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Dom Quixote

Adaptação para Teatro.

Cena 1

Palco vazio, apenas um Baú em cena, nele deve conter vários figurinos, os
atores usam uma roupa neutra, uma base cor da pele.

Os atores devem caminhar ao centro onde colocam adereços e saem


brincando como personagens, vão nesse jogo até assumirem algum
personagem de histórias conhecidas. Um dos atores se transforma no cavalo
Rocinante, e vai anunciar a história que será contata, haverá desavença entre
os personagens, pois todos querem contar a sua história, até que o cavalo
convence todos a participarem da história de cavalaria do cavaleiro Dom
Quixote.

Cena 2

Rocinante: Aproximem-se todos, hoje irei contar o melhor clássico da literatura,


vou lhes contar a história do grandessíssimo cavaleiro, Dom Quixote De La
Mancha.

Lampião: Que história cheia de arrodeio, deixe fala a minha, com certeza a
minha história é a melhor, porque para mim o mundo é meu, por tanto estejam
avisados, que se não deixarem eu contar, nós vamos experimentar que é que
tem bom guardado, por que se a minha palavra não lhe alcança a bala do meu
fuzil alcançará.

Rainha: Chega ele disse que é o melhor clássico, e todos sabem, não preciso
nem falar, quando se fala de história, o melhor ou o mais incrivel é ser o mais
malvado.

Capitu: Muitas dúvidas pairam na minha história, sou mulher integra, poderiam
contar e esclarecer tudo, pois só ouviram o lado dele, um amargurado,
Bentinho, não podia ter me levado a lama.

Fantasma: Eu sou a alma de seu pai Hamlet, preciso que ouças, fui condenado
a aparecer de noite por um certo prazo, e de dia recluso a jejuar no fogo eterno
do inferno, preciso que contem minha história, pois o animal incestuoso
adultero ocupa o trono, a todos deve ser escancarada essa história. Realize
essa ação, não sujes sua alma, coisa nenhuma contra sua mãe o faça, ao céu
como aos espinhos que ela traz no peito, já hão de lhe punir.

Gato de Botas: Quanta baboseira, já que iremos contar histórias de cavaleiros,


deveras que devemos desenha e contar, a história do mais cavaleiro, astuto e
belo, um garboso e fantástico cavaleiro, guarda em sua alma vitoriosa, oh bela
e figura formosa. Jo soy el mejor.

Sherlock: Meu faro não me engana, sinto cheiro de boa trama, penso nisso e
me arrepio, penso e não desconfio, sou esperto e não vou teimar, pois acredito
que essa história eu vou gostar. Comessem logo.

Emília: Parem com essa bagunça se é para falar de história boa, eu não paro
de falar, eu conto o que vocês quiserem, sem nem mesmo respirar, se falo
demais, é por conta de uma pílula, que por tanto tempo muda, sorte desmudei
e posso contar.

Bailarina: Minha beleza e talento ofuscam a cena, e eu sim sou uma história
para uma história ser contada.

Atena: Por Zeus, história de meros mortais, no olimpo vivemos, formigas


insignificantes, vou contar a nossas tramas, dramas, se não ouvires irão sofrer
demais.

Julieta: Por que não falar de um romance proibido, deixa eu contar a minha
história.

Rocinante: Sei que contam inúmeras coisas interessantes, como necessárias a


bem se entender. Mas trago a história do Cavaleiro Andante, não posso
entender, nem me persuadir ao valoroso Dom Quixote, todas as histórias que
aqui vão suceder podiam acontecer, e são verossimilhantes, são coisas com
fundamento. Mas cuido que Quixote não mente, sendo o mais valoroso e um
verdadeiro Fidalgo, o mais nobre Cavaleiro de seu tempo, pois não dissera
uma mentira em vida, por outro lado digo e considero que ele criou essas
circunstância que serão apresentadas, quem ouve essas histórias, falsas ou
verdadeiras, não tenho eu a culpa apenas relato a feita. Por prudência ajuízem-
se, que eu não posso fazer mais, posto que se tem por certo, que tempo do fim
se faz, retrato com bom encanto tudo que a mim me traz, deixo de tanta prosa
fria, e trago logo sua maestria, um cavaleiro fiel, amante e honrado que seja
contada a história de seu Dom Quixote De La Mancha.

Cena 3

Cavalo destaca um dos atores que fará o papel de Dom Quixote, ai cada
personagem ao colocar uma parte de sua armadura descreve uma virtude do
personagem e ele vai aparecendo ao público, no final é dado um livro como se
fosse um escudo. Ao final após Dom Quixote estar todo pronto, todos saúdam
o cavaleiro “Dom Quixote é o nosso Herói”.

Personagem 1: Com grande bravura, horando e insano esse é Quixote, um


louco amado e pouco entendido, mas um bravo guerreiro.

Personagem 2: Amor ele tem e traz consigo, a virtude que falta aos nobres
amigos, assim o consagro o nosso quixote um ser valoroso que não teme a
morte.

Personagem 3: um sonho ele tinha, amar a donzela, mas quis o destino que
pobre era ela.

Personagem 4: Uma loucura ele tinha ser bravo e audaz, mas quis essa vida
que mal sempre traz, que um tolo moinho lhe fosse capaz, de torna-se gigantes
derramar-lhe uma lágrima e o por qual um errante, ou louco tenaz.

Personagem 5: Tenaz era ele em tudo que faz, fez fé que encontraria
aventuras e mais, será que ensandeceu ou fosse capaz, ver nas imagens o
que era a mais.

Personagem 6: Pingarem lhe chuva, ou orvalho que traz a doidisse de livro que
leu já não é mais, a verdade que vê é a própria que traz, um sonho encantado
que não volta jamais.

Personagem 7: O sol amanhece, a vida é certa, incerta é a vida que todos nos
cerca.

Personagem 8: A noite escurece, precisa de prece, uma reza uma sina de nada
lhe preste, mas segue em sonho que em paz se esplandece.
Personagem 9: A luz atrás dele, um homem se forma, tão bom era a dor que
nada lhe soma, mas ele persiste em sua bondade, mas quis a maldade que
nada lhe some.

Personagem 10: Eis um homem com virtude primorosa, mas nada vistoso, mas
com um amor que lhe faz meticuloso.

Personagem 11: Eis que se forma nosso andante, um cavaleiro quase errante,
que pouco se traz, um pobre escudeiro que pouco lhe vale, mas é um homem
que a todos é capaz de cuidar, uma forte ventania não o torna incapaz, mas a
bela donzela lhe é contumaz.

Cena 4

Quixote: Eu sou um cavaleiro andante, vou defender os oprimidos e ajudar os


necessitados, viverei inúmeras aventuras.

Todos: Como vai viver suas aventuras Quixote se não tem nenhum cavalo.

(Quixote destaca entre o grupo o cavalo)

Quixote: Aqui está Rocinante, o mais bravo e incrível cavalo, o mais veloz, com
ele viverei minhas aventuras.

Todos: Mas como viverá suas aventuras Quixote se não tem um escudeiro

(Quixote destaca entre o grupo Sancho Pança)

Quixote: Aqui está Sancho Pança, meu fiel escudeiro, homem de coração
nobre, com o olhar de criança, um homem puro e valente. Com ele viverei
minhas aventuras.

Todos: Mas como viverá suas aventuras Quixote se não tem um amor

(Quixote destaca entre o grupo Dulcineia)

Quixote: Aqui está Dulcineia, a mais bela de todas as mulheres.

Dulcineia: Opa eu não posso não, estou muito ocupada com minha história...

Quixote: Voce será a mulher mais amada, será protagonista dessa história...
Dulcineia: Assim eu aceito.

Todos: Agora sim, agora vá viver suas aventuras Quixote.

Cena 5

O grupo de Quixote parte para as aventuras, os outros personagens se


espalham e comentam a cavalaria. A governanta de Quixote entra em cenas,
todos os personagens paralisam e apenas Quixote se movimenta como se
estivesse cavalgando. Ela coloca os personagens nos cantos e vai falar com
Quixote.

Governanta: Que bagunça é essa, eu todo dia arrumo, e quando chega sempre
isso, assim não aguento.

Quixote: Contento-me com pouco, mas desejo muito.

Governanta: Essa janela fechada até essa hora, o senhor deveria sair desse
lugar, está pálido. Pare com esses livros, vá se alimentar.

Quixote: As tristezas não foram feitas para os animais, mas para os homens;
mas se os homens as sentem muito, tornam-se animais.

Governanta: Você não come a dias, vamos... venha comigo eu lhe ajudo...

Quixote: O sonho é o alívio das misérias dos que as têm acordados.

Governanta: Um dia essas histórias vão lhe fazer mal. (Governanta sai)

Quixote: Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas torna os
homens ponderados. Como pode me fazer mal, é por essas histórias que vivo,
é por essas escritas que respiro, cada linha, cada frase, cada traça que habita
essas velhas paginas são minha vida... (lendo o livro descobre algo) Sancho,
Rocinante, vamos que vi que muito próximo daqui há um reino, onde o cruel e
tirano monarca, mantem seu súdito a uma vida miserável, tratando-os feito
animais imundos, precisamos socorrer essa gente, vamos... temos uma
aventura a viver.

Dulcineia: E eu?

Quixote: Essa aventura é muito perigosa.


Dulcineia: Mas você prometeu que eu seria protagonista.

Quixote: Mas lutaremos contra um exército e será perigoso.

Dulcineia: Esses homens... nos convence e depois tudo muda.

Cena 6

Saem cavalgando, Dulcineia assiste a tudo, do outro lado surge um trio de


bêbados, o do meio tenta se soltar dos demais, pois que voltar a taverna, ao
avistar o trio Quixote acredita que são os soldados do Rei, que levam um
prisioneiro, a cena acontece em simultâneo, mas dando a entender a confusão
da cabeça de Quixote, ele convencido parte para cima do grupo de bêbados e
é atacado, e desmaia, os bêbados retornam para a taverna.

Bêbado 1: Vamos embora, você estava já arrumando confusão com o Arthur, já


disse não gosta dessas histórias com o Lancelot.

Bêbado 2: Se tem que tomar conta dessa língua.

Bêbado 3: Mas é verdade, só não vê quem não quer, está escancarado...

(Em outro canto da cena)

Quixote: Sancho, veja dois perversos soldados carregam aquele pobre coitado
para a masmorra.

Sancho: Acredito meu amo, que sejam apenas amigos que exageraram na
bebida.

Quixote: Como pode ser tão ingênuo meu caro Sancho, veja como maltratam o
coitado, são cruéis, levam-no arrastado.

Cavalo: Sei que pouco posso falar, mas vejo só um bando de arruaceiros
senhores.

(Em outro canto da cena)

Bêbado 3: Vocês não querem falar, mas eu sei e a Inglaterra toda sabe, se
está de brincadeira.

Bêbado 1: Você cala essa boca, sua sorte foi que tiramos você de lá.
Bêbado 2: Sua sorte que estávamos lá, mais um pouco o Rei Arthur usava sua
espada, aí veria a história que iria contar.

Bêbado 3: Mas não falei nada demais, a verdade nessa mundo agora éuma
ilusão, calar-me não fara ele não ser...

(Em outro canto da cena)

Quixote: Veja como agridem o pobre, vamos, vamos a luta, não juramos que
seriamos cavaleiros, então vamos proteger a todos.

Sancho: Meu senhor

Cavalo: Meu senhor

Quixote: Sou cavaleiro ou apenas um idiota, vejo com meus olhos, vejo a
crueldade, vejo a força tirana, eu não aceitarei...

Sancho: O senhor tem certeza?

Cavalo: Acho bem improvável.

Quixote: A maior certeza, do contrário não seria eu um cavaleiro andante.

Sancho: Mas parece que está tudo numa ordem tão boa, meu senhor.

Quixote: Se quiseres ser um rato Sancho fique aqui, eu lutarei.

Cavalo: Mas a gente...

(Quixote parte para cima dos bêbados, Sancho e o cavalo o seguem, os


bêbados desmaiam o trio)

Bebado 1: Tem uma taverna que fica aberta a noite toda, vamos lá. Sei que la
não é permitido monarca.

Bêbado 2 e 3: Vamosssss.

Cena 7

Entra a governanta, assustada com a barulheira, arruma tudo, e volta a alertar


Quixote.

Cena 8
Orientações: Nas duas seguintes cenas, deve-se evitar o artificio dramático da
governanta quebrar a cena, indico que criem duas cenas consecutivas ligada,
uma de uma aventura e o primeiro encontro com Dulcineia, ligando com uma
cena cômica, onde ele ainda no sonho, se declara para a governanta.

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