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25/11/2021 16:09 DA UNIÃO E DA ACEITAÇÃO DE CASAIS HOMOAFETIVOS NA HISTÓRIA DA CRISTANDADE

DA UNIÃO E DA ACEITAÇÃO DE CASAIS


HOMOAFETIVOS NA HISTÓRIA DA
CRISTANDADE
As relações homoafetivas dentro do contexto judaico cristão.

RESUMO
Da união e da aceitação de casais homoafetivos na história da cristandade

Este trabalho tem por objetivo compreender desde quando e como se deram as relações homoafetivas dentro do contexto
judaico cristão.

O objetivo é conhecer um pouco da história destas relações dentro da história da cristandade. Desde quando há registros
deste tipo de relacionamento e como a comunidade judaica cristã se comportou na aceitação e no acolhimento destas
relações ou da negativa de aceitação e de acolhimento.

Também será estudado e analisado como a religião judaica cristã tratava ou entendia este assunto, tomando como base o
livro sagrado para judeus e cristãos “A Bíblia”, buscando luzes no Antigo Testamento que é de aceitação comum entre
ambos os povos em questão e estudando o Novo Testamento, buscando nele também fontes e bases de como os povos
que viveram neste período trataram e conviveram com esta questão.

Como complementação a esta fase de pesquisas abrangendo a história e a religião, temas atuais como “a união estável
homossexual como entidade familiar de casais formados por pessoas do mesmo sexo, o reconhecimento do casamento
entre pessoas do mesmo sexo e por último a questão do ‘matrimônio homossexual’ tratado como sacramento por algumas
igrejas cristãs de vanguarda no Brasil e no mundo, também serão discorridas.

Depois permeando um pouco o campo da medicina e da psicologia, como uma coroação desta pesquisa, será tratada a
questão da “cura gay”, ou seja, argumentos que vão ajudar na elucidação de que “o homossexualismo é de fato uma
doença?” ou a sua cura é de fato um mito?

Como foi apresentado nas páginas iniciais deste trabalho, todo assunto aqui discutido, não fecha nenhuma porta e não sela
qualquer conclusão sobre tão complexo e polêmico assunto. Tudo o que foi pesquisado e descrito é nada mais que uma
tentativa de compreensão do tema, mas se por ventura “uma fagulha” deste trabalho servir para melhorar os
relacionamentos humanos, nos daremos por satisfeitos e felizes.

Palavras-chave: Casamento homoafetivo. Aceitação ou Rejeição?

ABSTRACT

The union and acceptance of homosexual couples in the history of Christendom

This paper aims to understand from when and how homosexual relations took place within the Jewish Christian context.

The goal is to know a little about the history of such relationships within the history of Christianity. Since when have there
been records of this type of relationship and how did the Christian Jewish community behave in accepting and accepting
these relationships or denying acceptance and acceptance?

It will also be studied and analyzed how the Christian Jewish religion treated or understood this subject, taking as its basis
the holy book for Jews and Christians "The Bible", seeking enlightenment in the Old Testament that is commonly accepted
by both peoples concerned and studying the New Testament, seeking also in it sources and bases of how the peoples who
lived in this period dealt with and lived with this issue.

As a complement to this phase of research covering history and religion, current topics such as “the homosexual stable
union as a family entity of same-sex couples, the recognition of same-sex marriage and finally the issue of ' Homosexual
marriage 'treated as a sacrament by some leading Christian churches in Brazil and around the world will also be discussed.

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After pervading the field of medicine and psychology a little bit as a coronation of this research, we will address the issue of
“gay healing”, that is, arguments that will help in elucidating that “is homosexuality really a disease?” Or Is your cure really a
myth?

As presented in the opening pages of this paper, every subject discussed here closes no door and seals no conclusion on
such a complex and controversial subject. Everything that has been researched and described by the author is nothing more
than a personal attempt to understand the subject, but if “a spark” of this work may serve to improve human relationships,
the author is already happy.

Keywords: Homosexual marriage. Acceptance or Rejection?

INTRODUÇÃO
A ciência moderna depois de se debruçar seriamente sobre essa questão do homossexualismo e a maioria das
comunidades das nações mundiais, entendeu de vez que não há nenhum erro em se assumir homossexual, assim como
não há em se assumir heterossexual. Entendemos que agora é a vez das religiões se debruçarem sobre o assunto. O
século XXI vê com bons olhos a abertura dos templos religiosos a esses homens e mulheres que sempre tiveram que
esconder os seus sentimentos “inclusive” de Deus porque achavam que estavam vivendo um pecado imperdoável. Muitos
líderes religiosos como, o papa Francisco da Igreja Católica Romana, pediram mais acolhimento e atenção aos
homossexuais, já denominações mais liberais como anglicanas, luteranas, presbiterianas e metodistas não só celebram
casamentos gays como ordenam diáconos, presbíteros e bispos com essa orientação. No Brasil, houve um grande
crescimento das chamadas igrejas inclusivas, que seguem uma teologia que prega que a “diversidade humana é aceita pelo
criador como parte de sua obra divina”.

No Brasil mais de 87% segundo o IBGE se declaram cristãos, sendo os católicos romanos a sua grande maioria, e os
demais do ramo do protestantismo como adventistas, batistas, evangelicais, pentecostais, luteranos, metodistas, anglicanos
e presbiterianos. No entanto há uma batalha sendo travada entre denominações chamadas de linha mais tradicionais e a
comunidade LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e outras identidades de gênero e
sexualidade não contempladas), porque estes últimos passaram a exigir direitos e proteção do Estado e conseguiram,
portanto tratam a questão da não aceitação de algumas denominações religiosas como crime e preconceito. Mesmo
sabendo que há uma forte critica e uma forte pressão bíblica teológica sobre esta questão também passou se a observar
que poderá haver uma comunhão plena entre a fé e o afeto pessoal de cada indivíduo. Só depende do diálogo e da
aceitação do outro como ele é.

Passou a se entender e a compreender e principalmente a aceitar que os homossexuais têm direito a uma vida religiosa
plena, e a teologia inclusiva é sem dúvida alguma, a grande solução para estes dilemas, porque neste caso a teologia
inclusiva tem dois aspectos que devem ser levados em consideração, em primeiro lugar o aspecto teológico no sentido de
que Cristo acolheu a todos sem discriminação, em muitos casos citados nos Evangelhos; aceitou e conviveu com todo tipo
de pessoa independentemente de classe, raça, cor, sexo ou problemas pessoais e em segundo que a teologia inclusiva
também é uma estratégia para que as igrejas não percam esses adeptos.

Para fechar este preâmbulo, rumando a uma conclusão de idéias e de fatos, lembrando que o tema é muito complexo e
muito polêmico, gostaria de citar aqui o Pastor norte Americano Richard Foster: “A homossexualidade é um problema tão
difícil de ser tratado atualmente dentro da comunidade cristã que tudo o que for dito será severamente criticado”.1

A BÍBLIA E A HOMOSSEXUALIDADE
Para iniciar esta tarefa que não nos parece nada fácil, gostaria de iniciar com a citação de P. Michael Ukleja2 pastor em um
condomínio localizado em Los Alamitos que é uma cidade do estado americano da Califórnia, no Condado de Orange,
escrito em julho de 1983, que se não for de tudo útil ao menos é curiosa: “homossexualidade é uma confusão, uma vez que
envolve o esforço de consumar uma união com uma imagem “refletida” de si mesmo. Este ‘outro’ não é suficientemente
diferente para permitir a união para o qual a humanidade foi tão singularmente formada”.

O foco deste trabalho não tem a intenção de ser moldado pelos parâmetros da psicologia geral ou Freudiana, no entanto
esta frase nos leva a um questionamento que nos encaminhará ao primeiro tema desta pesquisa: Será então a relação
homoafetiva pecaminosa diante de Deus? Mas afinal que Deus usamos para abnegar ou justificar tal prática?

É claro que como cristãos, sem querer influenciar ninguém e tentando ser o menos tendenciosos possível, se é que é
possível não ser tendencioso em nossas afirmações e convicções, vamos usar como primeira ferramenta de trabalho para

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uma análise do tema em questão o que chamamos de “Sagrada Escritura”, a Bíblia e o seu conteúdo e contexto sobre o
assunto, tanto no Novo como no Antigo Testamento.

Vamos começar com o texto clássico de Genesis 19:4-11. Vamos transcrever aqui o texto da Bíblia de João Ferreira de
Almeida3 umas das traduções mais populares usadas no Brasil:

E antes que se deitassem, cercaram a casa, os homens daquela cidade, os homens de Sodoma, desde o
moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros.E chamaram a Ló, e disseram-lhe: Onde estão os
homens que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos. Então saiu Ló a eles à
porta, e fechou a porta atrás de si, E disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal; Eis aqui, duas filhas
tenho, que ainda não conheceram homens; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for aos vossos olhos;
somente nada façais a estes homens, porque por isso vieram à sombra do meu telhado. Eles, porém,
disseram: Sai daí. Disseram mais: Como estrangeiro este indivíduo veio aqui habitar, e quereria ser juiz em
tudo? Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem, sobre Ló, e
aproximaram-se para arrombar a porta. Aqueles homens porém estenderam as suas mãos e fizeram entrar
a Ló consigo na casa, e fecharam a porta; E feriram de cegueira os homens que estavam à porta da casa,
desde o menor até ao maior, de maneira que se cansaram para achar a porta.

Gênesis 19:4-11

Nesta primeira etapa gostaríamos de trabalhar e analisarmos este texto, pois este texto é, aos olhos dos conservadores, a
primeira condenação bíblica a homossexualidade. Neste episódio da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, aos
olhos tradicionais, o escritor de Gênesis deixa claro o comportamento reprovável dos homens daquela cidade que queriam
ter relações homossexuais com os homens estrangeiros que estavam na casa de Ló. (Gênesis 19:4,5).

Gostaria aqui de provocar um confronto de idéias ao citar o texto de Derrick Sherwin Bailey, teólogo cristão e um historiador
inovador, membro ativo da Igreja da Anglicana da Inglaterra, que foi um dos principais autores da obra Homosexuality and
the Western Christian Tradition, uma obra de referência pioneira baseada em estudos feitos em conjunto com um pequeno
grupo de clérigos anglicanos e de médicos, publicada no ano de 1954.

Segundo Bailey há um mal entendido sobre esta questão do livro do Genesis, na realidade para o teólogo, o problema
estaria não na questão do abuso sexual dos homens estrangeiros que estavam na casa de Ló, mas sim na questão do
problema da hospitalidade aos visitantes da casa. Ló de acordo com Genesis 19, 9 era um estrangeiro naquela terra, mas a
hospitalidade sempre foi um dos traços marcantes da sociedade judaica e sendo Ló sobrinho de Abraão e um gur4,
segundo seu entendimento, deveria seguir as regras sobre a hospitalidade judaica aos estrangeiros. Segundo Bailey o
pedido para que os homens saíssem (Gn, 19,5) era apenas um desejo de apresentação de tais homens hospedados na
casa de Ló. O grande problema e a grande falha segundo Bailey, ou o grande pecado se assim podemos dizer, foi o de não
apresentar os estrangeiros aos habitantes de Sodoma, pois os nativos entendiam que Ló sendo um estrangeiro na terra,
não poderia hospedar forasteiros sem que antes fossem devidamente apresentados.

Outra observação importante dentro deste contexto é o significado da palavra “yada” em hebraico que significa conhecer,
palavra essa usada no texto bíblico citado acima, mas ao que tudo indica tem mais de um significado. O mais usual é que
se use este termo como algo que “expressa uma relação pessoal entre o que conhece e o que é conhecido”, mas este
verbo, segundo Nahum Sarna5 estudioso bíblico; “pode apresentar uma grande variedade de significados no hebraico
antigo da bíblia. Em vários contextos o verbo pode significar a percepção sensorial, a apreensão intelectual, a posse de
fatos e informações que podem ser aprendidas e transmitidas, a habilidade prática, o juízo discriminativo e até mesmo a
intimidade física. Todavia, quando yada envolve Deus, significa muito mais do que simples reconhecimento”.

Para apimentar um pouco esta discussão gostaríamos aqui de fazer um questionamento: Os homens que estavam
hospedados na casa de Ló não eram anjos? Portanto seria obtuso se afirmássemos que se trata de um relacionamento
divino já que os anjos estão a serviço de Deus?

Ainda dentro deste contexto da grande confusão de Genesis 19 e o episódio de Ló e os visitantes, muitos autores e
comentaristas bíblicos citam Ezequiel 16:49, alegando que de fato o pecado de Sodoma foi exclusivamente de orgulho e de
falta de compaixão para com o necessitado, nada tendo a ver com questões e práticas sexuais.

Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve
ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do necessitado.

Ezequiel 16:49

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Na grande maioria das pesquisas realizadas abordando este tema, os estudiosos são unânimes na opinião de que o
contexto cultural precisa ser observado com muita atenção para que não haja conclusões precipitadas, pois a questão mais
importante para esses textos é o conceito hebraico e de hospitalidade e compaixão pelo estrangeiro peregrino (em
hebraico, gur), a viúva e o órfão. Esta norma societária está contida em diversos textos bíblicos, mas mais incisivamente
em Êxodo 22:21-23:

O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito. A nenhuma viúva
nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligires, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu
clamor.

Êxodo 22:21-23

A hospitalidade era coisa muito séria para os judeus. O mundo judaico antigo era bem diferente do nosso mundo atual. A
centralização estava nos clãs e irmandades, o patriarca era o chefe absoluto do grupo, a honra era incentivada à exaustão
e a vergonha era uma forma de punição humilhante. A proteção e a defesa dos grupos e conseqüentemente das famílias
era a preocupação central, aliás, a estratégia de sobrevivência e a proteção do grupo era o que dava sentido à existência e
norteava os passos do clã. Estrangeiros, viúvas e órfãos não tinham ninguém que os defendessem ou os protegessem,
aliás, as suas vidas e as suas existências não faziam muito sentido ao grupo, eram como estorvos, mas ainda assim os
estrangeiros eram vistos com muito medo e superstição no mundo antigo. Sempre eram considerados pessoas infiltradas
na comunidade para espionar, talvez lembrando o episódio de Josué 2, onde Josué enviou espiões a cidade de Jericó.
Mesmo assim o Deus de Israel insistia para que seu povo vivesse além de seus medos e normas culturais, praticando a
hospitalidade e a compaixão em relação aos fracos e oprimidos.

Em Juízes 19, temos outro exemplo da falta de hospitalidade e uma tentativa de abuso homossexual, porém seguindo um
principio um pouco diferente de Genesis 19. Nesse caso específico; do peregrino levita que peregrinava ao lado da
montanha de Efraim, nem todos os habitantes da cidade estavam envolvidos na tentativa de abuso sexual, apenas "os
filhos de Belial6. Neste texto aparece outra personagem, a concubina do viajante que era de Belém de Judá que foi quem
sofreu as conseqüências dos “filhos de Belial”, pagando com sua própria vida.

Este foi um fato muito grave na história de Israel, porque os israelitas se vingaram do ultraje feito ao levita e estes
acontecimentos levaram à primeira guerra civil da história de Israel, e quase à extinção da tribo de Benjamim (Juízes 20).
Tudo isso porque aqueles homens tentaram fazer “mal” ao viajante e “conhecê-lo”7 e também somado a isso, houve a
tentativa contra uma pessoa que estava sob o teto de outra e ainda agravado o incidente quando eles estupraram e
abusaram da concubina do homem a noite toda e causaram sua morte (Juízes 19:25-30) e por último porque a tribo de
Benjamim se recusou a entregar aqueles homens para serem punidos (Juízes 20:13).

Neste caso nos parece que o problema era realmente uma bestialidade da parte de alguns habitantes da cidade e o castigo
sofrido pela tribo de Benjamin nada tinha a ver com questões sexuais e sim com questões da falta de amor e compaixão e
maldade, lembrando ainda que o levita também não era tão íntegro, porque tinha por companheira uma concubina.

Vamos agora entrar um terreno bem “pantanoso” quando se trata da questão da homossexualidade e a Bíblia. Vamos falar
das penas da lei encontrada em Levítico 20:13 ao falar das práticas homoafetivas. Diz o texto:

Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação;
certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles.

Levítico 20:13

Essa lei mostra claramente as conseqüências do comportamento homossexual sob a teocracia israelense. Se bem que o
texto deixa bem claro que a questão em foco é a questão da homossexualidade masculina e nem sequer uma palavra na
bíblia toda trata da questão da homossexualidade feminina. Isso com certeza levaria a inúmeros debates pós modernos,
mas não é o nosso foco e deixemos estas questões para outros momentos de debates, até porque entendemos e
compreendemos que a mulher para o judeu, não passava de uma propriedade como seus, servos, prédios e outras
propriedades legais. Ela devia ao marido uma lealdade absoluta, mas em princípio ela era considerada nascida já com
infidelidade, era falsa por natureza. Portanto, seu testemunho perante o juiz não tinha nenhum ou pouco valor. Embora ela
devesse ser fiel ao casamento, já o marido não tinha os mesmos deveres matrimoniais para com ela.

A atividade homossexual entre as mulheres não foi proibida em Levítico ou em outros lugares da Bíblia. Em Romanos 1: 26-
27 há condenação da conduta de certas mulheres, mas na verdade não proíbe atos homossexuais. Os homens hebreus

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não prestavam muita atenção às atividades eróticas femininas, excluindo os homens. Na realidade isso só reforça o
androcentrismo e o patriarcado (a supremacia masculina) tão típico daquele tempo.

Voltando a questão do texto bíblico, essa lei foi colocada no meio de uma lista detalhada de crimes e punições. Esta seção
trata especificamente de crimes sexuais e suas penalidades. Em uma interpretação simples, a punição pelo comportamento
homossexual deveria de ser a morte dos dois participantes e ponto final.

Para contracenar com esta realidade que parece tão cruel e tão radical ainda mais vindo de um Deus misericordioso,
gostaríamos de apresentar Ralph Blair8, que é um psicoterapeuta americano, que diz que estas passagens bíblicas são
simples proibições religiosas e não proibições morais.

Blair diz que a referência do texto de Levítico 18:22 e 20:13 sobre um homem fazer sexo com outro homem foi citada nas
Escrituras Sagradas e faz muito sentido neste contexto, porque o sacerdote deveria incentivar a uma pureza ritual mas esta
não foi uma declaração moral dos profetas. Do ponto de vista da história do povo de Israel é claro que o mais importante é
que Israel fosse puro e imaculado em relação aos seus vizinhos pagãos. Eles deveriam ser santos em tudo, “puros para o
Senhor". Nessa época era comum ter prostitutas e prostitutos nos templos de Canaã, Babilônia e outros templos de povos
vizinhos. Era um ritual comum entre os povos pagãos. Portanto, é perfeitamente compreensível que tal "homossexualidade"
em conexão com o louvor de deuses falsos certamente afetasse a percepção de Israel sobre qualquer atividade
homossexual e a compatibilidade com adoração ao verdadeiro e único Deus de Israel. Portanto, é provável que Moisés
nessa parte do código tenha inicialmente se limitado a condenar prostitutos masculinos. Isso sim estaria mais de acordo
com a tradição dos profetas.

Outro detalhe a ser lembrado aqui é que esses escritos do livro de Levítico pertencem à tradição sacerdotal, ou seja, a
conclusão do livro de Levítico foi muito posterior a época mosaica, provavelmente no final do Reino de Judá, no fim do
século VII a.C., ou no período do cativeiro na Babilônia, ou seja, o livro de Levítico não teve a

redação final executada por Moisés, embora Moisés tenha fornecido o código sagrado no qual Levítico se baseava. A
redação exata dessas proibições que condena amplamente as relações sexuais entre as pessoas do mesmo sexo, sem
dúvida, reflete as preocupações culturais do judaísmo pós-exílio em vez de ex-hebreus.

Ainda em relação à questão da homossexualidade masculina, gostaríamos de ressaltar aqui a questão dos prostitutos
cultuais, que talvez traga um pouco de luz sobre este trecho de Levítico e porque o povo de Israel deveria de ser diferente.

A expressão prostitutos cultuais aparece em quatro textos bíblicos (1 Reis 14:24; 1 Reis 15:12; 1 Reis 22:46 e Jó 36:14)
Vejamos um deles:

“Havia também na terra prostitutos-cultuais; fizeram segundo todas as coisas abomináveis das nações que o
SENHOR expulsara de diante dos filhos de Israel” (1 Reis 14:24).

Os conhecidos como prostitutos cultuais eram homens que ficavam nos templos pagãos ou até mesmo fora deles e tinham
a função de, através de atos sexuais, cultuarem diversos deuses alcançando “bênçãos” deles. Na prática eles tinham
relações sexuais com uma ou várias pessoas ao mesmo tempo (homossexuais), a fim de que os deuses se alegrassem e
trouxessem favores sobre eles. O prostituto era uma espécie de sacerdote dos deuses que satisfazia esses deuses pagãos
através dos atos sexuais. Também havia as prostitutas sagradas, na Babilônia antiga, por exemplo, muitas mulheres
entregavam sua virgindade em homenagem à deusa Ishtar, padroeira da fertilidade. Dessa forma, antes de contraírem o
casamento, realizavam o trabalho devocional de prostitutas. Também na Grécia Antiga, a prostituição sagrada também era
praticada nos templos dedicados a Afrodite. Na cidade de Corinto, chegaram a existir mais de mil prostitutas trabalhando
para a deusa. Os visitantes do recinto mantinham relações sexuais com elas e, depois, faziam um tributo destinado à
manutenção do templo.

É claro que esse tipo de prática era abominada pelo Senhor de Israel (1 Reis 14:24), mas em alguns momentos da história
foi aceita pelos israelitas quando eles estavam distantes de Deus. Esse costume maligno chegou a adentrar e contaminar o
culto a Deus e foi realizado com algumas adaptações pelos filhos de Eli, Hofni e Fineias:

“Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam
com as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação” (1 Samuel 2:22).

Fechando esta questão do texto de Levítico duas ativistas feministas americanas, Scanzoni e Mollenkott9 , que atuaram
como editoras de várias publicações voltadas para a teologia feminina proclamaram que os cristãos deveriam aceitar gays e
lésbicas e fazem um questionamento interessante sob a forma de interpretarmos a lei mosaica hoje dia, no século XX (o

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texto foi escrito em 1978) ou seja, há no texto de Levítico muitas outras proibições que os cristãos não tomam ao pé da letra
hoje em dia, mas quando se trata da questão sexual, ou propriamente da questão homossexual há uma radicalidade em
relação a interpretação da mesma. Diz o texto defendido por elas:

“A consistência e a imparcialidade deveriam ditar que, se o Código Sagrado Israelita é citado contra os
homossexuais do século XX, da mesma forma, deveria ser citado contra práticas comuns, como comer
carne com sangue, vestir panos misturados e ter relações maritais durante o período menstrual” 10

Ralph Blair segue esta mesma linha de raciocínio quando se trata em questionar o texto de Levítico em relação a outras
proibições que simplesmente são ignoradas pela maioria dos cristãos:

“É interessante quão levianamente os evangélicos tomam outras prescrições encontradas no mesmo Antigo
Testamento, isto é: regras contra comer coelho (Lv 11.26), ostras, camarões e lagostas (Lv 11.10ss) e carne
com sangue (Lv 17.10). Evangélicos não protestam ou tentam fechar restaurantes de fruto do mar, nem
mesmo tentamos manter uma alimentação pura. Nem sempre pedimos carne “bem-passada”. Comemos
carne de porco e presunto. Vestir roupas feitas com panos de linho e lã ao mesmo tempo (Dt 22.11) não
parece nos incomodar tanto. Evangélicos não dizem, de acordo com essas mesmas leis de purificação
cultual (Lv 20.13), que aqueles que praticam atividade homossexual devam ser executados como prescrito.
Os evangélicos não pedem a penalidade de morte para as “mães de santo”10 deste mundo (Lv 20.27); nem
pediremos que sejam “extirpados” de entre o povo, como é requerido por este mesmo Código, pessoas que
têm relações com mulheres durante a menstruação (Lv 20.18) e aqueles se casam com mulheres que se
divorciaram (Lv 21.14). Evangélicos não mantêm longe do púlpito aqueles que são mutilados ou as pessoas
com algo do corpo ”demasiadamente comprido” (Lv 21.18ss. 10

Ainda neste terreno “pantanoso” da homossexualidade e bíblia, vamos trazer a tona um assunto muito discutido
ultimamente em dissertações, redes sociais e até livros do gênero: A amizade de Davi e Jônatas. Seria essa relação, algo
mais profundo do que uma simples relação de amizade entre os dois? Há uma vertente que diz que sim, que os dois eram
mais do que amigos, estavam na realidade apaixonados um pelo outro. Há outros que refutam veementemente esta tese,
afirmando que não, que nunca houve nada

além da amizade sincera entre os dois e que todo o resto não passa de especulação e uma tendência maldosa para com os
personagens bíblicos.

Como não temos a intenção de fazer neste trabalho apologia ou condenação a homossexualidade, vamos expor os fatos e
os que lerem essas linhas que tirem as suas próprias conclusões.

A data de nascimento de Davi está aproximadamente colocada em 1.040 a.C. De acordo com os livros sagrados hebraicos,
ele foi escolhido por Deus para ser o segundo monarca de Israel.

Passaremos aqui a citar alguns trechos bíblicos do Livro de Samuel que dão margens a estas interpretações. Façamos
nossa reflexão e estudos sobre estes textos e extraíamos nossas conclusões:

E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas
o amou, como à sua própria alma.

1 Samuel 18:1

E, indo-se o moço, levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três
vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, mas Davi chorou muito mais.

1 Samuel 20:41

Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu
amor do que o amor das mulheres.

2 Samuel 1:26

O relacionamento de Davi com a família do rei Saul em um todo foi muito complicado. Em várias ocasiões, serviu Davi a
Saul como músico, como comandante militar, mas em outras ocasiões teve que fugir do rei por causa do ciúme de Saul
porque este temia que Davi lhe tomasse o trono. Davi casou-se com a princesa Michal, filha mais nova de Saul, e juntou-se
ao filho mais velho de Saul, Jônatas, por meio de um pacto formal (1 Samuel 18: 3).

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No entanto há muitas especulações de que eles possam ter sido muito mais do que amigos, ou seja, teriam sido amantes.
Todas as passagens da Bíblia nos livros de 1 e 2 Samuel, que descrevem o relacionamento entre Davi e Jônatas, são
emocionalmente carregadas de intimidades como já citados acima.

Encontramos na Bíblia pela primeira vez sobre estes dois homens, quando eles se encontraram em 1 Samuel 18: 1-4,
pouco depois que Davi matou o gigante filisteu Golias. Davi, o pastor desconhecido, é levado diante de Saul e Jônatas, que
ainda está com as mãos ensangüentadas da cabeça do gigante. Não é de surpreender que ele tenha causado uma boa
impressão no rei e no filho. De fato, a alma de Jônatas se ligou à alma de Davi desde o primeiro encontro, e Jônatas o
amou como sua própria alma. Felizmente para Jônatas, seu pai Saul imediatamente faz de Davi um novo membro da
comitiva real, e o futuro de dois jovens ficou intimamente ligado.

A partir dos relatos bíblicos e a sucessão de problemas entre Davi e Saul e o apoio incondicional de Jônatas a Davi,
algumas pessoas começaram a questionar sobre a relação dos dois e se Davi e Jônatas não poderiam de fato ser amantes.
Se o lendário rei Davi tivesse tido uma relação homossexual retratada positivamente na Bíblia, poderia fornecer um
precedente poderoso para relacionamentos do mesmo tipo na história de toda a cristandade. Para muitos cristãos,
especialmente as pessoas da comunidade LGBTI+; a intensidade e o amor entre os dois personagens bíblicos fornecem um
belo exemplo de um romance bíblico. Para outros cristãos mais tradicionais, a crença e a aceitação de que as relações
homoafetivas não poderiam ser retratadas de maneira positiva na Bíblia leva à conclusão de que os dois simplesmente
desfrutaram de uma amizade particularmente forte, pura e sincera.

Por causa destas e outras questões, falar e escrever sobre o relacionamento de Davi e Jônatas tende a ser polarizado, com
alguns autores se recusando a considerar a possibilidade de um relacionamento sexual, e outros fazendo desta suposição
um ponto de partida. No meio cristão e não cristão, há muitas que estudaram e avaliaram as possíveis evidências bíblicas e
chegaram a algumas conclusões sobre este tema tão polemico, mas entre os estudiosos da Bíblia não há um consenso
sobre qual conclusão é mais acertada.

Bem, mas então eles eram ou não eram amantes?

A verdade é que não sabemos. A Bíblia demonstra claramente o profundo comprometimento e amor de Davi para com
Jônatas e vice versa, mas não deixa claro explicitamente se houve algum relacionamento físico entre os dois homens além
do beijo. No entanto a nossa forma de ver o mundo hoje no século XXI apontaria diante de alguns detalhes apresentados
nas entrelinhas do texto bíblico para um relacionamento romântico, no entanto há muitas sombras sobre este
relacionamento. Por exemplo, beijar homens não é necessariamente um sinal de homossexualidade. Homens que se
beijavam platonicamente eram comuns em outras partes do Antigo Testamento, especialmente quando os homens eram
parentes. Interessante notar neste caso bíblico que Davi e Jônatas só se beijaram após ser anunciado de que Davi e Michal
iriam se casar.

Da mesma forma, a palavra "amor" usada na história de Davi e Jonatas freqüentemente indicava afeto pessoal, mas
também era usada para indicar lealdade em alianças políticas. Será que a proximidade masculina entre os dois
personagens derivaria da vantagem política de formar um vínculo que não incluiria o rei Saul? Embora seja pouco provável
que isto tenha acontecido, a política do reino com certeza pode ter desempenhado algum papel na interação entre Davi e
Jônatas.

Há muitas outras perguntas que poderiam ser feitas sobre o contexto bíblico e suas implicações. Por exemplo, quando Davi
lamenta a morte de Jônatas dizendo que seu amor por ele era tão “maravilhoso que ultrapassava o amor de uma mulher",
seria um paralelo ou um contraste entre os diferentes tipos de amor? Refere-se ao amor sexual ou apego emocional? É
difícil encontrar um acordo acadêmico sobre qualquer uma dessas questões porque a resposta poderia ser afirmativa para
ambos os questionamentos

Apesar de toda a incerteza sobre este assunto, a intimidade física e seu significado, a história de Davi e Jônatas permanece
emocionante. O que sabemos nesta história é um exemplo excepcional de amor e lealdade entre duas pessoas do mesmo
sexo. Davi e Jônatas se protegeram de todos os perigos políticos de seu tempo e declararam seu amor publicamente
aparentemente sem nenhuma objeção preconceituosa. Se esse amor foi sexual ou não é uma pergunta que a Bíblia
simplesmente não responde.

No Novo Testamento mais uma vez nos deparamos com alguns textos polêmicos sobre a Homossexualidade, no entanto,
não são palavras do próprio Jesus e sim de seus seguidores e apóstolos na formação das primeiras comunidades cristãs,
ou ao menos foi o que chegou até nós.

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Gostaríamos de iniciar este comentário usando como base as citações do Professor Bruce Malina11, que é professor
honorário do Departamento de Novo Testamento da Universidade de Pretória, que diz que a discussão tem seu foco no que
Paulo quis dizer com sua afirmação em Romanos 1:27 sobre relações sexuais do mesmo sexo. Vamos ao texto:

E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua


sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos
a recompensa que convinha ao seu erro.

Romanos 1:27

A questão neste texto não é propriamente a afirmação em si, mas a confusão que as pessoas fazem, ou seja, com a
mentalidade de habitantes do século XXI, tentam encontrar algo sobre homossexualidade no Novo Testamento, sendo que
na realidade os termos "homossexualidade", "heterossexualidade" e "bissexualidade" apareceram como contexto social e
psicológico a partir do século XIX.

O fato de o próprio Jesus não abordar diretamente a questão específica dos atos homossexuais tem pouco peso na
justificativa de que a homossexualidade é um pecado grave. Segundo esta justificativa a intenção de Jesus não era publicar
um compêndio de teologia moral; raramente Cristo trata de questões morais específicas, mas se concentra nos objetivos
mais amplos do amor a Deus e do próximo, portanto caberia aos seguidores de Cristo tratar destas questões, o que no
nosso entender é muito estranho, pois se Jesus conviveu com todo o tipo de pessoas, seria quase impossível que na sua
vida pública não tivesse cruzado em seus caminhos com alguém desta natureza.

É sabido que durante o período do Império Romano no primeiro século constatou-se a generalização de matrimônios entre
homens, sem restrições já que o casamento na sociedade romana era um contrato privado. O imperador Nero foi o primeiro
imperador romano que se casou com outro homem, e ele fez em duas ou três ocasiões públicas. Edward Gibbon12 já em
1776 confirma que dos doze primeiros imperadores somente Cláudio se interessava exclusivamente por mulheres, todos os
outros tiveram meninos ou homens como amantes.

Sobre a homossexualidade entre os judeus, o Rabino Nilton Bonder13 diz que:

“Os judeus homossexuais não podiam ser incentivados a assumir sua identidade, e a proposta de
empreender uma luta pelo reconhecimento de quem era diferente, sem temores ou vergonha, como sendo
algo que dizia respeito apenas ao aspecto do povo judeu seria quase impossível pela opressão cultural.
Poder usar uma kipá na rua e querer ser aceito nas suas diferenças tem implicações maiores do que apenas
os outros aceitarem as NOSSAS diferenças. Alguém poderia dizer: mas não há diferença entre o aspecto
"judeu" e o aspecto "homossexual"? Do ponto de vista humano, não. Do ponto de vista moral, para muitos,
não.

Do ponto de vista do judeu heterossexual, com certeza, sim. Do ponto de vista da tradição, que foi produzida
em grande parte por este grupo, sim. Do ponto de vista Divino, no que tange as leis da Tora, também sim.”

As duas listas paulinas de diversos tipos de pecado, cada uma delas mencionando os atos homossexuais 1ª Coríntios
6:9/10 e 1ª Timóteo 1:8/11. Na passagem da 1.ª Carta de Paulo aos Coríntios, as palavras traduzidas como “efeminados” e
“sodomitas” referem-se respectivamente, no grego, aos agentes passivo e ativo numa relação homossexual.

Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus?


Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas,
nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o
reino de Deus.

1 Coríntios 6:9,10

Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente;


Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e
pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas,
Para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros,
e para o que for contrário à sã doutrina, conforme o evangelho da glória de Deus bem-aventurado, que me
foi confiado.

1 Timóteo 1:8-11

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A análise atenta das passagens bíblicas acima referidas permite concluir que as práticas homossexuais são expressamente
condenadas nas Escrituras. Contudo, não encontramos nelas qualquer referência à orientação ou sentimentos
homossexuais que algumas pessoas vivem, mesmo por algumas questões, tendo de lutar contra isso, justamente porque os
sentimentos e as situações são antigas, mas os termos e a conscientização é muito mais recente como afirmamos acima.

O criptógrafo Michael Wood14, traz novas luzes em sua obra, The Jesus Secret sobre os textos das cartas paulinas. Para
Wood, ele consegue provar que a prática homossexual, na opinião dos primeiros cristãos, não impediria ninguém de entrar
no céu. Ele explica sua pesquisa e sua motivação:

A descoberta resolve um paradoxo colossal em relação ao texto grego de Paulo, que tem confundido
estudiosos por 2.000 anos. A única referência inequívoca de Paulo sobre a homossexualidade é encontrada
em Romanos 1:18- 3:20, uma passagem que tem dividido estudiosos em vários aspectos. “A interpretação
de Romanos 1:18-3:20 tem sido reconhecidamente difícil para quase todos os comentaristas bíblicos.

O motivo para isso é que a passagem está repleta de paradoxos. Ela afirma ao mesmo tempo “serão
justificados os que praticam a lei” e “pelas obras da lei nenhum homem será justificado”. A passagem
também misteriosamente separa idólatras, orgias homossexual de transgressões dignas de morte espiritual.
“Ao encontrar a solução definitiva para o paradoxo legal de Paulo, sem querer descobri por que ele separou
os idólatras e os que participam de relações com pessoas do mesmo sexo das coisas que ele considerava
dignas de morte espiritual.

Michael Wood revela aos olhos do público um segredo que parecia bem guardado, ou seja, que o apóstolo Paulo, como
seus contemporâneos, divide os comandos da lei judaica em dois grupos, demarcados por Levítico 19:18: “Amarás o teu
próximo como a ti mesmo “. Todos os mandamentos baseados no amor ao próximo eram “justiças da Torá”. Aqueles que
não estão baseados em Levítico 19:18 eram “obras da Torá”.

A “solução” de Woods baseia-se no contraste de Romanos 2:13-26, onde se ensina que somente os que cumprem as
“justiças da Torá” serão justificado diante de Deus. Ao mesmo tempo, Romanos 3:20 diz: “ninguém será justificado pelas
obras da Torá” . Não há, assim, qualquer contradição, pois os dois ensinamentos seriam então simples reformulações um
do outro, o “grande paradoxo” de fato não existe!

Esta “solução” explicaria a maneira que Paulo trata a homossexualidade. Na passagem em questão, Paulo exclui a idolatria
e as relações homossexuais da lista de coisas que ele considera como condenáveis. Esta “solução” explicaria a maneira
que Paulo trata a homossexualidade. Na passagem em questão, Paulo exclui a idolatria e as relações homossexuais da
lista de coisas que ele considera dignas de morte espiritual, tais como as pessoas serem “difamadoras”, “caluniadoras” ou
“cheias de dolo”.

A teoria de Wood insiste que Paulo separou propositalmente os atos de pessoas envolvidas em relações com o mesmo
sexo. Seria uma decisão consciente e deliberada, consistente com o restante da passagem. De fato, é exigido pelo resto da
passagem.

Concluindo este capítulo pedimos desculpas por não apresentarmos uma posição definida, se assim alguns esperavam, a
respeito da homossexualidade na Bíblia. Tanto para aqueles que esperavam que tomássemos a sua defesa, como para
aqueles que esperavam que a combatêssemos. Não é esse o objetivo deste trabalho. O objetivo deste trabalho é trazer
luzes e questionamentos sobre esse assunto. E dentro deste primeiro capítulo nos damos totalmente por satisfeitos.

No entanto para concluir queremos usar um texto de Frei Beto15, que entendemos que trará ainda uma pequena ponta de
luz ao assunto, como um raio de sol ao entardecer:

Ora, direis ouvir a Bíblia! Sim, no contexto patriarcal em que foi escrita seria estranho aprovar a
homossexualidade. Mas muitas passagens o subtendem, como o amor entre Davi por Jônatas (I Samuel
18), o centurião romano interessado na cura de seu servo (Lucas 7) e os “eunucos de nascença” (Mateus
19). E a tomar a Bíblia literalmente, teríamos que passar ao fio da espada todos que professam crenças
diferentes da nossa e odiar pai e mãe para verdadeiramente seguir a Jesus.

A HOMOAFETIVIDADE E PRÁTICA PASTORAL NA IGREJA


O Termo usado por Jesus muitas vezes; “quem tiver ouvidos que ouça (Lc. 8, 8)” em sua vida pública, parece não fazer eco
a nossa vida cristã hodierna. Muitas vezes usando nossa imaginação, entendemos que Jesus não acharia diferença entre
aquele povo de “cervis dura” da sua época e os ouvintes e leitores da Bíblia do século XXI. A grande diferença se encontra

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no fato de que os leitores do século XXI, já possuem em mãos a vida e a obra completa de Jesus, no entanto, ficamos
estupefatos diante das interpretações de alguns pastores, padres e representantes de comunidades cristãs diante de certos
fatos bíblicos. Ou seja, interpretam a radicalidade do contexto e deixam de lado o viés de Cristo que é sempre o viés do
amor e do cuidado com o próximo. Resumindo como diz o Profeta Isaías; “Faz sair povo que tem olhos, mas não consegue
enxergar; e os que têm ouvidos, mas perderam a capacidade de escutar.” (Isaias 43: 8)

O fato é que a homoafetividade existe, está presente em nossas famílias, escolas, igrejas e em todo lugar. O que fazer com
estes filhos e filhas de Deus? Ignorá-los, considerá-los aberrações e ensinar os nossos filhos e filhas que eles são a escória
da sociedade e continuarmos normalmente o nosso caminho da eucaristia aos domingos em nossas igrejas “perfeitas” e
pior; em nome de Cristo?

Embora saibamos a resposta, a prática é muito mais difícil do que a teoria. Falar em aceitar e amar; é muito mais
complicado do que de fato aceitar e amar na prática. Para entender a gravidade do assunto, gostaríamos de lembrar aqui
um fato de cunho pessoal ocorrido em uma família muito próxima, em que um dos membros de orientação homossexual se
declarou como homoafetivo e a rejeição que ele sofreu dentro de sua própria família foi muito forte. Afirmações de que “ele
não é mais meu parente” foram algumas das manifestações preconceituosas que foram vividas naquele momento. No
entanto também se há de tentar compreender o contexto cultural em que os membros desta e de outras famílias vivem, ou
seja, foram formadas e forjadas, entendendo “aquilo” como uma vergonha familiar. No entanto o tempo cuidou de acomodar
as devidas coisas em seus devidos lugares, e embora há ainda magoas e ressentimentos a aceitação hoje em dia é mais
plural.

Na Igreja e na comunidade cristã não é diferente. Precisamos de tempo para assimilar esta nova realidade que se faz
presente e aprendermos a “amar de novo” estas pessoas. Digo amar de novo porque o preconceito é um escudo e uma
barreira fortíssima entre a convivência dos heterossexuais e dos homossexuais. Basta um sujeito bonitão, simpático,
comunicativo se apresentar como homossexual, que o bonitão vira esquisito, o simpático antipático e o comunicativo chato.
Claro que o mesmo acontece com as mulheres, mas por incrível que possa parecer o preconceito é maior com os do sexo
masculino do que com os do sexo feminino. Por quê? Porque nossa sociedade é machista, e sendo nós machistas, a
homoafetividade feminina é vista às vezes como um fetiche, uma fantasia sexual. Contudo o preconceito não deixa de
existir entre este grupo de pessoas também.

Neste sentido a Igreja precisa e deve fazer a estes irmãos e irmãos um acompanhamento pastoral. No entanto ressalva se
faz aqui, que não deve ser um acompanhamento pastoral de “exclusão”, ou seja, disseminarmos nas entrelinhas do
acolhimento pastoral, “que devemos acolher a todos os pecadores”, e estes irmãos e irmãs sendo pecadores também
devem ser acolhidos por que “Jesus acolheu a todos.” Esta sim é uma pastoral “pecadora” porque traça um objetivo, mas as
suas conseqüências são desastrosas. O acompanhamento pastoral deve ser de “inclusão”, ou seja, de convivência mútua,
de aceitamento recíproco, de calor humano verdadeiro. É necessário que enxerguemos além do problema, se isto for um
problema. Precisamos olhar além do horizonte e ver o ser humano atrás dos seus personagens. Personagens? Sim, somos
todos atores, heterossexuais, homossexuais, bissexuais, crentes, ateus, agnósticos. Vivemos papéis que nos foram
imputados e achamos que são nossos. Não são nossos. Foram embutidos em nós e achamos ainda que somos livres.

Voltando a questão em si proposta, será que ser LGBTI+ e cristão é possível? Parece que muitos de nós acham que não.
Mas graças a Deus há também aqueles que acham que sim.

O Pastor Gregory Rodrigues16 que é autor do Livro “A Bíblia fora do Armário” explica sob a ótica da teologia inclusiva o que
os textos bíblicos dizem sobre a homossexualidade. Nesta obra ele apresenta um breve parecer sobre a homossexualidade
presente na história demonstrando como a visão conservadora da religião influenciou a cultura grega e romana no que diz
respeito a aceitação das relações homoafetivas. Segundo Gregory em relação a sua obra; “Deus não está preocupado se
estou amando A ou B, se estou amando um homem ou uma mulher, Ele está preocupado com o meu caráter, com minhas
atitudes, por isso trazer à tona duas visões opostas é fato necessário para que o leitor consiga dirimir conflitos existenciais
que muitas vezes são plantados por uma criação preconceituosa e demasiadamente conservadora”.

A homossexualidade tem sido interpretada por muitos tradicionais de maneira puramente preconceituosa, tratada como
uma doença, possessão demoníaca, etc. Geralmente o tratamento psicológico sempre é o primeiro a ser indicado, mas não
sem ter passado primeiro pela revolta da família. Talvez seja a hora de destacar tantos contratempos que tomaram forma e
espaço em nossa sociedade e levaram muitos homoafetivos a desistir da vida. A estatística marcante que um estudo
apontou é que 01(um) de cada 14(quatorze) homossexuais e bissexuais tentaram se matar devido aos conflitos internos
que são poderosíssimos. O estudo17 concluiu que a chance de um homossexual se suicidar é cinco vezes maior do que um
indivíduo heterossexual. É por isso que sempre vale a pena lembrar o que São João da Cruz disse: "À noite da vida somos

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todos julgados pelo amor" porque Deus não faz acepção de pessoas. Estas pessoas, aliás, não só elas, mas todos nós,
precisamos de igrejas inclusivas.

A igreja deve amparar, cuidar e apresentar uma teologia inclusiva porque é necessário que fique bem claro mais uma vez:
“O amor de Deus não faz diferença entre as pessoas.”Esta prática teológica trará um fortalecimento mental e espiritual para
seus filhos e filhas. E que família não deseja filhos saudáveis?

Sobre este assunto o Pastor Gregory diz e com muita propriedade: “O Evangelho é incluso e não pode ser tratado como
peça exclusiva de um seguimento da sociedade”. Jesus Cristo é inclusivo, infelizmente seus pregadores e que são
preconceituosos. A fé dos homossexuais é desencorajada com o pressuposto preconceituoso de que “Deus não te
aceitará”, sendo que o grande mestre do cristianismo acolheu a todos, aconselhou, mostrou-lhes o erro, indicou caminhos,
caminhou com e entre os pecadores. O que houve com 2.000 anos de cristianismo que deturpou a mensagem original de
Cristo? Porque teimamos em usar como regra a lei excludente ao invés de usar a lei do amor proposta por Jesus? Porque o
texto de Mateus 7:3-5 nos passa tão despercebido?

E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou
como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira

primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Voltando a Sodoma e Gomorra, às vezes o ódio aos LGBTI+ é muito mais forte que a questão sexual em si.

Querendo tratar de um outro ponto em questão e ainda aproveitando a fala de Gregory Rodrigues sobre o tema ele diz:

“Não recomendamos que as pessoas vivam em saunas, boates, baladas. Quer ir? Ok. Não existe proibição
bíblica para isso, mas a igreja não recomenda que isso aconteça. Deus não faz assepsia dos homens,
desde que você viva um relacionamento de respeito, de fidelidade”

Além da questão da troca de palavras no texto (assepsia/acepção), há de se colocar esta questão da promiscuidade
homoafetiva como ponto importante neste tema da homofeatividade. Não que a promiscuidade heterossexual seja
permitida, embora seja largamente usada e muito menos criticada, mas o erro permanece para ambas as escolhas sexuais.
A contemporaneidade favorece o surgimento de configurações conjugais mais flexíveis e igualitárias. Mas infelizmente há
aqui neste quesito uma questão que as mentes mais fechadas não conseguem separar que é a homoafetividade e a
promiscuidade.

A advogada Walkyria Carvalho Rocha18 diz que:

Homossexual é o ser humano que interage com uma pessoa do mesmo sexo. É justamente pela adoção do
termo homossexual, que talvez origine a explicação à homofobia. No entanto o termo não pode ser
confundido com promiscuidade. Promiscuidade é a característica daquilo que é promíscuo, que se mistura
desordenadamente. É uma convivência confusa entre as pessoas. Promiscuidade identifica o que não tem
ordem, o que é libertino ou indistinto. Promiscuidade é o que se destaca pela imoralidade, pela prática de
maus costumes sejam eles na vida particular ou na vida pública.

Promíscuo é alguém descontrolado sexualmente, praticando sexo com várias pessoas, sem pudor, etc, pode ser homo,
pode ser hétero. Não tem a ver com a orientação sexual, no entanto quero enfocar aqui a questão da prática da
promiscuidade homoafetiva e alguém que vive em uma união estável com um único parceiro pratica a homossexualidade
(ou expressa sua homossexualidade, como muitos preferem), não pode ser chamado de promíscuo do ponto de vista
técnico, ou seja, é necessário entender que nem todas as relações homoafetivas são promiscuas.

O psicólogo Tiago Lopes Lino19 traz um dado interessante sobre esta questão em seu trabalho intitulado “A Promiscuidade
Sexual na Homossexualidade Masculina:

A promiscuidade sexual entre homossexuais masculinos é um dos temas estudados no comportamento


sexual humano. Uns confirmam como um fato característico deste grupo, outros refutam esta posição.
Associa-se homossexualidade a promiscuidade sexual, pois poucos são os

homossexuais masculinos que contam com poucos parceiros sexuais durante a sua vida sexual ativa. Em
algumas culturas homossexuais, a diversidade de parceiros é vista como um ranking, ou seja, uma
competição entre pares. Apesar dos inúmeros estudos sobre este tema, será injusto afirmarmos que os
homossexuais masculinos são os mais promíscuos entre as demais orientações sexuais. É um fato que as

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relações homossexuais são menos duradouras do que as heterossexuais, pois estão condicionadas por
fatores sociais, culturais, legais e religiosos. Contudo estas condicionantes não determinam que se
considerem os homossexuais masculinos mais promíscuos.

A promiscuidade sexual é um comportamento que conta com a procura e concretização sexual com vários
parceiros, de forma sucessiva e diversa, com vista à obtenção do prazer, com inclusão da cópula. Esta
procura assenta no aspecto mais instintivo do ser humano, no qual o que interessa é o sexo no sentido
concreto, restrito a uma qualquer intimidade ou a qualquer relação afetivo-emocional.

A promiscuidade está estreitamente ligada à realização satisfatória dos impulsos sexuais, chegando a
transformar-se num vício. O vício do impulso é caracterizado pela sua componente mais dominante que é a
insaciabilidade. A força impulsiva será o vetor permissivo à satisfação de uma vontade. A vontade, faculdade
mais nobre da existência humana, está relacionada com a satisfação dos impulsos sexuais. O impulso e a
vontade são duas faces da mesma moeda, contudo, à vontade está ligada a liberdade humana resultante do
livre arbítrio. O impulso surge como forma de satisfação de uma vontade declarada, que só se torna
patológico se o indivíduo, na sua manifestação sexual, utilizar esquemas compulsivos que comprometam a
sua liberdade e/ou a dos outros.

...

Ora, falamos de homens, desejo sexual por indivíduos do mesmo sexo, níveis de testosterona, procura
obsessiva do parceiro ideal, competitividade e agressividade, condimentos que facilmente proporcionam
uma conduta promíscua homossexual masculina.

O que é importante lembrar aqui é que a promiscuidade sem dúvida é um pecado contra Deus. A promiscuidade é um
sintoma de que a pessoa está longe de Deus. Entendemos por promiscuidade uma relação sexual que não é advinda de
um gesto de amor, de complemento de vida, de carinho, de unidade, mas “contra” a natureza do amor. Se perguntarmos a
um homossexual o que é natural para ele? Provavelmente ele responderá: “É amar a uma pessoa do mesmo sexo...”

Christoph Schneider-Harpprecht20 tem um trabalho muito interessante sobre “Homossexualidade na perspectiva da


Teologia Prática” e dentro desta perspectiva ele nos lembra questões importantes na prática da pastoral cristã em relação
aos homoafetivos.

A Teologia prática na realidade é "a interpretação transformadora da realidade existente", ou seja, a prática dos cristãos nas
igrejas e na sociedade. Analisa as ações de pessoas que professam a fé cristã em suas respectivas igrejas e também nas
diversas

áreas da vida social em que participam à luz da tradição cristã, e interpreta a tradição cristã no contexto da prática cristã,
analisa e confronta; pessoas, grupos e as instituições

em que se organizaram. A teologia prática evoluiu na realidade para uma hermenêutica

da prática cristã, que confronta os relacionamentos da realidade atual e a tradição normativa do cristianismo em um
movimento circular.

Qualquer pesquisa no campo da teologia prática move-se em um círculo hermenêutico entre prática e teoria e entre a
análise da realidade da prática cristã existente e a análise dos fundamentos teológicos encontrados na Bíblia e na tradição
das igrejas. Se quisermos abordar a homossexualidade da perspectiva da teologia prática, entramos nesse círculo
hermenêutico para desenvolver uma visão crítica da situação de mulheres e homens que preferem parceiros do mesmo
sexo, pessoas estas que freqüentam regularmente nossas igrejas e congregações e este trabalho precisa visar uma prática
pastoral renovada em relação a essas pessoas.

Não é nada fácil uma prática pastoral neste campo, uma vez que temos limitações culturais e emocionais para tratar com
este tema, somos obrigado a concordar em gênero, numero e grau com Christoph quando ele afirma: “Minha experiência
como homem preferencialmente heterossexual e como pastor em relação a gays e lésbicas é limitada. Esta limitação deve-
se em parte à homofobia comum no ambiente social onde me criei. A homossexualidade não era um tema na nossa família,
bem como a sexualidade em geral.”

A afirmação de que “a homossexualidade (masculina e feminina) é uma condição de desordem sexual”, pode ser
interpretada como preconceituosa, mas na realidade não é, é apenas uma constatação da realidade dos fatos, porque a

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homossexualidade na grande maioria dos casos não é uma opção, o individuo, já nasce assim e tem uma responsabilidade
mínima sobre as escolhas de sua vida em relação aos relacionamentos e ao sexo.

A igreja deve exercer o mesmo paciente entendimento e compaixão pelo homossexual em suas falhas como e não
centralizar a abordagem só na questão sexual. Com certeza este é o grande erro das pastorais homoafetivas; querem tratar
apenas do aspecto da sexualidade, porque consideram esta a fonte de todos os pecados. O Evangelho da graça de Deus
em Cristo deve ser proclamada a todos indistintamente como a base da vida plena no Reino de Deus, o poder de sua
renovação e a fonte de sua força para liderar uma vida santificada em qualquer condição de vida. Como todos os cristãos
em suas fraquezas, o homossexual deve ser advertido e incentivado a não se deixar derrotar diante dos lapsos devidos a
todos os seres humanos e principalmente ser incentivado a não deixar que a culpa o leve por caminhos espirituais
perigosos, rumo à autodestruição.

É preciso que fique bem claro que cristãos homossexuais são chamados ao discipulado e ao emprego de seus dons na
causa do o Reino de Deus. Eles devem reconhecer que sua sexualidade é subordinada a sua obrigação de viver em
rendição de todo o coração a Cristo. Da mesma forma, as igrejas devem reconhecer que os homossexuais membros de
suas congregações são irmãos e irmãs de Cristo a quem deve ser dada a oportunidade de prestar dentro dos ofícios e
estruturas da congregação o mesmo serviço que é esperado de heterossexuais. O membro homossexual não deve ser
encarado com menos dom do autocontrole em face da tentação sexual do que o heterossexual. A relação de amor e a
confiança dentro da congregação deve ser tal que, em casos onde a propensão sexual de um membro cria um problema, o
problema pode ser tratado da mesma maneira que os problemas causados ​pelas limitações e distúrbios de qualquer outro
membro sem diferenças e com naturalidade, só assim estaremos fazendo a vontade de Cristo.

A Igreja da Inglaterra emitiu uma orientação pastoral sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo que acho
interessante apresentar aqui, porque está intimamente relacionada com a ortopraxis da igreja em relação ao homoafetivos:

“Estamos conscientes de que, tanto na Igreja quanto na sociedade, há homens e mulheres que procuram
viver fielmente em relacionamentos do mesmo sexo convencionados. Como dissemos em nossa resposta à
consulta anterior à legislação sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, "a proposição de que os
mesmos relacionamentos sexuais podem incorporar virtudes sociais cruciais não está em disputa. Os
mesmos relacionamentos sexuais geralmente incorporam genuína reciprocidade e fidelidade ..., duas das
virtudes que o Livro de Oração Comum usa para elogiar o casamento. A Igreja da Inglaterra procura ver
essas virtudes maximizadas na sociedade”. ...

“O evangelho de Jesus Cristo é uma boa notícia para todas as pessoas em todos os tempos e situações.
Continuamos a buscar a graça de Deus e as orações de toda a Igreja ao procurar proclamar essa fé
novamente nesta geração”.

Mesmo sabendo que momentaneamente a Igreja da Inglaterra se posiciona contrário ao casamento homossexual o que há
é que entre as pessoas que se declaram como tendo uma orientação homossexual, muitos deles são membros da Igreja e
buscam o cuidado pastoral, a direção moral da Igreja e o poder transformador de Deus para a vida de suas vidas e a
ordenação de seus relacionamentos. Portanto a Igreja da Inglaterra nesta declaração está se comprometendo a ouvir a
experiência das pessoas homossexuais e quer assegurar-lhes que elas são amadas por Deus e que todas as pessoas
batizadas, crentes e fiéis, independentemente da orientação sexual, são membros plenos do Corpo de Cristo. Este com
certeza é o caminho.

O Jornal The Guardian, publicou uma matéria de Lucy Knight que é uma estudante de jornalismo da City University
intitulada “Ser cristão gay pode ser doloroso e cansativo. Mas eu me recuso a perder a fé”, que penso ser interessante
discutirmos a fim de concluirmos este capítulo.

Segundo este artigo a maioria dos cristãos LGBTI+ têm histórias semelhantes referentes a piadas e constrangimentos por
sua opção sexual. Então, por que sempre minimizamos estas atitudes preconceituosas e sempre voltamos para estes
grupos e pessoas que nos incomodam? A autora do texto responde: “É simples é que eu ainda acredito em um Deus
amoroso, e ainda tenho fé que as opiniões mudarão e as coisas melhorarão”.

Necessariamente temos certeza de que os não-cristãos entendem isso. Muitas pessoas que se declaram e se aceitam
como homoafetivas foram feridas pela igreja. Os cartazes de “vá para o inferno”, a “terapia de conversão” e ou a “cura gay”
não deram exatamente aos cristãos um bom exemplo de como a comunidade cristã trata os homossexuais. O texto do
jornal afirma que a “Lucy durante sua graduação, basicamente desistiu de ir à igreja porque parecia que todos os
estudantes cristãos eram evangélicos e anti-gays”.

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É muito doloroso ir a uma igreja onde você sabe que não será aceito, ir apenas para lembrá-lo de que cristãos estranhos
existem e se dizem representantes de Jesus Cristo e em nome deste Cristo te humilha. Podemos desenvolver a resistência
necessária para fazer isso de tempos em tempos, mas pode ser incrivelmente desgastante colocar-se constantemente em
um ambiente em que você não é realmente bem-vindo. Com certeza isso não é nada cristão.

Na maioria das vezes, no entanto, a única maneira de navegar em um mundo como um cristão estranho é encontrar apoio.
Apoio nos faz fortes. Mas ainda assim, "sentir-se bem-vindo" é bem mais difícil, pois, os cristãos têm um longo caminho a
percorrer antes de poderem realmente viver o mandamento do "Ame o seu próximo como a si mesmo". A aceitação e a
tolerância, no entanto, precisam seguir os dois lados, é uma via de mão dupla. Neste sentido entendemos o porquê muitas
pessoas LGBTI+ têm motivos de sobra para não gostar dos cristãos. O que devemos fazer é parar de excluir as pessoas
porque elas simplesmente não se encaixam em um determinado protótipo. Estranhos na realidade não são os
homossexuais, estranho é uma completa rejeição à aceitação do outro. O caminho é tentarmos entender a diferença e,
ainda assim, nos unirmos em solidariedade, mas sempre a caminho...

Ainda antes de encerrarmos, citaremos aqui a título de exemplo de acolhimentos de determinadas igrejas aos homoafetivos
o trabalho do Revdo Luiz Carlos Teixeira Coelho Filho, orientador desta monografia e membro da Diocese Anglicana do Rio
de Janeiro da Igreja Episcopal do Brasil da Comunhão Anglicana:

Em junho de 2018, o Sínodo Geral da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) votou, por uma maioria
esmagadora, emendar seus cânones redefinindo o casamento como uma "união vitalícia entre duas
pessoas, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero". Neste ensaio, pretendo
descrever o processo que levou a essa decisão como resultado de grandes mudanças que ocorreram na
sociedade brasileira e como resposta ao processo interno de discernimento e criação de teologia da IEAB
em paralelo com outras províncias anglicanas. Em vez de apenas copiar desenvolvimentos e discussões
teológicos produzidos no mundo de língua inglesa, a IEAB engajou criativamente fontes estrangeiras e locais
(anglicanas e não anglicanas), produzindo assim uma teologia contextualizada que levou ao envolvimento
de casais do mesmo sexo como plenos membros, dignos de todos os sacramentos e ritos.

Ainda, explicando o Revdo. Luiz que a votação seguiu de maneira tranquila, a IEAB foi muito feliz ao concluir este sínodo
deixando portas abertas para aquelas dioceses, paróquias, clérigos e leigos que ainda não se sentiam plenamente
confortáveis com esta nova decisão:

O texto final que acabou sendo aprovado com 57 votos a favor, três contra e duas abstenções, continha uma
cláusula de compromisso de que cada diocese teria que alterar seus próprios cânones para permitir o
Matrimônio do mesmo sexo em sua área geográfica. Isso foi visto como uma maneira de permitir que a
Igreja seguisse em frente juntos, apesar das diferenças na compreensão do casamento, especialmente nas
comunidades rurais....

Em termos práticos, a decisão não mudou a vida da maioria das comunidades da igreja do IEAB, que já
lidavam com casais do mesmo sexo com normalidade. Nos próximos meses, espera-se que vários casais do
mesmo sexo que sejam membros ativos solenizem seus casamentos. É provável que algumas dioceses
adiem uma emenda canônica por anos, mas isso tem muito mais a ver com diferenças culturais locais, em
vez de um desejo de promover cisma. No entanto, mesmo para as dioceses que autorizaram casamentos do
mesmo sexo, uma cláusula de consciência isenta os padres de realizarem casamentos com os quais não
concordam. A decisão sinódica não imporá medidas indesejáveis a ninguém.

Enfim, entendemos que este deve ser o caminho, ou seja, o caminho do dialogo e da aceitação do outro como ele é. Claro
que entendemos que este caminho é pedregoso e cheio de subidas e descidas, às vezes voltaremos ao ponto de partida,
às vezes avançaremos quase até o topo, mas o que nunca devemos fazer é deixar de percorrer o caminho, pois com
certeza; mais rápidos ou mais lentos, machucados talvez, chegaremos a um ponto comum. Embora essa afirmação pareça
às vezes ser utópica, não será se ao menos tentarmos e tentarmos quantas vezes for necessário.

HOMOSSEXUALIDADE E A DEMONIZAÇÃO TEOLÓGICA


A figura do diabo nos parece um personagem interessante e curioso na perspectiva cristã, uma vez que damos a ele uma
importância que na realidade ele não tem. No entanto não confundamos diabo com demônio, uma vez que há diferenças.

O escritor e jornalista José Rei Chaves21 apresenta uma definição bem interessante de demônio e diabo que gostaria de
compartilhar:

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Os espíritos manifestantes são demônios ("daimones" em grego) já santos (evoluídos) ou ainda maus
(atrasados), mas todos são realmente humanos e não de outra categoria de espíritos, e menos ainda Deus,
chamado de Espírito Santo por uma parte dos cristãos(1 Coríntios, capítulos 12, 13 e 14; Números 11: 24 a
30; Salmo 51:12; 1 João, 4:1; Vulgata Latina e o espiritismo).

Já diabo, satanás, dragão etc. não são espíritos, mas símbolos do pecado, do mal. Não sigamos os erros de
interpretação bíblica dos teólogos do passado. Estudemos a Bíblia em seus textos mais antigos, anteriores
às doutrinas dogmáticas, principalmente aqueles em grego do Novo Testamento, e em latim da Vulgata
Latina, para nos certificarmos das verdades bíblicas, para podermos difundi-las, colaborando, assim, com a
correção de um dos grandes erros do cristianismo, que incrementam o crescimento dos sem religião e ateus.

A palavra diabo segundo a teologia, também chamado de "difamador" ou "acusador", é o título mais comum atribuído à
entidade maligna sobrenatural da tradição cristã. É tratado como uma representação do mal em sua forma original de anjo
querubim, responsável pela guarda celestial que foi expulso do céu por criar uma rebelião de anjos contra Deus para
ascender ao seu trono. Nos contextos judaicos e islâmicos, a idéia é que o demônio em si, não se trata de um ente opositor
ao Criador, mas de algumas criaturas a Ele subalternas. Para o judaísmo os demônios são seres meio-humano, meio-
espírito, criados após o homem, podendo reproduzir-se e ser bons ou maus, mas de natureza incompleta, cujos atos
tendem ao caos

Teologia e exegese a parte que não é nosso objetivo neste pequeno trabalho, gostaria de recorrer ao texto bíblico sobre o
encontro entre Jesus e o diabo, ou satanás que encontramos nos sinóticos ((Mateus 4:1-11, Marcos 1:12,13 e Lucas 4:1-
13):

Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.

Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.

O tentador aproximou-se dele e disse: "Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães".

Jesus respondeu: "Está escrito: 'Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de
Deus'". Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse:

"Se és o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. Pois está escrito:

“'Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito,e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em
alguma pedra'".

Jesus lhe respondeu: "Também está escrito: 'Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus'".

Depois, o Diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E disse-
lhe: "Tudo isto te darei se te prostrares e me adorares".Jesus lhe disse: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: 'Adore
o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto'".

Então o Diabo o deixou, e anjos vieram e o serviram.

Interessante notar que como homem, Jesus também tinha sua vontade própria, e foi tentado, mas a grande diferença foi a
sua firme resolução desde o início de que: “Não seja a Minha vontade, mas a Sua, seja feita!” Os Evangelhos em nenhum
momento relatam que Jesus venceu a Satanás como o filho de Deus, ao contrário ele venceu como homem, jejuando e
orando, porque vencendo completamente a Satanás naquele momento Jesus não deixou culpa alguma a ele.

E fizemos toda esta introdução para dizer que o mundo de hoje continua tão cheio de erros, de falhas e de pecados como
nos tempos de Jesus, mas com a diferença de que hoje, sempre culpamos o diabo pelas ações que entendemos não ser
agradáveis a Deus. Não é de se estranhar que algumas denominações cristãs falam mais do diabo do que de Deus em
seus cultos. Muitos podem perguntar e daí o que estas afirmações têm a ver com o contexto deste trabalho? Simples. Se
tudo é culpa do diabo na nossa era pós moderna, a homossexualidade não seria por culpa de Satanás também? E o que
tentaremos responder...

Quero iniciar de fato este capítulo com um texto polemico escrito por Bert Farias,22 um dos fundadores do movimento
mundial “Ministério do Fogo Sagrado” que escreveu um texto sobre a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e
transgêneros (LGBTI+) na revista Charisma, argumentando que a homossexualidade é "demoníaca" e terá” conseqüências
físicas, emocionais e espirituais destrutivas. Vamos ao texto:

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Homossexualidade é um demônio com cheiro tão podre que outros demônios nem gostam de ficar por perto.
Um genuíno profeta de Deus me disse que o Senhor permitiu que ele cheirasse esse espírito demoníaco, e
ele ficou enjoado. E, no entanto, como seres humanos, muitos abraçam esse demônio. Sim, você me ouviu
direito. Ser gay é demoníaco.

Há um relato na Bíblia em que Jesus expulsa 2.000 demônios de um homem. Os demônios saíram gritando
e imploraram a Jesus que os enviasse aos porcos. Os porcos não os queriam, então eles correram morro
abaixo e foram afogados no mar. Os porcos têm mais senso do que alguns seres humanos. As pessoas
abraçam demônios

homossexuais, mas os porcos preferem morrer a serem possuídos por demônios.Se ser gay fosse natural,
dois homens ou duas mulheres poderiam produzir um bebê, mas eles não podem. Seus órgãos reprodutivos
sexuais não se complementam, impossibilitando a procriação. Nunca é natural que dois homens ou duas
mulheres se casem e morem juntos. A aceitação da nossa cultura e a celebração do comportamento gay
nunca farão bem. Errado é errado, não importa quantas pessoas sejam a favor. E certo é certo, não importa
quantas pessoas sejam contra. A homossexualidade não é nova. Já existe há milhares de anos. É tão velho
quanto o próprio diabo.

E então impossível não fazer um questionamento diante deste e de inúmeros textos que se posicionam contra a
homossexualidade: Ser LGBTI+ é coisa do diabo?

O diabo é o culpado, diz o jornal católico mais antigo dos Estados Unidos. "The Pilot", um jornal com 180 anos, órgão oficial
da Arquidiocese de Boston, que publicou um editorial onde afirma que o diabo é responsável pela atração homossexual. No
controverso artigo, Daniel Avila, diretor do Centro de Estudos Políticos da Conferência Episcopal dos EUA, oferece uma
explicação espiritual da homossexualidade que o maligno implica: “A homossexualidade (isto é, o estado de "quem sente
atração sexual exclusiva ou predominante por pessoas do mesmo sexo") manifesta uma perturbação das inclinações
humanas causadas pelo pecado original. Por contradizerem o plano de Deus, os atos homossexuais são inerentemente
desordenados. Aqueles que os cometem são culpados de pecado grave. A Bíblia condena a atividade homossexual como
severa privação e a "triste conseqüência da rejeição de Deus".

Em contrapartida Allen Atzbi, Vice-presidente de operações e extensão, Living Waters diz: “Em João 15:12 , Jesus disse:
Este é o meu mandamento: que vocês se amem como eu os amei". Qualquer coisa que os cristãos façam ou digam deve
ser motivada pelo amor e não pela animosidade. Embora devamos advertir as pessoas sobre o pecado, devemos sempre
fazê-lo com espírito de gentileza e compaixão”.

No entanto ainda não fora respondida a questão, aliás, se quer esboçamos qualquer tentativa de resposta, porque
entendemos que a resposta não é simples e talvez se quer seja encontrada, mas vamos em frente...

É comprovadamente notório que homens que fazem sexo com outros homens geralmente sofrem exclusão social,
marginalização, violência e diferentes formas de estigmas e discriminação. Esses fenômenos estão mais ou menos
presentes e documentados em todo o mundo, independentemente das grandes diferenças nos ambientes sociais, políticos,
culturais e jurídicos em que essas pessoas vivem. Embora as sociedades civis tenham progredido significativamente em
direção a uma visão de igualdade para todas as pessoas, independentemente da orientação sexual, o estigma e a violência
contra os homossexuais ainda ocorrem, e a homofobia permanece tolerada e apoiada por diferentes políticas. Os dados
mais recentes mostram que as relações sexuais entre adultos do mesmo sexo ainda são consideradas ofensas criminais
em 75 países em todo o mundo e são puníveis com multas ou prisão.

Elementos daqueles que são contra os homossexuais têm procurado uma lógica para ressonar a condenação da
homossexualidade, tais como; gays são pedófilos, a homossexualidade faz com que Deus envie furacões, tempestades e
secas ao planeta terra e, talvez mais tola, a teoria de que uma intrincada trama LGBTI+ a chamada “agenda homossexual
radical” nos Estados Unidos que está prestes a extirpar a civilização ocidental.

Esta Agenda homossexual (ou agenda gay) é um termo introduzido por setores da direita religiosa cristã (principalmente
nos Estados Unidos) como uma maneira depreciativa de descrever a defesa da aceitação cultural e da normalização de
orientações e relacionamentos não-heterossexuais. O termo refere-se a esforços para mudar as políticas e leis
governamentais sobre questões relacionadas aos direitos LGBTI+. Além disso, tem sido usado por conservadores sociais e
outros para descrever supostos objetivos de ativistas de direitos LGBTI+, como recrutar heterossexuais para o que os
conservadores chamam de "estilo de vida homossexual".

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Não para por aí. Os homofóbicos têm certeza de que a aceitação do casamento entre pessoas do mesmo sexo destruirá
toda a forma de casamento. As diferenças de gênero se dissolverão. Filhos heterossexuais se tornarão gays. As forças
armadas entrarão em colapso quando gays e lésbicas transformarem fortes guerreiros endurecidos em homens moles. As
pessoas vão começar a se casar com seus filhos, irmãos, cães e até com alguns objetos pessoais.

Não só os Estados Unidos, mas outros países também têm o mesmo problema, por exemplo, nos últimos anos, vimos um
ressurgimento da homofobia popular em alguns países africanos, particularmente Camarões, Senegal e em vários países
africanos. O debate sobre a homossexualidade já tem uma longa história no Ocidente em comparação com a África
contemporânea, onde o consenso moral popular permanece amplamente homofóbico. Segundo o antropólogo camaronês
Séverin Abega23 (2007a, 224), "os africanos negros geralmente comparam a homossexualidade a uma forma de bruxaria".
Qualquer pessoa que se aventurar nesta área ficará inicialmente impressionada com a raridade de estudos sérios recentes
sobre homossexualidade na África em geral e na África central em particular.

Homofobia, estigma e discriminação, demonização, são grandes desafios para a população LGBTI+ e podem manifestar
formas diferentes, que vão desde obstáculos cotidianos na organização de suas vidas pessoais até os problemas em um
nível muito mais alto. Elas envolvem fatores estruturais que barram à integração da população LGBTI+, independentemente
de serem originárias de organizações da sociedade civil, associações religiosas ou agências governamentais. No entanto,
diferentes sociedades respondem diferentemente aos LGBTI+, e é de extrema importância explorar essas respostas no
contexto de uma estrutura social, política e cultural específica.

O “Boston Pilot”, o jornal católico mais antigo dos Estados Unidos, publicou em 2011 uma coluna sugerindo que o diabo
provavelmente torna as pessoas gays.

Na coluna Daniel Ávila, advogado de Massachusetts e consultor de políticas para casamento e família da Subcomissão da
Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) para a Promoção e Defesa do Casamento, diz sem rodeios
“que há evidência científica de que a atração pelo mesmo sexo, pela forma como acontece, fornece uma base credível para
uma explicação espiritual que indica que o diabo é o autor e o mentor de tais relações”.

Então, se você é gay, a frase "o diabo fez você fazer isso" tem um significado totalmente novo. Todos somos feitos à
imagem de Deus (exceto os gays, obviamente).

Para esclarecer, Ávila descreveu a homossexualidade como um "desastre natural" causado por Satanás invadindo o ventre
de mães de crianças LGBTI+.

Aparentemente, isso acontece o tempo todo.

Caso tenha se esquecido do argumento ou das implicações, Ávila explicará isso novamente: “... sempre que causas
naturais perturbam o desenvolvimento biológico típico, levando o individuo ao início da atração pelo mesmo sexo, a
responsabilidade final, em nível teológico, é e deve ser imputado ao maligno, não a Deus. Deus nunca tornaria ninguém
gay, porque se o fizesse, a perseguição de pessoas gays (a quem Deus criou gay, afinal) seria um pecado. Simplesmente
não podemos ter isso. Portanto, os gays são o trabalho do diabo e você é livre para oprimi-los de todas as maneiras
possíveis”.

Mas dizer a uma mãe que o diabo entrou em seu ventre e tornou seu filho gay é novo, mesmo para os padrões católicos.
Até agora, tivemos que suportar o sofisma idiota que nos pediu para amar o pecador, mas odiar o pecado (aquela teologia
pretzel24 que procura oprimir enquanto parece compassiva).

Mas Ávila, que se autodenomina "o homem dos casamentos dos bispos", nos mostrou a verdadeira face da USCCB, que se
recusou a condenar suas palavras. Este é o homem que os bispos católicos dos Estados Unidos procuram por conselhos
sobre a comunidade LGBTI+. Ele no entanto parece perturbado.

O artigo de Ávila causou uma tempestade de fogo e acabou sendo retirado com um pedido de desculpas de sua editora,
“The Boston Pilot”. Mas devemos reconhecer que a mesma fonte a publicou sem objeção em primeiro lugar.

Às vezes, a máscara escorrega e vemos o que aqueles em posições de autoridade realmente pensam sobre os gays. Foi o
que aconteceu quando o artigo de Ávila foi publicado e o silêncio foi ensurdecedor.

Como objetivo aqui é trazer a tona reflexões sobre esta questão da demonização dos homossexuais, vamos apresentar
outros aspectos de outras denominações religiosas cristãs. No ano de 2019 a Igreja Gateway Fellowship em Kerrville, do
Texas batizou um homem depois de fazer este homem aceitar e declarar publicamente "era mentira do diabo que eu era

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gay". O novo membro da congregação ergueu uma placa que dizia: "Eu acreditava em uma mentira do diabo que eu era
gay até... Deus me mostrou o seu portal !!! ”

Esses estão entre os vários “atos obscenos” que os cristãos conservadores usam para denunciar os gays. São os
versículos bíblicos e constrangimentos citados por pessoas que se dizem cristãs e membros de uma Igreja que pertence a
Jesus Cristo, mas tiradas totalmente do contexto ou anulados pelo sacrifício de Jesus.

Esta é uma mensagem horrível, um mau exemplo para inúmeros homossexuais e muitos dos quais são cristãos. Eles não
têm nada do que se envergonhar por ser assim. Eles não estão confusos. Eles não foram enganados pelo diabo. E é
absolutamente cruel para qualquer grupo de pessoas convencer alguém que ele não é realmente gay e implicar que ele fez
algo errado ao dizer o mesmo. Isso é uma questão totalmente pessoal.

Esse homem que foi batizado se juntou orgulhosamente a uma igreja cujo primeiro ato importante foi envergonhá-lo
publicamente por ser ele mesmo. Há pouco mais de um ano, ele comemorava em suas redes sociais que era gay e estava
orgulhoso. Agora ele pertence a uma organização que pegou essa alegria e a substituiu por culpa e vergonha em nome de
Cristo.

Outro fato aconteceu na África, onde em um sermão para 50.000 seguidores, um "profeta" auto-declarado no Zimbábue
classificou os gays como ferramentas do diabo.

Emmanuel Makandiwa25 declarou que os gays são "doentes mentais" e disse que Satanás tem uma estratégia para
dificultar os cristãos para que possam perceber que as pessoas LGBT são más.

O líder da Igreja Internacional da Família Unida (UFIC) disse: “O que me surpreende é que algumas dessas pessoas são
bilionárias. Algumas dessas pessoas com mentes depravadas estão em posições altas na política do país. Agora eles estão
aprovando leis para apoiar a homossexualidade".

O "profeta" afirma que as pessoas no Zimbábue com dinheiro e poder político o estão usando para esconder sua
homossexualidade. "Como alguém pode obter muito dinheiro e ainda assim ter uma mente reprovável?", Disse Makandiwa
à sua congregação, segundo o jornal local “The Sunday Mail”.

Continua ainda os ataques: “A maioria das pessoas não acredita que esses homossexuais estejam loucos porque têm mais
dinheiro que você. O dinheiro existe para fazê-los parecer normais, mas não são normais”.

Ele disse ainda que o diabo estava usando essas pessoas como um escudo para tornar os cristãos inconscientes de que os
gays estão doentes e suas mentes são rejeitadas por Deus ... “Suas mentes não estão mais de acordo com o desígnio de
Deus. O que está fazendo com que os homens se casem com outros homens não é porque eles têm alguns desejos
naturais em relação a outros homens no sangue. É por causa da condição de suas mentes. A mente deles é rejeitada por
Deus.”

Em contrapartida uma organização de direitos LGBTI+ atacou o líder da igreja. Os gays e lésbicas do Zimbábue (GALZ)
disseram: “Como um homem da igreja, seria de se esperar que o Profeta Makandiwa cumprisse seu dever evangélico ao
lado dos marginalizados e o que se vê não é isso”.

Atualmente, o sexo entre homoafetivos e a troca de carinhos em público são ilegais no Zimbábue. O presidente do país,
Robert Mugabe, pediu no passado que gays e lésbicas sejam decepados e recentemente prometeu reprimir ainda mais a
comunidade LGBT.

Diz um ditado que a “coisa seria cômica se não fosse trágica”. Temos feito muitas pesquisas principalmente sobre esta
questão da demonização dos LGBTI+ e é claro que na rede a gente encontra de tudo e cada click leva a outro click e assim
vamos descobrindo coisas e desvendando novos mundos sem é claro de ficarmos estupefatos diante de determinadas
situações. Gostaria de relatar aqui uma pergunta que uma pessoa fez e a resposta que foi escolhida como melhor.
Vejamos....

Alguém pergunta: Existe realmente um demônio em mim se eu sou gay?

Christian Koncz responde:

“Provavelmente não, mas há um fenômeno que você deve ter em mente e é chamado de Kundalini reversa.
Isso geralmente é desencadeado pela penetração anal e faz com que a Kundalini se

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inverta, ou seja, extraia energia do cérebro e do chakra mais baixo para a pessoa penetrante. Sabe-se que
as entidades negativas possuem pessoas que fazem isso; é por isso que é tão difundido nas prisões, nas
forças armadas, na igreja e nas sociedades secretas. É assim que a energia pode ser roubada de outras
pessoas e, em um estado energético enfraquecido, você pode ser mais suscetível a ataques de entidades
negativas, tanto espirituais quanto físicas. Se você é gay, eu aconselho você a não fazer sexo anal por
completo, ou pelo menos não deixe ninguém te penetrar. Há uma razão para isso ser estritamente proibido
em todas as religiões e tradições espirituais, porque é muito perigoso e pode levar a sérios problemas
psíquicos e psicológicos. De fato, se você já foi penetrado analmente no passado, deixe seu corpo se
recuperar e, ao meditar, pratique o fechamento do ânus, apertando os músculos responsáveis ​por segurar o
que quer que saia. Quanto mais tempo você puder fazer isso, melhor e depois de um tempo, deverá sentir o
fluxo descendente das energias reprodutivas voltando para a base da coluna e fluindo para cima. Se você
puder fazer isso, qualquer dano causado ao seu corpo de luz deve curar rapidamente. Por sinal, isso não é
contra nenhum tipo de relacionamento gay, mas especificamente contra o sexo anal, seja em um
relacionamento hetero ou gay, é uma péssima idéia e não deve ser feito por alguém que se preocupa com
sua saúde mental.

Enfim não é para se questionar ou criticar, apenas para acrescentar a este tema apresentando mais uma afirmação embora
não radical como as demais, a respeito da demonização das relações homossexuais.

Falando de coisas mais sérias o Rev. James Martin26, um padre jesuíta, afirma que "Satanás não cria homossexualidade
mais Satanás cria heterossexualidade e seus preconceitos", para o padre. “Deus cria gays e lésbicas, os ama e os ama
pela eternidade. A opinião de que a sua sexualidade vem de forças satânicas parece estar em oposição ao catecismo da
Igreja". Inclusive o jesuíta incentiva padres gays a saírem do armário.

É a pura verdade, sair do armário. Isso é o que o Padre James Martin SJ incentiva os padres gays a fazerem. O jesuíta
americano de renome e também conselheiro da Secretaria para a Comunicação do Vaticano acredita que o exemplo destes
sacerdotes homossexuais ao divulgar sua sexualidade "ajudaria a mostrar aos católicos comuns como uma pessoa gay é e
como os homossexuais podem viver de forma casta".

Cameron Doody, fez uma reportagem com o padre Jesuíta, publicada por “Religión Digital”, em 09 de Julho de 2017 cuja a
tradução é de Henrique Denis Lucas que achamos interessante trazer dentro deste contexto de avaliações.

Em uma entrevista com a CNN, Martin apresentou seu novo livro, cujo título se traduz ao português como
Construindo Pontes: como a Igreja e a comunidade LGBT podem adentrar em uma

relação de respeito, compaixão e sensibilidade. Ele também refletiu sobre "a enorme mudança" que está
ocorrendo na Igreja em termos de aceitação - e já não mais de rejeição - de pessoas gays: uma mudança
atribuída ao exemplo de prelados como o Cardeal Joseph Tobin, Arcebispo de Newark, ou o próprio Papa
Francisco.

"Há duas razões para essa mudança" no sentido de uma hospitalidade mais calorosa das pessoas LGBT na
Igreja, assinala Martin.

"Uma é o Papa Francisco. Sua pergunta: 'Quem sou eu para julgar?'; sua reunião pública com Yayo Grassi,
seu ex-aluno homossexual, em sua visita papal aos Estados Unidos; seus comentários sobre o Amoris
laetitia, que foram usados para permitir que homossexuais praticantes recebam a Comunhão". Mas não foi
apenas o próprio pontífice, mas também, - como observa Martin - o fato de que "os bispos que o Papa
Francisco está nomeando nos Estados Unidos são muito mais favoráveis aos LGBTs".

A outra razão que o Padre Martin explica sobre esta abertura cada vez maior na Igreja em direção às
pessoas gays é "o aumento do número de católicos LGBTs que estão saindo do armário e fazendo com que
as questões LGBTs sejam muito mais importantes para a Igreja em geral". Mas ainda assim, falta uma parte
importante da Igreja que não foi tão corajosa - ou que não lhe deixaram mostrar a sua valentia - em
reconhecer publicamente suas inclinações afetivas. Exceto, é claro, de algumas exceções heróicas, como a
de Krzysztof Charamsa, ex-oficial da Congregação para a Doutrina da Fé.

O jesuíta Martin acredita que há "várias razões" pelas quais os milhares de sacerdotes e religiosos gays e
lésbicas não saem do armário. "Um, por que seus bispos ou superiores religiosos lhes pedem para não fazê-
lo. Dois, por que temem as represálias de seus devotos. Três, por que temem que isso geraria divisões.
Quatro, por que são pessoas reservadas. Cinco, por que eles não estão plenamente conscientes de sua

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sexualidade", lista o sacerdote, reservando para o final o motivo mais preocupante: por que "as pessoas têm
misturado a homossexualidade com pedofilia", de modo que os padres gays "não querem sair do armário
por medo de serem rotulados como pederastas".

Será por medo, então, mais do que qualquer coisa, a razão pela qual não conhecemos mais religiosos
homossexuais confessos. Mas se os padres homossexuais conseguissem dominar seus medos, opina
Martin, eles dariam uma poderosa lição para toda a Igreja.

Se esses padres vencerem seus medos e saírem do armário, diz Martin, "ajudaria a mostrar aos católicos
comuns como uma pessoa gay é e como os homossexuais podem viver de forma casta". Mais do que uma
injustiça da qual eles precisam se esforçar para viver a sua personalidade de maneira furtiva, para Martin é
uma "grande ironia". Ironia porque "estes homens e mulheres estão vivendo exatamente o que a Igreja pede
para as pessoas LGBTs - castidade e abstinência - e eles não são permitidos a falar sobre isso". É por isso
que Martin esclarece que "eles estão fazendo um grande trabalho sob uma nuvem estranha que nem
deveria existir".

Concluindo este capítulo não precisamos ser extremamente inteligentes ou exímios exegetas para dizer que “A culpa não é
diabo”. A teologia da guerra espiritual é muito confusa na mente dos cristãos. E é um grande conforto entre nós atribuir tudo
ao diabo. Isso com certeza cria um mal ainda maior. Enquanto as pessoas culpam o diabo por tudo, levam mais tempo para
se arrependerem de seu próprio mal e concluir que a vida não está baseada no ódio e sim no amor e no respeito. Quem
culpa o diabo nunca está livre de si mesmo.

Com certeza Satanás anda ao nosso redor, tentando nos engolir e nos sugar através de suas malicias. Mas ele só pode nos
engolir se negligenciarmos nosso posto, deixarmos a presença de Deus, que é nossa área protegida, e entrarmos em seu
campo.

Às vezes dizemos: "Satanás me fez fazer isso". Mas a verdade é que ele não pode fazer isso. Quando erramos, não é
Satanás que nos faz errar, mas nós mesmos, que deixamos nossa área protegida e encontramos Satanás no seu território.
Vamos parar de endeusar a Satanás, ele não é tão poderoso. Ele não tem autoridade para nos tirar da comunhão com
Deus. Ele não tem poder ou autoridade para entrar e nos alcançar a não ser que permitamos.

DE FATO EXISTE A CURA GAY?


Falando de questões técnicas27, a palavra cura já existia em latim com o sentido primitivo de ‘cuidado’, ‘atenção’,
‘diligência’, ‘zelo’. Havia também o verbo curo, curare, de largo emprego, com o significado de 'cuidar de', 'olhar por', 'dar
atenção a', 'tratar’.

Como termo médico, cura foi primeiramente usado na acepção de ‘tratamento’, conforme se lê em Celsus (séc. I DC) em
seu livro III.9.1 : In hoc casu medici cura esse debet, ut morbum mutet (Neste caso o cuidado médico [ou do médico) é
indicado para mudar o curso da doença).

A evolução semântica da palavra cura, tanto em latim, como nas línguas românicas, operou-se em várias direções, sempre
em torno da idéia de ‘cuidar de’, ‘exercer ação sobre’, ‘tratar’. Vejamos alguns exemplos:

Cura: Pároco; cuida espiritualmente de seus paroquianos.

Curador: Pessoa que cuida dos interesses de outrem ou de alguma instituição (donde ‘curador de menores’, ‘curador de
família’, ‘curador de massa falida’, ‘conselho de curadores’ etc.)

Curado: (queijo, peixe). Que recebeu um tratamento especial; o queijo, exposto ao ar seco durante algum tempo; o peixe,
exposto ao calor e à fumaça.

Curativo: Limpeza e tratamento tópico de um ferimento.

Como termo de medicina a mudança de significado decorreu do fato de que a cura, no sentido de tratamento, na maioria
das vezes, modifica o curso da doença e restabelece a saúde do enfermo.

Deu-se, então, a metonímia, na modalidade em que a mesma palavra passa a expressar tanto a ação (no caso os cuidados
médicos) como o resultado da ação (a recuperação da saúde). A metonímia é um fenômeno comum de linguagem.

Assim, cura passou a significar também o restabelecimento da saúde, à volta ao estado hígido, e esta nova acepção
sobrepôs-se à primitiva no entendimento geral e no próprio vocabulário médico.
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Em razão dessa evolução semântica, curar pode ser empregado tanto no sentido de tratar, cuidar de, como no sentido de
debelar uma enfermidade, de restituir a saúde, de sarar.

Sarar deriva do verbo latino sanare, que se conservou intacto em italiano, e evoluiu para sanar em espanhol e sarar em
português. A substituição de n por r que se operou na língua portuguesa é explicada pela seguinte seqüência na passagem
do latim vulgar para o português arcaico: sanare > saar > sar > sarar.

Já segundo a psicologia “a cura não é linear”28, ou seja, o processo de cura é algo que está sempre em movimento e
desenvolvimento, e por isso, há altos e baixos em seu caminho.

É muito comum ouvir dos pacientes que eles regridem, recuam e nunca vão poder se curar. Segundo Weiller Bastos29, sua
resposta é sempre a mesma; “onde há vida e cura há movimento”. Assim como as linhas do nosso batimento cardíaco, a
linha do processo de cura tem altos e baixos. Há dias em que nos sentimos bem e parece que nenhum problema nos
afetará novamente. Mas há outros em que a tristeza bate à porta e parece não haver solução para nada.

A partir destas e de outras definições, poderemos entrar então no contexto da “cura gay”. Com um olhar tanto no campo
técnico da medicina, como no campo humano da psicologia, poderemos fazer análises, comparações e questionamentos.

A terapia de conversão ou a “cura gay” é uma prática científica duvidosa, que tenta mudar a orientação sexual de uma
pessoa de homossexual ou bissexual para heterossexual por meio de intervenção psicológica ou espiritual. Não há
evidências confiáveis ​de que a orientação sexual possa ser mudada, e as instituições médicas alertam que o tratamento é
totalmente ineficaz e potencialmente prejudicial no campo emocional. As organizações médicas, científicas e
governamentais dos Estados Unidos e do Reino Unido expressaram preocupação com a eficácia e a ética das terapias de
conversão. Várias jurisdições em todo o mundo aprovaram leis contra a terapia de conversão.

Quanto as suas origens, no final do século 19, psiquiatras e médicos começaram a estudar a atração pelo mesmo sexo em
termos médicos e procurando maneiras de revertê-lo.

Em 1899, um psiquiatra alemão inovou em uma audiência em uma conferência sobre hipnose com uma afirmação ousada:
“ele havia tornado um homem gay hétero”.

Só foram necessárias 45 sessões de hipnose e algumas viagens a um bordel, Albert Von Schrenck Notzing29 se gabou o
psiquiatra. Pela hipnose, ele alegou que havia manipulado os impulsos sexuais do homem, desviando-os do seu interesse
pelos homens para um desejo duradouro por mulheres.

Ele não sabia disso, mas acabara de iniciar um fenômeno que mais tarde seria conhecido como "terapia de conversão" ou
“cura gay” uma série de técnicas pseudo-científicas projetadas para destruir a sexualidade das pessoas LGBTI+ e adaptá-
las às expectativas da sociedade, de como se comportar. Mesmo hoje contestada por diversas instituições médicas, a
terapia de conversão tem sido amplamente praticada ao longo do século XX e XXI, deixando a vergonha, a dor e o ódio
empilhados na alma de quem era tratado.

Durante séculos, a homossexualidade, especialmente as relações entre pessoas do mesmo sexo, no caso, entre homens,
tem sido considerada desviante, pecaminosa e até criminosa. No final do século XIX, psiquiatras e médicos começaram a
lidar também com a homossexualidade e procuravam todas as maneiras de revertê-lo.

Existem muitas teorias sobre por que as pessoas eram gays. Para Eugen Steinach30, um endocrinologista austríaco
pioneiro, a homossexualidade estava enraizada nos testículos de um homem. Essa teoria levou a experimentos de
transplante testicular na década de 1920, nos quais homens gays foram castrados e posteriormente receberam testículos
"heterossexuais".

Outros teorizaram que a homossexualidade era um distúrbio mental. Sigmund Freud31 levantou a hipótese de que as
pessoas nascem bissexuais por natureza e que os homossexuais se tornam gays devido ao seu condicionamento.
Enquanto Freud enfatizou que a homossexualidade não é uma doença, alguns de seus colegas discordaram. Eles
começaram a usar novas intervenções psiquiátricas para "curar" os gays.

Uma ramificação dessas técnicas era a "terapia da aversão", que se baseava na premissa de que as pessoas LGBTI+ que
tinham nojo da homossexualidade não sentiam mais os mesmos desejos sexuais. Sob supervisão médica, as pessoas
recebiam produtos químicos que as faziam vomitar quando olhavam para fotos de seus amantes, por exemplo. Outros
receberam choques elétricos, às vezes nos órgãos genitais, enquanto assistiam pornografia gay ou se vestiam.

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A American Psychiatric Association (APA) rejeita "a suposição de que a homossexualidade é um distúrbio mental em si
mesma, ou que o paciente a priori possa mudar sua orientação sexual" e descreve a tentativa de mudança como antiética.
A associação também afirma que, a propaganda de posições não científicas sobre orientação sexual, pode causar danos
sociais. Em 2001, o cirurgião americano David Satcher32 publicou um relatório afirmando que "não há evidências científicas
válidas de que a orientação sexual possa ser alterada".

As técnicas usadas na terapia de conversão nos Estados Unidos e na Europa Ocidental incluem lobotomias, castração
química com tratamento hormonal; tratamentos aversivos como "eletro choque nas mãos e ou nos genitais"; "medicamentos
indutores de náusea... administrados simultaneamente com a apresentação de estímulos homoeróticos"; e reorientação
masturbatória. As técnicas clínicas mais recentes usadas nos EUA limitam-se a aconselhamento, visualização, treinamento
de habilidades sociais, terapia psicanalítica e intervenções espirituais como "oração e apoio e tratamento de grupo", embora
existam relatos de tratamentos aversivos de prática não licenciada no início dos anos 2000.

O termo terapia reparativa tem sido amplamente utilizado como sinônimo de terapia de conversão, mas foi argumentado
que, estritamente falando, refere-se a um tipo específico de terapia associada aos psicólogos Elizabeth Moberly e Joseph
Nicolosi33.

Sam Brinton34 afirma no ano de 2018 afirmou; “fui torturado em terapia de conversão gay. E ainda é legal em 41 estados
nos Estados Unidos. Vamos compartilhar aqui a declaração dele:

No início dos anos 2000, quando eu era estudante do ensino médio na Flórida, fui submetido a um trauma
que pretendia apagar minha existência como bissexual. Meus pais eram missionários batistas do sul que
acreditavam que a prática perigosa e desacreditada da terapia de conversão poderia "curar" minha
sexualidade.

Por mais de dois anos, sentei-me no sofá e passei por sessões emocionalmente dolorosas com um
conselheiro. Foi-me dito que minha comunidade religiosa rejeitou minha sexualidade; que eu era a
abominação que ouvimos na escola dominical; que eu era a única

pessoa gay do mundo; que era inevitável que eu pegasse HIV e AIDS.

Mas não parou com essas dolorosas sessões de terapia de conversa. O terapeuta ordenou que fosse
aplicado em meu corpo; gelo, calor e eletricidade. Fui forçado a assistir clipes na televisão de gays de mãos
dadas, abraçando e fazendo sexo. Eu deveria associar essas imagens à dor e ao horror aos gays. No final,
não funcionou. Eu dizia que sim, apenas para fazer a dor desaparecer.

Comecei a reparar os danos que a terapia de conversão causou a mim e à minha família. Mas a promessa
fracassada de mudança provavelmente causou uma ruptura permanente em nosso relacionamento.

Muitos pensam que a terapia de conversão é um artefato do passado, uma prática de tortura medieval. Mas,
de fato, ainda é legal em 41 estados, incluindo os chamados progressistas como Nova York e
Massachusetts. A cidade de Nova York proibiu totalmente a prática apenas no mês passado.

Hoje sou orgulhosamente bissexual e de gênero, e sirvo como chefe de advocacia e assuntos
governamentais do Projeto Trevor, a maior organização mundial de prevenção de suicídios e intervenção em
crises para jovens LGBT. Ouvimos constantemente sobreviventes de terapia de conversão que ficaram tão
traumatizados que estão pensando em suicídio. Portanto, sabemos a gravidade do problema.

Um novo relatório nos diz o quão grande é. Quase 700.000 adultos no país receberam terapia de conversão
em algum momento, incluindo cerca de 350.000 que receberam o tratamento na adolescência, de acordo
com um estudo do Williams Instituto, um pensador e escritor sobre orientação sexual e lei de identidade de
gênero e políticas públicas na UCLA.

É doloroso que o estudo calcule que 20.000 adolescentes LGBT receberão terapia de conversão de um
profissional de saúde antes de completar 18 anos. Um número ainda maior de jovens, estimados 57.000
adolescentes, receberá o tratamento de um conselheiro religioso ou espiritual antes da idade adulta.

A chamada "terapia de conversão", às vezes chamada de "terapia de recuperação", é uma série de práticas perigosas e
desacreditadas que afirmam incorretamente alterar a orientação sexual ou a identidade ou expressão de gênero de uma
pessoa. Tais práticas foram rejeitadas por todas as organizações de saúde médica e mental por décadas. No entanto,
devido à contínua discriminação e preconceito social contra as pessoas LGBT, alguns profissionais continuam sendo
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submetidos à terapia de conversão. A terapia de conversão pode levar à depressão, ansiedade, uso de drogas, falta de
moradia e suicídio.

Alguns grupos religiosos de direita promovem o conceito de que um indivíduo pode mudar sua orientação sexual ou
identidade de gênero, seja através da oração ou de outros eventos religiosos, seja através da chamada "terapia reparadora"
ou "terapia de conversão" ou “terapia de aversão”. A pesquisa desses esforços refutou sua eficácia e também mostrou que
eles são positivamente prejudiciais. Além de estudos que se concentram exclusivamente na terapia restauradora, estudos
mais amplos mostram claramente que lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e homossexuais, especialmente jovens, são
significativamente prejudicados pelo preconceito social e pela rejeição familiar. Além disso, há evidências significativas de
danos às pessoas LGBTI+ resultantes de tentativas de mudar sua orientação sexual e identidade de gênero.

Em 2007, uma força-tarefa da American Psychological Association conduziu uma revisão completa das pesquisas
existentes sobre a eficácia da terapia de conversão. O relatório deles constatou que existem muito poucos estudos
metodologicamente sólidos sobre os Esforços de Mudança de Orientação Sexual e que os resultados de estudos
cientificamente sólidos indicam que é improvável que as pessoas diminuam a atração pelo mesmo sexo e que ainda tal
tratamento pode aumentar a atração pelas relações sexuais. "A Força-Tarefa também observou que" não existem estudos
metodologicamente sólidos sobre este tema que permitiriam à Força-Tarefa fazer uma declaração final se tal tratamento é
seguro ou não, e se é prejudicial para alguém.

Segundo a associação : “Ninguém deve se meter na sua identidade sexual. Ela não é algo que pode ser curado”.

Uma pesquisa no Reino Unido de 2009 com mais de 1.300 profissionais de saúde mental credenciados constatou que mais
de 200 haviam oferecido alguma forma de terapia de conversão, com 35% dos pacientes encaminhados a eles para
tratamento por médicos de família e 40% tratados dentro uma clínica.

O Conselho Britânico de Psicoterapia sobre a Terapia de Conversão afirma que "é explorador para um psicoterapeuta
oferecer tratamento que possa 'curar' ou 'reduzir' a atração pelo mesmo sexo, pois ofereceria um tratamento para o qual
não há doença. Não há razão científica, racional ou ética para tratar pessoas que se identificam dentro de uma variedade
de sexualidades humanas de maneira diferente daquelas que se identificam apenas como heterossexuais".

A terapia de conversão pode ser extremamente perigosa e, em alguns casos, fatal. Os riscos podem ser: depressão, culpa,
desamparo, desesperança, vergonha, retraimento social, suicídio, abuso de substâncias, estresse, decepção, culpa, baixa
auto estima, aumento do ódio próprio, hostilidade e culpa em relação aos pais, sentimentos de raiva e traição, perda de
amigos e possíveis parceiro, problemas de intimidade sexual e emocional, disfunção sexual, comportamentos sexuais de
alto risco, sensação de desumanização, perda de fé e sensação de desanimo.

Os riscos para os jovens são ainda maiores. Os jovens que são rejeitados devido à sua orientação sexual ou identidade de
gênero estão particularmente expostos a sérios riscos à saúde. Pesquisas mostram que jovens adultos, lésbicas, gays e
bissexuais que relataram níveis mais altos de rejeição familiar durante a puberdade relataram tentativas de suicídio oito
vezes mais freqüentemente, relataram altos níveis de depressão mais de cinco vezes e usavam drogas ilícitas mais de três
vezes e mais de sexo desprotegido é três vezes mais comum que colegas de família que relataram pouca ou nenhuma
rejeição familiar.

Em um caso divulgado no início da década de 1970, o psicólogo George Rekers35 tratou um garoto de cinco anos chamado
Kirk Murphy, que mostrou comportamento feminino estereotipado, como a preferência por brinquedos femininos. Rekers
instruiu os pais de Murphy a recompensá-lo por mostrar um comportamento "masculino" e por puni-lo (ignorá-lo ou até
castigá-lo) por mostrar um comportamento "feminino".

Rekers disse que esse tratamento impediria o garoto de se tornar gay. Mais tarde, Rekers publicou um artigo citando seu
tratamento de Murphy como uma história de sucesso que Rekers e outros defensores dessas práticas continuam usando
para enganar outros pais e atrair outros clientes que lutam contra o estigma e a discriminação contra pessoas LGBTI+. Na
realidade, porém, Murphy era gay e lutava contra o sofrimento psicológico grave causado por "tratamentos" de Rekers ao
longo de sua vida. Murphy tentou tirar a própria vida quando tinha 17 anos e morreu por suicídio aos 38 anos.

Então a homossexualidade é uma doença e pode ser curada?

Porque esta pergunta nesta altura do campeonato já que fizemos tantas afirmações e apologias contrárias a este
tratamento. Porque tem pessoas que ainda afirmam que esta terapia funciona mesmo.

Por exemplo David Kyle Foster36 diz que:

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...Não é de admirar que a taxa de suicídio entre homossexuais seja de 3-5 vezes a média, mesmo em locais
ao redor do mundo que são mais favoráveis ​a esse estilo de vida! Nenhuma esperança está sendo dada ao
grande número de homossexuais que não querem ser gays.

Suas mentes, corpos e almas estão dizendo a eles que há algo errado em serem atraídos sexualmente por
pessoas cujos corpos não são projetados para cometer tais atos, tanto que, toda vez que um homossexual
masculino comete um dos atos sexuais mais comuns em com seu parceiro , ele realmente danifica a mente,
a alma e o corpo desse parceiro (1 Coríntios 6:18). Quando pressionado, quase todos os proctologistas
admitem isso, mesmo aqueles cujos meios de subsistência dependem de tais pacientes.

Surpreendentemente, vários terapeutas seculares (alguns dos quais são gays e lésbicas) tornaram públicos
a declaração que a ciência provou que o desejo sexual pode mudar.

Então existem ex-homossexuais? Sim claro que sim...

...Para alguns, significa que eles aprenderam a não tentar encontrar a cura ou o poder de alcançar a
liberdade por conta própria (2 Coríntios 2:21; Filipenses 2:13), mas confiaram totalmente em Deus para não
apenas mostrar para eles o que está errado, mas para capacitá-los a renunciar e recusar tais
comportamentos no futuro (At 17:28; Gálatas 2:20; 2 Pedro 1: 4; Judas 24)

... Para alguns, significa que, ao encontrar a cura para os déficits e traumas que estão por trás de suas
atrações pelo mesmo sexo, essas tentativas perdem progressivamente seu poder coercitivo. “Em essência,
as atrações começaram a diminuir em substância e poder, fazendo com que sua identidade mudasse de
“homossexual” para casto filho de Deus”.

Resumindo, a graça, misericórdia e amor demonstrados pela morte de Jesus na cruz convenceram esses
ex-homossexuais a receber o amor que sempre desejaram. Eles foram transformados

sobrenaturalmente naquilo que consideram queridos e renderam sua vontade à vontade de Deus. E eles
foram infundidos com a vida de Deus, que lhes deu tudo o que precisam para a vida e a piedade, por meio
de seu conhecimento (intimidade) Dele (2 Pedro 1: 3-11).

Falando sobre o Brasil; a Ordem dos Advogados do Brasil diz que “independentemente da opinião pessoal sobre esse
assunto, as idéias de tratamento gay são reais e quase parte da nossa realidade no século XXI. Como os projetos e outras
medidas destinadas a "mudar" a orientação sexual de uma pessoa são presentes e constantes, sua presença indica uma
necessidade urgente de debater esse assunto”.

Ainda dentro da perspectiva do assunto abordado pela OAB, uma vez que pessoas influentes, como os políticos, começam
a bradar gritos de guerra e a obter o apoio de uma parte expressiva da população (vide as manifestações a favor da Cura
Gay nas redes sociais), é seguro dizer que o que parecia ser subentendido está, na verdade, atuando como poeira que se
varre para baixo do tapete.

Como o tópico se refere à orientação sexual como uma doença, o assunto tem sido altamente controverso, porque a
palavra "cura" implica a eliminação do "mal", como já afirmamos na introdução deste capítulo. No entanto, desde os anos
90, a OMS (Organização Mundial da Saúde) descartou qualquer possibilidade de que a orientação sexual de um indivíduo
esteja relacionada à doença.

Como tal, a OMS determinou que a homossexualidade pode ser definida como uma variação natural da sexualidade
humana e não deve ser considerada uma doença. Portanto, em 1999, a Comissão Federal de Psicologia proibiu seus
profissionais de indicar qualquer tipo de terapia com o objetivo de mudar a orientação sexual de qualquer pessoa. No
mesmo caminho, o Conselho Federal de Medicina também deixou claro que a homossexualidade tem mais de 30 anos e
não é mais considerada uma condição patológica pela comunidade médica.

Em relação ao projeto da cura gay nos anais da política do Brasil, o deputado federal do PSDB de Goiás, João Campos, foi
quem protocolou na Câmara dos Deputados, em 2011, um PDC (Projeto de Decreto Legislativo) para suspender a
resolução do Conselho Federal de Psicologia.

Dois anos depois de tentativas de votação infrutíferas e sob muitos protestos de outros parlamentares e da população em
geral, o projeto foi aprovado em 18 de junho de 2013 pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados.

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No entanto o projeto teve rápida ascensão e rápida queda também em relação aos tramites para sua aprovação. Apenas 15
dias após o deferimento do PDC de sua autoria, o Deputado João Campos levou à Câmara um requerimento que pedia o
cancelamento da tramitação de sua proposta.

Isso aconteceu graças à manifestação do próprio PSDB que se mostrou contrário à solicitação de seu Deputado.

O arquivamento foi aprovado por quase todos os partidos, exceto pelo PSOL. O partido do Deputado Jean Wyllys queria
mais do que o arquivamento da proposta: o partido exigia que tal proposta não pudesse ser reapresentada.

No dia 4 de julho, dois dias depois da aprovação do requerimento para cancelamento do trâmite do PDC do Deputado João
Campos, apresentou um novo projeto para extinguir a determinação do Conselho Federal de Psicologia foi apresentado à
Câmara. Porém, agora, o pedido teve indeferimento imediato.

O indeferimento de projetos como este, entretanto, tem data de validade. De acordo com o Regimento Interno da Câmara,
quando o trâmite de uma proposta é cancelado, outra de conteúdo semelhante não poderá ser apresentada no mesmo ano
em que a primeira foi cancelada.

Portanto, a ameaça de um novo projeto da Cura Gay ainda paira sobre nossas cabeças. Aguardemos cenas dos próximos
capítulos.

Concluindo: O ponto aqui é que as pessoas homossexuais não podem deixar de ser o que são por procedimentos clínicos
ou psicológicos. Não é apenas uma escolha individual, é também uma questão biológica. Além disso, os métodos usados ​
por essas instituições que realizam a "cura gay", não são dignas de ser chamada de tratamento humano e podem provocar
várias inseguranças e até traumas. O Estado e o Conselho de psicologia com certeza fizeram muito bem em interferir, pois
parte da população, em sua inocência, pensa que a homossexualidade é um problema a ser eliminado. Temos que parar de
colocar a heterossexualidade em um pedestal unicamente aceitável e começar a aceitar que outras sexualidades são
igualmente importantes. O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, mas cremos que nada como o tempo e as
experiências para trazer luz a este assunto.

NOSSA ESPERANÇA DEVE ESTAR EM CRISTO


Temos ouvido muito sobre esperança e mudanças nos dias de hoje. Essa palavra “esperança” se tornou muito usada e
quase sem sentido. As pessoas querem ter esperança em alguma coisa: Esperança no futuro de sua família, esperança no
futuro do nosso país, esperança para uma vida futura, esperança de mais inclusão.

É por isso que essa palavra está na boca de tantas pessoas. As pessoas realmente buscam mudanças, elas querem mudar
sua situação de vida, elas querem mudar de emprego.

A esperança é extremamente importante para nossas vidas. De fato, a esperança pode ser o ingrediente que falta em
nossas vidas. Precisamos seguir em frente e começar a caminhar na vitória que Jesus nos promete.

No entanto, hoje existe um completo mal-entendido no mundo sobre o que realmente é a esperança. O que o mundo pensa
que é a esperança? O mundo pensa na esperança como um desejo, ou sonho. "Espero conseguir essa promoção no
trabalho." "Espero que não chova no dia da minha festa." "Espero ganhar na loteria", ou "Espero ter uma boa nota no teste".

A palavra do Novo Testamento para esperança é elpis; e significa “expectativa alegre e confiante”. A esperança bíblica tem
a expectativa de que a coisa realmente possa e vai acontecer. Está relacionado à fé.

Hebreus 11: 1 nos diz o que, “agora a fé é a substância das coisas esperadas, a evidência das coisas não vistas”. (Hebreus
11,1)

A fé é a substância das coisas esperadas. Por isso, podemos dizer que a esperança é como o "precursor" da fé. Você
realmente não pode chegar à fé sem antes esperar por algo. Em uma linguagem simplória poderíamos dizer que a
esperança é como a fé "no estado larval", e a "pré-fé".

Tudo bem e daí? O que esta questão da esperança e da fé tem a ver com o nosso tema proposto que é o da realidade dos
homoafetivos?

Acreditamos que somos chamados por Deus para criar uma comunidade de adoração inclusiva, onde incentivamos a
pertença e alimentamos a crença, juntos nos tornando seguidores de Jesus que compartilham o amor de Deus com o
mundo.

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Devemos acreditar e lutar por uma igreja que acolhe, aceita e serve a todas as pessoas. Não discriminamos em nenhum
nível, incluindo: poder econômico, gênero, identidade de gênero, saúde mental, habilidade mental, habilidade física, raça ou
sexualidade.

O site www.christianlibrary.org respondendo a uma pergunta “Que tipo de Igreja o Senhor quer?” faz uma colocação
baseada inteiramente na Bíblia que servirá como preâmbulo deste último capítulo deste trabalho. Vamos ao conteúdo:

INTRODUÇÃO: Os políticos constantemente enviam questionários para verificar a "opinião" de seus


eleitores. Eles querem ficar por dentro do que eles querem. Vamos mudar o conceito e ver o que a Bíblia diz
sobre que tipo de igreja o Senhor deseja.

CORPO

I. DEUS QUER UMA IGREJA ESPIRITUALMENTE MENTAL.

A. A igreja em Jerusalém.

1. Atos 2: 41-47 "Então os que receberam com prazer sua palavra foram batizados; e naquele dia cerca de
três mil almas foram acrescentadas a eles. 42 E continuaram firmemente na doutrina e comunhão dos
apóstolos, na partição do pão, 43 Então, o medo veio sobre toda alma, e muitas maravilhas e sinais foram
feitos através dos apóstolos.44 Todos os que criam estavam juntos, e tinham todas as coisas em comum, 45
e venderam suas posses e bens, e os dividiram entre tudo, conforme necessário. 46 Assim, continuando
diariamente de comum acordo no templo, e partindo o pão de casa em casa, eles comiam com alegria e
simplicidade de coração, 47 louvando a Deus e tendo favor com todo o povo. Senhor adicionou diariamente
à igreja aqueles que estavam sendo salvos. "

B. O Senhor deseja uma igreja dedicada a ele.

1. 2 Coríntios 6: 17-18 "Portanto" saia do meio deles e separe, diz o Senhor. Não toque no que é impuro, e
eu te receberei. 18 Eu serei para você um pai, e vocês serão meus filhos e filhas, diz o Senhor Todo-
Poderoso.

C. Nossa ênfase deve estar no espiritual.

1. Colossenses 3:16 - "Que a palavra de Cristo habite em você ricamente em toda a sabedoria, ensinando e
admoestando uns aos outros em salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando com graça em seus
corações ao Senhor".

II DEUS QUER UMA IGREJA EVANGELÍSTICA.

R. Deus quer que a igreja leve a verdade ao mundo.

1. Efésios 3: 9-11 "e fazer com que todos vejam qual é a comunhão do mistério, que desde o início dos
tempos se escondeu em Deus, que criou todas as coisas através de Jesus Cristo; 10 com a intenção de que
agora a variedade a sabedoria de Deus pode ser divulgada pela igreja aos principados e poderes nos
lugares celestiais, 11 de acordo com o propósito eterno que Ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor ".

2. 1 Timóteo 3: 15- "mas se eu demorar, escrevo para que você saiba como deve se conduzir na casa de
Deus, que é a igreja do Deus vivo, o pilar e a base da verdade. . "

B. A igreja no primeiro século era uma igreja evangelística.

1. Atos 5: 42- "E diariamente no templo e em toda casa, eles não cessavam de ensinar e pregar Jesus como
o Cristo".

2. Atos 8: 4- "Portanto, os que foram dispersos foram a toda parte pregando a palavra".

3. Atos 14: 1- "Agora aconteceu em Icônio que eles foram juntos à sinagoga dos judeus, e assim falou que
uma grande multidão de judeus e gregos acreditava."

III DEUS QUER UMA IGREJA DOCTRINALMENTE PURA.

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A. O Novo Testamento o ordena.

1. Romanos 16: 17- "Agora, peço a vocês, irmãos, que observem aqueles que causam divisões e ofensas,
contrariamente à doutrina que você aprendeu, e evitem".

2. Gálatas 1: 6- "Fico maravilhado por você estar se afastando tão cedo daquele que o chamou na graça de
Cristo, para um evangelho diferente, 7 que não é outro; mas há alguns que o incomodam e querem perverter
o evangelho de Cristo.8 Mas, mesmo que nós, ou um anjo do céu, preguemos outro evangelho para você
que não o que lhe pregamos, seja amaldiçoado.9 Como já dissemos antes, agora digo novamente, se
alguém lhe pregar outro evangelho além do que você recebeu, seja amaldiçoado. "

3. Efésios 4: 14-15 "para que não sejamos mais crianças, lançadas de um lado para o outro e carregadas
com todo vento de doutrina, pelas artimanhas dos homens, na astúcia astuta de conspirações enganosas,
15 mas, falando a verdade em amor, pode crescer em todas as coisas para Aquele que é a cabeça; Cristo; "

4. Efésios 5: 11 - "E não tenha comunhão com as obras infrutíferas das trevas, mas exponha-as".

5. 2 João 9-11 "Quem transgride e não permanece na doutrina de Cristo não tem Deus. Quem permanece
na doutrina de Cristo tem o Pai e o Filho. 10 Se alguém vem a você e não traz esta doutrina, não o receba
em sua casa nem o cumprimente; 11 porque aquele que o cumprimenta compartilha de suas más ações. "

B. Como mantemos essa pureza desejada?

1. Atos 17: 11- "Estes eram mais sinceros do que os de Tessalônica, pois receberam a palavra com toda
prontidão e pesquisaram diariamente nas Escrituras para descobrir se essas coisas eram assim".

2. 1 Tessalonicenses 5:21 - "Teste todas as coisas; segure firme o que é bom".

3. 1 Pedro 4: 11- "Se alguém fala, fale como os oráculos de Deus. Se alguém ministra, faça-o como com a
habilidade que Deus fornece, para que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem
pertence a glória e o domínio para todo o sempre. Amém. "

IV DEUS QUER UMA IGREJA NA PAZ COM SI MESMO.

A. A Bíblia nos ensina a seguir a paz.

1. 1 Coríntios 14: 33- "Porque Deus não é o autor da

confusão, mas da paz, como em todas as igrejas dos santos".

2. 2 Coríntios 13: 11- "Finalmente, irmãos, adeus. Tornem-se completos. Tenham bom conforto, tenham uma
só opinião, vivam em paz; e o Deus do amor e da paz estará com vocês."

3. Efésios 4: 3- "esforçando-se para manter a unidade do Espírito no vínculo da paz".

4. 1 Tessalonicenses 5: 13- "e considerá-los muito apaixonados pelo trabalho deles. Fique em paz entre si".

5. Romanos 14: 19- "Portanto, procuremos as coisas que favorecem a paz e as coisas pelas quais um pode
edificar o outro."

6. Tiago 3: 18- "Agora, o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que fazem a paz".

B. Deus ama pacificadores.

1. Mateus 5: 9- "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus".

2. Provérbios 12: 20- "O engano está no coração dos que concebem o mal, mas os conselheiros da paz têm
alegria".

CONCLUSÃO: Numa época em que as igrejas estão preocupadas em querer saber sobre as "necessidades"
da pessoa no banco, a igreja do Senhor nunca deve cair nessa armadilha. A recreação, o entretenimento e o
evangelho social nunca substituirão o que o Senhor deseja. Nunca vamos nos preocupar tanto com o que os
outros querem quanto com o que Deus quer.

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É claro que muitos exegetas vão dar inúmeras interpretações a cada uma destas passagens e a cada versículo, capítulo e
livro citado, no entanto a verdade é uma só e não dá para distorcê-la: “ o amor é o principio de tudo, e onde há amor há
respeito, onde há respeito não há espaço para a intolerância”.

William Franklin "Billy" Graham37, um pastor protestante dos Estados Unidos, nos diz que há algo que Jesus disse que
deveríamos pensar. Jesus disse aos que o seguiram: "Nisto todos saberão que vocês são meus discípulos, se tiverem amor
um pelo outro".

Quando vemos um mundo devastado pela guerra, um mundo doente, com dores, e confuso, acreditamos que este é o
momento da Igreja falar, momento da Igreja profetizar. Este é o momento da igreja demonstrar o amor e a graça de Deus!
Está na hora do mundo ouvir Cristo dizer através da Igreja: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (João 14: 6).

Esse versículo das Escrituras é de enorme importância na história moderna. Em outra parte da Bíblia, encontramos o que
João explicou: “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e
conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para
conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto está o amor, não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.”(1
João 4: 7-10).

A Bíblia explica que os que seguem a Jesus Cristo devem estar apaixonados uns pelos outros, assim como Deus estava
apaixonado por nós quando enviou Seu Filho para morrer na cruz, porque a Bíblia diz: "Deus é amor" (1 João 4:16).

O atributo básico de Deus é a santidade, mas o amor é outro atributo básico de Deus. É da natureza de Deus amar, e todo
mundo que conhece Jesus Cristo como Salvador também tem esse amor sobrenatural que o Espírito Santo instila em seu
coração. “A maior prova de que somos cristãos é que nos amamos”.

Em 1 Coríntios 13, primeiro temos uma descrição de um homem que não tem amor. O apóstolo Paulo diz: "Embora eu fale
com a língua dos homens e dos anjos, mas caso não tenha amor, me tornei um som do bronze ou um címbalo retumbante"
(1 Coríntios 13: 1).

Em outras palavras, podemos falar com o dom da oratória de William Jennings Bryan38a, podemos uma linguagem
intrigante como Churchill38b, podemos falar com o poder de Roosevelt38c no qual influenciou uma nação inteira, podemos
cantar uma ópera como Enrico Caruso38d, suponha que possamos falar mil idiomas ao mesmo tempo. A Bíblia diz tudo que
não é nada e que não somos nada, a menos que tenhamos esse amor divino e sobrenatural que Deus concede.

O apóstolo continua: "Embora eu tenha o dom da profecia e compreenda todos os segredos e conhecimentos... mas não
tenho amor, não sou nada" (1 Coríntios 13: 2). Poderíamos ser homens e mulheres de enorme conhecimento;
conseguirmos entender todos os segredos e toda a história, compreender todos os padrões. Poderíamos conhecer a Bíblia
de ponta a ponta; lembre-se de milhares de versículos das Escrituras39. Poderíamos ser ótimos professores de Bíblia;
Poderíamos até ser pregadores excelentes, mas se não amarmos, nada feito. Há no meio dos cristãos muitas pessoas que
são conservadoras em sua teologia, amam a bíblia, mas nas suas vidas há muito pouco espaço para o amor físico.
Podemos conhecer a Bíblia desde Gênesis até Apocalipse, mas se não amarmos, isso não significa absolutamente nada
aos olhos de Deus.

Até podemos ser um homens e mulheres de grande fé. A Bíblia diz que podemos ter fé para mover montanhas, mas se não
praticamos o amor, nada somos. Suponhamos que pudéssemos hoje dizer a uma montanha: "Vá para o mar" e ela se
mova. Espantoso não? Os outros diriam: "Bem, este homem é certamente um homem de tremenda fé para fazer com que
uma montanha se transporte para o mar". A Bíblia diz que isso não é absolutamente nada, a menos que nossa fé seja
temperada com amor.

Esse amor, do qual a Bíblia fala em 1 Coríntios 13, é paciente. Isso é bom demais. "Não há espaço para a inveja". Não há
ciúmes neste amor divino que Deus dá. É um amor que requer humildade. Ele nunca sobe ao topo, nunca tenta se
promover. Está sempre em segundo plano, muito humilde. O que precisamos hoje na igreja é de humildade real.

Por outro lado, a Bíblia diz em 1 Coríntios 13: 5 que o amor "não é rude". Ele é sempre educado e gentil a cada passo. Ele
"não está procurando por si próprio", nunca é egoísta. Deus se importa com você, diz a Bíblia.

O amor “não pensa no mal” (1 Coríntios 13: 5). Nunca guarda rancor, nunca tem malícia. Não se alegra na iniqüidade. (1
Coríntios 13: 6). Nunca é feliz quando outro cai. Conhecemos muitos cristãos que, quando ouvem falar que outro cristão

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caiu, dizem: "bem feito?" Eles ficam felizes porque o outro cristão caiu, porque isso os coloca um pouco mais alto na escada
da estimativa aos olhos humanos.

Somente esse amor divino que Deus dá nos fará amar os outros, e antes de experimentarmos uma conversão dos outros,
precisamos ter esse tipo de amor entre o povo de Deus. A maior demonstração de amor, no entanto, foi que Deus enviou
seu próprio filho para morrer por nós. Ele não merecia morrer por nós. Morrer por nós pecadores?

A Bíblia diz que não sabemos nada sobre esse amor se estivermos fora de Cristo. É impossível para nós termos esse amor
divino, porque é um dom de Deus apenas para aqueles que amam a Cristo.

Mas Deus nos ama! Não faz diferença o quanto estamos mergulhados na lama do pecado e da transgressão. Deus nos
ama hoje! Do jeito que somos. Ele provou isto enviando Seu Filho, Jesus Cristo, para morrer por nós na cruz.

Uma igreja inclusiva, que ama a todos sensibiliza se para a maneira como as pessoas se sentem excluídas da igreja,
principalmente devido a gênero, raça, orientação sexual, deficiência ou bem-estar mental. “A inclusão é um dos valores
centrais da Igreja a que pertencemos”, e é a expressão deste amor que falamos, esta é

uma afirmação de muitos casais homoafetivos, e isto significa muito para eles como indivíduos e como casal, porque muitos
foram excluídos das comunidades religiosas por causa de sua orientação sexual.

Analisemos na leitura do evangelho que incluiu a parábola da ovelha perdida e a parábola da moeda perdida (Lucas 15: 1-
10). Na parábola das ovelhas perdidas, o pastor deixa seu rebanho de 99 ovelhas para procurar apenas uma perdida. As 99
são deixadas sem assistência, eles podem não precisar da atenção do pastor porque estão seguras e protegidas, isto é,
fechadas. Mas a ovelha perdida precisa do pastor e há uma grande alegria quando é encontrada.

A vocação da Igreja é caminhar com estes que estão a margem do rebanho, não para que possamos torná-los "exatamente
como nós", mas para sermos transformados pelo relacionamento aberto e honesto e para uma nova maneira de estarmos
juntos. Ser realmente inclusivo significa estar aberto a conhecer as outras pessoas. Isso não é tranquilo e sereno, é um
processo profundamente desafiador, difícil, doloroso, assustador e que muda a vida.

A inclusão é boa, mas só pode ser uma via de mão única, para a pessoa que entra. Ser radicalmente bem-vindo significa
deixar a relativa segurança e conforto de nossas posições e sair com pessoas de fora de nossas comunidades, a fim de
manter um relacionamento verdadeiramente mútuo. Corremos o risco de nos sentirmos mudados através dessa
experiência.

Este é o desafio do evangelho, literalmente as "boas novas". Que boas novas Jesus veio pregar? As parábolas nos dão
uma pista. Na história da ovelha perdida e da moeda perdida, e no relato do filho pródigo, o filho perdido que segue estas
duas parábolas no Evangelho, Jesus fala de "grande alegria" quando os perdidos são finalmente encontrados. Da mesma
forma, cada um de nós está perdido à sua maneira, mas Deus está procurando por nós e fica feliz quando nos reencontra.

Estamos ansiosos pelo dia em que as igrejas abram as suas portas e corram o risco de serem mudadas. Estamos ansiosos
pelo dia em que nossas igrejas sejam centros de acolhimento, apoio e cuidado para nossas congregações e outros a
margem, quando isso acontecer em vez de alguns encontros de oração, teremos encontros de verdadeiro amor e de
transformação. Se corrermos o risco de ser transformados, poderemos ter uma visão do reino que Jesus falou nas
parábolas (ele nunca falou de Igreja).

A fé não deve ser algo confortável, cheia de certezas e garantias, mas uma jornada ao misterioso íntimo do ser humano ao
qual somos chamados. Que a cruz seja o sinal para recomeçarmos e desvendarmos o mistério para chegarmos ao fim da
violência, da miséria da exclusão social e proclamar o amor incondicional.

Quando olhamos em volta de nossas igrejas, vemos pessoas que se encaixam perfeitamente nos nossos padrões. O que
não vemos é que, mesmo entre aquelas pessoas que parecem se encaixar há muitos que se sentem excluídos. Por
exemplo, um estudo recente descobriu que quase metade dos adultos, relataram sentir-se sozinhos, abandonados ou
isolados de outros.

É importante se sentir aceito. É uma necessidade humana básica e, quando nos sentimos excluídos, dói. Ficar de fora pode
causar sentimentos de tristeza ou raiva. Se não sentirmos que pertencemos a algo ou algum lugar, procuramos um lugar
onde nos sintamos seguros. Como anunciadores da “Boa Nova do Reino” devemos ajudar a todos para que sintam que
pertencem à Igreja.

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Jesus foi o exemplo perfeito de envolvimento com outras pessoas. Quando ele escolheu seus apóstolos, ele não prestou
atenção ao status, riqueza ou sua profissão. Ele valorizou a mulher samaritana no poço e testemunhou sua divindade,
embora os judeus desprezassem o povo samaritano (João 4). Ele olhou para o coração e não para a aparência. (1 Samuel
16: 7).

Devemos insistir; Jesus disse: "Eu lhe dou um novo mandamento: que vocês se amem; como eu vos amei. Nisso todos
conhecerão que são os meus discípulos" (João 13: 34–35).

Uma coisa impressiona sobre Jesus é como Ele orou em João 17. De fato, Ele orou para que todos nós fôssemos um, já
que Ele e o Pai eram um. Veja bem, quando crianças, queríamos a atenção exclusiva de nossos pais; Não queríamos dividir
nossos pais com ninguém, queríamos nos relacionar com eles o tempo todo. Talvez isso seja uma coisa infantil, talvez
totalmente egoísta, mas é assim que é. Surpreende-nos pensar que Jesus desfruta de intimidade com Deus, o Pai e o
Espírito Santo o tempo todo e quer que sejamos envolvidos.

Deus é tudo em um relacionamento. Interessante que o Evangelho tenha usado a palavra ""para que todo o que n’Ele crê" "
em João 3:16. Não há condições de exclusão neste texto, exceto pela fé. Não precisamos ser "tão alto" para andar de
montanha-russa. Não precisamos falar um determinado idioma ou nos apresentarmos de certa maneira. "Quem quer que
seja" desde que creia. Mais uma vez Deus nos chama para experimentamos esse relacionamento.

Jesus passou parte de seu tempo com os outros e nunca excluiu ninguém. Ele se sentou com os estranhos e fez amizade
com todos que estavam interessados. Até crianças inocentes, pequenas demais talvez, mas que se encaixavam
perfeitamente no seu colo. Jesus era radical. Ele esteve com os impopulares, doentes, pecadores, não para melhorar sua
imagem política, mas porque quis cuidar deles, dar atenção, chamá-los para dentro do Reino.

Deus Pai é a imagem refletida de Jesus. Um dia nos pareceremos com ele, mas até lá ele deixou tudo em aberto, tudo para
ser construído e reformado sob a égide do amor. Sabemos que caminho Jesus seguiu aqui na terra, como Ele agiu e o que
Ele fez. Podemos até ler e conhecer através da Bíblia, mas o mais importante e tentar segui-lo. Talvez nossos círculos
precisem ser expandidos. Talvez devêssemos apagar as linhas de giz para sempre. Deus disse “para que todo" e Ele quis
dizer de fato TODO.

Deus Pai quer que compartilhemos seu filho com os outros Não somos mais crianças egoístas, ou não deveríamos ser. Só
assim veremos o trabalho da redenção dele, ou seja, como ele poderá entrar e mudar a vida das pessoas, de todas as
pessoas.

CONCLUSÃO
Concluindo este trabalho fica a compreensão e a exigência clara da ética da hospitalidade e da inclusão de todas as
pessoas na comunidade eclesial de fé. Esta pratica da hospitalidade cristã baseada na tradição do seu fundador deve ser
praticada sem reservas. Devemos estar cientes dos tempos em que vivemos; tempos de mudanças e de aberturas ao novo.
A aplicação de tal tradição da hospitalidade e da inclusão no pós-modernismo deve mudar a ótica dos cristãos ao ler,
interpretar e principalmente vivenciar a Bíblia.

Devemos lembrar de que o outro não é simplesmente o doente, o pobre, o adúltero, o homossexual quem bate à porta, mas
é o próprio Cristo. Ao receber o diferente, recebemos Cristo. Se rejeitarmos o diferente, rejeitamos a Cristo.

Hospitalidade e inclusão, é claro que estão sujeitas as influências externas e internas. Com certeza vamos nos sentir
desconfortáveis, com aquela sensação de que as coisas estão ultrapassando os limites da normalidade, vamos sentir que
nossa identidade foi violada, que nossa cultura foi desrespeitada, e até que nossa fé foi violada e corrompida e o nosso
Deus foi insultado. A princípio realmente parecerá assim. Temos de compreender que o “caos precede a ordem”, e sempre
antes de pintarmos uma parede com uma cor nova e alegre, é preciso remover a sujeira antiga de restos de camadas
anteriores e até consertar trincas e rachaduras.

Nem sempre é necessariamente verdade que estranhos trarão caos, perturbação ou risco, mas é verdade que estranhos,
desconhecidos e diferentes nos desafiarão além da nossa zona de conforto, e confrontarão nossos paradigmas e nossas
normas.Isso não é de todo um mal.

É inegável que existe escolha pessoal, por isso também é inegável que nossas escolhas sejam feitas sob restrições
internas e externas, pressões e prisões pessoais. Nós podemos escolher o mal; mas o mal também pode nos escolher e
exercer seu terrível poder sobre nós. A escolha deve ser sempre baseada na justiça e nas suas inter-relações, e importante
lembrar que nunca haverá justiça “se não exercermos a vontade para fazer o que é certo”.

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Para escolhermos sob o clivo da justiça, precisamos sempre escolher na perspectiva do outro. Precisamos adentrar o
espaço do outro, conviver com o outro, abraçar o outro. Se a nossa posição for de que “outro realmente não importa para
nós”, podemos ter a nossa justiça sob o nosso ponto de vista, mas o outro não terá a dele e aí então os juízes de ambos
entrarão em conflito e não haverá justiça.

A pratica da justiça neste caso depende da vontade de ambos. Depende da vontade de ambos de caminhar em direção ao
outro, depende da vontade de um abraço mútuo. Porque a insistência no abraço? O abraço é parte integrante da própria
definição de justiça.

Mais uma vez retomando a Bíblia, a parábola do Filho pródigo em Lucas 15:11-32, isso nos é mostrado claramente.

Foi "injusto" o pai ao aceitar o filho de volta após suas andanças e desperdício de metade de sua herança? Ele não merecia
sequer ser recebido de volta à casa, mas o pai preparou uma celebração para o filho que voltou de sua jornada. O pai agiu
de acordo com o seu “senso” de "justiça" de que a família devia permanecer junta, pertencendo um ao outro.

Importante lembrar que não só neste caso, mas sempre em que se exerce a justiça, ou seja, “sempre que se exerce a
justiça, se aplica a graça”. O Pai concedeu a graça a seu filho e estendeu seus braços para o filho para convidá-lo a voltar
para sua casa.

Para finalizar lembrando aqui o grande teólogo anglicano João Stott, ele diz que; “por mais que se desaprovem fortemente
as práticas homossexuais, não temos o direito de desumanizar aqueles que neles se envolvem”.

As implicações da hospitalidade e inclusão na comunidade eclesial são fundamentais na prática da fé cristã. Usando uma
linguagem romantizada, elas “pavimentam o caminho para os cristãos não demonizarem aqueles que diferem de nós”, e
também é útil para não estereotiparmos, estigmatizarmos e demonizarmos pessoas homossexuais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOSTER, Richard James, Dinheiro, Sexo e Poder, Um Chamado a Renovação Ética, Editora Mundo Cristão.

ALMEIDA, João Ferreira de, Sociedade Bíblica do Brasil, Versão Revista e Corrigida na grafia simplificada, da tradução de
João Ferreira de Almeida, Copyright, King’s Cross Publicações.

SARNA, Nahum Mattathias, Série Compreender o Genesis (1989), Genesis: O texto hebraico tradicional com New JPS
tradução . Philadelphia, PA: Sociedade de Publicação Judaica.

BLAIR, Ralph, Homosexualities: Faith, Facts, & Fairy Tales Staple Bound – 1991.

SCANZONI, Letha Dawson, Evangelical Identity and Gendered Family Life, Rutgers University Press, 2003. See also Susan
Frank Parsons (ed.), The Cambridge Companion to Feminist Theology, Cambridge University Press, 2002.

MALINA, Bruce John, 1998. And John J. Pilch, editors. Handbook of Biblical Social Values. 2nd ed. Peabody, MA:
Hendrickson.

BONDER, Nilton, Rabino, Homossexualismo, o que se passa na Barriga do Próximo, Reflexões sobre a questão da
aceitação de rabinos homossexuais pelo Movimento Reformista nos Estados Unidos,
https://www.cjb.org.br/khokhma/controv/homosex.htm.

FREI Beto, A ARTE DE SEMEAR ESTRELAS, 1ªED.(2007), autor: Frei Betto, Editora: Rocco, Deus é gay,
https://www.freibetto.org/index.php/artigos/14-artigos/75-deus-e-gay.

LINO, Tiago Lopes, www.psicologia.com.pt Documento produzido em 13-11-2009 A ANEDONIA SEXUAL – DO TÉDIO AO
NÃO PRAZER. Trabalho de Curso (2009) Tiago Lopes Lino Psicólogo Clínico e mestrando em Sexualidade Humana pela
Faculdade de Medicina de Lisboa, Portugal.

ABEGA, Severin Cécile, Les violences sexuelles et l'Etat au Cameroun (Français) Broché – 1 juillet 2007.

MARTIN, James J. SJ, Building a Bridge: How the Catholic Church and the LGBT Community Can Enter into a Relationship
of Respect, Compassion, and Sensitivity (HarperOne, 2017).

FREUD, Sigmund Schlomo, sobre, Revista Mal Estar e Subjetividade, versão impressa ISSN 1518-6148versão On-line
ISSN 2175-3644, Rev. Mal-Estar Subj. v.9 n.2 Fortaleza jun. 2009, AUTORES DO BRASIL, ARTIGOS, “As múltiplas faces
da homossexualidade na obra freudiana”, by Luciana Leila Fontes Vieira.

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BRINTON Samuel, “I Was Tortured in Gay Conversion Therapy. And It’s Still Legal in 41 States”. By Sam Brinton,
https://www.nytimes.com/2018/01/24/opinion/gay-conversion-therapy-torture.html.

GRAHAM JR, William Franklin "Billy", Raça de gigantes, Sal da terra e luz do mundo, William Franklin Graham Jr. (1918–
2018), http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/371/raca-de-gigantes.

COELHO FILHO, Luiz Carlos Teixeira, Inclusivity the Brazilian Way, The Road to Same-Sex Marriage in the Episcopal
Anglican Church of Brazil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Diocese Anglicana do Rio de Janeiro.

FONTES E TEXTOS CONSULTADOS:


1. Richard James Foster é um teólogo cristão e autor da tradição Quaker. Seus escritos são usados por várias
denominações cristãs. Nascido em 1942, no Novo México, Foster foi professor na Universidade de Friends e pastor de
igrejas de Amigos Evangélicos. Obteve seu diploma de graduação na Universidade George Fox, em Oregon, e seu
Doutorado em Teologia Pastoral no Fuller Theological Seminary , e recebeu um doutorado honorário no Houghton
College;

2. P. Michael Ukleja, Pastor, Rossmoor Grace Brethren Church, Los Alamitos, California, Text: The Bible and Homosexuality;

3. João Ferreira de Almeida, ministro pregador da Igreja Reformada nas Índias Orientais Holandesas, reconhecido
especialmente por ter sido o primeiro a traduzir a Bíblia Sagrada para a língua portuguesa.

4. Gur, palavra hebraica que significa; peregrino, viajante;

5. Nahum Mattathias Sarna, estudioso bíblico moderno que é mais conhecido pelo estudo de Gênesis e Êxodo
representado em seu Entendimento sobre Gênesis (1966);

6. No Antigo Testamento não há uma referência a Belial como um personagem bíblico. Ou seja, a expressão filhos de belial
seria como: filhos da perversidade, filhos da iniqüidade ou filhos da inutilidade. A Bíblia cita a expressão filhos de belial para
pessoas ímpias, perversas, vadias, inúteis e más;

7. Mais uma vez aqui surge o problema do verbo “yada” em hebraico e o seu uso na língua;

8. Ralph Blair é psicoterapeuta americano e fundador do The Homosexual Community Counseling Center na cidade de
Nova York . Em 1975, ele fundou Evangelicals Concerned , Inc. (ou EC ), uma rede americana de amigos e cristãos
evangélicos gays e lésbicas;

9. Letha Dawson Scanzoni (nascida em 1935 em Pittsburgh, Pensilvânia) é uma estudiosa americana independente,
escritora e editora freelancer. Ela é autora ou co-autora de nove livros. Scanzoni é especialista na interseção inter religiosa
e questões sociais. Virginia Ramey Mollenkott nasceu na Filadélfia, trans-religiosa cristã, bacharel em teologia pela
Universidade Bob Jones em 1953, fez seu mestrado na Temple University em 1955 e seu doutorado. na Universidade
de Nova York em 1964;

10. Letha Dawson Scanzoni (nascida em 1935 em Pittsburgh, Pensilvânia) é uma estudiosa americana independente,
escritora e editora freelancer. Ela é autora ou co-autora de nove livros. Scanzoni é especialista na interseção inter religiosa
e questões sociais. Virginia Ramey Mollenkott nasceu na Filadélfia, trans-religiosa cristã, bacharel em teologia pela
Universidade Bob Jones em 1953, fez seu mestrado na Temple University em 1955 e seu doutorado. na Universidade
de Nova York em 1964;

11. Bruce John Malina (Brooklyn, Nova York, 9 de outubro de 1933 a 17 de agosto de 2017) foi um estudioso bíblico
americano associado ao The Context Group. Entre os estudos de Bruce Malina estão os papéis de gênero no mundo do
Novo Testamento;

12. Edward Gibbon (Putney, 27 de abril de 1737 — Londres, 16 de janeiro de 1794) foi um historiador inglês que
expressou-se no espírito do conservadorismo, autor de A História do Declínio e Queda do Império Romano;

13. Nilton Bonder, Escritor (Porto Alegre, 27 de dezembro de 1957) é um rabino brasileiro e Rosh da Congregação Judaica
do Brasil, no Rio de Janeiro;

14. Michael Wood é um criptógrafo americano que projetou o sistema de criptografia REDOC. Ele também é o autor de O
Segredo de Jesus e outros livros;

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15. Frei Beto, frade dominicano, jornalista graduado e escritor brasileiro, filho do jornalista Antônio Carlos Vieira Christo e
da escritora e culinarista Maria Stella Libanio Christo, autora do clássico "Fogão de Lenha - 300 anos de cozinha mineira"
(Garamond);

16. Pr. Gregory Rodrigues, pastor evangélico e homossexual , abriu várias igrejas inclusivas em BH;

17. A Liga Gay (25 de novembro de 2014). «Suicídio LGBT - O assunto que ninguém quer falar»;

18. Walkyria Carvalho Rocha. Advogada em Recife (PE) larga experiência em Direito de Família;

19. Tiago Lopes Lino. Psicólogo clínico, mestrado em Sexualidade Humana pala Faculdade de Medicina de Lisboa,
Portugal;

20. Christoph Schneider Harpprecht. Possui graduação pela Universitat Heidelberg (Ruprecht-Karls)(1980), doutorado em
Teologia pela Kirchliche Hochschule Bethel(1987) e pós-doutorado pela Mental Research Institute(1996);

21. José Reis Chaves é professor de português e literatura aposentado formado na PUC Minas. Escritor e jornalista
colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes
espiritualistas;

22. Bert M Farias autor de vários livros, se auto denomina “uma voz gritando na Selva”, segundo o fundador deste
movimento “o plano de Deus para este ministério é levar o espírito de avivamento à Igreja e às nações através da
proclamação e publicação de Sua Palavra e da demonstração do Espírito e do poder de Deus.”;

23. Severin Cecile Abega (22 de novembro de 1955 - 24 de março de 2008) foi um autor camaronês, antropólogo e
pesquisador;

24. Pretzel. Um pretzel é um tipo de pão mais comumente encontrado em uma forma de nó, muitas vezes reivindicado para
representar mãos em oração;

25. Emmanuel Makandiwa, nascido em 25 de dezembro de 1977, de uma família de camponeses Muzarabani. Seus pais
são ambos anciãos na Igreja da Missão de Fé Apostólica em Muzarabani.

A suajornada começou em 1993, quando o pastor Makandiwa e outros meninos de sua idade passaram seis meses com o
falecido pastor Mukwaira viajando em cruzadas;

26. James J. Martin SJ (29 de dezembro de 1960), também conhecido como Jim Martin, é presbítero jesuíta, escritor e
editor itinerante da revista jesuíta norte-americana America. Em 2017, o Papa Francisco nomeou Martin como consultor do
Secretariado de Comunicações do Vaticano. Algumas das opiniões de Martin, especialmente sobre homossexualidade, são
controversas entre os católicos;

27. Fonte: WWW.google.com.br;

28. Weiller Bastos, formada em Psicologia pela Universidade de Brasília;

29. Albert Von Schrenck Notzing, O barão Albert von Schrenck-Notzing foi um médico psiquiatra e parapsicólogo alemão.
Notabilizou-se por sua pesquisa acerca dos fenômenos paranormais e o hipnotismo;

30. Eugen Steinach , fisiologista austríaco, pesquisador hormonal e biologia professor que se tornou o diretor do Instituto
Biológico da Academia de Ciências de Viena em 1912, o ano em que ele conduziu experimentos no transplante de
testículos;

31. Sigmund Schlomo Freud, mais conhecido como Sigmund Freud, foi um médico neurologista e psiquiatra criador da
psicanálise;

32. David Satcher , (nascido em 2 de março de 1941) é um médico americano e administrador de saúde pública;

33. Elizabeth Moberly é uma psicóloga e teóloga britânica de pesquisa, é a autora de Homossexualidade: uma nova ética
cristã , na qual ela sugere várias causas possíveis da homossexualidade masculina e uma cura terapêutica. Joseph
Nicolosi foi um psicólogo clínico americano, fundador e diretor da Clínica Psicológica Thomas de Aquino, Califórnia, e ex-
presidente da National Association for Research and Therapy of Homosexuality (NARTH);

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34. Samuel Brinton, é um dos principais advogados do mundo para jovens LGBT. Atualmente, atua como chefe de
advocacia e assuntos governamentais do Projeto Trevor, a principal organização nacional focada nos esforços de
prevenção de crises e suicídios entre jovens lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros;

35. George Alan Rekers é um psicólogo americano e ministro ordenado da Igreja Batista do sul . Ele é professor emérito
de Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Sul;

36. Dr. David Kyle Foster é formado pela Trinity Evangelical Divinity School (M-Div) e Trinity School for Ministry (D-Min) e
autor de Love Hunger: Ele também é o autor de Sexual Healing and Transformed Into His Image.;

37. William Franklin "Billy" Graham Jr, foi um pastor protestante e pregador batista norte-americano. Foi conselheiro
espiritual de vários presidentes dos Estados Unidos e proeminente membro da Convenção Batista do Sul.foi um pastor
protestante e pregador batista norte-americano. Foi conselheiro espiritual de vários presidentes dos Estados Unidos e
proeminente membro da Convenção Batista do Sul;

38. aWilliam Jennings Bryan, advogado e político dos Estados Unidos. bChurchill; famoso principalmente por sua
atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. cRoosevelt, foi um estadista e líder
político americano que serviu como o 32º Presidente dos Estados Unidos de 1933 até sua morte em 1945. dCaruso; tenor
italiano, considerado, inclusive pelo ilustre Luciano Pavarotti, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos;

39. A Bíblia contém exatamente 1189 capítulos, no antigo testamento consta 929 capítulos, seguido de 260 capítulos do
novo testamento. Esses dados podem variar entre bíblias protestantes e católicas, pois a bíblia católica tem 7 livros a mais
e ela contém 1.330 Capítulos.

Anexos

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Fonte: Brasil Escola - https://monografias.brasilescola.uol.com.br/religiao/da-uniao-e-da-aceitacao-de-casais-homoafetivos-


na-historia-da-cristandade.htm

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