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TÍTULO

PEREIRA BOECHART, Isabela Licenciando Pedagogia no Centro Universitário


Internacional Uninter

ISBER RUIZ PALOMA, Michely

RESUMO

O presente trabalho trata da importância das atividades práticas e experimentais no


ensino de Ciências Naturais nos primeiros anos do Ensino Fundamental, além de
analisar tal assunto, também propõe algumas possibilidades para uma melhor
abordagem didática nessa disciplina.

O objetivo é ajudar e otimizar o processo da introdução e desenvolvimento do ensino de


Ciências Naturais, através de aspectos tanto práticos como teóricos, ressaltando a
importância dessa aprendizagem para a alfabetização cientifica, deixando claro que o
conhecimento cientifico não está pronto ou acabado, mas trata-se de um conhecimento
provisório. Outro ponto que devemos salientar é sobre a formação dos docentes, que
também é um fator de influência nos problemas identificados no ensino de Ciências
Naturais. Perante a esse cenário, espera-se debater tais pontos elencados, para propor
uma reflexão e sugerir linhas de ações que possam auxiliar os professores para que os
mesmos se sintam mais seguros, para usufruir de práticas pedagógicas mais otimizadas e
eficazes, colocando em execução mais atividades experimentais.

A experimentação permite que a criança explore e descubra, tornando assim as etapas da


aprendizagem mais interessante para o aluno, pois o mesmo, estará ampliando sua
capacidade de raciocínio, criatividade e habilidades práticas. Além disso, a
experimentação é parte essencial nesse processo de desenvolvimento da criança, visto
que estará formando o seu senso crítico, dentro de um cenário onde é estimulada a
pensar sobre os resultados obtidos e a buscar explicações para os mesmos.

Palavras-chave: Ciências Naturais, experimentação, alfabetização científica.

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1. Introdução

A elaboração do presente estudo foi motivada pela inquietação surgida a partir de


um debate sobre a experiência no estágio complementar realizado nos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental (AIEF). Nesses momentos, alguns colegas de turma fizeram os
estágios obrigatórios pela grade curricular do curso Licenciatura em Pedagogia em
diferentes escolas da cidade residente. Em todas as escolas, foi detectado um problema
em comum no que se refere ao ensino de Ciências Naturais (CN): a dificuldade dos
professores em trabalhar com esses conteúdos de maneira frequente através de
estratégias distintas, além da aula expositiva. Tal inferência vai de encontro com o que
indica Bizzo (2002, p. 65), pois o autor explica que: os professores polivalentes que
trabalham nas quatro primeiras séries do ensino fundamental têm poucas
oportunidades de se aprofundar nos conhecimentos científicos e na metodologia de
ensino específica da área, tanto quando sua formação ocorre em cursos de magistério
como em cursos de Pedagogia.
É inegável a relevância das disciplinas tidas como base da formação escolar, tais
como Língua Portuguesa e Matemática. Entretanto, entende-se ser de altíssima
importância o contato com as CN já na fase de iniciação da vida escolar, pois é neste
momento que as crianças desenvolvem e constroem o conceito do que é o mundo. De
fato, desde pequenas “[...] as crianças constroem de maneira espontânea conceitos
sobre o mundo que as cerca e que esses conceitos em muitos casos chegam
naturalmente a um estágio pré-científico com uma certa coerência interna” (PIAGET;
GARCIA, 1987apud CARVALHO et al., 1998, p. 14).
Justifica-se tal contato porque, na mesma dimensão em que a criança se comunica
e realiza as operações matemáticas, por exemplo, ela também é afetada pela realidade
que só se explica por meio da Ciência. Podemos exemplificar que a criança não fica isenta
do contato com fatores naturais como nascimento e morte, crescimento e
transformação, preparo da alimentação e química, sensibilidade tátil e tantas outras
manifestações somente explicáveis pelo viés da Ciência, extrapolando as questões da
língua/linguagem. Devemos considerar que o aprendizado da criança ultrapassa a mera

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observação do mundo. Assim, impõe-se o aprendizado infantil pelo contato físico, pela
experimentação das realidades concretas do mundo.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Ciências Naturais, é
necessário introduzir a Ciência na vida das crianças, pois é através dela que
compreendemos o mundo e suas transformações, assim logo nos anos iniciais, é através
da ciência que nos reconhecemos como seres individuais e parte desse universo, esse é o
proposito para o ensino da área na escola fundamental. A apropriação de seus conceitos
e procedimentos pode contribuir para o questionamento do que se vê e ouve, para a
ampliação das explicações acerca dos fenômenos naturais, para o entendimento e
valoração dos modos de intervir na natureza e de utilizar seus recursos, para a
compreensão dos recursos tecnológicos que realizam essas mediações, para a reflexão
sobre questões éticas implícitas nas relações entre Ciência, Sociedade e Tecnologia.
(BRASIL, 1997, p. 21-22).
Tudo isso tem que ser motivador das práticas pedagógicas em relação a como é
abordado e aplicado o ensino de CN na escola, incrementando as aulas teóricas e algumas
vezes descontextualizadas da realidade, partindo de exercícios práticos, da
experimentação até chegar aos textos que se propõem levar ao entendimento sobre o
mundo que rodeia a criança em fase de formação, pois “Ciência não é um conjunto de
conhecimentos acabados, mas uma forma de ver o mundo e de transformá-lo” (GLACI
ZANCAN, 2009, p. 30).
Considerando a discussão apontada até o momento, apresenta-se o objetivo geral
desta pesquisa que consiste em identificar perspectivas que justificam a grande
relevância do ensino de Ciências Naturais nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental por
meio de atividades práticas e da experimentação. O conhecimento científico nos AIE
pode auxiliar o processo de alfabetização como constatado nos PCNs desde o início do
processo de escolarização e alfabetização, os temas de natureza científica e técnica, por
sua presença variada, podem ser de grande ajuda, por permitirem diferentes formas de
expressão. Não se trata somente de ensinar a ler e a escrever para que os estudantes
possam aprender Ciências, mas também de fazer usos das Ciências para que os alunos
sejam capazes de aprender a ler e a escrever. (BRASIL, 1997, p 62)
Mesmo reconhecendo a importância da educação científica nos anos iniciais,
muitos educadores, especialmente licenciados em Pedagogia, ainda não se sentem
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suficientemente seguros para aprofundar a temática, conforme observou-se durante o
Estágio Supervisionado. Foi possível verificar que o modo como as atividades
experimentais são abordadas em sala de aula, tem a ver com a maneira e a visão de
Ciências para esse professor.
Desse modo, seja por dúvidas no planejamento das aulas ou mesmo por pensar
que os alunos dessa faixa etária não compreenderão o assunto abordado, identifica-se
uma forte relutância em implementar dentro do modelo atual a necessária vivência
prática da Ciência nos AIEF, já que, frequentemente não é tangível ao professor o porquê,
como é, e o que ensinar em Ciências (MAUÉS, 2003).
Diante dessas dificuldades, grande parte das aulas de Ciências Naturais no início
da escolarização infantil caracteriza-se por aulas teóricas e questionários, focando apenas
a memorização dos conceitos (LORENZETTI, 2000).
Por essa razão, justifica-se a relevância deste estudo em apresentar alternativas
viáveis ao professor que atua nos AIEF, indicando possibilidades para o trabalho
pedagógico no ensino de Ciências Naturais através da experimentação e de atividades
práticas.

2. Metodologia

O presente trabalho consiste em um estudo qualitativo (BOGDAN; BIKLEN, 1994)


composto através de pesquisa bibliográfica que é "desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituída de livros e artigos científicos" (GIL, 2008, p. 50).
Segundo Gil (2008), a pesquisa bibliográfica é dispendiosa e exige do pesquisador
um trabalho intenso e postura crítica acerca do material levantado. Além disso, faz-se
necessário como demonstrado que a revisão faça parte do trabalho como um todo e não
como uma etapa isolada como uma maneira de elucidação e validação do material
abrangido. A pesquisa ainda, se utiliza de diversos significados, motivos, aspirações,
crenças, valores e atitudes. Este tipo de pesquisa explica e esclarece um problema, a qual
pode ser elaborada de forma independente, junto a uma pesquisa experimental ou
descritiva, buscando averiguar as contribuições para a cultura e a sociedade científica.
Segundo Cervo e Bervin (2002): “A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a
partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os
casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado

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existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. ” (CERVO; BERVIN, 2002,
p.65).
Para tanto, no primeiro momento foi realizada uma busca através das palavras-
chave: experimentação; alfabetização científica; ciências; anos iniciais. Diante dos
resultados atingidos e artigos selecionados, executou-se uma análise documental
baseada na concepção de Lüdke e André (1986), sendo a identificação de informações
nos artigos referentes ao ensino de Ciências Naturais nos anos iniciais do Fundamental,
com foco na experimentação e atividades práticas para o trabalho com conhecimentos
científicos, a fim de nortear as ações nas aulas de Ciências.
A ação seguinte foi consultar os documentos que abordam as políticas públicas
educacionais como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), assim como alguns documentos, tais
como Parâmetros Curriculares Nacionais e as Orientações Curriculares Oficiais, com a
finalidade de fomentar as práticas pedagógicas no ensino científico.

3. Revisão bibliográfica/ Estado da arte

3.1 BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NOS ANOS INICIAIS


DO ENSINO FUNDAMENTAL

O trabalho com Ciências Naturais no cenário brasileiro, especialmente no Ensino


Fundamental, é recente, pois apenas a partir da publicação da Lei nº 5.692 de 1971 que tal
disciplina passou a fazer parte das oito séries do 1º Grau (Ensino Fundamental de Nove
Anos que vigora atualmente). Assim, somente após essa lei que a antiga fase de 1ª a 4ª
série, que nos dias de hoje corresponde ao período do 1º ao 5º ano do Ensino
Fundamental de Nove Anos, passou a ter a disciplina de Ciências Naturais como parte do
currículo (PORTO; RAMOS; GOULART, 2009).
Desde então a preocupação em desenvolver atividade experimental começou a ter
presença marcante nos projetos de ensino e nos cursos de formação de professores
(BRASIL, 1997).
Com as novas políticas, o objetivo fundamental do ensino de CN começou a ser o
de dar condições para o aluno identificar problemas a partir de observações sobre um

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fato, levantar hipóteses, testá-las, refutá-las e abandoná-las quando fosse o caso,
trabalhando de forma a tirar conclusões sozinho (BRASIL, 1997).
Na década de 1990, surge a nova LDB, Lei nº. 9.394 de 1996, que estabelece as
diretrizes e bases da educação, propondo em seu artigo 43, inciso III, a obrigatoriedade
de as práticas escolares contemplarem o "conhecimento do mundo físico e natural", ou
seja, é reforçada a necessidade de ensinar Ciências Naturais como parte da formação
educacional das pessoas em idade escolar.
Mesmo após tanto tempo transcorrido, as práticas escolares, assim como os
educadores que atuam nas instituições de ensino, geralmente, ainda encontram
dificuldades em garantir a efetivação desse direito proposto pela legislação.

3.2 ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA: ALGUMAS DISCUSSÕES

O termo Alfabetização Científica (AC) é muito usado comumente nos dias atuais
quando falamos sobre Ensino de Ciências naturais, porém há questões quanto o
significado de “alfabetizar cientificamente”. A definição da palavra alfabetizar vai muito
além de um mero significado popular como o de somente saber ler e escrever.
O letramento científico (MORTIME; MACHADO, 2009) é tornar qualquer pessoa
capaz de organizar seu pensamento lógico, crítico e social. O indivíduo deve ser capaz de
protagonizar sua própria trajetória em qualquer atividade realizada pelo mesmo, seja
dentro de um propósito cultural, social ou político.
Não é sobre apenas ensinar Ciências dentro da escola, quando diz respeito a
Alfabetização Científica, sua função é transformar e preparar o aluno para o mercado de
trabalho, já que muitas empresas possuem como pré-requisito, um certo grau de
qualificação cientifica e técnica cada vez maior. Assim, é nesse sentido do qual a
alfabetização cientifica está correlacionada com a prosperidade da nação, sendo uma
providência para enfrentar a da realidade da modernização. ” (LORENZETTI, 2000, p. 41).

3.3 A IMPORTANCIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS E O PAPEL DA


DOCÊNCIA
Conforme já destacado na introdução, o ensino de Ciências Naturais é de
fundamental relevância para a formação dos indivíduos já no início da escolarização
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infantil. Porém, vale destacar que esse trabalho precisa ser desenvolvido para atender as
especificidades do desenvolvimento das crianças, tanto na Educação Infantil como nos
AIEF (PERSICHETO-OJA, 2016). O presente estudo oportunamente apresenta algumas
discussões relativas aos primeiros anos da Educação Fundamental.
Quando o tema é ensinar Ciências Naturais, não deverá ser explorado no sentido
de pensar na criança como um futuro cidadão, pois a criança já nasce com seus direitos
preservados (BRASIL, 1997). Sendo assim, os alunos deverão ser aptos para atuar no
cenário social, político e cultural, de maneira eficaz sabendo que a interação com os
conhecimentos científicos representa parte essencial dessa formação. Deste modo, em
meio aos inúmeros aspectos aos que dizem respeito ao ensino das CN para as crianças, os
PCNs salientam a grande importância desse aprendizado para a formação de uma
cidadania consciente, principalmente perante a conteúdos referentes a Ciência e
Tecnologia.
No meio de uma sociedade em que o conhecimento cientifico é hipervalorizado, e
com o uso da tecnologia cada vez mais frequente no cotidiano, é impossível pensar na
formação de um cidadão crítico à beira do conhecimento cientifico. Apresentar a ciência
como um saber que contribui para o entendimento do mundo que nos cerca e suas
transformações, para reconhecer o ser humano como parte desse universo e como
individuo é o que se propõe como meta para o ensino de CN no ensino fundamental. A
criança é cidadã desde o seu nascimento, por isso, estar em contato com a ciência é uma
forma de desenvolver seu potencial de atuação social no futuro. (BRASIL, 1997 p.21-23)
Estamos de fato, vivendo uma das maiores fases de crescimento e
desenvolvimento tecnológico de todos os tempos, onde esse avanço é distante para
alguns grupos sociais. Sendo assim, torna-se extremamente importante o contato com a
educação cientifica na infância, pois é a partir desse ensino, que as crianças irão
desenvolver o senso crítico democrático, podendo participar e ser ouvida ativamente nas
decisões públicas, sociais, tecnológicas, contribuindo dessa forma, para o progresso
humanitário da sociedade e não para a destruição da mesma, ao longo do tempo.
(MARTINS; PAIXÃO, 2011, p. 144).

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Determinados estudos apontam a importância da Alfabetização Cientifica, para
que dessa forma o aluno usufrua desses conhecimentos para desenvolver sua autonomia
nas tarefas do cotidiano. (LORENZETTI, 2000).
A escola tem o importante papel de proporcionar para os alunos, esse primeiro
contato estruturado de vivencia com as ciências Naturais, já que a mesma faz parte da
evolução da humanidade tão necessária para sua compreensão de mundo e
pertencimento.
Durante os primeiros anos de escolarização, as questões sobre mundo começam a
surgir para as crianças, privar uma criança dos ensinamentos de CN seria o mesmo que
condenar essa etapa tão importante do processo de desenvolvimento da mesma,
abandonando o aluno com seus pensamentos incertos e carentes de uma explicação
sistematizada e condizente com a realidade que o cerca. (UNESCO apud Rodrigues et al.,
2009, p. 674).
Segundo Fracalanza (1986, p.26-27) Quando a criança estabelece contato com
conceitos básicos de CN, e são eles aplicados em atividades práticas, torna-se possível a
compreensão facilitada entre sociedade e ciência, absorção genuína cultural e
significativa no quesito social.
Não é de hoje que o debate sobre a aplicação de aulas de Ciências Naturais nos
anos iniciais de ensino vem à tona, questionamentos sobre aulas passivas, teóricas e
monótonas desprovido de participação ativa dos alunos já eram discutidas por grandes
autores.
Cada vez mais a sociedade requer uma quantidade maior de informações em
relação ao que era exigido antigamente, desde de que para realizar tarefas do dia a dia,
aderir-se ao mercado de trabalho, tomar decisões financeiras, políticas, fazer pesquisas e
interpretar informações. Mesmo que a maior parte das pessoas conviva e usufruam de
inúmeros produtos tecnológicos e científicos, a maioria dessa população não refletem
nem questionam sobre o processo desde sua criação, como foi produzido e distribuído.
Assim, tornando-se pessoas que pela carência de informações, não desenvolvem
autonomia e sujeitando-se sem questionar regras dos meios de comunicação, mercado e
tantos outros meios, impedindo de exercer seu papel crítico e consciente no âmbito
social. (BRASIL, 1997, p. 22).

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Buscando incluir o ensino de CN nos anos iniciais da escolarização, existe a
necessidade de que esses conteúdos sejam aplicados através de uma perspectiva prática,
em outras palavras, fazendo o uso de atividades experimentais. Cerri e Tomazello (2011,
p.76) defende que a experimentação é um processo que se diferencia das atividades
usuais do cotidiano, pois é guiado por um objetivo do observador, resumidamente, é um
fazer cientifico, onde através de uma pesquisa pelo ato de experimentar, procura e
encontra respostas sobre questionamentos dentro da natureza cientifica.
Algumas pesquisas feitas por inúmeros estudiosos dessa área, constatam que
vários professores multidisciplinares embasam suas aulas usando apenas livros didáticos,
com isso, as aulas e práticas pedagógicas tornam-se abstratas e sugestivas, dificultando o
aprendizado, já que muitos desses livros possuem conteúdos deficientes quando se trata
de conhecimentos científicos. (LONGHINI, 2008)
É visível o benefício que as atividades experimentais fornecem, quando aspectos
teóricos e práticos são utilizados em conjunto durante os ensinamentos de Ciências
Naturais. A experimentação, quando sozinha não é suficientemente capaz de fazer com
que a criança compreenda o todo.
Gaspar (2009, p.25-56) aponta e explica três benefícios: o primeiro é a melhor
interpretação de informação do aluno que é notada no decorrer de uma atividade de
experimentação. A prática permite que a criança relacione o conhecimento cientifico com
vivencias e perspectivas de sua realidade, simplificando o entendimento do conteúdo
aplicado. O segundo benefício é a interação social promovida e mais rica, já que devido ao
grande volume de informações, despertam curiosidade e surgem muitos
questionamentos dando abertura para debates interessantes entre os alunos. Como
terceiro benefício, é notório que a participação nessas atividades de experimentação, se
torne unanime. Isso acontece, pelos seguintes motivos: observar diretamente a natureza,
possibilita ao aluno ter autoridade e consequentemente protagonizar experiências
obtendo respostas imediatas e diretas vindas da natureza.
As crianças já chegam na escola com prévios conhecimentos e verdades relativas a
vivencias condizentes de cada um, dentre eles as bagagens familiares, geográficas e
culturais. As aulas com atividades experimentais são estimulantes e concretas; além de
despertar o interesse dos alunos, pode se classificar também, como uma forma

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complementar de observação e compreensão dos fenômenos da natureza, facilitando o
conhecimento cientifico através da argumentação e observação.
Previamente esses conhecimentos mostram que apenas a escola não é capaz de
fazer com que um aluno adquira todos os conhecimentos e conceitos sobre Ciências
Tecnologia e Sociedade, desde o nascimento, as crianças “são construtoras do
conhecimento” e desde que chegam a escola, trazem consigo uma bagagem de
aprendizados. As crianças em seu processo de descoberta de mundo, criam por si só
problemas abstratos e tratam sozinhas as possíveis respostas e soluções para os mesmos.
É neste momento onde, ao construir objetos complexos, adquirem conhecimento em
meio a esse processo por exemplo, o sistema da escrita. (FERREIRO 1993, p. 65)
A teoria de Jean Piaget para Lefrançois (2008), possui uma grande relevância para
compreender a importância da experimentação, pois segundo ele, a criança além de agir
sobre seu próprio conhecimento, ela também interage, descobrindo ao decorrer de suas
vivências e contato com o mundo, o significado das suas próprias descobertas. (PIAGET,
2007 – LEFRANÇOIS, 2008, P.260)
Desta forma, vários especialistas argumentam a importância dos conhecimentos
científicos nos primeiros anos do ensino, essas pesquisas ao longo da história defendem o
quão essencial é a aplicação desses conceitos para a formação dos alunos como cidadãos
capazes de contribuir efetivamente para a sociedade. Ainda que essa disciplina esteja
presente na grade curricular da educação básica, na maioria dos casos alunos se formam
com conhecimentos de CN fragmentados.

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