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Conceitos da LOGÍSTICA REVERSA

- A logística reversa é um "instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por


um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada".

- A Lei nº 12.305/2010 (PNRS) dedicou especial atenção à logística reversa e definiu três diferentes
instrumentos que poderão ser usados para a sua implantação: regulamento, acordo setorial e
termo de compromisso.

O acordo setorial é um "ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos".

O Decreto Nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que regulamentou a Política Nacional de Resíduos


Sólidos, ratificou a relevância dada à logística reversa e criou o Comitê Orientador para a
Implantação de Sistemas de Logística Reversa - COMITÊ ORIENTADOR.

Por permitir grande participação social, o Acordo Setorial tem sido escolhido pelo Comitê
Orientador, desde sua instalação em 17/02/2011, como o instrumento preferencial para a
implantação da logística reversa.

O COMITÊ ORIENTADOR é presidido pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA que desempenha,
também, as funções de Secretaria Executiva. É composto por mais outros quatro ministérios:
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC; Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento - MAPA; Ministério da Fazenda - MF; e Ministério da Saúde - MS.
Representam esses ministérios junto ao Comitê seus respectivos ministros de Estado e, em caso de
impedimento, seus representantes legais.

- As aplicações e implantações de medidas de logística reversa para evitar problemas ambientais, em


que se olha apenas o fim de tubo (EOP − End-of-Pipe), é apenas um paliativo, sendo necessário, a
médio e longo prazo, buscar soluções mais eficientes e mais eficazes.

- No gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não
geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

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- Uma boa maneira de evitar o impacto ambiental dos produtos e dos processos produtivos é o da
pesquisa e desenvolvimento. Nessa fase, a logística reversa da empresa pode auxiliar nos problemas
ambientais antes mesmo de eles começarem.

- Uma das aplicações do conceito de cadeia de suprimentos contempla o planejamento, a


implementação e o controle do fluxo dos produtos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de
informação do ponto de consumo até o ponto de origem . Essa parte da logística, que tem o
objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado, e que contribui para a
consolidação do conceito de sustentabilidade no ambiente empresarial, é conhecida como
Logística Reversa.

- A logística reversa engloba diferentes atores sociais na responsabilização da destinação


ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Gera obrigações, especialmente do setor
empresarial, de realizar o recolhimento de produtos e embalagens pós-consumo, assim como
reassegurar seu reaproveitamento no mesmo ciclo produtivo ou garantir sua inserção em
outros ciclos produtivos.

E o sistema de logística reversa se tornou obrigatório para algumas cadeias:

Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno
dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza
urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de:

I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem,
após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos
perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do
SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;

II - pilhas e baterias;

III - pneus;

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;

VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

VII- Produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro.

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Os estabelecimentos comerciais são responsáveis por indicar na nota fiscal de venda dos
produtos relacionados acima o endereço para devolução da embalagem.

Art. 56. A logística reversa das lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e
os produtos eletroeletrônicos e seus componentes será implementada progressivamente segundo
cronograma estabelecido em regulamento.

- A logística busca fornecer um serviço completo ao cliente, viabilizando dar suporte a todos os
processos de apoio à venda. Dentro desta visão, a logística reversa possui papel fundamental, sendo
responsável pelos processos de retorno de itens do comprador para o vendedor.

- Um dos conceitos que está por trás da logística reversa é o conceito de ciclo de vida do produto. O
ciclo de vida dos produtos pode ser dividido em quatro estágios: lançamento, crescimento,
maturação e declínio.

- A logística reversa trabalha com duas áreas de atuação: a logística reversa de pós-consumo e a de
pós-venda.
A logística reversa de pós-consumo é responsável pelo fluxo físico e de informações referentes aos
bens de pós-consumo que necessitam retornar a cadeia de distribuição quando por motivos de:

 Condições de uso: bens que podem ser reutilizados;

 Fim de vida útil: bens que não tem mais utilidade, porém seus componentes podem ser
reaproveitados ou remanufaturados;

 Resíduos ambientais: bens que trazem riscos ao meio ambiente se não descartados de
maneira correta.

A logística reversa de pós-venda é responsável pelo fluxo físico e de informações referentes aos
bens de pós-venda que necessitam retornar a cadeia de distribuição quando por motivos de:

 Garantia/qualidade: produtos que apresentam defeito de fabricação ou funcionamento,


avarias na embalagem e/ou produto;

 Comerciais: produtos em estoque, seja por erro de expedição, excesso de estoque,


mercadorias em consignação, pontas de estoque, término de validade, problemas após a
venda, chamado também de recall;

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 Substituição de componentes: itens de produtos que necessitam de manutenção e
consertos.

- As razões que levam a empresa a optar pela utilização da logística reversa podem ser de ordem
econômica, legislativa e ecológica.

- Para a Logística Reversa são encontradas expressões como Canal de distribuição reverso, fluxo
reverso, retrologística, logística de retorno, logística inversa.

- Alguns pontos que impulsionam a Logística Reversa:

 Redução de custos, devido ao reaproveitamento --- Ex: Embalagens retornáveis;


 Diminuição do impacto ao meio ambiente;
 Economia de energia --- Ex: A energia utilizada para a produção de alumínio com alumínio
reciclado chega a ser menor que 5% da energia usada na fabricação do alumínio primário
(com matéria prima nova).
 Acréscimo de valor aos produtos com relação à imagem associada à proteção ambiental –
Responsabilidade Social.

- Para Ballou (2001), os componentes de gestão de um sistema logístico são o Suprimento Físico e
a Distribuição Física.

O suprimento físico está focado na disponibilização de matérias-primas e insumos para empresa,


destacando-se a relação com fornecedores, o planejamento e sistema de compras, a estocagem e o
transporte. Assim, o suprimento físico refere-se à parte do sistema logístico no tocante à
movimentação interna de materiais ou produtos, das fontes ao comprador.

A distribuição física diz respeito à movimentação externa dos produtos, do vendedor ao cliente ou
consumidor, ou seja, transporta e entrega algo “físico” ao cliente. Nesse processo pode existir
atividade de estocagem para equilibrar a demanda.

Com as preocupações ambientais e sociais, a logística ampliou o fluxo de materiais, passando a


envolver também o envio dos resíduos ou embalagens dos produtos, dos clientes para os
fabricantes e fornecedores para posterior reprocessamento, reutilização ou reciclagem.
(logística reversa).

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