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DESIGREJADOS: A UNIVERSALIDADE DA CRISE EVANGÉLICA NA PÓS-MODERNIDADE

Filipe Pinheiro Rodrigues1


João Evangelista Viveira Júnior2
Hermano Moura Campos3

RESUMO: O principal objetivo deste artigo será demonstrar a universalidade deste


fenômeno, que atinge praticamente todas as denominações cristãs do planeta, bem como
analisar como os desigrejados se inserem dentro da crise radical de identidade na pós-
modernidade. Para tanto, fez-se uma revisão bibliográfica dos principais trabalhos
publicados sobre esta temática – especialmente da obra “Desigrejados: teoria, história e
contradições do niilismo eclesiástico”, do teólogo Idauro Campos – e uma análise dos
dados do Censo do IBGE de 2010. O fenômeno dos desigrejados entre os evangélicos
nas últimas décadas indica que a igreja evangélica brasileira enfrenta a pior crise de sua
história. Segundo o último Censo demográfico, o contingente de “evangélicos não
determinados”, isto é, de “desigrejados” no Brasil ultrapassa os 9 milhões de pessoas.
Desta feita, o texto se propõe a responder aos seguintes questionamentos: seria o
fenômeno dos desigrejados no Brasil apenas uma nova aparição – com uma roupagem
pós-moderna – de um fenômeno que se repete historicamente de tempos em tempos?
Por que este fenômeno atinte todas as denominações cristãs e até mesmo as igrejas
histórias? Existe uma dimensão subjetiva por trás deste fenômeno que o torna ainda
mais complexo? A crise da identidade evangélica é fruto apenas de uma má formação
doutrinária? Como a crise pós-moderna da identidade agrava ainda mais o fenômeno
dos desigrejados? Para tanto, o texto descreve, incialmente, a problemática da temática
dos desigrejados, em seguida, analisa a dimensão objetiva deste fenômeno, a partir dos
dados do Censo de 2010, e, finalmente, analisa a dimensão subjetivas presente neste
fenômeno, bem como a influência da crise pós-moderna sobre ele. Conclui-se com
alguns apontamentos críticos a obra de Campos e uma reflexão sobre a necessidade de
se buscar alternativas para fundamentar a identidade evangélica por meio de um
discipulado mais cristocênctrico (que vise produzir um testemunho cristão de discípulos
“imitadores de Cristo”) para que a igreja evangélica possa se tornar relevante na
sociedade secularizada e pós-moderna em que vivemos.

Palavras-chave: Desigrejados. Pós-modernidade. Crise de identidade.

INTRODUÇÃO

Como exemplos de trabalhos que se propuseram a investigar o fenômeno,


podemos citar “Os sem-igreja” (2012), do músico e pastor Nelson Bomilcar; “Feridos
em nome de Deus” (2009), da jornalista Marília de Camargo César; “Decepcionados
Com a Graça” (2005), do teólogo e pastor Paulo Romeiro; “O que estão fazendo com a

1 Bacharel em Teologia pelo Centro Universitário Inta (UNINTA) e Mestre em Sociologia pela
Universidade Estadual do Ceará (UECE). E-mail: filipe.rodrigues@prof.ce.gov.br
2 João Evangelista Vieira Júnior Apresentar a graduação, a última titulação e a área de atuação do
orientador, além de seu e-mail.
3 Licenciado em História pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Mestre em Educação pela UFC e
professor da Faculdade do Maciço de Baturité (FMB). E-mail:
Igreja” (2008), do também teólogo e pastor presbiteriano Augustus Nicodemus.
Todavia, como acabamos de ver, nem todos os livros publicados no Brasil utilizam o
termo “desigrejados” para tratar do assunto.
A primeira obra que se preocupou com a questão conceitual, sobre qual
seria o termo mais adequado para categorizar o fenômeno, foi o livro “Desigrejados:
teoria, história e contradições do niilismo eclesiástico” (2017), do teólogo e pastor da
igreja congregacional Idauro Campos, elogiado e prefaciado por Augustus Nicodemos.
Segundo Nicodemos, esta é a obra brasileira que analisou com maior profundidade
acadêmica o fenômeno do desigrejamento:

Há muitas obras traduzidas criticando e rejeitando as igrejas


institucionalizadas e outras, igualmente traduzidas, defendendo-as. Mas
Idauro é o primeiro brasileiro a nos oferecer uma análise acadêmica
profunda, a partir da história da igreja, do ressurgimento desta tendência que
de vez em quando reaparece na vida do Cristianismo histórico. (id., p. 19)

Segundo Campos (2017), embora a origem da expressão “desigrejados” seja


desconhecida, o bispo Hermes Carvalho Fernandes, da igreja Reina, declarou ter sido a
primeira pessoa a usar essa palavra (no artigo publicado sob o título “Desigrejados sim,
desviados não!”) (id., p.27). Campos, então, apresenta sua definição do termo em uma
nota de rodapé, chamando a atenção de seus leitores para a importância de se fazer uma
clara distinção entre o grupo dos “desigrejados” e dos “desviados”. De acordo com ele:

[Desigrejados] refere-se aos cristãos que deixaram suas congregações, mas


que se mantém na confissão dogmática (afirmam a exclusividade
soteriológica do Senhor Jesus Cristo; aceitam os ritos do batismo e da Santa
Ceia; creem na Segunda Vinda de Cristo, etc.) e reconhecem a necessidade
de uma vida piedosa, embora haja desigrejados cujo estilo de vida possa
negar isso [...] [Já os desviados] não só romperam com suas denominações,
mas também com doutrinas e conduta cristã. Os desigrejados, portanto, não
aceitam de forma alguma a alcunha de “desviados”. (id., p. 30)

Durante sua pesquisa, analisando o perfil dos desigrejados, o autor


identificou dois perfis recorrentes, que aparecem na maioria dos trabalhos sobre o
assunto. De acordo com ele, o fenômeno dos desigrejados engloba majoritariamente
dois grupos distintos de pessoas. De um lado estão “os decepcionados com as lideranças
da igreja” e, de outro, os “críticos da igreja institucionalizada” (id., ibid.). Desta feita:

Os decepcionados são os que sofreram abuso espiritual por parte das


lideranças eclesiásticas (pastores, bispos e apóstolos) nas comunidades de fé
onde congregavam ou que se frustraram com promessas (de cura, libertação,
bem-estar pessoal/familiar ou prosperidade financeira) realizadas em nome
de Deus e que nunca se cumpriram [...] [o segundo grupo] são ou se tornaram
detratores do sistema, ou seja, críticos do modus operandi e da
institucionalização da igreja. [...] o problema não está nas lideranças
eclesiásticas arbitrárias (estes são apenas parte do problema do cristianismo
contemporâneo), mas sim nas engrenagens funcionais que mantém a igreja
em operação no mundo, pois em face da necessidade de manutenção
institucional, a igreja terminou perdendo seu vigor espiritual e sua dimensão
profética, tornando-se mais um clube de encontros religiosos, onde se canta,
se aplaude, faz-se doações em dinheiros e assiste-se a palestras irrelevantes.
(CAMPOS, 2014)

Todavia, ao longo dos dois primeiros capítulos de sua obra, onde procura
descrever as particularidades de cada um desses grupos, o autor não estabelece qualquer
tipo de relação entre eles, preferindo tratá-los separadamente, de forma “polarizada”,
tendo em vista que o grupo dos críticos “não possuem histórico de sofrimento, mas, sim,
questionam se a igreja, conforme a conhecemos, de fato expressa e revela no tempo e no
espaço o que Jesus Cristo planejou para a mesma.” (id., p. 31). Desta feita, analisaremos
a seguir as duas dimensões – objetiva/institucional e subjetiva/identitária – que
permitem uma compreensão mais detalhada do fenômeno dos desigrejados.

A DIMENSÃO OBJETIVA DO FENÔMENO DOS DESIGREJADOS

Embora a divisão feita por Campos (2017) – entre o grupo dos


decepcionados e o grupo dos críticos – seja, por si só, insuficiente para esclarecer o
fenômeno, ela pode nos ajudar a compreender sua relação com a crise da identidade
evangélica brasileira a partir da análise de suas dimensões objetiva (sociológica) e
subjetiva (psicológica).
Primeiramente, se faz necessário observar a dimensão objetiva do fenômeno
para entender sua relevância e problemática. Para tanto, partiremos dos resultados
apresentados no Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Dentre os números que se destacaram, o Censo
demonstrou a continuação do crescimento da população evangélica e a diminuição do
número de católicos em relação à pesquisa feita no ano 2000. Ademais:

Os evangélicos foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil no


período intercensitário. Em 2000, eles representavam 15,4% da população.
Em 2010, chegaram a 22,2%, um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas
(de 26,2 milhões para 42,3 milhões). Em 1991, este percentual era de 9,0% e
em 1980, 6,6%. Já os católicos passaram de 73,6% em 2000 para 64,6% em
2010. Embora o perfil religioso da população brasileira mantenha, em 2010, a
histórica maioria católica, esta religião vem perdendo adeptos desde o
primeiro Censo, realizado em 1872. Até 1970, a proporção de católicos
variou 7,9 pontos percentuais, reduzindo de 99,7%, em 1872, para 91,8%.
Esta redução no percentual de católicos ocorreu em todas as regiões,
mantendo-se mais elevada no Nordeste (de 79,9% para 72,2% entre 2000 e
2010) e no Sul (de 77,4% para 70,1%). A maior redução ocorreu no Norte, de
71,3% para 60,6%, ao passo que os evangélicos, nessa região, aumentaram
sua representatividade de 19,8% para 28,5%. (IBGE, 2012)

O Censo também demostrou o crescimento da população que se declara


“sem religião” no Brasil. Enquanto no ano 2000 eram quase 12,5 milhões de pessoas,
que correspondiam a 7,3% da população brasileira, o número total ultrapassou os 15
milhões de pessoas em 2010, correspondendo a 8,0% da população total do pais.
No entanto, a grande novidade que o Censo de 2010 trouxe, em relação aos
censos anteriores – sobretudo para o mundo gospel brasileiro –, foi a nova categoria
apresentada sob o título de “Evangélica não determinada” 4. Pela primeira vez, o
fenômeno do “cristão nominal” ou “não praticamente”, que antes era conhecido apenas
entre os católicos, passou a ser reconhecido também no meio protestante brasileiro.
Conforme o Censo, como podemos ver na tabela abaixo, o número da
população “Evangélica não determinada”, que escolhemos chamar aqui de
“desigrejados”, ultrapassou os 9 milhões de pessoas, correspondendo a 21,8% do total
de evangélicos no Brasil.
Figura 1 – População de Evangélicos entre os anos de 2000 e 2010.

Fonte: IBGE, 2012.

4Além da categoria “Evangélica não determinada” as outras duas principais categorias apresentadas pelo
Censo de 2010 são “Evangélicas de Missão” (igreja Luterana, Presbiteriana, Metodista, Batista,
Congregacional e Adventista) e “Evangélicas de origem pentecostal” (igreja Assembleia de Deus,
Evangelho Quadrangular, Universal do Reino de Deus, Deus é Amor, Nova Vida, dentre outras. Outro
detalhe importante é que este Censo não faz distinção entre as igrejas “pentecostais” e “neo-pentecostais”.
No artigo intitulado “Niilismo eclesiástico: uma análise do movimento dos
desigrejados”, Campos (2014) destaca as principais repercussões dos dados
apresentados pelo Censo de 2010. De acordo com ele, “uma série de reportagens, livros
e sites começou a circular, tentando entender o fenômeno”, dentre os quais, ele cita:

[...] a) Augustus Nicodemus Lopes publica no blog Tempora-Mores, em abril


de 2010, um artigo intitulado “Os Desigrejados” e populariza tanto o conceito
quanto o uso do termo no Brasil. b) Maurício Zágari publica em 2010, na
revista Cristianismo Hoje, artigo “Decepcionados com a Igreja”. c) Em 2010,
a Revista Época publica matéria de capa, “A Nova Reforma Protestante”,
com evangélicos insatisfeitos com os modelos tradicionais de igreja. d) Jornal
Folha de São Paulo publica, em 2011, matéria intitulada “Cresce o número de
evangélicos sem ligação com igrejas.” e) Revista Isto É publica, em 2011,
matéria de capa “O Novo Retrato da Fé no Brasil” – nomadismo religioso. f)
Sites como Genizahe, Púlpito Cristão multiplicam o assunto nas redes
sociais. (id., ibid.)

Retornando à obra de referência deste trabalho, no primeiro capítulo


intitulado “Decepcionados com a liderança”, Campos (2017) se propõe a analisar o
grupo dos decepcionados com as lideranças da igreja evangélica brasileira. Para tanto, o
autor lança mão de duas obras consideradas como “referências” pelo autor, a saber:
“Feridos em nome de Deus”, da jornalista Marília de Camargo César (2009) e
“Decepcionados com a Graça”, do doutor em ciências da religião, Paulo Romeiro
(2005).
Em ambas as obras, Campos seleciona relatos e depoimentos de alguns
desigrejados a fim de ilustrar as razões que fizeram com que essas pessoas se
decepcionassem com as lideranças de suas igrejas e, em seguida, resolvessem
abandonar o convívio com a membresia de suas ex-denominações. E, pós analisar vários
casos particulares, Campos encerra o capítulo afirmando que:

[...] pode-se concluir que muitos dos desigrejados apontados em pesquisas


são fruto da decepção obtida com as lideranças eclesiásticas. Promessas feitas
e nunca alcançadas; desvio de caráter, malversações dos recursos das igrejas;
abuso espiritual; lideranças despóticas; acepções de pessoas com base na
classe social e econômica. Enfim, tais exemplos horrendos dados pelos
pastores e bispos, justificam, para muitos desigrejados, o desencantamento
com as comunidades de fé, levando-as a abandoná-las. (CAMPOS, 2017, p.
47)

Segundo Romeiro (2005), os desigrejados acabam por criar outro mal – que
corriqueiramente se vê no dia-a-dia das igrejas evangélicas brasileiras – que o autor
denominou de “cristãos nômades”, e que vivem “pulando de igreja em igreja” e
preferem não estabelecer nenhuma forma de vínculo e/ou responsabilidade permanente
com nenhuma denominação. Segundo ele:

[há] no Brasil um contingente significativo de evangélicos, principalmente


nos grandes centros urbanos, que estão sempre circulando de igreja em igreja.
Não criam raízes, não conseguem cultivar relacionamentos e são avessos aos
compromissos que normalmente surgem do relacionamento entre o fiel e a
igreja [...] A igreja midiática alimenta o transito religioso. É ela quem gera os
mecanismos para convencer os fieis, logo transformado sem consumidores, a
ocupar um assento dentro de seus templos. (id., p.159).

Embora nem Campos nem Romeiro façam menção ao trabalho do teólogo


Reginaldo von Zuben (2007), convém destacar as contribuições deste autor que analisa
de forma mais ampla o grupo dos decepcionados com a igreja. No artigo
“Características e Movimentos Promotores de Decepção na Igreja Cristã no Brasil”,
Zuben investiga o fenômeno na igreja católica e na evangélica (tanto nas denominações
históricas, quanto nas pentecostais e neopentecostais). Para ele, “em linhas gerais, tanto
a igreja católica romana como as igrejas protestantes [...] são identificadas como igrejas
institucionais”, e se caracterização pela “valorização do aspecto denominacional, ênfase
hierárquica em seus sistemas de governo, certa rigidez e conservadorismo doutrinário e
acentuada tendência disciplinar” (id., p. 48). Conforme o autor, esse modelo
institucional:

[...] pode gerar pessoas decepcionadas por pensarem, serem e se


comportarem diferente dos padrões estabelecidos, normatizados e sustentados
pela autoridade histórica e clerical. O rigor do legalismo e do moralismo
nessas igrejas tem levado muitas pessoas a se afastarem do convívio
comunitário, devido a tão grande decepção. (id., p. 66).

Ainda de acordo com este autor, o que mais gera decepção no meio
pentecostal é a questão “dons espirituais” e/ou as “experiências com o Espírito Santo".
Visto que “[...] quem não foi batizado com o Espírito Santo, não falou em línguas ou
não possui um dom de destaque” pode acabar sofrendo certa “discriminação em termos
de espiritualidade” (id., p. 69). Já no neopentecostalismo, a principal causa de decepção
ocorre em virtude da frustação de expectativas que foram geradas por promessas de
bênçãos e vitórias. Essas pessoas participaram de reuniões espirituais, fizeram todos os
rituais ordenados e ainda “contribuíram” financeiramente, segundo as exigências de
doação de dinheiro para a igreja, porém não conseguiram conquistar as bênçãos
prometidas. (id., ibd.)
Retornando mais uma vez para a obra de Campos (2017), analisaremos
agora o “grupo dos críticos” da igreja. Campos trabalha especificamente com este no
capítulo intitulado “os críticos do modus operandi e da institucionalização da Igreja”.
Neste terceiro capítulo, o autor avalia a influência de obras de escritores estrangeiros e
nacionais sobre o público evangélico. Devido às limitações deste artigo, apresentaremos
apenas algumas de suas ponderações. Os principais pontos das queixas feitas pelos
“críticos”, destacados por Campos, recaem sobre a construção de templos, a liderança
dos pastores e a pregação dos sermões. Segundo ele:

Para os críticos do modus operandi da institucionalização da igreja, há vários


problemas na igreja como a conhecemos hoje que a prejudica e a distancia do
alvo planejado por Cristo [...] entre os pontos críticos da igreja
contemporânea está a necessidade de construção dos templos. Para os
desigrejados o templo “construído por mãos humanas”, não passa de uma
corrupção dos propósitos de Deus para a sua igreja e de uma maldita
influência do paganismo grego que existe desde os primórdios da era
constantiniana [...] Quanto aos pastores, no niilismo eclesiástico não há lugar
para ministros ou pastores ordenados. Como a igreja é apenas espiritual e
logo, imaterial, sendo, destarte, despida de sacramentos e ordenações, não há,
obviamente, necessidade para pastores ordenados [...] Finalmente, na tríade
maligna, os desigrejados também criticam o sermão, visto que na época de
Jesus Cristo as pregações não eram sistematizadas, mas, ao contrário,
realizadas de forma espontânea e inesperada, tendo como ponto de partida o
cotidiano real das pessoas nos contextos onde os encontros casuais com Jesus
aconteciam. (id., ibid.)

O que se percebe aqui é uma associação indevida e equivocada entre o


termo “igreja” e “instituição” (como se o problema estivesse na construção de templos;
na hierarquia pastoral e eclesiástica; e nas pregações dos sermões). Contudo, isso não
seria apenas um subterfugio astucioso para desviar o foco da questão central que é a
própria identidade cristã? Neste caso, o “testemunho cristão”, bem como a “conduta
cristã”, deveriam estar fundamentados, essencialmente, na “imitação de Cristo”,
sobretudo no que diz respeito ao seu caráter prático, conforme o Sermão do Monte
(Mateus 5, 6 e 7).
Ora, é exatamente a ausência desta fundamentação identitária, de caráter
prático, que pode ser vista como fator comum tanto no grupo dos “decepcionados”
quanto no grupo dos “críticos”; e que une ambos os grupos em torno de uma mesma
problemática, a saber, a questão da “identidade cristã”, bem como à crise que se
apresenta quando esta identidade não é bem formatada.

A DIMENSÃO SUBJETIVA DO FENÔMENO DOS DESIGREJADOS


No intuito de demonstrar a abrangência global do fenômeno do
desigrejamento, Campos (2014) apresenta as estatísticas do fenômeno em outras nações
ao redor do mundo. Segundo ele, dentre os países cujos números de desigrejados e/ou
“sem religião” se destacam estão:

a) Estados Unidos da América – 20 milhões de desigrejados* (pouco mais de


13% da população protestante que é constituída por mais de 154 milhões de
americanos- 51% do total da população do país que está acima de 308
milhões). b) França /1990 – 80% da população se declarava cristã. Em 2007
o percentual caiu para 57%. c) Inglaterra / 1999-2000 – 56 % dos
entrevistados se declararam ateus ou agnósticos. d) Continente Europeu –
Apenas 21% dos entrevistados reconhecem a relevância da religião para a
vida. (id., ibid.)

Diante deste cenário global da crise institucional da igreja, o autor afirma na


conclusão de seu artigo que o fenômeno dos desigrejados “é tão somente a versão cristã
protestante de um fenômeno mais amplo de desvinculação institucional que vem
ocorrendo mundialmente em diversos segmentos da sociedade, sobretudo, no campo da
religião, sendo, destarte, um reflexo da pós-modernidade.” (id., ibid.).
Embora Campos reconheça o próprio fenômeno dos desigrejados como mais
uma manifestação da crise de pertencimento identitário que assola o mundo inteiro,
fruto da fragmentação do sujeito e do relativismo cultural característicos da pós-
modernidade, se faz necessário compreender como a igreja evangélica brasileira sofre a
influência da filosofia e do estilo de vida pós-modernos.
Não teremos aqui a pretensão de apresentar e esgotar todas as variantes e
implicações do pensamento pós-moderno. Nos deteremos apenas a parte que interessa a
nossa discussão, que trata da forma como a identidade é percebida e/ou (des)construída
segundo o ponto de vista pós-moderno. Todavia, antes disso, é necessário que se faça
uma breve revisão histórica acerca da elaboração das visões de mundo moderna e pós-
moderna.
No livro “Pós-modernismo: um guia para entender a filosofia de nosso
tempo”, o teólogo Stanley Grenz (2008) apresenta as prováveis origens da expressão
“pós-moderno”. De acordo com ele:

O termo pós-moderno talvez tenha sido cunhado e empregado pela primeira


vez na década de 30 para se referir a uma importante transição histórica que
já estava em andamento e também como designação para certos
desenvolvimentos nas artes. Todavia, o pós-modernismo não ganhou atenção
generalizada até a década de 70. Primeiramente, denotava um novo estilo de
arquitetura. Em seguida, invadiu os círculos acadêmicos, primeiramente
como um rótulo para as teorias expostas nos departamentos de Inglês e
Filosofia das universidades. Por fim, tornou-se de uso público para designar
um fenômeno cultural mais amplo. (id., p. 12-13)

Como Grenz observou: “para entender o pensamento pós-moderno, é


preciso vê-lo no contexto do mundo moderno, que o deu à luz, e ao qual ele se opõe” e,
“quaisquer que sejam os outros significados que se possam atribuir ao pós-modernismo
[...] sua significação implica, especialmente, uma rejeição da atitude mental moderna”.
(id, p.13).
O autor, apresenta ainda as características que fundamentam a “mente
moderna”, enfatizando a importância que o “Projeto do Iluminismo”. Segundo ele, este
projeto foi responsável pela formação e consolidação da cosmovisão moderna, que, por
sua vez, está baseada na compreensão puramente racional do mundo – proposta pelo
filósofo francês René Descartes – e na explicação empírica e mecanicista da natureza –
oferecida pelo físico inglês Isaac Newton, durante os séculos XVII e XVIII.
Diferentemente do pensamento teológico escolástico, que havia dominado a
filosofia e todos os demais ramos da ciência durante a idade média, que acreditava que a
fonte do conhecimento era a revelação divina, o pensamento moderno “supõe,
especificamente, que o conhecimento é preciso, objetivo e bom [...] (e) em princípio, o
conhecimento é acessível à mente humana” através dos sentidos (experiência) e,
principalmente, da Razão. (id., p. 14)
Ainda segundo Grenz, o projeto iluminista era extremamente otimista
quanto ao futuro, pois cria no inevitável progresso da humanidade e de suas realizações
e, além disso, desdenha de todas as demais formas de conhecimento humano – baseadas
em costumes, tradições, religiões, lendas e/ou mitos). De acordo com ele:

Além de supor que o conhecimento é exato e objetivo, os pensadores


iluministas supõem também que ele é inerentemente bom [...] Essa suposição
da bondade inerente do conhecimento torna otimista a perspectiva do
Iluminismo. Ela conduz à crença de que o progresso é inevitável, que a
ciência (positivista), associada ao poder da educação, acabará por nos libertar
de nossa vulnerabilidade à natureza, bem como de toda escravidão social [...]
São suspeitas todas as crenças que pareçam reduzir a autonomia ou que se
baseiem em alguma autoridade externa e não na razão (e na experiência). (id.,
p. 16)

O ponto central que nos interessa sobre a visão de mundo moderna, como
dissemos anteriormente, é sua concepção de identidade pessoal. Neste ponto, o autor
afirma que “o ideal moderno defende a autonomia do eu, o sujeito autodeterminante que
existe fora de qualquer tradição ou comunidade.” (id., ibid.). Provavelmente, a
expressão que melhor sintetiza essa ideia é a máxima agostiniana, que ficou mais
conhecida por meio da filosofia cartesiana: Cogito ergo sum (Penso, logo existo). Com
este princípio:

René Descartes lançou as bases filosóficas do edifício moderno ao privilegiar


o papel da dúvida, concluindo daí que a existência do ser pensante é a
primeira verdade que não pode ser negada pela dúvida [...] Descartes,
portanto, definiu a natureza humana como uma substância pensante e a
pessoa humana como um sujeito racional autônomo. (id., p. 16)

Assim, é possível ver claramente que a concepção de identidade formulada


pelo pensamento moderno é bem definida e centrada no sujeito. Ora, é exatamente esta
identidade bem centrada e definida objetivamente que será posta em xeque com a
ascensão do pensamento pós-moderno.
Stanley Grenz (2008) destaca como principais valores da sociedade do
século XXI o relativismo e o pluralismo cultural. Assim, segundo ele, “o pluralismo
relativista pós-moderno procura dar espaço à natureza ‘local’ da verdade. As crenças
são consideradas verdadeiras no contexto das comunidades que as defendem.”
(GRENZ, 2008, p.30). O autor afirma ainda que:

A compreensão pós-moderna da verdade leva os pós-modernos a se


preocuparem menos do que os seus antepassados com o pensamento lógico
ou sistemático [...] os pós-modernos sentem-se bem ao misturar elementos de
sistemas de crenças tradicionalmente considerados incompatíveis. Por
exemplo, um cristão pós-moderno confessará tanto as doutrinas clássicas da
igreja quanto ideias tradicionalmente não-cristãs, como a reencarnação. Os
pós-modernos não estão também, necessariamente, preocupados em provar
que estão ‘certos’ e os outros ‘errados’. Para eles, as crenças são, em última
análise, uma questão de contexto social e, portanto, é bem provável que
cheguem à conclusão de que ‘O que é certo para nós talvez não o seja para
você’ e ‘O que está errado em nosso contexto talvez seja aceitável ou até
mesmo preferível no seu.’ (id., ibd. p.30)

Ora, essa crise de referenciais, de identidade, de legitimidade e da própria


verdade na pós-modernidade – tida não como uma “crise” mas sim como a verdadeira e
única condição de viver a vida, isto é, sob uma perspectiva relativista e pluralista –
diante da lacuna deixada pela ausência de um discipulado e/ou ensinamento centrado na
pessoa de Cristo, agrava ainda mais a situação dos desigrejados, tendo em vista que,
diferentemente de outras épocas onde “estar fora” da instituição era sinônimo de
rebeldia, desprezo e desonra, e produzia nos indivíduos um pesado sentimento de culpa
e vergonha, agora, em tempos pós-moderno, “estar fora” pode ser visto como algo tão
bom como “estar dentro” das instituições, e a culpa e a vergonha dão lugar à indiferença
e ao cinismo.
E, o ponto central que estamos a advogar até aqui é que o principal
problema da crise que a igreja evangélica brasileira está a passar não é um problema
objetivo, meramente institucional e/ou doutrinário – lugar comum na argumentação dos
teólogos brasileiros que tentam explicar a crise, como veremos a seguir. A dimensão
mais problemática desta crise é sua natureza subjetiva e está diretamente relacionada a
ausência de uma identidade centrada na pessoa de Jesus, que por sua vez se fundamenta
num autêntico testemunho cristão, de “imitadores de Cristo”, a partir do testemunho dos
apóstolos, sobretudo de Paulo, conforme pode ser visto no livro de Atos e nas demais
epístolas que compõe o Canon do novo Testamento.
De acordo com o teólogo anglicano Robinson Calvacanti (2013), no livro
“Igreja Evangélica – identidade, unidade e serviço” 5, a crise de identidade que igreja
evangélica brasileira atravessa “é resultado da sua baixa autoestima, da falta de
autocompreensão e conhecimento não somente sobre sua missão, mas também sobre sua
natureza e organização – uma crise de identidade em razão de uma ruptura com sua
história, suas raízes.” (id. p. 28)
Embora o autor não trate diretamente sobre o fenômeno dos “desigrejados”,
e nem sequer chegue a usar esse termo, ele faz menção ao surgimento dos “cristãos
nominais” e “membro(s) desviado(s)”, como no trecho a seguir, onde procura pontuar
os principais elementos geradores da crise:

O dissenso protestante se agravou com a chegada da teologia da prosperidade


e a teologia da batalha espiritual, e com o vertiginoso crescimento das igrejas
ditas neo (isso/pseudo/pós) pentecostais, carentes de vínculos históricos,
doutrinários e teológicos com a herança reformada e evangélica;
sociologicamente percebidas como seitas para-protestantes, cuja mensagem
nada tem a ver com o que se pregou desde Kalley e o protestantismo
(evangelicalismo brasileiro). O culto-aula deu lugar ao culto-show. Debilitou-
se a escola bíblica dominical e deixou-se de cantar hinos com conteúdo
teológico – os quais foram substituídos por vagas odes à divindade, que
podem ser entoadas por qualquer monoteísta não-cristão. Com o crescimento
numérico da segunda e da terceira gerações, fomos além da velha dicotomia
“membro comungante” “versus” “membro desviado” e passamos a ter os
nominais, os ocasionais, os bissextos, os migrantes e os “crentes de IBGE”,
que confessam a fé a cada década do Censo, pois não se garante a conversão
ou a ortodoxia de descendentes biológicos ou adotivos. (id., p. 13)

O teólogo Augustus Nicodemus, por sua vez, no livro “O que estão fazendo
com a igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro” – elaborado a

5 Publicado em 2013 pela editora ultimato.


partir de uma seleção de artigos publicados no blog O Tempora, O Mores –, afirma que
“a crise de identidade que vive o evangelicalismo brasileiro hoje origina-se sobretudo da
falta de consciência e coerência no emprego do método de interpretação que sempre
acompanhou o cristianismo histórico.” (NICODEMUS, 2008, p. 53). E, embora a
maioria dos teólogos ortodoxos, assim como Nicodemus, enfatize que a maior parcela
da população dos desigrejados esteja ligada às denominações pentecostais, que não
ensinam as principais doutrinas reformadas, o Censo de 2010 demonstra que as igrejas
históricas, tradicionais ou “de missão” também estão enfrentando o mesmo problema,
Na verdade, convém ressaltar, apresentam inclusive uma redução de sua população – à
semelhança do que vem acontecendo com a população católica em geral – em alguns
estados da federação e, especialmente, na região sul, como podemos ver nas figuras
abaixo:

Figura 3 – População de Evangélicos entre os anos de 2000 e 2010 na região Sul

Fonte: IBGE, 2010.

Figura 4 – População de Evangélicos entre os anos de 2000 e 2010 no Rio de Janeiro


Fonte: IBGE, 2010.

Como já havia observado antes o sociólogo Ricardo Mariano (1999), a crise


nas igrejas “de missão” estava em curso desde a década de 1980. A constatação do
declínio das mesmas foi apresentada no artigo “O futuro não será protestante”, onde o
autor analisa o decrescimento do seguimento evangélico desde o Censo de 1991. De
acordo com ele:
[...] entre 1980 e 1991 o conjunto dos evangélicos cresceu 67,3% no Brasil,
atingindo 13.189.282 fiéis, 9% da população. Os pentecostais cresceram
111,7%, 12 vezes mais que os protestantes tradicionais, cujo crescimento não
passou de 9,1%, cifra quase três vezes menor que a da população (23,4%) e
menor até mesmo que a de 15,1% obtida pela Igreja Católica. Com isso, os
pentecostais, que em 1980 ainda eram minoria no campo evangélico,
representando 49% do total dos crentes, onze anos depois tornaram-se
majoritários, com 8.179.666 adeptos, perfazendo 65% dos cristãos
evangélicos, enquanto os tradicionais caíram para 35%, com 4.388.310
membros. Uma análise mais rigorosa do Censo de 1991, porém, mostra que o
protestantismo histórico teve um desempenho inferior ao que foi revelado
pelo IBGE. No período de 1980 a 1991, em vez de crescer pífios 9,1%, na
realidade, decresceu em números absolutos. A diferença se deve à inclusão,
no referido Censo, da Igreja Adventista do 7° Dia na categoria “evangélica
tradicional”. Esta súbita alteração na classificação do IBGE, formulada por
pesquisadores do ISER, além de contrariar os Censos anteriores, que, de 1900
a 1980, colocaram a Igreja Adventista no bloco “outras religiões”, provocou
uma grave distorção estatística nos dados do crescimento evangélico e,
particularmente, do protestantismo tradicional. Retirando-os do bloco
“evangélico tradicional” [...] o conjunto dos evangélicos, entre 1980 e 1991,
teria crescido apenas 58,3%, sua menor taxa de crescimento desde 1940. No
período, a performance do protestantismo tradicional foi ainda mais
desastrosa: queda de 8,5%, o que significa a perda de 340 mil fiéis. Ao
arrolar a Adventista do 7° Dia no cristianismo reformado, o Censo
Demográfico de 1991 mascarou a amplitude do insucesso evangelístico das
igrejas Anglicana, Congregacional, Luterana, Metodista, Presbiteriana e, em
menor grau, Batista. (id., p. 91-92)

Ora, se a crise da identidade evangélica brasileira fosse resultado de um


problema doutrinário, em decorrência de um mero “afastamento” da ortodoxia e/ou do
método de interpretação gramático-histórico, utilizado pelos reformadores e pelas
igrejas “de missão” e/ou reformadas, estas não deveriam estar enfrentando o mesmo
problema do desigrejamento que também acomete as igrejas pentecostais e
neopentecostais.

CONCLUSÃO

Cientes das limitações deste texto, queremos concluir este artigo tecendo
algumas considerações críticas sobre a análise do fenômeno dos desigrejados na obra de
Campos (2017) e apresentar alguns apontamentos para que se busque alternativas para
fundamentar para a identidade cristã no mundo pós-moderno em que vivemos.
Primeiramente, corroborando com Campos (2017), podemos afirmar que: o
“desigrejamento”, realmente, não é um fenômeno novo nem tampouco fruto de nossa
era pós-moderna, assim como a institucionalização da igreja também não deve ser vista
como única causa ou mesmo como fator decisivo deste processo de desigrejamento.
Porém, contra sua tese central, podemos afirmar que o “desigrejamento” não
é apenas um fenômeno sem originalidade, que já ocorreu e continua se repetindo ao
longo da história da igreja cristã; nem tampouco é mais um mero reflexo da crise de
valores da “vida líquida” da sociedade pós-moderna. O “desigrejamento” é um sinal ou
sintoma que representa a dimensão objetiva de um problema mais grave, de natureza
subjetiva, que diz respeito a crise de identidade que acomete praticamente todas da
Igreja Cristãs; e a maior parte do “movimento histórico dos desigrejados” antes de ser
um afastamento da “igreja verdadeira”, foi uma reação ao processo de
institucionalização da igreja — que, por sua vez, produziu novas identidades materiais
(como templos, tradições, doutrinas, denominações etc.) em lugar da identidade
espiritual (da Igreja como Noiva do Cordeiro, Corpo de Cristo, Família de Abraão etc.)
— e uma tentativa de retornar/resgatar às origens e aos princípios e fundamentos da
“Ekklesia” do Novo Testamento.
Assim, destacamos que o fenômeno do desigrejamento, é um fenômeno
bidimensional: objetivamente, é estatisticamente observável a partir de pesquisas
empíricas (como as realizadas pelo senso do IBGE) e diz respeito a crise institucional
que assola todas as denominações cristãs (assim como, praticamente, todas as
instituições nas sociedades pós-modernas); subjetivamente, não é apenas um mero
reflexo de um problema doutrinal, trata-se da ausência ou má formação de uma
identidade cristã/evangélica bem definida e consolidada em Cristo, como na “Ekklesia”
neotestamentária, principal modelo e exemplo de vida cristã a ser seguido e imitado por
todos que se consideram discípulos de Jesus.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, Idauro. Desigrejados: Teoria, história e contradições do niilismo


eclesiástico. Rio de Janeiro: bvbooks, 2017.

______________. Niilismo eclesiástico: uma análise do movimento dos desigrejados


17/06/2014 10:06:42. Revista Teologia Brasileira , v. 29, p. x-x-x, 2014.
GRENZ, S. J. Pós-Modernismo: Um Guia Para Entender a Filosofia do Nosso Tempo.
Vida Nova, São Paulo, 2008.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo


Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

NICODEMUS, Augustus. O que estão fazendo com a igreja: ascensão e queda do


movimento evangélico brasileiro — São Paulo: Mundo Cristão, 2008.

MARIANO, Ricardo. O futuro não será protestante. Ciencias Sociales y Religión


(Impresso), Porto Alegre, v. 1, n.1, p. 89-114, 1999.

ROMEIRO, Paulo Rodrigues. Decepcionados com a Graça. 1. ed. São Paulo: Editora
Mundo Cristão, 2005.

ZUBEN, Reginaldo von . Características e Movimentos Promotores de Decepção na


Igreja Cristã no Brasil. Práxis Evangélica , v. 12, p. 39-72, 2007.

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