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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição novembro/2010

Transcrição:

Else Albuquerque

Copidesque:

Nicibel Silva

Revisão:

Marcelo Ferreira

Capa e Diagramação:

Matheus Freitas
Introdução

O evangelho de Marcos é o quadragésimo pri-


meiro livro da Bíblia. Não que os demais livros da
Bíblia tenham sido escritos numa sequência lógica
por assim dizer. E o evangelho de Marcos é o mais
antigo. O primeiro livro do Novo Testamento a ser
escrito foi a primeira carta de Paulo aos Tessaloni-
censes. Visto que o tema em questão, o ser servo,
tem como base o próprio livro de Marcos, iremos
discorrer dele. Essa é a minha oração:
“Pai celestial, que a tua unção e o teu Espírito que
inspiraram João Marcos a escrever este evangelho
possam vivificar a tua Palavra em nossos corações,

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para que cada um seja edificado, exortado e consola-
do pelo Senhor. Que a tua Palavra possa trazer alento
e que tu possas despertar os irmãos para conhecerem
e viverem melhor a tua Palavra. No nome de Jesus.
Amém!”

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Jesus, o Servo
do Senhor

O evangelho de Marcos tem para nós, seres huma-


nos, uma perspectiva muito bonita, pois os demais evan-
gelhos não procuram traçar necessariamente uma bio-
grafia de Jesus. Nos quatro evangelhos - Mateus, Marcos,
Lucas e João -, são apresentados uma faceta do ministé-
rio e da pessoa de Jesus Cristo. O evangelho de Mateus
apresenta Jesus como Rei. Por isso, encontramos primei-
ramente nele a genealogia de Jesus, pois um rei precisa
mostrar a sua linhagem. Além disso, encontramos no
evangelho de Mateus a autoridade de Jesus.

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O símbolo que encontramos no livro do profe-
ta Ezequiel e em Apocalipse é do ser que possuía
quatro faces. Uma é a do leão, que representa Jesus
como Rei, retratado no evangelho de Mateus. Ou-
tra é a de um boi, representando Jesus como servo,
apresentado no evangelho de Marcos. É o Servo
que se tornou sacrifício pelo pecado. O escritor aos
hebreus afirma: “Não por meio de sangue, entrou no
Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido
eterna redenção [...] porque, havendo Moisés procla-
mado todos os mandamentos segundo a lei a todo o
povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com
água, e lã tinta de escarlate, e hissopo e aspergiu não
só o próprio livro, como também sobre todo o povo.”
(Hb 9.12,19). A outra face de Jesus é a de um ho-
mem, dando ênfase à sua humanidade e o apresen-
tando como “Filho do Homem”. Essa faceta de Jesus
é apresentada no evangelho de Lucas. E por fim, a
face de uma águia, associando Jesus ao céu. João
apresenta essa face de Jesus. Esses seres represen-
tam os quatro evangelhos e mostram também a ne-
cessidade de um equilíbrio na vida.
O símbolo do evangelho de Mateus é o leão. É Jesus
como o Rei. É por isso que ao lermos esse evangelho,

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percebemos sua autoridade. Por exemplo, ao expulsar
os demônios e curar os enfermos. O evangelho começa
com a autoridade e as últimas palavras, no capítulo 28,
verso 18, são de Jesus dizendo: “Toda autoridade me foi
dada no céu e na terra.”
O símbolo do evangelho de Marcos é o boi. Nesse
evangelho, Jesus é apresentado como Servo do Se-
nhor. No Antigo Testamento, o Messias é o Servo do
Senhor, é um servo conquistador, é um servo sofre-
dor e é um servo triunfante. Diferente do evangelho
de Mateus, em Marcos não encontramos a genealo-
gia de Jesus, porque o servo não precisa mostrar sua
genealogia, sua linhagem.
O símbolo do evangelho de Lucas é o homem.
Jesus se apresenta como Filho do Homem. À medida
que vamos caminhando por esse evangelho, perce-
bemos a humanidade de Jesus.
O símbolo do evangelho de João é a águia. Apre-
senta Jesus como Deus. No capítulo 1 verso 1, é dito:
“No princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus.” Por isso, à medida que caminhamos
pelo evangelho de João, percebemos Deus. Deus en-
carnado, Deus homem. O evangelho de João mostra
Jesus como Deus.

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O evangelho de Marcos tem 16 capítulos. A Bí-
blia hoje já está traduzida em quase todas as lín-
guas, e o primeiro livro a ser traduzido foi o evan-
gelho de Marcos. Não apenas pelo fato de ser o
menor, mas por ser um evangelho de ação, não en-
contramos muitos sermões de Jesus, e nem muitas
parábolas. Ele registra apenas 18 milagres de Jesus
e somente quatro parábolas. No evangelho de Mar-
cos conhecemos Jesus em ação, ou seja, O vemos
agindo, mas como que num relance, como se fosse
um filme passando rapidamente. Não temos muita
coisa para pensar, mas temos muita coisa para ver.
O interessante é que as ações são rápidas, mas são
descritas com uma vivacidade tão grande!
Nos 16 capítulos de Marcos temos 678 versícu-
los e 15.171 palavras. São 121 interrogações, 11 pro-
fecias do Antigo Testamento cumpridas e 30 novas
profecias de Jesus. Temos 582 versículos de história,
43 versículos que foram cumpridos literalmente e
53 versículos de algumas profecias que ainda não
foram cumpridas. Temos ainda duas mensagens di-
retas de Deus.
No evangelho de Marcos, por duas ocasiões, o pró-
prio Senhor Deus fala. A primeira vez está no capítulo

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1, verso 11: “Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o
meu Filho amado, em ti me comprazo.” A segunda vez
está no capítulo 9, versículo 7: “A seguir, veio uma nu-
vem que os envolveu; e dela uma voz dizia: Este é o meu
Filho amado; a ele ouvi.” Depois que o Senhor Deus
enviou seu Filho, Ele não tem outra mensagem para
o homem a não ser esta: “Este é o meu Filho amado; a
ele ouvi.” Não há outra mensagem, não existe outra
expressão: “A ele ouvi.” Tudo o que homem precisa é
ouvir Jesus.
Hoje vemos muitas palavras proferidas de maneira
errônea, muitos falsos profetas, escarnecedores, que
distorcem a Palavra de Deus. Mas temos que pautar
nossas vidas nas Escrituras, por isso, basicamente tudo
repousa nesta expressão: “Este é o meu Filho amado; a
ele ouvi.” Devemos seguir a Palavra, ouvir a Jesus.
Quem escreveu o evangelho de Marcos foi João
Marcos, um convertido de Pedro, um filho seu na fé.
João Marcos era um dos filhos de Maria, uma mulher
muito rica. Ele era sobrinho de Barnabé e discípulo de
Jesus. Paulo e Barnabé o levaram na primeira viagem
missionária, mas ele ficou com saudades de casa e
“abandonou” o grupo. Paulo e Barnabé se separaram
por causa de Marcos quando começaram a segunda

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viagem missionária. As Escrituras dizem que Maria,
mãe de Marcos, era muito rica. Com seus bens ela
sustentou o ministério do Senhor Jesus. Jesus não pe-
dia ofertas para o seu ministério. Havia um grupo de
pessoas que sustentava o ministério do Senhor Jesus.
No próprio grupo de apóstolos tinha um deles, Judas,
que depois o traiu, ele era o tesoureiro que cuidava
das ofertas, que mantinha aquela equipe de trabalho.
João Marcos teve uma história como a nossa história
e ele era rico.
Existe para algumas pessoas ricas uma dificulda-
de tremenda de abrir mão do dinheiro, como Jesus
disse: “É mais fácil um camelo entrar pelo fundo de
uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus.”
Isso porque, muitas vezes, essas pessoas dizem:
“Bem, eu tenho tudo, eu não preciso de uma coisa as-
sim”. No capítulo 10 de Marcos, verso 17, Jesus en-
contra um jovem rico: “E pondo-se Jesus a caminho,
correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se,
perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar
a vida eterna?” Agora veja a resposta de Jesus nos
versos 21 e 22: “E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só
uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o
aos pobres e terás um tesouro no céu; então vem e

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segue-me. Ele, porém, contrariado com esta palavra,
retirou-se triste, porque era dono de muitas proprie-
dades.” O problema desse homem não era o fato de
ser dono de muitas propriedades, mas o fato de que
as propriedades é que eram donas dele, ou seja, as
propriedades é que o possuíam. Jesus vem e mostra
que as riquezas o possuíam.
O pecado não está em ser rico, pelo contrário, o
problema é quando a riqueza o possui. Esse homem
foi embora triste. Ainda nesse texto, percebemos
uma expressão que Jesus disse: “E Jesus, fitando-o, o
amou e disse: [...]” Fitou, amou e disse. Normalmen-
te, quando alguém vai falar de Jesus para outra, ela
quer falar primeiro. Mas ela deve amar antes e falar
por último. A primeira coisa que Jesus fez foi fitar
aquele homem rico. Jesus parou e fitou aquele ho-
mem. E a Palavra diz que Jesus o amou, e só depois
Ele falou. Normalmente queremos falar. Falamos, fa-
lamos, e a pessoa não se converte. Por quê? Primei-
ro temos que olhar, amar e só depois falar. Fico inco-
modado quando alguém me procura e diz: “Pastor,
eu tenho que mudar da minha casa, pois mudou para
o lado da minha casa uma pessoa que tem me abor-
recido muito”. Eu digo: “Não, querido, você tem que

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ficar ali, pois aquelas pessoas precisam de Jesus, pre-
cisam conhecê-lo; ame aquelas pessoas. Leve um bolo
gostoso para ela, dê abertura para uma oportunidade
de falar de Jesus.” O mais comum é a pessoa querer
falar logo, mas a primeira coisa que Jesus fez foi fi-
tar; em segundo lugar, Ele amou e, depois falou. O
texto diz que aquele homem foi embora triste, mas
ninguém resiste ao olhar do Senhor. No capítulo 14,
verso 51, lemos: “Seguia-o um jovem, coberto uni-
camente com um lençol, e lançaram-lhe a mão. Mas
ele, largando o lençol, fugiu desnudo.” Quem era esse
jovem? Não encontramos registrado esse fato em
nenhuma dos outros evangelhos. Quem sabe não
era aquele jovem rico?
Em Atos, capítulo 12, versículo 12, encontramos
novamente a família de João Marcos. Em Jerusalém
existia aquela casa, muito grande e muito rica. Diz
o texto: “Considerando ele a sua situação, resolveu ir
à casa de Maria, mãe de João, cognominado Marcos,
onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam.”
Na casa de Marcos havia como se fosse uma célula.
Quando Pedro estava preso e houve libertação, ele
queria encontrar os irmãos e ele foi exatamente para
a casa de João Marcos. Quem transmitiu para João

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Marcos todas as verdades do evangelho foi o após-
tolo Pedro. Ele foi um discípulo seu, como Timóteo
fora discípulo do apóstolo Paulo. Quando vamos len-
do as Escrituras, percebemos determinados eventos
e quem foi o discipulador de João Marcos. Em 1 Pe-
dro 5, versículo 13, lemos: “Aquela que se encontra em
Babilônia também eleita, vos saúda, como igualmente
meu filho Marcos.” Pedro chamava Marcos de meu
filho, alguém que possuía com ele uma relação pro-
funda e uma relação gloriosa de amor.
A síntese de todos os dezesseis capítulos do
evangelho de Marcos encontra-se no capítulo 10,
verso 45, no qual o próprio Senhor Jesus começa
a traduzir a razão do seu ministério: “Porque o Filho
do Homem não veio para ser servido, mas para servir
e dar a sua vida em resgate por muitos.” A figura de
Jesus no evangelho de Marcos é o boi. Jesus é apre-
sentando como servo; o servo profetizado em Isa-
ías, em Zacarias e em Filipenses, capítulo 2, versos
6 e 7. Paulo disse: “Pois ele, subsistindo em forma de
Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus,
antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de
servo.” Percebemos no evangelho de Marcos as ca-
racterísticas de servo.

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Jesus disse: “Basta ao discípulo ser como seu mes-
tre.” Estamos vivendo um período em que determi-
nadas mensagens doutrinárias têm passado sobre
a cristandade, diluindo a fé de muitos e os próprios
princípios da Palavra de Deus, que vão sendo negli-
genciados. Estamos vivendo hoje um evangelho de
ofertas, em que as pessoas buscam a igreja na espe-
rança de ganhar algo. Dizem: “O que Jesus irá fazer por
mim?” O Cristianismo não é apenas buscar o que Je-
sus irá fazer, mas o que eu posso fazer. Essa é a men-
sagem do próprio Senhor: “Porque o Filho do Homem
não veio para ser servido.” Nós queremos só receber e
receber mais. Isso é errado? Não, pois temos nossas
necessidades. Mas basicamente o evangelho não é
só isso. A glória do evangelho está nisso: “Maior não
é aquele que é servido, mas aquele que serve.” O que
seria da história da Igreja se cada irmão realmente
encarasse essa verdade? A resposta é essa; de servir.
Normalmente cumprimentamos alguém dizendo:
“Tudo bem?” E saímos correndo. Não paramos para
ouvir sequer a resposta. Muitas vezes a pessoa pode
estar com o coração tão apertado por algum motivo,
porque foi despedido do emprego, o carro foi rouba-
do, a filha solteira chegou em casa e disse que estava

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grávida. Enfim... O evangelho é algo tão diferente!
Hoje, muitas pessoas estão vivendo um evangelho
mercantilista.
No evangelho de Marcos percebemos Jesus
como um servo. No capítulo 6, verso 34, é dito: “Ao
desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e com-
padeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não
têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas.” A
primeira característica de servo que vemos nesse
texto é essa: Jesus se compadeceu. O coração de
Jesus era tão cheio de compaixão. Servo, com o co-
ração cheio de compaixão. No capitulo 8, verso 2, no-
vamente o Senhor Jesus diz: “Tenho compaixão desta
gente [...]”No capítulo 10, verso 21: “E Jesus, fitando-
o, o amou e disse: [...]” O amou. Algumas pessoas se
lembram da morte de Jesus apenas uma vez por ano,
na chamada “sexta-feira da paixão”, e deixam de co-
mer algum tipo de alimento, falam mais baixo. Mas
nós devemos amar o Senhor não apenas em um dia.
Paulo afirmou: “O amor de Cristo nos constrange.” (2
Coríntios 5.14.) À medida que vamos caminhando,
percebemos o seu grande amor. Ali estava aquele
homem, talvez o nosso João Marcos, com a vida toda
destruída, e dizem as Escrituras: “Jesus o amou”.

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Ele veio para
servir

No capítulo 4, versos 35 a 40, temos o episódio de


Jesus no meio da tempestade, no Mar da Galiléia, en-
quanto o Senhor dormia: “Naquele dia, sendo já tarde,
disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem. E eles,
despedindo a multidão, o levaram assim como estava,
no barco; e outros barcos o seguiam. Ora, levantou-se
grande temporal de vento, e as ondas arremessavam
contra o barco, de modo que o mesmo já estava a en-
cher-se de água. E Jesus estava na popa, dormindo sobre
o travesseiro; eles o despertaram e disseram: Mestre, não

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te importa que pereçamos? E ele, despertando, repreen-
deu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento
se aquietou, e fez-se grande bonança. Então lhes disse:
Por que sois assim tímidos? Como é que não tendes fé?”
Jesus dormia, mas mesmo dormindo, quando
Jesus está no barco, o barco não afunda. O barco
só afunda quando Jesus não está presente. O casa-
mento afunda quando Jesus não está nele; a em-
presa afunda quando Jesus não está nela; o empre-
go afunda quando Jesus não está nele. A pergunta
mais tola que alguém pode fazer a Jesus é esta:
“Não te importa?” Porque Ele se importa. É claro
que Jesus se importa. Ele se importa com sua dor,
com suas lágrimas, com a sua solidão, com as suas
angústias, com as contas que estão chegando. Ele
se importa. Tanto se importa que Ele te levou a ler
neste momento que Ele se importa com você. Jesus
não somente se importa. Ele não diz: “Eu me impor-
to”. Ele age. No evangelho de Marcos percebemos
poucas palavras do Senhor, mas muita ação. O ver-
so 38 termina dizendo: “Mestre, não se importa que
pereçamos?” É quase uma crítica, uma indignação
dos discípulos. Mas veja o verso 39, capítulo 4: “E
ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar.

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Acalma-te, emudece!” Ele não repreende as pessoas
simplesmente. Ele repreende o que precisa ser re-
preendido. Nos versos 39 a 41 lemos: “E ele, desper-
tando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te,
emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonan-
ça. Então, lhes disse: Por que sois assim tão tímidos?!
Como é que não tendes fé? E eles, possuídos de grande
temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o
vento e o mar lhe obedecem?” É algo tão glorioso,
como Ele se importa! O servo levanta cedo e age.
No capítulo 1, verso 35, vemos um Jesus que
levanta cedo e ora: “Tendo-se levantado alta ma-
drugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava”.
Jesus queria comunhão com o Pai. Ele intercedia. O
que Jesus Cristo está fazendo hoje? Ele está interce-
dendo por nós. Quando você peca, de repente vem
a culpa sobre a sua vida. Mas na primeira carta de
João é dito que temos uma Advogado junto ao Pai,
que intercede por nós. Jesus é o nosso Advogado.
A ira, o castigo não vem sobre a nossa vida, porque
Jesus nos defende diante do Pai. Ele apresenta suas
mãos, suas chagas ao Pai. Existe algo que não cica-
triza: são as chagas do Senhor. Depois que Jesus
ressuscitou, Ele se manifestou aos seus discípulos.

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Ele disse: “Vede as minhas mãos.” (Lucas 24.39.) A
culpa não corrói, exatamente porque temos um Ad-
vogado e Deus outorga (concede) a graça do per-
dão, da vida.
No capítulo 6, versos 30 a 32, está escrito: “Vol-
taram os apóstolos à presença de Jesus, e lhe relata-
ram tudo quanto haviam feito e ensinado. E lhes disse:
Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto;
porque eles não tinham tempo nem para comer, visto
serem numerosos os que iam e vinham. Então, foram
sós no barco para um lugar solitário.” No versículo
6, do mesmo capítulo, encontramos Jesus como
servo: “Admirou-se da incredulidade deles. Contudo,
percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar.” Jesus
se admirou da incredulidade dos judeus. A incre-
dulidade não podia, de forma alguma, manifestar o
coração do Senhor. Jesus como servo, se admirava
da incredulidade deles.
No evangelho de Marcos não encontramos uma
única vez, a palavra lei. Encontramos oito vezes a
palavra lei no evangelho de Mateus, nove vezes em
Lucas e 15 vezes no evangelho de João, mas nenhu-
ma vez no evangelho de Marcos. Quando lemos no
capítulo 3, verso 1, percebemos como Jesus ficava

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ferido, condoído com a dureza do coração, machu-
cado porque as pessoas eram mais religiosas no
sentido de valorizarem coisas tão insignificantes e
desprezarem o que era mais importante. “De novo,
entrou Jesus na sinagoga e estava ali um homem que
tinha ressequida uma das mãos. E estavam observan-
do a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a
fim de o acusarem. E disse Jesus ao homem da mão
ressequida: Vem para o meio! Então lhes perguntou: É
lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar
a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio. Olhan-
do-os ao redor, indignado e condoído com a dureza
do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. Es-
tendeu-a e a mão lhe foi restaurada. Retirando-se os
fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra
ele, em como lhe tirariam a vida.” Porque era sábado,
não era permitido fazer milagres.
Em Israel, nos dias de hoje, no sábado é consi-
derado o dia de descanso. Na lei dos Judeus, no sá-
bado não podiam fazer bem algum, e no meio da
sinagoga estava um homem com a mão ressequi-
da. E agora? Então eles ficaram olhando para Jesus,
para ver o que Ele iria fazer. Jesus mandou que o
homem fosse para o meio. Ele poderia ter levado

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o homem para um lugar reservado, mas Jesus não
fez isso. Ele chamou aquele homem para o meio de
todos e disse: “É lícito nos sábados fazer o bem ou fa-
zer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram
em silêncio.” E diz o texto: “Olhando-os ao redor, in-
dignado e condoído com a dureza do seu coração.”
As pessoas eram apenas religiosas. Todos estavam
olhando e Jesus disse ao homem: “Estende a mão”, e
o homem a estendeu, e diz a Escritura: “E a mão lhe
foi restaurada. Retirando-se os fariseus, conspiravam
logo com os herodianos, contra ele, em como lhe tira-
riam a vida.” Fariseus e herodianos viviam brigando,
mas os dois conspiravam contra Jesus de como lhe
tirariam a vida.
Jesus disse: “O Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir; para dar a sua vida em resga-
te de muitos.” (Marcos 10.45.) Em Marcos, capítulo 7,
versículos 31 a 35, Jesus encontra um homem que
era gago. As pessoas não tinha muita paciência para
ouvi-lo. Diz assim: “De novo, se retirou da terra de Tiro
e foi por Sidom até o mar da Galiléia, através do ter-
ritório de Decápolis. Então lhe trouxeram um surdo e
gago e lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre
ele. Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os

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dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva; de-
pois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efa-
tá!, que quer dizer: Abre-te! Abriram-se-lhe os ouvidos,
e logo se lhe soltou o empecilho da língua, e falava de-
sembaraçadamente.” No capítulo 8 versículos 11 a
13, também lemos: “E, saindo os fariseus, puseram-se
a discutir com ele; e, tentando-o, pediram-lhe um sinal
do céu. Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espí-
rito um gemido e disse: Por que pede esta geração um
sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se
lhe dará sinal algum. E, deixando-os, tornou a embar-
car e foi para o outro lado.” As pessoas queriam um
sinal, mas o próprio Jesus disse que outro sinal ele
não daria a não ser o sinal do profeta Jonas. E qual
foi o sinal do profeta Jonas? Ele disse: “Do modo
como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do
peixe, Jesus, três dias e três noites, esteve no ventre da
terra”. (Mateus 12.39-40)
Hoje nós celebramos a ressurreição de Jesus.
Não existe outro sinal dado entre os homens; nin-
guém precisa ficar esperando outro sinal. Há muita
gente querendo sinais, mas o sinal Ele já deu. E qual
é o sinal para a nossa fé? É que Jesus ressuscitou e
Ele está vivo. Jesus ressuscitou. Aleluia! Veja o que

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está escrito no capítulo 10, versículos 13 a 16: “En-
tão lhe trouxeram algumas crianças para que as to-
casse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém,
vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim
os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é
o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não re-
ceber o reino de Deus como uma criança de maneira
nenhuma entrará nele. Então, tomando-as nos braços
e impondo-lhes as mãos, as abençoava.” Jesus aqui
fica indignado porque estavam impedindo que as
crianças chegassem a Ele. Para entrar no Reino, pre-
cisamos achegar-nos a Cristo com fé semelhante à
de uma criança. Capítulo 12, versos 41 a 44: “Era o
momento das ofertas e Jesus estava observando. As-
sentado diante do gazofilácio, observava Jesus como
o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depo-
sitavam grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva
pobre, depositou duas moedas correspondentes a um
quadrante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes:
Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou
no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertan-
tes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava;
ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía,
todo o seu sustento.”

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Os valores do Senhor são medidos de modo di-
ferente; a questão não é a quantidade, mas como
está o seu coração. Todos deram do que lhes so-
braram, porém, aquela viúva deu tudo o que tinha,
todo o seu sustento.

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O ministério
de Jesus

O evangelho de Marcos tem 16 capítulos, mas


os capítulos 11 a 16 descrevem apenas uma sema-
na do ministério de Jesus. Um terço do evangelho
de Marcos é exatamente a última semana de Jesus.
O ministério de Jesus começou quando ele tinha
trinta anos e durou cerca de três anos e meio. O
evangelho de Marcos descreve os três anos e meio
em apenas dez capítulos. Os capítulos 11 ao 16 des-
crevem apenas a última semana de Jesus. Vamos
voltar ao primeiro capítulo de Marcos: “Princípio do

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evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” Esta é uma
declaração teológica. Não é um prefácio, mas uma
base, um fundamento. Do versos 1 ao 13 de Mar-
cos 1 lemos sobre João Batista. Algumas pessoas
imaginam João Batista diferente, porque ele tinha
uma roupa diferente, comia uma comida diferente,
comia mel com gafanhoto, achavam que ele prega-
va ira, castigo, destruição. Mas a verdade é que mui-
tas pessoas da Judéia e de Jerusalém corriam para
ouvirem João Batista. João era precursor. Ele trazia
uma mensagem de graça, de amor. Jesus disse que,
dentre os filhos de mulher, ninguém foi maior que
João Batista.
Do verso 9 ao 11 vemos o batismo de Jesus. Je-
sus precisava ser batizado? Ele não tinha pecado, por
que ele foi batizado? Ele se identificou conosco. Jesus
falou: “Aquele que crer e for batizado será salvo”. Nos
versos 12e 13 lemos acerca da tentação de Jesus: “
E logo o Espírito o impeliu para o deserto, onde perma-
neceu quarenta dias,sendo tentado por satanás; estava
com as feras, mas os anjos o serviam”. Do verso 14 do
capítulo 1 até o versículo 50 do capítulo 9, ele come-
ça o ministério chamado Galileu, ou seja, o ministério
da Galiléia. Ainda no capítulo 1, verso 16 a 19, vemos

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Jesus chamar seus quatro primeiros discípulos. De-
pois disso, Ele vai para Cafarnaum, e lá opera curas
e expulsa demônios. Já no capítulo 2, o vemos ain-
da no ministério Galileu, curando um paralítico em
Cafarnaum. No capítulo 2, versículo 13, Jesus chama
Levi, que se torna Mateus: “De novo, saiu Jesus para
junto do mar, e toda a multidão vinha ao seu encontro,
e ele os ensinava. Quando ia passando, viu o Levi, filho
de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele
se levantou e o seguiu.” Vemos Jesus sempre em ação.
No capítulo 3, verso 7 até o capítulo 7, verso 23, Jesus
tem amigos, mas também os adversários. No capítu-
lo 4 Jesus ensina, por meio de parábolas, e a partir do
verso 35 acalma a tempestade: “Naquele dia, sendo
já tarde, disse-lhe Jesus: Passemos para a outra mar-
gem. E eles, despedindo a multidão, o levaram assim
como estava, no barco; e outros barcos o seguiam. Ora,
levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se
arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo
já estava a encher-se de água. E Jesus estava na popa,
dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe
disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? E ele,
despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acal-
ma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande

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bonança. Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?!
Como é que não tendes fé? E eles, possuídos de grande
temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o
vento e o mar lhe obedecem?” (Marcos 4.35-41.)
No capítulo 5, versos 1 a 14, Marcos narra a cura
do endemoniado geraseno e depois a ressurreição
da filha de Jairo. Já no capítulo 6, a partir do verso 7,
vemos as instruções dada por Jesus aos doze, a mor-
te de João Batista, a primeira multiplicação de pães
e peixes, quando Jesus alimentou cinco mil homens,
sem falar das crianças e mulheres, e depois Jesus
andando sobre as águas. No capítulo 7, novamente
Jesus contesta a tradição dos anciãos, dos religiosos.
Vemos aqui que por manterem a tradição dos anci-
ãos de não comerem sem lavar cuidadosamente as
mãos, consideraram que os discípulos de Jesus co-
miam com mãos impuras. Em Israel até os dias de
hoje, as pessoas lavam as mãos para tudo. Porém nos
versos 18 a 23 Jesus disse: “Então, lhes disse: Assim vós
também não entendeis? Não compreendeis que tudo o
que é de fora entra no homem não o pode contaminar,
porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e sai
para lugar escuso? E, assim, considerou ele puros todos
os alimentos.” Tenha bom senso, não tenha esse tipo

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de religiosidade. “E dizia: O que sai do homem, isso é o
que o contamina. Porque de dentro, do coração dos ho-
mens, é que procedem os maus desígnios, a prostitui-
ção, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza,
as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a so-
berba, a loucura, Ora, todos estes males vêm de dentro
e contaminam o homem.” O que contamina o homem
é o que sai de dentro do seu coração.
No capítulo 8 temos a segunda multiplicação de
pães e peixes. Jesus novamente alimenta uma multi-
dão. Então vemos a cura de um cego em Betsaiba e
Jesus ensinando e curando, chegando às aldeias de
Cesaréia de Filipe. Vemos a transfiguração no capítu-
lo 9, verso 2 a 8: “Seis dias depois, tomou Jesus consigo
a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto
monte. Foi transfigurado diante deles; as suas vestes
tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas,
como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar.
Apareceu-lhes Elias e Moisés, e estavam falando com
Jesus. Então, Pedro, tomando a palavra, disse: Mestre,
bom é estarmos aqui e façamos três tendas: uma será
tua, outra, pra Moisés, e outra, para Elias. Pois não sabia
o que dizer, por estarem eles aterrados. A seguir, veio
uma nuvem que os envolveu; e dela uma voz dizia: Este

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é o meu filho amado; a ele ouvi. E, de relance, olhando
ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus.”
No capítulo 10 Jesus prega na Peréia, Ele fala sobre
o divórcio, riquezas, tradições, a cura do cego Bar-
timeu. No capítulo 11 inicia-se a última semana do
Senhor. Do verso 1 ao 11 temos a entrada triunfal
em Jerusalém no domingo. A partir do verso 12 te-
mos a maldição da figueira e a purificação do tem-
plo na segunda-feira. Na terça-feira, encontramos o
Senhor falando sobre fé e temor. E no capítulo 12,
Ele fala sobre parábolas e controvérsias. No capítulo
13, do verso 1 ao 37, temos o sermão do Monte das
Oliveiras, o sermão profético. Jesus termina a terça-
feira em Betânia, no capítulo 14, quando recebeu a
unção de Maria, irmã de Lázaro, numa demonstra-
ção de tão grande amor. Muitos murmuravam contra
ela, dizendo que a quantia era equivalente ao salário
anual de um lavrador, trezentos denários. Mas Jesus
a defendeu, dizendo: “Deixa-a; por que a moslestais?
Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres,
sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis
fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes. Ela
fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepul-
tura. Em verdade vos digo: onde for pregado em todo

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o mundo o evangelho, será também contado o que ela
fez, para memória sua.”(Marcos 14.6-9.) Ainda no ca-
pítulo 14, versos 12 a 29, vemos o Senhor participan-
do e distribuindo a ceia. A ceia do Senhor não veio
substituir a páscoa; é algo completamente diferente.
Não há mais celebração de páscoa. A ceia é um teste-
munho em que recordamos a realidade da morte do
Senhor. Na sexta-feira, ainda no capítulo 14, vamos
encontrar o Senhor no Getsêmani, um jardim na en-
costa do Monte das Oliveiras. Ali Ele diz a Pedro que
ainda naquela noite, antes que o galo cantasse duas
vezes, Pedro o negaria três vezes. Do versículo 53 ao
72 temos os julgamento judaico de Jesus; Ele sendo
julgado pelos sacerdotes por todo o Sinédrio. “E le-
varam Jesus ao sumo sacerdote , e reuniram-se todos
os principais sacerdotes, os anciãos e os escribas. Pe-
dro seguira-o de longe até o interior do pátio do sumo
sacerdote e estava assentado entre os serventuários,
aquentando-se ao fogo. E os principais sacerdotes e
todo o Sinédrio procuravam algum testemunho contra
Jesus para o condenar à morte e não achavam.” (Mar-
cos 14.53-55.)
No capítulo 15, versos 1 a 20, temos o julgamento
Romano de Jesus, Ele sendo levando para Pôncio Pilatos.

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Versos 21 a 46, o relato da crucificação de Jesus. Já o ca-
pítulo 16, a ressurreição de Jesus, acontece no domingo:
“Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de
Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem embal-
samá-lo. E, muito cedo, no primeiro dia da semana, ao
despontar do sol, foram ao túmulo. Diziam umas às ou-
tras: Quem removerá a pedra da entrada do túmulo? E,
olhando, viram que a pedra já estava removida; pois era
muito grande. Entrando no túmulo, viram um jovem as-
sentado do lado direito, vestido de branco, e ficaram sur-
preendidas e atemorizadas. Ele, porém, lhes disse: Não
vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi cru-
cificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar
onde o tinham posto. Mas ide, dizei a seus discípulos e a
Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia; lá o ve-
reis, como ele vos disse. E, saindo elas, fugiram do sepul-
cro, porque estavam possuídas de temor e de assombro;
e, de medo, nada disseram a ninguém. Havendo ele res-
suscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana,
apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira
sete demônios. E, partindo ela, foi anunciá-lo àqueles
que, tendo sido companheiros de Jesus, se achavam tris-
tes e choravam. Estes, ouvindo que ele vivia e que fora
visto por ela, não acreditaram. Depois disto, manifes-

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tou-se em outra forma a dois deles que estavam de ca-
minho para o campo. E, indo, eles o anunciaram aos de-
mais, mas também a estes dois eles não deram crédito.
Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam
à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de co-
ração, porque não deram crédito aos que o tinham visto
ressuscitado. E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai
o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado
será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes
sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu
nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pega-
rão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem,
não lhes fará mal; se impuserem as mão sobre enfermos,
eles serão curados. De fato, o Senhor Jesus, depois de
lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra
de Deus. E eles, tendo partido, pregaram em toda parte,
cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra
por meio de sinais, que se seguiam”. (Marcos 16.1-20.)
Glória a Deus! Aleluia, por esta realidade tão viva
que é a Palavra do Senhor! Por cada um dos capítulos
do evangelho de Marcos vemos Jesus se revelando
com autoridade sobre os demônios, as enfermidades,
as circunstâncias, mas acima de tudo, revela Seu ca-
ráter de servo por trás de cada uma de sua atitudes.

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Conclusão

Vimos um pouco sobre o evangelho de Marcos.


Neste evangelho o Senhor diz: “Porque o Filho do ho-
mem não veio para ser servido, mas para servir e dar
a sua vida em resgate de muitos.” E Marcos termina o
evangelho dizendo: “De fato, o Senhor Jesus, depois
de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à
destra de Deus.” Por isso Paulo disse: “Pois ele, subsis-
tindo em forma de Deus, não julgou como usurpação
o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, as-
sumindo a forma de servo, tornado-se em semelhan-
ça de homens; e, reconhecido em figura humana, a
se mesmos se humilhou, tornando-se obediente até

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à morte e morte de cruz. Pelo que Deus o exaltou so-
bremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo
nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joe-
lho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua
confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de
Deus Pai”. (Filipenses 2.6-11.) E diz também o evan-
gelho de Marcos: “E eles, tendo partido, pregaram em
toda parte, cooperando com eles o Senhor e confir-
mando a palavra por meio de sinais, que os seguiam”.
“Em meu nome expelirão demônios, em meu nome
falarão novas língua”. Sinais: “Imporão as mãos sobre
os enfermos e os curarão”. “Em meu nome”. Quando
você entra no livro de Atos, todos esses sinais pro-
metidos pelo Senhor se transformaram como que
em patrimônio da Igreja. “Se você crê”. Você não
pode desprezar os sinais. Eles irão acompanhar
aquele que crer. A sua vida é uma vida sobrenatural.
Diz a Palavra que o Senhor andou por toda a parte
fazendo o bem, porque Deus era com ele.
Quando passamos pelo evangelho de Marcos,
conhecemos um pouco do Senhor e do seu amor.
Quantas vezes o inimigo vem e começa a falar ao
seu coração palavras de derrota, dizendo que Je-
sus não se importa com você. Mas Jesus o ama e se

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importa com você. Marcos nos mostra Jesus, servo
do Senhor, servo sofredor. Mas procure vê-lo triun-
fante. Em cada parte do evangelho de Marcos você
percebe que Jesus se importa com você, que Ele
tomou a sua culpa e que só Ele pode trazer perdão.
Salvação é um dom, é um presente. A Escritura
diz: “Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não
vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para
que ninguém se glorie”. (Efésios 2.8-9). Tudo o que
era preciso fazer para você ser salvo, Jesus fez. Por
isso, a salvação é um presente de Deus. O Servo do
Senhor fez tudo para que hoje pudéssemos tomar
posse da vida eterna, pela fé.

Deus abençoe!

Márcio Valadão

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JESUS TE
AMA E QUER
VOCÊ!

1º PASSO: Deus o ama e tem um plano


maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-
nito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)

2º PASSO: O Homem é pecador e está

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separado de Deus. “Pois todos pecaram e ca-
recem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)

3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus,


para o conflito do homem. “Respondeu-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)

4º PASSO: É preciso receber a Jesus em


nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-
beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“
(Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Je-
sus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, será sal-
vo. Porque com o coração se crê para justiça e
com a boca se confessa a respeito da salvação.”
(Rm 10.9-10.)

5º PASSO: Você gostaria de receber a


Cristo em seu coração? Faça essa oração de
decisão em voz alta:

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“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o
meu pecado de estar longe dos teus caminhos.
Abro a porta do meu coração e te recebo como
meu único Salvador e Senhor. Te agradeço
porque me aceita assim como eu sou e perdoa
o meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro
dos teus planos para minha vida, amém”.

6º PASSO: Procure uma igreja evangé-


lica próxima à sua casa.
Nós estamos reunidos na Igreja Batista da
Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro
São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.
Nossa igreja está pronta para lhe acom-
panhar neste momento tão importante da
sua vida.
Nossos principais cultos são realizados
aos domingos, nos horários de 10h, 15h e
18h horas.

Ficaremos felizes com sua visita!

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão

CEP: 31110-440 - Belo Horizonte - MG

www.lagoinha.com

Twitter: @Lagoinha_com

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