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A Igreja Neopentecostal

e o domínio de massas no subúrbio carioca

Amanda Lagemann Moura


Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Memória Social da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
amandalagemann@edu.unirio.br

Francisco Ramos de Farias


Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Memória
Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
francisco.farias@unirio.br

Resumo: Após a maior cisão do cristianismo ocidental, que ocorreu no século XVI, deu-se início
ao movimento protestante na Europa, o qual posteriormente foi disseminado nas Américas
durante o período de colonização. Desde então, a religião fundada por Martinho Lutero atraiu
uma ampla variedade de seguidores e deu origem a diversas vertentes denominacionais. A partir
da década de 1990, a Igreja Evangélica emergiu como uma influente força nos subúrbios
cariocas, difundindo um ethos de salvação espiritual, ao mesmo tempo em que estabeleceu
vínculos com estruturas de poder paralelo, explorando as falhas e lacunas deixadas pelo Estado
nessas regiões. Tal contexto levanta questões cruciais sobre a sua função social. Este trabalho
tem como objetivo analisar e problematizar a influência da Igreja Evangélica nos subúrbios da
cidade do Rio de Janeiro, indo além das mensagens religiosas. O estudo pretende investigar
como a presença e a expansão do evangelicalismo impactam não apenas a esfera espiritual,
mas também a dinâmica social, política e econômica dessas comunidades suburbanas. Além
disso, busca-se compreender como a Igreja Evangélica se posiciona em relação às instituições
estatais, aproveitando-se das vulnerabilidades e carências locais para consolidar seu poder e
influência. Por meio de uma análise interdisciplinar que incorpora elementos da sociologia,
antropologia e ciência política, este artigo pretende lançar luz sobre a complexa interação entre a
religião evangélica e a vida nos subúrbios cariocas, oferecendo uma perspectiva crítica sobre as
implicações desse fenômeno para a sociedade e a governança local.

Abstract: After the greatest scission in Western Christianity, which occurred in the 16th century,
the Protestant movement began in Europe, which was later disseminated in the Americas during
the period of colonization. Since then, the religion founded by Martin Luther has attracted a wide
variety of followers and led to different denominational strands. From the 1990s onwards, the
Evangelical Church emerged as an influential force in Rio's suburbs, spreading an ethos of
spiritual salvation, while at the same time establishing links with parallel power structures,
exploiting the flaws and gaps left by the State in these regions. This context raises crucial
questions about its social function. This essay aims to analyze and problematize the influence of
the Evangelical Church in the suburbs of Rio de Janeiro, going beyond religious messages. The
study aims to investigate how the presence and expansion of evangelicalism impacts not only the
spiritual sphere, but also the social, political and economic dynamics of these suburban
communities. Furthermore, we seek to understand how the Evangelical Church positions itself in
relation to State institutions, taking advantage of local vulnerabilities and needs to consolidate its
power and influence. Through an interdisciplinary analysis that incorporates elements of
sociology, anthropology and political science, this essay aims to shed light on the complex
interaction between evangelical religion and life in Rio's suburbs, offering a critical perspective on
the implications of this phenomenon for society and local governance.

Introdução

O que é a Igreja Neopentecostal, como surgiu, qual seu ethos de vida?

Há mais de cinco séculos Martinho Lutero iniciou a Reforma Protestante na Alemanha,


causando a maior cisão do cristianismo ocidental, dividindo os cristãos entre católicos e
evangélicos. Desde então, apesar de ser grande motivo de polêmica, a religião fundada por
Lutero adquire novos membros e se dividiu em diversas vertentes ao longo dos anos.
Em geral, tipificam-se os evangélicos brasileiros a partir de três grandes correntes; O
protestantismo histórico, que inclui luteranismo, presbiterianismo, batistas etc., que buscam a
preservação dos princípios da Reforma Protestante. O pentecostalismo clássico, corrente
popular do protestantismo iniciada no século XX e que além de reforçar a importância bíblica no
cotidiano, propõe experimentar um contato com o divino por intermédio de manifestações
espirituais supostamente realizando curas, falando em diferentes línguas e outros considerados
milagres. E, recentemente, o neopentecostalismo, categoria sociológica criada para nomear o
movimento religioso que surge dentro do pentecostalismo clássico, mas que cresceu por uma de
uma teologia que destaca a batalha espiritual, a obediência aos líderes e a prosperidade.
O Neopentecostalismo é o resultado da transformação e readaptação das igrejas
pentecostais que veio à tona no final do século XX, mas que ganhou força sobretudo a partir dos
anos 2000. Uma das características que difere o neopentecostalismo dos outros movimentos
protestantes além da “guerra espiritual”, e da “teologia da prosperidade” é a forte presença e
influência nos meios de comunicação e na política partidária, como explica Pablo Selmán para
Nueva sociedad, 2019.
No que alguns pesquisadores e agentes religiosos chamam de
neopentecostalismo, características do pentecostalismo clássico foram
exacerbadas, enquanto inovações teológicas, litúrgicas e organizacionais foram
produzidas. Expressões a respeito da presença do Espírito Santo foram
pluralizadas e fortalecidas (a aposta por milagres foi aumentada e sistematizada)
e a figura dos pastores como sujeitos privilegiados, capazes de viabilizar essa
bênção. Nesse contexto, duas principais articulações teológicas surgiram: a
"Teologia da Prosperidade" e a doutrina da guerra espiritual.

Indagamos: qual teria sido a finalidade dessa transformação, principalmente no tocante à


transmissão de valores que consideramos ser o objetivo, pelo menos, explicitado por essas
correntes religiosas? Buscaremos a seguir encaminhamentos que nos pontem para explicações
sobre essas questões.

A Teologia da prosperidade e a Guerra espiritual

Criada em meados do século passado pelo pastor batista americano Essek William
Kenyon, a teologia da prosperidade exalta os privilégios que a riqueza e o dinheiro podem trazer,
considerando-os como uma “retribuição de Deus” aos fiéis que seguem sua doutrina,
substituindo a fé e a devoção divinas por “prósperos empreendimentos”.
Com intuito de atingir seus propósitos, os responsáveis pela disseminação dos ideais da
Teologia da Prosperidade, devem conseguir o maior número possível de adeptos, já que por
“prósperos empreendimentos”, entendem-se doações aos “ministérios”, ou igrejas. Pregadores
muito bem preparados constituem e apresentam aos doadores uma analogia simples e bastante
convincente: ao assumirem o compromisso de se tornar um empreendedor, a partir de uma
primeira doação, o fiel estaria plantando a “semente da prosperidade”.
De forma simplificada, esses pastores precisam da maior quantidade possível de fiéis,
pois é necessário que cada fiel faça doações à igreja para que receba as bênçãos da
prosperidade, uma forma de investimento em busca de ganhos financeiros através da fé.
Podemos observar em Canneti (2019, p. 22) essa evidência, ao afirmar que:

As religiões com pretensões universais, quando são


mundialmente reconhecidas, logo modificam a tônica utilizada para
alcançar suas metas. No começo, o que lhes importa é alcançar e
conquistar todos os que possam ser alcançados e conquistados. Elas
aspiram a uma massa universal; a uma massa que dependa de cada uma
das almas e na qual todas as almas lhe pertençam. Porém a luta que são
obrigadas a travar as leva pouco a pouco a uma espécie de respeito
encoberto pelos adversários, cujas instituições já existem. Elas percebem
que é difícil conseguir manter-se. Cada vez vão lhe parecendo mais
importantes as instituições que lhes assegurem solidariedade e
permanência.

Semelhante à fé católica, os neopentecostais acreditam na distinção entre Bem e Mal,


em que o Bem é representado por Deus e sinônimo de prosperidade, saúde, vitórias, e, Mal pelo
Diabo imputado e evidenciado nas derrotas, doenças e tudo que afasta o fiel de Deus,
acentuando ainda mais a antiga guerra espiritual cristã entre Deus e o Diabo. Segundo, Ricardo
Mariano (2003), os neopentecostais entendem que essa guerra também é dos fiéis, e que
devem defender o povo de Deus, afastando todas as influências do diabo. O pastor
neopentecostal R.R Soares (1984, p. 114) afirma que “O Diabo controla tudo”, assim, os fiéis são
instigados a combater o Mal e tudo que é dominado pelo Demônio, segundo a crença
neopentecostal, sem preocuparem-se com as consequências, mesmo que sejam nefastas em
termos de destruição.

Como o Neopentecostalismo chegou ao Brasil

A disseminação do Neopentecostalismo no Brasil pode ser atribuída ao seu início nos


anos 1970, quando pastores evangélicos brasileiros trouxeram dos Estados Unidos essa
corrente religiosa ao país. No entanto, foi apenas a partir dos anos 2000 que o
Neopentecostalismo ganhou força significativa, impulsionando o surgimento de várias igrejas
que se tornaram amplamente reconhecidas no cenário religioso brasileiro.
Dentre as mais notáveis instituições neopentecostais no Brasil, destacam-se: a Igreja
Universal do Reino de Deus, fundada por Edir Macedo na década de 1970; a Igreja Internacional
da Graça de Deus, estabelecida por Romildo Ribeiro nos anos 1980; a Igreja Mundial do Poder
de Deus, fundada por Valdomiro Santiago em 1998; a Igreja Renascer em Cristo, fundada por
Estevam e Sonia Hernandes em 2007; e a Comunidade Cristã Paz e Vida, que teve sua
fundação por Juanribe Pagliarin em 1982.
Essas igrejas neopentecostais se destacaram por sua capacidade de crescimento e
influência, atraindo numerosos fiéis e estabelecendo uma presença marcante no contexto
religioso brasileiro. Também podemos pontuar que apesar de no início da ditadura Civil-Militar no
Brasil a igreja católica ter apoiado o golpe, após o decreto do Ato institucional 5, com o aumento
da repressão, a igreja tomou uma nova postura, desta vez lutando contra a ditadura, abrindo
brecha para a igreja neopentecostal, principalmente a IURD, abraçar os fiéis que eram a favor
dos militares e, não por acaso, acentuou o radicalismo e o preconceito. Contudo, é importante
ressaltar que a evolução dessas instituições religiosas está inserida em um contexto mais amplo,
permeado por aspectos sociais, culturais, históricos e econômicos.

Dominação de massa e território das igrejas neopentecostais no subúrbio carioca

Segundo dados da CEM - Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp)-


publicados na NT20 em 2019, a primeira Igreja Evangélica com registro ativo na Receita Federal
é a Primeira Igreja Batista de Nova Iguaçu (RJ), fundada em 1922 , porém este dado não
significa que foi a primeira Igreja Evangélica inaugurada no País, é apenas a primeira cadastrada
e que ainda tinha um CNPJ ativo em 2019 (ano de publicação da NT 20). Dados levantados por
Araújo1 revelam um processo gradual de consolidação do Protestantismo reformado no contexto
brasileiro, que não se deu de forma rápida. Em 1960, somente 18 Igrejas Evangélicas
Missionárias estavam oficialmente estabelecidas no Brasil, indicando que menos de 20 igrejas
foram fundadas ao longo de um período de 48 anos. No entanto, entre 1960 e 1980, esse grupo
registrou um crescimento expressivo, aumentando sua quantidade em mais de 170 vezes,
alcançando o notável número de 3.087 igrejas até 1980. De 1980 a 2000, a expansão continuou,
porém, em uma taxa de crescimento moderada.
A partir dos anos 2000, a situação apresentou uma mudança significativa. O número de
Igrejas Evangélicas Missionárias aumentou consideravelmente, saindo de cerca de 10 mil igrejas
em 2000 para atingir 20 mil em 2015. Essa tendência indicou uma aceleração significativa no
processo de expansão das igrejas desse grupo religioso após o ano 2000. No Censo de 2010, a
população declaradamente evangélica passava dos 40 milhões.
Esses resultados refletem a evolução do Protestantismo reformado no Brasil ao longo
das décadas, revelando uma consolidação inicial lenta, um período de crescimento mais
substancial nas décadas seguintes e uma rápida expansão após os anos 2000.
Para entendermos esse crescimento e disseminação do neopentecostalismo,
especificamente no subúrbio carioca, precisamos fazer uma análise histórica e social de como
essa região nasceu e se constituiu na cidade do Rio de Janeiro.
A formação dos subúrbios pode ser associada à implantação da estrada de ferro Central
do Brasil, cujo primeiro trecho foi inaugurado em 1858, juntamente com o estabelecimento de
fábricas em áreas mais afastadas, como Magé, Petrópolis e Paracambi, que aproveitavam a
disponibilidade de cursos de rios e suas quedas d'água. Com o advento da máquina a vapor e o
surgimento do primeiro surto fabril no país durante a década de 1880, as fábricas passaram a se
instalar em regiões periféricas da cidade, tais como Tijuca, São Cristóvão e Bangu, localizadas
às margens da ferrovia.
A expansão para áreas até então rurais ocorreu devido ao estabelecimento de novas vias
de acesso, enquanto uma grande reforma urbana liderada pelo prefeito Pereira Passos nos
primeiros anos do século XX também contribuiu para o surgimento de novos bairros nos
arredores, bem como aglutinação de pessoas além da periferia a exemplo de Vila Kennedy.
Esses novos assentamentos urbanos, não planejados nos projetos de reformas, foram
ocupados tanto por operários, que buscavam proximidade às fábricas, quanto por parte de um
segmento da população de baixo poder de consumo que havia sido desalojada do antigo Centro
da cidade.
As áreas ao longo da via férrea, estendendo-se de Santa Cruz até São Cristóvão, foram
gradativamente ocupadas por uma população majoritariamente operária. Essas regiões
passaram a ser pejorativamente identificadas como subúrbio - termo derivado do latim "sub
urbis" que significa "abaixo da cidade". Desse modo, os subúrbios eram caracterizados como
áreas periféricas distantes do núcleo central, desprovidas de infraestrutura e símbolos de poder
econômico que eram característicos do centro urbano. “A palavra passa a ter uma diferente
conotação social, associada àquilo que é antiquado, que é precário”, afirma Piñon2 (2010, p. ).
A designação pejorativa atribuída aos subúrbios reflete a percepção social da época, na
qual tais localidades eram consideradas como espaços de menor prestígio e inferioridade em
relação ao Centro, onde se concentravam as principais atividades econômicas e instituições de
poder. Nesse contexto, os subúrbios eram considerados áreas marginalizadas, com condições
de vida menos favorecidas e com menor acesso a serviços e recursos disponíveis nas regiões
centrais da cidade.
O resultado da quase total omissão do Estado nessas regiões, bem como o baixo
número de instituições religiosas cristãs, foi o abandono de uma população de baixo poder de

1
PhD em Ciência Política e pesquisador na Universidade de Zurique, Suíça, e do Centro de Estudos
da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp).
2
Márcio Piñon de Oliveira, Geógrafo, pesquisador da UFF e FAPERJ, publicou o livro 150 Anos de Subúrbio
Carioca - Lamparina 2010
consumo, com poucas perspectivas de vida, acostumada ao trabalho árduo, pobreza, fome e
violência.
E foi nesse contexto, que nos anos 1970 os primeiros pastores neopentecostais
apresentam para essa população suburbana o ethos religioso da igreja neopentecostal, que
sugere uma vida próspera, além de interpretações mais flexíveis da Bíblia, linguagem mais
popular, acesso livre a palavra, como expõe a Mestre em Ciências da Religião Viviane Costa
(2023, p. 39)
A aceleração do crescimento é mais evidente entre classes sociais mais
pobres e de menor índice de escolaridade, com maior contingente de analfabetos,
menores salários e maiores taxas de desemprego. Vidas aglomeradas as
margens, em periferias e favelas, constituindo uma nova configuração de uma
sociedade de transição, distante dos olhos do Estado e na experiência de
realidades paralelas, configuram ambientes de vulnerabilidades sócio políticas e
de insegurança. Esses espaços são ocupados por redes de apoio evangélicas
pentecostais que se propõe como resposta (ou fuga) aos desafios e sofrimentos,
ressignificando os modos de ver(-se) e viver em territórios marcados pela
violência e abandono.

O rápido crescimento das igrejas neopentecostais se deu por diferentes fatores como a
rápida formação de pastores (em aproximadamente 3 meses pode-se formar um novo líder
religioso), fácil acesso aos líderes religiosos, e também exerce um papel estratégico da
comunidade evangélica como um espaço de acolhimento para as populações economicamente
desfavorecidas, tanto em termos materiais quanto espirituais. A igreja, nesse contexto,
transcende sua função meramente litúrgica e se configura como uma extensa rede de apoio
mútuo entre seus membros. Essa rede proporciona auxílio em momentos de necessidade, como
doações de vestuário e alimentos básicos, assistência no cuidado dos filhos, bem como
encaminhamentos para oportunidades de emprego, entre outras formas de assistência, como
expõe Mariano (2014, p. 12).

Com o propósito de superar precárias condições de existência, organizar


a vida, encontrar sentido, alento e esperança diante de situação tão
desesperadora, os estratos mais pobres, mais sofridos, mais escuros e menos
escolarizados da população, isto é, os mais marginalizados – distantes do
catolicismo oficial, alheios a sindicatos, desconfiados de partidos e abandonados
à própria sorte pelos poderes públicos – têm optado voluntária e
preferencialmente pelas igrejas pentecostais. Nelas encontram receptividade,
apoio terapêutico espiritual e, em alguns casos, solidariedade material

Ademais, a comunidade evangélica assume um papel relevante como espaço de lazer,


cultura e sociabilidade para os moradores das periferias urbanas. Juntamente com as atividades
de culto, outras iniciativas são desenvolvidas, como grupos musicais e teatrais, que agregam
valor à vida cotidiana dos fiéis. Essa dinâmica multifacetada das igrejas evangélicas permite que
elas se consolidem como agentes ativos na promoção do bem-estar social, não apenas no
âmbito espiritual, mas também ao abordar questões tangíveis que impactam a qualidade de vida
das comunidades em que estão inseridas.
Dessa maneira, é possível inferir que a comunidade evangélica se apresenta como uma
instituição relevante e inclusiva, exercendo papel significativo no amparo aos menos
privilegiados e na construção de laços sociais e culturais nas áreas periféricas. Por meio de suas
ações solidárias e atividades recreativas e culturais, a igreja se fortalece como uma fonte de
suporte, esperança e coesão social para aqueles que dela participam e para a comunidade em
geral.
A relevância da atuação das igrejas neopentecostais merece destaque. Ainda que
algumas dessas igrejas mantenham traços similares ao pentecostalismo, sua principal
característica distintiva é a promoção de uma “indústria” cultural evangélica, conhecida como
"gospel", através de programas de tv em canal aberto, músicas, espetáculos e livros. Além
disso, transformam seus templos em uma espécie de "tenda de milagres", onde líderes,
campanhas ou denominações específicas afirmam possuir o poder sobrenatural para eliminar
problemas. A esse respeito, Canneti (2019 p. 24) explica que,

Onde quer que os homens se tenham acostumado a esta vivência


repetida com precisão e limitada com exatidão dentro de suas igrejas ou
templos, não podem mais prescindir dela. Mantêm com respeito a ela
uma dependência como se fosse uma espécie de alimento essencial para
tudo o que significa vida para eles.

Outro segmento neopentecostal que desperta interesse são as "igrejas em células", cuja
estratégia principal consiste em fomentar grupos religiosos nas residências dos fiéis, visando
tanto atrair novos adeptos para a igreja quanto estimular a formação de novos líderes. Essas
células funcionam como pequenas paróquias domésticas, com o objetivo primordial de se
multiplicarem em outras "células", em uma lógica similar às estratégias de marketing multinível,
tais como Avon e Mary Kay como cita o jornalista Rafael Rodrigues da Costa em uma matéria
para a revista Diplomatique em 2021.
Apesar de essas denominações não estarem entre as maiores no cenário evangélico,
têm experimentado notável crescimento desde meados dos anos 2000, especialmente por
disseminarem sua atuação em pequenos núcleos urbanos, sem a necessidade de alugar
grandes espaços para cultos. Isso empodera seus membros a desempenhar o papel de
"pastoreio" daqueles que se unem posteriormente. Esse modelo favorece a formação de líderes
em escala, os quais contribuem organicamente para o crescimento do movimento evangélico,
combinando técnicas avançadas de marketing e empreendedorismo com os tradicionais
métodos de proselitismo evangélico3.
E no intuito de entender a formação dessa massa neopentecostal recorremos a Freud,
em Psicologia das Massas (1921/2011 p. 35), que se utiliza do exemplo da Igreja católica, e
nesta análise podemos relacionar também aos evangélicos

Na Igreja — podemos, com vantagem, tomar a Igreja católica como


modelo — prevalece, tal como no Exército, por mais diferentes que sejam
de resto, a mesma simulação (ilusão) de que há um chefe supremo — na
Igreja católica, Cristo, num Exército, o general — que ama com o mesmo
amor todos os indivíduos da massa. Tudo depende dessa ilusão; se ela
fosse abandonada, mediatamente se dissolveriam tanto a Igreja como o
Exército, na medida em que a coerção externa o permitisse. Esse amor a
todos é formulado expressamente por Cristo: “O que fizestes a um desses
meus pequenos irmãos, a mim o fizestes” [Mateus, 25,40]. Ele se
relaciona com os indivíduos da massa crente como um bondoso irmão
mais velho, é um substituto paterno para eles. Todas as exigências feitas
aos indivíduos derivam desse amor de Cristo. Há um traço democrático
na Igreja, justamente porque diante de Cristo são todos iguais, todos
partilham igualmente o seu amor. Não é sem profunda razão que se
evoca a semelhança entre a comunidade cristã e uma família, e que os
crentes se denominam irmãos em Cristo, isto é, irmãos pelo amor que
Cristo lhes tem. Não há dúvida de que a ligação de cada indivíduo a
Cristo é também a causa da ligação deles entre si.

Adicionalmente às vantagens previamente mencionadas, as igrejas obtêm substancial


influência ao enfatizarem a noção de fraternidade entre seus seguidores, engendrando um
sentimento de coesão familiar e proteção. Essa dimensão corresponde precisamente àquilo que

3
O proselitismo é o intento ou empenho de converter pessoas, ou determinados grupos, a uma
determinada ideia ou religião, ou conseguir adeptos via instrução oral. É semelhante à catequese.
os devotos almejam, fortalecendo a percepção de integração a um coletivo no qual os membros
reciprocamente auxiliam-se e vivenciam os preceitos divinos. Consequentemente, tais ações
reforçam a convicção de pertencimento a uma comunidade solidária na qual os irmãos
espiritualmente se apoiam e, ao aderirem às leis divinas, se tornam merecedores das bênçãos
divinas. Tal enfoque motiva uma contínua busca por novos adeptos, visando expandir essa
extensa "família" religiosa.

Problemáticas da dominação dessa corrente religiosa

Em 2020 foi levantado que a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) tem um
quantitativo de 1,87 milhão de fiéis e é a quarta maior igreja evangélica do Brasil e a maior entre
as chamadas neopentecostais.
A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), tem exercido influência nas periferias do
país, além dos cultos, direcionando sua atenção aos conselhos tutelares, responsáveis pela
defesa dos direitos das populações vulneráveis. Em muitos municípios, grupos religiosos eleitos
pelo voto popular têm assumido o controle desses órgãos ao longo dos anos. No Rio de Janeiro,
embora não haja dados oficiais, levantamentos feitos por conselheiros indicam que cerca de
65% dos conselheiros têm essa ligação.
Na capital fluminense, esse fenômeno se tornou objeto de investigação judicial. O
Ministério Público do Estado entrou com um pedido de afastamento imediato de Ahlefeld
Maryoni Fernandes, membro da IURD, do cargo de Coordenador dos Conselhos, alegando que
ele teria atuado nas eleições de 2019 para favorecer candidatos ligados à sua igreja. Fernandes
já havia perdido o mandato de conselheiro tutelar no ano anterior devido a suspeitas de
corrupção. No entanto, sua nomeação para a chefia das entidades ocorreu sob a gestão do
prefeito e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Marcelo Crivella (Partido
Republicanos).
A participação política ativa desses movimentos religiosos encontra explicação em suas
origens. O neopentecostalismo, especialmente as denominações brasileiras surgidas no final
dos anos 1980, como a IURD, está associado ao processo de redemocratização do país. Esses
movimentos religiosos urbanos sempre buscaram articularem-se politicamente, característica
que está relacionada à "ética de ação no mundo" que eles adotam, diferenciando-se, por
exemplo, de religiões introspectivas como o budismo.
As denominações religiosas em questão operam com o objetivo de efetuar uma
intervenção prática na realidade com vistas à consecução da salvação, um desiderato que
conduziu à formulação de estratégias voltadas para a penetração e influência nas estruturas do
Estado de Direito, incluindo os Conselhos Tutelares. No entanto, emerge uma complexidade,
visto que tais intervenções por vezes ignoram os preceitos estabelecidos pelos códigos legais e
priorizam os princípios de natureza religiosa em detrimento da Constituição Federal. Isso se
manifesta na contenção de atividades que, embora consideradas ilegítimas sob a perspectiva
neopentecostal, podem envolver riscos à vida, exemplificado pelo caso de recusa de um aborto
a uma menina de 10 anos, vítima de estupro. (EL País,2020)
Adicionalmente, casais em processo de divórcio, que enfrentam dilemas sobre os
possíveis impactos dessa separação em seus filhos, têm sido abordados por determinados
conselheiros tutelares de São Paulo sob uma ótica que atribui o problema à "ausência de
religiosidade". Outrossim, crianças LGBTQIA+ têm sido encaminhadas a "sessões de
descarrego na igreja", enquanto aquelas que apresentam comportamentos agressivos
decorrentes de experiências de bullying escolar são confrontadas com a ameaça de alojamento
institucional. Tais situações foram narradas por conselheiros tutelares que identificaram a
atuação de seus pares vinculados à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) durante o
atendimento a famílias envolvidas em conflitos, conforme destacado por reportagem veiculada
no jornal El Pais por Gil Alessi em 2020.
Evidencia-se, assim, um cruzamento complexo entre esferas religiosas e estruturas
estatais, cujo desenrolar revela tensões entre as orientações normativas legais e os princípios
dogmáticos religiosos. A interferência dessas denominações nos processos tutelares delineia
uma trama intrincada, na qual se entrelaçam questões de fé e direito, suscitando considerações
acerca das implicações éticas, sociais e jurídicas que emanam dessa interseção.
Para além da esfera dos conselhos tutelares, é notável a inserção de grupos
neopentecostais no cenário político, frequentemente vinculados a partidos de teor conservador,
os quais consistentemente procuram disseminar suas convicções religiosas, apesar do caráter
laico do Brasil como nação. No âmbito amplamente conhecido como "bancada evangélica", tal
influência religiosa é manifesta por meio de figuras políticas, exemplificadas pela Senadora
Damares Alves, que emprega a divulgação de notícias falsas e intervém diretamente para
restringir a efetivação de abortos permitidos por ordens judiciais, entre outras manifestações de
abuso de poder. Um outro exemplo reside em Marcelo Crivella, que ocupou o cargo de prefeito
do Rio de Janeiro à época, ao alocar um aparelho de tomografia adquirido com recursos
públicos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Conrado no estacionamento da Igreja
Universal do Reino de Deus (IURD) em 2020. Essa ação tinha por propósito favorecer os
seguidores da igreja, bem como ampliar suas chances eleitorais por meio do alinhamento com
essa comunidade religiosa.
Nesse contexto, emerge uma complexa intersecção entre o espectro religioso e o espaço
político, na qual as convicções e princípios religiosos se entrelaçam com a tomada de decisões
políticas e as políticas públicas. Essa articulação provoca uma série de reflexões sobre a
integridade das instituições democráticas, a separação efetiva entre os domínios secular e
religioso, além das implicações que advêm da instrumentalização do poder político para a
promoção de agendas religiosas particulares. O fenômeno descrito ressalta, portanto, a
necessidade de uma análise aprofundada das complexidades inerentes a essa interação,
considerando seus impactos tanto na esfera política quanto na esfera religiosa e na sociedade
em geral.
O ethos religioso presente nas igrejas neopentecostais é caracterizado por uma
focalização direta em conceitos como prosperidade, solidariedade com o próximo e a
representação dualística do conflito entre o bem e o mal, personificados respectivamente como
Deus e o Diabo. Esta abordagem é amplamente disseminada pelos líderes eclesiásticos
neopentecostais, os quais incitam os adeptos a se engajarem na batalha contra o Diabo, figura
que é retratada de diversas maneiras e a qual se atribui uma variedade de práticas, inclusive em
relação a cultos de tradições religiosas de matriz africana.

A linguagem religiosa do pentecostalismo tornou-se um dos instrumentos


virtualmente mais potentes para explicar e enfrentar o caráter mais pernicioso de
inúmeras relações sociais. A batalha contra seres espirituais das religiões
afro-brasileiras passou a se associar a uma luta mais secular contra o mal social
e, em particular, às várias formas de violência urbana. (MARIANO, 2002 p.239)

Essa dinâmica tem reverberações na sociedade por meio de incidentes diversos


envolvendo adeptos do neopentecostalismo, frequentemente instigados por líderes religiosos, os
quais direcionam suas ações para locais de culto das religiões de matriz africana e seus
praticantes. Tal contexto é exemplificado no caso dos ataques perpetrados pelo grupo conhecido
como "Bonde de Jesus", que resultaram em mais de cem ataques a terreiros de candomblé e
umbanda no Rio de Janeiro e sua região metropolitana.
Recentemente, esse fenômeno também se manifestou no contexto do chamado
"complexo de Israel", como descrito por Costa (2023), situado na cidade alta, um subúrbio do
Rio de Janeiro. Nesse território, líderes neopentecostais e membros do tráfico de drogas do
Terceiro Comando Puro (TCP) estabeleceram uma aliança com o objetivo de consolidar seu
domínio sobre a região. Esse conglomerado é autodenominado "Bonde de Jesus", um nome que
enfatiza a associação religiosa. Nesse contexto, observa-se que somente a religião
neopentecostal é tolerada, e é possível identificar grafites na comunidade com inscrições como
"Jesus é o dono do lugar", o que sinaliza de forma simbólica a autoridade e controle sobre o
território.
Essa dinâmica revela a interseção complexa entre elementos religiosos, políticos e
sociais, em que manifestações religiosas e poderes se entrelaçam, frequentemente resultando
em conflitos e rearranjos nas estruturas de poder local. Além disso, destaca a influência e
alcance que certas perspectivas neopentecostais exercem sobre a vida cotidiana e as relações
sociais em determinadas áreas urbanas, moldando dinâmicas sociais, culturais e territoriais.
Os eventos mencionados podem ser analisados à luz do conceito de Biopolítica proposto
por Michel Foucault em 1979, especialmente quando observamos que a consolidação do poder
por parte dessas igrejas e figuras políticas está intrinsecamente relacionada à necessidade de
garantir a adesão e lealdade de seus seguidores. Para atingir esse objetivo, tais entidades se
apoiam nas disparidades socioeconômicas e no abandono das camadas populacionais mais
vulneráveis, que frequentemente resultam de insuficiências nas políticas estatais.
O termo "biopoder", introduzido por Foucault, aborda a forma como o poder é exercido
sobre a vida das pessoas e as populações em contexto sociopolítico. O desenvolvimento
histórico desse conceito revela uma mudança de ênfase do poder, passando da punição física
de indivíduos para a gestão mais ampla dos processos vitais e das coletividades. A noção de
biopoder abrange a administração de aspectos biológicos, sociais e políticos da vida. Esse
domínio inclui a regulação de domínios como saúde, mortalidade, higiene, alimentação,
movimentos populacionais, reprodução e até mesmo as dimensões psicossociais. O biopoder
não apenas se restringe a reprimir corpos individuais, mas também busca regulamentar e
aprimorar a vida em suas múltiplas facetas.

Foucault sustenta que instituições como o Estado moderno, estruturas de vigilância e


políticas de saúde pública estão intrinsecamente interligadas ao biopoder. Diante de desafios
como epidemias, taxa de natalidade, envelhecimento populacional e outros aspectos da vida
coletiva, tais instituições e discursos de poder desempenham um papel de gerenciamento e
formatação da vida na sociedade.
Nesse sentido, podemos inferir que a ausência efetiva e interessada do Estado em
regiões menos favorecidas perpetua a dependência das populações locais em relação a
instituições neo-pentecostais e outras. Isso cria condições propícias para as manifestações de
comportamento inadequado anteriormente referidas como influências e desvio de bens públicos.
Em um cenário onde o Estado estivesse presente de forma mais eficaz nessas áreas carentes,
as populações locais apresentariam menos necessidade de apoio em quesitos que o estado
deveria prover como saúde e educação, assim estariam menos suscetíveis à influência dessas
entidades e, por consequência, não estariam tão expostas às problemáticas mencionadas
acima.

Conclusão

Com base nas reflexões realizadas, é possível inferir que, embora à primeira vista a
presença das igrejas neopentecostais possa ser percebida como um meio de proporcionar
conforto e esperança às camadas mais desfavorecidas da população, o balanço de sua
influência revela um panorama negativo. Isso se deve ao fato de que os princípios e atividades
disseminados por essas instituições são frequentemente incongruentes com o ethos religioso
proclamado, evidenciando que a religião é instrumentalizada como um mecanismo de controle e
dominação sobre as massas menos favorecidas do ponto de vista econômico e cultural. Este
segmento é influenciado a propagar mensagens de amor e redenção, simultaneamente
fomentando sentimentos de ódio e intolerância em relação àqueles que não compartilham da
mesma fé. Além disso, observa-se a presença de doações suspeitas, como exemplificado no
caso de Crivella, e o consumo restrito de bens culturais provenientes exclusivamente da
produção da própria igreja. Tal conjuntura propicia um ciclo de acumulação de lucros para as
instituições em questão.
Desse modo, o panorama delineado destaca uma interconexão complexa entre as
dimensões religiosas, socioculturais e econômicas. A aparente benevolência das ações
neopentecostais contrasta com a realidade de uma influência multifacetada, que engloba não
apenas o domínio espiritual, mas também político, social e financeiro. A exploração de
vulnerabilidades socioeconômicas, a instrumentalização da religião para fins de manipulação e a
apropriação econômica através da produção e consumo de bens culturais internos apontam para
um contexto mais amplo de interações dinâmicas e muitas vezes contraditórias.
Além das ramificações anteriormente delineadas para essas populações, surge a
necessidade de considerar o destino das pessoas residentes nessas áreas sob o domínio tanto
do grupo autointitulado "Bonde de Jesus" quanto das comunidades evangélicas
neopentecostais, que não compartilham da mesma orientação religiosa e outras que seguem
crenças de matrizes africanas. A problemática reside na perda de liberdade religiosa para
aqueles que não se identificam com as perspectivas religiosas predominantes, particularmente
para os adeptos de religiões de matriz africana. Esses grupos enfrentam perseguições devido às
suas crenças e carecem de um amparo adequado por parte do Estado.
Nesse contexto, emerge a urgência de ponderar sobre os desafios enfrentados por essas
pessoas, as quais se veem em uma situação de vulnerabilidade devido à incompatibilidade de
suas crenças com o ambiente religioso predominante nas regiões afetadas. As violações à
liberdade religiosa são agravadas pela ausência de medidas governamentais eficazes para
assegurar e proteger esse direito fundamental. Portanto, considerar esses aspectos é crucial
para uma análise abrangente dos impactos desses acontecimentos sobre a diversidade
religiosa, os direitos individuais e a coexistência pacífica nas áreas afetadas.

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