PROVA DE ANÁLISE EM SISTEMA DE POTENCIA – 2022

Questoes e Gabatito

1. Um gerador síncrono fornece potência em

regime permanente a um barramento infinito
que opera a 50 Hz, mostrado na Figura 1.
Supondo que existam algumas contingências e a
linha de transmissão nº 2 fique inoperante,
encontre o seguinte:
a. A frequência natural não amortecida das
oscilações, ωn; (0,7 pt)
Resposta: xn = 7, 22 rad / s
b. O coeficiente de amortecimento, 3, e; (0,7 pt)
Resposta:  = 5,8%
c. A frequência amortecida das oscilações, ωd.
(0,7 pt)
Resposta: xd = 7, 21 rad / s
d. Considerando uma entrada do tipo degrau
unitário na potência mecânica ( Pm), faça um
esboço da variação angular de saída ( δ) do Figura 1: Sistema Máquina-Barramento Infinito
gerador. (0,7 pt) para a questão 1
10-3
Step Response
2.5

1.5

0.5

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Time (seconds)

para um coeficiente de torque de amortecimento, KD = 5. Os valores p.u dos parâmetros do sistema na

base de 1500 MVA, 25 kV, são dados a seguir:
 P = 1 p.u; Q = 0,3 p.u; V = 1∠17o, Vb = 0,99∠0; |XL1| = |XL2| = 0,5; |Xtr| = 0,2; |X’d| = 0,25; H = 3
MWs/MVA

2. Um gerador síncrono que possui inércia constante de H = 9,94 MJ/MVA e uma reatância transitória de
eixo direto x’d = 0,3 p.u, está conectado a um barramento infinito através de um LT puramente reativa
como mostrado na Figura 2. As reatâncias estão na mesma base comum. O gerador entrega à rede 0,6 p.u
de potência ativa, fator de potência de 0,6 p.u atrasado em relação ao barramento infinito a uma tensão
de V = 1 p.u. Suponha o coeficiente de torque de amortecimento KD = – 0,138. Considere um distúrbio
de pequena magnitude (os disjuntores abrem e reconectam rapidamente, por exemplo).
a. Considerando o modelo clássico do gerador, obtenha a modelagem no espaço de estados que descreve
a dinâmica do gerador neste sistema. (0,7 pt)

Resposta
b. Calcule a frequência angular não amortecida, xn, e o coeficiente de amortecimento, 3. (0,7 pt)
Resposta: xn = 6,63 rad / s - 3 = –0,052%
c. Considerando uma entrada do tipo degrau unitário na potência mecânica ( Pm), faça um esboço da
variação angular de saída ( δ), do gerador. (0,7 pt)
Step Response
500

400

300

200

100

-100

-200
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Time (seconds)
Muito oscilatório e com amplitude crescente, pois KD é pequeno e negativo

Figura 2: Sistema Máquina-Barramento Infinito para a questão 2

3. Um gerador síncrono trifásico de 50 Hz fornece 0,9 pu de potência ativa a um barramento infinito por
meio do circuito de transmissão mostrado na Figura 3. Todos os valores mostrados no circuito estão em
pu em uma base comum do sistema. Uma falta tipo curto-circuito trifásico ocorre temporariamente no
meio da linha 2. Suponha que H = 4,5 MJ/MVA. Determine,
a. A posição do ângulo do rotor da máquina antes da falta. (0,7 pt)

Resposta:

b. Uma falta trifásica ocorre no meio da linha 2, a falta é eliminada e a linha sob falta é isolada
(atuação da proteção da linha). Determine o ângulo crítico do gerador para eliminação da
falta, levando em consideração que, para esta situação específica, há três cenários distintos:
 antes, durante e após a falta; e que ao aplicar o critério das áreas iguais, encontra-se a seguinte
equação para o cálculo do ângulo crítico: (0,7 pt)

Figura 3: Sistema Máquina-Barramento Infinito para a questão 3

4. No texto a seguir há três parágrafos com afirmações erradas sobre a estabilidade a pequenas perturbações
nos sistemas elétricos de potência. Identifique estes parágrafos. (1,1 pts)

A estabilidade angular à pequeno sinal está relacionada à capacidade do sistema de potência em

manter o sincronismo sob pequenos distúrbios. As perturbações são consideradas suficientemente pequenas
para permitir a linearização das equações do sistema, de modo que o ferramental da teoria de sistemas
lineares possa ser utilizado para análise. Além disso, estes distúrbios apresentam-se na forma de oscilações
eletromecânicas inerentes aos sistemas elétricos de potência (SEP). Uma questão fundamental aqui é a
maneira pela qual a potência de máquinas síncronas varia à medida que seus rotores oscilam.
 A estabilidade à pequenos sinais não depende do estado operacional inicial do sistema. A
instabilidade que pode resultar pode ser de duas formas: i) aumento do ângulo do rotor por um modo não-
oscilatório ou aperiódico devido à falta de torque de sincronização (Ts); ou ii) oscilações do rotor de
amplitude crescente devido à falta de torque de amortecimento suficiente (TD).
Nos SEP’s modernos, o problema de estabilidade à pequeno sinal geralmente está associado ao
amortecimento insuficiente das oscilações. O problema da instabilidade aperiódica foi amplamente
eliminado pelo uso de reguladores de tensão (RAT) de ação rápida nos geradores; no entanto, esse problema
ainda pode ocorrer quando os geradores operam com excitação constante e estão sujeitos às ações dos
limitadores de excitação (limitadores de corrente de campo).
Para um gerador equipado com RAT conectado radialmente a um grande SEP, a instabilidade ocorre
devido à insuficiência de torque de sincronização, enquanto que na ausência do RAT, a instabilidade ocorre
devido à insuficiência de torque de amortecimento.
Os problemas de estabilidade angular à pequenas perturbações podem ser de natureza local ou global.
Os problemas locais envolvem uma pequena parte do SEP e geralmente são associados a oscilações do
ângulo do rotor de uma única usina contra o restante do sistema. Tais oscilações são chamadas oscilações
de modo local. A estabilidade (amortecimento) dessas oscilações depende da robustez do sistema de
transmissão, visto pela usina, dos sistemas de excitação dos geradores e da saída da usina.
Os problemas globais são causados por interações entre grandes grupos de geradores e têm efeitos
generalizados. Elas envolvem oscilações de um grupo de geradores em uma área oscilando contra um grupo
de geradores em outra área. Tais oscilações são chamadas modos de oscilações interárea. Suas
características são muito complexas e diferem significativamente daquelas das oscilações do modo local. As
características da carga, em particular, têm um efeito importante na estabilidade dos modos interárea.
A janela de tempo de interesse em estudos de estabilidade à pequenos sinais é da ordem de 100 a 200
minutos após uma perturbação.