Você está na página 1de 13

SME0142

Álgebra Linear e Aplicações


Aula 05

Maria Luísa Bambozzi de Oliveira


marialuisa @ icmc . usp . br
Sala 4-209
Página: http://edisciplinas.usp.br

24 de agosto de 2023
Aula Passada

▶ Dimensão;
▶ Base;
▶ Existência de base.

Maria Luísa SME0142 Aula 05


Coordenadas
Proposição: Seja V um espaço vetorial (real) de dimensão
n ≥ 1 e seja B ⊆ V. São equivalentes:
(a) B é base de V.
(b) Cada elemento de V se escreve de maneira
única como comb. linear dos elementos de B.
Demonstração: ¦Primeiro (a) ©⇒ (b).

→ −→
Supondo que B = v 1 , . . . , v n é uma base de V, em


particular B gera V e, portanto, todo elemento v ∈ V se
−→ −→
escreve como combinação linear de v 1 ,P . . . , v n . Para

→ n −

mostrar a unicidade, supomos que v = i=1 αi v i e

→ P n −

v = i=1 βi v i . Então
n n n
X
−→
X
−→
X
−→ −

αi v i = βi v i ou (αi − βi ) v i = 0 .
i=1 i=1 i=1

Como B é LI, segue que αi − βi = 0, i = 1, . . . , n, ou seja,


αi = βi , i = 1, . . . , n.
Maria Luísa SME0142 Aula 05
Coordenadas (cont.)
Proposição: Seja V um espaço vetorial (real) de dimensão
n ≥ 1 e seja B ⊆ V. São equivalentes:
(a) B é base de V.
(b) Cada elemento de V se escreve de maneira
única como comb. linear dos elementos de B.

Demonstração (cont.): Agora (b) ⇒ (a).


Assumindo que cada elemento de V se escreve de maneira
única como combinação linear dos elementos de B, em
particular B gera V. Para mostrar que B é base de V,
verifiquemos que B é LI.

→ −→
Se v 1 , . . . , v n ∈ B e α1 , . . . , αn ∈ R tais que
−→ −
→ −
→ −
→ −
→ −

α1 v 1 + · · · + αn v n = 0 , como 0 v 1 + · · · + 0 v n = 0 , por
unicidade α1 = . . . = αn = 0.
Logo, B é LI e, consequentemente, base de V.

Maria Luísa SME0142 Aula 05


Coordenadas (cont.)
Seja V um¦−espaço vetorial (real) de dimensão n ≥ 1 e
→ −→ ©
seja B = v 1 , . . . , v n uma base ordenada de V. Dado


v ∈ V, existem α1 , . . . , αn ∈ PR univocamente
−→ n −

determinados tais que v = i=1 αi v i . Como os αi são
únicos, podemos escrever
”−
→—
v = (α1 , . . . , αn )
B


e dizemos que os αi são as coordenadas de v na
base B. Claramente, essas coordenadas dependem da
base escolhida.

Maria Luísa SME0142 Aula 05


Coordenadas (cont.)


Exemplo: Quais as coordenadas de v = (1, 0, 0) na
base B = (1, 2, 1), (0, 3, 2), (2, 3, 1) ?

”Solução

→—
(parcial): As coordenadas serão
v = (α1 , α2 , α3 ) tais que
B
−→
α1 (1, 2, 1) + α2 (0, 3, 2) + α3 (2, 3, 1) = (1, 0, 0) = v .
Ou seja,
(α1 + 2α3 , 2α1 + 3α2 + 3α3 , α1 + 2α2 + α3 ) = (1, 0, 0)

α1 + 2α3 = 1
 (I)
2α1 + 3α2 + 3α3 = 0 (II)

α + 2α + α = 0
1 2 3 (III)
”−
→ —
⇒ v = (3, −1, −1) .
B

Maria Luísa SME0142 Aula 05


Coordenadas (cont.)
Exemplo: Seja V = P3 (R).
(a) Mostre
 que
B = (1), (2 + x), (3x − x2 ), (x − x3 ) é base de
V.
(b) Escreva as coordenadas de
p(x) = 1 + x + x2 + x3 na base B.

Solução: (na lousa)

(b): [p(x)]B = (−9, 5, −1, −1) .

Maria Luísa SME0142 Aula 05


Mudança de Base
Seja V um espaço vetorial finitamente gerado, e
¦−
→ −→ © ¦−
→ −→ ©
B1 = v 1 , . . . , v n , B2 = u 1 , . . . , u n
bases de V. Como B1,2 são base de V, existem
αij ∈ R, 1 ≤ i, j ≤ n tais que
− → −
→ −

 u 1 = α11 v 1 + . . . + αn1 v n

..
. .
−
 → −
→ −

u n = α1n v 1 + . . . + αnn v n

→ −

As coordenadas de u 1 , . . . , u n com relação à base B1
são, respectivamente,
”−
→ —
u1 = (α11 , . . . , αn1 )
B1
..
.
”−
→ —
un = (α1n , . . . , αnn )
B1
Maria Luísa SME0142 Aula 05
Mudança de Base (cont.)
Estas informações sobre as coordenadas dos vetores da
base B2 na base B1 podem ser escritas na forma
matricial
α11 · · · α1n
 
B . .. .. 
MB2 =  ..
1
. . ,
αn1 · · · αnn

→ −→
cujas colunas são as coordenadas de u 1 , . . . , u n com
relação à base B1 . Esta matriz é chamada de matriz
mudança de base da base B1 para a base B2 .
B
Analogamente podemos encontrar MB12 .

Maria Luísa SME0142 Aula 05


Mudança de Base (cont.)
Exemplo:Seja V = R3 .
Com B1 = (1, 0, 1), (1, 1, 1), (1, 1, 2) e
 B
B2 = (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1) , encontre MB21 .
Solução: Queremos encontrar
 
α11 α12 α13
B
MB21 = α21 α22 α23  tal que
α31 α32 α33

(1, 0, 0) = α11 (1, 0, 1) + α21 (1, 1, 1) + α31 (1, 1, 2)

(0, 1, 0) = α12 (1, 0, 1) + α22 (1, 1, 1) + α32 (1, 1, 2) .

(0, 0, 1) = α (1, 0, 1) + α (1, 1, 1) + α (1, 1, 2)
13 23 33

Resolvendo primeiro
        
1 1 1 x a x a−b
0 1 1 y = b ⇒ y = a + b − c
1 1 2 z c z c−a
Maria Luísa SME0142 Aula 05
Mudança de Base (cont.)
Solução (cont.): Então
(a, b, c) = (1, 0, 0) : α11 = 1 − 0 = 1
α21 = 1 + 0 − 0 = 1
α31 = 0 − 1 = −1
(a, b, c) = (0, 1, 0) : α12 = 0 − 1 = −1
α22 = 0 + 1 − 0 = 1
α32 = 0 − 0 = 0
(a, b, c) = (0, 0, 1) : α13 = 0 − 0 = 0
α23 = 0 + 0 − 1 = −1
α33 = 1 − 0 = 1
 
1 −1 0
B B
e MB21 =  1 1 −1. Obtenha MB12 .
−1 0 1

Maria Luísa SME0142 Aula 05


Mudança de Base (cont.)
¦−
→ −
→ ©
Sejam V um espaço vetorial, B1 = v 1 , . . . , v n e
¦−
→ −→ ©
B2 = u 1 , . . . , u n bases de V.

→ ”−→— ”−
→—
Dado u ∈ V, u = (x1 , . . . , xn ) e u = (y1 , . . . , yn ),
B1 B2
como tais coordenadas se relacionam?
B −
→ Pn −→
Se MB12 = (αij ), então v j = i=1 αij u i , j = 1, . . . , n.
Como !
n n n
‚ n Œ n n

→ −→ −→ −→ −

X X X X X X
u = yi u i = xj v j = xj αij u i = xj αij u i ,
i=1 j=1 j=1 i=1 i=1 j=1
n
P
temos yi = αij xj , ou
j=1

α11 · · · α1n x1 y1
    
B −
” →— ”−
→—
 ... ..
.
..   ..   .. 
. . = . ⇔ MB12 u = u .
B1 B2
αn1 · · · αnn xn yn
Maria Luísa SME0142 Aula 05
Mudança de Base (cont.)
Pode-se mostrar, de forma similar, que
B −
” →— ”−→—
MB21 v = v .
B2 B1

B B
Exercício: Mostre que MB12 possui inversa, e esta é MB21 .

Maria Luísa SME0142 Aula 05

Você também pode gostar