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oleifera Lamarck) EM PÓ
Apresentação: Pôster
Introdução
Moringa oleifera Lamarck é uma planta pertencente à família Moringaceae, nativa do
norte da Índia e amplamente cultivada nos trópicos de todo o mundo. É uma planta de fácil
cultivo, devido a sua capacidade de sobrevivência em períodos de seca, e que viabiliza o
proveito dos seus frutos, flores, folhas e sementes.
Devido ao seu elevado potencial nutricional, a Moringa pode ser utilizada no
enriquecimento de alimentos ou preparações cujos níveis de determinados nutrientes sejam
naturalmente baixos. Os produtos enriquecidos ou fortificados são alimentos aos quais foram
inseridos um ou mais nutrientes essenciais contidos naturalmente ou não no alimento, a fim
de favorecer o seu valor nutritivo e prevenir ou reparar a deficiência em um ou mais
nutrientes, na alimentação humana.
Em 4 de junho de 2019, foi publicada a Resolução nº 1.478 que proíbe a
comercialização, distribuição, fabricação, importação, propaganda de alimentos que
apresentem Moringa oleifera na sua composição, bem como Moringa oleifera como insumo
para alimentos baseada na ausência de avaliação e comprovação de segurança do uso da
espécie Moringa oleifera em alimentos. Juntamente devido a ocorrência de comercialização e
1
Bacharelado em Engenharia de Alimentos, Universidade Federal Rural de Pernambuco,
marcosf_gueiros@hotmail.com
2
Bacharelado em Engenharia de Alimentos, Universidade Federal Rural de Pernambuco,
layracatarina@gmail.com
3
Bacharelado em Engenharia de Alimentos, Universidade Federal Rural de Pernambuco,
albuquerque.k.g.s@gmail.com
4
Doutora em Engenharia Química, Universidade Federal Rural de Pernambuco, suzpedroza@gmail.com
divulgação irregular de produtos denominados e/ou constituídos de Moringa Oleifera com
alegações terapêuticas não permitidas para alimentos (BRASIL, 2019).
Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo a caracterização físico-química
da folha de Moringa Oleifera Lamarck em pó comercializada no município de Garanhuns
para fins de informação científica quanto ao produto.
Fundamentação Teórica
Segundo Olson e Fahey (2011) a Moringa oleifera Lam. é considerada uma hortaliça
de grande porte e longo ciclo de vida, além de apresentar elevada capacidade de sobrevivência
em diversas condições climáticas, inclusive em solos áridos.
Aliada à sua alta capacidade de adaptação, a moringa é uma hortaliça que permite o
aproveitamento das folhas, frutos verdes, flores e sementes torradas, com quantidades
representativas de nutrientes (OKUDA et al., 2000).
De acordo com Nkakwana et al. (2014) as folhas de Moringa oleífera Lam. têm
elevado potencial nutricional, tendo altos teores de proteínas, aminoácidos essenciais, fibras,
minerais e compostos antioxidantes, como vitaminas e polifenóis, carotenóides e cálcio.
Devido ao alto teor de proteínas, a farinha feita das folhas de moringa pode ser uma
alternativa no combate da desnutrição em curto prazo , principalmente em lactentes e crianças
(ANWAR et al., 2007).
Dentre os minerais encontrados nas folhas de moringa, destaca-se o ferro como o mais
relevante. Entre os carotenóides, destacam-se ß–caroteno e luteína, que além de conterem
baixos teores de substâncias antinutricionais, fazem com que a folha de moringa possa ser
consumida sem prejuízo nutricional (TEIXEIRA, 2012).
A Moringa oleífera Lam. é apontada como significativo suplemento de potássio,
vitamina do complexo B, além de possuir todos os aminoácidos essenciais. Cerca de vinte
gramas de folhas de moringa frescas por dia podem fornecer a quantidade necessária de
vitaminas A e C para uma criança (MATHUR, 2005).
Além de serem ricas em nutrientes, as folhas de moringa têm sabor agradável,
podendo ser consumidas de diversas formas, sendo seu sabor ligeiramente picante. As folhas e
hastes podem ser secas e usadas como condimento, polvilhando sobre os alimentos
(HELVIOB, 2007).
Metodologia
As folhas de moringa em pó utilizadas foram adquiridas em uma loja de produtos
naturais na cidade de Garanhuns. O fabricante informou apenas que a mesma foi obtida por
método de secagem por estufa. Os experimentos foram realizados no Prédio de Laboratórios
Multiusuários (LACTAL), no Laboratório de Análise de Alimentos da UAG/UFRPE.
Foram analisados os seguintes parâmetros: determinação de umidade, utilizando estufa
para secagem e esterilização FANEM, modelo 515-C a 105 ºC por 4 h; cinzas em mufla a
550 ºC por 3 h; atividade de água utilizando o PRE Water Activity Meter; pH com pHâmetro
TECNOPON MPA-210; acidez total titulável por método titulométrico utilizando solução de
NaOH 0,1 N e indicador fenolftaleína g ácido glutâmico/100g amostra; sólidos solúveis totais a partir
de refratômetro analógico (ARLA32)-SBC10; açúcares redutores pelo método
espectrofotométrico com DNS; determinação de lipídios pelo método de extração tipo Soxhlet
e proteínas pelo método de Kjeldahl com uso do destilador de nitrogênio Te-0363. Todas as
análises foram realizadas em triplicata, de acordo com as metodologias descritas por Detmann
et al. (2012), Maldonade, Carvalho e Ferreira (2013) e Instituto Adolfo Lutz (2008).
Resultados e Discussões
Na Tabela 1 têm-se as médias e desvios-padrão dos resultados da caracterização
físico-química da da Moringa Oleifera em pó avaliados.
O percentual de umidade encontrado nas amostras de Moringa oleifera em pó foi
9,986%. Valor que corroborou com o encontrado com o encontrado por Passos e
colaboradores (2012), que encontraram valor de 10,00% de umidade em folhas de moringa
secas. O valor de atividade de água na amostra analisada foi de 0,53. Valor próximo ao
encontrado por Passos e colaboradores (2012), onde foi encontrado valor de 0,39 para
atividade de água de folhas de moringa secas. Esses dois parâmetros estão entre os que mais
influenciam na qualidade de alimentos em pó, sendo de fundamental importância o seu
conhecimento para determinar melhores condições de conservação e armazenamento dos
mesmos, podendo influenciar diretamente na sua estabilidade e nas suas características
(SILVA et al., 2015). De acordo com Ordoñez (2005) alimentos com atividade de água
abaixo de 0,60 são microbiologicamente estáveis, não permitindo o crescimento de nenhum
microrganismo.
O teor de cinzas nas folhas de moringa em pó foi de 11,23%. O valor foi mais alto
que o encontrado por Pedral et al. (2015), no qual encontraram valor de 8,47 para cinzas em
folhas de moringa submetidas ao processo de desidratação por secagem convectiva.
Ensaio Valor
pH 5,34 ± 0,01
Conclusões
Com os valores observados nesse trabalho, pode-se concluir que a folha de Moringa
Oleifera Lam. em pó apresentou alto potencial para a utilização na indústria de alimentos, por
conter elevado teor de proteínas, sendo atrativa para os consumidores, além de baixo valor de
umidade e atividade de água, sendo interessante a nível tecnológico. Sendo assim, pode ser
utilizada visando o desenvolvimento de novos produtos ou o enriquecimento de produtos já
em fase de deselvolvimento. Contudo, devido à ausência de conhecimento sobre a toxicidade,
cabem estudos mais aprofundados para verificar a viabilidade de seu uso nesse sentido.
Referências
ANWAR, F.; LATIF, S.; ASHRAF M.; GILANI A. H. Moringa oleifera: a food plant with
multiple medicinal uses. Phytotherapy research, v. 21, n. 1, p. 17-25, 2007.
HELVIOB. Moringa oleifera: El Maná Verde del Trópico, cultivo, comercialización. 2007.
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KARADI, R. V.; GADGE, N. B.; ALAGAWADI, K. R.; SAVADI, R. V. Effect of Moringa
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OLSON, M. E.; FAHEY, J. W. Moringa oleifera: un árbol multiusos para las zonas tropicales
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PEDRAL, A. L.; BARBOSA. J. S.; SANTOS, G. R.; XAVIER, A. C. R.; ARIMATÉA, C. C.;
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https://even3.blob.core.windows.net/anais/145909.pdf>. Acesso em: 21 out. 2019.