Você está na página 1de 32

1246-(58) Diário da República, 1.ª série — N.

º 41 — 27 de fevereiro de 2015

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS ciada através do Fundo de Coesão no Programa Opera-


E MINISTÉRIO DO AMBIENTE, cional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos
(PO SEUR);
ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E ENERGIA b) Secção 2 — Promoção da eficiência energética e da
utilização das energias renováveis nas empresas — cofi-
Portaria n.º 57-B/2015 nanciada através do Fundo Europeu de Desenvolvimento
de 27 de fevereiro Regional (FEDER) nos Programas Operacionais Regionais
do Continente;
O Decreto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro, define c) Secção 3 — Apoio à eficiência energética, à ges-
o modelo de governação dos fundos europeus estruturais e tão inteligente da energia e à utilização das energias re-
de investimento (FEEI) para o período 2014-2020, desig- nováveis nas infraestruturas públicas da Administração
nado por Portugal 2020, compreendendo o Fundo Europeu Central — cofinanciada através do Fundo de Coesão no
de Desenvolvimento Regional (FEDER), o Fundo Social PO SEUR;
Europeu (FSE),o Fundo de Coesão (FC), o Fundo Europeu d) Secção 4 — Apoio à eficiência energética, à gestão
Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER), o Fundo inteligente da energia e à utilização das energias renováveis
Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP) e nas infraestruturas públicas da Administração Local — co-
respetivos programas operacionais e programas de desen- financiada através do FEDER nos Programas Operacionais
volvimento rural (PDR), bem como a estrutura orgânica Regionais do Continente;
relativa ao exercício, designadamente, das competências e) Secção 5 — Apoio à eficiência energética, à gestão
de apoio, monitorização, gestão, acompanhamento e ava-
inteligente da energia e à utilização das energias renováveis
liação, certificação, auditoria e controlo nos termos do
no sector da habitação — cofinanciada através do Fundo
Regulamento (UE) n.º 1303/2013, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, e consigna, de Coesão no PO SEUR;
ainda, o regime de transição entre o Quadro de Referência f) Secção 6 — Apoio à eficiência energética, à gestão
Estratégico Nacional (QREN) e o Portugal 2020. inteligente da energia e à utilização das energias renová-
Nos termos da alínea c) do n.º 3 do artigo 10.º do De- veis no sector da habitação social — cofinanciada através
creto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro, compete à do FEDER nos Programas Operacionais Regionais do
Comissão Interministerial de Coordenação, CIC Portugal Continente;
2020, apreciar e aprovar a regulamentação específica de g) Secção 7 — Desenvolvimento e implantação de sis-
aplicação dos fundos da política de coesão, sob proposta temas de distribuição inteligente que operem a níveis de
das respetivas autoridades de gestão e parecer prévio do baixa e média tensão — cofinanciada através do Fundo de
órgão de coordenação técnica. Coesão no PO SEUR;
A regulamentação específica do Portugal 2020 foi, à h) Secção 8 — Eficiência e diversificação energética nos
semelhança da programação, desenvolvida por domínio transportes públicos coletivos e promoção da utilização de
de intervenção temático, tendo no domínio da Sustenta- transportes ecológicos e da mobilidade sustentável — co-
bilidade e Eficiência no Uso de Recursos sido proposta financiada através do Fundo de Coesão no PO SEUR;
pelas autoridades de gestão dos programas operacionais i) Secção 9 — Promoção de estratégias de baixo teor de
regionais, do programa operacional temático da sustentabi- carbono para todos os tipos de territórios, nomeadamente
lidade e eficiente uso de recursos, com base no contributo as zonas urbanas, incluindo a promoção da mobilidade
das agências públicas relevantes, e parecer da Agência urbana multimodal sustentável — cofinanciada através
para o Desenvolvimento e Coesão, IP enquanto órgão de do FEDER nos Programas Operacionais Regionais do
coordenação técnica. Continente;
O regulamento anexo contou com a participação dos j) Secção 10 — Conservação da Natureza — cofinan-
órgãos de governo próprios das regiões autónomas dos ciada através do Fundo de Coesão no PO SEUR;
Açores e da Madeira e da Associação Nacional de Muni- k) Secção 11 — Proteção do Litoral — cofinanciada
cípios Portugueses. através do Fundo de Coesão no PO SEUR;
Foram ouvidos os parceiros sociais. l) Secção 12 — Adaptação às Alterações Climáticas e
Ainda nos termos do n.º 3 do artigo 10.º do Decreto-Lei Prevenção e Gestão de Riscos — cofinanciada através do
n.º 137/2014, de 12 de setembro, as deliberações toma- Fundo de Coesão no PO SEUR;
das pela CIC Portugal 2020, no exercício da aprovação m) Secção 13 — Valorização de Resíduos — cofinan-
de regulamentação específica são adotadas por portaria. ciada através do Fundo de Coesão no PO SEUR;
Assim: n) Secção 14 — Gestão Eficiente do Ciclo Urbano da
Manda o Governo, pelos Ministros Adjunto e do De- Água — cofinanciada através do Fundo de Coesão no
senvolvimento Regional e do Ambiente, Ordenamento do PO SEUR;
Território e Energia, o seguinte: o) Secção 15 — Recuperação de Passivos Ambientais — co-
1 — Adotar o Regulamento Específico Sustentabilidade financiada através do Fundo de Coesão no PO SEUR;
e Eficiência no Uso de Recursos, que constitui anexo único p) Secção 16 — Gestão Eficiente dos Recursos Hí-
à presente portaria. dricos — cofinanciada através do Fundo de Coesão no
2 — Estabelecer as condições de acesso e as regras PO SEUR;
gerais de financiamento para as operações apresentadas ao q) Secção 17 — Património Natural e Cultural — cofi-
abrigo das Prioridades de Investimento e Áreas de Inter- nanciada através do FEDER nos Programas Operacionais
venção no domínio da sustentabilidade e eficiência no uso Regionais do Continente;
de recursos, no Regulamento Específico da seguinte forma: r) Secção 18 — Reabilitação e Qualidade do Ambiente
a) Secção 1 — Promoção da produção e distribuição Urbano — cofinanciada através do FEDER nos Programas
de energia proveniente de fontes renováveis — cofinan- Operacionais Regionais do Continente.
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(59)

3 — O regulamento foi aprovado por deliberação da energia com boa relação custo-eficácia e se dá a conhecer
CIC Portugal 2020, em 09.02.2015. os resultados;
4 — O regulamento entra em vigor na data da publica- d) Autoridade Urbana: Município com o qual a Auto-
ção da presente Portaria. ridade de Gestão contrata a responsabilidade pela execu-
ção de um plano estratégico de desenvolvimento urbano
Em 26 de fevereiro de 2015.
sustentável;
O Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, e) Cartas de Desporto de Natureza: as cartas que contêm
Luís Miguel Poiares Pessoa Maduro. — O Ministro do as regras e orientações aplicáveis nas Áreas Protegidas,
Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge relativas a cada modalidade desportiva, incluindo, desig-
Manuel Lopes Moreira da Silva. nadamente, os locais e as épocas do ano adequados para
a prática dessas modalidades, bem como as respetivas
ANEXO capacidades de carga, nos termos do artigo 6.º do Decreto
Regulamentar n.º 18/99, de 27 de agosto;
REGULAMENTO ESPECÍFICO DO DOMÍNIO DA SUSTENTABILIDADE f) Contrato de gestão de eficiência energética: um acordo
E EFICIÊNCIA NO USO DE RECURSOS contratual celebrado entre o beneficiário e o fornecedor
(geralmente, uma empresa de serviços energéticos) relativo
a uma medida de melhoria da eficiência energética em que
CAPÍTULO I os investimentos nessa medida são pagos por contrapartida
Disposições Gerais de um nível de melhoria da eficiência energética, definido
contratualmente;
Artigo 1.º g) Corredores ecológicos: as áreas de continuidade, cuja
função primordial é estabelecer ou salvaguardar a ligação
Âmbito e os fluxos genéticos entre as diferentes áreas nucleares
O presente Regulamento Específico estabelece as con- de conservação, contribuindo de modo especialmente re-
dições de acesso e as regras gerais de financiamento para levante para uma adequada proteção dos recursos naturais
as operações apresentadas ao abrigo das Prioridades de e para promover a continuidade espacial e a conectividade
Investimento e Áreas de Intervenção no domínio da sus- das componentes da biodiversidade em todo o território,
tentabilidade e eficiência no uso de recursos. bem como para uma adequada integração e desenvolvi-
mento das atividades humanas;
Artigo 2.º h) Economias de energia: uma quantidade de energia
economizada determinada pela medição e ou estimativa
Definições do consumo antes e após a aplicação de uma ou mais
Para além das definições constantes do Regulamento (UE) medidas de melhoria da eficiência energética, garantindo
n.º 1303/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, simultaneamente a normalização das condições externas
de 17 de dezembro de 2013, que estabelece disposições que afetam o consumo de energia;
comuns relativas ao Fundo Europeu de Desenvolvimento i) Ecossistemas: os sistemas como tal definidos pelo
Regional, ao Fundo Social Europeu, ao Fundo de Coesão, Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de julho;
ao Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural e j) Eficiência energética: o rácio entre o resultado em
ao Fundo Europeu para os Assuntos Marítimos e das Pes- termos do desempenho e dos serviços, bens ou energia
cas, do Decreto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro, que gerados e a energia utilizada para o efeito;
estabelece o Modelo de Governação dos Fundos Europeus k) Empresa de serviços energéticos: uma pessoa singular
Estruturais e de Investimento (FEEI), e do Decreto-Lei ou coletiva que fornece serviços energéticos e ou outras
n.º 159/2014, de 27 de outubro, que estabelece as regras medidas de melhoria da eficiência energética nas instala-
gerais de aplicação dos programas operacionais e dos pro- ções de um utilizador e que, ao fazê-lo, aceita um certo grau
gramas de desenvolvimento rural financiados pelos FEEI, de risco financeiro. O pagamento dos serviços prestados
para efeitos do presente regulamento são ainda aplicáveis deve basear-se (quer total, quer parcialmente) na conse-
as seguintes definições: cução da melhoria da eficiência energética e na satisfação
dos outros critérios de desempenho acordados;
a) Área de Reabilitação Urbana (ARU): a área como tal l) Energia: todas as formas de energia disponíveis co-
definida nos termos do Regime Jurídico da Reabilitação mercialmente, incluindo eletricidade, gás natural (incluindo
Urbana (RJRU), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 307/2009, gás natural liquefeito), gás de petróleo liquefeito, qualquer
de 23 de outubro, alterado pela Lei n.º 32/2012, de 14 de combustível para aquecimento e arrefecimento (incluindo
agosto, e pelo Decreto-Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro, sistemas urbanos de aquecimento e de arrefecimento),
podendo, para efeitos deste regulamento, a área encontrar-se carvão e lignite, turfa, combustíveis para transportes (ex-
em processo de delimitação como ARU, desde que, neste cluindo os combustíveis para a aviação e para o transporte
último caso, o início do processo tenha sido aprovado pela marítimo) e a biomassa, tal como definida na Diretiva
Câmara Municipal e seja concluído no prazo de 1 ano; 2001/77/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de
b) Áreas Classificadas: as áreas como tal definidas pelo 27 de setembro de 2001, relativa à promoção da eletrici-
Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de julho; dade produzida a partir de fontes de energia renováveis
c) Auditoria energética: procedimento sistemático atra- no mercado interno da eletricidade;
vés do qual se obtêm conhecimentos adequados sobre o m) Espécie exótica (ou não indígena) invasora: espécie,
perfil atual de consumo de energia de um edifício ou de da flora ou da fauna, não originária de um determinado ter-
um conjunto de edifícios, de uma atividade e ou instalação ritório e nunca aí registada como ocorrendo naturalmente
industrial ou de serviços públicos ou privados, se identi- e com populações autossustentadas durante os tempos
ficam e quantificam as oportunidades de economias de históricos, e suscetível de, por si própria, ocupar o terri-
1246-(60) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

tório de uma forma excessiva, em área ou em número de riscos e cenários potenciados pelas alterações climáticas,
indivíduos, provocando uma modificação significativa nos promovendo as medidas de adaptação necessárias, a curto e
ecossistemas, tal como definido no Decreto-Lei n.º 565/99, longo prazo, o que implica envolver as comunidades locais
de 21 de dezembro; e promover a articulação entre as instituições envolvidas
n) Espécies protegidas: as espécies cuja proteção se na gestão do litoral; incluem-se ainda nesta definição as
encontra prevista em regimes jurídicos nacionais, com intervenções em hidráulica torrencial;
exceção do sobreiro, da azinheira e do azevinho; w) Medidas de melhoria da eficiência energética: todas
o) Estado de conservação (de uma espécie ou habitat): a as ações que, em princípio, conduzam a uma melhoria veri-
situação de uma espécie ou habitat em função do conjunto ficável e mensurável ou estimável da eficiência energética;
das influências que, atuando sobre os mesmos, pode afe- x) Melhoria da eficiência energética: o aumento da eficiên-
tar, a longo prazo, a distribuição e a importância das suas cia na utilização final da energia resultante de alterações
populações no território nacional e tendo em conta, para tecnológicas, comportamentais e ou económicas;
as espécies e habitats naturais protegidos no âmbito do De- y) Operação de Reabilitação Urbana (ORU): a operação
creto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, alterado e republicado como tal definida nos termos do RJRU;
pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro, com as z) Património Cultural — todos os bens que, sendo teste-
alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 153-A/2013, munhos com valor de civilização ou de cultura portadores
de 8 de novembro, a situação de referência estabelecida em de interesse cultural relevante, devam ser objeto de especial
2012 no âmbito da avaliação de aplicação das Diretivas proteção e valorização;
n.os 2009/147/CE (Diretiva Aves) e 92/43/CEE (Diretiva aa) PENSAAR 2020 — «Uma nova Estratégia para o
Habitats); Setor de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas
p) Estatuto de ameaça de uma espécie a nível nacional: Residuais»: Plano estratégico para o território do conti-
o nível de risco de extinção de uma espécie, avaliado de nente no período 2014-2020;
acordo com os critérios da União Mundial para a Conser- bb) PERSU 2020 — Plano Estratégico para os Resí-
vação da Natureza; duos Urbanos, para o território do continente no período
q) Habitação social: a habitação de propriedade pública 2014-2020;
arrendada com rendas calculadas em função dos rendimen- cc) Plano de ação para a regeneração urbana: plano re-
tos dos agregados familiares a que se destinam, excluindo lativo a uma área territorialmente delimitada, incidindo em
subarrendamento, ao abrigo do regime de arrendamento espaços inframunicipais, em concreto centros históricos,
apoiado para habitação, aprovado pela Lei n.º 81/2014, zonas ribeirinhas ou zonas de conversão de zonas indus-
de 19 de setembro; triais abandonadas inseridos em Áreas de Reabilitação
r) Habitats naturais protegidos: os habitats naturais e Urbana (ARU);
seminaturais protegidos que ocorrem em Portugal estabe- dd) Princípio do poluidor-pagador: previsto no Enqua-
lecidos no Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, alterado dramento Comunitário dos Auxílios Estatais a favor do
e republicado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fe- ambiente (2008/C82/01), que estipula que os custos da luta
vereiro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei contra a poluição devem ser imputados ao poluidor que a
n.º 156-A/2013, de 8 de novembro, e constantes do seu provoca, exceto quando o responsável pela poluição não
anexo B-I; possa ser identificado ou não possa ser responsabilizado
s) Intervenções inteligentes: intervenções baseadas na por força da legislação comunitária ou nacional ou não
melhoria do conhecimento técnico e científico para apoiar possa ser obrigado a suportar os custos da recuperação.
a gestão e a tomada de decisão, que reforcem as capaci- Neste contexto, entende-se por poluição a degradação do
dades dos sistemas de informação e de monitorização, ambiente causada, direta ou indiretamente, pelo poluidor
e que promovam o investimento em inovação e novas ou a criação de condições conducentes à sua degradação
tecnologias; no meio físico ou nos recursos naturais;
t) Infraestrutura verde: estrutura composta por áreas ee) Quadro de Ações Prioritárias da Rede Natura 2000 (PAF):
naturais e seminaturais, presente em meio rural e urbano, o documento que estabelece as medidas prioritárias de
composta por elementos ambientais desenvolvidos e geri- financiamento comunitário da Rede Natura 2000, definidas
dos com o objetivo de fornecer um leque vasto de serviços pelos Estados-Membros da União Europeia em articulação
dos ecossistemas, podendo incorporar espaços verdes (ou com a Comissão Europeia nos termos do artigo 8.º da
«azuis», se a referência for ao meio marinho) e outros Diretiva 92/43/CE (Diretiva Habitats);
elementos físicos em áreas terrestres (incluindo costeiras) ff) Serviços dos ecossistemas: os benefícios que as pes-
e marinhas; soas obtêm, direta ou indiretamente, dos ecossistemas, e
u) Intervenções eficientes: intervenções em zonas prio- que se podem categorizar em serviços de produção, re-
ritárias identificadas em instrumentos de planeamento, gulação, culturais e de suporte, tal como definidos pelo
avaliando os riscos de forma sistémica, antecipando res- Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de julho;
postas e ponderando a experiência anterior acumulada; gg) Sistemas de abastecimento de água em alta: aqueles
as tipologias de ação (proteção e preservação da linha de sistemas que permitem a captação, o tratamento, a adução,
costa) a apoiar devem ser avaliadas com base em critérios a elevação, e a reserva;
de custo-benefício, podendo implicar opções alternativas hh) Sistemas de abastecimento de água em baixa: aque-
como o recuo planeado; les sistemas que permitem o armazenamento e a distribui-
v) Intervenções resilientes: intervenções que considerem ção incluindo elevação de água para consumo humano até
o funcionamento das zonas costeiras como sistemas so- ao domicílio das populações servidas;
cioecológicos sujeitos a múltiplas pressões e perturbações, ii) Sistemas de saneamento de águas residuais em alta:
que tenham como objetivo a proteção e conservação da aqueles que permitem, o transporte e interceção incluindo
linha de costa, contribuindo para reposição do equilíbrio elevação, o tratamento e a rejeição de águas residuais, após
na dinâmica sedimentar ao longo da costa, antecipando tratamento, nas linhas de água;
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(61)

jj) Sistemas de saneamento de águas residuais em baixa: Artigo 4.º


aqueles que permitem, desde os domicílios das populações
Critérios de seleção de candidaturas
servidas, a recolha e o transporte incluindo elevação das
águas residuais; Os critérios de seleção de candidaturas são aprovados
kk) Zonas Especiais de Conservação (ZEC) — as áreas pela Comissão de Acompanhamento do respetivo Pro-
como tal definidas pelo Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de grama Operacional (PO), sendo a sua publicitação efetuada
no portal Portugal 2020.
abril, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005,
de 24 de fevereiro, com as alterações introduzidas pelo Artigo 5.º
Decreto-Lei n.º 156-A/2013, de 8 de novembro.
Critérios de Elegibilidade das Operações
Artigo 3.º Para serem elegíveis, as operações devem satisfazer os
Área Geográfica de aplicação seguintes critérios:
a) Respeitem as tipologias de operações previstas no
1 — São elegíveis a cofinanciamento pelo Fundo de
presente regulamento;
Coesão no que respeita às prioridades de investimento b) Visem a prossecução dos objetivos específicos pre-
no domínio da sustentabilidade e eficiência dos recursos: vistos no presente regulamento;
a) As operações localizadas em todas as regiões NUTS II c) Estejam em conformidade com os programas e planos
do continente; territoriais em vigor na sua área de incidência, quando
aplicável;
b) As operações localizadas na Região Autónoma da
d) Demonstrem adequado grau de maturidade, de acordo
Madeira (RAM) no que respeita: com os requisitos mínimos fixados pela Autoridade de
i) Promoção da produção e distribuição de energia pro- Gestão nos avisos para a apresentação de candidaturas;
veniente de fontes renováveis (aplicável à secção 1); e) Justifiquem a necessidade e a oportunidade da reali-
ii) Concessão de apoio ao investimento para a adaptação zação da operação;
f) Disponham dos licenciamentos e autorizações prévias
às alterações climáticas, incluindo abordagens baseadas à execução dos investimentos, quando aplicável;
nos ecossistemas (aplicável à secção 12); g) Apresentem uma caracterização técnica e uma fun-
iii) Prevenção e gestão de riscos de cheias e inunda- damentação dos custos de investimento e do calendário de
ções, incluindo as intervenções hidráulicas, de correção realização física e financeira;
torrencial que também prosseguem o objetivo de proteção h) Incluam indicadores de realização e de resultado que
de pessoas e bens e às questões de segurança (aplicável permitam avaliar o contributo da operação para os respeti-
à secção 12); vos objetivos, bem como monitorizar o grau de execução
iv) Investimentos no setor dos resíduos para satisfazer da operação e o cumprimento dos resultados previstos;
os requisitos do acervo ambiental da União e atender às i) Demonstrem a sustentabilidade da operação após
necessidades de investimento identificadas pelos Esta- realização do investimento;
j) No caso dos projetos cujo custo total elegível seja su-
dos-Membros que vão além desses requisitos (aplicável perior a 25 milhões de euros, demonstrem o cumprimento
à secção 13); das normas nacionais aplicáveis, nomeadamente o previsto
v) Investimentos no setor da água para satisfazer os re- no artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outu-
quisitos do acervo ambiental da União Europeia e atender bro, e disponham de parecer positivo do painel de peritos
às necessidades de investimento identificadas pelos Esta- independentes, a emitir por solicitação da Autoridade de
dos-Membros que vão além desses requisitos (aplicável Gestão após a apresentação da candidatura;
à secção 14); k) No caso dos projetos geradores de receitas, demons-
trem o cumprimento das normas comunitárias e nacionais
c) As operações localizadas na Região Autónoma dos aplicáveis, nomeadamente o previsto no artigo 19.º do
Açores no que respeita a investimentos no setor dos re- Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro;
l) Apresentem um plano de comunicação a desenvolver
síduos para satisfazer os requisitos do acervo ambiental no decurso da implementação da operação e na sua conclu-
da União e atender às necessidades de investimento iden- são, que permita a informação e divulgação dos indicadores
tificadas pelos Estados-Membros que vão além desses de resultado da operação junto dos potenciais beneficiários
requisitos (aplicável à secção 13); ou utilizadores e do público em geral, que evidencie o cum-
d) No âmbito da proteção e reabilitação da biodiver- primento das obrigações fixadas no n.º 3 do artigo 115.º do
sidade e dos solos e promoção de sistemas de serviços Reg. (UE) n.º 1303/2013, de 17 de dezembro;
ecológicos, nomeadamente através da Rede Natura 2000 m) Cumpram as orientações e normas técnicas aplicáveis
e de infraestruturas verdes, são ainda elegíveis as opera- à tipologia de operação, tal como definidas pelas entidades
ções que incidem sobre as Áreas Classificadas da Rede competentes;
Natura 2000 em meio marinho e as que o venham a ser n) Os beneficiários devem declarar não terem salários
em atraso.
no âmbito do alargamento desta rede.
Artigo 6.º
2 — São elegíveis a cofinanciamento pelo FEDER as
operações localizadas nas regiões NUTS II do continente Critérios de elegibilidade dos beneficiários
e financiadas pelos Programas Operacionais Regionais Sem prejuízo do disposto no artigo 13.º do Decreto-Lei
(POR). n.º 159/2014, de 27 de outubro, e de outros especifica-
1246-(62) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

mente referidos para cada tipologia de intervenção, é ainda 3 — Em zonas degradadas e zonas anteriormente uti-
exigível, no âmbito do presente regulamento, que o be- lizadas para fins industriais que incluam edifícios, o li-
neficiário declare não ter salários em atraso, reportados à mite de 10 % referido no n.º 2 pode aumentar para 15 % e
data da apresentação da candidatura ou até ao momento desde que respeitadas as regras cumulativas referidas nas
da assinatura do termo de aceitação caso a candidatura alíneas a) a c) do mesmo número.
seja aprovada. 4 — Para operações relativas à conservação do am-
biente, pode a Autoridade de Gestão, em casos excecionais
Artigo 7.º devidamente justificados, considerar que a elegibilidade
Elegibilidade das despesas
dos terrenos a que se refere o n.º 2 pode ser superior a
10 % da despesa total elegível, sendo necessário que se
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 15.º do De- encontrem ainda cumulativamente preenchidas as seguin-
creto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, são elegíveis tes condições:
a cofinanciamento no âmbito do presente Regulamento a) O terreno deve ser afetado ao destino previsto durante
Específico, os custos reais incorridos com a realização das o período determinado na decisão;
operações elegíveis, designadamente: b) O destino do terreno não pode ser agrícola, exceto
nos casos devidamente justificados e aprovados pela Au-
a) Realização de estudos, planos, projetos, atividades toridade de Gestão;
preparatórias e assessorias diretamente ligados à opera- c) A compra deve ser realizada por uma instituição pú-
ção, incluindo a elaboração da Análise Custo-Benefício, blica, por um organismo regido pelo direito público ou
quando aplicável; por conta destes.
b) Aquisição de terrenos e constituição de servidões
indispensáveis à realização da operação, por expropriação 5 — No recurso à subcontratação para realização das
ou negociação direta, bem como eventuais indemnizações a operações a cofinanciar não são admissíveis contratos
arrendatários, de acordo com os limites e condições fixados efetuados através de intermediários ou consultores, em
nos n.os 2, 3 e 4 do presente artigo; que o montante a pagar é expresso em percentagem do
c) Trabalhos de construção civil e outros trabalhos de montante do financiamento ou das despesas elegíveis da
engenharia; operação.
d) Aquisição de equipamentos, sistemas de monito- 6 — Os custos relativos à compra de equipamento em
rização, informação, tecnológicos, material e software; segunda mão não são elegíveis no âmbito do presente
e) Fiscalização, coordenação de segurança e assistência regulamento, exceto quando cumpram cumulativamente
técnica; as seguintes condições:
f) Testes e ensaios;
g) Revisões de preços decorrentes da legislação apli- a) O beneficiário comprove que a aquisição do equi-
cável e do contrato, até ao limite de 5 % do valor elegível pamento não foi objeto de ajuda de subvenções nacionais
dos trabalhos efetivamente executados; ou comunitárias;
h) Ações de informação, de divulgação, de sensibili- b) O preço do equipamento não exceda o seu valor de
zação e de publicidade que se revelem necessárias para a mercado e seja inferior ao custo de equipamento similar
prossecução dos objetivos da operação; novo;
i) Aquisição de serviços de execução de operação de c) O equipamento tenha as características técnicas ne-
cadastro predial do prédio ou prédios em que incide a cessárias para a operação e esteja em conformidade com
operação, incluindo aluguer de equipamento; as normas aplicáveis.
j) Outras despesas necessárias à execução da operação,
desde que sejam especificamente discriminadas, justifica- 7 — Os custos relativos a contribuições em espécie
das e aprovadas pela Autoridade de Gestão. só são elegíveis quando especificamente previstos nos
avisos de abertura de concursos e desde que se encontrem
2 — As despesas elegíveis a cofinanciamento a que se preenchidas as seguintes condições:
refere a alínea b) do n.º 1 do presente artigo estão limitadas a) O apoio público concedido à operação que inclua
a 10 % do total da despesa total elegível da operação, desde contribuições em espécie não pode exceder a despesa to-
que tenham sido previstas e se, cumulativamente, forem tal elegível, excluindo o valor dessas contribuições em
observadas as seguintes regras: espécie;
a) Exista uma relação direta entre os terrenos e os ob- b) O valor atribuído às contribuições em espécie não
jetivos da operação, só podendo ser utilizados em confor- excede os custos de mercado geralmente aceites;
midade com os objetivos da operação em causa; c) O valor e a execução das contribuições podem ser
b) Seja apresentada uma declaração de um avaliador avaliados e verificados de forma independente;
independente e acreditado ou de um organismo oficial devi- d) No caso do contributo em terrenos ou em imóveis
damente autorizado para o efeito, que certifique que o custo deve ser avaliado por um perito independente qualificado
não excede o valor do mercado, que o bem está em confor- ou por um organismo oficial devidamente autorizado, não
midade com a legislação nacional ou, que especifique os excedendo o limite estabelecido no n.º 2 do presente artigo;
pontos que, não estando conformes, devem ser retificados e) No caso de contribuições em espécie sob a forma de
pelo beneficiário final no âmbito da operação; trabalho não remunerado, o valor desse trabalho é deter-
c) O beneficiário comprove que nos sete anos prece- minado em função do tempo efetivamente despendido e
dentes, o custo do terreno não foi objeto de ajuda de sub- da taxa de remuneração horária ou diária de um trabalho
venções nacionais ou comunitárias. equivalente.
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(63)

8 — Os custos relativos a amortizações de imóveis ou cionada desde que a avaliação de mérito seja superior à
de bens de equipamento relativamente aos quais existe pontuação mínima fixada no Aviso de abertura, que não
uma ligação direta com a execução da operação são ele- poderá, nos termos previstos no n.º 7 do artigo 17.º no
gíveis desde que estejam preenchidas cumulativamente as Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, ser inferior
seguintes condições: ao valor mediano da escala de classificação final.
3 — Além do mérito absoluto da operação, aplicado nos
a) Não terem sido utilizadas subvenções nacionais ou
termos previstos no número anterior, os critérios de sele-
comunitárias para a compra desses imóveis ou equipa-
ção podem ainda ser estruturados, desde que definido em
mentos;
sede de Avisos de candidatura, numa avaliação de mérito
b) A amortização estar em conformidade com as regras
de contabilidade aplicáveis; relativo, que resulta da comparação do mérito da operação
c) A amortização referir-se exclusivamente ao período avaliada com o mérito das demais operações candidatas
de cofinanciamento da operação em questão. na mesma fase de decisão, com hierarquização final das
candidaturas avaliadas.
9 — Os encargos de operações financeiras, as comissões
e perdas cambiais e outras despesas meramente financeiras Artigo 10.º
não são elegíveis para efeitos de cofinanciamento pelo FE- Procedimentos para apresentação, análise
DER ou pelo Fundo de Coesão, excetuando-se desta regra e decisão dos pedidos de pagamento
os custos inerentes às diferentes modalidades de prestação 1 — Os pedidos de pagamento devem ser apresentados
de garantias, prestadas por bancos ou outras instituições, com a periodicidade que vier a ser fixada pela Autoridade
desde que estas sejam exigidas pela legislação nacional de Gestão e incluir os documentos de despesa e os com-
ou comunitária ou pela decisão da Comissão Europeia provativos de pagamento, a definir pela Autoridade de
que aprova o Programa Operacional, ou pela Autoridade Gestão em normas técnicas.
de Gestão do PO. 2 — A Autoridade de Gestão realiza verificações admi-
10 — Não são elegíveis os pagamentos em numerário, nistrativas e verificações no local das operações para atestar
exceto nas situações em que se revele ser este o meio de a realização efetiva do projeto e o pagamento da despesa
pagamento mais frequente sendo neste caso limitado a um declarada pelo beneficiário, bem como a sua conformidade
quantitativo unitário inferior a 250 euros. com a legislação aplicável, com o programa operacional
11 — Para além das despesas não elegíveis previstas no e o cumprimento das condições de apoio da operação.
artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, 3 — No âmbito da análise de cada pedido de paga-
são ainda não elegíveis, as despesas relativas a: mento é avaliada a elegibilidade material e financeira da
a) Funcionamento, manutenção ou reparação ligadas à despesa, tendo em conta a regularidade dos procedimentos
exploração das infraestruturas; de contratação pública e dos documentos que comprovem
b) Intervenções de reconversão que alterem o uso das a realização da despesa e o pagamento efetivo aos forne-
infraestruturas cofinanciadas há menos de 10 anos, salvo cedores.
disposições mais restritivas previstas nas secções especí- 4 — O pagamento do apoio aos beneficiários, caso exis-
ficas do presente regulamento. tam condições para o efeito, é efetuado por transferência
da Agência, I. P., nos termos previstos no artigo 25.º do
Artigo 8.º Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, para a conta
bancária indicada pelo beneficiário destinada ao recebi-
Taxas de financiamento das despesas elegíveis
mento dos respetivos fundos.
1 — A taxa máxima de cofinanciamento do Fundo de
Coesão para as operações aprovadas é de 85 % das despe- Artigo 11.º
sas elegíveis, salvo disposições específicas estabelecidas Acompanhamento e controlo da execução das operações
nas secções deste regulamento.
2 — A taxa máxima de cofinanciamento do FEDER para 1 — As operações aprovadas e as entidades beneficiárias
as operações aprovadas é, salvo disposições específicas ficam sujeitas a ações de acompanhamento, de controlo
que definam uma taxa de cofinanciamento diferente nas e de auditoria a realizar pela Autoridade de Gestão, bem
secções deste regulamento, de: como pelas autoridades nacionais e comunitárias com com-
petência em matéria de certificação, auditoria e controlo
a) 85 % das despesas elegíveis, nos caso dos POR Norte, dos fundos comunitários atribuídos.
Centro e Alentejo; 2 — Os apoios financeiros concedidos às operações apro-
b) 50 % das despesas elegíveis, no caso do PO Lisboa; vadas ficam sujeitos ao acompanhamento e controlo da sua uti-
c) 80 % das despesas elegíveis, no caso do PO Algarve. lização, em conformidade com a operação aprovada, nas suas
componentes material, financeira e contabilística, de acordo
Artigo 9.º com normas técnicas a definir pela Autoridade de Gestão.
Procedimentos de análise e seleção das candidaturas
Artigo 12.º
1 — As candidaturas são analisadas de acordo com
os critérios gerais fixados no artigo 17.º do Decreto-Lei Obrigações dos beneficiários
n.º 159/2014, de 27 de outubro, os critérios específicos 1 — Para além das obrigações previstas no artigo 24.º
de elegibilidade constantes do presente regulamento e os do Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, as entida-
critérios de seleção aprovados pela Comissão de Acompa- des beneficiárias ficam ainda obrigadas a:
nhamento do respetivo Programa Operacional.
2 — A seleção das operações candidatas terá em con- a) Iniciar a execução da operação no prazo máximo de
sideração o seu mérito absoluto, e a operação será sele- 180 dias após a assinatura do termo de aceitação;
1246-(64) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

b) Cumprir o calendário de execução física e financeira, redução do apoio à operação proporcional à gravidade do
aprovado para a operação; incumprimento, nos termos e condições a estabelecer pela
c) Comunicar à Autoridade de Gestão qualquer alteração Autoridade de Gestão.
ou ocorrência que ponha em causa os pressupostos relativos 3 — Para além dos fundamentos suscetíveis de determi-
à aprovação da operação; nar a revogação do apoio à operação ou à despesa, previstos
d) Apresentar relatórios de progresso das operações no n.º 3 do artigo 23.º do Decreto-Lei n.º 159/2014, de
cofinanciadas, evidenciando designadamente o grau de 27 de outubro, poderão ainda constituir motivo de revo-
cumprimento dos indicadores aprovados, nos termos a gação da operação os seguintes:
definir em orientações técnicas da Autoridade de Gestão;
a) Incumprimento da obrigação de registo contabilís-
e) Respeitar as normas estabelecidas na legislação
tico das despesas e receitas da operação, bem como dos
ambiental e nos programas e planos territoriais vigentes,
apoios recebidos, de acordo com o sistema de contabili-
quando aplicável;
dade organizada ou simplificada, nos termos do que seja
f) Realizar as ações previstas no plano de comunicação
legalmente exigido;
da operação, junto dos potenciais beneficiários/utilizadores
b) A execução da operação aprovada não tiver tido início
e do público em geral;
no prazo máximo de 180 dias após a assinatura do termo
g) Executar, se a operação incidir sobre prédio(s) e
de aceitação da comparticipação financeira, salvo motivo
tiver uma incidência territorial, o cadastro predial do(s)
justificado, apresentado pelo beneficiário e aceite pela
mesmo(s), até à data de conclusão da operação;
Autoridade de Gestão;
h) Comunicar anualmente as economias de energia ou
c) Explorar ou utilizar para outro fim, locar, alienar ou,
energia produzida resultantes do(s) projeto(s) apoiados
por qualquer modo, onerar, no todo ou em parte, os em-
no âmbito da eficiência energética ou produção de ener-
preendimentos comparticipados e os bens de equipamento
gia proveniente de fontes renováveis, à Autoridade de
adquiridos para realização da operação aprovada, a menos
Gestão e à Direção-Geral de Energia e Geologia(DGEG);
que tal seja devidamente fundamentado e autorizado pela
i) Apresentar, no prazo de 3 meses, a contar da data de
Autoridade de Gestão.
conclusão da operação:
i) Pedido de Pagamento do Saldo Final da operação; 4 — A revogação do apoio à operação implica a resolu-
ii) Relatório final da operação, que deverá ser acom- ção do termo de aceitação de comparticipação financeira
panhado de fotografias e outros elementos informativos, e a restituição do apoio financeiro recebido, nos termos
de natureza qualitativa e quantitativa, que permitam uma do artigo 26.º do Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de ou-
adequada avaliação do investimento realizado e dos re- tubro.
sultados do mesmo e sua comparação com os que foram
fixados na decisão de aprovação da operação;
iii) Auto de Receção Provisória e Contas Finais da obra CAPÍTULO II
ou documento equivalente, que comprovem a sua conclu-
são, sempre que aplicável; SECÇÃO 1
iv) Extratos contabilísticos que evidenciem o registo
individualizado das despesas totais realizadas e das receitas Promoção da produção e distribuição de energia
obtidas no âmbito da operação, nos termos das obrigações proveniente de fontes renováveis
contabilísticas a que cada entidade se encontra sujeita.
Artigo 14.º
j) Autorizar a Autoridade de Gestão a proceder à divul- Objetivos Específicos
gação dos apoios concedidos à operação, nos termos dos
regulamentos aplicáveis. Os apoios a conceder têm como objetivo específico a
diversificação das fontes de abastecimento energético de
origem renovável, aproveitando o potencial energético
2 — Para efeito das alíneas g) e i) do n.º 1, considera-se
endógeno, garantindo a ligação das instalações produtoras
que a data de conclusão da operação ocorre quando todos
à rede, reduzindo assim a dependência energética, encon-
os trabalhos se encontrem terminados e entregues ao be-
trando-se alinhado com o Plano Nacional de Ação para as
neficiário e seja comprovada a respetiva funcionalidade,
Energias Renováveis (PNAER) e cumprimento das metas
devendo ainda a totalidade da despesa correspondente estar
comunitárias.
integralmente paga pelo beneficiário.
3 — O disposto na alínea g) do n.º 1 produz efeitos com
a entrada em vigor do diploma que procede à reforma do Artigo 15.º
modelo do cadastro predial. Tipologias de operações
As operações abrangidas são as que se revelem indis-
Artigo 13.º pensáveis para a prossecução da Prioridade de Investi-
Redução ou revogação do apoio mento «Fomento da produção e distribuição de energia
proveniente de fontes renováveis», podendo assumir as
1 — A entidade que decidiu ou confirmou a aprovação
seguintes tipologias:
da operação poderá decidir reduzir ou revogar o apoio a
essa operação pelos motivos constantes do artigo 23.º do a) Projetos-piloto de produção de energia a partir de
Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro. fontes renováveis referentes ao desenvolvimento e teste de
2 — No caso do incumprimento previsto na alínea a) novas tecnologias e respetiva integração na rede, nomea-
do n.º 2 do artigo 23.º do Decreto-Lei n.º 159/2014, de damente utilizando as diversas fontes de energia tais como
27 de outubro, relativo às obrigações do beneficiário in- marés, ondas, correntes marítimas, hidráulica, vento, sol,
cluindo os resultados contratados, deve ser aplicada uma biomassa, água salobra, geotérmica, hidrogénio, excluindo-se
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(65)

sistemas de armazenagem energética por bombagem de Artigo 19.º


água e respeitando um TRL (Technology Readiness Level) Forma dos apoios
igual ou superior a 9;
b) Projetos de produção de energia a partir de fontes 1 — Os apoios a conceder revestem a natureza de sub-
renováveis, com tecnologias testadas e que não estejam venções não reembolsáveis, correspondendo o apoio ao
ainda suficientemente disseminadas no território nacional montante necessário para garantir a viabilidade econó-
e respetiva integração na rede, excluindo-se as tecnologias mica dos investimentos, em observância dos limites de
barragens e, no solar, as atuais tecnologias de PV, CPV e intensidade de auxílio no caso de estarmos na presença
CSP, e o eólico convencional atual; de Ajudas de Estado.
c) Projetos-piloto de armazenamento de energia, nomea- 2 — O apoio a este tipo de investimento estará limitado
damente de origem renovável, excluindo-se sistemas de ao montante que resultar da aplicação da metodologia de
armazenagem energética por bombagem de água e respei- cálculo do deficit de financiamento, que permita a realiza-
tando um TRL igual ou superior a 8; ção e viabilização económica dos projetos, tendo em conta
d) Prospeção, identificação e estudo das condições ne- uma taxa de desconto real de acordo com as orientações
cessárias ao desenvolvimento de novas tecnologias de da Comissão Europeia relativas aos projetos geradores
produção de energia a partir de fontes renováveis e de de receitas.
novas tecnologias de armazenagem de energia, tais como a 3 — No caso dos projetos apoiados que incluam in-
identificação das áreas marítimas adequadas à implantação tegração na rede de distribuição e ou armazenamento de
de novas tecnologias offshore; energia, as entidades detentoras da rede de distribuição ou
e) Na RAM prevê-se ainda o apoio à realização de inves- de transporte que vejam estes investimentos ser apoiados a
timentos para o aproveitamento da energia hídrica, em con- fundo perdido não poderão ser remuneradas pelo sistema
creto a construção da barragem da Calheta e a realização elétrico nacional ou pelo sistema nacional de gás natural
dos projetos de execução das diversas componentes do in- na parte cofinanciada desse investimento.
vestimento de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico
da Calheta, e investimentos em projetos-piloto de produção Artigo 20.º
de energia renovável, nomeadamente hidráulica, vento, sol Taxas de financiamento das despesas elegíveis
e biomassa, referentes ao desenvolvimento e teste de novas
tecnologias e respetiva integração na rede. A taxa máxima de cofinanciamento sobre o investimento
elegível é de 65 %, com a exceção de estudos, cuja taxa
máxima de cofinanciamento é de 85 %.
Artigo 16.º
Beneficiários
SECÇÃO 2
Para os efeitos previstos na presente secção são bene-
Promoção da eficiência energética e da utilização das energias
ficiários os seguintes tipos de entidades: renováveis nas empresas
a) Entidades Públicas que sejam agentes no mercado
da energia para os estudos; Artigo 21.º
b) Produtores em regime especial; Objetivos Específicos
c) No caso da RAM, Empresa de Eletricidade da Ma-
deira, S. A., e entidades públicas ou equiparadas. Os apoios têm como objetivo específico a implementa-
ção de ações que visem aumentar a eficiência energética
Artigo 17.º e a utilização de energias renováveis para autoconsumo
nas empresas, contribuindo assim para a promoção da
Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações eficiência energética das empresas e para o aumento da
Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade de- competitividade da economia através da redução da fatura
finidos no artigo 5.º do presente regulamento, para serem energética.
elegíveis as operações devem ainda satisfazer os seguintes
critérios: Artigo 22.º
a) Comprovar que a operação corresponde à otimização Tipologias das operações
do investimento na perspetiva do interesse público e dos As operações abrangidas são as que se revelem indispen-
benefícios esperados; sáveis para a prossecução da Prioridade de Investimento
b) Não serem comercialmente viáveis, isto é, cuja receita «Promoção da eficiência energética e da utilização das
não permita a viabilidade económico-financeira do projeto; energias renováveis nas empresas», podendo assumir as
c) Nos projetos de produção de energia, utilizar uma seguintes tipologias:
tarifa de venda de energia a preços considerados de mer-
cado, de acordo com a legislação em vigor. 1 — Intervenção nos processos produtivos das empresas
que se encontrem previstas na auditoria ou estudo de efi-
ciência energética e que demonstrem os respetivos ganhos
Artigo 18.º
financeiros líquidos, sendo nomeadamente as seguintes:
Despesas Elegíveis
a) Otimização e instalação de tecnologias e sistemas
Para efeitos de determinação das despesas elegíveis, energeticamente eficientes ao nível dos processos pro-
devem ser tidos em conta os custos-padrão máximos por dutivos;
tecnologia, quando definidos pela DGEG e publicitados b) Otimização e instalação de tecnologias e sistemas
nos avisos de abertura de candidatura. energeticamente eficientes ao nível de sistemas de suporte
1246-(66) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

aos processos produtivos, entre os quais se salientam as Artigo 24.º


centrais de ar comprimido, geradores de vapor, caldeiras, Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações
instalações frigoríficas, iluminação, entre outros;
c) Intervenções na envolvente opaca de edifícios cli- Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade de-
matizados ou refrigerados, com o objetivo de proceder à finidos no artigo 5.º do presente regulamento, para serem
instalação de isolamento térmico em paredes, pavimentos elegíveis as operações devem ainda satisfazer os seguintes
e coberturas, e assim potenciar reduções do consumo de critérios:
energia; a) Os imóveis objeto de intervenção devem ser proprie-
d) Intervenções na envolvente envidraçada de edifícios dade da empresa ou dispor de contrato de arrendamento
climatizados ou refrigerados, nomeadamente através da com duração compatível com o tempo de vida útil dos
substituição de caixilharia com vidro simples, e caixilharia investimentos ou com o reembolso do apoio concedido,
com vidro duplo sem corte térmico, por caixilharia com consoante o que terminar primeiro, sendo que as interven-
vidro duplo e corte térmico, ou solução equivalente em ções, no caso das empresas imobiliárias, só podem incidir
termos de desempenho energético, e respetivos dispositivos em edifícios de uso próprio;
de sombreamento; b) O investimento a realizar deve estar suportado em au-
e) Intervenções nos sistemas técnicos instalados, através ditoria ou diagnóstico energético, que demonstre os ganhos
da substituição dos sistemas existentes por sistemas de financeiros líquidos resultantes das respetivas operações;
elevada eficiência, ou através de intervenções nos sistemas c) No caso de intervenções em edifícios existentes, não
existentes que visem aumentar a sua eficiência energética; sendo elegíveis a construção ou reconstrução de edifícios,
f) Intervenções ao nível da implementação de sistemas devem ser considerados como requisitos mínimos obriga-
de gestão técnica de energia, enquanto ferramentas de tórios os estabelecidos na Diretiva relativa ao Desempenho
gestão operacional capazes de induzir economias de ener- Energético nos Edifícios e na Diretiva relativa à promoção
gia nos equipamentos por estes monitorizados e geridos; de energia proveniente de fontes renováveis.
g) Aquisição de veículos elétricos ou de veículos com
motorização a gás natural veicular, comprimido ou li- Artigo 25.º
quefeito, desde que não aumente a dimensão da frota;
h) Conversão de veículos próprios para gás natural vei- Despesas Elegíveis
cular, comprimido ou liquefeito. 1 — Para além das despesas referidas no artigo 7.º do
presente Regulamento Específico, as operações a que se
2 — Intervenções ao nível da promoção de energias refere a presente secção devem ainda satisfazer os seguintes
renováveis nas empresas para autoconsumo, desde que critérios:
façam parte de soluções integradas que visem a eficiência
energética nas quais se inclui: a) No caso de aquisição de veículos a gás natural vei-
cular ou elétricos, só é elegível a diferença entre o custo
a) Instalação de painéis solares térmicos para produção de aquisição e o custo de um veículo com motorização
de água quente sanitária; semelhante a gasolina, gasóleo ou gás de petróleo liquefeito
b) Instalação de sistemas de produção de energia para (gpl), conforme aplicável;
autoconsumo a partir de fontes de energia renovável. b) Nos casos em que estão previstas intervenções em
sistemas tipificáveis, deverão ser tidos em conta os custos-
3 — Auditorias, diagnósticos e outros estudos e tra- padrão máximos, definidos pela DGEG, e publicitados nos
balhos necessários à realização do investimento, desde avisos de abertura de candidaturas;
que não sejam obrigatórios por lei, bem como a avaliação c) A despesa elegível com investimento em produção
«ex-post» independente que permita a avaliação e o acom- de energia elétrica para autoconsumo a partir de fontes
panhamento do desempenho e da eficiência energética do de energias renováveis está limitada a 20 % do montante
investimento. de investimento total da candidatura, não considerando
o montante de investimento em produção de energia em
Artigo 23.º fontes de energia renováveis;
Beneficiários
d) Todos os estudos, planos e auditorias só podem ser
cofinanciados desde que se concretizem as respetivas ope-
Para os efeitos previstos na presente secção são bene- rações de eficiência energética, não sendo apoiadas as
ficiários os seguintes tipos de entidades: auditorias obrigatórias por lei;
a) As instituições particulares de solidariedade social; e) Só serão apoiados projetos com produção de energia
b) As empresas de qualquer dimensão e setor de ati- a partir de fontes de energias renováveis para autoconsumo
vidade; desde que façam parte de soluções integradas que visem
c) As Empresas de Serviços Energéticos (ESE), en- maioritariamente a eficiência energética;
quanto veículos promotores da eficiência energética em f) As despesas com estudos, diagnóstico e auditorias
todos os setores, desde que não realizem a auditoria sub- energéticas estão limitadas a 5 % do valor do investimento
jacente ao procedimento para a celebração do contrato de elegível e apenas são elegíveis caso o investimento seja
concretizado.
gestão de eficiência energética;
d) As entidades gestoras de instrumentos financeiros
2 — Não são elegíveis as seguintes despesas:
para a promoção de eficiência energética nas empresas,
tendo como destinatários finais das operações todos os a) Investimentos em produção de energia para venda;
referidos nas alíneas anteriores. b) Custos incorridos com ações de realojamento;
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(67)

c) Despesas associadas a outras intervenções em edi- e no sector da habitação», podendo assumir as seguintes
fícios que não se encontrem relacionadas com o aumento tipologias:
do desempenho energético, como sejam:
a) Intervenções que visem o aumento da eficiência ener-
i) Pintura, exceto nos casos em que seja promovida a gética dos edifícios e equipamentos públicos da adminis-
instalação de isolamento térmico pelo exterior da fachada; tração central, nas quais se inclui:
ii) Reforço estrutural;
iii) Intervenções nas redes elétricas, de abastecimento i) Intervenções na envolvente opaca dos edifícios, com
de água, de saneamento, de infraestruturas de telecomu- o objetivo de proceder à instalação de isolamento térmico
nicações em edifícios (ITED), ou outras; em paredes, pavimentos, coberturas e caixas de estore;
iv) Outras pequenas reparações. ii) Intervenções na envolvente envidraçada dos edifícios,
nomeadamente através da substituição de caixilharia com
Artigo 26.º vidro simples, e caixilharia com vidro duplo sem corte tér-
mico, por caixilharia com vidro duplo e corte térmico, ou
Forma dos apoios solução equivalente em termos de desempenho energético,
Os apoios a conceder às empresas revestem a natureza e respetivos dispositivos de sombreamento;
de subvenções reembolsáveis, através de instrumento fi- iii) Intervenções nos sistemas técnicos instalados, atra-
nanceiro à exceção das despesas relativas à realização de vés da substituição dos sistemas existentes por sistemas de
estudos, planos e projetos, diagnósticos, auditorias ener- elevada eficiência, ou através de intervenções nos sistemas
géticas, atividades preparatórias e acessórias, diretamente existentes que visem aumentar a sua eficiência energética,
ligados à operação, que revestem a natureza de subvenção nomeadamente integração de água quente solar, incorpo-
não reembolsável. ração de microgeração, sistemas de iluminação, aqueci-
mento, ventilação e ar condicionado (AVAC);
Artigo 27.º iv) Iluminação interior e exterior, excluindo a ilumina-
ção pública;
Taxas de financiamento das despesas elegíveis v) Instalação de sistemas e equipamentos que permitam
1 — As taxas máximas de financiamento sobre o inves- a gestão de consumos de energia, por forma a contabilizar
timento elegível são as seguintes, desde que observados e gerir os consumos de energia, gerando assim econo-
os limites de intensidade de auxílio em caso de Ajudas mias e possibilitando a sua transferência entre períodos
de Estado: tarifários.
a) POR Norte — 70 %; b) Intervenções ao nível da promoção de energias re-
b) POR Centro — 70 %; nováveis nos edifícios e equipamentos da administração
c) POR Alentejo — 70 %; central para autoconsumo desde que façam parte de so-
d) POR Lisboa — 50 %; luções integradas que visem a eficiência energética, nos
e) POR Algarve — 70 %. quais se inclui:
2 — No apoio às ESE enquanto veículos promotores da i) Instalação de painéis solares térmicos para produção
eficiência energética a taxa máxima de cofinanciamento de água quente sanitária;
sobre o investimento elegível é de 45 %. ii) Instalação de sistemas de produção de energia para
autoconsumo a partir de fontes de energia renovável.
SECÇÃO 3
c) Auditorias, estudos, diagnósticos e análises ener-
Apoio à eficiência energética, à gestão inteligente géticas necessários à realização dos investimentos, e à
da energia e à utilização das energias renováveis nas infraestruturas implementação de Planos de Ação de eficiência energética
públicas da Administração Central bem como a avaliação «ex-post» independente que permita
a avaliação e o acompanhamento do desempenho e da
Artigo 28.º eficiência energética do investimento;
Objetivos Específicos d) Campanhas de sensibilização e de promoção da efi-
ciência energética dirigidas à Administração Pública.
Os apoios têm como objetivo específico a implementa-
ção de ações que visem aumentar a eficiência energética Artigo 30.º
e a utilização de energias renováveis para autoconsumo
na Administração Central, contribuindo assim para um Beneficiários
aumento da eficiência energética dos equipamentos pú- Para os efeitos previstos na presente secção são bene-
blicos, e, também, para a redução da fatura energética. ficiários os seguintes tipos de entidades:
Artigo 29.º a) Organismos da Administração Central;
b) Agência para a Energia (ADENE) — para a realiza-
Tipologias das operações
ção de campanhas de disseminação da eficiência energética
As operações abrangidas são as que se revelem indispen- na Administração;
sáveis para a prossecução da Prioridade de Investimento c) As entidades gestoras dos Instrumentos Financeiros
«Apoio à eficiência energética, à gestão inteligente da através dos quais poderão ser apoiadas as ESE no que res-
energia e à utilização das energias renováveis nas infraes- peita ao apoio, enquanto veículos promotores da eficiência
truturas públicas, nomeadamente nos edifícios públicos energética na Administração Central.
1246-(68) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

Artigo 31.º ii) Reforço estrutural;


Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações
iii) Intervenções nas redes elétricas, de abastecimento
de água, de saneamento, de ITED, ou outras;
Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade de- iv) Outras reparações.
finidos no artigo 5.º do presente regulamento, para serem
elegíveis as operações enquadradas na tipologia prevista Artigo 33.º
nas alíneas a) e b) do artigo 29.º devem ainda satisfazer
Forma dos apoios
os seguintes critérios:
a) Comprovar que a operação corresponde à otimização 1 — Os apoios a conceder a entidades da Administração
do investimento na perspetiva do interesse público e dos Central revestem a natureza de subvenções não reembol-
benefícios esperados; sáveis, havendo no entanto lugar à entrega de 70 % das
b) Apresentar auditoria energética que demonstre a ade- poupanças líquidas proporcionais ao montante de apoio
quação do investimento; concedido, em condições a definir pela Autoridade de
c) Evidenciar que foram considerados como requisitos Gestão em articulação com a DGEG.
mínimos obrigatórios os estabelecidos na Diretiva relativa ao 2 — Os apoios a conceder às ESE, revestem a natureza
Desempenho Energético nos Edifícios e na Diretiva relativa de instrumentos financeiros, sendo reembolsáveis a 100 %,
à Promoção de Energia proveniente de fontes de renováveis; não estando o reembolso dependente das economias de
d) Evidenciar que as intervenções resultam em melho- energia alcançadas, e realizados através de um instrumento
ramentos significativos em termos de eficiência energé- financeiro.
tica, correspondendo a um aumento em, pelo menos, dois 3 — Os apoios a conceder às tipologias de opera-
níveis no certificado de desempenho energético face à ções previstas nas alíneas c) e d) do artigo 29.º terão a
categoria de desempenho energético anterior à realização natureza de subvenções não reembolsáveis, desde que
do investimento; se verifique a concretização da realização das medidas
e) Demonstrar que geram benefícios financeiros líqui- identificadas nas auditorias/estudos/planos de ação/aná-
dos positivos, devendo o valor atualizado das poupanças lises energéticas ou desde que respeitantes à realização
líquidas geradas exceder sempre o valor atualizado do custo de campanhas de sensibilização e de promoção da efi-
de investimento, operação, manutenção e reinvestimento ciência energética.
por substituição, se aplicável;
f) Incidir apenas sobre infraestruturas já existentes de Artigo 34.º
propriedade e de utilização da Administração Pública, Taxas de financiamento das despesas elegíveis
não sendo financiadas despesas de funcionamento e de
manutenção; 1 — A taxa máxima de cofinanciamento sobre o inves-
g) No caso das operações que sejam implementadas ao timento elegível é de 95 %.
abrigo de um contrato de gestão de eficiência energética, pro- 2 — No apoio às ESE, enquanto veículos promotores
movido por uma entidade da Administração Pública, eviden- da eficiência energética, a taxa máxima de financiamento
ciar que têm condições de apresentar um contrato de gestão de sobre o investimento elegível é de 50 %.
eficiência energética nos termos do Decreto-Lei n.º 29/2011,
de 28 de fevereiro, para efeitos de assinatura do termo de
aceitação, em termos a definir nos Avisos de Abertura. SECÇÃO 4
Apoio à eficiência energética, à gestão inteligente
Artigo 32.º da energia e à utilização das energias renováveis nas infraestruturas
Despesas Elegíveis públicas da Administração Local
1 — Para além das despesas referidas no artigo 7.º do pre- Artigo 35.º
sente Regulamento Específico, as operações a que se refere a
presente secção devem ainda satisfazer os seguintes critérios: Objetivos Específicos

a) Nos casos em que as intervenções previstas sejam Os apoios têm como objetivo específico a implementa-
tipificáveis, incluindo as auditorias e diagnósticos energéti- ção de ações que visem aumentar a eficiência energética e
cos, deverão ser tidos em conta os custos-padrão máximos a utilização de energias renováveis para autoconsumo na
por tecnologia, quando definidos pela DGEG, e publicita- administração local, contribuindo assim para um aumento
dos nos avisos de abertura de candidatura. da eficiência energética dos equipamentos públicos e, tam-
b) A despesa elegível com investimento em produção bém, para a redução da fatura energética.
de energia elétrica para autoconsumo a partir de fontes de
energias renováveis está limitada a 30 % do montante de Artigo 36.º
investimento total elegível da candidatura. Tipologias das operações

2 — Não são elegíveis as seguintes despesas: As tipologias das operações abrangidas são as que se
revelem indispensáveis para a prossecução da Priori-
a) Auditorias obrigatórias por lei; dade de Investimento «Apoio à eficiência energética, à
b) Despesas associadas a outras intervenções em edi- gestão inteligente da energia e à utilização das energias
fícios que não se encontrem relacionadas com o aumento renováveis nas infraestruturas públicas, nomeadamente
do desempenho energético, como sejam:
nos edifícios públicos e no sector da habitação» e para a
i) Pintura, exceto nos casos em que seja promovida a realização das ações definidas na auditoria ou diagnóstico
instalação de isolamento térmico pelo exterior da fachada; energético que demonstre os ganhos financeiros líquidos
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(69)

resultantes das respetivas operações, sendo nomeada- cia energética na Administração Pública, envolvendo a
mente as seguintes: realização de parcerias entre agentes públicos e privados,
exceto no caso do POR Algarve.
a) Intervenções ao nível do aumento da eficiência ener-
gética dos edifícios e equipamentos públicos da adminis-
Artigo 38.º
tração local, nos quais se inclui:
Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações
i) Intervenções na envolvente opaca dos edifícios, com
o objetivo de proceder à instalação de isolamento térmico Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade de-
em paredes, pavimentos, coberturas e caixas de estore; finidos no artigo 5.º do presente regulamento, para serem
ii) Intervenções na envolvente envidraçada dos edifícios, elegíveis as operações devem ainda satisfazer os seguintes
nomeadamente através da substituição de caixilharia com critérios:
vidro simples, e caixilharia com vidro duplo sem corte tér-
a) Comprovar que a operação corresponde à otimização
mico, por caixilharia com vidro duplo e corte térmico, ou
do investimento na perspetiva do interesse público e dos
solução equivalente em termos de desempenho energético
benefícios esperados;
e respetivos dispositivos de sombreamento;
b) Apresentar auditoria energética ou estudo que de-
iii) Iluminação interior e intervenções nos sistemas téc-
monstre a adequação do investimento;
nicos instalados, através da substituição dos sistemas exis-
c) Gerar benefícios financeiros líquidos positivos, isto
tentes por sistemas de elevada eficiência, ou através de
é, o valor atualizado das poupanças geradas deve sem-
intervenções nos sistemas existentes que visem aumentar
pre exceder o valor atualizado do custo de investimento,
a sua eficiência energética, nomeadamente integração de
operação, manutenção e reinvestimento por substituição
água quente solar, incorporação de microgeração, sistemas
se aplicável;
de iluminação, aquecimento, ventilação e ar condicionado
d) Incidir sobre infraestruturas públicas de proprie-
(AVAC);
dade e de utilização da administração pública, não sendo
iv) Instalação de sistemas e equipamentos que permitam
financiadas despesas de funcionamento e de manutenção;
a gestão de consumos de energia, por forma a contabilizar
e) Ter por base a categoria de desempenho energético
e gerir os consumos de energia, gerando assim econo-
inicial do edifício, devendo resultar em melhoramentos
mias e possibilitando a sua transferência entre períodos
significativos em termos de eficiência energética, isto é
tarifários.
num aumento em pelo menos dois níveis no certificado
de desempenho energético, confirmada no âmbito da ava-
b) Intervenções ao nível da promoção de energias re- liação «ex-post»;
nováveis nos edifícios e equipamentos da administração f) Evidenciar que foram considerados como requisitos
local para autoconsumo desde que façam parte de soluções mínimos obrigatórios os estabelecidos na Diretiva relativa
integradas que visem a eficiência energética, nos quais ao Desempenho Energético nos Edifícios e na Diretiva
se inclui: relativa à Promoção de Energia proveniente de fontes de
i) Instalação de painéis solares térmicos para produção renováveis, nos edifícios porquanto se tratam de edifícios
de água quente sanitária; já existentes.
ii) Instalação de sistemas de produção de energia para
autoconsumo a partir de fontes de energia renovável. Artigo 39.º
Despesas Elegíveis
c) Intervenções nos sistemas de iluminação pública,
sistemas semafóricos e sistemas de iluminação decora- 1 — Para além das despesas referidas no artigo 7.º do
tiva, tais como monumentos, jardins, entre outros, com presente Regulamento Específico, as operações a que se
o objetivo de reduzir os consumos de energia, através da refere a presente secção devem satisfazer os seguintes
instalação de sistemas e tecnologias mais eficientes, assim critérios:
como pela introdução de sistemas de gestão capazes de a) Nos casos em que as intervenções previstas sejam
potenciar reduções do consumo de energia elétrica asso- tipificáveis, deverão ser tidos em conta os custos-padrão
ciado a estes sistemas; máximos definidos pela DGEG e publicados nos avisos
d) Auditorias, diagnósticos e outros trabalhos necessá- de abertura de candidaturas;
rios à realização de investimentos, bem como a avaliação b) A despesa elegível com investimento em produção
«ex-post» independente que permita a avaliação e o acom- de energia elétrica para autoconsumo a partir de fontes de
panhamento do desempenho e da eficiência energética do energias renováveis está limitada a 30 % do montante de
investimento. investimento total elegível da candidatura, não conside-
rando o montante de investimento em produção de energia
Artigo 37.º em fontes de energia renováveis.
Beneficiários
2 — Não são elegíveis as seguintes despesas:
Para os efeitos previstos na presente secção são bene-
ficiários os seguintes tipos de entidades: a) Ações de realojamento;
b) Outras intervenções em edifícios que não se encon-
a) Autarquias Locais e suas Associações;
trem relacionadas com o aumento do desempenho ener-
b) As empresas do setor empresarial local detidas a
gético, como sejam:
100 % por entidades públicas;
c) As entidades gestoras de instrumentos financeiros i) Pintura, exceto nos casos em que seja promovida a
através dos quais poderão ser apoiadas as ESE no que instalação de isolamento térmico pelo exterior da fachada;
respeita ao apoio enquanto veículos promotores da eficiên- ii) Reforço estrutural;
1246-(70) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

iii) Intervenções nas redes elétricas, de abastecimento ii) Intervenções na envolvente envidraçada dos edi-
de água, de saneamento, de ITED, ou outras; fícios, nomeadamente através da substituição de caixi-
iv) Outras pequenas reparações. lharia com vidro simples, e caixilharia com vidro duplo
sem corte térmico, por caixilharia com vidro duplo e
Artigo 40.º corte térmico, ou solução equivalente em termos de
Forma dos apoios desempenho energético e respetivos dispositivos de
1 — Os apoios a conceder a entidades da Administração sombreamento;
Local, revestem a natureza de subvenções não reembol- iii) Intervenções nos sistemas de produção de água quente
sáveis, havendo no entanto lugar à entrega de 70 % das sanitária (AQS) e em outros sistemas técnicos, através da
poupanças líquidas proporcionais ao montante de apoio otimização dos sistemas existentes ou da substituição dos
concedido, em condições a definir pela Autoridade de sistemas existentes por sistemas de elevada eficiência;
Gestão em articulação com a DGEG. iv) Iluminação interior;
2 — Nos casos em que os apoios sejam concedidos a ESE,
v) Instalação de sistemas e equipamentos que permitam
as subvenções são reembolsáveis a 100 %, não estando o re-
embolso dependente das economias de energia alcançadas. a gestão de consumos de energia, por forma a contabilizar
e gerir os consumos de energia, gerando assim econo-
Artigo 41.º mias e possibilitando a sua transferência entre períodos
Taxas de financiamento das despesas elegíveis
tarifários;
vi) Intervenções nos sistemas de ventilação, iluminação
1 — As taxas máximas de financiamento sobre o inves- e outros sistemas energéticos das partes comuns dos edifí-
timento elegível são as seguintes: cios, que permitam gerar economias de energia.
a) POR Norte — 95 %;
b) POR Centro — 95 % b) Intervenções ao nível da promoção de energias reno-
c) POR Alentejo — 95 %; váveis na habitação para autoconsumo, desde que façam
d) POR Lisboa — 50 %; parte de soluções integradas que visem a eficiência ener-
e) POR Algarve — 80 %. gética, nas quais se inclui nomeadamente:
2 — No apoio às ESE enquanto veículos promotores i) Instalação de painéis solares térmicos para produção
da eficiência energética na Administração Pública a taxa de água quente sanitária;
máxima de financiamento sobre o investimento elegível ii) Instalação de sistemas de produção de energia para
é de 50 %. autoconsumo a partir de fontes de energia renovável;
SECÇÃO 5
c) Auditorias, estudos, diagnósticos e análises energéti-
Apoio à eficiência energética, à gestão inteligente da energia
e à utilização das energias renováveis no sector da habitação cas necessárias à realização dos investimentos bem como
a avaliação «ex-post» independente que permita a avalia-
Artigo 42.º ção e o acompanhamento do desempenho e da eficiência
energética do investimento.
Objetivos Específicos
d) Campanhas de sensibilização e de promoção da efi-
Os apoios têm como objetivo específico a implementa- ciência energética na habitação particular.
ção de ações que visem aumentar a eficiência energética e
a utilização de energias renováveis para autoconsumo na 2 — As auditorias, estudos e análises energéticas pre-
habitação particular, contribuindo assim para o aumento
vistas na alínea b) do número anterior, deverão obrigato-
da qualidade do edificado, para a melhoria da sua habi-
tabilidade e consequente redução da fatura energética. riamente incidir sobre as componentes comuns do edifício
e as frações individuais, permitindo estruturar e elaborar o
Artigo 43.º projeto que deverá concretizar as soluções apontadas, no
todo ou pelo menos para um conjunto de medidas identi-
Tipologias das operações
ficadas que resultem em melhoramentos significativos em
1 — As operações abrangidas são as que se revelem eficiência energética, e que constituem soluções integradas
indispensáveis para a prossecução da Prioridade de Inves- no domínio da eficiência energética.
timento «Apoio à eficiência energética, à gestão inteligente
da energia e à utilização das energias renováveis nas infra-
estruturas públicas, nomeadamente nos edifícios públicos e Artigo 44.º
no sector da habitação» e para a realização das ações defi- Beneficiários
nidas na auditoria ou diagnóstico energético que demonstre
os ganhos financeiros líquidos resultantes das respeti- Para os efeitos previstos na presente secção são bene-
vas operações, podendo assumir as seguintes tipologias: ficiários os seguintes tipos de entidades:
a) Intervenções ao nível do aumento da eficiência ener- a) As entidades gestoras de instrumentos financeiros
gética no setor da habitação particular, nas quais se inclui: para a promoção de eficiência energética na habitação,
i) Intervenções na envolvente opaca dos edifícios, com tendo como destinatários finais das operações os titulares
o objetivo de proceder à instalação de isolamento térmico de frações autónomas, de edifícios ou fogos de habitação
em paredes, pavimentos, coberturas e caixas de estores; particular (excluindo a habitação social);
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(71)

b) A ADENE — para a realização de campanhas de SECÇÃO 6


sensibilização e promoção da eficiência energética na ha- Apoio à eficiência energética, à gestão inteligente
bitação particular. da energia e à utilização das energias renováveis no setor
da habitação social
Artigo 45.º
Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações Artigo 48.º
Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade de- Objetivos Específicos
finidos no artigo 5.º do presente regulamento, para serem Os apoios têm como objetivo específico a implementa-
elegíveis as operações devem ainda satisfazer os seguintes ção de ações em todas as regiões do Continente, exceto a
critérios: região do Algarve, que visem aumentar a eficiência energé-
a) Apresentar auditoria energética que demonstre a ade- tica e a utilização de energias renováveis para autoconsumo
quação do investimento; na habitação social, contribuindo assim para um aumento
b) Evidenciar que as intervenções resultam em melho- da qualidade do edificado, em especial na melhoria da sua
habitabilidade e conforto, bem como para uma melhoria do
ramentos significativos em termos de eficiência energé-
bem-estar de segmentos populacionais generalizadamente
tica, correspondendo a um aumento em, pelo menos, dois
carenciados, a redução da pobreza energética das famílias
níveis no certificado de desempenho energético face à com baixos rendimentos e o uso eficiente de recursos.
categoria de desempenho energético anterior à realização
do investimento. Artigo 49.º
Artigo 46.º Tipologias das operações

Despesas Elegíveis 1 — As operações abrangidas são as que se revelem


indispensáveis para a realização das intervenções em edi-
1 — Para além das despesas referidas no artigo 7.º do fícios de habitação social, e que decorram da auditoria ou
presente Regulamento Específico, as operações a que se diagnóstico energético que demonstre os ganhos financei-
refere a presente secção devem satisfazer os seguintes ros líquidos resultantes das respetivas operações, podendo
critérios: assumir as seguintes tipologias:
a) Nos casos em que estão previstas intervenções nos a) Intervenções na envolvente opaca dos edifícios, com
edifícios, deverão ser tidos em conta os custos-padrão o objetivo de proceder à instalação de isolamento térmico
máximos definidos pela DGEG e publicitados nos avisos em paredes, pavimentos, coberturas e caixas de estore;
de abertura de candidatura; b) Intervenções na envolvente envidraçada dos edifícios,
b) A despesa elegível com investimento em produção nomeadamente através da substituição de caixilharia com
de energia elétrica para autoconsumo a partir de fontes de vidro simples, e caixilharia com vidro duplo sem corte tér-
energias renováveis está limitada a 30 % do montante de mico, por caixilharia com vidro duplo e corte térmico, ou
investimento total elegível da candidatura. solução equivalente em termos de desempenho energético
e respetivos dispositivos de sombreamento;
2 — Não são elegíveis as seguintes despesas: c) Intervenções nos sistemas de produção de AQS sa-
nitária e em outros sistemas técnicos, através otimização
a) Apoios a intervenções em frações autónomas, de
dos sistemas existentes ou da substituição dos sistemas
edifícios ou fogos de habitação que tenham já sido alvo existentes por sistemas de elevada eficiência;
de apoios comunitários; d) Iluminação interior;
b) Custos incorridos com ações de realojamento; e) Instalação de sistemas e equipamentos que permitam
c) Auditorias obrigatórias por lei; a gestão de consumos de energia, por forma a contabilizar
d) Despesas associadas a outras intervenções em edi- e gerir os consumos de energia, gerando assim econo-
fícios que não se encontrem relacionadas com o aumento mias e possibilitando a sua transferência entre períodos
do desempenho energético, como sejam: tarifários;
i) Pintura, exceto nos casos em que seja promovida a f) Intervenções nos sistemas de ventilação, iluminação
instalação de isolamento térmico pelo exterior da fachada; e outros sistemas energéticos das partes comuns dos edi-
ii) Reforço estrutural; fícios, que permitam gerar economias de energia;
iii) Intervenções nas redes elétricas, de abastecimento g) Intervenções ao nível da promoção de energias re-
de água, de saneamento, de ITED, ou outras; nováveis na habitação social para autoconsumo desde que
iv) Outras reparações. façam parte de soluções integradas que visem a eficiência
energética, nas quais se inclui:
Artigo 47.º i) Instalação de painéis solares térmicos para produção
Forma dos apoios de água quente sanitária;
ii) Instalação de sistemas de produção de energia para
1 — Os apoios a conceder às tipologias previstas nas autoconsumo a partir de fontes de energia renovável.
alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 43.º revestem a natureza
de subvenções reembolsáveis, por via de instrumento fi- h) Auditorias, estudos, diagnósticos e análises energéti-
nanceiro. cas necessárias à realização dos investimentos bem como
2 — Os apoios a conceder às tipologias previstas nas a avaliação «ex-post» independente que permita a avalia-
alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 43.º revestem a forma de ção e o acompanhamento do desempenho e da eficiência
subvenções não reembolsáveis. energética do investimento.
1246-(72) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

2 — As auditorias, estudos e análises energéticas pre- SECÇÃO 7


vistas na alínea h) do número anterior, deverão obrigato- Desenvolvimento e a implantação de sistemas de distribuição
riamente incidir sobre as componentes comuns do edifício inteligente que operem a níveis de baixa e média tensão
e as frações individuais, permitindo estruturar e elaborar o
projeto que deverá concretizar as soluções apontadas, no Artigo 53.º
todo ou pelo menos para um conjunto de medidas identi- Objetivos Específicos
ficadas que resultem em melhoramentos significativos em
eficiência energética, e que constituem soluções integradas Os apoios têm como objetivo específico potenciar o
aumento da eficiência energética através do desenvolvi-
no domínio da eficiência energética. mento de redes inteligentes que permitam dotar os consu-
midores da informação e ferramentas necessárias e criar
Artigo 50.º sinergias tendo em vista a redução de custos, através do
Beneficiários apoio ao desenvolvimento de projetos-piloto de sistemas
de distribuição inteligente, em concretização das Diretivas
Para os efeitos previstos na presente secção são bene- 2006/32/CE e 2009/72/CE, contribuindo assim para uma
ficiários os seguintes tipos de entidades: estratégia integrada de promoção da eficiência energética
e das energias renováveis, conforme preconizado na Re-
a) Entidades da Administração Pública; solução do Conselho de Ministros n.º 20/2013, de 10 de
b) Os serviços da administração pública local; abril, que estabelece o Plano Nacional de Ação para a
c) Outras entidades públicas gestoras ou proprietárias Eficiência Energética e o PNAER
de habitação social.
Artigo 54.º
Artigo 51.º Tipologias das operações
Despesas Elegíveis As operações abrangidas são as que se revelem indispen-
1 — Para além das despesas referidas no artigo 7.º do sáveis para a prossecução da Prioridade de Investimento
«Desenvolvimento e a implantação de sistemas de distri-
presente Regulamento Específico, as operações a que se
buição inteligente que operem a níveis de baixa e média
refere a presente secção devem satisfazer os seguintes tensão», podendo assumir as seguintes tipologias:
critérios:
a) Realização de estudos para a preparação e avaliação
a) Nos casos em que as intervenções previstas sejam dos projetos-piloto de sistemas de distribuição inteligentes;
tipificáveis, deverão ser tidos em conta os custos-padrão b) Instalação de sistemas e contadores inteligentes;
máximos definidos pela DGEG, e publicados nos avisos c) Desenvolvimento e instalação de sistemas de gestão
de abertura de candidaturas; de informação proveniente de contadores de inteligentes;
b) A despesa elegível com investimento em produção d) Instalação de concentradores e sistemas de comuni-
de energia elétrica para autoconsumo a partir de fontes de cação, assim como rede conexa.
energias renováveis está limitada a 30 % do montante de Artigo 55.º
investimento total elegível da candidatura, não se consi-
derando o próprio montante de investimento em produção Beneficiários
de energia. Para os efeitos previstos na presente secção são bene-
ficiários os seguintes tipos de entidades:
2 — Não são elegíveis as seguintes despesas: a) Entidades públicas ou concessionárias (Operado-
a) Apoios a intervenções em frações autónomas, de res de redes de distribuição de eletricidade em baixa
edifícios ou fogos de habitação que tenham já sido alvo tensão — ORD), no que respeita às ações descritas nas
de apoios comunitários; alíneas b) e d) do artigo anterior;
b) Entidade(s) gestora(s) das Operações Logísticas de
b) Despesas associadas a outras intervenções em edi- Mudança de Comercializador (OLMC) de eletricidade e
fícios que não se encontrem relacionadas com o aumento gás natural, no que respeita às ações descritas nas alíneas a)
do desempenho energético, como sejam: e c) do artigo anterior;
i) Pintura, exceto nos casos em que seja promovida a c) Entidade Reguladora de Serviços Energéticos (ERSE)
e DGEG, no que respeita às ações descritas na alínea a)
instalação de isolamento térmico pelo exterior da fachada; do artigo anterior.
ii) Reforço estrutural;
iii) Intervenções nas redes elétricas, de abastecimento Artigo 56.º
de água, de saneamento, de ITED, ou outras;
Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações
iv) Outras pequenas reparações.
Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade definidos
Artigo 52.º no artigo 5.º do presente regulamento, para serem elegíveis
as operações devem ainda satisfazer os seguintes critérios:
Forma dos apoios
a) Comprovar que a operação corresponde à otimização
Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções do investimento na perspetiva do interesse público e dos
não reembolsáveis. benefícios esperados;
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(73)

b) Ainda não ter sido alvo de experiências-piloto de quais se inclui a promoção do transporte público de passa-
redes inteligentes à escala municipal; geiros, de sistemas de gestão de frotas e da ecocondução,
c) Abranger todos os consumidores de eletricidade na nomeadamente campanhas de sensibilização de utiliza-
área geográfica em questão. ção de pneus energeticamente eficientes, sensibilização
para a mobilidade ecológica e a adoção de boas práticas,
Artigo 57.º utilização de transportes e soluções de mobilidade ener-
Despesas Elegíveis
geticamente mais eficientes, campanhas de incentivo à
utilização de transporte ferroviário de passageiros e de
Para além das despesas não elegíveis previstas no n.º 11 outros transportes públicos de passageiros, apoio ao in-
do artigo 7.º do presente regulamento não são elegíveis vestimento em equipamentos de enchimento de pneus
despesas relativas a investimento em produção de energia. a nitrogénio destinado em exclusivo para o transporte
público coletivo de passageiros;
Artigo 58.º
Forma dos apoios b) Intervenções ao nível do apoio à promoção da utiliza-
ção de transportes ecológicos e da mobilidade sustentável,
1 — Os apoios a conceder revestem a natureza de sub- com o objetivo de apoiar sistemas de transportes com
venções reembolsáveis. baixas emissões de carbono, de entre os quais se inclui a
2 — O mecanismo de financiamento será desenhado de promoção da mobilidade elétrica, atualização tecnológica
forma a que sejam recuperadas, durante um período mí- dos postos de carregamento elétricos públicos através da
nimo correspondente a metade da vida útil do investimento, adaptação de pontos de carregamento públicos para fichas
a totalidade das poupanças energéticas e outros benefícios normalizadas e comuns a toda a UE, alargamento da rede
devidamente contabilizados em termos globais, quer do de pontos de carregamento públicos em espaços de acesso
operador da rede de distribuição, quer dos consumidores público, lançamento de medidas e ações de promoção
finais. Esta recuperação não poderá ser inferior a 50 % do nacional da mobilidade elétrica.
apoio comunitário concedido.
Artigo 61.º
SECÇÃO 8 Beneficiários
Eficiência e diversificação energética nos transportes públicos Para os efeitos previstos na presente secção são bene-
coletivos e promoção da utilização de transportes ecológicos ficiários os seguintes tipos de entidades:
e da mobilidade sustentável
a) no que respeita às ações identificadas na alínea a)
Artigo 59.º do artigo anterior:
Objetivos Específicos i) Empresas, entidades e concessionárias de transportes
públicos coletivos de passageiros rodoviários e fluviais;
Os apoios têm como objetivos específicos a implemen-
ii) ADENE — para estudos e campanhas de sensibi-
tação de medidas de eficiência energética e a racionali-
lização;
zação dos consumos nos transportes públicos coletivos
de passageiros em meio urbano, bem como a promoção
b) no que respeita às ações identificadas na alínea b)
da utilização de transportes ecológicos e da mobilidade
do artigo anterior:
sustentável, para uma promoção da eficiência energética
e aumento da competitividade do sector dos transportes. i) Entidade gestora da rede da mobilidade elétrica;
ii) Operadores da rede de mobilidade elétrica;
Artigo 60.º iii) ADENE — para ações de sensibilização;
Tipologias das operações
iv) Outras entidades públicas, no caso de projetos rela-
cionados com soluções de mobilidade suave.
As operações abrangidas são as que se revelem indispen-
sáveis para a prossecução da Prioridade de Investimento Artigo 62.º
«Promoção de estratégias de baixo teor de carbono para
todos os tipos de territórios, nomeadamente as zonas ur- Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações
banas, incluindo a promoção da mobilidade urbana multi- Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade de-
modal sustentável e medidas de adaptação relevantes para finidos no artigo 5.º do presente regulamento, para serem
a atenuação», podendo assumir as seguintes tipologias: elegíveis as operações devem demonstrar que a operação
a) Intervenções de apoio à implementação de medidas corresponde à otimização do investimento na perspetiva
de eficiência energética e à racionalização dos consumos do interesse público e dos benefícios esperados.
nos transportes urbanos públicos coletivos de passageiros,
nas quais se inclui: Artigo 63.º
i) Intervenções com o objetivo de promover a utilização Despesas Elegíveis
de gás natural comprimido (GNC) e gás natural liquefeito Para além das despesas não elegíveis previstas no n.º 11
(GNL), nomeadamente através de postos de enchimento do artigo 7.º do presente regulamento são ainda não elegí-
de gás natural, aquisição ou conversão de veículos para veis as seguintes despesas:
gás natural;
ii) Intervenções com o objetivo de apoiar sistemas de a) Aquisição, locação ou qualquer outra utilização direta
transportes com baixas emissões de carbono, de entre os de veículos elétricos, excetuando para finalidade de serem
1246-(74) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

utilizados como transportes públicos coletivos de passa- 2 — No caso dos PO Norte, Centro, Lisboa e Alentejo,
geiros, podendo ser apoiadas bicicletas para uso público para os centros urbanos de nível superior previstos no
integradas em projetos de âmbito nacional; respetivo Programa Operacional Regional, as Autoridades
b) Investimentos em infraestruturas de transportes e Urbanas devem dispor de um Plano de mobilidade urbana
respetivo material circulante. sustentável enquadrado no plano estratégico de desenvol-
vimento urbano sustentável, aprovado pela Autoridade de
Artigo 64.º Gestão. É no plano estratégico de desenvolvimento urbano
Forma dos Apoios
sustentável que são articulados os seguintes instrumentos
de programação, em função das áreas de intervenção que
Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções sejam mobilizadas em cada caso:
não reembolsáveis.
a) O Plano de mobilidade urbana sustentável, definido
ao nível de NUTS III;
SECÇÃO 9 b) O Plano de ação para a regeneração urbana;
Promoção de estratégias de baixo teor de carbono para todos os c) Os Planos de ação integrados para as comunidades
tipos de territórios, nomeadamente as zonas urbanas, incluindo desfavorecidas.
a promoção da mobilidade urbana multimodal sustentável.
3 — No caso dos restantes centros urbanos, os Muni-
Artigo 65.º cípios devem estar abrangidos por Planos de mobilidade
urbana.
Objetivos Específicos 4 — Os planos referidos nos números 2 e 3 do presente
Os apoios têm como objetivo específico o desenvolvi- artigo são os referidos no artigo 120.º
mento de planos de mobilidade e intervenções na área da
mobilidade sustentável, para a promoção da eficiência ener- Artigo 67.º
gética, tendo por objetivo a redução das emissões de Gases Beneficiários
com Efeito de Estufa (GEE) e a promoção da competitivi-
dade dos transportes públicos face ao transporte individual. Para os efeitos previstos na presente secção são bene-
ficiários os seguintes tipos de entidades:
Artigo 66.º a) Entidades públicas;
Tipologias das operações b) As empresas e concessionárias de transportes públicos
de passageiros;
1 — As operações abrangidas são as que se revelem ne- c) Outras pessoas coletivas de direito público e privado
cessárias para o desenvolvimento de Planos de mobilidade desde que envolvam a realização de parcerias entre agentes
e para a realização das ações que decorram dos mesmos, públicos e privados.
desde que previstas nos POR, podendo nomeadamente
assumir as seguintes tipologias: Artigo 68.º
a) Planos de mobilidade urbana sustentável; Forma dos apoios
b) Construção de ciclovias ou vias pedonais, excluindo
as que tenham fins de lazer como objetivo principal, po- Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções
dendo exigir a eliminação de pontos de acumulação de não reembolsáveis.
acidentes que envolvem peões e ciclistas;
c) Melhoria das soluções de bilhética integrada; SECÇÃO 10
d) Investimentos em equipamento de sistemas inteligen-
tes de controlo de tráfego rodoviário, quando comprovado Conservação da Natureza
o relevante contributo para a redução de GEE;
e) Melhoria da rede de interfaces de transportes urbanos Artigo 69.º
públicos coletivos, tendo em especial atenção a qualidade Objetivo específico
do serviço prestado, as suas acessibilidades aos peões e
bicicletas, a sua organização funcional e a sua inserção 1 — Os apoios têm como objetivo específico a conser-
urbana no território; vação, gestão, ordenamento e conhecimento da biodiver-
f) Ações que reduzam as emissões de gases de efeitos sidade, dos ecossistemas e dos recursos geológicos.
de estufa em zonas de elevadas concentrações; 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o do-
g) Estruturação de corredores urbanos de procura elevada, mínio da proteção e ordenamento dos recursos geológicos
nomeadamente, priorizando o acesso à infraestrutura por não se encontra regulado no presente regulamento, sendo as
parte dos transportes públicos e dos modos suaves, criando respetivas condições de elegibilidade e de seleção fixadas
nomeadamente corredores específicos “em sítio próprio”; nos avisos para apresentação de candidaturas.
h) Adoção de sistemas de informação aos utilizadores
em tempo real; Artigo 70.º
i) Desenvolvimento e aquisição de equipamento para Tipologias de operações
sistemas de gestão e informação para soluções inovadoras
e experimentais de transporte, adequadas à articulação As operações abrangidas são as que se revelem indispen-
entre os territórios urbanos e os territórios de baixa den- sáveis para a prossecução da Prioridade de Investimento
sidade populacional, incluindo para as soluções flexíveis “Proteção e reabilitação da biodiversidade e dos solos e
de transporte com utilização de formas de energia menos promoção de sistemas de serviços ecológicos, nomeada-
poluentes. mente através da Rede Natura 2000 e de infraestruturas
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(75)

verdes”, podendo assumir as seguintes tipologias por do- sidade e os ecossistemas e serviços de bens públicos por
mínio de intervenção: ela suportados, em particular orientada para a redução da
pressão de espécies exóticas invasoras ou de risco ecoló-
a) No domínio “Conservação da Natureza”:
gico sobre áreas sensíveis ou espécies protegidas;
i) Ações dirigidas para a recuperação e proteção de vii) Mapeamento e avaliação, a nível nacional, dos ecos-
espécies e habitats com estatuto de conservação desfavo- sistemas e dos seus serviços, com prioridade territorial para
rável, tais como a recuperação da conectividade fluvial nos as zonas integradas no sistema nacional de áreas classifi-
cursos de água e bacias hidrográficas relevantes para as cadas e para os serviços dos ecossistemas agroflorestais,
populações piscícolas migradoras, protegidas e ameaçadas, marinhos e costeiros, de bens associados aos produtos
a proteção e recuperação de locais de desova de espécies agroflorestais diversificados de sistemas extensivos, ao
de peixes migradores, a recuperação de habitats naturais turismo e à biotecnologia;
e o fomento de presas; viii) Desenvolvimento de conteúdos e ações de sensibili-
ii) Ações de prevenção, controlo e erradicação de espé- zação para a conservação da natureza junto da comunidade
cies exóticas invasoras; jovem e escolar.
iii) Ações de recuperação de ecossistemas degradados
por impactes severos; Artigo 71.º
iv) Ações de adaptação às alterações climáticas previstas Beneficiários
para as áreas da biodiversidade na Estratégia Nacional para
Adaptação às Alterações Climáticas, tais como ecossiste- 1 — Para os efeitos previstos na presente secção são
mas dunares e galerias ripícolas. beneficiários os seguintes tipos de entidades:
a) Entidades da administração pública central;
b) No domínio “Gestão e ordenamento de Áreas Prote-
b) Autarquias locais e suas Associações;
gidas e Classificadas”:
c) Setor empresarial do Estado;
i) Elaboração de Planos de Gestão das Áreas Classifi- d) Setor empresarial local;
cadas da Rede Natura 2000, incluindo no meio marinho, e) Outras entidades, mediante protocolo ou outras for-
identificadas como prioritárias no texto do PO SEUR ou mas de cooperação com as entidades anteriores, nomea-
no quadro de referência de prioridades de designação de damente organizações não governamentais da área do
Zonas Especiais de Conservação; ambiente e pessoas coletivas sem fins lucrativos.
ii) Avaliação, revisão dos Planos de Ordenamento de
Áreas Protegidas e sua execução, nos termos previstos 2 — As entidades referidas no número anterior podem
nos Programas de Execução respetivos; submeter operações em parceria devendo, neste caso, desig-
iii) Elaboração de Planos de Ação de Espécies e execu- nar um líder que assumirá perante a Autoridade de Gestão o
ção das respetivas ações previstas. estatuto de beneficiário, independentemente das relações que
o mesmo estabelecer com os outros parceiros na operação.
c) No domínio “Informação”:
Artigo 72.º
i) Desenvolvimento e consolidação, exclusivamente
para novas funcionalidades, de sistemas de informação Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações
e portais relacionados com a conservação da natureza, 1 — Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade
incluindo a consolidação do Sistema de Informação do definidos no artigo 5.º do presente regulamento para serem
Património Natural, para a atualização e colmatação das elegíveis, as operações devem ainda satisfazer os seguintes
lacunas das avaliações do estatuto de ameaça dos princi- critérios:
pais grupos de espécies autóctones, das suas tendências
populacionais e da sua distribuição territorial; a) Estejam em conformidade com os objetivos e dispo-
ii) Desenvolvimento do Cadastro Nacional dos Valores sições previstos nos documentos de natureza estratégica
Naturais Classificados, nomeadamente através de trabalhos e regulamentar da área da conservação da natureza, no-
no terreno e de fotointerpretação para recolha de informa- meadamente o Quadro de Ações Prioritárias para a Rede
ção, bem como o desenvolvimento de novas funcionalida- Natura 2000 (PAF), a Estratégia Nacional de Conservação
des para os softwares que se revelem necessárias; da Natureza e da Biodiversidade e o Plano Setorial para
iii) Ações no âmbito do sistema de informação do a Rede Natura 2000;
meio marinho, designadamente recolha de informação, b) Cumpram as disposições legais nacionais e comuni-
desenvolvimento de ferramentas de gestão, pesquisa e tárias em matéria de ambiente, nomeadamente as Diretivas
processamento de dados para suporte à decisão na área da Aves e Habitats;
biodiversidade marinha, focadas no alargamento e gestão c) No caso de operações não promovidas pelo Instituto
da Rede Natura 2000 no meio marinho; da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), ou
iv) Elaboração de cartografia de habitats naturais, em em que este não participe em parceria, sejam instruídas
escalas operacionais que permitam o apoio à decisão; com parecer favorável deste organismo, demonstrativo do
v) Desenvolvimento de um sistema nacional de indica- cumprimento das condições previstas nas alíneas a) e b) do
dores e programas de monitorização nacionais do estado presente número, bem como da Direção-Geral de Recur-
de conservação dos valores naturais protegidos, incluindo sos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, quando se
identificação dos indicadores e da situação de referência, localizem exclusivamente em águas marinhas nacionais,
estabelecimento dos protocolos de monitorização, ensaios, tal como definidas no n.º 2 do artigo 2.º do Decreto-Lei
formação e capacitação para a monitorização; n.º 108/2010, de 13 de outubro, na sua atual redação, emi-
vi) Instalação de sistemas nacionais de prevenção e tidos no prazo de 10 dias seguidos, findo o qual, em caso
intervenção sobre os riscos e pressões sobre a biodiver- de não pronúncia, se consideram cumpridos.
1246-(76) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

2 — Para além das condições previstas no número an- risco e da salvaguarda de pessoas e bens, de caráter estru-
terior os investimentos enquadráveis nas tipologias de tural e impacte sistémico:
operação:
i) Proteção e reabilitação de sistemas costeiros naturais,
a) Previstas na alínea a) do artigo 70.º têm de demons- nomeadamente dunares;
trar ter uma natureza estrutural, não recorrente, e deve- ii) Ações de reposição de equilíbrio da dinâmica sedi-
rão prever, quando aplicável, a instalação de sistemas de mentar, nomeadamente através de transposição de barras
monitorização pós-projeto e a identificação de ações de e reposição de dragados;
manutenção e ou de gestão corrente, bem como a identi- iii) Alimentação artificial de praias enquanto interven-
ficação das respetivas fontes de financiamento, sendo as ção de proteção costeira;
respetivas despesas não elegíveis ao abrigo do presente iv) Reforço de cotas em zonas baixas costeiras amea-
regulamento específico; çadas pelo avanço das águas;
b) Previstas na subalínea iii) da alínea b) do artigo 70.º, v) Minimização de risco associado à instabilidade das
relativos à execução de medidas previstas nos Planos de arribas;
Ação de Espécies, deverão configurar investimentos não vi) Construção e reabilitação de estruturas de defesa
recorrentes, e identificar, quando aplicável, as ações de costeira;
manutenção e ou de gestão corrente complementares, vii) Demolição e remoção de estruturas localizadas em
cujas despesas não são elegíveis ao abrigo do presente áreas de risco;
regulamento específico, podendo vir a ser asseguradas viii) Medidas ativas que visem restabelecer o forneci-
por outras fontes de financiamento, nomeadamente pelo mento de sedimentos ao litoral;
FEADER, através de contratos de gestão ativa com proprie- ix) Ações que visem conferir maior resiliência às frentes
tários, produtores e gestores, ou pelo orçamento nacional. urbanas, como sejam as que possam envolver encaixe,
encaminhamento ou dissipação da energia da água;
Artigo 73.º x) Minimização dos efeitos da erosão associados à di-
vagação de embocaduras;
Despesas Elegíveis
xi) Abertura artificial e ações de desassoreamento de
Para além das despesas referidas no artigo 7.º do pre- lagoas costeiras;
sente regulamento específico, são ainda elegíveis ao co- xii) Implementação de ações de recuo planeado, não
financiamento no âmbito da presente secção os custos abrangendo as ações de realojamento, estando incluída
incorridos com trabalhos de recuperação e renaturalização a aquisição de terrenos não construídos ou construídos,
de sistemas naturais. tendo em vista a proteção, reabilitação e redução de ris-
cos no litoral. As áreas adquiridas passarão a fazer parte
Artigo 74.º do domínio público do Estado ou do domínio privado do
Forma dos Apoios Estado indisponível.
Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções b) Ações de planeamento, produção de conhecimento,
não reembolsáveis. gestão de informação e monitorização:

SECÇÃO 11 i) Planos, projetos e estudos de proteção costeira e es-


tuarina;
Proteção do Litoral ii) Estudos de identificação e caracterização dos riscos
que afetam as zonas costeiras, visando o melhor conheci-
Artigo 75.º mento das áreas vulneráveis e a identificação de depósitos
Objetivos específicos sedimentares mobilizáveis para combate à erosão costeira;
iii) Desenvolvimento de novas funcionalidades nos sis-
Os apoios têm como objetivo específico a proteção do temas de informação geográfica, incluindo a promoção da
litoral e das suas populações face a riscos, especialmente interoperabilidade entre instituições e a disponibilização à
de erosão costeira, através de intervenções inteligentes, comunidade, e a utilização de novos processos de recolha
eficientes e resilientes de proteção do litoral, que tenham de informação, como sensores, videovigilância, deteção re-
como objetivo a proteção e conservação da linha de costa, mota, Lidar, entre outros, e de grande tratamento de dados;
antecipando riscos e cenários potenciados pelas alterações iv) Desenvolvimento de novas metodologias e tecnolo-
climáticas. Deverá ser dada prioridade a intervenções com gias, nomeadamente nas componentes de tsunami e gal-
caráter estrutural e impacte sistémico na redução da erosão gamentos costeiros, considerando a relevância no âmbito
costeira, promovendo a reposição do equilíbrio na dinâmica de prevenção e resposta a acidentes graves e catástrofes,
sedimentar ao longo da costa. em especial por meio de engenharia ecológica;
v) Campanhas de comunicação e informação.
Artigo 76.º
Tipologias de operações Artigo 77.º
As operações abrangidas são as que se revelem indispen- Beneficiários
sáveis para a prossecução da Prioridade de Investimento 1 — Para os efeitos previstos na presente secção são
“Promoção de investimentos para abordar riscos específi- beneficiários os seguintes tipos de entidades:
cos, assegurar a capacidade de resistência às catástrofes e
desenvolver sistemas de gestão de catástrofes”, podendo a) Administração Pública Central;
assumir as seguintes tipologias: b) Autarquias locais e suas Associações;
c) Setor Empresarial do Estado;
a) Ações materiais de proteção costeira em zonas de d) Outras entidades, designadamente administrações
risco, no sentido da eliminação, redução ou controlo do portuárias e empresas públicas ou de capitais públicos que
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(77)

tenham por missão desenvolver operações integradas de medidas transversais, setoriais e territoriais, contribuindo
requalificação do litoral. para a implementação da Estratégia Nacional de Adaptação
às Alterações Climáticas (ENAAC).
2 — As entidades que se enquadrem no número anterior 2 — O objetivo específico da Prioridade de Investimento
podem submeter operações em parceria devendo, nesta situa- “Promoção de investimentos para fazer face a riscos espe-
ção, designar um líder, que assumirá perante a Autoridade cíficos, assegurar a capacidade de resistência às catástrofes
de Gestão o estatuto de beneficiário, independentemente das e desenvolver sistemas de gestão de catástrofes” consiste
relações que o mesmo estabelecer com os outros parceiros no reforço da gestão face aos riscos, numa perspetiva de
na operação. resiliência, capacitando as instituições envolvidas.
Artigo 78.º Integra-se neste objetivo a contribuição para o reforço
da resiliência nacional face a múltiplos riscos, quer dimi-
Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações nuindo as vulnerabilidades territoriais, quer aumentando
1 — Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade as capacidades operacionais em termos de antecipação,
definidos no artigo 5.º do presente regulamento para se- reação e recuperação face à iminência ou ocorrência de
rem elegíveis, as operações devem demonstrar o enqua- acidentes graves ou catástrofes, incluindo os seguintes
dramento das ações previstas ao nível de instrumentos domínios prioritários de investimento:
de planeamento setorial, designadamente na Estratégia a) Redução dos incêndios florestais;
Nacional para a Gestão Integrada das Zonas Costeiras, ou b) Prevenção e gestão de riscos de cheias e inundações;
nas intervenções constantes do Plano de Ação de Proteção c) Meios de emergência e ações estruturais face a aci-
e Valorização do Litoral, ou nos Planos de Ordenamento dentes graves e catástrofes;
da Orla Costeira ou Programas da Orla Costeira, podendo d) Instrumentos de planeamento, monitorização e co-
em complemento ser enquadradas na Estratégia Nacional municação;
para o Mar 2013-2020 ou no Plano Estratégico Nacional e) Ações inovadoras para a prevenção e gestão de riscos.
de Segurança Marítima 2014-2020.
2 — Não são elegíveis ações com mero caráter de urgên- Artigo 82.º
cia e emergência, ou seja, atuações pontuais para remediar
Tipologias de operações
temporariamente uma situação.
1 — As operações que se revelem indispensáveis para a
Artigo 79.º realização do objetivo específico a que se refere o n.º 1 do
Despesas Elegíveis
artigo anterior podem assumir as seguintes tipologias:
1 — Para além das despesas elegíveis referidas no ar- a) Planos municipais, intermunicipais e regionais de
tigo 7.º do presente regulamento específico, são ainda adaptação às alterações climáticas;
elegíveis a cofinanciamento os custos incorridos com: b) Planos setoriais de adaptação às alterações climáti-
cas e ou integração desta componente noutras políticas e
a) Realização de estudos e projetos que visam a identifica- planos/setoriais (perspetiva de mainstreaming);
ção e caraterização dos riscos que afetam as zonas costeiras e c) Ações imateriais, nomeadamente de monitorização e
a elaboração de planos de intervenção em áreas vulneráveis; divulgação, do plano de ação de combate à desertificação;
b) Trabalhos em meio marinho que podem incluir ex- d) Ações de promoção de infraestruturas verdes, em com-
tração, transporte e deposição de sedimentos; plemento das ações de implementação dessas infraestruturas
c) Trabalhos de recuperação e renaturalização de siste- nos PO Regionais;
mas naturais costeiros. e) Produção de informação e conhecimento, nomeada-
mente estudos, análises e cartografia;
2 — Para além das despesas não elegíveis previstas no f) Desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão,
artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, incluindo sistemas de informação, modelação e cenarização;
e no artigo 7.º do presente regulamento são ainda não ele- g) Sistemas de previsão, alerta e resposta, incluindo
gíveis as despesas relativas a ações de realojamento. modelos de previsão climática de fenómenos extremos e
mecanismos de alerta às populações;
Artigo 80.º h) Reestruturação e modernização dos sistemas de meteo-
Forma dos Apoios rologia (aeronáutica marítima e terrestre), para completar
a rede nacional de radares meteorológicos com a extensão
Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções à região Norte e à R. A. Madeira;
não reembolsáveis. i) Ações de comunicação, divulgação e sensibilização
SECÇÃO 12 sobre riscos associados às alterações climáticas;
j) Projetos de demonstração em matéria de adaptação e
Adaptação às Alterações Climáticas e Prevenção disseminação de boas práticas.
e Gestão de Riscos
2 — As operações que se revelem indispensáveis para a
Artigo 81.º realização do objetivo específico a que se refere o n.º 2 do ar-
tigo anterior de reforço da gestão face aos riscos numa pers-
Objetivos específicos
petiva de resiliência podem assumir as seguintes tipologias:
1 — O objetivo específico da Prioridade de Investimento 2.1 — Operações localizadas no território do Continente:
“Concessão de apoio ao investimento para a adaptação às a) No domínio de intervenção prioritário “Redução dos
alterações climáticas, incluindo abordagens baseadas nos Incêndios Florestais”:
ecossistemas” consiste no reforço das capacidades de adap-
tação às alterações climáticas pela adoção e articulação de i) Aquisição de duas aeronaves — aviões pesados anfíbios;
1246-(78) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

ii) Aquisição de Equipamentos de Proteção Individual da Qualidade do Ar (QualAr), da Rede Nacional de Alerta
(EPI); de Radioatividade no Ambiente (RADNET), do sistema
iii) Aquisição de Veículos Operacionais de Proteção e integrado de videovigilância para a prevenção de incên-
Socorro; dios florestais (CICLOPE) e da Rede de Alerta Geofísico
iv) Intervenções na rede de infraestruturas para reforço Precoce e do Sistema de Alerta e Aviso à População;
da operacionalidade, especificamente em edificação nova iv) Realização de campanhas nacionais de divulgação e
ou ampliação ou remodelação de edifícios operacionais de sensibilização e criação de instrumentos de comunicação;
bombeiros, que visem a refuncionalização das áreas opera- v) Execução de cadastro predial e desenvolvimento de
cionais dos edifícios, em áreas de elevada suscetibilidade a novas funcionalidades do Sistema Nacional de Informação
incêndios florestais, não abrangendo obras de beneficiação Cadastral (SNIC) já existente.
nem intervenções em infraestruturas já cofinanciadas no
período de programação anterior; e) No domínio de intervenção prioritário “Ações ino-
v) Reforço da instalação de redes de defesa da floresta
vadoras para a prevenção e gestão de riscos”:
contra incêndios, em terreno não privado, visando a dimi-
nuição da carga combustível e de acesso a pontos de água. i) Aplicação de novas tecnologias em projetos-piloto ao
nível do apoio ao planeamento e gestão de riscos, incluindo
b) No domínio de intervenção prioritário “Prevenção e aplicações informáticas e uso de sensores;
Gestão de Riscos de Cheias e Inundações”: ii) Elaboração de planos de resiliência urbana voca-
i) Intervenções estruturais de desobstrução, regulariza- cionados para a escala local (sobretudo municípios) para
ção fluvial e controlo de cheias, em zonas de inundações redução de riscos de catástrofe seguindo as orientações
frequentes e danos elevados; internacionais das Nações Unidas e da sua estratégia
ii) Intervenções para diminuir a impermeabilização dos “Making Cities Resilient”;
solos em zonas críticas, de forma a reduzir os caudais de iii) Desenvolvimento de sistemas de informação e aqui-
cheia e melhorar o tempo de resposta da bacia hidrográfica; sição de equipamento para a constituição de plataformas
iii) Elaboração de planos de gestão de risco de inundação temáticas dedicadas a “Alterações Climáticas e Atmosfera”
e modelos de previsão. e “Desastres e Segurança”, em projetos integrados que
iv) Intervenções de modernização do Sistema de Vigi- potenciem o uso de imagens de satélite e informação de-
lância e Alerta de Recursos Hídricos (SVARH). rivada tendo em conta a implementação do Plano de Ação
Transversal para a Exploração do Programa Copernicus;
c) No domínio de intervenção prioritária “Meios de iv) Desenvolvimento de sistemas de informação e aqui-
emergência e ações preventivas face a acidentes graves sição de equipamento em projetos inovadores de tratamento
e catástrofes”: e análise de grandes quantidades de informação relativas
i) Reforço da reserva estratégica nacional de emergência ao sistema de proteção civil e prevenção de riscos, para
de proteção civil, para reação a acidentes graves ou catás- apoio à decisão sobre riscos específicos, numa lógica de
trofes, através da aquisição de equipamento individual e big data analytics e open data;
coletivo para equipas de reconhecimento e avaliação da v) Promoção de novas ações em termos de gestão de infor-
situação (ERAS), equipamento de comunicações para os mação e monitorização associadas aos riscos, potenciando
postos de comando operacionais, equipamentos e meios o uso de tecnologias e metodologias inovadoras, numa
para sustentação de zonas de apoio à intervenção (ZAI), dimensão de inteligência territorial que deve ser integrada
bem como equipamentos para campos de desalojados e e articulada com a perspetiva mais tradicional de proteção
meios para assistência imediata a um universo mínimo de civil, prevenção de riscos e gestão de recursos naturais.
10.000 desalojados;
ii) Aquisição de equipamentos de deteção e de des- 2.2 — Para as operações localizadas na Região Autó-
contaminação para Equipas ERAS direcionados para a noma da Madeira, tendo por base o Estudo sobre o Risco de
gestão de incidentes NRBQ — Nucleares, Radiológicos, Aluviões (ERAIM), está prevista a execução das seguintes
Biológicos e Químicos; intervenções de hidráulica torrencial de proteção contra os
iii) Aquisição de equipamentos para combate à polui- efeitos dos aluviões:
ção marinha incluindo sistemas de reboque de barreiras
e barreiras; i) Medidas de redução da perigosidade hidrológica e da
iv) Investimentos de natureza estrutural face a situações vulnerabilidade territorial, de modo a garantir condições
de risco elevado em termos de movimentos de massa em de vazão adequadas para responder a eventos de chuva
vertentes cujo risco iminente de derrocada seja suscetível forte, influenciados pelas alterações climáticas em curso, e
de provocar acidentes graves e catástrofes; condicionados pelos cenários de projeção do clima futuro,
que estimam o aumento da frequência e intensidade das
d) No domínio de intervenção prioritário “Instrumentos precipitações intensas;
de planeamento, monitorização e comunicação”: ii) Medidas estruturais defensivas e de reforço em áreas
i) Elaboração de planos, incluindo Planos Gerais de sensíveis para reduzir a vulnerabilidade, designadamente
Emergência ainda em falta para os diferentes níveis ter- na consolidação de estruturas de contenção de taludes e
ritoriais; Planos Especiais de Emergência para riscos es- na intervenção dos troços terminais de ribeiras;
pecíficos e Planos de Emergência Externos de Barragens; iii) Adaptação das normas vigentes sobre Planos de
ii) Elaboração de estudos técnicos e cartografia com gestão de riscos e inundações;
vista à caracterização de riscos naturais e tecnológicos; iv) Implementação de sistemas de alerta de aluviões, a
iii) Reforço dos sistemas de informação e de monitoriza- realização de planos de emergência e de socorro, divulga-
ção, incluindo a modernização do Sistema de Informação ção pública e ações de sensibilização das populações.
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(79)

3 — A tipologia de operações prevista na subalínea iii) 3) No caso das operações enquadradas nas tipologias
da alínea a) do ponto 1 do n.º 2 do presente artigo, refe- previstas no ponto 2.1 do artigo 82.º, as candidaturas de-
rente à aquisição de veículos operacionais de proteção e vem ser instruídas com o parecer favorável da ANPC, na
socorro, visa manter operacional o dispositivo mínimo de qualidade de entidade competente para planear, coordenar
segurança previsto no Dispositivo Especial de Combate e executar a política nacional de proteção civil, exceto
a Incêndios Florestais (DECIF), podendo incluir a substi- se o beneficiário for a ANPC, que integre a avaliação da
tuição de veículos sinistrados. componente técnica, da adequação das ações previstas na
operação candidata às políticas nacionais de proteção civil
Artigo 83.º e da adequação de meios, equipamentos e infraestruturas,
Beneficiários
tendo em conta os riscos e as vulnerabilidades existentes;
4) No caso das operações enquadradas nas tipologias
1 — Para os efeitos previstos na presente secção são previstas na subalínea v) da alínea a) do ponto 2.1 do ar-
beneficiários os seguintes tipos de entidades: tigo 82.º, as candidaturas devem ser instruídas com parecer
favorável do ICNF, na qualidade de entidade competente
a) Tipologias de operações previstas no n.º 1 do ar-
para a coordenação de prevenção florestal, nas verten-
tigo 82.º:
tes do planeamento, organização do território florestal,
i) Administração Pública Central; silvicultura e infraestruturação e sensibilização, exceto
ii) Municípios e suas Associações; se o beneficiário for o ICNF, que integre a avaliação da
iii) Setor Empresarial do Estado; componente técnica, da adequação das ações previstas na
iv) Outras entidades mediante protocolo ou outra forma operação candidata;
de cooperação com as entidades anteriores, designadamente 5) No caso das operações que se enquadram nas tipo-
organizações não governamentais da área do ambiente. logias previstas nas subalíneas i) e ii) das alíneas c) e d)
do ponto 2.1 do artigo 82.º, as candidaturas devem ser
b) Tipologias de operações previstas no n.º 2 do ar- instruídas com o parecer da ANPC que comprove o en-
tigo 82.º: quadramento dos investimentos nas orientações do Plano
Nacional de Emergência de Proteção Civil (PNECP) ou de
i) Administração Pública Central; outros instrumentos legais e operacionais designadamente
ii) Administração Regional da Região Autónoma da em consonância com o estatuído nas Diretivas Operacio-
Madeira; nais Nacionais n.º 1/2/3, Programa de Apoio aos Equipa-
iii) Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários mentos e Programa de Apoio às Infraestruturas;
e entidades detentoras de Corpos de Bombeiros Profissio- 6) Apresentar, aquando da instrução da candidatura, o
nais para as operações previstas nas subalíneas ii) a iv) da parecer favorável de outras entidades setoriais com com-
alínea a) do ponto 2.1 do artigo 82.º;
petências de planeamento, coordenação ou execução em
iv) Autarquias Locais e suas Associações;
matéria de riscos específicos, a definir nos avisos para
v) Entidades gestoras de ZIF (operações de cadastro
apresentação de candidaturas, nos casos aplicáveis;
predial), para as operações previstas na subalínea v) da
7) Atestar a conformidade com os PMOT aplicáveis,
alínea d) do ponto 2.1 do artigo 82.º;
no caso das operações que preconizem intervenções com
vi) Outras entidades, designadamente associações que te-
expressão territorial;
nham por missão desenvolver operações de gestão de riscos.
8) Comprovar que a zona a intervencionar se encontra
identificada no WISE, no caso das operações previstas no
2 — As entidades referidas nas subalíneas i) a iv) da ponto 2.1 do artigo 82.º;
alínea a), bem como as entidades referidas nas subalíneas i) 9) No caso da tipologia de operações previstas nas su-
a v) da alínea b), do n.º 1, do presente artigo, podem sub- balíneas ii), iii) e iv) da alínea a) do ponto 2.1 do n.º 2 do
meter operações em parceria devendo, nesta situação, de- artigo 82.º, sempre que os investimentos realizados tenham
signar um líder que assumirá o estatuto de beneficiário, sido objeto de apoio noutros períodos de programação, as
independentemente das relações que o mesmo estabelecer candidaturas deverão apenas incluir intervenções numa
com os outros parceiros na operação. lógica de complementaridade, para suprir as necessidades
mais profundas;
Artigo 84.º 10) No caso da tipologia de operações prevista na
Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações subalínea v) da alínea a) do ponto 2.1 do artigo 82.º, as
candidaturas deverão incluir intervenções que respeitem
Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade de-
os seguintes princípios:
finidos no artigo 5.º do presente regulamento, para serem
elegíveis, as operações devem ainda satisfazer os seguintes a) Localização em terrenos não privados;
critérios: b) As intervenções deverão ter enquadramento no âm-
bito das orientações e prioridades de atuação, de acordo
1) Evidenciar, nas operações a realizar no âmbito de
com os seguintes instrumentos de planeamento:
Investimentos Territoriais Integrados (ITI), o seu enquadra-
mento na estratégia integrada de desenvolvimento territorial; i) ENAAC;
2) Demonstrar orientação para a adaptação às altera- ii) Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incên-
ções climáticas das tipologias de operações previstas no dios (PNDFCI);
artigo 82.º, quando aplicável, no respeitante às prioridades iii) Avaliação Nacional de Risco (2014);
de financiamento de projetos que contribuem para a adapta- iv) Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil
ção às alterações climáticas, através de parecer da Agência (PNEPC);
Portuguesa do Ambiente, no âmbito da coordenação da v) Planos municipais e distritais de defesa da floresta
ENAAC, o qual deve integrar a candidatura; contra incêndios;
1246-(80) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

11) No caso da tipologia de operações prevista nas Artigo 88.º


subalíneas iv) e v) da alínea a) do ponto 2.1 do artigo 82.º Tipologias de operações
as intervenções deverão ser realizadas em áreas de elevada
perigosidade a incêndios florestais, identificadas na Ava- As operações abrangidas são as que se revelem indis-
liação Nacional de Risco, áreas classificadas, incluindo a pensáveis para a prossecução da Prioridade de Investi-
Rede Nacional de Áreas Protegidas, a Rede Natura 2000, mento “Investimentos no setor dos resíduos para satisfazer
áreas florestais submetidas a regime florestal (Matas Na- os requisitos do acervo ambiental da União e atender às
cionais e Perímetros Florestais), Baldios ou outras áreas necessidades de investimento identificadas pelos Estados-
sob gestão da Administração Pública. -Membros que vão além desses requisitos”, podendo as-
sumir as seguintes tipologias:
Artigo 85.º a) Operações localizadas no território do Continente:
Despesas Elegíveis
i) Ações para a prevenção da produção e perigosidade
Para além das despesas elegíveis previstas no artigo 7.º dos resíduos, incluindo quer ações de educação e sensibi-
do presente regulamento específico, são ainda elegíveis a lização, quer estudos que se revelem necessários, com o
cofinanciamento os custos incorridos com: enfoque nos primeiros patamares da pirâmide da gestão
de resíduos ou seja ao nível da prevenção e redução e da
a) Aquisição de aeronaves;
preparação para a reutilização e reciclagem;
b) Aquisição de equipamento de proteção individual;
ii) Investimentos com vista ao aumento da quantidade
c) Aquisição de veículos operacionais de proteção e
e qualidade da reciclagem multimaterial, nomeadamente
socorro;
através da otimização e reforço das redes de recolha se-
d) Aquisição de serviços para trabalhos florestais com
letiva existentes, designadamente através da aquisição
vista à instalação da rede de defesa da floresta contra in-
de ecopontos subterrâneos e superficiais, contentores de
cêndios;
recolha seletiva e viaturas de recolha seletiva; otimização
e) Aquisição de meios e equipamentos para fazer face e reforço das infraestruturas de triagem multimaterial,
a acidentes graves e catástrofes; nomeadamente através da instalação de novas centrais
f) Desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias e de triagem bem como de linhas de tratamento adicionais
software, dispositivos de controlo remoto para monitoriza- e respetivos equipamentos, tais como tapetes transpor-
ção de riscos, consultadoria técnica, carregamento de dados, tadores, separadores óticos, magnéticos, balísticos, e de
digitalização de documentos e aquisição de informação; metais não ferrosos, crivos rotativos, introdução de so-
g) Obras de construção, ampliação ou remodelação de luções alternativas e inovadoras que permitam aumentar
infraestruturas operacionais de proteção civil e restabe- significativamente a participação dos cidadãos e a eficiên-
lecimento de acessibilidades e de serviços afetados pela cia dos sistemas de recolha e reciclagem multimaterial,
construção de infraestruturas. designadamente recolha porta-a-porta e sistemas pay-as-
you-throw — PAYT;
Artigo 86.º iii) Investimentos com vista ao aumento da valorização
Forma dos Apoios orgânica de resíduos, através do reforço e otimização do
tratamento mecânico e biológico (TMB), designadamente
Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções
através de instalação de novas TMB e instalação de li-
não reembolsáveis.
nhas de tratamento adicionais em TMB existentes com
os equipamentos atrás referidos acrescidos de túneis de
SECÇÃO 13 compostagem, digestores e equipamento de afinação do
composto, e do apoio a sistemas e iniciativas de recolha
Valorização de Resíduos
seletiva de RUB, de compostagem doméstica de RUB e
de valorização do composto;
Artigo 87.º
iv) Investimentos com vista à erradicação progressiva da
Objetivos Específicos deposição direta em aterro, através do reforço e otimização
da recolha seletiva e do tratamento mecânico e biológico
1 — Os apoios têm como objetivo específico a valori-
instalado, e respetiva valorização energética do biogás,
zação de resíduos, reduzindo a produção e deposição em
contribuindo para a redução de GEE;
aterro, aumentando a recolha seletiva e a reciclagem.
v) Investimentos com vista ao desvio de aterro dos re-
2 — Os apoios devem contribuir de forma direta para:
fugos e rejeitados das unidades de tratamento mecânico e
a) A valorização dos resíduos como recurso; biológico de RU, não passíveis de reciclagem e passíveis
b) A consolidação da hierarquia de gestão de resíduos, de valorização energética, nomeadamente através do seu
privilegiando a atuação a montante na prevenção da sua processamento e transformação em Combustíveis Deriva-
produção; dos de Resíduos (CDR), desde que integrado num projeto
c) O aumento significativo da reciclagem e o desvio de investimento de infraestruturas;
de Resíduos Urbanos Biodegradáveis (RUB) de aterro, vi) Estudos e ações imateriais com vista à certificação
de modo a cumprir as metas comunitárias fixadas para de materiais e produtos que contribuam para o desenvol-
2020; vimento de mercados de sólidos para as matérias-primas
d) A eliminação progressiva da deposição direta em secundárias (recicláveis) e combustíveis secundários (re-
aterro; fugos, rejeitados e CDR);
e) O contributo do setor dos resíduos para outras es- vii) Investimentos com vista à certificação das insta-
tratégias e prioridades nacionais, incluindo a redução de lações e serviços de gestão de resíduos, segundo normas
emissões GEE e a promoção da economia circular. internacionais de gestão da qualidade (ISO 9001) e gestão
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(81)

ambiental (ISO 14001 ou EMAS), desde que integrado elegíveis, as operações devem ainda satisfazer os seguintes
num projeto de investimento de infraestruturas. critérios:
a) Evidenciar o enquadramento da operação candidatada
b) Operações localizadas na Região Autónoma dos
na estratégia e objetivos definidos no PERSU 2020 e nos
Açores:
Planos multimunicipais, intermunicipais e municipais de
Intervenções que visam ultrapassar a situação atual de
ação aplicáveis, através de parecer da Autoridade Nacional
deposição em aterros e colmatar as atuais carências do
de Resíduos, o qual deve integrar a candidatura;
sistema de gestão de resíduos do grupo oriental das ilhas
b) No caso das operações nas Regiões Autónomas, evi-
do arquipélago dos Açores e em especial da Ilha de S.
denciar o enquadramento da operação candidatada nos
Miguel, através da construção de um Sistema Integrado de
respetivos Planos Estratégicos de Prevenção e Gestão de
Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, denominado “Eco-
Resíduos e no Plano Estratégico para a Energia Elétrica
parque da Ilha de S. Miguel”, sustentado numa central de
nos Açores, para a intervenção prevista para a Região
valorização energética, que visa conciliar as vantagens
Autónoma dos Açores, através de parecer das entidades
do cumprimento das metas de valorização de resíduos,
responsáveis;
com as mais-valias ambientais e económicas inerentes à
c) Apresentar evidências de que a entidade com com-
produção de energia;
petência para autorizar o investimento, ou seja a entidade
c) Operações localizadas na Região Autónoma da Ma-
titular, se não for a entidade candidata, concorda com a
deira:
sua realização, seja por o mesmo se encontrar inscrito no
i) Reforço das redes de recolha seletiva existentes, respetivo contrato, ou por declaração autónoma;
nomeadamente através de aquisição de ecopontos sub- d) Comprovar que a operação a apoiar corresponde à
terrâneos e superficiais, contentores de recolha seletiva, otimização do investimento na perspetiva do interesse
viaturas de recolha seletiva que não constituam uma mera público e dos benefícios esperados e demonstra a via-
substituição das existentes mas uma expansão da capaci- bilidade e sustentabilidade do investimento, mediante a
dade de recolha; apresentação de análise custo-benefício, nos termos das
ii) Aquisição de equipamentos que promovam a melho- orientações técnicas a definir pela Autoridade de Gestão;
ria do sistema de triagem, nomeadamente de escórias; e) As entidades gestoras cuja regulação económica tem
iii) Campanhas de sensibilização/informação da popu- subjacente um contrato devem demonstrar que refletiram
lação, incentivando à adoção de boas práticas de gestão de no respetivo modelo económico-financeiro o financia-
resíduos, nomeadamente na prevenção e redução da sua mento comunitário a que se propõem, assegurando que o
produção, bem como na deposição seletiva adequada dos mesmo reverte integralmente a favor da tarifa.
resíduos recicláveis.
2 — Não serão financiadas intervenções de moderniza-
Artigo 89.º ção ou reconversão intervencionadas anteriormente com
Beneficiários
o apoio dos fundos comunitários, salvo se tiverem como
objetivo o aumento da capacidade de tratamento instalada
1 — Para os efeitos previstos na presente secção são e instalação de equipamentos adicionais com vista a ma-
beneficiários os seguintes tipos de entidades: ximizar a quantidade de resíduos a valorizar, para efeito
de cumprimento de metas, desde que não alterem o fim
a) Administração Pública central;
previsto nas intervenções anteriormente financiadas.
b) Administração Regional da Região Autónoma da
Madeira;
c) Administração Regional da Região Autónoma dos Artigo 91.º
Açores; Critérios de elegibilidade dos beneficiários
d) Autarquias Locais e suas Associações;
1 — São elegíveis as entidades que para além do cum-
e) Setor empresarial do Estado;
primento dos critérios gerais estabelecidos no artigo 13.º
f) Setor empresarial local;
do Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, observem
g) Entidades do Setor Público Regional;
os seguintes requisitos:
h) Empresas concessionárias municipais, intermunici-
pais ou multimunicipais; a) Evidenciem a existência de sistema de informação
i) Outras entidades mediante protocolo ou outras formas contabilística que permita aferir os custos e proveitos do
de cooperação com as entidades referidas nas alíneas an- serviço de gestão de resíduos urbanos de forma separada,
teriores. que permita a apresentação de estudo que comprove a
sustentabilidade da operação e permita o apuramento
2 — As entidades que se enquadrem no número an- da receita líquida, nos termos do n.º 2 do artigo 19.º do
terior podem submeter operações em parceria devendo, Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, ou na ausência
nesta situação, designar um líder que assumirá perante a desta evidência será aplicada a percentagem forfetária da
Autoridade de Gestão o estatuto de beneficiário, indepen- receita líquida definida no anexo V do Regulamento (UE)
dentemente das relações que o mesmo estabelecer com os 1303/2013, isto é 20 % no setor dos resíduos;
outros parceiros na operação. b) Cumpram os requisitos mínimos definidos para o
efeito pela entidade reguladora em matéria de estrutura
Artigo 90.º tarifária e de grau de recuperação de custos, com base no
regulamento tarifário da Entidade Reguladora dos Serviços
Critérios Específicos de Elegibilidade das Operações
de Águas e Resíduos (ERSAR);
1 — Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade c) Evidenciem a inexistência de dívidas reconhecidas
definidos no artigo 5.º do presente regulamento para serem por sentença judicial transitada em julgado, relativas ao
1246-(82) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

serviço em alta, através de documento emitido para o efeito b) Intervenção nas aglomerações identificadas com des-
pela entidade gestora em alta, ou a celebração de um plano cargas de águas residuais urbanas por resolver no âmbito da
de pagamentos acordado. Diretiva Águas Residuais Urbanas (DARU), quer através
da erradicação das necessidades de intervenções neste
2 — Em casos excecionais, que visem a resolução de domínio atualmente identificadas quer de intervenções
situações de incumprimento comunitário, podem ser ele- em novas zonas sensíveis ou de intervenções necessárias
gíveis entidades que não evidenciem o cumprimento dos devido à alteração dos requisitos das zonas sensíveis exis-
critérios definidos nas alíneas b) e c) do número anterior, tentes, o que implicará a alteração dos requisitos a que
desde que se comprometam a evidenciar o seu cumpri- devem obedecer as descargas de águas residuais urbanas
mento no prazo máximo de um ano a contar da data de nessas zonas.
aprovação da candidatura.
2 — No que respeita às intervenções a realizar na Região
Artigo 92.º Autónoma da Madeira, as mesmas terão como finalidade a
Despesas Elegíveis prossecução do preconizado no PRAM — Plano Regional
da Água da Madeira e no PGRH — Plano de Gestão da
Para além das despesas elegíveis previstas no artigo 7.º Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira.
do presente regulamento específico, são ainda elegíveis a
cofinanciamento os custos incorridos com: Artigo 95.º
a) Ações complementares de compensação e outras Tipologias das Operações
medidas adicionais de integração ambiental que as autori-
dades ambientais competentes venham a exigir, como por As operações abrangidas são as que se revelem indispen-
exemplo, a minimização de impactes ambientais e outros, sáveis para a prossecução do Objetivo Específico e se en-
auditoria ambiental, gestão ambiental, acompanhamento quadrem na Prioridade de Investimento — “Investimentos
e monitorização ambiental específica; no setor da água, para satisfazer os requisitos do acervo
b) Restabelecimento de acessibilidades e serviços afe- ambiental da União atender às necessidades de investi-
tados pela construção de infraestruturas; mento, identificadas pelos Estados Membros, que vão para
c) Despesas relativas a testes e ensaios, sendo apenas além desses requisitos”, podendo assumir as seguintes
elegíveis por um período máximo de seis meses e desde tipologias:
que os respetivos custos não sejam cobrados aos utentes.
a) Abastecimento de Água:
Artigo 93.º i) Investimentos nos sistemas em baixa tendo em vista o
Forma dos Apoios controlo e a redução de perdas nos sistemas de distribuição
e adução de água, designadamente em equipamentos para
Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções campanhas de deteção de fugas, substituição de condutas
não reembolsáveis. com perdas elevadas, aquisição e instalação de equipa-
mentos de controlo e medição;
SECÇÃO 14 ii) Renovação de redes de abastecimento de água em
Gestão Eficiente do Ciclo Urbano da Água baixa, nos casos em que o material das condutas não
cumpra os normativos relacionados com o risco para a
Artigo 94.º saúde humana, em que se registe um mau funcionamento
hidráulico ou inadequação dos materiais sob o ponto de
Objetivos Específicos vista estrutural ou ainda em que seja necessário aumentar
1 — Os apoios têm como objetivos específicos mais a sua capacidade;
relevantes os investimentos no setor do Abastecimento iii) Fecho de sistemas de abastecimento de água em
de Água (AA) e Saneamento de Águas Residuais (SAR) baixa, com vista a otimização da utilização da capacidade
a realizar no território do Continente, que estão enqua- instalada e da adesão ao serviço, através da execução de
drados na nova estratégia para o setor definida pelo ligações entre os sistemas em alta e os sistemas em baixa
“PENSAAR 2020 — Uma nova estratégia para o setor e da extensão do serviço a populações ainda não abaste-
de abastecimento de águas e saneamento de águas residuais cidas na área de influência dos sistemas, após ponderação
(2014 — 2020)”, que assenta num novo paradigma: “A es- das alternativas existentes, incluindo através de soluções
tratégia está menos centrada na realização de infraestruturas adequadas para pequenos aglomerados;
para aumento da cobertura e focaliza-se mais na gestão dos iv) Investimentos com vista à melhoria da qualidade
ativos e na qualidade dos serviços prestados com uma sus- de água fornecida em zonas de abastecimento ainda com
tentabilidade abrangente”, nomeadamente no que respeita à: problemas, nomeadamente melhoria do processo de tra-
a) Melhoria dos níveis de eficiência operacional das tamento das estações de tratamento de águas (ETA) com
entidades gestoras, quer no saneamento quer no abaste- vista ao cumprimento da Diretiva da Qualidade da Água
cimento, designadamente através da gestão eficiente dos para Consumo Humano, incluindo a remoção de conta-
recursos ao nível de ativos e da reabilitação dos sistemas minantes emergentes, antropogénicos ou de subprodutos
urbanos de distribuição e adução de água, incluindo o do tratamento;
controlo e redução de perdas e reabilitação dos sistemas v) Implementação de sistemas adequados de gestão de
de drenagem de águas residuais, bem como garantindo a lamas de ETA, através de instalação de equipamento adi-
recuperação sustentável de gastos, integrando a aplicação cional com vista a melhorar o tratamento da fase sólida das
do princípio do poluidor/utilizador-pagador e assegurando ETA, tais como equipamentos de desidratação e secagem
a acessibilidade económica das populações aos serviços; e sistemas e tecnologias de valorização energética;
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(83)

vi) Investimentos com vista à obtenção de informação g) Empresas concessionárias municipais, intermunici-
que permita uma gestão eficiente dos serviços, através pais ou multimunicipais;
da elaboração de cadastro das infraestruturas existentes h) Outras entidades mediante protocolo ou outras for-
dos sistemas em baixa que fundamente as intervenções a mas de cooperação com as entidades identificadas nas
realizar, cofinanciadas ou não, designadamente associa- alíneas anteriores;
das a perdas ou situações de deficiência, cujos termos de i) Organismo que implementa o instrumento financeiro,
referência são definidos a nível nacional. no caso das operações destinadas a proporcionar a otimi-
zação e gestão eficiente de ativos.
b) Saneamento de Águas Residuais (SAR):
2 — As entidades que se enquadrem no número anterior
i) Investimentos com vista à redução da poluição urbana do presente artigo podem submeter operações em parceria
nas massas de água, com especial enfoque no integral devendo, nesta situação, designar um líder que assumirá
cumprimento da Diretiva relativa ao Tratamento de Águas perante a Autoridade de Gestão o estatuto de beneficiário,
Residuais Urbanas — Diretiva 91/271/CEE, de 21-05-1991 independentemente das relações que o mesmo estabelecer
(DARU), de forma a assegurar a proteção do ambiente em com os outros parceiros na operação.
geral e das águas superficiais e costeiras em particular, dos
efeitos nefastos das descargas das águas residuais urbanas, Artigo 97.º
através de construção de sistemas para aglomerados de
maior dimensão e aumento da acessibilidade física ao ser- Critérios de Elegibilidade das Operações
viço de saneamento de águas residuais, incluindo soluções 1 — Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade
adequadas para pequenos aglomerados; definidos no artigo 5.º do presente regulamento, para se-
ii) Investimentos em reabilitação dos sistemas de dre- rem elegíveis, as operações devem satisfazer os seguintes
nagem de águas residuais urbanas com especial enfoque critérios:
na redução e controlo de infiltrações e afluência de águas
pluviais aos sistemas públicos unitários de drenagem de a) Demonstrar alinhamento com a estratégia e objeti-
águas residuais com vista a redução da ocorrência de co- vos definidos no PENSAAR 2020, no caso das operações
lapsos e de inundações; relativas ao território continental e com os objetivos dos
iii) Investimentos de renovação dos sistemas de dre- Planos de natureza estratégica em vigor, nomeadamente o
nagem de águas residuais, em casos de dimensionamento PRAM e PGRH (RH10), no caso das operações relativas
desadequado, incluindo intervenções em redes de drena- à Região Autónoma da Madeira;
gem unitárias; b) Apresentar evidências de que a entidade com com-
iv) Investimentos para a implementação de sistemas ade- petência para autorizar o investimento, ou seja a entidade
quados de gestão de lamas de ETAR, tais como desidratação e titular, se não for a entidade candidata, concorda com a
secagem e sistemas e tecnologias de valorização energética; sua realização, seja por o mesmo se encontrar inscrito no
v) Fecho de sistemas de saneamento de águas residu- respetivo contrato, ou por declaração autónoma;
ais com vista à otimização da utilização da capacidade c) Comprovar que a operação a apoiar através de sub-
instalada e da adesão ao serviço, através da execução de venção não reembolsável corresponde à otimização do
ligações entre os sistemas em alta e os sistemas em baixa investimento na perspetiva do interesse público e dos be-
e da extensão do serviço a populações ainda não servidas nefícios esperados e demonstra a viabilidade e sustentabi-
na área de influência dos sistemas; lidade do investimento, mediante a apresentação de análise
vi) Investimentos necessários à reutilização de águas custo-benefício, nos termos das orientações técnicas a
residuais tratadas, por exemplo execução de etapas de definir pela Autoridade de Gestão;
afinamento do tratamento existente, com vista a possibi- d) Demonstrar que se encontra refletido no modelo
litar uma gestão integrada de recursos hídricos em zonas económico-financeiro o financiamento comunitário, as-
consideradas de escassez; segurando que o mesmo reverte integralmente a favor
vii) Investimentos com vista à obtenção de informação da tarifa, no caso das entidades gestoras cuja regulação
que permita uma gestão eficiente dos serviços, através económica tem subjacente um contrato;
da elaboração de cadastro das infraestruturas existentes e) Demonstrar que a operação configura um objeto que
dos sistemas em baixa que fundamente as intervenções a se concretiza através de um conjunto de obras, equipa-
realizar, cofinanciadas ou não, designadamente associadas mentos e serviços relacionados exclusivamente entre si e
a colapsos e infiltrações e funcionamento deficiente, cujos que são física e financeiramente autónomos face a outros
termos de referência são definidos a nível nacional. investimentos a realizar;
f) Demonstrar, nos projetos de renovação ou reabilita-
Artigo 96.º ção, que o investimento proposto responde às necessidades
identificadas no levantamento cadastral das infraestruturas
Beneficiários que identifique os riscos significativos de mau funciona-
1 — Para os efeitos previstos na presente secção são mento do sistema.
beneficiários os seguintes tipos de entidades:
2 — Em casos excecionais, que visem a resolução de
a) Administração pública central; situações de incumprimento comunitário, podem ser ele-
b) Administração Regional da Região Autónoma da gíveis operações que não evidenciem o cumprimento do
Madeira; critério definido na alínea f) do n. 1, caso visem a resolução
c) Autarquias e suas Associações; de situações de contencioso comunitário.
d) Setor empresarial do Estado; 3 — Não são elegíveis as intervenções de modernização
e) Setor empresarial local; ou reconversão em infraestruturas intervencionadas ante-
f) Entidades do Setor Público Regional; riormente, com o apoio dos fundos comunitários.
1246-(84) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, po- Artigo 99.º


derão ser objeto de financiamento intervenções que não
Despesas elegíveis
alterem o fim inicialmente previsto, e que tenham como
objetivo o aumento da capacidade de tratamento instalada, Para além das despesas elegíveis previstas no artigo 7.º
ou a instalação de equipamentos ou fases de tratamento do presente regulamento específico, são ainda elegíveis a
adicionais com vista a maximizar os resultados para efeito cofinanciamento os custos incorridos com:
de cumprimento de normativo.
a) Arranque e entrada em serviço de infraestruturas e
Artigo 98.º de equipamento ligadas a testes e ensaios da operação, do
seu equipamento e de segurança, se o serviço público não
Critérios de elegibilidade dos beneficiários estiver a ser cobrado aos utilizadores, até ao cumprimento
1 — São elegíveis as entidades que, para além do cum- do licenciamento ambiental, mas num prazo nunca superior
primento dos critérios gerais estabelecidos no artigo 13.º a seis meses;
do Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, observem b) Restabelecimento de acessibilidades e de serviços
os seguintes requisitos: afetados pela construção de infraestruturas, sem ultrapassar
25 % do valor total elegível das empreitadas de abasteci-
a) Evidenciem a existência de sistema de informação mento de água e saneamento de águas residuais;
contabilística que permita aferir os custos e proveitos do c) Ações complementares de compensação e outras
serviço de gestão de AA e de SAR de forma separada, que medidas adicionais de integração ambiental que as Au-
permita a apresentação de estudo que comprove a susten- toridades Ambientais competentes venham a exigir, de-
tabilidade da operação e permita o apuramento da receita signadamente, a minimização de impactes ambientais,
líquida, nos termos do n.º 2 do artigo 19.º do Decreto-Lei
auditoria ambiental, gestão ambiental, acompanhamento
n.º 159/2014, de 27 de outubro. Na ausência dos referidos
e monitorização ambiental específica;
sistemas de informação, será aplicada a percentagem for-
fetária da receita líquida definida no anexo V do Regula- d) Despesas com a construção dos ramais domiciliários
mento (UE) 1303/2013, isto é 25 % no setor da água; de água e saneamento, desde que os mesmos não consti-
b) Evidenciem a existência de cadastro das infraestru- tuam um encargo para os utentes;
turas existentes, verificável através da ficha de avaliação e) Elaboração de cadastro das infraestruturas e sistemas
individual publicitada no sítio eletrónico da entidade re- previsto nas subalíneas vi) da alínea a) e vii) da alínea b)
guladora, do nível do indicador da ERSAR “Índice de do artigo 95.º
conhecimento infraestrutural e gestão patrimonial”, que
terá de ser igual ou superior a 40 pontos, exceto nos casos Artigo 100.º
em que a operação contemple ações para o aumento deste Forma dos apoios
índice;
c) Evidenciem, através da última ficha de avaliação No âmbito deste regulamento, os apoios a conceder
individual referida na alínea anterior ou através de dados revestem a natureza de:
mais recentes já validados pela ERSAR, a disponibilização a) Subvenções não reembolsáveis para as operações
à entidade reguladora dos dados com vista à aferição dos que tenham como objetivo a garantia de cumprimento
indicadores da ERSAR “Índice das melhorias nos sistemas de normativo, nomeadamente as tipologias de opera-
de AA e SAR”; ções relativas ao Abastecimento de Água previstas nas
d) Cumpram os requisitos mínimos definidos para o alíneas iii), iv) e vi) da alínea a) do artigo 95.º do presente
efeito pela entidade reguladora em matéria de estrutura regulamento e para as tipologias de operações relativas ao
tarifária e de grau de recuperação de custos, com base no
Saneamento de Águas Residuais previstas nas alíneas i),
regulamento tarifário da ERSAR;
iii), v) e vii) da alínea b) do mesmo número do referido
e) Evidenciem a inexistência de dívidas reconhecidas
por sentença judicial transitada em julgado, relativas ao artigo;
serviço em alta, através de documento emitido para o efeito b) Subvenções reembolsáveis através de instrumentos
pela entidade gestora em alta, ou a celebração de um plano financeiros, no caso de investimentos promovidos por
de pagamentos acordado; entidades gestoras de serviços de Abastecimento de Água
f) Nos casos de beneficiários que constituam entidades e Saneamento de Águas Residuais, no Continente, des-
gestoras de sistemas de abastecimento de água e ou de tinados a proporcionar a otimização e gestão eficiente
saneamento de águas residuais que não sejam responsá- dos recursos com vista, designadamente, à redução de
veis pela gestão simultânea das vertentes em alta e baixa, perdas, valorização de lamas, reabilitação e renovação
evidenciem que as ligações alta-baixa existem e estão de ativos que integram os sistemas de abastecimento e de
operacionais, exceto nas situações em que a candidatura saneamento de águas residuais com vista a obtenção de
contemple ações para resolver esta situação, ou quando a ganhos de eficiência.
ausência de ligação não seja da sua responsabilidade.
Artigo 101.º
2 — As alíneas b) a e) não se aplicam aos beneficiários Revisão do Financiamento
da Região Autónoma da Madeira.
3 — Em casos excecionais, que visem a resolução de 1 — No caso de operações de abastecimento de água co-
situações de contencioso comunitário, podem ser elegíveis financiadas pelo Programa, após a conclusão da atualização
entidades que não evidenciem o cumprimento dos critérios da avaliação económica da utilização da água nos PGRH
definidos nas alíneas a) a e), desde que se comprometam do segundo ciclo de planeamento e consequente análise do
a evidenciar o seu cumprimento no prazo máximo de um impacte na revisão dos tarifários para o abastecimento de
ano a contar da data de aprovação da candidatura. água, a Autoridade de Gestão reverá o cálculo do défice de
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(85)

financiamento dessas operações e respetiva contribuição d) Outras entidades, incluindo entidades do setor empre-
dos fundos europeus, mesmo que já encerradas. sarial local, mediante protocolo ou outras formas de coo-
2 — Excetua-se do disposto no número anterior as ope- peração com as entidades referidas nas alíneas anteriores.
rações para as quais o cálculo do défice de financiamento
seja feito por aplicação da percentagem forfetária da re- 2 — As entidades que se enquadrem no número an-
ceita líquida definida no anexo V do Regulamento (UE) terior podem submeter operações em parceria devendo,
1303/2013. nesta situação, designar um líder que assumirá perante a
Autoridade de Gestão o estatuto de beneficiário, indepen-
SECÇÃO 15 dentemente das relações que o mesmo estabelecer com os
outros parceiros na operação.
Recuperação de Passivos Ambientais
Artigo 105.º
Artigo 102.º
Critérios Específicos de Elegibilidade de Operações
Objetivos Específicos
Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade definidos
1 — Os apoios têm como objetivo específico a recu- no artigo 5.º do presente regulamento, para serem elegíveis,
peração de passivos ambientais localizados em antigas as operações devem ainda satisfazer os seguintes critérios:
unidades industriais e mineiras, mitigando os seus efeitos
sobre o ambiente. a) No caso das operações que respeitem a passivos
2 — Integra-se neste objetivo a recuperação de locais industriais, as candidaturas devem estar instruídas com pa-
contaminados ou degradados classificados como passivos recer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA),
ambientais, em resultado de atividades industriais ou mi- demonstrativo de como o projeto se enquadra na estratégia
neiras atualmente desativadas ou abandonadas, geografi- de recuperação de passivos ambientais e na legislação de
camente delimitados, que comportem riscos para a saúde descontaminação de solos, referindo nomeadamente o
pública e para o ambiente e para a segurança de pessoas cumprimento do princípio do poluidor-pagador;
e bens e que exigem uma resolução urgente, constituindo b) No caso das operações que respeitem a passivos mi-
passivos ambientais prioritários e que simultaneamente neiros, as candidaturas devem estar instruídas com parecer
não tenha sido viável a aplicação do princípio do polui- favorável da DGEG, demonstrativo de como o projeto se
dor pagador, o princípio da responsabilidade ou se tenha enquadra na estratégia de atuação no domínio da reabi-
comprovado a falta de capacidade de internalização dos litação de áreas degradadas afetas à indústria extrativa
custos. referindo nomeadamente o cumprimento do princípio do
poluidor-pagador.
Artigo 103.º
Artigo 106.º
Tipologias das Operações
Despesas Elegíveis
As operações abrangidas são as que se revelem indispen-
sáveis para a prossecução da Prioridade de Investimento Para além das despesas elegíveis referidas no artigo 7.º
“Adoção de medidas destinadas a melhorar o ambiente do presente regulamento específico são ainda elegíveis a
urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar cofinanciamento no âmbito da presente secção os custos
zonas industriais e mineiras abandonadas, incluindo zonas incorridos com:
de reconversão, a reduzir a poluição do ar e promover a) Prestações de serviços de descontaminação, de re-
medidas de redução de ruído”, e que respeitam a ações moção e tratamento de resíduos e reabilitação de solos
de remediação e recuperação ambiental reabilitação e re- contaminados;
generação de locais contaminados e de zonas mineiras, b) Aquisição de infraestruturas, equipamentos e sistemas
podendo assumir as seguintes tipologias: tecnológicos e de informação, que permitam a monitoriza-
a) Estudos e projetos necessários às intervenções de ção dos solos e das águas superficiais e subterrâneas;
descontaminação de solos; c) Trabalhos de recuperação e renaturalização de sis-
b) Ações de descontaminação e reabilitação de solos; temas naturais.
c) Monitorização dos solos e das águas superficiais e
subterrâneas; Artigo 107.º
d) Projetos de reabilitação, remediação e recuperação Forma dos Apoios
ambiental de áreas degradadas afetas à indústria extrativa,
tendo por base situações previamente identificadas, assim Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções
como os estudos e projetos, a desenvolver para o efeito, não reembolsáveis.
pelas entidades competentes do setor.
SECÇÃO 16
Artigo 104.º
Gestão Eficiente dos Recursos Hídricos
Beneficiários
1 — Para os efeitos previstos no presente regulamento, Artigo 108.º
são beneficiários os seguintes tipos de entidades: Objetivos específicos
a) Administração Pública Central; 1 — Os apoios têm como objetivo específico “Investi-
b) Autarquias Locais e suas Associações; mentos nos recursos hídricos para satisfazer os requisitos
c) Setor Empresarial do Estado; do acervo ambiental da união e a atender às necessidades
1246-(86) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

de investimento identificadas, em particular a melhoria da Artigo 111.º


qualidade das massas de água”. Despesas Elegíveis
2 — Integram-se neste âmbito os investimentos que
visam alcançar uma melhoria da qualidade das massas de Para além das despesas elegíveis referidas no artigo 7.º
água e a utilização eficiente do recurso água para assegurar do presente regulamento específico são ainda elegíveis
o cumprimento da Diretiva Quadro da Água (DQA). a cofinanciamento os custos incorridos com a recolha e
tratamento de dados, nomeadamente no que se refere à
Artigo 109.º monitorização das massas de água.
Tipologias de Operações Artigo 112.º
1 — As operações abrangidas são as que se revelem Forma dos Apoios
indispensáveis para a prossecução do objetivo específico
e se enquadrem na Prioridade de Investimento “Investi- Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções
mentos no setor da água, para satisfazer os requisitos do não reembolsáveis.
acervo ambiental da União e atender às necessidades de
investimento, identificadas pelos Estados Membros, que SECÇÃO 17
vão para além desses requisitos”, podendo assumir as se-
Património Natural e Cultural
guintes tipologias:
a) Estudos para definir normativos para o estabeleci- Artigo 113.º
mento de caudais ecológicos, obrigação que decorre da
Objetivos Específicos
DQA por forma a manter o bom estado das massas de
água; Os apoios têm como objetivo específico promover a
b) Estudos necessários para melhorar e complementar conservação e valorização do património cultural e natural,
os critérios de classificação das massas de água, dando enquanto instrumentos de sustentabilidade dos territórios
cumprimento à DQA e sempre que aplicável à Diretiva designadamente através da sua valorização turística.
INSPIRE 2007/2/CE. Estes estudos de monitorização das
massas de água serão realizados através de uma única Artigo 114.º
campanha que permita estabelecer uma baseline para clas- Tipologias das Operações
sificar com rigor o estado das massas de água nos termos
da DQA; 1 — São elegíveis as operações que se enquadrem numa
c) Ações de desenvolvimento e aplicação de modelos das seguintes tipologias:
de gestão dos recursos hídricos para melhor alocação de a) Património Cultural:
água face aos diversos usos e para apoio ao estabelecimento
de valores limites de emissão, para proteção do estado i) Inventariação, divulgação e animação do património
das massas de água, através de aquisição de software de e da rede de equipamentos culturais;
modelação matemática da qualidade da água e respetiva ii) Proteção, valorização, conservação e promoção do
calibração. património histórico e cultural com elevado interesse tu-
rístico, incluindo em particular aquele que já é Património
2 — Não são contempladas nas tipologias de operações da Humanidade reconhecido pela UNESCO;
iii) Modernização e dinamização de museus e de outros
abrangidas por este Regulamento Específico as medidas
equipamentos culturais de divulgação do Património e de
e investimentos diretamente afetos aos vários setores uti-
elevado interesse turístico;
lizadores da água, de modo a salvaguardar a aplicação do iv) Apoio à realização de eventos associados ao patri-
princípio poluidor/utilizador-pagador. mónio, à cultura e a bens culturais, com elevado impacte
em termos de projeção da imagem da região, através da
Artigo 110.º programação em rede a nível intermunicipal e ou regional
Beneficiários sempre que adequado;
v) Organização e promoção de eventos com impacte
1 — Para os efeitos previstos no presente regulamento, internacional;
são beneficiários os seguintes tipos de entidades: vi) Divulgação e integração territorial, através de ini-
a) Administração pública central; ciativas de cooperação territorial e institucional que per-
b) Administração regional da Região Autónoma da mitam integrar a programação cultural, as visitas guiadas
Madeira; e a divulgação de equipamentos, bens culturais e serviços
c) Setor Empresarial Regional; prestados;
d) Outras entidades mediante protocolo ou outras for- vii) Programas de dinamização do património cultural,
mas de cooperação com as entidades identificadas nas criação de redes de gestão de bens patrimoniais;
alíneas anteriores. viii) Capacitação dos agentes de gestão de bens culturais e
naturais para a valorização económica desses mesmos bens.
2 — As entidades que se enquadrem no número anterior
do presente artigo podem submeter operações em parceria b) Património Natural:
devendo, nesta situação, designar um líder que assumirá i) Criação e requalificação de infraestruturas de apoio à
perante a Autoridade de Gestão o estatuto de beneficiário, valorização e visitação de Áreas Classificadas, bem como
independentemente das relações que o mesmo estabelecer outras áreas associadas à conservação de recursos naturais,
com os outros parceiros na operação. incluindo sinalética, trilhos, estruturas de observação e de
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(87)

relação com a natureza, unidades de visitação e de apoio e) Pessoas coletivas de direito público, incluindo Enti-
ao visitante, rotas temáticas, estruturas de informação, dades Regionais de Turismo;
suportes de comunicação e divulgação; f) Entidades privadas sem fins lucrativos, agentes cul-
ii) Organização de iniciativas de comunicação, informa- turais e organizações não governamentais da área do am-
ção e sensibilização associadas à proteção e conservação biente e proteção da natureza (ONGA), mediante protocolo
da natureza; ou outras formas de cooperação com as entidades referidas
iii) Programas e ações de desenvolvimento do turismo anteriormente.
associado à natureza, incluindo conteúdos digitais, plata-
formas digitais e planos de marketing específicos, assentes 2 — As entidades referidas no número anterior podem
nos recursos naturais e direcionados para o reforço da submeter operações em parceria devendo, neste caso,
visibilidade, interna e externa, das Áreas Classificadas designar um líder que assumirá perante a Autoridade de
e da região, em articulação com a conservação desses Gestão a função de coordenador técnico e de interlocutor,
recursos; sem prejuízo de todas as entidades serem beneficiárias
iv) Elaboração de Cartas de Desporto de Natureza; perante os POR.
v) Estudos de avaliação e valoração dos serviços dos Artigo 116.º
ecossistemas direcionados para o desenvolvimento de in- Critérios de elegibilidade de operações
fraestruturas verdes;
vi) Desenvolvimento de infraestruturas verdes, em meio 1 — Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade
urbano ou rural, incluindo o estabelecimento de corredores definidos no artigo 5.º do presente regulamento, para serem
ecológicos, de forma a assegurar a proteção e, quando elegíveis as operações devem ainda satisfazer os seguintes
relevante, a reposição dos serviços dos ecossistemas, in- critérios:
cluindo a fruição. a) Tenham enquadramento nas tipologias de operações
indicadas no artigo 114.º e se encontrem previstas nos eixos
c) Promoção turística: prioritários dos POR respetivos;
i) Promoção turística de territórios de elevado valor b) Demonstrem o enquadramento em programa ou plano
natural, cultural e paisagístico; bem como promoção do territorial ou noutro documento estratégico de enquadramento
turismo da natureza, do turismo aventura ou de práticas ambiental ou da área do turismo de caráter setorial ou regional;
c) Cumpram as normas técnicas que se aplicam às ope-
mais tradicionais de turismo cultural e turismo religioso;
rações;
ii) Criação e promoção de novas rotas turísticas, centra- d) Disponham de pareceres técnicos favoráveis emitidos
das em recursos e produtos endógenos (e. g. vinhos), artes pelos organismos setoriais competentes sobre o projeto ou
e saberes (e. g. vidro, lanifícios e cerâmica) e na produção anteprojeto técnico de engenharia/arquitetura;
cultural (e. g. escritores); e) Demonstrem sustentabilidade técnica, económica e
iii) Utilização das TICE, sinalética e outros instrumentos financeira adequada à sua dimensão e complexidade;
de aproximação e visibilidade da região e do seu patrimó- f) Caso constituam operações do domínio de intervenção
nio nos mercados e junto dos visitantes. “Património Cultural”, apresentem uma avaliação dos riscos
associados à operação, designadamente de caráter financeiro
2 — Apenas são apoiados projetos de animação e pro- ou de execução, nomeadamente associados à existência de
gramação cultural ou de organização de eventos que sejam achados arqueológicos na área de incidência.
da iniciativa de entidades públicas ou de entidades proto-
coladas com estas, que apresentem potencial de captação 2 — Não são elegíveis intervenções em infraestruturas
de fluxos turísticos e que estejam enquadrados numa es- culturais ou de turismo cujo custo total exceda 5 milhões
tratégia de promoção turística. de euros.
3 — O apoio aos projetos referidos no número anterior Artigo 117.º
é atribuído para o lançamento da iniciativa, e, quando
realizados de forma continuada, até ao limite de três anos Despesas Elegíveis
e com intensidade degressiva do financiamento. Para além das despesas referidas no artigo 7.º do pre-
4 — As operações associadas à promoção e desenvol- sente regulamento específico, são ainda elegíveis despesas
vimento do património cultural deverão estar devidamente relativas a trabalhos de recuperação e renaturalização de
enquadradas em estratégias de promoção turística e o apoio sistemas naturais.
à expansão, remodelação, reabilitação ou construção de Artigo 118.º
novas infraestruturas culturais está condicionado ao ma-
peamento a aprovar pela Comissão Europeia, nos termos Forma dos Apoios
do Acordo de Parceria. Os apoios a conceder revestem a natureza de subvenções
não reembolsáveis.
Artigo 115.º
Beneficiários SECÇÃO 18

1 — Para os efeitos previstos na presente secção são Reabilitação e Qualidade do Ambiente Urbano
beneficiários os seguintes tipos de entidades:
Artigo 119.º
a) Entidades da Administração Pública Central;
Objetivos Específicos
b) Autarquias Locais e suas associações;
c) Entidades do Setor Empresarial do Estado; Os apoios têm como objetivo específico a melhoria do
d) Entidades do Setor Empresarial Local; ambiente urbano através da revitalização das cidades, em
1246-(88) Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015

especial nos centros urbanos, por via da reabilitação física c) Reabilitação de espaços e unidades industriais aban-
do edificado destinado a habitação, comércio, serviços, donadas com vista à sua reconversão, destinadas às tipo-
equipamentos de utilização coletiva e do espaço público logias de uso referidas nas alíneas anteriores;
envolvente, da qualificação ambiental e urbanística das d) Desenvolvimento de ações com vista à gestão e ani-
áreas industriais abandonadas bem como da redução da mação da área urbana, à promoção da atividade económica,
poluição do ar e do ruído. à valorização dos espaços urbanos e à mobilização das
comunidades locais, desde que diretamente relacionadas
Artigo 120.º com as ações previstas nas alíneas anteriores.
Plano de ação de regeneração urbana 2 — São ainda elegíveis os estudos e ações associados à
1 — As intervenções previstas no n.º 1 do artigo seguinte melhoria da qualidade do ar e à redução do ruído e à quali-
devem estar enquadradas no plano de ação de regeneração dade de vida em meio urbano, nomeadamente a realização
urbana desenvolvido para o território em que incidem. de projetos-piloto de redução da poluição do ar, o reforço e
2 — No caso dos PO Norte, Centro, Lisboa e Alen- modernização da rede urbana de medição de qualidade do
tejo, para os centros urbanos de nível superior previstos ar de âmbito regional, a realização de inventários de emis-
no Programa Operacional Regional respetivo, o plano de sões regionais com informação relevante para os modelos
ação de regeneração urbana referido no número anterior de qualidade do ar, e posterior integração e disponibilização
deve ser enquadrado num plano estratégico de desenvol- no sistema nacional de informação (QualAr), a criação de
vimento urbano, elaborado pelas Autoridades Urbanas e modelos de avaliação da qualidade do ar com resolução
aprovado pela Autoridade de Gestão, sendo neste plano espacial a nível regional, urbano e de vias de tráfego, e a
articulados os seguintes instrumentos de programação em elaboração de estudos e planos com vista à produção de
informação de apoio à decisão sobre ruído.
função das áreas de intervenção que sejam mobilizadas
em cada caso:
Artigo 122.º
a) O Plano de mobilidade urbana sustentável, definido Beneficiários
ao nível de NUTS III;
b) O Plano de ação de regeneração urbana; 1 — Para os efeitos previstos na presente secção são
c) Os Planos de ação integrados para as comunidades beneficiários os seguintes tipos de entidades:
desfavorecidas. a) Entidades da administração pública central;
b) Autarquias locais e suas associações;
3 — A lista dos centros urbanos de nível superior pode c) Entidades do setor empresarial do Estado
ser atualizada mediante proposta aprovada do Conselho d) Entidades do setor empresarial local;
da Região. e) Outras entidades, no caso dos POR Alentejo e Al-
4 — Para os restantes centros urbanos, os Municípios garve;
devem dispor de um plano de ação de regeneração urbana, f) Organismos que implementam instrumentos finan-
aceite pela Autoridade de Gestão, coerente com a estratégia ceiros.
integrada de desenvolvimento territorial.
5 — Os planos referidos nos números 2 e 3 do presente 2 — As entidades referidas na alínea e) do número an-
artigo são os referidos no artigo 66.º terior apenas podem ser beneficiárias mediante protocolo
ou outra forma de cooperação com as entidades referidas
Artigo 121.º nas alíneas a) a d), exceto no caso do PO Alentejo, em que
Tipologias das Operações
esta exigência não é aplicável.
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, as
1 — As operações abrangidas são as que se enquadrem entidades referidas nas alíneas a) a e) do n.º 1 do presente
em plano de ação para a regeneração urbana, que se reve- artigo podem submeter operações em parceria devendo,
lem indispensáveis para a prossecução da Prioridade de neste caso, designar um líder que assumirá perante a Au-
Investimento “A adoção de medidas destinadas a melhorar toridade de Gestão e demais entidades competentes no
o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e âmbito do presente regulamento a função de coordenador
descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo técnico e de interlocutor, sem prejuízo de todas as entidades
zonas de reconversão, a reduzir a poluição do ar e a pro- serem beneficiárias perante os PO.
mover medidas de redução de ruído”, podendo assumir as
seguintes tipologias: Artigo 123.º
a) Reabilitação integral de edifícios, nomeadamente Critérios de elegibilidade das operações
destinados a habitação, a equipamentos de utilização cole- 1 — Sem prejuízo dos critérios gerais de elegibilidade
tiva, a comércio ou a serviços, públicos ou privados, com definidos no artigo 5.º do presente regulamento, para serem
idade igual ou superior a 30 anos, ou, no caso de idade elegíveis as operações referidas nas alíneas a) a c) do n.º 1
inferior, que demonstrem um nível de conservação igual ou do artigo 121.º, devem apresentar uma avaliação dos riscos
inferior a 2, determinado nos termos do estabelecido pelo associados à operação, designadamente de caráter finan-
Decreto-Lei n.º 266-B/2012, de 31 de dezembro; ceiro ou de execução, nomeadamente associados à existên-
b) Reabilitação de espaço público, desde que associada a cia de achados arqueológicos na área de incidência.
ações de reabilitação do conjunto edificado envolvente em 2 — Não são elegíveis as intervenções de reabilitação
curso ou concluídas há 5 anos ou menos, podendo envolver de edifícios de entidades públicas que se destinem ao fun-
a demolição de edifícios para criação de espaço público e cionamento dos serviços relacionados com as suas áreas
a recuperação e expansão de infraestruturas verdes; de competência, podendo nestes casos ser elegíveis as
Diário da República, 1.ª série — N.º 41 — 27 de fevereiro de 2015 1246-(89)

despesas relativas à recuperação de fachada e cobertura, Artigo 127.º


caso o edifício tenha valor patrimonial e desde que inserido
Operações em áreas em processo de delimitação como ARU
em zonas objeto de intervenção no âmbito do plano de ação
de regeneração urbana em execução. Os pagamentos dos apoios referentes às operações apro-
vadas e realizadas em área que se encontre em processo de
Artigo 124.º delimitação como ARU só são efetuados após aprovação
Despesas elegíveis da ARU.
Para além das despesas referidas no artigo 7.º do pre- Artigo 128.º
sente regulamento específico e de outras condições estabe-
lecidas nos avisos de concurso, são elegíveis as despesas de Articulação com outros regimes
aquisição de equipamentos e de sistemas de monitorização 1 — O disposto no presente regulamento não prejudica
para a medição da qualidade do ar e do ruído. a aplicação dos incentivos à reabilitação urbana aplicáveis
às ARU previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais e no
Artigo 125.º
Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado.
Forma dos Apoios 2 — O disposto no presente regulamento não prejudica
1 — Assumem a natureza reembolsável os apoios a o estabelecimento de ARU, nem a realização de ORU,
conceder às operações de reabilitação de edifícios que simples ou sistemáticas, nos termos definidos no RJRU, no
gerem receitas líquidas positivas suficientes para amortizar quadro das quais podem ser prosseguidos os instrumentos
o valor do financiamento do investimento, sendo atribuídos de execução de política urbanística previstos no artigo 54.º
através de instrumento financeiro. desse regime.
2 — Assumem a natureza não reembolsável os apoios
a conceder às operações de reabilitação de edifícios que
tenham por objeto equipamentos de utilização coletiva CAPÍTULO III
de natureza pública, excluindo os que se destinem à ins- Disposições Finais
talação dos próprios serviços, desde que não gerem re-
ceitas líquidas positivas suficientes para cobrir o valor Artigo 129.º
do investimento, num período de referência a definir pela
Autoridade de Gestão. Regulamentos nacionais e comunitários de atribuição dos Fundos
3 — Assumem ainda a natureza não reembolsável os 1 — O presente regulamento não prejudica o disposto
apoios a conceder às operações previstas nas alíneas b) e nos regulamentos nacionais e comunitários de atribuição
d) do n.º 1 e no n.º 2 do artigo 121.º dos financiamentos do Fundo de Coesão e do FEDER,
designadamente o Regulamento (UE) n.º 1303/2013 do
Artigo 126.º
Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezem-
Procedimentos específicos para a seleção bro, o Regulamento (UE) n.º 1300/2013 do Parlamento
e aprovação de candidaturas Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro, o Regula-
1 — No caso dos centros urbanos de nível superior mento (UE) n.º 1301/2013 do Parlamento Europeu e do
previstos no Programa Operacional Regional respetivo, Conselho, de 17 de dezembro, o Regulamento Geral dos
as Autoridades Urbanas são responsáveis pela seleção das FEEI, o Decreto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro, o
operações, cabendo-lhes proceder à aplicação dos critérios Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro, as Decisões
de seleção aprovados pela Comissão de Acompanhamento comunitárias de aprovação dos Programas Operacionais
do respetivo Programa Operacional financiador, bem como abrangidos pelo presente regulamento, bem como outras
atestar a conformidade da operação com o respetivo plano normas comunitárias e nacionais aplicáveis ao período de
estratégico de desenvolvimento urbano sustentável. programação 2014-2020.
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, cabe 2 — Em caso de falha, omissão ou contradição das
às Autoridades de Gestão verificar a elegibilidade das normas previstas no presente Regulamento Específico
operações e a sua coerência com os planos de ação respe- com as previstas nos Regulamentos, Decisões e normas
tivos, para efeitos de aprovação das operações, bem como referidas no ponto anterior, prevalecem as previstas nos
verificar a elegibilidade das despesas durante a execução
regulamentos e normas gerais referidas.
das operações.
3 — No caso de operações localizadas nos centros ur-
banos referidos no n.º 1 do presente artigo, as intervenções Artigo 130.º
de regeneração urbana apoiadas através de instrumento Dúvidas e omissões
financeiro devem contar igualmente com a participação das
Autoridades Urbanas, através da emissão de parecer sobre As dúvidas ou omissões são resolvidas pela Autoridade
o enquadramento dos investimentos no respetivo plano de Gestão, em observância da regulamentação nacional e
estratégico de desenvolvimento urbano sustentável. comunitária aplicável.
4 — No caso dos restantes centros urbanos as operações Aprovado em reunião da Comissão Interministerial
a considerar são selecionadas e aprovadas pela Autoridade de Coordenação do Portugal 2020, em 9 de fevereiro de
de Gestão, por aplicação dos critérios de seleção aprova- 2015.
dos pela Comissão de Acompanhamento do respetivo PO
financiador e avaliação da conformidade com o respetivo O Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional,
plano de ação de regeneração urbana. Manuel Castro Almeida.

Você também pode gostar