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CAPITULO 2; Características

2.1 Teologia da libertação e suas características


A teologia da libertação é considerada como um jeito de pensar, relacionando
uma nova interpretação do cristianismo, mudando todos seus conceitos.
No sentido técnico e resumido podemos dizer que esse jeito de pensar aboli todo
o sentido anagógico e transcendente da fé, o que basicamente é que essa teologia exclui
todo o sentido místico e a transcendência com o espiritual, deixando de lado umas das
mais importantes características da igreja católica e trazendo todo enfoque para o
mundo real.
A teologia da libertação se debruça muitas vezes em dois fatores que são usados
como disfarce para implantação de sua ideologia, sendo “o pensamento mítico” da
antiga sociedade e o uso da ciência.
O fator da “mentalidade mítica” da antiga sociedade no surgimento do
cristianismo que foi usada como um dos fatores de disfarce da teologia da libertação se
da a respeito da invalidação de milagres e outros fatores que transcendem com o
espiritual dizendo que a sociedade quis acreditar nisso, mas não aconteceu de verdade.
Nesse sentido que surge também a ciência como um disfarce da ideologia, em
que era retratado por eles a também invalidação de acontecimentos da história da igreja
católica, como a transformação da água para o vinho, que de acordo com eles é algo
cientificamente impossível.
Um exemplo que pode ser usado para entender melhor como isso era aplicado é
a cura de um leproso. Para igreja católica a cura de um leproso é um milagre, sendo
realizado pelo divino ou por uma força maior que vem nesse mundo e rompendo a
sociedade humana realizando um milagre, sendo, portanto, deus que entra na nossa
história. A teologia da libertação nesse sentido não vê isso como um milagre, ela diz
que a cura do leproso ser um milagre do divino é confundida com estudos científicos
que são os verdadeiros responsáveis pela cura, e que ver isso como um milagre é devido
a mentalidade mítica da antiga sociedade. Para eles deus não faz um milagre, mas sim
inclui o leproso na sociedade, pois era visto como um excluído por sua doença.
Essa visão que a teologia da libertação de desconectar a relação de presença do
mundo espiritual com o mundo real da a ela uma característica completamente diferente
da proposta pela igreja católica. Aquilo que era a verdadeira fé passa a ser substituído
pouco a pouco com o corte da transcendência, e transforma o cristianismo em um
mecanismo de transformação da sociedade.
Muitos dogmas do catolicismo são “manipulados” pela teologia da libertação e
analisados de uma forma que torna a religião um mecanismo de transformação da
sociedade. A ressureição de Jesus por exemplo, é traduzida como não uma ressureição
real pois para eles os milagres não existem, mas sim como uma forma de dizer que
Jesus ainda está vivo, a sua causa ainda está viva dentro dos nossos corações. O dogma
da Eucaristia é mais um exemplo, em que sua verdadeira essência é alterada, a força do
espirito santo transferida sobre o pão e o vinho ingerido, realizando uma transformação
antológica no ser é substituída pela analise de que a Eucaristia significa uma partilha e
uma festa da comunidade em que Jesus quis ensinar sobre a partilha, deixando de lado
qualquer transcendência e esvaziando a verdadeira fé.
A teologia da libertação devido a seu disfarce e sua manipulação de pouco a
pouco sobre os dogmas do cristianismo pode ser difícil de ser percebida pelos fiéis que
muitas vezes são pegos por essa ideologia.
X. 2 Influencia marxista
A maioria das teologias das libertações foram desenvolvidas a partir do
materialismo marxista devido a época em que foram introduzidas e pela influência
marxista em alguns conceitos.
Uma das características da teologia da libertação é em relação ao sujeito estar
entre os pobres ajudando, pois estes lutam por sua própria libertação pois diariamente
luta por melhores condições de vida, portanto estar com os pobres e se solidarizar com
eles é estar com deus. A fé salvadora e libertadora que é capaz de produzir mudança
para aqueles que precisam é um dos pilares da teologia.
Essa característica da teologia de ser popular vem das ideias marxistas e
conquista muitos fiéis. A necessidade de libertação das opressões do povo a partir de
sua realidade e vontades forma a ideologia da teologia.
Os cristãos e os teólogos da libertação fazem a opção pelo grito do negro,
empobrecido e desprezado, arrancado à força das terras da África há quase quinhentos
anos e presentes nas comunidades afro-americanas da América Latina e do Caribe
(BOFF, 1996, p. 75).
Algumas características da teologia da libertação relacionadas ao marxismo que
são retratadas por Michel Löwy são: “A crítica oferecida ao sistema capitalista, às
doutrinas liberais e às visões individualistas de mundo. O grande valor dado à
comunidade, à divisão dos bens de maneira comunitária. Rejeição à afirmação de que o
indivíduo é a base da ética. A visão a respeito dos pobres, como vítimas da injustiça. O
universalismo, quer dizer ver a humanidade como um todo. Esperança de um reino
futuro que possua justiça, liberdade, fraternidade entre a humanidade toda” (LÖWY,
2000, p. 116)
X. 3 Teologia da prosperidade e suas características
A teologia da prosperidade tem suas características voltadas a uma nova visão de
fé, diferente da do verdadeiro cristianismo, trazendo um novo pentecostalismo e igrejas
neopentecostais, ganhando, portanto, uma enorme força no Brasil e no mundo.
A uma alteração dos valores da igreja que com a teologia da prosperidade passa
a ter uma nova ênfase, a cura de enfermidades, a expulsão de demônios, a vida sem
sofrimento, a confissão positiva e a prosperidade financeira, onde a morte de Jesus na
cruz, por exemplo, passa a ser visto como um ato de passagem para nos fazer prósperos,
em que se confia qualquer pedido.
Os evangelhos da prosperidade possuem características únicas e objetivos iguais,
porém podem ser diferenciados de acordo com sua radicalidade em que o tema é tratado
aos seguidores, onde existem evangelhos da teologia da prosperidade ser “radicais”
enquanto outros mais “leves.
Um exemplo de um evangelho “radical” seria a interpretação de que a vontade
de Deus é que todo cristão se torne rico, e que para se associar com ele você deve
buscar a riqueza sempre, aqueles que não a buscam cometem pecado, falta de fé ou
ausência de contribuição financeira a certa pessoa ou ministério, a justificativa seria que
na vida não se consegue muito sem dinheiro portanto corra atras dele.
Um exemplo de um evangelho “leve” é sobre dizer como as coisas irão ir bem e
seguir dando certo se você seguir e apoiar os pobres e a igreja financeiramente, se
disfarçando somente comentando sobre as coisas boas e não ser tão característico em
relação a sempre buscar a riqueza.
Portanto as características da teologia da prosperidade mudam completamente a
ideia do verdadeiro cristianismo e alterando os valores para ideai de manipulação de
somente mostrar o lado bom das coisas.
Essas características fizeram com que a teologia ganhasse grande força pois seu
público alvo é o das classes baixas, que possui uma grande massa de pessoas que
buscam melhorar sua condição de vida e são manipuladas por essa ideia de prosperidade
financeira e vida sem sofrimento. Esses fieis que participam da teologia da prosperidade
são induzidos a colaborarem financeiramente com o dizimo para que deus os abençoe e
os faça prosperar, sendo que na verdade quem acaba se beneficiando são os líderes da
Igreja.
X.4 No Brasil
No Brasil, muitas pessoas passaram a seguir e acreditar no evangelho da
prosperidade pois ele traz somete coisas boas e coisas que as pessoas querem ouvir.
Uma pessoa que está passando por dificuldades por exemplo, ao ouvir o evangelho da
prosperidade que o incentiva e diz que por meio da teologia ela conseguira sair dessa
situação ela se sente atraída, deixando todos os seus outros princípios para seguir ao
caminho da prosperidade financeira, o que para o cristianismo, dar valor a coisas
matérias acima de outras coisas é um dos piores pecados.

REFERENCIAS
- BOFF, Leonardo (Org). A Teologia da Libertação Balanços e Perspectivas.
São Paulo: Ática,1996.
- BOFF, Leonardo; BOFF Clovis, Como fazer teologia da libertação. Petrópolis:
Vozes, 2010.
- LÖWY, Michel. .A guerra dos deuses: religião e política na América Latina.
Petrópolis: Vozes,2000.
- MARIANO, Ricardo. Pentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no
Brasil. São Paulo: Loyola, 2005, p. 147 – 186.
- MATOS, Alderi Souza de. Raízes Históricas da Teologia da Prosperidade.
Disponível em: . Acesso em 27 fevereiro 2016.
- PIERRAT, Alan B. O evangelho da prosperidade. Tradução de: Robinson
Malkones. São Paulo: Vida Nova, 1993.

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