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Discente do curso de Farmácia da Faculdade Integrado de Campo Mourão – PR
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Docente do curso de Farmácia da Faculdade Integrado de Campo Mourão – PR
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RESUMO
O trabalho teve como objetivo desenvolver um método fácil e eficiente de tratamento
que águas superficiais, através de extratos feitos com a semente da planta Moringa
oleifera Lam como coagulante orgânico, que possa ser utilizado em regiões que
devido a problemas de falta de água potável, sofrem com epidemias de doenças
hídricas. A preparação de extrato de semente de Moringa oleifera Lam, foi elaborado
através da trituração das sementes e colocado em estufa para secagem, o pó seco foi
adicionado a diferentes solventes e passado por processo de turbólise, foi filtrado
separando a parte sólida da liquida. E realizado o tratamento de água superficial com
extrato através de ensaio de floculação e por decocção, e realizado análises físico-
químicas e microbiológica na água tratada. Os resultados obtidos demonstraram a
capacidade do extrato de Moringa oleifeira Lam, como coagulante natural para o
tratamento de água potável de consumo humano.
ABSTRACT
The study aimed to develop an easy and efficient method of treatment that surface
waters through extracts made from the seed of the plant Moringa oleifera Lam as
organic coagulant, which can be used in regions that due to problems of lack of drinking
water, suffer with epidemics of water borne diseases. Preparation of seed extract of
Moringa oleifera Lam, was prepared by grinding the seeds and placed in drying oven,
the dry powder was added to different solvents and spent by turbólise process was
filtered separating the solid from the liquid. And performed the treatment of surface
water with extract by flocculation test and decoction, and performed physical-chemical
and microbiological analyzes in treated water. The results demonstrated the ability of
the extract of Moringa Lam oleifeira as natural for the treatment of potable water for
human consumption coagulant.
INTRODUÇÃO
do consumo humano podem gerar doenças como, cólera, febre tifoide, hepatite A e
doenças diarreicas agudas causadas por bactérias como a Escherichia coli e parasitas
como Giardia spp. e Cryptosporidium spp. (2).
A qualidade da água então se tornou de interesse da saúde pública no final
do século 19, a fim de obter um controle epidemiológico e pesquisas de doenças
hídricas. No início do século 20, nos Estados Unidos, foram desenvolvidos os
primeiros sistemas de tratamento de água para o controle de qualidade de água (3).
O tratamento de águas superficiais, é feita em estações de tratamento de água
(ETA), consiste na remoção de partículas sólidas em suspensão usando processos
físicos e químicos, chamados coagulação e floculação que aglutinam as substâncias
sólidas formando pequenos flocos. Após estas etapas a água passa ainda por
processo de sedimentação, filtração e desinfecção, onde só então é considerada
potável para consumo humano (4).
Estas estações apresentam elevados custos para construção e manutenção da
mesma. Assim regiões isoladas de centros urbanos e de baixo poder econômico, que
dependam de rios ou lagos para seu abastecimento, estão propensas a doenças de
contaminação hídrica (5). Todos os anos em países como a Nigéria, Angola e
Moçambique, há relatos de mortes de pessoas por cólera, devido à situação precária
do saneamento básico destes países (6).
Há várias pesquisas sobre desenvolvimentos de novos métodos de tratamento
de água potável. Entre estas pesquisas, o estudo da semente da planta de Moringa
oleifera Lam, como coagulante natural, pode beneficiar as regiões com carência de
água potável. Esta planta pertence à família Moringaceae, originaria da Índia, que
atualmente está bem difundia no Brasil principalmente no nordeste brasileiro por ser
uma planta que se desenvolve com pouca umidade (7).
Pesquisas feitas sobre a semente desta planta sugerem sua utilização como
substituto proteico na alimentação, por possuir uma fonte rica em proteínas (8),
também aplicações farmacológicas como anti-inflamatórios e antimicrobianos e
preparação de cosméticos (9).
Um dos primeiros relatos da utilização da semente de Moringa oleifera Lam,
ocorreu em pequenas comunidades rurais da Angola, na África, país onde a maior
parte do consumo de água depende de águas superficiais (10). O método utilizado
consiste em colocar num recipiente 1000 ml de água bruta em contato com uma
quantidade da semente de Moringa oleifera Lam, que varia conforme sua turvação, e
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após 2 horas em contato com água é retirado o sobrenadante e utilizado a água para
consumo (11).
Estudos sobre sua composição fitoquimica revelaram que a presença de
grande quantidade de proteína polieletrólitos catiônica de baixo peso molecular é
responsável pela coagulação de água turvas que por serem solúveis em água e em
contato com as partículas coloidais de águas superficiais realizam o mesmo processo
de coagulantes químicos e a presença das proteínas pectina e lectina, substâncias
antimicrobianas, favorece a eliminação de micro-organismos patógenos na água (12).
A Pesquisa feita por Muyubi e Evison (13), relata a eficiência do tratamento
utilizando Moringa oleifera Lam para a remoção de agentes patógenos na água
superficial devido à presença destas substâncias antimicrobianas que em
determinada concentração pode eliminar de 98 a 100% a contagem de coliformes
fecais presentes na água in natura e de 80 a 99,5% da turbidez desta água.
Outras pesquisas mencionam o potencial da semente na remoção de metais
como zinco, ferro, alumínio, cádmio, crómio e níquel na tratamento de água (14). E
remoção de compostos orgânicos como benzeno, tolueno, etilbenzeno e
ispropilbenzeno (15). O trabalho de Nishi, et al. (16) apresentou resultados satisfatório
quando contaminado a água bruta com cistos de Giardia spp. e oocistos de
Cryptosporidium spp., apresentou remoções de 94% e 90% respectivamente destes
parasitas após tratamento por coagulação e floculação por semente de Moringa
oleifera Lam.
Porém grande parte das pesquisas sobre a utilização da semente no tratamento
de água, para utilização de larga escala industrial, em estações de tratamento, o que
ainda gera muitas dúvidas sobre sua utilização (10). Devido ao seu rico teor de
proteínas, pode causar interferências nos desinfectantes utilizados numa estação de
tratamento aumentado a carga orgânica alterando cor, odor e sabor da água (17).
Podendo ainda estas cargas orgânicas favorecer o crescimento microbiológico (18).
Devido ao potencial descrito em material bibliográfico, mencionando a semente
de Moringa oleifera Lam como coagulante natural para tratamento de água potável,
o presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade de tratamento de água
superficias utilizando extratos das sementes de Moringa oleifera Lam.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Foi reproduzido o teste com a solução aquosa feita por Valverde, et al. (12).
Onde foi preparado o extrato, no laboratório da faculdade integrado, através de
turbólise, com um multiprocessador, por 3 minutos, de 1 grama de semente de
Moringa oleifera Lam em 100 mL de água destilada, deixado em repouso por 30
minutos e filtrada a vácuo em papel filtro e a solução foi armazenada em um frasco
âmbar esterilizado.
8
Foi preparado um novo extrato conforme descrito por Borba (5) e Valverde, et
al. (12) com a adição de solução salina NaCl 1%, e aumentado à concentração de
semente de Moringa oleifera Lam de 1% para 10%.
Foi realizado um novo método de tratamento de água por Decocção, onde foi
utilizado como coagulante o extrato salino. Foram colocadas amostras de 2000 mL da
água do Rio do Campo em 3 frascos transparentes e adicionados respectivamento
1mL, 2 mL 3mL do extrato salino e levado a aquecimento no bico de bunsen, e após
começar o processo de ebulição foi deixado mais 10 minutos. Foi deixado em repouso
por 10 minutos e em seguida filtrado. O teste foi repetido mais uma vez com uma nova
coleta de amostra de água do Rio do Campo e realizado análises físico-quimicas.
Análise microbiológica
tratamento também foi preparada para o controle positivo. Foi repetido o teste mais
uma vez com água do Rio do Campo após longo período de chuvas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Resultados da análises físico-química da água do Rio do Campo meses de abril e maio
O ensaio com o farelo demonstrou que na massa solida também fica retida as
propriedade coagulantes. Porém devido ao aparecimento de fungos o teste com a
massa seca foi descartada.
Tabela 4: Resultado da análise físico-química após tratamento por decocção utilizando extrato salino
de Moringa oleifera Lam 10%
Amostra Tipo do produto pH Cor Turbidez
12
Tabela 5: Resultado da análise físico-química após tratamento por decocção, das águas coletadas no
mês de maio.
Amostra Produto pH Cor Turbidez
2000 mL 2 ml de solução 7,0 5 uH 4,50 NTU
2000 mL 4 ml de solução 7,87 2,5 uH 2,70 NTU
2000 mL 6 ml de solução 7,9 2,5 uH 3,00 NTU
Legenda: (uH) Unidades Hazen; (NTU) Unidades nefelométricas de turbidez
Análise Microbiológica
Tabela 6: Resultados Microbiológicos após Tratamento por Decocção por solução salina de Moringa
oleifera Lam 10%
Amostra Coliformes totais Escherichia coli
Água in natura 10 mL Positivo Negativo
Água tratada 10 mL Negativo Negativo
Água tratada 5 mL/ água destilada 5 mL Negativo Negativo
Água tratada 2,5mL/ água destilada 7,5 mL Negativo Negativo
Tabela 7: Resultados Microbiológicos após tratamento por decocção e solução salina de Moringa
oleifera Lam 10% de água superficial após longo período de chuva
Amostra Coliformes totais Escherichia coli
Água in natura 10 mL Positivo Positivo
Água tratada 10 mL Negativo Negativo
removidas junto com o lodo que fica no fundo do frasco pelo processo de remoção
das partículas coloidais, conforme descrito por Nishi, et al. (16).
Comparando os resultados obtidos nas análises físico-químicas e
microbiológicas do tratamento da água superficial do Rio do Campo por decocção e
solução salina de Moringa oleifera Lam a 10%, com o padrão de potabilidade em
residências exigidos pela portaria 2914 do Ministério da Saúde (19), conforme
compara a tabela 8:
Tabela 8: Comparação entre as analises físicos químicas e microbiológicas exigidos pelo Ministério da
Saúde e o tratamento por decocção e solução salina de Moringa oleifera Lam 10% utilizando 2mls da
solução em água superficial com características da Tabela 1.(19)
Tipo de análise Portaria 2914 do MS Melhor resultado da pesquisa
pH Entre 6,60 a 9,00 7,40
Cor Menos ou igual a 15 HU 2,5 HU
Turbidez Menor ou igual a 5 NTU 1,80 NTU
Escherichia Coli Ausência Ausência
Legenda: (uH) Unidades Hazen; (NTU) Unidades nefelométricas de turbidez
CONCLUSÃO
devem ser realizados, como sua possível toxicidade, testes em animais e teste em
humanos, para só então ser comercializado para o tratamento de água.
REFERÊNCIAS
(3) FREITAS, M. B.; et al.; A vigilância da qualidade da água para o consumo humano
desafios e perspectivas para o Sistema Único de Saúde. Ciência e Saúde Coletiva,
v.10, n 4, p. 993-1004, out./dez., 2005.
(6) MARIN, M. A.; et al.; Cholera outbreaks in Nigéria are associated with multidrug
resistant atypical El tor and non- O1/ non- O139 Vibrio cholerae. Public Library of
Science. v.7, Ed. 2, p. 2049, 2013.
(7) KWAAMBWA, H.; MAIKOKERA, R.; Infrared and circular dichroism spectroscopic
characterisation of secondary structure components of a water tratment coagulnt
protein extracted from Moringa oleifera seeds. Colloids and Surfaces B:
Biointerfaces, v. 64, p.118-125, 2008.
(9) MANI, S.; et al. Optimization of solvent extraction of Moringa (Moringa oleifera)
seed kernel oil using response surface methodology. IChemE, v. 85, p. 328-335, 2007.
(10) RIBEIRO, A., T., A.; Aplicação da Moringa oleifera no Tratamento de Água
para Consumo Humano Remoção de Poluentes por Coagulação-Floculação.
Dissertação (Mestrado em Engenharia no Ambiente). Universidade do Porto.
Faculdade de Engenharia. Porto, 2010.
(11) MENDES, F., COELHO, N. Estudo do uso da Moringa oleifera para remoção de
prata e manganês em águas. Horizonte Científico, Uberlândia, Brasil. 2007.
16
(13) MUYIBI, S. A.; EVISON, L.M. Optimizing physical parameters affeting coagulation
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1995.
(14) BHATTI, H.; et al. Removal of Zn (II) ions from aqueous solution using Moringa
oleifera Lam. Process Biochemistry, v. 42, p. 547-553. 2007.
(15) AKHTAR, M.; et al. Sorption potential of Moringa oleifera pods for the removal of
organic pollutants from aqueous solutions. Journal of Hazardous Materials, v.141,
p. 546-556. 2007.
(16) NISHI, L.; et al. Coagulação/Floculação com Sementes de Moringa oleifera Lam
para Remoção de Cistos de Giardia spp. e Oocistos de Cryptosporidium spp. da Água.
3° Internacional Workshop Advances In Cleaner Production. São Paulo, Brasil,
2011.
(17) GHEBREMICHAEL, K.; et al. A simple purification and activity assay of the
coagulant protein from Moringa oleifera seed. Water research, v. 39, p. 2338-2344.
2005.
(22) GNOATTO, S. C. B.; et al. HPLC Method to Assay Total Saponins in Ilex
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