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MOGNO AFRICANO (Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss.) TECNOLOGIAS DE


PLANTIO E UTILIZAÇÃO

Book · May 2023

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7 authors, including:

Vicente de Paula Queiroga Josivanda Palmeira Gomes


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Nouglas Veloso Barbosa Mendes Alexandre J. de M. Queiroz


Universidade Federal do Ceará Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
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MOGNO AFRICANO
(Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss.)
TECNOLOGIAS DE PLANTIO E
UTILIZAÇÃO

Vicente de Paula Queiroga


Josivanda Palmeira Gomes
Nouglas Veloso Barbosa Mendes
Alexandre José de Melo Queiroz
Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo
Denise de Castro Lima
Esther Maria Barros de Albuquerque
Editores Técnicos
MOGNO AFRICANO (Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss.)

SISTEMA DE PLANTIO E UTILIZAÇÃO

1ª Edição
CENTRO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO E DIREITO

LARYSSA MAYARA ALVES DE ALMEIDA


Diretor Presidente da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito

VINÍCIUS LEÃO DE CASTRO


Diretor - Adjunto da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito

ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE


Editor-chefe da Associação da Revista Eletrônica a Barriguda - AREPB

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA – AREPB


CNPJ 12.955.187/0001-66
Acesse: www.abarriguda.org.br

CONSELHO EDITORIAL

Adilson Rodrigues Pires


André Karam Trindade
Alessandra Correia Lima Macedo Franca
Alexandre Coutinho Pagliarini
Arali da Silva Oliveira
Bartira Macedo de Miranda Santos
Belinda Pereira da Cunha
Carina Barbosa Gouvêa
Carlos Aranguéz Sanchéz
Dyego da Costa Santos
Elionora Nazaré Cardoso
Fabiana Faxina
Gisela Bester
Glauber Salomão Leite
Gustavo Rabay Guerra
Ignacio Berdugo Gómes de la Torre
Jaime José da Silveira Barros Neto
Javier Valls Prieto, Universidad de Granada
José Ernesto Pimentel Filho
Juliana Gomes de Brito
Ludmila Albuquerque Douettes Araújo
Lusia Pereira Ribeiro
Marcelo Alves Pereira Eufrasio
Marcelo Weick Pogliese
Marcílio Toscano Franca Filho
Olard Hasani
Paulo Jorge Fonseca Ferreira da Cunha
Raymundo Juliano Rego Feitosa
Ricardo Maurício Freire Soares
Talden Queiroz Farias
Valfredo de Andrade Aguiar
Vincenzo Carbone
VICENTE DE PAULA QUEIROGA
JOSIVANDA PALMEIRA GOMES
NOUGLAS VELOSO BARBOSA MENDES
ALEXANDRE JOSÉ DE MELO QUEIROZ
ROSSANA MARIA FEITOSA DE FIGUEIRÊDO
DENISE DE CASTRO LIMA
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE
(Editores Técnicos)

MOGNO AFRICANO (Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss.)

SISTEMA DE PLANTIO E UTILIZAÇÃO

1ª Edição

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA - AREPB

2023
©Copyright 2023 by

Organização do Livro
VICENTE DE PAULA QUEIROGA, JOSIVANDA PALMEIRA GOMES, NOUGLAS VELOSO
BARBOSA MENDES, ALEXANDRE JOSÉ DE MELO QUEIROZ, ROSSANA MARIA FEITOSA DE
FIGUEIRÊDO, DENISE DE CASTRO LIMA, ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

Arte da Capa
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

Editoração
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

Diagramação
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade dos autores.

Data de fechamento da edição: 17/05/2023

Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)

Q3m Queiroga, Vicente de Paula.


Mogno africano (Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss.: Sistema de
plantio e utilização. 1ed. / Organizadores, Vicente de Paula Queiroga,
Josivanda Palmeira Gomes, Nouglas Veloso Barbosa Mendes,
Alexandre José de Melo Queiroz, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo,
Denise de Castro Lima, Esther Maria Barros de Albuquerque. –
Campina Grande: AREPB, 2023.
205 f. : il. color.

ISBN 978-65-87070-32-2

1. Mogno africano. 2. Khaya senegalensis. 3. Sistema de produção. 4.


Plantio. 5. Germinação de sementes. 6. Árvores de madeira. I. Queiroga,
Vicente de Paula. II. Gomes, Josivanda Palmeira. III. Mendes, Nouglas
Veloso Barbosa. IV. Queiroz, Alexandre José de Melo. V. Figueirêdo,
Rossana Maria Feitosa de. VI. Lima, Denise de Castro. VII. Albuquerque,
Esther Maria Barros de. VIII. Título.

CDU 633.8
Ficha Catalográfica Elaborada pela Direção Geral da Revista Eletrônica A Barriguda - AREPB

Todos os direitos desta edição reservados à Associação da Revista Eletrônica A Barriguda – AREPB.
Foi feito o depósito legal.
O Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito – CIPED,
responsável pela Revista Jurídica e Cultural “A Barriguda”, foi criado na cidade de
Campina Grande-PB, com o objetivo de ser um locus de propagação de uma nova maneira
de se enxergar a Pesquisa, o Ensino e a Extensão na área do Direito.

A ideia de criar uma revista eletrônica surgiu a partir de intensos debates em torno
da Ciência Jurídica, com o objetivo de resgatar o estudo do Direito enquanto Ciência, de
maneira inter e transdisciplinar unido sempre à cultura. Resgatando, dessa maneira,
posturas metodológicas que se voltem a postura ética dos futuros profissionais.

Os idealizadores deste projeto, revestidos de ousadia, espírito acadêmico e


nutridos do objetivo de criar um novo paradigma de estudo do Direito se motivaram para
construir um projeto que ultrapassou as fronteiras de um informativo e se estabeleceu
como uma revista eletrônica, para incentivar o resgate do ensino jurídico como
interdisciplinar e transversal, sem esquecer a nossa riqueza cultural.

Nosso sincero reconhecimento e agradecimento a todos que contribuíram para a


consolidação da Revista A Barriguda no meio acadêmico de forma tão significativa.

Acesse a Biblioteca do site www.abarriguda.org.br


EDITORES TÉCNICOS

Vicente de Paula Queiroga (Dr)


Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa do Algodão-CNPA
Campina Grande, PB (Brasil)
Josivanda Palmeira Gomes (Dra)
Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brasil)
Nouglas Veloso Barbosa Mendes (M. Sc.)
C&N Serviços Agroambientais Ltda Agritech Semiárido Agricultura Ltda
Pereiro, CE (Brasil)
Alexandre José de Melo Queiroz (Dr)
Professor da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brasil)
Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo (Dra)
Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brasil)
Denise de Castro Lima (Dra)
Doutora em Ciência do Solo
Profª do Curso Técnico em Fruticultura - CENTEC
Pereiro, CE (Brasil)
Esther Maria Barros de Albuquerque (Dra)
Doutora em Engenharia de Processos
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brasil)
APRESENTAÇÃO

A madeira do mogno brasileiro (Swietenia machophylla King) é hoje uma das mais
valorizadas economicamente, alcançando valores de mercado superiores as outras
arbóreas, sendo utilizada para diversos fins. De modo geral, a espécie possui dificuldade
de regeneração natural e de estabelecimento em reflorestamentos, tendo como principal
praga larvas de Hypsipyla grandella Zeller. Entretanto, as espécies do gênero Khaya
apresentam grande potencial no reflorestamento devido à tolerância a esta praga.
Portanto, os mognos africanos (Khaya spp.) representam uma alternativa silvicultural e
madeireira ao mogno (Swietenia macrophylla King) encontrado na Amazônia e protegido
por lei, pois as espécies Khaya spp são as árvores produtoras de madeiras nobres mais
procuradas para plantios, tanto em pequenas como em grandes propriedades no Brasil.
No nosso país, os mognos africanos apresentam rápido crescimento e proporcionam uma
madeira de excelente qualidade, principalmente para a indústria moveleira e de
laminados. Entre as seis espécies existentes, denominadas: Khaya senegalensis, Khaya
anthotheca, Khaya grandifoliola, Khaya ivorensis, Khaya nyasica e Khaya
madagascarensis, a madeira da espécie Khaya senegalensis é classificada como uma das
melhores madeiras de mogno africano, ademais pode suportar uma estação seca de 4 a 7
meses. A madeira é moderadamente dura e de densidade média. O cerne é marrom-
avermelhado profundo com um tom arroxeado e a aparência atraente a torna uma das
madeiras mais preferidas principalmente para as indústrias de móveis, naval e de
construção civil. Seu cultivo iniciou-se no Norte do Brasil, em razão de iniciativas da
Embrapa Amazônia Oriental, difundindo-se pelo Sudeste (especialmente Minas Gerais)
e Centro-Oeste, inclusive em áreas do Cerrado, onde informações sobre seu manejo tem
sido demandada para órgãos de extensão e pesquisa. Nesta revisão, são abordados temas
como origem, importância econômica, distribuição geográfica, descrição botânica e
sistemática, propagação vegetativa, exigências climáticas, manejo florestal, doenças e
pragas, idade de corte das árvores de mogno africano, entre outros. Em razão disso, este
livro escrito em português pode ser um manual útil para aquele que decidir plantar essa
árvore e conhecê-la em maior profundidade, o livro "Mogno africano (Khaya
senegalensis (Desr.) A. Juss.): Tecnologias de plantio e utilização”, será de grande
interesse e ajuda para o produtor que necessita pôr em prática as várias tecnologias
abordadas no mesmo.

Os autores
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 10
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA............................................................................................. 14
ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA MUNDIAL ................................................ 15
BOTÂNICA, MORFOLOGIA E FISIOLÓGICA DO MOGNO AFRICANO................... 18
HISTÓRICO E BASE GENÉTICA DAS POPULAÇÕES DE Khaya spp., NO BRASIL.. 38
MELHORAMENTO................................................................................................................. 40
ESPÉCIES DE MOGNO AFRICANO ................................................................................... 45
DIFERENÇA ENTRE MOGNO BRASILEIRO E MOGNO AFRICANO ........................ 56
PROPAGAÇÃO DA ESPÉCIE Khaya senegalensis .............................................................. 59
CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS .................................................................................... 77
MANEJO DE MOGNO AFRICANO EM FLORESTA NATURAL ................................... 80
MANEJO DE MOGNO AFRICANO EM FLORESTA PLANTADA ................................ 82
ETAPAS DE FORMAÇÃO DA FLORESTA ........................................................................ 82
PLANEJAMENTO DO FLORESTAMENTO ....................................................................... 82
ESCOLHA DA ÁREA .............................................................................................................. 83
ANÁLISE DE SOLO E CALAGEM ....................................................................................... 83
PREPARAÇÃO DO SOLO ...................................................................................................... 86
ÉPOCA DE PLANTIO ............................................................................................................. 90
ESTABELECIMENTO DO CAMPO: PLANTIO ................................................................. 91
SOMBREAMENTO: PLANTIO CONSORCIADO .............................................................. 97
ESPAÇAMENTO ...................................................................................................................... 98
CRESCIMENTO DA PLANTA Khaya senegalensis SOB DÉFICIT HÍDRICO .............. 103
ADUBAÇÃO ............................................................................................................................ 106
DESRAMA OU PODA ........................................................................................................... 114
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ........................................................................... 123
PRAGAS E DOENÇAS .......................................................................................................... 128
INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA E MONOCULTIVO ................. 146
DESEMPENHO DA ÁRVORE DE MOGNO AFRICANO (Khaya senegalensis)............ 152
DESBASTE OU ELIMINAÇÃO DE PLANTAS ................................................................. 153
VALOR DA ÁRVORE DE MOGNO AFRICANO ............................................................. 157
PERSPECTIVAS DE MERCADO PARA O MOGNO JOVEM ....................................... 161
AUMENTO DA DEMANDA POR MADEIRA ................................................................... 163
IDADE DE CORTE FINAL DA FLORESTA DE MOGNO AFRICANO........................ 169
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 179
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INTRODUÇÃO
O gênero Khaya, pertencente à família Meliaceae, é composto por um importante grupo
de espécies originárias de várias regiões africanas e ocorre em uma faixa paralela à linha
do Equador entre 15 e 18º N (LAMPRECHT, 1990), que se estende do oceano Atlântico
ao Índico, compreendendo o Senegal, sul do Sudão, norte dos Camarões e norte da
Uganda (FAO, 1986; JOKER; GAMÉNÉ, 2012). São árvores popularmente conhecidas
no comércio madeireiro brasileiro pela designação de Mogno-Africano (REIS et al.,
2019). Tais espécies são importantes produtoras de madeira, entre elas a Khaya
senegalensis, sendo também pertencente à mesma família do Mogno
Brasileiro/Amazônico (Swietenia macrophylla), possuindo características semelhantes
com relação à qualidade da madeira (LAMPRECHT, 1990; HUNG; TRUEMAN, 2011).

O Mogno-Africano tem sido mundialmente reconhecido como madeira nobre e entre as


principais aplicações se destacam a fabricação de móveis de luxo, adornos, entalhes,
instrumentos musicais, faqueados, laminados, construção civil e naval, e em
revestimentos internos e decorativos em várias partes do mundo (REIS et al., 2019).

É uma madeira que não sofre as limitações de corte e comercialização como sofre o
Mogno-Brasileiro, e sua viabilidade econômica é atribuída às condições climáticas
favoráveis ao seu desenvolvimento (SILVA et al., 2016), por isso se torna uma alternativa
de substituição da madeira brasileira, levando à preservação de florestas nativas e
possibilitando o atendimento à alta demanda. Outra vantagem desta árvore é que ela não
sofre com a Hypsipyla grandella (broca-das-ponteiras), uma praga que ataca o Mogno
Brasileiro e que impede o seu cultivo comercial (EMBRAPA, 2013).

As primeiras sementes do Mogno-Africano chegaram ao Brasil na década de 70 e a sua


adaptabilidade em território nacional, devido as excelentes condições de clima e solos
favoráveis a esta espécie, chamou a atenção de vários produtores que a partir de então
iniciaram o cultivo que logo se espalhou por várias regiões do país (NATIVIDADE,
2016).

No Brasil, a espécie teve seus primeiros plantios instalados na região Norte no ano de
1976 e a crescente demanda por madeira tropical está levando a novos investimentos em
plantios comerciais de mogno africano em todo o país, aquecendo o mercado florestal em
torno da espécie. É importante destacar que diversos plantios de Khaya spp. já foram
instalados na Austrália, Ásia e América tropical, porém poucos estudos foram publicados
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discutindo resultados dos sistemas silviculturais adotados, do crescimento e da


produtividade, da análise econômica e demais que forneçam aos manejadores e
investidores florestais mais informações para a tomada de decisão na condução da espécie
(RIBEIRO et al., 2017).

Atualmente, no Brasil têm sido amplamente comercializadas mudas seminais de Mogno-


Africano, mas há também plantios de clones, selecionados por algumas
empresas/viveiros, que estão em fase de teste. Há plantios de Khaya senegalensis em
várias regiões, em especial, em áreas com solos arenosos e sujeitos à deficiência hídrica,
sendo esta, a espécie que mais se destaca sob essas condições (REIS et al., 2019).

De acordo com França et al. (2015), a madeira de Khaya senegalensis possui massa
específica básica média (0,59 g cm-³), sendo indicada para produção de assoalho,
construção leve e embarcações. A madeira de Khaya senegalensis é considerada mais
resistente ao ataque dos fungos de podridão branca e mole e ao ataque dos cupins de
madeira seca e aos subterrâneos em relação à madeira de Khaya ivorensis.

A madeira do Mogno-Africano possui propriedades físicas e mecânicas, aparência e


trabalhabilidade similares ao Mogno-Brasileiro, são resistentes à broca de ponteiro
(Hypsipyla grandella), a qual inviabiliza cultivo e exploração econômica aos mognos do
gênero Swietenia no Brasil, sua madeira tem uso consolidado e elevada cotação no
mercado internacional, e o fato de haver considerável redução de exemplares nativos e/
ou proibição de corte dos mognos, seja o brasileiro e/ou africano, segundo Reis et al.
(2019) essas características tem justificado o investimento em plantios de Mogno
Africano em áreas tropicais mundiais.

Portanto, a substituição da madeira de Mogno-Brasileiro, em suas diversas aplicações,


por outras espécies, cujas características sejam similares às suas propriedades físicas e
mecânicas, à trabalhabilidade e aos caracteres gerais é uma alternativa viável (PINHEIRO
et al., 2011).

A espécie Khaya senegalensis tem despertado o interesse de pesquisadores na Austrália,


onde estudos com árvores de 32 anos demonstraram que a madeira ficou seca ao ar em
2,5 meses chegando a 12% de umidade durante o verão de Queensland. A madeira serrada
para movelaria apresentou um aproveitamento de 39%, resultando em peças de diversas
medidas. Observaram-se massa específica básica de 637 kg/m³ e estabilidade dimensional
com contração de 0,26% no sentido radial e 0,28% no sentido tangencial. Obteve módulo
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de elasticidade (MOE) 8.300 MPa e módulo de ruptura (MOR) 81,7 MPa, dureza Janka
de 6,4 KN. A madeira se mostrou naturalmente resistente ao ataque de cupins e altamente
resistente à degradação biológica acelerada. A espécie Khaya senegalensis demonstrou
ser uma excelente candidata a ser plantada nas regiões secas da Austrália (REILLY;
ROBERTSON, 2006).

O plantio de Khaya senegalensis resulta em uma taxa de crescimento, com incremento


médio anual (IMA) de 26,8 m³/ha/ano (FUKUMOTO, 2011), enquanto a espécie
conhecida Corymbia citriodora apresenta 28,0 m³/ha/ano na mesma região (LIMA;
GORENSTEIN, 2007).

Embora sejam do mesmo gênero, a madeiras de Khaya ivorensis e de Khaya senegalensis


apresentam algumas diferenças estatísticas nas características físicas e mecânicas, aos 19
anos, como pode ser visto na Tabela 1. A massa específica básica das duas espécies é
estatisticamente diferente, Khaya ivorensis 0,491 g/cm³ e Khaya senegalensis 0,588
g/cm³, se diferenciam também quanto a retratibilidade volumétrica Khaya ivorensis 9,18
% e Khaya senegalensis 8,98 %, compressão Khaya ivorensis 43,1 MPa e Khaya
senegalensis 46,1 MPa, Cisalhamento Khaya ivorensis 12,6 MPa e Khaya senegalensis
18,6 MPa, a dureza janca tangencial Khaya ivorensis 32,4 MPa e Khaya senegalensis
62,1 MPa e a dureza janca radial Khaya ivorensis 36,8 MPa e Khaya senegalensis 59,4
MPa (FRANÇA et al., 2015).
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Tabela 1. Comparação de características físicas e características mecânicas da madeira


de Khaya ivorensis e Khaya senegalensis.

Onde: letras minúsculas representam a comparação estatística entre espécies (Teste F; p>0,05). Fonte:
Adaptado de França et al., (2015).

Nos procedimentos de identificação da espécie, bem como em indicação de uso, a cor da


madeira é uma das características mais importantes. É comum a indicação de uso da
madeira baseado na sua coloração e nos desenhos causados por suas partes anatômicas,
criando referências como “Padrão Mogno”, “Padrão Cerejeira”, “Padrão Sucupira”, entre
outros (CAMARGOS; GONÇALES, 2001)

O marketing da cor da madeira na produção de painéis decorativos, móveis, marcenaria


e vigas decorativas pode contribuir para a performance econômica do setor madeireiro
(JANIN et al., 2001). É importante o emprego da madeira por sua aparência superficial,
pois o preço da madeira sólida pode variar em até cinco vezes em função da cor
(GONÇALES et al., 2001), ou seja, essa espécie (Khaya senegalensis), devido à cor da
madeira, está entre as de maior valor econômico, tanto no mercado interno como externo
(LAMEIRA et al., 2006).
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IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
A espécie Khaya senegalensis apresenta boa resistência à seca, podendo ser cultivada em
regiões com considerável déficit hídrico. Sua ocorrência, tanto de forma natural quanto
plantada, pode ser observado em regiões com variação média de temperatura de 24,5 ºC
a 31,5 ºC, com precipitação pluvial anual que vai de 400 mm a 1.750 mm (ORWA et al.,
2009) ou 700 mm a 1.300 mm (FAO, 1986). Sua madeira é tida como umas das mais
duras entre as espécies de Khaya, com densidade que varia de 0,6 a 0,85 g/cm3 e
resistência moderada a fungos e insetos (ORWA et al., 2009). A sua coloração varia de
um tom vermelho para o vermelho escuro, característica das árvores chamadas de mogno,
sendo muito apreciada pelo mercado (PINHEIRO et al., 2011). Sua madeira é valorizada
para marcenaria, carpintaria, fabricação de móveis, construção de embarcações (naval) e
laminados decorativos. Também é adequado para construção, pisos, acabamentos de
interiores, corpos de veículos, brinquedos, inovações, dormentes ferroviários, tornearias
e celulose (ORWA et al., 2009; PINHEIRO et al., 2011; Figura 1).

Figura 1. Algumas aplicações atuais do uso da madeira de mogno. Fotos: Arsène Bikoro
Bi Athomo (2020) e IBF.
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A madeira da espécie Khaya senegalensis é classificada como uma das melhores madeiras
de mogno africano. É moderadamente dura e de densidade média (0,6-0,8). O cerne é
marrom-avermelhado profundo com um tom arroxeado e a aparência atraente a torna uma
das madeiras mais preferidas para móveis (JØKER; GAMÉNÉ, 2003). Comparando-se a
madeira de Khaya senegalensis de 19 anos de idade com a madeira de Khaya ivorensis
cultivada no Brasil, a última apresenta menor densidade específica da madeira (0,49 g
cm-3), indicada para requisitos de resistência mecânica de baixa a média, como produção
de móveis, compensados e acabamento superficial em construção civil. A madeira de
Khaya senegalensis, com maior densidade específica (0,59 g cm-3), é indicada para usos
que exijam maior resistência mecânica (FRANÇA et al., 2015).

Além da madeira, a espécie Khaya senegalensis é uma das plantas medicinais mais
amplamente utilizadas para remédios tradicionais africanos, principalmente a casca
utilizada para o tratamento de diversas doenças. Assim como outros membros do gênero,
na casca de Khaya senegalensis podem ser encontradas substâncias bioativas como
taninos, alcalóides, flavonóides e saponinas (TAKIN et al., 2013; AGUORU et al., 2017).
Graças a esses componentes, o seu extrato é usado no tingimento de tecidos e no
tratamento de doenças como malária, dermatoses, alergias e sífilis, possuindo também
propriedades analgésicas, vermífugas e antimicrobianas (ORWA et al., 2009).

As folhas são usadas como forragem no final da estação seca, mas o valor da forragem é
baixo. Na África Ocidental, o óleo da semente é usado para cozinhar. As sementes têm
um teor de óleo de 67% e são ricas em ácido oleico. As cinzas de madeira são usadas para
armazenar sementes de milhete (painço). Como a madeira é difícil de serrar, apenas
pequenos troncos e galhos são usados como lenha (JØKER; GAMÉNÉ, 2003).

ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA MUNDIAL


A área de distribuição natural de Khaya senegalensis é do Senegal ao Sudão e Uganda,
ao sul da zona da floresta tropical, locais de clima árido e quente. De acordo com Barroso
(1987), Lamprecht (1990) e Nikiema e Pasternak (2008), esta espécie ocorre naturalmente
na África, entre 15°E e 18°N, desde o Oceano Atlântico até o Oceano Índico, abrangendo,
entre outros países, Mauritânia, Mali e Senegal, a leste, ao norte da República dos
Camarões e em Uganda, além de regiões do sudeste do Sudão. A presença da espécie foi
relatada na Gâmbia, Guiné, Togo, Gana, norte da Nigéria (Figura 2). É comumente
plantada dentro da área de distribuição natural, onde seu uso tem sido principalmente
O r i g e m e D i s t r i b u i ç ã o G e o g r á f i c a M u n d i a l | 16

ornamental e ao longo de estradas. Fora dessas áreas naturais também são encontrados.
Estão, por exemplo, em Cabo Verde, Tanzânia, Malawi, Madagáscar, Ilha Reunião,
Egito, África do Sul, Índia, Indonésia, Java, Vietnã, Austrália e América Tropical. A
dispersão vertical de Khaya senegalensis abrange de 0 a 1.300 m de altitude. Em 2002, a
lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (2002) está listada a espécie Khaya
senegalensis como vulnerável.

Figura 2. Área de ocorrência natural de Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. No


Continente Africano. Fonte: Adaptado de Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville
de Genève and South African National Biodiversity Institute (2012).
O r i g e m e D i s t r i b u i ç ã o G e o g r á f i c a M u n d i a l | 17

As espécies Khaya senegalensis e Khaya nyasica (syn. Khaya anthotheca) são os dois
verdadeiros mognos africanos plantados no Havaí. Khaya senegalensis é nativa da África
Ocidental e do Sahel e também é chamada de mogno de zona seca ou mogno do Senegal.
As árvores são conhecidas por sua madeira valiosa, usada para móveis, construção de
barcos e armários. A palavra "mogno" vem da língua Yorubá na Nigéria. Quando os
escravos africanos foram trazidos pela primeira vez para o Caribe, eles reconheceram que
o gênero americano Swietenia estava intimamente relacionado e o chamaram de "mogno"
em homenagem às árvores africanas (FRIDAY, 2010).

Também ocorre em florestas ribeirinhas e espalhadas em florestas de savana de alta


pluviosidade. Cresce a 0-1.800 m de altitude em áreas com 700-1750 mm de chuva/ano
e uma estação seca de 4-7 meses. É uma das espécies de Khaya mais tolerantes à seca,
mas prefere locais úmidos e isso parece ser mais importante para o crescimento do que a
disponibilidade de nutrientes. As mudas são muito sensíveis ao fogo, mas as árvores
adultas são relativamente resistentes. As plantações foram estabelecidas com sucesso na
Ásia e na América Latina.

No Brasil foi estimada uma área plantada de mogno-africano de 37 mil ha em 2018. A


expectativa é essa área aumentar, com investimento estrangeiro com interesse dos
produtores na diversificação da produção e utilizando maior uso em sistemas de
integração. Ribeiro et al. (2018) afirmam que a possibilidade de insucesso no
investimento na condução do plantio é praticamente zero. Se bem planejado e conduzido
devidamente, em investimento florestal, é apontado uma taxa interna de retorno de 14%
a 25%, sendo superiores a maioria disponíveis no mercado.

Estimam-se que a área atual de plantio de mogno africano no Brasil seja de 50.000
hectares, predominantemente composta pelas espécies Khaya grandifoliola (66%) e
Khaya senegalensis (33%). Outras espécies de mogno africano também são plantadas
(Khaya anthotheca e Khaya ivorensis), mas em escala bem menor. Esses plantios estão
distribuídos nas regiões Sudeste (50%), Centro-Oeste (25%), Norte (13%), Nordeste (6%)
e Sul (6%) do Brasil, e a maioria tem menos de 10 anos. As estimativas de área aqui
apresentadas foram feitas coletando informações e entrando em contato com conhecidos
produtores de mogno africano, empresas silviculturais e viveiristas (FERRAZ FILHO et
al., 2021). Portanto, a área de plantio da espécie fornecida aqui deve ser considerada uma
primeira estimativa nacional e deve ser confirmada por fontes alternativas (ou seja,
Cadastro Ambiental Rural ‒ CAR).
B o t â n i c a , M o r f o l o g i a e F i s i o l o g i a d o M o g n o A f r i c a n o | 18

BOTÂNICA, MORFOLOGIA E FISIOLÓGICA DO MOGNO AFRICANO


- Aspecto botânico

O gênero Khaya spp. é denominado por muitos autores de mogno africano


(LAMPRECHT, 1990; FALESI; BAENA, 1999; FAO, 2001; OPUNI-FRIMPONG et al.,
2008b; PINHEIRO et al., 2011). A família Meliaceae abriga 50 gêneros e 1.400 espécies
que se distribuem em regiões tropicais da África, Ásia e nas Américas, destas,
aproximadamente, 550 espécies apresentam potencial madeireiro, tendo grande
importância na economia florestal em todo mundo (GOUVÊA, 2005; PINHEIRO et al.,
2011).

A espécie Khaya senegalensis é nativa da África. Em nível mundial, as espécies florestais


pertencentes ao gênero Khaya possuem substancial relevância em razão da produção de
madeira de excelente qualidade e, consequentemente, do destaque no mercado
internacional de madeiras nativas nobres (PENNINGTON; STYLES, 1975). Segundo
IUCN (2018), a sua taxonomia é a seguinte:

Reino - Plantae (Plantas);

Filo – Tracheophyta;

Sub-reino - Tracheobionta (Plantas vasculares);

Superdivisão - Espermatophyta (Sementes);

Divisão – Magnoliophyta; Angiosperma (Plantas com flores);

Classe - Magnoliopsida (Dicotiledôneas);

Ordem – Sapindales

Família – Meliaceae

Gênero - Kaya

Espécie - Khaya senegalensis


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De acordo com Fremlin (2011), existem seis espécies de mogno africano, denominadas:
Khaya senegalensis, Khaya anthotheca, Khaya grandifoliola, Khaya ivorensis, Khaya
nyasica e Khaya madagascarensis. A proximidade morfológica no gênero Khaya
dificulta a identificação das espécies, sendo quase impossível quando se trabalha apenas
com material madeireiro, onde Khaya só pode ser identificado a nível genérico usando
métodos anatômicos de madeira (PAKULL et al., 2019). Esses autores realizaram uma
pesquisa de diversidade e diferenciação genética entre as espécies de mogno africano com
base em um grande arranjo de SNP (polimorfismo de nucleotídeo único) e relataram que
Khaya ivorensis era muito diferente de todas as outras, Khaya grandifoliola e Khaya
senegalensis formavam um segundo grupo; as três espécies Khaya anthotheca, Khaya
madagascariensis e Khaya nyasica representaram um terceiro grupo. Dentro deste
terceiro grupo, Khaya madagascariensis e Khaya nyasica foram semelhantes. Porém,
para alguns autores o gênero se divide em apenas quatro espécies (PINHEIRO et al.,
2011; FALESI; BAENA, 1999) ou mesmo em seis espécies (WISELIUS, 1998 apud
KHAIRUL ALAM et al., 2012), das quais quatro pertencem aos trópicos africanos e duas
à União das Comores e Madagascar. Segundo a lista vermelha de espécies ameaçadas da
IUCN (2013), a espécie Khaya madagascarensis é a única classificada como ameaçada,
as demais espécies de Khaya são classificadas como vulneráveis à extinção apenas em
seu local de origem.

- Aspecto morfológico

Planta – A espécie Khaya senegalensis é moderadamente tolerante à sombra, isto é, pode


crescer em meia-sombra (bosque claro) ou sem sombra. É uma árvore de tamanho médio
com cerca de 15 a 30 m de altura e de diâmetro entre 100 – 250 cm. Prefere solo úmido
ou encharcado e pode tolerar a seca. Nativa da África, Khaya senegalensis ou conhecida
em vários nomes comuns, como mogno de zona seca, mogno africano, mogno de Gâmbia,
madeira de khaya, mogno de Senegal, cailcedrat, acajou, djalla e bois rouge (madeira
vermelha em francês) entre outros (Figura 3).
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Figura 3. Diferentes órgãos de Khaya (a=flores, b=frutos, c=casca do caule, d=folhas).


Fotos: Takin et al., 2013.

As árvores jovens têm uma taxa de crescimento rápida. Durante o primeiro ano, a muda
desenvolve uma raiz principal forte e profunda, o que a torna a mais resistente à seca em
comparação aos outros membros deste gênero. Exceto quando removido seletivamente
pela exploração madeireira, o mogno de zona seca continua sendo uma espécie dominante
na maior parte de sua distribuição. Trata-se de uma árvore mais ou menos perene,
monóica. As plantações bem-sucedidas de mogno de zona seca em outras partes do
mundo geralmente ocorrem em áreas com estações secas curtas e alta pluviosidade.
Embora as árvores mais velhas sejam resistentes ao fogo, as mudas são bastante
suscetíveis.

Raiz – Sistema radicular tipo tabular que é bastante vasto, podendo atingir até cinco
metros de base. Durante o primeiro ano da Khaya senegalensis, a muda desenvolve uma
raiz principal forte e profunda, o que a torna a mais resistente à seca de todas as espécies
de Khaya. Também é muito resistente a inundações e pode ser considerada para plantio
em solos pantanosos.
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Tronco – Árvore ligeiramente tortuosa com 15-20 m de altura, atingindo até 35 m em


solos férteis; diâmetro até 1,5 m e com altura do fuste entre 8 e 16 m (Figura 4a), livre de
ramos (PINHEIRO et al., 2011). Os contrafortes na parte basal do tronco não são
proeminentes ou ausentes (Figura 4b).

Figura 4. Características morfológicas de Khaya senegalensis. A) Evidência do tronco


de uma árvore adulta. B) Contrafortes na parte basal do tronco. (C) Formação de escamas
finas na casca. (D) Casca interna rosa escura a avermelhada. Fotos: A, B e C: Daniel T.
Pinheiro; D: P. Poilecot.
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A casca externa do tronco apresenta coloração cinza escuro ou marrom (Figura 5).
Inicialmente é lisa, mas tornando-se escamoso, com finas escamas arredondadas (Figura
4-C); a lasca interna é de cor rosa escura a avermelhada (Figura 4-D), que exsuda um
látex avermelhado.

Figura 5. Casca externa do tronco apresenta coloração cinza escuro e a cor avermelhada
da madeira do tronco (Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss). Foto: Flickr (University of
Hawai’i at Mãnoa).
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Folhas - Dispostas em espiral com tendência a se reagrupar nas extremidades dos ramos;
composta (limbo subdividido em folíolos) com até 20 cm de comprimento, paripenadas
com 2 a 7 pares de folíolos, sendo a incidência mais comum de 3 a 5 pares (Figuras 6 e
7). Estípulas ausentes e pecíolo e raque juntos até 25 cm de comprimento (peciólulo);
pecíolos de 3 a 4 mm de comprimento; folíolos geralmente dispostos de forma oposta ao
longo da ráquis (nervura principal). Folíolos elípticos a oblongos, cuja medida varia de 7
a 12 cm de comprimento, 3 a 5 cm de largura, cuneados e ligeiramente assimétricos na
base, obtusos ou muito brevemente acuminados no ápice, muitas vezes com a ponta
torcida, margens inteiras ou onduladas, ligeiramente coriáceas, glabros (desprovidos de
pêlos), nervuras, limbo do folíolo com 9 a 10 pares de nervuras de cada lado
(LAMPRECHT, 1990; BARROSO, 1987; NIKIEMA; PASTERNAK, 2008). As folhas
caem na estação seca (decíduas) e são substituídas diretamente em Burkina Faso (JØKER;
GAMÉNÉ, 2003).

Figura 6. Detalhes da folha composta de Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. Fonte:


Adaptado de Nikiema e Pastenak (2008). Redesenhado e adaptado por Iskak Syamsudin.
Imagem cedida por Plant Resources of Tropical Africa (PROTA) em 2018.
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Figura 7. Folhas de Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. Foto: Enrico Castello.

Esse gênero Khaya é caracterizado pela presença de espécies arbóreas decíduas ou


caducifólias, isto é, que perdem suas folhas em uma certa estação do ano, geralmente, nos
meses mais frios e com ausência de chuva (outono e inverno) (PENNINGTON; STYLES,
1975; PENNINGTON et al., 1981).

Floração - As flores nascem em grandes inflorescências axilares e muito ramificadas de


até 20 cm de comprimento (Figura 8). A floração ocorre pouco antes ou no início da
estação chuvosa e as flores são polinizadas por insetos. Em Burkina Faso, a floração
ocorre de novembro a dezembro, na Guiné de novembro a fevereiro, no Sudão de
fevereiro a março e na Costa do Marfim duas vezes ao ano, principalmente de agosto a
dezembro (JØKER; GAMÉNÉ, 2003).
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Figura 8. Floração de Khaya senegalensis. Fotos: Usman Dukku (2011) e J. B. Friday


(2010).

Flores – As flores são pequenas, com cerca de 5 mm, com pétalas brancas ou
esbranquiçadas, sésseis e unissexuais (JØKER; GAMÉNÉ, 2003; Figura 9), ou seja, há
flores femininas e flores masculinas na mesma inflorescência (monoicas), mas ambas
com presença de vestígios atrofiados do sexo oposto, dificultando a distinção entre flores
masculinas e femininas (as flores masculinas e femininas muito semelhantes na
aparência; Figura 10). Essas flores são tetrâmeras ou pentâmeras, ou seja, com pétalas
e/ou sépalas em número de quatro ou cinco, dispostas em grandes inflorescências axilares
e bastante ramificadas (PENNINGTON; STYLES, 1975; PENNINGTON et al., 1981;
MABBERLEY, 2011).

Figura 9. Flores de mogno africano (khaya senegalensis). Fotos: N Parks Floral & Fauna
Web e Natureloveyou.
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Figura 10. Detalhes das flores masculina e feminina de Khaya anthotheca (Welw.) C.
DC. Fonte: Adaptado de Pennington e Styles (1975). Desenho de J. Loken. Imagem
cedida por Pennington em 2019.

O cálice, constituído pelas sépalas, é tetralobado ou pentalobado quase até a base, sendo
os lóbulos subcirculares de aproximadamente 1,5 mm de comprimento e imbricados. A
corola é composta por quatro ou cinco pétalas livres, elípticas, de aproximadamente 2 a
4 mm, que são muito mais longas do que o cálice em botão e contorcidas. As pétalas são
eretas quando as flores estão abertas e algo encapuzadas. O tubo estaminal é urceolado
(bojudo na base e com pequena abertura apical) ou em forma de copo, sendo dotado de
oito a dez anteras nas flores masculinas ou anteródios nas flores femininas, dispostos em
direção ao ápice e terminados com oito a dez lóbulos subcirculares, com apêndices
sobrepostos alternando em anteras ou anteródios a depender do sexo da flor
(PENNINGTON; STYLES, 1975; PENNINGTON et al., 1981; MABBERLEY, 2011).

Nas flores masculinas, o disco do nectário possui formato de almofada, sendo fundido à
base do pistilóide, mas livre do tubo estaminal e, nas flores femininas, o disco do nectário
é mais ou menos reduzido, com um inchaço indistinto na base do ovário. O ovário é
tetralocular ou pentalocular, sendo cada um dos lóculos composto por 12 a 18 óvulos
(PENNINGTON; STYLES, 1975; PENNINGTON et al., 1981; MABBERLEY, 2011).
Vale lembrar que os lóculos consistem em cavidades existentes no interior do ovário, nas
quais os óvulos são fixados à região da placenta. As flores masculinas têm ovário
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rudimentar; flores femininas com anteras pequenas, não deiscentes (LAMPRECHT,


1990; BARROSO, 1987; NIKIEMA; PASTERNAK, 2008).

O estigma é grosso, discoide, com margem crenulada, quase que completamente


bloqueando a entrada do tubo estaminal, a sua superfície superior possui papilas
minúsculas, receptivas (aos grãos de pólens) e com quatro a cinco cumes estigmáticos
radiantes. O pistilóide existente na flor masculina é semelhante ao pistilo da flor feminina,
embora mais delgado e com um estilete mais longo. Os lóculos são bem desenvolvidos,
mas os óvulos vestigiais são muito pequenos (PENNINGTON; STYLES, 1975;
PENNINGTON et al., 1981; MABBERLEY, 2011).

Fruto – Os frutos consistem em cápsulas lenhosas, eretas e globosas ou subglobosas que


se dividem em quatro a seis segmentos (Figura 11). Essa cápsula é do tipo septífraga, isto
é, a ruptura dos septos é paralela ao eixo do fruto. A abertura da cápsula ocorre por meio
de quatro a seis válvulas do ápice, sendo que as mesmas permanecem unidas na base e,
nas margens de válvulas, ocorrem, muitas vezes, fios fibrosos ásperos (PENNINGTON;
STYLES, 1975; PENNINGTON et al., 1981; MABBERLEY, 2011).
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Figura 11. Detalhes dos frutos e sementes de Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. Fonte:
Adaptado de Nikiema e Pastenak (2008). Redesenhado e adaptado por Iskak Syamsudin.
Imagem cedida por PROTA em 2018.

Cada fruto contém numerosas sementes com asas marrons nas duas extremidades,
dispostas horizontalmente (Figura 12). A cor do fruto muda de cinza ou marrom claro
para preto quando amadurece e começa a produzir sementes quando a árvore atinge 15 a
25 anos de idade. Os frutos amadurecem em Burkina Faso de fevereiro a maio, na Guiné
de fevereiro a julho, na Costa do Marfim principalmente de janeiro a abril, com um
segundo período de frutificação de julho a setembro e na Tanzânia de janeiro a março.
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Na maioria dos lugares, a frutificação é regular e os frutos permanecem na árvore durante


a maior parte da estação seca (JØKER; GAMÉNÉ, 2003).

Figura 12. Abertura do fruto de Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss e numerosas


sementes dispostas horizontalmente dentro da cápsula. Fotos: Arquivo da Wikipédia e
Erickrak (CC BY-NC).

Sementes – As sementes variam em número de oito a dezoito por lóculo, com formatos
elipsóides a suborbiculares transversalmente, estreitamente aladas em toda a margem e
com a presença de endosperma residual (PENNINGTON; STYLES, 1975;
PENNINGTON et al., 1981; MABBERLEY, 2011; Figura 13). As árvores começam a
produzir sementes aos 15-25 anos de idade, sendo estas marrons e achatadas, com cerca
de 2 cm x 2,5 cm. Existem 3.00-6.000 sementes por quilo (LOUPPE et al., 2021). Além
disso, as sementes são dispersas pelo vento, quando não colhidas manualmente, e podem
ser levadas até 100 m da árvore-mãe (JØKER; GAMÉNÉ, 2003). As sementes têm um
teor de óleo de 67% e são ricas em ácido oleico (66%). O óleo é usado na África Ocidental
para cozinhar.
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Figura 13. Sementes retiradas dos frutos de Khaya senegalensis. Foto: ONG OeBenin
(CC BY-NC).

Madeira – O cerne do tronco é marrom, escurecendo para rosado a marrom-avermelhado,


apresentando uma mancha violácea, após a exposição (Figura 14). Normalmente, é
distintamente diferente do alburno mais claro, até 8 cm de espessura, pelo menos em
madeira seca. A granulação é geralmente invertida, às vezes reta, e a textura é
moderadamente grossa.
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Figura 14. Madeira de khaya senegalensis. Foto: Roger&Sons.

O mogno africano (Khaya senegalensis), espécie exótica da família Meliaceae, destaca-


se pela excelente qualidade da madeira, altos preços no mercado nacional e internacional,
madeira apreciada para carpintaria, marcenaria, construção naval e produção de lâminas
decorativas (NIKIEMA; PASTERNAK, 2008). Sua madeira é considerada folhosa com
excelente valor comercial e propriedades físicas e mecânicas semelhantes ao mogno
brasileiro (Swietenia macrophylla), sendo considerada (Khaya senegalensis) como umas
das mais duras entre as espécies de Khaya, com densidade que varia de 0,6 a 0,85 g/cm3
e resistência moderada a fungos e insetos (ORWA et al., 2009). A sua coloração varia de
um tom vermelho para o vermelho escuro, característica das árvores chamadas de mogno,
sendo muito apreciada pelo mercado (PINHEIRO et al., 2011).

Crescimento lento e grande número de ramificações são características indesejáveis de


Khaya senegalensis. No entanto, o valor comercial da madeira e a tolerância ao déficit
hídrico tornam a espécie promissora para aumentar a fronteira agrícola das espécies
florestais, principalmente em áreas impróprias devido à escassez de chuvas (PINHEIRO
et al., 2011). A madeira não é muito pesada (apesar de ser considerada a mais pesada
entre as khayas), com 12% de umidade e, em geral, seca lentamente, com pouca
deformação. É bastante fácil de serrar e polir, e o resultado do corte por lâminas parece
áspero. No entanto, a superfície ficará lisa se as lâminas de corte forem mantidas afiadas.
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Estrutura da madeira. A madeira é um material complexo e heterogéneo, estando as


suas características em parte ligadas à pertença a uma dada espécie vegetal (folhosa ou
macia). Tem vários elementos estruturais. As principais são aquelas visíveis a olho nu ou
com lupa. Elementos como anéis de crescimento (Figura 15), diferenças entre cerne e
alburno, raios ou distribuição celular podem ser reconhecidos nesta fase. As partes
principais de um tronco de árvore são, de fora para dentro, casca, floema, câmbio, alburno
e cerne. O câmbio é uma parte vital da árvore, pois corresponde à zona onde ocorre a
produção de novas células (Figura 15). O câmbio sintetiza as células da madeira tanto
radial quanto verticalmente, em direção ao centro do tronco. A camada súber
felodérmica que está localizada logo abaixo da casca gera células que se transformarão
na casca interna e externa.

Figura 15. Principais elementos estruturais da madeira.

O cerne é a designação dada à parte do xilema do tronco que já não participa ativamente
na condução de água, assumindo uma função essencialmente de suporte mecânico da
estrutura da planta. A medula é o vestígio deixado no centro do tronco pela estrutura
apical a partir da qual se desenvolveu o tronco da planta. Em geral é uma estrutura fina
(de alguns milímetros de diâmetro), quase sempre mais escura do que o material que a
rodeia e sem qualquer importância para os usos da madeira ou a determinação da
qualidade. Forma- se a partir das células que constituíram a zona de crescimento inicial
do rebento que deu origem ao tronco e em torno das quais se formaram as camadas de
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células que constituem a madeira ou lenho. A sua posição marca o centro de crescimento
a partir do qual se gerou o aumento do diâmetro da árvore.

O alburno é a fracção viva do xilema ao longo da qual se verifica a circulação de água e


de nutrientes entre a raiz e a os tecidos ativos da planta. Sendo células vivas e com funções
essencialmente de condução, quase sempre a análise do corte de um tronco revela o
alburno como uma zona de coloração mais clara rodeando a porção interior de cor mais
escura (o cerne).

Uma árvore aumenta em diâmetro pela formação, entre a madeira velha e o interior da
casca, de novas camadas de madeira que envolvem todo o caule, os ramos e as raízes. Em
condições normais, particularmente quando existe uma estação de crescimento bem
definida, uma nova camada forma-se em cada ano, razão pela qual em corte as camadas
anuais aparecem como anéis concêntricos (anéis de crescimento), constituindo a base da
dendrocronologia, técnica que permite aferir o número de anos de crescimento da árvore,
e das características desse crescimento, pela observação dos anéis formados.

Densidade e dureza da madeira das espécies Khaya ssp. Essas duas características
estão intimamente ligadas, porque as amostras mais densas também são duras. Portanto,
é comum agrupar essas características nos estudos, pois são características
particularmente importantes. A avaliação e medição da densidade e dureza são fáceis e
representam a maioria das propriedades mecânicas da madeira. As madeiras mais densas
e duras tendem a ter melhores resistências mecânicas e estáticas. É necessário informar
que a dureza é medida seguindo o método de Chalet-Meudon, e que as densidades são
sempre dadas a área de madeira com 12% de umidade (NORMAND; SALLENAVE,
1958).

Em termos de densidade da madeira, Normand e Sallenave (1958) reportam que os


valores encontrados em algumas espécies de Khaya sp. são similares aos de Swietenia
macrophylla (mogno-amazônico), com exceção de Khaya senegalensis (Figura 16). De
acordo com Lemmens et al. (2012) a densidade da madeira e o padrão de cores variam
conforme a espécie e o tipo de lenho, a saber:

• Khaya senegalensis: A madeira apresenta cerne castanho rosado a castanho


avermelhado, com alburno distintamente mais claro. A densidade básica supera as demais
espécies do gênero Khaya, a qual pode atingir valores próximos a 900 kg m-3 a 12% de
umidade.
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• Khaya ivorensis: A madeira apresenta cerne castanho rosado a avermelhado e alburno


castanho claro, com densidade básica que varia entre 460 – 570 kg m-3 a 12% de umidade.
•Khaya grandifoliola: A madeira apresenta cerne castanho rosado a castanho
avermelhado e alburno castanho claro a castanho rosado, com densidade básica variando
entre 560 – 770 kg m-3 a 12% de umidade.

• Khaya anthotheca: A madeira apresenta cerne castanho rosado a avermelhado e alburno


castanho claro, com densidade básica variando entre 490 – 660 kg m-3 a 12% de umidade.

Figura 16. Faixa de valores de densidade básica da madeira (g cm-3) encontrados em


espécies do gênero Khaya e Swietenia macrophylla (Meliaceae). Fonte: Adaptado de
Normand e Sallenave (1958).

A espécie Swietenia macrophylla King, ou o mogno da América Central e do Sul, é mais


leve e macio. A densidade varia muito; de 0,42 (madeira de plantações em Honduras) a
0,66 g/cm3 com uma média de 0,542 g/cm3 (Figura 16). A madeira é muito macia a suave,
enquanto a dureza do mogno Swietenia varia de médio a pesado, pesado e de médio a
duro (Figura 16). A Khaya ivorensis ou mogno africano, é uma madeira muito macia,
muito suave ou suave. Suas densidades variam de 0,46 a 0,55 g/cm3, com média de 0,488
g/cm 3 (Figura 16). Sua dureza varia de 1,3 a 2,2 como média (Figura 17). Também é
importante dizer que esse tipo de madeira é de qualidade constante independente de sua
origem (PINHEIRO et al., 2011).
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Figura 17. Classificação das madeiras de Swietenia e Khaya quanto à dureza (KN). S.
Fonte: Normand e Sallenave (1958)

Por fim, a madeira do mogno Caïlcedrat, Khaya senegalensis, é em média mais dura e
pesada, sendo variável entre amostras. A densidade média desta espécie é de 0,78 g/cm³,
sendo o mínimo de 0,69 e o máximo de 0,919 g/cm³ (Figura 16). O Khaya senegalensis
é tão denso e resistente quanto os mognos de Cuba e do Haiti, o mogno Swietenia
(PINHEIRO et al., 2011).

- Aspecto fisiológico

Germinação – As sementes não estão dormentes e o pré-tratamento não é necessário


(JØKER; GAMÉNÉ, 2003; Figura 18), mas Louppe et al. (2021) recomendam a imersão
de sementes em água fria por 24 horas, sendo a germinação superior a 90% em 2 semanas
após colhidas. Contrariamente, EL Tahir (1999) afirmou que existem sementes de mogno
em dois tamanhos: semente grande não dormente e a semente pequena dormente.
Portanto, a influência do tamanho das sementes procedentes de duas localidades (Daloa
e Korhogo) sobre a taxa de germinação é apresentada nas Figuras 19 e 20. O resultado
mostra que a categoria da semente tem um efeito significativo, com semente grande
exibindo a melhor taxa de germinação independentemente do local de origem. Mahgoub,
(2002) reiterou que o efeito do polimorfismo das sementes de mogno na germinação foi
significativo e que o polimorfismo das sementes é um dos obstáculos para a germinação
uniforme e o estabelecimento bem-sucedido da plântula.
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Figura 18. Sementes germinadas (emissão da radícula) de mogno africano (Khaya


senegalensis).

Figura 19. Efeito do tamanho das sementes provenientes de duas localidades (Daloa e
Korhogo) sobre a taxa de germinação de três tamanhos de sementes de Khaya
senegalensis. Fonte: Adji et al. (2022).
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Figura 20. Vigor de plântulas com 4 meses de idade da germinação de sementes pequenas
(a), médias (b) e grandes (c) de Khaya senegalensis. Fonte: Adji et al. (2022).

Através do estudo realizado em sementes de mogno africano (Khaya senegalensis)


coletadas de três localidades (Sinnar, Sul de Kordofan e Sul de Darfur) do Sudão e depois
submetidas a três intervalos de imersão em água (12h, 18h e 24h) e três diferentes
concentrações de ácido giberélico (0,01con., 0,001con. e 0,0001con.) sob condições
ambientais controladas em câmara de germinação, Algunaid et al. (2013) constataram que
o resultado da germinação das sementes revelou diferenças significativas entre as três
localidades nos atributos das sementes e também entre os três tamanhos de sementes:
grandes com 86,0%, médias com 77,6% e pequenas com 87,5% em comparação com o
tratamento controle: sementes grandes com 77,0%, médias com 73,0% e pequenas com
42%, sendo estas últimas profundamente dormentes. Em conclusão, a imersão em H2O
por 18 horas e GA3 (0,01 con.) por duas horas foram os melhores tratamentos para
quebrar a dormência das sementes.

Um grande problema com Khaya senegalensis é que as sementes perdem rapidamente


sua viabilidade. O antigo trabalho (ANONYMOUS, 1959) mostrou que as sementes
frescas são altamente viáveis (acima de 90%), mas a viabilidade é completamente perdida
durante alguns meses de armazenamento. A longevidade das sementes é relatada em cerca
de seis meses à temperatura ambiente e a baixas temperaturas (+4 ° C ou -i5 ° C) apenas
50% ainda são viáveis após um ano e 30% após dois anos (ANONYMOUS, 1988). Essas
Histórico e Base Genética das Populações de Khaya spp.,no
B r a s i l | 38

conclusões são confirmadas por Doran et al. (1987) que apontam que o uso de recipientes
hermeticamente vedados prolongam a vida das sementes. Mais recentemente, Tompsett
(1994) classificou Khaya senegalensis entre as espécies ortodoxas cujo período de
viabilidade é aumentado por uma queda no conteúdo de temperatura e umidade durante
o armazenamento, de acordo com a definição de Roberts (1973).

HISTÓRICO E BASE GENÉTICA DAS POPULAÇÕES DE Khaya spp., NO


BRASIL
A introdução do mogno-africano no Brasil foi feita em meados da década de 70 através
de duas doações de sementes oriundas de fontes independentes de países do continente
africano. A primeira delas, da qual se tem registro, foi realizada em 1975 por meio de um
intercâmbio de sementes entre pesquisadores de duas instituições: o Instituto de Pesquisa
Agropecuária do Centro do Sul (IPEACS), localizado à época no Km 47 em Seropédica,
RJ, Brasil, onde atualmente abriga as dependências da Embrapa Agrobiologia, e o
Departamento Florestal do atual Conselho de Pesquisas Científicas e Industriais de Gana
(CSIR-FORIG). O pesquisador brasileiro responsável pelo recebimento do lote de
sementes de mogno-africano foi Dr. Octávio de Almeida Drummond (in memoriam),
engenheiro agrônomo e pesquisador na área de fitopatologia. Depoimentos de
funcionários aposentados da Embrapa Agrobiologia, afirmam que Dr. Drummond tinha
o costume de realizar intercâmbios de sementes de espécies nativas brasileiras com várias
instituições de pesquisa pelo mundo e, em troca, recebia sementes de espécies nativas dos
locais das instituições com quem fazia os escambos.

Segundo carta escrita pelo próprio Dr. Drummond, essas sementes de mogno africano
foram semeadas em abril de 1975 e as mudas foram plantadas em outubro de 1976 na
frente do prédio sede do então IPEACS (hoje pertencente à Embrapa Agrobiologia). Por
algum equívoco, nesta mesma carta, Dr. Drummond se referiu às árvores como
“cedroafricano”, com a seguinte identificação taxonômica: Entandrophragma utile
Sprague (Meliaceae). Atualmente, sabe-se que as referidas árvores plantadas pertencem
ao gênero Khaya. No entanto, ainda não se sabe exatamente a qual espécie pertence
(possivelmente são espécimes de Khaya grandifoliola), necessitando da confirmação por
especialistas botânicos na família Meliaceae.
Histórico e Base Genética das Populações de Khaya spp.,no
B r a s i l | 39

Após alguns anos, as sementes descendentes das primeiras árvores de Khaya foram
colhidas e novas mudas foram produzidas para serem plantadas pelo campus da Embrapa
Agrobiologia/Pesagro-Rio, integrando parte conjunto paisagístico deste local (Figura
21a). Além disso, algumas árvores também foram plantadas no campus da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro em datas até então desconhecidas. Deste modo,
considerando as áreas da Embrapa Agrobiologia/Pesagro-Rio e da UFRRJ, ao todo são
mais de 20 árvores de mogno-africano em estágio avançado de desenvolvimento (com
copas já formadas e com alta capacidade reprodutiva). Anualmente, estas árvores
produzem sementes, as quais são coletadas por produtores e outras pessoas interessadas
no cultivo desta espécie, e as mudas são produzidas e plantadas em diversas regiões do
país.

Figura 21. A) Unidade da Embrapa Agrobiologia e B) Árvore matriz de Khaya


senegalensis na Reserva Natural Vale, Linhares, ES. Fotos: Portal da Embrapa
Agrobiologia e Guilherme Chaer.

A segunda doação de sementes de mogno-africano aconteceu em 1976 por uma comitiva


de autoridades de Costa do Marfim durante uma visita pela Amazônia. Naquela ocasião,
as sementes de mogno-africano da espécie Khaya grandifoliola foram doadas para o
pesquisador Dr. Italo Falesi, na época diretor do então Instituto de Pesquisa e
Experimentação Agropecuária do Norte (IPEAN), atual Embrapa Amazônia Oriental
(CPATU). As mudas foram produzidas destas sementes e cinco delas foram plantadas no
campus do CPATU. De acordo com Ribeiro et al. (2017), atualmente existem quatro
M e l h o r a m e n t o | 40

árvores de mogno-africano presentes neste local, as quais tornaram-se reprodutivas no


final da década de 80 e suas sementes têm sido doadas e/ou comercializadas por terceiros
para outras regiões do país.

Outra fonte importante de sementes está localizada na Reserva Natural Vale (RNV),
Linhares, ES. Neste local existem plantios de três espécies de mogno-africano (Khaya
anthotheca, Khaya senegalensis e Khaya ivorensis). Na RNV existem atualmente
diferentes talhões com os mognos-africanos em plantios mistos e monoespecíficos que
fizeram parte de ensaios de campo dos primeiros estudos envolvendo a silvicultura dessas
espécies, iniciadas pelo pesquisador Dr. Renato de Jesus e atualmente conduzidos por
pesquisadores da RNV (Figura 21b). Da mesma forma, as sementes produzidas pelas
matrizes também já foram coletadas e comercializadas para outros produtores do país.

Soares et al. (2014) relatam ainda a existência de outros plantios de mognos-africanos


provenientes de sementes de populações nativas de algumas regiões da África Ocidental.
Um exemplo é o povoamento localizado na fazenda de Norton Amador Costa (ex-
pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental). As sementes foram obtidas de Costa do
Marfim e Tanzânia, e os plantios foram realizados no início dos anos 2000. Nesta
localidade, as árvores também estão em fase reprodutiva e já existe a comercialização das
sementes produzidas. No entanto, a procedência exata dessas sementes é desconhecida.
Com isso, não se sabe o número de matrizes em que as sementes foram obtidas ou se
foram coletadas em florestas naturais ou plantadas.

MELHORAMENTO
Neste cenário, é provável que a base genética atual dos povoamentos de mognos africanos
no Brasil ainda seja bastante reduzida. Isto representa um dos principais gargalos para as
atividades de melhoramento genético e a seleção de indivíduos superiores e mais
resistentes ao ataque de pragas e doenças, por exemplo. Entretanto, de forma
surpreendente, Soares (2014) ao realizar os primeiros estudos com diversidade genética
de mognos-africanos no Brasil, utilizando marcadores microssatélites desenvolvidos para
Khaya senegalensis, demonstrou que as populações de Khaya ivorensis no estado do Pará
(parte delas oriundas de sementes das matrizes do CPATU e outras resultantes de
importações feitas de Costa do Marfim e Tanzânia) possuem diversidade genética
comparável com a de populações naturais da África, o que possibilita a utilização destes
materiais genéticos em programas de melhoramento da espécie.
M e l h o r a m e n t o | 41

Num programa básico de melhoramento de mogno africano, testes de procedências e


famílias são fundamentais em relação a características de crescimento e à qualidade da
madeira. Preliminarmente, estudos de tamanho de sementes e comportamento de
crescimento a nível de mudas podem se correlacionar positivamente com o crescimento
futuro, podendo-se antecipar a seleção de melhores materiais. Nesse aspecto, Ky-
Dembele et al. (2014) estudaram as variações entre e dentro de procedências de Khaya
senegalensis em relação ao tamanho da semente e às características das mudas.
Observaram ainda que, em quatro procedências, a magnitude da variação devido ao efeito
de família variou de 65% a 93% para as características do tamanho da semente e de 4,5%
a 17,8% para os caracteres das mudas. As estimativas da hereditariedade de família foram
moderadas a altas (0,67–0,95) para características de sementes, mas de baixo a moderado
(0,19–0,59) para características de mudas, indicando que grande parte da variação total
nas características de sementes deveu-se ao efeito genético.

Para o programa de melhoramento genético, as técnicas de biologia molecular são


fundamentais na diminuição de tempo para confirmação de materiais genéticos
superiores, onde os marcadores moleculares merecem destaque. O uso de marcadores
moleculares possibilita a análise intrínseca do genótipo de um indivíduo sem a
necessidade da ocorrência da expressão fenotípica e, consequentemente, excluindo-se a
influência do ambiente. O uso de descritores baseados no genótipo do indivíduo tem
recebido atenção especial para a caracterização de cultivares, decorrente do seu potencial
de distinção de genótipos morfologicamente similares e geneticamente aparentados. Já a
utilização da tecnologia de marcadores moleculares nos programas de melhoramento
genético de plantas – em suma, no processo seletivo por meio da procura de alelos
desejáveis indiretamente por meio do uso de marcadores ligados – é conhecida como
seleção assistida por marcadores moleculares (SAM) (TOPPA; JADOSKI, 2013). Pela
importância do mogno africano, utilizando especialmente microssatélites e polimorfismo
de nucleotídeo único (SNPs), estudos com marcadores moleculares também têm sido
realizados para analisar a genética populacional e de conservação dessas espécies de
madeira tropical ameaçadas (LEMES et al., 2011; KARAN et al., 2012; PAKULL, 2016).

Na Austrália, especialmente nos Estados Território do Norte (NT) e Queensland, o cultivo


e o melhoramento de Khaya senegalensis têm sido implementados com sucesso. A
prioridade operacional a curto prazo se concentrou no desenvolvimento de áreas de
produção de sementes e pomares de sementes clonais com atualizações permanentes
M e l h o r a m e n t o | 42

(“rolling front”). As prioridades de P&D incluem: desenvolvimento e implementação de


uma estratégia de melhoramento colaborativa com base em recursos agrupados;
desenvolvimento de avaliação não destrutiva de propriedades de madeira de árvores
selecionadas; micropropagação (incluindo testes de campo de material dessa fonte)
“pronta para a indústria” e um índice de árvore selecionada; otimização da produção de
sementes em pomares; aprimoramento de técnicas de polinização controlada; e
maximização dos benefícios dos ensaios de progênies, clones e procedências (NICKLES
et al., 2012; NICKLES et al., 2015).

A extensão do trabalho de genética molecular para a seleção genômica melhoraria ainda


mais a eficiência no futuro. Desde a década de 1990, e principalmente a partir de 2005,
uma grande propriedade foi estabelecida na Austrália. Nela inclui plantações operacionais
de base ampla, parcelas de fazenda-silvicultura e testes de proveniência, progênie e clone,
fornecendo uma nova base extremamente valiosa para a seleção de árvores que poderá
ser retomada em breve. Há evidências de variação genética nessas características,
portanto, a seleção deve ser eficaz. A porcentagem de cerne é altamente variável
(ZBONAK et al., 2010; LEE et al., 2012; ARMSTRONG et al., 2007) com indicações de
variação genética entre procedências em 9,5 anos e famílias e clones em 5,5 anos (LEE
et al., 2012). A seleção futura deve usar um índice que pondere essas e outras
características que conferem alta produtividade e adequação das toras para produção de
lâminas, que é o melhor uso para a espécie (BAILLERES et al., 2012). Isso se concentrou
em melhorar a retilinidade e o comprimento do fuste sem perder o crescimento relativo.
O NT DOR concluiu a triagem de microssatélites da população reprodutora de primeira
geração capturada nas CSOs e selecionou plantas do diverso jardim de cobertura, usando
os 10 marcadores identificados por Karan et al. (2012).

É importante destacar que a espécie Khaya senegalensis tem flores pequenas masculinas
e femininas separadas dentro de cachos na mesma árvore e elas parecem ser polinizadas
por insetos (DICKINSON et al., 2012). A floração ocorre durante julho-novembro
(estação seca) nos pomares de sementes do Território do Norte (NT) e novembro-
fevereiro (a parte posterior inclui dois meses da estação chuvosa) em Walkamin, Qld. Os
frutos amadurecem um ano após a floração, cada uma com c. 45 sementes, média com
6.000 sementes/kg. A floração é altamente síncrona entre diversos clones, de modo que
cruzamentos extensos são esperados em pomares de sementes. Esforços recentes de
polinização controlada (CP) resultaram em algumas sementes; no entanto, a técnica
M e l h o r a m e n t o | 43

precisa ser refinada (DICKINSON et al., 2012). Até agora, o programa de melhoramento
tem usado sementes de polinização aberta de OSCs e boas árvores em plantações mais
antigas. O melhorista pode usar polinização controlada (CP) assim que as árvores
parentais superiores e jovens forem identificadas

Oito testes foram estabelecidos entre 2005 e 2012, quatro em colaboração com
produtores. Um marco foi alcançado em 2009, quando o primeiro de vários testes que
incluem famílias de segunda geração de sementes CSO foram plantadas (Figura 22). O
mais recente dos testes de progênie também inclui famílias de árvores silvestres na África
e selecionadas na Austrália. Os primeiros resultados dos primeiros testes indicam que
muitas famílias são superiores aos controles comerciais. Os testes permitirão a seleção
direta e regressiva e poderão ser convertidos em pomares de mudas no futuro. Isso destaca
a necessidade de manter esses valiosos testes (e OSCs) (DICKINSON et al., 2012).

Figura 22. Uma árvore superior em idade precoce em um teste de progênie de famílias
locais de segunda geração de sementes de pomar clonal plantadas na Estação de Pesquisa
Katherine da DOR, Território do Norte em 2010. A árvore superior tem 5 m de altura, 8,0
cm de DAP e 1,75 anos. Foto: G. Dickinson.
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Testes de clonagem. Quatrocentos clones estão sendo testados em ensaios estabelecidos


entre 2005 e 2011 em 12 locais no NT (REILLY et al., 2011) e quatro no Qld. Todos os
ensaios têm estacas enraizadas derivadas de mudas de jardim de diversas fontes NT e Qld,
e controles de mudas de fontes locais e/ou africanas (Figura 23). Avaliações iniciais
mostram grande variação entre clones com alguns clones superiores aos controles. Nos
ensaios mais antigos, foram nomeados 10 clones combinando superioridade para a
maioria das características comerciais; alguns desses clones estão mostrando
adaptabilidade em diversos locais. Estes são dignos de mais testes, inclusão em novos
pomares de sementes enxertadas e na população reprodutora. O novo conjunto de clones
promissores é preferível a um grupo anterior escolhido em testes com idade de apenas 1,5
anos (DICKINSON et al., 2012).

Figura 23. Um pomar de mudas enraizadas de 5,3 anos em um teste replicado de parcela
de árvore única de clones do governo plantados em terras industriais em Douglas-Daly,
Território do Norte em 2007. DAP das árvores maiores: 20 cm. Foto: D. Reilly (2011).
E s p é c i e s d e M o g n o A f r i c a n o | 45

ESPÉCIES DE MOGNO AFRICANO


Khaya é uma angiosperma da família Meliaceae que inclui 50 gêneros e 1.400 espécies.
Entre os gêneros mais importantes está Khaya (MANE, 2012). O gênero Khaya originário
da África possui seis espécies (BANERJI, 1984) que são: Khaya ivorensis, Khaya
anthoteca, Khaya grandifolia, Khaya senegalensis, Khaya nyasica e Khaya
madagascarensis. São conhecidas vulgarmente como mogno-africano (“African
mahogany” em inglês, e “acajou d'Afrique”, em francês). As espécies Khaya senegalensis
e Khaya ivorensis são as mais difundidas do gênero Khaya. A primeira é uma espécie
presente em vários países da África Ocidental, como Chade e Burkina Faso. Cresce
principalmente em florestas caducifólias de savana (ZHANG et al., 2009). Essa espécie
se regenera em clareiras abertas na floresta (SWAINE; WHITMORE, 1988).

1. Mogno Khaya senegalensis. Esta espécie já foi classificada como Swietenia


senegalensis Ders. Assim como Khaya Ivorensis A. Chev., a Khaya senegalensis A. Juss
é conhecida e comercializada sob o nome de mogno africano, no entanto, há alguns locais
em que a mesma é conhecida por outras denominações citadas na Tabela 2.

Tabela 2. Nomes vulgares de Khaya senegalensis A. Juss em vários países.

Fonte: Acajou D’Afrique (1979).

A área de ocorrência natural de Khaya senegalensis abrange diversas localidades


africanas. Segundo Barroso (1987), Lamprecht (1990) e Nikiema e Pasternak (2008), esta
espécie ocorre naturalmente na África, entre 15°E e 18°N, desde o Oceano Atlântico até
o Oceano Índico, abrangendo, entre outros países, Mauritânia, Mali e Senegal, a leste, ao
norte da República dos Camarões e em Uganda, além de regiões do sudeste do Sudão. A
E s p é c i e s d e M o g n o A f r i c a n o | 46

presença da espécie foi relatada na Gâmbia, Guiné, Togo, Gana, norte da Nigéria
(LAMPRECHT, 1990; NIKIEMA; PASTENAK, 2008; CONSERVATOIRE ET
JARDIN BOTANIQUES DE LA VILLE DE GENÈVE AND SOUTH AFRICAN
NATIONAL BIODIVERSITY INSTITUTE, 2012; PRACIAK et al., 2013). Detalhes
sobre essa distribuição em nível de países africanos podem ser observados na Figura 24.

Figura 24. Mapa do continente africano, mostrando as áreas de ocorrência natural da


espécie Khaya senegalensis A. Juss. Fonte: Nikiema e Pasternak (2008).

A espécie está incluída na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da


Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como sendo espécie vulnerável, devido à perda
de seu habitat, à degradação, ao corte seletivo de sua madeira e a larga escala de colheita
de casca e ramos (PINHEIRO et al., 2011). É uma essência arbórea típica das savanas em
até 1.500 m de altitude e das florestas xerófilas caducifólias, sendo considerada uma
espécie heliófila, que tolera leve sombreamento na fase juvenil. É adaptada aos climas
mais secos, como precipitações entre 650 a 1.300 mm anuais, com períodos secos que
variam de quatro a sete meses (LAMPRECHT, 1990; NIKIEMA; PASTENAK, 2008).

A copa é ampla, arredondada, densa e com vários galhos glabros (LAMPRECHT, 1990;
NIKIEMA; PASTENAK, 2008; PRACIAK et al., 2013; OPUNI-FRIMPONG et al.,
E s p é c i e s d e M o g n o A f r i c a n o | 47

2016; Figura 25). As folhas são dispostas em espiral, agrupadas perto das extremidades
dos ramos e paripenadas, com dois a seis pares de folíolos dispostos em pecíolo e raquis,
em longo conjunto com até 25 cm de comprimento. As estípulas são ausentes. Os folíolos
são opostos ou quase opostos, elípticos a oblongos, com 5 cm a 12 cm x 2,50 cm a 5 cm,
cuneados e ligeiramente assimétricos na base, obtusos ou muito pouco acuminados nos
ápices. As suas margens são inteiras, finamente coriáceas e glabras, com nervuras pinadas
com oito a dez pares de nervuras laterais (NIKIEMA; PASTENAK, 2008). Trata-se de
uma espécie monoica, classificada como diclina, ou seja, com aparelhos sexuais
masculino e feminino em flores distintas, mas muito similares em aparência. As flores
são brancas, numerosas e dispostas em panículas axilares ou aparentemente terminais
com até 20 cm de comprimento. As numerosas flores são pequenas com cerca de 5 mm,
com pétalas brancas e de aroma adocicado. O fruto produzido é uma cápsula lenhosa, 4-
10 cm de comprimento, onde se destacam, em média, quatro válvulas deiscentes. Quando
maduro, cada fruto abre as quatro valvas (esta é uma distinção da Khaya ivorensis, com
a qual está intimamente relacionada, mas que tem 5 válvulas) (LAMPRECHT, 1990;
NIKIEMA; PASTENAK, 2008; OPUNI-FRIMPONG et al., 2016). Dentro das válvulas,
as sementes são dispostas em fileiras, de 6 a 18 sementes por válvula. As sementes são
marrons e achatadas, cerca de 2 cm x 2,5 cm, com margens aladas. Há 2.500-7000
sementes por kg. As sementes são ortodoxas e devem ser armazenadas em baixas
umidades. A germinação é epígea, muitas vezes pode alcançar 100% e pode acontecer
em duas semanas após colhido o fruto (JOKER; GAMÉNÉ, 2012). Por outro lado, é uma
espécie de menor porte em relação a Khaya ivorensis. Pode atingir entre 30-35 m de
altura, com a copa formada a partir de 10 – 16 m ao longo do tronco, geralmente mais
curto, porém com diâmetro entre 100 – 250 cm. Na base do tronco não são observadas
sapopembas, ou quando presentes são quase imperceptíveis (LAMPRECHT, 1990;
NIKIEMA; PASTENAK, 2008).
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Figura 25. Árvore de Khaya senegalensis, destacando a tortuosidade do caule, folhas


compostas paripenadas (dois folíolos terminais), cor do fruto, semente alada e corte da
casca. Fotos: P. Poilecot e Emmanuel Opuni-Frimpong et al. (2016).
E s p é c i e s d e M o g n o A f r i c a n o | 49

A casca do tronco é cinzenta ou marrom acinzentada, sulcada e salpicada de manchas


claras. A casca interna varia de rosa escura à avermelhada, com exsudação de uma goma
avermelhada (NIKIEMA; PASTENAK, 2008; PRACIAK et al., 2013; OPUNI-
FRIMPONG et al., 2016).

O mogno Khaya senegalensis pode ser plantado em monocultivos (em regiões de escape
da broca) e em plantios mistos, neste caso também como medida paliativa ao ataque das
brocas. Outros locais em que essa espécie tem sido plantada são: África do Sul, América
tropical (exemplo: Brasil), Austrália, Cabo Verde, Cuba, Egito, Guadalupe (Ilha), Guiana,
Índia, Indonésia, Java, Madagáscar, Malawi, Malásia, Porto Rico, Sri Lanka (5.000 ha
em 2016), Tailândia, Tanzânia e Vietnã (NIKIEMA; PASTENAK, 2008; PRACIAK et
al., 2013; BANDARA; ARNOLD, 2018). No Brasil, há plantios dessa espécie em várias
regiões, em especial, em áreas com solos arenosos e sujeitos à deficiência hídrica.

A madeira de Khaya senegalensis é dura, pesada, durável e possui desenhos de grande


beleza. A madeira é classificada como uma das melhores madeiras entre os mognos-
africanos para fabricação de mobiliário, bem como para a decoração de interiores
(LAMPRECHT, 1990). A densidade média da madeira de Khaya senegalensis é de 0,78
g cm-3 (PINHEIRO et al., 2011). A coloração do cerne varia de vermelho escuro a
marrom com tons arroxeados e a aparência atraente a torna uma das melhores madeiras
para móveis (JOKER; GAMÉNÉ, 2012).

Uso de Khaya senegalensis: tem usos semelhantes aos citados para a Khaya ivorensis e
é indicado para produção de assoalho e construção leve. Também pode servir para
carpintaria, marcenaria, móveis, construção naval e lâminas decorativas. É adequada para
construção, pavimentação, acabamento interno, carrocerias de veículos, brinquedos,
fabricação de dormentes, peças torneadas e madeira para celulose.

2. Mogno Khaya ivorensis. Segundo Lamprecht (1990) e Lemmens (2008), a área de


ocorrência natural desta espécie está confinada às regiões tropicais húmidas, baixa
altitude da África Ocidental, abrangendo países como a Costa do Marfim, Gana, Togo,
Benin, Nigéria, sul de Camarões e a província de Cabinda em Angola. Possivelmente,
ocorre também na Guiné, Libéria, República Central da África e Congo (Figura 26). Essa
espécie é amplamente plantada dentro de sua área de distribuição natural, mas também
na Ásia tropical e na América tropical. Lamprecht (1990) informa que esta espécie ocorre
E s p é c i e s d e M o g n o A f r i c a n o | 50

de forma fragmentada em florestas caducifólias higrófilas a baixas altitudes, ocorrendo


entre 0 e 450 m acima do nível do mar.

Figura 26. Mapa da África mostrando as áreas de ocorrência natural de Khaya ivorensis
A. Chev. Fonte: Lemmens (2008).

É uma espécie emergente no dossel das florestas naturais da África. Sua ocorrência
compreende desde as florestas úmidas a semideciduais. Estão distribuídas em até 700 m
de altitude e em regiões com índices pluviométricos entre 1.600 a 2.500 mm anuais, com
períodos curtos de estiagem. As árvores apresentam folhas compostas e paripenadas com
três a sete pares de folíolos dispostos de maneira oposta, características comuns a todas
as espécies deste gênero. Apresenta grau de caducifólia em meses frios e com ausência
de chuva. Os folíolos têm forma oblonga e/ou elíptica com ápice marcadamente
acuminado (Figura 27) (MABBERLEY, 2011; PENNINGTON, 1981; PENNINGTON;
STYLES, 1975). A inflorescência é do tipo panícula com até 20 cm de comprimento e o
fruto produzido é uma cápsula, onde se destacam, em média, cinco válvulas deiscentes,
embora este parâmetro não seja uma forte evidência para separação morfológica das
demais espécies. Em estado natural, Khaya ivorensis atinge em média 40 metros, mas
pode chegar até 60 metros de altura em florestas naturais da África. Nesta fase do
crescimento, a base da copa se forma a partir de 30 m ao longo do tronco, que se destaca
pela sua forma retilínea e cilíndrica, com diâmetro variando entre 160–210 cm
E s p é c i e s d e M o g n o A f r i c a n o | 51

(FAGUNDES, 2013; FALESI; BAENA, 1999). Tem sistema radicular tabular vasto,
apresenta casca espessa e rugosa com coloração marrom avermelhada com sabor amargo.
Na base do tronco é bem nítida a formação de sapopembas que podem atingir 4 m de
distância do eixo central do tronco.

Figura 27. Árvore de Khaya ivorensis, caule reto, folha e corte na casca. Fotos:
Emmanuel Opuni-Frimpong et al. (2016).

Suas sementes variam de oito a dezoito por lóculo, apresentando um formato elipsoide a
suborbiculares transversalmente, estreitamente alada e sua margem e com endosperma
residual (PENNINGTON, 1981; PENNINGTON; STYLES, 1975). A capacidade
germinativa das sementes de Khaya ivorensis alcança cerca de 80%, e se recém coletadas,
podem chegar a 90%. O armazenamento não pode ser prolongado já que em dois ou três
E s p é c i e s d e M o g n o A f r i c a n o | 52

meses essa capacidade diminui drasticamente. Na natureza elas perdem o poder


germinativo em duas semanas (PINHEIRO et al., 2011).

A espécie Khaya ivorensis apresenta resistência a pragas em geral e uma delas é a


Hypsiphyla grandella (Broca das meliáceas), que ataca meliáceas autóctones, tais como:
Swietenia macrophylla King (Mogno Amazônico), Cedrela fissilis Vell. (Cedro-rosa),
Cedrela lilloi C. DC. e Cedrela odorata L. (Cedro cheiroso), sendo considerada uma
praga que inviabiliza plantios comerciais.

Uso de Khaya ivorensis. Popularmente chamada de mogno-vermelho, também é utilizada


na movelaria e em pequenos objetos, mas seus usos mais comuns são para estruturas de
janelas, painéis, escadas e portas. Pode ser usada tanto em construções leves quanto
pesadas. No Brasil, tem sido cultivada como alternativa ao uso de meliáceas autóctones
por apresentar resistência a H. grandella, por seu potencial de adaptabilidade as condições
edafoclimáticas associado as propriedades tecnológicas e empregos semelhantes as
meliáceas autóctones.

3. Mogno Khaya anthotheca. Esta espécie é amplamente distribuída na parte leste do


Guiné-Bissau até Uganda e Tanzânia, e a sul, Angola, Zâmbia, Zimbábue e Moçambique
(Figura 28). A espécie é comumente cultivada em plantações dentro de sua área de
distribuição natural, mas também na África do Sul, Ásia Tropical e América Tropical.

Figura 28. Mapa do continente africano, mostrando as áreas de ocorrência natural de


Khaya anthotheca A. Juss. Fonte: Maroyi (2008).
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É uma espécie que se distribui em florestas semideciduais e zonas de transição com as


savanas em até 1.500 m de altitude, em regiões com índices pluviométricos que variam
de 1.200 a 1.800 mm anuais, com períodos de seca que não ultrapassam 4 meses. É uma
árvore com folíolos ovados-oblongos com ápice ligeiramente acuminado a obtuso (Figura
29). A inflorescência é do tipo panícula e o fruto produzido é uma cápsula, onde se
destacam, em média, quatro válvulas deiscentes, assim como em Khaya senegalensis. É
uma espécie de grande porte, que pode ultrapassar os 60 m de altura. Assim como Khaya
ivorensis, a base da copa se forma a partir de 30 m ao longo do tronco, que se destaca
pela sua forma retilínea e cilíndrica, com diâmetro superior a 120 cm. Na base do tronco
também ocorrem sapopembas que podem atingir mais de 4 m de distância do eixo central
do tronco.

Figura 29. Árvore de Khaya anthotheca e corte da casca. Fotos: Guilherme Chaer;
Felipe Martini e Emmanuel Opuni-Frimpong et al. (2016).

Uso de Khaya anthotheca. Esta espécie é conhecida como mogno-branco. Sua madeira
é empregada popularmente na fabricação de móveis, pisos, painéis, lâminas e construção
de barcos e canoas.

4. Mogno Khaya grandifoliola. A área de ocorrência natural de Khaya grandifoliola


abrange a Uganda e a faixa territorial que vai do leste da Guiné ao Sudão (Figura 30).
Ocasionalmente é cultivada em plantações, dentro dos limites da sua área natural de
distribuição que abrange, por exemplo, a Costa do Marfim e o Gana. Plantações para
testes foram estabelecidas na Indonésia.
E s p é c i e s d e M o g n o A f r i c a n o | 54

Figura 30. Mapa do continente africano, mostrando as áreas de ocorrência natural de


Khaya grandifoliola. Fonte: Opuni-Frimpong (2008)

Ocorre em florestas semideciduais e ao longo de cursos d’água das savanas em até 1.400
mm de altitude, em regiões que apresentam índices pluviométricos que variam de 1.200
a 1.800 mm anuais, com períodos de seca moderados (inferiores a 5 meses). Em áreas
naturais, essa árvore pode atingir mais de 40 metros de altura, sem ramificações até 23
metros de tronco, e DAP de até 200 cm (OPUNI-FRIMPONG, 2008). Ou seja, é uma
espécie de porte médio, que atinge até 40 m de altura. Nesta fase do crescimento, a base
da copa se forma a partir de 23 m ao longo do tronco, que aparenta forma um pouco
tortuosa, com diâmetro variando entre 120 – 200 cm. Na base do tronco é bem nítida a
formação de sapopembas que podem atingir 3 m de distância do eixo central do tronco.

Em plantios comerciais Khaya grandifoliola apresenta ótimo crescimento quando bem


manejada. Muitos produtores realizam o consórcio dessa espécie junto a outras de ciclo
mais curto, como café e pupunha, que, muitas vezes, se beneficiam da sombra leve
fornecida pelas árvores ainda jovens. Essa prática permite ao produtor obter renda da
floresta até que a mesma atinja a idade de corte, que pode levar mais de 20 anos.
Morfologicamente ambas as espécies (Khaya grandifoliola e Khaya anthotheca) são
muito parecidas. Os folíolos têm forma elíptica a oblonga-elíptica com ápice ligeiramente
E s p é c i e s d e M o g n o A f r i c a n o | 55

acuminado (Figura 31). A inflorescência é do tipo panícula e o fruto produzido é uma


cápsula, onde se destacam, em média, cinco válvulas deiscentes, assim como em Khaya
ivorensis.

Figura 31. Árvore de Khaya grandifoliola com folha grande e a casca é áspera e marrom
acinzentada com estrias sendo avermelhadas com estrias brancas, exsudato viscoso e
perfumado. Fotos: Medicinal Plants em Nigéria; Felipe Martini Santos (2019) e
Emmanuel Opuni-Frimpong et al. (2016).

Uso de Khaya grandifoliola. Conhecida como mogno-da-folha-grande, é adequada para


carpintaria, marcenaria, móveis e laminação decorativa, mas também para construção
leve, incluindo pisos e acabamentos, ou instrumentos musicais, brinquedos, artesanatos,
entalhes, utensílios domésticos etc.
Diferença entre o Mogno Brasileiro e o Mogno Africano | 56

DIFERENÇA ENTRE MOGNO BRASILEIRO E MOGNO AFRICANO


- Mogno Brasileiro (Swietenia macrophylla). O Mogno Brasileiro (Swietenia
macrophylla) é uma árvore nativa da floresta amazônica, mais recorrente no sul do Pará
(Figura 32). Ela também pode ser encontrada no Acre, Goiás, Maranhão, Mato Grosso,
Pará, Rondônia e Tocantins. Porém, países como México e Peru também registram a
ocorrência dessa espécie.

Figura 32. Mogno Brasileiro (Swietenia macrophylla). Foto: Mauricio Mercadante.

A árvore está presente em floresta clímax, de terra firme e argilosa. O seu crescimento é
rápido, podendo alcançar 4 metros de altura com apenas 2 anos de idade. A largura do
tronco varia entre 50 e 80 cm de diâmetro.

O Mogno Brasileiro floresce nos meses novembro e janeiro. Seus frutos amadurecem no
mês de setembro e se prolongam até meados de novembro. A árvore pode ser usada como
ornamental para a arborização de parques e jardins.

A principal praga do Mogno Brasileiro é a lagarta Hypsypyla grandella, conhecida como


broca-do-mogno. Ela ataca a árvore, impedindo seu desenvolvimento, especialmente em
Diferença entre o Mogno Brasileiro e o Mogno Africano | 57

áreas de reflorestamento, onde a densidade é muito maior que na floresta. Por isso, plantar
outras espécies de árvores por perto pode amenizar os efeitos negativos da broca-do-
mogno.

O Mogno Brasileiro é um tipo de madeira nobre e ele é apreciado pela sua facilidade
com que é trabalhado, pela estabilidade e duração. Depois de polida, a madeira apresenta
um aspecto castanho-avermelhado brilhante que chama atenção pela beleza. Por isso, essa
madeira nobre pode ser utilizada em mobiliário de luxo, objetos de adorno, painéis,
acabamentos internos etc. O Mogno Brasileiro também pode ser usado para produção de
instrumentos musicais, principalmente em guitarras e violões, pelo timbre característico
e ressonância sonora, que tende ao médio-grave.

Pelo fato do Mogno Brasileiro ter todas as essas características, ele é altamente cobiçado
pelo mercado madeireiro. Mas o Mogno Brasileiro corre sério risco de extinção. Um dos
motivos é a extração de madeira predatória e clandestina que causa grande devastação da
floresta amazônica, tudo isso por causa de seu preço elevado no mercado internacional,
principalmente. O metro cúbico da espécie alcança até US$ 3 mil (R$ 15,8 mil) no
mercado internacional.

De acordo com a WWF-Brasil, a espécie já desapareceu de grandes áreas da Amazônia e


resiste apenas em regiões de difícil acesso e em áreas protegidas. Porém, mesmo as áreas
protegidas não intimidam madeireiros ilegais, que abrem estradas na mata em busca das
valiosas árvores de Mogno Brasileiro. A derrubada ilegal e arraste da madeira leva à
destruição de até 30 árvores próximas, o que agrava ainda mais o desmatamento.

Por essa razão, o Mogno Brasileiro não pode ser explorado, transportado e
comercializado no Brasil desde outubro de 2001, graças à Instrução Normativa, editada
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Devido a essa proibição, os interessados no mercado madeireiro precisaram buscar outras
opções legalizadas para substituir o Mogno Brasileiro. A alternativa foi encontrada
no Mogno Africano. Ele é uma grande oportunidade para investir em madeira nobre e
também apresenta característica do mesmo padrão e similares ao Brasileiro, o que supre
as necessidades do mercado nacional e internacional (IBF, 2022).

Mogno Africano: o novo “Ouro Verde”. De madeira de tom rosado e castanho


avermelhado, muito valorizada para uso ornamental em movelaria, construção civil,
Diferença entre o Mogno Brasileiro e o Mogno Africano | 58

naval, instrumentos musicais, entre diversas outras aplicações, o Mogno Africano


apresenta ótimos adaptação em regiões quentes do Brasil (Figura 33).

Figura 33. Cultivo de mogno africano (Khaya senegalensis). Foto: Futuro Florestal.

Os Mognos Africanos foram introduzidos em território brasileiro na década de 70 e


difundidos nas décadas de 80 e 90, sendo utilizados inicialmente em áreas de reposição
florestal e plantios experimentais promovidos pela Embrapa em várias regiões do Brasil.

Seja pela relativa resistência a Hypsipylla grandella (broca das meliáceas) e outras
doenças, pela adaptação edafoclimática, rápido crescimento e propriedades da madeira, a
expectativa de retorno financeiro a longo prazo destes investimentos é alta, conforme
Silva (2014).

Na última década, houve o maior aumento de projetos de Mognos impulsionado por um


conjunto de circunstâncias. Fatores como o aumento da procura por madeiras duras
tropicais, a escassez do produto no mercado, o aumento dos custos de extração de
florestas naturais e pressões do movimento ambientalista contribuíram no aumento da
atratividade dos reflorestamentos (IBF, 2022).
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Há quatro espécies de Mogno Africano mais conhecidas entre os estudiosos: Khaya


Grandifoliola, Khayao Ivorensis, Khaya Anthoteca e Khaya Senegalensis. Apesar dessas
opções de espécies, elas apresentam características diferentes. Atualmente, as espécies
mais cultivadas no Brasil são Khaya Ivorensis e Khaya Senegalensis, devido ao bom
crescimento e rendimento na produção de madeira nobre.

Não é exigida uma licença ambiental para o plantio e exploração da madeira de Mogno
Africano, mesmo assim procure os órgãos ambientais para realizar o informe de seu
plantio e também na época de corte das árvores (idade de 20-25 anos).

PROPAGAÇÃO DA ESPÉCIE Khaya senegalensis


1. Propagação natural sem a intervenção humana

Estado de conservação natural: a extração de madeira e a exploração local (África) são


amplamente descontroladas e mal monitoradas. Nas partes do norte da cordilheira, a
exploração pode estar levando à erosão genética. A regeneração natural a partir da
semente é escassa, mas ocorre a partir de rebentos. Na Lista Vermelha de Espécies
Ameaçadas da IUCN de 2002, está listado como vulnerável.

2. Propagação artificial com a intervenção humana

A cadeia do mogno no Brasil também está tendo que se readequar em alguns pontos da
produção das mudas. Antes de novas vendas de sementes, por exemplo, os extratores
precisam identificar a espécie correta das árvores localizadas na área de coleta.

Um cuidado especial que extratores de sementes precisam ter é com as áreas de coleta
que possam ter mais de uma espécie de mogno misturadas, já que nem todas as árvores
brasileiras descendem dos quatro mognos pioneiros. Alguns produtores importaram
sementes de diversos países da África. É importante identificar essas espécies para que
as sementes possam ser vendidas separadamente.

Atualmente, conforme relatório da Organização Internacional de Madeiras Tropicais


(ITTO), somente a Khaya ivorensis tem uma cotação individualizada. As demais
(senegalensis, anthotheca e grandifoliola) são classificadas e precificadas apenas como
Khaya.

A origem deste tratamento diferenciado para a ivorensis está muito mais relacionada à
sua raridade e fama do que especificamente à qualidade da madeira. Na África, por mais
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incrível que possa parecer, o mogno africano está praticamente extinto, sendo raro
encontrar espécimes na natureza.

Seleção de sementes. As árvores que demonstram desempenho de crescimento superior


geralmente estão livres de pragas em relação às árvores companheiras dentro do
povoamento. Estas são consideradas como árvores extras para serem usadas como árvores
de semente. Características desejáveis de árvores de sementes/plus incluem, mas não
estão limitadas ao seguinte:

- Bom crescimento em altura e diâmetro acima da árvore média de um talhão;

- Caule (tronco) longo e livre de galhos que alcançará um bom preço no mercado;

-Copa uniforme, sem galhos pesados ou hastes duplas;

- Livre de pragas, patógenos e doenças;

e -Árvore madura com madeira de boa qualidade que frutifica regularmente para produzir
sementes.

Em povoamentos uniformemente envelhecidos, o diâmetro e a altura das árvores são as


características importantes para a seleção de árvores com sementes (Figura 34). As
árvores de sementes podem ser selecionadas em fazendas ou florestas ao nosso redor se
os seguintes requisitos forem atendidos:

- A árvore de semente deve crescer com outras árvores adultas em um raio de 100 m. As
árvores com sementes que crescem sozinhas devem ser descartadas, mesmo que sejam
grandes e retas. Essas árvores são em sua maioria autopolinizadas e produzem sementes
com baixa qualidade genética.

- As árvores com sementes selecionadas de um parque devem estar bem formadas e livres
de doenças.
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Figura 34. Selecionando a árvore de semente apropriada. (A. Uma árvore de mogno
inadequada; B. Árvore de mogno adequada). Fonte: Emmanuel Opuni-Frimpong et al.
(2016).

Semente. Os frutos ou cápsulas de sementes são coletadas das árvores quando as cápsulas
começam a se dividir naturalmente (Figura 35), isto é, as sementes estão maduras quando
a cor do fruto muda de cinza para preto. As cápsulas maduras podem ser coletadas da
árvore ou do solo após sacudir os galhos, mas não é aconselhável coletar sementes que
estejam no chão há algum tempo. No momento da maturidade, as sementes apresentam
um teor de umidade muito baixo (JØKER; GAMÉNÉ, 2003).
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Figura 35. Espécie Khaya senegalensis: a). Fruto na árvore se abre naturalmente
(deiscente); b). Sementes dispostas horizontalmente no interior do fruto colhido e c).
Sementes aladas retiradas manualmente do fruto. Fotos: a. E a r t h & J u ng l e ; b . c . Ong
Jyh Seng (CC BY-SA).

Após a coleta, os frutos são deixados ao sol até que se abram e soltem as sementes. Após
a extração manual (descascadas), as sementes são secas ao sol (Figura 36) e depois
armazenada em recipientes herméticos (vedados) em uma câmara refrigerada, em razão
da sua viabilidade ser perdida rapidamente em condições de temperatura ambiente.
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Figura 36. Sementes de Khaya senegalensis de Burkina Faso (quadrados têm divisões de
1 cm). Foto: Dorthe Jøker (2003).

Composição da sementeira para o plantio das sementes de mogno africano Khaya


senegalenses: É ideal que se façam sementeiras debaixo de estufas de plástico (filme
transparente) transparente suspensa a 1 m de altura e com largura de até 2,20 por
sementeira contendo cinco centímetros de brita 01 no fundo da sementeira (Figura 37).

Figura 37. Modelo de sementeira para germinação de sementes de mogno africano.


Foto: Sementes Caiçara.
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As sementes não devem ser cobertas de forma alguma. As sementes devem ser plantadas
na sementeira da forma que esteja colada neste substrato de plantio, sempre de pé nunca
deitadas.

A areia usada como substrato na sementeira de plantio deve conter 15 cm de altura, acima
da camada de brita para evitar a raiz em forma de L (Figura 38). Não pode haver
encharcamento da semente, pois estas apodrecem. Profundidade para semear as sementes
na sementeira deve ser de 1,0 cm em substrato do tipo areia grossa de rio lavadas e
esterilizadas

Figura 38. 1). Colocar 5 centímetros de brita-01 no fundo da sementeira; 2). Encher a
sementeira com areia lavada e esterilizada; 3). Fazer o plantio das sementes de Khaya
senegalensis em sementeira, mas as sementes devem ser plantadas na profundidade de 1
cm do substrato. Fotos: Sementes Caiçara.

Após o plantio das sementes na sementeira, fazer uma irrigação das sementes dentro da
sementeira. Após ter molhado as sementes por inteira, recomendam-se fazer os arcos para
apoiar o plástico transparente que irá cobrir a sementeira. Antes de montar a cobertura de
plástico, são necessários que as sementes tenham umidade e caloria suficientes para
permitir o processo germinativo. Na Figura 39, observa-se a sementeira já com a
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cobertura de plástico sobre os arcos feitos em depósito plástico ou sobre as estacas em


sementeira rústica. O plástico só deve ser removido por volta de 8 a 9 dias após o plantio,
porém não deve de forma alguma molhar mais as sementes, e a sementeira, mantendo
sempre o plástico sobre ela.

Figura 39. Sementeira já com a cobertura de plástico e a cobertura de plástico


transparente selada mantém alta umidade dentro da sementeira rústica feita de estacas.
Fotos: Sementes Caiçara e Emmanuel Opuni-Frimpong et al. (2016).

Após a germinação das sementes em torno de 8 a 9 dias, deve ser transplantada às


sementes que já germinarão para os tubetes (Figura 40) ou sacos plásticos. Recomenda-
se que as sementes que não germinaram sejam mantidas na sementeira por volta de mais
9 dias completando o total de 21 dias.
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Figura 40. Plântulas transplantadas originadas das sementes germinadas na sementeira e


sementes plantadas em tubetes, após a germinação na sementeira. Fotos: Sementes
Caiçara.

Preparação do substrato. O substrato utilizado para enchimentos dos tubetes ou sacolas


plásticas pode ser composta por terra preta matéria orgânica (esterco de frango esterco de
gado etc.) e argila (/barro) numa proporção de 3:1; 1 respectivamente.

Germinação. A germinação epígea pode começar em cerca de 2-3 semanas. A


semeadura é feita diretamente na sementeira e quando atingem cerca de 5 cm de altura
são colocadas em recipientes individuais (sacos plásticos, tubetes, entre outros; Figura
41) no viveiro em substratos arenosos e argilosos sob sombreamento (JØKER;
GAMÉNÉ, 2003). As raízes devem ser ativas (na cor branca), abundantes, agregadas ao
substrato e bem distribuídas no tubete. As raízes ativas são importantes porque elas têm
a função de absorver a água e os nutrientes do solo, permitindo o desenvolvimento da
planta.

Figura 41. Germinação epígea da semente e destaque de raízes ativas abundantes no


substrato e bem distribuídas no tubete da muda de mogno africano. Fotos: MF Rural e
Viveiro Origem.
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Após 6-7 meses, as plantas podem ser plantadas definitivamente no campo, mas é
preferível um tempo mais longo no viveiro (12 meses; JØKER; GAMÉNÉ, 2003; Figura
42) até atingirem 30 cm de altura, não ter bifurcações e estar lignificada, ou seja, madura,
em tom marrom. A muda é plantada com sucesso em raiz nua, mas o uso de mudas em
torrões produz melhores resultados, sendo elas capazes de tolerar até 10 dias sem chuva.

Figura 42. Altura e qualidade da haste da muda de mogno africano. Foto: Viveiro
Origem.

Rustificada. A muda precisa estar rustificada, sem sinais de deficiências nutricionais e


de estresse hídrico. O processo de rustificação consiste em diminuir a irrigação da muda
e aumentar a sua exposição à luz para que ela fique mais resistente, permitindo uma fácil
transição entre o viveiro e o campo.

Quando a muda está no viveiro, ela recebe irrigação contínua e luminosidade certa para
o seu desenvolvimento, mas no campo a realidade é outra e essas características são
diferentes de acordo com o local do plantio. Logo, se a muda não passa pelo processo de
rustificação, o produtor poderá ter um resultado inferior ao esperado, pois ela não estará
preparada para enfrentar as condições ambientais de campo aberto.
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O tempo de rustificação varia de acordo com o destino da muda e da necessidade do


produtor, mas geralmente, o processo dura no mínimo 15 dias e deve ser feito antes da
fase de expedição. Uma muda de qualidade deve ter no mínimo 3 pares de folhas
maduras e com características de uma planta jovem. As folhas em tons de verde não tão
intensos ou até mesmo um pouco amareladas indicam que a muda passou pelo processo
de rustificação (Figura 43).

Figura 43. Muda de qualidade com características de uma planta jovem e que passou
pelo processo de rustificação. Fotos: Viveiro Origem

Armazenamento de sementes. As sementes são ortodoxas e devem ser armazenadas em


baixo teor de umidade. Em um estudo recente em Burkina Faso, as sementes foram
armazenadas a –18, 3-5 e 25°C. Os resultados mostraram que as sementes mantêm plena
viabilidade independentemente da temperatura de armazenamento por pelo menos dois
anos. Segundo Louppe et al. (2021) a viabilidade da semente sob condições ambientais
varia de 3 a 6-8 meses. As sementes às vezes são fortemente atacadas por larvas e a
embalagem com CO2 pode ser necessária (JØKER; GAMÉNÉ, 2003). É importante
destacar que a semente pode permanecer viável por um ano ou mais, mas a germinação é
muito melhor com sementes semeadas frescas (recém-colhidas), quando geralmente pode
chegar a quase 100% de germinação.
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Propagação por estaca. A espécie Khaya senegalensis começa a produzir sementes entre
15 a 20 anos de idade (JOKER; GAMENÉ, 2012). Por ser uma planta exótica e devido
ao longo tempo para a produção das sementes, os reflorestamentos comerciais de Khaya
senegalensis, no Brasil, têm sido feitos a partir de sementes importadas, o que cria uma
dependência dos estoques internacionais de sementes, gerando custos de importação. O
uso econômico da propagação vegetativa na produção de mudas para o setor florestal é
justificado quando a semente é insumo limitado (XAVIER et al., 2003a). As plantas
matrizes são constituídas de mudas de origem seminal.

A propagação vegetativa ou assexual é uma técnica usada para produzir uma planta
genotipicamente idêntica à planta mãe. Essa técnica é viável em algumas espécies, uma
vez que algumas células contêm informações genéticas necessárias para a reprodução de
uma planta toda, cuja propriedade é chamada de totipotência (ONO; RODRIGUES,
1996). A estaquia constitui-se em uma das principais técnicas de propagação vegetativa
de clones selecionados, visando atender aos objetivos da silvicultura clonal, dada sua
aplicabilidade técnica, operacional e ao custo de produção competitivo em relação às
demais técnicas de propagação assexuada (XAVIER et al., 2013).

Dentre os tipos de propágulos geralmente usados na propagação vegetativa estão as


estacas, que podem ser caulinar, foliar ou radicular. A propagação por estaca caulinar,
geralmente, requer apenas que um novo sistema radicular seja formado, dado ao potencial
da regeneração das gemas pré-formadas já existentes (XAVIER et al., 2003b). A
produção de mudas de Khaya senegalensis pode ser obtida pela estaquia de ramos
provenientes de mudas de origem seminal, sem o uso de AIB.

No experimento conduzido por Vasconcelos (2012) para produção de mudas de Khaya


senegalensis, obtida pela estaquia de ramos provenientes de mudas de origem seminal, as
bases das estacas foram tratadas pelo método de imersão rápida (IR), durante cinco
segundos, em solução hidroalcoólica (50% de etanol) nas seguintes concentrações de
AIB: 0, 3000, 6000, 9000 e 12000 mg L-1 e pelo método de imersão lenta (IL), por 12
horas, em solução de etanol a 5% nas seguintes concentrações de AIB: 0, 100, 200, 400
mg L-1. Após o período dos tratamentos, as bases das estacas foram lavadas em água
corrente e foram transferidas para bandejas de plástico, com dimensões internas de 49,5
cm de comprimento x 30,5 cm de largura x 11 cm de profundidade contendo 9,5 litros de
vermiculita expandida textura média, inseridas a 3 cm de profundidade e no espaçamento
de 8 cm x 8 cm. O trabalho foi realizado em casa de vegetação, sob tela, com 50% de
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redução de luz solar. As estacas foram mantidas sob nebulização durante 20 segundos em
intervalos de 40 segundos. Foi instalado um termo-higrômetro no interior da casa de
vegetação (Figura 44).

Figura 44. Ambiente de enraizamento de estacas. Jaboticabal. Foto: Vasconcelos (2012).

Vasconcelos et al. (2016) constataram que a propagação de Khaya senegalensis também


pode ser realizada sem IBA, entretanto, os autores testaram imersão rápida (cinco
segundos) e lenta (doze horas) de miniestacas no regulador de crescimento, concluindo
que a imersão lenta traz benefícios no enraizamento do que a rápido.

No caso da produção das mudas clonais, é importante que cada viveiro faça a
identificação e classificação adequada das suas matrizes, ou seja, muda clonal é obtida
por meio de clonagem de matrizes selecionadas (estaquia). Todas essas medidas visam
ajustar a cadeia de produção à classificação correta das Khayas comercializadas. Isso
pode, no futuro, impactar o valor de comercialização da madeira, uma vez que a
precificação (ato de determinar um preço) pode variar de acordo com a espécie. As
diferenças entre as características destas madeiras ainda será objeto de muitos testes,
estudos e pesquisas.

Os objetivos do trabalho conduzido por Ky-Dembele (2011) foram desenvolver métodos


simples e eficientes de propagação clonal para espécie Khaya senegalensis, e comparar o
crescimento de propágulos sexuados e assexuados. Os dois doadores maduros (5 e 15
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anos de idade) eram ambos de plantações de beira de estrada e as plantas de hastes


rejuvenescidas eram árvores de beira de estrada plantadas há cerca de 100 anos, sendo
podadas cinco ou seis meses antes da coleta de corte. Além das árvores velhas, os brotos
folhosos foram colhidos dos doadores do Centro Nacional de Sementes Florestais (CNSF)
de Burkina Faso. As folhas foram aparadas de modo que apenas duas permaneceram e
estas foram cortadas em um comprimento de 2-3 cm. As estacas tinham 10 cm de
comprimento. Antes do plantio, foram embebidas em solução fungicida por 10 minutos
em meio de enraizamento composto por areia estéril em mistura com perlite (1:1 vIv), em
bandejas plásticas cobertas com lonas plásticas transparentes e mantidas sob nebulização
intermitente em casa de vegetação (Figura 45). Os experimentos foram executados por
oito semanas.

Figura 45. Bandejas de propagação clonal para estacas de Khaya senegalensis. Foto:
Catherine Ky-Dembele (2011).
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O método de propagação clonal desenvolvido foi de estacas de caule para Khaya


senegalensis, as quais foram coletadas estacas de quatro tipos de mudas: mudas de 3 a 8
meses, árvores plantadas de 5 e 15 anos e galhos rejuvenescidos de árvores velhas
podadas. A aplicação de auxinas nas plantas matrizes influenciou a formação de raízes
por estacas folhosas de Khaya senegalensis (até 80%) em comparação com as estacas sem
folhas (0%). Além disso, ocorreram altas proporções de estacas retiradas de mudas
enraizaram, enquanto estacas obtidas de árvores mais velhas enraizaram mal, aumentando
a maturação como fator crítico. Porém, a capacidade de enraizamento de estacas de
árvores mais velhas foi melhorada por poda e aplicação de auxina (IBA; Figuras 46 e 47).
As plântulas e mudas de Khaya senegalensis apresentaram padrões de crescimento
semelhantes com relação a: taxas de crescimento relativo do comprimento do caule, folha,
caule, raiz e biomassa total da planta (Ky-DEMBELE et al., 2011).

Figura 46. Sistema radicular de estacas da espécie Khaya senegalensis expostas a


diferentes concentrações de Ácido Indol Butírico: 0 ppm (a) 10.000 ppm (b) de mudas de
3 meses e 2.500 ppm (c) de brotos jovens de árvores podadas de 100 anos. Fotos: Ky-
Dembele et al. (2011).
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Figura 47. Plântulas originadas de sementes (sexual), estacas enraizadas e mudas de


Khaya senegalensis. Foto: Catherine Ky-Dembele (2011).

Também as espécies de Khaya podem ser propagadas a partir de estacas de plantas juvenis
(NIKLES et al., 2008; OPUNI-FRIMPONG et al., 2008b) e, portanto, estacas enraizadas
suficientes para inicial testes de campo podem ser obtidos de apenas algumas plantas
matrizes.

Microenxertia. Uma planta jovem de Khaya senegalensis, como a maioria dos mognos
africanos ou americanos, é comumente parasitada por uma broca lepidóptera, Hypsipyla
robusta; isso causa uma grave redução no valor da árvore (GRIJPMA; GARA, 1970;
BRUNCK; FABRE, 1974; YAMAZAKI et al., 1992; BRUNCK; MALLET, 1993).
Vários métodos têm sido usados para combater este parasita, mas nenhum tratamento
químico ou biológico tem dado resultados convincentes e viáveis em larga escala
(SINGH; MISRA, 1988; BRUNCK; MALLET, 1993; NEWTON et al., 1993). A única
boa solução parece ser plantar Khaya senegalensis em combinação com espécies
resistentes à broca do caule (BRUNCK; MALLET, 1993; DUPUY; KOUA, 1993). No
entanto, dentro das populações naturais, existem indivíduos que apresentam aparente
tolerância à broca do caule e estes poderiam constituir uma população de referência para
um programa de melhoramento desta espécie que deveria permitir, enfim, o plantio de
plantas selecionadas ou melhoradas (BRUNCK; MALLET, 1993; NEWTON et al., 1993,
1994).

Vários estudos de propagação de plantas já foram realizados em diferentes espécies de


mogno. A propagação por estacas de Swietenia mahogani e Khaya ivorensis foi
desenvolvida (HOWARD et al., 1990; TCHOUNDJEU; LEAKEY, 1996) e algumas
pesquisas foram realizadas sobre a enxertia de Swietenia macrophylla (ZABALA, 1977).
P r o p a g a ç ã o d a E s p é c i e K h a y a s e n e g a l e n s i s | 74

A micropropagação de brotos jovens de várias espécies pertencentes aos gêneros


Swietenia, Cedrela e Khaya foram objeto de alguns artigos (VENKETESWARAN et al.,
1988; MARUYAMA et al., 1989, NEWTON et al., 1994), mas parece não haver trabalhos
publicados sobre Khaya senegalensis.

Um protocolo de clonagem in vitro foi montado com mudas de Khaya senegalensis e


adaptadas para plantas mais maduras. A multiplicação in vitro de brotos foi realizada em
meio de cultura rico em sais minerais (meio MS) na presença de IBA 0,26 uMadded BAP
2,2 |iM. O enraizamento das microestacas foi favorecido por um meio menos concentrado
(MS/2) e uma fraca concentração de auxinas (IBA 5,2 uM) ou por uma indução de 1 a 7
dias em um meio com IBA 260 \lM, seguido de transferência para um meio sem
regulador. Foi desenvolvido um método de microenxertia de Khaya senegalensis, o qual
consiste em enxertar ápices ou brotos retirados de rebentos jovens no epicótilo de
plântulas jovens cultivadas in vitro (Figura 48). A sobrevivência e/ou crescimento dos
enxertos foram melhorados se o porta-enxerto fosse cultivado na luz e se o enxerto usado
fosse um ápice. A altura em que foi realizada a enxertia (baixo ou alto no epicótilo) teve
pouca influência. Com base nessas conclusões, foi proposto um protocolo para o
rejuvenescimento e clonagem de Khaya senegalensis (DANTHU et al., 2003).

Figura 48. 1) Multiplicação de brotos de Khaya senegalensis em meio com BAP 2,2 µM
+ IBA 0,26 µM; 2) Microestacas de Khaya senegalensis em meio de enraizamento (IBA
5.2 |iM); 3) Plãntulas de Khaya senegalensis aclimatada em campo – microcorte; 4)
Microenxerto de Khaya senegalensis (—>), um mês após a enxertia. Fonte: Danthu et al.
(2003).
P r o p a g a ç ã o d a E s p é c i e K h a y a s e n e g a l e n s i s | 75

Propagação “in vitro”. Existem poucos relatos sobre micropropagação de espécies de


Khaya. A indução inicial de brotos foi descrita a partir de rebentos de nódulo individual
de sementes recém-germinadas de Khaya senegalensis (DANTHU et al., 2003). Esses
autores induziram rebentos axilares em meio Murashige e Skoog (MS) de força total
contendo 2,2 ou 8,9 lM de benziladenina (BA), embora o número máximo de rebentos
obtidos após a passagem única de seu estudo tenha sido de apenas 2,5 por plântula. A
proliferação de rebentos axilares foi descrita a partir de explantes nodais de haste de
plantas de Khaya ivorensis, com números finais de rebentos sendo mais altos em meio
MS de força total contendo 22,2 lM BA, 0,5 lM de ácido a-naftaleno acético (NAA) e 2,9
lM de ácido giberélico (GA3) (MATHIAS, 1988). Relatórios sobre micropropagação de
outras árvores Meliaceae também usaram meio MS contendo BA para iniciar ou proliferar
rebentos, com o BA frequentemente, embora nem sempre, suplementado com outro
regulador de crescimento, como NAA, ácido indol-3-butírico (IBA), GA3 ou cinetina
(DANIEL et al., 1999; VILA et al., 2002; MROGINSKI et al., 2003; TACORONTE et
al., 2004; SCHOTTZ et al., 2007; SHAHIN-UZ-ZAMAN et al., 2008; HAJARI et al.,
2009; HUSAIN; ANIS, 2009).

Um protocolo foi desenvolvido para a proliferação de brotos e formação de plântulas de


Khaya senegalensis, uma importante espécie medicinal e madeireira introduzida na
Austrália e no sul da Ásia a partir da África Ocidental e Central. Foram avaliados por
Hung e Trueman (2011) os efeitos dos reguladores de crescimento vegetal, benziladenina,
cinetina, ácido naftaleno acético e ácido giberélico, na proliferação de brotos e
subsequente conversão de plântulas. A proliferação de brotos em quatro passagens foi
maior em meio contendo benziladenina do que em meio contendo outros reguladores de
crescimento, e a proliferação ideal de sementes de três fontes diferentes foi
consistentemente obtida em meio contendo 4,4 lM de benziladenina. Rebentos ou brotos
deste meio foram convertidos em plântulas em altas frequências (76-90%) após
tratamento com 19,6 lM de ácido indol-3-butírico, e quase todas as plântulas foram
aclimatadas com sucesso às condições do viveiro (Figura 49). Esses métodos fornecem
os meios para estabelecer bancos de clones in vitro e ex vitro de árvores juvenis de Khaya
senegalensis para seleção de campo de genótipos desejados e estabelecimento de
plantações tropicais.
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Figura 49. Micropropagação de Khaya senegalensis a partir de sementes: a- uma


germinação em meio MS; b- brotos induzidos em meio MS suplementado com 8,9 lM
BA e 0,3 lM NAA; c- brotos proliferando em meio MS com 4,4 lM BA; d- Brotos
derivados de BA formando raízes em meio MS após tratamento com 19,6 lM de IBA; e-
1 mês de aclimatação de uma muda; e f- 3 meses de aclimatação das mudas. Barra 1 cm.
Fotos: Hung; Trueman (2011).

Souza (2013) estudou a produção de mudas in vitro de Mogno Africano (Khaya


senegalensis), utilizando e otimizando técnicas de cultura de meristemas provenientes de
sementes germinadas in vitro; via gemas axilares obtidas de plantas jovens cultivadas em
casas de vegetação; e via embriogênese somática de calos, obtidos por meio de explantes
foliares. Observou que o meio MS (Murashige e Skoog), com adição de BAP (benzil
amino purina) e AIA (ácido indolacético), foi o melhor meio para realizar o isolamento
de meristemas de plantas produzidas em casas de vegetação. Para multiplicação dos
meristemas isolados de plantas cultivadas em casas de vegetação e dos provenientes de
sementes germinadas in vitro, o meio MS, contendo 0,50 mg.L-1 de BAP, apresentou
melhor resultado e, para o alongamento dos meristemas, a utilização de somente ácido
giberélico proporcionou melhor resultado. Por sua vez, a indução de calos embriogênicos
foi obtida com a utilização de segmentos foliares inoculados em meios MS, com
diferentes combinações de reguladores de crescimento e variações nutricionais. Apenas
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 77

calos desenvolvidos no meio MS, suplementado com caseína, extrato de malte e


combinação de 2,4-D (ácido 2,4-D-diclorefenoxiacético), 2-iP (isopenteniladenina) e
AIB, apresentaram características embriogênicas, ou seja, maior potencial para possível
regeneração de plantas de Mogno.

CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS
Clima. A espécie Khaya senegalensis pode ser cultivada em zonas temperadas, bem
como em regiões semiáridas com chuvas variando de 500-1000 mm anualmente. Trata-
se de uma planta dos trópicos úmidos, onde é encontrada em altitudes de até 1.800 metros.
Ela cresce melhor em áreas onde as temperaturas diurnas anuais estão na faixa de 29 a
38°C, mas pode tolerar 13 a 42°C. Prefere uma precipitação média anual na faixa de 800
- 1.300 mm, porém tolera 650 - 1.800 mm. Cresce de forma selvagem em áreas com uma
estação seca de 4 a 7 meses. As plantas são moderadamente tolerantes à sombra,
especialmente quando jovens, embora as árvores mais velhas prefiram posições
ensolaradas.

A espécie Khaya senegalensis evoluiu em um clima tropical úmido e seco na África


Ocidental (chuva variando entre 600 a 800 mm anuais) e provavelmente se adapta bem
às regiões semiáridas do Brasil (ALBUQUERQUE et al., 2013). A espécie Khaya
senegalensis, por ter origem em regiões do Mali, Senegal, Norte de Camarões, Uganda e
Sudão, locais de clima árido e quente, apresenta boa resistência à seca, podendo ser
cultivada em regiões com considerável déficit hídrico. Sua ocorrência, tanto de forma
natural quanto plantada, pode ser observado em regiões com variação média de
temperatura de 24,5 ºC a 31,5 ºC, com precipitação pluvial anual que vai de 400 mm a
1.750 mm (ORWA et al., 2009) ou 700 mm a 1.300 mm (FAO, 1986).

Solos. Os nutrientes em solos tropicais, em sua grande maioria, estão concentrados no


horizonte superficial (Horizonte), que é também onde as raízes são mais finas (raiz fibrosa
em comparação) no mogno africano. Ter, no campo, todos esses três fatores não é fácil.
Na prática, percebe-se que o mogno africano se desenvolve melhor em solos de encosta
(Figura 50). Nesses locais, há maior disponibilidade de água e nutrientes, e a radiação não
é limitante. Porém, notou-se que, em plantios de algumas árvores já realizados na área da
Mata, que esta espécie se desenvolve muito bem em Latossolos Vermelhos Amarelos e
também em Argissolos, antigo Podszoicos (Tabela 3). Os Latossolos, em sua maioria, são
porosos e intemperizados. Devem ser evitadas em áreas de baixa precipitação (chuvas) e
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 78

de alta evapotranspiração (regiões quentes), pois o solo seca rapidamente (PINHEIRO et


al., 2011).

Figura 50. Disposição dos solos no campo: Nos Argissolos o mogno-africano tem
apresentado melhor desenvolvimento devido à maior disponibilidade de água e
nutrientes. Detalhes: 1 - Vermelho-Amarelo; 2 - Cambissolo Latossólico; 3 - Podzólico
Vermelho-Amarelo; e 4 - Solo Podzólico Vermelho-Amarelo (terraça de fase). Foto:
Pinheiro et al., 2011.
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 79

Tabela 3. Características gerais das principais classes de solos brasileiros.

Classe Características
Latossolos Muito profundo, poroso, uniforme, textural e estrutural ao longo do perfil. A
maioria é pobre em nutrientes, necessitando de adubação. Pelas suas
características, estes solos facilitam o desenvolvimento das raízes e permitem a
infiltração da água. A exceção é o Latossolo Amarelo Coeso, que ocorre em
tabuleiros litorâneos e que apresenta alta coesão na parte superior do horizonte
B, o que pode prejudicar o desenvolvimento do sistema radicular.
Argissolos Moderadamente profundo, diferença textural marcante (horizonte para
(Antigo arenoso e Argila B), menor macroporosidade proporcional, seca mais
Podszoicos) lentamente, estrutura em Blocos" normalmente a mais férteis. Deve-se ter
cuidado na abertura de covas para evitar espelhamento em argila (parte B
horizonte) . Quanto menor a infiltração de água, maior a probabilidade de
erosão laminar ou de superfície. Ocorrem em ambientes mais movimentados e
no sopé das encostas (terço inferior)
Cambissolos São raros, de pequena profundidade efetiva (horizonte B menor que 50 cm).
Deve ser evitado pela menor possibilidade de fixar a árvore e pela menor
disponibilidade de água (secam mais rápido - menos reserva hídrica)
Neossolos Esses solos ocorrem ao longo das margens dos rios. Inundação do terreno
Litólicos durante a estação chuvosa. Também devem ser evitadas devido à menor
Flúvicos disponibilidade de oxigênio Enio (76,69) e devido ao rápido crescimento dos
(Aluvial) mognos, funcionam como bomba d'água, rebaixando o aquífero.
Fonte: Pinheiro et al. (2003).

Igualmente observado para o Cedro Australiano, para os mognos são desejáveis práticas
culturais, tais como: uma boa cova (40 cm x 40 cm x 40 cm), adubação orgânica e
química. É importante lembrar que não é simplesmente plantar mogno, mas cultivá-lo.
Evite também solos muito encharcados, como os Gleissolos, embora os solos que sofrem
inundações periódicas não sejam muito problemáticos para esta cultura. Porém, evite os
solos compactados ou densos, como o Latossolo Amarelo Coesivo que ocorre na região
dos tabuleiros litorâneos, pois sua alta densidade subsuperficial pode prejudicar o
desenvolvimento das raízes. Outro fator que deve ser observado e levado em consideração
é a profundidade efetiva do solo. Solos rasos com algum impedimento físico, como rochas
ou camadas cultivadas sob alta densidade de plantio, devem ser evitados. Além disso,
impedimentos químicos, como a concentração elevada de alumínio trocável (Al), devem
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 80

ser evitados, embora ainda não haja informações sobre sua tolerância a esse elemento
(PINHEIRO et al., 2011).

A árvore de mogno africano Khaya senegalensis cresce melhor em solo profundo e bem
drenados, solos aluviais e cupinzeiros. Também é apropriada para solos leves (arenosos),
médios (argilosos) e pesados (argilosos), mas também pode ser encontrado em solos
rochosos e rasos, onde permanece, geralmente, bem menor. É mais tolerante a inundações
durante as estações chuvosas.

O pH adequado para a espécie Khaya senegalensis: solos ligeiramente ácidos e neutros e


pode crescer em solos muito ácidos. Ou seja, prefere um pH na faixa de 5 a 6, tolerando
4,5 a 7,5. Depois de estabelecidas (4-5 anos), as plantas são muito resistentes à seca.

1. MANEJO DE MOGNO AFRICANO EM FLORESTA NATURAL


Regeneração e crescimento. Classificada como espécie pioneira ou secundária
tardia (BUDOWSKI, 1965; DENSLOW, 1987; SWAINE; WHITMORE, 1988), o mogno
regenera-se em clareiras abertas na floresta. As sementes do mogno são aladas e,
portanto, dispersas pelo vento (PENNINGTON et al., 1981). Uma árvore adulta de mogno
pode produzir até 600 frutos ou 30.000 sementes por ano (GULLISON et al., 1996). A
germinação das sementes ocorre rapidamente no sub-bosque, após o início da estação
chuvosa (MORRIS et al., 2000; Figura 51). Entretanto pode ocorrer atraso na germinação
em ambientes secos, como as clareiras criadas por distúrbios (GROGAN, 2001). As
plantas jovens requerem elevada luminosidade e abertura de dossel para crescer
rapidamente em altura (STEVENSON 1927; LAMB, 1966; GULLISON; HUBBELL,
1992; GULLISON et al., 1996). Em florestas nativas, a taxa de incremento diamétrico
para árvores com DAP (diâmetro da árvore a 1,30 m de altura) maior que 10 cm, a qual
varia de 0,26 cm a 1,09 cm por ano.
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 81

Figura 51. Plântulas de mogno no interior da floresta natural. Foto: Grogan et al. (2002).

Crescimento de plantas jovens e adultas. A mortalidade continua após a germinação


das sementes no interior da floresta natural. No estágio de plântulas, os indivíduos sofrem
ataque de insetos, patógenos, estresse hídrico e deposição de folhas da árvore. A
densidade de plântulas estabelecidas pode atingir 1 indivíduo por metro quadrado em
torno de um raio de 50 metros das matrizes com alta produção de frutos (GROGAN,
2001). O crescimento vigoroso das plantas juvenis requer mais luz do que aquela
disponível nas condições do sub-bosque. As plântulas com altura inferior a 50 cm e as
arvorestas de 5–10 cm de DAP são raras nesse ambiente, e ocorrem principalmente nas
clareiras da área de dispersão das sementes. A taxa anual de crescimento de plântulas
juvenis pode exceder 3,5 cm de altura e 3 cm de diâmetro somente em condições ideais
de luz e nutrientes–solos ricos em nutrientes, bem-drenados e de fina textura (LOPES et
al., 2000; GROGAN, 2001). De acordo com Sombroek e Sampaio (1962), o mogno
ocorre comumente em áreas de drenagem pobre sobre solos do tipo utisol (Argissolo)
com elevada saturação de bases e intercâmbio de nutrientes primários. A baixa taxa de
regeneração pós-exploratória não é surpreendente quando se examinam os fatores
limitantes para o estabelecimento das plântulas. A regeneração e crescimento vigorosos
requerem dois tipos de intervenção: primeiro, a dispersão das sementes (ou mudas, se for
plantada) deve ocorrer em áreas apropriadas para o crescimento; em seguida, é necessário
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 82

realizar os tratamentos para manter a taxa de crescimento na medida em que a clareira se


fecha.

2. MANEJO DE MOGNO AFRICANO EM FLORESTA PLANTADA


Existem poucos estudos relacionados à condução e manejo de
reflorestamentos de mogno africano no Brasil. Com a valorização da cultura, a tendência
é que haja um aumento nas pesquisas para esta área.

ETAPAS DE FORMAÇÃO DA FLORESTA


O mogno é uma árvore que pode ser cultivada em clima tropical, em quase todo o Brasil.
O risco da atividade é baixo, desde que todas as etapas de planejamento e execução sejam
obedecidas. Por isso, é de grande importância ter conhecimento de todas as etapas de
formação da floresta, e seguir critérios técnicos desde o preparo do solo, adubação,
irrigação, capinas, combate às pragas e doenças e desbaste das árvores atípicas (doenças,
pequeno porte de árvores, tortuosidade do caule, etc) até o corte final.

PLANEJAMENTO DO FLORESTAMENTO
O primeiro aspecto a ser avaliado, logicamente, refere-se à finalidade do plantio, ou seja,
uso futuro da floresta. O planejamento é importante para se conhecer, antecipadamente,
a existência atual e/ou futura de mercado, a quantidade demandada, bem como o raio
econômico de transporte da unidade de beneficiamento ou de utilização da madeira a ser
produzida. Adicionalmente, um planejamento operacional deve ser realizado de modo a
estabelecer um cronograma de atividades, bem como diagnosticar e propor medidas que
promovam a melhoria na eficiência das operações de cultivo do mogno-africano. Deve-
se levar em consideração os recursos financeiros, materiais e humanos disponíveis, de
forma a atender o cronograma e seus respectivos prazos. É fundamental que as operações
realizadas durante todo o cultivo estejam alinhadas com o uso final da madeira, ou seja,
as operações devem ser realizadas com foco na qualidade do produto final a ser obtido
(PAIVA et al., 2011).
O segundo ponto refere-se às avaliações das condições de clima e do solo da região em
que se pretende realizar o cultivo do mogno-africano. As condições climáticas avaliadas,
normalmente, são a temperatura média anual; a umidade relativa do ar, a ocorrência de
ventos; o número de meses de ocorrência de deficiência hídrica ou de geadas, a depender
da região de plantio e o volume e a distribuição de precipitação pluviométrica ao longo
do ano. Esses fatores, de maneira geral, são relativamente previsíveis e podem ser obtidos
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 83

a partir do histórico de levantamentos climáticos e de estudos de zonas bioclimáticas em


diferentes condições no País. Outro fator a ser considerado são as condições edáficas e de
relevo. A fertilidade natural do solo, associado com as suas características físicas irão
direcionar o manejo e à aplicação de adequadas técnicas silviculturais de implantação,
manutenção e, inclusive, de colheita.

Outro ponto de fundamental importância é a escolha do material genético a ser utilizado,


seja clone (mudas de estacas) ou semente. Deve-se buscar o conhecimento das
características desejadas e gerais da espécie escolhida. É indispensável que seja
considerada a relação solo x clima x planta, de modo que seja observada a adaptação da
espécie escolhida às condições ambientais do local de plantio (sítio), bem como do
comportamento das características desejadas nas condições locais. Assim, o material
genético deve também estar diretamente relacionado ao produto a ser obtido (madeirável
ou não madeirável) (SANTOS et al., 2019).

ESCOLHA DA ÁREA
Para a escolha da área na propriedade rural, onde será estabelecido o plantio florestal,
devem ser observados e devidamente resguardados os critérios estabelecidos para a
Reserva Legal e para a Área de Preservação Permanente na legislação vigente, nos
âmbitos federal, estadual e municipal.

No que tange aos aspectos técnicos, em áreas de topografia acidentada, devem ser
considerados os parâmetros necessários para o uso de práticas conservacionistas dos
solos. Além disso, deve ser realizada uma sondagem em toda a área com a abertura de
trincheiras, de modo a conhecer o perfil do solo e obter informações das condições de
compactação, profundidade e drenagem do solo (PAIVA et al., 2011). Os terrenos
inclinados não inviabilizam o cultivo, apenas dificultam o manejo e encarecem o custo
de produção, por não permitirem a mecanização (SILVA; BORGES, 2013).

ANÁLISE DE SOLO E CALAGEM


Os mognos se estabelecem em solos bem drenados, com a textura variando de argilo-
siltosa até arenosa. O pH do solo preferido varia de alcalino a neutro, portanto é
apropriado tratar solos ácidos com calcário dolomítico. A calagem e as adubações
fosfatadas e de nitrogênio, potássio e micronutrientes são balizadas mediante resultados
de análise de solo.
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 84

Antes de preparar o local de plantio florestal, é aconselhável avaliar o perfil do solo e


analisar a camada do solo da zona de enraizamento. É importante conhecer a condição
química do solo antes do estabelecimento do mogno africano; portanto, recomenda-se
realizar uma análise completa de macro e micronutrientes, salinidade (condutividade
elétrica), matéria orgânica, capacidade de troca catiônica e pH. No entanto, deve-se tentar
verificar anualmente a acidez do solo para garantir o bom desenvolvimento das raízes,
absorção eficiente dos elementos minerais; portanto, obter-se-ão plantas com bom estado
nutricional (MORALES, 2017).

Deve ser realizada a amostragem antes da aplicação das fontes de fertilização mais
importantes para a cultura. Para isso, uma amostra composta de solo (média de 20
subamostras) deve ser retirada do terreno homogêneo, a uma profundidade de até 50 cm.
Para a amostragem de solo são necessários os seguintes materiais: trados ou com pá de
corte, balde plástico e saco plástico. O trado torna a operação mais fácil e rápida. Além
disso, ele permite a retirada da amostra na profundidade correta e da mesma quantidade
de terra de todos os pontos amostrados.

A pesquisa já demonstrou que quanto maior o número de amostras simples tomadas para
compor uma amostra composta, maior é a possibilidade de se ter uma amostra
representativa. No caso de área homogênea, tomam-se amostras em 10 a 12 pontos bem
distribuídos, limpando-se em cada local a superfície do terreno, retirando-se as folhagens,
resíduos orgânicos, etc, sem, contudo, raspar a terra (Figura 52). O número no qual o erro
amostral é bastante reduzido é de 20 amostras simples compondo uma amostra composta.
Em cada ponto, retirar os detritos na superfície do solo. Essas subamostras devem ser
armazenadas em balde plástico e, ao final da coleta, serem homogeneizadas, gerando uma
única amostra de um quilo. Em seguida, deve-se secar o solo, armazená-lo em saco
plástico ou caixa de papelão, identificar corretamente a embalagem e enviá-la para
laboratório de confiança.
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 85

Figura 52. a) Abertura da cova em forma de V; b) Corte de uma lâmina de solos de 2 a 3


cm; e c) Disposição dos pontos de amostragem de solos em forma de ziguezague.

A análise do solo é imprescindível tanto para determinar a quantidade de adubo necessária


para o bom desenvolvimento das plantas, como para informar as necessidades de correção
de acidez do solo. Baixos teores de macro e micronutrientes serão corrigidos com
adubação química e orgânica, enquanto que correção da acidez e a neutralização do
alumínio serão feitas com aplicações de calcário dolomítico que contém cálcio e
magnésio.

Calagem. A calagem tem dupla finalidade para o mogno africano, como ocorre com
outras culturas: a) corrigir a acidez do solo; e, b) fornecer cálcio e magnésio para a planta.
As quantidades variam em função do nível de acidez do solo e da idade da árvore do
mogno. A calagem deve ser realizada de modo a elevar a saturação por bases a 60%. A
dose de calcário pode ser calculada utilizando-se esta fórmula:

Em que:
DC é a dose de calcário a ser aplicada, expressa em t ha-1;
V é a saturação por bases indicada na análise de solo, expressa em %;
CTC é a capacidade de troca de cátions a pH 7 indicada na análise de solo, expressa em
cmolc dm-3;
e PRNT é o poder relativo de neutralização total do calcário, expresso em %. Se o teor
de magnésio (Mg) do solo estiver abaixo de 0,7 cmolc dm-3, deve-se utilizar calcário com
teor de MgO superior a 12%. Aplicar o calcário na superfície do terreno e incorporá-lo
ao solo a 20-40 cm de profundidade.
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 86

De acordo Muniz et al. (2018), a saturação por bases economicamente indicada para
plantações de mogno-africano é de 55%. Geralmente, em decorrência da exigência da
espécie em cálcio e magnésio, há necessidade de aplicação do calcário em toda a área
antes do preparo do solo.

PREPARAÇÃO DO SOLO
O preparo do solo é realizado no intuito de propiciar um melhor desenvolvimento do
sistema radicular e, consequentemente, melhor estabelecimento da floresta (PAIVA et al.,
2011). É importante sempre considerar o histórico de uso da área, de modo a direcionar
as melhores práticas de preparo do solo em cada situação.
No preparo do solo, alguns fatores básicos relacionados ao local de plantio do mogno-
africano devem ser considerados, tais como: a) condições climáticas (quantidade,
distribuição e intensidade da precipitação pluviométrica); b) condições edáficas e
fisiográficas (declividade, profundidade efetiva de alcance das raízes, gradiente textural
do solo (drenagem), existência ou não de compactação do solo e fertilidade do solo); c)
tipo de vegetação e cobertura de resíduos sobre o solo e d) disponibilidade de recursos
materiais e econômicos (GONÇALVES et al., 2000).

Por se tratar de uma espécie perene, em floresta plantada de mogno africano, então é
necessário avaliar sua viabilidade econômica em função de três tipos de situações: sem
preparo, preparo mínimo e preparo total do campo.

1- Sem preparo. O plantio da área de mogno africano poderá ser realizado no início do
inverno com mudas de 2 anos, as quais são preparadas no viveiro e, para garantir sua
sobrevivência as condições adversas. Altas taxas de matéria orgânica em cada cova (40
m x 40 m x 40 m) são recomendadas, e as práticas normalmente seguem as
recomendações para outras culturas. A matéria orgânica pode ser incorporada nos locais
de plantio 2-3 meses antes do plantio.

Faz-se a marcação com piquetes de madeira, para que possam ser abertas as covas e
realizar o plantio. O espaçamento mais utilizado para Khaya senegalensis é o de 3 m x 3
m, totalizando 1.111 plantas por ha. As covas devem ser abertas com a dimensão de 40
cm em todos os sentidos (comprimento, largura e altura). Estas devem ser enchidas da
seguinte maneira: Uma parte da terra da superfície passa para baixo da cova, coloca-se
10 kg de esterco no meio da cova, misturando com o barro retirado dela (Figura 53). Após
o enchimento da cova, que deve ser feito com antecedência de 15 dias, fazer a adubação
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 87

fosfatada e potássica, colocando os adubos na cavidade que irá conter a muda. A


fertilização fosfatada é considerada essencial no setor florestal.

Figura 53. Esquema ilustrativo do preparo da cova. Foto: Nunes et al., 1989.

Nesta fase, uma vez preparado e fechado à cova, procede-se à rega e implementação de
um programa de lixiviação. O abastecimento de água aumentará então a lixiviação de sais
excessivos e contribuirá para o processo de fermentação do material orgânico. A irrigação
subsequente, várias vezes (2 a 3) antes do plantio, também permitirá que o solo misturado
se instale na cova.

Na maioria dos solos, o crescimento precoce e rápido do mogno africano é melhor quando
as covas são preparadas um a dois meses antes do plantio. O estrume bem curtido também
pode ser usado em covas preparadas e irrigadas pouco antes da plantação, mas deve-se
tomar muito cuidado para colocar o estrume (e fertilizantes) suficientemente profundo
para permitir que uma camada de solo de pelo menos 15 a 20 cm de espessura seja
colocada entre o estrume e as raízes da muda de mogno africano.

2- Preparo mínimo. No cultivo mínimo, há reduzido revolvimento do solo, de modo que


o preparo com aração mecânica é localizado apenas na linha ou na cova de plantio, em
diferentes profundidades, a depender do nível de compactação de cada local
(espaçamento de 3 m x 3 m). Sob condições médias do solo, uma passada de arado de
disco (ou escarificação profunda) seguida de gradagem é suficiente para atingir a
preparação do solo desejada (OSMAN; MILAN, 2006). Assim, a maior parte dos resíduos
culturais, serapilheira, galhos, ponteiros e restos de vegetação são mantidos sobre a
superfície do solo (exceto no caso de contaminação de restos vegetais por patógenos)
(GONÇALVES et al., 2000; BOTELHO, 2003; PAIVA et al., 2011).
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 88

Em geral, para o preparo do solo no cultivo mínimo, faz-se aplicação de herbicida pré-
emergente em área total, seguido de sulcamento, aplicação de herbicida pré-emergente na
linha de plantio, adubação e plantio. No caso do preparo localizado na cova, são usados
os escarificadores e as brocas coveadoras (GONÇALVES et al., 2000).

3- Preparo do solo em toda área. A aração e gradagem com o trator podem ser feitas
em toda área a ser cultivada com a o mogno africano no início da estação úmida, mas tal
procedimento só é viável quando se pretende aproveitar os espaços livres para o plantio
consociado com outras espécies. O cultivo convencional do solo consiste na forma de
prepará-lo por meio do revolvimento das suas camadas superficiais em área total, com
incorporação total ou parcial dos resíduos culturais. Neste método, normalmente, são
realizadas operações de aração, gradagem (pesada ou leve) e, quando necessária, a
subsolagem das camadas subsuperficiais compactadas (GONÇALVES et al., 2000;
BOTELHO, 2003).

- Instalação do sistema de irrigação: O tipo de sistema de irrigação a ser utilizado será


determinado pela disponibilidade de água, condições do solo e a topografia. Uma vez
concluída a preparação inicial do solo, em seguida vem à instalação do sistema de
irrigação necessário ao terreno, mas a espécie Khaya senegalensis somente exige ser
irrigada por gotejamento até os primeiros 5 anos, principalmente para as regiões
semiáridas brasileiras (chuvas limitadas de 600-800 mm/ano).

No preparo do solo, também os leirões (camalhões) podem ser feitos com arado sulcador
de dois discos (Figura 54), de maneira que através desta operação se complementem as
práticas de aração e gradagens convencionais, evitando o encharcamento do solo. Uma
vez preparado os leirões ou camalhões, as mudas pequenas de mogno africano da espécie
Khaya senegalensis são distribuídas por um carroção tracionado por trator para os
operários plantarem, em cada passada, dois leirões em condições de irrigação (Figura 55).
C o n d i ç õ e s E d a f o c l i m á t i c a s | 89

Figura 54. Em terreno plano, adota-se um implemento para formação de camalhões


retangulares (sulcador). Foto: Javier Garzón.

Figura 55. Plantio de mudas de mogno africano (Khaya senegalensis) sobre os leirões,
auxiliado por um carroção de distribuição de mudas
É p o c a d e P l a n t i o | 90

ÉPOCA DE PLANTIO
A época adequada para o plantio do mogno-africano depende das condições climáticas
da região. Em localidade com regime de chuva uniforme e sem deficiência hídrica, o
plantio pode ser realizado durante todo o ano (BOTELHO, 2003). Neste caso, deve-se
observar a temperatura local. O plantio em época de temperaturas muito baixas pode
inibir ou prejudicar o desenvolvimento raízes, além da muda estar sujeita a danos por
geadas, quando for o caso. Em regiões com regime estacional de chuvas, ou seja, com
distribuição irregular durante o ano, o plantio deve ser realizado no início do período das
chuvas, de forma a favorecer um melhor estabelecimento da planta e para que o solo
esteja úmido na profundidade de plantio (BOTELHO, 2003; YAHYA, 2008). Deve-se
ressaltar que há relato de perda de plantio jovem de mogno-africano no sul de Minas
Gerais, em decorrência de geadas.

No caso de plantio em período de estiagem (veranico), é conveniente o uso da irrigação


ou do plantio das mudas com hidrogel (SERRA et al., 2012). Em geral, o plantio tem sido
realizado de forma manual, com auxílio de um chucho ou, semimecanizado, com auxílio
de uma plantadeira. As mudas devem ser plantadas logo após a abertura das covas, sendo
cuidadosamente retiradas de seus recipientes, sem que ocorra danificação das raízes e/ou
da parte aérea (BOTELHO, 2003; YAHYA, 2008). Para garantir que o plantio seja
satisfatório, é importante assegurar que as raízes estejam em pleno contato com o solo,
firmemente plantadas, de forma a evitar a formação de bolsões de ar no solo e que possam
comprometer o desenvolvimento das raízes (BOTELHO, 2003; YAHYA, 2008). A muda
deve ser disposta de modo que o coleto não fique exposto após as chuvas ou irrigação,
nem soterrado, o que causaria o apodrecimento do caule (BOTELHO, 2003).

O replantio é realizado quando a taxa de mortalidade atinja nível de dano econômico. Em


geral, para espécies florestais, tem sido adotado replantio quando as perdas são iguais ou
superiores a 5% (BOTELHO, 2003; SERRA et al., 2012). Em geral, o levantamento de
sobrevivência das mudas é realizado 30 dias após o plantio e o replantio deve ser realizado
em seguida, o mais rápido possível, com o uso de mudas de mesmo padrão de qualidade
daquelas utilizadas no plantio (PAIVA et al., 2011).
E s t a b e l e c i m e n t o d o C a m p o : P l a n t i o | 91

ESTABELECIMENTO DO CAMPO: PLANTIO


Na região norte da Costa do Marfim, os stands altos não foram satisfatórios, devido ao
ataque de Hypsipyla, em plantas após o segundo ano de plantio. O plantio de pequenas
parcelas de Khaya senegalensis, com 5 a 9 plântulas, distantes em 1 metro uma da outra,
dentro de plantações de teca (Tectona grandis) reduziu significativamente os ataques de
Hypsipyla, permitindo um bom crescimento inicial de ambas as espécies. O plantio em
espaçamento, sob cobertura leve, em mata natural, também reduziu os ataques de pragas
(NIKIEMA; PASTERNAK, 2008).

Na África Tropical, Khaya senegalensis tem sido plantada com sucesso, em plantios
mistos com Azadirachta indica A. Juss., Senna Cassia siamea (Lam.) Irwin & Barneby e
Dalbergia sissoo Roxb. DC ex. No Benin, também plantaram essa espécie com teca
(Tectona grandis Lf).

Após a semeadura, as sementes devem ser cobertas com uma fina camada de terra, para
que fiquem parcialmente descobertas. A germinação leva de 10 a 18 dias, sendo
recomendado fornecer uma leve sombra às plantas jovens, até atingirem 2 meses de idade.

No Mali e na Costa do Marfim, as mudas são plantadas no campo, já com 3 a 4 meses de


idade e entre 25 e 30 cm de altura (Figura 56). As mudas também podem ser deixadas no
viveiro, por aproximadamente 1 ano, até ficarem com altura entre 0,5 e 1 m. Após esse
período, o sistema radicular é podado até cerca de 30 cm de comprimento e a maioria das
folhas é removida, antes do plantio definitivo no campo.
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Figura 56. Detalhe do tamanho ideal da muda de mogno africano usada no plantio em
cova.

Também podem ser plantadas toras cujo diâmetro de caule varie entre 2 e 3 cm, e cuja
medida de raiz esteja entre 25 e 30 cm. No Senegal, 50% das mudas de toco plantadas no
campo sobreviveram após 5 anos, mas melhores taxas de sobrevivência podem ser
alcançadas com rega regular após o plantio.

A própria escavação da cova é uma das últimas ações antes do plantio, mas deve-se
enfatizar que esta não é a preparação final para a operação de plantio em si. Este é o ponto
em que os insumos necessários, como calcário dolomítico e materiais orgânicos, são
inseridos no solo e é iniciado o programa de lixiviação. A razão pela qual a lixiviação só
é aplicada nesta fase é por causa da área relativamente pequena que é ocupada pelo mogno
africano. Se a área total tivesse que ser lixiviada, isso se tornaria muito caro com pouco
ou nenhum benefício a longo prazo.

a- Plantio em covas (floresta rústica). Recomenda-se que a cova seja aberta por pelo
menos 40 dias antes para aplicação de calcário e depois deve cobrir, deixado uma vareta
de marcação em cada cova. Suas dimensões deverão ter 0,40 cm tanto de largura como
de profundidade. Por ocasião do plantio, é necessário retirar o saco com cuidado para não
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danificar o sistema radicular das mudas, colocando-a no centro da cova. É importante


lembrar que os 20 primeiros centímetros de terra escavada são postos separados dos
demais, e quando a muda é depositada dentro da cova, então começa a enchê-la com esses
primeiros 20 cm de terra escavada (Figura 57). Em seguida, acrescenta-se o estrume
curtido (10 litros) misturado com a terra do subsolo.

Figura 57. Melhor método de plantio de mudas de mogno: colocar primeiro a terra de
cima na cova e depois a terra de baixo ou subsolo e compactar. Foto: Opuni-Frimpong et
al., 2016.

Nos pontos demarcados, a abertura da cova pode ser realizada com enxada ou enxadão e
cavadeira (Figura 58), recomendando-se a dimensão de 40 cm x 40 cm x 40 cm ou com
um perfurador motorizado, projetado para perfurações de solo na silvicultura (Figura 59).
O solo retirado da cova deve ser misturado com o calcário (40 dias antes) e os adubos
orgânicos e calcário. A mistura de solo é então colocada de volta no buraco, após o que o
local é claramente marcado para o posicionamento das mudas de mogno africana.
E s t a b e l e c i m e n t o d o C a m p o : P l a n t i o | 94

Figura 58. Abertura de covas com a enxada; aplicação de calcário no fundo e nas laterais
da cova com base na análise do solo; recobrir a cova com a terra do subsolo misturada ao
estrume (primeiro com a terra de cima na cova e depois com a terra de baixo ou do
subsolo), deixando uma vareta de marcação no centro da cova; e depois de 40 dias, abre
um furo no centro da cova marcada para plantar a muda retirada do tubete ou sem saco
plástico.

Figura 59. Perfurador motorizado usado para perfurações de solo ou abertura de covas.
Fotos: Arquivo da Alibaba.
E s t a b e l e c i m e n t o d o C a m p o : P l a n t i o | 95

Em condições de sequeiro, o plantio das mudas, trazida do viveiro em saco plástico ou


tubete, deve ser efetuado no início da estação chuvosa, para aumentar o percentual de
sobrevivência das mudas no campo. Em áreas irrigadas, pode ser realizado em qualquer
época do ano. Mesmo assim, o plantio deve ser feito preferencialmente em dias nublados
e com o solo úmido. As mudas utilizadas no plantio devem ser rustificadas e apresentarem
com 3-6 pares de folhas (Figura 60).

Figura 60. As mudas utilizadas no plantio devem ser rustificadas, sendo identificada a
muda de Khaya senegalensis pela coloração esverdeada no lançamento do broto apical.

Após o plantio, deve-se fornecer água imediatamente em cada cova por meio de irrigação.
Uma vez plantado com sucesso as mudas de mogno, recomenda-se irrigá-las em dias
alternados durante um mês. Depois disso, deve-se tentar irrigar as plantas a cada 3 a 4
dias ou pelo menos uma vez por semana (OPUNI-FRIMPONG et al., 2016).

b- Plantio manual com matraca. Dependendo da habilidade do operador, a matraca tem


a capacidade de plantar 2.000 mudas pequenas de mogno africano por dia (Figura 61).
Primeiramente, as mudas são retiradas manualmente dos tubetes e, em seguida, elas são
E s t a b e l e c i m e n t o d o C a m p o : P l a n t i o | 96

depositadas num pequeno depósito amarelo que fica pendurado ao lado do operário. Em
cada cova a ser plantada, o mesmo vai alimentando manualmente a matraca com a muda
retirada deste pequeno depósito.

Figura 61. Plantio de mudas de mogno africano de 3 meses de idade com matraca
(capacidade de plantar 2.000 mudas por dia) realizado na empresa do grupo iPlantForest,
em Roraima.

c- Plantio mecanizado de mudas de mogno africano. A plantadeira de mudas de mogno


africano foi desenvolvida pela empresa do grupo iPlantForest para o plantio de mudas
pequenas com 3 meses de idade. Essa máquina é acoplada (ou adaptada) a um trator,
tendo também a grande vantagem de proporcionar a rapidez e uniformidade do plantio
(espaçamento e profundidade) e, principalmente, a redução do custo operacional do
plantio de mudas do mogno africano. Além disso, a máquina é capaz de fazer o sulco,
colocar a muda e firmar no solo em fileiras simples. A plantadeira opera com sistema
S o m b r e a m e n t o : P l a n t i o C o n s o r c i a d o | 97

contínuo de alimentação de várias mudas pequenas em tubetes com 3 meses de idade de


mogno africano. Com a adoção dessa prática mecanizada há uma redução do custo de
mão de obra e também da logística de distribuição das mudas, pois a plantadeira é dotada
de um depósito de armazenamento de mudas. Através de um sistema rotativo de garfos,
cada muda é retirada do tubete e, depois de um giro de 90º, a muda com torrão é
depositada e comprimida dentro da cova, a qual foi aberta, no mesmo instante, pelo garfo
da plantadeira (Figura 62)

Figura 62. Plantio mecanizado de mudas de mogno africano de 3 meses de idade


(capacidade de plantar 3.600 mudas por hora). Foto: Plantadeira desenvolvida pelo grupo
iPlantForest, em Roraima.

SOMBREAMENTO: PLANTIO CONSORCIADO


Na Costa do Marfim, a Khaya senegalensis foi plantada à sombra da Leucaena
leucocephala (Lam.) De Wit, que suprime as ervas daninhas e fixa nitrogênio no solo.
Nos primeiros anos de plantio, foi necessário realizar desbastes regulares das árvores de
sombra para obter um bom crescimento das árvores de Khaya senegalensis. Estas
atingiram altura média de 4,9 m, após 5 anos – média superior às detectadas em árvores
plantadas a céu aberto, que apresentaram altura média de 4,0 m.
Crescimento da Planta Khaya senegalensis sob Déficit
H í d r i c o | 98

ESPAÇAMENTO
A diferenciação entre espaçamentos pode também ocorrer em nível de espécies, ou seja,
espécies diferentes podem apresentar comportamentos diferentes dentro de um mesmo
plantio (BALLONI; SIMÕES, 1980; FISHWICK, 1976; HAWLEY; SMITH, 1972).

Considerando os aspectos silviculturais, tecnológicos e econômicos, o melhor


espaçamento é aquele que proporciona o maior volume de produtos florestais,
madeireiros e, ou não madeireiros, com dimensões, formas e qualidade para determinado
uso, ao menor custo (BALLONI, 1983; BALLONI et al., 1980).

Portanto, um dos desafios na silvicultura, quando se fala em escolha do espaçamento, é


definir limites ideais para gerenciar a competição a fim de manter grande sobrevivência
de indivíduos, elevada velocidade de crescimento primário para a espécie no sítio
escolhido e proporcionar crescimento secundário, de forma a alcançar os parâmetros
técnicos desejáveis para o emprego de seu uso e produtos associando produtividade e
qualidade (SMITH, 1962).

O espaçamento ideal em plantios destinados à produção de madeira de Mogno


Africano é aquele que atinge boa produtividade e qualidade da madeira extraída
pelo menor custo de implantação e manutenção, alcançando maior lucratividade do
negócio florestal; sem, entretanto, desconsiderar a questão da proteção ao solo. Então, o
espaçamento adequado é aquele capaz de fornecer o maior volume do produto em
tamanho, forma e qualidade desejáveis, sendo função do ambiente, da espécie e do
potencial do material genético utilizado. O espaçamento diz respeito a distância entre as
árvores.

Para definir a distância ideal entre as plantas no campo é considerado: o sistema radicular;
parte aérea durante o desenvolvimento das árvores e o tamanho da área a ser explorada.
O espaçamento também influencia nas seguintes características das árvores:

- DAP (diâmetro à altura do peito que corresponde à altura de 1,30 m);

- Volume total da floresta;

- Volume por indivíduo;

- Retilineidade do caule;

- Distribuição da copa;
Crescimento da Planta Khaya senegalensis sob Déficit
H í d r i c o | 99

- Rachaduras;

- Presença de nós na madeira;

- Rápido fechamento do dossel e menor custo de operação;

- Atividades de manejo possuem relação com os espaçamentos adotados.

Todas as vantagens pontuadas anteriormente influenciam uma a outra. Quando se é


plantado em espaçamentos mais densos, há a competição entre as árvores plantadas para
obter mais luz e nutrientes no solo. Essa competição é favorável, fazendo com que elas
cresçam de forma mais retilínea e produzam menos ramos laterais. Dessa forma, o
fechamento do dossel se dá de forma mais rápida do que em espaçamentos mais amplos.

O fechamento do dossel dificulta a passagem de luz fazendo com que as plantas invasoras
não predominem na floresta, reduzindo-se assim o custo de manutenção da floresta.

Plantios mais espaçados destinam uma maior área por indivíduo e maior incremento por
planta na fase inicial. Já espaçamentos menores diminuem o volume por planta e
aumentam a produtividade total de madeira por hectare, resultando em ganho qualitativo
nos aspectos da esbeltez, retilineidade e homogeneidade.
Por isso, o melhor custo-benefício para produção de madeira para serraria são os sistemas
puros, espaçamento com aproximadamente 6 m²/árvore em quincôncio, facilitando a
mecanização e melhor distribuição do espaço vital (Figura 63).
Crescimento da Planta Khaya senegalensis sob Déficit
H í d r i c o | 100

Figura 63. Espaçamento em quincôncio. Foto: IBF

Já os espaçamentos amplos, como o 4 m x 4 m ou 6 x 6 m, fazem com que a árvore seja


mais tortuosa, apresente mais galhos, menor conicidade (forma de um cone) e
consequentemente baixo grau de esbeltez. Tudo isso gera uma menor seleção das árvores,
pois irão apresentar fator de forma menor e consequentemente baixa produtividade.

O fechamento do dossel da floresta é mais lento, apresentando maior incidência de luz


solar, propício para o surgimento de plantas invasoras. Sendo necessário realizar
atividades de manutenção da floresta mais recorrente e gerando assim maior custo de
operação.

Portanto, o espaçamento mais recomendado em povoamentos puros destinados a


produção de madeira para à serraria é de 2,5 m × 3,5 m ou 3 m x 2 m ou 3,5 m × 1,7 m
(1.100 a 1.800 árvores) por hectare. Para o Mogno Africano, o espaçamento deve ser
aquele que apresenta melhor custo benefício, permitindo boa qualidade e seleção da
madeira madura.

Sugere-se o plantio com 5 m x 5 m, com 400 plantas por ha. Em áreas irrigadas 6 m x 4
m, com 417 plantas por ha, porém alguns plantios estão com espaçamentos mais
adensados. Nas literaturas mais antigas, foram encontrados espaçamentos de 15 m x 15
m, neste caso, há a consorciação com outras espécies no plantio.
Crescimento da Planta Khaya senegalensis sob Déficit
H í d r i c o | 101

Brasil. No Brasil, até o presente, não existem muitos dados publicados sobre as
tendências de crescimento da espécie em questão. Os plantios realizados aqui possuem
características distintas, marcadamente o espaçamento mais amplo (4 m × 6 m, 5 m × 5
m, 6 m × 6 m, 5 m × 8 m, entre outros) e tratos silviculturais adequados.

Para reduzir os danos causados pelo pastejo, as mudas devem ser plantadas com mais de
1,5 m de altura. O espaçamento normal é de 4-5 m x 4-5 m, pois em espaçamento amplo
irá induzir maior engalhamento, porém quando se cultiva em espaçamento mais denso,
diminui o engalhamento e tortuosidade.

De fuste retilíneo – característica importante para uma espécie madeireira –, o mogno-


africano ainda leva vantagem sobre seus pares que pertencem à mesma família Meliaceae,
como o próprio mogno- -brasileiro, o cedro (Cedrella odorata) e a andiroba (Carapa
guianensis). Também fornecedoras de madeira de qualidade, essas espécies são, no
entanto, mais vulneráveis ao ataque da broca-das-ponteiras (Hypsipylla grandella),
favorecendo a emissão de ramos laterais e tornando o tronco curto, o que faz com que os
exemplares percam valor como produto madeireiro.

Entre as quatro espécies conhecidas pela denominação genérica de mogno-africano, a


Khaya ivorensis é a que tem apresentado melhor desenvolvimento, seguida da Khaya
antoteca e pela Khaya grandiflora. Apesar de contar com bom crescimento, a Khaya
senegalensis esgalha bastante e não conta com fuste (tronco) reto, aspectos que interferem
no uso da madeira, pois através do espaçamento adensado é possível reduzir o
engalhamento e a tortuosidade.

Nestes casos, são indicados espaçamentos que garantem o fechamento de copa mais
rápido, fator que reduz custos com operações de mato-competição. Assim, para
espaçamentos adensados, normalmente são indicados espaçamentos de 3,00 m x 3,00 m
(Figura 64) a 4,00 m x 4,00 m. Na maioria dessas recomendações, a espécie Khaya
senegalensis é a mais indicada para as condições adensadas. Esta espécie apresenta
grande quantidade de galhos, favorecendo o fechamento mais rápido da copa (SANTOS
et al., 2019).
Crescimento da Planta Khaya senegalensis sob Déficit
H í d r i c o | 102

Figura 64. Espaçamento denso (exemplo 3 m x 3 m) utilizado no cultivo do magno


africano da espécie Khaya senegalensis diminui o engalhamento e a tortuosidade. Foto:
IBF.

Outra modalidade de arranjo para o espaçamento de 3,00 m x 3,00 m entre plantas, seria
utilizar o plantio com linhas puras de Khaya senegalensis intercaladas com Khaya
ivorensis. Nestes sistemas, há um melhor aproveitamento da área em decorrência do
adensamento dos plantios (SANTOS et al., 2019).

De acordo com Opuni-Frimpong et al. (2016), os espaçamentos mais comumente usados,


particularmente em um sistema de monocultivo são 1 m x 1 m; 2 m x 2 m; 2,5 m x 2,5 m;
3 m x 3 m e 5 m x 5 m. O espaçamento de 3,5 m x 3,5 m facilitaria a entrada de caminhões
e tratores. Espaçamentos menores produzirão caules mais retos e crescimento em altura
mais rápido, enquanto espaçamentos mais amplos produzirão diâmetros de caules
maiores. Uma técnica que pode ser adotada é usar espaçamentos menores nos estágios
iniciais, a fim de promover o crescimento em altura e, em seguida, realizar desbaste para
promover maior diâmetro do caule. Em um sistema agroflorestal, assim como em outras
espécies arbóreas, os mognos podem ser espaçados estreitamente dentro de suas linhas
com uma distância maior entre as linhas para plantio de culturas sazonais como mandioca,
milho, amendoim ou soja.

Ásia. Os plantios de mogno africano (Khaya senegalensis) instalados na Ásia geralmente


contam com um espaçamento inicial de 3 m × 3 m (adensado), sendo realizados
subsequentes desbastes (Exemplo: 8 anos, 11 anos e 17 anos) para reduzir a densidade
inicial de 1.111 árvores por hectare para valores em torno de 200 a 350 árvores, almejando
um corte final entre 20 e 25 anos. Enquanto o processo de desbaste deve ser efetuado
Crescimento da Planta Khaya senegalensis sob Déficit
H í d r i c o | 103

quando as copas se encontram (11 anos), de tal forma que o espaçamento final seja
de 8 m x 8 metros ou 10 m x 10 metros.

África. Na África, é comum o emprego do enriquecimento nas florestas naturais, ou seja,


a introdução de espécies de interesse comercial na floresta com aplicação de diferentes
atividades silviculturais, encontrando-se a cada 3 hectares uma árvore explorável de
interesse comercial. Existem, também, plantios nos locais de origem, que são realizados
com espaçamentos diversos (FOLI et al., 2003), porém, menos preferidos devido ao
ataque da broca de ponteiro.

CRESCIMENTO DA PLANTA Khaya senegalensis SOB DÉFICIT HÍDRICO


Déficit hídrico. Os períodos de seca são um desafio para o crescimento e
desenvolvimento das plantas, pois provocam alterações metabólicas significativas. A
baixa disponibilidade hídrica diminui a fotossíntese, a condutância estomática, a taxa de
transpiração e a produtividade das espécies lenhosas. Nessas circunstâncias, o
crescimento é tipicamente restrito ao sistema radicular, como estratégia de absorção de
água das camadas mais profundas do solo (KOZLOWSKI; PALLARDY, 1997). A
tolerância ao déficit hídrico é resultado de várias características que se expressam
distintamente pelas diferentes espécies. A severidade da desidratação depende da idade
da planta e das condições de nutrição, tipo e profundidade do solo e demanda de
evaporação atmosférica. Assim, a adoção de mais de uma estratégia de tolerância à seca
certamente é adequada para qualquer tipo de ambiente (SAMBATTI; CAYLOR, 2007;
TAIZ; ZEIGHER, 2013; MATOS et al., 2014).

Informações sobre o crescimento de Khaya senegalensis sob condição de estresse


abiótico são escassas e insuficientes para o desenvolvimento de programas florestais.
Elucidar o desempenho fisiológico de Khaya senegalensis sob condição de déficit hídrico
é necessário para exploração comercial em regiões áridas e semiáridas. No estudo de
avaliação do crescimento inicial de plantas de Khaya senegalensis sob deficiência hídrica,
Matos et al. (2016) constataram que o alto controle estomático, transpiração reduzida,
baixa concentração foliar de clorofilas totais e maior crescimento do sistema radicular em
detrimento do crescimento da parte aérea, indicando assim que a espécie Khaya
senegalensis é tolerante a deficiência hídrica moderada. Segundo Ky-Dembele (2011), o
estresse hídrico é um importante fator limitante do crescimento, resultando em
Crescimento da Planta Khaya senegalensis sob Déficit
H í d r i c o | 104

redução no crescimento da planta, produção de biomassa e concentração de


carboidratos.

O princípio de plantas que resistem mais à seca é aplicado na introdução de espécies


exóticas para regiões que existe período prolongado de seca, como no caso de Khaya
senegalensis, que foi introduzido no norte da Austrália. Arndt et al. (2015) estudaram a
troca de gás e as características das relações hídricas e os ajustes à seca sazonal em Khaya
senegalensis e eucaliptos nativos em um ecossistema de savana no norte da Austrália. A
plantação de Khaya senegalensis na estação úmida caracterizou-se por um alto potencial
de água, alta condutância estomática e transpiração e um índice de área foliar (IAF) alto
de 2,4 m2/m2 (metro quadrado de área foliar por metro quadrado de solo). Na estação
seca, Khaya senegalensis experimentou um estresse de seca leve com um potencial de
água antes do amanhecer de -0,6 MPa. O IAF foi reduzido pela metade e a condutância e
transpiração estomática diminuíram drasticamente, enquanto os potenciais mínimos de
água foliar não mudaram (-2 MPa) e nenhum ajuste osmótico ocorreu. Khaya
senegalensis exibiu um comportamento isohídrico e também apresentou uma menor
vulnerabilidade hidráulica à cavitação (formação de bolhas) nas folhas, com um potencial
de água no qual existe 50% de perda de condutividade (P50) de -2,3 MPa.

Outra forma de ver o comportamento de uma planta em relação ao estresse hídrico é


utilizando diferentes regimes de irrigação em vasos e, dependendo do tipo de propágulos
que é realizada (estaca ou por sementes), pode haver comportamento diferente de
crescimento. Ky-Dembele et al. (2010) compararam o crescimento de mudas e estacas de
Khaya senegalensis em quatro regimes de irrigação (25%, 50%, 75% e 100% de
capacidade de campo) em vasos. Observaram que os dois tipos de propágulos
apresentaram padrões de crescimento semelhantes em relação às taxas de crescimento
relativo do comprimento do caule, da folha, da raiz e da biomassa total vegetal. No
entanto, os regimes de irrigação afetaram significativamente todos os parâmetros. Em
contraste com 75% e 100% de regimes de irrigação de capacidade de campo, o baixo
abastecimento de água de 25% e 50% de capacidade de campo resultou no estresse da
planta, o que ficou evidente a partir da redução significativa no crescimento da planta e
na produção de biomassa e um aumento na razão biomassa da raiz para a biomassa total
da planta.
Crescimento da Planta Khaya senegalensis sob Déficit
H í d r i c o | 105

Irrigação por gotejamento. A conservação da água e a maximização da eficiência do


uso da água em regiões áridas e semiáridas por meio de modernas tecnologias de irrigação
tornaram-se fundamentais para a produção agrícola sustentável (DENG et al., 2006). Na
maioria das situações práticas para irrigação de diversas culturas, a água necessária é
calculada com base na evapotranspiração potencial da cultura (ETc) usando a equação de
Penman-Monteith de evapotranspiração de referência (ETo), que requer dados de clima
predominante (ALLEN et al., 1998).

Em áreas em que boa parte do ano possui déficit hídrico, como a região do Cerrado, a
irrigação por gotejamento pode ser uma alternativa viável, desde que não haja escassez
de água para a população e das culturas agrícolas de abastecimento local. Alves Júnior et
al. (2017) realizaram estudo com Khaya ivorensis submetido à irrigação por gotejamento
na região de Bonfinópolis, GO, com precipitação anual acumulada de 1.487 mm. Os
resultados mostraram que houve diferença estatística significativa (P>0,05) entre as
plantas irrigadas e não irrigadas. A altura média das plantas variou (dos 2 meses aos 20
meses de idade) de 0,33 m a 3,25 m e 2,67 m irrigadas e não irrigadas, respectivamente.
Assim, a irrigação com um gotejador por planta, de vazão 2 L h-1, foi suficiente para
atender as demandas de água do mogno nos primeiros 2 anos de cultivo (Figura 65).

Figura 65. Área florestal da espécie Khay senegalensis implantada no município de São
Miguel, RN com sistema de irrigação por gotejamento. Fotos: Nouglas Veloso Barbosa
Mendes (2023).
A d u b a ç ã o | 106

No plantio irriga-se 4,5 litros/água por árvore durante três a quatro horas a cada três dias
durante os 30 dias iniciais. Dos 30 até 90 dias plantado, irriga-se oito horas aplicando, no
total, de 30 a 40 litros a cada seis dias. Daí em diante aplica-se dez horas de irrigação a
cada sete dias até os três anos de idade, e após essa fase é feita uma irrigação a cada 15
dias, com um volume de água de aproximadamente 500 litros por 25 m² de área. Além
disso, é importante fazer relatório de todas as atividades desenvolvidas durante o ciclo da
floresta (combater formigas, adubações, capinas etc.), e efetuar medições das árvores
dentro de uma amostragem uma vez por ano para acompanhar o seu desenvolvimento.

ADUBAÇÃO
1- Adubo orgânico. O mogno-africano tem bom desenvolvimento em solos de terra
firme, preferencialmente em locais com clima tropical úmido, mas também se adapta bem
a regiões de clima subtropical. As adubações devem ser feitas com base na análise de
solo. A espécie responde muito bem à adubação orgânica. Por isso, se houver
disponibilidade de esterco ou composto orgânico, aplique 20 litros na cova de plantio. É
importante que o esterco esteja bem curtido, caso contrário, ele poderá ser prejudicial.
Uma planta adubada com esterco tem crescimento 50% superior no primeiro ano.

Os teores médios de nitrogênio contidos em diferentes fontes de adubo orgânico variam


com a idade do animal, com a raça e a alimentação recebida: esterco de curral (1,71%),
esterco de gado de leite (1,10%), esterco de galinha (com maravalha: 2,74% e sem
maravalha: 3,35%); esterco de suínos (2,32%); e composto orgânico (1,13%), conforme
De-Polli et al. (1988).

Antes de serem utilizados, os estercos devem ser curtidos (envelhecidos naturalmente) ou


de preferência, compostados. São duas as razões: a primeira, evitar a fitotoxidez ou
queima das plantas. A segunda é porque com a elevação da temperatura de até 70 ºC
durante a decomposição é possível eliminar microrganismos patogênicos e reduzir a
presença de sementes de ervas invasoras. Os estercos por serem de fácil decomposição,
dentro de 25 a 30 dias o processo está terminado e o material pronto para ser utilizado.

Compostagem: É a mistura de resíduos orgânicos de origem animal e vegetal,


submetidos à fermentação aeróbica, tendo os microrganismos como decompositores
(bactérias, fungos e actinomicetos). A composição química é muito variável, sendo
A d u b a ç ã o | 107

função do material usado. Esse processo, além de eliminar microrganismos patogênicos


e reduzir a presença de sementes de invasoras, acelera a decomposição.

Consiste em amontoar os resíduos vegetais e animais em camadas de 20 cm de altura, até


formar pilhas de 1,2 m de largura, 1,0 m de altura e comprimento variável (Figura 66).
Deve-se utilizar materiais com diferentes valores de relação C:N. Os materiais ricos em
nitrogênio, tais como os estercos e resíduos de leguminosas são os que possuem menores
valores dessa relação, que variam entre 20:1 e 30:1, enquanto nas palhadas esta relação
está em torno de 100:1.

Figura 66. Local de compostagem e o formato das camadas dos resíduos orgânicos de 1
metro de altura. Fotos: Luciana Miyoko Massukado e Silva, 2008.
A d u b a ç ã o | 108

Entre uma e outra camada, deve-se molhar o suficiente, sem encharcar. Por fim, deve-se
cobrir o monte com uma camada de capim seco ou palha, para manter a umidade. De
preferência, as pilhas devem ser feitas em local próximo de onde o composto será
utilizado, livre de pedras e cascalhos.

Durante a compostagem, a temperatura e umidade devem ser controladas. A faixa ideal


de temperatura é de 50 °C a 60 °C. Acima de 70 °C pode ocorrer perda de nitrogênio e a
morte de microrganismos benéficos à decomposição. Na prática, verifica-se a temperatura
introduzindo-se um vergalhão de ferro no meio da pilha por 15 minutos. Retirado o
vergalhão, se não for possível tocá-lo, significa que a temperatura está elevada. Nese caso,
deve-se promover regas e revolvimentos para baixar a temperatura. Se a umidade do
substrato estiver suficiente, proceder somente o revolvimento. Se a temperatura do
vergalhão for suportável ao tato é sinal de que a decomposição transcorre normalmente.
Se o vergalhão estiver frio, é sinal de que a decomposição está terminada ou que o
substrato não está se decompondo (RICCI et al., 2002).

A decomposição é um processo aeróbico, isto é, ocorre na presença de oxigênio do ar.


Logo, a umidade é importante não só porque regula a temperatura, mas também o nível
de oxigênio. A faixa de umidade desejada é de 40% a 60%. O excesso de umidade
dificulta a decomposição e deve ser reduzido suspendendo-se as regas e revolvendo o
substrato. Uma forma prática de se verificar a umidade do substrato consiste em coletar
uma amostra a uma profundidade de 20 a 30 cm e comprimi-la com a mão. Se escorrer
muita água, significa umidade excessiva. Se somente algumas gotas escorrerem, a
umidade está adequada. Se nada escorrer, o substrato está muito seco e deve ser irrigado
(RICCI et al., 2002).

Durante a compostagem, escorre um líquido escuro das pilhas, denominado chorume.


Este material, se possível, deve ser recolhido, podendo retornar à pilha ou ser usado em
pulverizações foliares, pois representa excelente fonte de nutrientes.

Devido ao alto custo de fertilizantes inorgânicos, várias experiências têm sido realizadas
com resíduos orgânicos ou inorgânicos, seja de lodo de esgoto bruto, seja de lodo
biológico de celulose (LBC) proveniente de fábrica de celulose, rejeitos de usina de
açúcar, de processamento de minérios e, em alguns casos, a compostagem de resíduos
orgânicos que podem incluir o lodo de esgoto e LBC. Rosazlin et al. (2015) estudaram o
efeito da alteração do solo com LBC sobre o crescimento de Khaya senegalensis e do
A d u b a ç ã o | 109

arbusto medicinal Orthosiphon stamineus intercalados. A aplicação de LBC resultou em


aumento de altura, crescimento do diâmetro e biomassa total da planta do que o controle
(sem fertilização) e o tratamento somente com fertilização nitrogenada.

Outra forma de adubação e irrigação alternativa é o despejo de águas residuais tratadas.


Zalesny Júnior et al. (2011) descrevem experiências e alternativas de espécies arbóreas
para o uso de águas residuais tratadas no Egito, em que Khaya ivorensis já está sendo
utilizada experimentalmente. Em 2010, aproximadamente 4.340 ha de reflorestamentos
foram irrigados com águas residuais despejados em sulcos na linha de plantio.

2- Adubo químico. Um aspecto importante e que deve ser levado em consideração na


implantação e condução de povoamentos florestais é a nutrição mineral de essências
florestais. A atenção a esse fator deve ser dada principalmente nos estágios iniciais da
planta e deve ser voltada não só para os macronutrientes, mas também para os
micronutrientes, que, assim como os macronutrientes também são elementos essenciais
para o desenvolvimento das plantas (BRIGHENTI; MULLER, 2014).

A limitação nutricional nos solos tropicais brasileiros é muito frequente, tendo em vista
que os solos são altamente intemperizados, geralmente de baixa fertilidade. Por isso, é
necessário corrigir essas deficiências e realizar um adequado manejo nutricional, o qual
pode ser alcançado através da diagnose nutricional, com base na análise das folhas, tendo
em vista que os teores dos nutrientes nesses tecidos refletem os fluxos de água e
nutrientes, podendo ser uma estratégia complementar à análise de solo (SILVA, 2006).
Segundo Vieira et al. (2014) citam que o crescimento de mudas de mogno africano foi
limitado, em especial, pelas deficiências de nitrogênio, potássio e enxofre, sendo esse
fator o que mais afetou a redução de crescimento e qualidade da madeira. Portanto,
recomenda-se a aplicação de adubo completo, na proporção de 200 g por árvore, no
momento do plantio.

De acordo com Malavolta et al. (1997), a diagnose foliar é o melhor processo para
identificação do estado nutricional da planta, tendo em vista que, nas folhas, ocorrem os
principais processos metabólicos das plantas, e, por esse motivo, é o órgão que melhor
representa o estado nutricional da planta. Bazani et al. (2014) destacam que, no processo
de diagnose foliar, em geral, são coletadas para análise as folhas recém maduras e sadias,
ou seja, sem nenhum tipo de doença ou necrose.
A d u b a ç ã o | 110

Os testes de fertilizantes indicaram fortes respostas à aplicação de fósforo, nitrogênio,


enxofre, cálcio, potássio e oligoelementos combinados, supostamente identificados a
partir da análise foliar como zinco, cobre e boro. Khaya senegalensis também respondeu
a coberturas pesadas de calcário e isso foi interpretado, novamente com base em dados
de nutrientes foliares, como uma resposta adicional de nutrientes ao cálcio e enxofre, além
do efeito de condicionamento do solo (CAMERON 1972; RANCE et al.; 1983).

As recomendações de correção e adubação (fundação e cobertura) do solo devem ser


baseadas em análises químicas de solos, de acordo com os níveis críticos, para obtenção
de produtividade de madeira satisfatória. Pinto e Rodigheri (2001) estudaram o
crescimento de mogno americano (Swietenia macrophylla) e teca (Tectona grandis)
consorciados (um em cada linha de plantio, espaçamento 3 m x 2 m) em diferentes níveis
de adubação fosfatada. O preparo do solo foi feito por uma aração e duas gradagens
tratorizadas. As covas foram abertas manualmente no tamanho de 40 cm x 40 cm x 40
cm, nas quais, foram incorporados 1 kg de calcário dolomítico (PRNT 75%) e 5 L de
esterco curtido de curral. Os níveis de adubação foram: Testemunha, sem adubação; 100
g de superfosfato simples/cova e 300 g de superfosfato simples/cova (adubação de
fundação). Observaram, aos 4 anos do plantio, que o melhor desempenho para as duas
espécies ocorreu com adubação de 300 g/cova de superfosfato simples.

Em relação à fertilização, juntamente com a aplicação de adubos minerais, o esterco ou o


composto orgânico pode ser aplicado numa dose de 10 kg por cova de plantio antes de
transplantar a muda. É apropriado tratar os solos ácidos com calcário dolomítico. A
fertilização fosfatada é considerada essencial no setor florestal. Existem empresas de
plantio de eucalipto que usam como adubo somente o superfosfato simples, que é
composto por cálcio, enxofre e fósforo. Contudo, para uma nutrição mais equilibrada
são necessárias a disponibilização de outros macroelementos (nitrogênio, potássio e
magnésio) e microelementos (especialmente boro, zinco, cobre, manganês, ferro e
molibdênio).

Outra maneira de aplicar fertilizantes é em sulcos de 10 cm –15 cm de profundidade


(adubação de cobertura) que rodeiam a árvore de mogno em uma distância de 0,5 m–
1,5 m distante do caule (Figura 67).
A d u b a ç ã o | 111

Figura 67. Muda de Khaya ivorensis sob tratos silviculturais: adubação em cobertura,
devendo cobrir com solo o adubo mineral. (Adubação de cobertura de forma correta:
faça um sulco de 10 cm de profundidade envolva da planta em solo seco e aplica-se o
adubo químico com base na análise de solo, depois cubra com a terra original, evitando
que os fertilizantes sejam expostos à chuva e à luz direta do sol. Em seguida, é feita a
irrigação para umedecer o solo). Foto: Marcela Amorim Grippe (2021).

Modo de ação dos fertilizantes NPK e sua função na planta:

Nitrogênio. De maneira geral, o nitrogênio é o nutriente mineral mais exigido pelas


plantas. A atmosfera, que possui aproximadamente 79% de N na forma de N2,
principalmente, é a fonte natural do elemento para a biosfera. Mas, o N2 é uma fonte
natural gasosa e não diretamente aproveitado pelas plantas. Para isso, há a necessidade de
uma transformação prévia para formas combinadas de amônio e nitrato. Os principais
processos responsáveis pela fixação do N2 atmosférico para formas combinadas são a
fixação biológica, fixação industrial e fixação atmosférica (FAQUIN, 2005).

As plantas superiores, de acordo com Faquim (2005), são capazes de absorver o N de


diferentes formas, como: N2, aminoácidos, uréia, NH4+ e NO3-. A fixação industrial
trata-se da produção dos adubos nitrogenados industrialmente, a partir da quebra da
A d u b a ç ã o | 112

molécula do nitrogênio (N2) e produção da amônia (NH3), produto chave para a obtenção
dos adubos nitrogenados. A fixação biológica do Nitrogênio (FBN) consiste na conversão
do N2 atmosférico, para formas combinadas pela ação de microorganismos, e é o
principal processo de adição do N2 ao solo.

O nitrogênio é transportado no xilema e redistribuído principalmente no floema, em


processos relativamente rápidos. Na planta, quase todo o N se encontra em formas
orgânicas representadas, em maior proporção, por aminoácidos e proteínas
(MALAVOLTA et al., 1997). O N absorvido pelas raízes é transportado para a parte aérea
da planta através dos vasos do xilema, via corrente transpiratória. A forma pela qual o N
é transportado depende da forma em que foi absorvido, assimilado (incorporado a
compostos orgânicos) nos tecidos das raízes e transportado como aminoácidos. O N é
facilmente redistribuído nas plantas via floema, na forma de aminoácidos. Quando o
suprimento de N pelo meio é insuficiente, o N das folhas velhas é mobilizado para os
órgãos e folhas mais novas. Consequentemente, plantas deficientes em N mostram os
sintomas primeiramente nas folhas velhas. A proteólise das proteínas nestas condições e
a redistribuição dos aminoácidos resultam no colapso dos cloroplastos e assim ocorre um
decréscimo no conteúdo de clorofila. Por esta razão, o amarelecimento das folhas velhas
é o primeiro sintoma de uma inadequada nutrição da planta em nitrogênio (FAQUIN,
2005).

O nitrogênio desempenha função estrutural nos aminoácidos e proteínas, bases


nitrogenadas e ácidos nucléicos, enzimas e coenzimas, vitaminas, glicoproteínas e
lipoproteínas, pigmentos e produtos secundários, além de ser constituinte de todas as
enzimas. Participa dos processos de absorção iônica, fotossíntese, respiração, sínteses,
multiplicação e diferenciação celular e herança genética (MALAVOLTA et al., 1997).
Segundo Faquin (2005), cerca de 90% do N da planta encontram-se na forma orgânica e
é assim que o N desempenha as suas funções, como componente estrutural de
macromoléculas e constituinte de enzimas.

Fósforo. A fosfatagem em florestas comerciais de mogno-africano promove maior


crescimento inicial e contribui para o seu melhor estabelecimento no campo. A dosagem
de adubo irá variar de acordo os resultados de análises do solo. De acordo com
Vasconcelos et al. (2017), em estudos de fertilização fosfatada na implantação do mogno-
africano, o aumento das doses de fósforo aplicadas em Argissolo Vermelho-Amarelo
promoveu o aumento linear em altura e diâmetro à altura do peito até a dosagem de 120
A d u b a ç ã o | 113

kg ha-1 em Khaya senegalensis, porém esse crescimento só foi observado a partir de um


ano de idade.

Os fertilizantes fosfatados mais comumente usados nos plantios florestais no Brasil são o
superfosfato simples, o superfosfato triplo e os fosfatos naturais reativos aplicados na
cova ou em sulcos de 15 a 30 cm de profundidade (SILVEIRA; GAVA, 2004) sendo que,
a prática de localizar fertilizantes fosfatados em parte do volume de solo cultivado pode
reduzir a retenção do fósforo e otimizar a sua absorção pelas plantas (NOVAIS; SMYTH,
1999; LEITE et al., 2009).

Estudos de nutrição de plantas em vasos, também com K. senegalensis, mostram a


importância da aplicação do fósforo para o mogno-africano, em idades iniciais. Os
sintomas de deficiência de fósforo foram observados aos 40 dias após o início de irrigação
da solução nutritiva, com ausência deste nutriente (CORCIOLI et al., 2014). Neste caso,
foram observados: redução do crescimento da muda e de suas folhas novas, coloração
amarelada nas folhas velhas, além de necrose e de secamento das pontas. As folhas mais
novas perderam sua coloração vermelha e houve aparecimento de pontos escuros por todo
o limbo. Com o passar do tempo, observou-se o aparecimento de manchas cloróticas
irregulares, de coloração verde-limão, por todo o limbo das folhas velhas. As folhas novas
ficaram encarquilhadas e com coloração amarela acobreada. Normalmente, as dosagens
recomendadas e adequadas de fósforo são aplicadas na ocasião do preparo do solo, com
o uso de subsolador nos dias que antecedem ao plantio (SILVA; BORGES, 2013).

É importante destacar que a adubação fosfatada é, geralmente, realizada em conjunto com


a subsolagem. Como o fósforo é um nutriente relativamente imóvel no solo, o fosfato
deve ser incorporado e misturado ao solo, na linha de plantio, até a ocasião do plantio
(PAIVA et al., 2011).

Estudos indicam que a omissão de fósforo em Khaya senegalensis causa redução de


crescimento em altura, diâmetro e de matéria seca em mudas cultivadas em vasos
(NWOBOSHI, 1982; RANCE et al., 1983). Com o recente aumento dos plantios
comerciais, a preocupação com os estudos de nutrição com a espécie se intensificou. A
avaliação de plantios comerciais de Khaya senegalensis na Austrália até 12 anos de idade
demonstrou que a espécie é altamente responsiva à adubação fosfatada, pois deficiências
foram observadas em vários tipos de solos daquele país e a adubação fosfatada promoveu
respostas positivas no crescimento dos cultivos (BEVEGE et al., 2006). Embora esses
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 114

estudos indiquem a importância do fósforo para Khaya senegalensis, é de grande


importância mais pesquisas para definir recomendações de adubações fosfatadas para
cultivo da espécie em diferentes tipos de solo.

Potássio. O potássio é o segundo nutriente mais exigido pelas plantas. Não apresenta
função estrutural e possui função principal de ativação de enzimas. Esse nutriente está
relacionado ao potencial osmótico da planta, influenciando a expansão celular e o
transporte de íons, além de ser fundamental no movimento estomático. Assim, plantas
bem supridas de potássio apresentam maior eficiência do uso da água, enquanto que
plantas deficientes em potássio possuem menor desempenho fotossintético, devido à
abertura estomática não acontecer de forma regular, reduzindo a entrada de CO2
(PRADO, 2008).

O nível crítico de K no solo para a cultura do eucalipto aumenta com o acúmulo de


biomassa, ou seja, com a idade do povoamento (NOVAIS et al., 1986). Estudos com
adubação potássica em plantios de eucalipto mostraram aumento no crescimento em
diâmetro e, consequentemente, no volume das árvores, tanto em regime de alto fuste
como na condução de brotações (FARIA et al., 2002; LACLAU et al., 2009; SETTE
JÚNIOR et al., 2010).

Na avaliação da deficiência de potássio, observou-se redução no crescimento total das


mudas (CORCIOLI et al., 2014). As folhas novas, inicialmente, apresentaram clorose,
seguida de necrose das suas margens e pontas. Os sintomas progrediram até atingir as
folhas intermediárias, que secaram da ponta até a ráquis. Em geral, todos os sintomas de
deficiência nutricional relatados no trabalho de Corcioli et al. (2014) estão em
consonância com outras espécies perenes.

DESRAMA OU PODA
A desrama consiste na supressão natural ou artificial (corte) dos ramos vivos ou mortos,
secos, parasitados que se situam ao longo do fuste e evita a proliferação de doenças e
pragas, aumenta o arejamento e a luminosidade da floresta e principalmente elimina os
nós que prejudicam a qualidade da madeira, diminuindo seu valor econômico (RIBEIRO
et al., 2002).

O processo de desrama pode ocorrer de maneira natural, devido à senescência ou artificial


pela remoção de galhos vivos e mortos até determinada altura da base da árvore
(SOARES-DA-SILVA et al., 2012). A execução da desrama se faz importante em
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 115

decorrência de que alguns defeitos na madeira podem ser causados pela ausência de
desrama, como nós, bolsas de kino (formações anormais na madeira contendo resina;
Figura 68), dentre outros. Esses defeitos contribuem para diminuir a resistência física das
peças de madeira e, também, prejudicam a sua aparência.

Figura 68. Bolsa de resina ou kino na madeira. Foto: UFPR.

A poda é uma parte essencial da manutenção das plantações dos mognos. Ela envolve a
remoção de ramos e aumenta a altura do tronco limpo de nós (fuste) e reduz a
susceptibilidade das árvores ao ataque de pragas. A remoção de múltiplos ramos ou brotos
aumenta o crescimento do caule principal e copa da árvore. Seções de madeira removidas
da poda podem ser usadas para produção de lenha ou carvão vegetal, o que fornece receita
adicional para o agricultor. A poda minimiza a frequência de difusão de incêndios
florestais que se propagam através da copa das árvores, minimizando danos a plantação
(OPUNI-FRIMPONG et al., 2016).

O manejo florestal Clearwood, que é a madeira livre de nós, vem ganhando atenção nos
sistemas de produção. Este manejo requer atenção na escolha de melhores procedências
de mudas, na densidade do plantio e conhecimento do momento certo para realizar a
desrama.

Normalmente, as idades das desramas são definidas em função de alguns fatores tais
como: espaçamento de plantio, velocidade de crescimento da espécie/ material genético,
nível tecnológico utilizado e condições edafoclimáticas (REIS et al., 2014; PAIVA;
LEITE, 2015). A execução dessa técnica silvicultural implica em custos adicionais,
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 116

havendo a necessidade de elaborar um planejamento minucioso para sua realização, de


modo a se obter uma maior relação benefício/ custo (REIS et al.; 2014).

Em Khaya senegalensis é recomendada a realização de desramas nos primeiros cinco ou


seis anos após o plantio. A desrama pode ser realizada uma ou duas vezes ao ano, a
depender da disponibilidade de mão-de-obra. A retirada de galhos deve ser menos intensa
para que o fechamento das copas possa proporcionar uma competição lateral e, assim,
para que a forma do fuste seja corrigida mais naturalmente. Essa atividade é um grande
gargalo para adoção de Khaya senegalensis em plantios comerciais, porque são poucos
produtores que possuem experiência com desramas, além de exigir um investimento mais
longo no plantio (SANTOS et al., 2019).

A poda começa no terceiro ano e é aconselhável que seja no início da estação chuvosa.
Aconselha-se que a poda vá até 50% da altura da árvore deixando um ou dois caules
principais (Figura 69). Ramos e brotos são removidos da metade inferior da árvore,
enquanto os rebentos em desenvolvimento ainda são jovens e pequenos. A poda deve ser
feita perto do caule sem cortar o colo do ramo e a crista da casca. O colo do ramo é o
ligeiro inchaço na base do ramo onde ele cresce a partir do caule e, quando se poda o colo
do ramo, faz com que a cicatrização do caule seja mais lenta e também torna a árvore
mais suscetível a pragas e a doenças. O atraso na remoção de ramos mais grossos no
tronco cria nós na madeira, tornando-o mais suscetível a pragas e doenças. A poda
frequente melhora a produtividade do talhão de mogno (OPUNI-FRIMPONG et al.,
2016).
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 117

Figura 69. Recomendação de altura para procedimento de poda dos galhos. A árvore da
esquerda não foi realizada desrama, enquanto a da direita, foi realizado alguns
procedimentos de desrama. Fonte: Modificado de Opuni-Frimpong et al. (2016).

No plantio de mogno, a prática de desrama é usada principalmente aos cuidados após o


ataque da “Broca das meliáceas” para a condução uniforme e retilínea do fuste. Deve-se
ficar atento as altas intensidades de desrama, uma vez que podem ter efeito contrário do
que é esperado. Os estudos de intensidade de desrama ainda estão em andamento e não
foi encontrado nenhum resultado pertinente a esta prática silvicultural.

Durante o cultivo de Mogno Africano, é importante que os investidores fiquem atentos à


necessidade de fazer a condução e a desrama das florestas. Apesar de a espécie khaya
senegalensis utilizar pouco esses serviços, é uma característica que pode aparecer nas
plantações até o terceiro ou quarto ano de idade, quando o mogno africano abre a copa.
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 118

“Isso se dá normalmente entre oito e dez metros de altura, que é um crescimento normal.
Estima-se que cerca de 5% das árvores que sofreram algum dano, como ataque de praga,
de formiga, vento forte, pode ter desrama ou uma brotação lateral, que precisa ser retirada.
A medida que as árvores vão se tornando altas, uma escada poderá ser utilizada para
auxiliar na poda dos ramos laterais do caule principal do mogno africano (Figura 70).

Figura 70. A) Árvores de Swietenia macrophylla (mogno brasileiro) com três anos de
idade em uma plantação de pequenos produtores no Sul de Kalimantan que foram podado
para manter a forma do fuste retilíneo e B). Uma escada extensiva em fibra de vidro usada
para podar árvores. Foto: Haruni Krisnawati et al., 2011.

Recomenda-se também utilizar um modelo de plataforma elevatória tipo guindaste para


poda de árvore que tenha um cesto usado pelo podador para alcançar o topo da árvore
(Figura 71). A condução de desrama deve ser realizada de acordo com a necessidade do
plantio, e devem ser efetuadas ao longo dos anos de plantios. O ideal é que esse corte seja
feito com tesoura florestal bem afiadas (Figura 72) e não com serrote. O corte dos galhos
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 119

não deve ser realizado com facão, foice ou machado, uma vez que pode causar injúrias à
planta.

Figura 71. Modelo de plataforma elevatória para poda de árvore com capacidade de
levantar o trabalhador até 12 m. Fonte: Arquivo da empresa Manitou Man-Go 12.
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 120

Figura 72. Tesoura de poda para cortar os ramos de árvores. Fotos: Tramontina e Opuni-
Frimpong et al. (2016).

Os galhos devem ser cortados de forma bem rente ao fuste. Evitar deixar “toquinhos” ou
causar ferimentos na casca ou no fuste (Figura 73). Desta forma, quando necessário, a
desrama deve ser feita uma ou duas vezes por ano e preferencialmente no período de seca.
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 121

Figura 73. Efeito da poda na qualidade do caule. Foto: Opuni-Frimpong et al. (2016).

Após o corte, é importante prevenir a árvore de pragas e doenças. Neste sentido, é


importante cortar o broto que nasceu na lateral, por exemplo, e depois pincelar algum
produto, como calda bordalesa (formulação abaixo), para evitar a entrada de pragas e
doenças. Quando o galho está um pouco mais grosso, o corte deve ser feito há dez
centímetros do tronco.

Posteriormente, deverá ser retirado o que ficou, com um corte rente ao tronco para que
não haja perigo de o galho pender e descascar a árvore. Neste caso, também é importante
passar a calda bordalesa ou até tinta, para evitar a entrada de pragas e doenças oportunistas
no local da ferida. Outro cuidado fundamental durante o processo da desrama é eliminar
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 122

tudo que foi retirado, como galhos, para que os restos não sirvam de inoculo para novas
pragas que, eventualmente, atacam as florestas.

Em muitos plantios, após a desrama, pode ocorrer a infecção por fungos vasculares, como
Ceratocystis fimbriata. Esses fungos penetram nos cortes das desramas, em seguida,
outras pragas, tal como as coleobrocas, podem também atacar essas árvores. Assim, as
desramas precisam ser acompanhadas de tratamento fitossanitário preventivo, com
aplicação de caldas com fungicidas e inseticidas logo após o corte dos galhos (SANTOS
et al., 2019).

A poda de árvores é uma importante atividade de manutenção de arboricultura que pode


melhorar a qualidade da madeira e diminuir riscos de incêndio. Embora essa atividade
sirva uma série de propósitos úteis, as lesões causadas pela poda podem tornar as árvores
vulneráveis à infecção por fungos de apodrecimento da madeira. Burcham et al. (2015)
realizaram a caracterização da interação fungo-hospedeiro entre fungos de apodrecimento
da madeira associados com Khaya senegalensis em Singapura, localizada ao Sul da
Malásia. Foram testados os fungos Fomitiporella caryophylii, Hymenochaete murina e
Phellinus noxius, os quais são frequentes em lesões de poda de mogno do Senegal.
Embora, todos os fungos apresentaram patogenidade em testes de laboratório para Khaya
senegalensis, o P. noxius foi o que causou maior perda de massa de madeira. Para
controle, a forma do corte pode ser um atenuador. A poda realizada sem cortar a base do
galho (colar) provocará a oclusão mais rápida da ferida (SEITZ, 1996), diminuindo os
riscos de invasão por fungos apodrecedores.

Preparação de Calda Bordalesa: é uma suspensão coloidal, de cor azul-celeste, obtida


pela mistura de uma solução de sulfato de cobre com uma suspensão de cal virgem ou
hidratada. A formulação a seguir é para o preparo de 10 litros; para fazer outras medidas,
é só manter as proporções entre os ingredientes. a) Dissolução do sulfato de cobre: No
dia anterior ou quatro horas antes do preparo da calda, dissolver o sulfato de cobre.
Colocar 100 g de sulfato de cobre dentro de um pano de algodão, amarrar e mergulhar
em um vasilhame plástico com 1 litro de água morna; b) Água de cal: Colocar 100 g de
cal em um balde com capacidade para 10 litros. Em seguida, adicionar 9 litros de água,
aos poucos. c) Mistura dos dois ingredientes: Adicionar, aos poucos e mexendo sempre,
o litro da solução de sulfato de cobre dentro do balde da água de cal. d) Teste da faca:
Para ver se a calda não ficou ácida, pode-se fazer um teste, mergulhando uma faca de aço
comum bem limpa, por 3 minutos, na calda. Se a lâmina da faca sujar, isto é, adquirir uma
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 123

coloração marrom ao ser retirada da calda, indica que ela está ácida, devendo-se
adicionar mais cal na mistura; se não sujar, a calda está pronta para o uso, sendo
necessário coar a solução antes das pulverizações.

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS


As plantas invasoras, em geral, competem com as cultivadas e podem interferir muito no
crescimento e produtividade de um plantio florestal. No caso do mogno-africano, há
também evidências de que tanto as mudas quanto as árvores adultas sejam sensíveis à
competição com plantas invasoras (Figura 74) (HINES; ECKMAN, 1993; PRACIAK et
al., 2013). Além do mais, as plantas invasoras podem atuar como hospedeiras
intermediárias de pragas (doenças e insetos), agir como plantas parasitas e prejudicar as
operações culturais e de extração de madeira (BOTELHO, 2003). Assim, o controle da
competição é fator relevante, em especial no estádio inicial de desenvolvimento do plantio
(BOTELHO, 2003).

Figura 74. Plantio juvenil de mogno-africano sob elevada competição com plantas
invasoras. Foto: João Augusto da Silva (2019).

No controle das plantas invasoras, podem ser utilizados diferentes tipos de manejo, a
depender do nível tecnológico do produtor, do estádio de desenvolvimento das invasoras
e da idade do plantio florestal. Algumas das técnicas disponíveis são: a) coroamento, b)
roçada, c) gradagem e d) controle químico a depender da espécie invasora e de seu estádio
de desenvolvimento. Vale ressaltar que ainda não existem herbicidas específicos para a
cultura do mogno-africano registrados no Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 124

(AGROFIT) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).


Adicionalmente, é importante que o técnico e/ou produtor responsáveis pelo plantio e
condução do mongo-africano estejam constantemente atualizados sobre os aspectos
legais vigentes, quanto a esse assunto (SANTOS et al., 2019).

Capina manual (coroamento). Para evitar a competição com a planta de mogno


africano, deve-se realizar o controle de plantas daninhas, por meio de capina manual em
coroamento. Ou seja, para não sufocar o crescimento do mogno, principalmente nos
primeiros 2 anos de idade (uma vez ao ano), é importante mantê-lo livre de plantas
invasoras, devendo-se realizar o coroamento manual (enxada) ao redor da planta num raio
de 1,5 m. As mudas deverão ser coroadas quatro meses após seu plantio. Em plantações
jovens, a capina é necessária, porque as árvores jovens são suscetíveis à supressão de
ervas daninhas. As árvores jovens são susceptíveis ao fogo, mas as árvores mais velhas
são muito resistentes.

Dependendo da área do sistema agroflorestal, no mogno africano adulto poderá ser feito
o coroamento para complementar a roçagem mecânica

Mulching ou cobertura morta. Os benefícios da matéria orgânica são extremamente


importantes no preparo da terra, como parte do desenvolvimento do plantio. A cobertura
morta é feita colocando uma camada de material orgânico ao redor da base do mogno
africano, ou seja, as ervas daninhas podem ser controladas por cobertura morta usada
apenas no coroamento sob a planta (Figura 75).
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 125

Figura 75. Cobertura do solo com palhada seca em redor da árvore da espécie Khaya
senegalensis permite auxiliar no controle de plantas daninhas e na manutenção da
umidade na zona radicular fornecida pela irrigação de gotejamento. Foto: Nouglas Veloso
Barbosa Mendes (2023).

A importância da cobertura morta não é apenas pelo seu efeito no incremento do


crescimento da planta de mogno africano, mas também pelo seu efeito de resfriamento
que aumenta a atividade das raízes, economizando uma quantidade considerável de água,
reduzindo a evaporação e o controle de ervas daninhas. Portanto, a cobertura morta em
redor da árvore tem as seguintes vantagens:

- Limita a perda de água do solo por evaporação;

- Previne a formação de crostas;

- Permite uma melhor penetração da água no solo:

- Limita o crescimento de ervas daninhas ao redor da planta; e

- Melhora o teor de húmus do solo.


C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 126

A cobertura morta exerce o controle sobre as plantas daninhas pela formação de palhada,
que inibe a germinação e a emergência das plantas daninhas. Essa palhada pode ser
produzida pelas próprias plantas daninhas, por resíduos de produtos beneficiados e pela
biomassa de adubos verdes plantados nas entrelinhas. Esses adubos verdes podem ser
manejados com roçadeira e resultam no acúmulo de camadas de palhas deixadas sobre a
superfície do solo (SANTOS et al., 2008).

Herbicidas. Brighenti e Muller (2014a) realizaram experimento com o objetivo de avaliar


a tolerância de plantas de mogno-africano a herbicidas em vasos de 10 L com substrato
composto de solo, esterco e areia e uma planta por vaso. Para o mogno africano, os
herbicidas imazapyr (25 g i.a. ha-1 [ingrediente ativo]), oxyfluorfen (360 g i.a. ha-1) e
chlorimuron-ethyl (7,5 g i.a. ha-1 e 12,5 g i.a. ha-1) proporcionaram sintomas leves de
fitotoxicidade no mogno. O oxyfluorfen (720 g i.a. ha-1), o imazethapyr e o nicosulfuron
foram moderadamente fitotóxicos e o isoxaflutole (75 g i.a. ha-1 e 112,5 g i.a. ha-1) foi o
herbicida mais fitotóxico.

Em geral, os sintomas mais comuns manifestados em plantas de mogno africano são


causados pela fitotoxidez por herbicidas: a) encarquilhamento das folhas do ápice da
planta; b) clorose, ou seja, produção insuficiente de clorofila nas folhas, o que provoca
uma coloração verde pálida ou amarelada e/ou c) necrose, ou seja, morte das células
foliares e também de outras partes vegetais (BRIGHENTI; MULLER, 2014).

Nos sistemas agrossilvipastoris instalados no Brasil, são utilizadas espécies do gênero


Urochloa como pastagem e, para o plantio das espécies florestais em cultivo mínimo, são
realizadas aplicações de herbicida na faixa de plantio em pastagens, portanto o controle
de gramíneas é etapa importante para o sucesso do sistema. Brighenti e Muller (2014b)
realizaram estudo de controle do capim-braquiária (Urochloa decumbens) nas linhas de
plantio associado ou não à nutrição com boro no cultivo de Khaya ivorensis em sistema
silvipastoril. Os tratamentos aplicados nas parcelas foram: testemunha capinada;
testemunha sem capina; glifosato + chlorimuronethyl + óleo mineral, glifosato +
imazethapyr, somente glifosato e oxyfluorfen. As subparcelas foram constituídas pela
ausência ou presença de ácido bórico. Observaram que a aplicação do oxyfluorfen (480
g i.a. ha-1) com ou sem ácido bórico proporcionou maior crescimento do diâmetro do
coleto e altura das mudas aos 150 dias após a aplicação das caldas de pulverização e, o
controle das gramíneas após 21 dias da aplicação com este herbicida foi de 76% com ou
sem boro.
C o n t r o l e d e P l a n t a s D a n i n h a s | 127

A aplicação de herbicida poderia ser realizada num trator acoplado com reservatório do
produto (Figura 76), em que os bicos pulverizadores estariam envolto por protetor de
deriva. Na linha de plantio, pode-se usar pulverizador costal com bico antideriva acoplado
a chapéu de Napoleão.

Figura 76. Desenho esquemático do protetor de deriva acoplado a um trator. Foto:


Sebastião Pires de Moraes Neto, 2019.

Enrelvamento. O enrelvamento entre as fileiras de mogno africano é um sistema de


controle que permite aumentar a proporção de solo coberto por leguminosas e gramíneas,
beneficiando assim as árvores, visto que aumenta a infiltração de água no solo,
principalmente no início da estação chuvosa e diminuiu as perdas de água por evaporação
na estação seca, particularmente em anos de precipitação reduzida.

Pastoreio da área florestal. O pastoreio pode ser também um método de controle da


vegetação herbácea no cultivo do mogno africano. Os produtores de mogno usam ovelhas
para ajudar no manejo de ervas daninhas após o terceiro ano (SANTOS et al., 2019).
P r a g a s e D o e n ç a s | 128

PRAGAS E DOENÇAS
Poucos são os relatos de problemas fitossanitários em Khaya senegalensis. A Hypsipyla
robusta (ORWA et al., 2009) é tida como uma das principais pragas, causando a morte
de ramos e danos a casca. Besouros broqueadores pertencentes as famílias Cerambycidae
e Bostrichidae são relatados causando danos ao alburno (FAO, 1986). A murcha causada
pelo fungo Ceratocystis fimbriata Ellis & Halsted (FIRMINO et al., 2017) e a mancha
foliar bacteriana causada por Xantomonas axonopodis pv. khayae (SABET, 1959) são
doenças que podem ser encontradas nessa árvore e que já foram relatadas na literatura.
Por ser uma espécie de introdução relativamente recente em diversas partes do mundo,
ainda são poucos os estudos associados à fitossanidade em Khaya senegalensis,
dificultando assim o manejo em áreas plantadas e na fase de viveiro.

1. Pragas

Broca das meliáceas – espécie Hypsipila grandella. As espécies do gênero Khaya são
resistentes ao ataque da Broca do Broto Terminal (Hipsipyla grandella), praga que
inviabilizou os plantios comerciais do Mogno Brasileiro (Swietenia macrophylla) no
Centro Oeste e Norte do país. Portanto, a broca das meliáceas (Hypsipila grandella) é
considerada a principal praga limitante ao crescimento dos plantios de mognos (Figuras
77, 78 e 79). Ela tem ocorrência o ano todo e pode atacar muda nos viveiros; plantios
jovens e árvores adultas. No campo, os danos causados envolvem: morte dos ponteiros,
ramificação excessiva; e destrói a semente no fruto.

Figura 77. Diferentes fases de desenvolvimento do Hypsipila grandella. Fotos: Carlos F.


Wilcken (2003).
P r a g a s e D o e n ç a s | 129

Figura 78. Lagarta Hypsipila grandella. Fotos: Carlos F. Wilcken (2003).

Figura 79. Ataque em ponteiro (Hypsipila grandella). Fotos: Carlos F. Wilcken (2003).

Os sintomas iniciais do ataque de H. grandella em mogno são notados pela morte de


folhas próximas ao ponteiro (Figura 80A), visto que a lagarta recém eclodida penetra no
ponteiro da planta, ou até nas axilas das folhas, cavando galerias (Figura 80B) e causando
a morte do broto apical (Figura 80C). O local de alimentação da lagarta fica protegido
por uma teia contendo também fragmentos de plantas e fezes (Figura 80D). Após a morte
do ponteiro atacado, as novas brotações aparecem e podem também ser atacadas (Figura
80E). A planta perde o fuste retilíneo e seu crescimento é sensivelmente prejudicado
(Figura 80F) (GAMARRA, 2016).
P r a g a s e D o e n ç a s | 130

Figura 80. Sintomas e danos da broca das meliáceas em mogno em Garça, SP. (A)
Sintoma inicial do ataque na folha; (b) Ponteiro de mogno atacado por H. grandella,
mostrando a galeria e a lagarta; (c) Morte do broto apical; (D) Ramo com sinais de
alimentação da praga: teia com fragmentos de planta e fezes; (e) Brotações laterais após
a morte do ponteiro; (F) Tronco de mogno bifurcado pelo ataque da broca. Fotos: Marcílio
José Tomazini.
P r a g a s e D o e n ç a s | 131

Considerando as injúrias, foi verificado ataque às mudas em viveiro, bifurcando-as e


atrasando seu desenvolvimento podendo causar a morte. No campo o ataque é geralmente
dirigido aos ponteiros que exsudam goma e morre, o mesmo acontece quando atacam
outras regiões, a planta reage brotando lateralmente, mas estas brotações também podem
ser atacadas. No fruto, destrói a semente (LIMA, 1940). O ataque ocorre com maior
intensidade no período das chuvas, sendo que a fase crítica é de 6 meses a 3 anos de idade
das plantas, devido a brotação vigorosa das plantas e por ser o período em que será
formado o fuste comercial de 6 metros de altura (TROPICAL FLORA, 2009).

Controle da broca: O controle da broca das meliáceas pode ser realizado através de
controle químicos (viáveis na fase de viveiro); controle silvicultural e controle cultural.

Em relação ao controle químico, vários autores citaram diversas medidas para o controle
da broca do mogno, afirmam que o uso de inseticidas teria sérias implicações ambientais
e econômicas, tais como: custo elevado, contaminação ambiental, contaminação do solo
através da lavagem dos produtos pelas chuvas, dentre outros.

Segundo Gallo et al. (1988) indicam os produtos triclorfon, paration, metil, azinfós etil,
carbaril e piretróides, para serem usados apenas nos viveiros de mudas de meliáceas.

O controle químico, apesar de não ser o método ideal devido aos problemas de custos,
contaminação ambiental e repetidas aplicações, tem um importante papel na proteção das
plantas até que alcancem uma altura de cinco a oito metros (em 3 anos ou mais), quando
raramente o ataque da broca afeta o seu crescimento (YAMAZAKI; VASQUEZ, 1991).
Concluíram ainda que o piretróide fenvalerato foi o mais eficiente, aplicado em
pulverizações de duas a quatro vezes por ano.

Segundo Ribeiro (2010), a deltametrina proporciona controle da broca Hypsipila


grandella, com aplicações mensais, sendo que as pulverizações devem acontecer entre
intervalos de 30 dias devido o hábito da praga e seu ciclo biológico. Também, na sua
pesquisa foi constatado que o acefato com aplicação via xilema foi eficiente no controle
da broca do mogno até 90 dias.

Um método físico para complementar o controle químico, seria a poda fitossanitária


apesar de corrigir a forma das plantas influi negativamente em seu crescimento.

De fato, o controle químico possui alta viabilidade apenas em viveiros, sendo que no
campo os estudos mostram grande variabilidade dos resultados.
P r a g a s e D o e n ç a s | 132

Na prática, o controle silvicultural e o controle cultural da Hypsipila grandella são os


métodos mais utilizados nas regiões tropicais. O cultivo de mogno com espécies vegetais
de valor comercial, por exemplo, vem sendo empregado tanto na forma de consórcios
silviculturais, quanto em sistemas agroflorestais.

No que se referem ao controle cultural, Pedrosa-Macedo (1993), recomenda algumas


medidas culturais que poderiam servir de complemento no controle de Hypsipila
grandella, tais como: poda fitossanitária, destruição dos brotos atacados, eliminação de
plantas atacadas no viveiro, coleta e destruição de frutos afetados, controle da
luminosidade e plantios mistos.

Cerca de 40 espécies de insetos foram identificadas como inimigos naturais da broca das
meliáceas em mogno nas Américas (SANDS; MURPHY, 2001). Elas são, sem dúvida,
de diferentes graus de importância na regulação das populações deste inseto, mas o seu
efeito é insuficiente para evitar danos econômicos. Embora tenha havido algum interesse
em técnicas, tais como aumento da população de inimigos naturais, o controle biológico
do mogno não parece uma promissora opção (SANDS; MURPHY, 2001).

Assim, dependendo da intensidade de ataque, é preciso combinar diferentes métodos de


controle de ataque de Hypsipila grandella e minimizar os danos e o prejuízo monetários
dele decorrente.

As espécies do gênero Khaya são mais resistentes ao ataque da Broca das meliáceas
(Hipsipyla grandella), praga que inviabilizou os plantios comerciais do Mogno Brasileiro
(Swietenia macrophylla) no Centro Oeste e Norte do país. Seu controle é difícil, caro, de
longo prazo e normalmente ineficiente.

Broca das meliáceas – espécie Hypsipyla robusta. Um dos fatores limitantes ao plantio
de Swietenia macrophylla (mogno americano) é o ataque de larvas de Hypsipyla
grandella (Lepidoptera: Pyralidae) em brotos terminais causando a ramificação do
tronco. Problema similar ocorre na África com o mogno africano, só mudando de espécie,
no caso, a Hypsipyla robusta. Opuni-Fripong et al. (2008c) examinaram a suscetibilidade
relativa de quatro espécies de mogno africano: Khaya ivorensis, Khaya anthotheca,
Entandrophragma angolense e Entandrophragma utile, ao ataque de Hypsipyla robusta.
A altura da árvore e o diâmetro e a altura para o primeiro ramo foram medidos até 24
meses após o plantio no campo. Khaya sp. apresentou maior crescimento do que
Entandrophragma sp., mas experimentou mais ataques do que este último. A
P r a g a s e D o e n ç a s | 133

susceptibilidade relativa (do maior para o menor) ao ataque de Hypsipyla robusta das
quatro espécies estudadas foi: Khaya anthotheca> Khaya ivorensis> Entandrophragma
angolense> Entandrophragma utile. Aos 15 meses, Khaya anthotheca e Khaya ivorensis
começaram a se ramificar em cerca de 1,5 m, mas a altura do tronco limpo aumentou ao
longo do tempo em razão da autopoda. À medida que Khaya anthotheca cresceu, o
número de ataques de Hypsipyla robusta por árvore declinou.

É importante que o produtor saiba que a broca do broto do mogno, Hypsipyla robusta,
geralmente completa seu ciclo de vida em 5 a 8 semanas, dependendo do clima e
disponibilidade de alimentos (Figura 81). Uma fêmea individual põe em média 50 ovos.
Os ovos são postos individualmente, ou ocasionalmente em grupos de três a quatro, nas
axilas das folhas, cicatrizes ou nervuras ou perto delas. Os ovos são de forma oval;
medindo 0,64-0,70 mm de comprimento e 0,48-0,53 mm de largura. A fase de ovos dura
entre 3 e 5 dias. As larvas recém-eclodidas são pequenas e altamente móveis, e se movem
em direção a novos brotos e se enterram no caule ou na nervura central da folha e na axila
da folha. Após 2-3 dias, as larvas que invadiram as folhas ou pequenos brotos laterais
ressurgem e abrem um túnel no broto terminal do caule ou galho. As larvas cobrem seu
orifício de entrada com uma teia protetora que consiste em partículas de plantas e fezes
cerca de 3 dias após entrarem no broto terminal. O restante do estágio larval é gasto
perfurando o caule primário ou os galhos da árvore e alimentando-se da medula. Quando
os brotos não estão disponíveis, as larvas podem se alimentar de tecido subcortical, às
vezes perfurando a casca grossa. Eles também foram observados alimentando-se de folhas
jovens agrupadas e entrelaçadas (OPUNI-FRIPONG et al., 2016).
P r a g a s e D o e n ç a s | 134

Figura 81. Larva de Hypsipyla robusta. Foto: Opuni-Fripong et al. (2016).

As larvas geralmente pupam nas galerias perfuradas no tronco das árvores ou podem
pupar no solo sob as árvores atacadas (Figura 82). As larvas do último ínstar geram um
casulo antes da pupação. O estágio de pupa dura de 8 a 10 dias e uma proporção sexual
de 1:1 é comum. A maioria dos adultos emerge durante o pôr do sol. O período de
desenvolvimento do ovo ao estágio adulto dura entre 26-40 dias no material vegetal. As
atividades de corte são mínimas, os machos são atraídos pelas fêmeas que chamam, que
adotam uma posição de chamada com o abdômen dobrado para cima entre as asas. A
chamada resulta da liberação de feromônios sexuais químicos que são atraentes para os
machos. A mariposa adulta é noturna e a duração do acasalamento varia entre 1,5 e 3
horas. O pico de atividade de voo ocorre entre 24:00 e 05:00; e a atividade de vôo 0 cessa
quando a temperatura cai abaixo de 15 C e durante a alta precipitação. A mariposa é capaz
de voar vários quilômetros em busca de comida. As fêmeas são particularmente atraídas
pela nova folhagem para oviposição (OPUNI-FRIPONG et al., 2016).
P r a g a s e D o e n ç a s | 135

Figura 82. Ataques e efeitos da broca do broto na planta do mogno. Fotos: Opuni-Fripong
et al. (2016).

Controle químico

Na África, plantações de Khaya senegalensis, como Khaya ivorensis, podem sofrer


sérios danos devido ao ataque da broca-do-ponteiro (Hypsipyla Robust). As mesmas
técnicas de silvicultura descritas para Khaya ivorensis podem ser usadas para reduzir esse
ataque. Produtos à base de methidathion mostraram ser eficazes em plantações de até 2
anos de idade, mas os custos são muito altos. Outros produtos usados no controle da broca
do ponteiro são:

- O controle de pragas por pulverização de inseticidas como DDT, mytasystox, endrin,


paration etc. é relativamente rápido, mas muito caro e pode causar riscos ambientais.

- O controle químico da broca do mogno só é eficaz na fase de viveiro onde as mudas são
jovens;

- O uso químico em plantações maduras de mogno raramente é feito por razões como
inacessibilidade das larvas, chuvas fortes e altas temperaturas nos trópicos.

Com a evidência de que a lagarta passa pouquíssimo tempo fora do broto, basicamente
alguns segundos ao nascer, antes de brocar a planta, o controle químico não tem surtido
efeito. Gallo et al. (2002) recomendaram o uso de controle químico somente em viveiros,
empregando-se, entre outros produtos, o triclorfon 80% (1 kg/ha), paration 60% (0,5
L/ha), azinfos etil 50% (0,5 L/ha), carbaril 85% (0,8 L/ha) e piretroides.

Allan et al. (1976) testaram 28 inseticidas sistêmicos em pulverizações de C. odorata,


mas apenas cinco deram proteção completa às plantas: Carbofuran, metomil, fosfamidon,
P r a g a s e D o e n ç a s | 136

monocrotofós e isolan. Porém, tornam-se dispendioso, devido ao fato de o ciclo da vida


do inseto ser curto, cerca de 30 dias, e o das meliáceas relativamente longo, necessitando
de constantes pulverizações.

Segundo Yamazaki e Vasquez (1991), o controle tem importância na proteção das plantas
somente até estas alcançarem altura de 5 m a 8 m (3 anos ou mais), quando raramente o
dano da broca afeta seu crescimento, apesar de não ser um método ideal, devido ao alto
custo e à contaminação ambiental pelas repetidas aplicações.

Controle cultural. O plantio de espécies mistas é um dos métodos silviculturais de


controle de pragas, principalmente quando o mogno é plantado em companhia de
Heritiera utilis, Nauclea didderrichi, Ceiba pentandra, espécies Terminalia, Tectona
grandis e espécies Entandrophragma. Além disso, o plantio de mogno sob uma cultura
protetora fornece sombreamento para as mudas nos estágios iniciais de crescimento. A
incidência de pragas em povoamentos mistos é minimizada através do seguinte;

- A praga adulta pode ser menos capaz de localizar as árvores hospedeiras em


povoamentos mistos do que em plantações de mogno puro (monocultura);

- O sombreamento das diferentes copas das árvores pode limitar a adequação da árvore
para as larvas.

- Acredita-se que os inimigos naturais podem ser mais abundantes ou efetivos em


povoamentos mistos do que a monocultura.

O cedro australiano, o mogno africano e o nim não foram atacados pela broca, em nenhum
dos dois modelos de plantio. Logo essas plantas exerceram eficiência de 100% de controle
sobre H. grandella, enquanto que as plantas do mogno brasileiro em consórcio e em SAF
com o mogno africano, nim e o cedro australiano obtiveram índices de 39%, 46% e 48%,
respectivamente, e o mogno em plantio solteiro atingiu 0% de eficiência de controle. A
resistência do tipo antibiose observada no cedro australiano, que inibiu o ataque de H.
grandella, no campo, pode ser explicado pela presença na planta de substâncias chamadas
de Limonóides, pois segundo o trabalho de fitoquímica desenvolvido por Agostinho
(1994) o limonóide chamado de A-B seco pode ser a base de resistência à broca do
mogno.

Como todos os mognos africanos, a espécie Khaya senegalensis é geralmente atacada por
um lepidóptero, a broca (Hypsipyla robusta), que causa danos graves em árvores
P r a g a s e D o e n ç a s | 137

(BRUNCK; FABRE, 1974; BRUNCK; MALLET, 1993), portanto, o seu cultivo deve
seguir a prática rigorosa de silvicultura (DUPUY; KOUA, 1993). No entanto, Newton et
al. (1993) sugerem que indivíduos ou raças resistentes (ou tolerantes) podem existir em
populações selvagens. Essas descobertas abrem caminho para a possibilidade de
desenvolver um programa de seleção e melhoria de Khaya senegalensis com base na
resistência a tal praga.

Controle mecânico. Grijpma (1971) recomenda o uso de cola “stick” em volta do caule
das mudas de Cedrela, impedindo a presença de formigas e ácaros sobre as lagartas de H.
grandella, evitando que esta passasse para outra parte da planta.

Diante da descoberta do comportamento de migração da lagarta se desenvolveu uma cola


como medida de controle mecânico para impedir que a lagartinha broque o ápice da
planta, apresentando uma eficiência média de 88% no controle da broca, porém devido
não ser de fácil aplicabilidade é recomendada para pequenos plantios (COSTA, 2000).

Ohashi et al. (2002) concluíram que para pequenos plantios deve-se associar ao manejo
de H. grandella, o uso do controle mecânico-químico (colacid), para prevenir os brotos
novos contra o ataque da broca do mogno (Figura 83) e para os brotos já atacados, utilizar
a poda e eliminar os ramos atacados para reduzir a infestação na área, assim como auxiliar
no crescimento mais ereto do fuste.

Figura 83. Aplicação de inseticida orgânico (Colacid) na brotação nova do mogno,


colocando-se 2 pingos de cola por broto e somente nos brotos novos. Fonte: Ohashi, 2002.
P r a g a s e D o e n ç a s | 138

Um outro método sem resultados significativos foi realizado por Espinoza (2011), que
tentou proteger gemas de mogno com fibra ou bucha de sisal. Munguia (2007) realizou
um estudo semelhante ao de Espinoza (2011), mas em vez de usar fibras de sisal, usou
algodão para cobrir as gemas de mogno, dando como resultado positivo como método de
controle, mas o sucesso desse tipo de controle depende de supervisão frequente para
encontrar as larvas em seus diferentes estágios e depois serem eliminadas mecanicamente.

Formigas cortadeiras. As formigas cortadeiras especialmente do gênero Atta, em que se


pode citar, Atta sexdens (saúva limão) e Atta bisphaerica (saúva mata pasto), podem
causar estragos nas folhas do mogno africano (Figura 84). O controle pode ser feito por
meio do inseticida fipronil em pó na dose de 1 g/L a 2 g/L de água, aplicando-se no olheiro
e trilha de caminhamento, próximo ao “olheiro”.

Figura 84. Desfolha de mogno africano (Khaya ivorensis) por formigas do gênero Atta
em povoamento de 5 anos de idade. Foto: Renato Berlim.

Coleobrocas. Coleobrocas são tidas como uma das principais pragas de espécies
florestais, atacando árvores sadias, estressadas e madeira já serrada. As mesmas abrem
galerias no interior da planta, comprometendo a sua qualidade e integridade em altos
níveis de ataque (CIESLA, 2011). Os causadores desses danos pertencem à ordem
Coleoptera, que abrange mais de 360 mil espécies de besouros (BOUCHARD et al.,
2009). Dentre seus membros, coleobrocas recebem destaque devido à sua diversidade e
P r a g a s e D o e n ç a s | 139

pela capacidade de causar danos em florestas. Em espécies arbóreas, os maiores danos


são causados pelos membros das famílias Bostrichidae e Curculionidae. Dentro da última
citada, as sub-famílias Scolytinae e Platypodinae abrangem as principais brocas de
madeira. Em áreas naturais, esses insetos exercem o importante papel de decompositores
e atuam no processo de sucessão ecológica (CIESLA, 2011; SARIKAYA, 2013;
FRAVER et al., 2018).

No interior das galerias escavadas por membros das sub-famílias Scolytinae e


Platypodinae podem ser encontrados fungos inoculados por esses besouros, que
colonizam o tecido adjacentes as galerias (Figura 85). Esses microrganismos têm seus
propágulos reprodutivos normalmente transportados dentro de estruturas especializadas
chamadas de micângias, nesse caso agindo como simbiontes; ou aderidos externamente
no exoesqueleto do inseto (BATRA, 1963; CASSIER et al., 1996; HULCR; STELINSKI,
2016). Esses fungos, uma vez inoculados no interior da planta, formam frutificações nas
paredes das galerias, que servem como fonte de aminoácidos, sais e vitaminas para as
brocas (BAKER; NORRIS, 1968).

Figura 85. Lenho de Khaya senegalensis apresentando escurecimento nos tecidos


adjacentes à galeria escavada por brocas. Foto: Lucas Antonio Benso (2019).
P r a g a s e D o e n ç a s | 140

Ainda não há relato da existência de outras pragas específicas que causem danos
relevantes ao Mogno africano. Porém, estas são de menor impacto em relação ao ataque
das formigas cortadeiras e da broca-do-ponteiro. Como exemplo de outras pragas, podem-
se citar a broca-do-pecíolo e abelha-cachorro (PINHEIRO et al., 2011).

2. Doenças

Em relação às doenças, a maioria delas é causada por fungos, como: mancha foliar
(Cylindrocladium parasiticum), mancha areolada (Thanatephorus cucumeris), queima-
do-fio (Pellicularia koleroga), mancha parda (Cercospora sp.), mancha zonada
(Sclerotium coffeicola), podridão branca de raiz (Rigidoporus lignosus), rubelose
(Phamerochaete salmonicolor) e cancro-de-córtex (Lasiodiplodia theobromae)
(POLTRONIERI et al., 2000; POLTRONIERI et al., 2002; PINHEIRO et al., 2011).

A murcha causada pelo fungo Ceratocystis fimbriata Ellis & Halsted (FIRMINO et al.,
2017) e a mancha foliar bacteriana causada por Xantomonas axonopodis pv. khayae
(SABET, 1959) são doenças que podem ser encontradas nessa árvore e que já foram
relatadas na literatura. Por ser uma espécie de introdução relativamente recente em
diversas partes do mundo, ainda são poucos os estudos associados à fitossanidade em
Khaya senegalensis, dificultando assim o manejo em áreas plantadas e na fase de viveiro.

Murcha de Ceratocystis. Os besouros normalmente associados a esses microrganismos


e que tem os mesmos como única fonte de alimento recebem o nome de besouros de
ambrosia. Em florestas plantadas, os fungos de ambrosia mais comuns pertencem à ordem
Ophiostomatales, como os gêneros Rafaellea e Ambrosiella; e da ordem Microascales,
como os do gênero Ceratocystiopsis e Ceratocystis (BATRA, 1963; CASSIER et al.,
1996; INÁCIO et al., 2012; HULCR; STELINSKI, 2016). Em sua maioria, esses
patógenos são reconhecidamente causadores de murchas vasculares e manchadores de
madeira.

Em espécies arbóreas lenhosas, os patógenos do gênero Ceratocystis apresentam como


sintoma visual mais característico a descoloração das seções transversais do lenho em
formato de cunha, com aparência de estrias escurecidas que se dirigem da medula em
direção à casca (Figura 86) (FERREIRA et al., 2006, PARK; JUZWIK, 2014). O
escurecimento desses tecidos se deve às alterações físicoquímicas geradas nas células e
nos tecidos colonizados. Em eucalipto esse sintoma se deve principalmente à presença do
P r a g a s e D o e n ç a s | 141

fungo nos raios e ao acúmulo de substâncias resultantes da polimerização e oxidação dos


compostos fenólicos da planta (PARK; JUZWIK, 2014; BETANCOURTH, 2016).

Figura 86. Lenho de Khaya senegalensis apresentando estrias características da murcha


de Ceratocystis.

A murcha apresentada por árvores em estágio avançado de colonização, é resultado do


corte do fluxo de solutos através do xilema das plantas, impedindo assim que a seiva bruta
atinja a parte superior a ao local afetado. Esse processo é resultado do crescimento de
hifas e da produção de esporos e estruturas de resistência no interior dos vasos de
condução de solutos, resultando assim na murcha, seca e posterior morte da planta. A
formação de brotações adventícias (Figura 87) abaixo do local afetado é outro sintoma
característico. Esse processo é decorrente da seca e morte de porções terminal da planta
quando a colonização dos tecidos por esse fungo ocorre no terço médio ou inferior da
parte aérea, gerando assim um desbalanço hormonal associado à formação de brotos
laterais (FERREIRA et al., 2005; ARAUJO, et al., 2014; BETANCOURTH, 2016; Figura
88).
P r a g a s e D o e n ç a s | 142

Figura 87. Brotações adventícias em individuo de Khaya senegalensis com morte do


ponteiro.

Figura 88. Indivíduos de Khaya senegalensis apresentando seca da copa causada pela
murcha de Ceratocystis. Garça/SP, 2018.
P r a g a s e D o e n ç a s | 143

O processo infeccioso da murcha de Ceratocystis pode ter início através do sistema


radicular (ACCORDI, 1986; GALLI et al., 2011) ou do caule, necessitando nesse último
caso de ferimentos para ocorrer a penetração (WINGFIELD et al., 1993; SANTOS;
FERREIRA, 2003; PIVETA et al., 2013). Isso se deve à incapacidade desse fungo em
atravessar as barreiras externas naturais da planta, servindo esses locais de portas de
entrada para esses patógenos. Em plantios de espécies arbóreas, a ocorrência de
ferimentos se deve principalmente a fatores abióticos, como o vento, e por equipamentos
utilizados na poda e manejo das plantas (SANTOS; FERREIRA, 2003).

Como forma de defesa contra o desenvolvimento do patógeno ao longo do xilema, a


planta inicia a formação de estruturas visando à obstrução do crescimento do fungo. As
tiloses e gomas são encontradas em análises histológicas, principalmente em plantas
resistentes, sendo a primeira resultante da sucção do protoplasma de células adjascentes
aos elementos de vaso para o interior do mesmo, causando o bloqueio das suas
perfurações e evitando a expansão da área doente (ARAUJO et al., 2014; PARK;
JUZWIK, 2014; BETANCOURTH, 2016).

Mancha Areolada Thanatephorus Cucumeris. Em 1999, observou-se alta incidência


da mancha areolada, causada por Thanatephorus cucumeris (fungo) em viveiros e
áreas de plantios definitivos de mogno africano nos Estados do Amazonas e Pará,
causando lesões em folhas maduras e 100% de queda das folhas jovens. Nas folhas jovens
surgem pequenas lesões marrons circundadas por uma margem púrpura e em folhas
maduras as manchas são marrom-claras, exibindo anéis concêntricos (Figura 89). Em
condições de elevada umidade, e especialmente nos folíolos caídos no chão, observam-
se, sobre as manchas na superfície abaxial, um manto micelial esbranquiçado do
patógeno, facilmente visível quando a folha afetada é observada contra a luz. Quando
ocorrem várias infeções em determinada área da folha, essa área apresenta-se necrótica
com anéis concêntricos, sendo possível distinguir o ponto de penetração do patógeno. As
lesões são visíveis em ambas as faces da folha, mas os anéis são mais visíveis na face
inferior das folhas. Em folhas maduras, as lesões medem de 1,2 a 2,9 mm de
comprimento e de 0,8 a 2,9 mm de largura. Em plantas mantidas em viveiro, o fungo
causa sintomas de mancha areolada típica ou de mela. Em plantas mantidas em viveiro,
o fungo causa sintomas de mancha areolada típica ou de mela. Inoculações feitas em
folhas de mudas de mogno africano com inoculo de T. cucumeris reproduziram os
sintomas típicos da mancha areolada, duas semanas após a inoculação. O ataque severo
P r a g a s e D o e n ç a s | 144

do T. cucumeris, causando sucessivos desfolhamentos de plantas com cerca de 7 m de


altura, poderá reduzir o crescimento do mogno africano na região tropical sempre úmida,
desde que as condições favoráveis à infecção ocorram durante longos períodos.
Pulverizações quinzenais em viveiros, com o fungicida pencycuron (2 g/l de água), têm
mantido as mudas livres da doença. Estudo realizado segundo Gaparotto, et al. (2001).

Figura 89. Sintomas do ataque de T. cucumeris.

Cancro do Córtex. O Cancro do Córtex ou Cancro da Casca é uma doença causada por
um fungo denominado Lasiodiplodia theobromae, um fungo cosmopolita responsável por
infectar mais de 500 espécies de plantas em regiões tropicais e subtropicais, causando
sintomas de galhos secos, podridão do pedicelo em frutos e morte de plantas
(PUNITHALINGAM, 1980). O fungo produz Picnidios estromaticos (estruturas de
frutificação) que são globosos, subepidérmicos e ostiolados (que possuem estômatos)
(ÚRBEZ-TORRES et al., 2008). Em condições de alta umidade, eles liberam esporos em
forma de nuvem, que são facilmente dispersos por respingos de água da chuva ou
irrigação. Esses esporos, quando jovens, são unicelulares, ovoides, hialinos, de paredes
finas e duplas, com citoplasma granular. Porém, quando maduros, são bicelulares, de
coloração marrom escuro, com estrias longitudinais e com dimensões de 20-30 µm x 11-
15 µm (GRIFFON; MAUBLANC, 1909; ÚRBEZ-TORRES et al., 2008; Figura 90).
P r a g a s e D o e n ç a s | 145

Figura 90. Aspectos relacionados ao ataque de câncer de córtex, em Khaya ivorensis. A)


Início das lesões. (B) Lesão controlada. (C e D) Preservação da qualidade da madeira,
embora a casca esteja danificada. Fontes: Falesi (2011)

Os sintomas de cancro foram observados em plantios de mogno africano, no Município


de Dom Eliseu, Pará. Os fungos associados aos tecidos sintomáticos foram identificados
como Lasiodiplodia theobromae e Fusarium subglutinans. Culturas puras desses fungos
foram testadas quanto à patogenicidade em mudas de mogno africano sadias. Apenas L.
theobromae produziu cancro, por meio de inoculação por ferimento e alta umidade. A
confirmação de L. theobromae como agente causal do cancro ocorreu após o reisolamento
do fungo a partir das plantas inoculadas em casa de vegetação, concluindo a primeira
verificação do postulado de Koch para esse patossistema (TREMACOLDI et al., 2013).

É comum seu surgimento tanto em Khaya ivorensis quanto em Khaya senegalensis, mas
em nenhuma das duas espécies causas danos econômicos, apenas estéticos. O controle
desta doença é bem simples e barato. Para o controle realiza-se uma pulverização ou
pincelamento sobre as lesões com estes produtos:
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- Hipoclorito de Sódio a 2,5% (água sanitária)

- Calda bordalesa

- Fungicidas a base de cobre sob recomendação agronômica (ou sulfato de cobre).

O controle do cancro causado por L. theobromae em Khaya ivorensis também pode ser
feito por raspagem do tecido lesionado ou aplicação de fungicida de ingrediente ativo
tebuconazol e trifloxistrobina em concentração de 10% e 5%, respectivamente
(MARTINS et al., 2017).

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA E MONOCULTIVO


Os diferentes sistemas de produção que poderão ser adotados no cultivo do mogno
africano no Brasil, tais como:

Monocultivo: plantios puros, com espaçamentos variando de 3 m x 2 m, 3 m x 3 m, 4 m


x 4 m a 5 m x 5 m com densidades de 400 a 1.600 plantas por hectare. Sistema utilizado
visando exclusivamente a produção da madeira, tanto para biomassa como para serraria.

Sistema Agroflorestal: plantada em consórcio com culturas agrícolas perenes (café,


maracujá, pupunha) e anuais (milho, feijão, soja, mandioca).

Sistema Silvipastoril: sombreamento e adubação de pastagens, conforto animal, plantio


em linhas com espaçamentos maiores de 5 m x 5 m, com densidades de 150 a 400 plantas
por hectare. Utilizada em pastagens de bovinos, ovinos e eqüinos.

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ou Sistema Agrossilvipastoril é uma


modalidade de integração que contempla os componentes agrícola, pecuário e florestal,
em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. O componente agrícola pode ser
utilizado na fase inicial de implantação do componente florestal ou em ciclos agrícolas
anuais durante o desenvolvimento do sistema, posteriormente é substituído pelo
componente pecuário. A ILPF ou Sistemas de ILPF, constitui uma estratégia que visa a
produção sustentável, que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais realizadas
na mesma área, buscando efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema,
promovendo a adequação ambiental e a viabilidade econômica (TRECENTI, 2016).

Os Sistemas de ILPF são formados por quatro modalidades de integração: Sistema


Agropastoril ou Integração Lavoura-Pecuária (ILP); Sistema Silviagrícola ou Integração
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Lavoura-Floresta (ILF); Sistema Silvipastoril ou Integração Pecuária-Floresta (IPF) e


Sistema Agrossilvipastoril ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Esses
Sistemas fundamentam-se na intensificação do uso da terra em áreas cultivadas, na
recuperação de pastagens degradadas, na diversificação de atividades na propriedade
rural e no aumento da eficiência dos sistemas de produção, atendendo aos três pilares da
sustentabilidade: ser economicamente viável, ambientalmente adequado e socialmente
aceito. Na ILPF preconiza-se o planejamento da distribuição espacial das árvores na área,
objetivando a sinergia e/ou a menor interferência entre os componentes agrícola, pecuário
e florestal. A distribuição espacial das árvores na área é mais conhecida como arranjo de
plantio e deve facilitar a adoção de práticas conservacionistas que proteja o solo e à água,
favorecer o trânsito de máquinas nas entrelinhas, possibilitar o crescimento adequado das
culturas intercalares e observar os aspectos comportamentais dos animais, em especial o
seu deslocamento e o senso de manada (TRECENTI, 2016).

Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta possibilita o uso intensivo e


sustentável do solo, com rentabilidade, desde de o início de sua implantação. As
produções intermediárias de grãos, fibras, carne, leite etc., promovendo renda e até o
custeio do povoamento florestal, de tal maneira que a colheita do produto florestal se
transforma em verdadeira caderneta de poupança para o produtor. A diversificação das
atividades gera mais empregos e também permite a fixação do homem no campo devido
ao melhor aproveitamento da mão-de-obra durante todo o ano. A produção de madeira
reduz a pressão de desmatamento, sobretudo no Cerrado e na Floresta Amazônica,
contribuindo para melhorar a imagem do Brasil frente à opinião pública internacional
(NETO, 2016).

O desempenho de árvores de mogno-africano foi avaliado em sistema ILPF e em


monocultivo, em Latossolo Amarelo de textura argilosa, em Paragominas, PA (SILVA et
al., 2014). O arranjo adotado no sistema consistiu em renques de duas linhas de mogno-
africano, com espaçamento dentro dos reques de 5 m x 5 m e distância entre os reques de
20 m. Como componente agrícola foi utilizada a cultivar de milho BRS 1030 e, como
componente forrageiro, Brachiaria ruziziensis. Na avaliação aos cinco anos de idade, as
árvores de mogno-africano apresentaram maiores valores de altura e de circunferência à
altura do peito sob sistema de integração quando comparadas com o monocultivo. O
mogno africano apresentou um desenvolvimento satisfatório no sistema de integração,
mesmo com escassez hídrica ocorrida naquele local. Houve recuperação e manutenção
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da capacidade produtiva do solo, redução de carbono, matéria orgânica, teor de fósforo,


saturação por bases e aumento no teor de alumínio com o aumento da profundidade do
solo.

Outras avaliações desse mesmo sistema foram realizadas por Silva et al. (2016), que
constataram que os melhores resultados foram obtidos pelas árvores de mogno-africano
sob ILPF, persistindo em todas as idades avaliadas. Aspectos como menor grau de
competição (menor número de árvores por hectare) e adubações realizadas nas culturas
anuais e/ou nas pastagens parecem beneficiar o crescimento das árvores de mogno-
africano nos sistemas de integração.

No que se refere a plantios mistos com espécies do gênero Khaya, a Empresa Tropical
Flora implantou dois arranjos com as espécies Khaya senegalensis e Khaya ivorensis. No
primeiro arranjo, foram realizados plantios com 50% de cada espécie e, no segundo, 25%
de Khaya ivorensis e 75% de Khaya senegalensis. Esse segundo arranjo tem sido o mais
utilizado atualmente nos plantios florestais dessa empresa. Em ambos arranjos, foi
utilizado o espaçamento de 3,00 m x 3,00 m entre plantas, com linhas puras de Khaya
senegalensis intercaladas com Khaya ivorensis. Nestes sistemas, há um melhor
aproveitamento da área em decorrência do adensamento dos plantios (SANTOS et al.,
2019).

Os plantios mistos com as duas espécies têm sido realizados com objetivo de reduzir a
incidência de pragas e criar uma sinergia entre as espécies. Nessa situação, por apresentar
maior quantidade de galhos e, portanto, maior volume de copa, Khaya senegalensis
contribui para uma menor incidência de ventos ao plantio de Khaya ivorensis,
favorecendo assim uma melhor forma do fuste. Por outro lado, Khaya ivorensis apresenta
maior desenvolvimento em altura, quando comparada com Khaya senegalensis. Dessa
maneira, é esperado um maior desenvolvimento em altura das árvores de Khaya
senegalensis, em função da competição entre as duas espécies. Recomenda-se, em
primeiro lugar, um desbaste sistemático-seletivo, somente em Khaya senegalensis. A
partir do segundo desbaste, as duas espécies devem ser consideradas, para se chegar em
uma proporção de aproximadamente 50% de cada espécie, na ocasião do corte final
(SANTOS et al., 2019).

A intensificação da atividade agrícola, principalmente no que se refere à monocultura,


culmina na perda da diversidade de espécies, exige maior investimentos, conhecimentos
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técnicos, maior necessidade de uso de produtos fitossanitários (agrotóxicos), e o maior


controle preventivo de pragas e doenças, se tornando inviável para investidores que não
possuem meios econômicos alternativos visto que esse tipo de cultivo inviabiliza o
aproveitamento da área para outras atividades (ALCANTARA, 2017).

No Brasil, existem grandes extensões de áreas com pastagens degradadas. Essas áreas
podem ser recuperadas com fertilização adequada ou serem recuperadas por sistemas
agrossilvipastoris, elegendo-se componentes que possuam valores agronômico,
econômico e ecológico e que garantam sustentabilidade. Dessa maneira, Falesi e Baena
(1999) avaliaram o plantio de diferentes Khaya spp. em sistema agrossilvipastoril, em
que, no primeiro ano, plantou-se o componente arbóreo juntamente com a mandioca; no
segundo ano, plantou-se feijão-caupi e, no terceiro, foi introduzida a leguminosa (duas
espécies de centrosema) (Figura 91) e o componente animal (ovelhas) no sistema. As
ovelhas devem entrar no sistema quando as folhas estão fora de seu alcance e a pastagem
em boas condições para consumo, contudo, deve-se observar se animais não estão
causando danos à casca de Khaya. No sistema silvipastoril, a concorrência da leguminosa
com a Khaya, no que se refere a nutrientes e à água, foi marcante quando se compararam
os valores de altura e de DAP das plantas desse sistema com os das submetidas ao
revestimento natural espontâneo (Tabelas 4 e 5). Nesse último sistema, as plantas de
Khaya alcançaram os maiores crescimentos. Além disso, Costa et al. (2016) avaliaram
que as plantas de mogno africano (Khaya senegalensis) apresentam menores valores de
sobrevivência em monocultivo quando avaliado no primeiro e sexto mês em relação ao
sistema ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta).
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Figura 91. Projeto de mogno consorciando com culturas alimentares. Legenda:

Fonte: Opuni-Frimpong et al. (2016).

Tabela 4. Médias aritméticas em altura (cm) de Khaya ivorensis, determinadas por


período climático, em função do manejo com leguminosa e vegetação natural. Plantio em
março de 1996.

Fonte: Falesi e Baena (1999).


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Tabela 5. Médias aritméticas do DAP (em) de Khaya ivorensis, determinadas por período
climático, em função do manejo com leguminosa e vegetação natural. Plantio em março
de 1996.

Fonte: Falesi e Baena (1999).

Em caso da presença de animais nos sistemas, é recomendável sempre manter a


suplementação mineral, em especial aos bovinos, para que estes não danifiquem as cascas
das árvores durante o pastejo. O gado pode ser inserido no sistema, no terceiro ano após
o plantio, quando as árvores atingirem a altura e diâmetro ideal para que não sofram mais
danos severos. O uso de cerca elétrica em plantios jovens de mogno-africano também tem
sido adotado de modo a se evitar danos nas árvores por animais (SANTOS et al., 2019).
Outra situação com relação ao gado, se refere a oferta de capim em abundante para que o
animal não venha a comer as folhas do mogno que estejam no seu raio de ação (Figura
92).

Figura 92. Sistema silvipastoril com mogno africano num espaçamento de 5 m x 5 m, na


idade de 5 anos na região de Planaltina, DF. Foto: Wellington Cavalcanti.
D e s b a s t e o u E l i m i n a ç ã o d e P l a n t a s | 152

DESEMPENHO DA ÁRVORE DE MOGNO AFRICANO (Khaya senegalensis)


Na Tabela 6, encontram-se os dados de desempenho da árvore Khaya senegalensis, de
acordo com os resultados obtidos por Louppe et al. (2021). As Figuras 93 e 94 apresentam
uma área de mogno africano com 7 e 13 anos de idade.

Tabela 2 . Evolução do crescimento da árvore de mogno africano (Khaya senegalensis).


Idade 6 meses 67 meses 90 meses 114 meses 29 anos
Sobrevivência (%) - 96,4 93,6 95,5 96,6
Altura (cm) 43 430 552 566
Diâmetro (cm) 74 99 99 172
Superfície basal (m2 .ha-1 ) - - 7,27 26,08
OBS. Os dados acima correspondem a um solo arenoso pouco fértil. Fonte: Louppe et al. (2021).

Figura 93. Plantação de mogno africano (Khaya senegalensis) com 7 anos de idade em
solo arenoso pouco fértil. Foto: Dominique Louppe (2021).
D e s b a s t e o u E l i m i n a ç ã o d e P l a n t a s | 153

Figura 94. Plantação de mogno africano (Khaya senegalensis) com 13 anos de idade.
Foto: Dominique Louppe.

DESBASTE OU ELIMINAÇÃO DE PLANTAS


O desbaste consiste na redução do número de árvores que crescem em determinado
povoamento, de modo a reduzir a competição e a conceder às árvores remanescentes,
mais espaço, luz e nutrientes para o seu bom desenvolvimento (RIBEIRO et al., 2002;
FERRAZ et al., 2012). A redução progressiva e ordenada do número de árvores do
plantio, por meio dos desbastes, cria condições de maior crescimento para obtenção de
árvores mais vigorosas no corte final (FERRAZ et al., 2012).

A prática do desbaste tem como objetivos (RIBEIRO et al., 2002; FERRAZ et al., 2012):

a) Eliminar árvores com defeitos (bifurcadas; com copa excêntrica, elíptica ou oval;
dominadas; doentes; com galhos grossos; mortas, tortuosas, dentre outros). Assim,
concentra-se o crescimento do povoamento em árvores com melhores características, com
aumento da produtividade média na rotação e qualidade genética das sementes/clones
para uso em rotações subsequentes.
D e s b a s t e o u E l i m i n a ç ã o d e P l a n t a s | 154

b) Proteger as árvores com maior crescimento, boa forma do fuste e apropriadas para
permanecer no povoamento até o corte raso.

c) Facilitar o acesso ao plantio em atividades de manejo silvicultural.

d) Antecipar receitas, com a venda de madeira colhida e agregação de valor, com


diferentes produtos (madeira de diferentes dimensões para uso múltiplo).

A decisão sobre a realização ou não de desbaste deve ser tomada com base em aspectos
técnicos e econômicos (FERRAZ et al., 2012).

O corte final ou período de rotação ou, idade de colheita varia de acordo com o
crescimento das árvores e com a finalidade de uso da madeira (FONSECA et al., 2007).
Entretanto, ressalta-se que a colheita das árvores remanescentes no plantio deverá ocorrer
de acordo com as técnicas e normas de segurança adequadas para a derrubada, arraste,
traçamento, carregamento e transporte de toras.

A remoção de árvores dominadas, não saudáveis e de crescimento lento incentiva um


melhor crescimento para as árvores remanescentes de boa qualidade que estão crescendo
rapidamente e são saudáveis. O desbaste deve ser feito num ciclo de 5 a10 anos,
dependendo das taxas de crescimento e, com maior frequência, se apenas algumas árvores
forem cortadas. O número de árvores deixadas após o desbaste pode ser baseado na altura
das árvores, que é influenciada pela idade e pela fertilidade do sítio (índice de sitio). Em
geral, recomenda-se a manutenção de talhões de mogno em uma área basal de 25 m 2/ha-
1
–30 m2/ha-1. Em talhão, em que o dossel é fechado aproximadamente aos 8 anos numa
densidade de 333 árvores/ha-1, recomenda-se a redução para 150–200 árvores/ha-1
(OPUNI-FRIMPONG et al., 2016).

Na atualidade, em um dos grandes projetos de plantio de mogno-africano no Brasil,


localizado em Pirapora, MG, vislumbra-se realizar o primeiro desbaste do plantio
irrigado, com retirada de 50% das árvores, aos 12 anos de idade, no plantio de
espaçamento de 6,00 m x 6,00 m e realizar o corte final, aos 15 anos de idade
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE MOGNO-AFRICANO - Khaya
ivorensis, 2016). Entretanto, a idade final de corte mais adequada para plantios de mogno-
africano no Brasil ainda é questionável, sendo que especialistas em inventário e manejo
florestal apontam para uma idade mínima de corte final em torno dos 20 anos.
D e s b a s t e o u E l i m i n a ç ã o d e P l a n t a s | 155

No sudeste de Minas Gerais, por exemplo, foram implantados povoamentos puros de


Mognos-Africanos no espaçamento 3 m x 2 m ou de 3,5 m x 1,7 metros (1.666
árvores/ha), adotando o seguinte manejo:

- Remoção de 33% da área basal no 4° ano;


- Remoção de 43% da área basal no 8° ano;
- Remoção de 46% da área basal no 13° ano;
- Corte raso a partir do 17° ano.

Além do modelo de desbaste anteriormente mencionado, também pode ser feito com
outras idades, outras frequências e outros volumes. Como visto, a distância entre as
plantas é um dos fatores com relação direta com a produtividade da floresta e qualidade
da madeira produzida. É preciso realizar os desbastes periódicos, pois ajudará com que
as árvores remanescentes tenham mais espaços e nutrientes para continuarem se
desenvolvendo. Para o espaçamento de 3 m x 3 m, recomenda-se adotar o seguinte manejo
de desbaste: Redução de árvores no oitavo ano (desbaste de 30-33%), outro desbaste se
faz entre 11-12 anos, quando são cortadas 40-43% das árvores, e aos 17 anos, os outros
45-46%. Busca-se reduzir a densidade inicial de 1.111 árvores por hectare para valores
em torno de 200 a 350 árvores por hectare, sendo o corte final dessas plantas
remanescente de Khaya senegalensis a partir de 25 anos (Figura 95). É importante
esclarecer que o rendimento da madeira serrada está diretamente ligado à condição da
floresta (solo de boa qualidade) e tratos culturais adequados.
D e s b a s t e o u E l i m i n a ç ã o d e P l a n t a s | 156

Figura 95. Modelo de um arranjo espacial do povoamento de árvores florestais


submetidas ao processo de desbaste e plantadas no espaçamento de 3 m x 3 m.

O povoamento estabelecido na proximidade do Território do Norte (N.T.) na Austrália


não recebeu manejo silvicultural depois de alguns anos iniciais, e há limitado o histórico
registro de seu crescimento. Embora a produtividade geral desse povoamento não
desbastado (Figura 96) com muitas árvores suprimidas possa ser boa, muito do volume é
distribuído por um grande número de pequenas árvores não comerciais e, mesmo nessa
idade, relativamente poucas árvores atingiram um tamanho comercial de > 40 cm de
diâmetro na altura de 1,3 m ou diâmetro do caule na altura do peito (DBHOB).
V a l o r d a Á r v o r e d e M o g n o A f r i c a n o | 157

Figura 96. Povoamento florestal com 14 anos de idade da espécie khaya senegalensis na
Austrália (não houve desbaste de árvores). Foto: Zbonak et al. (2010).

VALOR DA ÁRVORE DE MOGNO AFRICANO


O valor final da madeira dependerá de vários fatores, como, por exemplo, formato da
venda (madeira em pé, madeira em tora, madeira serrada e seca ao ar livre ou em estufa,
produto final beneficiado; Figura 97). Obviamente, cada etapa do processo implica em
custos, mas tende a agregar valor ao produto final oferecido ao mercado.

Figura 97. Modalidade de venda de Khaya senegalensis produzida no Brasil. Foto:


Mascarenhas et al. (2021).
V a l o r d a Á r v o r e d e M o g n o A f r i c a n o | 158

Quando se pensa em investir em madeira nobre, muitos questionam o fato de o prazo


parecer longo, visto que o corte final acontecerá após os 16-20 anos do plantio. Ao avaliar
este retorno de forma diferente, visto que a floresta plantada em uma propriedade
rural agrega valor ao imóvel e cria novas possibilidades de mercado talvez não
imaginadas em um primeiro momento. Como exemplos podem ser citados:

- Venda antecipada da madeira para investidores;

- Projetos de crédito de carbono ou de compensação florestal;

- Valorização da fazenda imediatamente após o plantio.

Sathaye e Ravindranath (1998) relataram que uma agrofloresta pode sequestrar em média
25 Mg C ha-1, mas há diferenças na produção de biomassa em diferentes regiões do país
e, consequentemente existem variações no sequestro de carbono (SARKAR et al., 2017a;
SARKAR et al., 2017b; SARKAR et al., 2017c; SARKAR, 2019a; SARKAR, 2019b).
Além disso, as plantações de árvores de crescimento rápido são consideradas altamente
eficientes em sumidouros de carbono e têm potencial para reduzir a taxa de aquecimento
global e as mudanças climáticas resultantes (SATHAYE; RAVINDRANATH, 1998;
SARKAR et al., 2017c), contribuindo amplamente para o clima mitigação de mudança.
Entre todas as árvores existentes de crescimento rápido, o mogno africano é relatado
como um exemplo de bom sumidouro de carbono na própria árvore (WARNASOORIYA;
SIVANANTHARWER, 2015).

O estudo conduzido Warnasooriya e Sivanantharwerl (2015) teve por objetivo quantificar


os potenciais benefícios do efeito estufa do sequestro de carbono e produção de biomassa
de Khaya distribuídos nas divisões Anuradhapura e Kurunegala do Sri Lanka. Uma
biomassa significativamente maior acima do solo (AGB), biomassa abaixo do solo (BGB)
e biomassa total (TB) de Khaya no nível da árvore foi registrada para muitas classes de
idade em Kurunegala, atribuindo a condições de crescimento ricas em umidade. Em
contraste, menos chuva anual e seca prolongada resultaram em um nível de biomassa de
árvore significativamente mais baixo em Anuradhapura. A distribuição irregular de
biomassa por classes de idade foi observada em Kurunegala (Figura 98), visualizando a
variação climática de diferentes regiões agroecológicas (DL1b, IL3, IL1a, IM3b) dentro
da divisão, enquanto DL1b é a única região agroecológica em Anuradhapura (Figura 98),
resultou em menor variação. Da mesma forma, De Costa e Suranga (2012) mencionaram
que os estoques de carbono das plantações florestais obviamente variam com sua idade,
V a l o r d a Á r v o r e d e M o g n o A f r i c a n o | 159

e o acúmulo de biomassa seria lento nas plantações jovens até que estabelecessem sua
cobertura de dossel para maximizar a interceptação de radiação e a fotossíntese.

Figura 98. AGB e BGB nas divisões de Anuradhapura e Kurunegala. OBS: Médias com as
mesmas letras nas divisões de Anuradhapura e Kurunegala não são significativamente diferentes em P≤0,05
conforme determinado por diferença menos significativa (LSD).

Através da fotossíntese, a planta transforma a energia proveniente da luz do sol em


energia química sendo a copa o principal responsável por esses processos. A obtenção de
variáveis como diâmetro, comprimento, superfície e área da copa é de suma importância
pois estão relacionados com o crescimento e a produção de uma árvore. Estas variáveis
são modificadas pela concorrência entre as plantas, principalmente por luz, o que pode
gerar até a morte de galhos mais baixos do dossel (NUTTO, 2001).

Para Wadsworth (2000), a forma da copa está diretamente relacionada com a


produtividade por unidade de área. Quando a copa possui vários níveis, com um tronco
central, sua produtividade é maior por unidade de área do que copas amplas, com muitos
galhos, hemisféricas e um só nível (Figura 99).
V a l o r d a Á r v o r e d e M o g n o A f r i c a n o | 160

Figura 99. Área da copa da árvore da espécie Khaya senegalensis. Foto: Futuro
Florestal.

Além disto, o plantio de florestas tem um papel importante na pauta de desenvolvimento


sustentável da economia, pois evita o comércio ilegal de madeiras nativas e pode ser
usado para recompor áreas degradadas.

Iniciar um plantio de mogno africano não parece ser difícil. Não é necessário ter uma
licença e o produtor pode encontrar mudas clonais e seminais de qualidade com os
viveristas existentes no Brasil.
P e r s p e c t i v a s d e M e r c a d o p a r a o M o g n o J o v e m | 161

PERSPECTIVAS DE MERCADO PARA O MOGNO JOVEM


No Brasil, o plantio de mogno ainda é considerado recente e as espécies mais plantadas
são a Khaya grandifoliola e a Khaya senegalensis. Pelo fato de ainda ter pouca plantação
antiga, é difícil encontrar árvores antigas com troncos muito largos e a maioria destas
árvores estão no norte do Brasil.

Vale ressaltar que uma largura menor da árvore no momento do primeiro corte para
venda, chamado de desbaste (ou mogno jovem), não reduz as possibilidades de uso. Esse
primeiro corte consiste na remoção de algumas árvores da floresta para garantir espaço
para o aumento da produção de madeira das remanescentes.

São várias as perspectivas mercadológicas para o mogno jovem, obtido nesse desbaste. A
Associação Brasileira de Produtores de Mogno Africano (ABPMA) faz, inclusive,
trabalhos com designers brasileiros de móveis que utilizam a madeira nas suas peças
(Figura 100A). Essa parceria já rendeu móveis premiados. Foram utilizadas, também, as
raízes do mogno, para confeccionar peças únicas de grande valor para o mercado
moveleiro (REIS et al., 2019; Figura 100B).
P e r s p e c t i v a s d e M e r c a d o p a r a o M o g n o J o v e m | 162

Figura 100. A) Guitarra e contrabaixo feitos pelo luthier Sânzio Brandão e B) Poltrona
feita a partir das raízes do mogno pelo designer Hugo França. Fotos: Reis et al., 2019.

Outros destinos para o mogno jovem vêm sendo testados e divulgados por meio de
participação em feiras/mostras nacionais e internacionais, como forma de mostrar ao
grande mercado consumidor as propriedades desta nobre madeira que o Brasil tende a ser
um grande produtor (REIS et al., 2019).

No Brasil, em 2018, foi estimada uma área plantada de cerca de 37 mil hectares de mogno
africano. A expectativa é de que essa área aumente. Afinal, o mogno se adapta muito bem
a países tropicais e a demanda por madeira de qualidade cresce a cada ano.

O que o grande mercado consumidor interno e externo de madeiras nobres procura é por
volume e continuidade no fornecimento de madeira, o que, em breve, os produtores de
P e r s p e c t i v a s d e M e r c a d o p a r a o M o g n o J o v e m | 163

mogno africano no Brasil poderão oferecer, com os desbastes e com os cortes finais das
florestas de mogno já plantadas e em implantação pelo país.

Investir em madeira nobre é, sem dúvida, um ótimo investimento, pois, além de valorizar
de imediato a propriedade na qual o plantio é feito, promete um retorno financeiro elevado
quando comparado às aplicações financeiras convencionais (conservadoras ou
moderadas), mesmo considerando as projeções mais conservadoras feitas para o mogno
africano (REIS et al., 2019).

AUMENTO DA DEMANDA POR MADEIRA


O Brasil nunca exportou tanta madeira bruta quanto em abril e maio de 2021, de acordo
com os dados da Secretaria de Relações Exteriores e Comércio. Foram cerca de 573 mil
toneladas de toras enviadas entre abril e maio de 2021. Isso é 3 vezes mais se compararem
com o mesmo período em 2020.

Já nos primeiros cinco meses do ano de 2021, o país exportou 1 milhão de toneladas de
madeira, o que representa 116% a mais que o volume exportado no mesmo período de
2020. Com isso, a receita subiu para 84 milhões de dólares nos primeiros cinco meses,
um aumento de 80% em relação ao mesmo período em 2020.

A pandemia pode ter sido um dos pontos que influenciaram a procura por madeira no
mercado internacional. O fato de as pessoas começarem a trabalhar mais de casa e a
migração para espaços maiores, impulsionaram o mercado imobiliário nos EUA, por
exemplo. Esse fator pode ter aquecido a área de construção e reforma, criando uma
procura maior por madeira, que é um item cada dia mais procurado para a construção
civil, por sua beleza, versatilidade e apelo ecológico positivo (madeiras rastreadas e/ou
certificadas).

Segundo estudo realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e pelo Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), haverá uma redução de 64% da oferta de
madeira até 2030, enquanto, no mesmo período, a previsão é de um aumento de quatro
vezes na demanda por esse material, chegando a 21 milhões de m³ ao ano.

Mercado internacional. A comercialização de madeira serrada, incluindo o mogno-


africano, é bastante consolidada fora do Brasil. Portanto, faz sentido haver um histórico
dos preços e, com base nestes dados, podemos apurar que o valor praticado é mais elevado
do que o praticado no mercado nacional.
P e r s p e c t i v a s d e M e r c a d o p a r a o M o g n o J o v e m | 164

Como se pode observar no gráfico abaixo (Figura 101), nos últimos 10 anos o valor da
madeira indica uma tendência de crescimento. Em 2012, o preço da madeira serrada era
vendida em média por US$300. Já em julho de 2021, o preço chegou a US$580.

Figura 101. Gráfico mostra o histórico do preço da madeira serrada nos últimos 10 anos.
Fonte: Trading Economics.

A madeira serrada deve ser negociada em torno de US $800 até o final do terceiro
trimestre de 2021, de acordo com os modelos macro globais publicados pela Trading
Economics e as expectativas dos analistas.

Vale ressaltar que o pico no gráfico acima representa o recorde histórico do preço médio
da madeira, no dia 7 de maio de 2021. Nessa data, o preço médio da madeira serrada
chegou a quase US $1.700.

Isso se deve ao fato de que as serrarias não conseguiram cumprir a demanda por
construção de casas e reformas estimuladas pelos bloqueios decorrentes do coronavírus.

Também não é possível identificar no gráfico da Trading Economics o valor do mogno


individualmente, pois a média demonstrada é de toda madeira serrada. Mas por ser uma
madeira nobre, o seu valor tende a ser superior ao das demais madeiras.

Oportunidade para a exportação de madeira. A conjuntura do mercado é muito


interessante para a exportação de madeira cultivada no Brasil e, neste caminho, o mogno
plantado em nosso país (estimado em mais de 37 mil hectares) se apresenta com um
P e r s p e c t i v a s d e M e r c a d o p a r a o M o g n o J o v e m | 165

fortíssimo potencial para consolidar em breve este mercado. Para isto, os produtores
precisam se preparar para atender às exigências deste mercado externo.

Os maiores importadores de madeira sempre buscam volume e continuidade para


estabelecerem contratos duradouros. Não adianta ter uma madeira maravilhosa se não
tiverem volume para alimentar o mercado. Com a maturação das florestas de mogno no
Brasil (que ainda são jovens), o volume necessário em breve será atingido.

Para se produzir madeira de qualidade (seca e serrada conforme parâmetros de


excelência) e conseguir ter um volume expressivo para exportar, os produtores precisarão
se unir para criar esta estrutura. A ABPMA — Associação Brasileira de Produtores de
Mogno Africano, realiza um trabalho sério e estruturado neste sentido.

Outro ponto importante para quem tem o objetivo de exportar madeiras nobres, é definir
a sua origem e como ela foi produzida. Florestas plantadas, como é o caso do mogno-
africano no Brasil, demonstram que não houve extração ilegal de madeira nativa. A
rastreabilidade e certificação da madeira são extremamente importantes neste cenário.

Uma pesquisa feita pela FLEGT Independent Market Monitor com mais de 130 empresas
na União Europeia e no Reino Unido, que representam os maiores importadores de
produtos de madeira tropical, mostra a valorização por madeiras certificadas.

A certificação pode ser feita em conjunto para vários produtores, o que pode baratear o
processo. Trata-se de uma ótima ferramenta de levantamento de dados e também dá
bastante transparência ao processo sob vários aspectos (social, ambiental, legal, etc.).

Vale lembrar que o plantio do mogno-africano é legalizado no Brasil e mais fácil de


ser implementado se comparado a um plantio de árvores nativas.

Mercado nacional. Ainda não existe um histórico de preços da madeira serrada que
inclua o mogno-africano no mercado nacional. O motivo é que o cultivo da espécie é
recente no Brasil, portanto, não há dados suficientes para traçar uma evolução da
comercialização.

Contudo, a alta rentabilidade do mogno-africano está sendo um assunto acompanhado de


perto pela Associação Brasileira de Produtos de Mogno-Africano (ABPMA). A madeira
jovem da espécie (com largura média de 20 cm), por exemplo, pode ser comercializada
por até R$ 3.000 no mercado nacional. Veja na Tabela (7-A;B) as cotações em junho de
2021.
P e r s p e c t i v a s d e M e r c a d o p a r a o M o g n o J o v e m | 166

Tabela 7A. Cotações do mogno africano ABPMA de junho de 2021.

Data de cotação: 28/05/2021.


*Valores “Free on Board (Fob)”
* Mogno adulto: Não há produtor comercializando no momento. Fonte: ABPMA.

Tabela 7B. Cotações do mogno africano ABPMA de junho de 2021.

Data de cotação: 28/05/2021.


*Valores “Free on Board (Fob)”
* Mogno adulto: Peças com larguras acima de 30 cm tem acréscimo de 30% - a partir de 7 mil
* Mogno jovem: Ainda não foi comercializado no varejo. Fonte: ABPMA.

Os dados mencionados nas tabelas acima, mostram que a evolução do mogno-africano


está acontecendo de maneira rápida e que o investimento na espécie é promissor. Aliás,
alguns produtores brasileiros que já iniciaram sua floresta de mogno, confirmam esse
panorama.

No entanto, não se deixe guiar apenas pelo alto preço da madeira para tomar suas decisões
em relação ao plantio do mogno-africano. Assim como em qualquer negócio, o sucesso
da sua floresta é uma combinação de fatores, que envolve trabalho duro, boas parcerias e
acompanhamento contínuo do plantio.

O retorno financeiro vem, mas é preciso não criar a ilusão de que ficará milionário em
pouco tempo, pois isso não é fácil. Promessas de R$1 milhão de resultado por hectare não
nos parecem números factíveis e sustentáveis.
P e r s p e c t i v a s d e M e r c a d o p a r a o M o g n o J o v e m | 167

Vale lembrar que o volume de madeira produzido por hectare não pode ser avaliado como
única variável para formação de preços! A qualidade, tamanho e padronização desta
madeira é o que agregará valor a este produto. Então, para começar seu investimento
conscientemente, saiba quais as condições de plantio destacadas neste livro que
favorecem um maior rendimento em mogno-africano! (VIVEIRO ORIGEM, 2021).

Rentabilidade do mogno africano. O cálculo da rentabilidade de mogno-africano


envolve o custo do plantio, custos de manutenção e manejo, custos e receitas esperadas
com o (s) desbaste (s) e corte final, além da classificação da madeira produzida nos
cortes.

Em relação ao plantio, muitas variáveis devem ser consideradas, como qualidade das
mudas, irrigação e manejo. A depender do espaçamento adotado, os desbastes da floresta
de mogno-africano poderão ocorrer, aproximadamente, aos 8 anos e 11 anos de cultivo.
Já o corte final ocorrerá, normalmente, acima de 18 anos, conforme as projeções feitas
por técnico em silvicultura.

Por fim, a classificação da madeira é feita de acordo com suas características. Na Tabela
8, podem-se constatar as características de cada uma delas:

Tabela 8. Classificação da madeira de mogno africano de acordo com suas características

Fonte: ABPMA. Obs: A classificação AA Adulto é a madeira com mais qualidade e valor no mercado.

Primeiro retorno da floresta de mogno. O cálculo foi feito baseado em uma floresta de
mogno-africano de um hectare. Nela, foram plantadas 400 mudas por hectare em um
espaçamento de 5 m x 5 m.

Espera-se que o primeiro retorno de uma floresta de mogno-africano aconteça no desbaste


da floresta. Segundo a projeção de especialistas, este desbaste ocorrerá apenas uma vez e
P e r s p e c t i v a s d e M e r c a d o p a r a o M o g n o J o v e m | 168

quando o cultivo atingir 11 anos. Geralmente, nesta etapa, espera-se que metade da
floresta (200 árvores) tenha atingido um DAP – Diâmetro na Altura do Peito – médio de
20 cm e altura de fuste de 10 m (VIVEIRO ORIGEM, 2021). Espera-se, assim, retirar
aproximadamente 61 m3 de tora por hectare e o destino esperado para esta madeira (Figura
102) seria o seguinte:

Figura 102. O segundo desbaste realizado no mogno africano com 11 anos de idade e o
destino esperado dessa madeira. Foto: Viveiro Origem.

Este segundo desbaste (11 anos), a expectativa de rentabilidade não é alta. Entretanto, o
desbaste é um manejo necessário e essencial para serem reduzidas drasticamente o
número de indivíduos da floresta e, com isto, as árvores remanescentes (máximo 200)
possam se desenvolver melhor, com mais acesso à luminosidade, nutrientes e água.
I d a d e d e C o r t e F i n a l d a F l o r e s t a d e M o g n o A f r i c a n o | 169

IDADE DE CORTE FINAL DA FLORESTA DE MOGNO AFRICANO


Idade de corte da árvore madura. É recomendável que a colheita do mogno africano
seja realizada em idades superiores a 20 anos (no máximo 25-30 anos), para que haja uma
maior proporção no fuste de lenho de maior qualidade e valor, propriedades mais estáveis
e uma redução dos efeitos das deformações residuais longitudinais e rachaduras de topo,
decorrentes das tensões de crescimento.

A altura comercial (fuste) das árvores de mogno africano apresentou uma diferença
expressiva, comum em indivíduos de propagação seminífera, onde a espécie Khaya
ivorensis manifestou o maior crescimento, média de 14,94 m, comparado aos 8,21 m das
árvores de Khaya senegalensis, uma diferença de 45%. O DAP médio (25 cm) das árvores
de ambas as espécies foi semelhante. Considerando que o fator de forma (0,71) das
espécies foi similar, a espécie Khaya ivorensis proporcionou um maior volume de
madeira para laminação ou serraria, principalmente, por causa da altura e ausência de
bifurcações no fuste. É comum não medir a altura de todas as árvores dentro de uma
parcela para fins de economia de tempo (Figura 103). A deformação residual longitudinal
(DRL) não diferenciou, significativamente, entre as duas espécies de mogno africano, e
nem entre os pontos cardeais (norte e sul) de leitura (SILVA et al., 2016).
I d a d e d e C o r t e F i n a l d a F l o r e s t a d e M o g n o A f r i c a n o | 170

Figura 103. a) Pontos de amostragem no fuste da árvore do gênero Khaya e b) Ilustração


da altura total e altura comercial de uma árvore de mogno-africano. Fotos: Silva et al.,
2016 e Antônio Carlos Ferraz Filho.

A espécie Khaya ivorensis pode apresentar sapopemas e cancro (Lasiodiplodia


theobromae), possui uma menor conicidade do fuste e copas mais amplas em relação à
espécie Khaya senegalensis. Prontamente, árvores dessa última espécie exibem, com
frequência, bifurcações no tronco e maior espessura da casca, quando comparada às
arvores de Khaya ivorensis. Essas duas espécies, plantadas na região Norte do estado do
Espírito Santo, apresentam boa desrama natural, semelhanças quanto ao fator de forma e
madeira com cerne pouco distinto do alburno (SILVA et al., 2016).

Considerando que no Brasil, a expectativa de comércio da madeira do mogno africano é


com aproximadamente 15 a 20 anos de idade, com desbastes ao longo do ciclo de rotação,
a madeira que será ofertada poderá conter uma grande proporção de lenho juvenil, má
formação do fuste e níveis altos de tensões de crescimento, contribuindo para defeitos
durante o processamento e utilização, que comprometerão a qualidade, consequentemente
I d a d e d e C o r t e F i n a l d a F l o r e s t a d e M o g n o A f r i c a n o | 171

a classificação, o aproveitamento, a competitividade e o valor final dessa madeira. A


deformação residual longitudinal e o índice de rachaduras de topo de toras, indicadores
das tensões de crescimento, encontram-se entre os principais parâmetros utilizados para
a avaliação da qualidade de toras e de diferentes materiais genéticos para uso em serrarias
(LIMA et al., 2002; LIMA et al., 2004; FRANÇA, 2014).

Os níveis de deformação residual longitudinal (DRL), de rachaduras de topo de toras e


tábuas, e de deslocamento da medula não foram divergentes entre as espécies e não são
elevados a ponto de inviabilizar a qualidade da madeira serrada. Todavia, houve um efeito
da deformação residual longitudinal sobre as rachaduras de topo de toras, norteado por
maiores dimensões das rachaduras mediante a elevadas deformações, principalmente na
região do lenho juvenil (SILVA, 2014; Figura 104). Ou seja, as rachaduras de topo das
toras de Khaya senegalensis, em sua totalidade, ocorreram em regiões mais próximas da
medula, compostas por lenho juvenil.

Figura 104. Representação hipotética da evolução de uma árvore madura com base na
sua idade que poderá provocar o seguinte: aumento do diâmetro do caule, redução da
região do lenho juvenil em crescimento (cor verde) e deslocamento da medula (cor
marron claro), tendo como foco apenas o aproveitamento total da madeira do topo da
planta ou o fuste completo.
I d a d e d e C o r t e F i n a l d a F l o r e s t a d e M o g n o A f r i c a n o | 172

As médias do DAP das árvores de Khaya ivorensis apresentaram, apesar de não


significativas, correlações medianas e positivas com o índice de rachaduras de topo de
toras - IRTT (SILVA et al., 2016). Comportamento oposto foi observado para a espécie
Khaya senegalensis, ou seja, à medida que aumentou o diâmetro das árvores reduziram-
se os índices de rachaduras de topo. Apesar da semelhança do DAP das árvores,
observada para as duas espécies de mogno africano, houve um comportamento diferente
da relação DAP / IRTT para ambas. Ressalva-se que a pré-disposição genética de cada
espécie para o desenvolvimento das rachaduras de topo das toras, provocadas pelas
tensões de crescimento, pode ser um fator que, neste caso, influenciou em maior grau que
o ambiente, níveis de crescimento e idade (ARMSTRONG et al., 2007).

A redução da proporção das rachaduras das toras de Khaya senegalensis, à medida que
ocorre um incremento do diâmetro, é um ótimo e almejado predicado para a produção de
madeira serrada. Toras mais cilíndricas, com maior diâmetro, poucas rachaduras de topo
e com baixa deformação residual longitudinal tendem a produzir um maior rendimento
em madeira serrada no desdobro, em virtude do menor índice de defeitos nas peças.
Todavia, é importante considerar que, o maior diâmetro das toras, acompanhado de maior
proporção de lenho juvenil e madeira de tração, propriedades físico-mecânicas inferiores
e maior ângulo da grã, provavelmente, irão provocar um menor rendimento na produção
e perda da qualidade da madeira serrada do gênero Khaya.

Para o estudo conduzido por Silva et al. (2016), não houve diferenças significativas no
deslocamento da medula (DM) entre as espécies, apesar desta variável ser um pouco
superior nas árvores de Khaya ivorensis em comparação a espécie Khaya senegalensis.
Isto significa que por estarem plantadas em um mesmo local plano, ocorreu, para ambas
espécies, um crescimento mais simétrico do diâmetro com a medula mais centralizada,
em reposta a menores inclinações do fuste e/ou baixa movimentação da copa provocada
por ventos, nível de competição entre as árvores, efeitos do desbaste e mortalidade de
indivíduos.

Todavia, para a madeira de Khaya senegalensis existiu uma correlação significativa,


negativa e muito forte (r = - 0,99; P < 0,05) entre o deslocamento da medula (DM) e a
altura comercial, delineando um aumento da excentricidade da medula para árvores de
menor altura. Esta relação indica que, tábuas desdobradas de árvores pequenas em altura
poderão apresentar uma maior distorção e maior índice de desclassificação, por causa da
I d a d e d e C o r t e F i n a l d a F l o r e s t a d e M o g n o A f r i c a n o | 173

presença de medula excêntrica, que libera as tensões de crescimento de forma


desequilibrada (ARMSTRONG et al., 2007).

Apesar de que não detectarem diferenças significativas nas médias de deformação


residual longitudinal, índice de rachaduras de toras e tábuas e deslocamento da medula
entre as espécies, Silva et al. (2016) constataram que a espécie Khaya ivorensis (fibras
menos espessas, menos densa e contrai menos em volume) apresentou as maiores
dimensões de rachaduras de topo de toras e de tábuas, enquanto, as tábuas de Khaya
senegalensis apresentaram os maiores empenamentos. Por fim, os autores ponderaram
que os índices avaliados não foram elevados ao ponto de inviabilizar o uso e a qualidade
das duas espécies de mogno-africano para a produção de madeira serrada.

Assim, as árvores jovens apresentam um alto AMF (Ângulo das microfibrilas), pois
necessitam de maior flexibilidade para que o tronco se curve com o vento sem quebrar.
Em árvores maduras, o menor AMF (Ângulo das microfibrilas) assegura uma maior
rigidez para que a árvore suporte o aumento do peso do fuste e da copa (TIENNE et al.,
2009).

Corte final da árvore de qualidade. É bastante emocionante ver a primeira carga de


mogno africano cultivado na Austrália (Khaya senegalensis) saindo da plantação de
Cooktown, Queensland (Figuras 105 e 106). A empresa Smith Agri International (2021)
passou muitos meses construindo a logística da cadeia de suprimentos para atender à
demanda do mercado doméstico ou de exportação. Este recurso cultivado de forma
sustentável é apenas a ponta do iceberg do que será uma operação contínua de colheita e
transporte nos próximos anos de inúmeras plantações do mogno africano da Austrália
(ZBONAK et al., 2010).
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Figura 105. Carga de mogno africano cultivado na Austrália (Khaya senegalensis) saindo
da plantação de Cooktown, Queensland. Foto: Empresa Smith Agri International (2021).
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Figura 106. Logística das operações por máquina florestal no pátio da indústria
madeireira com toras de mogno africano Khaya senegalensis.

A usinagem do mogno-africano também já foi estudada, de acordo com a norma ASTMD


1666-87. Carvalho et al. (2010) realizaram testes de usinagem (teste de plaina, teste de
lixa, teste de furação para cavilha e dobradiça, teste de rasgo e fendilhamento por pregos)
na madeira de Khaya ivorensis, tendo mostrado boa qualidade no acabamento, com
grande potencial para utilização na indústria de movelaria e revestimento interno de
construções. Em outro estudo, Silva et al. (2012) realizaram os mesmos testes em corpos
de prova de Khaya ivorensis e Khaya senegalensis. Seus resultados indicaram que a
madeira de Khaya senegalensis apresentou, em média, superfície usinada de regular (nota
3) a ruim (nota 5), com tendência de formar superfície lanosa em grã entrecruzada. Por
I d a d e d e C o r t e F i n a l d a F l o r e s t a d e M o g n o A f r i c a n o | 176

outro lado, assim como Carvalho et al. (2010), a madeira de Khaya ivorensis também
apresentou boa usinagem (nota 2).

Parece que Khaya senegalensis leva uma pequena vantagem em termos de propriedades
físico-mecânicas da madeira, talvez por apresentar maiores valores de densidade, em
relação às demais espécies, mas não ao ponto de desmerecer o potencial as demais
espécies do mesmo gênero para produção de madeira serrada. França et al. (2015),
avaliaram características anatômicas e propriedades físico-mecânicas das madeiras de
duas espécies de mogno africano (Khaya ivorensis e Khaya senegalensis). Os resultados
mostraram que as espécies foram diferentes quanto ao tipo e frequência de vasos e
porosidade, com raios predominantemente multisseriados e hereocelulares e fibras
libriformes. As duas espécies possuíram estabilidade dimensional (retratibilidade e fator
de anisotropia) dentro da normalidade. Porém, em relação às propriedades mecânicas, a
madeira de Khaya senegalensis teve os maiores valores para todos os ensaios realizados,
incluindo módulo de elasticidade e de ruptura à flexão estática, resistência à compressão
axial, ao cisalhamento e dureza Janka.

Contudo, apesar dessas diferenças, é bastante comum a comercialização da madeira de


mognos-africanos em lotes mistos no mercado internacional (LEMMENS et al., 2012).
Os preços de madeira serrada secas ao ar e em estufa aumentaram 47% e 64%,
respectivamente, nos últimos cinco anos (Figura 107). Os valores são da ordem de 800 a
1000 euros por m³ (Figura 107). Vale ressaltar que esses valores foram obtidos em
cotações de madeiras comercializadas para Ásia, Europa e EUA oriundas de florestas
naturais da África, sobretudo de Gana (Figura 107). Tais madeiras são provenientes de
árvores maduras de Khaya (muitas das vezes com idades superiores a 100 anos), com
grandes dimensões (principalmente em diâmetro) e que cresceram sob condições
edafoclimáticas favoráveis ao crescimento e amadurecimento da madeira (i.e., níveis de
fertilidade e regime de precipitação e temperaturas).
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Figura 107. Evolução de preços de madeira serrada de Khaya ivorensis comercializada


por Gana no mercado internacional. Fonte: Tropical Timber Market Report (ITTO,
2018).

Deste modo, é plausível supor que tanto a qualidade quanto seu valor de mercado sejam
superiores aos de povoamentos estabelecidos em outras regiões tropicais. Portanto, é
improvável que um silvicultor brasileiro, por exemplo, consiga comercializar a madeira
serrada de mogno-africano (com 18 ou 20 anos) dentro dessa faixa de valores. Esses
valores, no entanto, são úteis para balizar modelagens econômicas e criar expectativas da
rentabilidade da cultura do mogno-africano em florestas plantadas em países tropicais.
Por outro lado, até que as árvores de mogno-africano não atinjam o ponto de corte, as
madeiras daquelas que forem sendo desbastadas podem ser utilizadas na fabricação de
pequenos utensílios domésticos (ABPMA, 2018) ou até mesmo para uso energético.

Proporção cerne-alburno. Não apresentou distinção clara entre cerne e alburno. A


princípio foi aplicado spray de laranja de metila para melhorar essa demarcação, porém
não houve resposta a essa solução química, que é comumente usada com sucesso para
eucaliptos. Após testar vários outros reagentes químicos, que consequentemente falharam
em realçar o cerne, foi realizada avaliação visual. Como visto na Figura 108, havia três
zonas discerníveis nos discos: uma zona de cerne mais escura, uma zona de madeira de
transição mais clara e uma zona de alburno de cor muito clara (ZBONAK et al., 2010).
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Figura 108. Face transversal de uma ponta de tora de Khaya senegalensis logo após o
corte com zonas distintas de cerne, madeira de transição e alburno (os números pequenos
– 1, 2, 3 e 4 – denotam pequenas divisões nas pontas que foram medidas). Tal distinção
não foi observada em todas as pontas de toras. Foto: Zbonak et al. (2010).
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