ausência ou dificuldade na
recepção, ausência ou dificuldade na transmissão, ausência de antena, dano às conexões, etc.
A montagem correta é geralmente constatada por uma inspeção visual observando se os
componentes se acham em sua posição normal, em relação ao veículo, nas estações móveis. Nas
estações fixas, correta posição da antena, indicação de perfeito funcionamento da fonte de
alimentação e do rádio, constatado através do procedimento executado no cadastramento.
A firmeza da fixação é ordinariamente verificada, experimentando com a mão. Esta inspeção
deve incluir todos os conectores, antenas, bateria, terminais de alimentação, etc.

Das Inspeções nas Estações de Rádio

Estações Móveis – O estacionamento do veículo deve ser compatível com a altura da antena de
forma a não danificá-la. Procurar sempre desligar o equipamento antes de acionar o veículo.
Examinar se a bateria está limpa, bem fixada e não apresenta vazamento. As braçadeiras dos
cabos e os bujões devem estar limpos e bem apertados. Verificar se o fuzível de proteção existente
no cabo de alimentação do rádio (próximo à bateria) está funcionando corretamente. Verificar se
as conexões de antena e microfone estão conectadas e justas. As conexões não bastam estar
juntas. Em caso de ruptura de uma conexão não resolverá o problema a sua justaposição e
colocação de fita adesiva. Há a necessidade de ressoldagem. Desta forma, estarão sendo
preservados os transistores de potência. Avaliar a existência de ferrugem no teto do veículo
ocasionando curto circuito na antena, o que acarretará problemas na transmissão. A identificação
de ausência de antena, sua ruptura parcial e/ou ferrugem no teto do veículo deverá ser
comunicada de imediato ao Chefe do STC para o encaminhamento do veículo com o rádio

33
TELECOMUNICAÇÕES

transceptor ao setor de manutenção, devendo este na impossibilidade desta remessa, fazer a


retirada do rádio do veículo até que se sane o problema identificado.

Estações Fixas – Verificar se a antena está posicionada e/ou direcionada corretamente e se as


conexões de antena e microfone estão conectadas e justas. Desta forma, estarão sendo
preservados os transistores de potência. Deve-se, ainda, avaliar a existência de umidade ou risco
de que os equipamentos sejam molhados pela chuva ou acidente com garrafas ou copos. A
identificação de ausência de antena e/ou ruptura de conexões deverá ser comunicada de imediato
ao Chefe do STC para o encaminhamento do rádio transceptor ou fonte de alimentação ao setor
de manutenção, devendo este na impossibilidade desta remessa, fazer a desativação do rádio até
que se sane o problema identificado, evitando a queima do rádio.

Estações Portáteis – Verificar se as conexões de antena e os Knobs de volume e canal estão


conectados e devidamente funcionando. Nunca permitir que o equipamento seja utilizado sem a
presença do protetor lateral do terminal de acessórios (local onde o programador conecta o
computador para programação do handie-talk), para tanto serve o microfone de lapela ou suporte
de proteção. Avaliar o nível de carga das baterias, questionando o armeiro ou similar se há
informação disponível desta natureza. Prender corretamente o equipamento ao uniforme evitando
quedas e consequente dano. Quando disponível no local de serviço de carregadores de baterias,
apenas fazer uso do mesmo ao perceber o sinal sonoro de bateria por descarregar. Nunca deverá
ser realizado o carregamento da bateria com o equipamento ligado, de forma a se evitar o “efeito
memória”, o que reduz a vida útil das baterias. A identificação de que a bateria, mesmo após
carregada adequadamente, não suporta o decorrer de quatro ou cinco horas de serviço deverá ser
comunicada ao Chefe do STC para que seja solicitada ao setor de manutenção a substituição da
mesma. Fato semelhante deve ser procedido quando for identificado desgaste da capa de proteção
da antena. O consumo da bateria ocorre com maior intensidade quando o usuário faz frequentes
procedimentos de chamada. Quando em stand-by, o consumo é menor. Quando utilizados em
serviços motorizados como suporte ao policiamento, devem apenas ser ligados quando o usuário
se afastar do veículo.

A inspeção após o trabalho diário deixa o equipamento pronto para ser empregado
novamente a qualquer momento. O usuário do equipamento deve procurar recordar-se de todas
as irregularidades observadas durante o dia e providenciar a sua correção ou registro.

34
TELECOMUNICAÇÕES

Sinais Amigos na Manutenção de Rádio

Usando a percepção e estando atento para os vários sinais que indicam necessidade de serviço
no equipamento de rádio:

a) Rádio sem transmitir

Possíveis causas: Problema no Microfone; Antena desconectada; Antena em curto


circuito; Problema na conexão de engate do microfone ao rádio; Aperto demasiado na tecla do
microfone.
Como evitá-los: Ajustar folgas nas conexões; Testar o microfone em outro equipamento;
Lubrificar o contato da antena na parte superior do veículo (teto); Evitar o afastamento da viatura
quando operando com o microfone; Não apertar a tecla do microfone com muita pressão.

b) Curto circuito na instalação

Possíveis causas: Fiação positiva entrando em contato com o chassi da viatura.

Como evitá-lo: Sempre que o veículo passar por manutenção na oficina da OME,
deverá ser verificada a correta colocação dos fios de alimentação do rádio na bateria (Fio
vermelho ligar no positivo da bateria e Fio Preto conectar no negativo da bateria); Não mudar
o local da fiação que passa na lateral do veículo, nem imprensar a mesma contra a ferragem
da viatura.

c) Recepção entrecortada

Possíveis causas: Falhas no equipamento do transmissor; Localização do veículo em


local encoberto; Falha na sensibilidade do receptor.

Como evitá-la: Melhor localização no veículo.

35
TELECOMUNICAÇÕES

victor oscar charlie echo juliet alpha echo sierra tango uniform delta oscar uniform
tango echo lima echo charlie oscar mike uniform november índia Charlie alfa
charlie oscar echo sierra. Victor alfa mike oscar sierra para romeu alfa tango índia
charlie
alfa romeu.

36
TELECOMUNICAÇÕES

Lista de Exercícios

1) Classifique os meios de transmissão como Físico ou Guiado e Não Físico ou Não Guiado.

a) Físico ou Guiado ( A) Par trançado ( B ) Ondas de Rádio


b) Não Físico ou Não guiado ( A ) Fibra Ótica ( B ) Satélite
( B ) Micro-ondas ( B ) Infravermelho
( A ) Cabo coaxial ( B) Ondas de Luz

2) Qual tipo de meio de transmissão está referenciando:

a) São usados em redes telefônicas. Tem capacidade ( A ) Par trançado


de transmissão sem distorção de 10 até cerca de 100
( ) Fibra Ótica
Mbps.
( ) Micro-ondas
b) São usados em redes locais. A capacidade de Tx
sem distorção é de 10 a 50 Mbps. ( B ) Cabo coaxial
c) Podem percorrer longas distâncias e penetrar ( C ) Ondas de Rádio
facilmente nos prédios. Por isso, são amplamente
utilizadas para comunicação. São omnidirecional, não
precisando alinhar os transmissores.

3) Com base nas duas ondas A e B, responda o que se pede:

a) Qual das duas ondas tem uma maior frequência?


B
b) Como se chama a medida a ser obtida entre
dois pontos vermelhos na onda A, na horizontal?
Comprimento () : é a distância entre valores repetidos sucessivos num
padrão de onda. Equivale a uma oscilação completa. É usualmente representado pela letra grega lambda. Ex.: Distância entre duas cristas,
dois vales, onde representa um ciclo ou oscilação completo
c) Como se chama a parte da onda representada
pelo ponto azul?
Crista: Pico positivo ou
superior de uma onda
d) Como se chama a parte da onda representada
pelo ponto amarelo?
Vale ou Cavado: pico negativo ou inferior
de uma onda
e) Qual as frequências das ondas A e B,
respectivamente?
A= BAIXA FREQUÊNCIA
B= ELEVADA FREQUÊNCIA

37
TELECOMUNICAÇÕES

4) Como comunicar utilizando código Q a placa de veículo: KLM 1125


KILO LIMA MIKE PRIMEIRO DOBRADO SEGUNDO QUINTO
FINAL

5) O telefone é um modo de comunicação?


SIM

6) A comunicação de uma emissora de TV, utiliza o meio de Ondas eletromagnéticas e é do


modo de comunicação Full Duplex?
Transmissões de TV e rádio são exemplos de transmissões simplex.

7) Qual Modo de comunicação e Meio de Transmissão na comunicação via rádio HT na PMMT?


Ondas de rádio: As ondas de rádio fáceis de gerar, podem percorrer longas
distâncias e penetrar facilmente nos prédios. MEIO: HALF-DUPLEX

8) Qual tipo de Rádio Transceptor é utilizado nas viaturas policiais?


Rádios Móveis: Instalado nas VT’s. São alimentados pela bateria dos carros. Composto de
Transceptores UHF, microfone e Antena móvel. Possuem potência de saída efetiva de uns 10
Watts.

9) Qual o setor responsáveis pela gestão e manutenção da rede digital troncalizada na SDS?
Na PMMT o setor responsável pela gestão de Telecomunicações no âmbito da corporação
é Seção de Apoio Logístico e Patrimônio, vinculada a Corregedoria Geral da Polícia Militar.

10) Uma viatura ao emitir um chamado ao CIOSP esta informação segue pelo ar como meio de
transmissão. Em relação ao estudado sobre ondas eletromagnéticas, como se chama a onda a
ser transmitida?
ONDAS DE RÁDIO

38
TELECOMUNICAÇÕES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR M., S., Curso de Telefonia. Apostila, DEE - UFPb, Campina Grande: 1997.
CARLSON A., B., Sistemas de Comunicação. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil: 1981.
COELHO, Patrícia Pinto, Telefonia Móvel Celular, Inatel, Santa Rita do Sapucaí-MG, 1995;
DERFLER, Jr, J., F., Freed L., Tudo sobre cabeamentos de redes. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
EXERCITO BRASILEIRO, Manual de Campanha: EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES, C
11-1, 1997, 2ª Edição.
EXERCITO BRASILEIRO, Manual de Campanha: EMPREGO DO RÁDIO EM CAMPANHA,
C 24-18, 1997.
EXERCITO BRASILEIRO, Manual de Campanha: EXPLORAÇÃO EM RADIOTELEFONIA,
C 24-9, 1995, 3ª Edição.
FONSECA J., N., Telecomunicações I. Apostila, COELT - ETFSe, Aracaju: 1997. LATHI
B., P., Sistemas de Comunicação. Rio de Janeiro: Guanabara Dois: 1979.
Manual de Procedimento Operacional Padrão – 2º Edição – 1º Julho 2023.

39

Você também pode gostar