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Por um lado, eles denunciaram sem medo os males da ordem social; por outro
lado, eles levaram dezenas de milhares em seus dias (e milhões desde então) a capturar
uma imagem de como o evangelho traz restauração espiritual e física nesta vida. Dessa
ênfase conjunta, uma advertência contra certas práticas mundanas e o enriquecimento
desse mesmo mundo com os princípios do reino de Deus, surgiu uma rede mundial de
instituições médicas e educacionais, apoiada por dezenas de editoras e uma rede
mundial de missões. Mas essa dupla ênfase foi subordinada a motivação convincente de
que eles estavam preparando um povo para o breve retorno do Senhor.
Ellen White, a força indiscutível por trás deste programa mundial, é considerada
a segunda autora mais traduzida da história e a mais traduzida autora americana,
masculina ou feminina. Durante seu ministério de setenta anos, ela escreveu
aproximadamente 25 milhões de palavras e 100.000 páginas de manuscritos (60.000
páginas datilografadas) que incluem cartas, diários, artigos periódicos e livros.
Desde sua morte em 1915, os adventistas do sétimo dia têm procurado seu
conselho sobre cada assunto que a Igreja enfrenta. Seus escritos volumosos, bem
organizados e indexados, são lidos e discutidos em um grau muito maior do que os
metodistas citam John Wesley, ou Luteranos os escritos de Martinho Lutero.
No entanto, um dos fatores únicos que distingue Ellen White de outras pessoas
que reivindicaram o dom profético no século XIX (O mórmon Joseph Smith, Mary
Baker Eddy dos Cientistas Cristãos, etc.) é que ela nunca se considerou uma líder de um
novo movimento. Ela nunca se desviou de sua simples autopercepção de que ela era
apenas mensageira de Deus para o movimento adventista.
O que queremos dizer com o Tema do Grande Conflito (TGC)? Como todo os
estudante sabe, todas as teologias e filosofias significativas têm um princípio
organizador. Esse princípio, ou paradigma, é desenvolvido em sua teologia ou filosofia
singular. O TGC de Ellen White forneceu o princípio organizador e integrador de seus
ensinamentos sobre saúde, educação, história e ciência.
Para Ellen White, "o tema central da Bíblia, o tema sobre o qual todos os
outros em todo o livro se agrupam, é... a restauração na alma humana da imagem de
Deus.... Aquele que compreende este pensamento tem diante dele um campo infinito de
estudo. Ele tem a chave que lhe abrirá todo o tesouro da palavra de Deus ".
Ellen White captou a visão mais ampla da controvérsia quando escreveu: "O
plano de salvação tinha um propósito ainda mais amplo e profundo do que a salvação do
homem. Não foi somente por isso que Cristo veio a essa terra; não foi meramente para
os habitantes deste pequeno mundo poderem considerar a lei de Deus como deveria ser
considerada, mas era para reivindicar o caráter de Deus perante o universo.”
Palavras-chave para liberais (para as quais eles também lutarão até a morte)
são: imanência, responsabilidade, razão, flexibilidade, significado, relevância e fé -
também boas palavras para se manter. A fraqueza histórica do liberalismo reside na sua
subjetividade. Pietistas, místicos, racionalistas, carismáticos (e quem quer que coloque a
autonomia humana "na frente" das verdades divinamente reveladas) baseiam sua
segurança na razão, na intuição ou na pesquisa histórica. Raramente se apela a
absolutos. A fé é novamente mal entendida, mas no subjetivismo, descreve o sentimento
religioso levando a testes autônomos da verdade.
Ellen White entendeu esse impasse histórico entre esses dois círculos: "O
progresso da reforma depende de um claro reconhecimento da verdade fundamental.
Embora, por um lado, o perigo oculte uma filosofia estreita e uma ortodoxia dura e fria,
por outro lado, existe um grande perigo em um liberalismo descuidado. O fundamento
de toda reforma duradoura é a lei de Deus. Devemos apresentar, em linhas claras e
distintas, a necessidade de obedecer à lei." Aqui novamente Ellen White permite que o
TGC determine sua solução transcendente para a velha controvérsia entre o plano de
Deus e a rebelião de Satanás.
O TGC de Ellen White tornou-se a estrutura elíptica pela qual ela foi capaz de
transcender os argumentos que separaram os cristãos pensantes por séculos. Nos
exemplos a seguir, observe a elipse da verdade que associa as verdades gêmeas tão
seguramente quanto as ligações de hidrogênio com o oxigênio para produzir água:
A relação entre a obra de Cristo na Cruz e a obra do Espírito Santo: "O Espírito
deveria ser dado como um agente regenerador, e sem isto o sacrifício de Cristo
teria sido inútil. É o Espírito que efetua o que foi operado pelo Redentor do
mundo."
A relação entre o papel de Cristo como Sacrifício/Salvador e como Sumo
Sacerdote/Mediador: "Satanás inventa esquemas inumeráveis para ocupar
nossas mentes, a fim de que elas não se detenham na própria obra com a qual
devemos nos familiarizar melhor. O arqui-enganador odeia as grandes verdades
que trazem à vista um sacrifício expiatório e um mediador todo-poderoso. Ele
sabe que com ele tudo depende de sua mente desviada de Jesus e Sua verdade.”
A relação entre crer em Cristo e permanecer nEle: " Não é suficiente que o
pecador creia em Cristo para o perdão do pecado; ele deve, pela fé e obediência,
permanecer nele."
"Muitos perderam muito porque não abriram os olhos de seu entendimento para
discernir as maravilhas da lei de Deus. Por outro lado, os religiosos geralmente
se divorciaram da lei e do evangelho, enquanto nós, por outro lado, quase
fizemos o mesmo de outro ponto de vista. Não temos levantado diante do povo a
justiça de Cristo e o pleno significado do Seu grande plano de redenção.
Deixamos de fora Cristo e Seu incomparável amor, trouxemos teorias e
raciocínios e pregamos discursos argumentativos."