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Histórico
Modos gregos recebem esse nome exatamente por terem surgidos na
Grécia antiga. Estudos
apontam que a aplicação desse sistema de execução musical ocorre há
aproximadamente 600
Funcionalidade
Os modos gregos derivam de uma única escala, atualmente chamada de
escala diatônica, ou escala maior natural. Cada grau da escala (cada nota)
irá gerar uma nova escala, porém, respeitando as notas originais. Ficou
confuso né… veja os quadro abaixo.
C t D t E st F t G t A t B st C
C – Graus:
C D E F G A B C
I II III IV V VI VII VIII
Logo, se você toca a escala de C a partir de seu sexto grau, você terá
o modo Eólio de A: A B C D E F G A – sim!!! As duas escalas (C Jônio
e A Eólio tem as mesmas notas), logo C Jônio = A Eólio.
D t E st F t G t A st Bb t C t D ...
SIMPLES, UMA VEZ MAIS: vamos adaptar esta escala para que ela
“encaixe” em nossa tonalidade:
DEFGABCD
O modo Dórico nada mais é do que uma escala menor natural com
seu sexto grau aumentado em 1 semitom.
C Dm Em F G Am Bm(b5) – certo?
C – grau I – é Jônio
A – grau VI – é Eólio
D – grau II – é Dórico
E F# G A B C D
Nada mais nada menos do que os mesmos acordes abordados nos CHs de
C jônio e Dm dórico, não mesmo?
C – jônio
D – dórico
E – frígio
F – lídio
Vamos ver agora o quarto grau da escala maior natural, onde se encontra
o modo lídio.
O modo lídio é uma escala maior – lembrando que, consideramos – em
princípio – escala maior aquele em que a partir da fundamental temos 2
intervalos de tom inteiro.
Se formos tocar F maior da forma como tocamos uma escala maior natural
teremos:
F G A Bb C D E
Uma vez mais iremos manipular uma das notas da escala para que ela
tenha exatamente as mesmas notas do campo harmônico em questão.
FGABCDE
A escala lídia, sendo assim, é apenas uma escala maior natural com #4
(uma quarta aumentada)
Vejamos:
C JONIO
D DORICO
E FRIGIO
F LIDIO
G A B C D E F#
Logo, vamos manipular esta nota (que está no sétimo grau de G maior) –
basta abaixar tal nota em meio-tom. Ai, F# se transformará em F.
GABCDEF
O modo mixolídio é apenas uma escala maior com sétima menor (b7)
Por fim, temos o sétimo grau de C, onde está a nota B (que será o modo
lócrio).
B C# D E F# G A
Veja que esta escala possui 2 notas que não “batem” com o campo
harmônico em questão, ou seja, C maior – como você pode perceber, C# e
F# não fazem parte de C (Jônio)
E que temos 4 modos ditos menores e 3 modos ditos maiores. A partir daí
chegamos às formas de adaptar as escalas ao campo harmônico.
Para entrarmos este assunto, primeiro precisamos entender a escala maior natural. No exemplo abaixo,
temos a escala de dó maior:
Essa é formada por sete notas, e a distância entre cada uma dessas notas e a nota seguinte pode ser de
um tom ou meio. O intervalo de meio tom ocorre apenas entre o III-IV graus e entre o VII e I. Vimos assim
que a escala maior natural é formadas por T T ST T T T ST, gerando os intervalos de 2M, 3M, 4J, 5J, 6M
e 7M em relação à tônica da escala.
Os modos gregos
Os modos gregos são uma espécie de inversões da escala maior. Se tocarmos a escala de dó maior, a
partir da nota dó, teremos o modo dó jônio, que nada mais é do que a própria escala natural em seu
estado fundamental (continuaremos com a configuração de T T ST T T T ST). Se tocarmos essa mesma
escala a partir do segundo grau, a nota ré, teremos o modo ré dórico, e obteremos assim uma nova
configuração de escala T ST T T T ST T (e conseqüentemente novos intervalos) , conforme mostra a
figura abaixo:
Se quisermos montar o modo de Dó Dórico, por exemplo, basta seguir esta seqüência de intervalos T ST
T T T ST T a partir da nota dó:
Outra maneira de pensar no dó dórico é você imaginar a escala de Bb maior natural começando no
segundo grau.
Veremos na tabela abaixo a seqüência dos sete modos da escala maior natural.
Para uma análise prática, podemos dividir estes 7 modos em 2 grupos, os modos maiores e os menores.
Os modos maiores possuem uma terça maior (3M) e os menores uma terça menor (3m).
A escala maior natural é o modo jônio e a menor natural é o modo eólio. Usaremos estas duas escalas
para comparar as diferenças entre os modos:
O quadro acima mostra as diferenças entre os modos e as escalas naturais. Os intervalos diferentes
caracterizam a sonoridade de cada modo, estas são as famosas “notas características”. Ex: A única
diferença entre a escala de Sol maior (jônio) e Sol Lídio vai ser a quarta aumentada, que vem a ser o dó#
no modo de Sol Lídio, substituindo o dó natural em Sol maior / jônio. Dizemos assim que a quarta
aumentada é a nota característica do modo lídio. O mesmo raciocínio vale para os outros modos, com um
pequeno porém para o lócrio, que vai apresentar duas notas diferentes da menor natural (eólio).
Consideramos estas duas notas características, porém a 5º possui maior importância que a 2m.
Pegando a guitarra...
Transpor essa teoria para a guitarra é muito simples, e pode ser feita de várias maneiras. Para
guitarristas de rock/metal proponho utilizar sete “shapes” dos modos, cada um com uma digitação
começando com a tônica de um modo na 6ª corda. Os números indicados são a digitação da mão
esquerda que utilizo para tocar cada shapes:
Todos estes shapes são formados por 3 notas por corda, para facilitar a execução da palhetada. Você
pode optar por duas maneiras de palhetar estes shapes. A primeira é alternando todas. A segunda é
fazendo um sweep, cada vez que mudar de corda, para aproveitar o sentido da palhetada.
A seguir veremos como estes modos ficam dispostos por todo o braço da guitarra, utilizando a escala de
dó maior como exemplo.
É importante ter na ponta dos dedos estes sete shapes e conseguir tocá-los com fluência em todos os 12
tons.
Praticando.. .
O exercício que proponho para esta etapa, é tocar todos os modos sobre a nota dó (Dó jônio, Dó dórico,
Dó Frígio, Dó Lídio, Dó Mixolídio, Dó Eólio e Dó lócrio), começando pela sexta corda. Localize a nota dó
na sexta corda (casa 8), e toque o modo de dó jônio, subindo e descendo a escala.
Agora toque o modo dó dórico, e em seqüência o frígio, lídio, mixolídio, eólio e lócrio.
Se você realmente quiser assimilar esta etapa, pratique em todos os 12 tons:
C – G – D – A – E – B – F# - Db – Ab – Eb – Bb – F
Lembre-se sempre de manter a clareza e definição das notas, assim como praticar com o metrônomo.
Modos Gregos - Parte II
Jônio
Dórico
O modo dórico possui uma sonoridade “jazzística”, um acorde menor com uma sexta
maior (nota característica) define o modo. Uma cadência bem comum mostrando a
sonoridade do dórico é um IIm – V. (cadência do inicio de Wave de Tom Jobim).
No caso acima, Cm é o segundo grau do campo harmônico de Sib Maior natural e F é o
quinto grau desta mesma escala. O acorde de Cm isolado não define a sonoridade do
dórico, pois não apresenta a sexta maior. A sexta maior de Cm (a nota Lá) aparece no
próximo acorde (F) como sua a terça maior. Nesta cadência, poderíamos substituir o
acorde de F por qualquer outro acorde do campo harmônico de Sib maior para
obtermos a sonoridade do dórico, desde que este acorde apresente a nota Lá em sua
formação.
Assim afirmamos que o acorde característico do modo dórico é o m6. Ex: Cm6. O som
isolado deste acorde nos remeterá a este modo. Sempre que encontrar um acorde m6,
utilize o modo dórico para improvisar sobre ele.
OBS: o acorde m6 isolado também pode ser encarado como o primeiro grau da escala
menor melódica.