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RAIO X DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

COMERCIAIS BRASILEIRAS
DIRETORIA ABRACOPEL 2023-2025
CONSELHO DIRETOR

PRESIDENTE DIRETOR DE ASSUNTOS INSTITUCIONAIS


VINICIUS AYRÃO FRANCO GILBERTO CALLAGE ALVARENGA
ENGENHEIRO ELETRICISTA – RJ ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E ADMINISTRADOR
DE EMPRESAS – SP
VICE-PRESIDENTE
DANILO FERREIRA DE SOUZA CONSELHO FISCAL
ENGENHEIRO ELETRICISTA – MT PRESIDENTE
ANTIÓGENES JOSÉ FREITAS CORDEIRO
DIRETOR ADM./FINANCEIRO
JOÃO MACÁRIO DE OMENA NETTO MEMBROS EFETIVOS
ENGENHEIRO ELETRICISTA – SP ANA CAROLINA BRANDÃO GONTIJO
CAROLINE DAYANE RADUNS
DIRETOR DE ASSUNTOS EDUCACIONAIS
WALTER AGUIAR MARTINS JR MEMBROS SUPLENTES:
ENGENHEIRO ELETRICISTA – MT ANTÔNIO JOSÉ SILVA DE SOUZA
CAROLINE DAYANE RADUNS
DIRETOR TÉCNICO
JOÃO GILBERTO CUNHA DIRETORIA EXECUTIVA
ENGENHEIRO ELETRICISTA – SP
EDSON MARTINHO
DIRETOR DE MARKETING ENGENHEIRO ELETRICISTA – SP
ORESTES RODRIGUES JUNIOR
ADMINISTRADOR DE EMPRESAS – SP MEIRE BIUDES MARTINHO
JORNALISTA – SP
DIRETOR DE COMUNICAÇÃO
LUIZ ALVES DA SILVA FILHO MILENA GUIRÃO PRADO
TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA – PE ADMINISTRADORA DE EMPRESAS – SP

CONTATO
Escritório Central
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CEP: 13.326-110 – Salto/SP – Brasil
TEL.: +55 (11) 9 4114-9559
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DIRETORIAS REGIONAIS

Rio de Janeiro - Scheila Pinto

Pernambuco - Antiógenes Cordeiro

Alagoas - João Macário de Omena Netto

Amazonas - Pablo Guimarães da Silva e Silva

Paraná - Katia Tatiane Albany

Minas Gerais - Ana Carolina Brandão Gontijo

Ceará - Switz Tavares

Distrito Federal - Daniel Célestin

Mato Grosso - Walter Aguiar Martins Jr

Bahia - Lincoln Costa


Execuções

Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da

Eletricidade (Abracopel)

Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético –

NIEPE da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT

Apoio

Dra. Lia Hanna Martins Morita - Professora do Departamento de


Estatística da Universidade Federal de Mato Grosso

Doralice de Fátima Jacomazi - Revisão Textual e Normalização

Walter Aguiar Martins Jr - Análise e Visualização de Dados

Kenny Kendy Kawaguchi - Diagramação, capa e projeto gráfico


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Even3 Publicações, PE, Brasil)

M385r Martinho, Edson


Raio X das Instalações Elétricas Comerciais Brasileiras
[Recurso digital]. / Edson Martinho, Walter Aguiar Martins
Júnior e Danilo Ferreira de Souza. – Salto: Abracopel, 2023.

DOI 10.29327/5302110
ISBN 978-85-5722-976-1

1. Instalações Elétricas. 2. Riscos elétricos. I. Martins


Júnior, Walter Aguiar. II. Souza, Danilo Ferreira de.
III. Associação Brasileira para a Conscientização dos Perigos
da Eletricidade – Abracopel. IV. Título.

CDD 333.7

CRB-4/1241

Como referenciar os dados deste documento:

MARTINHO, Edson; MARTINS JÚNIOR, Walter Aguiar; DE SOUZA, Danilo Ferreira


(org.). Raio X das instalações elétricas comerciais brasileiras. Salto-SP: Abracopel,
2022. doi: 10.29327/5302110.

10.29327/5302110

O conteúdo deste trabalho pode ser usado sob os termos da


licença Creative Commons Attribution 4.0. Qualquer outra
distribuição deste trabalho deve manter a atribuição ao(s)
autor(es) e o título do trabalho, citação do documento e DOI.
Atribuição (CC BY)
A G R A D E C I M E N T O S
Agradecimento aos Parceiros da Abracopel e aos
Proprietários de Comércios

A Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da

Eletricidade (Abracopel) expressa sua mais profunda gratidão aos parceiros

dedicados que, com empenho e expertise, aplicaram a pesquisa que deu

origem a este importante “raio X” das instalações elétricas em imóveis

comerciais do Brasil. Esse trabalho, que abrangeu várias regiões do país,

só foi possível graças ao compromisso e à habilidade dos profissionais

treinados pela Abracopel, que se esforçaram para coletar e analisar dados

com precisão e diligência.

Estendemos também nossa sincera gratidão aos proprietários dos

comércios que nos permitiram acessar seus estabelecimentos. Seu apoio

e abertura para essa investigação foram fundamentais para o sucesso do

projeto. A generosidade de permitir-nos adentrar e visualizar as instalações

elétricas de seus espaços comerciais não apenas contribuiu para a realização

da pesquisa, mas, mais importante, representa um passo em direção à

conscientização e à segurança elétrica no Brasil.

Estes dados coletados são uma ferramenta valiosa para iluminar as

áreas em que necessitamos de melhorias e para promover práticas mais

seguras em todo o país. Juntos, estamos trabalhando para garantir um

ambiente comercial mais seguro para todos os brasileiros, reduzindo riscos

e prevenindo potenciais acidentes.

A todos vocês, nosso mais sincero obrigado. A colaboração e a

confiança depositadas em nós são a prova de que, coletivamente, podemos

fazer a diferença e construir um Brasil mais seguro e consciente no que diz

respeito à eletricidade.
Núcleo Interdisciplinar de Estudos em
Planejamento Energético

O Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético

(NIEPE) da Universidade Federal de Mato Grosso possui 24 anos de experiência

na realização de estudos multidisciplinares na área. Criado para atender à

necessidade de pesquisas na área energética e ao desenvolvimento regional,

o NIEPE surgiu em resposta à demanda por uma participação mais ativa da

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no debate energético estadual

e nacional desde o final dos anos 1990. Hoje, o Núcleo desempenha um papel

fundamental, atuando como ponte entre a universidade e a comunidade, e

está posicionado entre os principais centros de pesquisa do setor energético

do Brasil. Vinculado à Faculdade de Economia (FE-UFMT) em Cuiabá, o NIEPE

atua em projetos multi e interdisciplinares, além de oferecer consultoria e

assessoria em sua área de especialização. O planejamento energético está

profundamente conectado aos riscos da eletricidade. Ele garante que a

produção, distribuição e consumo de energia ocorram de forma segura

e eficaz. Um planejamento bem executado previne sobrecargas na rede,

promove a infraestrutura adequada e impulsiona a adoção de tecnologias

mais seguras. Além disso, envolve treinamento para profissionais, respostas

rápidas a emergências, consideração de fontes alternativas de energia e

educação pública sobre os riscos elétricos. Em áreas urbanas, a segurança

das redes é essencial para proteger a população. Portanto, o planejamento


energético desempenha um papel crucial na minimização dos perigos

associados à eletricidade. E por este motivo, a parceria entre o NIEPE e a

Abracopel na construção do Raio X das instalações elétricas comerciais

brasileiras é a demonstração de sinergia com uma visão holística e abrangente

acerca dos riscos do uso da eletricidade.


R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

RESUMO

A presente obra apresenta os resultados obtidos em uma pesquisa

sobre as características e condições das instalações elétricas em imóveis

comerciais no Brasil, que, tradicionalmente, chamamos de raio X, realizada

com profissionais treinados pela Abracopel, abrangendo diversos estados

brasileiros. Na primeira parte, coletaram-se informações sobre o estado

brasileiro em que os participantes residem, a localização do imóvel (urbana

ou rural) e o local específico dentro da cidade onde se encontra o imóvel.

Constatou-se uma distribuição equânime em relação à localização do ponto

comercial por tipo de cidade, cujas avaliações foram realizadas em comércios

de rua de grande circulação. Analisaram-se ainda as informações sobre a

propriedade do imóvel, o propósito do imóvel (se comercial ou residencial

convertido em comercial) e a atividade desenvolvida nele. Verificou-se

que a maioria dos imóveis é própria dos donos dos comércios, e mais de

42% são residenciais convertidos para uso comercial. Quanto aos aspectos

relacionados ao projeto e execução das instalações elétricas, constatou-

se que apenas 35% deles possuíam projeto elétrico, a maioria realizado

por engenheiros eletricistas. Em cerca de 70% dos casos, profissionais da

área elétrica foram responsáveis pela execução da instalação elétrica, e

aproximadamente 28% foram realizados por profissionais não qualificados.

As características das instalações elétricas foram avaliadas em termos

de sistemas de aterramento, quadros de distribuição, proteções contra

sobrecorrente, proteções diferenciais residuais e proteções contra surtos de

tensão. Observou-se que 43,6% dos imóveis possuíam sistema de aterramento

funcional, e a maioria tinha quadro geral de distribuição com disjuntores


termomagnéticos como proteção. Verificou-se a falta de proteções adequadas

contra choques elétricos (dispositivos DR) e surtos de tensão (DPS) em mais

da metade dos imóveis pesquisados. Outros aspectos avaliados foram o uso

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

de cores para identificação dos cabos elétricos, presença do condutor

de proteção elétrica (fio terra) e a utilização de benjamins e extensões.

Além disso, houve um uso significativo de benjamins e extensões,

o que pode sobrecarregar as instalações elétricas. As principais

razões para a realização das reformas foram ampliação do imóvel e

manutenção preventiva. Restou claro que muitos imóveis comerciais

no Brasil apresentam deficiências nas instalações elétricas, como a

falta de projeto elétrico, proteções inadequadas e práticas inseguras,

que representam riscos para a segurança dos usuários e podem

causar acidentes graves. Portanto, é fundamental serem adotadas

medidas para garantir a adequação e a segurança das instalações

elétricas nos imóveis comerciais no país.

Palavras-chaves: Riscos elétricos. Proteção de sobrecorrente. Normas

de segurança. Qualidade das instalações elétricas. Choque elétrico.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

LISTA DE FIGURAS/TABELAS

Figura 1 - Distribuição da realização da pesquisa por estado brasileiro....................................................18

Tabela 1 - Percepção do avaliador a partir da inspeção visual e das entrevistas.................................83

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Localização do Imóvel............................................................................................................................................. 20

Gráfico 2 - Localização do imóvel na cidade.................................................................................................................... 22

Gráfico 3 - Tipo de propriedade do imóvel........................................................................................................................ 24

Gráfico 4 - Propósito do imóvel................................................................................................................................................. 26

Gráfico 5 - Idade aproximada do Imóvel............................................................................................................................. 28

Gráfico 6 - Área útil do imóvel.................................................................................................................................................... 30

Gráfico 7 - Tipo de organização de construção do imóvel verificado............................................................. 32

Gráfico 8 - Informação sobre este comércio ser o primeiro instalado no imóvel................................... 35

Gráfico 9 - Existência de projeto de instalações elétricas do imóvel em análise.................................... 36

Gráfico 10 - Informação sobre o responsável pelo projeto elétrico ................................................................. 38

Gráfico 11 - Informação sobre o responsável pela execução da instalação elétrica do imóvel ..... 41

Gráfico 12 - Informação sobre existência de sistema de aterramento funcional ................................... 43

Gráfico 13 - Informação sobre existência de quadro geral de distribuição de energia elétrica ... 46

Gráfico 14 - Informações sobre proteção contra sobrecorrente no quadro geral de distribuição


ou em outro quadro de distribuição existente na instalação elétrica ........................................................... 47

Gráfico 15 - Informações sobre proteção diferencial residual existente no quadro geral de


distribuição da instalação elétrica ...............................................................................................................................................49

Gráfico 16 - Informações sobre proteção contra surtos de tensão (DPS) existentes no quadro
geral de distribuição da instalação elétrica ...................................................................................................................... 51

Gráfico 17 - Informações sobre existência de sistema de cores para os cabos elétricos de força .. 53

Gráfico 18 - Existência de condutor de proteção elétrica ....................................................................................... 55

Gráfico 19 - Informação sobre quantidade de benjamins (“tês”) ou adaptadores similares


instalados ................................................................................................................................................................................................. 58

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Gráfico 20 - Informação sobre existência de extensões (certificadas) ou filtros de linha


instalados ................................................................................................................................................................................................. 60

Gráfico 21 - Informações sobre quando foi realizada a última reforma, parcial ou total, da instalação
elétrica do imóvel..........................................................................................................................................................................................62

Gráfico 22 - Informações sobre a realização de projeto de instalação elétrica para a reforma.........64

Gráfico 23 - Informação sobre o percentual da área da edificação que foi reformada...........................66

Gráfico 24 - Informação sobre qual foi o motivo da reforma das instalações elétricas ..........................68

Gráfico 25 - Percepção sobre segurança das instalações elétricas .......................................................................70

Gráfico 26 - Informação sobre ocorrência de situações de choques elétricos nas instalações


do imóvel..............................................................................................................................................................................................................72

Gráfico 27 - Informação sobre ocorrência de incêndio ou princípio de incêndio no imóvel de origem


elétrica (sobrecarga ou curto-circuito)..........................................................................................................................................74

Gráfico 28 - Existência de sistema solar fotovoltaico (SFV) no imóvel .................................................................76

Gráfico 29 - QInformação sobre quem projetou e executou o SFV ......................................................................78

Gráfico 30 - Informação sobre a existência de proteção adequada no SFV ...................................................79

Gráfico 31 - Informação sobre a readequação das instalações elétricas do imóvel para receberem
o SFV ......................................................................................................................................................................................................................81

Gráfico 32 - Percepção sobre a existência de proteção adequada no SFV pelos entrevistadores .....82

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SUMÁRIO

1. Introdução.............................................................................................................15

2. Metodologia.........................................................................................................16

3. Resultados............................................................................................................18

3.1. Parte 1 – Dados gerais das edificações.............................................................18

3.2. Parte 2 – projeto e execução da edificação.................................................... 36

3.3 Parte 3 – Características da Instalação............................................................... 43

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................84

REFERÊNCIAS.............................................................................................................86
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

1. Introdução

A segurança elétrica é de fundamental importância

em qualquer tipo de edificação, seja residencial ou comercial.

No entanto, quando se trata de imóveis comerciais, onde

há uma maior demanda de energia e um número maior de

pessoas frequentando o local, instalações elétricas seguras e em

conformidade com as normas técnicas tornam-se ainda mais

cruciais. Nesse contexto, este estudo propõe-se a investigar a

situação das instalações elétricas em imóveis comerciais no

Brasil, analisando aspectos como projetos elétricos, dispositivos

de proteção, práticas de instalação e condicionamento dos

cabos elétricos, a f im de identif icar possíveis lacunas de

segurança e contribuir para a conscientização e adoção de

medidas que garantam a integridade e a segurança dos usuários

desses espaços.

A Associação Brasileira de Conscientização para os

Perigos da Eletricidade (Abracopel), entidade sem fins lucrativos

que atua há mais de 18 anos disponibilizando informações a

toda a população brasileira sobre os riscos com a eletricidade

e como evitá-los, com o objetivo de conhecer a qualidade das

instalações elétricas no Brasil, promoveu, entre os dias 19 de

setembro de 2022 e 10 de março de 2023, a pesquisa intitulada

“Raio X das instalações elétricas comerciais brasileiras”.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

2. METODOLOGIA

Esta pesquisa utilizou a mesma metodologia empregada no estudo

“Raio X das Instalações Elétricas Residenciais”, realizado em 2017 pela

Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade

(Abracopel) e pelo Instituto Brasileiro do Cobre. A coleta de dados foi efetuada

por profissionais colaboradores da Abracopel, previamente treinados

virtualmente sobre as diretrizes e critérios de avaliação.

Para legitimar as informações apresentadas, foi obtido um total de

494 questionários respondidos, distribuídos de maneira representativa por

todo o território brasileiro, incluindo o Distrito Federal. A investigação envolveu

diferentes estados e regiões do país, proporcionando uma visão abrangente

das características das instalações elétricas em imóveis comerciais.

A amostra da pesquisa incluiu imóveis localizados em áreas urbanas e

rurais, permitindo uma análise comparativa entre esses dois contextos. Além

disso, foram considerados diferentes tamanhos de cidades, categorizando

os imóveis de acordo com o número de habitantes nas áreas urbanas.

Para a coleta de informações sobre os imóveis comerciais, foram

utilizados questionários estruturados contendo perguntas sobre a localização

do imóvel, propriedade, propósito, idade, área útil, construção, projeto elétrico,

execução da instalação elétrica, proteções contra sobrecorrente e surtos de

tensão, sistema de aterramento, uso de benjamins e extensões, reformas

realizadas, percepção de segurança, ocorrência de acidentes e presença de

sistemas de geração fotovoltaica.

A análise dos dados coletados foi realizada por meio de tabulação

e interpretação dos resultados, permitindo a identificação de tendências,


lacunas de segurança e aspectos relevantes relacionados às instalações

elétricas em imóveis comerciais no Brasil.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Importa ressaltar que este estudo

busca fornecer uma visão geral das

características e condições das instalações

elétricas em imóveis comerciais no país. Os

resultados obtidos podem subsidiar ações

e iniciativas para aprimorar a segurança


elétrica nesses ambientes, visando à

proteção dos usuários e a prevenção de

acidentes relacionados à eletricidade.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

3. RESULTADOS

3.1 PARTE 1 – DADOS GERAIS DAS EDIFICAÇÕES

A Figura 1 apresenta os dados sobre o quantitativo de aplicações da

pesquisa por estado brasileiro. Essa informação é relevante para compreender

a distribuição geográfica dos participantes e identificar possíveis variações

nas respostas de acordo com a região do país.

Figura 1 - Distribuição da realização da pesquisa por estado brasileiro

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Os resultados revelam uma ampla diversidade de estados

representados na pesquisa. O estado de São Paulo possui a maior proporção

de respondentes, com 28,14% do total, o que pode ser atribuído ao fato

de ser o estado mais populoso do Brasil e concentrar uma alta atividade

comercial e empresarial.

Em seguida, o estado de Minas Gerais registra uma proporção

significativa de 10,73% dos respondentes, indicando uma participação

expressiva nessa região. Esse estado é conhecido por sua economia

diversificada e presença de indústrias, comércio e serviços.

Outros estados que se destacam em termos de participação são o

Rio de Janeiro, com 9,11% dos respondentes, Paraná e Bahia, ambos com

4,86%. Esses estados também são conhecidos por sua atividade econômica

e influência regional.

Destaca-se que a distribuição geográf ica dos respondentes

pode influenciar as características e condições das instalações elétricas

comerciais em diferentes regiões do país. Fatores como normas regionais,

disponibilidade de profissionais especializados e características climáticas

podem desempenhar um papel na qualidade e conformidade das

instalações elétricas.

Assim, a Figura 1 fornece uma visão geral da distribuição geográfica

dos participantes da pesquisa em relação aos estados brasileiros. Esse dado

pode ser útil para identificar possíveis variações regionais nas respostas e

compreender a diversidade da qualidade das instalações elétricas comerciais

em diferentes partes do país.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Os dados relacionados à localização dos imóveis comerciais incluídos

na pesquisa são apresentados no Gráfico 1, a seguir. Os imóveis foram

categorizados em diferentes áreas urbanas, de acordo com o número de

habitantes, e também os imóveis em área rural.

Gráfico 1 - Localização do Imóvel

0 30 60 90 120 150

Área Urbana: acima de 5 milhões de habitantes 98 (19,84%)

Área Urbana: De 1 a 5 milhões de habitantes 106 (21,46%)

Área Urbana: De 500 mil a 1 milhão de


64 (12,96%)
habitantes

Área Urbana: De 100 mil a 500 mil habitantes 131 (26,52%)

Área Urbana: Até 100 mil habitantes 81 (16,40%)

Área Rural 14 (2,83%)

Total de Respostas:494

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

A análise dos dados revela algumas informações relevantes.

Primeiramente, observa-se uma distribuição consideravelmente equilibrada

entre as áreas urbanas de diferentes portes. A maior proporção de imóveis

comerciais está localizada em áreas urbanas com uma população entre 100

mil e 500 mil habitantes, representando 26,52% do total de imóveis avaliados.

Em seguida, destaca-se a categoria de áreas urbanas com uma população

entre 1 milhão e 5 milhões de habitantes, com uma representação de 21,46%.


As áreas urbanas com uma população acima de 5 milhões de

habitantes e entre 500 mil e 1 milhão de habitantes também mostraram

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

uma presença significativa de imóveis comerciais, representando 19,84% e

12,96%, respectivamente.

Os imóveis localizados em áreas rurais apresentaram a menor

proporção na amostra, com apenas 2,83% do total avaliado.

Vale destacar que a localização do imóvel pode influenciar diversos

fatores relacionados à segurança elétrica, como a qualidade da infraestrutura

elétrica disponível, o acesso a serviços técnicos especializados e as práticas de

manutenção adotadas. Portanto, é fundamental que os órgãos reguladores,

as instituições e os profissionais do setor estejam atentos a essas diferenças

regionais para promover a segurança elétrica de forma efetiva em todos os

tipos de imóveis comerciais.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 2 apresenta os dados relacionados à localização específica

dos imóveis comerciais dentro da cidade. Os locais foram categorizados em

diferentes tipos, como ruas ou avenidas de grande circulação, galerias ou

galpões adaptados, shoppings de pequeno ou médio porte, shoppings de

grande porte e outros locais não especificados.

Gráfico 2 - Localização do imóvel na cidade

0 100 200 300 400

Rua/Avenida de grande circulação 387 (78,3%)

Galeria ou Galpões adaptados 24 (4,9%)

Shopping de grande porte 4 (,8%)

Shopping de pequeno ou médio porte 2 (,4%)

Outros 77 (15,6%)

Total de Respostas:494

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

A partir dos dados depreendem-se algumas informações

interessantes. A grande maioria dos imóveis comerciais, representando 78,34%

do total, está localizada em ruas ou avenidas de grande circulação. Esses

números indicam a preferência dos comerciantes por áreas movimentadas,

onde há maior fluxo de pedestres e potenciais clientes.

As informações obtidas também mostram que uma parcela menor


de imóveis comerciais, representando 4,86%, está localizada em galerias ou

galpões adaptados. Esses locais podem oferecer características específicas,

como uma estrutura adaptada para abrigar várias lojas em um mesmo espaço.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Por outro lado, os shoppings de pequeno ou médio porte e os

shoppings de grande porte representam uma proporção muito baixa dos

imóveis comerciais avaliados, com apenas 0,40% e 0,81%, respectivamente.

Esses dados sugerem que a maioria dos estabelecimentos comerciais não

está concentrada em shoppings, mas dispersa em outros tipos de localizações.

Além disso, o Gráfico 2 apresenta uma categoria denominada “Outro”,

que representa 15,59% dos imóveis comerciais avaliados. Essa categoria inclui

locais não especificados, que podem variar de acordo com as características

únicas de cada imóvel.

Esses resultados indicam a diversidade de localizações dos imóveis

comerciais dentro da cidade, com uma preferência significativa por áreas de

grande circulação. É importante destacar que a escolha da localização pode

ser influenciada por fatores como o público-alvo, a natureza do negócio e a

concorrência existente na região.

Compreender a localização específica dos imóveis comerciais é

relevante para o planejamento de estratégias de segurança elétrica. Cada

tipo de local pode apresentar desafios e exigir medidas adequadas de

proteção elétrica. Portanto, os dados do Gráfico 2 reforçam a importância

de considerar a diversidade de locais comerciais ao desenvolver diretrizes e

normas de segurança elétrica, a fim de garantir a proteção efetiva em todos

os tipos de estabelecimentos.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Na sequência, o Gráfico 3 expõe os dados relacionados à propriedade

dos imóveis comerciais avaliados na pesquisa. Os imóveis foram categorizados

em diferentes tipos, incluindo imóvel próprio, imóvel alugado, imóvel cedido,

imóvel compartilhado e outras categorias não especificadas.

Gráfico 3 - Tipo de propriedade do imóvel

0 100 200 300

Imóvel próprio 248 (50,2%)

Imóvel alugado 192 (38,9%)

Imóvel cedido 15 (3,0%)

Imóvel compartilhado 18 (3,6%)

Outros 21 (4,3%)

Total de Respostas:494

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Observa-se que a maioria dos estabelecimentos, representando

50,20% do total, é de propriedade dos próprios comerciantes. Além disso,

38,87% dos imóveis comerciais são alugados. O aluguel pode oferecer

flexibilidade e permitir que os empresários adaptem sua localização ou

tamanho de acordo com as necessidades do negócio.

Outra categoria presente no Gráfico 3 é a de imóveis cedidos, que

representa 3,04% dos casos, apontando que algumas empresas obtêm


um espaço comercial por meio de acordos de cessão, nos quais o imóvel é

disponibilizado por terceiros sem necessidade de pagamento de aluguel.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

A categoria de imóveis compartilhados também foi observada,

registrando 3,64% dos casos. Essa modalidade envolve a divisão do espaço

com outros negócios, o que pode ser uma opção para reduzir os custos

e compartilhar recursos. Além disso, o Gráfico 4 exibe uma categoria

denominada “Outro”, com 4,25% dos imóveis comerciais avaliados. Essa

categoria inclui casos em que não se conseguiu especificar, o que pode

englobar situações peculiares e únicas de propriedade dos imóveis.

Um imóvel alugado deve ter suas instalações projetadas para a

carga elétrica que será energizada na edificação. Dessa forma, ao alugar

um imóvel, as instalações elétricas devem ser adaptadas ou reconstruídas

para atender àquela demanda específica. A falta de reformas adequadas é

um dos principais motivos de incêndios de origem elétrica.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 4 exibe os dados relacionados ao propósito dos imóveis

comerciais analisados na pesquisa. Os imóveis foram classificados de

acordo com diferentes finalidades, como loja, sala, andar corrido, depósito/

armazém, galpão, residencial convertido em comercial e outras categorias

não especificadas.

Gráfico 4 - Propósito do imóvel

0 100 200 300

Residencial (casa) convertido em Comercial 212 (42,9%)

Comercial: Sala 72 (14,6%)

Comercial: Loja 61 (12,4%)

Comercial: Galpão 37 (7,5%)

Comercial: Depósito/Armazém 16 (3,2%)

Comercial: Andar Corrido 14 (2,8%)

Outros 82 (16,6%)

Total de Respostas:494

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

De se notar o fato de que 42,91% dos imóveis comerciais são

residenciais convertidos em comerciais. Esse percentual aponta uma

tendência de adaptação de imóveis residenciais para atender a propósitos

comerciais. Essa prática pode estar relacionada a uma série de fatores,

como a disponibilidade de imóveis residenciais desocupados, a localização

estratégica e a redução de custos em comparação com a construção de

um novo estabelecimento comercial. Merecem atenção, nesse caso, as

adequações que devem ser realizadas no imóvel, uma vez que o projeto
original previa outra forma de utilização.

26
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Além disso, as categorias “Loja” e “Sala” representam 12,35% e 14,57%

dos casos, respectivamente. Esses dados indicam que uma parte significativa

dos imóveis comerciais possui espaços destinados a lojas e salas comerciais.

Compõem ainda o gráfico as categorias “Andar Corrido” (2,83%),

“Depósito/Armazém” (3,24%), “Galpão” (7,49%) e “Outro” (16,60%), que

abrangem uma variedade de f inalidades comerciais que não foram

especificadas anteriormente. Essa diversidade de finalidades reflete a

natureza multifacetada dos negócios e demonstra a adaptabilidade dos

imóveis comerciais para atender a diferentes necessidades.

Os resultados exibidos no Gráfico 4 mostram que existe uma ampla

gama de propósitos para os imóveis comerciais, com uma proporção

significativa de imóveis residenciais convertidos em comerciais. Essa

informação é relevante para compreender as características estruturais e

funcionais desses imóveis, considerando que a conversão de um espaço

residencial em comercial pode ter implicações na infraestrutura elétrica e

nas medidas de segurança necessárias.

27
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Dados sobre a idade aproximada dos imóveis examinados na pesquisa

são abordados no Gráfico 5. Os imóveis foram agrupados em diferentes faixas

de idade, desde menos de 1 ano até mais de 31 anos, com uma categoria

adicional para os casos em que a idade do imóvel não era conhecida.

Gráfico 5 - Idade aproximada do Imóvel

0 30 60 90 120

Menos de 1 ano 17 (3,44%)

De 1 a 5 anos 66 (13,36%)

De 6 a 10 anos 72 (14,57%)

De 11 a 15 anos 65 (13,16%)

De 16 a 20 anos 65 (13,16%)

De 21 a 25 anos 45 (9,11%)

De 26 a 30 anos 35 (7,09%)

Mais de 31 anos 104 (21,05%)

Não sabe 25 (5,06%)


Total de Respostas:494

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Importa ressaltar a presença de imóveis com mais de 31 anos,

representando 21,05% dos casos. Esse dado indica que uma proporção

considerável dos imóveis comerciais possui uma idade avançada, o que pode

estar relacionado a fatores como a disponibilidade de espaços já existentes

e a preferência por locais estabelecidos no mercado.

Outra faixa de idade relevante é a de imóveis com 6 a 10 anos (14,57%)


e 11 a 15 anos (13,16%), que também representam uma parcela significativa

dos imóveis analisados. Esses dados sugerem que muitos imóveis comerciais

foram construídos ou adaptados recentemente, nos últimos 10 a 15 anos.

28
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Essa renovação ou construção de imóveis comerciais pode estar relacionada

ao crescimento econômico e ao desenvolvimento urbano, onde novos

empreendimentos são estabelecidos para atender à demanda do mercado.

Opostamente, é interessante observar que 3,44% dos imóveis têm

menos de 1 ano de idade. Essa porcentagem indica a presença de imóveis

recentemente construídos ou reformados, demonstrando que ainda há

investimentos em novos empreendimentos comerciais.

A presença de imóveis com idades variadas é relevante para entender

a manutenção e a necessidade de atualização desses espaços. Imóveis mais

antigos podem requerer maior atenção e investimentos para garantir sua

funcionalidade e segurança, enquanto os mais recentes podem demandar

menos manutenção.

No entanto, vale ressaltar que 5,06% dos casos indicaram que a idade

do imóvel não era conhecida. Essa falta de informação pode afetar a análise

e compreensão dos dados, pois a idade de um imóvel pode influenciar em

sua estrutura, sistemas elétricos, necessidade de renovação e outros aspectos

relevantes para a sua utilização comercial.

Em suma, o gráfico revela uma variedade de idades nos imóveis

comerciais pesquisados, com presença significativa de imóveis mais antigos.

Essa informação evidencia a importância de considerar a idade do imóvel

ao planejar melhorias, adaptações e manutenção elétrica desses espaços


para atender às necessidades dos negócios e garantir a segurança e o

conforto dos ocupantes.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Destacam-se no Gráfico 6 os dados sobre a área útil dos imóveis

comerciais avaliados na pesquisa. Os imóveis foram categorizados em

diferentes faixas de tamanho, expressas em metros quadrados.

Gráfico 6 - Área útil do imóvel

0 30 60 90 120 150

Até 49 m² 87 (17,61%)

De 50 m² a 100 m² 146 (29,55%)

De 101 m² a 200 m² 92 (18,62%)

De 201 m² a 300 m² 41 (8,30%)

De 301 m² a 500 m² 35 (7,09%)

De 501 m² a 1.000 m² 33 (6,68%)

Acima de 1.000 m² 60 (12,15%)

Total de Respostas:494

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

De acordo com o gráfico, a faixa mais representativa é a de imóveis

com área entre 50 m² e 100 m², correspondendo a 29,55% dos casos. Esses

números indicam que uma parcela considerável dos imóveis comerciais

possui um tamanho moderado, adequado para abrigar pequenos negócios

ou estabelecimentos comerciais de porte médio. Esses espaços podem ser

utilizados para atividades como lojas, escritórios, consultórios, entre outros.

Outra faixa relevante é a de imóveis com área de até 49 m², que

representa 17,61% dos casos. Essa categoria abrange imóveis menores, que
podem ser adequados para negócios de menor porte, como quiosques,

pequenas lojas ou empreendimentos individuais.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

A faixa de imóveis com área de 101 m² a 200 m² também se destaca,

representando 18,62% dos casos. Essa categoria inclui imóveis de tamanho

intermediário, que podem ser mais adequados para estabelecimentos

comerciais que requerem um espaço um pouco maior, como restaurantes,

academias, salões de beleza, entre outros.

Além disso, o Gráfico 6 demonstra que 12,15% dos imóveis possuem

uma área acima de 1.000 m². Essa porcentagem indica a presença de imóveis

de grande porte, que podem ser destinados a supermercados, centros

comerciais, lojas de departamentos ou estabelecimentos que demandam

uma área significativa para suas operações.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 7 expõe dados sobre o tipo de organização responsável

pela construção do imóvel comercial verificado na pesquisa. Os diferentes

tipos de organização incluem construtora ou empreiteira, mestre de obras

ou pedreiro, autoconstrução, mutirão e uma categoria de “Não sabe”, que

indica a falta de informação sobre o responsável pela construção.

Gráfico 7 - Tipo de organização de construção do imóvel verificado

0 40 80 120 160

Construtora ou Empreiteira 158 (32,%)

Mestre de obras ou Pedreiro 149 (30,2%)

Autoconstrução 54 (10,9%)

Mutirão 8 (1,6%)

Não sabe 125 (25,3%)

Total de Respostas:494

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

A análise dos dados revela algumas informações relevantes sobre

o processo de construção dos imóveis comerciais. A maior proporção de

imóveis, representando 31,98% dos casos, foi construída por construtoras

ou empreiteiras. Esse percentual aponta que uma parte significativa dos

imóveis comerciais analisados foi construída por empresas especializadas,

que possuem conhecimento técnico e experiência na área da construção. A


contratação de construtoras ou empreiteiras pode ser uma opção preferencial

para garantir a qualidade e a conformidade das instalações elétricas do imóvel.

32
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Na sequência, destaca-se a categoria mestre de obras ou pedreiro,

que corresponde a 30,16% dos casos. Essa categoria aponta que uma parcela

substancial dos imóveis comerciais foi construída por profissionais autônomos

ou equipes de pequeno porte. Essa opção pode ser mais comum em projetos

de menor escala ou empreendimentos que buscam reduzir os custos de

construção. No entanto, vale ressaltar que a qualidade das instalações

elétricas pode variar dependendo da experiência e do conhecimento técnico

desses profissionais.

A categoria de autoconstrução representa 10,93% dos casos, o

que demonstra que um número significativo de proprietários de imóveis

comerciais optou por construir seus estabelecimentos por conta própria,

sem a intervenção de profissionais especializados. Essa opção pode ser

mais comum em casos de pequenos negócios ou empreendimentos

individuais, nos quais o proprietário possui habilidades de construção ou

deseja economizar nos custos da construção.

Evidente que a instalação elétrica realizada pelo comerciante pode

apresentar riscos à segurança dos clientes e funcionários, possíveis problemas

de conformidade com as normas técnicas e regulamentações, impacto

negativo no funcionamento do negócio, falta de garantia e suporte técnico,

e potenciais consequências legais e financeiras em caso de acidentes ou

falhas elétricas. É recomendável contratar um profissional qualificado para

efetuar a instalação elétrica comercial, garantindo a segurança e o bom

funcionamento do estabelecimento.

A categoria de mutirão é a menos representativa, com apenas 1,62%

dos casos. Essa opção envolve a colaboração de um grupo de pessoas na

construção do imóvel, geralmente em comunidades ou cooperativas. Essa


abordagem pode ser adotada em projetos comunitários ou empreendimentos

que buscam envolver a comunidade local no processo de construção.

33
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Por fim, uma parcela considerável dos dados, correspondendo

a 25,30% dos casos, está classificada como “Não sabe”. Isso denota que

a informação sobre o tipo de organização responsável pela construção

do imóvel não foi disponibilizada ou não estava disponível durante a

pesquisa. A falta de informação pode estar relacionada à falta de registro

adequado ou documentação dos responsáveis pela construção.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 8 disponibiliza informações sobre se o comércio pesquisado

é o primeiro a ser instalado no imóvel. Os dados indicam que 50,40% dos

comércios são os primeiros a serem instalados, enquanto 28,74% não são

os primeiros e 20,85% dos entrevistados não têm conhecimento sobre

essa informação.

Gráfico 8 - Informação sobre este comércio ser o primeiro instalado no imóvel


0 40 80 120 160 200 240 280

Sim 249 (50,4%)

Não 142 (28,7%)

Sem
103 (20,9%)
informação

Total de Respostas:494

(Observação: A pergunta realizada para o entrevistado era - Este comércio é o

primeiro que foi instalado neste imóvel?).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Comércios instalados pela primeira vez em um determinado imóvel

podem enfrentar desafios específicos, como a necessidade de realizar

instalações elétricas do zero, o que pode exigir mais tempo e recursos.

Por outro lado, comércios que não são os primeiros a serem instalados

podem se beneficiar da infraestrutura elétrica já existente, facilitando o

processo de instalação.

É importante levar em consideração se o comércio é o primeiro a ser

instalado ou não, pois isso pode afetar a complexidade e os custos envolvidos


na realização das instalações elétricas. Além disso, é fundamental garantir

que as instalações atendam aos requisitos de segurança e conformidade,

independentemente de serem as primeiras ou não.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

3.2. PARTE 2 – PROJETO E EXECUÇÃO DA EDIFICAÇÃO

As informações sobre a existência de um projeto de instalações

elétricas para o imóvel em análise são apresentadas no Gráfico 9. De acordo

com os dados, 35,66% dos entrevistados afirmaram que há um projeto de

instalações elétricas, enquanto 48,77% disseram que não há projeto e 15,57%

não sabem se existe um projeto ou não.

Gráfico 9 - Existência de projeto de instalações elétricas do imóvel em análise

0 40 80 120 160 200 240 280

Não 238 (48,8%)

Sim 174 (35,7%)

Sem
76 (15,6%)
informação

Total de Respostas:488

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Esses resultados são preocupantes, pois um projeto de instalações

elétricas é essencial para garantir a segurança, eficiência e conformidade

com as normas elétricas. A ausência de um projeto adequado pode levar

a problemas como sobrecarga da rede elétrica, risco de curto-circuito,


incêndios e até mesmo acidentes graves, conforme tem sido reportado todos

os anos no Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica publicado

pela Abracopel.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

A partir do projeto de instalações elétricas

é possível planejar e dimensionar corretamente os

circuitos elétricos, escolher os materiais adequados,

determinar a capacidade dos disjuntores e garantir a

distribuição equilibrada da carga elétrica. Além disso,

um projeto bem elaborado considera as normas

técnicas e de segurança, o que contribui para a

prevenção de problemas futuros.

Portanto, a alta proporção de comerciantes

sem projeto de instalações elétricas indica a

necessidade urgente de conscientização e orientação

sobre a importância desse documento. Eles devem

ser incentivados a buscar serviços profissionais de

engenharia elétrica para garantir a segurança e o bom

funcionamento de suas instalações elétricas comerciais.

37
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Conforme os dados do Gráfico 10, que fornece informações sobre

quem é o responsável pelo projeto elétrico das instalações comerciais,

64,60% dos entrevistados indicaram que um é um engenheiro(a) eletricista.

Em seguida, 11,80% mencionaram um(a) técnico(a) em eletrotécnica como

responsável, enquanto 9,32% citaram um(a) engenheiro(a) civil.

Gráfico 10 - Informação sobre o responsável pelo projeto elétrico

0 30 60 90 120

Engenheiro(a) eletricista 104 (64,60%)

Técnico(a) em eletrotécnica 19 (11,80%)

Engenheiro(a) civil 15 (9,32%)

Arquiteto(a) 3 (1,86%)

Sem informação 17 (10,56%)

Outros 3 (1,86%)

Total de Respostas:161

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

É gratificante verificar que a maioria dos comerciantes reconhece a

importância de envolver um(a) engenheiro(a) eletricista no projeto elétrico.

Esses profissionais têm o conhecimento técnico necessário para elaborar um

projeto seguro e eficiente, levando em consideração os aspectos elétricos,

normas técnicas e regulamentações vigentes.

Por outro lado, a presença de outros responsáveis menos

especializados, como engenheiros(as) civis, arquitetos(as) e técnicos(as) em


eletrotécnica, pode indicar a falta de entendimento sobre as competências

específicas exigidas para a elaboração de um projeto elétrico adequado.

38
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Nessa perspectiva, a contratação de um(a) engenheiro(a) eletricista é

fundamental, pois esse profissional possui formação acadêmica e experiência

na área elétrica, estando apto a realizar cálculos, dimensionamentos e

especif icações técnicas necessárias para uma instalação elétrica

segura e eficiente.

No entanto, é preocupante observar que 10,56% dos entrevistados

afirmaram não saber quem é o responsável pelo projeto elétrico. Essa falta

de conhecimento pode resultar em contratações inadequadas ou em

ausência de um profissional qualificado para elaborar o projeto elétrico, o

que representa um risco para a segurança das instalações.

Portanto, os resultados evidenciam a importância de conscientizar

os comerciantes sobre a necessidade de envolver um(a) engenheiro(a)

eletricista qualificado(a) e capacitado(a) no projeto elétrico das instalações

comerciais. Isso garantirá a conformidade com as normas, a segurança

elétrica e a eficiência energética, contribuindo para o bom funcionamento

e sucesso dos empreendimentos comerciais.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

No que se refere às informações sobre quem executou a

instalação elétrica dos imóveis comerciais analisados, apresentadas no

Gráfico 11 apresenta, os dados revelam que esta é atribuída a diferentes

profissionais e entidades.

Gráfico 11 - Informação sobre o responsável pela execução da

instalação elétrica do imóvel

0 20 40 60

Eletricista 48 (30%)

Engenheiro(a) eletricista 39 (24%)

Técnico(a) em eletrotécnica 25 (16%)

Construtora ou Empreiteira 23 (14%)

Engenheiro(a) civil 6 (04%)

Mestre de obras ou Pedreiro 1 (01%)

Sem informação 17 (11%)

Outros 2 (01%)
Total de Respostas:161

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Segundo os resultados, em 29,81% as instalações elétricas foram

executadas sob supervisão de engenheiros(as) eletricistas. Além disso, 24,22%

mencionaram a participação de engenheiros(as) eletricistas na execução,

enquanto 15,53% citaram técnicos(as) em eletrotécnica. Esses dados indicam

a presença de profissionais qualificados e especializados na execução das

instalações elétricas.
Por outro lado, é preocupante observar que em 10,56% dos comércios

não se sabe quem foram os responsáveis pela execução das instalações

elétricas do imóvel. Essa falta de conhecimento pode indicar ausência de

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

fiscalização adequada ou a contratação de profissionais não qualificados,

o que pode comprometer a segurança e o desempenho das instalações

elétricas comerciais.

Além disso, é importante destacar que, em 14,29% dos comércios, a

instalação elétrica foi executada por construtoras ou empreiteiras, enquanto

apenas 0,62% mencionou a participação direta de mestres de obras ou

pedreiros. Esses dados sugerem a presença de profissionais e empresas

especializadas na execução das instalações elétricas, o que é positivo para

garantir a qualidade e a conformidade das instalações.

Em resumo, os resultados do Gráfico 11 possibilitam a construção

da discussão sobre a importância de envolver profissionais qualificados e

especializados na execução das instalações elétricas comerciais. Eletricistas

(execução), engenheiros(as) eletricistas (projeto e acompanhamento),

técnicos(as) em eletrotécnica (supervisão da execução) e empresas de

construção ou empreiteiras desempenham papéis fundamentais na garantia

da qualidade, segurança e conformidade das instalações elétricas. No entanto,

a falta de conhecimento sobre quem executou a instalação elétrica e a

ausência de participação dos arquitetos(as) podem representar desafios a

serem abordados para promover instalações elétricas seguras e eficientes

nos empreendimentos comerciais.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

3.3 PARTE 3 – CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO

O Gráfico 12 exibe informações sobre a presença de um sistema

de aterramento funcional nas instalações elétricas dos imóveis comerciais

pesquisados. O sistema de aterramento desempenha um papel

fundamental na segurança e no desempenho das instalações elétricas.

Gráfico 12 - Informação sobre existência de sistema de aterramento funcional

0 40 80 120 160 200 240

Sim 201 (43,6%)

Não 191 (41,4%)

Sem
69 (15,%)
informação

Total de Respostas:461

(Observação 1: malha de aterramento, anel de aterramento, eletrodos verticais ou

horizontais, barramento de equipotencialização).

(Observação 2: não se trata da haste que a concessionária obriga a instalar no

sistema de medição).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Com base nos dados, 43,60% dos entrevistados afirmaram que a

instalação elétrica possui um sistema de aterramento funcional. Esse dado

comprova que uma parcela significativa dos imóveis comerciais analisados


adotou medidas adequadas de aterramento, como malha de aterramento,

anel de aterramento, eletrodos verticais ou horizontais, ou barramento

de equipotencialização. Essas medidas são essenciais para proteger as

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

pessoas contra choques elétricos e garantir o correto funcionamento dos

equipamentos elétricos.

Opostamente, merece atenção o fato de que 41,43% das instalações

comerciais não possuíam um sistema de aterramento funcional. Isso significa

que uma parte significativa dos imóveis comerciais investigados está em risco

de problemas de segurança elétrica e mau funcionamento dos equipamentos.

A falta de um sistema de aterramento adequado pode aumentar o risco de

choques elétricos, danos aos equipamentos e incêndios.

Além disso, 14,97% dos entrevistados relataram não saber se a

instalação elétrica possui um sistema de aterramento funcional. Esse

desconhecimento pode denotar uma falta de informação ou consciência

sobre a importância do aterramento e a necessidade de verificar regularmente

sua funcionalidade.

Frequentemente são encontrados erros em imóveis residenciais e

comerciais com relação ao sistema de aterramento. Muitos imóveis usam

as hastes de aterramento solicitadas pela distribuidora de energia como

sistema funcional único. Sabidamente, o sistema de aterramento deve

envolver tal haste, mas deve seguir uma das regras estabelecidas na ABNT

NBR 5410:2004, que prevê anel metálico circulando a edificação como

mínimo, mas sugere o uso das estruturas de ferragens das fundações como
preferencial. Na pesquisa identificamos essa prática somente em 43,6%

dos imóveis, os restantes responderam que não sabem, não têm ou usam

a haste de terra da distribuidora de energia.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Em síntese, os resultados do Gráfico 12 destacam a importância de

um sistema de aterramento funcional nas instalações elétricas comerciais.

Embora uma parcela significativa dos imóveis comerciais analisados tenha

adotado medidas adequadas de aterramento, ainda há uma proporção

considerável que não possui um sistema de aterramento funcional. Essa

falta de aterramento aumenta os riscos de choques elétricos, danos aos

equipamentos e incêndios. É essencial que os comerciantes e proprietários

de imóveis comerciais estejam cientes da importância do aterramento e

adotem medidas para garantir sua presença e funcionalidade adequada

nas instalações elétricas.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

No Gráfico 13 são exibidos os dados sobre a presença de um quadro

geral de distribuição de energia elétrica nos imóveis comerciais pesquisados.

O quadro geral de distribuição é um componente essencial nas instalações

elétricas, pois é responsável por receber a energia elétrica fornecida pela

concessionária e distribuí-la de maneira segura e controlada para os diferentes

circuitos do imóvel.

Gráfico 13 - Informação sobre existência de quadro geral de distribuição de

energia elétrica

0 40 80 120 160 200 240 280 320 360 400 440 480

Sim 427 (92,6%)

Não 28 (6,1%)

Sem
6 (1,3%)
informação

Total de Respostas:461

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Conforme os resultados obtidos, 92,62% dos entrevistados afirmaram

que o imóvel possui um quadro geral de distribuição de energia elétrica,

confirmando que a grande maioria dos imóveis comerciais analisados adotou

essa estrutura fundamental para a distribuição adequada da energia elétrica.

Ter um quadro geral de distribuição permite uma organização eficiente

dos circuitos elétricos, facilitando o controle, a proteção e a manutenção

do sistema elétrico como um todo.


Em sentido contrário, é preocupante observar que 6,07% dos imóveis

não possuem um quadro geral de distribuição de energia elétrica. Esse

número sugere que uma parcela significativa dos imóveis comerciais

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

pesquisados pode enfrentar problemas de distribuição de energia elétrica,

como sobrecargas ou falta de controle adequado dos circuitos. A ausência

de um quadro geral de distribuição compromete a segurança elétrica e

pode resultar em danos aos equipamentos e risco de incêndios.

Ainda, 1,30% dos entrevistados indicaram não saber se o imóvel

possui um quadro geral de distribuição de energia elétrica, e não foi possível

localizar na visita, apontando para uma falta de conhecimento ou informação

sobre a estrutura elétrica do imóvel e a importância desse componente.

Gráfico 14 - Informações sobre proteção contra sobrecorrente no quadro geral de

distribuição ou em outro quadro de distribuição existente na instalação elétrica

0 100 200 300 400

Disjuntor termomagnético (proteção geral) 323 (78,2%)

Disjuntor termomagnético (proteção de circuito


308 (74,6%)
individual)

Fusível (proteção geral) 31 (7,5%)

Fusível (proteção de circuito individual) 27 (6,5%)

Sem proteção contra sobrecorrente 17 (4,1%)

Total de Respostas:413

(Observação: nesta pergunta era possível marcar mais de uma resposta).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Conforme os resultados, em 78,21% dos comércios analisados


havia disjuntores termomagnéticos como proteção geral nos quadros

gerais de distribuição ou em outros quadros de distribuição. Os disjuntores

termomagnéticos são dispositivos de proteção que atuam em caso de

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

sobrecorrentes e curtos-circuitos, interrompendo o fluxo de corrente elétrica

e protegendo o sistema contra danos.

Complementando a questão, 74,58% (lembrando que era possível

marcar mais de uma resposta) dos comércios indicaram a presença de

disjuntores termomagnéticos como proteção de circuito individual. Essa

medida de proteção visa garantir que cada circuito elétrico seja protegido

individualmente, de modo que uma sobrecorrente em um circuito não afete

os demais. Essa proporção significativa de respostas positivas indica uma

preocupação adequada com a segurança dos circuitos elétricos individuais.

No que diz respeito aos fusíveis, em 7,51% dos comércios foi registrado

o uso de fusíveis como proteção geral, e em 6,54% a presença de fusíveis como

proteção de circuito individual. Os fusíveis são dispositivos de proteção que

interrompem o fluxo de corrente elétrica quando ocorre um curto-circuito,

protegendo assim o sistema. Embora a proporção de respostas positivas

seja menor em comparação aos disjuntores termomagnéticos, é curioso

observar que uma parcela dos imóveis comerciais analisados ainda adota

essa medida de proteção, considerada bastante antiga e, até certo ponto,

não é mais convencional para esse tipo de proteção.

Por fim, em 4,12% dos comércios avaliados o quadro geral de

distribuição ou outro quadro de distribuição não possui proteção contra

sobrecorrente. Essa é uma proporção preocupante, pois indica que uma

parcela dos imóveis comerciais analisados está desprotegida contra

sobrecorrentes, o que aumenta os riscos de danos e acidentes elétricos.

48
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 15 apresenta dados sobre as proteções diferenciais residuais

(DR) existentes nos quadros gerais de distribuição ou em outros quadros

de distribuição das instalações elétricas comerciais analisadas. As proteções

diferenciais residuais são dispositivos de segurança que detectam correntes

de fuga e desligam o circuito elétrico quando há uma diferença de corrente

que circula entre as fases e o neutro, diminuindo os riscos de choque elétrico,

incêndios e outros casos de fugas de corrente.

Gráfico 15 - Informações sobre proteção diferencial residual existente no quadro

geral de distribuição da instalação elétrica

0 100 200 300

DR geral 107 (25,9%)

DR por grupo de circuitos 66 (16,0%)

DR por circuito 41 (9,9%)

Sem proteção diferencial residual 246 (59,6%)

Total de Respostas:413

(Observação: nesta pergunta era possível marcar mais de uma resposta).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

A partir dos resultados obtidos, constatou-se em 25,91% dos comércios

pesquisados a presença de DR geral nos quadros de distribuição. O DR geral


é responsável por proteger toda a instalação elétrica contra fuga de corrente,

proporcionando uma camada adicional de segurança.

49
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Ainda, em 15,98% dos casos, foi registrada a presença de DR por grupo

de circuitos. Essa informação comprova que diferentes grupos de circuitos

são protegidos individualmente por dispositivos DR. Essa abordagem é eficaz

para isolar seções específicas da instalação elétrica em caso de correntes

de fuga, minimizando os riscos. Outros 9,93% dos comércios há a presença

de DR por circuito. Nesse caso, cada circuito individual é protegido por um

dispositivo DR, garantindo um nível ainda maior de segurança.

No entanto, é preocupante observar que em 59,56% dos casos o

quadro geral de distribuição ou outro quadro de distribuição não possuía

proteção diferencial residual (DR). Esse dado denota que uma proporção

significativa dos imóveis comerciais analisados está desprotegida contra

fugas de correntes elétrica, aumentando os riscos de choque elétrico. A

ausência de DR é uma questão de segurança séria e deve ser abordada

pelos proprietários e responsáveis pelos imóveis comerciais.

50
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 16 apresenta dados sobre as proteções contra surtos de

tensão (DPS) existentes nos quadros gerais de distribuição ou em outros

quadros de distribuição das instalações elétricas comerciais analisadas. Os

surtos de tensão são picos de energia transitórios que podem danificar

equipamentos elétricos sensíveis, causando prejuízos e interrupções

no funcionamento.

Gráfico 16 - Informações sobre proteção contra surtos de tensão (DPS) existentes

no quadro geral de distribuição da instalação elétrica

0 100 200 300

DPS geral protegido pelo disjuntor geral 136 (32,9%)

DPS geral protegido por disjuntor próprio 51 (12,4%)

DPS geral protegido por fusível 10 (2,4%)

Sem proteção contra surtos de tensão 244 (59,1%)

Total de Respostas:413

(Observação: nesta pergunta era possível marcar mais de uma resposta).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

De acordo com os resultados, em 32,93% dos comércios havia a

presença de um DPS geral protegido pelo disjuntor geral no quadro de

distribuição, significando que há um dispositivo de proteção contra surtos

de tensão instalado e conectado ao disjuntor geral, que atua como uma


defesa para toda a instalação elétrica.

Constatou-se ainda que em 12,35% dos comércios havia a presença

de um DPS geral protegido por disjuntor próprio, procedimento correto a ser

51
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

feito em uma instalação, possibilitando o seccionamento do

DPS do circuito da instalação nos casos em que o equipamento

entrar em curto-circuito.

Apenas 2,42% dos entrevistados responderam que

há um DPS geral protegido por fusível. Isso aponta que um

dispositivo de proteção contra surtos de tensão é instalado e

conectado a um fusível específico no quadro de distribuição.

Essa proporção é relativamente baixa em comparação com

outras opções de proteção mencionadas, apesar de ser uma

boa alternativa, uma vez que, a instalação de um fusível

limitador de corrente possibilita uma atuação mais rápida

que o disjuntor para os casos de curto-circuito.

No entanto, é preocupante observar que 59,08% dos

entrevistados responderam que não há proteção contra surtos

de tensão nos quadros de distribuição das instalações elétricas

comerciais analisadas. Esse dado demonstra que a maioria

dos imóveis comerciais está desprotegida contra surtos de

tensão, o que aumenta o risco de danos a equipamentos e

sistemas elétricos sensíveis.

52
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

As informações obtidas sobre a presença de um sistema de cores

para os cabos elétricos de força nas instalações elétricas comerciais analisadas

estão expostas no Gráfico 17, abaixo. Esse sistema de cores padronizado é

fundamental para facilitar a identificação dos condutores e garantir uma

instalação elétrica segura e adequada.

Gráfico 17 - Informações sobre existência de sistema de cores para os cabos

elétricos de força
0 50 100 150 200 250

Sim 215 (50,2%)

Parcialmente 106 (24,8%)

Não 93 (21,7%)

Sem informação 14 (3,3%)

Total de Respostas:428

(Observação: Cabo azul-claro para condutores neutros. Cabo verde ou verde/ama-


relo para condutores de proteção elétrica. Demais cores para condutores fase).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

A partir dos resultados, verificou-se que em 50,23% dos comércios

analisados observou-se que a instalação elétrica possuía um sistema de cores

para os cabos elétricos de força conforme as especificações mencionadas.

Esse percentual denota que os condutores neutros são identificados por um


cabo azul-claro, os condutores de proteção elétrica, por um cabo verde ou

verde/amarelo, e as demais cores são utilizadas para identificar os condutores

de fase. Essa proporção de respostas positivas indica que uma parcela

53
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

significativa dos imóveis comerciais avaliados segue corretamente esse

padrão de cores.

Por outro lado, em 21,73% dos casos observou-se que a instalação

elétrica não possui um sistema de cores para os cabos elétricos de força. Isso

pode indicar uma falta de padronização e organização na identificação dos

cabos, o que pode dificultar a manutenção, reparo e identificação correta

dos condutores.

Em um percentual de 24,77% dos casos, constatou-se que a instalação

elétrica possui o sistema de cores parcialmente implementado. Esse dado

pode significar que apenas alguns cabos estão identificados corretamente,

enquanto outros não seguem o padrão de cores recomendado. Essa

situação também pode causar confusão e dificuldades na identificação


adequada dos cabos.

54
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 18 exibe informações sobre a presença do condutor de

proteção elétrica nas instalações elétricas comerciais analisadas. O condutor,

também conhecido como fio terra, desempenha um papel fundamental

na segurança das instalações elétricas, pois tem a função de direcionar as

correntes de fuga para o solo, protegendo as pessoas contra choques elétricos.

Gráfico 18 - Existência de condutor de proteção elétrica

0 50 100 150 200

Sim (em todos os pontos de tomada e


189 (44,2%)
equipamentos).

Parcialmente (em apenas alguns pontos de


108 (25,2%)
tomada e equipamentos).

Não 131 (30,6%)

Total de Respostas:428

(Observação: fio terra conectado no pino do meio da tomada ou diretamente a

uma massa metálica).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Conforme os dados obtidos, em 44,16% dos casos observou-se que a

instalação elétrica possui o condutor de proteção elétrica em todos os pontos

de tomada e equipamentos. Essa resposta revela que essas instalações estão

em conformidade com as normas de segurança elétrica, o que é muito

importante para a proteção dos usuários e prevenção de acidentes elétricos.

55
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Por outro lado, em 25,23% dos casos, a instalação elétrica possuía

o condutor de proteção elétrica apenas em alguns pontos de tomada

e equipamentos, de forma parcial, o que indica falta de padronização e

consistência na implementação do condutor de proteção elétrica, e pode

comprometer a segurança dos usuários nos pontos onde ele não está presente.

Observou-se ainda que em 30,61% dos casos a instalação elétrica não

possui o condutor de proteção elétrica em nenhum ponto de tomada ou

equipamento. Essa deve ser considerado uma informação grave, uma vez que

a ausência do fio terra pode aumentar significativamente o risco de choques

elétricos e comprometer a segurança dos usuários e do próprio imóvel.

56
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

As informações relativas à presença

de benjamins (“tês”) nas instalações elétricas

comerciais analisadas são demonstradas no

Gráf ico 19, a seguir. Os benjamins, também

conhecidos como adaptadores múltiplos ou

tomadas múltiplas, são dispositivos utilizados

para expandir o número de tomadas disponíveis

em um único ponto de alimentação. Eles não

são certificados e podem colocar os usuários das

instalações em risco.

57
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Gráfico 19 - Informação sobre quantidade de benjamins (“tês”) ou adaptadores

similares instalados

0 50 100 150 200 250

Não existe Benjamins 219 (52,4%)

Existe de forma temporária 99 (23,7%)

Existe de forma permanente 60 (14,4%)

Sem informação 40 (9,6%)

Total de Respostas:418

(Observação: não foram considerados as extensões certificadas e filtros de linha

que incluem outras proteções e são adequados para uso).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Os dados demonstram que em 52,39% dos comércios analisados

a instalação elétrica não possui benjamins. Esse percentual indica que a

maioria das instalações analisadas não faz uso desses dispositivos, o que

pode ser positivo em termos de segurança e organização da instalação

elétrica. A utilização de benjamins pode levar à sobrecarga das tomadas,

aumentando o risco de superaquecimento e incêndio, além de gerar pontos

de mal contato, que podem aquecer e iniciar um incêndio na presença de

materiais combustíveis.

Foi identificado ainda que em 23,68% dos casos as instalações

elétricas possuem benjamins de forma temporária. Essa prática pode


confirmar uma necessidade pontual de expandir o número de tomadas em

determinados momentos, mas é importante ressaltar que o uso prolongado

de benjamins temporários pode representar um risco, especialmente se não

forem utilizados de maneira adequada e segura.


58
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Conforme ainda os resultados, em 14,35% dos casos a instalação

elétrica possuía benjamins de forma permanente. Esse dado demonstra

o elevado risco presente nas instalações elétricas comerciais analisadas,

uma vez que o dispositivo geralmente provoca aquecimentos e conexões

inadequadas. Além de, em muitos casos, eliminar o condutor de proteção,

o que coloca os usuários em risco.

59
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

No Gráfico 20 estão expostas as informações sobre a presença de

extensões certificadas ou filtros de linha nas instalações elétricas comerciais

analisadas. As extensões certificadas são cabos de alimentação que permitem

estender a conexão elétrica de uma tomada para outra, enquanto os filtros

de linha são dispositivos que protegem os equipamentos conectados contra

surtos de tensão e em alguns casos possuem filtros para outras interferências.

Gráfico 20 - Informação sobre existência de extensões (certificadas) ou filtros de

linha instalados

0 25 50 75 100 125 150

Existe de forma permanente 129 (30,9%)

Não existe extensões ou filtro


127 (30,4%)
de linhas

Existe de forma temporária 108 (25,8%)

Sem informação 54 (12,9%)

Total de Respostas:418
(Observação: Não foram considerados os “tês” ou adaptadores similares nestas

respostas).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Segundo os dados levantados nesta investigação, em 30,38% dos

casos analisados a instalação elétrica não possuía extensões ou filtros de linha.

Observou-se também que em 25,84% dos casos a instalação

elétrica possuía extensões ou filtros de linha de forma temporária, o


que evidencia que esses dispositivos são utilizados de maneira pontual,

possivelmente para atender a demandas específicas de conectividade

60
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

ou proteção em determinados momentos.

Inclusive equipamentos eletrônicos, que

são concentrados em determinados locais,

como caixas, bancadas, racks, etc.

Além disso, em 30,86% dos casos

a instalação elétrica possuía extensões

ou filtros de linha de forma permanente.

Essa resposta sugere que um número

significativo de instalações optou por utilizar

esses dispositivos de forma contínua, visando

a uma distribuição adequada de energia e

proteção dos equipamentos elétricos.

61
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

No Gráfico 21 são exibidas as informações sobre a última reforma,

parcial ou total, realizada nas instalações elétricas comerciais dos imóveis

pesquisados. A frequência das reformas é um indicativo importante da

manutenção e atualização das instalações elétricas, uma vez que, com o

tempo, componentes e sistemas podem se desgastar, tornando-se obsoletos

ou apresentando falhas.

Gráfico 21 - Informações sobre quando foi realizada a última reforma, parcial ou

total, da instalação elétrica do imóvel

0 25 50 75 100 125

Não foi realizada reforma 108 (26%)

Em menos de 1 ano 60 (14%)

Entre 1 e 5 anos 98 (23%)

Entre 5 e 10 anos 53 (13%)

Em mais de 10 anos 38 (09%)

Sem informação 61 (15%)

Total de Respostas:418

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

De acordo com as respostas obtidas, em 14,35% dos casos, a

última reforma da instalação elétrica foi realizada em menos de 1 ano. Essa

informação sugere uma abordagem proativa por parte dos proprietários ou

comerciantes, que estão atentos à importância de manter as instalações

elétricas atualizadas e em bom estado de funcionamento. Em 23,44% dos

casos, a última reforma ocorreu entre 1 e 5 anos. Essa faixa de tempo indica

que uma parcela significativa das instalações elétricas recebeu algum tipo

62
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

de atualização ou revisão nos últimos anos, o que é positivo para garantir a

segurança e a eficiência energética.

Por outro lado, 12,68% dos entrevistados responderam que a última

reforma ocorreu entre 5 e 10 anos. Embora esse intervalo de tempo seja

relativamente longo, ainda indica que uma parte das instalações elétricas

passou por alguma forma de atualização há alguns anos.

Uma porcentagem menor, 9,09% dos casos avaliados, relatou que a

última reforma ocorreu há mais de 10 anos. Essa resposta sugere que algumas

instalações elétricas podem estar defasadas em termos de atualização e

manutenção, aumentando o risco de problemas elétricos.

Em 25,84% dos casos não foi realizada nenhuma reforma na instalação

elétrica. Essa resposta é preocupante, pois sinaliza a falta de investimento

e cuidado com a manutenção das instalações elétricas comerciais, o que

pode resultar em riscos de segurança e ineficiência energética.

Por fim, em 14,59% dos casos, não foi possível saber quando ou

se já foi realizada uma reforma na edificação. Essa falta de conhecimento

pode apontar uma falta de atenção aos detalhes da instalação elétrica e à

necessidade de manutenção adequada.

63
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 22 apresenta dados sobre a realização de projeto elétrico

para a reforma das instalações elétricas comerciais nos imóveis examinados.

Um projeto elétrico adequado é essencial para garantir a segurança, eficiência

e conformidade das instalações elétricas, considerando as necessidades

específicas do ambiente.

Gráfico 22 - Informações sobre a realização de projeto de instalação elétrica

para a reforma

0 25 50 75 100 125 150

Não 135 (54,2%)

Sim 78 (31,3%)

Sem
36 (14,5%)
informação

Total de Respostas:249

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Conforme os dados obtidos, apenas em 31,33% dos casos foi elaborado

um projeto elétrico para a reforma. Essa porcentagem relativamente

baixa sugere que uma parte significativa das reformas nas instalações

elétricas comerciais ocorreu sem um projeto elaborado por um profissional

especializado, o que é extremamente preocupante, uma vez que a confecção

de um projeto evita uma série de erros durante a etapa de execução, além

de possibilitar o correto dimensionamento da instalação.

Nesse sentido, a maioria dos casos avaliados (54,22%) indicou que não

foi realizado um projeto elétrico para a reforma. Essa resposta é preocupante,


pois aponta uma falta de planejamento e orientação profissional nas

alterações e melhorias das instalações elétricas. Sem um projeto adequado,

64
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

há maior probabilidade de ocorrência de erros, inadequações e riscos para

a segurança elétrica.

É importante ressaltar que a ausência de um projeto elétrico pode

resultar em diversas complicações, como inadequação da capacidade

do sistema elétrico, distribuição irregular de cargas, sobrecargas, falta de

dimensionamento adequado dos condutores e dispositivos de proteção,

entre outros problemas. Além disso, sem um projeto, pode haver dificuldade

na manutenção futura das instalações e na resolução de eventuais falhas

ou problemas elétricos.

65
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O levantamento sobre o percentual da área da edificação que foi

reformada nas instalações elétricas comerciais dos imóveis pesquisados

é demonstrado no Gráfico 23, abaixo. Essa informação permite ter uma

noção do alcance das reformas realizadas e da extensão das modificações

nas instalações elétricas.

Gráfico 23 - Informação sobre o percentual da área da edificação

que foi reformada

0 25 50 75 100 125

Até 25% 101 (44%)

Entre 26% e 50% 46 (20%)

Entre 51% e 75% 32 (14%)

Entre 75% e 100% 53 (23%)

Total de Respostas:232

(Observação: estimativa).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Segundo os dados obtidos, a maioria dos comércios avaliados,

cerca de 43,53%, indicou que até 25% da área da edificação foi reformada.

Esse percentual sugere que a maior parte das reformas teve um alcance

relativamente limitado, abrangendo apenas uma porção menor do espaço

total do imóvel. Essas reformas provavelmente se concentraram em áreas

66
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

específicas, como salas individuais, setores ou pontos específicos da

instalação elétrica.

Ainda conforme a pesquisa, aproximadamente 19,83% dos casos

apontaram que a reforma abrangeu entre 26% e 50% da área da edificação.

Esse dado indica um nível moderado de modificação nas instalações

elétricas, abrangendo uma porção significativa da edificação, possivelmente

envolvendo a reestruturação de áreas maiores ou a reformulação de sistemas

elétricos específicos.

Em 13,79% dos casos as reformas envolveram entre 51% e 75% da

área da edificação. Essa porcentagem revela um nível mais abrangente de

reforma, sugerindo que uma parcela considerável das instalações elétricas

foi modificada ou substituída. Essas reformas provavelmente afetaram áreas

mais amplas do imóvel, como pisos inteiros ou seções maiores da edificação.

Por fim, aproximadamente 22,84% dos casos apontaram que a

reforma abrangeu entre 75% e 100% da área da edificação. Esse número

indica que a maioria ou a totalidade das instalações elétricas do imóvel foi

reformada. Essas reformas podem ter envolvido uma renovação completa

das instalações elétricas existentes ou a implementação de um novo sistema

elétrico em toda a edificação.

67
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Segundo os dados obtidos no Gráfico 24, que apresenta os motivos

para a realização de reformas nas instalações elétricas comerciais, a ampliação

das instalações é a causa mais comum, com 53,88% das respostas. Isso

indica que muitos estabelecimentos comerciais passaram por expansões

e precisaram adaptar suas instalações elétricas para atender ao aumento

da demanda de energia.

Gráfico 24 - Informação sobre qual foi o motivo da reforma das instalações elétricas

0 25 50 75 100 125 150

Ampliação 125 (53,9%)

Manutenção preventiva 77 (33,2%)

Economia de energia (eficiência


31 (13,4%)
energética/elétrica)

Manutenção alertada por um profissional 24 (10,3%)

Instalação de sistemas de energia alternativa


13 (5,6%)
(fotovoltaico, por exemplo)

Desligamento recorrente de disjuntores 11 (4,7%)

Acidente na instalação elétrica com princípio de


7 (3,0%)
incêndio ou incêndio por sobrecarga
Acidentes na edificação envolvendo choque
5 (2,2%)
elétrico
Acidente na instalação elétrica com curto-circuito
5 (2,2%)
em pontos de tomada

Outros 28 (12,1%)

Total de Respostas:232

(Observação: Neste questionamento era possível marcar diversas opções simul-

taneamente).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

68
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

A manutenção preventiva também é um motivo significativo,

representando 33,19% das respostas, o que demonstra que alguns

comerciantes, ao perceberem o envelhecimento da instalação durante os

processos de inspeção, decidem fazer as reformas.

A indicação de manutenção alertada por um profissional de outra

área que não a de instalações elétricas correspondeu a 10,34% das respostas.

Acidentes envolvendo choque elétrico, incêndios por sobrecarga

e curto-circuito em pontos de tomada representam uma parcela menor

das respostas, indicando que esses incidentes não foram os principais

motivadores das reformas.

Outros motivos mencionados incluem o desligamento recorrente

de disjuntores, a busca por economia de energia e eficiência energética, a

instalação de sistemas de energia alternativa, e outros motivos específicos

não mencionados.

Esses dados destacam a importância de realizar reformas nas

instalações elétricas comerciais por diversos motivos, como expansão,

manutenção preventiva, segurança e ef iciência energética. A busca

por melhorias nas instalações elétricas reflete o compromisso em

garantir o bom funcionamento, a segurança e a sustentabilidade dos


estabelecimentos comerciais.

69
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 25 apresenta a percepção de segurança das instalações

elétricas comerciais, conforme relatado pelos participantes da pesquisa.

Os dados revelam que existe uma diversidade de percepções em relação à

segurança das instalações elétricas.

Gráfico 25 - Percepção sobre segurança das instalações elétricas

0 25 50 75 100 125 150

Totalmente inseguro 36 (9,1%)

Parcialmente inseguro 68 (17,2%)

Nem inseguro, nem seguro 51 (12,9%)

Parcialmente seguro 143 (36,2%)

Totalmente seguro 91 (23,0%)

Sem informação 6 (1,5%)

Total de Respostas: 395

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Em apenas 23,0% dos casos os entrevistados consideraram as

instalações elétricas como totalmente seguras, enquanto 36,2% as avaliaram

como parcialmente seguras. Esses números indicam que uma parcela

significativa dos respondentes tem confiança razoável na segurança das

instalações, mas também reconhece que pode haver áreas de melhoria ou

preocupações pontuais.

70
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Por outro lado, 9,1% dos entrevistados consideram as instalações

totalmente inseguras, e 17,2% as veem como parcialmente inseguras. Esses

dados destacam que há uma parcela de respondentes que percebe riscos

significativos ou deficiências nas instalações elétricas comerciais.

Ainda, 12,9% dos entrevistados relataram que as instalações não são

nem inseguras, nem seguras. Isso pode indicar uma percepção neutra ou

incerta em relação à segurança das instalações.

Esses resultados obtidos destacam a importância de avaliar e abordar

a segurança das instalações elétricas comerciais. A percepção de segurança

pode variar entre os respondentes, mas a existência de preocupações e uma

proporção considerável de respostas indicando insegurança total ou parcial

destacam a necessidade de medidas para melhorar a segurança elétrica

nos estabelecimentos comerciais.

71
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Na sequência, o Gráfico 26 exibe informações sobre a ocorrência

de situações de choque elétrico nas instalações dos imóveis comerciais,

conforme relatado pelos participantes da pesquisa.

Gráfico 26 - Informação sobre ocorrência de situações de choques elétricos nas

instalações do imóvel

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Os dados mostram que a maioria dos entrevistados, representando

65,1%, relatou que não ocorreram situações de choque elétrico nas

instalações do imóvel.

Um dado relevante é que 18% dos entrevistados relataram ter

ocorrido situações de choque elétrico nas instalações do imóvel, porém sem

consequências graves. Essa informação sugere que houve incidentes, mas

que não resultaram em lesões ou danos significativos.

72
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Uma porcentagem menor dos entrevistados (0,3%) relatou que

ocorreram situações de choque elétrico com fatalidade, o que é uma

preocupação séria e destaca a importância de medidas de segurança

elétrica adequadas. Adicionalmente, 0,8% dos respondentes mencionaram

que ocorreram situações de choque elétrico com gravidade, indicando a

ocorrência de incidentes com consequências mais sérias.

É relevante notar que 16% dos entrevistados responderam “Não

sei”, o que pode indicar falta de conhecimento ou de informação sobre a

ocorrência de situações de choque elétrico nas instalações do imóvel.

As informações obtidas nesta pesquisa ressaltam a importância de

avaliar e implementar medidas de segurança elétrica adequadas nos imóveis

comerciais, a fim de prevenir incidentes e garantir a proteção das pessoas e

do patrimônio. A conscientização sobre a importância da segurança elétrica

e a adoção de boas práticas são fundamentais para minimizar os riscos de

choque elétrico nas instalações comerciais.

73
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 27 apresenta informações sobre a ocorrência de incêndio

ou princípio de incêndio nos imóveis comerciais, com origem elétrica, de

acordo com os participantes da pesquisa.

Gráfico 27 - Informação sobre ocorrência de incêndio ou princípio de incêndio

no imóvel de origem elétrica (sobrecarga ou curto-circuito)”

0 50 100 150 200 250 300 350

Não 326 (83,2%)

Sim, princípio de incêndio 17 (4,3%)

Sim, incêndio de pequenas proporções (atingiu


13 (3,3%)
parcialmente setores do imóvel)

Sim, incêndio de grandes proporções (atingiu todo


3 (0,8%)
o imóvel)

Sem informação 40 (10,2%)

Total de Respostas: 395

(Observação: Neste questionamento era possível marcar diversas opções simul-

taneamente).

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Conforme as informações exibidas no gráfico acima, a grande

maioria dos entrevistados, representando 83,2%, relatou que não ocorreram

incêndios ou princípios de incêndio de origem elétrica nos imóveis. Esse

é um indicativo positivo, sugerindo que a maioria dos estabelecimentos

comerciais não enfrentou esse tipo de situação, o que é fundamental para

a segurança e preservação dos imóveis e das pessoas.

74
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

No entanto, é preocupante observar que 3,3% dos respondentes

relataram ter ocorrido incêndios de pequenas proporções, que atingiram

parcialmente setores do imóvel. Além disso, 4,3% mencionaram a ocorrência

de princípios de incêndio. Embora esses números sejam menores em

comparação com aqueles que não tiveram incêndios, ainda indicam a

existência de riscos e a necessidade de atenção às instalações elétricas.

Uma porcentagem menor dos entrevistados (0,8%) relatou ter

vivenciado incêndios de grandes proporções, que afetaram todo o imóvel. Esse

fato representa um cenário mais crítico, com consequências potencialmente

graves para a segurança e a integridade do imóvel e das pessoas.

Ainda, 10,2% dos respondentes afirmaram não saber se ocorreram

incêndios ou princípios de incêndio de origem elétrica no imóvel. Isso pode

ser um reflexo da falta de conhecimento sobre o histórico de ocorrências ou

da ausência de informações adequadas sobre esses eventos.

Portanto, esses dados destacam a importância de uma avaliação

criteriosa das instalações elétricas e a implementação de medidas de

prevenção e segurança contra incêndios. A realização de inspeções regulares,

a manutenção adequada e a adoção de boas práticas são fundamentais para

minimizar os riscos de incêndio de origem elétrica nos imóveis comerciais.

75
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

As informações acerca da presença de sistemas solares fotovoltaicos

(SFV) nos imóveis comerciais, de acordo com os participantes da pesquisa

foram abordadas no Gráfico 28.

Gráfico 28 - Existência de sistema solar fotovoltaico (SFV) no imóvel

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

Segundo os dados levantados, a grande maioria dos comércios

avaliados, representando 88,6%, não possuíam sistemas solares fotovoltaicos

em seus imóveis. Esse percentual demonstra que a adoção de energia solar

ainda é baixa no setor comercial, provavelmente devido a diferentes fatores,

como custos de instalação, conhecimento técnico necessário e outros

desafios associados à implementação desse tipo de sistema.

No entanto, é interessante notar que 11,4% dos comércios indicaram

que possuiam sistemas fotovoltaicos instalados em seus imóveis.

Embora a porcentagem de imóveis comerciais com sistemas solares

fotovoltaicos ainda seja relativamente baixa, a tendência de adoção dessa

tecnologia está aumentando gradualmente à medida que mais empresas

reconhecem os benefícios econômicos e ambientais associados à energia


solar. Essa tendência pode ser impulsionada por incentivos governamentais,

76
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

avanços tecnológicos e uma maior conscientização sobre a importância da

sustentabilidade.

É necessário observar também que existe risco de incêndios em

sistemas fotovoltaicos devido à ocorrência de arco elétrico. Os sistemas

fotovoltaicos operam com tensão contínua, e os arcos elétricos em corrente

contínua são mais comuns que em sistemas de corrente alternada, além de

apresentar maior potencial de danos do que os arcos em corrente alternada.

Maus contatos, envelhecimento dos componentes e aterramento deficiente

são algumas das causas desse fenômeno. Por isso, é imperativo a instalação

de proteção nos sistemas fotovoltaicos, como dispositivos de desligamento

rápido, para minimizar o risco de arcos e aumentar a segurança dos sistemas


de energia solar.

77
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 29 apresenta dados sobre quem projetou e executou

o Sistema Fotovoltaico (SFV) nas instalações elétricas comerciais. Nos

comércios participantes da pesquisa, a maioria dos SFVs foram projetados

e executados por escritórios com a responsabilidade técnica de um (uma)

profissional com habilitação em engenharia elétrica, representando 55,8%

dos casos. Em seguida, aparecem as construtoras ou empreiteiras e técnicos

em eletrotécnica, ambos com uma parcela de 14%. Houve também uma

porcentagem de 14% de pessoas que não sabiam quem projetou e executou

o SFV. Vale destacar que nenhum escritório de engenharia civil ou escritório

de arquitetura foi mencionado nesta categoria. Esses resultados demonstram

a importância dos profissionais especializados em engenharia elétrica no

planejamento e implementação de sistemas fotovoltaicos nas instalações

elétricas comerciais.
Gráfico 29 - Informação sobre quem projetou e executou o SFV
0 5 10 15 20 25 30

Escritório de engenharia elétrica 24 (55,8%)

Construtora ou Empreiteira 6 (14,0%)

Técnico em eletrotécnica 6 (14,0%)

Escritório de engenharia civil 0 (0,0%)

Escritório de arquitetura 0 (0,0%)

Não sei 6 (14,0%)

Outros 1 (2,3%)

Total de Respostas: 43

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

78
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Os dados sobre o sistema de proteção do Sistema Fotovoltaico (SFV)

nas instalações elétricas comerciais são exibidos no Gráfico 30. Na maioria

dos comércios foi observado que o SFV possuía proteção adequada, tanto

no lado CC (corrente contínua) quanto no lado CA (corrente alternada),

representando 81,4% dos casos. Houve um pequeno número de casos

com proteção parcial, em que se observou em 2,3% proteção apenas no

lado CC, e igualmente 2,3% proteção apenas no lado CA. Foram verificadas

também situações em que a única proteção está interna aos inversores de

frequência. Em 11,63% dos casos, não foi possível observar se SFV possuía

proteção adequada. Esses percentuais destacam a importância de garantir

a proteção adequada em todas as partes do sistema fotovoltaico, tanto

no lado de corrente contínua quanto no de corrente alternada, a fim de

garantir a segurança e o desempenho eficiente do SFV nas instalações

elétricas comerciais.

Gráfico 30 - Informação sobre a existência de proteção adequada no SFV

0 10 20 30 40

Sim, no lado CC e no lado CA 35 (81,4%)

Parcialmente, apenas no lado CC 1 (2,3%)

Parcialmente, apenas no lado CA 1 (2,3%)

A única proteção do SFV está nos


1 (2,3%)
inversores

Sem informação 5 (11,6%)

Total de Respostas: 43

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

79
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 31 expõe os dados sobre a

adequação das instalações elétricas do imóvel

para receberem o Sistema Fotovoltaico (SFV). Dos

participantes da pesquisa, 58,1% das instalações

elétricas foram readequadas para receber o SFV,

indicando que foram realizadas as modificações

necessárias para suportar e integrar o sistema

fotovoltaico de maneira adequada.

80
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Opostamente, em 25,6% dos casos as instalações não foram

readequadas, apontando que as modificações não foram feitas ou que o

SFV foi implementado sem uma avaliação prévia das instalações elétricas

existentes. Uma porcentagem de 16,28% dos participantes respondeu

que não sabia se as instalações elétricas foram readequadas para o SFV.

Esses números destacam a importância de uma avaliação cuidadosa das

instalações elétricas e das adequações necessárias para garantir a integração

segura e eficiente do SFV, considerando as demandas específicas do

sistema fotovoltaico.

Gráfico 31 - Informação sobre a readequação das instalações elétricas do imóvel

para receberem o SFV

0 5 10 15 20 25 30

Sim 25 (58,1%)

Não 11 (25,6%)

Sem
7 (16,3%)
informação

Total de Respostas:43

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa.

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R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

O Gráfico 32 e a Tabela 1 apresentam os dados sobre a percepção

dos profissionais que conduziram a aplicação da pesquisa e percepção

deles sobre os entrevistados em relação às condições e segurança das

instalações elétricas do imóvel, e a inspeção visual realizada em conjunto

com o entrevistado.

Gráfico 32 - Percepção sobre a existência de proteção adequada no SFV pelos

entrevistadores

Discordo Totalmente | Discordo Parcialmente


Nem discordo, nem concordo
Concordo Parcialmente | Concordo Totalmente

0% 20% 40% 60% 80% 100%

O(s) quadro(s) de distribuição elétrica está(ão) em


40 43 27 109 109
bom estado (limpos, organizados).

Total de Respostas:328

O(s) quadro(s) de distribuição elétrica possui(em)


90 43 27 72 93
identificação.

Total de Respostas:325

Cada circuito está identificado. 98 36 22 72 89

Total de Respostas:317

Há sinais visuais de aquecimento de condutores


170 48 39 57 14
ou conexões elétricas.

Total de Respostas:328
O(s) quadro(s) de distribuição elétrica têm
proteção interna contra contatos diretos nas 74 34 26 72 122
partes energizadas.
Total de Respostas:328

As respostas do(a) respondente conferem com a


20 17 38 95 158
percepção do avaliador.

Total de Respostas:328

As instalações elétricas do imóvel são seguras. 29 54 40 109 94

Total de Respostas:326

O uso das instalações elétricas do imóvel é


14 41 33 118 120
realizado de forma segura.

Total de Respostas:326

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados da pesquisa.

82
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Tabela 1 - Percepção do avaliador a partir da inspeção visual e das entrevistas

NEM
DISCORDO DISCORDO DISCORDO, CONCORDO CONCORDO
NEM TOTAL–

TOTALMENTE–– PARCIALMENTE–– PARCIALMENTE–
– TOTALMENTE–

CONCORDO––
O(s) quadro(s) de distribuição elétrica
está(ão) em bom estado (limpos, 12,20% 13,11% 8,23% 33,23% 33,23%
328
organizados). 40 43 27 109 109

O(s) quadro(s) de distribuição elétrica


possui(em) identificação. 27,69% 13,23% 8,31% 22,15% 28,62%
325
90 43 27 72 93

Cada circuito está identificado.


30,91% 11,36% 6,94% 22,71% 28,08%
317
98 36 22 72 89

Há sinais visuais de aquecimento de


condutores ou conexões elétricas. 51,83% 14,63% 11,89% 17,38% 4,27%
328
170 48 39 57 14

O(s) quadro(s) de distribuição elétrica tem


(têm) proteção interna contra contatos 22,56% 10,37% 7,93% 21,95% 37,20%
328
diretos nas partes energizadas. 74 34 26 72 122

As respostas do(a) respondente conferem


com a percepção do avaliador. 6,10% 5,18% 11,59% 28,96% 48,17%
328
20 17 38 95 158

As instalações elétricas do imóvel são


seguras. 8,90% 16,56% 12,27% 33,44% 28,83%
326
29 54 40 109 94

O uso das instalações elétricas do imóvel


é realizado de forma segura. 4,29% 12,58% 10,12% 36,20% 36,81%
326
14 41 33 118 120

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados da pesquisa.

83
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado sobre as instalações elétricas em imóveis comerciais

no Brasil revelou importantes aspectos que merecem atenção. A pesquisa

abrangeu diversos estados da federação, com uma representatividade

significativa, e os resultados obtidos fornecem insights valiosos sobre a

realidade dessas instalações.

Uma das principais constatações é a falta de projetos elétricos

adequados. Apenas 35% dos imóveis avaliados possuíam projeto elétrico,

o que indica uma preocupante negligência nesse aspecto fundamental

da segurança elétrica. Além disso, mesmo entre os imóveis com projeto,

houve a presença de profissionais sem a devida qualificação para executá-lo,

demonstrando a necessidade de maior rigor na escolha dos responsáveis

por esse tipo de trabalho.

Outro ponto relevante diz respeito às proteções elétricas. Embora

a maioria dos imóveis possua um quadro geral de distribuição de energia

elétrica, a presença de dispositivos de proteção adequados é baixa.

Aproximadamente 43% dos imóveis possuíam sistema de aterramento

funcional, o que representa um risco para a segurança dos usuários. Ainda,

a ausência de dispositivos como os Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

e os Dispositivos de Proteção contra Surtos de Tensão (DPS) denota falta de

preocupação com a proteção contra choques elétricos e danos causados

por picos de tensão.

A pesquisa também revelou a utilização de extensões e benjamins

de forma permanente, o que aumenta o risco de sobrecarga das instalações


elétricas. Essa prática pode levar a acidentes e até mesmo incêndios. Além

disso, a falta de condutores de proteção elétrica adequados e de sistemas

84
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

de cores para os cabos elétricos demonstra a ausência de padronização e

de atenção aos princípios básicos de segurança.

É importante ressaltar que, embora tenham sido identificados

problemas e deficiências nas instalações elétricas comerciais, também

foram constatados casos em que as medidas de segurança foram adotadas

corretamente. A presença de projetos elétricos adequados, proteções contra

sobrecorrente, proteções diferenciais residuais (DR) e proteções contra surtos

de tensão (DPS) em alguns imóveis demonstra que é possível garantir a

segurança elétrica quando são tomadas as medidas apropriadas.

Com base nos resultados obtidos, é imprescindível que sejam

realizadas ações para conscientizar e capacitar os proprietários e responsáveis

pelos imóveis comerciais sobre a importância de projetos elétricos adequados,

instalações seguras e a correta utilização dos dispositivos de proteção. Além

disso, é fundamental promover a fiscalização e a aplicação das normas

técnicas de segurança elétrica em todo o país, a fim de garantir a integridade

e a segurança das instalações elétricas comerciais.

Em suma, a pesquisa evidencia a necessidade de uma maior

atenção à segurança elétrica nos imóveis comerciais brasileiros. A falta de

projetos elétricos, a ausência de dispositivos de proteção adequados e a

utilização inadequada das instalações representam riscos significativos.

A conscientização, a capacitação e a adoção de medidas corretivas

são fundamentais para garantir a segurança dos usuários e prevenir

acidentes elétricos.

85
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Referências

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Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DO COBRE - BRASIL; ABRACOPEL. Raio


X Das Instalações Elétricas Residenciais Brasileiras. 1 ed. São Paulo,
2017.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Portaria SEPRT 915, de 30


de julho de 2019. Norma Regulamentadora n° 10 (NR-10) - Segurança em
Instalações e Serviços em Eletricidade. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 30 jul. 2021.

D. F. de Souza, W. A. Martins, E. Martinho and S. R. Santos, “An Analysis of


Accidents of Electrical Origin in Brazil between 2016 and 2021,” in IEEE
Transactions on Industry Applications, vol. 59, no. 3, pp. 3151-3160, May-
June 2023, doi: 10.1109/TIA.2023.3241138

D. F. De Souza, W. Aguiar Martins and E. Martinho, “Irregular Low-Voltage


Electrical Cables,” 2023 IEEE IAS Electrical Safety Workshop (ESW), Reno,
NV, USA, 2023, pp. 1-5, doi: 10.1109/ESW49992.2023.10188230

E. Martinho, S. R. Santos and D. F. de Souza, “Accidents of Electrical


Origin, a Detailed Analysis of Statistics. Brazil Compared to Other
Countries,” 2022 IEEE IAS Electrical Safety Workshop (ESW), Jacksonville,
FL, USA, 2022, pp. 1-7, doi: 10.1109/ESW49146.2022.9925021

MARTINHO, Edson; MARTINS JÚNIOR, Walter Aguiar; DE SOUZA, Danilo


Ferreira (Org.). Percepção de segurança com eletricidade. Salto-SP:
Abracopel, 2022. doi: 10.29327/557395

SOUZA, Danilo Ferreira de; MARTINHO, Edson; MARTINHO, Meire Biudes;


MARTINS JR. Walter Aguiar (org.). Anuário Estatístico de Acidentes de
Origem Elétrica 2023 – Ano base 2022. Salto-SP: Abracopel, 2023. DOI:
10.29327/5194308.

86
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Edson Martinho (Membro, IEEE) é Engenheiro Eletricista e Engenheiro de

Segurança do Trabalho, possui Especialização em Marketing e em Docência

do Ensino Superior. Especialista em Segurança com a eletricidade e em

Qualidade da Energia, sendo autor do livro Distúrbios da Energia Elétrica

pela Editora Erica. É Fundador, Ex-presidente e atual Diretor Executivo da

ABRACOPEL - Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos

da Eletricidade e Chairman do ESW Brasil 2013, 2015, 2017, 2019, 2021 e

Coordenador Técnico da edição 2023. Martinho é Coordenador Pedagógico

da Fluke Academy Brasil. Também é Sócio-Diretor da Lambda Consultoria e

Coordenador da CE003:064-12 da ABNT. É palestrante há mais de 20 anos,

tendo artigos técnicos publicados em várias revistas técnicas. Fonte constante

da imprensa para os temas de segurança com a eletricidade.

87
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Walter Aguiar Martins Jr. (Membro, IEEE) é bacharel em engenharia elétrica

pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT – 2017), Especialista em

sustentabilidade pela mesma instituição em 2019. Atualmente, ele está

fazendo mestrado em Física Ambiental na UFMT. Atua também como Diretor

de Assuntos Educacionais da Associação Brasileira de Conscientização para

os Perigos da Eletricidade (Abracopel) e é membro suplente da Câmara

Especializada de Engenharia Elétrica do Conselho Regional de Engenharia

e Agronomia do Estado de Mato Grosso (CEEE/CREA/MT) de 2021 a 2023.

Atualmente, ocupa o cargo de Vice-Presidente da Associação Mato-grossense

de Engenheiros Eletricistas (AMEE) para o mandato de 2023 a 2025. Walter é

membro do Sistema de Gestão de Energia do Tribunal de Contas do Estado

de Mato Grosso (SGE/ISO 50001/TCE-MT). Seus interesses de pesquisa são

em Descargas Atmosféricas, Segurança e Proteção de Sistemas Elétricos.

88
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

Danilo de Souza é Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de Mato

Grosso (UFMT - 2011). Também é Engenheiro de Segurança do Trabalho

(2014). É especialista em Energia e Sociedade pela Universidade Federal do

Rio de Janeiro (2015). Possui mestrado em Energia pelo Instituto de Energia

e Ambiente/IEE da Universidade de São Paulo/USP (2018). Danilo é Professor

Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso. É membro do Comitê

Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-003) atuando na revisão de normas

brasileiras. Danilo de Souza tem experiência na área de Energia, lecionando

e pesquisando nas seguintes áreas: Instalações Elétricas, Proteção contra

Descargas Atmosféricas, Segurança Elétrica, Eficiência Energética, Energia,

Ambiente e Sociedade. Danilo de Souza recebeu o prêmio de melhor artigo

no IEEE Electrical Safety Workshop - USA em Reno - Nevada (2023). Danilo

é membro do Grupo de Desempenho e Segurança de Equipamentos e

Materiais Elétricos da Universidade de São Paulo (DESEME) e do Núcleo

Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético (NIEPE) da UFMT.

89
R a i o X d a s i n s t a l a ç õ e s e l é t r i c a s c o m e r c i a i s b r a s i l e i r a s

C O N T A T O

(011) 9 4114 9559

abracopel@abracopel.org.br

gerencia@abracopel.org.br

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