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O QUE É?
Fermentar é uma técnica através da qual cada vegetal se transforma ao transcurso dos dias e
vão registrando variações de sabor, textura, consistência, vão-se potenciando e enriquecendo
em mais de 50 % os valores de minerais e vitaminas por dia. O ideal é deixar cada processo
acontecer pelo mínimo de 15 dias. Podendo durar meses ou anos.
Ocorrendo mediante a ação de milhares de bactérias e enzimas, que produzem o contato
do vegetal com o meio de cultivo próprio.
Não há civilização longeva que não possua a tradição de consumir algum produto
fermentado, cada povo mantendo diferentes tradições. Exemplos: Cauim, Chucrute, Chicha,
Kimchi, o Shoyo tradicional, etc.
COMO?
Cada técnica se realiza levando em conta fatores chaves tais como:
A - Temperatura ambiente,
B - Umidade,
C - Meio de cultivo,
D - Luz,
E - Tempo de espera.
Este fascinante processo natural de transformação química de dias, meses, anos, gera uma
grande revolução na maneira de reagir ao alimento e nosso corpo recebe sinais de vitalidade na
mesma hora, graças ao rompimento das enzimas dos alimentos e à Predigestão destes, já que os
macronutrientes (proteínas, carbohidratos y lipídios) se desdobram durante o processo em
substâncias mais simples (aminoácidos livres, açúcares simples, ácidos graxos livres) e
benéficas (ácido lático a partir do amido). Isto produz um enriquecimento da flora intestinal
pelo aporte dos lactobacilos presentes nos fermentos: as bactérias lácticas são úteis porque
decompõem matéria vegetal, desinfectam o trato intestinal e produzem um entorno hostil para
bactérias nocivas. Inibição de substâncias indesejáveis, como as micotoxinas, o ácido fítico e
nitrosaminas cancerígenas.
POR QUE?
Ao consumir um alimento fermentado, nosso organismo tem um benefício triplo:
1 - Economiza energia digestiva,
2 - É nutrido por enzimas úteis para os processos metabólicos e;
3 - Estimula a saúde da flora intestinal.
Outro benefício dos fermentados é sua eficiência do ponto de vista da preservação de
alimentos, no que diz respeito às técnicas industriais. Não consome energia, não requer
materiais descartáveis, pode ser feito no ambiente doméstico e, o mais importante, evita o uso
(e consumo) de conservantes químicos (inibidores enzimáticos). Isso acontece devido ao efeito
inibidor de bactérias indesejáveisnatural do ácido láctico.
Fazer e consumir alimentos fermentados é uma garantia para gerar nosso suprimento
adequado de vitamina B12 e, aliás, melhorar a função hepática. Os fermentados também
estimulam a atividade do fígado e rins, favorecendo o trabalho purificador. Outro órgão
privilegiado é o pâncreas, sendo os fermentados altamente recomendados para diabéticos. De
acordo com evidências científicas, a contribuição do ácido láctico e das enzimas da
fermentação ajudam a restaurar o equilíbrio da flora intestinal, o que é benéfico para o corpo,
especialmente em pessoas com problemas de gases, meteorismo, distensão abdominal,
constipação, diarreia, dispepsia ou digestão dificultada.
ONDE?
No Sótão, num baú, dentro de um móvel escuro, escolher o local é pontapé de partida
para compreender do que se trata a fermentação, TESTANDO, EXPERIMENTANDO E
PRESTANDO MUITA ATENÇÃO. É um jogo no qual o tempo e a energia são o mais
importante, as fichas que colocamos e movemos conforme as reações e variáveis escolhidas:
tipo de açúcar, temperatura e ambiente, vegetais e frutas da estação, luminosidade, lua, cuidado
no processo, etc.
Até acostumar nosso paladar.
BEBIDAS com microrganismos (fungos, bactérias, nódulos) (tipo isotônico,
carbonatado):
Para os fermentados líquidos o mais importante é obter ou filtrar a água mais pura, no
caso da torneira, a garrafa com água é deixada ao sol, para liberar o cloro, purificá-la, limpá-la
e arejá-la. Melhor caso tenha acesso a um filtro de caulim ou de bambu, água de nascente,
quanto mais pura e fina a água, mais deliciosas ficarão as bebidas. Conforme o índice:
2. Água Enzimática:
Com o broto de sementes, cereais e leguminosas e depois deixado em repouso em água
após 24 horas, resultando em uma água turva dependendo do broto utilizado como base de
fermentação.
3. Rejuvelac:
Limonadas, Pomeladas, Tangerinas Fermentadas.
Primeiro Dia: coloque 1 litro de água em uma garrafa com tampa larga, adicione 250 g
de açúcar cristal (entre 2 e 4 colheres de sopa) e 2 frutas cítricas com cascas, batidas ou
trituradas, cubra, mexa e agite se quiser gás.
Segundo Dia: Verifique se gerou espuma, bolhas e / ou se o citrico se move ou
permanece no fundo, mexa e agite.
Terceiro Dia: verifique a cor e o aroma.
Quarto Dia: Por para coar: deixe fermentar e mexa durante a noite, se desejar. Em
seguida, abra com cuidado, coloque gelo e aproveite.
DE HORTALIÇAS E VEGETAIS:
A fermentação láctica é a mais frequente em vegetais e verduras. É produzida a partir de
bactérias naturalmente presentes na superfície dos vegetais. Estes microrganismos
transformam carboidratos (açúcares, amidos, etc) em ácidos orgânicos (ácido lático, ácido
acético) e produzem transformações intensas nos vegetais, aumentando assim suas qualidades
nutricionais e digestibilidade. As proteínas passam por uma pré-digestão, o que melhora sua
assimilação pelo nosso corpo. Com esse processo, os alimentos são enriquecidos em vitaminas,
principalmente a vitamina C e do grupo B (à exemplo a delicada B12).
Água enzimática: Esta bebida, que alguns conhecem como rejuvelac (termo francês que
se refere à sua propriedade rejuvenescedora), é fundamental no contexto de uma dieta
vitalizante. É muito simples de fazer, e extremamente benéfica para a digestão e a saúde. É
obtida da embebição das sementes germinadas, o que estimula um processo enriquecedor da
fermentação . O que fornece um nível muito alto de enzimas e bactérias benignas, necessárias
para um cólon saudável. É rico em proteínas, carboidratos, dextrinas, fosfatos, lactobacilos,
vitaminas B, C e E. Existem várias formas de preparar a água enzimática. Originalmente, grãos
ou brotos de trigo eram usados. Com o tempo outros grãos foram usados, como centeio, cevada
ou milhete. Recomenda-se também o uso de germinados de feno-grego, lentilha, quinoa ou
amaranto;os dois primeiros sendo recomendados pelo Dr. David Jubb como antianêmicos, por
sua capacidade de fixar o ferro e melhorar o equilíbrio intestinal. A água enzimática deve ser
turva, âmbar, com sabor ligeiramente ácido e um pouco carbonatada, com sabor remanescente
a levedura e com alguma espuma na superfície. A fermentação excessiva a transforma em uma
bebida azeda. A insuficiente, por outro lado, pode dar um sabor amargo.
Chucrute: ”O REI”
O chucrute é uma das formas mais práticas de consumir vegetais fermentados e é um
magnífico gerador do benéfico ácido láctico. Embora não seja muito difundido fora dos países
onde se origina. O termo chucrute vem do Alsaciano surknit, que por sua vez é derivado do
alemão sauerkraut (erva azeda). É uma especialidade da Alsácia que também é utilizada em
várias regiões da Alemanha (Floresta Negra e Baviera) e na Polónia. A versão clássica é feita
com repolho branco picado ou em tiras e sal na proporção que varia entre 2 a 3% (20-30g por
quilo de repolho), aproveitando a rica microflora natural presente nas folhas do repolho
(observável como uma película branca sutil nas folhas externas). O processo de fermentação
tradicional demora cerca de 4 semanas, embora existam métodos rápidos que permitem obter o
chucrute em poucos dias. O repolho fermentado fornece vitamina C em abundância, com todos
os seus efeitos benéficos. Graças à presença de bactérias do ácido láctico e enzimas de
fermentação, ajuda a restaurar o equilíbrio da flora intestinal e tem função digestiva. É rico em
fibras saudáveis, o que promove a evacuação e alivia a constipação. Deve ser consumido cru
para aproveitar ao máximo suas virtudes enzimáticas e nutricionais. Pelo seu sabor salgado, é
ideal para acompanhar e temperar saladas ou pratos principais. Também pode ser
complementado com azeite e pedaços de maçã.
PROCESSO:
a) Corte o repolho em tiras ou quadrados, se for em quadrados fermenta mais rápido,
b) Deixe um pouco em água quente com bicarbonato para amolecer um pouco.
c) Massagear: o mais importante no chucrute é essa massagem que fazemos para extrair o
suco do repolho, são muitas técnicas e muitas formas, pela minha experiência é melhor
massagear e se conectar com a comida, nesse momento adicionamos a magia: o sal, as
especiarias que gostamos, algum outro vegetal ou folha, etc... seguindo o fluxo!!!
d) Engarrafar amassando cada vez que for colocado mais e cubra com uma folha de
couve sem deixar ar.
e) Verifique o estado e as bolhas a cada dia, deixe no pote fechado ou com peso em cima
se não estiver coberto, tem um pote bom chamado kenley, pode ser comprado na amazon.
Kimchi: É uma versão do chucrute mas com óleo e molho de soja, é feito da mesma
forma, deixando os elementos marinarem em um molho e depois enfrascar, existem vários
tipos de kimchi e é muito comum na Coreia, é feito a partir da couve chinesa, rábano-picante, e
o molho leva três coisas doces: maçã, açúcar e pêra e três salgadas: alho, cebola e pimentão.