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Encontro de Iniciação Científica e Tecnológica 2023

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ALIMENTÍCIO DO FRUTO DA CARNAÚBA


(Copernicia prunifera) DE ACORDO COM OS ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO

Vanessa Rodrigues Lima, Virna Luiza de Farias

A carnaubeira (Copernicia prunifera) é uma palmeira nativa do semiárido do Nordeste.


Esta produz um fruto comestível, ainda pouco conhecido, mas que tem se destacado em
estudos por ser rico em nutrientes, fibras e minerais, tornado seu consumo de grande
importância pela população. Diante disto, o presente estudo teve como objetivo avaliar as
características físicas (dimensões e massa), físico-químicas (pH, sólidos solúveis e acidez
titulável total), bioativas (polifenóis totais e antocianinas) e a atividade antioxidante (método
FRAP) dos frutos em três estágios de maturação: verde, esverdeado e maduro, utilizando
métodos oficiais, a fim de identificar potenciais aplicações alimentícias desse fruto. Os frutos
foram coletados em Morada Nova-CE e analisados no Laboratório de Química dos Alimentos,
do IFCE, campus Limoeiro do Norte. Os resultados obtidos nas triplicatas de cada amostra
foram submetidos à cálculos de média, desvio padrão, ANOVA e teste de Tukey. Em média, a
parte comestível dos frutos em seus diferentes estágios de maturação foi de 43,82%, onde o
caroço representa maior parte do fruto. Quanto às dimensões, os frutos não apresentaram
diferença significativa (p ≥ 0,05) em seu diâmetro e o fruto verde destacou-se com maior
comprimento (21,44 mm), diferindo-se estatisticamente (p < 0,05) dentre os demais. Na
avaliação do pH, não houve diferença significativa entre os três estágios de maturação, sendo
ligeiramente ácido, com valor aproximado de 5,6. Quanto mais avançado a maturidade do
fruto, maior foi a presença de sólidos solúveis, onde todas as amostras apresentaram
diferença significativa entre si, e o fruto maduro teve maior valor (47,53 ºBrix). Quanto à
acidez titulável total, não houve diferença estatística entre as amostras, onde o valor de ácido
cítrico encontrado foi cerca de 0,24 g para cada 100 g de polpa, dando ao fruto um sabor
mais suave. A respeito de antocianinas, as amostras aparentaram teores relativamente baixos,
quando comparado à frutos ricos desse composto (superior a 200 mg/100 g), onde o maduro
teve maior teor (8,36 mg/100 g), diferindo-se estatisticamente apenas do fruto verde. Em
relação a polifenóis, houve diferença significativa dentre todas as amostras, com destaque ao
fruto verde, que apresentou maior quantidade desses compostos (98,77 mg EAG.100g -1),
seguido do esverdeado e maduro, em ordem decrescente. Em relação à atividade antioxidante
das diferentes amostras, o melhor resultado foi para o fruto verde (1,69 uM sulfato
ferroso/g), mostrando maior potencial antioxidante dentre os demais. Diante disto, o fruto em
seu estágio de maturação verde, por conter maiores quantidades de compostos antioxidantes,
quando aplicado na alimentação, incorporado em farinha, por exemplo, podem ajudar a
proteger as células do corpo contra danos causados por radicais livres, diminuindo o risco de
doenças. E o fruto maduro, por conter alto teor de sólidos solúveis, é potencialmente
aplicável à produção de bebidas fermentadas e geleias.

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