Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Introdução
1
Discente do curso de Licenciatura em História pela Universidade de Pernambuco (UPE), campus
Mata Norte.
2
Idem
3
Idem
4
Idem
como também se impediu qualquer manifestação cultural que demonstrassem
subversão a ordem vigente, controlando assim os locais de sociabilidade e
divertimentos populares, principalmente, os avanços das religiões afro-brasileiras,
consideradas como seitas que “provocavam” as agitações nas cidades, como
carnaval (SANTOS, 2010, p.188-189).
Durante este período, outra pauta levantada pelos eclesiásticos foi o caráter
denominado “ateísta” dessas correntes, considerado um grande inimigo da Igreja,
pois se configuravam contrários aos dogmas cristãos, causando a desordem na
sociedade. Dom Sebastião Leme, mesmo após a implementação da laicização do
Estado, argumentava que o Brasil era uma nação Católica, afirmando que a Igreja
tivesse como dever ser mais ativa no meio social devido a este fator, assim “A Igreja
precisava cristianizar as principais instituições sociais, desenvolver um quadro de
intelectuais católicos e alinhar as práticas religiosas populares aos procedimentos
ortodoxos (MAINWARING, 2004, p.42) ”.
Posto isto, o clero reputava esse período como essencial para o seu objetivo
de reestruturar a sociedade, unindo-se ao Estado parar empreender táticas de
combate a estas “ameaças” (AZZI, 1994). “Essas ameaças” Deve-se destacar que
tais movimentos são considerados pontos determinantes para a Recatolização,
possibilitando que a Igreja tornasse colaboradora da instituição política, sobretudo
durante o Governo de Getúlio Vargas. Mário Santos (2010, p.159) afirma que:
Como instituição forte do Estado Novo, a Igreja Católica propaga a ideia do
controle dos comportamentos coletivos, de um corpo travado, obsequioso.
Limita a cultura do prazer e foca o interessa na culpa e no pecado, na moral,
no evangelho e na família.
Neste contexto, o ideário do Estado Novo, bem como sua forte manifestação
em Pernambuco, estava preenchido sob um ideário autoritário, onde os pobres eram
figuras extremamente subalternas para o plano de modernização do governo.
Enquanto a elite pernambucana lograva os frutos da modernização: um condomínio
com elevador, bem com todo um estilo cotidiano que se firmava no Rio de Janeiro
(ALMEIDA, 2001. p. 130),boa parcelada população perdia sua residência, caiam na
miséria e no desespero de não ter mais seu lugar, sobretudo reflitamos que vidas
foram perdidas em nome daquilo que foi chamado de modernidade.
Diante disto, podemos apontar que a produção deste diário corroborava para
a criação de uma verdade, isso porque, bem como escreve Almeida,
Nos primeiros dois anos da Interventoria — novembro de 1937 a dezembro
de 1939 — uma série de manchetes dominava diariamente as primeiras
páginas do jornal, colaborando para a construção deum ideário moldado no
conceito de uma nova cidade. (ALMEIDA, 2001. p.126)
Para tal fim, sob a máscara de protetora dos cidadãos brasilieros e com o
propósito de zelar pela ordem e segurança da população, a Secretaria de
Segurança Pública inicia uma imensa campanha de perseguição aos cultos
afro-brasileiros, legitimando suas ações por meio do Código Penal de 1890,
sobretudo nos artigos 156, que trata de práticas ilegais de medicina; 157,
dos crimes por prática de magia, da cartomancia, do uso de talismã e
credulidade pública; e 158, da proibição da prática do curandeirismo.
Referências Bibliográficas