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Raízes Históricas do Credo Social:

Convergências entre Wesley e Rauschenbusch


José Carlos de Souza

Nos primeiros anos do século XX, já era possível divisar o efetivo encontro entre os
herdeiros de Wesley nos Estados Unidos e os principais articuladores do movimento conhecido
como Evangelho Social, notadamente congregacionais e batistas. O fruto mais evidente deste
entrelaçamento de ideias e práticas foi a fundação da Federação Metodista para o Serviço Social,
em dezembro de 1907, por um grupo socialmente engajado de pastores da Igreja Metodista
Episcopal, com destaque para Frank Mason North (1850-1935). Para eles, constituía-se em
verdadeiro escândalo a indiferença, quando não a cumplicidade, das igrejas cristãs em relação às
condições desumanas a que eram submetidos os trabalhadores, incluindo as crianças, as
mulheres e a massa de imigrantes e suas famílias, presas fáceis de industriais interessados apenas
em maximizarem os seus negócios. Seus esforços intentavam responder concretamente ao
desafio de vivenciar o amor de Deus, sob tais circunstâncias, junto das populações
marginalizadas, tanto social quanto religiosamente.

Logo no início do ano seguinte, este grupo redigiu o primeiro Credo Social de que se tem
notícia na história cristã, o qual seria, ato contínuo, oficialmente adotado pela Conferência Geral
da Igreja Metodista Episcopal, na primavera de 1908. A redação, breve, singela e direta, não
incluía uma minuciosa declaração de fé ou de princípios teológicos, mas reafirmava o
compromisso dos cristãos e das igrejas com os direitos dos trabalhadores, a justiça e a superação
da pobreza. Na urgência da hora, parecia-lhes que os problemas gerados pelas crises econômicas,
relacionadas ao intenso processo de industrialização, deveriam ter prioridade sobre quaisquer
outros temas. Se hoje a ausência de certas questões pode ser alvo de censura – que se pense, por
exemplo, na discriminação racial sofrida pelos negros naquela conjuntura – nem por isso, a
concentração sobre a necessária transformação social deixava de repercutir de forma
iniludivelmente profética.1 O importante é que o ano de 1908 ainda não terminara e, no mês de
dezembro, o Conselho Federal de Igrejas, em sua assembléia fundacional na Filadélfia, decidiu
incorporar, em sua constituição, uma versão revisada deste credo social.2 O fato, por si só,
demonstra, de modo eloqüente, os profundos vínculos existentes entre a busca pela unidade das

1
Cf. a tradução que fizemos do Credo Social de 1908, incluída nesta edição.
2
Cf. EVANS, Christopher H. The Kingdom is always but coming: a life of Walter Rauschenbusch. Grand Rapids,
Michigan: William B. Eerdmans Publishing Company, 2004, p. 196-7. Sobre a Federação Metodista para o Serviço
Social (hoje, para a Ação Social), cf. o site institucional http://www.mfsaweb.org/ que inclui informações históricas.
O testemunho social sempre foi dimensão relevante do Conselho Federal [a partir de 1950, Nacional] de Igrejas, dos
Estados Unidos. Informações sobre o passado e o presente desta preocupação são abundantes em seu site oficial:
http://www.ncccusa.org/.
2

igrejas e o agudo senso de responsabilidade social das comunidades cristãs. Pode-se dizer, por
este e outros eventos, que, desde as suas origens, o movimento ecumênico evitou
cuidadosamente encerrar-se em si mesmo. Afinal, o zelo pela comunhão cristã só tem sentido
quando está a serviço do povo, sinalizando a presença do reino de Deus em resposta à sua graça
transformadora.

Esta reflexão situa-se, portanto, no contexto das celebrações do centenário das decisões
históricas que levaram à formulação e adoção do Credo Social e participa, de certo modo, do
entusiasmo que as motivaram bem como das preocupações que suscitam em relação ao
testemunho atual das igrejas frente aos graves problemas que afligem a sociedade humana. Com
os pés firmados no tempo presente, olhamos para o passado na esperança pôr em movimento
idêntica paixão que mobilizou figuras como John Wesley (1703-1791) e Walter Rauschenbusch
(1861-1918) a se comprometerem integralmente em encarnar o evangelho na realidade social
conflitante e contraditória em que viveram. As apresentações quase podem ser dispensadas. O
primeiro é considerado o fundador do metodismo; o segundo, teólogo batista, é o maior expoente
do chamado Social Gospel. A simbiose, por assim dizer, de suas ideias entre os metodistas
estadunidenses e, por extensão, entre os protestantes norte-americanos, mostrou-se fecunda tanto
do ponto de vista da articulação teológica como da prática missionária das Igrejas. Mortimer
Árias, por exemplo, considera o Evangelho Social uma das mais significativas “contribuições
‘retificadoras’ e enriquecedoras” do legado wesleyano original. 3 Sem dúvida, a tendência
persistente de reduzir a ênfase wesleyana na santidade bíblica a uma compreensão individualista,
moralizante e espiritualizante, não é apenas corrigida, senão cerceada, quando se leva em conta a
consistência bíblica e profética do pensamento de Rauschenbusch. Por essa razão, ainda que
vários fatores e personalidades devam ser lembrados no processo que levou as comunidades
cristãs a expressarem o seu compromisso social na forma de um credo, aqui serão examinadas,
especificamente, as abordagens de Wesley e Rauschenbusch de maneira que fiquem evidentes as
convergências entre ambos.

O novo e o antigo...

De saída, convém esclarecer que, não obstante as propostas de Wesley e Rauschenbusch


soarem como revolucionárias e, de fato, assim se constituírem, mesmo segundo os padrões
atuais, nenhum deles teve a pretensão de introduzir quaisquer inovações teológicas, senão a de

3
ÁRIAS, Mortimer. “As Mediações Distorcionantes na Transmissão do Legado Original de Wesley”. In: MÍGUEZ
BONINO, José et al. Luta pela Vida e evangelização: A tradição metodista na teologia latino-americana. São
Paulo: Paulinas, 1985, p. 75.
3

restaurar o antigo vigor da fé bíblica, cujo impacto na sociedade sempre foi força de
transformação. Assim, após discorrer sobre as características essenciais do povo chamado
metodista, em linguagem densamente carregada de expressões tiradas das Escrituras, Wesley
concluiu o seu discurso: “... Veementemente nos recusamos a sermos distinguidos dos outros
homens a não ser pelos princípios do cristianismo – o simples, o velho cristianismo...” (As
Marcas de um Metodista, 1742). Similarmente, Rauschenbusch, em um artigo que alcançou
grande repercussão já no momento de sua publicação, em maio de 1904, analisou a presença da
igreja na sociedade industrial moderna, antevendo mudanças radicais no modo de se conceber a
sua tarefa evangelizadora. Ele reafirmava plena confiança no futuro da Igreja Cristã e, cheio de
esperança, descrevia a irrupção iminente de uma nova fase na história do cristianismo: “O
espírito profético se despertará entre nós. Línguas de fogo descerão sobre os homens do século
XX e lhes darão grande fé, alegria e ousadia, e então nós ouviremos o novo evangelho, e ele será
o Antigo Evangelho”.4

Com efeito, a dialética novo e antigo pode ser explicada. Se o advento da modernidade
reforçou o individualismo e projetou as igrejas para fora do espaço público, reservando à prática
“religiosa” um modesto lugar na esfera privada, a situação era bem diferente antes disto. Embora
a tentação para refugiar-se na vida de piedade fosse intensa, o povo de Deus, em geral, não se
eximiu da sua responsabilidade perante o mundo, a sociedade e a criação, principalmente frente
aos excluídos, os pobres, as mulheres, as crianças, os oprimidos e rejeitados. Ao contrário do que
o espiritualismo, antigo ou atual, quer nos fazer crer, este é um elemento fundamental na herança
judaica e cristã. A novidade, no pensamento de Wesley e Rauschenbusch, está em chamar a
atenção para um aspecto que sempre esteve presente, ainda que esquecido ou silenciado. Nesse
sentido, Rauschenbusch estava coberto de razões quando afirmava que o Evangelho Social, ao
pregar a necessidade de arrependimento dos pecados coletivos, simplesmente retomava “a fé dos
antigos profetas que acreditavam na salvação das nações"5, ou quando apontava para a oração do
Senhor como “parte da herança social do cristianismo” e, de fato, “a maior expressão de todas as
orações sociais”.6

Estudiosos da Bíblia e da história cristã, tanto Wesley quanto Rauschenbusch,


certamente, sabiam que a separação pessoal-social, coração-estrutura, não se sustentava e que

4
“The New Evangelism”. In: Independent (May 12, 1904). Apud Cf. EVANS, Christopher H. The Kingdom is
always but coming: a life of Walter Rauschenbusch, p. 169.
5
RAUSCHENBUSCH, Walter. A Theology for the Social Gospel. New York: The Macmillan Company, 1917, p.
6.
6
RAUSCHENBUSCH, Walter. Orações por um mundo melhor. São Paulo: Paulus, 1997 [Título original em inglês:
Prayers of the social awakening, de 1910], p. 16-17.
4

temas de natureza econômica, social e política não apenas são abundantes na literatura teológica
de todos os tempos, como a integram de modo indissolúvel. Afinal, não há domínio algum fora
da soberania graciosa de Deus. Pesquisas recentes têm assinalado o vínculo entre a fé e a vida
cotidiana e revelado que os apelos em favor da justiça e da solidariedade encontram-se
freqüentemente associados à reflexão sobre a essência de Deus. Fome, pobreza, trabalho,
relações de poder, guerra e paz, etc. não são assuntos casuais ou estranhos, e sim recorrentes nos
discursos dos Pais e reformadores da Igreja através de todos os séculos.7 Em muitos casos, é
impressionante como suas palavras não envelheceram. A pregação de João (347-407), patriarca
de Constantinopla, postumamente chamado de Crisóstomo (Boca de Ouro), fala por si mesma.
Em uma época, como a nossa, em que a cultura do espetáculo, na liturgia, parece substituir o
serviço aos mais pobres, no dia-a-dia, a sua retórica conquista surpreendente eficácia: “Vale
muito mais nutrir Cristo, que tem fome, do que ressuscitar os mortos, em nome de Jesus”.8 Ou
ainda: “Honrar igrejas suntuosas é zombar de Deus, desprezando-o nos pobres”.9

Por conseguinte, buscar as raízes históricas do Credo Social vai bem além de retroceder
100 anos na história; implica em mergulhar no coração da fé cristã, manifesto desde as suas
origens. Se hoje os nomes de Wesley e Rauschenbusch são recordados, o são na medida em que
apontaram para o cerne da vida em Cristo, o amor a Deus e ao próximo, e o fizeram em resposta
aos desafios de seu próprio tempo. O novo é antigo. O antigo se renova! Isto posto, vamos tentar
discernir possíveis vínculos entre ambos.

Rauschenbusch e Wesley

São escassas as referências a John Wesley na obra de Rauschenbusch, mas elas existem!
Empregando comandos de busca nas versões de seus livros e artigos, disponibilizadas
eletronicamente na rede mundial de computadores, constatamos que o seu nome aparece
relacionado a pensadores da estatura de Paulo, Agostinho, São Francisco, Pedro Valdo, Wyclif,

7
Apenas como ilustração, convém mencionar alguns títulos significativos, iniciando com a obra clássica de
TROELTSCH, Ernst. The Social Teaching of the Christian Churches. New York: Harper & Brothers, 1960, 2 vol.
Cf. ainda, SANTA ANA, Júlio de. A Igreja e o Desafio dos Pobres. Petrópolis: Vozes, 1980. Quanto ao período
patrístico, veja: LEURIDAN, Juan & MÚGICA, Guilhermo. Por que a Igreja Critica os Ricos? São Paulo:
Paulinas, 1982; MARA, Maria G. (Org.). Riqueza e Pobreza no Cristianismo Primitivo. São Paulo: Loyola, 1992;
Pobreza e Riqueza. São Paulo: Cidade Nova, 1989, Coleção “Cadernos Padres da Igreja” 1. Quanto à época
medieval e da reforma protestante, os estudos clássicos são respectivamente: MOLLAT, Michel. Os Pobres na
Idade Média. Rio de Janeiro: Campus, 1989; e LINDBERG, Carter. Beyond Charity: Reformation Initiatives for the
Poor. Minneapolis: Fortress Press, 1993.
8
Apud COLA, Silvano. Operários da Primeira Hora: Perfis dos Padres da Igreja. São Paulo: Cidade Nova, 1984,
p. 80.
9
Apud MOLLAT, Michel. Os Pobres na Idade Média. Rio de Janeiro: Campus, 1989, p. 21. Uma boa introdução à
biografia deste pai da Igreja é: MEULENBERG, Leonardo. João Crisóstomo: As Mãos Calejadas. Petrópolis:
Vozes, 1994.
5

Lutero, John Knox, George Fox, William Booth, F. Schleiermacher, entre outros. Tais
personagens colocaram a teologia “em novos canais”, com base em sua experiência religiosa
singular e sob a pressão de novos problemas, ou então deram continuidade ao projeto de Jesus
(cf. Mt 10.8-9), buscando desenvolver autênticas lideranças no cuidado do povo. Neste contexto,
a pregação leiga e itinerante dos metodistas, como expressão do ministério voltado para o
serviço, também é destacada. Ademais, o reavivamento wesleyano entre o povo trabalhador da
Inglaterra aparece diretamente vinculado ao surgimento do movimento sindical, à educação de
liderança sólida e à fé na democracia10. Embora não seja claramente afirmado, dá-se a entender
que o Evangelho Social, movimento ao qual ele procura dar consistência teológica, se insere
nesta mesma corrente de testemunhas.

Deve-se assinalar, contudo, que nenhuma citação literal da obra de Wesley figura nos
livros de Rauschenbusch, nem mesmo, como se poderia esperar, a reivindicação insistente de
Wesley de “que o cristianismo é essencialmente uma religião social e que, torná-lo em religião
solitária é, na verdade, destruí-lo” (Sermão 24, I, 1). De qualquer modo, é correto alegar que
Rauschenbusch conhecia suficientemente o movimento metodista, tanto quanto foi beneficiado
pela assimilação de fontes comuns. Ele inspirou-se em A Imitação de Cristo, do místico
medieval Thomas de Kempis; absorveu autores do pietismo alemão e do puritanismo inglês;
impressionou-se com o chamado ao viver e ao morrer santo do teólogo anglicano Jeremy Taylor;
valorizou, como Wesley, os pequenos grupos como estilo de vida cristã militante; e leu escritores
metodistas, como o ministro irlandês William Arthur, adepto da ênfase wesleyana na plena
santificação, cuja influência se estenderia entre os seguidores do movimento de santidade e do
pentecostalismo11.

A propósito, Christopher H. Evans, autor de uma das mais recentes e completas


biografias de Walter Rauschenbusch, afirma que, comparada à visão predominante entre os
próprios herdeiros de Wesley no século XIX, a compreensão de santificação de Rauschenbusch
está mais próxima da teologia wesleyana, com a qual tem muitos elementos em comum. Para ele,
como para o fundador do movimento metodista, a santificação era mais o “processo do viver
santo” do que “o marco da conversão instantânea ou ‘segunda bênção’”.12

10
Cf. RAUSCHENBUSCH, Walter. A Theology for the Social Gospel. New York: The Macmillan Company, 1917,
p. 20; IDEM. The social principles of Jesus. New York: Association Press, 1920, p. 10-11, 15, 108-9.
11
Cf. EVANS, C. H. The Kingdom is always but coming: a life of Walter Rauschenbusch, p. 3, 35, 59-60, 66.
12
EVANS, Christopher H. The Kingdom is always but coming: a life of Walter Rauschenbusch, p. 68 [O itálico é
meu]. Uma excelente síntese da compreensão wesleyana da santificação wesleyana pode ser apreciada em
RUNYON, Theodore. A Nova Criação: A Teologia de João Wesley Hoje. São Bernardo do Campo: Editeo, 2002, p.
108-10-31.
6

A firme rejeição do sectarismo, do apego excessivo ao próprio partido, igreja ou


denominação a que se está filiado, mais do que ao próprio Evangelho, é outro aspecto em que
ambos se aproximam. Wesley jamais pretendeu distinguir-se “dos cristãos reais – qualquer que
seja a sua denominação – como também daqueles que, sinceramente, buscam aquilo que
reconhecem ainda não possuem” (As Marcas de um Metodista, 1742). O seu convite permanente
a todos quanto procuravam cumprir a vontade de Deus era: “dá-me a tua mão”, expressão
legítima do amor católico. Seguindo este raciocínio, nota-se, sem dúvida, que a visão ecumênica
de Rauschenbusch reflete igualmente o foco wesleyano. Em uma série de artigos, publicada em
1905, ele enumera as razões porque é batista, porém, ao final, manifesta a sua dúvida se, ao
expor-se dessa maneira, faz o bem ou o mal. Ele receia reforçar o sentimento exclusivista
daqueles que se imaginam o único povo de Deus, além do qual não há outros. A frase conclusiva
é brilhante e poderia ser repetida, com os devidos ajustes, por pessoas de diferente persuasão
religiosa: “Eu sou batista, mas eu mais do que um batista. Todas as coisas são minhas; seja
Francisco de Assis, ou Lutero, ou Knox, ou Wesley; todas são minhas porque eu sou de Cristo. O
antigo Adão é um denominacionalista estrito; o novo Adão é exatamente um cristão”.13

Convergências entre os tempos

Estabelecido o nexo entre Rauschenbusch e Wesley, o próximo passo é indicar pontos


para os quais eles convergem no sentido do fortalecimento do testemunho social das igrejas
cristãs. Evidentemente, um estudo mais minucioso é requerido. A intenção aqui é apenas esboçar
pistas que poderão ser aprofundadas em futuras pesquisas. As convergências são assinaladas
brevemente em cinco áreas distintas.

(1) Ambos viveram em épocas de grandes mudanças estruturais.

A vida de John Wesley se estende praticamente durante todo do século XVIII, uma fase
de significativa transição histórica, cujas transformações afetariam de forma irreversível o que
chamamos de sociedade moderna. Neste período, a Inglaterra deixa a condição de nação rural,
agrícola e tradicional, pautada no sistema doméstico de produção, assumindo a configuração
urbana, industrial e moderna, segundo o modelo capitalista. O fuso e tear mecânicos, e as
máquinas de fiar e a vapor, revolucionaram o modo de produção, dando origem às atuais
fábricas, com divisão de trabalho cada vez mais sofisticada e em série, tendo a indústria têxtil,
num primeiro momento, à frente. Os frutos desta reviravolta na atividade econômica alcançariam

13
RAUSCHENBUSCH, W. Why I am a Baptist, 1905. O texto completo, em inglês, se encontra no seguinte site:
http://www.christianethicstoday.com/issue/001/why%20i%20am%20a%20baptist%20by%20professor%20walter%
20rauschenbusch_001_20_.htm (acesso em 19/02/2009).
7

o seu ponto culminante somente no século XIX, imprimindo marcas indeléveis na dinâmica
social, política e cultural como um todo.

Conquanto tais alterações não tivessem ainda logrado cabal realização no tempo de
Wesley, suas conseqüências imediatas eram por demais evidentes. A concentração da
propriedade fundiária levara uma massa de camponeses para as vilas e núcleos urbanos, gerando
o crescimento desordenado das cidades. Antigos artesãos, sem condições de competir com as
indústrias nascentes, viam seu modo de vida se desfazer repentina e completamente. O
desemprego era mal crônico, impossível de ser solucionado dentro dos limites da ordem vigente.
Se a nação inglesa, por conta destas mudanças, ia ocupando, aos poucos, o centro da economia
mundial, a sua população sofria com a deterioração geral das condições de vida. Sem legislação
a regulamentar as relações entre capital e trabalho, operários e mineiros, incluindo crianças e
mulheres, se sujeitavam a um pesado sistema de exploração, cujos efeitos imediatos eram a
pobreza, a doença e a morte. Mesmo sem compreender todas as implicações do processo em
andamento, como atento observador, Wesley percebeu as contradições da sociedade e se
empenhou em encontrar alternativas viáveis para o bem estar do povo simples.14

Similarmente, no final do século XIX e primórdios do século XX, os Estados Unidos da


América do Norte também se tornam palco de profundas mudanças, em particular após a Guerra
de Secessão (1861-1865) até o final da I Guerra Mundial (1918). Sem entraves para o
desenvolvimento capitalista, experimenta-se uma era de grande prosperidade material. Telégrafo,
telefone, rádio, ferrovias, automóveis, câmaras fotográficas e fonógrafos são símbolos de uma
época que assistiu a formação e expansão de corporações empresariais gigantescas e impérios
financeiros poderosos. Para muitos, a hegemonia da nação norte-americana era a prova de que
Deus lhes reservará um destino manifesto: espalhar os benefícios da civilização democrática e
protestante para além de suas fronteiras. Ações intervencionistas e a política imperialista do
Estado em relação à região do Pacífico e América Latina eram, assim, justificadas.

Como no caso inglês, o progresso econômico ocultava um elevado custo social. Ondas
crescentes de imigrantes, procedentes de diferentes partes da Europa, boa parte de origem não
saxônica ou protestante, supriam a demanda por mão de obra não especializadas em diferentes
frentes de trabalho. O resultado é a explosão demográfica (os 92 milhões de habitantes, em 1910,

14
Cf. o breve tratado de John Wesley, Pensamentos sobre a Atual Falta de Alimentos, de 1773, disponível em
português no Mosaico Apoio Pastoral. São Bernardo do Campo, Editeo, agosto/1993, p. 8-9. O texto em língua
inglesa, encontra-se em The Works of Rev. John Wesley. Ed. Thomas Jackson. London: Wesleyan-Methodist Book
Room, s/d, v. XI, p. 53-59. Veja também o sermão 47, “Afligidos através de várias tentações”, III, 3; e o sermão
122, “As Causas da Ineficácia do Cristianismo”, §9.
8

representam mais de 17 vezes o número registrado no censo de 1800), a urbanização irregular e a


proliferação de condições subumanas de moradia, saúde e trabalho. A ausência de leis
trabalhistas – cria-se que a economia se ajustaria automaticamente, sem a interferência do
governo; o receio de perder o emprego – tanto em função da introdução de novidades
tecnológicas nas indústrias quanto em virtude do imenso contingente de desempregados à espera
de uma oportunidade; e a astúcia dos patrões, ora agindo de forma paternalista, ora reprimindo
focos de descontentamento entre o operariado; todos estes fatores em conjunto deixavam a
sensação de que este estado de coisas era imutável. Os defensores do Evangelho Social
emprestaram sua voz para denunciar as incongruências desta situação, fazendo uso não apenas
da pregação e da reflexão teológica, mas igualmente da literatura e do canto.15

(2) Ambos se defrontaram com igrejas totalmente despreparadas para os desafios de


seu tempo.

Além do contexto social semelhante, Wesley e Rauschenbusch partilham de realidades


eclesiais análogas, marcadas pela indiferença em relação à missão junto às camadas excluídas e
marginalizadas no curso da história. De fato, em boa parte dos círculos eclesiásticos ingleses do
século XVIII, não só prevalecia “generalizada letargia espiritual”, como expressou Walker em
sua História da Igreja Cristã 16, mas a situação dos pobres na Igreja da Inglaterra era de completo
abandono pastoral. Discursos racionalistas, incompreensíveis para o povo simples, exaltavam as
virtudes morais, substituindo o anúncio das boas novas. Quando o movimento metodista
alcançou a população empobrecida, com sua pregação ao ar livre, leiga e itinerante, logo teve de
enfrentar graves acusações. Por via de regra, Wesley atribua a rejeição de sua mensagem à
ênfase na justificação pela fé, a qual, segundo o temor dos clérigos anglicanos, ameaçaria os
fundamentos da moralidade comum. Contudo, em sua Breve História do Povo chamado
Metodista, escrita em 1781, quem sabe em virtude do distanciamento possibilitado pelo tempo,
ele oferece outra explicação: “A objeção muito mais comum (e de fato a mais plausível) era: ‘o
povo se aglomera de tal maneira que bloqueia a igreja e não deixa lugar para os melhores da

15
Excelentes exemplos são os romances de Charles M. Sheldon (1857-1936), publicados em português, a saber: A
Crucificação de Filipe Strong [São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1961]; Jesus está aqui [Campinas:
United Press, 2000]; e, principalmente, Em seus passos, que faria Jesus? [São Paulo: Mundo Cristão, 2008], escrito
em 1896 e continuamente reeditado no Brasil. O hino de Frank Mason North, “Where the Crowded Ways of Life”
(1903), inspirado em Mateus 22.9 e ainda hoje entoado nas igrejas dos Estados Unidos, é expressão desta santidade
social (cf. The United Methodist Hymnal. Nashville: The United Methodist Publishing House, 2006 [28th. Edition],
n. 427).
16
São Paulo, Aste, 2006 (3ª edição), p. 699.
9

paróquia’”.17 Enfim, eram estes, isto é, proprietários e pessoas de influência política, que
desfrutavam de prioridade na maioria das paróquias.

No que concerne às igrejas norte-americanas no início do século XX, deve ser lembrado o
enorme peso exercido pela sua herança rural que encontrou, nas sucessivas ondas de
reavivamento, os elementos definidores de sua identidade. Encerradas em uma visão
individualista e conversionista, as principais denominações mostravam-se incapazes para
responder aos problemas suscitados pela realidade urbana. Em geral, ensinavam que a chave para
a mudança social era o indivíduo transformado, assim como a prática da filantropia, e supunham,
conforme a ideologia dominante, que o lucro privado redundaria em benefício público. Na
maioria das vezes, no entanto, se limitavam a reproduzir preconceitos contra os imigrantes,
principalmente quando não se enquadravam nas características definidas pela sigla wasp (White
Anglo-Saxon Protestant, ou seja, branco, anglo-saxão e protestante). Nestas circunstâncias, a
classe trabalhadora encarava as igrejas com desdém e desconfiança. A indiferença com relação à
justiça e, pior ainda, a cumplicidade de cristãos com os grandes grupos econômicos, dos quais
recebiam vantagens, comprometiam inegavelmente a credibilidade da mensagem anunciada. As
promessas de bem-aventuranças nos céus já não mais serviam como lenitivo para o sofrimento
dos trabalhadores na terra.

(3) Ambos descobriram, no encontro com o povo pobre, a face de Deus.

Teologia é ato segundo; vem depois do compromisso da fé e do amor; é precedida sempre


pela vida, pela experiência. Nesta linha de raciocínio, é possível encontrar mais um elemento de
aproximação entre Wesley e Rauschenbusch: a convivência com os pobres, com gente simples e
humilde, levou-os à visão de Deus, alicerce sob o qual se sustenta todo o esforço teológico.
Assim, recentemente, estudiosos da vida de Wesley têm sublinhado a singularidade de sua
decisão de pregar aos mineiros em Bristol, em atendimento ao apelo de George Whitefield, em
1739. Tão importante quanto à passagem das Escrituras escolhida para esta ocasião, isto é, Lucas
4.18-19 [“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os
pobres...”], é a pergunta que Wesley acrescenta: “É possível que alguém ignore que [esse texto]
se cumpre em todo verdadeiro ministro de Cristo?” (cf. Journal, 02 de Abril de 1739). O valor
desta resolução na biografia de Wesley pode ser apreciado na opinião de Outler de que, mesmo
pressupondo a experiência do coração aquecido, ela veio a se tornar “mais decisiva” para o
movimento wesleyano. Ela derrubou Wesley de seu pedestal, libertou-o da compulsiva

17
A Short History of the People called Methodists [1781], § 11. In: The Bicentennial Edition of the Works of John
Wesley. Nashville: Abingdon Press, 1989, Vol. 9, p. 431.
10

preocupação com a própria salvação e o levou a zelar pela necessidade das outras pessoas.18
Além disso, a pregação ao ar livre conduziu-o ao encontro do povo empobrecido e acabou
modelando uma nova concepção de igreja, baseada não mais em rígidos princípios hierárquicos,
mas na comunhão fraterna e solidária que ia sendo tecida por gente comum em sua luta pela
vida.

A trajetória de Walter Rauschenbusch segue um rumo paralelo. Nasceu no dia 04 de


outubro de 1861, em Rochester, New York, de uma familia de imigrantes. Seu pai ensinava
alemão no Seminário Teológico Batista em Rochester, quando ele decidiu seguir o ministério
pastoral, entendendo que era dever de todo cristão participar na morte de Cristo e, desse modo,
ajudar a redimir a humanidade. Todavia, a experiência que moldou toda a sua reflexão foi o
trabalho pastoral por onze anos, junto com imigrantes alemães, num dos bairros mais miseráveis
de New York, conhecido como a cozinha do inferno, em inglês, Hell’s Kitchen. É correto afirmar
que a vitalidade de sua teologia foi forjada no convívio com estes trabalhadores. Eles o levaram a
pôr em xeque a insuficiência e a inadequação das soluções espiritualistas, da herança que
recebera, ali onde a justiça e o direito são menoscabados. Posteriormente, em 1897, ao assumir a
cátedra de História da Igreja, no Seminário em que se formara, esta experiência continuaria a
orientar a sua perspectiva. Sua militância tomou forma no grupo composto por pastores de
diferentes denominações, conhecido como a “Fraternidade do Reino” (Brotherhood of the
Kingdom), cujo objetivo era difundir o compromisso social e dar a conhecer à sociedade as
condições de vida da população empobrecida. Suas obras principais, sobretudo Christianity and
Social Crisis (1907); For God and the People: Prayers of the Social Awakening (1910);
Christianizing the Social Order (1912); e A Theology for the Social Gospel (1917); sempre
aliaram vívida piedade e intensa paixão social.

(4) Ambos sustentaram posições teológicas conseqüentes.

Se o compromisso cristão vem em primeiro lugar, nem por isso ele dispensa a
inteligência da fé. A teologia, enquanto reflexão sobre a prática missionária da Igreja de Cristo,
é, pois, uma tarefa indispensável. Nem Wesley, nem tampouco Rauschenbusch, desprezaram a
reflexão, mas procuraram desenvolver caminhos que, sem ignorar as exigências da revelação
cristã, também respondessem aos sinais dos tempos. O fundador do movimento metodista, em
particular, rechaça a especulação metafísica, desenraizada por completo da prática da
comunidade cristã. Talvez por esta razão, prefira fixar o seu pensamento na soteriologia, ou seja,

18
Cf. OUTLER, Albert C. Evangelism & Theology in the Wesleyan Spirit. Nashville: Discipleship Resource, 2004,
p. 18-19.
11

na compreensão “do caminho bíblico da salvação”, tema central do Sermão 43, sua melhor
síntese sobre o assunto. O seu raciocínio se guia dialeticamente por meio de conjunções
inseparáveis, tais como, pecado e graça preveniente, arrependimento e fé, justificação e novo
nascimento, testemunho e frutos do Espírito, e santificação e perfeição cristã. É Deus quem, em
sua graça, desperta a consciência humana, dando início à via que conduz à salvação, a qual
prossegue na renovação da imagem de Deus e na transformação da vida até à sua consumação na
plenitude. Estes passos não excluem, mas requerem a participação responsável do ser humano.
Também não estimulam a reclusão e o isolamento místico. Antes, o contrário, a comunhão com
Deus leva necessariamente o ser humano ao encontro do próximo bem como à reforma da nação
e da própria igreja. Wesley é taxativo a esse respeito: “O evangelho não reconhece nenhuma
religião que não seja social, nenhuma outra santidade que não seja a santidade social. A ‘fé que
atua pelo amor’ é o comprimento, a largura, a profundidade e a altura da perfeição cristã”.19

Na mesma direção, Rauschenbusch demonstrava a insuficiência, dada a complexidade do


mundo atual, de se dirigir apenas ao indivíduo, chamando-o à conversão. O mal está incrustado
nas instituições e estruturas da sociedade. Por isso, é preciso denunciar o pecado coletivo, assim
como, no passado, o fizeram os profetas de Israel. Há de se considerar igualmente os princípios
sociais do evangelho de Cristo e, mui especialmente, a mensagem do Reino de Deus, a grande
revolução que Deus está operando na humanidade, com a qual somos convidados a colaborar. "O
Reino é para cada um de nós a suprema tarefa e a suprema dádiva de Deus".20 O povo de Deus
não pode ser complacente ali onde prosperam a ambição organizada e opressão
institucionalizada, pondo em risco a vida humana. Na obra Cristianismo e Crise Social,
Rauschenbusch não hesitou em manifestar a sua indignação, em relação à conjuntura
contemporânea, e a sua confiança no poder transformador do evangelho: “O cristianismo, como
um movimento histórico, foi lançado com todo o propósito e esperança, todo ímpeto e poder, de
um grande movimento revolucionário, empenhado em transformar o mundo-como-é no mundo-
como-deveria-ser”.21

(5) Ambos mostraram-se coerentes em sua prática missionária.

Em um último aspecto, pode ser observado que Wesley e Rauschenbusch caminham


juntos: na coerência com que concretizam a sua percepção missionária. São impressionantes,

19
The Works of Rev. John Wesley. Edited by Thomas Jackson. London: Wesleyan-Methodist Book Room, s/d, vol.
XIV, p. 321.
20
RAUSCHENBUSCH, Walter. A Theology for the Social Gospel. New York: The Macmillan Company, 1917, p.
5-6.
21
RAUSCHENBUSCH, Walter. Christianity and Social Crisis. New York: The Macmillan Company, 1913, p. 143.
12

aliás, as múltiplas formas que as preocupações e as práticas sociais do metodismo nascente


incorporaram. Sem a pretensão de elaborar uma lista completa, é possível assinalar algumas
ações positivas. Wesley revelou vivo interesse pela escassez de alimentos; escreveu contra a
escravidão e, em seu leito de morte, ainda encontrou forças para estimular William Wilberforce
em sua luta contra esta vil instituição; opôs-se à guerra e chegou a censurar a empresa
colonialista britânica na Índia; buscou a reforma do sistema educacional e prisional; denunciou o
luxo e a ganância, assim como as desigualdades visíveis na emergente sociedade industrial;
combateu o consumismo desmedido e instruiu seus seguidores quanto ao uso evangélico dos
bens, cujo clímax está contido no conselho “dá o mais que puderes”; ofereceu respostas viáveis
aos desafios da pobreza e do desemprego; publicou livros de medicina popular e instituiu o
ministério de visitação e cuidado dos enfermos, inclusive com a criação de ambulatórios.
Convém sublinhar que nada disto era estranho ao seu entendimento da santidade de coração e
vida, que ele tinha como o grande depósito que Deus confiara ao movimento metodista.

Do mesmo modo, não tardou para que o impacto do Evangelho Social, do qual
Rauschenbusch é o principal expoente, se fizesse sentir em todas as grandes denominações dos
Estados Unidos. Sensibilizados pela pregação de seus líderes, jovens de classe média
abandonaram o conforto, foram para as periferias das grandes cidades e organizaram centros
educativos e recreativos, onde a convívio com o povo simples integrava a sua rotina.
Movimentos foram organizados para pressionar os políticos a introduzir relevantes alterações na
legislação trabalhista. Igrejas constituíram departamentos de ação social, não como adendos, e
sim parte essencial de suas atividades missionárias. Nos institutos de formação teológica, cursos
de ética social e sociologia foram agregados aos currículos. Multiplicaram-se manifestações de
caráter profético, tais como, denúncias de injustiças perpetradas contra os trabalhadores,
declarações contra a segregação racial e o abandono dos imigrantes, críticas à formação de
monopólios e à especulação financeira, manifestos a favor da redução das horas de trabalho e da
abolição do trabalho infantil, e o apoio às agremiações sindicais. A elaboração e a adoção do
Credo Social se inserem nesse contexto.

Considerações Finais

Provavelmente, nenhuma outra denominação norte-americana tenha assimilado tanto a


influência de Rauschenbusch como Igreja Metodista Episcopal. Não obstante, muitos aspectos
do legado tanto de Wesley como do próprio Rauschenbusch foram esquecidos. Discursos
dualistas deram suporte à radical separação entre o exercício da fé e o testemunho do Evangelho
na vida social. Ademais, a firme oposição de Rauschenbusch à 1ª Guerra Mundial levou os
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setores nacionalistas e conservadores a levantarem suspeitas quanto às suas origens alemãs,


questionando o valor de suas contribuições. O acirramento da controvérsia entre
fundamentalistas e liberais também ajudou a desviar o foco do debate teológico e, assim, refrear
a sua influência.

Entretanto, as vozes de Wesley e Rauschenbusch ainda ecoam fortemente e nos desafiam.


Neste intervalo de tempo que nos separam, também o testemunho social e político contínuo de
muitos homens e mulheres, realmente engajados no serviço do reino e do povo, tem se
constituído em permanente alerta para que as igrejas não retenham a mensagem cristã
aprisionada às suas próprias esferas ou apenas aos corações humanos. O Credo Social representa
esse convite perene para que, em nossa prática missionária, não nos acomodemos
complacentemente nas alegrias da vida espiritual, enquanto a fome e a desigualdade, a injustiça e
a destruição do meio ambiente, sejam realidades presentes em nosso cotidiano.

Bibliografia Selecionada

DILLENBERGER, J. & WELCH, Claude. Protestant Christianity interpreted Through its


Development. New York: Charles Scribner's Sons, 1954.

EVANS, Christopher H. The Kingdom is always but Coming: A Life of Walter Rauschenbusch.
Grand Rapids, Michigan: William B. Eerdmans Publishing Company, 2004.

RAUSCHENBUSCH, Walter. Christianity and Social Crisis. New York: The Macmillan Company,
1913 (1st. 1907).

RAUSCHENBUSCH, Walter. For god and the people: Prayers of the Social Awakening. New
York: The Pilgrim Press, 1910.

RAUSCHENBUSCH, Walter. A Theology for the Social Gospel. New York: The Macmillan
Company, 1917.

RAUSCHENBUSCH, Walter. The social principles of Jesus. New York: Association Press, 1920.

RAUSCHENBUSCH, Walter. Dare we be Christians. New York: The Pilgrim Press, 1914.

RAUSCHENBUSCH, Walter. “Why I am a Baptist”. In: The Rochester Baptist Monthly. New York:
November 1905.

SHELDON, Charles M. Em seus passos, que faria Jesus? São Paulo: Mundo Cristão, 2008.

SOUZA, José Carlos. “O Metodismo Norte-Americano no início do Século XX: A missão como
testemunho social”. In: VV.AA. Situações Missionárias na História do Metodismo. São
Bernardo do Campo: Imprensa Metodista & Editeo, 1991, p. 31-38.

TEXTO PUBLICADO EM: RENDERS, Helmut (org.). Sal da Terra e Luz do Mundo: 100 Anos do
Credo Social Metodista. São Bernardo do Campo, Editeo, 2009, p. 65-78.

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