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O que é fermentação?

Basicamente, para não entrarmos em jargões e fórmulas químicas,


chamamos de fermentação o processo de transformação de frutas,
legumes, cereais, grãos - comida, em geral - guiado por bactérias, fungos e
também pelas enzimas que estes organismos vivos produzem. Como
humanos, fermentamos há séculos em todos os cantos habitáveis - seja
para tornar a comida mais digerível, seja para tirar suas toxinas, seja para
melhorar seu sabor, seja para preservar o alimento saudável por mais
tempo ou até mesmo para produzir álcool.

Putrefação x fermentação
A fermentação ocorre em meio anaeróbico, ou seja, sem a presença de
oxigênio, caseiramente debaixo da água, geralmente água salgada, também
chamada de salmoura. Isso garante que só as bactérias e leveduras que não
são nocivas para o nosso corpo se reproduzam e mantenham um ambiente
seguro. Por outro lado, a putrefação é o processo de degradação dos
alimentos na presença de oxigênio: é quando aparecem mofos e outros
organismos nocivos.
O Medo que nos é incutido por uma
sociedade criadora de escassez e
dependência

Nas sociedades urbanas onde crescemos fomos ensinados a temer toda


comida que esteja fora da geladeira. Vivemos no século XXI, época em
que a maioria de nós reconhece as bactérias apenas como agentes
patogênicos, inimigas perigosas. A refrigeração, até mesmo em países
longe da linha do Equador é considerada uma necessidade básica
domiciliar. Nesse panorama, encorajar o crescimento de bactérias e
leveduras pode ser considerado algo extremamente perigoso, digno de
alertas eufóricos sobre doenças e inclusive riscos de morte. Como saber
quais micro-organismos que estão se multiplicando? Aparentemente a
maioria das pessoas acredita que é necessário um extenso conhecimento
e/ou um controle exagerado para analisar e lidar com fermentações, ou
seja, que deixemos essa arte para especialistas, pra industriais, para as
estantes de supermercado…

Na realidade, sabemos que todos os processos de fermentação estão


presentes em rituais de tempos imemoráveis, perdidos na História, que
sobreviveram há milhares de anos, muito antes dos microscópios, da
penicilina e de todas as invenções da microbiologia moderna. Infelizmente
esses processos estão sendo deixados apenas para a produção industrial e
têm desaparecido de nossas casas e de nossas comunidades. Um mar de
técnicas que evoluíram através de milênios, fruto da observação de
fenômenos naturais e de condições de manipulação através de tentativa e
erro está a perigo de ser perdido para sempre.
Nossa sorte é que a infinita diversidade que sobrevive nos modos de
fermentar de cada continente, de cada povo, de cada lugar é grande demais
para que qualquer pessoa possa compreender sozinha. Por isso, seguimos
juntas na missão de compartilhar habilidades, recursos e informações
sobre essas artes tão importantes, na esperança de que esse conhecimento
não só seja resgatado, mas também espalhado, polinizado, entrecruzado.
Vivendo já no limite de um colapso ecológico-civil acreditamos que é hora
de resgatarmos todas as técnicas que nos levam rumo a autonomia
alimentar, energética, de armazenamento, etc, para que aos poucos
possamos depender mais de pessoas como nós mesmas do que de
corporações e governos sociopatas que estão destruindo a vida à nossa
volta, secando rios, plantando soja, criando gado, expulsando
comunidades campesinas e indígenas de seus territórios ancestrais.
Infelizmente, nossos inimigos além de serem sustentados através de suas
forças bélicas, seus meios de comunicação, suas propagações de estilos de
vida, também acabam sendo sustentados pelo modo infantil ao qual nos
habituamos a viver.

Por que selvagem?


Muitas das fermentações que são praticadas hoje em dia, tanto para feitura
de queijos quanto para bebidas alcoólicas (cervejas, vinhos, champagnes)
são produzidas a base de leveduras e bactérias isoladas, que são inoculadas
no produto para se obter o resultado desejado. Dizemos fermentação
selvagem a que se pratica rusticamente captando os bichinhos que estão
no ar dos ambientes em que vivemos e/ou estão presentes já no próprio
alimento que queremos conservar, ou produzir álcool, ou aumentar a
biodisponibilidade de nutrientes, etc.

A fermentação selvagem é um jeito de incorporar o meio ambiente em


nossos corpos, religando-nos com mundo vivo a nossa volta. Comidas
selvagens, incluindo culturas microbianas, possuem uma vasta e não
mediada força vital, a qual pode nos ajudar a nos adaptar a condições que
mudam o tempo todo e também a diminuir a nossa suscetibilidade a
doenças. Esses microorganismos estão por tudo e as técnicas utilizadas
para fermentar junto com eles são simples e flexíveis.
A fermentação selvagem está baseada em criar as condições para que
naturalmente esses organismos prosperem e proliferem. Ela não necessita
de alta tecnologia. Faz parte de rituais ancestrais que nós humanos temos
realizado através das gerações. É uma conexão com a magia do mundo
natural e com nossos antepassados, os quais através de suas práticas e
observações nos permitem desfrutar ainda hoje os benefícios de todas
essas transformações.
Quando comemos uma variedade de alimentos fermentados, estamos
promovendo a diversidade entre as culturas microbianas em nosso corpo.
A biodiversidade, cada vez mais reconhecida como fundamental para a
sobrevivência de grandes ecossistemas também é importante em seus
níveis microscópicos. Chamemos de micro-biodiversidade isso que
estamos falando, então. Nossos corpos são um ecossistema que pode
funcionar mais efetivamente quando povoado por diversas espécies de
microorganismos que também estão presentes no ambiente de nossas
casas. Assim nos tornamos pessoas mais interconectadas com as forças da
vida que estão a nossa volta. Assim, nosso ambiente vai se tornando parte
de nós mesmos e convidamos as populações microbianas - com as quais
compartilhamos a terra - a entrar em nossas dietas e em nossa ecologia
intestinal. Quando compreendermos que é na diversidade que
encontramos a verdadeira imunidade é que poderemos nos tornar cada
vez mais resistentes!
CHUCRUTE!
Tempo de fermentação: 1-4 semanas (ou mais)

Ingredientes:

• 1 ou 2 repolhos médios (+-2,5kg)


• 3 colheres de sopa de sal marinho

1. Corte ou rale os repolhos do jeito que você quiser. Uma dica é usar
um roxo e um branco para terminar com um chucrute rosa Pink.
Coloque-os em uma bacia.
2. Salpique com o sal. Através da osmose o repolho vai perder água para
o meio e é esse liquido que será nossa salmoura onde ele vai fermentar
e se tornar azedinho sem apodrecer. A função do sal também é deixar
as conservas mais crocantes, inibindo os organismos e enzimas que as
deixariam molengas.
3. Se quiser, adicione outros vegetais como cenouras, cebolas, alhos,
beterrabas… Também é possível colocar frutas. ervas e pimentas
(cominho em grão, semente de coentro, pimenta preta, semente de
salsão...) Aventure-se.
4. Misture tudo e vá apertando para o repolho ir soltando cada vez mais
líquido. Você pode colocar um prato em cima e algo pesado para ficar
pressionando por um tempo.
5. Tape tudo com um pano de cozinha ou um voil para manter as
mosquinhas longe.
6. Faça força para o repolho ir soltando água…você pode checar sempre
depois de algumas horas. Às vezes pode demorar um dia inteiro.
Alguns repolhos, principalmente se estão velhos, têm menos água. Se
depois de 24hrs o nível de samoura não subiou o suficiente para cobri-
lo, adicione uma xícara de água filtrada e mais uma colher de chá de
sal.
7. Passe para alguns vidrinhos ou para um recipient de cerâmica e vá
forçando com os dedos para caber o máximo possível.
8. Deixe fermentar. É bom que ele fique em um lugar em que não
atrapalhe as funções da cozinha mas que também seja esquecido. Se
você quiser uma fermentação mais devagar deixe em um lugar mais
frio.
9. Dê uma provada a cada dois dias. O volume da salmoura vai
diminuindo enquanto o processo de fermentação segue. Em algum
estágio pode aparecer uma película branca na parte de cima da
salmoura. Tire o que você conseguir e não se preocupe porque é só
um fenômeno superficial. O chucrute em si está protegido
anaerobicamente debaixo d’água.
10. Divirta-se. Sempre que você comer um pouco tenha cuidado na hora
de fechar pra deixar tudo limpo e debaixo d’água. O excesso da
salmoura pode ser tomado também como um tônico intestinal..
11. Desenvolva um ritmo. Assim que um for acabando siga se preparando
para fazer mais, assim você sempre pode usar a água do banho anterior
como arranque para o seguinte.
KIMCHI básico!
O Kimchi é uma conserva tão tradicional e afirmadora de
identidade que os japoneses e coreanos disputam seriamente
sua invenção (o que não deixa de ser engraçado, já que o kimchi
existe e resiste há anos antes dos ‘Estados Nações’ tal quais os
conhecemos hoje!). Há fontes que dizem que sua média de
consumo per capita nas Coréias é algo em torno de 100g por
dia, ou seja, a galera curte muito mesmo. Nós consideramos
muito especiais essas alquimias que sobrevivem ao tempo, vão
sendo passadas de geração em geração, mesmo tendo que se
adaptar a algumas mudanças culturais. Por isso então, uma
receita dessa iguaria não poderia ficar fora desse materialzinho!

Tempo de preparação: 30 minutos


Tempo de fermentação: 3-7 dias

INGREDIENTES
1 couve chinesa
2-3 cenouras
1 nabo médio
3-4 dentes de alho
3 colheres de sopa de gengibre fresco ralado
3-6 pimentas do seu gosto (dedo de moça, chilli secas, etc)
¼ xíc. de sal marinho
4 xícaras de água sem cloro
Instruções:

1. Corte grosseiramente a couve chinesa. Não corte em pedaços


pequenos porque tudo diminuirá bastante durante o processo de
fermentação. Corte as cenouras e o nabo do tamanho e formato
que você quiser.
2. Faça uma salmoura com as 4 xícs. de água e com 1/4xic. de sal.
3. Coloque todos vegetais picados em uma bacia e despeje a salmoura
em cima.
4. Usando as mãos, pressione os vegetais até que estejam
completamente cobertos pelos seus líquidos e pela salmoura.
Talvez demore um pouco, como uma hora, ou uns bons apertos,
até que os vegetais fiquem totalmente debaixo d’água. Coloque um
prato com um peso em cima ou um saco plástico cheio de água
para garantir que os vegetais ficarão debaixo da salmoura por pelo
menos 4 horas. Sinta-se livre pra deixar de uma noite até a manhã
seguinte.
5. Escorra os vegetais tirando-os da salmoura.
6. Separadamente, faça uma pasta no liquidificador ou bem
picadinha com a cebola, o gengibre, o alho e a pimenta.
7. Misture a pasta nos vegetais já drenados.
8. Coloque os vegetais já misturados com a pasta em um bowl ou em
um pote e coloque algo que faça peso em cima para forçá-los a
soltar mais líquidos. A idéia é que esse excedente suba para cobrí-
los. A idéia é que fique tudo coberto para criar o ambiente
anaerobico em que as BAL vão dar início ao processo de
fermentação. Feche com uma tampa sem apertar muito e espere
de 3 a 7 dias. Siga provando e vá percebendo os gostos e cores que
vão mudando! Alguns coreanos enterram suas cerâmicas com
kimchi por até 3 meses!

Quando o seu Kimchi estiver do seu gosto ele pode servir para
acompanhar arroz, saladas, canapés...use sua criatividade!
Aveiogurte!
Se você tem intolerância ou quer cortar o glúten e pensou que o único jeito de
comer aveia sem glúten seria comprando-a por um preço 5 vezes mais alto
embalada em uma caixa “gluten free”, você está errada! O fato é que a aveia é
naturalmente livre de glúten, mas por ser geralmente processada no mesmo
ambiente em que se processa trigo e/ou centeio e/ou cevada ela acaba sendo
‘contaminada’. Mas se fermentamos a aveia, nossos pequenos amigos dão conta
dos resquícios de glúten. Menos mal, porque a aveia é barata e versátil, ou seja,
existe uma gama gigantesca de receitas deliciosas em que podemos usá-la! As
bactérias de ácido láctico presentes nesse aveiogurte e em todas as conservas não
pasteurizadas ajudam nossos corpos a produzir nossos próprios antibióticos,
compostos anti-cancerígenos e ainda certas substância que pré-digerem várias
toxinas!

Notas sobre o Aveiogurte

• Quanto demora pra ficar pronto? Depende de quão azedinho e


da textura que você quer que ele seja. Geralmente fica pronto entre
2 e 4 dias. Siga seu nariz e suas papilas degustativas. A temperatura
ambiente e os ingredientes podem sempre fazer as coisas variarem
um pouco. Você vai perceber como ele vai ficando melhor a cada
hora que passa; é um processo interessante de acompanhar. Tenha
em mente que no final o processo será mais rápido, então a partir
do dia 2(verão) ou do dia 3/4(inverno) você precisará checar e
provar mais frequentemente pra que ele não fique ruim. Melhor
finalizar o processo um pouco antes do que tarde demais.
• Mantenha um arranque/starter. Guarde uma xícara do que você já
fez e use na proporção de 1/3 para juntar no novo da próxima vez.
Um arranque serve para tornar o processo de fermentação um
pouco mais ligeiro, já que ele já introduzirá na nova mistura as boas
bactérias. Dura 1 semana na geladeira.
• Utilize utensílios de madeira. Como estamos lidando com
bactérias vivas, é sabido que o metal pode interferir no processo,
então na hora de misturar o aveiogurte use apenas utensílios de
madeira e prefira sempre recipientes de vidro ou de cerâmica.
• Um canto legal para a fermentação é importante. Matenha o
recipiente em que o aveiogurte está fermentando em um local
ermo, sem perturbação.
• Dá pra fazer uma massa madre sem glúten com o aveiogurte!
Receita mais pra frente!

INGREDIENTES
3 xícaras de aveia laminada ou em grão inteiro
3 xícaras de água sem cloro (de filtro ou fervida e esfriada)
algumas gotinhas de essência de baunilha (opcional)
adoçadores como a planta stevia ou açúcar à gosto.(opcional)

1. Coloque a aveia no recipiente que vai ser usado, cubra com água e
deixe pela noite até a manhã seguinte.
2. Pela manhã escorra a água e depois coloque no liquidificador com
mais 3 xícaras de água nova e bata até ficar bem homogêneo. Vai
ficar bem liquido, mas firmará depois de algumas horas.
3. Coloque de volta no recipiente, cubra com um voil ou um pano
de cozinha e deixe o processo de fermentação começar.
4. Misture uma ou duas vezes por dia e certifique-se que o voil ou o
pano de cozinha está vedando bem a boca do recipiente.
Mosquinhas de frutas adoram fermentações.
5. Quando você estiver satisfeita com o azedinho do seu aveiogurte
coloque-o de novo no liquidificador. Esse é o momento de
aromatizar com essência de baunilha, açucar, hortelã, enfim, como
você quiser. Serve muito bem para bater com frutas ou comer com
banana picada pela manhã ou antes de dormir!
6. O aveiogurte permanece fresco por 5 dias na geladeira!

Requeijão de Aveia
Se você esquentar um pouco o seu aveiogurte vai perceber que
ele começa a engrossar até se tornar uma pasta sólida e elástica.
Essa pasta misturada com um pouco de óleo, sal e temperos
pode virar um super requeijão vegano muito melhor que todos
que você encontra em prateleiras de supermercado, cheios de
conservantes!

Ingredientes:
1xic. de aveiogurte

1/3 de xícara de azeite de oliva ou de óleo de girassol

Sal e temperos à gosto.

Instruções:
Em uma panela, vá esquentando o aveiogurte até ele começar a
endurecer. Cuidado porque ele pode grudar no final e quando
ele começa a perder água ele endurece bem rápido, então esteja
atenta. Depois disso, espere esfriar e passe para um
liquidificador com o restante dos nutrientes! A consistência
mais sólida ou mais líquida e os temperos é você quem decide!
Dura uma semana ou mais na geladeira.

Pãoqueca Selvagem
Agora que você tem um aveiogurte você também pode guardar sempre um
pouco e utilizá-lo para fazer panquecas/pãezinhos/pizzas de frigideira para
lanches rápidos.

Tempo: 15 minutos
Rendimento: 3-5 pãoquécas

INGREDIENTES
1 xícara de aveiogurte
2 col. de sopa de farinha de milho
2 col. de sopa de polvilho/fécula de mandioca
1 pitadona de sal
1 col. de sopa de óleo de girassol
1 col. de sopa de linhaça ou chia

1.Misture todos os ingredientes. 2. Unte uma panquequeira (se for boa


talvez nem precise.)3. Ligue o fogo e quanto panelinha estiver quente
despeje um quarto de xic. da mistura. 4. Quando sentir que um lado está
dourado vá sacudindo em todas as direções para desgrudar a panqueca.
5. Para virar, jogue para cima fazendo um twist carpado de 180 graus.

Essas pãoquequinhas
são ótimas para comer
com guacamole,
pastinhas e saladas,
com feijões, lentilha...
A variedade de
acompanhamentos é
enorme! Para fazer
uma versão doce é só
colocar menos sal e
adicionar açúcar a
gosto!
BATIDAS/smoothies

Aquelas batidas cremosas que as pessoas são viciadas em imaginar sempre


com leite, sabe? Pois então, smoothies são bebidas gostosas e nutritivas
que além de serem ótimas para começar o dia ou fazer um lanche também
nos ajudam a esconder vegetais nutritivos e medicinais de crianças e
adultos birrentos!

Chai Indiano Gelado Delicião de energia

• 2 bananas congeladas • 1 xic. + de aveiogurte ou


• ¾ xic. de aveiogurte outro leite vegetal
• 1 colher de sopa de • 4 xic de vegetais verdes
extrato de baunilha (couve, beldroega, ora pro
• ¼ de colher de chá de nobis, trevos, espinafre…)
canela em • 2 col. de sopa de cacau
• 1 pedacinho de gengibre • 2 col. de sopa de coco
• 1 pitada generosa de ralado
cardamomo em pó ou 2 • 1 ou 2 bananas congeladas
inteiros descascados. • 1 pera ou maçã
• ⅛ de colher de chá de • 2 col. de sopa de gordura
cravo em pó ou 1-2 de côco ou pasta de
cravinhos inteiros. amendoim
• Nibs de cacau e
açucar/adoçantes à gosto
(não é necessário)
Creme de abóbora do outono Verdes do Inverno

• 1 xíc. de aveiogurte ou • 1/2 xic de aveiogurte


outro leite vegetal • ½ cenoura carrot juice
• 1 colher de chá de agave, • 1/2 xic de suco de laranja
açúcar mascavo ou • 1 xic. de espinafre
melado • 1 xic. de couve picada
• 1 xíc. de purê de abóbora rusticamente, sem os talos.
• 2 colheres de chá de (guarde pra refogar)
canela em pó • 4 floretes de brócolis,
• 1 maça, picada e picados e congelados
congelada • 1 banana picada e
• Frutas secas à gosto congelada
(tâmaras, uvas passa, • 1 maçã
cranberries, amoras...)

Essas receitas são apenas uma base para você inventar


suas próprias. Não é necessário sempre usar aveiogurte
para fazê-las, mas sabemos que os microorganismos
presentes nele vão tornar a bebida mais nutritiva e de
fácil digestão ☺.
KOMBUCHA
A kombucha é um chá doce fermentado por uma comunidade de
organismos que fazem uma deliciosa bebida tônica, muitas vezes
comparada com as cidras. Tipicamente, ela é produzida por um SCOBY,
também chamado de Mãe, que toma a forma de um disco e flutua na
superfície do chá enquanto o fermenta.
Nenhuma bebida desse tipo ficou tão dramaticamente famosa em tão
pouco tempo (ao mesnos nos EUA). A kombucha tornou-se uma panacéia
capaz de estimular o sistema imunológico e dizia-se que era capaz de curar
até AIDS. Hoje em dia existem dezenas de multinacionais que a
produzem, com um mercado, segundo a Newsweek, que quadriplicou
suas vendas apenas do ano 2008 pra 2009 - dos 80 milhões de lucro para
324 milhões no ano seguinte.
Dizia-se que o ácido glucorônico presente na bebida final teria esse efeito
desintoxicante, mas depois descobriu-se que na verdade era uma confusão
com outro componente parecido derivado de um processo metabolico da
glicose: ácido glucônico.

Não devemos esperar que qualquer bebida/comida seja a solução para


todos os problemas. De qualquer modo, a indústria farmacêutica e a FDA
começaram uma campanha contra a kombucha alegando que seria
perigoso para a saúde seu cultivo amador em ambientes não esterilizados.
Um micologista comprado chegou a afirmar que "fazer kombucha em
condições não profissionais era como brincar de roleta russa".

Nós rejeitamos a noção que fazer kombucha em casa é perigoso. Todos


os fermentos envolvem a criação de ambientes seletivos para terem
sucesso. A ideia de que a kombucha ou que qualquer outro fermento é
seguro apenas na mão de técnicos e experts NEGA a LONGA
LINHAGEM HISTÓRICA da produção caseira e artesanal que
mantiveram essa arte viva, além de promover esse desempoderador culto
a especialização. Tenha certeza que você entende os parâmetros para esse
ambiente seletivo que você precisa criar e você não estará brincando de
roleta russa. Informações básicas e atenção são importantes. Empoderada
disso, qualquer pessoa pode fermentar sem medo nenhum!

RECEITA DE KOMBUCHA
BASE/TRADICIONAL
Para um galão (aproximadamente 4 litros)

5 colheres de sopa bem cheias de chá preto

2 xíc de açúcar mascavo

Em uma panela esquente 1 litro de água até quase o ponto de fervura.


Desligue o fogo e adicione o chá e o açúcar. Misture para dissolver. Tampe
e deixe esfriar. Quando esfriar junte esse 1 litro junto com os litros
restantes e coloque no recipiente, junto com a sua mãe kombucha e uma
parte restante da fermentação anterior (O seu bicho mãe e o liquido de
arranque você recebeu na oficina!)

Deixe fermentar no escuro, em local arejado, coberto com um voil por


mais ou menos uma semana, no inverno. Lá pelo quarto dia você já pode
provar. O ideal é que esteja um pouco doce e um pouco azedinha!
Segunda fermentação/pegando gás (opcional): Retire 80 por cento do
líquido que você fez a kombucha, coe e envase, misturando as ervas, frutas
e sucos que quiser! Deixe fora da geladeira, agora bem fechado, por dois
ou tres dias para pegar gás! Experimente e aproveite! Lembre de não
esquecer e não estourar as garrafas!
Tônico Anti-gripal a base de
Kombucha:
Quando o Inverno vem chegando é bom irmos fortalecendo nosso sistema
imunológico e estarmos já um pouco preparadas para resfriados e gripes
mais fortes. A receita da alquimia seguinte usa o vinagre de kombucha
como solução fundadora. Geralmente quando fazemos kombucha nunca
conseguimos dar conta de tudo e, mesmo que consigamos ter organização
para transformar em vinagres aromatizados e tudo mais, que tal
prepararmos também alguns tônicos para presentear aquelas pessoas que
amamos?

Tempo de preparação: 15 minutos


Tempo de fermentação: 1 mês na geladeira
Rendimento: 2 xícaras e meia +-

Ingredientes:
2 xíc. e meia de vinagre de kombucha
½ xíc. de gengibre ralado
½ xíc de raiz forte ralada
1 cebola média picada
¾ xícaras de nabo ralado
4 dentes de alho picadinhos
1 pimenta jalapeno ou dedo de moça picadinha
1/4 de colher de sopa de pimenta cayena em pó
1 colher de sopa de açafrão da terra em pó ou 2 colheres dele fresco
ralado
1. Em um vidrinho junte todos os ingredientes, incluindo o vinagre.
2. Tampe. Se você estiver usando um vidro em que a tampa de
metal fica em contato com o vinagre é legal cobrir com um papel
manteiga/encerado antes de fechar a tampa. Isso previne que o
metal enferruje por conta dos ácidos presentes no vinagre.
3. Coloque na geladeira por cerca de um mês para que a
fermentação ocorra lentamente e aumente as propriedades dos
ingredientes.
4. Coe fora os sólidos e passe novamente o liquido para o vidrinho.
Mantenha refrigerado.
5. Tome uma colher de sopa ou mais durante as manhãs.

Alguns benefícios conhecidos dos ingredientes desse tônico:

• Vinagre de Kombucha – probiótico, equilibra o açúcar no sangue


• Gengibre – Diminui a náusea, facilita a digestão, combate gripes e
resfriados
• Raiz-forte – Antioxidante, desobstrui o nariz, é boa para tosse,
antinflamatória e antbacteriana
• Cebola – age contra resfriados, bronquites, é antihistaminica,
possui alta concentração de vitamina C.
• Nabo – anti-inflamatório, anti-oxidante, melhora o sistema
respiratório
• Alho – bom para imunidade, para a saúde cardiovascular e e é
antibacteriano
• Pimenta caiena – boa para a circulação, para parar com o muco e
aliviar a febre.
• Açafrão-da-Terra – ação anti-oxidante e anti-inflamatoria

Tome um ‘shotzinho’ durante as manhãs de outono e inverno para se


proteger!

Material elaborado a partir de traduções, recortes e adaptações dos livros Wild Fermentation e
The Art Of Fermentation acrescidos de idéias e receitas complementares do Coletivo Até o Talo.
Se você gostou e tem interesse de ficar sabendo de nossas atualizações, escreva-nos!

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