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UNIDADE II

Avaliação Funcional

Profa. MSc. Juliana Corrêa


Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

 A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) é um modelo


para a organização e a documentação de informações sobre funcionalidade e incapacidade
(Organização Mundial da Saúde – OMS, 2001).

 A CIF procura classificar a funcionalidade de acordo com conceitos atuais nas condições
de saúde.

 Utiliza fatores ambientais e fatores pessoais.

 Oferece uma linguagem padronizada para a definição e a


classificação da incapacidade, com utilização de classificações
específicas e códigos.
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

 Oferece uma abordagem biopsicossocial (influência de fatores biológicos, psicológicos,


sociais e ambientais).

 Linguagem neutra, de forma que a classificação possa ser usada para registrar os aspectos
positivos e negativos da funcionalidade.

 Coloca todas as condições de saúde em posição de igualdade, permitindo que elas sejam
comparadas entre si, por um modelo comum.

 Sua aplicação serve não somente no setor de saúde, mas


também em setores como seguros, previdência social,
trabalhista, educacional, econômico, desenvolvimento de
políticas ou legislação e também no meio ambiente.
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

Objetivos da CIF:

 Proporcionar uma base científica para a compreensão e o estudo da saúde, dos estados
relacionados à saúde, dos resultados e dos determinantes;

 Estabelecer uma linguagem comum para a descrição da saúde e dos estados relacionados à
saúde, para melhorar a comunicação entre diferentes utilizadores;

 Permitir a comparação de dados entre países, entre disciplinas


relacionadas aos cuidados de saúde, entre serviços e em
diferentes momentos ao longo do tempo;

 Proporcionar um esquema de codificação sistemático com


aplicação nos sistemas de informação de saúde.
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

Organização da CIF:
Funcionalidade e incapacidade:
 Funções e estruturas do corpo
Condições de saúde
 Atividades e participação
(transtorno ou doença)

Fatores contextuais:
 Fatores ambientais
 Fatores pessoais Funções e
Atividades Participação
estruturas do corpo

Fatores ambientais Fatores pessoais

Fonte: autoria própria


Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

CIF na prática clínica:

 A CIF é relevante para muitas atividades na prática clínica como a consideração de saúde e
funcionalidade, estabelecimento de metas, avaliação de resultados de tratamentos,
comunicação com colegas ou a pessoa envolvida.

 Oferece uma linguagem comum entre disciplinas clínicas e com pacientes ou clientes.

 A CIF e a CID são complementares e, quando usadas em


conjunto, fornecem uma imagem completa da condição de
saúde de um indivíduo.
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

 Cada componente é subdividido em domínios e categorias em níveis variados de sistemas


(até quatro níveis), cada um deles representado por um código numérico.

 O prefixo de um código da CIF é uma letra única (b, s, d, ou e) que representa o componente
na CIF onde o código aparece.

 Funções do corpo (b).

 Estruturas do corpo (s).

 Atividades e participação (d).

 Fatores ambientais (e).

 Exemplo: s730.3 indica uma deficiência grave da


extremidade superior.
Exame do sistema respiratório

O sistema respiratório é composto por:

Porção condutora:
 Nariz (nariz externo e cavidade ou fossas nasais);
 Faringe;
 Laringe;
 Traqueia;
 Brônquios;
 Bronquíolos.
Exame do sistema respiratório

Porção respiratória:

 Pulmões;
 Ductos alveolares;
 Alvéolos;
 Pleura.

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-respiratorio.htm
Principais sinais e sintomas respiratórios

 Tosse – manobra expiratória forçada, a qual expele o muco e material estranho da via aérea.
Pode ser eficaz (ou funcional), semieficaz (ou pouco funcional) ou ineficaz (não funcional).

 Dispneia – pacientes com dispneia são chamados de dispneicos e eles fazem esforço maior
e visível para respirar.

 Eupneia – 12 a 20 respirações por minuto em adultos, corresponde ao padrão normal.

 Ortopneia – é a dispneia observada quando o paciente está


deitado, que melhora quando ele senta ou levanta.
Principais sinais e sintomas respiratórios

 Taquipneia – é uma frequência respiratória anormalmente rápida, em geral superior a 24


respirações por minuto.

 Bradipneia – é uma frequência respiratória anormalmente lenta, em geral 10 respirações


ou menos.

 Apneia – é a ausência da respiração que geralmente é transitória. Se for sustentada por mais
que alguns minutos, pode haver dano cerebral e óbito.
Principais sinais e sintomas respiratórios

 Dor torácica – as camadas parietal e diafragmática da pleura são sensíveis à dor, enquanto o
tecido pulmonar e a camada visceral da pleura não possuem terminações nervosas sensíveis
à dor.

 Dor pleurítica – normalmente está localizada lateral ou posteriormente. Ela piora quando o
paciente inspira profundamente.

 Não pleurítica – geralmente está localizada no centro da região torácica anterior e pode
irradiar para o ombro ou para as costas.
Principais sinais e sintomas respiratórios

 Sibilos – é um som de assobio normalmente ouvido na expiração, causado pelo fluxo de ar


através das vias aéreas com luz estreitadas.

 Estridores – é um som vibrante estridente ouvido na inspiração, causado por obstrução da


laringe, traqueia ou brônquios principais.

 Cianose – é o nome dado à cor azul (ou arroxeada) da pele e das membranas mucosas.

 Hemoptise – é a tosse ou escarro com sangue dos pulmões.


Avaliação dos sinais vitais (FR, FC, PA, T)

 Os exames de temperatura corporal, frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão


arterial fornecem ao fisioterapeuta dados importantes sobre o estado do sistema
cardiovascular/pulmonar.
Temperatura Frequência Frequência Pressão
Idade
(ºC) cardíaca respiratória arterial
Recém- S: 50 – 52
37 – 37,6 70 - 190 25 - 50
nascido D: 25 - 30
S: 78 – 114
3 anos 36,9 – 37,5 80 - 125 20 - 30
D: 46 - 78
S: 90 – 120
10 anos 36,4 - 37 70 - 110 16 - 22
D: 56 - 84
S: 104 – 120
16 anos 36,4 – 37,1 55 - 100 15 - 20
D: 60 - 84
S: 95 – 119
Adulto 36 – 37,5 60 - 90 12 - 20
D: 60 - 79
S: 90 – 140
Idoso 35,9 – 36,3 60 - 90 15 - 22
D: 60 - 90
Fonte: autoria própria
Interatividade

Quais são os valores normais de FC, FR e PA do adulto em repouso?


Resposta

Os valores normais de FC, FR e PA do adulto em repouso são:

60 – 90 bpm de FC, 12 – 20 rpm de FR e 95 – 119 a 60 – 79 mmHg de PA.


Avaliação dos sinais vitais (FR, FC, PA, T)

 Frequência cardíaca – aferimos a frequência cardíaca pela frequência de pulso.

 Os pulsos radial, carotídeo e poplíteo são exemplos de pulsos periféricos, porém a artéria
radial é o local mais comum de palpar o pulso.

 Deve-se sempre usar a segunda e a terceira polpa digital (não o polegar) para palpar
o pulso digital.

 A frequência de pulso deve ser contada durante um minuto para podermos determinar se a
frequência de pulso está normal, aumentada ou diminuída.

 Quando a pressão arterial estiver anormalmente baixa, muitas


vezes não conseguiremos palpar o pulso radial. Devemos
utilizar os pulsos carotídeo e femoral.
Avaliação dos sinais vitais (FR, FC, PA, T)

Frequência respiratória

 A frequência respiratória é contada observando-se o movimento abdominal ou da parede


torácica para dentro e para fora.

 É muito importante que durante a avaliação tentemos não avisar ao paciente que estamos
realizando a avaliação para evitar que ele se atende e altere o padrão normal.

 Umas das formas de avaliação dessa frequência é avaliar o


pulso do paciente e, após passado um minuto, manter os
dedos sobre o pulso, dando a impressão de que é a frequência
de pulso que está sendo contada e começar a contar a
frequência respiratória.
Avaliação dos sinais vitais (FR, FC, PA, T)

 Pressão arterial – é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e registrada na forma de


fração (110/80 por exemplo). O primeiro número indica a pressão sistólica (contração
ventricular) e o último, a diastólica (relaxamento ventricular).
 Quando a pressão arterial se mantém frequentemente acima de 140/90 mmHg, denominamos
hipertensão e geralmente é causada pela resistência vascular sistêmica aumentada.
 A hipotensão é definida como uma pressão arterial inferior a 95/60 mmHg.
 A aferição da pressão arterial é feita pelo esfigmomanômetro e pelo estetoscópio.

Fonte:
https://www.cirurgicavitoriaregia.com.br/media/catalog/product/cache/1/im
age/800x/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/c/h/champagne.png
Avaliação dos sinais vitais (FR, FC, PA, T)

 Primeiramente, explicar o procedimento para o paciente.

 Envolver o braço do paciente e ajustar a braçadeira desinsulflada (em geral, no ventre do


músculo bíceps braquial ou dois dedos acima da prega do cotovelo) de forma a ficar firme,
porém não muito apertada.

 Palpar a artéria braquial e posicionar a cabeça do estetoscópio na artéria braquial.

 Devemos nos certificar que a válvula do esfigmomanômetro


esteja fechada (girando no sentido horário) e através do
manguito bombear para insulflar a braçadeira observando o
manômetro até que ele registre (no máximo) um valor de
200 mmHg. Geralmente devemos bombear até 30 mmHg da
pressão sistólica prevista.
Avaliação dos sinais vitais (FR, FC, PA, T)

 Abrir a válvula (no sentido anti-horário) localizada perto do manguito lentamente (liberando o
ar aprisionado na braçadeira) e ficar atento para os sons de Korotkoff (turbulência
e vibrações).

 Observar atentamente o manômetro e observar o número em que se ouve o primeiro som:


essa é a pressão sistólica e representa o ponto em que o sangue começa a fluir na artéria.

 Manter a válvula cuidadosamente aberta e observar o momento em que o som desaparece:


pressão diastólica.

 Em seguida, abrir toda a válvula do manguito para que o ar da


braçadeira seja liberado totalmente.
Exame físico

 Exame físico do tórax

 A inspeção deve ser realizada, com o paciente na posição de pé, com o tórax descoberto,
alinhado e evitando as distorções de postura e em relaxamento.

 Começamos realizando uma visão de todo o tórax, comparando-se um lado com o outro para
verificar possíveis assimetrias e anormalidades instaladas.

 Tórax em tonel, enfisematoso, inspiratório, em barril ou


globoso: o aumento dos diâmetros anteroposterior e transverso
está presente. As costelas se encontram horizontalizadas,
diafragma horizontalizado e encontramos
o apagamento das fossas supra e infraclaviculares, até
abauladas, e a cifose torácica. Ex.: paciente enfisematoso.
Exame físico

 Tórax expiratório, chato, paralítico ou tísico: há diminuição do diâmetro anteroposterior, com


predominância do diâmetro longitudinal. O paciente apresenta pescoço longo, clavículas
saltadas, costelas bem oblíquas, fossas supra e infraclaviculares bem marcadas, espaços
intercostais bem visíveis e normalmente afundados, assim como a borda interna das
clavículas e os processos espinhosos da coluna torácica salientes.
Ex.: tuberculose pulmonar extensa.

 Tórax raquítico ou em peito de pombo ou cariniforme (pectus carinatum): caracteriza-se por


alterações dos diâmetros torácicos com achatamento das faces laterais e anteriorização do
esterno, conhecido como “peito de pombo”. Ex.: defeito congênito.
Exame físico

 Tórax infundibuliforme ou pectus escavatum: caracteriza-se por uma depressão/afundamento


da metade inferior do esterno, que se estende até o apêndice xifoide. Ex.: defeito congênito.

 Tórax cifótico, lordótico e escoliótico: resultam das curvaturas anormais da coluna vertebral.
Ex.: osteomalácia e no mal do Pott.

Chato Tonel Cifótico Infundibiliforme Cariniforme

Fonte: adaptado de: http://www.famaz.edu.br/portal/wp-content/uploads/2017/08/03-T%C3%B3rax.pdf


Exame físico

 Tipos respiratórios

 Misto ou toracoabdominal (costoabdominal): encontramos a expansão abdominal


(diafragmática) e costal simultaneamente.

 Torácico ou costal: os movimentos são mais visíveis na parte superior do tórax (pela maior
atividades dos músculos intercostais).

 Abdominal ou diafragmático: encontramos distensão abdominal


devido à ampla excursão diafragmática.

 Paradoxal: temos um assincronismo entre o movimento


abdominal e o torácico com retração abdominal à inspiração
(sinal de Hoover).
Exame físico

 Frequência respiratória

 A frequência respiratória nada mais é do que o número de respirações por minuto e é


contada pela quantidade de vezes que uma pessoa realiza os movimentos inspiratórios e
expiratórios durante 1 minuto.

 Eupneia.

 Bradipneia.

 Taquipneia.

 Apneia.
Exame físico

Ritmo respiratório
 Normalmente, a inspiração dura quase o mesmo tempo que a expiração. Alterações dessas
características fazem surgir ritmos respiratórios anormais.

 Respiração de Cheyne-Stokes: inicia-se por movimentos respiratórios de amplitude pequena,


que aumentam progressivamente até atingir um máximo para, a seguir, diminuir também de
modo progressivo até cessar completamente, surgindo uma fase de apneia de
duração variável.
Exame físico

 Respiração de Biot: apresenta-se com duas fases: a primeira de apneia, seguida de


movimentos irregulares e sem nenhum tipo de periodicidade, podendo ocorrer ampla
variação de frequência e profundidade.

 Respiração de Kussmaul: compõe-se de quatro fases: 1) inspirações ruidosas,


gradativamente mais amplas, alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude;
2) apneia em inspiração; 3) expirações e de pequena amplitude; 4) apneia em expiração.

 Respiração suspirosa: o paciente executa uma série de


movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguido de
expiração breve rápida. Outras vezes, os movimentos
respiratórios normais são interrompidos por suspiros
isolados ou agrupados.
Interatividade

Descreva as características do tipo de tórax em tonel, enfisematoso, inspiratório,


em barril ou globoso.
Resposta

Apresenta aumento dos diâmetros anteroposterior e transverso. As costelas se encontram


horizontalizadas, diafragma horizontalizado com apagamento das fossas supra e
infraclaviculares, até abauladas, além de cifose torácica.
Exame físico

Retração inspiratória fisiológica

 Encontramos a retração inspiratória fisiológica dos espaços intercostais, que consiste numa
discreta retração, sobretudo os inferiores, a qual ocorre apenas no início da inspiração.

 Quando a expansão pulmonar se atrasa ou não se efetua devido a um obstáculo que dificulta
ou impede a penetração do ar, a retração dos espaços intercostais se torna mais aparente e
é progressiva. Essa depressão inspiratória se denomina “tiragem” (patológica).

 A tiragem pode ser difusa ou localizada, isto é, supraclavicular,


infraclavicular, intercostal ou epigástrica.
Exame físico

Palpação

 A palpação é realizada com uma ou duas mãos, colocando-se a palma de uma delas sobre a
parede torácica descoberta, mantendo-se o paciente na posição de pé ou sentado.

 Enfisema subcutâneo: essa alteração indica a infiltração de ar no tecido celular subcutâneo.


A palpação representa a sensação de crepitação igual àquela que se obtém quando se
aperta entre dois dedos uma esponja úmida.

 Contraturas e atrofias musculares: nas afecções


pleuropulmonares dolorosas pode aparecer, por um reflexo
visceromotor, que é a contratura dos músculos espinhais
(longo dorsal e íleo-costal) do lado afetado.
Exame físico

Palpação

 Sensibilidade torácica: pesquisar a existência de pontos dolorosos esparsos pela


caixa torácica.

 Elasticidade torácica: devemos comprimir diferentes regiões do tórax com ambas as mãos,
colocando-se uma na parede anterior e outra na parede posterior em uma zona
diametralmente oposta. A elasticidade é maior nas porções inferiores e laterais.

 Atenção! O tórax da criança é bastante elástico, enquanto nas


pessoas idosas se apresenta rígido pela ossificação das
cartilagens costais.
Exame físico

Frêmitos

 Denomina-se frêmito torácico uma sensação vibratória que se percebe ao palpar a superfície
do tórax de um indivíduo.

 Toda vez que processos patológicos tornam o meio ainda mais heterogêneo (derrames
pleurais pneumotórax e enfisema), a transmissão do som será dificultada, o que ocasiona
diminuição do frêmito.

 Frêmito toracovocal ocorre durante a fala.

 Frêmito pleural durante a respiração.

 Frêmito brônquico só aparece quando há afecções brônquicas


ou pleurais.
Exame físico

Percussão

 A percussão consiste em executar pequenos baques sobre a superfície corporal, com o


objetivo de, através das variações de sonoridade obtidas, diagnosticar alterações do seu
estado físico.

 A percussão é realizada pelo método digito-digital, que consiste em se colocar o dedo


indicador da mão esquerda nos espaços intercostais, enquanto os demais dedos não
manterão contato com a superfície corporal.
Exame físico

Podemos encontrar tipos de sons obtidos na percussão do tórax:

 Som claro pulmonar: a percussão do tórax de um indivíduo normal dá origem a um ruído


intenso grave, de longa duração, denominado “som claro pulmonar”.

 Tambor recoberto com um tecido leve de algodão: os locais em que o som claro é mais
evidente são habitualmente as regiões infraclaviculares, seguindo-se as regiões axilares
e infraescapulares.

 Som submaciço e maciço: quando o som produzido pela


percussão do tórax se trona menos intenso, mais agudo e de
menor duração do que o som claro pulmonar.
Exame físico

 Som timpânico: quando o som produzido pela percussão do tórax se assemelha ao de um


tambor, sendo mais ressonante que o som claro pulmonar. A causa mais frequente desse
som é o pneumotórax.

 Som hipersonoro: quando o som produzido pela percussão do tórax se torna mais intenso,
mais grave e mais duradouro do que o som claro pulmonar. Encontrado geralmente no
enfisema pulmonar.
Exame físico

Ausculta pulmonar
 É o método propedêutico mais útil para a exploração do aparelho respiratório.
 A ausculta do tórax pode ser imediata ou direta e mediata ou indireta.
 A ausculta direta é feita pela aplicação do pavilhão auricular sobre a parede torácica, e
ausculta indireta é realizada com o auxílio do estetoscópio.
 Deve ser realizada com o paciente de pé ou sentado, com o tórax parcialmente ou
totalmente descoberto.
 Não auscultar o paciente com roupa.

Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4868947/mod_resource/content/1/01_Ausculta%20Pulmonar_2019.pdf
Exame físico

 Deve-se solicitar que o paciente respire com a boca entreaberta, sem fazer ruído.

 Os movimentos respiratórios devem ser regulares e de igual amplitude respiratória, evitando-


se movimentos respiratórios muito amplos ou muito superficiais.

 A ausculta deve ser realizada de maneira ordenada, na face posterior, anterior e lateral;
primeiramente num hemitórax e depois no outro e, em seguida, comparativamente.

 O murmúrio vesicular (MV) pode apresentar variações de sua intensidade na dependência


da amplitude dos movimentos respiratórios da elasticidade da parede torácica.

 Em condições patológicas, o murmúrio vesicular pode-se


alterar através de modificações de sua intensidade, timbre,
tonalidade, continuidade e duração.
Exame físico

 MV aumentado difusamente: hiperventilação.

 MV diminuído localmente – atelectasia, pneumotórax, derrame pleural.

 MV diminuído difusamente: enfisema, obesidade, asma grave.

 Sopros

 Ruído caracterizado por uma fase expiratória mais aguda, mais


intensa e mais duradoura do que a inspiratória.

 Sopro tubário ou tubárico: ocorre quando o ar passa por


brônquio situado no seio da consolidação parenquimatosa –
aparece nas grandes condensações.
Exame físico

 Sopro cavitário: é um sopro de tonalidade grave, tem timbre especial devido à presença da
cavidade que funciona como um ressoador (ocorre pelo turbilhonamento do ar ao entrar
dentro de uma cavitação no parênquima).

 Sopro anfórico: constituído por um som fundamental grave sobre o qual se assestam
sobretons agudos, o que lhe confere um timbre musical característico. Pode ser encontrado
no pneumotórax e em grandes cavidades vazias.

 Sopro pleural: é devido à condensação decorrente do colapso pulmonar, causada pelo


líquido pleural e pela compressão dos brônquios.
Exame físico

Os ruídos adventícios são assim denominados porque só aparecem em condições patológicas:

 Estertores roncantes e sibilantes – ambos possuem a mesma origem, traduzindo uma


obstrução parcial dos brônquios. Quando houver secreções espessas nos grandes
brônquios, teremos os roncos.

 Os roncos são ruídos intensos, de tonalidade grave, que ocupam as duas fases
da respiração.

 Os sibilos são ruídos bastante agudos, muitas vezes


também ouvidos a distância, que podem ser localizados
ou generalizados.
Exame físico

 Estertores crepitantes – são ruídos finos, homogêneos, de mesma altura,


timbre e intensidade, sendo auscultados apenas na fase inspiratória.

 O estertor crepitante indica sempre um comprometimento alveolar, tal como ocorre


na pneumonia, no infarto pulmonar e na fase inicial do edema agudo do pulmão.

 Estertores subcrepitantes – são ruídos mais grossos e de tonalidade mais grave do que
os estertores crepitantes, assemelhando-se ao arrebentamento de pequenas bolhas.

 Atrito pleural – ocorre nas inflamações da pleura, na qual o seu


deslizamento se torna doloroso, originando vibrações que
podem ser percebidas pela palpação e pela ausculta
(atrito pleural).
Exame físico

 Ausculta da voz – deve ser realizada comparando-se regiões simétricas do tórax, de maneira
ordenada e sistemática, enquanto o paciente pronuncia, em voz natural, a expressão trinta
e três.

 A broncofonia aumentada é reconhecida pela percepção de um ruído mais intenso, mais


agudo, ocorrendo condensações.

 A broncofonia poderá estar diminuída ou abolida sempre que


houver dificuldade na produção e na transmissão da voz. É o
que acontece nas seguintes eventualidades: afonia, rouquidão,
obstrução das vias aéreas (atelectasias), aumento da
heterogeneidade do parênquima pulmonar e aumento da
espessura da parede torácica (obesidade, anasarca).
ATÉ A PRÓXIMA!

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