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Modos gregos é um dos assuntos mais requisitados, pesquisados,


estudados, e, ao mesmo tempo, mais mal compreendidos sobre estudo
musical. Isso acontece principalmente na internet, onde as informações
nem sempre são apresentadas da forma correta. Enquanto muita gente
acha que os modos gregos representam a grande saída para esmerilhar a
guitarra, o assunto, na verdade, caminha na contramão disso.
Modos gregos estão ligados à sensações causadas no ser humano, à
experiência sonora. Não são simplesmente um amontoado de escalas para
que as pessoas saiam cuspindo notas sem propósito algum. Nessa
apostila vamos compreender o assunto, e estudar cada um dos modos,
suas sensações, características, suas funções, etc.

Histórico
Modos gregos recebem esse nome exatamente por terem surgidos na
Grécia antiga. Estudos
apontam que a aplicação desse sistema de execução musical ocorre há
aproximadamente 600

anos antes de Cristo. A denominação de cada um dos modos ocorre de


acordo com a região que
a escala era usada mais frequentemente.
Jônio: proveniente da região jônia (atualmente região da Turquia banhada
pelo mar Egeu)

Dórico: proveniente do povo dório (proveniente da região da Macedônica


e Calcídia)

Frígio: proveniente da região frígia (atualmente dentro da moderna


Turquia)

Lídio: proveniente da região lídia (atualmente dentro da moderna Turquia)

Mixolídio: resultado da mistura (mixo) das escalas dórica e lídia.


Eólio: proveniente da região eólia (atualmente na Turquia banhada pelo
mar Egeu)
Na idade média esses modos, por possuírem diferentes sonoridades e
causarem diferentes
sensações no ser humano, foram utilizados nas liturgias religiosas. Neste
época surgiram mais
dois modos.

Lócrio: é o modo que completa a escala diatônica.


Modal x Tonal
Antes de continuar, vamos a uma breve explicação de música tonal e
música modal. Sem entrar em conceitos históricos, a diferença é a
seguinte:

A música TONAL respeita uma tonalidade, ou seja tudo que acontece na


canção tem como ‘âncora’ o tom original. Por exemplo, se o tom da música
é G (sol maior) significa que a harmonia respeitará essa tonalidade, os
acordes do campo harmônico maior terão funções específicas, a escala
usada na melodia será a de Sol maior, etc. E, principalmente, haverá uma
resolução harmônica, tendo o acorde G como ponto de resolução, de
descanso – na maioria dos casos respeitando a cadência perfeita V7 -> I.
Neste caso seria D7 – G.

A música MODAL não possui toda essas características descrita acima.


Ela é desenvolvida sobre a escala, sobre o modo escolhido. A relação
acorde x escala ganha uma outra dimensão. Não busca-se a resolução V7
– I (pelo contrário, evita-se) e a melodia não fica presa à tonalidade,
mas dialoga essencialmente com o modo escolhido. Por exemplo: sobre o
mesmo acorde de G (sol maior) poderá ser aplicado os modos Jônio, Lídio
e Mixolído, cada uma com sua característica sonora. A música modal é
uma estilo mais primitivo, porém, atualmente é muito utilizada em diversos
estilos, como jazz, fusion, heavy metal, etc.

Funcionalidade
Os modos gregos derivam de uma única escala, atualmente chamada de
escala diatônica, ou escala maior natural. Cada grau da escala (cada nota)
irá gerar uma nova escala, porém, respeitando as notas originais. Ficou
confuso né… veja os quadro abaixo.

ANTES DE TUDO, É NECESSÁRIO ENTENDER – E DISSO DEPENDE A


APLICAÇÃO!

Aqui não existe o interesse em mostrar padrões de escalas, patterns,


desenhos melódicos ou fast runs, mas ensinar o leitor a raciocinar!
Entender como e por que aplicar escalas e conceitos melódicos, entender
a questão harmônica e como tudo isso, e muito mais, se inter-relaciona.

Não é preciso dar-lhe o peixe – é fundamental ensinar-lhe a pescar.


Entenda: Os modos gregos (também conhecidos como escalas de jazz –
veremos isso um pouco mais à frente), nada mais são do que inversões da
escala maior natural.

Logo, se temos 7 modos, eis o primeiro: escala maior natural – também


conhecido como modo Jônio.

Sim, é simples assim: o modo Jônio é apenas a escala maior natural – a


escala jônia é, portanto, a escala maior natural – por exemplo, no tom de
C maior: C D E F G A B C.

C Maior – ou apenas C – escala maior natural (modo Jônio) – Intervalos:

C t D t E st F t G t A t B st C

Onde: t = tom, st = semitom

De C para D existe uma distância (um intervalo) de 1 tom – já de E para F existe


um intervalo de 1 semitom – e assim por diante.

C – Graus:

C D E F G A B C
I II III IV V VI VII VIII

No sexto grau de C está o relativo menor: Am – que pode ser chamado de


modo Eólio de A.
Veja que: Modo Eólio nada mais é do que a escala menor natural.

Logo, se você toca a escala de C a partir de seu sexto grau, você terá
o modo Eólio de A: A B C D E F G A – sim!!! As duas escalas (C Jônio
e A Eólio tem as mesmas notas), logo C Jônio = A Eólio.

MELHOR DIZENDO, ESTAMOS TOCANDO AS MESMAS NOTAS


COMEÇANDO POR UMA NOTA DIFERENTE – simples assim!
JÁ DEFINIMOS, FACILMENTE, 2 DOS 7 MODOS GREGOS!

Agora perceba: podemos colocar de uma outra forma em que


enquanto uma escala jônia possui os intervalos t, t, st, t, t, t, st, uma
escala eólia possui os intervalos t, st, t, t, st, t, t.

Sendo assim, como é fácil perceber, e é bom enfatizar, se C Jônio = A


Eólio, isso significa q as escalas tem as mesmas notas – todavia a
primeira nota (fundamental) de cada escala é diferente. Em C, a primeira
nota é C. Em Am, a primeira nota é A

Dos 7 Modos Gregos, 2 nada mais são do que Jônio e Eólio,


simplesmente as escalas maior e menor naturais, respectivamente.

Veja que em nosso exemplo (tom de C) o campo harmônico é (tétrades):

C7+, Dm7, Em7, F7+, G7, Am7, Bm7(b5)

Ou apenas as notas: C D E F G A B – a partir do relativo menor: A B C D E


FG
SÃO AS MESMAS NOTAS, QUE FAZEM PARTE DOS MESMOS
ACORDES, FAZEM PARTE DA MESMA TONALIDADE, DO MESMO
CAMPO HARMÔNICO E, DE FATO, EM VERDADE, SÃO UMA ÚNICA
ESCALA DE 7 NOTAS – QUE PODEM SER DISPOSTAS DE OUTRAS 6
FORMAS.

Repare que nosso exemplo está na tonalidade de C (Dó maior), o


fundamental é perceber a LEI DE INTERVALOS:

Modo Jônio – Escala maior natural: t t st t t t st – SEMPRE!!!

Modo Eólio – Escala menor natural: t st t t st t t – SEMPRE!!!

Logo, se usarmos a mesma lei de intervalos do jônio no tom de, por


exemplo, G (Sol maior) teremos:

G t A t B st C t D t E t F# st G – eis a escala maior natural agora de G, ou


o modo jônio de G.

Repare que no sexto grau de G encontramos E (portanto Em, relativo


menor de G):

E t F# st G t A t B st C t D t E (aqui usamos exatamente a mesma lei de


intervalos da escala menor natural, ou modo eólio, logo temos o modo
eólio de E)
VAMOS AOS OUTROS 5 MODOS GREGOS!!! – Voltando ao tom de C /
Am, relativos

Vimos que o primeiro grau da escala jônia de C é a própria nota C, e que


no sexto grau desta escala está A, que é o relativo menor do tom de C,
onde encontramos a escala eólia.

No segundo grau de C, está a nota D – e no campo harmônico de C maior,


este D é menor. Temos o acorde Dm e a escala de Dm.

Entretanto, vejamos a lei de intervalos da escala menor natural aplicada à


escala de D:

D t E st F t G t A st Bb t C t D ...

Bem, a nota Bb não está na tonalidade de C – e agora? Como tocar esta


escala de Dm nesse tom se ela possui uma nota estranha ao contexto?

SIMPLES, UMA VEZ MAIS: vamos adaptar esta escala para que ela
“encaixe” em nossa tonalidade:

D E F G A Bb ( SOBE-SE ESTA NOTA EM UM SEMITOM ) C D – e


teremos:

DEFGABCD

Agora temos uma escala menor de D que possui as mesmas notas da


escala jônia de C.
Ou seja, para chegarmos a isso pegamos a nota do sexto grau (de Dm) e
aumentamos em um semitom (ou em meio-tom). CHEGAMOS A UMA
ESCALA DÓRICA.

O modo Dórico nada mais é do que uma escala menor natural com
seu sexto grau aumentado em 1 semitom.

No CH (campo harmônico) de C temos as seguintes tríades:

C Dm Em F G Am Bm(b5) – certo?

Já vimos que nesse contexto:

C – grau I – é Jônio
A – grau VI – é Eólio
D – grau II – é Dórico

No terceiro grau da escala maior natural temos o modo frígio.

O modo frígio é uma escala menor – e portanto no terceiro grau de C


maior natural temos E.

Se seguirmos a lei de intervalos da escala menor natural para E, teremos:

E F# G A B C D

Percebemos aqui que F# não faz parte do campo harmônico de C – uma


vez mais iremos “adaptar” a escala menor de E ao tom de C.
É fácil notar que basta abaixar a nota F# em meio-tom.

OU SEJA, PEGAMOS O 2 º GRAU DA ESCALA MENOR DE E MI) E


ABAIXAMOS EM 1 SEMI-TOM:

E F G A B C D – é o que passamos a ter.

Este é o modo frígio de E – e veja que ele possui as mesmas notas da


escala jônia (maior natural) de C.

A escala frigia de E nada mais é do que a escala jônia de C tocada a partir


do terceiro grau.

Em se tratando de E frígio, teremos as seguintes tétrades:

Em7 / F7+ / G7 / Am7 / Bm7(b5) / C7+ / Dm7

Nada mais nada menos do que os mesmos acordes abordados nos CHs de
C jônio e Dm dórico, não mesmo?

C – jônio
D – dórico
E – frígio
F – lídio

Vamos ver agora o quarto grau da escala maior natural, onde se encontra
o modo lídio.
O modo lídio é uma escala maior – lembrando que, consideramos – em
princípio – escala maior aquele em que a partir da fundamental temos 2
intervalos de tom inteiro.

Se formos tocar F maior da forma como tocamos uma escala maior natural
teremos:

F G A Bb C D E

Sim, podemos ver que Bb não faz parte do CH de C (jônio)

Uma vez mais iremos manipular uma das notas da escala para que ela
tenha exatamente as mesmas notas do campo harmônico em questão.

Pegaremos, portanto, o quarto grau de F maior e o aumentaremos em 1


semi-tom – logo Bb será transformado em B.

Veja a escala de F lídio:

FGABCDE

A escala lídia, sendo assim, é apenas uma escala maior natural com #4
(uma quarta aumentada)

Vejamos:

C JONIO
D DORICO
E FRIGIO
F LIDIO

POSSUEM AS MESMAS NOTAS – os graus 2, 3 e 4 da escala maior


foram, de certa forma, subvertidos – na realidade manipulados – para que
pudessem ter exatamente as mesmas notas do CH de C.

Passemos agora ao quinto grau de C maior natural, onde teremos a nota G


– no quinto grau da escala maior natural está o modo mixolídio.

O modo mixolídio é uma escala maior.

Se para G, seguirmos exatamente o critério adotado para qualquer escala


maior natural, teremos:

G A B C D E F#

F# não faz parte do CH de C.

Logo, vamos manipular esta nota (que está no sétimo grau de G maior) –
basta abaixar tal nota em meio-tom. Ai, F# se transformará em F.

Eis a escala mixolídia de G:

GABCDEF
O modo mixolídio é apenas uma escala maior com sétima menor (b7)

E como já vimos, o modo eólio está no sexto grau da escala maior


natural.

No caso de C, Am eólio (ou A menor natural)

Por fim, temos o sétimo grau de C, onde está a nota B (que será o modo
lócrio).

O modo lócrio é uma escala menor. Se tocarmos a escala menor de B,


obedecendo aos parâmetros da escala menor natural, teremos:

B C# D E F# G A

Veja que esta escala possui 2 notas que não “batem” com o campo
harmônico em questão, ou seja, C maior – como você pode perceber, C# e
F# não fazem parte de C (Jônio)

Vamos à nossa adaptação – basta abaixar C# em meio tom e também


abaixar F# em meio tom. C# será transformado em C, e F# será
transformado em F.

Veja a escala lócria de B:


BCDEFGA

Logo, o modo lócrio é apenas uma escala menor com b2 (segunda


menor) e b5 (quinta diminuta), sendo também conhecida como escala meio
diminuta.

É importante destacar que a partir do grau 1 da tonalidade em questão


(que é o primeiro modo, ou o modo jônio), chegamos aos 6 modos
seguintes.

E que temos 4 modos ditos menores e 3 modos ditos maiores. A partir daí
chegamos às formas de adaptar as escalas ao campo harmônico.

Modos Gregos – Colunas e Shapes1

A escala maior natural

Para entrarmos este assunto, primeiro precisamos entender a escala maior natural. No exemplo abaixo,
temos a escala de dó maior:

Essa é formada por sete notas, e a distância entre cada uma dessas notas e a nota seguinte pode ser de
um tom ou meio. O intervalo de meio tom ocorre apenas entre o III-IV graus e entre o VII e I. Vimos assim
que a escala maior natural é formadas por T T ST T T T ST, gerando os intervalos de 2M, 3M, 4J, 5J, 6M
e 7M em relação à tônica da escala.
Os modos gregos

Os modos gregos são uma espécie de inversões da escala maior. Se tocarmos a escala de dó maior, a
partir da nota dó, teremos o modo dó jônio, que nada mais é do que a própria escala natural em seu
estado fundamental (continuaremos com a configuração de T T ST T T T ST). Se tocarmos essa mesma
escala a partir do segundo grau, a nota ré, teremos o modo ré dórico, e obteremos assim uma nova
configuração de escala T ST T T T ST T (e conseqüentemente novos intervalos) , conforme mostra a
figura abaixo:

Se quisermos montar o modo de Dó Dórico, por exemplo, basta seguir esta seqüência de intervalos T ST
T T T ST T a partir da nota dó:

Outra maneira de pensar no dó dórico é você imaginar a escala de Bb maior natural começando no
segundo grau.

Veremos na tabela abaixo a seqüência dos sete modos da escala maior natural.
Para uma análise prática, podemos dividir estes 7 modos em 2 grupos, os modos maiores e os menores.
Os modos maiores possuem uma terça maior (3M) e os menores uma terça menor (3m).

A escala maior natural é o modo jônio e a menor natural é o modo eólio. Usaremos estas duas escalas
para comparar as diferenças entre os modos:
O quadro acima mostra as diferenças entre os modos e as escalas naturais. Os intervalos diferentes
caracterizam a sonoridade de cada modo, estas são as famosas “notas características”. Ex: A única
diferença entre a escala de Sol maior (jônio) e Sol Lídio vai ser a quarta aumentada, que vem a ser o dó#
no modo de Sol Lídio, substituindo o dó natural em Sol maior / jônio. Dizemos assim que a quarta
aumentada é a nota característica do modo lídio. O mesmo raciocínio vale para os outros modos, com um
pequeno porém para o lócrio, que vai apresentar duas notas diferentes da menor natural (eólio).
Consideramos estas duas notas características, porém a 5º possui maior importância que a 2m.

Pegando a guitarra...

Transpor essa teoria para a guitarra é muito simples, e pode ser feita de várias maneiras. Para
guitarristas de rock/metal proponho utilizar sete “shapes” dos modos, cada um com uma digitação
começando com a tônica de um modo na 6ª corda. Os números indicados são a digitação da mão
esquerda que utilizo para tocar cada shapes:
Todos estes shapes são formados por 3 notas por corda, para facilitar a execução da palhetada. Você
pode optar por duas maneiras de palhetar estes shapes. A primeira é alternando todas. A segunda é
fazendo um sweep, cada vez que mudar de corda, para aproveitar o sentido da palhetada.

A seguir veremos como estes modos ficam dispostos por todo o braço da guitarra, utilizando a escala de
dó maior como exemplo.
É importante ter na ponta dos dedos estes sete shapes e conseguir tocá-los com fluência em todos os 12
tons.

Praticando.. .

O exercício que proponho para esta etapa, é tocar todos os modos sobre a nota dó (Dó jônio, Dó dórico,
Dó Frígio, Dó Lídio, Dó Mixolídio, Dó Eólio e Dó lócrio), começando pela sexta corda. Localize a nota dó
na sexta corda (casa 8), e toque o modo de dó jônio, subindo e descendo a escala.

Agora toque o modo dó dórico, e em seqüência o frígio, lídio, mixolídio, eólio e lócrio.
Se você realmente quiser assimilar esta etapa, pratique em todos os 12 tons:

C – G – D – A – E – B – F# - Db – Ab – Eb – Bb – F

Lembre-se sempre de manter a clareza e definição das notas, assim como praticar com o metrônomo.
Modos Gregos - Parte II

Cada modo possui um acorde característico, ou uma cadência de acordes que


representam sua sonoridade. Esta sonoridade pode ser obtida pela tríade da tônica do
modo, mais sua nota característica. Utilizaremos somente tríades nestes exemplos,
mas sinta-se à vontade para adicionar todas as extensões diatônicas que quiser.

Jônio

A sonoridade do modo jônio é a mesma da escala maior natural. Uma cadência IV - V –


I define bem esta sonoridade.

A sonoridade do jônio é dada, basicamente, pelo repouso da harmonia no I grau do


campo harmônico. Podemos citar Let It Be, dos Beatles e a primeira parte de Always
With Me, Always With You do Satriani como exemplos deste modo.

Dórico

O modo dórico possui uma sonoridade “jazzística”, um acorde menor com uma sexta
maior (nota característica) define o modo. Uma cadência bem comum mostrando a
sonoridade do dórico é um IIm – V. (cadência do inicio de Wave de Tom Jobim).
No caso acima, Cm é o segundo grau do campo harmônico de Sib Maior natural e F é o
quinto grau desta mesma escala. O acorde de Cm isolado não define a sonoridade do
dórico, pois não apresenta a sexta maior. A sexta maior de Cm (a nota Lá) aparece no
próximo acorde (F) como sua a terça maior. Nesta cadência, poderíamos substituir o
acorde de F por qualquer outro acorde do campo harmônico de Sib maior para
obtermos a sonoridade do dórico, desde que este acorde apresente a nota Lá em sua
formação.

Uma boa maneira de pensar em sonoridades modais é tocando a tríade da tônica do


modo seguido de um outro acorde contendo as extensões do acorde anterior. Ex: ré
dórico: Toca-se o acorde de Dm e em seqüência Em. Podemos aplicar no Dm os
modos de ré dórico, ré frígio ou ré eólio. Porém o próximo acorde mostra algumas notas
que caracterizam o ré dórico: a tônica de Em, que vem a ser a segunda maior do
acorde de Dm, portanto não podemos ter o modo frígio neste caso. A nota si, quinta do
acorde de Em, é a sexta maior de Dm, indicando que este Dm é dórico e não eólio ou
frígio.

Assim afirmamos que o acorde característico do modo dórico é o m6. Ex: Cm6. O som
isolado deste acorde nos remeterá a este modo. Sempre que encontrar um acorde m6,
utilize o modo dórico para improvisar sobre ele.

OBS: o acorde m6 isolado também pode ser encarado como o primeiro grau da escala
menor melódica.

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