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Porto Velho – RO
2023
ILLGNER MOREIRA ARAÚJO
PORTO VELHO - RO
2023
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA
CAMPUS CALAMA - COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL
____________________________________________________
Samara Pimentel Pereira, Mestre
(Orientadora)
____________________________________________________
Jéssica Ferreira Borges, Doutora
(Coorientadora)
____________________________________________________
Celso José Roberto Soares Junior, Mestre
(Examinador Interno)
____________________________________________________
Davidson de Oliveira França Júnior, Doutor (UNIFAL)
(Examinador Externo)
Em primeiro lugar, quero agradecer a Deus, pelo dom da vida e pela graça da
conversão à verdade, e a Nossa Senhora, por estar comigo em todos os momentos,
aos quais tenho minha vida consagrada. Depois ao meu anjo da guarda, que nos
momentos de maior desgaste físico e mental, ajudou-me a escrever esse trabalho até
o final.
Agradeço, de forma muito especial, aos meus pais Eudes Aragão e Maria
Enilda por tamanho carinho, amor e sacrifício que tiveram que ofertar para
proporcionar uma educação e ensino de qualidade a mim e à minha irmã, Niuára
Moreira.
Agradeço às minhas professoras, a orientadora Samara Pimentel Pereira e,
especialmente, a coorientadora Jéssica Ferreira Borges, por ter aceito me instruir,
mesmo estando em outro estado. Além disso, sou grato pela sua paciência, sabedoria,
parceria e por me fazer compreender, de forma mais clara, o comportamento das
estruturas.
Agradeço ao IFRO campus Porto Velho Calama por ter me concedido a
oportunidade de conhecer professores e profissionais de grande competência e pelas
experiências ímpares que levarei comigo.
Por fim, sou grato à Fernanda Machado Scotti por ter me ajudado com a
modelagem da ponte no CSiBridge e pela caridade e prontidão em sanar minhas
dúvidas. Além disso, a parabenizo pelo seu excelente trabalho de conclusão de curso,
pois ele foi uma grande referência para a realização desse estudo.
RESUMO
As pontes são estruturas utilizadas para transpor um obstáculo natural, seja ele um
vale ou um curso d’água, possibilitando a continuidade de uma via. Elas são obras
que possuem grande relevância para o poder público, pois além de serem construções
onerosas, promovem o encurtamento de rotas, facilitando o translado de pessoas e
produtos. Nos últimos anos, observou-se a frequência de desabamentos de pontes
em diversas regiões do Brasil, devido à elevação dos níveis dos rios, durante o período
chuvoso. Assim, mostra-se de grande importância um estudo que tenha o intuito de
avaliar a influência da quantidade e posicionamento de longarinas e transversinas na
concepção de tais estruturas perante a ocorrência de ação excepcional de enchente,
de modo que se obtenha os menores esforços internos e deslocamentos nas vigas
longitudinais, na combinação de estado limite último, em vista de elevar a estabilidade
da ponte como um todo. A presente pesquisa analisou seis concepções estruturais
para a nova ponte sobre o rio Jamari, em Rondônia. Para a obtenção dos valores de
esforços cortantes, esforços axiais, momentos fletores, momentos torçores e
deflexões foi empregado o método dos elementos finitos (MEF), por meio do software
CSiBridge. Inicialmente, fez-se uma conferência prévia no software Ftool, com a
intenção de validar os dados obtidos através do MEF. Em seguida, as análises dos
resultados constataram que as concepções estruturais que apresentam um menor
número de transversinas e elevada quantidade de longarinas, proporcionam, em
geral, valores mínimos de esforços internos e deslocamentos, considerando os
parâmetros e casos de carga adotados nesse estudo. Assim, a modelagem que se
enquadra nesse cenário é o caso 4, que possui quatro longarinas e duas
transversinas. Entretanto, nesse caso, os projetistas estruturais devem ter atenção
aos esforços axiais e momentos torçores para realizar o dimensionamento dessas
vigas longitudinais.
A Esforço Axial
D2 Deslocamento no Eixo 2
L1 Longarina Número Um
MT Momento Torçor
TI Transversina Intermediária
LISTA DE SÍMBOLOS
k Coeficiente dimensional
FQ1,k Valor característico da ação variável considerada como ação principal para
a combinação
Ψ0j . FQj,k Valor reduzido de combinação de cada uma das demais ações variáveis
Ψ0j,ef fator de combinação efetivo de cada uma das demais variáveis que podem
⃗⃗⃗⃗
𝐷𝑥 Vetor deslocamento na direção do eixo x
⃗⃗⃗⃗
𝐷𝑦 Vetor deslocamento na direção do eixo y
⃗⃗⃗⃗𝑧
𝐷 Vetor deslocamento na direção do eixo z
⃗⃗⃗⃗𝑥
𝜃 Vetor rotação em torno do eixo x
⃗⃗⃗⃗
𝜃𝑦 Vetor rotação em torno do eixo y
⃗⃗⃗
𝜃𝑧 Vetor rotação em torno do eixo z
𝜑 Coeficiente de impacto
q Ações de multidão
𝐹𝐷 Força de arrasto
𝐹𝐿 Força de sustentação
ρ Densidade da água
𝐴𝑚 Área molhada
𝑅𝐻 Raio hidráulico
𝑄 Vazão
𝑃𝑚 Perímetro molhado
𝑀𝑚á𝑥, 𝐶𝑆𝑖𝐵𝑟𝑖𝑑𝑔𝑒 Momento fletor máximo encontrado no CSiBridge
𝑣 Coeficiente de Poisson
E Módulo de elasticidade
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 25
1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 28
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 30
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................. 30
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................. 31
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 32
2.1 HISTÓRICO DAS PONTES .......................................................................... 32
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES ................................................................. 34
2.3 ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO DAS PONTES ........................................ 35
2.4 AÇÕES EXTERNAS EM PONTES ............................................................... 40
2.4.1 Carga permanente ...................................................................................... 40
2.4.2 Carga variável ............................................................................................. 40
2.4.2.1 Pressão da água em movimento .................................................................. 41
2.4.3 Carga excepcional ...................................................................................... 42
2.5 ESTADOS LIMITES...................................................................................... 42
2.5.1 Combinação de ações ................................................................................ 44
2.6 MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ....................................................... 45
2.6.1 Conceitos e formulação ............................................................................. 45
2.6.1.1 Elemento de barra (Frame) .......................................................................... 48
2.6.1.2 Elemento de casca (Shell) ............................................................................ 50
2.6.2 Software CSiBridge .................................................................................... 51
3 METODOLOGIA........................................................................................... 53
3.1 DESCRIÇÃO DA PONTE EM ESTUDO ....................................................... 53
3.2 MÉTODO ...................................................................................................... 54
3.3 DETERMINAÇÃO DAS AÇÕES QUE ATUAM NAS LONGARINAS ............ 56
3.3.1 Ações permanentes.................................................................................... 57
3.3.2 Ações móveis ............................................................................................. 57
3.3.3 Ações excepcionais de correnteza devido à inundação ......................... 59
3.3.3.1 Determinação da força de arrasto ................................................................ 60
3.3.4 Combinação adotada ................................................................................. 65
3.4 VARIAÇÃO DO NÚMERO DE TRANSVERSINAS E LONGARINAS ........... 66
4 RESULTADOS ............................................................................................. 70
4.1 MODELO COMPUTACIONAL ...................................................................... 70
4.2 VALIDAÇÃO DO MODELO .......................................................................... 76
4.3 ESFORÇOS INTERNOS NAS LONGARINAS ............................................. 81
4.3.1 Caso 1 .......................................................................................................... 81
4.3.2 Caso 2 .......................................................................................................... 91
4.3.3 Caso 3 ........................................................................................................ 102
4.3.4 Caso 4 ........................................................................................................ 113
4.3.5 Caso 5 ........................................................................................................ 124
4.3.6 Caso 6 ........................................................................................................ 135
4.4 ANÁLISE DOS ESFORÇOS MÁXIMOS ..................................................... 146
4.4.1 Esforço cortante no eixo 2 ....................................................................... 147
4.4.2 Momento fletor em relação ao eixo 3 ...................................................... 148
4.4.3 Deslocamento no eixo 2 ........................................................................... 150
4.4.4 Esforço cortante no eixo 3 ....................................................................... 152
4.4.5 Momento fletor em relação ao eixo 2 ...................................................... 153
4.4.6 Deslocamento no eixo 3 ........................................................................... 155
4.4.7 Esforço axial ............................................................................................. 156
4.4.8 Momento torçor ........................................................................................ 157
5 CONCLUSÃO............................................................................................. 160
5.1 SUGESTÃO DE PESQUISAS FUTURAS .................................................. 162
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 163
ANEXO A - CORTE LONGITUDINAL NO EIXO DA OAE...................................... 168
ANEXO B - SEÇÃO TRANSVERSAL 1 (TRANSVERSINAS) ............................... 169
ANEXO C - SEÇÃO TRANSVERSAL 2 (TÍPICA) .................................................. 170
ANEXO D - PLANTA BAIXA DA OAE ................................................................... 171
25
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
(a) (b)
Fonte: Valeriano (2021)
(a) (b)
Fonte: Souza (2022)
Consoante a NBR 7187 (ABNT, 2021, p.5), “cargas permanentes são ações
cujas intensidades podem ser consideradas constantes ao longo da vida útil da
construção". Mas também, podem ser classificadas como permanentes as forças que
crescem no tempo, tendendo a um valor-limite constante. No caso de pontes
rodoviárias, são exemplos desse tipo de esforço:
● Peso próprio de elementos estruturais, como a laje de tabuleiro, longarinas,
transversinas, alas e cortinas; travessas e pilares;
● Cargas provenientes dos pesos dos elementos complementares, como o
revestimento do pavimento, as barreiras New Jersey, os guarda-corpos e os
dispositivos de sinalização;
● Empuxos de terra e de líquidos;
● Forças de protensão; e
● Deformações impostas, isto é, provocadas por fluência e retração do concreto,
e por deslocamentos de apoios.
De acordo com a NBR 7187 (ABNT, 2021) e a NBR 8681 (ABNT, 2003), as
cargas variáveis são ações de caráter transitório, que apresentam variações
significativas de intensidades em torno de um valor médio. Elas compreendem:
● Cargas móveis;
● Força de frenagem;
● Cargas de vento;
● Cargas de construção;
● Empuxo de terra provocado por cargas móveis;
41
No caso de pontes, a NBR 7187 (ABNT, 2021, p.8) afirma que se deve
considerar “a pressão da água em movimento sobre os pilares e elementos de
fundação” com base na Equação 2.1.
p = k . 𝑉𝑎 ² (2.1)
90° 0,71
45° 0,54
0° 0
Conforme a NBR 8681 (ABNT, 2003, p. 2), “ações excepcionais são as que
têm duração extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a
vida da construção, mas que devem ser consideradas nos projetos de determinadas
estruturas”. São exemplos desse tipo de ação externa os choques de objetos móveis,
explosões e fenômenos naturais pouco frequentes no Brasil, como abalos sísmicos,
ou enchentes (ABNT, 2021).
Onde:
Fd : valor de cálculo da ação;
γgi : coeficiente de ponderação relativo às ações permanentes;
FGi,k : valor característico das ações permanentes;
γq : coeficiente de ponderação das ações variáveis;
FQ1,k : valor característico da ação variável considerada como ação principal para a
combinação;
Ψ0j . FQj,k : valor reduzido de combinação de cada uma das demais ações variáveis;
Ψ0j,ef : fator de combinação efetivo de cada uma das demais variáveis que podem agir
concomitantemente com a ação principal FQ1 , durante a situação transitória; e
Quanto maior for a quantidade de nós e elementos, maior será a precisão dos
resultados do modelo (PUEL, 2018). A Figura 12 demonstra um caso real de uma viga
prismática de seção “I” discretizada por meio de elementos hexaédricos, no formato
de paralelepípedos.
47
Além da forma do elemento finito (Figura 13), ele deve ser capaz de
representar o volume do modelo, assim como o comportamento de tensões e
deslocamentos do material. Nos próximos tópicos será tratado sobre o elemento de
barra e o de casca, os quais foram utilizados neste trabalho.
Após a definição dos nós, é possível verificar os eixos locais dos elementos
de barras, como é mostrado na Figura 15.
Figura 15 - Eixos locais do elemento de barra
3 METODOLOGIA
3.2 MÉTODO
As cargas devido ao peso próprio são obtidas a partir do produto entre o peso
específico do material e a área da seção transversal do elemento. Para os materiais
compostos por concreto armado será adotado um peso específico igual a 25 kN/m³,
enquanto que para o revestimento asfáltico será de 24 kN/m³, conforme a NBR 6120
(ABNT, 2019). É importante destacar que para contemplar possíveis recapeamentos,
é acrescido um valor de 2 kN/m² ao peso próprio da pavimentação (ABNT, 2021). Ao
aplicar esse procedimento para as barreiras New Jersey, tabuleiro e longarinas, será
obtido uma ação linear uniforme exercida na direção longitudinal da ponte. As
intensidades das ações permanentes das barreiras New Jersey, guarda-corpos e
pavimento estão apresentadas na seção 4.1. Os valores que se referem à laje de
tabuleiro, longarinas e transversinas foram determinados de forma automática pelo
CSiBridge.
No que tange às transversinas, a lógica de cálculo se altera, pois, elas se
apoiam de forma pontual nas longarinas. Por isso, as cargas de peso próprio das vigas
transversais são o resultado do produto entre peso específico do concreto armado e
o volume do elemento estrutural dividido por dois, que é a quantidade de vigas
longitudinais sobre as quais se apoiam.
Vale salientar que os pesos de estruturas como lajes de transição, cortinas,
alas e solos de aterro não foram incluídos no cálculo pois estes estão agindo
diretamente sobre os pilares de cabeceira. Dessa forma, tais ações não estarão
descarregando nas longarinas.
𝑞 = 𝑝. 𝜑 (3.5)
Devido a consideração de carregamento excepcional de enchente, entende-
se que não haverá o fluxo de veículos sobre a ponte. Portanto, não será considerado
a ação de cargas móveis sobre a OAE.
localizado na região central do rio. Pois, à medida que determinada partícula líquida
se distancia das margens, sua velocidade aumenta até atingir um valor máximo no
ponto que corresponde à metade da largura do curso d’água (NETTO; FERNÁNDEZ,
2015). Por consequência, a intensidade da força de arrasto será máxima no centro do
rio, nesse ponto considerado, como visto anteriormente na Equação 3.6.
De acordo com o relatório do projeto e especificações de serviços - volume 1,
disponibilizado pela SUPEL-RO (2020), os engenheiros valeram-se da equação de
Manning para determinar a vazão máxima de projeto referente à cota máxima de
projeto do rio Jamari no local da ponte, expressa conforme a Equação 3.7.
2⁄ 𝑛. 𝑄
𝐴𝑚 . 𝑅𝐻 3 = (3.7)
√𝐼
𝟐/𝟑 𝟐/𝟑
COTA (m) 𝑨𝒎 (m²) 𝑷𝒎 (m) 𝑹𝑯 (m) 𝑹𝑯 𝑨𝒎 ∗ 𝑹𝑯
No entanto, não há dados referentes à cota de 100 metros. Por esse motivo,
foi necessário esboçar uma curva de tendência que, a partir dela, fosse possível
estimar o valor de raio hidráulico para a cota de interesse. O Gráfico 1 apresenta a
curva mencionada.
Gráfico 1 - Curva de tendência do parâmetro raio hidráulico elevado a dois terços
2
5,153 . √0,0015
𝑉𝑎 =
0,035
𝑉𝑎 = 5,7 𝑚/𝑠
Vale destacar que o resultado obtido se refere à velocidade média do rio
quando o nível d’água atinge a cota de 100 metros. No entanto, segundo Netto e
Fernández (2015), a velocidade da água em um canal varia em função da
profundidade do mesmo, como é representado na Figura 22.
Figura 22 - Diagrama de variação da velocidade com a profundidade do canal
média. É por essa razão que o perfil transversal do modelo, representado pela Figura
23, difere do perfil transversal original, esquematizado no Anexo C.
Fd = ∑(FGi,k ) + FQ,exc
i=1
66
Nº de longarinas 3 3 3 4 4 4
Nº de transversinas 2 4 6 2 4 6
Distância entre longarinas (m) 3,51 3,51 3,51 2,34 2,34 2,34
Distância entre transversinas (m) 31,3 10,43 6,26 31,3 10,43 6,26
CASO 1 CASO 4
CASO 2 CASO 5
CASO 3 CASO 6
4 RESULTADOS
kN/m³, coeficiente de Poisson (𝑣 ) igual a 0,2; módulo de elasticidade (E) igual a 35418
4.3.1 Caso 1
Nesse tópico será considerado o caso 1, o qual é composto por três longarinas
e duas transversinas. Para a primeira análise desse caso, a Figura 44, a seguir, ilustra
os diagramas de esforço cortante no eixo 2 de todas as longarinas, em virtude das
ações permanentes, hidrodinâmicas e da combinação de estado limite último
excepcional. Os gráficos que estão dispostos na coluna (c) são o resultado da soma
dos diagramas devido às cargas permanentes e de correnteza. Além disso, as regiões
em vermelho dos gráficos correspondem aos valores negativos, enquanto as áreas
em azul os positivos.
É importante salientar que cada diagrama representado na seção 4.3 possui
sua própria escala. Portanto, não se pode comparar os valores deles apenas pela
visualização de suas representações gráficas. Eles foram introduzidos com o intuito
de mostrar como as intensidades dos esforços internos variam ao longo do
comprimento de cada longarina.
Figura 44 - Diagrama de esforço cortante, no eixo 2, em cada longarina do caso 1,
devido às (a) ações permanentes, (b) de correnteza e (c) combinação ELU
excepcional, com o indicativo de valor máximo
L1
L2
L3
esforços cisalhantes muito próximos, em torno de, em módulo, 607 kN. No que tange
à ação de correnteza, as longarinas L1 e L3 apresentaram solicitações acentuadas
nas extremidades, em virtude das transversinas localizadas nos apoios. Os esforços
internos em razão da combinação de ELU excepcional oscilaram consideravelmente
ao comparar as três vigas. A L2 se destacou dentre as demais, pois apresentou uma
força cortante máxima no apoio igual a 864,26 kN.
Na Figura 45 são apresentadas as perspectivas dos diagramas de momento
fletor em relação ao eixo 3 de todas as longarinas do caso 1, em razão das três
situações de cargas (permanentes, de correnteza e combinação ELU excepcional).
Figura 45 - Perspectivas dos diagramas de momento fletor em relação ao eixo 3, de
todas as longarinas do caso 1, em virtude (a) das ações permanentes, (b) de
correnteza e (c) combinação ELU excepcional
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L1
L2
L3
L1
L2
L3
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L1
L2
L3
L1
L2
L3
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
4.3.2 Caso 2
Nesse tópico será estudado o caso 2, o qual é composto por três longarinas
e quatro transversinas. A primeira análise desse caso é sobre os diagramas de esforço
cortante no eixo 2 de todas as longarinas, em virtude das ações permanentes,
92
L1
L2
L3
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L1
L2
L3
L1
L2
L3
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L1
L2
L3
L1
L2
L3
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
4.3.3 Caso 3
Nesse tópico será observado o caso 3, o qual é composto por três longarinas
e seis transversinas. A primeira análise desse caso é sobre os diagramas de esforço
cortante no eixo 2 de todas as longarinas, em virtude das ações permanentes,
hidrodinâmicas e da combinação de estado limite último excepcional desses dois
casos de carga, os quais estão ilustrados na Figura 66.
Os gráficos que estão dispostos na coluna (c) são o resultado da soma dos
diagramas devido às cargas permanentes e de correnteza. Além disso, as regiões em
103
L1
L2
L3
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L1
L2
L3
L1
L2
L3
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L1
L2
L3
L1
L2
L3
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
4.3.4 Caso 4
L1
L2
L3
L4
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L4
Após a análise dos diagramas da Figura 79(a), pode-se inferir que todos
possuem formatos semelhantes. Além disso, as vigas externas (L1 e L4) retrataram
intensidades de momento fletor próximas entre si (4713 kN.m), já as longarinas L2 e
L3 exibiram valores iguais de 4652 kN.m.
No segundo caso de carga, as longarinas 1 e 2 ilustraram resultados
expressivos de momento negativo na porção central do vão. Dessa forma, ao realizar
a combinação de ações, houve um alívio de momento fletor nessa região (Figura
79(c)), obtendo-se intensidades iguais a, respectivamente, 4001,22 e 4121,45 kN.m.
Tais reduções são de suma importância para o engenheiro estrutural, pois é a partir
deles que se dimensionam as armaduras de flexão das vigas longitudinais.
A Figura 80 expõe os deslocamentos verticais, no eixo 2, das longarinas do
caso 4.
117
L1
L2
L3
L4
L1
L2
L3
L4
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L4
L1
L2
L3
L4
L1
L2
L3
L4
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L4
4.3.5 Caso 5
Os gráficos que estão dispostos na coluna (c) são o resultado da soma dos
diagramas devido às cargas permanentes e de correnteza. Além disso, as regiões em
vermelho dos gráficos correspondem aos valores negativos, enquanto as áreas em
azul os positivos.
Figura 88 - Diagrama de esforço cortante, no eixo 2, em cada longarina do caso 5,
devido às (a) ações permanentes, (b) de correnteza e (c) combinação ELU
excepcional, com o indicativo de valor máximo
L1
L2
L3
L4
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L4
Após a análise dos diagramas da Figura 90(a), pode-se inferir que todos
possuem formatos semelhantes. Além disso, as vigas externas (L1 e L4) retrataram
intensidades de momento fletor próximas entre si (5138 kN.m), já as longarinas L2 e
L3 exibiram valores iguais de 5086 kN.m.
No segundo caso de carga, as longarinas 1 e 2 ilustraram resultados
expressivos de momento negativo na porção central do vão. Dessa forma, ao realizar
a combinação de ações, houve um alívio de momento fletor nessa região (Figura
90(c)), obtendo-se intensidades iguais a, respectivamente, 4105,91 e 4721,21 kN.m.
Tais reduções são de suma importância para a economia do projeto, pois significam
menores áreas de aço nas vigas longitudinais
A Figura 91 expõe os deslocamentos verticais, no eixo 2, das longarinas do
caso 5.
128
L1
L2
L3
L4
L1
L2
L3
L4
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L4
L1
L2
L3
L4
L1
L2
L3
L4
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L4
4.3.6 Caso 6
L1
L2
L3
L4
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L4
Após a análise dos diagramas da Figura 101(a), pode-se inferir que todos
possuem formatos semelhantes. Além disso, as vigas externas (L1 e L4) retrataram
intensidades de momento fletor próximas entre si (5480 kN.m), já as longarinas L2 e
L3 exibiram valores iguais de 5435 kN.m.
No segundo caso de carga, as longarinas 1 e 2 ilustraram resultados
expressivos de momento negativo na porção central do vão. Dessa forma, ao realizar
a combinação de ações, houve um alívio de momento fletor nessa região (Figura
101(c)), obtendo-se intensidades iguais a, respectivamente, 4455,39 e 5072,88 kN.m.
Tais reduções são de suma importância para a economia do projeto, pois significam
menores áreas de aço nas vigas longitudinais
A Figura 102 expõe os deslocamentos verticais, no eixo 2, das longarinas do
caso 6.
139
L1
L2
L3
L4
L1
L2
L3
L4
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L4
L1
L2
L3
L4
Figura 107 - Diagrama de esforço axial em cada longarina do caso 6, devido às (a)
ações permanentes, (b) de correnteza e (c) combinação ELU excepcional, com o
indicativo de valor máximo
L1
L2
L3
L4
(a) (b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
L1
L2
L3
L4
(a)
148
(b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
(a)
(b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
150
(a)
151
(b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
Em razão das cargas permanentes, pode-se verificar no Gráfico 5 (a) que com
o aumento do número de longarinas, houve uma redução de 17%, em média, no valor
das deflexões. Tal fato se confirma para todos os casos em que houve apenas a
variação do número de vigas longitudinais. Além disso, ao realizar a comparação em
função do aumento da quantidade de transversinas, é possível perceber que houve
uma elevação das intensidades dos deslocamentos, por volta de 10%.
Já para as simulações de correnteza, não houve um comportamento padrão
para todas as longarinas. Por exemplo, as deflexões para a L1 pouco alteraram com
o aumento do número de longarinas, já para a longarina 3 ocorreu a diminuição das
intensidades. Quando se realiza a combinação dos esforços pelo ELU excepcional
(Gráfico 5(c)), é possível notar que os dados se portaram da mesma forma que os
encontrados na situação (a), pois as flechas (das vigas) no eixo 2 estão estreitamente
152
vinculados aos momentos fletores em torno do eixo 3, e sofrem pouca influência das
ações que ocorrem no eixo 3.
(a)
(b)
153
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
No caso de carga devido às ações permanentes (Gráfico 6(a)) não foi possível
identificar uma tendência dos dados quando se modifica o número de transversinas.
Entretanto, observou-se um aumento nas intensidades dos esforços cortantes, em
módulo, à medida que se elevava a quantidade de longarinas. Por outro lado, ao se
examinar a modelagem sob o efeito da correnteza, concluiu-se que a adição de
longarinas reflete na diminuição, em módulo, da força cisalhante.
(a)
154
(b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
(a)
(b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
156
Na situação (a) do Gráfico 8 foi possível identificar que, na maioria dos casos,
a adição de longarinas gerou maiores valores de deslocamentos. Porém, ao analisar
o caso de carga devido à correnteza, encontrou-se o efeito oposto, ou seja, a elevação
do número de vigas longitudinais resultou em menores deslocamentos. Por exemplo,
o deslocamento máximo da longarina L1 reduziu em 70% do caso 1 para o caso 4.
(a)
(b)
157
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
(a)
(b)
(c)
Fonte: Autoria própria (2023)
As ações devido ao peso próprio dos elementos, de modo geral, pouco foram
influenciadas pela adição de transversinas. No entanto, ao considerar o aumento do
número de longarinas, houve a elevação das intensidades de torção. A título de
159
5 CONCLUSÃO
(C2), visto que será reduzido o peso próprio da estrutura. Além disso, o aumento da
quantidade de longarinas contribui de forma significativa para a diminuição desse
esforço interno.
Para o esforço cortante no eixo 3, não foi possível identificar uma tendência
no comportamento dos dados ao se alterar o número de transversinas. No entanto,
observou-se que a intensidade da força de cisalhamento reduziu nos casos em que
houveram aumento na quantidade de longarinas. Dentre os resultados adquiridos,
notou-se que o caso 4, em geral, apresentou os menores valores de esforço cortante
no eixo 3.
Como o momento fletor em relação ao eixo 2 está associado ao deslocamento
no eixo 3, ambos serão analisados de forma conjunta. Nos dois comportamentos é
perceptível que ao se elevar o número de longarinas, tanto o momento quanto o
deslocamento apresentam menores valores. A respeito das transversinas, não foi
notado uma tendência de comportamento dos dados das duas variáveis, ao se alterar
a quantidade de vigas transversais.
Da mesma maneira, o momento fletor em relação ao eixo 3 (MF3) será
examinado de forma conjunta com os deslocamentos encontrados no eixo 2 (D2). Em
ambas as situações se verificou que quanto menor for o número de transversinas,
menor será as intensidades do momento e deslocamento. Por outro lado, conforme
se eleva a quantidade de longarinas, as intensidades do esforço interno e da
deformação serão reduzidas.
Com relação aos esforços axiais (A), não foi encontrado um padrão de
comportamentos dos dados ao se modificar o número de longarinas. Entretanto,
verificou-se que as intensidades das forças axiais reduziram quando houve o aumento
da quantidade de transversinas. Dentre os resultados obtidos, notou-se que o caso 5
retornou os menores valores desse esforço interno.
No que tange aos momentos torçores (MT), constatou-se quanto maior for o
número de transversinas e longarinas, menor será a intensidade da torção nas
longarinas. Isso ocorre em razão da melhor repartição dos esforços ao se incluir mais
elementos estruturais nas modelagens. É por conta disso que o caso 6 ilustrou os
menores resultados de momento torçor.
Em síntese, é possível perceber que nas situações em que houve o aumento
da quantidade de vigas longitudinais, todos os esforços internos e deslocamentos
tiveram seus valores reduzidos, no ELU, com exceção das forças axiais onde não se
162
notou uma tendência do comportamento dos dados. Além disso, dentre as oitos
análises feitas, em três delas (C2, MF3 e D2) observou-se que ao reduzir o número
de transversinas, também se reduz os valores dos esforços. E apenas em duas (A e
MT) o aumento da quantidade de transversinas resultou na diminuição das
intensidades das variáveis estudadas. Portanto, conclui-se que a concepção que
apresentar o menor número de transversinas e a maior quantidade de longarinas irá
resultar, em geral, nos mínimos valores de esforços internos e deslocamentos,
considerando os parâmetros e casos de carga adotados nesse estudo. Assim, a
modelagem que se enquadra nesse cenário é o caso 4, que possui quatro longarinas
e duas transversinas.
Isso ocorreu por causa da menor largura de influência dos elementos com o
tabuleiro. Entretanto, os projetistas estruturais devem ter atenção ao realizar o
dimensionamento dessas vigas longitudinais, pois, no referido caso, as L3 e L4
obtiveram os maiores resultados de esforços axiais, as L1 e L4 retornaram valores
bastante expressivos de momento torçor e a L4 apresentou o maior valor de
deslocamento no eixo 3.
REFERÊNCIAS
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de Textos, 2009.
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