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PINHA (Annona squamosa L.)

Book · July 2023

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18 authors, including:

Bruno Adelino de Melo Maria Barros


Federal University of Campina Grande (UFCG) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE)
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Vicente de Paula Queiroga Josivanda Palmeira Gomes


Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA) 275 PUBLICATIONS 1,493 CITATIONS
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PINHA
(Annona squamosa L.)
TECNOLOGIAS DE PLANTIO E UTILIZAÇÃO

Vicente de Paula Queiroga


Josivanda Palmeira Gomes
Bruno Adelino de Melo
Denise de Castro Lima
Nouglas Veloso Barbosa Mendes
Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo
Esther Maria Barros de Albuquerque
Editores Técnicos
PINHA (Annona squamosa, L.)

TECNOLOGIAS DE PLANTIO E UTILIZAÇÃO

1ª Edição
CENTRO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO E DIREITO

LARYSSA MAYARA ALVES DE ALMEIDA


Diretor Presidente da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito

VINÍCIUS LEÃO DE CASTRO


Diretor - Adjunto da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito

ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE


Editor-chefe da Associação da Revista Eletrônica a Barriguda - AREPB

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA – AREPB


CNPJ 12.955.187/0001-66
Acesse: www.abarriguda.org.br

CONSELHO EDITORIAL

Adilson Rodrigues Pires


André Karam Trindade
Alessandra Correia Lima Macedo Franca
Alexandre Coutinho Pagliarini
Arali da Silva Oliveira
Bartira Macedo de Miranda Santos
Belinda Pereira da Cunha
Carina Barbosa Gouvêa
Carlos Aranguéz Sanchéz
Dyego da Costa Santos
Elionora Nazaré Cardoso
Fabiana Faxina
Gisela Bester
Glauber Salomão Leite
Gustavo Rabay Guerra
Ignacio Berdugo Gómes de la Torre
Jaime José da Silveira Barros Neto
Javier Valls Prieto, Universidad de Granada
José Ernesto Pimentel Filho
Juliana Gomes de Brito
Ludmila Albuquerque Douettes Araújo
Lusia Pereira Ribeiro
Marcelo Alves Pereira Eufrasio
Marcelo Weick Pogliese
Marcílio Toscano Franca Filho
Olard Hasani
Paulo Jorge Fonseca Ferreira da Cunha
Raymundo Juliano Rego Feitosa
Ricardo Maurício Freire Soares
Talden Queiroz Farias
Valfredo de Andrade Aguiar
Vincenzo Carbone
VICENTE DE PAULA QUEIROGA
JOSIVANDA PALMEIRA GOMES
BRUNO ADELINO DE MELO
DENISE DE CASTRO LIMA
NOUGLAS VELOSO BARBOSA MENDES
ROSSANA MARIA FEITOSA DE FIGUEIRÊDO
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE
(Editores Técnicos)

PINHA (Annona squamosa, L.)

TECNOLOGIAS DE PLANTIO E UTILIZAÇÃO

1ª Edição

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA - AREPB

2023
©Copyright 2023 by

Organização do Livro
VICENTE DE PAULA QUEIROGA, JOSIVANDA PALMEIRA GOMES, BRUNO ADELINO DE
MELO, DENISE DE CASTRO LIMA, NOUGLAS VELOSO BARBOSA MENDES, ROSSANA
MARIA FEITOSA DE FIGUEIRÊDO, ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

Arte da Capa
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

Editoração
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

Diagramação
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade dos autores.

Data de fechamento da edição: 31/07/2023

Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)

Q3a Queiroga, Vicente de Paula.


Pinha (Annona squamosa, L.): Tecnologias de plantio e utilização. 1ed.
/ Organizadores, Vicente de Paula Queiroga, Josivanda Palmeira
Gomes, Bruno Adelino de Melo, Denise de Castro Lima, Nouglas
Veloso Barbosa Mendes, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo, Esther
Maria Barros de Albuquerque. – Campina Grande: AREPB, 2023.
188 f. : il. color.

ISBN 978-65-87070-34-6

1. Pinha. 2. Annona squamosa. 3. Sistema de produção. 4. Colheita. 5.


Frutos. 6. Alimento. I. Queiroga, Vicente de Paula. II. Gomes, Josivanda
Palmeira. III. Melo, Bruno Adelino de. IV. Lima, Denise de Castro. V.
Mendes, Nouglas Veloso Barbosa. VI. Figueirêdo, Rossana Maria Feitosa
de. VII. Albuquerque, Esther Maria Barros de. VIII. Título.

CDU 634.2

Ficha Catalográfica Elaborada pela Direção Geral da Revista Eletrônica A Barriguda - AREPB

Todos os direitos desta edição reservados à Associação da Revista Eletrônica A Barriguda – AREPB.
Foi feito o depósito legal.
O Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito – CIPED,
responsável pela Revista Jurídica e Cultural “A Barriguda”, foi criado na cidade de
Campina Grande-PB, com o objetivo de ser um locus de propagação de uma nova maneira
de se enxergar a Pesquisa, o Ensino e a Extensão na área do Direito.

A ideia de criar uma revista eletrônica surgiu a partir de intensos debates em torno
da Ciência Jurídica, com o objetivo de resgatar o estudo do Direito enquanto Ciência, de
maneira inter e transdisciplinar unido sempre à cultura. Resgatando, dessa maneira,
posturas metodológicas que se voltem a postura ética dos futuros profissionais.

Os idealizadores deste projeto, revestidos de ousadia, espírito acadêmico e


nutridos do objetivo de criar um novo paradigma de estudo do Direito se motivaram para
construir um projeto que ultrapassou as fronteiras de um informativo e se estabeleceu
como uma revista eletrônica, para incentivar o resgate do ensino jurídico como
interdisciplinar e transversal, sem esquecer a nossa riqueza cultural.

Nosso sincero reconhecimento e agradecimento a todos que contribuíram para a


consolidação da Revista A Barriguda no meio acadêmico de forma tão significativa.

Acesse a Biblioteca do site www.abarriguda.org.br


EDITORES TÉCNICOS

VICENTE DE PAULA QUEIROGA (Dr)


Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa do Algodão-CNPA
Campina Grande, PB (Brasil)
JOSIVANDA PALMEIRA GOMES (Dra)
Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brasil)
BRUNO ADELINO DE MELO (Dr)
Pesquisador do CNPQ / UFCG
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brasil)
DENISE DE CASTRO LIMA (Drª)
Doutora em Ciência do Solo
Profª do Curso Técnico em Fruticultura - CENTEC
Pereiro, CE (Brasil)
NOUGLAS VELOSO BARBOSA MENDES (M. Sc.)
C&N Serviços Agroambientais Ltda Agritech Semiárido Agricultura Ltda
Pereiro, CE (Brasil)
ROSSANA MARIA FEITOSA DE FIGUEIRÊDO (Dra)
Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brasil)
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE (Drª)
Doutora em Engenharia de Processos
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brasil)
APRESENTAÇÃO

O gênero Annona inclui mais de 50 espécies e híbridos interespecíficos, a maioria dos


quais originários de regiões tropicais e subtropicais das Américas. A fruta-do-conde,
pinha ou ata (Annona squamosa L.) é originária das Antilhas e a mais conhecida das
espécies de Annonaceae cultivadas no Brasil, quer seja na forma comercial ou mesmo em
fundo de quintal, sendo o semiárido brasileiro responsável por mais de 70% da produção
de pinha do país. É bastante apreciada pelo sabor, no entanto, apresenta muitas sementes,
que se aderem à polpa. Trata-se a pinheira de uma árvore baixa (4 a 6 m de altura) e
altamente ramificada, com folhas caducifólias, com aproximadamente 5 a 15 cm de
comprimento e 2 a 6 cm de largura, com superfície superior verde brilhante e superfície
inferior verde-azulada. As flores se formam em novos ramos, dos quais pendem isoladas
ou em grupos de dois a quatro. As flores são hermafroditas, mas apresentam
comportamento dicogâmico, ou seja, protoginosas, com o órgão reprodutor feminino
(gineceu) atingindo a maturidade antes do órgão masculino (androceu), dificultando a
autofecundação. Os frutos são sincárpicos (proveniente de vários carpelos soldados),
arredondados, ovoides, esféricos ou cordiformes, de 5 a 13 cm de diâmetro e formados
por carpelos muito proeminentes na maioria das cultivares e seleções. A casca do fruto é
geralmente verde, mas também pode ser amarela ou roxa. Seus frutos têm atividade
metabólica intensa após a colheita, o que faz com que a maturação se processe em curto
espaço de tempo, limitando sua vida útil e restringindo sua exportação. É necessário
desenvolver as melhores condições agronômicas ao longo do seu ciclo vegetativo e
reprodutivo as seguintes tecnologias: obtenção de variedades com frutos grandes,
empregar técnica de manejo (indução floral, desfolhamento, polinização), uso de
fertilizantes, irrigação, tecnologias que visem a redução de perdas na colheita e adequação
de procedimentos de pós-colheita no armazenamento. Além disso, este livro cobrem a
descrição botânica e sistemática, origem, produção nacional e composição química,
importância econômica, exigências climáticas, tratos culturais, colheita e doenças e
pragas da pinha. É importante salientar que para a elaboração deste livro intitulado:
"Pinha (Annona squamosa L.) Tecnologias de plantio e utilização”, foram consultadas
diferentes fontes bibliográficas que contribuíram de forma determinante para a
valorização da cultura da pinha em nosso país. Por esse motivo, este livro escrito em
português poderá ser de grande interesse e ajuda para o produtor que necessita pôr em
prática as várias tecnologias abordadas no mesmo.

Os autores
SUMÁRIO

CAPÍTULO I - SISTEMA PRODUTIVO DA PINHEIRA (Annonas squamosa, L.) - Vicente


de Paula Queiroga, Josivanda Palmeira Gomes, Bruno Adelino de Melo, Denise de Castro Lima,
Nouglas Veloso Barbosa Mendes, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo, Ênio Giuliano Girão1,
Esther Maria Barros de Albuquerque ......................................................................................... 10

CAPÍTULO II - PRÉ-COLHEITA, COLHEITA E PÓS-COLHEITA DO FRUTO DA


PINHA - Vicente de Paula Queiroga, Josivanda Palmeira Gomes, Bruno Adelino de Melo,
Denise de Castro Lima, Nouglas Veloso Barbosa Mendes, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo,
Esther Maria Barros de Albuquerque ....................................................................................... 131

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 155

------------------------------------
(1) Pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza-CE.
C a p í t u l o I | 10

CAPÍTULO I

SISTEMA PRODUTIVO DA PINHEIRA (Annonas squamosa, L.)

Vicente de Paula Queiroga


Josivanda Palmeira Gomes
Bruno Adelino de Melo
Denise de Castro Lima
Nouglas Veloso Barbosa Mendes
Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo
Ênio Giuliano Girão
Esther Maria Barros de Albuquerque.
(Editores Técnicos)
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INTRODUÇÃO

Dentre as anonaceas mais cultivadas no mundo, pode-se destacar a pinha ou fruta-do-


conde (Annona squamosa L.), como normalmente é conhecida (DONADIO, 1997). É
originária da América Tropical, mais precisamente, nas terras baixas da América Central.
Apresenta boas perspectivas econômicas de cultivo para diversas regiões do Brasil,
devido à sua fácil adaptação edafoclimática, inclusive para às condições existentes no
semiárido brasileiro.

A produção comercial da pinha tende a crescer em áreas irrigadas do Nordeste, cujo clima
é bastante positivo para o sucesso da cultura, pois favorece sua produção na entressafra,
quando acompanhada de um manejo que utiliza técnicas apropriadas de plantio, poda,
adubação e polinização. O Estado da Bahia detém o título de maior produtor de pinha do
país, com uma área que ultrapassa 5.400 ha (NOGUEIRA, 2002; KILL; COSTA, 2003;
SOUSA, 2005).

Por apresentar boa qualidade de frutos (GOUVEIA et al., 2006), além de satisfatória
rentabilidade, esta espécie vem despertando o interesse dos fruticultores de várias partes
do País, para o seu cultivo, pois além das propriedades alimentares, as anonáceas
apresentam valor medicinal, propriedades farmacêuticas (SINGH, 2011; MADHU et al.,
2012) e, ainda, potencial como inseticidas (SEFFRIN et al., 2010). Contudo, o
desconhecimento de tecnologias que permitam melhorias no manejo da cultura,
principalmente no que concerne à produção de mudas (SAMARÃO et al., 2011;
COELHO et al., 2012), aos métodos de polinização (MOTA FILHO et al., 2012) e à
qualidade de frutos (SOUZA et al., 2012; MIZOBUTSI et al., 2012), vem limitando a
expansão da área plantada no Brasil, apesar do interesse dos produtores, atraídos pelos
preços de mercado dessa fruta (COSTA et al., 2002).

Um dos principais entraves para melhorar a produtividade da cultura é o baixo índice de


vingamento de frutos. Embora a pinheira produza uma grande quantidade de flores a cada
safra, estima-se que somente cerca de 3 a 5% de frutos efetivamente se formem. Além
disso, os frutos são, na sua maioria, desclassificados de pequenos e/ou malformados,
possivelmente em decorrência do baixo número de carpelos polinizados
(FIORAVANÇO; PAIVA, 1994; LEMOS et al., 1999).

Entretanto, a poda é uma técnica importante para o cultivo da pinheira, proporcionando a


diferenciação floral de maneira a permitir frutificação fora de época. As respostas ao
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estímulo para a obtenção do novo ciclo são muito influenciadas pelas condições
climáticas, necessitando de regionalização dos estudos (DIAS et al., 2003).

A prática de indução floral, através da poda de produção, aliada a outra técnica, como a
polinização artificial, é indispensável para uniformizar a produção, obter maior
vingamento e melhor qualidade dos frutos, além de incrementar a produtividade (MOTA
FILHO et al., 2012), que, consequentemente, proporcionará maior remuneração ao
produtor. Em pinheiras, quando ocorre boa polinização, os frutos desenvolvem-se
normalmente, apresentando maior porcentagem de frutos formados e perfeitos, além de
frutos com maior comprimento e diâmetro (CAMPOS et al., 2004). Além disso, o
aumento da frutificação por meio da polinização artificial tem sido divulgado em
trabalhos científicos em anonáceas (MOTA FILHO et al., 2012).

Também é importante destacar que a pinha é uma fruta que apresenta rápido
amadurecimento após a colheita ou vida de prateleira muito curta, sendo altamente
perecível. Em condição ambiente, a vida útil pós-colheita desse fruto é de apenas três a
cinco dias, razão pela qual é comercializada apenas no mercado interno. O principal fator
depreciador da qualidade pós-colheita da pinha é a rápida perda de firmeza da polpa
(GOÑI et al., 2010). Por se tratar de um fruto climatérico, completa seu amadurecimento
em poucos dias sob condições favoráveis, e as mudanças que causam a perda de firmeza
e o escurecimento do fruto devem-se à rápida elevação da taxa de biossíntese de etileno,
no início do processo de amadurecimento (MOSCA, 2002).

As elevadas perdas observadas nesta cadeia produtiva mostraram a necessidade de se


estabelecer tecnologias para melhorar as técnicas de produção, colheita e conservação
pós-colheita dos frutos, despertando assim, o interesse na realização de pesquisas que
minimizem as perdas e maximizem a qualidade dos frutos. Dentre as técnicas empregadas
para aumentar esse tempo de conservação, estão o uso da atmosfera controlada através da
refrigeração, e atmosfera modificada com o uso de embalagens protegidas por filme de
PVC (ALVARES, 2006).

Qualquer que seja a técnica utilizada na pós-colheita não acarretará em melhora na


qualidade inicial do produto; sendo que o potencial de conservação de um fruto está
diretamente relacionado, não só com o manejo adequado após a colheita, mas também,
com as condições climáticas durante a produção e as práticas culturais adotadas
(CHITARRA; CHITARRA, 2005).
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Por sua vez, a pinha é consumida in natura com uso restrito na agroindústria, como
produto congelado ou processado para obtenção de polpa, refresco, mouse e sorvete,
já que a polpa tem limitações para o processamento industrial devido ao escurecimento
do suco, produzido em razão da presença das enzimas polifenoloxidases (ALMEIDA et
al., 2005).

Segundo Muniz et al. (2002), a ata ou pinha, embora comercializada em vários estados
brasileiros, apresenta uso muito restrito na agroindústria; é bastante aromática, de sabor
agradável, açucarada e com baixa acidez; apresenta 48,13% de rendimento de polpa e
teores médios de sólidos solúveis totais de 27 ºBrix, 15,96% de açúcares redutores e pH
em torno de 5,23.

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O cultivo da pinha reveste-se de importância socioeconômica de relativa expressão, haja


vista que ela é praticada, essencialmente, por produtores rurais em pequenas propriedades
agrícolas típicas da agricultura familiar. Além de ser um complemento alimentar para as
populações rurais de baixa renda, a pinha representa, na época da safra, uma alternativa
de geração de emprego e renda para milhares de agricultores que vivem nas principais
regiões produtoras do Agreste, Sertão, e nos microclimas de altitude do Nordeste
brasileiro, notadamente dos Estados da Bahia, Alagoas, Pernambuco e Ceará.

Por outro lado, uma expansão significativa do cultivo da pinha vem se registrando na
região semiárida do nordeste brasileiro em função do emprego da irrigação associada às
condições climáticas favoráveis à sua produção; permitindo ao produtor não só a obtenção
de frutos na entressafra como também uma maior produtividade e melhor qualidade do
fruto.

A espécie Annona squamosa L. (pinha ou ata), pertencente à família Annonaceae, é uma


pequena árvore ou arbusto que cresce nativamente em regiões subtropicais e tropicais.
Esta espécie tem grande importância comercial e se destaca entre as demais espécies do
gênero Annona por suas propriedades medicinais e nutricionais, como vitaminas A, B, C,
E, K1, antioxidantes, ácidos graxos poliinsaturados e minerais essenciais, além de seu
aroma e sabor agradáveis (LIU et al., 2013; LIU et al., 2015). Ou seja, a planta possui
uma riqueza nutricional e contém propriedades medicinais para diversas enfermidades
(CORDEIRO et al., 2000; Figura 1).
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Figura 1. Utilização e mecanismos de ação propostos da pinha.

De acordo com Dias et al., (2003) essa fruta é cultivada em escala comercial nas regiões
Sudeste e Nordeste do Brasil e se destaca no mercado das frutas frescas principalmente
pelo seu consumo in natura, além do seu sabor apresentar uma palatabilidade agradável.
Apesar de ser consumida principalmente in natura, a pinha pode ser utilizada para a
produção de sucos, doces, sorvetes, licores e farmacopeia.

Sementes: As sementes da pinha têm sido empregadas na medicina popular devido à


presença de substâncias/compostos bioativos como alcaloides, flavonoides e compostos
fenólicos e acetogeninas e ciclopeptídeos que são responsáveis por diversas atividades
biológicas. As sementes também apresentam a presença de taninos, vitamina C, vitamina
E e maior teor de aminoácidos. A partir de investigações, foi demonstrado que as
sementes de Annona squamosa têm um potencial considerável para serem usadas como
agente antibacteriano, hepatoprotetor (tratar diversas inflamações), antioxidante e
antitumoral/anticancerígeno. A ciclosquamosina B, extraída da semente da pinha, possui
propriedades vasorelaxantes. Tocoferóis e ácidos graxos, principalmente o ácido oleico e
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o ácido linoleico, também são encontrados no óleo da semente. As sementes de Annona


squamosa contêm grande quantidade de compostos anonaceos acetogeninas, que são
potentes inibidores do complexo mitocondrial I e possuem alta citotoxicidade. Um
levantamento baseado principalmente nas propriedades nutricionais, fitoquímicas e
biológicas mostrou que as sementes de Annona squamosa podem ser utilizadas para a
descoberta de novos produtos, inclusive fármacos (Figura 2). Embora existam
investigações experimentais in vitro e in vivo suficientes apoiando os benefícios das
sementes, ainda são necessárias investigações/ensaios clínicos para determinar os
benefícios das sementes de Annona squamosa que contribuem para a saúde (KUMARI et
al., 2022).

Figura 2. Fruta da pinha e subprodutos da semente. Foto: Neeraj Kumari et al., 2022

ORIGEM E HISTÓRIA

A literatura reflete uma controvérsia sobre o centro exato de origem da pinha. É evidente
que, nos primeiros tempos, a localização original da cultura era desconhecida, conforme
relatado por Morton, (1987). No entanto, Le Bellec e Le Bellec, (1997) observaram que
a pinha é originária da América do Sul tropical, enquanto Nakasone e Paull, (1998)
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assumiram que ela é originária da região do Caribe (Antilhas). Posteriormente, Pinto et


al. (2005) afirmaram que a pinha teve origem nas terras baixas da América Central, em
zona indígena, daí se distribuiu para o México e toda a América tropical, e que nas terras
baixas do México é encontrado em estado naturalizado ou silvestre.

Acredita-se que os espanhóis provavelmente transportaram sementes de pinha do Novo


Mundo para as Filipinas e que os portugueses a introduziram no sul da Índia antes de
1590 (MORTON, 1987). Léon, conforme citado por Pinto et al. (2005), observaram que
na Índia existe uma população muito grande e diversa de pinha, e sua importância
comercial é tão grande que alguns botânicos a consideram uma fruta nativa daquele país.

A pinha é uma das frutas mais importantes do interior do Brasil (MORTON, 1987), é
cultivada na Indonésia, China, Austrália (LE BELLEC; LE BELLEC, 1987) e é a espécie
de Annona mais cultivada nas regiões tropicais das Américas, África, Ásia e Pacífico
(NAKASONE; PAULL, 1998).

A introdução da Annona squamosa L. no Brasil, se deu no ano 1626, no estado da Bahia,


então capital do Brasil, pelo governador Dom Diogo Luiz de Oliveira, conde de Miranda,
e por esse motivo muito no Brasil chamam a espécie de fruta do conde (LEON, 1987;
CORDEIRO et al., 2000; PINTO et al., 2005; BRAGA SOBRINHO et al. 2012).

Entretanto, em 1812, já havia chegado ao Rio de Janeiro, existindo atualmente plantas


produzindo frutos de primeira qualidade, desde o Norte do Brasil até o Sudeste e Sul do
País. Esta fruta pode receber diferentes denominações no Brasil: ata, pinha ou fruta-do-
conde. Na Espanha é conhecida como annona blanca; na França, pamme-canenele ou
attier; na língua inglesa sugar apple, custard apple ou sweetsoup e na China Fan lichi
(ARAÚJO et al., 1999).

Segundo Vithanage (1984), a pinha apresenta flores pendentes, com os pistilos ocupando
o centro do receptáculo cônico, enquanto as anteras se localizam na periferia. A polpa é
branca, doce e aromática, recobrindo um grande número de sementes.

No Brasil ainda não existem variedades melhoradas de pinha. A propagação é quase que
exclusivamente por sementes e os pomares apresentam grande variabilidade genética. Em
Cuba há registro de uma variedade de pinha sem sementes que não é tão produtiva quando
as com sementes, embora idêntica aos outros aspectos morfológicos (ARAÚJO et al.,
1999).
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DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA NACIONAL

No Brasil, são cultivados 10.500 ha de pinheira com uma média de 21.000 toneladas
(IBGE, 2010), sendo o nordeste responsável por mais de 70% deste total (IBGE, 2010).
A cultura da pinheira ocorre desde a região Norte até a região Sudeste, destacando-se
como produtores os Estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte,
Sergipe, Minas Gerais e São Paulo, onde se encontram alguns dos plantios com melhor
nível tecnológico (ARAÚJO FILHO et al., 1998; ARAÚJO et al., 2002; PINTO et al.,
2005), sendo o estado da Bahia o maior produtor brasileiro com 3.500 ha cultivados
(LEMOS, 2014), seguido de Pernambuco e Alagoas (IBGE, 2010). São Paulo é o único
Estado fora da região Nordeste, além da região semiárida de Minas Gerais, que apresenta
produção significativa de pinha. Todavia, a cultura da Annona squamosa L. é cultivada e
comercializada em grande parte dos continentes (EGYDIO BRANDÃO; SANTOS,
2016).

A Bahia figura como o principal Estado produtor de pinha no Brasil. A região de Irecê,
na zona semiárida, principalmente o município de Presidente Dutra, possui em torno de
700 ha de pinha irrigada e 1.800 ha de sequeiro (CGEA/IBGE, 2013) com forte
prevalência da agricultura familiar em propriedades com área total de até 20 ha e até 5 ha
cultivados com pinheira. Esta região possui boas condições de clima e solo para a pinheira
e, através de práticas culturais adequadas, pode-se produzir até duas safras anuais, desde
que se faça a irrigação dos pomares (PEREIRA et al., 2010)

Em Alagoas, a pinha é cultivada há cerca de um século. Estima-se que existam mais de


2.000 ha plantados (OLIVEIRA et al., 2005), localizado principalmente nos municípios
de Palmeira dos Índios e Igaci. Sendo a principal cultura de valor econômico para
centenas de pequenos agricultores (CORDEIRO et al., 2000; CAMPOS et al., 2004;
BRAGA SOBRINHO, 2014). Portanto, a pinheira é considerada uma produção pequena,
devido à baixa tecnologia ainda aplicada por muitos produtores. Agricultores que fazem
uso de tecnologias associadas a uma alta densidade de plantio (4 m x 2 m) podem atingir
uma produção de 15 ton/ha/ano. De frutas de alta qualidade (peso médio do fruto de 300
gramas), sendo, de fato, bem aceitas nos melhores mercados brasileiros, com preços
variando entre 2 a 3 US$ o quilo, visto que, os preços tendem a ser mais compensadores
na época da entressafra (DIAS et al., 2004).
C a p í t u l o I | 18

De acordo com os dados do Censo Agropecuário (2017), do IBGE, indicavam que a


quantidade de pinha produzida no Brasil era de 8.753 t de frutos, com 95% desse total
referente a região Nordeste. O Censo confirmava também que a predominância da região
em relação a área plantada com pinha representava 97% do total brasileiro, com uma área
de 3,481 hectares. Além disso, é valido ressaltar que o estado da Bahia corresponde a
72% de área plantada.

BOTÂNICA, MORFOLOGIA E FISIOLÓGICA DA PINHA

A pinha (Annona squamosa, L), também conhecida como ata ou fruta do conde é uma
espécie de anonacea originaria das Antilhas, na América Tropical, mais provavelmente
da Ilha de Trindade. O seu cultivo no Brasil iniciou em 1626, no estado da Bahia e logo
após se expandiu para outras regiões nordestinas (RADÜNZ et al., 2019). A espécie foi
introduzida no Brasil por Diogo Luís de Oliveira, Conde de Miranda (ARAÚJO et al.,
1999), daí ser mais adequada a denominação fruta-do-conde para esta espécie (Figura 3).

Figura 3. Diagrama de algumas características morfológicas de Annona squamosa. A =


Ramo, B = Folha, C = Flor, D = Fruto, E = Semente. Foto: Folorunso e Olorode (2006).
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- Aspecto botânico

A família annonacea é composta por aproximadamente 120 gêneros com distribuição


tropical e subtropical em todo o mundo, em que Annona é o gênero mais importante
dentro dessa família, com cerca de 50 espécies (SANTOS et al., 2005). De acordo com
Manica (1994) e Araújo et al. (1999), a pinheira apresenta a seguinte classificação
botânica:

Reino - Plantae (Plantas);

Sub-reino - Tracheobionta (Plantas vasculares);

Superdivisão - Espermatophyta (Sementes);

Divisão – Magnoliophyta (Angiospermae) (Plantas com flores);

Classe - Magnoliopsida (Dicotyledoneae);

Ordem: Magnoliales;

Família: Annonaceae;

Subfamília: Annonoideae;

Gênero: Annona;

Espécie: Annona squamosa L.

Na família annonaceae, os três gêneros mais importante são: Annona, Rollinia e Aberonoa
(MANICA et al., 2003). O gênero Annona é o mais importante economicamente e tem na
Annona squamosa uma de suas principais espécies por produzir frutos delicados e,
considerados por alguns, os melhores gêneros (ALVES et al., 2000).

As principais espécies que constituem o gênero Annona são: a graviola (Annona muricata
L.), a ata, fruta-do-conde ou pinha (Annona squamosa L.), a cherimólia (Annona
cherimola Mill), a condessa (Annona reticulata L.), a atemóia (híbrido de Annona
cherimola L. x Annona squamosa L.), a cabeça-de-negro (Annona coriaceae), o araticum-
do-campo (Annona dióica), o araticum-do-brejo (Annona paludosa) e a ilama ou papausa
(Annona diversifolia) (MANICA et al., 2003).
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- Aspecto morfológico

Planta – A pineira é considerada uma árvore de baixo porte, com 4 a 6 metros de altura
e muito ramificada (Figura 4). Apresenta raízes do tipo pivotante, que geralmente atingem
profundidades consideráveis (CAVALCANTI, 1993). As folhas são decíduas, de lâminas
oblongo-elípticas, de ápice obtuso, agudo ou acuminado, medindo de 4,5 a 15,6 cm de
comprimento por 2,1 a 6,2 cm de largura, sendo de coloração verde-brilhante na face
superior e de cor verde-azulada na face inferior (LEMOS; CALVALCANTI, 1989;
Figura 5). Esta espécie apresenta as partes masculinas e femininas na mesma planta e na
mesma flor, sendo, portanto, classificada como uma planta hermafrodita, com as flores
que se originam dos pequenos ramos novos, sendo pendentes, solitárias ou em grupo de
duas a quatro (HOEHNE, 1946).

Figura 4. Pinheira em estádio de frutificação. Foto: Vikas Yadav (2018).


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Figura 5. Características botânicas de algumas partes da planta da pinha e suas dimensões


(Annona squamosa L.).

Trata-se de uma planta prioritariamente alógama, devido a dicogamia protogínica, ou


seja, não consegue se autopolinizar, pois a parte masculina da flor libera o pólen apenas
quando a parte feminina já não está receptiva à fecundação, necessitando assim, a
utilização do pólen de outra flor (SCALLOPPI JÚNIOR, 2007).

Raiz – o sistema radicular da pinheira é do tipo pivotante (Figura 6) e, em plantas jovens,


possui um crescimento superior à sua parte aérea (KAVATI, 1997). Em mudas, a
profundidade atingida pela raiz pivotante é em média 5,5 vezes superior a altura do caule,
proporcionando à planta grande tolerância em relação às variações hídricas nos teores de
água nas camadas superficiais do solo (OLIVEIRA et al., 2005).
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Figura 6. Detalhe da raiz pivotante da planta. Foto: Obtida na internet.

Folhas – As folhas são decíduas, de lâminas oblongo-elípticas, de ápice obtuso ou


acuminado, medindo de 4,5 a 15,6 cm de comprimento por 2,1 a 6,2 cm de largura, sendo
de coloração verde-brilhante na face superior e verde-azulado na face inferior (LEMOS;
CALVALCANTI, 1989; Figura 7). Enquanto Luna (1997b) descreve as folhas dessa
cultura como curto-pecioladas, alternas, oblongo-lanceoladas, verde-pálidas e glabras.
Apresentam oito a onze nervuras de cada lado da central, bastante salientes na face
inferior. São cobertas por uma camada de cera (KAVATI, 1997).

Figura 7. Ramo e folhas da pinheira. Foto: Ildo Eliezer Lederman (2019).


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As gemas são compostas, formadas por um número variável de gemas individuais


vegetativas ou floríferas. São subpeciolares e, consequentemente, a abscisão natural de
folhas ou desfolhamento artificial é necessária para o surgimento de novos fluxos de
crescimento (MARLER et al., 1994).

Flor – As flores são originadas dos ramos novos, apresentando-se pendentes, solitárias
ou em grupos de duas a quatro. Possuem 3 pequenas sépalas que abraçam levemente a
parte basal das pétalas e são triangulares, medindo de 2,5 cm a 3,8 cm de comprimento
(LEÓN, 1987). As pétalas externas, também em número de três, são lanceoladas e
grossas, de corte triangular com 1,5 cm de comprimento. Sua coloração por fora é amarela
verdosa e por dentro amarelada, contendo uma mancha roxa na base. As pétalas do
verticilo interno são ovaladas, medindo de 6 mm a 8 mm de comprimento, que caracteriza
as espécies do gênero, são totalmente atrofiadas na pinha (KAVATI, 1997b). O
receptáculo ocupa o centro da flor (Figura 8) e na sua base existem numerosos estames
amarelos com filetes curtos, com duas anteras cada um e, na parte superior, muitos
carpelos purpúreos, uniovulados e estão juntos em forma de abóbadas acima dos estames.
Segundo Kavati (1997a) e Donadio et al. (1998), as flores são hermafroditas, solitárias
ou agrupadas de 2 a 4 flores. O gineceu sincárpico e unilocular, consta de um elevado
número de carpelos que varia de 50 a 150 em função do tamanho da flor (KAVATI,
1992). Embora sejam morfologicamente perfeitas (hermafroditas), as flores da pinheira
apresentam dicogamia protogínica, fenômeno no qual a maturidade sexual das estruturas
reprodutoras femininas ocorre antes e a das estruturas reprodutoras masculinas depois,
limitando a ocorrência das autofecundações (MODESTO; SIQUEIRA, 1981).
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Figura 8. Características da flor e do fruto da pinha.

Na parte basal das três pétalas, encontram-se os órgãos sexuais, formados por vários
estames, distribuídos ao redor de um grande número de pistilos inseridos em uma
estrutura com formato de cúpula (Figuras 9 e 10), formada pelo pedicelo (VIDAL
HERNANDEZ, 1993). Quando as flores ainda estão fechadas, os pistilos apresentam uma
coloração marrom claro e tornam-se brilhantes quando ocorre a maturidade sexual,
possibilitando a receptividade dos estigmas brancos quando as pétalas se abrem (abertura
da flor). Nessa fase de maturidade, o estigma libera um líquido viscoso que serve para
prender o grão de pólen no momento da polinização (GARDIAZABAL; ROSENBERG,
1993). Os estames, em número de 150 a 200 por flor, apresentam filetes curtos e duas
anteras bitecas (KAVATI; PIZZA JÚNIOR, 1997) e liberam os grãos de pólen a partir de
algumas horas depois de iniciada a abertura floral, quando as pétalas já se encontram
murchas.
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Figura 9. Flor da pinha com coloração amarelada da parte interna das pétalas e manchas
roxa na base e na base do receptáculo existe um anel de vários estames inserido na base
das pétalas, envolvendo uma massa piramidal de pistilos arranjados espiraladamente,
cada qual com seu óvulo.

Figura 10. A) Botão floral de Annona squamosa L. e B); Flor ainda fechada e C) Pistilos
e estames (pétalas cortadas) de Annona squamosa L. Fotos: Godofredo U. Stuart Jr.;
Arbocenter e Ribeiro (2005).
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A maturação dos órgãos feminino e masculino, em momentos distintos, a morfologia


floral com pétalas longas e base muito estreita, a lenta abertura das pétalas e a baixa
frequência de insetos polinizadores são fatores que dificultam a polinização da pinheira
(CALABRESE et al., 1984; MANICA, 1994). Segundo Manica (1994) e Bonaventure
(1999), o ciclo de abertura de uma flor da família das anonaceas seguem os seguintes
estágios:

a) Flor fechada - Permanece nesse estágio por 10 a 15 dias, enquanto cresce.

b) Pré-feminino – Nesse estágio as pontas das pétalas começam a se separar, mas não as
suas bases. Os estigmas, embora receptivos dura aproximadamente de 5 a 20 horas.

c) Feminino – As bases das pétalas estão separadas permitindo o acesso de polinizadores


de pequeno porte.

d) Masculino – Ao fim do estágio feminino. Que ocorre entre as 16 e 18 horas, as pétalas


abrem-se por aproximadamente 20 minutos, separando-se os estames e soltando o pólen.

Segundo Kumar et al. (1977), a fase floral da pinha dura aproximadamente 35 dias. No
início de seu desenvolvimento, a gema floral, que tem um formato anatômico oval, se
diferencia da gema vegetativa, que é larga. Logo após essa fase, ocorre uma lentidão no
crescimento do botão floral. Essa lentidão é superada pela aceleração, quando o botão
alcança cerca de 15 mm. Ao passo que se desenvolve, o botão floral adquire cor verde
opaco (LEDERMAN; BEZERRA, 1997).

O período de duração, que vai do aparecimento da gema até a pré-antese, ocorre entre 60
e 82 dias, conforme Escobar et al. (1986). Para esses autores, a abertura floral – período
no qual a flor se apresenta no estádio feminino – tem seu início a partir do topo das flores;
seu desenvolvimento completo expõe os pistilos e os estames, devido à flexão que as
pétalas fazem para baixo. Do início desse processo até a abertura total da flor leva-se mais
ou menos um dia. As pétalas se desprendem da base e caem cerca de 2 a 3 dias após a
abertura floral.

Os fatores climáticos da localidade onde a planta está inserida influenciam a ocorrência


da abertura floral (CAVALCANTI, 1993), que compreende a fase em que é conferida à
flor seu estágio feminino (Figura 11). Segundo Manica (1997), a antese ocorre da meia
noite até as primeiras horas do dia. Mas, segundo Kiill e Costa, (2003), nas condições
climáticas de Petrolina/Pernambuco, a antese ocorre aproximadamente às 17 horas; daí
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até o meio dia do dia seguinte, os estigmas estão receptivos aos grãos de pólen. Depois
desse período, perdem a capacidade de receptividade (LEDERMAN; BEZERRA, 1997).

Figura 11. A) Flor de Annona squamosa L. em fase feminina e B) Flor no estágio


feminino / 5 horas da manhã. Foto: Ribeiro (2005).

O estágio masculino da flor da pinha (Figura 12) tem seu início quando o estigma perde
a receptividade e caracteriza-se no momento em que ocorre a deiscência das anteras. Essa
fase geralmente se define entre as 4 h e as 6 h da manhã, permanecendo assim até as 10
horas da manhã (LEON, 1987; ARAÚJO et al., 1999).
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Figura 12. A) Flor de Annona squamosa L. em fase masculino B) Flor no estágio


masculino / 4 horas da manhã. Fotos: Ribeiro (2005).

Para Kiill e Costa (2000), a duração da flor em fase feminina acontece nas primeiras 20
horas e em fase masculina nas 20 horas seguintes, caracterizando a dicogamia
protogínica. Já para Peña et al. (2002), a fase masculina das flores da pinha só ocorre 24
horas após ter atingido o estágio feminino. Enquanto os coleópteros da família Nitidulidae
são os principais visitantes e, de acordo com a frequência, horário e comportamento
apresentado, são considerados como polinizadores desta espécie (KILL; COSTA, 2000).

Floração – A floração da pinheira está fortemente associada ao crescimento vegetativo,


com maior produção de flores localizada na região basal de ramos recentemente
emergidos (GEORGE; NISSEN, 1987). As flores têm surgimento nos ramos de
crescimento anual. Elas podem ser laterais, terminais ou opostas às folhas, surgindo
durante todo o período de floração. Frequentemente, as flores novas aparecem em direção
ao ápice dos ramos e as flores da porção basal dos ramos desenvolvem-se por completo
(LEDERMAN; BEZERRA, 1997).

O florescimento ocorre nos ramos do ano (SIMÃO, 1998), juntamente com o


desenvolvimento dos ramos, ocorre o aparecimento dos botões florais, durante este
período as novas brotações também emitem flores a partir das gemas localizadas na base
dos ramos, geralmente opostas às primeiras três folhas.
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Nas condições do Estado de São Paulo, após 25 a 30 dias do aparecimento dos botões
florais, ocorre a antese. Na Índia, este intervalo é de 31 a 35 dias, na Austrália, de 15 a 20
dias, de acordo com Kshisagar (1976), Kumar et al. (1977) e Vithanage (1984) citados
por Kavati (1997). Portanto, a floração é influenciada por fatores internos e externos e
contribui diretamente para a produção de frutos. Lemos et al. (2000) citando Salisbury e
Ross (1991) afirmaram que existem evidências de que a iniciação floral é controlada ou
fortemente influenciada por hormônios em resposta a estímulos ambientais.

Fruto – A pinheira começa a frutificar com três a quatro anos de idade (ORWA et al.,
2009; Figura 13). O fruto é uma baga composta (sincarpo), arredondado, ovoide, esférico
ou cordiforme, com 5 cm a 10 cm de diâmetro, formado por carpelos muito proeminentes
na maioria das cultivares que estão separados na base por uma linha creme, alaranjada ou
roxa, característica da cultivar, coberto externamente de saliências achatadas em forma
de tubérculos regularmente expostos. O seu comprimento varia de 3,2 a 7,5 cm
(FOLORUNSO; OLORODE, 2006), o diâmetro de 5 a 13 cm e o tamanho (fruto)
certamente depende da cultivar, polinização, nutrição e outros fatores (PINTO et al.,
2005). A casca é verde-escura, coberta por um pó esbranquiçado no início de seu
desenvolvimento, porém existem tipos com frutos amarelos ou roxos (MANICA et al.,
2003).

Figura 13. Ramo da pinheira com frutos em estágio de desenvolvimento (frutos isolados
e agrupados). Fotos: Viveiro Cultura Ecológica e Natureza Bela.
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Ao amadurecer, com frequência os carpelos separam-se do ápice, deixando aparecer a


polpa de coloração branca ou amarela, aromática, muito doce e de sabor agradável. A
polpa é de cor branca translúcida e envolve isoladamente cada uma das numerosas
sementes, em média de 68 por fruto, constituindo-se numa característica marcante dessa
espécie (Figura 14). A pinha produz frutos com peso médio entre 200 g e 400 g ou mais
(Figura 15), sendo 54,2% de polpa, 38,2% de casca e 7,6% de sementes. As
determinações físicas e químicas da polpa mostram um teor de sólidos solúveis totais
acima de 20 ºBrix e acidez total titulável abaixo de 0,24%. Analisando a polpa de frutas
maduras, SILVA; SILVA (1986) encontraram pH – 4,62, acidez total titulável (ácido
cítrico) de 0,21%, sólidos solúveis totais de 22,36 ºBrix. BEERH et al. (1983) citados por
PAL; KUMAR (1995) verificaram que em frutos maduros a quantidade de sólidos
solúveis totais varia de 20,6 a 28,0 ºBrix, enquanto a acidez varia de 0,3 a 0,4%,
predominando o ácido cítrico.

Figura 14. Frutos, polpa e sementes de Annona squamosa (pinha). Fotos: Godofredo U.
Stuart Jr.
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Figura 15. Frutos de pinha. Foto: Ceagesp.

No Brasil e em Cuba, entretanto, ocorre um tipo de pinha com frutos sem sementes. Os
frutos não amadurecem todos de uma vez, dando ao produtor a chance de colhê-los numa
estação bastante longa. Começa no meio do verão e dura até o outono, mas pode durar
até o meio do inverno se não houver geada, dando uma temporada de 3 a 6 meses
(PHILLIPS; CAMPBELL, 1994).

Sementes – Sendo encontradas em média 50 sementes por fruto, as sementes são escuras,
as quais possuem coloração preta brilhante ou castanha-clara e tem a forma elítica,
medindo de 1,4 a 2,3 cm de comprimento por 0,8 a 1,2 cm de largura (HOEHNE, 1946;
MANICA et al., 2003). A semente possui um tegumento resistente, quase impermeável,
o que dificulta a sua germinação.

- Aspecto fisiológico

Germinação e quebra de dormência – A propagação por sementes pode ser feita quando
se pretende produzir porta-enxertos ou na produção de mudas de pinha (Figura 16). No
caso da pinha, como ainda não existe uma cultivar definida para plantio comercial e pela
relativa uniformidade das plantas no campo, recomenda-se o plantio de mudas oriundas
diretamente de sementes.
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Figura 16. Sementes germinadas de pinha, destacando a emissão de radículas.

As sementes de pinha podem apresentar desuniformidade e baixa germinação,


dependendo das condições edafoclimáticas, dentre outros fatores. Vidal Hernandez
(1993) estudou o tempo de armazenamento de sementes de pinha, a porcentagem de
germinação e outras características, apresentadas na Tabela 1. Podem ser utilizados
diversos métodos físicos e químicos para melhoria na uniformidade e aumento da
germinação das sementes de pinha, no entanto, Nietsche et al. (2005) não observaram
diferenças para sementes de pinha submetidas aos seguintes tratamentos entre: imersão
em vinagre, escarificação com lixa, escarificação com liquidificador e desponte com
alicate, quando comparado com a testemunha. Esses mesmos autores observaram ainda
que as sementes de pinha podem ser armazenadas por até 6 meses em geladeira a 7 ºC,
mantendo cerca de 70% da emergência das plântulas em viveiro.

Tabela 1. Período de armazenamento para assegurar 90% de sementes viáveis, período


de germinação, porcentagem de germinação, idade das plantas para transplantio e para
enxertia.
PINHA (Annona squamosa L.)
Período de Período de Germinação Idade de transplantio Idade de enxertia
armazenamento germinação (%) (Dias) (Dias)
(Dias) (Dias)
40-50 35-50 85-95 90-120 220
Fonte: Vidal Hernandez (1993).
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As sementes produzidas por Annona squamosa durante o processo de reprodução


possuem estágio de dormência, resultando em inibição da germinação após a secagem da
semente. A dormência é um processo fundamental para a sobrevivência do embrião no
interior da semente. É uma estratégia de assegurar que as condições estejam favoráveis
para o crescimento da plântula quando ocorrer a germinação, assim, constitui um evento
fisiológico natural de resistência a mecanismos/fatores externos imposto pelo meio
(TAIZ; ZEIGER, 2013; RAVEN et al., 2014). Essa dormência pode ser ocasionada pela
imaturidade fisiológica do embrião ou impermeabilidade e resistência do tegumento da
semente.

Segundo Stenzel et al. (2003), esta espécie apresenta substâncias inibidoras da


germinação, que juntamente com o tegumento resistente e impermeável proporcionam
fatores antagônicos à germinação rápida e uniforme. Quando há a presença de substâncias
inibidoras ou promotoras no tegumento ou no embrião, estas podem regular a germinação
e a dormência das sementes (SANTOS et al., 2003). Assim, a superação desse tipo de
dormência pode ser realizada com a retirada do tegumento ou pela lavagem das sementes
em água corrente para promover a lixiviação do inibidor (KARSSEN, 1995). Lemos et
al. (1988) observaram que a escarificação com lixa aumentou a germinação e a velocidade
de emergência em sementes de fruta-do-conde.

De acordo com estudo realizado por Ferreira et al. (1997), no qual estudou-se a curva de
embebição de sementes de Annona squamosa, esta espécie não apresenta
impedimento físico à entrada de água, o que descarta a dormência de ser causada por
impermeabilidade da água ao tegumento. O método de quebra de dormência utilizando
ácido giberélico já foi utilizado para algumas espécies da família Anonnaceae.
Sousa et al. (2008), encontraram os melhores resultados com o uso de ácido giberélico a
50 e 750 mg L-1 embebidos por 12 horas, em sementes de pinha. Tratamentos visando
acelerar e uniformizar o processo germinativo em sementes de pinha têm sido aplicados
por alguns pesquisadores (ARAÚJO et al., 1999; STENZEL et al., 2003). No entanto os
resultados não são consistentes, havendo recomendação do uso do ácido giberélico em
dosagens de 50 mg L-1 (STENZEL et al., 2003) a 750 mg L-1, conforme apresentado por
Araújo (1991).
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BIOLOGIA FLORAL

Dentre os fatores que influenciam diretamente a produção na maioria das espécies


cultivadas do gênero Annona, aquele que envolve o sistema reprodutivo da planta, é, sem
dúvida, o de maior importância. O conhecimento da sua morfologia floral e biologia da
floração são imprescindíveis quando se tem em mente o cultivo racional e
comercialização de anonaceas (LEDERMAN; BEZERRA, 1997).

Indução floral. A prática de indução floral, através da poda de produção, aliada a outra
técnica, como a polinização artificial (Figura 17), é indispensável para uniformizar a
produção, obter maior vingamento e melhor qualidade dos frutos, além de incrementar a
produtividade (MOTA FILHO et al., 2012), que, consequentemente, proporcionará maior
remuneração ao produtor. Em pinheiras, quando ocorre boa polinização, os frutos
desenvolvem-se normalmente, apresentando maior porcentagem de frutos formados e
perfeitos, além de frutos com maior comprimento e diâmetro (CAMPOS et al., 2004).

Figura 17. Polinização manual (artificial) da flor da pinheira. Foto: Ribeiro (2005).

No momento da poda de produção, as folhas da pinheira devem ser removidas por


completo mecanicamente ou com o uso de produtos químicos, com a finalidade de
uniformizar e acelerar a próxima produção. George et al. (1987) relatam que o uso de
alguns desfolhantes tem sido estudado, mas que a mistura de 250 g de ureia e 1 g de
ethefhon, juntamente com adjuvante em 100 L de água (Figura 18), apresentou bons
resultados. Como os ramos desfolhados ficam repentinamente expostos ao sol, torna-se
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necessária sua proteção, com o pincelamento de solução de cal (10%) ou tinta látex branca
(também diluída) com uma brocha (pincel de paredes).

Figura 18. Mistura de ureia + ethefhon para induzir a abscisão foliar em pinha adulta em
campo. Fotos: Dreamstime.com.

É possível induzir a abscisão foliar em pinha adulta em campo com a aplicação de


concentrações relativamente baixas de cianamida hidrogenada e ethefhon. A importância
desta observação está no fato que o florescimento da pinha somente acontece em novos
ramos formados de meristemas axilares. As novas brotações são estimuladas a se
desenvolver após as correspondentes folhas terem caído. Na natureza, o processo inteiro
acontece numa cadeia de eventos que incluem o estresse hídrico, a produção de etileno e
a abscisão foliar. Consequentemente, as novas brotações aparecem após a dormência da
estação seca com as primeiras chuvas. A aplicação de cianamida hidrogenada a 0,52%
produziu um efeito de contato como agente desfolhante que se comportou de forma
similar à desfolha manual. Em conclusão, a aplicação de cianamida hidrogenada,
associada à poda e à irrigação, pode estimular a planta de pinha adulta a produzir frutos
de qualidade fora da estação de colheita tradicional (LEMOS; MARINHO, 1999). Melo
Neto et al. (2002) observaram que a desfolha manual e química é uma boa alternativa
para promover a brotação de gemas e frutificação e seus melhores resultados foram
obtidos com desfolha manual em 50%% da parte aérea e pulverização com cianamida
hidrogenada a 1,5% do produto comercial. O ethefhon é comercializado como
concentrado solúvel, é classificado como regulador de crescimento e estimulante do
grupo do ácido fosfônico ou fosfonatos (AGROFIT, 2003).
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Em março de 2001, Santos et al. (2014) realizam uma poda de limpeza no pomar
experimental plantado com a pinheira, instalado no município de São Francisco do
Itabapoana-RJ. Após esta etapa, ocorreram as podas de produção, efetuadas mensalmente
a partir do mês de maio até setembro de 2001, onde os ramos foram encurtados a um
comprimento médio de 25 cm. Além da poda, foi realizada manualmente a desfolha dos
ramos, iniciando-se da extremidade para sua base, para estimular o desenvolvimento
vegetativo das gemas localizadas nas axilas das folhas (Figuras 19 e 20).

Figura 19. Desfolha manual e poda de encurtamento dos ramos simultaneamente. Fotos:
Garden Florida.
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Figura 20. Plantas de pinha após a poda e desfolha dos ramos (A); Brotações uniformes
15 dias após poda de frutificação (B). Maceió, AL. Fotos: Lima Salvador, T. (2012).

Polinizadores. Segundo Campos et al. (2004), o vingamento de frutos da polinização


natural é muito baixo. Outro problema relatado pelos autores é a desuniformidade dos
frutos que pode chegar a 77%. Embora certos insetos visitem as flores de pinha, estes
parecem ser ineficazes na transferência do pólen. Trabalhos realizados por Kill e Costa
(2003), na região de Petrolina-PE, constataram que os insetos que mais visitam flores de
pinheira foram: Carpophilus hermipterus, Carpophilus sp. e haptoncus ochraceus,
coleópteros da família Nitidulidae (Figura 21).
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Figura 21. Carpophilus spp. a) C. hemipterus b) C. dimidiatus (escala: 1 mm). Fotos:


Paulo Roberto Valle da Silva Pereira.

O desaparecimento dos polinizadores dos cultivos da Annona squamosa L. na mesoregião


do agreste alagoano, afeta diretamente a produção e formação dos frutos, uma vez que a
cultura da Annona squamosa L. é totalmente dependente deste serviço ambiental para o
seu sucesso reprodutivo (BPBES / REBIPP, 2019). Gottesberger (2014), afirma que o
aumento da população de besouros Nitidulidae polinizadores de Annona squamosa L., se
dá pela simples oferta de locais para reprodução que no caso desses besouros são frutos
apodrecidos da própria cultura. Podendo essa estratégia auxiliar no aumento do número
de polinizador na área de cultivo.

A utilização de agroquímicos de forma indiscriminada, horários inadequados e a redução


progressiva da vegetação nativa nos entornos dos plantios podem ser os fatores
preponderantes para ausência dos polinizadores da Annona squamosa L. no município de
Belém-AL. Desta forma, a utilização racional destes defensivos e conservação de áreas
com vegetação nativa próximas dos cultivos parecem ser a melhor forma de dirimir o
impacto destas ações nas populações de besouros e consequentemente redução na
produção da pinha (TENÓRIO-BARROS; ALMEIDA, 2021).

Nos estudos realizados para avaliar a formação de frutos da pinheira, Tenório-Barros e


Almeida (2021) verificaram três espécies de coleópteros visitando as flores de Annona
squamosa L. e apenas 0,5% das flores da polinização natural (controle) formaram frutos.
Já na avaliação da eficiência dos polinizadores, ocorreu conversão de 45% das flores em
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frutos, onde a autopolinização manual (geitonogamia) e polinização cruzada (manual)


formaram 76% e 96% dos frutos, respectivamente. Gottsberger (2014) também afirmar
categoricamente que abelhas não podem ser visitantes em potencial porque são
completamente incapazes de entrar na pequena câmara de polinização das flores
protógenas de Annonaceae durante a receptividade dos estigmas.

Polinização artificial. No manejo do cultivo da pinha, a polinização artificial é uma


prática recomendada para se obter maior vingamento dos frutos bem como do formato
dos mesmos, uma vez que a autofecundação é insignificante para o gênero Annona
(PEREIRA et al., 2003). Em trabalho realizado por Rubi et al. (1997), em que foi avaliado
o grau de competência das técnicas de polinização artificial em anonaceas, os resultados
obtidos superaram os dados de trabalhos que avaliaram a polinização natural. Para Lemos
et al. (1999), apesar de a floração da pinha apresentar grande quantidade de flores (Figura
22), o vingamento de frutos é muito pequeno por causa da baixa polinização dos carpelos.
Estes autores estimaram que apenas 5 a 10% dos frutos são formados, considerando o
total de flores. Eles concluíram que, para a cultura da pinheira, é necessário o
aprimoramento de técnicas de polinização artificial para melhor e maior produção
comercial.

Figura 22. Surgimento de botões florais e uma flor aberta da pinheira Foto: Stock-
Shutterstock.
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A polinização realizada de forma ineficiente é o principal limitante na produção de frutos


(CALECA et al., 1996). Vários são os fatores que podem influenciar esta prática, dentre
eles destacam-se o horário da polinização (ZAYAS, 1966), a polinização de maior
número de estigmas nas flores femininas e a maturação de pólen (ARAÚJO et al., 1999).
Cogez e Lyannaz (1996) verificaram incremento de até 100% no vingamento de frutos de
pinha por meio da polinização artificial. Além deste benefício, os autores destacaram o
aumento considerável no peso dos frutos e número de sementes, bem como maior
uniformidade apresentada pelos frutos (Figura 23).

Figura 23. Fruto desuniforme (A), resultado de polinização natural e fruto uniforme
(B), oriundo de polinização artificial. Foto: Santos (2005).

As técnicas de polinização artificial utilizadas são frequentemente aplicadas por


produtores de pinhas, incluindo a coleta de flores, armazenamento e o uso posterior do
pólen na polinização artificial (GUIRADO, 1991; SORIA et al., 1990). De acordo com
recomendações de Campos et al. (2004), para realizar a polinização manual (artificial)
coletam-se as flores no estágio feminino e, em seguida, são armazenadas sem pétalas em
frasco plástico de boca larga à temperatura ambiente, retirando-se o pólen cerca de 24
horas depois quando estas passam para o estágio masculino (Figuras 24 e 25). O pólen
coletado é aplicado sobre os estigmas de flores no estágio feminino com pincel nº6.
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Figura 24. Flores no estágio feminino (A) e no estágio masculino (B). Fotos: Rolando
Pérez

Figura 25. Coleta de pólen de flores de pinha em estágio feminino (A); Flor de pinha
polinizada (B). Maceió, AL. Fonte: Santos, S. O. e Lima Salvador, T. (2012).

Nesse contexto, segundo Silva (2000), para a polinização manual da pinha, faz-se
necessária à coleta dos grãos de pólen, o que pode ocorrer das seguintes formas: quando
alcançam a fase feminina, as flores são coletadas, armazenadas em bandejas, dispostas
em uma camada, e abrigadas em local fresco. Quando elas atingem a fase masculina, os
grãos de pólen são coletados e levados para o campo; assim, as flores que se encontram
no estágio fêmea são polinizadas, com o auxílio de um pincel número doze. Esta mesma
técnica foi utilizada por Koga et al. (2000), sendo que as flores em estágio feminino foram
colhidas a partir das 17 horas e espalhadas numa peneira de crivo fino sobre um papel de
superfície lisa e guardadas em local seco. Na manhã seguinte, quando atingiram o estágio
masculino, foram peneiradas e o pólen recolhido foi acondicionado em recipientes
plásticos e levado para o campo. O pólen deve ser transportado para o campo numa caixa
C a p í t u l o I | 42

de isopor contendo gelo para manter a temperatura da geladeira (BONAVENTURE,


1999).

Os grãos de pólen podem ser retirados da flor no estágio masculino no momento da


polinização no campo, flor a flor, preferencialmente pela manhã. Pereira et al. (2003)
obtiveram pegamento de frutos de pinha acima de 90% com a polinização artificial feita
de 6 às 10 h da manhã, embora alguns produtores possam optar por polinizar o dia inteiro
com o objetivo de otimizar a polinização. Normalmente, coleta-se o pólen diretamente de
uma flor no estádio masculino, para polinizar duas flores femininas logo em seguida.
Outra maneira muito utilizada pelos produtores, é a coleta de flores no estádio feminino,
no período da tarde, para utilizar na polinização na manhã do dia seguinte. Neste caso,
deve-se proceder à coleta das flores e guardá-las em local arejado para extração dos grãos
de pólen na manhã seguinte. Os grãos de pólen extraídos devem ser colocados em
pequenos recipientes e estes reabastecidos sempre que necessário

Portanto, a polinização de flores de pinha deve ser executada nas primeiras horas da
manhã, selecionando as flores que tenham alcançado o seu completo desenvolvimento,
porém sem atingir o estágio de flor macho (ZAYAS, 1966). Estudos realizados por
Nietsche et al. (2002), avaliando diferentes horários de polinização de flores de pinha no
Norte de Minas Gerais demonstraram que a polinização artificial no horário de 6 às 10
horas da manhã proporcionaram porcentagem de vingamento de frutos superior a 90%, e
frutos mais pesados.

De acordo com o trabalho realizado por Pereira et al. (2003), verificaram na pinheira que,
a partir das 5 horas da manhã, a flor em estádio feminino já se encontra apta para receber
os grãos de pólen. Os autores verificaram uma taxa de 83,33% de vingamento de frutos
nas flores polinizadas nesse horário. Enquanto a passagem do estádio feminino para o
estádio masculino ocorreu por volta das 4 horas da manhã em 100% das flores (20 horas
depois) que se encontravam no estádio feminino no dia anterior, sendo esta fase
caracterizada pela abertura completa das flores e deiscência das anteras (RIBEIRO et al.,
2007).

Carvalho et al. (2000) relataram que o estágio masculino nas espécies protogínicas das
anonaceas ocorre entre 3 e 6 horas da manhã por ocasião do início da liberação dos grãos
de pólen. Esses detalhes são de extrema importância para auxiliar os produtores que,
costumeiramente, na região estudada, dão início às atividades de polinização manual
C a p í t u l o I | 43

entre 6 e 7 horas da manhã. De acordo com esse estudo, o horário de polinização poderia
iniciar às 5 horas da manhã, aproveitando melhor o pólen disponível.

Estudos realizados por Kavati (1997), indicam que em flores de pinheira pode haver entre
50 e 150 carpelos, podendo variar em função do comprimento da flor. Os resultados deste
trabalho são semelhantes aos obtidos por Sanchez (1991), que ao estudar a biologia floral
da cherimólia obteve médias de até 150 carpelos/flor. As flores maiores apresentam base
mais larga e por isso possuem maior número de carpelos. Estudos realizados por Nietsche
et al. (2003), demonstraram que a polinização artificial de flores de pinheira com
comprimento de 3,5 cm proporcionou eficiência de 88% no vingamento de frutos de
pinha, bem como maior peso dos frutos, da polpa, casca, sementes, maior comprimento
dos frutos, diâmetro e número de sementes.

Médias inferiores a 100 carpelos/flor foram obtidas em flores de 1,0 cm de comprimento,


com 90,4 carpelos por flor. Estes resultados sugerem que no momento da polinização,
estas flores devam ser, preferencialmente, descartadas ou coletadas para serem utilizadas
como fonte de pólen para a polinização artificial das flores de pinheira (SANTOS, 1978).

No momento da coleta das flores, Santos (1978) observou que as plantas selecionadas
apresentavam diferentes tamanhos de flores (Figura 26). Esta observação indica a grande
variabilidade genética deste caráter no pomar de pinheira. Essa grande variabilidade se
dá em função da maioria dos pomares serem formados a partir de sementes. Desta forma
estudos sobre a fenologia da espécie são de fundamental importância, tanto para subsidiar
a condução de programas de melhoramento genético quanto para determinar o correto
manejo da cultura.

Figura 26. Números de carpelos em função do comprimento da flor de pinha. Foto:


Santos (1978).
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Outra informação importante, segundo Nietsche et al. (2003), é que ao polinizar flores
com maior comprimento de pétalas proporcionalmente obtêm-se maiores frutos na
colheita, e devem ser priorizadas flores com comprimento de pétalas acima de 3 cm.
Normalmente, os produtores são mais bem remunerados quando comercializam frutos de
maiores dimensões.

Para obtenção de sucesso na aplicação das técnicas de polinização artificial, a biologia


floral da pinheira deve receber atenção especial, principalmente os estudos da viabilidade
e da germinabilidade dos grãos de pólen, que são características associadas à formação
de sementes e, consequentemente, frutos com boa formação e padrão comercial
(RIBEIRO et al., 2007).

Segundo Alexander (1980), a análise da viabilidade dos grãos de pólen se baseia em sua
coloração e na integridade do núcleo. Para Almeida et al. (2004), grãos de pólen viáveis
devem apresentar-se coloridos pelo carmim acético e com formato regular; aqueles que
não se encontrar nessa condição devem ser considerados inviáveis.

De acordo com o experimento realizado por Ribeiro et al. (2007), os resultados obtidos
indicam que, tanto com o pólen armazenado em condição ambiente como para o
armazenado em temperatura de 5 a 7ºC, à medida que avançam as horas, após a coleta do
pólen, seus grãos vão, gradativamente, perdendo sua viabilidade (Figura 27), onde até o
último horário avaliado (72 horas após a coleta), uma quantidade significativa de grãos
(65%) ainda se encontrava viável.

Figura 27. Número de grãos de pólen viáveis em função das horas após a coleta e em
armazenamento em condições de refrigeração e de temperatura ambiente. Fonte: Ribeiro
et al. (2007).
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A média de sementes por fruto produzidas pela polinização realizada no primeiro horário
após a coleta do pólen armazenado em condições ambiente e de refrigeração, foi,
respectivamente, de 52 e 81,6% (RIBEIRO et al., 2007; Tabela 2). Levando em
consideração os dados dos trabalhos realizados por Dias (2003), entende-se que esse
número de sementes indica boa qualidade do fruto da pinheira. Já a polinização realizada
12 horas após a coleta do pólen, nas duas condições de temperatura, apresentou as médias
de produção de 33,6 e 46,4% de sementes, respectivamente, e também são aceitáveis
comercialmente (SOUSA, 2005).

Tabela 2. Influência de dois horários de polinização artificial e duas condições de


armazenamento do pólen da pinheira no número de sementes e peso (g) de frutos de pinha.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste
Tukey a 5% de significância. Fonte: Ribeiro et al. (2007).

O peso dos frutos variou em função dos horários de polinização, indicando que quanto
maior o tempo de armazenamento do pólen, menor será o peso dos frutos. Neste caso,
não é interessante, do ponto de vista econômico, que o pólen seja armazenado por mais
de 12 horas. Lederman e Bezerra (1997) afirmaram que os grãos de pólen armazenados
por mais de um dia perdem sua viabilidade.

Segundo Beerth et al. (1983), citado por Pal e Kumar (1995), não encontrou relação entre
o tamanho do fruto e o número de sementes, talvez devido à polinização insuficiente,
conforme a técnica proposta por Mazumdar (1977). Após atingirem o desenvolvimento
máximo (maturação fisiológica), os frutos atingem o ponto de consumo em 2 a 5 dias
(maturação organoléptica), em temperatura ambiente de ± 28 ºC.
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A polinização artificial pode ser realizada com pincel (Figura 28) ou com bombinha
polinizadora. No caso da pinha, recomenda-se pincel número 2, 4 ou 6. Os pelos dos
pincéis devem ser macios, para não danificar as partes reprodutivas das flores.

Figura 28. Flores de pinha em diferentes estágios e utensílios para polinização. NOTA:
A- Fechada; B- Feminina; C- Masculina; D - Pincel; E - Bombinha. Fotos: Marlon
Cristian Toledo Pereira.

Por sua vez, Campos et al. (2004) concluíram que o uso da polinização artificial, com
pincel ou com bomba polinizadora, aumenta em até 10 vezes o número de frutos formados
e em até 4 vezes o número de frutos perfeitos, quando comparada à polinização natural
livre feita por insetos. Ademais, os autores observaram que a utilização da polinização
com pincel e bomba polinizadora (Figura 29) proporcionou incrementos de 153% e 52%
para comprimento e diâmetro dos frutos de pinha, respectivamente, em relação ao método
de polinização natural.
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Figura 29. Vingamento de frutos em função do método de polinização (polinização


natural, polinização com pincel e com polinização com bomba polinizadora), em pomar
de pinha com cinco anos de idade, localizado no município de São Francisco do
Itabapoana-RJ. Fonte: Santos et al., 2014. Obs: Médias seguidas pela mesma letra não diferem
entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. CV = 4,68%.

Um operário bem treinado pode polinizar de 800 a 1000 flores por dia. As pulverizações
com fungicidas podem ser realizadas antes da polinização para diminuir o ataque de
antracnose durante o processo.

A aplicação do pólen puro ou em mistura é feita sobre os carpelos das flores abertas
quando se apresentavam com aspecto úmido e brilhante, indicando a sua receptividade.
A polinização com pincel ou com bomba (Figura 30), são feitas através de aplicações
dirigidas aos carpelos da flor. Em seguida, as pétalas foram unidas com fita adesiva ou
envolvida em saco de papel para se evitar a chegada de pólen de qualquer outra fonte,
sendo tal metodologia usada no trabalho conduzido por Campos et al. (2004).

Figura 30. Bombinha para polinização artificial da flor de Annonaceas. Foto: Santos et
al. (2001).
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O contrário sucedeu quando todas as flores protegidas e forçadas à autopolinização não


formaram frutos de pinha (Annona squamosa L.), confirmando a autoincompatibilidade
de flores isoladas por não haver coincidência nos estágios de maturação do pólen e
receptividade dos estigmas (dicogamia protogínica). Estudos com Annona cherimola
mostraram também que a autopolinização das flores não conduziu à formação de frutos
(MELO et al., 2002).

A mistura do pólen com o amido de milho não interferiu na formação dos frutos até a
percentagem de 50% quando se aplicou o pólen com pincel ou 75% quando se aplicou o
pólen com a bomba, mostrando que é possível fazer-se uma economia de pólen de 25 a
50% sem perder a eficiência no vingamento de frutos de pinheira. Todavia, a percentagem
de frutos perfeitos foi reduzida significativamente a partir da inclusão de 75% de amido
de milho na mistura com aplicação passando o pincel ou com bomba (CAMPOS et al.,
2004; Figura 31). Taxas de formação de frutos em pinheira, superiores a 80%, foram
também obtidas por Pereira et al. (2003), quando utilizaram pólen puro aplicado com
pincel.

Figura 31. Polinização artificial por meio do pincel e da bombinha. Fotos: Campos et al.,
2004).

O uso da bombinha polinizadora pode ser uma excelente opção em substituição ao uso
do pincel, com excelentes resultados de vingamento de frutos e rendimento três vezes
superior (Figura 31B). Recomenda-se adicionar 20% de talco junto aos grãos de pólen no
recipiente de armazenamento da bombinha polinizadora (MOTA FILHO, 2009).
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A pinha precisa de polinização artificial devido ao tempo de floração e à falta de


polinização por insetos. A coleta do pólen e a polinização artificial desperdiçam tempo.
Este estudo utilizou diferentes ferramentas de polinização para avaliar o efeito no
vingamento e na qualidade dos frutos da atemoia cv. ‘Gefner’. A ferramenta de
polinização inclui escova (pincel) de pelo de camelo, soprador, pistola de polinização de
plástico e caneta de polinização de plástico (Figura 32). Os resultados mostram que nas
flores de pinha foram usadas caneta de polinização de plástico e pistola de polinização de
plástico e tiveram velocidade de polinização mais rápida, de forma que cada flor precisa
de 9,2 segundos e 9,7 segundos, respectivamente. O soprador foi mais lento, levando 11,9
segundos cada flor. A pistola de polinização de plástico teve a melhor relação custo-
benefício, média de 175,2 flores/g pólen com antera, e o soprador teve a média de 102,0
flores/g pólen com antera. A porcentagem de frutos de pinha usados como ferramenta de
polinização foi de mais de 82% (TAITUNG DISTRICT AGRICULTURAL RESEARCH
AND EXTENSION STATION - TTDARES, 2016a).

Figura 32. Polinização de flores inclui as seguintes ferramentas: A) Escova (pincel) de


pelo de camelo; B) Soprador; C) Pistola de polinização de plástico e D) Caneta de
polinização de plástico. Fontes: Taitung District Agricultural Research and Extension
Station - TTDARES (2016a).
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Nas condições do Semiárido brasileiro, o período da polinização à colheita, no caso da


pinha, é de cerca de três meses na época mais quente e três meses e meio no inverno
(PEREIRA et al., 2010).

FENOLOGIA

A fenologia é o estudo dos eventos periódicos de desenvolvimento da planta, como eles


são afetados pelas condições ambientais e sua correlação com a morfologia da planta.
Estudar os estágios de desenvolvimento de uma determinada espécie vegetal elucida a
relação entre suas características morfológicas e fisiológicas e os fatores ambientais,
principalmente os climáticos.

Para obter qualidade de produção e aumentar a rentabilidade da lavoura de pinha, devem


ser empregadas técnicas de manejo, tais como: indução floral, polinização artificial,
desfolhamento, irrigação e adubação, tratamento fitossanitário, controle de plantas
daninhas, raleio de frutos, maturação da colheita e estratégias pós-colheita, entre outras
práticas que vêm sendo utilizadas por produtores mais tecnificados (SALVADOR, 2013;
SÃO JOSÉ et al., 2014). No entanto, para aplicar tais técnicas, é necessário um estudo
fenológico prévio do comportamento vegetativo e reprodutivo da espécie, uma vez que a
fenofase é influenciada pelas diferentes condições edafoclimáticas de cada região.

Para efeito de estudo, o ciclo reprodutivo da cultura da pinha é dividido em fases de


floração e frutificação, que por sua vez foram divididas em cinco fases:

Fase de florescimento: (1) multiplicação celular e formação do botão (crescimento


lento); (2) início do alongamento dos botões; (3) alongamento acelerado da flor até o final
do crescimento; (4) início da antese ou fase feminina da flor; (5) fim da antese ou fase
masculina com a queda das pétalas.

Fase de frutificação: (1) início do desenvolvimento do fruto pós-polinização; (2)


crescimento lento; (3) crescimento acelerado; (4) fim do crescimento e início da
maturação; (5) afastamento dos gomos ou ponto de colheita.

Para o ciclo produtivo 2014/2015, foi elaborada uma escala para ilustrar os principais
estádios fenológicos do desenvolvimento da pinha (Annona squamosa L.) nas condições
do cerrado de Roraima. A Figura 33A mostra o início do intumescimento da gema aos
seis dias após a poda de produção. O início da floração foi observado aos 16 dias após a
poda (Figura 33C). O período em que a flor de pinha é viável para polinização artificial
C a p í t u l o I | 51

é de 20 horas após entrar no estágio feminino (Figura 33H). A abertura da flor (antese)
ocorreu aos 36 dias após a poda (Figura 33I). O tempo ideal de colheita dos frutos foi de
106 dias (Figura 33U), 91 dias, 101 dias e 84 dias após a polinização e 147 dias para o
ciclo 2014/2014, 128 dias para o ciclo 2014/2015 (Figura 33U), 142 dias para a safra
2015/2015 e 132 dias para a safra 2015/2016 após a poda produtiva. O ciclo total (poda
da última colheita de frutos) foi de 176, 153, 175 e 162 dias para os ciclos 2014/2014,
2014/2015, 2015/2015 e 2015/2016, respectivamente. Essas diferenças podem ser
atribuídas às diferentes condições climáticas observadas em cada ciclo de produção
(MOURA et al., 2019).

Figura 33. Ilustração dos principais estágios fenológicos de plantas de pinha (Annona
squamosa L.) nas condições de savana de Roraima, no ciclo 2014. 2. Cantá - RR,
2014/2016. * DAP - Dias após a poda de produção. * DAF - Dias após a fecundação.
Fontes: Moura et al., 2019.
C a p í t u l o I | 52

No entanto, os períodos entre a poda de produção e o início da brotação apresentaram


resultados semelhantes quando comparados com outras regiões produtoras de anonaceas.
Ao estudar o desempenho vegetativo e reprodutivo de plantas de pinha em função de
diferentes comprimentos de ramos podados em Anagé-BA, Dias et al. (2004) registraram
dez dias desde a poda produtiva até o início da brotação.

Lemos et al. (2003) estudaram o efeito da desfolha na indução de brotação de ramos e


flores em um pomar em Maceió-AL e observaram que o início da brotação de gemas em
ramos totalmente desfolhados iniciou-se cerca de uma semana depois. Esses resultados
destacam a importância da poda de produção em conjunto com a desfolha para induzir
um novo ciclo de produção. Segundo Neto et al. (2010), a desfolha manual ou química
em associação com indutores de brotação é uma ótima alternativa para regular e aumentar
a brotação e promover a frutificação

Crescimento fenológico descrito na escala BBCH

A caracterização precisa dos estágios fenológicos das plantas sempre foi um desafio para
a comunidade científica. Na década de 1970, Zadoks et al. (1974) publicaram o primeiro
código decimal para padronizar a descrição dos estágios homólogos de desenvolvimento
de diferentes culturas, e Bleiholder et al. (1989) e Hack et al. (1992) desenvolveu
posteriormente a escala Biologische Bundesanstalt, Bundessortenamt, und Chemische
Industrie (BBCH), um sistema para codificar uniformemente estágios de crescimento
fenologicamente semelhantes entre todas as espécies de plantas monocotiledôneas e
dicotiledôneas.

A escala BBCH também foi usada em dois estudos de espécies de Annona. Uma escala
de dois dígitos descrevendo sete estágios principais de crescimento foi proposta para A.
cherimola Mill. (CAUTÍN; AGUSTÍ, 2005), e uma escala de três dígitos descrevendo
oito estágios principais de crescimento foi proposta para Annona squamosa L. (LIU et al.,
2014).

A temperatura é um dos fatores climáticos mais importante que afeta as taxas de


crescimento da planta (STEWART et al., 1998), e seu efeito no desenvolvimento da
planta pode ser estimado usando somas de calor, como graus-dia (DD) (WARRINGTON;
KANEMASU, 1983).
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O cálculo da DD acumulada (DDA) é muito importante para determinar a duração dos


ciclos fenológicos da cultura, pois variações que dependem das condições meteorológicas
só podem ser observadas se considerada a escala temporal (OLIVEIRA et al., 2012).
Além disso, os DDA são uma ferramenta importante para diminuir os riscos climáticos,
pois conhecer as exigências de temperatura de uma determinada cultura contribui para o
planejamento de práticas adequadas de manejo da cultura e pode ser usado para
determinar o potencial climático de uma região para melhorar a produção agrícola.

No trabalho realizado por Mendes et al. (2017), as plantas foram podadas duas vezes ao
longo do ano, em 22/08/2013 (inverno) e 28/03/2014 (outono), e, além da poda, foi
realizada a desfolha manual para estimular o crescimento vegetativo das gemas nas axilas
foliares. Após a poda, os estágios fenológicos foram caracterizados por meio de
observações visuais duas a três vezes por semana do estágio 00 até o início do estágio 91
(Figuras 34, 35 e 36). O comportamento fenológico foi avaliado por meio de fotografias
e das datas de observação, e os estágios fenológicos foram classificados com base na
escala BBCH (HACK et al. 1992). Um sistema numérico de dois dígitos foi usado com o
primeiro dígito correspondendo aos estágios principais de crescimento e o segundo aos
estágios secundários de crescimento. Além disso, foram calculadas as durações das
principais fases de crescimento ao longo dos dois ciclos da cultura.
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Figura 24. Principais estágios de crescimento (00-37) da pinha (Annona squamosa L.)
descritos pela escala BBCH em Janaúba, Minas Gerais, Brasil.
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Figura 35. Principais estágios de crescimento (38-71) da pinha (Annona squamosa L.)
descritos pela escala BBCH em Janaúba, Minas Gerais, Brasil.
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Figura 36. Principais estágios de crescimento (72-91) da pinha (Annona squamosa L.)
descritos pela escala BBCH em Janaúba, Minas Gerais, Brasil. Fonte: Débora S. Mendes
et al. (2017).
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Para quantificar as exigências de temperatura da planta no estudo conduzido por Mendes


et al. (2017), a soma de calor em DD foi determinada para os dois ciclos da cultura para
os seguintes subestágios fenológicos: (1) estágios 00 a 09: botões foliares fechados a
visíveis, pontas foliares de 5 mm; (2) estágios 10 a 19: primeiras folhas até as primeiras
folhas totalmente expandidas; (3) estágios 31 a 39: rebento em 10% do comprimento
final para rebento no comprimento final; (4) estágios 50 a 59: botões florais fechados e
cobertos por escamas claras a flores fechadas com pétalas formando uma longa corola;
(5) estágios 60 a 69: início da abertura das pétalas até o final da floração; (6) estágios 71
a 79: desenvolvimento do fruto, ou seja, o início do crescimento do ovário até o fruto de
tamanho característico para a espécie; e (7) estágios 81 a 89: aparecimento da coloração
dos frutos maduros até o completo amadurecimento dos frutos.

Para o desenvolvimento reprodutivo, foram descritos os estágios de emergência da


inflorescência (estágios 50-59), floração (estágios 60-69), desenvolvimento do fruto
(estágios 71-79) e amadurecimento do fruto com mudança de coloração (estágios 81 e
89) (Figuras 35 e 36). Durante a floração, observou-se dicogamia protogínica com
maturação dos órgãos femininos e masculinos separados no tempo. As flores
apresentavam um estágio pré-fêmea (estágio 60) e um estágio feminino (estágio 61),
durante o qual o estigma era receptivo e ideal para a polinização artificial. As flores
atingiram a fase pistilada funcional no estágio 65, quando o pólen foi liberado (MENDES
et al., 2017).

De acordo com Mendes et al. (2017), também foram detectadas diferenças nos estágios
reprodutivos entre os dois ciclos da cultura. Para o primeiro ciclo da cultura, observou-se
um intervalo de 41 dias entre a poda e a polinização (estágio 61), e 94 dias entre a
polinização e o amadurecimento dos frutos (estágio 81), totalizando 135 dias da poda à
colheita. Para o segundo ciclo da cultura, observou-se um intervalo de 39 dias entre a
poda e a polinização, sendo 105 dias entre a polinização e o amadurecimento dos frutos,
totalizando 144 dias da poda à colheita.

Os frutos foram considerados fisiologicamente maduros e prontos para a colheita no


estágio 81. Os frutos de pinha devem ser colhidos todos de uma vez, sendo o momento
da colheita determinado pela separação dos carpelos e pela coloração amarelo-esverdeada
do tecido intercarpelo (ARAÚJO-FILHO et al., 1998). Características semelhantes às do
estágio 81 também foram observadas no estágio 79 com frutos atingindo o tamanho
característico para a espécie, ocorrência de mudanças de coloração e separação dos
C a p í t u l o I | 58

carpelos. Dependendo das condições edafoclimáticas e geográficas da instalação do


pomar, a pinha pode ser colhida nos estágios 79 a 81, que corresponderam a 135 dias após
a poda para o primeiro ciclo da cultura e 144 dias para o segundo ciclo da cultura.

A colheita comercial é realizada quando a maturação dos frutos está completa, que
ocorreu aos 149 e 164 dias para o primeiro e segundo ciclo da cultura,
respectivamente, de modo que é possível, por meio de manejo adequado da cultura e
irrigação, produzir duas colheitas anuais dependendo da região. O fruto maduro para
consumo (estágio 89) caracterizou-se pelo sabor e firmeza do fruto típicos da espécie.

MELHORAMENTO

Os frutos de Annona são saborosos, com polpa doce e cremosa e sabor perfumado quando
totalmente maduros (PAREEK et al., 2011), além de apresentarem componentes
bioativos com potencial medicinal (VILAR et al., 2008, 2011; QUÍLEZ et al., 2018). No
entanto, o desenvolvimento de variedades sem sementes dessas plantas adaptadas às
condições brasileiras ainda é limitado (PEREIRA et al., 2019).

De acordo a Donadio (1997b), na cultura da pinha não existem praticamente variedades


melhoradas e as perspectivas para a seleção ou introdução de variedades são os principais
pontos para a melhoria da espécie. Por esse motivo, nos cultivos, são identificadas apenas
as espécies botânicas já conhecidas. Para Mahdeem (1990), dentre os objetivos do
melhoramento das anonaceas estão a qualidade, a aparência, a consistência dos frutos, a
produtividade e a viabilidade de pólen.

Donadio (1998) relata que, na maioria dos cultivos com fins comerciais, as plantas são
propagadas através de sementes, fator positivo no que diz respeito à variabilidade
genética. Segundo esse autor, as seleções são realizadas pelos próprios produtores e em
alguns casos por instituições de pesquisa. Com relação à conservação de germoplasma,
existem catalogadas cerca de 700 acessos (FERREIRA, 1997)

O Banco de Germoplasma de Annonaceae da Universidade Estadual de Montes Claros


(UNIMONTES) tem potencial para programas de melhoramento dessas plantas. A
cultivar brasileira sem sementes, originária de uma mutação natural, é a única cultivar
sem sementes de Annona squamosa desenvolvida no Brasil, mas apresenta formato
irregular e baixo rendimento e valor comercial (PEREIRA et al., 2014).
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A herança da característica de fruto sem sementes de Annona squamosa ainda não foi
esclarecida. Técnicas moleculares podem auxiliar em programas de melhoramento,
principalmente na seleção assistida do gene de interesse. O gene INO pode estar
relacionado ao desenvolvimento da semente dessas frutas. Pois, uma variedade aspérmica
de Annona squamosa designada 'Thai seedless' produz frutos sem sementes de tamanho
normal após a polinização. A estenospermia neste mutante deve-se à supressão do gene
INO, levando a uma perda do tegumento externo do óvulo, o que afeta o desenvolvimento
da semente (LORA et al., 2011). Os primeiros relatos sobre a condição aspérmica da
variedade ‘Brazilian seedless’ surgiram a partir de 2014, juntamente com o tipo
estenospermia, que pode estar relacionado à supressão do gene INO (SANTOS et al.,
2014).

A transferência da característica sem sementes de Annona squamosa 'cv. Brasileira sem


Sementes' para genótipos de atemóia com potencial para comercialização pode melhorar
o cultivo de fruteiras. Isso torna necessário entender a herança da característica e
conservação do gene INO em Annonaceae como o mecanismo de estenospermia e a
ocorrência de seedless nesta família.

Os frutos de todos os indivíduos dos acessos M1 e M2 e das progênies F1 (P1 x M1 e P1


x M2) apresentaram sementes. A característica sem sementes foi observada apenas nos
frutos do genitor masculino P1 (parental P1), cultivar brasileira sem sementes (Figura
37). Esses dados preliminares sugerem uma herança monogênica com interação alélica
do tipo dominância completa. A ausência de sementes da variedade Annona Brasileira
sem Sementes deveu-se à formação de um fruto estenospermal com sementes
parcialmente formadas devido ao seu aborto após a fertilização, conforme relatado para
Vitis vinifera e Annona squamosa (BOUQUET; DANGLOT, 1996; LORA et al., 2011;
MENDES et al., 2012; SANTOS et al., 2014).

Figura 37. Corte transversal dos frutos de Annona squamosa da cultivar Brasileira sem
Sementes (P1) (A) e geração F1: P1 x M1 (B), P1x M2 (C). Fotos: Nassau et al. (2023).
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VARIEDADES DE PINHA

Brasil. A única variedade de pinheira definida e registrada no Brasil é a Brazilian


Seedless, sem sementes (Figura 38). É conhecida também uma planta mutante de pinha
sem sementes, originada de uma mutação somática natural. A pinha sem sementes é
encontrada no Brasil e Cuba (MANICA, 1997). No Brasil, é chamada também de Ata de
Pitaguari, pois foi pela primeira vez encontrada no campo de sementes de Barreira
Vermelha no município cearense de Redenção pelo engenheiro agrônomo José Chaves
da Cunha em 1940. Foi levada para a Estação Experimental de Fruticultura de Santo
Antônio de Pitaguari onde foi multiplicada por enxertia (GOMES, 1999). Entretanto, pelo
formato irregular dos frutos e problemas na conservação pós-colheita, não tem sido uma
boa opção para o plantio comercial. Apesar da inexistência de outras variedades, são
recomendadas para o plantio algumas seleções: IPA-18.2, IPA-17-2 e IPA-17-3,
desenvolvidas por Carvalho et al. (2000), com produções médias de 11,7; 10,6 e 10,6 kg
de frutos/planta/ano, respectivamente. Outro material indicado para plantio no Brasil são:
Pinha FAO I, Pinha AP e Pinha FAO II. (LUNA, 1988 citado por FIORAVANÇO,
PAIVA, 1994).

Figura 38. Variedade Brazilian Seedless, sem sementes. Foto: Nassau et al. (2023).
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Os produtores brasileiros fazem o uso da tradicional cv. Crioula, domesticada e cultivada


desde a sua introdução no século XVII na Bahia pelo Conde de Miranda (PINTO et al.,
2005). Por ser uma espécie alógama, cruzamento intra e interespecíficos vem
acontecendo durante séculos que aliados às mutações naturais podem ter influenciado a
origem de algumas variações genotípicas no formato, cor e textura observadas na espécie.

Em Alagoas, no município de Palmeira dos Índios, foi observada uma interessante planta
mutante com características morfológicas diferentes da cv. Crioula. Essa planta vem
sendo clonada por enxertia na Universidade Federal de Alagoas desde o início dos anos
2000 e tem sido denominada de cv. Verdinha por apresentar como característica principal
a coloração verde intensa de suas folhas e frutos (Figura 39). A coloração verde intensa
pode estar associada a ausência de uma cobertura cerosa típica existente em folhas e frutos
da cultivar tradicional Crioula (LEMOS et al., 2010a).

Figura 39. Genótipos distintos de Annona squamosa L. localizados na região de Palmeira


dos Índios, Alagoas: cv. Crioula e cv. Verdinha (B). Fotos: Eurico E. P. Lemos, 2008.

A pinheira possui mecanismos morfológicos e fisiológicos que permitem conviver de


forma produtiva em ambientes ecologicamente diferentes quanto à disponibilidade de
água. A espécie pode produzir economicamente em zonas semiáridas onde faz uso de
mecanismos de resistência ao estresse hídrico para evitar a desidratação por transpiração
e, na pinheira, a cutícula serosa em suas folhas participa ativamente desse mecanismo
(OLIVEIRA et al., 2005). O sucesso da cultura da pinha em zonas de baixa precipitação
como o agreste de Alagoas e os sertões de Pernambuco e da Bahia mostra que essa é uma
espécie com adaptações morfofisiológicas para estes ambientes.
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A camada cerosa que recobre as folhas da pinheira é uma característica xeromórfica e tem
como função reduzir a transpiração de água dos tecidos subepidérmicos (LEMOS, 1994).
Apesar da ausência da cutícula serosa nas folhas da cv. Verdinha, esta falta parece não
interferir no processo de crescimento e desenvolvimento da planta, assim como a
formação das flores e dos frutos, pelo contrário, frutos dessa cultivar apresentam
características superiores (Figura 40), e que tem chamando a atenção de pesquisadores.

Figura 40. Frutos de pinheira mostrando diferentes tons de verde (a) cv. Crioula; (B) cv.
Verdinha. Fotos: Eurico E. P. Lemos, 2009.

A textura encontrada nas cascas dos frutos das pinheiras da cv. Verdinha revela saliências
mais acentuadas do que a da cv. Crioula, outra característica que pode ser usada para
diferenciar as duas cultivares (Figura 41).

Figura 41. Frutos de pinheira: cv. Crioula (A) e cv. Verdinha (B), destacando diferenças
na textura da casca dos frutos. Fotos: Eurico E. P. Lemos, 2009.
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As mutações espontâneas apresentam-se como uma das fontes mais importantes para
introdução de variabilidade genética em programas de melhoramento que visam obter
cultivares com maior produção, com frutos mais firmes, de boa aparência, resistentes a
doenças e saborosos (SOARES FILHO et al., 2003).

Taiwan. Para a técnica de produção em Taiwan, a polinização manual é comumente


usada pelos produtores durante a produção da pinheira para obter uma boa forma e
melhorar a taxa de vingamento dos frutos. Na década de 1980, a principal cultivar
comercial era uma cultivar local com peso de 150-350 g. Na década de 1990, tornou-se
popular uma cultivar 'Soft Sticks', um mutante de uma cultivar local com um tamanho
de fruta maior, cerca de 250-500 g. Enquanto isso, a Estação de Extensão Agrícola e de
Pesquisa do Distrito de Taitung (Taiwan) desenvolveu algumas cultivares desde 2001,
'Taitung No.1', com um peso de fruta de 380-550 g, e 'Taitung No. 2' lançada em 2009,
com um peso de fruta de 500-1.100 g; e 'Tainung No.3' foi lançado em 2013, com frutas
pesando 400-850 g. Atualmente, ‘Taitung No. 2’ tornou-se a principal cultivar ocupando
mais de 90% da produção em Taiwan (LEE et al., 2018; Figura 42).

Figura 42. Cultivares de pinha 'Taitung No. 2' (esquerda) e 'Taitung No. 1' (direita). Foto:
Lee et al. (2018).

USA. No sul da Flórida, diversas variedades de pinha vêm sendo utilizadas pelos
produtores, dentre estas a cultivar Lessard Thai, que apresenta as características de casca
verde com peso dos frutos que varia entre 227 e 454 g e a cultivar Kampong Mauve, de
casca vermelha, com frutos de peso médio entre 136 e 398 g (Figura 43). Em Petrolina,
PE (Brasil), a Fazenda Boa Fruta já produz e comercializa a pinha roxa, possivelmente,
um material mutante (Figura 44).
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Figura 43. Frutos de pinha da cv. Lessard Thai e pinha vermelha. Fotos: Jonathan Crane
(A-B) e University Florida (C).

Figura 44. Pinha vermelha.

Variedade LeahReese. A variedade LeahReese' foi uma plantinha casual avaliada e


selecionada na Universidade da Flórida, IFAS, Tropical Research and Education Center,
Homestead, FL. A fruta possui excelentes características físicas e químicas, bem adaptada
às condições edafoclimáticas do sul da Flórida. Os frutos polinizados à mão são grandes
e simétricos. A variedade 'LeahReese' tem excelente sabor e um teor de fibra muito baixo.
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Em geral, frutos da cultivar 'LeahReese' são significativamente maiores e têm maior valor
Brix (25,48 Brix) e porcentagem de conteúdo de polpa (50,43%) em comparação com a
maioria das outras plantas e cultivares descritas (BOMFIM et al., 2014; BRANDÃO;
SANTOS, 2016; PINTO et al., 2005). Isso se deve, em parte, à polinização manual. No
entanto, frutos de qualidade comparável da polinização natural foram observados
(CRANE, 2018). Na maturidade, a casca é verde clara, com as aréolas individuais
ligeiramente separadas e levemente delineadas em amarelo-esbranquiçado. À medida que
o fruto amadurece, as aréolas continuam a se separar e a polpa amolece (Figura 45). A
polpa é branca cremosa, quase sem esclereídeos (células pétreas), e contrasta com as
sementes marrons. A polpa tem um sabor doce, subácido e excelente. As frutas maduras
podem ser armazenadas por 3 a 5 dias antes de perderem qualidade (CRANE et al., 2021).

Figura 45. (A) Árvores da cultivar ‘LeahReese’, (B) fruto dentro da árvore, (C) peso do
fruto, (D) diâmetro longitudinal, (E) diâmetro transversal e (F) polpa com sementes.
Fotos: Crane et al. (2021).
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Morton (1987), afirma que horticultores hindus estudam a diversidade de annones


silvestres e cultivados em diferentes países e reconhecem onze tipos: 'Red' (Annona
squamosa var. Sangareddyiz), 'Red-speckled', 'Crimson', 'Yellow', 'White-stemmed',
'Mammoth' (Annona squamosa var. Mammoth), 'Balangar', 'Kakarlapahad',
'Washington', 'Barbados' e 'British Guiana'. Outras cultivares crescem na Estação
Experimental Sabahia, no Egito: ‘Beni Mazar’, ‘Abd El Razik’

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

O fruto da pinha (Annona squamosa L.) é considerado o mais doce entre as Annonas, por
isso é mais utilizado como sobremesa proporcionando um sabor delicioso (PINTO et al.,
2005). Rende cerca de 40-50% de polpa e é uma boa fonte de carboidratos, minerais e
proteínas (HASHMI; PAWAR, 2012). Além disso, a fruta é rica em amido quando firme,
mas aumenta acentuadamente em açúcar à medida que amolece para uma consistência de
creme quando totalmente madura (SHROEDER, 1971). A Tabela 3 apresenta a
composição química dos frutos da pinha.

Tabela 3. Composição química de 100 g de polpa comestível de frutas de pinha.

COMPONENTES PINHA
Água (g) 68,6-75,9
Proteínas (g) 1,2-2,4
Lipídios (g) 0,1-1,1
Carboidratos (g) 18,2-26,2
Fibra (g) 1,1-2,5
Acidez total 0,1
Cálcio (mg) 17,0-44,7
Fósforo 23,6-55,3
Ferro (mg) 0,3-1,8
Vitamina A (mg) 0,004-0,007
Vitamina B1 (mg) 0,10-0,11
Vitamina B12 (mg) 0,057-0,167
Vitamina B5 (mg) 0,65-1,28
Ácido ascórbico (mg) 34,0–42,2
Fonte: Pinto et al. (2005).

De acordo com Luna (1997b), a composição de 100 g de parte comestível da pinha é a


seguinte: Calorias 105; Água 73,3 g; Carboidratos 23,9 g; Proteína 1,6; Gordura 0,3 g;
Cálcio 200 mg e Fósforo 40 mg. A pinheira produz frutos com peso médio entre 200 g e
400 g, sendo 54,2% de polpa, 38,2% de casca e 7,6% de sementes. As determinações
físicas e químicas da polpa mostram um teor de sólidos solúveis totais acima de 20º Brix
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e acidez total titulável abaixo de 0,24% (ARAÚJO FILHO et al., 1998). Para Alves et al
(2000), o fruto possui, em média, 39,16% de casca, 11,03% de sementes, 48,13% de polpa
e 1,68% de eixo, citando também algumas características da polpa do fruto maduro, como
segue na Tabela 4.

Tabela 4. Características da polpa da fruta-do-conde madura.

Características Médias
Sólidos Solúveis Totais (ºBrix) 27,00
Acidez Total Titulável (%) 0,34
Sólidos Solúveis/Acidez 80,14
pH 5,23
Açucares Solúveis Totais (%) 19,23
Açúcares Redutores (%) 15,96
Amido (%) 0,87
Pectina Total (%) 0,66
Pectina Solúvel (%) 0,31
Vitamina C (mg/100 g) 28,35
Fonte: Alves et al. (2000).

Rego et al. (1989), analisando a polpa de frutas maduras, encontraram os seguintes


valores: pH 4,35, Brix de 24 Graus, sólidos solúveis totais de 25,29% e acidez titulável
de 0,88%. Beerh et al. (1983) citados por Pal e Kumar (1995) asseguram que, para frutos
maduros a quantidade de sólidos solúveis totais varia de 20,6 a 28,0%, enquanto a acidez
flutua entre 0,3 a 0,4%, predominando o ácido cítrico.

PROPAGAÇÃO DA PINHEIRA

A propagação da pinheira pode ser realizada de duas formas: a forma sexuada através da
semente, comumente utilizada pelos produtores, e a forma assexuada ou vegetativa,
mediante o uso de partes do vegetal que se deseja propagar (GAMA; MANICA, 1994).

Propagação sexuada

Sementes. A pinheira é propagada normalmente por sementes na maioria das regiões


produtores. Como é uma planta alógama – prioritariamente de fecundação cruzada e
heterozigota – apresenta um razoável grau de variabilidade entre plantas, o que tem dado
origem a pomares desuniformes com variações qualitativa e quantitativa na produção dos
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frutos, dificultando ainda mais a comercialização interna e externa. Além disso, o método
de propagação seminal acarreta num longo período juvenil e improdutivo (OLIVEIRA et
al., 2005; Figura 46).

Figura 46. Mudas de pinha obtidas por sementes. Foto: Natureza Bela.

Propagação assexuada

A manutenção de características genéticas entre gerações de plantas alógamas somente


é possivel através de uso de técnicas de propagação assexuada. A propagação assexuada
ou vegetativa é uma prática comum para diversas frutíferas, porém, para a pinheira, essa
técnica ainda é pouco utilizada tanto por estaquia como por enxertia. A propagação de
pinheira por enxertia tem sido utilizada com sucesso por Lemos et al. (2010b).

1. Enxertia. A enxertia é uma prática mundialmente utilizada em larga escala em diversas


espécies frutíferas, onde sua utilização permite a reprodução integral do genótipo que
apresenta características desejáveis. Como vantagem adiciona, a propagação por enxertia
permite que as plantas entrem em fase de produção mais cedo (CARVALHO et al., 2000).

A pinheira pode também ser propagada vegetativamente por garfagem em fenda cheia e
à inglesa simples, utilizando-se como porta-enxerto plantas da própria espécie (LUNA,
1997b). Na pesquisa de enxertia desenvolvida por Lemos et al. (2010b), não foi utilizado
nenhum método de quebra de dormência das sementes de pinheira. Após o plantio, os
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tubetes foram mantidos em telado com 50% de sombreamento e irrigações diárias de 20


minutos por microaspersão. Enquanto os enxertos foram colhidos de plantas sadias e
vigorosas, com cinco anos de idade, cultivadas no município de Palmeira dos Índios –
AL, e tiveram as suas folhas cortadas em sua totalidade antes de serem umedecidos,
acondicionados em papel-toalha e postos dentro de sacos plásticos, por 24 horas, até o
momento da enxertia.

Na garfagem de topo, procedeu-se à decapitação do porta-enxerto, a uma altura de 4 cm,


a partir do colo da planta (mudas seminais). Em seguida, fez-se um corte vertical em fenda
cheia com 1 cm de comprimento. No garfo, fez-se um corte em bisel, com 1 cm de
comprimento na extremidade inferior. Após a inserção do garfo sobre a fenda produzida
no porta-enxerto, utilizou-se uma fita biodegradável para unir os tecidos. Finalmente,
cobriu-se o enxerto com um pequeno saco plástico transparente preso logo abaixo do
enxerto (LEMOS et al., 2010b; Figura 47).

Figura 47. Enxertia tipo fenda cheia em porta-enxerto de muda seminal. Após a enxertia,
o garfo é protegido por um saco plástico.

No trabalho realizado por Lemos et al. (2016b), foram utilizados 90 porta-enxertos para
cada idade, divididos em dois tamanhos de tubetes (150 cm3 e 230 cm3). Após a enxertia,
as plantas foram colocadas sob telado, com 80% de sombreamento, até a caracterização
do pegamento, aos 21 dias. Posteriormente, as mudas foram levadas para a aclimatização
sob telado com 50% de sombreamento, por mais 15 dias, e, após esse período, foram
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levadas para o sol pleno e computadas as porcentagens de pegamento dos enxertos (Figura
48).

Figura 48. Mudas enxertadas de pinha.

Lemos et al. (2010b) estabeleceram com sucesso um protocolo para enxertia precoce da
pinheira, mostrando que porta-enxertos com três meses de idade desenvolvidos em
tubetes com capacidade de 150 cm3 e 230 cm3 e enxertia do tipo garfagem de topo em
fenda cheia atingiram níveis ótimos de pegamento de 96,69%. O uso de tubetes, além de
reduzir o volume do substrato, melhorou o aproveitamento do espaço no viveiro e reduziu
o peso e o custo de transporte de mudas quando comparado com a produção de sacos
plástico com capacidade de 1.500 cm3.

Altos índices de pegamento estão sempre associados a um estado fisiológico coincidente


entre o porta-enxerto e o enxerto. Isso significa que ambas as partes devem estar
vigorosas, em pleno crescimento e com boa circulação das seivas mineral e orgânica nos
vasos de xilema e floema, respectivamente (OLIVEIRA et al., 2005).

Estaquia. A propagação vegetativa por estaquia se constitui em um dos métodos mais


simples, fáceis e rápidos de clonagem de fruteiras lenhosas, e baseia-se no princípio da
totipotência vegetal, onde é possível se regenerar adventiciamente uma planta inteira a
partir de um segmento de outra (HARTMANN et al., 2002).
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Essa técnica em pinheira tem sido estudada por alguns autores (CASAS et al., 1984;
GETTYS et al., 1995; SAMPAIO, 1992; SILVA, 2003), porém, o seu sucesso tem sido
bastante limitado, pois, segundo os autores, trata-se de uma espécie de difícil
enraizamento.

Estudos de enraizamento de estacas são necessários para que o técnico saiba identificar
os tecidos alvo e as zonas preferenciais para indução de primórdios radiculares, pois o
sucesso ou insucesso da técnica pode estar relacionado as barreiras anatômicas ou falhas
no protocolo técnico (ONO; RODRIGUES, 1996).

No trabalho de enraizamento de pinheira realizado por Salvador (2011), as estacas


semilenhosas foram obtidas de brotações vigorosas de pinheiras com 4 anos de idade da
cv. Verdinha (Figura 49), propagadas por enxertia e estabelecidas no pomar comercial da
Fazenda Paxiúba, localizado no Povoado Alto Vermelho, no município de Palmeira dos
Índios, Alagoas (9º 26’ 22,4” S, 36 41’ 2,6” W e 295 m de altitude).

Figura 49. Matriz da pinheira da cv. Verdinha com 4 anos de idade. Foto: Eurico E. P.
Lemos (2010).
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As estacas coletadas foram padronizadas com quatro folhas cortadas transversalmente ao


meio (Figura 50), e reduzidas ao comprimento de 12 cm com corte transversais nas bases.
Em seguida, as estacas foram mergulhadas em soluções fungicida à base de tiofanato
metílico (Cercobim 700 PM) na concentração de 4 g/L por cinco minutos. Após o
tratamento, renovou-se o corte em bisel na base de cada estaca com auxílio de um estilete
esterilizado (SALVADOR, 2011).

Figura 50. Obtenção das estacas de novas brotações da cv. Verdinha (A) na base da planta
(brotações novas ou rebentos de primórdios radiculares); estaca preparada com 15 cm de
comprimento com suas folhas cortadas transversalmente ao meio (B); distribuição das
estacas em tubetes sobre as bancadas suspensas na estufa com nebulização intermitente.
Fotos: Taciana Lima Salvador (2010).
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Estudo conduzido por Silva (2008) sobre o enraizamento de estacas de pinheira, graviola
e atemoeira, constatou os efeitos das auxinas ANA e AIB na emissão das raízes. Assim,
a melhoria das técnicas de propagação vegetativa, visa o aumento da produtividade, além
de manter a homogeneidade e a qualidade dos pomares (SCALOPPI JUNIOR, 2007).

Renovação da copa. Ocasionalmente, um produtor de annona pode estabelecer um


pomar com uma cultivar improdutiva, cujos resultados negativos só aparecerão três anos
depois. Ele pode substituir o dossel indesejado usando métodos de enxertia para
renovação da copa (GEORGE; NISSEN, 1987), essencialmente estabelecendo um novo
pomar produtivo com uma cultivar de alta qualidade sem replantio (Figura 51).

Figura 51. Etapas da técnica de enxertia usada para regenerar uma copa improdutiva de
uma árvore Annona. Foto: Pinto et al. (2005).
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CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS

A pinha (Annona squamosa L.), também conhecida como pinha ou ata, está adaptada a
diferentes condições edafoclimáticas, o que favoreceu sua expansão mundial. A espécie
é nativa da América tropical, principalmente das Antilhas, podendo ser cultivada em áreas
tropicais e subtropicais (LIU et al., 2015). A pinha tem sido cultivada comercialmente na
África, América do Sul, Austrália, Índia, México, no Sul e nos Estados Unidos, Filipinas
e Tailândia (PINTO et al., 2005; CRANE et al., 2016). Por ser um país grande, o Brasil
pode produzir altas produtividades quando comparado com outros países produtores,
principalmente nos estados com clima quente, pouca chuva e estação seca bem definida
durante o ano (LEDERMAN; BEZERRA, 1997).

1. Condições climáticas

Temperatura e Umidade Relativa - As temperaturas ideais para o desenvolvimento e


produção da pinha variam de 23 – 34 ºC, 70% de umidade relativa do ar ou acima, durante
a floração e frutificação, boa umidade do solo da floração até a colheita, e um período
seco de vários meses que precedem o florescimento da planta. Adapta-se bem aos climas
tropicais com altas temperaturas no verão e no inverno, com temperaturas médias acima
de 15 ºC e não sujeitos a geadas. A pinheira é muito sensível ao frio, perdendo as folhas
abaixo de 10 ºC e morrem sob temperaturas abaixo de 0 ºC.

Portanto, a pinheira é menos tolerante ao frio (NAKASONE; PAULL, 1998) e mais


tolerante às altas temperaturas do que a cherimoia (PINTO et al., 2005), pois a árvore
perde as folhas com o advento do frio e pode permanecer dormente até a primavera,
dependendo da temperatura e da quantidade de chuva recebida durante o inverno. Desta
forma, resiste a longos períodos de seca (PHILLIPS; CAMPBELL, 1994) e torna-se
sensível a longos períodos de frio (PINTO et al., 2005). As melhores temperaturas para o
cultivo de pinha são de 21-30°C (SCUC, 2006), podendo suportar temperatura até 41°C.

Estresse Hídrico - A pinheira pode sobreviver a prolongados períodos sob estresse


hídrico, mas para isto, o crescimento fica comprometido e as folhas caem em detrimento
do desenvolvimento do fruto. De maneira geral, estresse hídrico prolongado ocasiona
redução na percentagem de frutificação, no tamanho do fruto e na produção, enquanto
baixas umidades do ar (<70%) durante o florescimento levam a uma redução no
pegamento do fruto.
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A pinheira apresenta comportamento caducifólio no período de estresse hídrico. As suas


folhas escondem gemas laterais subpeciolares que somente brotam quando as folhas que
as cobrem sofrem abscisão. Esse fato associado à produção de gemas florais
exclusivamente em ramos novos, determina a necessidade do desfolhamento natural ou
artificial para que a planta floresça.

Em zonas com períodos de estresse hídrico, as folhas murcham e sofrem abscisão parcial
ou total dependendo do rigor da estação seca e a planta entra em repouso vegetativo. A
volta das chuvas ou a administração de água através da irrigação promove a rebrota dos
ramos e a sua floração. Em zonas mais úmidas, doenças foliares como a antracnose podem
determinar esta queda, seguida de um repouso vegetativo e posterior brotação. Esses
fatores controlados ou não, serão responsáveis para determinar a época de produção.

Por outro lado, a pinheira é bastante suscetível às condições de solos excessivamente


úmidos ou sob condições de inundação e acúmulo de água. Inundações por 7 a 10 dias
resultam em morte da planta, sendo que os sintomas típicos incluem o amarelecimento da
folha (clorose), paralisação do crescimento da folha e do ramo, murchamento e
escurecimento da folha, queda de folha, declínio e morte da planta.

Para a maioria das Annonas, a pinha é provavelmente a espécie mais tolerante à seca e
cresce, mas produz mal em regimes de alta pluviosidade (NAKASONE; PAULL, 1998).
Sua resistência à seca se deve principalmente ao seu hábito de crescimento caducifólio,
pois não apresenta folhas durante os meses de estiagem (PINTO et al., 2005).

A precipitação média anual necessária para o crescimento da Annona squamosa (pinha)


foi determinada por Orwaet al. (2009) como sendo acima de 700 mm. A temperatura é
um fator limitante principalmente para as annonas tropicais, como a pinha, pois baixas
temperaturas (<14°C) podem danificar ou mesmo matar as árvores jovens, embora as
plantas adultas possam apresentar alguma tolerância. Em geral, altas temperaturas
(>30°C) e baixa UR (<30%) causam polinização pobre em todas as espécies de Annona,
mesmo no caso de polinização manual (NAKASONE; PAULL, 1998).

Ventos – Ventos secos durante a floração reduzem a frutificação, e os frutos podem


apresentar cicatrizes devido à ocorrência de ventos fortes durante seu desenvolvimento.
Em regiões sujeitas à ventos fortes, recomenda-se o plantio de quebra-ventos próximos
ao pomar, com o objetivo de minimizar esses efeitos. Os ventos frios, em particular,
causam escurecimento deles (chilling) (KAVATI; PIZA Jr., 1997).
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Altitude - A pinha é uma cultura tropical de terras baixas que cresce em altitudes entre 0
e 2.000 m (ORWAET al., 2009) e latitudes entre 22,5° Norte e Sul (PINTO et al., 2005).
Além disso, Scuc (2006) considerou que esta cultura pode crescer apenas em altitudes de
até 800 m. Com efeito, é uma cultura de frutas áridas, de natureza resistente (PATEL et
al., 2010), que se dá bem quando há um inverno ameno e pode sobreviver à seca, mas
requer verões amenos com umidade uniformemente distribuída para crescimento e
vingamento dos frutos (SCUC, 2006).

Salinidade – A pinheira não tolera solos salinos nem água de irrigação com altos teores
de sais. Os sintomas de estresse salino incluem necrose do limbo e ápice das folhas,
escurecimento e queda das folhas, declínio do tronco e morte da planta.

2. Condições edáficas

A pinheira é uma planta considerada bastante rústica, cresce e produz frutos em solos
argilosos e secos, embora as condições ótimas de produção são encontradas nos solos de
boa profundidade, de média fertilidade e bem drenados, é pouco tolerante aos solos com
muita água parada (MANICA, 1994; RÖDEL, 1996). Oliveira (1991) e Vieira et al.
(1994), comentam que a pinheira é uma fruteira que se adapta a vários tipos de solos,
porém, o preferencial é o areno-argiloso que possua boa profundidade, seja bem drenado
e apresente pH na faixa de 5,5 a 6,5.

Devem-se evitar solos muito argilosos, pouco profundos ou localizados em baixadas, por
encharcarem com facilidade nas épocas de chuvas intensas. Solos sujeitos ao
encharcamento proporcionam também condições ideais para o desenvolvimento de
podridões de raízes.

A profundidade do solo é de fundamental importância no cultivo da pinheira, uma vez


que, em solos rasos, as plantas não se desenvolvem adequadamente, além de quando
associado a um lençol freático superficial, ficarem sujeitas à exposição das raízes à
umidade excessiva.

SISTEMA DE PRODUÇÃO

Para o cultivo da espécie Annona squamosa deve aplicar as melhores condições


agronômicas ao longo o seu ciclo de produção (vegetativo e reprodutivo), visando obter
uma maior produtividade da pinheira.
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ESCOLHA DA ÁREA

A escolha adequada do local para plantio é fundamental para o incremento na produção


e na qualidade dos frutos. Devem-se levar em consideração principalmente as condições
edafoclimáticas, embora as anonáceas possam adaptar-se a diferentes tipos de solo.

Na escolha do local do plantio, devem-se dar preferência às áreas com declividade de 5 a


8% para melhor escoamento das águas durante o período de chuvas intensas. Os terrenos
planos a suavemente ondulados (declives menores que 8%) são mais adequados, pois
facilitam o manejo da cultura, a mecanização, as práticas culturais, a colheita e a
conservação do solo.

A pinha é mais adaptada a condições climáticas tropicais, com temperaturas médias mais
elevadas, cerca de 30 ºC. Temperaturas abaixo de 11 ºC, associadas à ocorrência de
ventos, causaram severas injúrias por frio em frutos de pinha no mês de julho, na região
Norte de Minas Gerais (NIETSCHE et al., 2008). A implantação de quebra-ventos e a
programação da safra para épocas adequadas podem evitar este problema.

ANÁLISE DE SOLO E CALAGEM

Antes do estabelecimento do pomar é necessário realizar a destoca e roçagem do terreno,


pelo menos 6 meses antes do plantio. Após essas operações são retiradas amostras do
solo. Para isso, uma amostra composta de solo (média de 20 subamostras) deve ser
retirada do terreno homogêneo, nas camadas de 0-20 e 20 a 40 cm de profundidade. Para
a amostragem de solo são necessários os seguintes materiais: trados ou com pá de corte,
balde plástico e saco plástico. O trado torna a operação mais fácil e rápida. Além disso,
ele permite a retirada da amostra na profundidade correta e da mesma quantidade de terra
de todos os pontos amostrados.

A pesquisa já demonstrou que quanto maior o número de amostras simples tomadas para
compor uma amostra composta, maior é a possibilidade de se ter uma amostra
representativa. No caso de área homogênea, tomam-se amostras em 10 a 12 pontos bem
distribuídos, limpando-se em cada local a superfície do terreno, retirando-se as folhagens,
resíduos orgânicos, etc, sem, contudo, raspar a terra. O número no qual o erro amostral é
bastante reduzido é de 20 amostras simples compondo uma amostra composta. Em cada
ponto, retirar os detritos na superfície do solo. Essas subamostras devem ser armazenadas
em balde plástico e, ao final da coleta, serem homogeneizadas, gerando uma única
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amostra de um quilo. Em seguida, deve-se secar o solo, armazená-lo em saco plástico ou


caixa de papelão (Figura 52), identificar corretamente a embalagem e enviá-la para
laboratório de confiança, que indicará a necessidade ou não de calagem e de adubação.
Em solos ácidos (pH 4,5- 5,0) e de acidez média (5,1 – 5,5), a correção da acidez pela
calagem é necessária.

Figura 52. a) Abertura da cova em forma de V; b) Corte de uma lâmina de solos de 2 a 3


cm; e c) Disposição dos pontos de amostragem de solos em forma de ziguezague e d).
Armazenando em caixa de papelão.

Baixos teores de macro e micronutrientes serão corrigidos com adubação química e


orgânica, enquanto que correção da acidez e a neutralização do alumínio serão feitas com
aplicações de calcário dolomítico que contém cálcio e magnésio. A calagem tem dupla
finalidade para a pinheira, como ocorre com outras culturas: a) corrigir a acidez do solo;
e, b) fornecer cálcio e magnésio para a planta.

Em torno de 120 dias antes do plantio, recomenda-se realizar a aração, aplicando-se


metade da quantidade necessária de calcário na área total. Um mês após a aração é
realizada a gradagem juntamente com a aplicação da outra metade do calcário.

PREPARAÇÃO DO SOLO

Um bom preparo do solo é fundamental para a cultura da pinheira, a fim de favorecer o


desenvolvimento e o aprofundamento do sistema radicular da planta, particularmente
naqueles de textura argilosa sujeitos ao ressecamento e à formação de camadas
impermeáveis.

É importante que os solos tenham uma profundidade mínima efetiva de 1,00 m a 1,20 m,
e estejam livres de pedras, camadas pouco permeáveis e variações do lençol freático para
melhor desenvolvimento do sistema radicular, com adequada absorção de água e
nutrientes (SOUZA et al., 2003). Em solos sujeitos a encharcamento é necessário o
emprego de um sistema eficiente de drenagem. Para áreas com declividade superior a 5%,
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práticas conservacionistas devem ser adotadas, como plantio em curvas de nível e


construção de terraços.

O preparo do solo para a implantação do pomar de pinheira assemelha-se ao executado


para outras espécies frutícolas. Compreende então as operações de roçagem, destoca,
aração, gradagem e preparo da rede de drenagem, se necessário. O terreno deve ser arado
e gradeado para que possa oferecer as condições mínimas necessárias ao desenvolvimento
inicial da planta (Figura 53). A aração é feita com máquinas ou, no caso das áreas de
pequenos fruticultores, com tração animal.

Figura 53. Preparo do solo: Aração e gradagem. Foto: Almeida et al. (2014).

ESTABELECIMENTO DO CAMPO: PLANTIO

Sob irrigação, a pinheira pode ser plantada em qualquer época do ano, enquanto em
regime de sequeiro, as mudas devem ser levadas para o campo no início das chuvas e
plantadas em dias nublados ou chuvosos.

Faz-se a marcação com piquetes de madeira, para que possam ser abertas as covas e
realizar o plantio. As covas devem ter dimensões de 40 m x 40 m x 40 cm ou 50 m x 50
m x 50 cm ou com um perfurador motorizado, projetado para perfurações de solo na
silvicultura (Figura 54) e devem ser preparadas 30 dias antes do plantio.
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Figura 54. A) Perfurador motorizado usado para perfurações de solo ou abertura de covas
e B) Broca helicoidal acoplada ao trator. Fotos: Quintalflorestal.com.br e Cristina A. G.
Rodrigues.

Quando as covas forem abertas manualmente é aconselhável incorporar juntamente com


o solo retirado da camada superior, os adubos orgânicos e os fertilizantes minerais em
fundação, de acordo com as recomendações da análise de solo (Figura 55). Procede-se
então, a mistura de fertilizantes químicos (fosfatos) e orgânicos (esterco de curral curtido)
ao solo proveniente da superfície para o preenchimento do fundo da cova, completando
com a terra oriunda do subsolo acrescida de calcário. Na ausência dessas recomendações,
devem-se colocar nas covas 10 - 15 kg de esterco de gado bem curtido (esterco de aves:
4-6 kg ou torta de mamona: 4 – 6 kg), 500 g de superfosfato simples e 100 g de cloreto
de potássio. Recomenda-se aplicar, anualmente, este mesmo volume de adubo orgânico
em cobertura.
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Figura 55. Cova para plantio de muda da pinheira com a inversão das camadas do solo.
Fontes: Almeida et al. (2014).

Após o enchimento da cova, que deve ser feito com antecedência de 15 dias, fazer a
adubação fosfatada e potássica, colocando os adubos na cavidade que irá conter a muda.
A fertilização fosfatada é considerada essencial no setor florestal (Figura 56).
Recomenda-se que a cova seja aberta por pelo menos 40 dias antes do plantio e depois
deve cobrir, deixado uma vareta de marcação em cada cova.

Figura 56. Uso do enxadão no manejo do solo retirado da cova e as fontes de nutrientes
para o seu preenchimento. Foto: João Roberto Pereira Oliveira.
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A muda para o plantio deve ter 50 – 70 cm de comprimento, conduzida em haste única


ou ir logo para o campo com 3 – 4 pernadas formadas a partir de 40-50 cm de altura e
com ramos equidistantes um do outro, preparadas ainda no viveiro (Figura 57A). As
mudas em haste única tipo ‘vareta’ também devem ser conduzidas com 3-4 pernadas, mas
esta poda de formação só é realizada após seu plantio no campo (Figura 57B).

Figura 57. A) Planta conduzida com 4 pernadas com tutor plantada diretamente no campo
e B) Mudas em haste única tipo ‘vareta’ também devem ser conduzidas com 3-4 pernadas,
mas esta poda de formação só é realizada após seu plantio no campo. Foto: Ildo Eliezer
Lederman (2019).

Depois do plantio, recomenda-se aplicar até 40 litros de água por cova. Essa irrigação é
importante para compactar o solo e eliminar os bolsões de ar nas raízes. Deve ser mantida
a umidade da muda, até o completo pegamento (brotações) (KAVATI; PIZA Jr., 1997).
O solo, em torno da muda plantada, pode ser ainda coberto com palha. Esse procedimento
tem a vantagem de conservar a umidade, impedir o aquecimento excessivo do solo e,
ainda, diminuir o custo dos tratos culturais (as capinas).

ESPAÇAMENTO

A densidade de plantio pode ser bastante variável dependendo do sistema de cultivo


adotado. De forma geral, para pequenas áreas os espaçamentos adotados podem ser
menores em função de se utilizar tratos culturais de forma manual. Para pomares maiores
em que se utilizam operações mecanizadas, é conveniente a adoção de espaçamentos
maiores com menor densidade de plantio para facilitar as operações durante todo o ciclo
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de produção, inclusive as operações de colheita. Os alinhamentos das plantas podem ser


em quadrado, retângulo, triângulo equilátero (quincôncio) ou em curvas de nível (PINTO
et al., 2005; Figura 58).

Figura 58. Sistema de plantio da pinheira de acordo com a inclinação do terreno. A)


Sistema quincôncio; B) Sistema quadrado; e C) Curva de nível. Adaptado de Torres e
Sánchez (1992).

A pinheira é a espécie que tem o desenvolvimento vegetativo menos vigoroso das três
espécies do gênero Annona, o que demanda menores espaçamentos. Para pequenas áreas,
o espaçamento de 4 m x 3 m, com densidade de 833 plantas/ha, é bastante recomendado,
conduzidas com podas de formação e de produção a cada safra. Para áreas mecanizadas,
as linhas devem ser espaçadas de 5 m x 3 m (666 plantas/ha) para permitir a passagem de
máquinas agrícolas e seus implementos durante todo o ciclo da cultura e facilitar as
operações de pulverização, adubação e colheita (PINTO et al., 2005; Figura 59).
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Figura 59. Pomar de pinha plantado no espaçamento de 4 m x 3 m. Foto: Natureza Bela.

CONSORCIAÇÃO

Como a maioria das culturas perenes, a pinheira possui um elevado custo de implantação,
e o retorno desse investimento depende da produtividade e longevidade dos pomares, as
quais, em parte, podem ser garantidas, aliando a uma polinização adequada, um sistema
de manejo da cultura que possibilite a proteção do solo e a diminuição da quantidade de
insumos utilizados. Neste último aspecto, as leguminosas apresentam vantagens em
relação às outras famílias botânicas, devido ao ingresso de N atmosférico oriundo do
processo de fixação biológica em associação com bactérias do gênero Rhizobium
(exemplo: feijão, amendoim). Em consequência, quantidades expressivas deste nutriente
podem estar disponíveis para as fruteiras, como já demostrado por Espindola (2001) e
Perin et al. (2002).

A pinha deve ser consorciada nos dois primeiros anos com culturas de ciclo curto, para
minimizar os custos de instalação do pomar. Geralmente, as culturas de maracujá,
mamão, feijão, milho, abóbora, batata doce, melancia, leguminosas para adubação verde
ou hortaliças são as mais usadas nesse consórcio. Nas principais regiões produtoras do
país, principalmente na Bahia, há uma preferência pelo consórcio com mamão, adotando-
se o espaçamento 4,0 m x 2,0 m x 2,0 m.
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IRRIGAÇÃO

A pinheira é moderadamente tolerante à seca, contudo, a taxa de frutificação e o tamanho


do fruto ficam comprometidos, e a queda das folhas dá-se devido ao estresse hídrico.
Embora adaptada á regiões com pouca chuva, precisa de estação seca bem definida. Dessa
forma, devem ser feitas irrigações periódicas, principalmente da floração até o
desenvolvimento completo do fruto para melhorar a qualidade do fruto e aumentar a
produção. A irrigação de plantas jovens e adultas deve ser reduzida durante o outono e
interrompida quando quase todas as folhas tenham caído. Quando realizada em excesso,
pode levar à podridão de raízes e à perda do vigor da planta (LEDERMAN, 2019). Ou
seja, a pinha pode ser cultivada em regiões com problemas de insuficiência ou má
distribuição de chuvas. Entretanto, para que produza bem e com qualidade, é fundamental
o uso da prática da irrigação por ocasião dos veranicos e durante a estação seca.

A irrigação deve ser feita preferencialmente por gotejamento (Figura 60) ou


microaspersão, pois possibilita a economia de água, reduz a concorrência com ervas
daninhas, economiza mão-de-obra e permite a fertirrigação (ARAÚJO FILHO et al.,
1998). Os métodos mais utilizados são por microaspersão e gotejamento, por
apresentarem redução no consumo de água e menor custo com mão de obra. Além disso,
tem a vantagem nos cultivos tecnificados por viabilizar a adubação através da água de
irrigação (fertirrigação). O volume de água a ser disponibilizada à planta, assim como a
frequência das regas devem ser fixados em função dos fatores climáticos, das
características do solo e das diferentes fases de crescimento e de desenvolvimento da
pinheira.
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Figura 60. Irrigação por gotejamento da pinheira. Foto: Ali Khodor Issa (2013).

Para suprir as necessidades hídricas das pinheiras, um sistema de irrigação por


gotejamento deve ser instalado assim que as árvores são plantadas. Os tubos devem ser
distribuídos uniformemente ao longo da área plantada para garantir um abastecimento
contínuo e homogêneo de água: um fluxo de 15 litros de água é fornecido regularmente
a cada 10 dias para as plantas em crescimento (ISSA, 2013). Os períodos fenológicos de
maior demanda hídrica são a brotação, o florescimento e a frutificação. A escolha do
sistema de irrigação deve ser baseada na disponibilidade de água, clima, textura e
topografia do solo, bem como disponibilidade de mão-de-obra.

Os sistemas de irrigação localizada, como gotejamento, microaspersão e microdifusores,


têm sido os mais utilizados por apresentar eficiência de irrigação (80-95%) superior à dos
demais sistemas de irrigação por aspersão (60-85%) e por superfície (40-75%). Por outro
lado, não existem, contudo, maiores restrições a nenhum dos diferentes métodos de
irrigação, mas a irrigação por inundação deve ser utilizada com cautela, principalmente
em solos rasos, argilosos e sujeitos ao encharcamento. Enquanto o uso de irrigação por
aspersão convencional, principalmente nas fases de florescimento, vingamento e
amadurecimento dos frutos, pode causar efeitos negativos na produção, por estimular a
incidência de fungos, prejudicando sensivelmente a sua qualidade durante seu
amadurecimento e após a colheita (ARAÚJO FILHO et al., 1998).
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A região Nordeste do Brasil possui condições edafoclimáticas adequadas para o cultivo


da pinha, e práticas agrícolas adequadas (por exemplo, manejo da irrigação) permitem
produzir até duas safras anuais (SALVADOR, 2013). No entanto, a evapotranspiração
supera a taxa de precipitação na parte semiárida do Nordeste do Brasil, resultando em
escassez de água. Como resultado, essa situação leva ao uso de fontes de água com altas
concentrações de sais na agricultura irrigada (LIMA et al., 2016; ANDRADE et al., 2019;
DIAS et al., 2019).

A irrigação com água salina promove acúmulo de sais no solo, reduzindo a


disponibilidade de água para as plantas e causando desequilíbrio nutricional e toxicidade
de íons específicos (CORDÃO TERCEIRO NETO et al., 2013; SILVA et al., 2019),
diminuindo a produção e a qualidade dos frutos. Nesse cenário, os estudos sobre a
viabilidade do uso de água salina em regiões com recursos hídricos limitados adquirem
importância significativa (BEZERRA et al., 2018; SILVA et al., 2018). O estresse salino
reduz o crescimento das plantas, as trocas gasosas, o teor de clorofila, a fluorescência da
clorofila e a produção de frutos devido a mudanças no estado hídrico e na homeostase
iônica das plantas (DIAS et al., 2019; SÁ et al., 2021).

ADUBAÇÃO

A produção de anonáceas com frutos de qualidade e em grande quantidade depende


diretamente de balanceada nutrição das plantas, desde a sua fase inicial de formação até
a fase produtiva.

Em relação à exigência por nutrientes, Cavalcante et al. (2012) relatam em seu trabalho
sobre o estado nutricional de pinheira, sob adubação orgânica do solo, que a cultura da
pinha exige, principalmente, muito nitrogênio e potássio, quando comparada a outras
culturas, como abacaxi, abacate e graviola, dentre outras. Em sua avaliação, os autores
obtiveram os valores máximos de 30 g kg-1 de N e 18,06 g kg-1de K na matéria seca foliar,
em folhas coletadas na parte mediana da copa.

As covas devem receber adubação prévia composta de esterco de curral curtido de 10 a


20 L (ou 2 a 3 L de esterco de galinha), 100 g de P2O5 na forma de superfosfato simples
ou similares, além de 50 g de FTE BR-12, como fonte de micronutrientes, desde que a
análise inicial do solo indique esta necessidade. Todos deverão ser aplicados e misturados
ao solo da cova, cerca de uma semana antes do plantio das mudas. Na pesquisa conduzida
por Ribeiro (2006), a nutrição compreendeu uma aplicação de 30 litros de esterco de
C a p í t u l o I | 88

curral por planta após a poda e adubação por cobertura, composta por 60 g de ureia e 45
g de cloreto de potássio, aplicados de 20 em 20 dias.

De acordo com Lederman (2019), a adubação nitrogenada e fosforada deve ser feita com
sulfato de amônio e superfosfato simples, respectivamente, pois além de fornecer esses
principais macroelementos (nitrogênio e fósforo) também supre a planta com enxofre. O
fósforo, devido a sua pouca mobilidade no solo, deve ser aplicado em dose única,
enquanto o nitrogênio e o potássio, parcelados em 3 – 4 vezes.

É importante destacar que o boro e o zinco são micronutrientes importantes e


componentes dos frutos. Esses microelementos devem ter uma concentração, no solo,
acima de 0,2 mg/dm3 e 1,2 mg/dm3, respectivamente (KAVATI; PIZA Jr., 1997).

A análise prévia do solo e as análises foliares constantes são de fundamental importância


para aplicação da quantidade correta de fertilizantes, bem como para o monitoramento da
fertilidade do solo e da nutrição da planta, efetuando-se as devidas correções. No Tabela
5, observa-se a recomendação de macronutrientes para a pinheira (SILVA; SILVA,
1997).

Tabela 5. Esquema de adubação com nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) para a
pinheira de diferentes idades em função do teor de fertilidade do solo, cultivadas em
regiões semiáridas.

Fonte: Universidade Federal do Ceará (1993).

Holanda Filho et al. (2006), avaliando o efeito da fertirrigação de N e K2O na absorção


de macronutriente pela gravioleira, concluíram que os nutrientes mais absorvidos pela
anonácea foram: N, K e Ca. Segundo Silva e Silva (1997), as anonáceas extraem do solo
grande quantidade de elementos minerais e esta extração pode variar, dependendo da
C a p í t u l o I | 89

intensidade e do material retirado (frutos principalmente), podendo haver déficit


nutricional aos ciclos posteriores, caso não haja complementação por meio de práticas de
adubação.

Venkataratmam (1959), na Índia, comenta que, quando as pinheiras não são adubadas,
entram em declínio gradual e formações pétreas em fruto de pinha são devido a fatores
fisiológicos e falta de nutrição nas plantas, e que em plantios bem manejados raramente
constata-se este problema. Os nutrientes mais exportados pela pinheira, superando muitas
outras frutíferas, são o nitrogênio e o potássio, com valores médios de 7,17 e 5,19 kg t-1
de frutos frescos.

A metodologia apropriada para coleta de folhas de anonáceas para diagnose nutricional


depende da idade das plantas, da posição das folhas na copa e da época de amostragem.
As análises foliares podem ser realizadas desde a formação da planta, sendo mais comum
a partir da fase produtiva. Recomenda-se a amostragem de quatro folhas maduras e sadias
por planta, em 25 plantas por talhão homogêneo, coletadas nos quatro pontos cardeais e
na parte mediana da copa (PINTO et al., 2005). A Tabela 6 apresenta os teores
nutricionais foliares adequados para anonáceas.

Tabela 6. Teores adequados de nutrientes em folhas de pinha.

Fonte: Sadhu e Ghosh (1976).

As épocas mais apropriadas para amostragem foliar correspondem à fase de florescimento


ou de frutificação, entretanto o produtor pode optar por realizá-la após a colheita com o
objetivo de preparar-se para a próxima safra. Em regiões de clima tropical semiárido,
como as condições do Norte de Minas Gerais, com o uso de poda, irrigação e nutrição
intensiva, tem sido possível a produção de até duas safras por ano, no caso de pinha.

As folhas não devem ser coletadas quando nos dias anteriores foram realizadas adubação
de solo ou foliar, aplicação de defensivos ou após dias de chuva intensa. As amostras
devem ser acondicionadas em sacos de papel, identificadas e enviadas o mais rápido
possível a um laboratório para análise.
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Adubação de cobertura. A adubação de cobertura deve ser feita de acordo com a análise
de solo, parcelando-se as doses recomendadas de quatro a seis vezes ao ano no caso de
plantio de sequeiro, ou mensalmente em plantios irrigados. Em caso de fertirrigação, as
doses poderão ser parceladas semanalmente (ARAÚJO FILHO et al., 1998).

A análise foliar tem sido muito utilizada para controle nutricional de micronutrientes,
devendo ser realizada após a colheita, usando-se para análise as folhas mais
desenvolvidas, geralmente as folhas quatro ou cinco. A adubação orgânica, usando 20 a
30 litros de esterco de curral, deve ser executada a cada seis meses (ARAÚJO FILHO et
al., 1998).

Na ausência da análise de solo, recomenda-se o emprego do esquema de adubação


mostrado na Tabela 7.

Tabela 7. Esquema de adubação recomendado para pinha quando não se dispõe da análise
de solo.

Fonte: Araújo Filho et al. (1998).

As adubações devem ser efetuadas em faixas circulares na projeção da copa, incorporando


levemente os fertilizantes ao solo. Recomenda-se usar sulfato de amônio e superfosfato
simples para garantir o suprimento de enxofre às plantas.

O nitrogênio é um componente da maioria das reações químicas e compõe aminoácidos,


proteínas e prolina, aumentando a capacidade de ajuste osmótico das plantas (OLIVEIRA
et al., 2014). Por outro lado, o fósforo participa de composições estruturais e tem papel
na respiração e na fotossíntese. Além disso, esse nutriente está envolvido em processos
de liberação de energia para reações metabólicas (SIMÃO et al., 2018), favorecendo a
C a p í t u l o I | 91

absorção e assimilação de N, enquanto o potássio favorece a formação e translocação de


carboidratos e um uso eficiente da água pelas plantas (ARAÚJO et al., 2012).

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

A capina deve ser praticada rotineiramente até que a sombra formada pela projeção da
copa das plantas seja suficiente para retardar a germinação ou a rebrota das plantas
daninhas.

A pinha deve ser mantida livre da concorrência de ervas daninhas para evitar a
competição por água e nutrientes. Recomendam-se o coroamento das plantas ou capina
na linha de plantio e roçagem no restante da área. Devem-se evitar danos ao tronco
durante a capina manual. Em pomares adultos, o controle pode ser efetuado com uso de
herbicidas, sendo os mais comuns: Glifosato (pós-emergente), Diuron (pré-emergente)
ou Diuron + Paraquate (em pós-emergência das plantas daninhas a fim de obter um efeito
residual). Evitar o contato do herbicida com a planta para não causar fitotoxidade
(ARAÚJO et al., 2012).

Outra opção é a capina química, pela aplicação de herbicidas seletivos, em que o controle
das ervas pode ser feito em pré-emergencia ou pós-emergência, especialmente nos
plantios em grandes áreas e em períodos chuvosos, quando o mato cresce rapidamente.
Tem a vantagem de exigir menos mão de obra e menor custo. Contudo, o controle
integrado, por meio de métodos químico e mecânico, constitui a melhor opção técnico-
econômica.

Cobertura morta. Uma alternativa ainda pouco empregada é a cobertura morta


(mulching). Desde que disponível, a palha seca de diversos produtos (milho, feijão,
capins) ou de restos culturais (folhas) de outras culturas deve ser uniformemente
distribuída sobre a superfície do solo, sobretudo na linha de plantio (Figura 61). Além de
evitar o crescimento do mato, o mulching também é eficiente para manutenção da
umidade e a diminuição da temperatura nas camadas superficiais do solo, nos períodos
de estiagem.
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Figura 61. Uso de cobertura morta abaixo da copa da pinheira. Foto: José Carlson
Gusmão da Silva (2004).

Sabe-se que a aplicação de resíduos vegetais ao solo tem efeitos benéficos sobre os
nutrientes do solo, sob as suas condições físicas, sob a atividade biológica e sobre a
performance das culturas (KANG et al., 1981; WADE; SANCHEZ, 1983, HULUGALLE
et al., 1986). Porém, de acordo com Tian et al. (1995), os efeitos dos resíduos vegetais
sobre o solo e as culturas diferem, dependendo de sua decomposição e da taxa de
transformação de nutrientes, os resíduos vegetais que se decompõem rapidamente, irão
disponibilizar uma grande quantidade de nutrientes para as plantas nos estádios iniciais
de crescimento, mas podem não ter efeito sobre as condições físicas do solo, enquanto
resíduos que se decompõem lentamente terão efeito exatamente oposto.

Para Cavalcanti (1993), a proteção do solo deve ser a principal preocupação do


anonicultor. Essa preocupação inicia-se no preparo da área com a manutenção da maior
quantidade possível da matéria orgânica, aliada às práticas culturais conservacionistas,
como capinas alternadas, renques de proteção e cobertura morta. Santos et al. (2001)
enfocam a necessidade de pesquisa com base nas exigências hídricas e nutricionais da
cultura.

Araújo et al. (1998) destaca a importância do “mulching” ou cobertura morta nos pomares
de pinha, sobretudo nas regiões semiáridas, o que proporciona a manutenção da umidade
C a p í t u l o I | 93

em volta das plantas, exercendo, em parte, o controle de ervas daninhas, mantendo a


temperatura do solo mais baixa e liberando gradualmente nutrientes para as plantas.

Também se sabe que a decomposição dos resíduos vegetais está relacionada com a relação
C/N em sua composição, além dos teores de lignina e polifenol. De forma a melhor
predizer os efeitos dos resíduos vegetais sobre o solo e as culturas, Tian et al. (1995)
propuseram um índice de qualidade para os resíduos vegetais, o qual pode ser usado para
integrar os efeitos da relação C/N e dos teores de lignina e polifenol.

Nas regiões semiáridas brasileiras, predominam altas temperaturas associadas à baixa


umidade do ar, de forma especial onde se localizam grande parte dos perímetros irrigados.
Nesses casos, o emprego de cobertura morta pode incorporar benefícios aos cultivos
irrigados, especialmente às fruteiras, contribuindo assim para melhor aproveitamento da
água na manutenção e melhoria das características químicas daqueles solos, nas
características físicas e químicas dos frutos da pinheira.

Segundo Reichardt (1978), a água é fator fundamental na produção vegetal. Sua falta ou
excesso afeta de maneira decisiva o desenvolvimento das plantas, em regiões áridas e
semiáridas, o manejo correto implica práticas que promovem a economia de água como
o uso de cobertura morta.

CONTROLE DE DOENÇAS E PRAGAS

1 - DOENÇAS

Várias doenças podem afetar as folhas, ramos, raízes, flores e frutos da fruteira-do-conde
(Annonas squamosa L.) em diferentes etapas do seu desenvolvimento. De maneira geral,
as de maior importância nas áreas produtoras do Brasil são causadas por fungos e
nematoides. A antracnose, seguida pela cancrose e podridão-de-raízes, causam prejuízos
expressivos nos pomares do mundo (COOK, 1975).

Antracnose (Coletotrichum gloeosporioides Penz.). A antracnose ou “podridão-negra-


dos-frutos” é considerada a moléstia mais importante dessas anonáceas, chegando a
provocar até 70% de perdas de frutos quando ocorrem chuvas prolongadas durante a
floração e formação de frutos. Ocorre em todos os países que cultivam anonaceas. Incide
preferencialmente nos tecidos jovens de folhas, ramos, flores e frutos.

Em pinheira ou fruteira-do-conde, os sintomas são caracterizados, nas folhas, por


manchas de coloração pardo-escura ou preta, com o centro mais claro, de contorno
C a p í t u l o I | 94

irregular, distribuídas por todo o limbo foliar. As folhas ficam deformadas e, em ataques
mais severos, ocorre desfolhamento. As lesões, inicialmente, são pequenas, mas, com o
passar do tempo, podem atingir mais de um centímetro de diâmetro. Nos ramos, são
encontradas lesões alongadas, deprimidas, que podem provocar a morte das ponteiras.
Nas flores, aparecem manchas circulares, de coloração castanho-escura, que impedem o
vingamento e provocam quedas expressivas (JUNQUEIRA et al., 2001; Figura 62).

Figura 62. Sintomas de antracnose em flores de pinheira. Foto: Junqueira et al. (2001).

Os frutos podem ser atacados em qualquer estágio de desenvolvimento (Figura 63). Nos
frutos jovens, ocorre escurecimento de toda a sua superfície, queda e mumificação. Em
frutos desenvolvidos, que estão iniciando o seu amadurecimento, ou nos maduros, causa
uma podridão escura de rápida evolução, inutilizando o fruto para o consumo ou para sua
comercialização (JUNQUEIRA et al., 2003; RIBEIRO, 1992; FREIRE; CARDOSO,
1997; MORALES; MANICA, 1994).
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Figura 63. Sintomas de antracnose em folhas e frutos de pinheira. Foto: Junqueira et al.
(2001).

Como medidas de controle, em pinheira, recomendam-se eliminar galhos secos e frutos


mumificados do pomar; fazer podas periódicas para tornar as copas mais ventiladas e
fazer pulverizações preventivas com fungicidas à base de oxicloreto de cobre (2 g/L)
intercalado com mancozeb (2 g/L), em intervalos semanais, durante o período chuvoso e,
se necessário, a cada 20 ou 30 dias durante o período da seca. Fungicidas à base de
difenoconazole, tebuconazole e estrobilurinas são eficazes, no entanto, não estão
registrados junto ao Ministério da Agricultura para uso em anonaceas. É importante
ressaltar que a primeira pulverização deve ser feita a aproximadamente 15 dias do início
da florada. Os fungicidas à base de cobre não devem ser aplicados durante a florada, pois
podem provocar queda intensa de flores e frutinhos, principalmente se aplicados nas horas
mais quentes do dia. Outros fungicidas, como tiabendazol, clorothalonil e tiofanato
metílico, também são eficazes, mas não estão registrados para anonaceas (JUNQUEIRA;
JUNQUEIRA, 2014).

Podridão-de-raízes (Rhizoctonia solani, Pythium sp., Phytophthora spp.,


Cylindrocladium clavatum e nematoides da espécie Pratylenchus coffeae). Também
conhecida como podridão-do-colo, a podridão-de-raízes é uma doença de grande
expressão econômica no Estado de São Paulo e Cerrados do Distrito Federal, Minas
Gerais e Goiás. Essa doença afeta o colo e as raízes das plantas de anonaceas cultivadas
que acabam morrendo. No Nordeste, Freire et al. (2011) constataram o nematoide
C a p í t u l o I | 96

Pratylenchus coffeae associado a necroses, escurecimento do tecido de raízes e morte de


pinheira.

Os sintomas dessa doença, inicialmente, são caracterizados pela redução do tamanho e


perda da coloração original da folhagem, que adquire uma tonalidade verde-pálida. As
plantas param de crescer e emitem poucas brotações. Os frutos apresentam tamanhos
reduzidos e caem antes mesmo de chegar ao ponto de colheita. Em seguida, ocorre a
murcha das brotações mais novas e um amarelecimento generalizado das folhas mais
velhas, que secam e caem posteriormente.

Em estado inicial da doença, na região do colo ou coleto da planta, podem ser observadas
rachaduras ou manchas escuras que atingem a região do câmbio. Com o tempo, as lesões
aumentam de tamanho e progridem em direção às raízes, tornando-as escuras e podres. A
planta seca completamente. Plantas de qualquer idade podem ser atacadas. Em viveiros,
os sintomas iniciais são caracterizados pelo aparecimento de lesões (manchas escuras) ou
de um fendilhamento da casca na região do coleto ou logo acima. As mudas param de
crescer, as folhas novas ficam pequenas e retorcidas. Abaixo do coleto, observa-se
podridão da casca ou escurecimento do tecido, podendo essa podridão escura estender-
se para todo o sistema radicular. Como consequência, a planta não brota e tomba com
facilidade, podendo amarelecer e morrer depois de certo tempo (JUNQUEIRA;
JUNQUEIRA, 2014).

Para o controle da doença, recomenda-se: eliminar o excesso de água e o sombreamento


no viveiro; sempre que possível, usar substratos mais leves nos recipientes, reduzindo a
quantidade de esterco, e usar, de preferência, solos menos argilosos na composição desse
substrato; evitar manter os sacos de polietileno no chão, pois os respingos de água que
tocam ao solo são os principais disseminadores desses fungos; usar, de preferência,
substratos esterilizados ou comerciais; eliminar mudas contaminadas; evitar o plantio em
solos rasos ou mal drenados ou muito argilosos. Se isso não for possível, recomenda-se
fazer o plantio em camalhões e nunca deixar que água de chuva ou de irrigação acumule
no pé da planta; durante a irrigação, evitar o excesso de água, principalmente nas regiões
onde o período seco coincide com o período mais frio do ano. Em caso de irrigação por
gotejamento, manter os emissores a, no mínimo, 70 cm do coleto das plantas. Recomenda-
se o uso do porta-enxerto de condessa (Annona reticulata) para pinheira, visto que
apresenta maior tolerância à doença (JUNQUEIRA et al., 2003). Entretanto, segundo
C a p í t u l o I | 97

Kavati (1992), mesmo utilizando esse porta-enxerto, não se tem obtido resultados
totalmente satisfatórios contra à eliminação da doença em pomares de pinha.

Podridão seca do fruto e de ramos (Botryodiplodia theobromae, sin. Lasiodiplodia


theobromae). Esta doença pode afetar flores, botões florais, frutos, ramos e galhos de
pinheira de qualquer idade. Estresses hídricos, adubações desequilibradas e deficiência
nutricional acentuada, fitoxidez por defensivos, alta pressão nos pulverizadores e ataques
de pragas tornam as plantas vulneráveis ao ataque do fungo que necessita de algum tipo
de ferimento para penetrar no interior dos tecidos. Uma vez penetrado no interior do
tecido, o fungo progride rapidamente, provocando manchas pretas em frutos
desenvolvidos e causando seca, queda de flores e de frutos jovens.

Nas flores e frutos novos, a doença provoca seca, morte e queda. Nos frutos
desenvolvidos, o patógeno pode penetrar por aberturas naturais entre os frutilhos, pelo
pedúnculo ou por ferimentos causados pelas pragas ou por outros tipos de ferimentos. Ao
atingir a polpa do fruto, o fungo desenvolve-se rapidamente, causando o escurecimento
de toda a superfície do fruto (Figura 64). Nestas condições, o fruto torna-se imprestável
para o consumo, pois a polpa torna-se dura, escura e com sabor desagradável. O fruto
atacado pode permanecer na planta por algum tempo ou cair no momento em que o fungo
atingir o pedúnculo. Quando os frutos atacados permanecem no solo, desenvolve em suas
cascas um micélio (mofo) preto ou cinza-escuro.

Figura 64. Frutas-do-conde sadia e escuras, devido à infestação por Botryodiplodia


theobromae. Foto: Junqueira et al. (2001).
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Na fase de pós-colheita, a doença caracteriza-se pelo aparecimento de lesões escuras na


casca do fruto e escurecimento da polpa, tornando-a com sabor desagradável. Em plantas
adultas, a doença, conhecida como podridão-seca, inicia-se nos ramos superiores,
progredindo no sentido do ápice para a base até atingir o tronco e o coleto da planta. Nas
partes atacadas, observa-se uma necrose escura na casca de ramos e caules de plantas
jovens. Em plantas adultas e lenhosas, a necrose (escurecimento) pode ocorrer entre a
casca e o câmbio. Em seguida, os ramos ou plantas atacadas secam e morrem. Em mudas,
a doença inicia-se causando um escurecimento no ponto de ligação do enxerto com o
porta-enxerto. Em seguida, a doença progride no sentido ascendente e/ ou descendente
entre o câmbio e a casca, causando o escurecimento da casca (JUNQUEIRA;
JUNQUEIRA, 2014).

Como medidas de controle, recomenda-se: evitar qualquer tipo de estresse à planta,


causado por ataque de pragas, adubação inadequada ou déficit hídrico; escolher o método
de enxertia adequado. Nas regiões de Cerrado, o método “garfagem no topo em fenda
cheia” tem favorecido a incidência da doença. O método “garfagem à inglesa simples”
tem oferecido melhores índices de pegamento e de sobrevivência da muda. Em casos de
ocorrência da doença, se ainda não houve o anelamento de troncos, recomenda-se raspar
superficialmente a lesão e pincelar uma pasta à base de fungicidas; fazer os tratos culturais
e adubações adequadas; controlar adequadamente as brocas-do-tronco, fruto e semente;
evitar ferir o tronco durante os tratos culturais; fazer podas de limpeza, eliminando os
galhos secos, as plantas mortas e os frutos velhos, caídos ou remanescentes. Após a poda,
pulverizar os cortes com fungicidas à base de cobre e calda bordaleza a 1%; durante as
pulverizações, controlar a pressão no pulverizador para não ferir os frutos.

Nos casos em que a planta já estiver doente, recomenda-se a limpeza das áreas doentes
com uma faca ou facão bem afiados. Em seguida, as partes descobertas devem ser
protegidas com pasta fungicida, a pasta bordaleza, repetindo-se o tratamento
mensalmente até que nenhuma lesão seja visível e tecidos de cicatrização iniciem sua
formação (FREIRE; CARDOSO, 1997). Com esse mesmo objetivo, esses mesmos
autores relatam que, depois da limpeza da área necrosada, pode-se também pincelar com
pasta à base de 6 g de benomil (12 g de Benlate), 500 g de caulim (dióxido de alumínio),
500 mL de água, 50 mL de óleo de soja. O benomil pode ser substituído por 10 g de
tiofanato metílico (14 g de cercobim M-70).
C a p í t u l o I | 99

Murcha de Phytophthora. É uma doença disseminada nos Estados de São Paulo, Goiás,
Minas Gerais e Distrito Federal. Não se tem ainda confirmação da enfermidade em
regiões produtoras do Norte e Nordeste (JUNQUEIRA et al., 1996; GRAMACHO et al.,
2001; JUNQUEIRA et al., 2003). No Cerrado, o índice de mortalidade de pinheiras
adultas em pomares implantados, em solos mais argilosos e com problemas de drenagem,
está em torno de 12%. Em solos mais arenosos, esse índice reduz-se para 2% de
mortalidade.

Os sintomas iniciais da doença manifestam-se na forma de uma discreta descoloração das


folhas, as quais assumem uma coloração verde-clara, perdem o brilho e, em seguida,
tornam-se cloróticas. Uma murcha incipiente surge antes que as folhas comecem a secar.
As folhas mortas permanecem presas à planta. Na parte subterrânea, as raízes exibem
sintomas de necrose e escurecem. As lesões podem atingir o colo da planta, chegando
acima da linha do solo. Plantas de qualquer idade podem ser afetadas (Figura 65). Em
São Paulo, a doença é causada por Phytophthora nicotinae var. parasitica, enquanto em
Goiás e no Distrito Federal o fungo Phytophthora sp. ainda não foi identificado ao nível
de espécie. A incidência é favorecida pelos plantios em solos mal drenados, excesso de
esterco nas covas e por períodos chuvosos prolongados, aliados a temperaturas inferiores
a 22ºC. Nos plantios no Cerrado de Goiás e Minas Gerais, e no Distrito Federal, a maior
incidência tem sido observada nos meses de fevereiro e março. Em solos com pH
naturalmente mais elevado, entre 6,0 e 7,0, ou nos solos denominados de “calcários” ou
naqueles ricos em matéria orgânica, os índices de incidência dessa doença são muito
baixos quando comparados aos solos ácidos (JUNQUEIRA; JUNQUEIRA, 2014).

Figura 65. A). Murcha induzida por Phytophthora sp. E b). Podridão de raízes causada
por Phytophthora sp. Fotos: Junqueira et al., (2001).
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Quanto ao controle, a doença é de difícil manejo em virtude de ser detectada somente


quando as necroses do sistema radicular e do colo já se instalaram, tornando ineficaz
qualquer medida curativa. Preventivamente, deve-se evitar o plantio de anonaceas em
áreas passíveis de inundação ou encharcamento. Do mesmo modo, o plantio não deve ser
feito em covas com bacias ou depressões, o que faz com que haja acúmulo de água de
chuva ou de irrigação. Em pomares irrigados por gotejamento, manter os emissores
afastados, no mínimo, a 70 cm do tronco. Também se recomenda preparar adequadamente
o solo, aplicando os corretivos necessários de forma a atender às exigências das anonaceas
quanto ao pH, matéria orgânica e nutrientes. No Estado de São Paulo, essa doença vem
sendo minimizada com o uso de porta-enxertos de condessa (Annona reticulata), que se
têm comportado como tolerantes à murcha de Phytophthora (KAVATI, 1992).

Cancrose (Albonectria rigidiuscula, sin. Calonectria rigidiuscula, Nectria


rigidiuscula). Cancros são doenças comuns em anonaceas cultivadas. Em pinheira é
causado pelo fungo Albonectria rigidiuscula (anamorfo: Fusarium decemcellulare). As
plantas jovens podem morrer e, nas adultas, ocasionam rachaduras longitudinais e
deformações nos galhos que, com o tempo, podem matar a planta ou torná-la inútil
(Figura 66). Trata-se de uma das doenças de grande expressão para a cultura da pinha nos
Cerrados de Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal. Acredita-se que algum tipo de
estresse causado pela falta de água e altitude elevada esteja favorecendo sua incidência.

Figura 66. Sintomas de cancrose em tronco de fruteira-do-conde. Foto: Junqueira et al.,


2001.
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Inicialmente, observam-se áreas de tecidos dilatados em ramos mais desenvolvidos e


troncos. Essas dilatações podem ser observadas mais frequentemente nas axilas de ramos.
Com o passar do tempo, surgem pequenas rachaduras sobre essas áreas dilatadas, que
aumentam rapidamente de tamanho e expõem o lenho. Nos cancros em estado adiantado,
observa-se que tanto a casca como o lenho encontram-se escurecidos, e a seiva não
circula, causando a morte da planta.

A infecção inicial é feita por conídios ou esporos de seu anamorfo, o Fusarium


decemcelulare, ou por ascósporos de Albonectria rigidiuscula. A penetração desse
patógeno ocorre por aberturas naturais nas axilas de ramos, por ferimentos causados por
pragas, por danos mecânicos causados por ventos, pelos tratos culturais ou por estresse
hídrico, por excesso de adubos e/ou de defensivos e escaldaduras. Após a penetração do
fungo, ocorre a morte dos tecidos e uma reação imediata da planta, fazendo com que
ocorram rachaduras e levantamento da casca, formando o cancro. Em seguida, o
Fusarium passa a produzir sua fase sexuada ou perfeita (Albonectria). Esta caracteriza-se
por ser uma forma de resistência que sobrevive por longo período, transformando-se
numa fonte de inoculo para infectar novamente a planta num próximo período favorável
à infecção.

Como medidas de controle, devem-se: manter as plantas adubadas e com tratos culturais
adequados; evitar estresses hídricos e controlar adequadamente as pragas; podar as
plantas para permitir melhor aeração e para diminuir a umidade na copa. Após a poda,
pincelar os cortes com uma pasta cúprica ou pulverizar a planta com calda bordaleza a
3% ou oxicloreto de cobre a 1%; evitar podar a planta durante o período chuvoso ou
quando ela estiver molhada; fazer o controle adequado de ervas daninhas e evitar
ferimentos em ramos ou no tronco, principalmente durante o período chuvoso. Em casos
de ocorrência da doença, se ainda não houve o anelamento de troncos, recomenda-se
raspar superficialmente a área lesada e pincelar uma pasta de fungicidas à base de cobre.
Caso já tenha havido anelamento, recomendam-se podar as partes afetadas
(JUNQUEIRA; JUNQUEIRA, 2014).

Rubelose (Corticium sp.). De acordo com Junqueira et al. (2003), os sintomas iniciais
são caracterizados pela redução do tamanho das folhas mais novas, pela perda da
coloração original da folhagem que adquire um verde-pálido. Com o tempo, as folhas
murcham, secam e permanecem presas ao galho por um tempo. Posteriormente, o galho
seca. No local da infecção ou de penetração do patógeno, que pode ser no tronco ou em
C a p í t u l o I | 102

ramos, observa-se inicialmente uma área lesada, com pequenas rachaduras na casca e
exsudação de goma. Essas lesões progridem rapidamente tanto no sentido do ápice como
para a base do tronco ou do ramo. As rachaduras aumentam de tamanho, a casca se rompe
e a epiderme se ergue. Sob as partes erguidas, surge uma massa micelial de cor laranja-
clara ocupando toda a superfície lesada. Mais tarde, esse micélio, ainda sob o súber, ocupa
toda a extensão dos galhos mais grossos e do tronco (Figura 67). Posteriormente, surge
grande quantidade de cistídios com até 2 mm de comprimento por 1 mm na base, mas
basídios não foram vistos. Como medida de controle, recomendam-se podas periódicas
para manter a copa mais aberta e mais ventilada. Caso a doença já esteja estabelecida,
recomenda-se a poda dos galhos afetados.

Figura 67. Galho de fruteira-do-conde com rubelose no qual se podem ver micélios
amarelos-alaranjados e numerosas estruturas similares a pequenos espinhos que são
cistídios do fungo Corticium sp. Foto: Junqueira et al. (2001).

Queima-do-fio (Pellicularia koleroga). É uma doença que ataca principalmente a


folhagem de plantas adultas na região Amazônica. Em alguns casos, chega a causar danos
expressivos, sendo necessária a aplicação de fungicidas. Além de anonaceas cultivadas,
como gravioleira, atemoleira e pinheira, este fungo ataca também outras plantas
C a p í t u l o I | 103

cultivadas e nativas. É uma doença de importância secundária, exceto na Amazônia


Úmida, em certas épocas do ano.

Tombamento das mudas ou damping-off (Rhizoctonia solani, Fusarium spp. Pythium


sp.). É uma doença que se restringe às condições de sementeira, tanto no período pré
como em pós-emergência. Sua ocorrência, devem-se a situações de alta umidade, alto teor
de matéria orgânica, sombreamento excessivo e semeadura densa, associados à presença
dos patógenos (JUNQUEIRA; JUNQUEIRA, 2014).

2 - PRAGAS

Broca-dos-frutos. A broca-dos-frutos Cerconota anonella (Sepp., 1830) (lepidóptera,


Oecophoridae), a broca-da-semente Bephratelloides pomorum (Fabr.., 1808)
(Hymenoptera, Eurytomidae) e a broca-do-tronco Cratosomus bombina (Fabr., 1787)
(Coleoptera, Curculionidae) são consideradas pragas primárias em algumas regiões
produtoras do país, devido aos danos econômicos que causam às anonaceas.

Broca-de-sementes. Bephratelloides pomorum (Hymenoptera, Eurytomidae). O inseto


adulto é uma pequena vespa de 6 mm a 9 mm de comprimento, com coloração preto-
brilhante e abdome bastante desenvolvido, que deposita os ovos sob a epiderme de frutos
já bem formados ou com três semanas após antese (Figura 68A). Após a eclosão, a
pequena larva penetra no fruto abrindo um orifício e fazendo galerias na polpa em direção
à semente, onde vai se alojar e completar o seu desenvolvimento (Figura 68B). Antes de
se empupar, a larva constrói uma galeria na polpa e é finalizada por um orifício na casca
do fruto (Figura 68C). Nos dois percursos, a polpa fica danificada e posteriormente
vulnerável ao ataque de outros insetos e microrganismos que causam o apodrecimento do
fruto. Esta praga ocorre principalmente na época da seca, conforme Nadel 1991 citado
por (KAVATI, 1996). Os sinais de dano são bastante visíveis devido ao grande número
de furos de cerca de 2 mm que a fruta apresenta (pinta preta).
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Figura 68. Adulto da broca de semente. Fotos: Silva, L. S. (A); Raimundo B. Sobrinho
(B-C).

Broca-dos-frutos. O adulto da broca-dos-frutos, Cerconota anonella é uma mariposa


(Lepidoptera: Stenomatidae) com cerca de 25 mm de envergadura e coloração branco
acinzentada com reflexos prateados. Apresenta nas asas três listas cinzentas, irregulares,
que são características (Figura 69). As fêmeas põem seus ovos sobre os frutos, brotações
e, em caso de altas infestações, também sobre flores. Após a eclosão, as pequenas larvas
iniciam o processo de penetração no fruto. Atacam frutos novos em processo de
crescimento, com exceção dos frutos já em processo de amadurecimento. As larvas em
seus primeiros estágios são branco-róseas e, nos últimos, vermelho-pardacentas e podem
atingir até 25 mm de comprimento (Figura 70). O período larval dura em média 12 dias.
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Figura 69. Adulto de Cerconata anonella. Foto: Bittencour et al. (2070).

Figura 70. Lagarta de Cerconata anonella. Foto: Bittencour et al. (2070).

Para a Região Nordeste, baseando-se na duração total do ciclo de Cerconata anonella, o


número de gerações pode chegar a dez anuais, indicando o alto potencial dessa praga no
campo. Após a emergência, a fêmea efetua a postura sobre frutos de qualquer tamanho, e
a lagarta ao eclodir, raspa a superfície para penetrar no interior do fruto. Os frutos
atacados mostram-se retorcidos, com partes enegrecidas, quase sempre perfuradas
(Figura 71A), encobertas pelos excrementos das larvas. No processo de alimentação, as
larvas destroem a polpa e até mesmo as sementes. O ataque, quando incide em frutos
novos, pode ocasionar sua queda. Os prejuízos podem variar de 60 a 100%, pois as
lagartas no seu interior se alimentam da polpa e da semente; as galerias construídas
C a p í t u l o I | 106

facilitam a penetração de vários patógenos, tais como o Rhizopus stolonifer, causador da


podridão-parda-dos-frutos e Colletotrichum gloeosporioides, agente causal da antracnose
ou podridão-negra-dos-frutos. Além da podridão da polpa, os frutos ficam deformados e
com manchas escuras, tornando-se impróprios para comercialização ou extração da polpa
(Figura 71B). Os frutos pequenos e médios secam totalmente como é mostrado na Figura
71C. Pode ocorrer o secamento de flores e botões florais.

Figura 71. A). Sintoma de ataque Cerconata anonella e B). Danos de Cerconata
anonella. Fotos: Bittencour et al. (2070).

Além de depreciar a qualidade do fruto tornando-o impróprio para comercialização,


Cerconata anonella abre portas para a entrada de patógenos que causam a podridão da
polpa. Os sinais de ataque deste inseto são caracterizados por frutos retorcidos, com
manchas escuras, irregulares, quase sempre perfurados. Sobre essas manchas escuras,
geralmente, observa-se um tipo de serragem que são os excrementos da lagarta. Os frutos
afetados tornam-se enegrecidos e secos, como se estivessem mumificados podendo cair
ou ficar presos à planta. Ocorrem principalmente na época das chuvas (GALLO et al.,
1988; ARAÚJO et al., 1999; TOKUNAGA, 2000).

Práticas de manejo das brocas Cerconota anonella e Bephratelloides pomorum. O


difícil controle das broca-do-fruto e broca-da-semente permanece como o maior entrave
C a p í t u l o I | 107

na produção de anonaceas de qualidade. Pesquisas com aplicação de diferentes


inseticidas, ensacamento dos frutos, métodos culturais, uso de armadilhas, além de testes
com feromônios continuam como práticas empregadas para o controle da praga (LEMOS,
2014).

Como forma preventiva para o controle das brocas, primeiramente deve-se inspecionar o
pomar semanalmente, desde o início da floração, verificando se existem flores ou frutos
danificados (JUNQUEIRA et al., 1996). Recomendam-se eliminar os frutos atacados que
ainda estão aderidos à planta ou que caíram no solo, devendo-se enterrá-los a uma
profundidade de 50 cm ou queimá-los (BRAGA SOBRINHO et al., 1998). A poda de
formação e rejuvenescimento e também as medidas físicas, com a utilização de
armadilhas luminosas são indicadas (CALZAVARA; MÜLLER, 1987; EMATER/AL,
1989). Dessa maneira, elimina-se a praga presente dentro do fruto, como também
possíveis patógenos decorrentes dos orifícios realizados pela praga. Outra medida
eficiente para prevenir a ocorrência ou o aumento da incidência dessas pragas é eliminar
espécies de anonaceas que não possuam valor comercial e que sejam cultivadas próximas
à área onde será instalado o pomar com outra espécie do gênero Annona de grande
importância econômica (MOURA; LEITE, 1997).

Realizar o plantio de anonaceas consorciadas com outras culturas visando equilibrar a


entomofauna no pomar, garantindo assim a ocorrência de inimigos naturais, é uma
alternativa que proporciona grandes resultados para o controle das referidas brocas
(BRAGA SOBRINHO et al., 1998).

Em relação ao controle químico até o momento não há registro de produtos para o controle
das brocas-do-fruto e da-semente (AGROFIT, 2017). Porém, apesar de não haver nenhum
princípio ativo registrado no Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, muitos
autores recomendam produtos organossintéticos utilizados em outras culturas para o
controle de diversas pragas (MELO, 2006).

Lopes et al. (1994) afirmam que para uma maior eficiência no controle, deve-se visar a
lagarta em seu estágio inicial, e sugerem inseticidas com boa ação de profundidade como
os fosforados. O controle químico torna-se ineficiente se a lagarta dessa broca já estiver
em plena atividade dentro do fruto.

Para B. pomorum, não existe controle eficiente, pois os produtos químicos não atingem a
larva que se desenvolve no interior da semente (GALLO et al., 2002). Entretanto
C a p í t u l o I | 108

recomenda-se mergulhar em um copo contendo o inseticida deltametrina (Decis 25 CE


®, Bayer CropScience) na concentração de 0,05%, o fruto ainda pequeno com
aproximadamente 4 cm de comprimento, esse processo dever ser aplicado a cada 12 dias.
Contudo o inseticida pode causar abscisão e queda dos frutos (PINTO; SILVA, 1994).

Através de armadilhas luminosas (uma armadilha/ha; Figura 72) é realizado o


monitoramento de adultos de Cerconata anonella. São feitas inspeções semanais, a partir
da floração, com objetivo de detectar as infestações logo no início. Para facilitar a captura,
recomendam-se colocar tiras adesivas sobre as alertas para reter as mariposas que ali
pousarem.

Figura 72. Armadilha luminosa para captura de adultos da broca-do-fruto. Foto:


Raimundo Braga Sobrinho.

Como medidas preventivas e profiláticas, recomendam-se o ensacamento dos frutos,


inspeção das plantas, coleta e eliminação dos frutos atacados, além de pulverização de
inseticidas quando em elevada infestação (ARAÚJO et al., 1999). Ou seja, a coleta e o
enterrio de frutos atacados, que estão na planta ou caídos no solo, a 50 cm de
profundidade, possibilita a quebra do ciclo biológico da praga e a redução da população.
Os frutos secos, de qualquer tamanho, que estiverem nas plantas ou caídos ao solo devem
ser retirados e queimados. O ensacamento dos frutos ainda pequenos (tamanho de
azeitona ou 2 cm de diâmetro) com sacos de TNT é outra prática de manejo que deverá
ser adotada pelos produtores de anonaceas com o objetivo de controle da broca-do-fruto
C a p í t u l o I | 109

Ensacamento de frutos. O ensacamento de frutos é uma prática mecânica que vem se


mostrando muito eficiente no controle de inúmeras pragas, sendo bastante difundida na
área da fruticultura para minimizar o uso dos agrotóxicos. Essa técnica consiste na
utilização de invólucros constituídos de diferentes matérias com a finalidade de impedir
o contato da praga com o fruto (Figura 73). Diversos estudos utilizando algumas
coberturas já foram realizados em várias frutíferas para proteção contra o ataque de pragas
(pinha: brocas do fruto e semente) através do ensacamento dos frutos apresentando 2 cm
de diâmetro, com sacos de TNT vermelho (20 cm x 25 cm) de acordo com o trabalho
desenvolvido por Silva (2013). A utilização do ensacamento é uma técnica bastante
antiga, mas com o surgimento dos inseticidas e o custo elevado da técnica de proteger os
frutos com os invólucros devido à mão de obra, fez com que o produtor substituísse a
prática do ensacamento pelo uso dos agrotóxicos.

Figura 73. Tipos de invólucros para proteção dos frutos de anonaceas ao ataque de
Cerconota anonella e Bephratelloides pomorum. Fotos: Silva, L.S (2013).
C a p í t u l o I | 110

O primeiro caso de controle de pragas utilizando o ensacamento de frutos foi na década


de 60, em Porto Alegre, onde produtores ensacavam frutos de pêssego, pêra e ameixa.
Para proteção de cachos de uvas contra o ataque de vespas, foram utilizados sacos de
papel encerado, papel manteiga e folhas de jornal (ROSA, 2002).

No início da década de 70, o ensacamento deixou de ser realizado, pois exigia


qualificação de mão-de-obra e o gasto com matérias era elevado, o que tornou a técnica
inviável em grandes pomares, sendo substituído pela aplicação de inseticidas (LIPP;
SECCHI, 2002).

Para que o uso dessa técnica apresente resultados satisfatórios, é necessário realizar o
ensacamento dos frutos ainda pequenos, pois a possibilidade de que a praga já tenha
efetuado a postura é mínima.

Sacramento (2000) utilizou sacos plásticos translúcidos perfurados no fundo em frutos de


graviola com aproximadamente três a cinco cm de comprimento.

Broglio-Micheletti e Berti-Filho (2000) utilizaram diferentes materiais para o


ensacamento dos frutos de graviola em associação com produtos químicos à base de
clorpirifós para o controle de C. anonella e B. pomorum. Os tratamentos utilizados foram:
gaiola de arame revestida com tecido filó; saco de papel kraft; saco de papel kraft +
clorpirifós 480 g/L; saco plástico microperfurado; saco plástico perfurado da extremidade
inferior e saco de papel impermeável nas duas faces. O melhor resultado foi obtido com
o saco microperfurado, pois além de proteger os frutos do ataque das brocas, apresentou
a vantagem de não permitir o acúmulo de água, desfavorecendo o crescimento e
proliferação de patógenos causadores de podridão e mumificação dos frutos.

Atualmente, pesquisadores vêm buscando através de trabalhos realizados em campo,


obter resultados significativos e levá-los aos produtores de frutas, fazendo com que
retomem o uso da técnica de ensacamento, minimizando assim o uso de inseticidas que
na maioria das vezes são administrados sem critérios.

Pereira et al. (2009) testaram em frutos de pinha e atemóia: saco plástico leitoso; saco de
TNT branco com fundo; saco de TNT branco sem fundo e saco de papel pardo. Como
resultados, os tratamentos utilizados não apresentaram diferença significativa, contudo a
testemunha apresentou 14% dos frutos com injúria decorrente do ataque das pragas.
C a p í t u l o I | 111

Silva et al. (2014) realizaram a proteção dos frutos de pinha com cinco a dez mm de
comprimento com saco de papel branco impermeável aberto; saco plástico
microperfurado com orifício de cinco mm; saco de TNT (tecido não tecido) branco com
abertura inferior; saco de TNT vermelho com abertura inferior; gaiola de arame revestida
com tecido voile; inseticida Profenofós (12 g/L-1) + Cipermetrina (1,2 g/L-1)
(organofosforado/piretroide, em formulação concentrado emulsionável); caulim (10 g/
100 mL-1), obtendo resultados superiores utilizando o invólucro TNT vermelho com
abertura inferior com 87,5% de frutos sem injúrias.

A técnica do ensacamento possui várias vantagens, como proteger os frutos do ataque de


vários insetos-praga, sendo essa considerada a principal; melhorar o aspecto do fruto, que
quando fica maduro apresenta casca uniforme completamente sem manchas; permitir a
colheita de frutos sem resíduo de agrotóxicos; aumentar a velocidade de desenvolvimento
dos frutos e manter a uniformidade de coloração (LIPP; SECCHI, 2002).

Como limitações, alguns invólucros podem dificultar a identificação do ponto de colheita


dos frutos. Assim, deve-se optar por embalagens com abertura na extremidade inferior.
Na estação de inverno no Nordeste, devido ao volume de chuvas, a utilização de sacos de
papel para proteger os frutos pode tornar a técnica do ensacamento onerosa e inviável
para o produtor devido à necessidade de inúmeras trocas desses invólucros, além de não
proteger os frutos de maneira eficiente do ataque das brocas e de outros insetos. O custo
com a mão de obra também é um entrave para a realização dessa técnica (SILVA, 2013).

Broca-do-tronco e ramos (Cratosomus bombinus bombinus). O adulto da broca-do-


tronco é um besouro (Coleoptera: Curculionidae) de formato convexo que chega a medir
22 mm de comprimento por 11 mm de largura. Possui coloração entre preta e cinza-escura
com faixas transversais no tórax e nos élitros (Figura 74A). A fêmea deposita seus ovos
no tronco ou nos ramos, inserindo-os em saliências da epiderme e nas interseções dos
ramos. Cada fêmea põe, em média, um ovo por dia. As larvas eclodem entre 16 e 21 dias
após a postura e imediatamente começam a abrir galerias no caule ou nos ramos. As
galerias podem medir ±0,5 cm de diâmetro, extensas e multidirecionais (Figura 74B). Os
danos causados à planta ocorrem quando o inseto está na sua fase larval. A larva tem
coloração escura, pode atingir até 32 mm de comprimento e 11 mm de espessura. Os
sintomas externos do ataque são facilmente identificados pela presença de excrementos,
exsudação pegajosa e escura, além de uma serragem característica, formada por
fragmentos alongados, a qual, em parte, acumula-se obstruindo as galerias. As larvas
C a p í t u l o I | 112

podem permanecer mais de 100 dias no interior da planta, em câmara feita próxima à
casca, quando se transformam em pupa (Figura 74C). Dentro de 50 dias, emergem dos
orifícios os adultos (Figura 74D). A consequência final é a seca dos ramos e, em
infestações severas, a morte da planta.

Figura 74. Adulto da broca-do-tronco Cratosomus bombina (Fabricius, 1787) (A); Danos
da broca nos ramos da pinheira (B); Galeria e pupa (C); Danos da broca no caule da
pinheira (D). Fotos: Entomofauna –Guyane (A); Raimundo Braga Sobrinho (B-C);
Evandro Carneiro (D).

O controle é feito com a raspagem e destruição das larvas, seguido da aplicação de


inseticidas (TOKUNAGA, 2000).

Broca-do-coleto (Hellipus catagraphus Germar, 1824). – O adulto é um besouro


(Coleoptera: Curculionidae) de aproximadamente 20 mm de comprimento por 5 mm de
largura, de cor preta, com duas faixas laterais brancas (Figura 75A). As larvas apresentam
coloração branca e medem cerca de 20 mm de comprimento (Figura 75B). Constroem
galerias sob a casca, vedando-as com seus excrementos. Por atacar a região do coleto,
C a p í t u l o I | 113

esta praga só é notada quando já causou danos expressivo (Figura 75C). A fêmea deposita
os ovos na região do coleto das plantas com idade acima de 2 anos. Após a eclosão, as
larvas fazem galerias na casca e no câmbio do colo da planta e podem atingir a raiz
pivotante, penetrando cerca de 10 cm no solo. O dano pode provocar o bloqueio da
circulação da seiva. Os ferimentos podem servir como porta de entrada para fungos
oportunistas, que causam total escurecimento dos tecidos e, em seguida, podridão das
raízes e morte da planta. O sintoma do ataque é o amarelecimento das folhas, seguido de
seca e morte da planta. É importante não confundir com os sintomas da broca-do-tronco.
Os danos da broca-do-coleto limitam-se tão somente à região do coleto, sem se
estenderem ao caule e ramos.

Figura 75. Adulto da broca-do-coleto (A); Larva da broca-do-coleto (B); Sintoma


avançado do dano da broca-do-coleto (C). Fotos: Marcos Cesar Campis (A) e Raimundo
Braga Sobrinho (B-C).
C a p í t u l o I | 114

Como estratégias de controle, recomendam-se realizar inspeções periódicas no coleto das


plantas com mais de dois anos de idade (TOKUNAGA, 2000). Como controle, faz-se a
pulverização com inseticidas fosforados com a frequência indicada por especialistas
consultados previamente (MORALES; MANICA, 1994). Deve-se pulverizar 50 cm do
tronco, a partir da superfície do solo, utilizando 43,75g de endosulfan para 100 L de água
mais espalhante adesivo. Decorridos 20 dias da pulverização, pincelar toda a parte tratada
com calda bordalesa (1 kg de sulfato de cobre + 1 kg de cal virgem, previamente hidrata
+ 10 L de água) (TOKUNAGA, 2000).

Mosca branca. Essas moscas (Paraleyrodes goyabae; P. goyabas) infestam as folhas


novas e brotações e causam deformações e cloroses. Produzem graves prejuízos no
desenvolvimento vegetativo da planta porque provocam, às vezes, quebra de flores,
diminuindo a produção.

O controle da mosca-branca faz-se como o da broca-do-fruto, principalmente, contra o


adulto e ninfas jovens com carbaryl a 7,5% (MORALES; MANICA, 1994).

Cochonilha-branca ou piolho-branco. Essa cochonilha (Planococcus citri) ataca as


brotações e os frutos na região peduncular. Os frutos tornam-se de qualidade inferior para
a comercialização. Provoca definhamento da planta, pois suga muita sua seiva. Há
informação de fumagina e substância lanuginosa branca que protege a cochonilha e piora
o quadro.

Como controle químico, faz-se pulverizações com óleo mineral emulsionável de 0,5 a 1%
nas horas mais frescas do dia e também pode-se adicionar um inseticida fosforado com a
menor dose recomendada, evitando pulverizar no período de florescimento. Também
deve-se observar o período de carência, principalmente, no início do amadurecimento do
fruto (MORALES; MANICA, 1994).

Ácaro vermelho (Tenuipalpus granati). Esse ácaro ataca as plantas e causa o


bronzeamento, bem como a queda precoce das folhas. Como controle, utilizam-se
acaricidas na plantação (MORALES; MANICA, 1994).

PODA

A prática da poda é uma técnica obrigatória para a exploração comercial de frutas,


principalmente sob condições irrigadas. Primeiro por reduzir custos de produção
proporcionando à planta porte e arquitetura adequados aos tratos culturais e proporcionar
C a p í t u l o I | 115

uma distribuição de nutrientes mais uniforme e racional. Segundo, por aumentar a


produtividade do pomar, podendo-se obter até duas safras anuais, o que já se verifica nos
plantios de frutas realizados ao longo do Vale do São Francisco no nordeste brasileiro.

O cultivo da pinha sob condições de irrigação, no Nordeste brasileiro, possibilita a


colheita ao longo de todo o ano, sendo altamente tecnificada, tanto no que diz respeito ao
uso intensivo de insumos (adubos, defensivos, etc.), como no emprego da mão-de-obra,
uma vez que o manejo da poda permite escalonar a produção.

A poda das anonaceas permite a condução das plantas com o maior número de ramos,
que suportem maior quantidade de frutos de qualidade comercial. Na região Semiárida
brasileira, a prática da poda permite a programação da produção para praticamente
qualquer época do ano, podendo-se dividir uma mesma área em diferentes talhões, cada
um com uma época de produção.

Na maioria das regiões produtoras do Brasil, a pinha inicia a brotação e emissão de


brotações florais em setembro, podendo haver novas emissões em novembro e janeiro.
Da antese à maturação os frutos necessitam de 90 a 120 dias na primavera-verão, sendo
que, no período de outono-inverno, este intervalo varia de 120 a 180 dias dependendo da
região (SÃO JOSÉ, 1997)

Para a pinheira, recomendam-se selecionar quatro situações em que se pode empregar


esta técnica durante seu desenvolvimento e frutificação: 1) Poda de formação; 2) Poda de
frutificação, 3) Poda de limpeza e 4) Poda de rejuvenescimento.

1. Poda de formação

A poda de formação é realizada em duas etapas:

A poda de formação é iniciada cortando-se a gema apical do ramo principal da muda (cujo
plantio foi feito em haste única), chamada desponte, quando a muda, já em campo, atingir
uma altura de 60 a 70 cm de altura (Figura 76). O corte, com o auxílio de uma tesoura de
poda, deve ser realizado na região do ápice da planta preferencialmente quando a haste
principal já estiver lignificada, passando de coloração esverdeada para amarronzada. A
altura do corte da haste principal deve ser entre 60 e 80 cm do nível do solo. Na prática,
quando as plantas atingirem 1 m de altura já podem ser despontadas. Esta operação
estimulará as brotações laterais, das quais serão selecionadas três ou quatro pernadas,
radialmente distribuídas, em alturas diferentes nos 20 cm terminais do caule, que
C a p í t u l o I | 116

formarão os ramos laterais ou pernadas da planta (melhor distribuição na vertical e na


horizontal, iniciando a partir dos 40 cm do nível do solo), os quais serão selecionados
para formar a copa da planta. Devem-se selecionar 3 a 4 ramos alternados e orientados
nos sentidos Norte/Sul, Leste/Oeste. As demais brotações surgidas no tronco devem ser
eliminadas. As brotações selecionadas constituirão as pernadas definitivas da planta,
devendo ser despontadas quando atingirem 50 cm, estimulando novamente a emissão de
3 a 4 brotações. Para que a copa da planta fique com sua estrutura final em forma de taça,
esse procedimento deverá ser repetido até a planta atingir 2 m de altura, aproximadamente

Figura 76. Esquema da poda de formação: ramo principal (poda apical) e nos ramos
laterais ou pernadas (cortes em vermelho). Fotos: Santos et al. (2001).

Quando as pernadas atingirem 80 cm de comprimento deverão ser encurtadas a 50 a 60


cm. Em plantios mais adensados de pinha, esta segunda poda poderá ser realizada
deixando os ramos com cerca de 30 a 40 cm de comprimento, para obter maior número
de ramos produtivos ao final da formação da planta. As futuras brotações que surgirem
nestes ramos serão também selecionadas: ficarão mais 3 ou 4 ramos que tenham um
crescimento no sentido de abrir a copa da planta (Figura 76). Os ramos entrelaçados e que
tiverem crescimento para dentro da copa da planta devem ser eliminados. Uma vez
formada a copa com essa ramificação, deixam-se as próximas brotações desenvolver
livremente, eliminando-se apenas os ramos finos, tortos, doentes ou praguejados.
C a p í t u l o I | 117

No caso da pinha, devem-se selecionar dois ramos para cada pernada, encurtando-os em
seguida, sucessivamente, em 20 a 30 cm sempre que atingirem 50 cm de comprimento,
até que as plantas estejam com número de ramos suficientes para a primeira produção.

As anonaceas deverão ter entre 2 e 2,5 m de altura, procedendo-se o encurtamento dos


ramos da parte superior da copa ao longo do ano, visando facilitar os tratos culturais,
fitossanitários, polinizações, colheita, dentre outras práticas. Deve-se ainda manter a
altura da saia das anonaceas sempre podadas, deixando cerca de 60 cm acima do nível do
solo livre de ramos.

Logo após finalizar cada colheita, no caso da pinha produzida em condições irrigadas no
Semiárido brasileiro, pode-se iniciar nova poda de produção, o que permite a colheita de
duas safras anuais, conforme o exemplo no cronograma apresentado na Tabela 8. Esta
programação pode ser ajustada de acordo com o interesse do produtor.

Tabela 8. Programação de poda e fenologia da pinha em condições irrigadas do


Semiárido brasileiro.

Em estudo do crescimento de frutos de pinheira em função de comprimento de ramos


podados, realizado em um pomar comercial localizado no município de Anagé-BA, Dias
et al. (2004a) constataram três períodos de crescimento do fruto definidos por: uma
primeira etapa com rápido crescimento até os 51 dias após a polinização; a segunda etapa
C a p í t u l o I | 118

apresentou uma velocidade de crescimento reduzida dos 51 aos 79 dias e logo após o
terceiro período com nova aceleração do crescimento dos 79 aos 103 dias, representando
51, 28 e 24 dias para cada período.

Silva (2000) também constatou três períodos de crescimento dos frutos da pinheira em
seu estudo sobre épocas de poda e métodos de polinização na produção da pinheira,
porém, com a duração de 48, 36 e 17 dias.

Dias et al. (2003), estudando a influência da poda de produção em ramos de diferentes


diâmetros no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da pinheira, observaram um
período de 145 dias da poda à colheita. Já Silva (2000) observou um período de 165 dias
(época I poda em maio); 162 dias (época II poda em julho) e 146 dias (época III poda em
setembro). Dias et al. (2004b) e Dias (2003) obtiveram também os seguintes resultados:
130 dias da poda à colheita; variação de 99,8 g a 125,1 g para o peso da casca; de 82,5 g
a 95,4 g para o peso da polpa; de 27,2 g a 31,6 g para o peso das sementes; de 71,5 a 80,9
para o número de sementes e de 4,0 g a 4,8 g para o peso do talo central. Dias (2003)
apresenta ainda os seguintes resultados: comprimento dos frutos (cm) de 8,18 a 8,60;
diâmetro dos frutos (cm) de 8,09 a 8,52; peso dos frutos (g) de 245,36 a 289,73; casca
mais talo central (%) de 46,91 a 52,84; polpa (%) de 35,17 a 40,00; sementes (%) de 11,61
a 13,09; sólidos solúveis totais (°Brix) de 21,28 a 24,28; acidez total titulável (ácido
cítrico) de 0,20 a 0,24.

2. Poda de frutificação ou produção

Para obtenção de frutos de qualidade comercial, ou seja, bem formados e com peso
superior a 300 gramas, é necessário se fazer a indução floral das plantas e assim
sincronizar a floração e a frutificação. Após as podas de formação, quando os ramos
definitivos estiverem maduros (mais da metade da extensão do ramo estiver lenhoso),
pode-se processar a poda de frutificação, a qual consiste em cortar estes ramos no trecho
entre a parte lenhosa e a parte verde ou herbácea (retiram-se as pontas dos ramos -
desponte), na mesma ocasião se processa uma desfolha daquele ramo podado.
Recomenda-se deixar alguma folhagem na planta para que ela não interrompa o processo
metabólico de imediato (Figura 77). A poda de frutificação e desfolha dos ramos
proporcionam a brotação de ramos novos que trazem consigo as flores e pode-se assim
estabelecer um sistema de produção contínua, inclusive no período entressafra (LEMOS,
2011).
C a p í t u l o I | 119

Figura 77. Poda de frutificação em pinheira da variedade Típica (Crioula) com 4 anos de
idade. Foto: Lima Salvador, T. (2012).

Segundo São José (1997), a poda de produção vem sendo praticada para produção na
entressafra. Na região de clima semiárido de Petrolina, em Pernambuco, a pinheira é
podada com êxito entre os meses de maio e agosto com o objetivo de obter frutos no
período de menor oferta no mercado brasileiro. Dias et al. (2004) constataram, nas
condições estudadas, que ramos podados com menores comprimentos tendem a reduzir a
emissão de flores e a aumentar o vigor de brotações e tamanho de frutos (Figura 78).

Figura 78. Diâmetro médio dos frutos (cm), em função do comprimento de ramos
podados. Anagé-BA, 2003. Fonte: Dias et al. (2004).
C a p í t u l o I | 120

A poda de frutificação é realizada manualmente com tesouras apropriadas encurtando-se


todos os ramos para manter a altura máxima das plantas 1,5 m. Os ramos com diâmetro
inferior a 10 cm e malformados são eliminados. Ao mesmo tempo, realiza-se a remoção
manual das folhas remanescentes de cada ramo podado. Após 15 dias da poda, observou-
se o surgimento de gemas axilares vegetativas e de botões florais com cerca de 1 a 2 mm
de comprimento (Figura 79). Salvador (2013) constatou, na avaliação do seu trabalho,
que aproximadamente 40 dias após a poda de frutificação, as flores iniciaram a abertura,
sendo estas polinizadas manualmente, entre às 15 h e 17 horas.

Figura 79. Novas brotações (botões florais) surgidas da pinheira após a poda de
frutificação. Foto. Lima Salvador, T. (2012).

A poda de produção com desfolha dos ramos é uma prática de grande importância na
exploração da cultura, influenciando no fenômeno da diferenciação floral, de maneira a
permitir que a produção seja contínua ao longo do ano, inclusive no período da
entressafra. Silva (2000) constatou, em estudo envolvendo poda, que existe total
viabilidade agronômica e econômica de produzir-se pinha de forma vantajosa nas
condições de clima semiárido, em períodos de entressafra, de forma a aumentar a
C a p í t u l o I | 121

rentabilidade do produtor, concluindo que as épocas de poda exercem influência sobre o


desenvolvimento, mas não interferem no número e percentagem de sementes, sólidos
solúveis totais e acidez dos frutos. Para as condições do Rio de Janeiro, o uso da poda de
produção, associada à disponibilidade de água, permite concentrar parte da produção nos
meses de fevereiro e março e outra em junho e julho (MARTELLETO, 1997). Em
Mirandópolis-SP e Lins-SP, os ramos são podados como manejo de época de produção
da segunda safra, concentrando a produção em apenas um mês (KAVATI; PIZA
JUNIOR, 1997). Cavalcanti (1993) estima que, nos primeiros dois anos, são necessárias
em torno de três podas por ano e, nos anos seguintes, duas podas espaçadas de 6 meses
serão suficientes no manejo da cultura da pinheira.

A maioria dos produtores brasileiros não disponha de tecnologias mais avançadas, como
sistema de irrigação adequado, indução floral e polinização artificial entre outras, o que
certamente levaria a um aumento de produtividade e uma melhor qualidade do fruto, da
cultura da pinheira (Annona squamosa L). Tendo em vista o aumento da área plantada,
assim como a grande importância que vem assumindo essa cultura em diversas regiões
brasileiras e a escassez de pesquisa cientifica, Silva (2000) conduziu esse experimento
em uma área da Fazenda Santa Clara, município de Caraíbas-BA, entre marco de 1999 a
marco de 2000, cujo objetivo principal foi estudar os efeitos de três épocas distintas de
poda de produção, associadas a quatro métodos de polinização, na produção da pinheira,
nas condições do semiárido. Os tratamentos utilizados foram: To - polinização natural;
T1 - bomba de polinização; T2 - pólen pré-colhido e T3 - pólen colhido do dia. Foram
necessários 45 dias de intervalo entre as podas e a polinização para todas as épocas. Entre
a polinização e a maturação fisiológica dos frutos (colheita) transcorreram 120, 117 e 101
dias respectivamente para as podas de 31 de maio, 15 de julho e 22 de setembro. Para as
três épocas, as flores polinizadas artificialmente apresentaram uma taxa de vingamento
de frutos superior a 91% quando se polinizou com pincel, enquanto que as flores do
tratamento - To (testemunha), apresentaram somente 1,28%. Para as épocas I, II e III, os
diâmetros e comprimentos médios dos frutos foram respectivamente, (8,18; 9,12 e 9,12
cm) e (7,87; 9,05 e 9,23 cm); enquanto que os pesos médios foram 258,50; 312,72 e
340,22 g para as respectivas épocas. Os frutos desenvolvidos nas épocas do ano em que
as temperaturas foram mais baixas (época I), apresentaram menor desenvolvimento e
menor peso médio. Já os frutos desenvolvidos no período cujas temperaturas foram mais
elevadas (épocas II e III), se desenvolveram com rapidez e apresentaram maior peso
C a p í t u l o I | 122

médio. As medias de polpa e casca (%) dos frutos para as diferentes épocas foram
respectivamente, 41,55 e 48,76 (época I); 41,28 e 51,28 (época II); e 45,77 e 46,48%
(época III). Já os valores médios dos sólidos solúveis totais (SST) e acidez titulável total
(ATT) foram (22,60, 22,23 e 24,43 ºBrix) e (0,0939; 0,0928 e 0,1122%) para as
respectivas épocas. Os resultados permitiram concluir que é perfeitamente viável o
aumento do índice de vingamento de frutos, no período em que foi desenvolvido o
experimento, nas condições do semiárido, utilizando-se adequadamente a poda de
produção e os métodos de polinização artificial. Quanto ao rendimento bruto, a produção
originada na época I, com R$ 3.046,00/ha, proporcionou maior rendimento em
comparação aos R$ 2.512,90 e R$ 1.767,91, obtidos pelas épocas II e III,
respectivamente. Considerando-se que, embora com peso médio menor, os frutos
alcançaram melhores preços no período de entressafra.

Quatro anos após o plantio, as árvores foram podadas anualmente para emergência de
novos brotos no mês março. A poda consistia na remoção de galhos mortos, metade a
dois terços de todos os galhos longos, remoção de todos os galhos pequenos, o que
resultou na produção de frutos de distintos tamanhos entre as plantas podadas e não
podadas (COGEZ; LYANNAZ, 1996; Figura 80).

Figura 80. Superior: Frutos 'Arka Sahan' polinizados à mão produzidos a partir do
melhor tratamento de pólen, Annona squamosa (observe os frutos simétricos de tamanho
grande). Inferior: Frutos não polinizados naturalmente endurecidos (observe o tamanho
pequeno e os frutos disformes). Fotos: Cogez; Lyannaz, 1996.
C a p í t u l o I | 123

3. Poda de limpeza. A poda de limpeza baseia-se na eliminação de ramos doentes, secos,


praguejados e inclinados para o centro. Essa prática visa melhorar o aproveitamento dos
raios solares, aumentar a aeração no interior da planta, facilitar os tratos culturais e
fitossanitários, a polinização e a colheita dos frutos. Esta poda deve ser realizada logo
após a colheita.

4. Poda de rejuvenescimento. A poda de rejuvenescimento tem por objetivo recuperar


plantas decadentes, pouco produtivas, malconduzidas, debilitadas ou severamente
atacadas por pragas e doenças. Consiste em eliminar todos os ramos de uma planta,
deixando-se apenas o tronco e as pernadas com 40 cm a 50 cm de comprimento,
provocando, assim, a emissão de ramos para formação de nova copa.

DESBASTE DE FRUTOS

Para produzir em épocas programadas, existem tecnologias disponíveis que, se


devidamente utilizadas, possibilitam também a elevação da produtividade e melhoria da
qualidade dos frutos, tornando-os mais competitivos no mercado. Dentre elas, destaca-se
a indução floral. Na pinheira a indução pode ser promovida por uma técnica relativamente
simples, mas que requer conhecimento e habilidade para a sua correta execução: trata-se
da poda de produção ou frutificação, que é feita através da redução de ramos (poda) e
desfolha dos ramos.

Aliada às técnicas de irrigação, nutrição, polinização artificial entre outras, a poda de


produção já é adotada por produtores mais tecnificados, porém, ainda existe carência em
informações e a necessidade de aprimoramento e difusão dessas técnicas, o que justifica
estudos relacionados ao manejo da cultura e sua influência nos aspectos de produtividade
e qualidade associados ao mercado.

Na época de frutificação, é feito o raleamento ou desbaste. Esse procedimento consiste


na retirada manual de frutas malformadas e em excesso no ramo, deixando-se, em média,
de 50 frutos/árvore na primeira safra e 30 frutos/árvore na segunda. O raleamento é feito
por três vezes, retirando-se frutos que têm 1,5 cm de diâmetro (ou média de 20 mm de
diâmetro), os mais novos, os menores, malformados (com defeitos) ou com queimaduras.
Esse processo aumenta o desenvolvimento dos frutos que permanecem na árvore
principalmente na segunda safra (KAVATI; PIZA JR., 1997; Figura 81).
C a p í t u l o I | 124

Figura 81. Fruto de pinha com 4 cm de diâmetro.

O excesso de frutificação habitualmente causa uma série de dificuldades, especialmente


o tamanho insuficiente dos frutos. Estes inconvenientes podem ser atenuados em grande
parte pela remoção de frutos em seu estágio inicial de desenvolvimento, deixando na
árvore um número suficiente para obter um rendimento aceitável com frutos uniformes,
de bom tamanho e qualidade (Figura 82). Com isso se presume que a diminuição do
número de frutos na planta seja compensada com o aumento do seu tamanho e o
melhoramento de sua qualidade (SOUZA, 2006).
C a p í t u l o I | 125

Figura 82. Pinheira com número suficiente de frutos para obtenção de frutos de bom
tamanho e qualidade, os quais são separados um dos outros na operação de raleio. Foto:
Natureza Bela.

Com objetivo de determinar a melhor produção comercial da pinha (Annona squamosa


L.), tomando-se por base o número médio de frutos por planta, Souza (2006) verificou
que as características de altura de planta, diâmetro de tronco, crescimento e massa dos
frutos apresentavam um aspecto decrescente à medida que aumentava o número de frutos
por planta. A análise econômica apresentou maior rentabilidade no tratamento avaliado
com 30% de frutos por planta em relação ao seu número de ramos podados.

Ahmed (1936), em estudo sobre polinização e seleção de pinha e cherimólia, observou


que uma planta com polinização artificial excessiva originou um grande número de frutos
e desses foram marcados 339, no entanto, apenas 63 frutos amadureceram, perdendo todo
o restante (276 frutos) que ficaram do tamanho de uma noz e mumificados. O mesmo
autor cita ainda que uma das desvantagens da polinização excessiva é que o aumento do
número de frutos acima de um determinado limite, leva a diminuição no tamanho de cada
fruto.
C a p í t u l o I | 126

Para Manica (1994), plantas adultas de atemóia produzem frutos em excesso, geralmente
em cachos de 2 ou 3 inseridos numa mesma gema e ao permanecerem todos livres não
alcançam 300 g de peso, considerado o padrão ideal para a comercialização. Sendo então
desbastados quando atingem 3 cm de diâmetro, eliminando-se os defeituosos, atacados
por broca, doentes ou encostados uns aos outros. Nestas condições obtêm-se frutos
maiores e de fácil comercialização.

DESORDEM FISIOLÓGICA E MATURIDADE FISIOLÓGICA

Rachadura nos frutos. É um desequilíbrio fisiológico, causado pelo rápido aumento da


umidade no ambiente (chuvas intensas) depois de um período de veranico, durante o
desenvolvimento dos frutos. As células da polpa absorvem mais rapidamente água do que
as da casca e, assim, produz as rachaduras. Esse efeito pode ser favorecido por deficiência
de cálcio e potássio.

Deformação dos frutos. Esse efeito é produzido por causa da polinização deficiente dos
óvulos que origina o fruto. Esse fenômeno deprecia os frutos para a comercialização.

Em Taiwan, a pinheira sofreu baixa temperatura (abaixo de 13 ℃) o que poderia causar


o aumento da taxa de divisão da fruta. Este estudo realizado por TTDARES (2016b)
utilizou diferentes tratamentos protegidos para avaliar o efeito na divisão dos frutos da
pinha cultivar 'Taitung No 2’ (Figura 83). Os tratamentos protegidos incluem os seguintes
métodos: pulverização do fruto com Ca, sacos de papel-plástico e de camada dupla e rede
quebra-vento. Os resultados mostram que a divisão dos frutos da pinha no período de
crescimento lento foi de 0% e dos frutos no 2º período de crescimento rápido foi de
59,5%. O tratamento com sacos de papel-plástico e de camada dupla reduziu o
rachamento dos frutos de pinha. O tratamento com rede quebra-vento apresentou a menor
taxa de rachadura, 19,4%. Os referidos tratamentos avaliados por três anos tiveram
resultados semelhantes (TAITUNG DISTRICT AGRICULTURAL RESEARCH AND
EXTENSION STATION - TTDARES, 2016b). Portanto, os frutos são colhidos quando
a casca muda de cor e os segmentos se separam, situação que aproxima os frutos do estado
de maturidade fisiológica (DE ANDRADE et al., 2005).
C a p í t u l o I | 127

Figura 83. Frutos de pinha na fase de separação dos carpelos dos frutos apresentado
rachaduras e a utilização dos tratamentos: sacos de papel-plástico e de camada dupla e
rede quebra-vento, visando reduzir o rachamento dos frutos de pinha. Fotos: Taitung
District Agricultural Research and Extension Station - TTDARES (2016b).

Pereira et al. (2009) observam-se maior número de dias entre a colheita e o


amadurecimento e mais firmeza nos frutos de pinheira não-ensacados. O amadurecimento
mais demorado dos frutos não ensacados pode ter ocorrido devido à maior ação de fatores
ambientais na casca desses frutos sem ensacamento, tornando sua epiderme mais
resistente, grossa e rugosa; esse fato pode ter proporcionado redução da respiração do
fruto em pós-colheita e aumentado o período até o amadurecimento.

TAMANHO DE FRUTOS

O mercado define o padrão comercial dos frutos a serem obtidos pelos produtores, assim
sendo, o raleio ou desbaste é uma operação importante, considerando que frutas de
pequenas dimensões muitas vezes alcançam apenas 20% do valor obtido por frutas de
maior tamanho. Com relação a pinha, melhores resultados são obtidos quando se deixa
50 e 30 frutas, respectivamente. A operação é feita manualmente em 3 repasses, quando
os frutos tiverem cerca de 1,5 cm de diâmetro, e quando já é possível identificar os
C a p í t u l o I | 128

malformados e aqueles que têm o seu desenvolvimento natural limitado pelo pequeno
número de carpelos (KAVATI; PIZA JÚNIOR, 1997).

Maia et al. (1986) obtiveram frutos com comprimento de 4,27 a 7,41 cm (média = 5,07
cm) e diâmetro de 5,31 a 7,82 cm (média = 6,22 cm). Holschuh et al. (1988), em estudo
de caracterização física de frutos de pinha oriundos do trópico semiárido da Paraíba,
obtiveram os seguintes resultados: comprimento de 5,35 a 6,05 cm e diâmetro de 6,25 a
6,72 cm. Gaspar et al. (2000), em seu estudo, obtiveram média de 8,34 cm para o
comprimento e 8,38 cm para o diâmetro dos frutos. Costa et al. (2002) obtiveram, em
média, diâmetro de 81,5 mm e comprimento de 73,3 mm para os frutos da pinheira, com
variação de 80,0 a 82,8 mm para o diâmetro e de 72,3 a 74,4 mm para o comprimento dos
frutos. Silva et al. (2002) obtiveram os seguintes resultados médios: altura (comprimento)
de frutos variando de 6,6 cm a 8,7 cm; diâmetro máximo variou de 7,8 cm a 10,1 cm.
Pereira et al. (2003), estudando o efeito de horários de polinização artificial no pegamento
e qualidade de frutos de pinha (Annona squamosa L.), obtiveram comprimento dos frutos
variando de 7,77-8,93 cm e variação no diâmetro de 8,47-9,22. Dias (2003), avaliando a
frutificação da pinheira, obteve comprimento dos frutos (cm) de 8,18 a 8,60 e diâmetro
dos frutos (cm) de 8,09 a 8,52. Já Dias et al. (2003) obtiveram os seguintes valores:
diâmetro 7,88 cm a 8,26 cm e comprimento 7,70 cm a 8,02 cm. Pereira et al. (2009),
estudando a qualidade de frutos ensacados da pinheira, obtiveram comprimento (em cm)
de 8,7 a 9,1 e diâmetro (em cm) de 8,3 a 8,4. Considerando os trabalhos apresentados,
verificam-se que os frutos da pinheira apresentam variação de 4,27 a 9,1 cm em seu
comprimento e de 5,31 a 10,10 cm em seu diâmetro, variação essa decorrente do período,
região e tratos aplicados à cultura.

Alguns parâmetros de frutos da pinha, médios e grandes obtidos no pomar, situado no


município de Vazante-MG, foram avaliados e os dados estão expostos na Tabela 9.
C a p í t u l o I | 129

Tabela 9. Parâmetros físico-químicos de frutos da pinha (médio e grande), do pomar


situado no município de Vazante-MG, 2000.

Fonte: Pinto, A. C. Q. (2000).

Kavati (1997) afirmou que existe uma grande variabilidade genética nos pomares
comerciais, devido à propagação via semente. Como consequência, ocorrem variações
anatômicas nos frutos, os quais são classificados por peso e tamanho antes de sua
comercialização. O mesmo autor relatou que o padrão de peso comercializável dos frutos
de pinha pode variar entre 600 g (maior peso) e 215 g (menor peso). Os frutos encontrados
em feiras livres ou centrais de abastecimento geralmente fogem desse padrão. Em uma
pesquisa realizada por Sousa (2005) nas Centrais de Abastecimento da Região
Metropolitana de Salvador-BA, constatou-se que o peso médio dos frutos varia entre 350
g e 200 g. De acordo com esses relatos, sugere-se que as técnicas de polinização podem
não estar sendo empregadas de forma adequada pelos produtores do estado, fazendo-se
necessário o desenvolvimento de estudos que os auxiliem, visando o aumento da
produção e, principalmente, da qualidade dos frutos.

PRODUTIVIDADE

A produtividade da pinheira depende de vários fatores como potencial genético, a


pluviosidade e/ou irrigação, espaçamento dado a cultura e tipo de manejo cultural.
Variando de uma região para outra. Quando são cultivadas em condições natural produz
em média 3 toneladas por hectare já com manejos de irrigação chega a produzir em torno
de 6 a 15 toneladas por hectare. Em quase todas as épocas do ano podem produzir pinhas,
com exceção dos meses frios, pois afetar a fecundação das flores (ARAUJO et al., 2008),
C a p í t u l o I | 130

causando prejuízos para o florescimento e maturação do fruto. Muita chuva na época de


floração também provoca o aborto das flores e frutas, diminuindo assim a produtividade.
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 131

Capítulo II

PRÉ-COLHEITA, COLHEITA E PÓS-COLHEITA DO FRUTO DA PINHA


Vicente de Paula Queiroga
Josivanda Palmeira Gomes
Bruno Adelino de Melo
Denise de Castro Lima
Nouglas Veloso Barbosa Mendes
Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo
Esther Maria Barros de Albuquerque
(Editores Técnicos)
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 132

1-PRÉ-COLHEITA

Para tentar aumentar a vida de prateleira das frutas de pinha para consumo in natura tem
que considerar suas próprias características: fisiologia de formação e maturação, além das
características químicas e físicas. Por meio desses parâmetros, são definidas as técnicas
de colheita e pós-colheita.

É importante esclarecer que o estágio de amadurecimento ('ripening') representa o


conjunto de mudanças que levam a fruta a atingir suas características gustativas
específicas (amadurecimento organoléptica), quando a fruta termina está pronta para o
consumo (fruit ripe); este estágio começa depois que a fruta atinge a maturidade
fisiológica (maturation) (GILLASPY et al. 1993) e é anterior à senescência do fruto
(AGUSTÍ, 2000).

a. Desenvolvimento do fruto.

Pal e Kumar (1995) avaliaram mudanças durante o desenvolvimento das cultivares


Barbados Seedling” e Washington 97 em estudo realizado na Índia e foram analisados
em intervalos de 15 dias após a floração até a maturidade da colheita e no estágio
amadurecimento. Eles relataram um ciclo variando entre 16 e 18 semanas desde a antese
até a maturação completa, ou seja, os frutos levaram 120 ± 5 dias para atingir a maturidade
de colheita (maturidade fisiológica) e depois outro de 2 a 5 dias para o estádio
amadurecimento (amadurecimento organoléptica). Os frutos apresentaram curva de
crescimento sigmóide dupla após o vingamento (fecundação) e respiração climatérica.

Para identificar o ponto de colheita da pinheira produzida comercialmente no Nordeste


do Brasil, recomendam que os seus frutos sejam coletados em diferentes estágios do
desenvolvimento, conforme descrito por Brown et al. (1988). Mudanças nas
características químicas e físicas deverão ser avaliadas. Outras mudanças nos frutos
coletados em todos os estágios de desenvolvimento deverão ser seguidas, para descobrir
se o amadurecimento normal da planta é alcançado. O estágio de colheita ideal deverá ser
aquele em que os frutos colhidos atingirem o completo amadurecimento
(amadurecimento organolética).
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 133

b. Maturação

- Atividade respiratória e produção de etileno. Os frutos de Annona squamosa são


classificados como climatéricos, pois sua atividade respiratória e produção de etileno
aumentam durante a maturação (maturação fisiológica), e seus processos de
amadurecimento podem ser completados após a colheita (amadurecimento organolética).
A pinha tem apenas um pico ou fluxo respiratório (BROWN et al., 1988; PAL; KUMAR,
1995; TSAY et al., 1990). O início do climatério respiratório precede o início da rápida
produção de etileno (BROWN et al., 1988).

Os frutos maduros no estágio pré-climatérico apresentaram baixíssimo teor de ácido


ascórbico. Este aumentou à medida que o fruto amadureceu, atingindo um máximo no
climatério, após o qual a quantidade diminuiu. O teor de ácido ascórbico foi pouco afetado
pela temperatura de armazenamento, embora a retenção de ácido ascórbico tenha sido
ligeiramente maior em temperaturas mais baixas (BROUGHTON; TAN, 1979). Essas
observações são consistentes com os resultados obtidos por Thomas (1975) e Butkene
(1976).

A diminuição geral na quantidade total de carboidratos à medida que a fruta amadurece é


devido à sua utilização como a principal fonte de energia para a respiração e outros
processos metabólicos (SPENCER, 1966).

Assim, a quantidade de amido diminuiu enquanto o nível de glicose aumentou à medida


que os frutos amadureciam. Após o climatério, no entanto, o nível de glicose também
caiu. Assim, para retardar o amadurecimento de Annona squamosa, o fruto deve ser
mantido sob baixas tensões de O2: e C:H4, cerca de 10% CO: e umidade relativa entre 85
e 90% em temperaturas entre 15 e 20 °C. Para acelerar amadurecimento, a fruta deve ser
mantida sob altas tensões de O2 e baixos níveis de CO2 na mesma umidade relativa e
temperatura.

- Alterações químicas e físicas. As frutas de pinha são climatéricas por natureza, pois
aumentam a atividade respiratória e a produção de etileno durante o amadurecimento. O
aumento da atividade respiratória nas frutas de pinha, assim como em outras frutas
tropicais, é acompanhado por rápidas modificações na composição química, onde sabor
e aroma tornam-se muito agradáveis, enquanto a firmeza da polpa diminui (BROWN et
al., 1988). Sólidos solúveis aumentam, principalmente carboidratos e ácidos orgânicos, e
compostos voláteis. Máxima qualidade para consumo é alcançada com altos teores de
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 134

sólidos solúveis e acidez titulável (LEAL, 1990; LIZANA; REGINATO, 1990;


TAYLOR, 1993).

O climatério, ou pico climatérico, pode ser definido como o período durante o qual uma
série de mudanças bioquímicas é iniciada por produção autocatalítica do etileno,
marcando a transição entre o desenvolvimento à senescência do fruto, envolvendo um
aumento na atividade respiratória e na condução ao amadurecimento (CHITARRA;
CHITARRA, 1990).

Após o pico, há queda na produção dos principais compostos aromáticos, com liberação
de compostos voláteis que estão associados a aromas estranhos de frutas supermaduras
(PAULL, et al., 1983). Essa mesma tendência é observada em relação aos açúcares e
ácidos orgânicos. Portanto, os frutos perdem a qualidade após o estágio de
amadurecimento (amadurecimento organolética).

O amolecimento e a redução da firmeza da fruta são as duas principais razões para a


diminuição da qualidade e o maior obstáculo à exportação desta fruta. A casca e a polpa
mudam de cor e aspecto com o amadurecimento, pois há uma tendência de escurecimento
da casca do fruto da pinha ao final da maturação (MARTINEZ et al., 1993).

Quando os valores de sólidos solúveis aumentam, os valores de pH da polpa diminuem


significativamente e a acidez titulável aumenta cerca de dez vezes, passando de 0,067 g
para 0,67 g de ácido málico por 100 gramas de polpa, devido a um aumento de 7 vezes
nos valores de concentração de ácido málico e três vezes em ácido cítrico (PAULL et al.,
1983).

A produção de compostos voláteis é paralela à produção de etileno, atingindo o máximo


5 dias após a colheita, ocasião em que se observam valores máximos para açúcares e
ácidos (PAULL et al., 1983) e maior aceitabilidade sensorial (LIZANA; REGINATO,
1990).

A alta proporção de açúcares, principalmente a frutose, superando o teor de sacarose,


contribui para o sabor muito doce dessas frutas, pois a frutose é 1,7 vezes mais doce que
a sacarose (LEHNINGER 1976).

c.Ponto de colheita. A colheita da pinha é em geral definida empírica e visualmente pelo


afastamento dos gomos da casca. Para estabelecer o ponto de colheita e relacioná-lo com
o tempo de conservação dos frutos, Salvador (2013) utilizou uma escala de distâncias
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 135

entre os gomos na parte mediana dos frutos, e observou o tempo transcorrido até se atingir
a plena maturação ou ponto de consumo (maturação organolética), determinado pela
concentração de sólidos solúveis totais (ºBrix). Os frutos colhidos foram colocados em
caixas de papelão em camada única em temperatura ambiente (27±2ºC) até a completa
maturação quando foi mensurado o teor de sólidos solúveis totais ((ºBrix). Para isso foi
estabelecida uma escala de intervalos de distância de afastamento entre os gomos,
conforme Tabela 10.

Tabela 10. Escala de intervalos de distância de afastamento entre os gomos de frutos de


pinha.

Escala Distância de separação (mm)


1 0,0 – 2,0
2 2,1 – 3,0
3 3,1 – 4,0
4 4,1 – 5,0
Fonte: Lima Salvado, T. (2013).

O início do ponto de colheita foi determinado visualmente pelo início do afastamento dos
gomos da casca dos frutos deixando aparecer marcadamente a coloração creme-
amarelada sem clorofila na parte inferior dos gomos (Figura 84). Para efeito das
avaliações convencionou-se o estágio 3 com afastamento de 3,1 a 4 mm entre os gomos,
medindo com um paquímetro digital. Os frutos neste estágio foram colhidos com tesoura
de poda cortando o pedúnculo de cada fruto (SALVADOR, 2013).
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 136

Figura 84. 1) Desenho representativo da casca dos frutos de pinha e o afastamento dos
gomos com a escala de maturação de 1 a 4 proposta e 2). Fruto no estágio 1 de maturidade
fisiológica ainda na planta (distância dos gomos de 1,17 mm) apresentando uma ótima
aparência externa (A); Fruto colhido no estágio 3 de maturidade fisiológica, apresentando
distância de 3,26 mm entre os gomos (B). Fontes: Lima Salvador, T. (2013).

Para determinação da época ideal de colheita, Moura et al. (2019) recomendam que os
frutos de pinha em desenvolvimento sejam colhidos e classificados em três estágios de
afastamento dos gomos ou carpelos: classe 1 (0,0 a 2,0 mm); classe 2 (2,1 a 3,0 mm); e
classe 3 (3,1 a 4,0 mm) (Figura 85).

Figura 85. Frutos de pinha (Annona squamosa L.) colhidos e separados em três classes
quanto ao interespaço dos carpelos, 1 (0,0 - 2,0 mm), 2 (2,1 - 3,0 mm) e 3 (3,1 - 4,0 mm),
cultivados sob condições de savana (cerrado) em Roraima. Fotos: Moura et al. (2019).
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Após a classificação, as amostras dos frutos foram enviadas ao Laboratório de Pós-


Colheita e Agroindústria da Embrapa Roraima para avaliação do prazo de validade. Os
frutos foram armazenados em temperatura ambiente de 27°C (±1°C), e os aspectos físicos
e físico-químicos dos frutos foram avaliados quando atingiram o estágio de maturidade
para consumo (MOURA et al., 2019).

É importante destacar que durante a fase de colheita, os frutos mudam de cor de verde
para creme amarelado-verde entre os carpelos (VISHNU PRASANNA et al., 2000). Os
frutos apresentam excelentes características para consumo e vida útil de seis dias quando
colhidos 104 dias após a polinização (PEREIRA et al., 2010). A vida útil dos frutos
colhidos aos 108 dias diminuiu pela metade (vida útil de três dias). Por outro lado, os
autores relataram um aumento de 50 g na massa da polpa nos frutos colhidos com 108
dias.

2 - COLHEITA

Dentre as frutas do gênero Annona, a pinha é a mais difícil de colher devido a sua
tendência a rachar devido à separação dos segmentos ou dos carpelos (LEAL, 1990).
Apesar de seu aspecto rústico, a pinha é uma fruta delicada de manuseio e requer todo
cuidado para evitar abrasão, principalmente quando a casca escurece, pois isso pode
prejudicar a aparência e a qualidade geral da fruta (KAVATI, 1997). Recomenda-se o uso
de escadas para a colheita, sendo que o desprendimento dos frutos é feito com o uso de
faca ou tesoura de poda, e nunca os torcendo (Figura 86). Esta é uma recomendação
comum para todas as frutas Annona. É necessário deixar 0,5 a 1,0 cm de pedúnculo para
diminuir a invasão patogênica e também a perda de água (Figura 87). Mesmo com esta
recomendação, é aconselhável tratar o instrumento de colheita com um fungicida como o
benomyl (1 g/litro) após a colheita de cada fruto para evitar a propagação de fungos,
especialmente Lasodiplodia theobromae.
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Figura 86. Desprendimento dos frutos da pinheira é feito com o uso de faca ou tesoura
de poda (foto acima), e nunca por torção. Foto: Shutterstock.

Figura 87. Recomenda-se deixar o pedúnculo no fruto desprendido após o seu corte com
a tesoura de poda. Foto: Safari Garden.
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A definição do momento da colheita é um dos parâmetros mais importantes da


comercialização, pois quanto mais tempo o fruto permanecer na planta, melhor será sua
qualidade, pois é na fase final de seu desenvolvimento que ocorre a formação da polpa de
enchimento mais saborosa. Se a fruta for mantida na planta, após atingir o estágio de
maturação fisiológica, seu desenvolvimento é elevado em até 20% nos primeiros 10 dias
(Figura 88). A maturação do fruto se inicia com o afastamento dos carpelos, quando sua
coloração é verde amarelada nos tecidos intercarpelares (KAVATI; PIZA JR, 1997),
sendo um processo fisiológico extremamente complexo, que promove transformações na
cor, sabor, aroma e textura, até estar em condições adequadas de consumo (VIANA,
2005). Por ser um fruto climatérico, sua maturação total pode ser completada após sua
retirada da planta.

Figura 88. Maturação fisiológica do fruto colhido diretamente da pinheira. Foto: Portal
Agropecuária.

Atualmente, o índice de colheita empregado para a pinha tem sido baseado na aparência
externa do fruto. A colheita dos frutos começa depois do segundo ou terceiro ano do
plantio, e a produção aumenta até atingir o máximo com cinco a oito anos. Critérios
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 140

morfológicos dos frutos foram estabelecidos para o ponto correto de colheita. Tais
critérios são: para pinha, deve-se observar o afastamento dos carpelos, mudança de cor
da casca e coloração verde-amarelada dos tecidos intercarpelares (PEREIRA et al., 2010;
(Tabela 11).

Tabela 11. Critérios de colheita utilizados para a pinha.

Desbotamento na cor da casca do fruto de verde para creme amarelado-verde


Pinha entre os carpelos
Separação de segmentos ou gomos ou interespaço dos carpelos
Cor creme do tecido intersegmentar.

Com base nos critérios da Tabela 11, o desbotamento na cor da superfície dos frutos é o
principal índice de maturidade para a colheita da pinha. Os frutos da pinha são colhidos
manualmente com 1-3 colheitas pela manhã. De modo geral, nenhum agricultor utiliza a
colhedora para a colheita de pinha. A produção média de frutos por árvore foi de 10 a 28
kg, dependendo da idade das árvores e das condições do solo.

Planta de sete anos dá frutos de 10-15,58 kg em condições semiáridas quentes. A


classificação manual com capacidade muito baixa é seguida pelos produtores de pinha. O
tamanho do fruto é o principal critério de classificação e os frutos são classificados em 3
graus (A, B e C). O acondicionamento das pinhas é feito em cestos de bambu.

O padrão de desenvolvimento dessa espécie apresenta algumas dificuldades em definir


um índice de colheita baseado na idade dos frutos. Durante a época de colheita, os
pomares devem ser visitados diariamente para evitar perdas de frutas. No momento da
colheita para consumo in natura, os frutos ainda deverão ser firmes, mas qualquer dano
superficial causado pelo manuseio aparecerá rapidamente e pode facilitar a entrada de
patógenos durante o armazenamento.

Outra característica relevante da fruta da pinha é a perecibilidade, que torna mais


complexo o processo de escoamento da produção. Além disso, segundo Almeida (2003),
as perdas ao longo da cadeia produtiva da fruticultura são relativamente grandes; e há
pouca disponibilidade e uso de sistemas de refrigeração do produto, após a colheita,
transporte e armazenamento, a fim de viabilizar maior tempo de prateleira da fruta, além
de serem custosos e, muitas vezes, pouco compensadores.
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 141

Após a colheita, os frutos são transportados para o galpão ou casa de embalagem, onde
são classificados pelo estágio de maturação e pelo tamanho. Os frutos lesionados,
defeituosos, muito maduros ou verdes são descartados ou separados para consumo
doméstico. Após a seleção e a classificação, os frutos são embalados em caixetas de
papelão para 3 kg, colocados em camada única, formando os tipos 9 (3 x 3); 12 (4 x 3);
15 (5 x 3); e 18 (6 x 3). Os tipos 9 e 12 são os preferidos para os mercados das grandes
capitais (ARAÚJO FILHO et al., 1998).

3 - PÓS-COLHEITA

A pinha é uma fruta muito atrativa tanto para o consumo in natura quanto para a indústria
de sucos e polpas. A limitação em chegar a mercados distantes decorre do
amadurecimento rápido e do amolecimento acentuado que dificulta o manuseio sem
danos dos frutos e encurta a vida pós-colheita.

Após a colheita, os frutos devem ser arrumados para o transporte em caixas rasas e os
frutos grandes não devem ser sobrepostos (ou em camada) sobre os pequenos. É
aconselhável colocar espuma plástica (0,5 a 1,0 cm de largura) entre cada camada de fruta
para evitar abrasão durante o transporte até o “packing house”. O cuidado é mais
importante se a fruta for destinada ao consumo in natura. Enquanto os frutos colhidos
estiverem no campo, as caixas de colheita devem ser mantidas à sombra ou protegidas da
chuva, e longe da poeira produzida pelo vento e movimentação de veículos.

Uma escala de notas de 1 a 4 foi estabelecida por Salvador (2013) para notificar a
aparência externa (casca) e interna (polpa) dos frutos, considerando a ausência ou
presença de coloração escura na casca e na polpa dos frutos, ilustrados na Tabela 12.
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Tabela 12. Escala de notas estabelecida para notificar a aparência externa (casca) e
interna (polpa) dos frutos de pinha.

Fonte: Lima Salvador (2013).

No programa de pesquisa em frutos de Annona conduzido pela Embrapa Agroindústria


Tropical (MOSCA et al., 1999) inclui a avaliação de técnicas alternativas para o controle
de doenças na pós-colheita, como a radiação ultravioleta e o uso de microrganismos
antagonistas. O primeiro passo para isso é a identificação da flora patogênica e antagônica
em nossas condições ambientais.

A classificação consiste no preenchimento de caixas com frutos de tamanho e forma


uniformes e, sempre que possível, com aspecto externo muito semelhante. Essa etapa
exige cuidado e atenção, pois classificação e embalagem abaixo do padrão resultam em
uma redução média de preço de 30% no mercado atacadista (KAVATI, 1997).

Muito trabalho precisa ser feito no Brasil para definir embalagens adequadas para frutas
Annona. As caixas atualmente utilizadas para a pinha foram pensadas para outras frutas
como manga, goiaba ou uva, que possuem características diferenciadas de tamanho,
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 143

forma e peso. Para a graviola a situação é ainda pior, pois os frutos são muito maiores e
mais pesados do que a pinha e é muito mais difícil adaptar uma caixa para
comercialização. Uma caixa mais resistente ao impacto é necessária para proteger os
frutos individualmente, semelhante à usada para o melão (MOSCA et al., 1999).

As pinhas classificadas por tamanho são dispostas na caixa de forma que fiquem bem
presas e não se mexam durante o transporte. O padrão de arranjo depende do tamanho do
fruto (Figura 89). Assim, as frutas da classe 15 são colocadas lado a lado em 5 fileiras de
3 frutas. No caso das frutas da classe 18, existem 6 fileiras de 3 frutas dispostas em padrão
de espinha de peixe. A nota de tamanho máximo para pinha é 8, para frutas com peso
entre 600 e 620 g, que são apresentadas em 4 linhas de 2 frutas.

Figura 89. Classificadas pelo tamanho uniforme, as frutas do conde são embaladas em
caixa de papelão (3 linhas de 2 frutas) e revestidas com protetor individual de malha de
polietileno expandido. Fotos: MF Rural.

As frutas classificadas por tamanho devem ser acondicionadas na embalagem tipo


caixeta, de modo que fiquem firme e não se movimentem durante o transporte. A
disposição destas frutas dentro da embalagem varia com seu tamanho. Assim, frutas da
classe 15 são colocadas uma ao lado da outra, em 5 fileiras de 3 frutos cada. No caso da
classe 18, são 6 fileiras de 3 frutos cada, mas dispostos de forma desencontrada. Esta
disposição desencontrada também é utilizada para frutos de tamanho grande. O padrão
empregado na classificação de anonaceas refere-se ao número de frutas que uma
embalagem com as dimensões especificadas no item anterior comporta. Este padrão pode
ser observado na Tabela 13, em que para cada tipo são mencionados o peso, comprimento
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 144

e o diâmetro do fruto e a disposição das frutas na embalagem. No caso da pinha, a


embalagem mais usada é a de papelão ou madeira tipo I, onde as frutas ficam dispostas
em pé.

Tabela 13. Padrão empregado na classificação e embalamento de fruta-do-conde.

Fonte: Yokota (1986) citado por Kavati (1997b).

Armazenamento. Todos os frutos da Annona apresentam intensa atividade metabólica


após a colheita e são altamente perecíveis. Os frutos da graviola têm a vida pós-colheita
mais curta. A alta temperatura estimula o aumento da respiração, acelera o
amadurecimento e, consequentemente, reduz o prazo de validade esperado dos frutos.
Embora a refrigeração seja um método eficiente para prolongar a vida pós-colheita de
produtos hortícolas, o monitoramento da temperatura é motivo de preocupação no
armazenamento de frutos de Annona devido à sua sensibilidade ao frio. Os sintomas de
resfriamento incluem a descoloração da casca e da polpa e o amadurecimento anormal.

A exposição ao etileno após a colheita deve ser evitada. Brown et al. (1988) relataram
que a pinha tem melhor qualidade se amadurecida em ar livre de etileno. Baixos níveis
de etileno, baixo oxigênio e alto dióxido de carbono na atmosfera de armazenamento
podem ser ferramentas úteis para prolongar a vida útil, bem como métodos para
complementar a refrigeração, como filmes plásticos e ceras, porém, existem poucas
pesquisas atuais sobre o assunto em relação aos frutos de Annona.

Em frutos de pinha tem sido demonstrado que temperaturas abaixo de 15ºC causam
sintomas de frio, enquanto o amadurecimento normalmente ocorre entre 15 e 20 ºC a 85-
95% de umidade relativa (LEAL, 1990). Porém, segundo este autor, o armazenamento
por 6 semanas a 4 ºC causa escurecimento da casca, mas a polpa permanece em boas
condições. Babu et al. (1990) afirmaram que a vida útil da pinha é de 5 dias, mas pode
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 145

ser estendida com tratamentos como embalagem de polietileno (6 dias), emulsão de cera
(6 dias), imersão em reguladores de crescimento (7 dias) e fungicidas (8 dias) ou absorção
de etileno (9 dias).

No estudo de avaliação do “efeito da pulverização foliar de diferentes produtos químicos


nas qualidades bioquímicas e organolépticas de pinha cv. Balanagar sob armazenamento
ambiente”, o qual foi conduzido no KRC College of Horticulture, Arabhavi da University
of Horticultural Sciences, Bagalkot durante o ano de 2016 e 2017. Os tratamentos
envolveram aplicação foliar de cloreto de cálcio (1,0 e 2,0%), bórax (0,2 e 0,3 %), ácido
salicílico (0,40 e 0,60 %) e silicato de potássio (0,40 e 0,60 %) 30 dias antes da colheita
para conhecer sua eficácia na melhoria da qualidade e vida de prateleira. O resultado
mostrou que, a retenção máxima de acidez titulável, ácido ascórbico e SST e açúcares
mínimos foram registrados com pulverização foliar de silicato de potássio a 0,60%,
seguido de perto por cloreto de cálcio a 2,0% (JAISHANKAR et al., 2018).

A pulverização foliar com silicato de potássio e cloreto de cálcio obteve nota


organoléptica máxima para cor e aparência do fruto quando comparada aos demais
tratamentos (JAISHANKAR et al., 2018). As pontuações altas para cor e aparência são
devidas a pulverizações pré-colheita de efeito de silicato de potássio que já foram
relatadas por Shiarn et al. (2004) em uvas e Ravishankar (2016) em banana. Da mesma
forma, a alta pontuação para cor e aparência no tratamento com cloreto de cálcio foi
relatada por Karemera e Habimana (2014a) em manga e Manasa (2015) em manga.

Atmosfera modificada ou controlada (refrigeração). Os frutos de anonaceas, como a


pinha, são climatéricos, pois aumentam a atividade respiratória e a produção de etileno
durante o amadurecimento (ARAUJO et al., 1999). O aumento da atividade respiratória
é acompanhado por rápidas modificações em sua composição química, que alteram o
sabor, o aroma, a firmeza da polpa e a cor da casca. O desenvolvimento de tecnologia
adequada possibilitaria a conservação da qualidade dos frutos e o prolongamento de sua
vida útil (KAVATI, 1997).

A pinha é altamente suscetível a danos mecânicos durante os processos de colheita,


transporte e armazenamento. Assim, algumas estratégias vêm sendo utilizadas no pós-
colheita, visando a preservação do fruto, como uso de atmosfera modificada ou
controlada, filmes plásticos, tratamentos térmicos, refrigeração, uso de radiação, entre
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 146

outros, além da combinação de tratamentos. Neste sentido, as técnicas pós-colheita se


fazem fundamentais para adequar as exigências do mercado.

A atmosfera modificada, quando utilizada corretamente, interferem nos processos


bioquímicos e fisiológicos do fruto, e também permitem retardar a senescência e diminuir
a proliferação de agentes microbianos (ARRUDA et al., 2011). Consiste na redução do
O2 e aumento do CO2 reduzindo assim a síntese de etileno e com isso prolongando a vida
pós-colheita dos frutos (MENDONÇA et al., 2015).

FILMES PLÁSTICOS - Por ser um fruto climatérico, o uso de filmes plásticos modifica
a atmosfera de armazenamento, retardando a respiração do fruto, a perda de clorofila,
umidade, escurecimento enzimático e amadurecimento. Além do efeito sobre etileno, já
que é necessária a presença de oxigênio para que ocorra a síntese, e com o uso do filme
plástico dificulta esse contato (CHITARRA; CHITARRA, 2005; TEIXEIRA et al., 2007).

Os filmes plásticos funcionam como uma barreira para o movimento de vapor d’água.
Devido as películas, alterando todo o metabolismo do fruto, garantindo assim a umidade
relativa (UR) no interior da embalagem e a turgidez (SILVA; MUNIZ, 2011).

Diversos filmes podem ser utilizados, diversificando as propriedades de resistência,


flexibilidade, espessura, permeabilidade de gases ao vapor d’água. A película utilizada
deve reduzir a concentração de oxigênio (O2) sem permitir a respiração anaeróbia e
impedir o acúmulo de dióxido de carbono (CO2) em níveis que não provoque danos
fisiológicos (SARANTOPÓULOS, 1999).

Os principais filmes comercializados são polietileno de baixa densidade (PEBD) com


diferentes espessuras e apresentando boa permeabilidade; o poliolefínico simples ou
coextrusado, que apresenta alta permeabilidade ao O2 e CO2 e boa propriedade ao vapor
d’água, e o PVC, que apresenta cerca de 2x mais permeabilidade que os PEBD
(CHITARRA, CHITARRA, 2005).

O uso de filme de PVC (policloreto de vinila) para criar uma atmosfera modificada tem
mostrado resultados satisfatórios para muitas frutas como goiaba e maracujá, e reduziu a
perda de massa fresca (LIMA; DURIGAN, 2000; FLORIANO et al., 2003). Santiago et
al. (2003) observaram redução na perda de peso de frutas armazenadas em embalagens
de PVC para pinha. Segundo Guimarães et al. (2003), os frutos de pinha apresentam bons
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 147

resultados com uso de filme PVC de 10 µm e armazenados a 12ºC. Além de apresentar


uma vida pós-colheita de 12 dias.

Com o propósito de entender os processos de fisiologia pós-colheita dos frutos de pinha


e com a adoção de novas técnicas de conservação, Reges et al. (2018) avaliaram a
qualidade pós-colheita de ata submetida ao atraso da retirada do filme de PVC, sendo que
os frutos foram colhidos no estágio de maturidade fisiológica; em seguida, selecionados
e sanitizados. Parte deles foi envolvida individualmente com filme de PVC comercial e
acomodada em bandeja de isopor e os demais foram mantidos sem filme, representando
o controle. Os tratamentos aplicados foram: (Controle) sem filme de PVC, (T1)
embalados individualmente com filme de PVC sendo retirados com 2 dias de
armazenamento, (T2) Filme de PVC sendo retirado com 4 dias de armazenamento e (T3)
Filme de PVC sendo retirado com 6 dias de armazenamento. Com base nos resultados
obtidos com os frutos armazenados, os autores chegaram de forma resumida as seguintes
considerações: a utilização de filme de PVC retardou a perda de massa das atas, se
diminuiu os teores de acidez titulável, além de ter contribuído para melhor aparência
externa. Os tratamentos T2 e T3 mantiveram a firmeza mais elevada até o 6º dia, quando
comparados aos demais tratamentos. O aparecimento de rachaduras foi menor no
controle. O filme de PVC atrasou o amadurecimento dos frutos, mas não diminuiu a
qualidade das atas ao final do armazenamento. O filme de PVC retirado com 6 dias
proporcionou uma vida útil pós-colheita de 6 dias, pois apesar de conter rachaduras,
estava apto para o consumo. No 8º dia, nenhum dos frutos estava apto ao consumo (Figura
90).
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Figura 90. Aparência externa em frutos de ata no 2º (A), 4º (B), 6º (C) e 8º (D) dia de
armazenamento recobertos com filme PVC armazenados a 44% de umidade relativa e
temperatura máxima de 33,6 °C e mínima de 27,9 °C durante 8 dias. Fotos: Reges et al.
(2018).

Durante o armazenamento, os frutos acondicionados em filmes plásticos alteram todo o


seu metabolismo, devido a essas películas funcionarem como uma barreira para a
movimentação do vapor da água, reduzindo sensivelmente a perda de massa, retardando
o amadurecimento e a elevação das taxas respiratórias (ZAGORY; KADER, 1988).
Porém, é sabido que as anonaceas não amadurecem totalmente quando submetidos ao
revestimento com esses materiais durante todo o armazenamento (OLIVEIRA, 2014;
SOUZA et al., 2014).

Os frutos revestidos com filme PVC apresentaram valor maior de ratio (relação entre
sólidos solúveis totais por acidez titulável), o qual representa um balanço entre sabores
doces e ácidos, podendo apresentar um falso indicativo de qualidade (KLUGE et al.,
2002).
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 149

As rachaduras foram observadas próximas ao pedúnculo se espalhando até a base do


fruto. Segundo Paull (1996), esse aumento pode estar associado aos sólidos solúveis da
polpa, pois ocorre migração da umidade da casca para polpa, levando ao aparecimento
das rachaduras, além de outros fatores como pico respiratório, produção de etileno, perda
de peso e diminuição da circunferência.

SACHÊS ABSORVEDORES DE ETILENO – A utilização de absorventes de gases tem


mostrado bons resultados na eliminação dos mesmos durante o armazenamento de
alimentos, como o absorvente de etileno à base de permanganato de potássio (KMnO4),
absorventes de oxigênio (O2) e sachês contendo substância oxidável (OLIVEIRA et al.,
2006).

Entre o grande número de reagentes e técnicas que foram testados nos últimos anos para
remover o etileno de câmaras de armazenamento sem ventilação, o permanganato de
potássio é o mais utilizado comercialmente. Vários depuradores comerciais de
permanganato de potássio estão disponíveis em sachês, filtros, mantas e outros
dispositivos de captura especializados (SHERMAN, 1985). A inclusão de permanganato
de potássio, que é um absorvente de etileno, visa uma extensão do período de
armazenamento (SALUNKHE; DESAI, 1984).

O sachê absorvedor a base de KMnO4 é impregnado com materiais como vermiculita e


perlita, que absorvem o etileno, impedindo sua ação. O etileno em contato com o KMnO4
leva a formação de acetaldeído (CH3CHO), que é oxidado a ácido acético (CH3COOH) e
convertido em água (H2O) e gás carbônico (CO2), além dessa ação após o contato do
permanganato de potássio (KMnO4) com etileno, o sachê muda de cor violeta para
marrom, indicando que pode ser trocado. Entretanto, é consumido rapidamente,
precisando ser renovado. Em sua maioria, está associada a outros tipos de controle como
filmes plásticos e atmosfera modificada (OLIVEIRA et al., 2006).

Já os absorventes de O2 ou que contenham substâncias oxidativas, possibilitam a redução


do oxigênio, abaixo do nível crítico para descoloração de carnes. São baseados no
princípio de oxidação de ferro, contendo redutores como óxido de ferro, componentes
ferrosos ou platina, combinados com catalisadores que dão início à reação (GILL;
McGINNIS, 1995).

TRATAMENTO COM 1-METILCICLOPROPENO (1-MCP) - O 1-MCP tem se


mostrado útil na preservação de qualidade de frutos na pós-colheita, agindo como inibidor
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 150

do etileno, competindo por sítios de ligação nas membranas. Isso acontece porque o 1-
MCP tem uma afinidade 10 vezes maior que o etileno com o receptor, não promovendo
as respostas fisiológicas que são desencadeadas pelo etileno. Embora seja uma ligação
irreversível, a sensibilidade ao fito-hormônio é renovada ou produzida a partir de sítios
receptores, amadurecendo os frutos normalmente (SISLER; SEREK, 1997;
BLANKENSHIP; DOLE, 2003).

IRRADIAÇÃO - A irradiação ultravioleta é uma técnica que também pode ser usada para
vegetais, não gerando resíduos físicos ou químicos, além de não alterar características
sensoriais nos vegetais. É evidente seu efeito na redução da atividade microbiana,
deterioração e controle do amadurecimento e na desordem fisiológica, que compromete
o tempo de vida pós-colheita, além disso, tem baixo custo de utilização (MOHAMED et
al., 2017).

Alguns autores mostram que a utilização de UV-C em vegetais com certa dosagem,
interfere de forma pontual na atividade das enzimas, mostrando que a técnica pode ser
utilizada em enzimas indesejáveis. A irradiação na faixa de 100 a 280 ƞm é classificada
como UV-C, sendo um método eficiente para alimentos (FALGUEIRA et al., 2011).
Podem ser reproduzidas de forma artificial através de lâmpadas de baixa pressão de
mercúrio que emite ondas de 254 ƞm com ação letal contra fungos, bactérias, vírus, algas,
protozoários e leveduras (BINTSIS et al., 2000).

Este tipo de lâmpada é igual às fluorescentes, porém sem o revestimento de fósforo,


permitindo a radiação ultrapassar o vidro. Agindo contra os microrganismos através de
reação fotoquímica, que afeta o DNA microbiano levando a morte, impedindo a
reprodução e geração de doenças (GUERRERO-BELTRAN; BARBOSA-CÁNOVAS,
2004).

COBERTURA COMESTÍVEL - O uso de coberturas e revestimentos comestíveis é uma


forma de criar uma atmosfera modificada, aprisionando o gás carbônico (CO2) dentro do
fruto, de modo que a permeabilidade do oxigênio (O2) ao interior é reduzida, prolongando
o período de maturação (ASSIS; LEONI, 2003).

As coberturas podem ser feitas por alginato, colágeno, fécula e ceras. Os compostos mais
utilizados são proteínas (gelatina, caseína, ovoalbumina, glúten de trigo, zeína e proteínas
miofibrilares), polissacarídeos (amido e seus derivados, pectina, celulose e seus
derivados, alginato e carragena), lipídios (monoglicerídeos, acetilados, ácido esteárico,
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 151

ceras e ésteres de ácido graxo) ou a combinação de compostos, permitindo a utilização de


diferentes características funcionais de cada classe de compostos (LUVIELMO, 2012).

Além disso, compostos como sorbitol e glicerol são utilizados como revestimento
plastificante, com função de melhorar força, resistência e flexibilidade (JUNIOR et al.
2010; VILLA-DIEGO et al. 2005).

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) classifica esse tipo de material,


fornecendo informações e recomendações (ANVISA, 2014). Os filmes comestíveis
devem estar na lista de materiais classificados como GRAS (Generally Recognizedas
Safe) para o consumo direto, além de serem atóxicos (FDA, 2016).

TRATAMENTO HIDROTÉRMICO - A termoterapia, que é usada há muito tempo,


desperta o interesse por ser uma forma simples, livre de resíduos nos alimentos e não
oferecer danos à saúde humana. Também apresenta uma eficácia sobre o controle de
fitopatógenos, através da viabilidade dos propágulos, desordem fisiológica nos frutos
tratados durante o armazenamento e a consistência (GOLAN; PHILLIPS, 1991; COUEY,
1989).

É uma técnica não química, que tem apresentado resultado promissor no pós-colheita,
demostrando efeito benéfico na redução de incidência de danos por insetos e controle de
patógenos, contribuindo para redução das injúrias causadas pelo frio e armazenamento
sob baixas temperaturas (SABEHAT et al., 1996; WOOLF et al., 2004; RODRIGUEZ et
al., 2005). Através do tratamento térmico, é possível realizar a inativação enzimática,
sendo este recurso utilizado principalmente na conservação do produto (LUIZ et al.,
2007).

Também contribui para a estabilidade da membrana celular, suprindo atividades


enzimáticas oxidativas como polifenoloxidase (PPO), peroxidase (POD), fenilalanina
amonialiase (PAL). O tratamento pode ser realizado por imersão do produto na água
quente e/ou uso de ar quente, por determinado tempo e temperatura. Visando a redução
da incidência de danos por insetos, controle de doenças, respostas dos frutos a outros tipos
de estresse, como temperatura e manutenção de sua qualidade durante o armazenamento
(LURIE, 1998; FALLIK, 2004; RODRIGUEZ et al., 2005).
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 152

MERCADO

Na produção e comercialização de frutas, aspectos relacionados às perdas são de


fundamental importância, constituindo um segmento que tem merecido estudos e
investigações frequentes por parte da pesquisa, envolvendo alguns itens como colheita,
embalagem (Figura 91), transporte, armazenamento e tratamentos pós-colheita
(PEREIRA et al., 2008).

Figura 91. Embalagem de madeira utilizada nos depósitos. No detalhe, a pinha


machucada durante o acondicionamento, Presidente Dutra, Bahia, dez/2009. Foto: Brito,
A. F. S., 2009.

Ainda que a produção e o consumo sejam crescentes, há que se preocupar com a qualidade
da fruta a ser oferecida, ressaltando que o cultivo de modo tecnificado e em escala
comercial cresce à medida que os preços se tornam compensadores e há aceitação por
parte do consumidor. Diante disso, a formação de um hábito de consumo exige por parte
do mercado produtor uma oferta contínua ao longo do tempo, assim, alterar a
sazonalidade do produto é relevante, a fim de atender a essa demanda (MANICA et al.,
2000).

Considerando todos esses aspectos, a cultura da pinha, especialmente na região Nordeste,


vem adquirindo grande importância sob o ponto de vista socioeconômico. A
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 153

movimentação desses recursos termina por impulsionar a economia regional em áreas


extremamente carentes (SILVA et al., 2007).

É importante destacar que o cultivo da pinheira é caracteristicamente oriundo de


agricultores familiares, de médios produtores e ocasionalmente, de grandes produtores,
que utilizam no processo de produção, insumos químicos e tecnologia. Contudo, o seu
cultivo, tanto sob condição irrigada como de sequeiro, apresenta-se como espécie
adequada aos sistemas de produção de base ecológica, podendo constituir-se em boa
alternativa para o comércio de frutas orgânicas (ARAÚJO et al., 2008).

Os fatores determinantes para a diferenciação entre os agricultores são os recursos


disponíveis e os limites que encontram para produzir (INCRA/FAO, 1999). Portanto, o
controle de qualidade e do ambiente passa a ser fundamental para agregar valor ao
produto, no entanto, exige dedicação do fruticultor e requer mão-de-obra em todas as
fases da cultura, conferindo-lhes receita compensatória para regiões aptas, com forte
presença de produtores familiares e/ ou mão-de-obra qualificada (MELLO et al., 2003).

Para a pinha, especificamente, Kavati (1997) afirma que sua oferta no mercado atacadista
ocorre durante o ano todo, mesmo assim, há déficit de produção, pois o mercado não
consegue suprir a demanda. Salienta, ainda, que a concorrência é relativamente fraca, pois
o mercado se aproxima da concorrência perfeita com grande número de pequenos
produtores, que, normalmente, são tomadores de preço e possuem pouco conhecimento
sobre a cultura. No entanto, há perspectivas de expansão, tanto em nível local como
também nacional e internacional.

Sob esse cenário, avanços tecnológicos que melhorem a aparência do fruto e os índices
de produtividade da lavoura, acesso às boas práticas de colheita e pós-colheita, transporte
e logística de distribuição das frutas são fatores relevantes na formação do preço,
consequentemente, na remuneração dos agentes de mercado (VIANA, 2005).

A fruta de qualidade, geralmente, proporciona melhores preços, principalmente, nos


mercados mais exigentes das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país, que são os
maiores demandantes (MANICA et al., 2000).

No mercado da pinha, verifica-se que os preços oscilam ao longo do ano, resultante,


especialmente, da sazonalidade da produção que afeta a oferta. Normalmente, no segundo
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semestre do ano, época de entressafra, os preços tendem a ser mais compensadores


comparativamente ao primeiro semestre (DIAS et al., 2004).

Estudos de mercado, nos principais centros consumidores, mostram que a partir de


meados de janeiro a março os preços praticados são os menores do ano, tendendo a subir,
significativamente, a partir de abril. O segundo semestre do ano costuma ter baixa oferta
de produção de ata e os preços são muito elevados. A caixa de 3,3 kg de ata tem sido
comercializada a R$ 2,20 em março, chegando a R$ 10,00 no mês de abril e atingindo R$
25,00 em setembro (ARAÚJO FILHO et al., 1998).

Com o aumento das áreas cultivadas no Sul e principalmente no Nordeste, certamente os


preços serão mais reduzidos na entressafra, em função de uma oferta cada vez mais
crescente. Portanto, o produtor deverá aliar alta produtividade com qualidade e produzir
nas épocas mais adequadas de comercialização, para obter maiores lucros (ARAÚJO
FILHO et al., 1998).

Nesse contexto, as estratégias, ações e soluções relacionadas ao mercado de frutas podem


ser mais bem traçadas, quando se compreende os processos de produção e
comercialização, ou seja, a estrutura de mercado em que a atividade se encontra inserida.
Assim, são relevantes informações como origem das frutas, preferência do consumidor,
sazonalidade de preços, relação oferta e procura (safra/entressafra), e volume
comercializado (TOFANELLI et al., 2007).
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s | 155

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