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Texto 1: Introdução a uma filosofia da religião

1. Qual a relação que existe entre a razão e a religião?


R: A modernidade procura explicar a realidade através da mediação da subjetividade,
usando para isso a razão e a ciência. E a religião passa ser analisada não somente a partir da
razão, mas também da subjetividade. A religião realiza-se como um acontecimento
humano, como uma forma de vida humana e embora o homem não produz a religião, ele
tem uma liberdade responsável de questioná-la a partir da razão.
A religião apresenta um caráter histórico, mas vai além dele. Através da razão
objetiva uma visão da essência da religião, onde podemos criticá-la e possivelmente
esclarecê-la quanto ao seu sentido. A religião busca a verdade, que da a conhecer através da
razão. O iluminismo trouxe a liberdade do pensamento critico e consciente e não é algo
ultrapassado, mas que perpassa na história nosso pensamento, trazendo algumas linhas de
pensamento a cerca da religião.
Existem aqueles que seguem a linha de pesquisas empíricas e apresenta afirmações
formais sobre a religião, como Freud e Nietzche que negam a religião em nome da razão.
Outros procuram com várias linhas de pensamento mostrar a solidariedade entre a razão e a
religião. Nesse sentido a Teologia natural julga saber fornecer através da razão os
fundamentos da religião.

2. Quais as tarefas da filosofia da religião?


R: A filosofia da religião tem como objeto de estudo a própria religião, tenta esclarecê-la
sem para isso fundamentá-la ou inventá-la. Discute a questão de Deus e de seu culto,
oferece conceitos com os quais podemos entender e criticar as religiões existentes. Paul
Tillich descreve a filosofia da religião como “{...} doutrina das funções religiosas e de suas
categorias.” 1 Então basicamente a filosofia da religião procura explicar a religião a partir
do sentido que da na vida e realidade da pessoa.

Texto 2: O Sagrado na Pós-modernidade

1. Quais as características e a função da religião na pós-modernidade?


R: A religião não vem negar a modernidade mas mostrar o outro lado dessa
modernização, que a partir da década de 60, com o fim do monopólio das tradições
religiosas causou como que um “eclipse do sagrado”, favorecendo as experiências pessoais
e individuais das pessoas.
Ela procura devolver o ânimo às pessoas para superar as decepções do ceticismo
que é bem presente na pós-modernidade. Nessa função usa dos recursos da mídia e investe
no emocional das pessoas. Destaca-se o ressurgimento das comunidades eclesiais de base e
a contribuição da teologia da libertação no sentido de criticar e questionar o sistema
vigente.
Com a ascensão social e econômica da elite dominante percebesse uma certa
ameaça no lado cultural e humano, aonde a economia vai bem, mas vão se perdendo os
valores, e para solucionar e atender essa realidade recorre-se a religião. Serve ainda para
exprimir a euforia daqueles para os quais a vida material vai muito bem.

1
Paul TILLICH, Religionsphilosophie, 1962, p.14.
O projeto e promissor da modernidade faz com que as pessoas se tornem
cada vez mais individualistas e anti-solidárias e a religião vem para animá-las ou conformá-
las diante da imutável história. E contra e angustia do futuro traz segurança e paz é o que
Marx vai chamar de “ópio do povo”.
Diante desse quadro existe uma linha de pensamento que chega ao meio termo,
critica os limites da modernidade sem negar suas conquistas, onde a religião exerce um
papel paradoxal que hora critica e resiste ao sistema, hora explica-o e alimenta-o.

2. Qual a influência da pós-modernidade na Igreja Católica?


R: Com a modernidade surgiu também um certo surto religioso de paganismo, de
ateísmo e em contrapartida a isso surge à necessidade de uma renovação no cristianismo,
ele necessita de homens e mulheres que cultivem uma “loucura”, uma paixão por Deus: “O
cristão do futuro ou será místico ou não será cristão” (K. Rahner). Esse movimento causa
um certo impacto na igreja católica enquanto instituição, trazendo pressões tanto internas
quanto externas. A onda da nova era caracteriza a influência externa infiltrando-se na igreja
com toques panteístas, e internamente a igreja é influenciada pelo pentecostalismo
exprimido pela renovação carismática católica e demais movimentos religiosos de caráter
espiritual que evidenciam o déficit carismático que a instituição padece.
Os movimentos carismáticos causam um certo dilema à igreja que sente necessidade
de apoiar esses movimentos, mas por outro lado tem os entraves da instituição. Pode-se
dizer que o futuro da igreja católica depende de como vai lidar com esses movimentos, seja
evitando com repressão, ou embarcando totalmente nele correndo o risco da alienação ou
dissolução interna.

Texto 3: O Enigma da Religião

1. Por que os seres humanos fazem religião e os animais não?


R: Em primeiro lugar porque o homem é racional e por ser racional busca explicação e
sentido para vida que a experiência religiosa é capaz de responder. Em segundo lugar
porque, segundo Freud explica, o homem possui um instinto ou principio de prazer que se
expõe à realidade e por isso busca meios para satisfazer esse instinto, surgindo assim à
imaginação que é o principio da religião, e os demais animais se contentam com a realidade
objetiva. E por fim porque para fazer religião é necessária uma consciência religiosa, a
capacidade de pensar e imaginar religião que somente os seres humanos possuem.

2. Articule experiência religiosa com consciência religiosa.


R: Experiência religiosa é uma “paixão subjetiva” que origina ou exprime a religião, e ela
se dá a partir de uma consciência religiosa que por sua vez é a expressão da imaginação,
aquilo que imagino ou penso de Deus é o que alimenta a “paixão subjetiva” por Ele. A
experiência religiosa é a voz da consciência religiosa, tudo o que imagino, que o homem
busca para satisfazer o “principio do prazer” de Freud é exprimido através da experiência
religiosa.

Texto 4: O fenômeno e sua gênese

1. Como as religiões foram construindo as cidades e as culturas?


R: Um grupo que possuía a mesma experiência religiosa acabava se unindo e formando
uma cidade e ao mesmo tempo uma cultura. A experiência religiosa é dividida em
experiências religiosas. A sociedade acaba trazendo uma série de realidades que gera mitos
e ritos coletivos dentro da religião para suprir essas realidades.

2. Qual a relação entre sociedade e religião?


R: Sociedade e religião estão intimamente ligadas pois a religião pertence a uma sociedade
e vem, na maioria das vezes, atender as necessidades, ou mesmo legitimizar essa sociedade.
A religião dentro da sociedade acaba criando defesas contra a infiltração de outras religiões,
ou até mesmo cria um “ataque” no sentido de impor sua religião a outras, integrando a sua
religião a religião de outra sociedade, exaltando a sua mensagem e colocando-a como
verdade absoluta.
A religião é essencialmente comunitária, portanto social, não existe religião
individual, mesmo os que possuem práticas individuais se conectam com os que têm a
mesma prática.

Texto 5: O que significa dizer a verdade?

1. Verdade e realidade são sinônimos?


R: A verdade é um instrumento para compreender, refletir ou explicar a realidade. A
verdade cientifica vai além do que podemos enxergar e sentir, busca afirmações que ajudem
a compreender a realidade num todo. O sentido da palavra “verdade” é depende do discurso
no qual ele aparece, para a ciência o sentido da verdade é determinado por uma atitude de
contemplar o que é dado e nessa contemplação podemos construir a realidade.

2. Podemos falar em verdade objetiva e verdade subjetiva? Explique.


R: Para a ciência existe apenas a verdade objetiva, pois como afirma Bacon, a subjetividade
acaba impossibilitando o conhecimento do objeto. Mas não podemos negar que existem
odores, sons, impressões táteis, cores e cada sujeito reage de uma maneira a partir desses
elementos, pensamos que essa reação pode ser definida como verdade subjetiva. Os
sentimentos, desejos, aspirações do individuo também o levam a determinar conclusões ou
ações que se acredita ser uma verdade subjetiva.

3. Como falar de verdade no discurso religioso?


R: A ação do sujeito não é determinada apenas pela verdade cientifica, existem os seus
desejos, aspirações, sentimentos que o fazem agir. Podemos concluir que existe uma
verdade da ação, e é nesse contexto, da verdade da ação que podemos falar de religião. E
como a ação provem do desejo, e o desejo é um sintoma de ausência, podemos afirmar que
a religião fala do ausente. Ele é um projeto de ação, é a referência para qual nos movemos.
Então fica difícil falar de verdade no contexto religioso, pois se fala do que ainda não
aconteceu, como acreditar que é verdade o que ainda não aconteceu.

Texto 6: A Expressão Religiosa

1. O que é mito?
R: O mito é um discurso, um relato de uma pessoa, de uma ação ou acontecimento de
ordem divina. Ele intencionaliza e especializa um determinado símbolo, pessoa,
acontecimento, tornando-o assim divino. Existem os mitos de origem e mito fundante que
ajudam a explicar a origem de determinadas situações sociais e ou culturais. Os mitos se
consolidam principalmente por suas manifestação social.

2. Qual a relação entre mito e rito?


R: O rito é como uma norma guia e desenvolve a ação do mito. Enquanto o mito é um
discurso de sentido, o rito é a ação desse mesmo sentido. O mito da sentido ao rito. O rito
procura fazer aquilo que no mito é relatado. Existem alguns mitos que fundam alguns ritos,
e ao contrário mitos que surgem para explicar ou legitimizar ritos existentes. O mito é
confirmado pelo rito fazendo com que se fundem e fortaleçam-se mutuamente. Mesmo
quando os mitos mudam, os ritos permanecem, embora percam seus valores simbólicos,
que era relacionado ao mito.

3. Qual a relação entre experiência religiosa e sacrifício?


R: Os ritos ajudam a organizar a vivencia da experiência cristã. Quanto a sua função, o
sacrifício pode ser classificado como rito de participação, pois participa da vida divina. O
sacrifício é um elo de ligação entre o homem e Deus. Assim como a experiência religiosa é
presente e necessária na vida social o sacrifício também o é, pois ajuda a normatizar, dar
respostas ou soluções ao sofrimento. (Ex.: o sacrifício de enviar um alcoólatra para uma
clinica para libertá-lo do vício.)
O sacrifício é o fato religioso mais típico e mais difícil de ser compreendido. Ele
precisa de algumas condições para existir (quanto à perfeição do objeto oferecido ascese do
sacrificador e sacrificante, quanto ao tempo que é realizado). Da mesma forma existem
alguns tipos de sacrifício: de oblação, de expiação, de comunhão. Todos diretamente
presentes na experiência religiosa.

Texto 7: Matriz religiosa brasileira: Gênese

1- Quais as características do quadro religioso no Brasil e no mundo hoje?


R: O quadro religioso no Brasil é amplo e diversificado, sobretudo com a globalização.
Podemos constatar que temos o mago mais lido do planeta (Paulo Coelho), exportamos a
Assembléia de Deus para Moscou, a Universal para Paris e a Umbanda para o Cone Sul. A
religiosidade da maioria dos brasileiros é singular e original, está ligada a vários fatores
externos de formação social, econômica, política e cultural.
O mundo vive num clima intelectual que preferira a desnaturalização das categorias
tradicionais através descentralização que favorece um certo pluralismo religioso. As
diretrizes do catolicismo romano que procura retomar a liderança influência diretamente o
campo religioso brasileiro. Não se conseguiu conter o capitalismo tão sonhado por algumas
instituições religiosas, prova disso é a superioridade dos EUA e do capitalismo financeiro.
O Vaticano tem promovido a aproximação ecumênica para extrair reservas morais em
oposição ao capitalismo. Para satisfazer as massas aceita o carismatismo para concorrer
com outras propostas religiosas de apelo popular. Os movimentos pentecostais tem tido
uma conduta política mais explicita, exemplo disso foi à eleição de Fernando Collor que
teve participação ativa e direta por parte desses movimentos.
Na perspectiva de uma expansão religiosa, notamos a abertura aos grandes meios de
comunicação social por parte das organizações religiosas. Enraizando ainda mais a religião
no subjetivismo, fenômeno típico da pós-modernidade. A apropriação de símbolos
religiosos alheios tem sido comum entre as religiões.

2- O que se entende por matriz religiosa brasileira? E por religiosidade matricial?


R: Matriz religiosa brasileira é a base ou essência religiosa e cultural de nossas condutas
religiosas. Busca traduzir uma complexa união de idéias e símbolos religiosos que não se
pode definir e sim estudar. Religiosidade Matricial é aquela autentica e pré-existente no
próprio individuo além das demais religiões e culturas que ajudam a formar matriz
religiosa. Portanto as religiões matriciais do Brasil são aquelas ligadas aos indígenas que já
existiam em nosso país.

3. Como se deu a composição histórica dessa matriz?


R: Vários elementos se fundiram na composição da Matriz religiosa brasileira: o
catolicismo trazido pelos colonizadores europeus, as religiões indígenas que já existiam em
nosso país, as religiões africanas trazidas pelos escravos e ainda no século XIX o
espiritismo europeu e alguns fragmentos do catolicismo romanizado. Ela é resultado do
encontro dessas religiões e de suas culturas, principalmente no período da colonização.

4. Quais os elementos presentes na religiosidade matricial?


R: Símbolos, água benta, óleo bento, imagens e praticas religiosas, novenas e correntes de
oração, discursos religiosos adaptados ao mundo atual, testemunhos que comovem e
comprovam as próprias convicções, cânticos que propiciam alívios emocionais coletivos,
principalmente quando acompanhados de coreografias e gestos simbólicos.

Texto 8: A Matriz católico-popular do pentecostalismo

1. O que entendemos por catolicismo popular no Brasil?


R: Segundo Eduardo Hoornaert catolicismo popular é o resultado do dialogo entre
catolicismo guerreiro (que foi imposto ao Brasil no regime do padroado) com o catolicismo
patricial (que é desenvolvido a partir de algumas adaptações dos senhores de engenho) 2 . O
catolicismo popular possibilita a preservação das identidades dos grupos que compuseram
nossa sociedade, bem como o relacionamento entre eles. Ajudam a organizar a sociedade
através dos rituais e éticas (ciclo de festas, cruzes nos espaços sagrados, capelas, cemitérios
e santuários) e trazem a identidade do povo.

2. O que entendemos por pentecostalismo no Brasil?


R: O pentecostalismo surgiu no Brasil junto com a urbanização, a metrópole é seu lugar
natural e revela vários aspectos de sua natureza, prova disso e sua evolução e crescimento
no sudeste do nosso país região onde temos as maiores metrópoles. Trata-se de um
movimento religioso que busca através das massas, tem grande movimentação de dinheiro,
usa o modelo capitalista para vender os “bens espirituais”, e também de uma bancada
política para ter visibilidade, recursos, concessões, ou seja, uma sustentabilidade.

2
HOORNAERT, E. Formação do catolicismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1994, p. 103.
3. Fale sobre as estruturas que compõe a religião popular no Brasil?
R: As funções da religião dependem da situação da cidade, ou local que exercem essas
funções. Para se atender as grandes massas das metrópoles precisa-se de “santos fortes”, de
enormes catedrais. Deus age através das mediações, essas mediações compõe as estruturas
religiosas populares. A bíblia é usada como um objeto que não apenas contem a mensagem
escrita, mais que emana força e proteção. Não há catolicismo popular sem os santos, não há
pentecostalismo sem a bíblia. Portanto a bíblia e as imagens dos santos são elementos da
estrutura religiosa popular. Os serviços, cultos, pregações seguem o movimento de
institualização dentro de uma eleição, organização e hierarquização, que a legitimiza e
fundamenta. Existe ainda o aspecto financeiro com a idéia de um contrato com Deus, onde
eu pago o dizimo ou oferta à igreja, doação para festa do santo, para depois ser agraciado
por Deus, ou no sentido negativo de que se eu não aceitar esse “contrato” com Deus posso
ser prejudicado por Ele.

4. Explique a seguinte frase: “Há uma sobrevivência da matriz católico-popular nas


representações e práticas pentecostais”.
R: As igrejas pentecostais, principalmente a IURD, utilizam elementos da matriz católico-
popular (símbolos, festas católicos-populares, água-benta, novenas, correntes de oração,
pastores, vestes brancas, etc) em sua religião para fundamentá-la e legitimizá-la. As figuras
e a dinâmica central do anuncio pentecostal tem raiz na matriz popular, tendo Jesus
Salvador como personagem central e a promessa da solução para a vida.
Essa sobrevivência pode ser vista tanto na estrutura quanto na dinâmica, nas
estruturas pelos elementos ou praticas que permanecem, e na dinâmica pela permanência ao
longo da história.

Texto 9: Matrizes Protestantes do Pentecostalismo

1. Quais as semelhanças existentes entre as religiões afro-brasileiras e neopentecostalismo?


R: A experiência do transe é uma das semelhanças, onde curiosamente as igrejas
neopentecostais combatem o que ajudaram a “criar”. Nas igrejas pentecostais recebe-se o
Espírito Santo, nas afro o espírito dos exus e pombagiras. No neopentecostalismo o corpo é
a morada do “Eu” e de Deus que o criou como “santuário”, nas religiões afro também o
corpo é essa morada do “Eu” ao qual se agrupam as demais divindades (orixás, erês,
caboclos, etc.). Em ambas existem também os sacrifícios, no caso das afro a pessoa se
completa à medida que por meio dos contínuos sacrifícios se distancia da natureza
incorporando em si o sagrado. Já nas neopentecostais sacrifica-se o demônio existente nas
pessoas para garantir a essas mesmas pessoas a comunicação com o sagrado.

2. Explique porque existe uma batalha espiritual declarada pelo neopentecostalismo as


religiões afro-brasileiras?
R: Como as igrejas neopentecostais têm como objetivo monopolizar o “mercado religioso”,
combatem as religiões afro-brasileiras para extrair seu principal bem religioso: as
mediações mágicas e a experiência de avivamento; transformando-o num valor do sistema
neopentecostal. Então mais do que atrair os fiéis dessas religiões para si querem atrair todos
os que se sentem atraídos por essa experiência mística, visto que nas religiões
neopentecostais se tem à credibilidade e legitimação social por serem igrejas cristãs. E
ainda porque nas religiões neopentecostais o ápice da manifestação religiosa é o exorcismo
e, segundo eles, esses demônios encontram-se nas religiões afro-brasileiras, visão esta
preconceituosa e racista.

Texto 10: Outros sistemas de crença

1. Quais os movimentos que fazem parte da diversidade global de crenças existentes na


atualidade?
R: Cientologia (fundada por Ron Hubbart em 1949, põe em ênfase eliminar traumas e
temores, e ter sucesso. Procura combinar religião e ciência); Igreja da Unificação (fundada
em 1954 por Sun R. Moon que a fundou centrado em si mesmo); Missão da Luz
Divina(1960); Consciência Krishna (mostra influencias do hinduísmo). Temos ainda:
Menino de Deus, Povo de Deus e Meditação Transcendental.

2. Analise o marxismo como sistema de crença.


R: Marx fazia duras críticas ao sistema religioso de sua época chegando a considerá-la o
“ópio do povo”, porem ao dizer isso afirmava implicitamente que existe uma “dor” a ser
aliviada ou curada, e sua maneira de analisar a sociedade no desejo de romper a escravidão
econômica que dominaram através da força e do trabalho não seria uma forma de crença?
Penso que sim. Sobretudo se partimos do pressuposto que religião é um conjunto de
crenças que as pessoas tem em comum e que proporcionam um fundamento para seu estilo
de vida. Estava determinado a mudar o mundo através da justiça, igualdade, e liberdade
individual. Para isso denunciava religiões pietistas que ficavam alheias às questões sociais e
políticas, sua “religião” tinha por meta uma fraternidade sem classes, o bem de todos.
Alguns textos bíblicos revelam uma certa semelhança do marxismo com o cristianismo
“...derrubar os poderosos de seus tronos...” (Lc 1, 52), “Todos os que criam viviam unidos e
tinham as coisas em comum...” (At 2, 44). Sua bíblia era o manifesto comunista, tinha uma
crença, com assembléias glorificando os lideres e exigindo obediência, tem sumo-sacerdote
e credo, ética humanista, zelo missionário, hinos, a bandeira vermelha e seu fim ultimo era
o céu na terra. Percebemos no marxismo algo que produz aspirações a essa sociedade
idealizada por Marx, talvez ele negaria mas esse “algo” pode ser considerado uma
consciência divina.

3. Podemos considerar o humanismo como sistema religioso?Por que?


R.: Assim como é difícil definir religião, em função de certos grupos se envolverem com
política, organizações sociais, educativas e de caridade, também é difícil definir o
humanismo como sistema religioso pois assim como a religião ele não tem uma essência a
ser descoberta. Percebemos certa afinidade ao zen-budismo que visa à liberdade de ação,
superação da auto-alienação e a alienação em relação a outras religiões. Essa mesma
afinidade é mostrada no cristianismo bem enfatizada na declaração de Paulo VI:
“Catolicismo é um humanismo cristão” e disse ainda que o único humanismo autêntico é
cristão. A Suprema Corte dos Estados Unidos definiu em 1961 o humanismo secular como
religião e o principal argumento foi que embora neguem a existência de Deus, era um
sistema de crenças cuidadosamente estruturado. Tem em comum com as religiões com as
religiões a crença na dignidade da pessoa humana e outros valores éticos. Portanto se
definirmos religião quanto a sua função podemos considerar o humanismo como religião,
visto que funciona na sociedade pedindo dedicação e compromisso, apresenta soluções para
o sofrimento, para injustiça e ignorância. E formam uma comunidade proporcionando a
seus membros um sentimento de pertença a um grupo de pessoas que pensam da mesma
maneira.

Texto 11: A Religiosidade do pós-moderno- considerações finais

1. O que entendemos por Nova Era?


R.: Existem várias concepções sobre a Nova Era. É considerada como um movimento
religioso, moda passageira, vento que prenuncia tempestades religiosas, tida como obra do
diabo, ou ainda modo de explorar os incautos e ingênuos. A Nova Era pensa a doença como
sintoma de perturbação da mente, e descreve Deus num contexto holístico, usa critérios
pós-modernos que são conseqüência de uma cultura que avança. Um desses critérios é usar
de mitos que recriem o passado para encontrar soluções sem pensar nas fragilidade desses
mitos. Para Nova Era toda resposta é boa desde que seja vivida como uma resposta e se
acredite que ela funcione. Estudiosos falam de uma consciência pós-moderna dentro da
Nova Era que faz, na forma de raciocínio, a passagem da filosofia para arte, da ética para a
religião, das ciências para a vida, da política para a visão espiritual, e alem disso defende
uma visão do homem como sujeito frágil. Assim podemos definir a Nova Era como religião
do pós-moderno.

2. Qual a relação entre Nova Era e religião?


R.: A Nova Era surge no período da modernidade, e procura apresentar o espírito da cultura
pós-moderna, sendo assim ela é decorrente do tempo e lugar que surgiu e por isso acaba
suscitando a relação entre religiões e pós-moderno. É o surgimento de uma força
experiencial e religiosa sem necessidade de religiões, ela acaba dando uma determinada
experiência religiosa sem necessidade de uma religião especifica ou ainda, usando de vários
temas de outras religiões como sendo própria do individuo, assim ela acaba se relacionando
com todas as religiões extraindo o que lhe é necessário para alcançar os ideais ou bem-estar
de seus membros sem uma preocupação teológica.

Texto 12: O Fundamentalismo: limites de um conceito

1. Defina fundamentalismo religioso.


R.: Para bem definir fundamentalismo religioso é necessário perceber que seu conceito
deve ser feito no plural tendo em vista que existem diferentes fundamentalismos conforme
suas culturas e religiões. Não se deve resumir o fundamentalismo em manifestações
radicais, pois estas são feitas às vezes por pessoas ligadas a religiões fundamentalistas ou
ainda por pessoas que vivem essa religião de maneira como a interpretam.
Fundamentalismo é um tipo de ação e pensamento religioso se um determinado grupo de
pessoas que concebe a pertença a uma comunidade política. A referencia maior que
caracteriza o fundamentalismo é seu livro sagrado e em torno dele encontramos varias
características: inerrância do livro (nada pode seu acrescentado, subtraído ou modificado do
livro pois compreende a totalidade de sentidos e significados para sua crença), principio da
astoricidade do livro (o livro esta acima da razão, portanto não se pode adaptá-lo ou
representá-lo as novas condições do tempo e história), modelo de sociedade perfeita (a
partir do livro sagrado), e a partir dessa sociedade perfeita decalcar a “cidade terrena”
submetendo-a ao modelo apresentado no livro.
2. Como nascem os movimentos religiosos fundamentalistas?
R.: Nascem dentro das grandes religiões mundiais desde o cristianismo até o islamismo. O
surgimento desses movimentos vem como resposta ao questionamento das pessoas e
evidencia o retorno a função política das religiões, volta a falar de Deus e da sua palavra em
contraposição ao mundo que por pudor ou indiferença deixou de fazer. Procura reformular
o relacionamento entre o pensamento religioso e o exercício de governar e invoca um
fundamento absoluto para combater o relativismo ético existente na sociedade.

Referências bibliográficas

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CRAUFORD, Robert. O que é religião?. Petrópolis: Vozes, 2005. p. 177-191.

CROATO, José Severino. As linguagens da experiência religiosa. São Paulo: Paulinas,


2001. p. 329-385.
DESROCHE, Henri. O homem e suas religiões. São Paulo: Paulinas, 1985. p. 17-40.

FILHO, José Bittencourt. Matriz religiosa brasileira. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 31-81.

PACE, Enzo; STEFANI, Pierro. Fundamentalismo religioso contemporâneo. São Paulo:


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PASSOS, José Décio (org.). Movimentos do espírito: matrizes, afinidades e territórios


pentecostais. São Paulo: Paulinas, 2005. p. 47-77.

TEIXEIRA, Faustino; MENEZES, Renata (orgs.). As religiões no Brasil: continuidades e


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TERRIN, Aldo Natale. Nova era: a religiosidade do pós-moderno. São Paulo: Loyola,
1996. p. 216-223.

ZILLES, Urbano. Filosofia da religião. São Paulo: Paulus, 1991. p. 5-19.

Douglas Alvarino Waismann


TRABALHO:
Questões da apostila de textos

Faculdade Dehoniana
Taubaté-SP
2007

Douglas Alvarino Waismann


TRABALHO:
Questões da apostila de textos

Trabalho a pedido do Profª.


Claudete A. Ribeiro para
obtenção de nota parcial para
disciplina de Filosofia da
Religião.

Faculdade Dehoniana
Taubaté-SP
2007

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