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PITAHAYA (Hylocereus spp.) SISTEMA PRODUTIVO DE CACTOS TREPADEIRAS


Editores Técnicos

Book · July 2021

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14 authors, including:

Alexandre J. de M. Queiroz Vicente de Paula Queiroga


Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA)
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Enio Girao Josivanda Palmeira Gomes


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PITAHAYA (Hylocereus spp.)
SISTEMA PRODUTIVO DE CACTOS TREPADEIRAS

Vicente de Paula Queiroga


Ênio Giuliano Girão
Josivanda Palmeira Gomes
Alexandre José de Melo Queiroz
Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo
Esther Maria Barros de Albuquerque
Editores Técnicos

REVISTA CIENTÍFICA
PITAHAYA (Hylocereus spp.)

SISTEMA PRODUTIVO DE CACTOS TREPADEIRAS

1ª Edição
CENTRO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO E DIREITO

LARYSSA MAYARA ALVES DE ALMEIDA


Diretor Presidente da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação
e Direito

VINÍCIUS LEÃO DE CASTRO


Diretor - Adjunto da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e
Direito

ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE


Editor-chefe da Associação da Revista Eletrônica a Barriguda - AREPB

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA – AREPB


CNPJ 12.955.187/0001-66
Acesse: www.abarriguda.org.br

CONSELHO EDITORIAL

Adilson Rodrigues Pires


André Karam Trindade
Alessandra Correia Lima Macedo Franca
Alexandre Coutinho Pagliarini
Arali da Silva Oliveira
Bartira Macedo de Miranda Santos
Belinda Pereira da Cunha
Carina Barbosa Gouvêa
Carlos Aranguéz Sanchéz
Dyego da Costa Santos
Elionora Nazaré Cardoso
Fabiana Faxina
Gisela Bester
Glauber Salomão Leite
Gustavo Rabay Guerra
Ignacio Berdugo Gómes de la Torre
Jaime José da Silveira Barros Neto
Javier Valls Prieto, Universidad de Granada
José Ernesto Pimentel Filho
Juliana Gomes de Brito
Ludmila Albuquerque Douettes Araújo
Lusia Pereira Ribeiro
Marcelo Alves Pereira Eufrasio
Marcelo Weick Pogliese
Marcílio Toscano Franca Filho
Olard Hasani
Paulo Jorge Fonseca Ferreira da Cunha
Raymundo Juliano Rego Feitosa
Ricardo Maurício Freire Soares
Talden Queiroz Farias
Valfredo de Andrade Aguiar
Vincenzo Carbone
VICENTE DE PAULA QUEIROGA
ÊNIO GIULIANO GIRÃO
JOSIVANDA PALMEIRA GOMES
ALEXANDRE JOSÉ DE MELO QUEIROZ
ROSSANA MARIA FEITOSA DE FIGUEIRÊDO
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE
(Editores Técnicos)

PITAHAYA (Hylocereus spp.)

SISTEMA PRODUTIVO DE CACTOS TREPADEIRAS

1ª Edição

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA - AREPB

2021
©Copyright 2021 by

Organização do Livro
VICENTE DE PAULA QUEIROGA, ÊNIO GIULIANO GIRÃO, JOSIVANDA PALMEIRA GOMES,
ALEXANDRE JOSÉ DE MELO QUEIROZ, ROSSANA MARIA FEITOSA DE FIGUEIRÊDO,
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

Capa
WIKIPÉDIA; www.edpsciences.org/fruits..

Editoração
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

Diagramação
ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE

O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade dos autores.

Data de fechamento da edição: 06-07-2021

Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)

Q3m Queiroga, Vicente de Paula.


Pitahaya (Hylocereus spp.): Sistema produtivo de cactos trepadeiras.
1ed. / Organizadores, Vicente de Paula Queiroga, Ênio Giuliano Girão,
Josivanda Palmeira Gomes, Alexandre José de Melo Queiroz, Rossana
Maria Feitosa de Figueirêdo, Esther Maria Barros de Albuquerque. –
Campina Grande: AREPB, 2021.
220 f. : il. color.

ISBN 978-65-87070-17-9

1. Pitahaya. 2. Hylocereus spp. 3. Sistema de produção. 4. Colheita. 5.


Frutos. 6. Espécie de cactos. 7. Trepadeiras. I. Queiroga, Vicente de Paula.
II. Girão, Ênio Giuliano. III. Gomes, Josivanda Palmeira. IV. Queiroz,
Alexandre José de Melo. V. Figueirêdo, Rossana Maria Feitosa. VI.
Albuquerque, Esther Maria Barros de. VII. Título.
CDU 634.4

Ficha Catalográfica Elaborada pela Direção Geral da Revista Eletrônica A Barriguda - AREPB

Todos os direitos desta edição reservados à Associação da Revista Eletrônica A Barriguda – AREPB.
Foi feito o depósito legal.
O Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito – CIPED,
responsável pela Revista Jurídica e Cultural “A Barriguda”, foi criado na cidade de
Campina Grande-PB, com o objetivo de ser um locus de propagação de uma nova maneira
de se enxergar a Pesquisa, o Ensino e a Extensão na área do Direito.

A ideia de criar uma revista eletrônica surgiu a partir de intensos debates em torno
da Ciência Jurídica, com o objetivo de resgatar o estudo do Direito enquanto Ciência, de
maneira inter e transdisciplinar unido sempre à cultura. Resgatando, dessa maneira,
posturas metodológicas que se voltem a postura ética dos futuros profissionais.

Os idealizadores deste projeto, revestidos de ousadia, espírito acadêmico e


nutridos do objetivo de criar um novo paradigma de estudo do Direito se motivaram para
construir um projeto que ultrapassou as fronteiras de um informativo e se estabeleceu
como uma revista eletrônica, para incentivar o resgate do ensino jurídico como
interdisciplinar e transversal, sem esquecer a nossa riqueza cultural.

Nosso sincero reconhecimento e agradecimento a todos que contribuíram para a


consolidação da Revista A Barriguda no meio acadêmico de forma tão significativa.

Acesse a Biblioteca do site www.abarriguda.org.br


EDITORES TÉCNICOS

Vicente de Paula Queiroga (Dr)


Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa do Algodão-CNPA
Campina Grande, PB (Brasil)

Ênio Giuliano Girão (M.Sc)


Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa Agroindústria Tropical– CNPAT
Fortaleza, CE (Brasil)

Josivanda Palmeira Gomes (Drª)


Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brazil)

Alexandre José de Melo Queiroz (Dr)


Professor da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brazil)

Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo (Drª)


Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brazil)

Esther Maria Barros de Albuquerque (Drª)


Doutora em Engenharia de Processos
Universidade Federal de Campina Grande
Campina Grande, PB (Brasil)
APRESENTAÇÃO

Atualmente, as espécies de pitahaya mais cultivadas no mundo são as pitahayas de casca


vermelha e polpa branca (Hylocereus undatus (Haw.) Britton e Rose) ou vermelha,
dependendo da espécie (Hylocereus costaricensis; Hylocereus purpusii; Hylocereus
polyrhizus; Hylocereus trigonus; etc; pitahaya red) e a de casca amarela e polpa branca
(Selenicereus megalanthus (K. Schum ex Vaupel; pitahaya yellow). Essas espécies são
endêmicas das florestas tropicais do México e das Américas Central e Sul, destacado mais
o gênero Hylocereus que compreende dezesseis espécies. Vários tópicos específicos do
seu sistema de produção, agrupando as referências por disciplina (botânica, biogeografia,
biologia floral, agronomia, pós-colheita, composição e processamento), são apresentados
com o propósito de que no futuro a pitahaya no Brasil seja mais conhecida, melhores
técnicas estejam disponíveis para sua produção, um aproveitamento integral da planta
seja alcançado e maiores benefícios sejam garantidos aos produtores. Também, neste
livro, tratam de algumas observações muito específicas (polinização, sombreamento da
planta, variedades mais adaptadas as condições locais, etc) associadas às dificuldades
encontradas pelos países que introduziram as novas espécies. Portanto, aquele que decidir
cultivar essa planta e conhecê-la em maior profundidade, o livro "Pitahaya (Hylocereus
spp.): Sistema produtivo de cactos trepadeiras", será de grande interesse e ajuda para
o produtor que necessita pôr em prática as várias tecnologias abordadas no mesmo.

Por outro lado, os autores desta publicação, preocupados em fortalecer a participação de


produtores brasileiros na produção da pitahaya, trazem a comunidade acadêmica e
extensionistas, as informações básicas copiladas de bibliografias existentes sobre sistema
produtivo da pitahaya (Hylocereus spp.), principalmente para atender as microrregiões
secas do semiárido por ser considerada uma planta trepadeira com o Metabolismo Ácido
das Crassuláceas (CAM) ou planta que se adapta ao déficit hídrico.

Os autores
SUMÁRIO

CAPÍTULO I -SISTEMA PRODUTIVO DA PITAHAYA (HYLOCEREUS SPP.) –


Vicente de Paula Queiroga, Ênio Giuliano Girão, Josivanda Palmeira Gomes, Alexandre José
de Melo Queiroz, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo, Esther Maria Barros de Albuquerque,
Bruno Adelino de Melo ..............................................................................................................10

CAPÍTULO II -MATURIDADE, COLHEITA, PÓS-COLHEITA, PRODUTIVIDADE E


INDUSTIALIZAÇÃO DA PITAHAYA – Vicente de Paula Queiroga, Ênio Giuliano Girão,
Josivanda Palmeira Gomes, Alexandre José de Melo Queiroz, Rossana Maria Feitosa de
Figueirêdo, Esther Maria Barros de Albuquerque ...................................................................165

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................188
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CAPÍTULO I

SISTEMA PRODUTIVO DA PITAHAYA (HYLOCEREUS SPP.)

Vicente de Paula Queiroga


Ênio Giuliano Girão
Josivanda Palmeira Gomes
Alexandre José de Melo Queiroz

Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo

Esther Maria Barros de Albuquerque

Bruno Adelino de Melo

(Editores)
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INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a fruticultura tem sido impulsionada por uma conscientização da
população, que passou a optar por fontes de alimentos mais saudáveis (VITTI et al.,
2003). As frutas são alimentos funcionais, devido à sua composição nutricional, e
disponibilizam vitaminas, proteínas, minerais e outras substâncias essenciais para o
organismo daqueles que a consomem (GOTO; HORA, 2010). Essa característica abre
espaço para a produção e a comercialização das mais diferentes espécies frutíferas,
inclusive as exóticas.

Dentre as frutas exóticas com maior potencial para comercialização destaca-se a pitahaya.
O termo genérico 'pitahaya' inclui várias espécies diferentes e isso pode ser uma fonte de
confusão. Atualmente, apenas algumas espécies de pitahaya são normalmente
encontradas no mercado: pitahaya yellow (Selenicereus megalanthus (Schum.) Britt &
Rose], fruta com casca amarela e polpa branca, e pitahaya red (Hylocereus spp. Britt &
Rose), fruta com casca vermelha e polpa branca ou vermelha, dependendo da espécie.
Essas espécies são endêmicas das florestas tropicais do México e das Américas Central e
Sul (HERNÁNDEZ, 2000), sendo encontrada na Costa Rica, Venezuela, Panamá,
Uruguai, Brasil, Colômbia e México, sendo os dois últimos países os principais
produtores mundiais (CANTO, 1993).

Praticamente desconhecida há quinze anos (trata-se da década de noventa), a pitahaya (ou


fruta do dragão) atualmente ocupa um nicho crescente no mercado de frutas exóticas da
Europa (MIZRAHI et al., 1997; IMBERT, 2001), bem como nos mercados locais de
países produtores, como Vietnã (N’GUYEN, 1996), Colômbia (MIZRAHI et al., 1997),
México (DE DIOS, 2004), Costa Rica e Nicarágua (DAUBRESSE BALAYER, 1999).
Em outros lugares, a pitahaya é considerada uma espécie de fruta nova e promissora; é
cultivado em diferentes escalas na Austrália (JACOBS, 1998) e Israel (NERD;
MIZRAHI, 1997). Esse sucesso pode ser explicado em parte pelas qualidades e
características das frutas (cores e formas atraentes) e também pelas políticas comerciais
de alguns países produtores e exportadores, por exemplo, Vietnã, Colômbia e Israel.

No Brasil, o cultivo da pitahaya encontra-se em fase de expansão. A maior área produtora


situa-se no estado de São Paulo, com destaque para a região de Catanduva, onde ocorre a
maior produção (BASTOS et al, 2006). Embora ainda apresente pouca expressão
econômica, quando comparada a outras frutas comercializadas, mesmo assim a pitahaya
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vem ganhado espaço a cada ano nos centros de comercialização, devido ao aspecto
exótico e ás propriedades organolépticas apresentadas (MARQUES et al., 2011;
MOREIRA et al., 2011).

Além disso, seus frutos são extremamente vermelhos e atraentes aos consumidores,
possuindo uma polpa esbranquiçada de sabor agradável, levemente adocicado, e
numerosas sementes minúsculas de cor preta (ANDRADE et al., 2005). Enquanto suas
flores são grandes, andróginas e muito marcantes (GUNASENA et al., 2007), sendo
polinizadas por morcegos e mariposas (MERTEN, 2003). As abelhas não são
polinizadores eficientes de Hylocereus spp. (WEISS et al., 1994) devido ao tamanho das
flores e à disposição de suas partes (MERTEN, 2003). Possui antese noturna com duração
aproximada de 15 horas e inicia o fechamento nas primeiras horas da manhã (MARQUES
et al., 2011). Após a polinização, observa-se o início do desenvolvimento do fruto,
caracterizado pela dessecação dos restos florais (MARQUES et al., 2011).

Parte da produção da fruta é encontrada na forma de polpa congelada, doces e sorvetes,


mas é na forma natural que se concentra a maior parte comercializada (BASTOS, et al.,
2006). Essa fruta já começa a ganhar destaque em alguns cardápios brasileiros. No
entanto, a oferta ainda é limitada e, por isso, não atende à demanda dos centros de
comercialização (RODRIGUES, 2010).

A baixa oferta da fruta no mercado se deve à pequena área de cultivo. A falta de


informação relacionada às praticas de manejo da cultura no que se referem à biologia
floral, espécies, nutrição, composição físico-química, poda, colheita, pós-colheita,
comercialização, etc, e a realização de outros estudos, pois são os impasses para a
ampliação das áreas cultivadas com pitahaya no Brasil. Portanto, para expandir a área
cultivada no país é fundamental na melhoria do seu sistema produtivo que o produtor se
aproprie de uma série de novos conhecimentos das distintas áreas.
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IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A introdução de frutas nas práticas alimentares diárias abriu espaço para o consumo de
diferentes espécies frutíferas, inclusive as exóticas, que possuem sabor diferenciado e
interessante conteúdo de minerais, fibras e compostos antioxidantes (JERÔNIMO, 2016).
Assim, é demonstrado o quão grande é o potencial de cultivo de frutas exóticas no Brasil,
o que contribui não somente para a melhoria da economia, mas no desenvolvimento social
e humano de cada uma das regiões produtoras. Dentre as várias opções de espécies
frutíferas exóticas com boas perspectivas de comercialização, encontra-se a pitahaya,
cactácea nativa das florestas tropicais da América Central e do Sul (CANTO et al., 1993;
NERD; MIZRAHI, 1998).

A pitahaya encontra-se no importante grupo de frutas exóticas (HA et al, 2014),


apresentando alto valor comercial (MOREIRA et al., 2011) o que desperta ainda mais o
interesse dos fruticultores em seu plantio e cultivo (CAVALCANTE et al., 2011;
CORDEIRO et al., 2015). Atrelado aos benefícios da produção, a pitahaya possui
atributos físicos, sensoriais e nutricionais interessantes, viáveis à implementação de uma
alimentação saudável, aumentando o interesse do produtor por ser uma opção para
diversificação da fruticultura nacional (SATO et al., 2014).

De todas as partes da planta, os frutos são os que apresentam mais importância econômica
e são boa fonte de vitaminas e minerais, apresentando alto teor de potássio (ABREU et
al., 2012). Podem ser consumidos tanto ao natural, como transformado numa gama de
produtos industrializados como sorvetes, geleias, sucos, caldas e doces (NURUL;
ASMAH, 2014; Figura 1).

Figura 1. Sorvete e suco de pitahaya. Foto: Claudio Posay/ PMC.


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A pitahaya vermelha (Hyloceurus spp.) é uma espécie exótica no Brasil, ou seja, foi
introduzida por ação humana, de maneira acidental ou intencional. Apresenta boa
aceitação para consumo “in natura”, não apenas pelo exotismo de sua aparência, mas em
virtude de suas características sensoriais.

Os preços praticados nos mercados regional, nacional ou internacional estimularam a


extensão e a intensificação do cultivo da pitahaya vermelha em diferentes sistemas de
plantio, no México, Nicarágua, Malásia, Vietnã, Israel e mesmo no Brasil, onde a
produção se dá, predominantemente, em pequenos cultivos e a comercialização está
restrita a mercados com maior poder aquisitivo (ESTELLANA, 2011; ORTIZ-
HERNÁNDEZ; CARRILLO-SALAZAR, 2012).

Os cladódios são utilizados para fabricação de medicamentos, com efeito, espasmolítico,


em vasos coronários, visando à melhora da circulação sanguínea. Nos frutos há, ainda,
uma grande quantidade de betalaínas, pigmentos considerados como alternativa ao uso
de corantes artificiais nos alimentos, uma vez que apresentam estabilidade em pH de 3 a
7 (ESQUIVEL; ARAYA QUESADA, 2012). Os frutos de pitahaya de polpa roxa o
apresentam em maior quantidade, uma vez que não são encontrados somente na casca,
como ocorre em Hylocereus undatus, mas também na polpa (STINTZING et al., 2002).

Somado a isso, há evidências de que alguns corantes naturais podem ser importantes
antioxidantes e a ingestão dos mesmos, particularmente os flavonoides e antocianinas,
mostram uma grande capacidade para captar radicais livres causadores de estresse
oxidativo, sendo preventores de enfermidades cardiovasculares, câncer e outras
desordens associadas com a idade (FIGUEROA et al., 2011). Suas flores apresentam
grande quantidade de flavonoides, e é relatado que a maior quantidade destes
antioxidantes é encontrada nas pétalas (YI et al., 2012). Dos flavonoides, kaempferol é o
principal componente bioativo, e exerce efeito através da quelação metálica (LI et al.,
2013).

A casca do fruto pode ser utilizada como corante natural em bebidas ou agente espessante
ou consistência em cremes hidratantes (HARIVAINDARAM et al., 2008; STINTZING
et al., 2002), além de apresentar alto teor total de fibras alimentares (JAMILAH et al.,
2011). Alguns componentes obtidos da casca da pitahaya vermelha e da polpa branca
(Hylocereus undatus), também demonstraram capacidade de inibir o crescimento de
células cancerígenas (WU et al., 2006; KIM et al., 2011).
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As sementes contêm um óleo com propriedades laxantes (CRANE; BALERDI, 2005) e


inibem a absorção do colesterol no intestino, reduzindo os níveis de colesterol total e LDL
(Lipoproteína de baixa densidade) em humanos.

Como forragem, os cladódios são bem aceitos por gado, ovinos, caprinos e também por
frangos e patos (CASTILLO MARTÍNEZ; CÁLIX DE DIOS, 1997). Os cladódios
imaturos de pitahaya apresentam maiores conteúdos de fibra e proteína do que talos de
Opuntia spp., além de apresentarem grande quantidade de P, K, Mg e Cu (JUÁREZ-
CRUZ et al., 2012), e conteúdo de vitamina C variando entre 63,71-132,95 mg/L
(JAAFAR et al., 2009).

ORIGEM E HISTÓRIA

Nativa das Américas, as cactáceas compreendem cerca de 1.600 espécies, onde mais de
70% ocorrem em regiões áridas e semiáridas do México, Peru, Argentina e Chile
(WALLACE; GIBSON, 2002). No Brasil, as cactáceas estão representadas por 37
gêneros, ocorrendo em ambientes diversos como Cerrados, a Caatinga e a Mata Atlântica
(CALVENTE, 2010). Do total de espécies de cactáceas, cerca de 130 são cactáceas
epífitas, na qual se acham as pitahayas, encontradas em florestas neotropicais e bosques.
As pitahayas são denominadas epífitas secundárias ou epífitas facultativas, uma vez que
inicialmente enraízam no solo, e depois se tornam totalmente epífitas (WALLACE;
GIBSON, 2002). São encontradas desde a costa da Flórida até o Brasil (ORTIZ
HERNANDÉZ; CARILLO SALAZAR, 2012), em regiões úmidas situadas a latitudes de
10º Sul a 25º Norte. A maior diversidade do gênero Hylocereus pode ser encontrada em
países como México, Colômbia, Guatemala, Panamá, Costa Rica, Venezuela, Nicarágua,
Cuba, República Dominicana e Martinica (CASTILLO et al., 1996, citados por
GRIMALDO JUAREZ, 2001).

Esta fruta foi originalmente domesticada pelas culturas pré-colombianas, que a coletaram
silvestremente para alimentação e remédio, mas ainda era desconhecida para muitos. O
primeiro registro que se tem escrito sobre as pitahayas data de 1494, onde Pedro Mártir
de Anglería, historiador do descobrimento das Américas pelos espanhóis, relata: “Há
outra árvore que cresce nas fendas das pedras, não em solo bom; a qual é chamada de
pytahaya”. Já a primeira representação em desenho é datada de 1535, por Gonzalo
Fernández de Oviedo y Valdés, colonizador espanhol, em seu relato ao rei Carlos I,
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“Historia geral e natural das Índias, ilhas e continente do mar oceânico” (RODRÍGUEZ
CANTO, 2013).

Foi até meados da década de 1990 que essa superfruta ganhou destaque (LE BELLEC;
VAILLANT, 2011). A pitahaya é atualmente uma fruta exótica bastante conhecida,
atrativa por sua forma e cor, bem como por suas novas propriedades nutricionais que
chamam a atenção do setor alimentício e comercial. Além disso, é uma planta ornamental
de floração noturna e frutífera (KUMAR et al, 2018). Seu nome significa "fruta
escamosa" e se refere tanto à planta pitahaya quanto a seus frutos (ZEE et al., 2004).

Entretanto, a espécie Hylocereus undatus é a espécie mais cosmopolita. Em sua região de


origem, tradicionalmente os frutos de Hylocereus spp são os mais preferidos e
consumidos (FOUQUÉ, 1969; MIZRAHI et al., 1997; DAUBRESSE BALAYER, 1999;
DE DIOS, 2004). Essas frutas raramente são cultivadas em grande escala fora da
Colômbia, Costa Rica e Nicarágua (BARBEAU, 1990). Eles estão distribuídos em todo
o mundo e cultivados em alguns países tropicais e subtropicais, como Taiwan, sul da
China, Israel, Tailândia, Austrália, Estados Unidos da América e Malásia (MIZRAHI;
NERD, 1999).

Também a fruta é amplamente cultivada no Vietnã, conhecida localmente como "Thanh


Long" ou "dragão verde", uma descrição associada à cor verde da fruta imatura e à
aparência de dragão das escamas ou suportes de frutas (HOA et al. , 2006). Foram os
franceses que introduziram a pitahaya da variedade de polpa branca no Vietnã há 100
anos, a qual cresceu na selva. Durante a Guerra do Vietnã, o exército americano
pulverizou com herbicidas a selva, o que levou à morte das plantações, apenas a pitahaya
resistiu e se tornou alimento para os nativos. Após a guerra, começaram o cultivo com
mais dedicação e se converteu em ponto de atração turística e de exportação com o nome
de “Dragon Fruit” - Fruta de Dragão-, para a França.

Por outro lado, Medina (2015) menciona que a pitahaya amarela é uma epífita facultativa
que evoluiu no sopé da Amazônia andina no Peru, Equador e Colômbia; o que explica
seu comportamento trepador e haste segmentada com facilidade de emissão de raízes
secundárias. Manzanero et al. (2014) argumentam que a pitahaya é uma espécie de cultura
dispersa nos trópicos e subtrópicos que apresenta alto polimorfismo. A espécie sofreu
seleção humana devido à ação de coleta de frutos, situação que promoveu a diversidade
C a p í t u l o I | 17

de frutos em forma, tamanho, cor e qualidade organoléptica, portanto, hoje mais de uma
espécie de pitahaya é conhecida.

O cultivo comercial da pitahaya teve inicio no Vietnã. Na década de 90, foi o primeiro
país a vender a fruta para outras regiões do mundo. Atualmente, mais de 20 países
cultivam e comercializam a fruta (MIZHARI et al., 2004). A maioria dos clones existentes
hoje é oriunda dos clones vietnamitas, porém, melhorados, principalmente para a
obtenção de mais frutos, e mais saborosos, uma vez que possuíam sabor muito brando.

Com a crescente demanda por frutos exóticos, mundialmente, o mercado da pitahaya tem
sido favorecido. Graças a sua rusticidade tem sido vista como alternativa promissora para
cultivo em regiões de solos menos propícios a outras culturas, como solos pedregosos,
arenosos e maciços rochosos (ANDRADE et al., 2008). O alto valor pago pelo quilo da
fruta, também constitui um grande atrativo para o plantio dessa frutífera (JUNQUEIRA
et al., 2002; SOUZA et al., 2006).

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA MUNDIAL

O monitoramento de informações de produção da pitahaya no mundo, ainda se mostra


um tanto limitado e não padronizado. Percebe-se que as estatísticas levantadas para a
cultura, no geral, se restringem a estudos isolados. Desse modo, com o propósito de
ilustrar as estatísticas de produção disponíveis sobre a pitahaya no mundo, foi tomado
como base o estudo de Mercado-Silva (2018) como representado na Figura 2.

Figura 2. Principais países produtores de pitahaya, em 2014 (valores em toneladas).


Fonte: Mercado-Silva, 2018; IBGE, 2019.
Nota: (1) as estatísticas para produção da pitahaya em alguns países ainda são pouco exploradas. Dessa
forma, determinados países produtores do fruto não apresentam dados disponíveis; (2) a informação sobre
a produção do Brasil é referente ao ano de 2017.
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De acordo com a Figura 2, o Vietnã foi o principal produtor de pitahaya do mundo em


2014, produzindo 602.608 toneladas do fruto, o que equivale, praticamente, a três vezes
a produção da China (200 mil toneladas a mais). O restante dos países do ranking,
produziram menos de 50 mil toneladas, como visto nos casos da Indonésia, Taiwan,
Malásia, Nicarágua, México, Myanmar e Brasil. Hoat et al. (2018) admitem que o Vietnã
é o principal produtor, apresentando para o ano de 2015 uma produção de cerca de
686.195,40 toneladas. Esse valor é 83 mil toneladas a mais do que o apresentado no
estudo de Mercado-Silva (2018) que tomou como base o ano de 2014.

A produção da cultura está concentrada na região Sudeste, com cerca de 812,64 toneladas
produzidas em 2017, contribuindo com 54,42% da produção nacional. A região Sul com
502,08 toneladas, responde por 33,62% da produção e a Norte, com 157,01 toneladas, por
10,52% da produção nacional, são as três regiões mais representativas nesse cultivo,
conforme dados apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Produção de pitahaya entre as regiões brasileiras, 2017.


Regiões Produções (Ton.) Participação (%)
Sudeste 812,64 54,42
Sul 502,08 33,62
Norte 157,01 10,52
Centro Oeste 12,35 0,83
Nordeste 9,12 0,61
Brasil 1.493,19 100,00
Fonte: IBGE (2019).

O Sudeste do Brasil tornou-se a principal produtora de pitahaya do País em razão de sua


boa aclimatação da cultura na região (NUNES et al., 2014). Outro aspecto que aparenta
ter contribuído para o aumento da produção na região é a mudança de comportamento do
consumidor no Estado de São Paulo, que segundo o SEBRAE (2017) começou a se
interessar mais pelo consumo de frutas exóticas.

Em 2017, o Estado de São Paulo foi o maior produtor nacional da cultura com 516,20
toneladas no ano, seguido por Santa Catarina (328,49 toneladas), Minas Gerais (185,91
toneladas) e o Estado do Pará (156,39 toneladas; 99,60% da Região Norte). O Rio de
Janeiro ocupa a 5ª posição, com uma produção de 55 toneladas a menos que o Pará, como
observado na Figura 3 (IBGE, 2019).
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Figura 3. Produção em toneladas e percentual dos 10 principais estados brasileiros


produtores de pitahaya no ano de 2017. Fonte: IBGE, 2019.

Por outro lado, a espécie Hylocereus undatus (Figura 4), com a maior área cultivada
(BETANCOURT et al., 2010), é nativa da América Central e parte da América do Sul
(MERTEN, 2002). No Brasil, segundo Nunes et al. (2014) a espécie Hylocereus undatus
passou a ser cultivada na década de 1990, no Estado de São Paulo. Em 2000, outras
espécies como a Hylocereus polyrhizus foram introduzidas, também sendo reportada por
Junqueira et al. (2002) a espécie Selenicerus setaceus. Mundialmente, a distribuição desta
espécie é dada da seguinte forma: 7.350 ha no Vietnã, 1.050 ha na Tailândia
(BETANCOURT et al., 2010), 927 ha na Malásia (MASYAHIT et al., 2009), 504 ha no
México ( SAGARPA, 2009), 125 ha em Israel e áreas menores no Brasil e nos Estados
Unidos (BETANCOURT et al., 2010).

Figura 4. Fruto com casca vermelha e polpa branca da pitahaya Hylocereus undatus
(Haw.) Britton & Rose. Foto: Arquivo divulgado na Wikipédia.
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A espécie Hylocereus costaricensis é nativa da Costa Rica e Nicarágua (STEVENS et al.,


2001; Figura 5). Existem 1.070 ha na Tailândia, 1.050 ha na Malásia e 735 ha na
Nicarágua (BETANCOURT et al., 2010).

Figura 5. Fruto de casca vermelha e de polpa roxa da pitahaya Hylocereus costaricensis


(F. A. C. Weber) Britton & Rose.

A pitahaya amarela Selenicereus megalanthus é nativa da Colômbia, Peru, Bolívia,


Equador e Venezuela (LIM, 2012; Figura 6) e é conhecida também como “Colombiana‟
(GALVÃO, 2015). São plantados 691 ha desta pitahaya na Colômbia, (MEDINA et al.,
2013), em Israel, são 100 ha (BETANCOURT et al., 2010), no Equador, o último relatório
oficial do INEC indica que em 2000 havia 165,5 ha de pitahaya amarela (MOLINA et al.,
2009). A espécie Selenicereus megalanthus também é cultivada em menor escala no
Brasil, Peru, Guatemala, Panamá e El Salvador (BETANCOURT et al., 2010).

Figura 6. Fruto de casca amarela, com espinhos, e de polpa branca da pitahaya


Selenicereus megalanthus (Schumann ex. Vaupel, Moran). Fonte: Ecoagricultor.
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Em relação ao Brasil, no ano de 2013 foram comercializadas mais de 319 toneladas de


pitahaya, originárias de cinco estados brasileiros. Há também um grande volume de
pitahaya importada da Colômbia, sendo que em 2013 cerca de 6% do volume
comercializado nas CEASAS foi originado desse país. Em ordem de volume
comercializado, por estado, estão São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Paraná e Goiás, com
destaque para o Estado de São Paulo, responsável por mais de 92% da quantidade
comercializada nas CEASAS (mais de 270 toneladas). Em segundo lugar está Minas
Gerais, com pouco mais de 5,62% (16.380 kg), seguido pelo Ceará (1,16% do total
comercializado, equivalente a 3.399 kg). A pitahaya de Minas Gerais é originária das
cidades de Contagem, Janaúba, Jaíba e Turvolândia, sendo esta última responsável por
75% do volume comercializado. A pitahaya do Ceará é proveniente da cidade de
Beberibe, a de Goiás do município de Planaltina e a do Paraná das cidades de Abatiá,
Assaí, Bandeirantes, Marialva e Santa Mariana (PROHORT, 2014).

BOTÂNICA, MORFOLOGIA E FISIOLÓGICA

-Aspecto Botânico

Os frutos de cactos comestíveis de médio e de grande tamanho são produzidos por


membros da subfamília Cactoideae, tribo Hylocereeae. Eles são conhecidos na América
Latina como pitahaya ou pitaya; sendo que pitahaya geralmente se refere aos frutos de
espécies trepadeiras, enquanto pitaya aos frutos de espécies colunares (eretas), embora
existam outras variações consideráveis (ORTIZ-HERNÁNDEZ, 1999).

Desde 1980, o esforço tem sido feito para cultivar cactos trepadeiras dos gêneros
Hylocereus e Selenicereus e cactos colunares dos gêneros Cereus e Stenocereus (que
incluem nomes comuns de origem étnica ou criados por produtores; Tabela 2), sendo que
a espécie Stenocereus queretanoensis é a mais cultivada, embora a área de crescimento
das plantações desta pitaya está ainda em fase embrionária.
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Tabela 2. Cactos tipos trepadeiras e colunares cultivados para produção de frutos.


Espécies Nomes comuns Principais países produtores Características do fruto
CACTO TREPADEIRA (Figura 7)
Hylocereus costaricensis Pitahaya, pitahaya Nicaragua, Guatemala Grande globoso, casca
(Weber) Britton & Rose vermelha. vermelha escura
(raramente amarela)
com brácteas grandes,
polpa vermelha escura.
Hylocereus polyrhizus Pitahaya, pitahaya Israel Grande oblongo, casca
(Weber) Britton & Rose vermelha, Eden vermelha escura com
vermelha (Israel). brácteas grandes.
Hylocereus undatus Pitahaya, pitahaya Vietnam, México, Taiwan, Grande oblongo, casca
(Haworth) Britton & vermelha, fruto do Tailândia, Camboja, Israel, vermelha (raramente
Rose dragão (Ásia) Eden Filipinas. amarelo) com grandes
(Israel) escamas ou brácteas
esverdeadas, polpa
branca.
Selenicereus megalanthus Pitahaya, pitahaya Colômbia, Equador, Israel. Médio oblongo, casca
(Schum ex Vampel) vermelha, pitahaya amarela com tubérculos
Moran (Mediocactus amarela. e espinhos, polpa
coccineus, M. branca.
megalanthus)
CACTO COLUNAR
Cereus peruvianus (In) Pitaya, cacto-maçã, Israel, Estados Unidos Oblongo médio-grande,
Miller (C. jamacaru; C. koubo (Israel) (California) casca lisa, sem espinhas,
uruguayanus) geralmente vermelha,
polpa branca.
Stenocereus griseus Pitaya, pitaya de México Casca verde ou
(Haworth) Buxbaum Maio. vermelha; polpa
avermelhada.
Stenocereus Pitaya, pitaya de México Médio globoso, casca
queretaroensis (Weber) Queretaro. com espinhos, verde ou
Buxbaum vermelho, polpa branca
ou colorida, muitas
vezes roxa.
Stenocereus stellatus Pitaya, pitaya de México Médio globoso, casca
(Pfeiffer) Riccobono Agosto. com espinhos, verde ou
vermelho, polpa branca
ou colorida.
Fonte: Nerd, A.; Tel-Zur, N.; Mizrahi, Y (2002).
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Figura 7. Cactos trepadeiras da espécie Hylocereus spp. Foto: Wikipédia.

As palavras pitayas e pitahayas são originárias do idioma taíno, pertencente à família


linguística arahuaca, e significa fruta escamosa. No México, são termos usados para se
referir a gêneros distintos (Pitayas - cactáceas colunares dos gêneros Stenocereus e
Cereus e pitahayas - cactáceas epífitas secundárias dos gêneros Hylocereus e
Selenicereus), o que causava até pouco tempo confusão, principalmente, no caso de
pitahaya, pois, devido às variantes fonéticas, era pronunciado como “pitaaya" ou como
“pitajaya”, sendo a segunda forma a correta, “pitajaya”, pois o som de h, tanto no idioma
taíno original, quanto no idioma maia, tem um som similar ao j espanhol (RODRÍGUEZ
CANTO, 2000). Atualmente, a maioria dos trabalhos refere-se a elas como pitaya. Na
América Central e América do Sul, pitaya e pitahaya são palavras utilizadas para se referir
à mesma fruta (ORTIZ HERNÁNDEZ; CARRILLO SALAZAR, 2012), pertencentes aos
gêneros Hylocereus e Selenicereus.

A pitahaya pertence ao gênero Hylocereus da família botânica Cactaceae. O gênero


Hylocereus é caracterizado por plantas trepadeiras com raízes adventícias (aéreas) que
carregam em cada extremidade do cladódio uma baga glabra com grandes escamas
(FOURNET, 2002). As espécies Hylocereus spp são diploides (2n = 22) (DE DIOS, 2004;
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LICHTENZVEIG et al., 2000). A família dicotiledônea Cactaceae (Caryophyllales)


compreende entre 120 e 200 gêneros consistindo de 1.500 a 2.000 espécies encontradas
especialmente nas regiões semidesérticas e tropicais quentes das Américas Central, Norte
(México) e Sul (SPICHIGER et al., 2000). As cactáceas são apreciadas principalmente
por suas qualidades ornamentais, mas também incluem cerca de 250 espécies cultivadas
de frutíferas e industriais (FOUQUÉ, 1969). No entanto, poucas espécies têm valor
econômico. O gênero Opuntia Mill. é provavelmente o mais amplamente cultivado por
seus frutos (cacto, figo, etc) e Dactylopius coccus, (Costa), o hospedeiro do inseto
cochonilha do qual se extrai o corante vermelho (MIZRAHI et al., 1997). O inseto
cochonilha também é criado em Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck (SPICHIGER et
al., 2000).

Nas Américas, muitas espécies e diferentes frutas cultivadas são chamadas de pitahaya,
um nome genérico e popular que torna sua classificação botânica difícil. No entanto, todas
as frutas da PITAHAYA são agrupadas em dois gêneros principais: Hylocereus Britton
& Rose e Selenicereus (A. Berger) Riccob (cactos trepadeiras), enquanto as frutas da
PITAYA também são agrupadas em dois gêneros: Stenocereus Britton & Rose, e Cereus
Mill. (cactos colunares) (BRITTON; ROSE, 1963; MIZRAHI et al., 1997). Mesmo assim,
é necessário focar especificamente nas espécies Hylocereus por serem mais cultivadas.

Por conseguinte, as pitahayas pertencentes aos cactos trepadeiras prevalecem em dois


gêneros separados, "Hylocereus" e "Selenicereus". As variedades mais comumente
cultivadas comercialmente são do gênero Hylocereus, que abrange cerca de 16 espécies
diferentes (BAUER, 2003). Nesta última classificação, Hunt (2006) relata que a espécie
Selenicereus megalanthus foi reclassificada como Hylocereus megalanthus (16 + 2)
(ORTIZ; CARRILLO, 2012). Sua taxonomia foi revisada e é apresentada na Tabela 3.
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Tabela 3. Classificação taxonômica da pitahaya (Hylocereus spp.).


Nome científico Hylocereus spp.
Reino Plantae (Plantas)
Sub-reino Viridaeplantae
Divisão Tracheophyta; Magnoliophyta (Plantas com flores)
Sub-divisão Spermatophytina
Infradivisão Angiospermae
Classe Magnoliopsida (Dicotiledôneas)
Super-ordem Caryophyllanae
Ordem Caryophyllales
Família Cactaceae – cactácea
Sub-família Cactoideae
Tribo Hylocereeae
Gênero Hylocereus
H. extensus (Salm- Dyck ex De Candolle)
H. setaceus (Salm-Dyck ex De Candolle)
Espécies H. tricae (Hunt)
H. minutiflorus Br. and R.
H. megalanthus (Schum. ex Vaupel)
H. stenopterus (Weber) Br. and R.
H. calcaratus (Weber) Br. and R.
H. undatus (Haw.) Br. and R.
H. escuintlensis (Kimn.)
H. ocamponis (Salm-Dyck) Br. and R.
H. guatemalensis (Eich.) Br. and R.
H. purpusii (Weing.) Britton & Rose
H. polyrhizus (Web.) Britton & Rose
H. costaricensis (Weber) Br. and R.
H. trigonus (Haw.) Safford
H. triangularis (L.) Br. and R.
H. hybridum
H. monacanthus
Fonte: Esquivel e Araya (2012); Bauer (2003).

A taxonomia dos cactos tem sido muito confusa, muitos sinônimos são encontrados. Em
1984, o "The International Cactaceae Systematics Group" apoiado pelo "Royal Botanic
Garden" (ICSG) de Kew (Tabela 4), realizou a classificação para o gênero Selenicereus
(ANDERSON, 2001).

Tabela 4. Classificação taxonômica de pitahaya do gênero Selenicereus ao táxon de nível


mais elevado.
Nome científico Selenicereus ssp.
Reino Plantae
Sub-reino Tracheobionta
Super-divisão Spermatophyta
Divisão Magnoliophyta
Classe Equisetopsida C. Agardh
Sub-classe Magnoliidae Novák ex Takht.
Sub-ordem Caryophyllanae Takht.
Ordem Caryophyllales Juss. ex Bercht& J. Presl
Família Cactaceae Juss.
Gênero Selenicereus (A. Berger) Britton & Rose
Espécie Selenicereus sp. (K. Schum. ex Vaupel) Moran
Fonte: Medina et al. (2013).
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É importante destacar que os cromossomos nas Cactaceae têm um número base de n = 11


(GIBSON; NOBEL, 1986). As espécies de Hylocereus spp (diploides 2n = 22) cultivadas
são Hylocereus costaricensis, Hylocereus polyrhizus e Hylocereus undatus e as espécies
de Selenicereus spp mais pesquisadas são tetraploides (2n = 44; BEARD, 1937;
SPENCER, 1955; LICHTENZVEIG et al., 2000), embora seja altamente cultivado a
espécie Mediocactu megalanthus ou Mediocactus coccineu; (MORAN 1953; INFANTE,
1992; WEISS et al., 1955) Portanto, Selenicereus e outras espécies de Selenicereus
(BRITTON; ROSE, 1963) é compatível com vários Hylocereus spp sugerindo que a
espécie Selenicereus megalanthus se originou de uma hibridização intergenérica entre
espécies de Hylocereus spp e Selenicereus spp. (LICHTENZVEIG et al., 2000).

Por outro lado, os cactos colunares são muito menos cultivados do que os cactos
trepadeiras, e pouco se sabe sobre sua flexibilidade ambiental (MIZRAHI et al., 1997).
Dentre eles, as espécies Stenocereus spp são as mais cultivadas. Elas são plantadas no
México em ou perto de seus habitats naturais, que têm um clima semitropical com chuvas
de verão (cerca de 65%) e de inverno em um total de 400 a 800 mm anuais (PIMIENTA-
BARRIOS; NOBEL, 1994; PIMIENTA-BARRIOS, 1997; Figura 8). Vale destacar que
os cactos colunares não fazem parte do presente trabalho.

Figura 8. Pomar de Cereus peruvianus (cactos colunares) com três anos de idade
estabelecidos próximo à costa sul de Israel. Foto: Nerd, A.; Tel-Zur, N.; Mizrahi, Y.
(2002).
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-Aspecto Morfológico

Planta – Os cactos trepadores do gênero Hylocereus são nativos das regiões tropicais da
América do Norte, Central e América do Sul (ESQUIVEL, 2004). A planta pitahaya é
uma espécie frutífera perene e de hábito epífita secundária (trepadeira), pertencente à
familia das cactáceas e ao gênero Hylocereus, e está dentro da ordem das Caryophyllales,
que é caracterizada pela presença de aréolas contendo espinhos. As plantas destas
espécies desenvolveram o metabolismo das classuláceas para adaptar-se a situações de
baixa disponibilidade de água, abrindo os estômatos à noite para evitar perda de água
durante o dia (FAO, 2001).

No caso da pitahaya vermelha (Hylocereus undatus Haw), os frutos são vermelhos


externamente, sendo muito atrativos ao consumidor, com polpa esbranquiçada, de sabor
agradável, levemente adocicado, apresentando um grande número de diminutas sementes,
de coloração preta (Figura 9). Devido à sua rusticidade, é vista como uma alternativa
potencialmente viável também para o aproveitamento de solos pedregosos, arenosos e
maciços rochosos.

Figura 9. Morfológica da pitahaya: raízes, cladódio principal, flor, fruto e semente. Foto:
Arquivo divulgado por infoagronomo.net.
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Raiz – Seu sistema radicular é fasciculado e superficial, podendo se estender até 4 metros
horizontalmente e se aprofundar até 30 cm (MEDINA et al., 2013), além de assimilar
baixos teores de nutrientes (LE BELLEC et al., 2006).

A planta de pitahaya originada por semente apresenta dois tipos de raízes: uma principal,
que se desenvolve a partir da radícula e, depois de algum tempo se atrofia, e forma as
raízes adventícias, basais e aéreas. As raízes adventícias basais são compridas, delgadas,
ramificadas e se distribuem superficialmente sobre o solo e são originárias de parte do
cladódio que está abaixo do substrato. As aéreas aparecem distintamente ao longo dos
cladódios, preferencialmente em sua base mais plana (Figura 10), as quais servem,
principalmente, para a planta se segurar ao tutor no qual está apoiada, mas também
absorvem água e nutrientes, e algumas chegam ao solo (HERNÁNDEZ CRISANTO,
2006). As pitahayas propagadas vegetativamente por meio de estacas apenas
desenvolvem raízes adventícias, carecendo de raiz principal. As raízes são originadas da
região do periciclo, e se dirigem à epiderme, passando pelo córtex (CAVALCANTE,
2008).

Figura 10. Destaque da aréola, espinhos e raiz adventícia no cladódio. Foto: Arquivo
divulgado por agroflorestapedras.wixsite.com.
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Cladódios – O caule ou filocladódio (classificado morfologicamente como cladódio) é


suculento, que além de ser receptor e regulador da água participa da fotossíntese. É de cor
verde, tem três a cinco arestas ou costelas com aréolas nas bordas, que apresentam grupos
de espinhos de 2 a 4 mm, considerados ramos ou folhas modificadas. Entre os genótipos
de pitahaya cultivados, ocorrem diferenças entre o número de costelas, margens das
costelas e distância entre as aréolas, como pode ser observado na Figura 11. Da parte
superior das aréolas nascem os ramos e as flores (JIRÓN, 1997). Ou seja, os espinhos
protegem as aréolas (gemas axilares), das quais se desenvolvem os botões florais
(ROMÁN, 2011) nas axilas dos espinhos (Figura 12). A cor e o número dos espinhos
também são variáveis com a espécie (SILVA, 2014).

Figura 11. a) Medida da distância entre aréolas (b), altura da margem das costelas ou
bordas (c) Aréola na margem do cladódio, (d) Cladódio de Hylocereus polyrhizus, (e)
Cladódio de Hylocereus undatus. Fotos: Adriana de Castro Correia da Silva (2014) e
Patrícia Graosque Ulguim Züge – (d;e) (2019).
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Figura 12. a-b) Emissão de gema florífera (botões florais) na axila dos espinhos. Fotos:
Arquivo divulgado por ID 32472798 © Klodien|Dreamstime.com e Adriana de Castro
Correia da Silva (2014).

As pitahayas são plantas cujos caules ou cladódios abrem seus estômatos apenas pela
noite, o que constitui uma adaptação fisiológica para evitar a perda de água por
transpiração durante o dia, quando as temperaturas são elevadas. Devido a essa
característica, eles estão situados no grupo de plantas CAM (Metabolismo Ácido das
Crassuláceas), ao que pertencem todos os cactos e muitas espécies epífitas das zonas
tropicais (CUSHMAN, 2001).

Flores – Os botões florais apresentam rápido desenvolvimento até a antese, de cerca de


três semanas em Israel e no Brasil (NERD et al., 2002; SILVA et al., 2015) e de seis no
Equador (PEREIRA, 1991). As flores são hermafroditas e actinomorfas, e se
desenvolvem diretamente dos cladódios. São grandes (20 a 40 cm de comprimento e 25
cm de diâmetro máximo), aromáticas, brancas, muito vistosas e atrativas para os insetos
polinizadores (BARBEAU, 1990; WEISS et al., 1994; Figura 13). Sua flor tem a forma
tubular ou campânula (sino), com ovário na parte inferior (coberto de espinhos no caso
do gênero Selenicereus), com um único lóbulo, câmara nectarial e com a presença de
numerosos estames, arranjados em duas fileiras ao redor do pistilo, formado por 14 a 28
C a p í t u l o I | 31

estiletes de cor creme. As brácteas são totalmente verdes ou verdes com bordas vermelhas
e pétalas brancas, amarelas ou rosadas (GARCÍA, 2003). O pólen é abundante e de cor
amarela (DONADIO, 2009; Figura 14). A coloração das sépalas é variável com a espécie,
podendo ser totalmente esverdeadas ou apresentar os ápices avermelhados. Os estames e
estigmas lobulados são de cor creme. De modo geral, os estigmas apresentam tamanhos
superiores às anteras, impedindo a autopolinização, com abertura durante a noite,
mantendo-se abertas até as primeiras horas do dia. A antese ocorre à noite, iniciando-se
no fim da tarde e mantendo-se abertas até as primeiras horas do dia, e as flores só abrem
uma vez. Ou seja, o fechamento ocorre na manhã seguinte, sendo que em dias nublados
leva-se mais tempo para que ocorra seu fechamento. As primeiras floradas ocorrem no
início das chuvas, após serem polinizadas ficam em posição pendente (JIRÓN, 1997).
Esses cactos trepadeiras caracterizam-se por apresentarem flores solitárias, formando
somente uma flor por extremidade de cladódio.

Figura 13. Flor aberta de pitahaya, destacado o estigma (seta vermelha). Fotos: Jonathan
H. Crane (2005).
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Figura 14. A) Anatomia da flor de pitahaya (pétalas, estigma, antera, filetes ou


filamentos, estilete, folhas verdadeiras, pericarpo, ovário; e B) Anatomia da flor quando
floresce (1. Antera; 2. Estigma). Fotos: Kada’s Gardens (2013).

É importante conhecer os ciclos de floração da planta, pois permite ao produtor programar


seu período de corte ou colheita. Numa mesma planta, várias fases de desenvolvimento
podem coincidir num determinado momento: frutos maduros, frutos com 12 a 20 dias de
desenvolvimento, flores prestes a desabrochar, flores dois dias após a floração e gemas
florais recém-brotadas (BARBEAU, 1997; Figura 15).

Figura 15. Flores recém-polinizadas, vingamento dos frutos, em desenvolvimento e


amadurecendo do fruto ao mesmo tempo em uma planta de Hylocereus undatus. Foto:
Salvador Magraner Mifsud (2020).
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Floração – O florescimento da pitahaya é assíncrono, havendo flores em diferentes


estágios de diferenciação e desenvolvimento de frutos simultaneamente. Teoricamente,
podem ocorrer 7 a 9 fluxos de floração, mas na prática são apenas 5 a 6 fluxos e ocorrem
durante todo o período de florescimento (Figura 16), visto que alguns não ocorrem ou são
muito fracos, por razões nutricionais ou climáticas. Alguns agricultores acreditam que o
fato de deixar que o fruto amadureça totalmente na planta causa um atraso no
aparecimento de um novo fluxo de floração. É importante saber também que a aplicação
de irrigação durante a estação seca não causa floração e somente o aporte de água nos
dias próximos à estação chuvosa parece ter uma resposta positiva, visto que
aparentemente o processo de floração é dependente do fotoperiodismo. A queda de flores
é um fenômeno importante e suas causas são desconhecidas; aplicações de fertilizantes
foliares ou ureia foliar parecem reduzi-la (BARBEAU, 1997; Figura 17). A frequência e
intensidade das chuvas decorrentes do inverno dão origem a uma série de eventos
fisiológicos e fitossanitários que afetam a qualidade e o rendimento das produções,
ultrapassando o limiar de prejuízos econômicos. É assim que o percentual do pegamento
de frutos diminui devido ao aborto das flores, possivelmente devido à morte dos grãos de
pólen e devido ao excesso de hidratação que aumenta a umidade no ambiente.

Figura 16. Destaque de um fluxo de floração da planta de pitahaya.


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Figura 17. Aborto floral (queda de flores) provocado pelo excesso de chuvas. Fonte:
Engenheiros Agrônomos SAS.

No hemisfério Sul, o florescimento ocorre de novembro a abril, com cinco a seis fluxos
de floração, enquanto, no hemisfério norte o período de florescimento acontece de maio
a outubro (LE BELLEC et al., 2006; JIANG et al., 2012), sendo possível observar plantas
com botões florais em estágio inicial, botões em desenvolvimento, fruta verde e fruta
madura em um único período (MARQUES et al., 2011). No Brasil, o período reprodutivo
tem sido entre os meses de novembro e maio, com até cinco fluxos de florada por safra e
com curto período entre o aparecimento do botão floral e a maturação do fruto, variando
de 50 a 60 dias (MARQUES et al., 2011). Esse tempo pode ser maior ou menor,
dependendo da região de cultivo, pois, nas condições mexicanas, esse ciclo tem
apresentado variação de 39 a 52 dias (CASTLLO; ORTIZ, 1994).

Na região de Jaboticabal, ocorrem nove fluxos floríferos, com maior emissão de flores no
mês de dezembro (SILVA, 2011), enquanto em Lavras, MG, são relatados entre 3 a 5
fluxos de flores (MARQUES et al., 2011a). O desenvolvimento dos frutos é relativamente
curto, de 34 a 43 dias após a antese, ocorrendo antecipação da maturação em condições
de temperaturas mais elevadas (SILVA, 2011).

A pitahaya tem período de florescimento médio durante o ano relacionado à região de


cultivo, isto porque é uma espécie dependente do fotoperiodismo, caracterizando-se como
de dias longos (LUDERS, 2004). As flores são eretas e quando abertas são orientadas
C a p í t u l o I | 35

pela busca de luz. Uma boa floração está em função de alguns fatores como a umidade,
luz, temperatura e condição nutricional da planta.

Para que ocorra a polinização cruzada ou autopolinização é necessário que a flor se abra,
o que ocorre à noite, sendo sua abertura precedida de várias etapas. A partir das 12 horas
há um inchamento do bulbo floral e o início da deiscência das anteras. No início da noite
(após as 19 horas), se dá a abertura floral, com separação do perianto e das brácteas,
estágio no qual as anteras já estão com sua máxima deiscência. A abertura máxima da
flor acontece entre 23h do primeiro dia até à 1h do dia seguinte. Os lóbulos do estigma se
estendem, mas como há uma separação dos estames e uma diferença de altura entre os
órgãos, a autopolinização é dificultada (DELGADO et al., 2010; MARQUES, 2010). É
importante destacar que muitas das espécies de pitahaya requerem agentes externos para
que realizem a polinização cruzada, mas como só abrem em uma única noite, então são
necessários agentes efetivos na polinização. Embora as formigas e as abelhas participem
dessas ações, mesmo assim sua eficiência é muito baixa.

Fruto – O fruto é caracterizado como baga indeiscente, geralmente oblongo a oval, com
10 a 12 cm de diâmetro (tamanho médio a grande). Os frutos são de coloração com
tonalidades amareladas à vermelhas com escamas foliares (brácteas distribuídas
helicoidalmente), protegendo o fruto, contendo espinhos nas espécies Selenicereus
megalantus e Selenicereus setaceus. No caso do Selenicereus megalanthus, a casca é
coberta por tubérculos espinhosos, mas os espinhos são facilmente removíveis quando os
mesmos se encontram maduros (Figura 18). Enquanto as cascas finas da espécie
Hylocereus spp possuem escamas que contribuem para o aspecto atraente dos frutos, que
também são utilizadas de forma decorativa. Os frutos das produções de espécie
Hylocereus spp são geralmente grandes (até 1.000 g), duas a três vezes mais pesados do
que os de Selenicereus megalanthus. O seu desenvolvimento ocorre entre 34 a 43 dias
após a antese, ou seja, após a abertura do botão floral, sua maturação pode ser antecipada
sob condições de altas temperaturas. Os frutos são sensíveis a injúrias causadas pelo frio
(“chilling”); são classificados não climatérios (ZEE et al. 2004); e são colhidos quando
atingem a sua maturidade fisiológica (NERD; MIZRAHI, 1998; NERD et al., 1999).
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Figura 18. a) A- Casca interna e externa e polpa de frutos de Hylocereus undatus; B-


Casca interna e externa e polpa de frutos de Hylocereus costaricensis; e C- Fruto da
pitahaya com espinho da espécie Selenicereus megalanthus. Fotos: Lessa (2018) e Vargas
et al. (2020).

A polpa é formada a partir do desenvolvimento do ovário e a casca a partir do receptáculo


que circunda o ovário (MIZRAHI; NERD, 1999), e exibem uma correlação positiva entre
o peso do fruto e o número de sementes (WEISS et al., 1994; NERD; MIZRAHI, 1997).
A polpa apresenta coloração que varia do branco ou colorido e é suculenta, com conteúdo
de massa variando de 60 a 160 g, com a presença de numerosas sementes pequenas bem
distribuídas de coloração escura, com 2 a 3 mm de largura, macias e digeríveis
(HERNÁNDEZ, 2000).
C a p í t u l o I | 37

Sementes – As sementes são negras, obovadas, de 2-3 mm de largura, em grande


quantidade, distribuídas na polpa do fruto e com elevada capacidade de germinação
(ORTIZ-HERNÁNDEZ, 2000). Essas sementes são pequenas, macias e de cor preta
(Figura 19). Esquivel et al. (2007) relataram teores de sementes entre diferentes genótipos
de frutos de pitahaya variando de 27 a 46 g de semente por kg de fruto (VILLALOBOS-
GUTIÉRREZ et al., 2012). A análise da composição aproximada de sementes de pitahaya
vermelha (Hylocereus sp.) mostrada na Tabela 5 foi determinada para três lotes de
diferentes sementes.

Figura 19. Fruto da pitahaya vermelha, (b) sementes e (c) óleo extraído das sementes.
Fotos: Villalobos-Gutiérrez et al. (2012).

Tabela 5. Composição aproximada das sementes de pitahaya vermelha.


Componente g / kg de semente (base peso fresco)
Umidade 126 + 15
Carboidratos totais 352 + 15
Fibra alimentar 302 + 19
Gordura 296 + 6
Proteína 206 + 6
Cinzas 21 + 1
Obs: Valor médio de três determinações (desvio padrão). Fonte: Villalobos-Gutiérrez et al. (2012).
C a p í t u l o I | 38

Óleo - As sementes de Hypocereus undatus e Hypocereus polyrhizus apresentam grande


teor de óleo, sendo que Hypocereus undatus apresenta maior teor (28,37%) que
Hylocereus polyrhizus (18,33%). Portanto, o óleo da pitahaya pode ser usado como uma
nova fonte de óleo essencial (Figura 20). Os principais ácidos graxos presentes, em ambas
as espécies, são o ácido linoleico, oleico e palmítico, sendo que o ácido linoleico constitui
cerca de 50% do total de ácidos graxos presentes, teor comparável com o encontrado em
sementes de uva e de canola (LIM et al., 2010). Considerando o alto teor de ácidos graxos
insaturados (753 g/kg), em particular ácido oleico (239 g/kg) e linoleico (466 g/kg), o
óleo de semente de pitahaya representa uma fonte valiosa para aplicações culinárias,
cosméticas e farmacêuticas (VILLALOBOS-GUTIÉRREZ et al., 2012).

Figura 20. Óleo extraído de sementes de pitahaya. Foto: fruitinformation.com.


C a p í t u l o I | 39

-Aspecto Fisiológico

Germinação – As sementes apresentam grande capacidade de germinação, com valores


superiores a 80%, e germinam em uma ampla faixa de temperatura (EL OBEIDY, 2006,
KATAOKA et al., 2013). A remoção de sua mucilagem melhora a emergência e o vigor
das plântulas, e pode ser feita através de imersão das sementes em solução de HCL 1:2
por 1 hora (ALVES et al., 2012; Figura 21). Podem ser armazenadas por um ano,
mantendo alta germinação, se mantidas em ambiente seco e sob temperatura de 4ºC
(KATAOKA et al., 2013).

Figura 21. Sementes e plântula de pitahaya. Fotos: P. Gomez-Barreiro.

A germinação começa no segundo dia e termina no nono dia, apresentando o maior


número de sementes germinadas nos dias quatro e cinco. A germinação de um lote ou
grupo de sementes não ocorre de maneira uniforme (Figura 22). No primeiro momento,
começa a germinação de algumas sementes, até que depois de um tempo todas aquelas
que têm condições favoráveis para germinar. O tempo decorrido entre o início da
germinação e seu término, pode ser curto ou longo, quanto menor for esse período, maior
será o poder germinativo. Essa velocidade é considerada como o vigor de germinação e
pode ser medida em função do tempo. Esses resultados sugerem um grande poder
C a p í t u l o I | 40

germinativo (CORREA, 1997), visto que o processo foi completado em 80% das
sementes entre os dias quatro e cinco (CORREA, 1997).

Figura 22. Corte longitudinal da semente de pitahaya e características anatômicas do


embrião da pitahaya amarela: a. Cotilédones; b. Meristema epicótilo; c. Eixo raiz-
hipocótilo; d. Radícula; e. Procambium; f. Rafe. g. Cutícula ou tegumento interno. (X4).
Safranina y Fastgreen. Fotos: P. Gomez-Barreiro e R. S. SUÁREZ (2011).

Dormência e pré-tratamentos: Altas porcentagens de germinação foram alcançadas em


sementes armazenadas no MSB (Millennium Seed Bank) sem nenhum pré-tratamento.
Sementes dessa espécie não apresentam dormência. No entanto, mais estudos são
necessários para confirmar a ausência de qualquer classe de dormência de sementes.
Antes da semeadura no viveiro em San Rafael, Coxcatlán (México), as sementes foram
esterilizadas em superfície com hipoclorito de sódio a 4% por 30 minutos. Os lotes de
sementes armazenados no MSB germinaram entre 80–90% quando incubado na luz (8 ou
12 horas de luz por dia) em temperaturas constantes (21–25 ºC), enquanto outro lote
apresentou germinação de 70% em temperaturas mais altas (30 ºC).
C a p í t u l o I | 41

BIOLOGIA FLORAL
Poucos estudos foram realizados sobre a biologia floral das espécies Hylocereus undatus
e Hylocereus costaricensis, visando melhorar o potencial de cultivo dessa fruta, as quais
são consideradas as mais cultivadas no mundo (WEISS et al., 1994; MIZRAHI et al.,
1997). Além disso, o gênero Hylocereus é endêmico da Costa Rica e do México
(DAUBRESSE BALAYER, 1999; CASTILLO et al., 2003).

As flores dessas duas espécies aparecem sob as aréolas; são grandes (mais ou menos 30
cm), em forma de funil, e noturnal (flor é aberta a noite). O ovário está localizado na base
de um longo tubo que leva as escamas foliáceas para o exterior. Existem numerosos
estames em uma haste delgada de antera. O estilo tubular incomumente grande tem 20
cm de comprimento e 0,5 cm de diâmetro; os estigmas têm 24 lóbulos delgados, de cor
verde cremosa (DAUBRESSE BALAYER, 1999; LUDERS, 1999). O aumento floral não
depende da disponibilidade de água, mas da duração do dia; no Vietnã, a indução floral
costuma ser acionada com luz artificial para aumentar a duração do dia. Na Ilha da
Reunião, foi demonstrado que o número de flores obtidas com luz artificial à noite é
proporcional à distância entre o ponto de recebimento e a fonte de luz (LAVIGNE, 2003).
Os botões florais podem permanecer no estágio latente por várias semanas
(DAUBRESSE BALAYER, 1999), e o início da floração geralmente ocorre após a
estação das chuvas (BARBEAU, 1990).

No hemisfério sul, Hylocereus undatus e Hylocereus costaricensis florescem de


novembro a abril e, no hemisfério norte, de maio a outubro (N’GUYEN, 1996; WEISS et
al., 1994 ; BARBEAU, 1990). Os fluxos de floração são cíclicos e estendem-se por todo
o período. O número de fluxos ou sequências de floração depende da espécie: sete a oito
para Hylocereus costaricensis e cinco a seis para Hylocereus undatus. Há um período de
3 a 4 semanas entre as sequências de floração (BARBEAU, 1990; LE BELLEC, 2004), o
que permite ver botões florais, flores, frutos jovens e frutos maduros na mesma planta ao
mesmo tempo. Os períodos entre o aparecimento dos botões florais (surgimento da
aréola) e a floração (fase 1), e entre a antese da flor e a colheita dos frutos (fase 2) são
muito curtos: cerca de 15 a 20 dias para a primeira fase e 30 dias para a segundo estágio.

A deiscência ocorre algumas horas antes da abertura completa da flor. O pólen é muito
abundante, pesado e não pulverulento. As flores abrem entre às 19:00 h e às 20:30 h
(Figura 23); o estigma domina os estames (a posição do estigma nesta fase incentiva a
alogamia). As flores desabrocham apenas por um dia e fecham (fertilizadas ou não) na
C a p í t u l o I | 42

manhã do dia seguinte à antese. No dia seguinte, as pétalas amolecem e secam lentamente.
A parte inferior de uma flor não fertilizada torna-se amarelada e toda a flor cai 4 a 6 dias
depois, enquanto a parte inferior de uma flor fertilizada permanece esverdeada e aumenta
enormemente em volume, indicando que o fruto se consolidou (LE BELLEC et al., 2006).

Figura 23. Abertura da flor de pitahaya ocorre na parte da noite: a) Um minuto antes da
abertura da flor e b-c) A flor iniciando a abertura. Fotos: Arlete M. Moraes Bueno e
Wikipédia.

As flores, uma vez polinizadas, começam a secar e a ficar pendentes (Figura 24), dando
origem à formação do fruto na base (POZO, 2011).
C a p í t u l o I | 43

Figura 24. Após a polinização natural (antese) da pitahaya, as pétalas da flor amolecem
e secam lentamente.

Em alguns países (Israel, África do Sul, Madagascar, Ilha da Reunião e Índias Ocidentais
Francesas), a produção natural de frutos de clones introduzidos de Hylocereus undatus e
Hylocreus costaricensis é praticamente inexistente (ERWIN, 1996). A auto-
incompatibilidade (RAVEH et al., 1993) dos clones dessas espécies e a ausência de
polinizadores eficientes - é possível o cruzamento interespecífico (WEISS et al., 1994) -
parecem ser os responsáveis por esta falta de produtividade. Abelhas são muito atraídas
pelo pólen dessas flores e as repetidas visitas desses insetos podem contribuir para a
polinização (WEISS et al., 1994; MIZRAHI et al., 1997 ). No entanto, a qualidade dos
frutos resultantes da polinização livre geralmente é inferior àquela obtida pela polinização
cruzada manual (LE BELLEC, 2004). A origem do pólen também pode influenciar o
lapso de tempo entre a polinização e a colheita do fruto (conhecido como fenômeno de
metaxenia, anteriormente observado apenas em Hylocereus polyrhizus) (MIZRAHI et al.,
2004).
C a p í t u l o I | 44

POLINIZAÇÃO

Um dos grandes problemas da cultura é a autoincompatibilidade polínica que ocorre entre


muitos clones. Essa autoincompatibilidade pode ser parcial ou total (NERD e MIZRAHI,
1997; LE BELLEC, 2004; PUSHPAKUMARA et al., 2005; LONE et al., 2010, SILVA
et al., 2011), havendo casos em que podem ocorrer frutos mediante a autopolinização
porém, na maioria dos casos, são de baixo valor econômico, por possuírem pouca massa,
havendo a necessidade da utilização de pólen externo – de outro clone ou espécie para
que ocorra frutificação efetiva. Ainda, segundo Nerd et al. (2002b) condições climáticas
também podem afetar diretamente a compatibilidade. O ideal para se reduzir a baixa
frutificação e a ocorrência de frutos pequenos, sem valor comercial, seria o plantio de
diversos genótipos e a realização da polinização cruzada, manualmente. A polinização
manual é realizada facilmente removendo-se as anteras de uma flor e tocando com ela o
estigma de outra flor, ou então se coletando o pólen e utilizando-se um pincel para
polinizar múltiplas flores. É reportado que em muitos países, onde esta cultura foi
introduzida, a polinização é pobre devido à falta de polinizadores naturais, encontrados
em seu ambiente nativo, sendo sugerida a polinização manual para se contornar esse
problema, incrementando a frutificação e a massa dos frutos (PUSHPAKUMARA et al.,
2005; Figura 25).

Figura 25. Aparecimento de flores de pitahaya após a polinização (A: flor recém-
polinizada; B: flor 24 h após a polinização; C: flor 48 h após a polinização). Foto:
Salvador Magraner Mifsud (2020).
C a p í t u l o I | 45

A fonte de pólen influencia nas características dos frutos, atuando em características


físicas e químicas (WEISS et al., 1994; SILVA et al., 2011) e afetando o tempo requerido
para seu desenvolvimento, um fenômeno descrito como metaxenia – efeitos da fonte de
pólen em tecidos de origem materna (MIZRAHI et al., 2004). Lone et al. (2010)
observaram que a utilização de pólen de Hylocereus costaricensis na polinização de
Hylocereus undatus proporcionou a formação de frutos de melhor qualidade, referente a
tamanho e massa (553,2 g) quando comparados com frutos polinizados com pólen de
Hylocereus polyrhizus e Hylocereus undatus, enquanto Silva et al. (2011) relataram que
a polinização de flores de Hylocereus undatus com pólen de Hylocereus polyrhizus
proporcionaram frutos com maior massa (716,56 g) e menor acidez que os polinizados
com pólen de Selenicereus setaceus.

Em seus países de origem, a polinização dessas duas espécies alogâmicas é realizada por
morcegos à noite (NERD; MIZRAHI, 1997; HERRERA; MARTINEZ DEL RIO, 1998)
ou por uma borboleta da família Sphingideae, do gênero Manduca (DAUBRESSE
BALAYER, 1999; Figura 26). Portanto, parece não haver grandes problemas
relacionados com a produção de frutas nos principais países produtores da América Latina
e da Ásia (N’GUYEN, 1996; JACOBS, 1998; BARBEAU, 1990; BECERRA OCHOA,
1990). Também é reportado que em muitos países, onde esta cultura foi introduzida, a
polinização é pobre devido à falta de polinizadores naturais e \ou diversidade genética, os
quais são encontrados apenas em seu habitat natural (vegetação nativa), sendo sugerida a
polinização manual para se contornar esse problema, podendo assim incrementar a
frutificação e a massa dos frutos (WEISS et al., 1994; CASTILLO et al., 2003; LE
BELLEC, 2004; PUSHPAKUMARA et al., 2005). Ou seja, para se reduzir a baixa
frutificação e a ocorrência de frutos pequenos, sem valor comercial, o ideal seria o plantio
de diversos genótipos e a realização da polinização cruzada, manualmente. Na Califórnia,
um dos principais problemas com o crescimento de novas regiões de pitahaya é a ausência
de polinizadores (MERTEN, 2003). Assim, a polinização manual tem sido sugerida com
o objetivo de aumentar a produtividade dos frutos (GUNASENA et al., 2007).
C a p í t u l o I | 46

Figura 26. Mariposa polinizadora de flor da pitahaya do gênero Manduca (Familia:


Sphingideae). Foto: Wikipédia.

A polinização manual é simples e esta operação é facilitada pelas características florais


do gênero Hylocereus, pois as diferentes partes florais são enormes. Recomenda-se
também realizá-la no próximo dia nas primeiras horas da manhã (4 a 5 horas). Vale a
pena efetuar essas polinizações manuais, quando se visa à obtenção de frutos de excelente
qualidade (LE BELLEC, 2004). A polinização é realizada abrindo a flor, a partir das
16h30min e pichando a parte saliente. Assim procedendo, se conseguem revelar os
estigmas, os quais então cobertos com pólen como uma escova. Alternativamente, as
anteras podem ser depositadas diretamente (com pressão mínima) nos estigmas com os
dedos. A polinização manual é também realizada removendo-se as anteras de uma flor de
um clone diferente (ou de outra espécie) e tocando com ela o estigma de outra flor de
abertura no mesmo dia. (DONADIO; SADER, 2010), ou então se coletando o pólen e
utilizando-se um pincel para polinizar múltiplas flores (Figura 27). O pólen retirado de
duas flores será suficiente para cerca de 100 polinizações com pincel. O mesmo pode ser
armazenado de 3 a 9 meses de –18 °C a - 196 °C sem risco. Os frutos obtidos após
polinização com pólen armazenado a 4 ° C por 3 a 9 meses são muito pequenos (METZ
et al., 2000).
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Figura 27. Coleta de pólen e polinização manual de Hylocereus spp, passando o pincel
com pólen sobre o estigma da flor. Fotos: Arquivo do projeto Pitaya da Serra; Subandi et
al. (2018) e Arquivo divulgado por ww.edpsciences.org/fruits.

Para aumentar o potencial de produção de frutas, plante dois ou três tipos genéticos
diferentes (não o mesmo clone ou variedade). A polinização cruzada entre os diferentes
tipos de plantio garantirá uma melhor frutificação e tamanho. As mariposas, abelhas
mamangavas e os morcegos são bons polinizadores, porque as flores abrem à noite,
quando não há atividade das abelhas. No entanto, a polinização por mariposas e morcegos
não tem sido comumente observada na Flórida (CRANE; BALERDI, 2005). As flores de
alguns cultivares permanecem abertas durante as primeiras horas da manhã e podem ser
visitadas pelas abelhas. Como alternativa, a polinização manual pode ser feita durante a
noite e nas primeiras horas da manhã, coletando pólen (ou estames inteiros) de uma flor
e aplicando-o ao estigma de outras flores.

Em estudos sobre floração e polinização em pitahaya, Weiss et al. (1994) relataram que
flores de polinização em estágio aberto são visitadas por abelhas e que a transferência de
pólen é resultado da atividade desses insetos. No entanto, os autores observaram que os
frutos resultantes da polinização cruzada manual foram maiores e mais pesados em
relação aos frutos da polinização aberta. Le Bellec (2004), corroborando os resultados
citados acima, relata que a qualidade dos frutos resultantes da polinização natural
geralmente é inferior à dos frutos provenientes da polinização cruzada manual.
C a p í t u l o I | 48

FENOLOGIA

O período do surgimento dos botões florais da espécie Hylocereus undatus (Haw.) Britton
& Rose até a antese foram de 25 a 35 dias nas condições de Planaltina, DF (Tabela 6). Na
expansão da gema florífera, os botões apresentavam 0,5 cm de comprimento e largura e
no dia anterior a antese, apresentavam 28 a 33 cm de comprimento e 5,1 a 6,0 cm de
diâmetro (medindo a maior largura do botão floral) (Figura 28 A-E). A antese das flores
ocorre no período noturno e nas primeiras horas do período vespertino começa o
inchamento do bulbo floral e o início da deiscência das anteras. Aproximadamente às 21
horas a abertura floral se inicia, com separação do perianto e das brácteas, estágio no qual
as anteras já estão com sua máxima deiscência. Os lóbulos do estigma se estendem. A
abertura total da flor ocorre aproximadamente à meia noite e o fechamento nas primeiras
horas do dia podendo se estender até ao meio dia em dias nublados (Figura 28 F-H)
(LIMA, 2013). Enquanto nas condições de Larvas, MG, tempo necessário para
desenvolvimento do botão floral foi de 19 a 21 dias para a espécie Hylocereus
undatus (Haw.) Britton & Rose e as flores apresentaram antese noturna que dura
aproximadamente 15 horas, com o máximo da abertura das 23 horas a 01 hora e o
fechamento se inicia nas primeiras horas da manhã (MARQUES et al., 2011; Figura 29).

Tabela 6. Escala fenológica reprodutiva da espécie Hylocereus undatus, com a descrição


do período de todos os estádios reprodutivos, das gemas intumescidas até a colheita dos
frutos. Planaltina, DF.

Estádios fenológicos
Estádios reprodutivos Período (dias) após gemas intumescidas
Florescimento Espécie Hylocereus undatus
Gemas intumescidas, primeiros indícios de 1-3
diferenciação das gemas florais.
Formação dos botões florais 4-18
Desprendimento das sépalas 20-27
Flores em pré-antese – inchamento dos bulbos 21-29
florais no dia da antese.
Abertura das flores – antese (15 horas) 25 – 35
Frutificação Espécie Hylocereus undatus
Início do crescimento dos frutos 30-35
Frutos verdes e restos florais secos 35-45
Início da maturação dos frutos - Tamanho final 40-45
e mudança da coloração dos frutos
Fruto “de vez” 45-55
Colheita Espécie Hylocereus undatus
Maturação fisiológica dos frutos 60-80
Fonte: Cristiane Andréa Lima (2013).
C a p í t u l o I | 49

Figura 28. Sequência dos eventos fenológicos que ocorrem durante o período reprodutivo
da espécie Hylocereus undatus: (A) Gema intumescida, primeiros indícios de diferenciação da gema
floral; (B, C, D) Formação do botão floral; (E) Flor em pré-antese - inchamento do bulbo floral no dia
anterior a antese; (F, G) Flor aberta, liberação do pólen; (H) Flor senescente, após liberação do pólen e
fecundada; (I) Frutificação efetiva, início do crescimento do fruto; (J, K. L, M) Crescimento do fruto; (N)
Final do período de crescimento dos frutos, fruto “de vez”; (O, P) Fruto maduro. As barras vermelhas, de
todas as figuras, correspondem a 2 cm de comprimento. Planaltina, DF. Fotos: Cristiane Andréa Lima
(2013).
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Figura 29. A – Cultivo de pitahaya (Hylocereus spp.) durante florescimento mostrando


o período de antese da flor que começa de noite e termina na manhã seguinte. B – Flor da
pitahaya (Hylocereus undatus) em fase de antese durante a noite, ao lado um fruto em
fase de desenvolvimento. Fotos: João Paulo de Oliveira Muniz (2017).

O período da frutificação da espécie Hylocereus undatus, da antese até o final do período


de crescimento dos frutos “de vez”, foi de 20 dias (Figura 28 H-N); da antese à maturação
completa (Figura 28 H-O), variou de 35 a 45 dias, com temperatura média e precipitação,
de 21,8 ºC e 150,6 mm, respectivamente. No início do crescimento dos frutos, que é
caracterizado pela dessecação dos restos florais (pétalas, estames e estigma), as brácteas
externas, que são extensões do pericarpo, recobrem completamente os frutos, com o
aumento do volume do fruto elas diminuem e, mesmo depois do fruto ter adquirido a sua
coloração final - rosa a vermelho intenso -, elas se mantêm verdes, contrastando com o
C a p í t u l o I | 51

fruto (MARQUES et al., 2011). A maturação fisiológica do fruto de pitahaya é iniciada


com a primeira manifestação da coloração vermelha na casca (CASTILLO; ORTIZ,
1994). O tempo de prateleira dos frutos maduros foi de 10 a 15 dias (LIMA, 2013; Tabela
6). Segundo Silva et al. (2011), o desenvolvimento dos frutos de pitahaya vermelha é
dependente diretamente das condições do local de cultivo (temperatura e precipitação),
sendo menor sua duração em condições de maior temperatura e precipitação.

Em Lavras, MG, a maturação completa do fruto ocorre de 30 a 40 dias após a abertura da


flor, quando o fruto adquire a coloração de rosa a vermelho intenso, polpa branca, com
textura ainda firme (MARQUES et al., 2011). O tempo decorrido para o desenvolvimento
do fruto nas condições de Lavras é semelhante ao observado por YAH et al. (2008) em
pitahaya Hylocereus undatus no México, que verificaram a maturação completa dos
frutos aos 31 dias após abertura floral.

Em relação às mudanças visuais que ocorrem com o amadurecimento, é possível verificar


alterações que marcam os estádios de maturação dos frutos (Figura 30). Aos 28 dias da
antese as sementes apresentam-se completamente formadas e é possível observar indícios
quase imperceptíveis de pigmentação na parte interna da casca. Aos 30 dias da antese, a
parte interna da casca apresenta-se completamente pigmentada, formando um anel de
coloração rosa ao redor da polpa, quando se faz um corte transversal no fruto. Essa
coloração expande-se para as camadas externas da casca, completando a pigmentação do
pericarpo aos 34 dias, com a maior intensidade de coloração rosa na casca, aos 36 dias
(MAGALHÃES, 2017).

Figura 30. Estádios de maturação de frutos de pitahaya vermelha de polpa branca


(Hylocereus undatus (Haw.) aos 28, 30, 32, 34, 36, 38, 40 e 42 dias após antese. Foto:
Deniete Soares Magalhães (2017).
C a p í t u l o I | 52

A partir dos 38 dias da antese, é possível observar os primeiros sinais de proximidade da


senescência, notadamente pelo início da descoloração e murchamento das brácteas, que
se tornam amareladas e posteriormente amarronzadas (Figura 30). Aos 42 dias, a mancha
marrom ultrapassa as brácteas e expande-se para as demais partes da casca dos frutos
(MAGALHÃES, 2017).

Após a retirada do fruto, a gema de onde ele se originou perde a função de se diferenciar
e não pode mais dar origem a nenhum outro órgão, seja vegetativo ou reprodutivo,
restando uma cicatriz no lugar. Por ser uma cultura perene, os eventos fenológicos
observados se repetem a cada ano (MARQUES et al., 2011).

O período reprodutivo da pitahaya vermelha ocorre de novembro a maio em Lavras, MG


e o tempo do aparecimento do botão floral até a colheita do fruto é de 50 a 60 dias
(MARQUES et al., 2011). Esse tempo pode variar em função da região de cultivo, pois,
nas condições do México, o ciclo reprodutivo compreende de 39 a 52 dias (CASTILHO;
ORTIZ, 1994), provavelmente pelas condições climáticas terem influenciado no
comportamento fenológico das plantas (SEGANTINI et al., 2010).

METABOLISMO CAM DOS CACTOS

O metabolismo CAM refere-se a um dos três mecanismos de concentração de carbono


atmosférico (CO2) existentes (C3, C4 e CAM). É uma variante importante da fixação
fotossintética de carbono denominada historicamente de Metabolismo Ácido das
Crassuláceas (CAM) por ter sido identificado, inicialmente, em Briophyllum calycinum,
membro da família Crassulaceae (CUSHMAN, 2001). As plantas CAM incluem espécies
comercialmente importantes como o abacaxi (Ananas comosus), o agave (Agave spp.), a
palma (Opuntia fícus-indica), a pitahaya (Hylocereus spp.) espécies da família
Orchidaceae e outras espécies da família Bromeliaceae.

O CAM geralmente está correlacionado com várias características anatômicas que


minimizam a perda de água: cutículas espessas, espinhos, células grandes e vacúolos com
maior capacidade de armazenamento de água (suculência) e tamanho e/ou frequência
estomáticos reduzidos. Além disso, o arranjo próximo das células do mesófilo aumenta o
desempenho do CAM pela restrição da perda de CO2 (PIMENTEL, 1998). O que
diferencia as plantas CAM dos demais vegetais com metabolismos mais comuns na
C a p í t u l o I | 53

natureza e mais exploradas na agricultura é o fato de que as plantas CAM conseguem


suportar condições de baixa disponibilidade de água graças a um sistema eficiente de
concentração de gás carbônico que aumenta a eficiência de uso da água. Isso ocorre
porque a captura inicial de CO2 e a incorporação final em esqueletos de carbono estão
espaçadas temporalmente, por aproximadamente 12 h, em um ciclo de luz/escuro de 24
h. As mesmas abrem os estômatos e aprisionam o CO2 durante a noite, sob condições de
baixo déficit de pressão de vapor (DPV) entre a planta e o ambiente, prevenindo as perdas
de água durante o dia, quando os estômatos permanecem fechados, ao contrário do que
ocorre no metabolismo dos demais vegetais. Durante a noite, o CO 2 advindo tanto da
atmosfera externa, como da respiração mitocondrial, é transformado em malato (células
do mesófilo) e armazenado no vacúolo. Durante o dia, o malato armazenado no vacúolo
é transportado para o cloroplasto onde é processado pelo Ciclo de Calvin (PIMENTEL,
1998; VIEIRA et. al., 2010; TAIZ et al., 2017; Figura 31).

Figura 31. Metabolismo Ácido Crassuláceo (CAM) apresentado nas plantas das espécies
Hypocereus spp e Selenicereus spp.
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Essas plantas possuem a capacidade de produzir grande quantidade de biomassa em


habitats onde a precipitação é inadequada, ou onde a evaporação é tão intensa que a chuva
é insuficiente para o crescimento das culturas, devido ao uso eficiente da água
(LARCHER; 2006; TAIZ et al., 2017). As plantas CAM sob condições normais de
suprimento de água e de nutrientes minerais consomem em média cerca de 18 a 25 L de
água/kg de matéria seca produzida, enquanto as plantas C4 e C3 consomem
respectivamente, nas mesmas condições, de 250 a 350 L e 450 a 950 L de água (VIEIRA
et. al., 2010).

Sob temperaturas elevadas, a pitahaya apresenta, predominantemente, metabolismo


CAM, o que favorece a sobrevivência em condições áridas e semiáridas. No entanto, sob
condições de sombreamento, nas quais as temperaturas são mais baixas, a pitahaya tem a
capacidade de efetuar CAM cíclico (SANTOS et al., 2010), ou seja, é capaz de apresentar
comportamento C3 durante o dia.

Em estudos realizados por Nobel et al. (2002) a pitahaya vermelha (Hylocereus undatus),
obteve maior eficiência na absorção de CO2 quando a temperatura média da noite é de 20
ºC. Adicionalmente, Weiss et al. (2010), quando cultivou espécies de pitahaya em
ambiente enriquecido com CO2 , observaram que as espécies Hylocereus undatus e
selenicereus megalanthus (pitahaya amarela) responderam positivamente, resultando em
aumento da biomassa e alongamento de ramos, além de haver incrementado na produção
de gemas reprodutivas. É interessante destacar que as cactáceas em seu habitat natural,
realizam predominantemente metabolismo CAM, contudo em condições de
sombreamento, têm capacidade de efetuar o CAM cíclico (ORTIZ-HERNÁNDEZ et al.,
1999) que segundo Silvera et al. (2010) o CAM cíclico pode ser considerado um passo
evolutivo intermediário entre a fotossíntese C3 e CAM.

MELHORAMENTO
Os impactos negativos na produtividade das culturas, provocados por estresses
ambientais, podem ser reduzidos, em parte, pelo melhoramento convencional de plantas
(BORÉM et al, 2017), a exemplo do melhoramento da cultura da pitahaya, via processo
de hibridação (TEL-ZUR et al., 2004, TEL-ZUR 2013).

As espécies Hylocereus spp são sensíveis a extremos como frio (WANG et al., 2018),
altas temperaturas e alta radiação (MIZRAHI et. al., 1997; RAVEH et al., 1995; 1998),
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com uma grande variação de sensibilidade entre espécies e genótipos (TEL-ZUR, 2013).
Entre as espécies do gênero Hylocereus, H. undatus apresenta maior sensibilidade à alta
temperatura com a presença de cladódios marrons e liquefação dos mesmos a 45 °C,
enquanto outras espécies apresentam maior tolerância sob condições similares
(MIZRAHI; NERD, 1999). Além disso, sob temperaturas extremas de verão (45 °C), a
produção anual de flores é reduzida e o tempo de floração é adiado (MIZRAHI; NERD,
1999).

Portanto, a hibridação consiste na obtenção de indivíduos com características superiores


através do cruzamento entre duas espécies diferentes (cruzamento interespecífico) ou dois
genótipos da mesma espécie (cruzamento intraespecífico) (BORÉM et al., 2017). É um
método eficaz que visa à obtenção de cultivares melhoradas com características
desejáveis, tais como aumento no crescimento, melhor taxa de sobrevivência e tolerância
ao calor e a doenças (PRADHAN et al., 2012).

A hibridação da pitahaya é facilitada em virtude do tamanho dos órgãos florais. Por


apresentarem flores de cerca de 30 cm de comprimento, a emasculação pode ser realizada
facilmente. A polinização é realizada tocando-se o estigma das flores com o pólen das
espécies doadoras. Após a polinização, devem-se cobrir as flores para que não haja
contaminação com pólen externo nem lavagem devido à chuva.

A descendência produzida por hibridação pode ter melhor desempenho pela supressão de
alelos recessivos indesejáveis de um dos pais por alelos dominantes do outro (PRADHAN
et al., 2012). Tem sido demonstrado em muitos estudos que híbridos apresentam melhor
desempenho sob estresse em comparação com as espécies parentais (ABRAHAM et al.,
2008; HADZHIIVANOVA et al., 2012).

As espécies Hylocereus spp possuem alta variabilidade genética e podem ser utilizadas
como uma valiosa plataforma para melhoramento genético da cultura, possibilitando o
desenvolvimento de um programa de melhoramento efetivo e racional com base no
processo de hibridação (TEL-ZUR, 2013), a exemplo do programa melhoramento da
cultura da pitahaya, desenvolvido há mais de trinta anos na Ben-Gurion University of the
Neguev, em Israel (MIZRAHI, 2014). No Brasil, trabalhos de seleção genética têm sido
realizados pela UNESP Jaboticabal e pela EMBRAPA Cerrados (JUNQUEIRA et al.,
2010ab).
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As pitahayas apresentam base genética estreia, o que permite que sejam realizadas
hibridações interespecíficas facilmente (TEL-ZUR et al., 2004), permitindo, portanto, que
se agreguem, a partir destes cruzamentos controlados, as possíveis características
favoráveis de duas espécies diferentes, podendo-se obter novas variedades com diferente
qualidade de frutos, incluindo coloração de polpa, doçura, sabor, aroma, etc., permitindo
uma maior diversificação aos produtores e possibilidade de escolha pelos consumidores.
A seleção dos materiais pode ser realizada através da seleção massal, que é baseada na
observação visual do fenótipo da planta, permitindo identificar indivíduos potencialmente
interessantes. É um dos métodos mais antigos utilizados para o melhoramento de plantas,
além de simples, pouco dispendioso e eficiente.

Os cruzamentos entre espécies de Hylocereus (os diploides Hylocereus undatus e


Hylocereus monacanthus, o tetraplóide Selenicereus megalanthus e um híbrido triplóide
previamente selecionado S-75) foram realizadas para produzir a F1, F2 e uma primeira
geração de retrocruzamentos (BC1) (TEL-ZUR, 2013). Muitos cruzamentos foram bem-
sucedidos, e alguns renderam a primeira geração de híbridos cultivados ainda hoje como
pitahayas comerciais tanto em Israel quanto no exterior (MIZRAHI, 2014).

A fim de oferecer novos genótipos adaptados às condições áridas, o programa


melhoramento israelense da cultura da pitahaya tem focado na seleção de híbridos
superiores em termos de produtividade, qualidade de frutos e resistência a estresses
bióticos e abióticos (TEL-ZUR et al., 2004; 2011; MIZRAHI, 2014). Atualmente, tem-se
estudado a triagem de linhagens parentais e híbridos de Hylocereus spp tolerantes ao
estresse térmico (KUMBHA, 2017).

Para a expansão do cultivo de Hylocereus spp em regiões áridas e semiáridas faz-se


necessário à seleção de cultivares superiores, principalmente tolerantes a altas
temperaturas, a partir da coleta de material nativo, de vegetação espontânea, da seleção
de material a partir de campos de produção (RODRÍGUEZ CANTO, 2013) e também
através de hibridações intra e interespecíficas (TEL-ZUR, 2013). Mesmo assim, a seleção
e a identificação de híbridos de Hylocereus spp sensíveis e tolerantes ao estresse por alta
temperatura ainda carece de maior estudo.
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ESPÉCIES DE PITAHAYA

Existem muitas contradições a respeito da classificação botânica de Hylocereus


(MIZRAHI et al., 1997; DAUBRESSE BALAYER, 1999) que provavelmente são
explicadas pelas similaridades das características morfológicas e/ou condições
ambientais. De acordo com a classificação de Britton e Rose (BRITTON; ROSE, 1963)
e com base nos resultados de análises genéticas recentes (TEL-ZUR et al., 2004), existem
16 espécies do gênero Hylocereus, cujo valor ornamental se deve à beleza de suas grandes
flores (15–25 cm) que desabrocham à noite; elas são de cor branca cremosa, exceto
Hylocereus stenopterus e Hylocereus extensus cujas pétalas são vermelhas e rosas
(INNES; GLASS, 1992). Mesmo que todas essas espécies possam potencialmente
produzir frutos, apenas cinco espécies são cultivadas visando a sua produção em escala
comercial. As cinco espécies determinadas pela classificação de Britton e Rose
(BRITTON; ROSE, 1963) são descritas com as seguintes características.

GÊNERO HYLOCEREUS

A pitahaya vermelha é um cacto trepadeira amplamente cultivada, pertencente à espécie


Hylocereus undatus (casca vermelha, polpa branca). Sua utilização como uma importante
produção comercial de frutas tem suas origens no Vietnã. A planta foi introduzida na
Indochina pelos franceses por volta de 1860, onde hoje é considerada uma planta nativa.
Os pomares no Vietnã foram estabelecidos a partir de clones selecionados, e a área
cultivada estimada no sul do Vietnã é de 6.0000 ha. Essas frutas produzidas (fruta do
dragão ou “thang loy” em vietnamita) são comuns nos mercados locais e também são
exportadas para países asiáticos e europeus. A espécie Hylocereus undatus agora está se
propagando em muitos países da Ásia, como Tailândia, Laos, Indonésia, Camboja,
Taiwan, e recentemente o Japão (Okinawa), usando clones do Vietnã. A pesquisa
hortícola em Taiwan indica um forte interesse da população local pela fruta (FENG-RU;
CHUNG-RUEY, 1997ab). Outras pitahayas trepadeiras, como Hylocereus Costaricensis
e Selenicereus megalanthus, também foram introduzidas em Taiwan e são usadas para
cultivo e reprodução. Além da fruta, flores frescas e secas também são consumidas em
Taiwan como legume. O desenvolvimento da indústria de Hylocereus undatus também é
muito intenso no México (ORTIZ- HERNÁNDEZ, 1999; CANTO, 2000) e a área
plantada estimada atualmente é de cerca de 2.000 ha, metade na península de Yucatán,
onde pode ser encontrada na natureza e tem sido utilizada desde os tempos pré-
colombianos. Em outros lugares, as pitahayas são consideradas uma nova fruta com um
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futuro promissor e são cultivadas em grande escala na Austrália (JACOBS, 1998), Israel
(NERD; MIZRAHI, 1997) e na Ilha da Reunião (LE BELLEC; JUDITH, 2002).

Espécie Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose: Caracteriza-se por seu caule longo
e verde, mais ou menos rígido ao atingir o estádio de maturação (Figura 32). As flores
são muito longas (até 29 cm), os segmentos externos do perianto são verdes (ou amarelo-
esverdeados) e os internos do perianto branco puro (o cálice e a corola formam juntos
o perianto). Seu fruto vermelho-rosado (comprimento: 15–22 cm; peso: 300–800 g) é
oblongo e coberto com escamas grandes e longas, vermelhas e verdes nas pontas; tem
polpa branca com muitas sementes pequenas e pretas, polpa de textura agradável e bom
paladar (BRITTON; ROSE, 1963).

Figura 32. Pitahaya-vermelha com fruto de polpa branca (Hylocereus undatus). Fotos:
(a-b) Cristiane Andréa de Lima (2013) e (c) arquivo divulgado por
www.edpsciences.org/fruits.
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Espécie Hylocereus polyrhizus (Web.) Britton & Rose: Caracterizam-se por suas flores
muito longas (25–30 cm) com margens; segmentos externos avermelhados do perianto,
especialmente nas pontas; e lóbulos de estigma bastante curtos e amarelados. Seu fruto
escarlate (comprimento: 10–12 cm; peso: 130–350 g; Figura 33) é oblongo e coberto com
escamas (brácteas) que variam em tamanho; tem polpa vermelha com muitas sementes
pequenas e pretas, polpa de textura suave e sabor doce. A espécie Hylocereus
venezuelensis Britton & Rose está intimamente relacionado com Hylocereus polyrhizus,
a única diferença está no estigma com lobos inteiros (Hylocereus polyrhizus) ou bífidos
(Hylocereus venezuelensis) (BRITTON; ROSE, 1963). É importante destacar que os
frutos de Hylocereus polyrhizus têm casca vermelha, assim como o Hylocereus
costaricensis, mas difere por apresentar uma polpa vermelho-violeta. A cultura é plantada
em Israel como polinizador de Hylocereus undatus. Normalmente, os pomares de
pitahaya vermelha trepadeira consistem em 20% de Hylocereus polyrhizus e 80% de
Hylocereus undatus. Por causa do sabor azedo da fruta, Hylocereus polyrhizus tem atraído
mais consumidores do que Hylocereus undatus. Os híbridos selecionados produzidos por
cruzamentos inter ou intra-específicos também são cultivados, geralmente em uma base
local e em pequena escala (MIZRAHI; NERD, 1999; ORTIZ- HERNÁNDEZ, 1999;
CANTO, 2000).

Figura 33. Fruto da espécie Hylocereus polyrhizus.


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Espécie Hylocereus purpusii (Weing.) Britton & Rose: Caracterizam-se por apresentar
flores muito grandes (25 cm) com margens (Figura 34); os segmentos externos do
perianto são mais ou menos avermelhados; segmentos médios do perianto dourados e
segmentos internos do perianto brancos. Apresenta frutos escarlates e oblongos cobertos
por escamas grandes (comprimento: 10–15 cm; peso: 150–400 g); polpa vermelha com
muitas pequenas sementes pretas; textura de polpa agradável, mas não muito
pronunciada. Hylocereus purpusii está intimamente relacionado com Hylocereus
ocamponis (S.D.) Britton & Rose, os dois sendo distinguidos apenas pelos espinhos
aciculares e delgados de Hyloceres ocamponis (BRITTON; ROSE, 1963).

Figura 34. Fruito de Hylocereus spp. Foto: Arquivo da www.edpsciences.org/fruits.

Espécie Hylocereus costaricensis (Web.) Britton & Rose: Caracteriza-se por apresentar
um caule de coloração branca pálida como cera e as flores são quase iguais à espécie
Hylocereus polyrhizus; seu fruto escarlate (diâmetro: 10-15 cm; peso: 250-600 g) é
ovoide e coberto com escamas que variam em tamanho; possui polpa avermelhada com
muitas pequenas sementes pretas, polpa de textura agradável e bom paladar (BRITTON;
ROSE, 1963). Os frutos amadurecem durante a estação chuvosa e a maior parte da
produção está fortemente infestada de insetos, bactérias e fungos, de modo que apenas
uma pequena fração da fruta colhida pode ser vendida como fruta fresca. A exportação é
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principalmente para a Europa sob a marca comercial “Pitanica”. Hoje a maior parte dos
6.000 ha cultivados é destinada à produção de polpa, altamente demandada pela indústria
de alimentos nos Estados Unidos e Europa como um ingrediente alimentar natural e um
corante (ORTIZ- HERNÁNDEZ, 1999; CANTO, 2000). A Guatemala também está
produzindo quantidades significativas dessa fruta, com vários outros tipos de pitahaya
trepadeira de casca vermelha/ polpa vermelha.

Espécie Hypocereus trigonus (Haw.) Saff.: Apresenta-se um caule esguio, verde com
margens e não rígidas. As aréolas estão localizadas no topo da ondulação da aresta. Os
espinhos, a princípio esverdeados, logo se tornam marrom-escuros. Seus frutos vermelhos
(diâmetro: 7–9 cm; peso: 120–250 g) são ovoides ou oblongos, tornando-se quase lisos
(Figura 35 ); a polpa branca tem muitas sementes pequenas e pretas e textura de polpa
agradável, mas um sabor não muito pronunciado.

Figura 35. Fruto da espécie Hylocereus trigonus. Foto: Arquivo divulgado por
www.edpsciences.org/fruits.
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Espécie Hylocereus monacanthus: Fruto com casca vermelha, sua polpa também é
vermelha e de textura firme (Figura 36 ). Sabe-se que o fruto está maduro, quando suas
brácteas ficam amarelas. Em todos os casos a polpa é muito aromática e podem ser
observadas numerosas sementes pretas, aproximadamente 60% do fruto é semente. A
variedade vermelha é maior que a amarela. Seu sabor é requintado, doce, muito fino e
delicado.

Figura 36. Fruto da pitahaya vermelha (Hylocereus monacanthus). Fonte: Ecoagricultor.

GÊNERO SELENICEREUS

O primeiro país a cultivar o gênero Selenicereus (espécie Selenicereus megalanthus) para


exportação foi à Colômbia, a pedido de um empresário japonês, que apreciou a fruta. O
plantio significativo começou na Colômbia em 1986 e a exportação para o Japão começou
em 1989, mas logo cessou devido a pragas (ovos e larvas de insetos) encontradas onde a
corola se conecta a fruta. A fruta foi exportada para a Europa, que não se preocupa tanto
com as pragas tropicais e se tornou o principal mercado de exportação da pitahaya
amarela (agora é também embarcada do Equador via Colômbia). As áreas plantadas na
Colômbia atingiram 4.000 ha em 1990, mas depois foram reduzidas para 250 ha como
resultado de problemas de doenças, como fusarium (que ataca a planta) e especialmente
Drechslera cactivora (que infecta a base do fruto prematuro e induz o seu
amarelecimento; VALERA et al, 1995; BIBLIOWICZ; HERNANDEZ, 1998). Os
acessos introduzidos em Israel pela Colômbia, embora semelhantes na morfologia,
variam nas características dos frutos e no comportamento de crescimento, indicando
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genótipos diferentes (os produtores na Colômbia não mantêm o controle da origem do


material usado para o plantio). Isso foi confirmado pela análise de impressão digital de
DNA desenvolvida para os cactos trepadeiras (TEL-ZUR et al., 1999). Os frutos de
Selenicereus megalanthus obtêm preços nobres na Europa, superiores a qualquer outro
cacto, devido ao seu sabor delicioso e é conhecido como “pitahaya amarela ou como
“pitahaya colombiana (MIZRAHI et al., 1977; MIZRAHI; NERD, 1999; ORTIZ-
HERNÁNDEZ, 1999; CANTO, 2000). Os atuais fornecedores de frutas de Selenicereus
megalanthus enviadas para a Europa são Colômbia, Equador e Israel.

Espécie Selenicereus megalanthus (Schum. ex Vaupel). Caracteriza-se por seu caule


triangular do tipo cladódio com espinhos, onde saem inúmeras raízes adventícias
(CANTO et al., 1993; HERNÁNDEZ, 2000). Os cladódios são suculentos, verdes e
fotossintéticos, são caracterizados por terem bordos grossos longitudinalmente. Os
espinhos são folhas modificadas dispostos nos bordos dos cladódios, medindo em torno
de 2 a 4 mm, protegendo as aréolas (gemas axilares), das quais se desenvolvem os botões
florais (ROMÁN, 2011). Seu fruto é do tipo baga, de tamanho médio e formato variável,
globuloso e subglobuloso, com casca de coloração amarela, com presença de espinhos
que podem ser retirados facilmente quando o fruto está maduro, não atrapalhando seu
consumo, mas dificultando a colheita (Figura 37). Suas sementes são de colorações
escuras, são muito numerosas e se encontram distribuídas por toda a polpa (LE BELLEC
et al., 2006). A polpa é branca, os frutos são menores, os cladódios são mais finos e seu
sabor é superior, comparado com outras espécies de pitahaya (MIZRAHI et al., 2002). O
desenvolvimento dos frutos ocorre em período curto, cerca de 34 a 43 dias após a antese.
Em condições de temperaturas mais elevadas ocorre a antecipação da maturação (SILVA
et al., 2011).

.
Figura 37. Fruto de casca amarela, com espinhos, e de polpa branca da pitahaya
Selenicereus megalanthus (Schumann ex. Vaupel, Moran). Foto: Vargas et al. (2020).
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Espécie Selenicereus setaceus (Salm-Dyck ex De Candolle). Caracteriza-se por sua


casca vermelha, e a polpa esbranquiçada, como na espécie Hylocereus undatus, porém o
fruto é de tamanho menor e apresenta espinhos (HERNÁNDEZ, 2000; Figura 38).

Figura 38. Frutos da espécie Selenicereus Setaceus, conhecida popularmente por


pitahaya do Cerrado ou Saborosa.

CARACTERÍSTICAS DE ALGUMAS VARIEDADES DE PITAHAYA

Atualmente, há um grande número de cultivares nomeadas e seleções não nomeadas.


Muitas seleções foram feitas e estão disponíveis nos Estados Unidos. Existem programas
de reprodução em Taiwan, Vietnã e Israel. Em países onde as pitahayas são nativas,
seleções da natureza estão sendo usadas. Muitos delas foram introduzidas em países
interessados em cultivá-las. Infelizmente, as informações sobre a autoincompatibilidade
dessas cultivares e seleções não estão bem documentadas. Isso torna as recomendações
de cultivares (variedades) difíceis na melhor das hipóteses e potencialmente não
confiáveis (CRANE; BALERDI, 2005). A seguir as características de algumas cultivares
utilizadas pelos produtores brasileiros:

Cultivar Golden de Israel. Esta é uma variedade ainda muito rara e praticamente
desconhecida no Brasil. O cultivar Golden é uma nova variedade que foi desenvolvida da
hibridação de duas variedades comerciais selecionadas, e difere-se principalmente pela
casca amarela sem espinhos, e o sabor mais doce que às demais. É muito rústica, vigorosa
e de crescimento rápido. Golden é uma variedade do gênero Hylocereus. A fruta é
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semelhante à típica casca rosa Hylocereus Undatus, mas com a pele amarela (Figura 39).
A fruta pesa até 1 quilo com polpa branca doce.

Figura 39. Pitahaya da variedade Golden de Israel sem espinho. Foto: Biten-fruits.

As mudas passam por um determinado tempo em ambiente escuro até chegar ao seu
destino, por isso se faz necessário deixá-las em algum lugar com sombra por
aproximadamente dois dias para a ambientação. Por mais que seja um cacto, seu
desenvolvimento é otimizado com irrigação, para isso o fornecimento de água se faz
necessário a partir do plantio.

Variedade Thomson. Thomson é uma variedade de frutas de dragão feitas pela


California Rare Fruit Growers. É uma grande fruta robusta. A polpa é refrescantemente
saborosa, de cor branca e separa-se facilmente da casca grossa. Esta variedade é
autopolinizadora e também é produtiva (Figura 40). Os cladódios são muito grossos em
três lados com pequenos espinhos.

Figura 40. Pitahaya da variedade Thomson da Califórnia, USA.


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Variedade Catarina. Catarina é uma variedade híbrida desenvolvida em Santa Catarina


pelo produtor Arcângelo em sua propriedade em Sombrio- SC. Ele obteve o cruzamento
pela polinização da variedade Golden Israelense com a Orejona, obtendo assim um fruto
grande e com uma cor muito bonita, externamente o fruto tem a cor avermelhada com a
aparência da variedade Golden, levemente ovalada e pétalas curtas com casca muito fina
(Figura 41).

Figura 41. Pitahaya da variedade Catarina do Brasil.

Variedade Pitahaya Vietnamese White. A variedade pitahaya Vietnamese White é uma


variedade que produz frutos de 1 quilo a 1,2 quilos com aparência externa vermelha, com
pequenas barbatanas verdes. A polpa interna é de cor branca brilhante, com textura firme
com brix de 18 e suculenta. A Vietnamese White é uma variedade importada do Vietnã.
Quando a polinização ocorre, aparecerá uma fruta colorida em forma de ovo com aletas
verdes (Figura 42). Na verdade, o contraste dramático de cores entre o interior e o exterior
é o que torna essa variedade tão popular entre os produtores e consumidores em todo o
mundo. As hastes são tridimensionais com espinhas pequenas ao longo da costela.

Figura 42. Pitahaya da variedade Vietnamese White do Vietnam.


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Variedade Pink. Conhecida assim na região sul do Brasil. Pitahaya muito utilizada no
Brasil para produção de polém para polinização cruzada com outras variedades/híbridos
(Figura 43). No exterior é conhecida como Hylocereus Purpusii, no Japão como variedad
Red Hybrid

Figura 43. Pitahaya da variedade Pink.

Vermelha do Pará. Conhecida por esse nome ou também por Roxa do Pará ou Costa
Rica, essa variedade é possivelmente uma variedade hibrida natural que conseguiu se
aclimatar muito bem na região norte do Brasil, é muito produtiva (Figura 44). O seu
crescimento muito vigoroso causa rachaduras na casca, isso faz com que ela costume ser
colhida um pouco antes do ponto ideal de maturação, lhe conferindo um teor baixo de
sólidos solúveis, expresso em graus Brix, mas que não compromete o seu sabor. Também
pela distância que a fruta precisa percorrer para chegar ao consumidor precisa ser colhida
uns 3 dias antes do ponto ideal.

Figura 44. Pitahaya da variedade Vermelha do Pará.

Variedade Valdivia Roja. É uma variedade pitahaya com casca vermelha e polpa
vermelha. A pele é fina com pequenas barbatanas verdes (Figura 45). Os cladódios têm
espinhos de tamanho médio. Os cladódios podem tolerar o calor e o frio bastante bem,
dando-lhe uma classificação de crescimento excelente. No entanto, é um produtor lento,
como muitos Hylocereus ocamponis. Os resultados do teste de DNA mostram que ela
está intimamente relacionada com a pitahaya da variedade El Grullo, boa resistência ao
calor e frio, porem tem inconsistência na frutificação.
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Figura 45. Pitahaya da variedade Valdivia Roja do México.

Variedade El Grullo. Grande pitahaya de polpa vermelha com casca vermelha


esverdeada, excelente qualidade, plantas grossas e pesadas, excepcional resistência ao
frio e calor (Figura 46). Cresce bem no calor, mantem a mesma aparência ao longo do
ano. Os cladódios possuem espinhos longos.

Figura 46. Pitahaya da variedade El Grullo do México.

Variedade American Beauty. É uma variedade obtida entre Hylocereus guatemalensis


& undathus. Esta variedade de pitahaya é autopolinizadora e produz grande quantidade
de frutos de um peso 450 g com uma cor da polpa rosado e textura suave (Figura 47). Ele
também tem o sabor agradável correspondente a sua boa aparência. Quando a fruta é
madura, é redonda e as aletas verdes profundas se misturam com a pele rosa, dando ao
fruto um agradável gradiente verde a rosa. Teste de DNA mostrou que as variedades
American Beauty e Bien Hoa Red são as mesmas. Bien Hoa Red produz frutos maiores.
Tolerância para frio e calor médio, sofre um pouco no pleno sol.

Figura 47. Pitahaya da variedade American Beauty da Guatemala.


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Pitahaya Amarela Colombiana. A pitahaya Amarela Colombiana é uma variedade de


pitahaya conhecida pelo gênero Selenicereus. Ela difere da cor de Hylocereus, tempo de
colheita, e esta fruta tem espinhos que ocorrem na própria fruta. A fruta é pequena a média
(Figura 48). Certamente é a mais doce e saborosa de todas as pitahayas. Esta variedade é
conhecida por autopolinização. Tolerância para frio e baixo calor.

Figura 48. Pitahaya variedade Amarela Colombiana.

Segundo Pozo (2011), as flores de pitahaya da variedade Amarela têm formato tubular,
ovário com lobo único, numerosos estames, brácteas totalmente verdes ou verdes com
bordas vermelhas e pétalas brancas brilhantes. A flor pode atingir 40 cm de comprimento,
só abre à noite, razão pela qual tem o apelido de "rainha da noite". Anderson (2001) indica
que as flores são inicialmente sem fragrância, mas depois se tornam muito perfumadas.
As flores, uma vez polinizadas, começam a secar e a ficar pendentes, dando origem à
formação do fruto na base (POZO, 2011).

Variedade Pitahaya Beby. Também conhecida de Pitahaya do Cerrado ou Saborosa,


esta pitahaya é originária do cerrado brasileiro, ainda pouco explorada comercialmente
tem um sabor bem doce, tem casca vermelha e os espinhos da fruta são removidos
facilmente (Figura 49). Selenicereus setaceus é uma ampla variedade de cactos de
diferentes espécies. As hastes da planta são de cor verde-oliva. Espinhos grossos e
pequenos ocorrem ao longo da costela de cada haste. A fruta é pequena e pesa
normalmente 226 a 340 gramas.

Figura 49. Pitahaya da variedade Beby pertence à espécie Selenicereus setaceus.


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VARIEDADES OU CLONES DE NICARÁGUA


Na Nicarágua, existem cinco variedades ou clones identificados, estabelecidos a partir de
clones selecionados da natureza (selvagens). A olho nu, notam-se diferenças perceptíveis
nas características dos caules, na forma, na cor e no tamanho dos frutos, na espessura da
casca e no grau de desenvolvimento das brácteas. Com base nessas características, os
pesquisadores identificaram os seguintes clones: 'Rosa', 'Zebra', 'Orejona', 'Lisa' e
'Amarilla' (VAILLANT et al., 2005).

Variedade Cebra. A variedade de pitahaya CEBRA vem do gênero Hylocereus e da


espécie Hylocereus costaricensis. O caule deste clone é grosso e curto. Além dos vários
espinhos, o cladódio possui em sua superfície listras brancas de aparência acinzentada,
por isso é conhecida pelo nome de ‘Cebra’ ou Zebra em português. O revestimento
cinzento na haste ajuda a proteger a planta do calor no verão e frio no horário de inverno.
O fruto é ovalado (Figura 50) com polpa e casca vermelha de cor intensa quando maduro,
atingindo pesos médios de 300 a 360 gramas. A fruta é muito saborosa tendo um bom
sabor e doçura. É uma das cinco variedades conhecidas cultivadas comercialmente na
Nicarágua. Nos últimos anos, observou-se que é um dos clones menos afetados por pragas
e doenças.

Figura 50. Cladódio e fruta da variedade Cebra. INTA, 2002.


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Variedade Rosa. O caule é verde claro, suculento e alongado; os frutos são redondos
(Figura 51), com peso médio de 450 a 500 gramas. Sua polpa é vermelha e casca rosa
avermelhada com brácteas finas separadas e às vezes o fruto racha quando está maduro.
A fruta é muito saborosa com uma relação agradável de doçura com acidez. O cladódio
tem uma cor verde-acinzentada que possui vários espinhos. O revestimento cinzento na
haste ajuda a proteger a planta do calor no verão e frio no horário de inverno.

Figura 51. Cladódio e fruta da variedade Rosa. INTA, 2002

Variedade Lisa. É uma planta de caule comprido e muito delgado, de cor verde pálido.
O fruto é ovalado (Figura 52) e de polpa vermelha, sabor acima da média, tamanho, com
peso que varia entre 400 a 450 gramas. A sua casca é de cor vermelha escura com poucas
e grossas brácteas, sendo esta uma boa característica uma vez que resiste ao transporte.
Este clone é pouco resistente a doenças, principalmente à bactéria (Erwinia carotovora
Jones) que ocasiona grandes prejuízos se não forem tomadas medidas fitossanitárias de
controle preventivo. É a variedade mais produtiva das pitahayas nicaraguenses, apresenta
tolerância para frio e calor acima da média, e ótimo potencial comercial.
C a p í t u l o I | 72

Figura 52. Cladódio e fruta da variedade Lisa. INTA, 2002.

Variedade Orejona. Caules delgados e alongados, de cor verde escuro, com


aproximadamente 40 cm a 50 cm de comprimento. Às vezes, os entrenós têm quatro
bordas ou costelas. O cladódio tem uma cor verde acinzentada com vários espinhos de
tamanho médio. O revestimento cinza no caule ajuda a proteger a planta do calor no verão
e frio no inverno. A fruta é redonda (em forma de ovo) com pequenas barbatanas,
completamente maduro pesa 350 a 400 gramas (Figura 53), tem polpa e casca vermelha
escura e apresenta uma média de 37 brácteas, as quais são alongadas, duras e bastante
resistentes à quebradura. Quando adulta essa variedade é precoce e produtiva. É um clone
que produz excelentes frutos, bons para o mercado interno e externo.
C a p í t u l o I | 73

Figura 53. Cladódio e fruta da variedade Orejona. INTA, 2002.

Variedade Amarela. É uma planta que apresenta caules suculentos de cor verde intenso
e espinhos de cor cremoso na extremidade apical. Seu fruto é arredondado, a parte externa
é de cor amarela (quando maduro), polpa branca e com numerosas sementes pretas, com
sabor agridoce (mescla ácido e doce), com peso médio de 400 a 480 gramas e alcança até
19 grau Brix (Figura 54).

Figura 54. Cladódio e fruta da variedade Amarela. INTA, 2002.


C a p í t u l o I | 74

COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO FRUTO DA PITAHAYA

A parte comestível do fruto é constituída pelo mesocarpo, que apresenta textura


mucilaginosa com milhares de pequenas sementes macias distribuídas homogeneamente
pela polpa. A polpa do fruto representa de 60 a 80% do peso do fruto maduro na maioria
das espécies de Hylocereus spp. (NERD et al., 1999; VAILLANT et al. 2005). A
produção de sumo sem sementes é muito menor, representando apenas 55% em alguns
cultivares de pitahaias. O mesocarpo contém 82–88% de água com um teor típico de
sólidos solúveis totais entre 7 e 11 g.L–1 em frutos maduros (NERD et al., 1999;
STINTZING et al., 2003; VAILLANT et al. 2005).

As espécies Hylocereus spp com polpa branca apresentam maiores teores de sólidos
solúveis do que aquelas com frutos de polpa vermelha (WU; CHEN, 1997), e a
distribuição dos sólidos solúveis na polpa do fruto não é homogênea, sendo a parte central
mais rica em açúcares do que a periférica. Os sólidos solúveis consistem principalmente
de açúcares redutores, e mais especificamente glicose e frutose, com teores variando de
30 a 55 g.L–1 e 4 a 20 g.L–1, respectivamente, dependendo da variedade cultivada (Tabela
7). Usando métodos de HPLC para a determinação de açúcares, Stintzing et al. (2003) e
Vaillant et al. (2005) não detectaram a presença de sacarose, mas, usando métodos
enzimáticos, Wu e Chen (1997) descobriram que a sacarose é responsável por 2,8 a 7,5%
dos açúcares totais.

Tabela 7. Principais características físico-químicas de Hylocereus sp.


Componentes Segundo os autores
Le Bellec, 2003 Stintzing et al., 2003 Vaillant et al., 2005
Valor de pH - 4,4 - 4,6 4,3 – 4,7
Matéria seca (%) - - 12 ± 1
Total de ácido titulável (g.L-1) - 3,3 – 3,4 2,4 – 2,5
Total de sólido solúvel (ºBrix) 3,05** \ 5,7* - 7,1 – 10,7
Teor de proteína (g.L -1) 1,2* \ 1,25** 0,3 – 0,4 -
Lipídio (g.L-1) 1,17*\ 1,43** - -
Glicose (g.L-1) - 46* \ 55** 30 -54
Frutose (g.L-1) - 18* \ 19** 4 - 71
Potássio (g.L-1) - 3,2** \ 4* -
Sódio (mg.L-1) - 33* \ 733** -
Magnésio (mg.L-1) - 265* \ 312** -
Cálcio (mg.L -1) - 23** \ 30* -
Ácido L-ascórbico (mg.L-1) - - 11 ± 0,5
Energia (kcal. 100g-1) 37,9* \ 41,7** - -
OBS: * H. undatus e **H. Costaricensis.
C a p í t u l o I | 75

A acidez da polpa é geralmente baixa, entre 2,4 e 3,4 g.L–1, o que resulta em uma alta
proporção de açúcar para ácido, dando uma qualidade sensorial ruim quando o sumo é
consumido de forma isolado. Tradicionalmente, a qualidade sensorial é
consideravelmente melhorada pela mistura do sumo da pitahaya puro com um sumo da
fruta mais ácido; limão, por exemplo. Os principais ácidos orgânicos presentes no sumo
da pitahaya são o ácido cítrico e o ácido L-láctico (STINTZING et al., 2003).

O teor de proteína varia consideravelmente de 0,3 a 1,5%, dependendo dos autores citados
na Tabela 7. Essas diferenças podem ser devidas às metodologias aplicadas ou à possível
interferência da betalaína, o pigmento contendo nitrogênio responsável pela cor vermelha.
O principal aminoácido presente no sumo da pitahaya parece ser a prolina, com um teor
significativamente alto de 1,1 a 1,6 g.L–1 do sumo (STINTZING et al., 2001; STINTZING
et al., 2003). O teor mineral é relativamente alto com potássio, o íon mais prevalente,
seguido por magnésio e cálcio (Tabela 7). As espécies de Hylocereus spp parecem ser
surpreendentemente pobres em vitamina C com menos de 11 mg.L–1, enquanto outras
espécies de cactos, por exemplo, figo da Índia, têm um teor de vitamina C muito mais
alto comparável ao dos cítricos. Outras vitaminas podem estar presentes, mas não foram
relatadas.

Outros micronutrientes parecem estar presentes em maiores quantidades na pitahaya,


especialmente nas espécies com polpa vermelho-púrpura (mesocarpo). A cor vermelha se
deve à presença de betalaínas, pigmentos que substituem as antocianinas nas frutíferas
pertencentes à maioria das famílias Caryophyllales (STINTZING et al., 2003; STRACK;
VOGT, 2003). As betalaínas são pigmentos solúveis em água que compreendem
betacianina púrpura e betaxantinas amarelas e eles são um conjugado de immonium de
ácido betalâmico com ciclo-dopa e aminoácidos ou aminas, respectivamente (STRACK
et al., 2003). Em contraste com a beterraba vermelha e outros frutos do cacto, a pitahaya
vermelho-púrpura (Hylocereus polyrhizus) é uma fonte pura de betacianina, já que as
betaxantinas estão totalmente ausentes (STINTZING et al., 2002), o que explica o brilho
profundo da cor vermelho-púrpura do mesocarpo. Pelo menos dez compostos de
betacianina foram identificados em pitahaya Hylocereus polyrhizus, mas todos os
pigmentos exibem a mesma cor vermelha com um pico de absorvância em torno de 536
nm (STINTZING et al., 2002). As betalaínas são de interesse comercial não apenas para
corantes alimentares, mas também por suas propriedades antioxidantes para proteção
contra certos distúrbios relacionados ao estresse oxidativo (STINTZING et al., 2003;
C a p í t u l o I | 76

STRACK et al., 2003). O sumo de pitahaya possui alta atividade antirradical (cerca de 10
μmol equivalente Trolox (6-hydroxy-2,5,7,8-tetramethylchroman-2-carboxylic acid)
avaliado pelo método ORAC (Oxygen Radical Absorbance Capacity) com fluoresceína,
valor muito semelhante ao da beterraba; VAILLANT et al. 2005). A pitahaya também
pode conter outros compostos fenólicos (6 a 7,5 μmol equivalente do ácido gálico.g –1),
mas a sua caracterização ainda não foi relatada.

Os polissacarídeos presentes no mesocarpo da pitahaya ainda não foram caracterizados.


Eles são responsáveis pela textura mucilaginosa e pela viscosidade do sumo. Estima-se
que os polissacarídeos podem representar cerca de 1% do peso do mesocarpo sem
sementes, e que são principalmente hemiceluloses e, em proporção bem menor, celulose
e pectina.

PROPAGAÇÃO

Diversos fatores influenciam o método de propagação de pitahaya, como genótipo,


condições fisiológicas da planta-matriz, tipo de estaca e condições ambientais
(FACHINELLO et al., 2005; FRANCO et al., 2007). A pitahaya pode ser propagada tanto
por via sexuada quanto por via vegetativa, sendo que este primeiro método (via sementes)
se restringe a trabalhos de melhoramento por apresentar variabilidade genética, gerando
desuniformidade, crescimento inicial lento e requer maior período de tempo para início
de produção, o que não é desejado em cultivos comerciais. Portanto, a propagação
seminífera não é desejada em cultivos comerciais, pois é economicamente inviável
(SILVA, 2005; SILVA, 2014). É bom destacar que a propagação é um conjunto de
práticas destinadas a perpetuar as espécies pelos métodos sexuais e assexuais. Seu
objetivo é aumentar o número de indivíduos e, de preferência, garantir a manutenção das
características agronômicas desejáveis essenciais das cultivares (FACHINELLO et al.,
2005).

Portanto, quando se deseja multiplicar uma planta de forma a manter suas características,
deve-se utilizar a propagação por via vegetativa, sendo a estaquia e a enxertia (Figura 55)
as formas mais utilizadas. Também pode ser realizada a propagação “in vitro”, sendo
indicado em ocasiões quando o material vegetativo que se deseja multiplicar é muito
escasso e de grande importância, uma vez que é um método relativamente caro e que
necessita de uma estrutura especializada, podendo ser um método útil para a conservação
C a p í t u l o I | 77

de germoplasma. Vários autores relatam que é possível a propagação “in vitro”, com
sucesso, de Hypocereus undatus (MOHAMED-YASSEN, 2002; DAHANAYAKE;
RANAWAKE, 2011), Hypocereus polyrhizus (KARI et al., 2010), Hypocereus
costaricensis (VIÑAS et al., 2012) e Selenicereus megalanthus (PELAH et al., 2002;
CREUCÍ et al., 2011).

Figura 55. Enxertia do tipo inglês simples com amarrio com arame e proteção com
parafilme. a) preparo do garfo e do porta-enxerto; b) amarrio com arame; c) detalhe do
amarrio; d) vista lateral da enxertia; e) proteção da enxertia com parafilme; f) vista lateral
da enxertia após o amarrio e a proteção. Após a enxertia as plantas foram mantidas em
condições de telado, com 50% de sombreamento. FCAV, UNESP, Jaboticabal, 2014.
Fotos: Adriana C. C. Silva.

A propagação da pitahaya é comumente realizada por meio de estacas, por ser uma forma
rápida e barata de propagação (Figura 56), utilizando-se, muitas vezes, materiais residuais
da poda. Geralmente, os próprios produtores realizam a multiplicação de suas plantas
quando desejam aumentar a área de cultivo, selecionando materiais de plantas que
apresentem as características desejadas.
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Figura 56. Propagação por estaquia ou estaca da planta de pitahaya. Fotos: Almeida et al
(2016) e Arquivo do projeto Pitaya da Serra.

As plantas oriundas de estacam iniciam o florescimento entre um e dois anos após o


plantio. Além da precocidade na produção, a propagação por estaquia é a forma mais
prática para a obtenção de pomares uniformes, devido à manutenção das características
fenológicas e de qualidade de frutos, necessárias para facilitar o mercado (GUNASENA
et al., 2007). Para a estaquia, podem ser utilizados cladódios inteiros (GUNASENA et al.,
2007) ou segmentos (SILVA et al., 2006; BASTOS et al., 2006, CAVALLARI et al.,
2008; MARQUES et al., 2011b), utilizados quando a quantidade de material vegetativo
é escassa, não sendo necessária a prévia cura do material vegetativo (ANDRADE et al.,
2007) nem a aplicação de reguladores vegetais exógenos para o sucesso do enraizamento
(SANTOS et al., 2010). Recomenda-se que a estaquia seja realizada a um centímetro de
profundidade (MARQUES et al., 2012a).

Marques et al. (2011b) avaliaram diferentes comprimentos (5, 10, 15, 20, 25 cm) de
cladódios no enraizamento de pitahaya (Hylocereus undatus) e concluíram que os
cladódios de 15 a 25 cm são favoráveis para o enraizamento e formação de plantas. Já
Bastos et al. (2006), relatam que cladódios de 25,0 cm de comprimento foram os mais
promissores para a produção de plantas. De maneira geral, observou-se que as estacas
formadas de cladódios a partir de 15 cm são aptas à propagação por estaquia de pitahaya
vermelha, por apresentarem 100% de enraizamento, proporcionaram a formação de
sistema radicular com maior massa e maior comprimento de raízes (Figura 57). É
importante destacar que as pitahayas propagadas vegetativamente, por meio de estacas,
C a p í t u l o I | 79

apenas desenvolvem raízes adventícias, que são originadas da região do periciclo e se


dirigem a epiderme, passando pelo córtex (CAVALCANTE, 2008).

Figura 57. Cladódios enraizados de pitahaya vermelha por estacas (Hylocereus undatus
(Haw.) Britton & Rose) de diferentes tamanhos (5; 10; 15; 20 e 25 cm). Foto: MARQUES
et al. (2011).

Na propagação via estaquia em pitahaya, deve-se atentar ao teor de umidade do substrato


e a profundidade de plantio das estacas, pois, esses são fatores que influenciam
diretamente no processo de enraizamento (LIMA, 2013).

O substrato é um dos principais fatores que interferem na formação de mudas, pois deve
garantir o desenvolvimento e manutenção do sistema radicular, estabilidade da planta e
suprimento de água, nutrientes e oxigênio (NASCIMENTO, 2011). Para Fachinello et al.
(2005), substrato é qualquer material usado como base para o desenvolvimento de uma
planta até sua transferência para o viveiro ou área de produção. Não funciona apenas
como suporte físico, mas também como fornecedor de nutrientes para a muda em
formação.
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Um substrato adequado deve apresentar características físicas e químicas que


proporcionem boas condições para o enraizamento das estacas e crescimento das mudas,
além de fácil disponibilidade de aquisição e baixo custo (SANTOS et al., 2010b; SILVA,
2014). Além disso, deve ser poroso para facilitar a drenagem e a aeração, apresentar boa
sanidade, baixa salinidade e boa disponibilidade de nutrientes (FREITAS et al., 2011).
Proporciona-se assim, ótimas condições para o desenvolvimento das mudas, a fim de que
este desempenho seja refletido no campo (BEZERRA et al., 2009).

A escolha pelo tipo de substrato é importante tanto para a propagação vegetativa quanto
por sementes, e constitui um dos fatores de maior influência no enraizamento de estacas,
pois, além de sustentá-las durante o enraizamento, mantém a base úmida, protegida da
luz e devidamente aerada (SCHÄFFER et al., 2005).

Os substratos variam na composição e estrutura, e considerando que as espécies vegetais


possuem necessidades comportamentais e nutricionais específicas, o melhor substrato a
ser utilizado varia de acordo com cada espécie. Em determinados casos, substratos
diferentes são indicados para uma mesma espécie, porém, em fases diferentes do
desenvolvimento da cultura (FACHINELLO et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2006).

Conforme Le Bellec et al. (2006), o substrato ideal para o enraizamento vai depender da
espécie, do tipo de estaca, da época, do sistema de propagação, do custo e da
disponibilidade de seus componentes. O sistema radicular da pitahaya é fasciculado e,
portanto, absorve rapidamente pequenos teores de elementos no solo. O uso de substratos
regionais ou formulados com componentes regionais é uma medida que reduz os custos
de produção. Restos de vegetais, casca de arroz carbonizada e pó da casca de coco são
alguns exemplos (NASCIMENTO, 2011).

Diversos substratos são utilizados para o enraizamento da pitahaya. Para Santos et al.
(2010a), a mistura de areia e esterco bovino curtido proporciona mudas mais vigorosas e
de boa qualidade, com grande acúmulo de fitomassa na parte aérea e no sistema radicular
de pitahaya. Já para Galvão (2015), a utilização de areia como substrato promove maior
enraizamento das mudas, assim como para Santos et al. (2010a), substratos com a
presença de areia são os mais adequados para a formação de mudas vigorosas e de boa
qualidade.

Em estudo de avaliação do efeito de diferentes substratos no crescimento de mudas de


pitahaya (Hylocereus polyrhizus (Weber) Britton & Rose), e utilizando os tubetes
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preenchidos com os seguintes substratos: S1: casca de arroz carbonizada, vermiculita e


vermicomposto (5:3:2 v/v); S2: casca de arroz carbonizada, pó da casca do coco-verde e
vermicomposto (5:3:2 v/v); S3: casca de arroz carbonizada, areia fina e vermicomposto
(5:3:2 v/v); S4: casca de arroz carbonizada, solo hidromórfico e vermicomposto (5:3:2
v/v) (Figura 58), Correia et al. (2016) verificaram, após 120 dias do plantio das mudas,
que o substrato mais adequado para o crescimento de mudas de pitahaya em tubetes é o
formulado com casca de arroz carbonizada, vermiculita e vermicomposto na proporção
5:3:2 v/v.

Figura 58. Agregação das raízes ao substrato e formação de raízes em mudas de pitahaya
(Hylocereus polyrhizus) crescidas em diferentes substratos aos 120 dias após o plantio.
Fortaleza, CE, 2014. Barra = 1 cm. Fotos: João Paulo Saraiva Morais (2016).

O substrato satisfatório para propagação de pitahaya é aquele que possui boa aeração,
fornece oxigênio, consegue suprir a muda em nutrientes e água, favorece sua sustentação
e tem uma boa sanidade. Além disso, é importante que seja de baixo custo. Esses
requisitos são recomendáveis para obtenção de mudas mais vigorosas, saudáveis e quando
forem levadas ao campo, possam se adaptar mais rapidamente, tendo bom
desenvolvimento das plantas, para que, futuramente, tenham uma boa produção e
longevidade.
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MICROPROPAGAÇÃO

Para a espécie Selenicereus megalanthus apenas os trabalhos de Infante (1992) e Pelah et


al. (2002) orientados à diferenciação de calos e, mais recentemente, os de Caetano Nunes
et al. (2014). Esses autores desenvolveram um protocolo de regeneração “in vitro”, via
organogênese indireta em pitahaya amarela, a partir de meristemas axilares (aréolas),
onde o TDZ (Thidiazuron) na concentração de 300 μM apresentou maior eficiência na
indução de calo compacto, e maior número de brotos formados por ponto de regeneração.

Entretanto, em trabalho de avaliação do potencial organogênico de folhas cotiledonares e


fragmentos de cladódios de pitahaya amarela (Selenicereus megalanthus), em meio de
cultura MS suplementado com auxinas e citocininas, em comparação com Hylocereus
polyrhizus, Román et al. (2014) chegaram as seguintes conclusões:

-A fase de estabelecimento de pitahayas amarela e vermelha em condições “in vitro” foi


alcançada utilizando-se como explantes folhas cotiledonares e fragmentos de cladódios
provenientes de plântulas obtidas a partir da germinação de semente sexuada com idade
média de 20 dias como explantes, as quais foram cultivadas em meio MS suplementado
com BAP 2 mg / lt e cinetina 2 mg / lt. O desenvolvimento das novas plântulas enraizadas
ocorreu pela via da organogênese somática, em um prazo de 30 dias (Figura 59).

Figura 59. Tipos de explantes empregados no estabelecimento de vitroplantes de


pitahaya. a. Pântulas. b. Folhas de cotilédones e fragmentos de cladódio. c. Fragmentação
de cladódios para obtenção de explantes na fase de multiplicação (segmento apical, ou
superior, segmento intermediário e segmento basal, ou inferior). d. Vitroplantas de
pitahaya amarela em fase de estabelecimento, formação de raízes e brotações a partir da
folha cotiledonar. Fotos: Román et al. (2014).
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-A multiplicação a partir de segmentos apicais e intermediários produziu em um prazo de


30 dias, em média, 5 a 9 brotações, nos meios de cultura M3, M1 e M5.

-Nos meios de cultivo M3 (100% MS adicionado com BA 2 mg/l e Cinetina 2 mg/l) e M5


(BA 0,1 mg/l + ANA 3 mg/l) a partir do explante apical, os brotos desenvolveram um
comprimento médio de 4,6 cm para pitahaya vermelha e 3,0 cm para pitahaya amarela.

-No meio M4 suplementado com ANA (4,0 μM), apresentou-se o maior percentual de
calos (98%), que são descritas por suas características externas, principalmente
consistência e cor, como friáveis, compactas, brancas e clorofílicas. Os calos
desenvolveram-se na base do explante e na maioria dos pontos vegetativos dos cladódios
(aréolas) a partir de explantes basais do filocladódio. Nos demais meios, principalmente
nos meios M1 e M5, também se formaram calos, mas em menor proporção (20%).

-Ao contrário do que foi constatado em outras investigações, neste ensaio o


estabelecimento, a multiplicação e o enraizamento foram realizados com o mesmo meio
de cultura, o que reduz tempo, custos e risco de perda de material.

-Na etapa de climatização das vitroplantas com uma idade média de 60 dias, foram
observadas diferenças no peso das plântulas, no número e comprimento dos brotos
emitidos e no comprimento das raízes, dependendo do substrato avaliado. Os ambientes
com um umidade relativa de 100% favoreceram o aumento de peso e a brotação. Nos
substratos areia, solo e mistura (areia: solo: turfa -v/v) as plântulas alcançaram maior
brotação; as raízes mais longas desenvolveram-se em areia e vermiculita. Em todos os
substratos, a sobrevivência foi de 100%.

CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS

Requerimentos ambientais

Temperatura: As pitahayas crescem bem em climas tropicais e subtropicais,


principalmente em regiões livres de geadas. As estimativas iniciais de áreas nativas
sugerem que as temperaturas ideais para o crescimento são de 18 °C a 25 °C. Segundo
INTA (2002), a faixa de temperatura a que se adapta a pitahaya varia entre 28 oC e 30 oC,
sendo a temperatura ótima de 29 oC. Elas toleram climas frios ou quentes, desde que as
temperaturas não excedam 38 °C, podendo sobreviverem em climas muito quentes, com
temperaturas de até 38–40 °C (BARBEAU, 1990); entretanto, em algumas espécies,
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temperaturas abaixo de 12 °C podem causar necrose dos caules (ERWIN, 1996). Para
Hylocereus undatus, temperaturas abaixo de -2,5 ºC e acima de 45 ºC são limitantes,
causando a morte das plantas (NOBEL et al., 2002). As pitahayas podem ser danificadas
pela exposição a temperaturas abaixo de zero (-2 ° C) de longa duração. No entanto, elas
se recuperam rapidamente de lesões leves de congelamento. O desenvolvimento da
espécie é melhor quando cultivadas em condições de temperaturas médias diurnas de 30
ºC e noturnas de 20 ºC (NOBEL; DE LA BARRERA, 2002). Altas temperaturas também
afetam a produção de flores. Nerd et al. (2002a) observaram que a temperatura média de
39 ºC reduziu de 15 a 20% a quantidade de flores de Hylocereus undatus.

Luz: É uma planta que precisa crescer em plena exposição solar, pois a luz é essencial
para o desenvolvimento dos processos fisiológicos. As pitahayas podem ser prejudicadas
pela luz solar extrema e toleram alguma sombra, apesar de ser uma cultura de plena luz
do sol em seus países nativos (habitats). Mesmo que as espécies de Hylocereus spp sejam
semiepífitas e, consequentemente, prefiram normalmente crescer na meia-sombra
(condições fornecidas na natureza pelas árvores), certas espécies podem crescer
perfeitamente bem ao sol (Hylocereus undatus, Hylocereus costaricensis e Hylocereus
purpusii, por exemplo). Ou seja, a pitahaya necessita de luz forte para seu crescimento.
Normalmente são necessários 8.000 lux (pitahaya amarela Selenicereus magalanthus,
requer sombreamento de 40% a 60%) a 12.000 lux (pitahaya vermelha Hylocereus spp,
20% a 40% de sombreamento. É importante salientar que a pitahaya é um tipo de cacto
que pode crescer com aproximadamente 2.000 lux. Mas com apenas 2.000 lux, a pitahaya
não pode florescer para produzir frutos. No entanto, sol muito quente e água insuficiente
podem causar queimaduras dos caules. No deserto de Neguev, em Israel, as condições
mais favoráveis para o crescimento e produção de frutos foram 30% de sombra para
Hylocereus polyrhizus (RAVEH et al., 1998). Nas Índias Ocidentais Francesas
(Guadalupe e Saint-Martin), o cultivo de Hylocereus trigonus só é possível com cerca de
50% de sombra. O excesso de água resulta sistematicamente na abscisão de flores e frutos
jovens (BARBEAU, 1990; LE BELLEC; RENARD, 1997). Graves danos ao caule foram
relatados por queimaduras solares em algumas regiões de cultivo com baixa umidade ou
alta altitude (Figura 60). Cerca de 30% de sombreamento é recomendado durante os
primeiros 3 a 4 meses após o plantio e onde a insolação está em níveis prejudiciais. No
entanto, muita sombra resulta em baixa produção e frutas de baixa qualidade.
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Figura 60. Queimadura de caule de Hylocereus hybridum começando a apodrecer por


incidência de radiação solar direta. Foto: Salvador Magraner Mifsud (2020).

Altura: O pitahaya cresce adequadamente desde o nível do mar até 800 metros acima do
nível do mar, mas também em altitudes de até 2.750 m acima do nível do mar (DE DIOS,
2004).

Precipitação: Durante a floração requer chuvas moderadas, chuvas intensas causam a


queda das flores. A precipitação ideal é considerada entre 500 e 700 mm.ano-1. Entretanto,
a robustez das espécies de Hylocereus spp permite-lhes prosperar em diferentes condições
ecológicas. Por exemplo, no México, os cactos trepadeiras são encontrados em regiões
muito chuvosas de 340 a 3.500 mm.ano– 1 (DE DIOS, 2004).

Quando mantida em condições de seca por seis semanas, a espécie Hylocereus undatus é
capaz de reverter condições de firmeza dos ramos e comprimento de células, reduzidos
durante a seca, em apenas sete dias após a reumidificação. Esta rápida reidratação, cinco
vezes mais rápida que a desidratação dos cladódios, aparentemente reflete em uma maior
habilidade na capacidade de absorção de água pelas raízes, uma vez que cada segmento
de cladódio pode desenvolver raízes adventícias, atuando como unidades individuais de
absorção (NOBEL, 2006).
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Vento: Essas plantas, pela sua rusticidade, suportam ventos fortes. No seu local de
origem, em diferentes épocas do ano podem ocorrer ventos fortes ou furacões que podem
causar danos às estruturas sobre as quais estão apoiados (tutores) e, consequentemente,
danificar as plantas. Além disso, na época de floração, ventos fortes acompanhados de
baixa umidade relativa afetam o processo de fertilização e de pegamento dos frutos, pois
reduzem a receptividade do estigma e a viabilidade do pólen.

Fotoperiodismo. A pitahaya é considerada plantas de dias longos, sendo que o


fotoperíodismo influencia na formação de gemas floríferas (JIANG et al., 2012). No
hemisfério Sul, o florescimento se dá de Novembro a Abril enquanto, no hemisfério
Norte, ocorre de Maio a Outubro. Jiang et al. (2012) afirmam ser possível a produção fora
de época da pitahaya vermelha (Hylocereus spp.) utilizando-se a interrupção do período
de escuro com iluminação complementar, sendo que a duração da iluminação
complementar varia com a época de indução, juntamente com a temperatura. O
fotoperíodismo crítico para a cultura parece ser de doze horas. A temperatura parece estar
diretamente relacionada ao fotoperíodismo uma vez que resultados de indução de
florescimento com extensão do fotoperíodismo não mostraram resultados positivos em
Israel (KHAIMOV; MIZRAHI, 2006), onde as temperaturas durante o período indutório
de florescimento foram menores.

Condições edáficas

As espécies de Hylocereus spp podem se adaptar a diferentes tipos de solo bem drenado
(BARBEAU, 1990; BÁRCENAS, 1994; N’GUYEN, 1996). Ou seja, os solos adequados
para cultivo devem ter boa drenagem, com boa disponibilidade de umidade. Solos
argilosos e arenosos são os melhores. A profundidade efetiva do solo deve ser de 50 cm
ou mais, para facilitar o bom desenvolvimento das raízes. O pH preferido pela pitahaya é
o de solos levemente ácidos com variações de 5,5 a 6,5 (ASISTENCIA
AGROEMPRESARIAL AGRIBUSINESS, 1992). Algumas referências classificam-os
de moderados a altamente tolerantes a sais. O solo deve ter um alto teor de matéria
orgânica para o ótimo desenvolvimento da pitahaya (INSTITUTO COLOMBIANO
AGROPECUARIO, 2012).
C a p í t u l o I | 87

SISTEMA DE PRODUÇÃO

O cultivo da pitahaya está atualmente concentrado nas mãos de pequenos, médios e


grandes produtores, que desenvolveram suas próprias tecnologias de produção. O
material de propagação é do tipo vegetativo (cladódios), geralmente esse material não é
semeado no viveiro no Equador, mas diretamente no campo. Os produtores ainda não
padronizaram o comprimento do cladódio, pois o mesmo pode medir entre 0,60 cm a 1,20
m (INIAP, 2016).

ESCOLHA DA ÁREA

A pitahaya prefere solos franco-arenosos e bem drenados para o seu desenvolvimento.


Devem-se evitar os solos pesados ou argilosos, porque se encharcam facilmente quando
chove ou racham na estação seca (movimentos de dilatação e retração). Recomenda-se
plantar a pitahaya em terreno que esteja limpo de pedras e de plantas daninhas (exemplo,
da tiririca) que possam competir com o crescimento das raízes de sua planta.

ANÁLISE DE SOLO E CALAGEM

O objetivo da amostragem é caracterizar a fertilidade de uma área ou gleba de grande


dimensão, por meio da determinação das quantidades de nutrientes e outros elementos
presentes, através de uma pequena fração de terra.

Com relação à habilidade do operador que vai retirar a amostra, o ideal é que ele seja
capaz de tomar pequenos, suficientes e iguais volumes de solo em cada ponto de
amostragem. A pá de corte ou trado deve ser de aço inoxidável, para evitar contaminações
principalmente de micronutrientes. Cada amostra composta representará as características
químicas de cada talhão, portanto deve-se ter o cuidado de coletar as amostras simples,
procurando cobrir a totalidade do talhão. Recomenda-se fazer a coleta caminhando em
ziguezague. Para a amostragem de solo são necessários os seguintes materiais: trados ou
com pá de corte, balde plástico e saco plástico. O trado torna a operação mais fácil e
rápida. Além disso, ele permite a retirada da amostra na profundidade correta e da mesma
quantidade de terra de todos os pontos amostrados. Na Figura 61 estão representados os
tipos de ferramentas que podem ser utilizadas na amostragem de solo.
C a p í t u l o I | 88

Figura 61. Ferramentas que podem ser utilizadas na amostragem de solo. Fonte: Agrolink
(2011).

A pesquisa já demonstrou que quanto maior o número de amostras simples tomadas para
compor uma amostra composta, maior é a possibilidade de se ter uma amostra
representativa (Figura 62). O número no qual o erro amostral é bastante reduzido é de 20
amostras simples compondo uma amostra composta. Em cada ponto, retirar os detritos na
superfície do solo. Devem-se evitar pontos próximos a cupins, formigueiros, casas,
estradas, currais, estrume de animais, depósitos de adubo, calcário ou manchas de solo.
Essas subamostras devem ser armazenadas em balde plástico e, ao final da coleta, serem
homogeneizadas, gerando uma única amostra de um quilo. Em seguida, deve-se secar o
solo, armazená-lo em saco plástico ou caixa de papelão, identificar corretamente a
embalagem e enviá-la para laboratório de confiança.
C a p í t u l o I | 89

Figura 62. a) Abertura da cova em forma de V; b) Corte de uma lâmina de solos de 2 a 3


cm; e c) Disposição dos pontos de amostragem de solos em forma de ziguezague.

No caso de área homogênea, tomam-se amostras em 10 a 12 pontos bem distribuídos,


limpando-se em cada local a superfície do terreno, retirando-se as folhagens, resíduos
orgânicos, etc, sem, contudo, raspar a terra. As amostras simples deverão ser reunidas em
um balde limpo e bem misturadas, formando uma amostra composta. Retirar
aproximadamente 500 g de terra, transferir para saco plástico sem uso, identificar pelo
número correspondente da área (talhão) e especificar informações complementares
(profundidade, entrelinha, etc). Devem-se separar as amostras coletadas das partes altas,
médias e baixas do terreno. O tamanho da gleba homogênea não deve ser muito grande
em geral de 3 a 5 hectares.

A análise de solo é uma ferramenta básica para recomendações de calagem. Sua aplicação
tem sido reconhecida como uma das principais técnicas na agricultura para controlar a
acidez dos solos, reduzir os níveis de Al+3 e atuar como fonte de Ca+2 e Mg+2 para as
culturas agrícolas. É importante ressaltar que a pesquisa orienta que a aplicação do
calcário, se for necessária, deverá ser feita dois meses antes do plantio, para que o calcário
tenha produzido a correção pretendida ou a disponibilização de Ca e Mg na quantidade
esperada. Contudo, mesmo que não dê para aplicar calcário com a antecedência
recomendada, apurando-se a necessidade de calagem através da análise de solo, deve-se
fazer a calagem a qualquer tempo, pois os efeitos benéficos da calagem serão alcançados
no decorrer do desenvolvimento da cultura.

O produtor pode também realizar uma calagem na cova de plantio. O calcário na cova de
plantio tem efeito localizado e contribui de forma mais significativa para o crescimento
radicular em profundidade. Sua utilização baseia-se em critérios agronômicos bem
C a p í t u l o I | 90

consolidados e não deve ser feita sem prévia análise de solo. Vale lembrar que a falta ou
excesso de calcário podem prejudicar a nutrição das plantas.

PREPARAÇÃO DO SOLO

Antes de preparar o terreno e estabelecer a pitahaya, os seguintes fatores devem ser


levados em consideração: hábito de crescimento, período produtivo, peso da planta, altura
da planta em plena produção, durabilidade e tipos de tutores a serem utilizados,
espaçamento, tratos culturais e o destino de frutas.

Para a preparação do terreno, efetuam a mecanização geral do lote e a construção de


drenos principais e secundários. No preparo do solo deve-se tomar cuidado para não se
arrastar a camada fértil. Recomendam-se fazer duas arações profundas (geralmente são
suficientes), seguidas de duas gradagens. Nesta ocasião, e de acordo com os resultados
da análise de solo, devem ser feitas as aplicações parceladas de calcário e adubação
fosfatada em área total.

Sulcador - Em solos argilosos e arenosos, o sulco deve ser aberto em função do


espaçamento escolhido entre fileiras de plantio de 4 m (BIDERBOST, 2016), e em solos
pesados, recomenda-se preparar os leirões de 2 m a 3 m de largura (Figuras 63 e 64).

Figura 63. Suqueando para plantio da pitahaya. Foto: Oliveira F. T., 2008.
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Figura 64. Pantio de pitahaya em leirões. Fotos: TopTropicals.com (INIAP) e Antonio


Carlos Pombal.

A preparação da terra deve ser feita um mês antes do plantio e inclui também as seguintes
atividades laborais: retirada de cladódios da planta mãe, preparação de estacas e
coveamento nos locais de implantação dos tutores.

TUTORAMENTO DA PLANTA DE PITAHAYA

As pitahaya são plantas semiepífitas, que rastejam, sobem e se prendem naturalmente a


qualquer suporte natural ou artificial que encontram (árvores, postes de madeira ou
cimento, paredes de pedra, etc.) graças às suas raízes aéreas (RONDÓN, 1998; LUDERS,
1999). Não se recomenda o seu cultivo no solo de forma horizontal (plano), em primeiro
lugar porque dificulta o cultivo (polinização, colheita, etc.), em segundo lugar porque o
C a p í t u l o I | 92

contato com o solo provoca danos nas plantas (LE BELLEC, 2003). A pitahaya é,
portanto, melhor cultivada em suportes vivos ou mortos (BARBEAU, 1990; DE DIOS;
CASTILLO MARTINEZ, 2000).

Quanto à escolha do tipo de tutor a ser utilizado, deve-se levar em conta a vida útil da
pitahaya, que pode ser superior a vinte anos, o custo e a manutenção exigida pelo tutor,
além de que o mesmo deve ser forte o suficiente para aguentar a grande massa verde
produzida pela cultura.

A) Tipos de tutores.

Os tutores podem ser de dois tipos: vivos ou mortos.

A1.Tutores vivos. Os tutores vivos são estacas de árvores que possuem características
adequadas, para servir de suporte e facilitar o desenvolvimento e escoramento da planta
pitahaya. Suas principais características são:

-Capacidade de enraizamento em pouco tempo.


-Cresce com facilidade e em poucos anos.
-Casca macia e esponjosa, para que as raízes adventícias da pitahaya adiram com certa
facilidade.
-Tolerância ao ataque de pragas e doenças.
-Não ser hospedeiro de pragas e doenças que atacam a pitahaya.

No México são utilizados principalmente tutores vivos, aproveitando-se a vegetação pré-


existente, principalmente para pequenas áreas de plantio de pitahaya. É importante
salientar que, no caso do uso de tutores vivos, deve-se levar em conta a mão de obra
necessária para a manutenção das plantas, para as podas de condução e de abertura da
copa, de modo a permitir um dossel de luz adequado às plantas de pitahaya. Geralmente,
as plantas são podadas entre o fim do verão e início do outono, quando a radiação
fotossintética é menor. A vantagem do uso desse tipo de tutor é que não há necessidade
do uso de cobertura para sombreamento das plantas, além de ser possível seu
aproveitamento em sistemas agroflorestais (SAF).

Como foram abordados anteriormente, os tutores vivos devem ser podados com
frequência (Figura 65), para evitar que os galhos compitam pela luz do sol com a pitahaya.
C a p í t u l o I | 93

Segundo Cardozo et al. (2013), os tipos de tutores utilizados na cultura da pitahaya


correspondem às seguintes espécies: Gliricídia (Gliricidia sepium); Mulungu do Alto
(Erithrina poepigiana); Ciriguela (Spondias purpúrea); Leucena (Leucaena spp.); Cajá
(Spondias monbin); Árvore boca de leão (Gmelina arbórea). Também conhecida como
Gamelina ou Guimelina.

Figura 65. Exemplo de tutor vivo individual para pitahaya. Fonte: Procomer – Costa Rica
Exporta.

A2.Tutores mortos. Como tutores mortos podem ser utilizados vários tipos de tutores
desde postes de concreto, troncos de árvore secos, aglomerados de pedra individuais,
paredes de pedra, etc.; sendo que o tronco de gliricídia é mais usado na prática
(CARDOZO et al., 2013). Ao usar tutor morto, é recomendado retutorar quantas vezes
forem necessárias, para evitar que a muda de pitahaya caia no chão. A continuação,
algumas características que um bom tutor morto deve apresentar:

-Deve ter vida útil igual ou superior à vida produtiva da cultura.


-Boa resistência para suportar o peso de uma planta adulta, durante sua vida produtiva.
- Não atrapalhar o desenvolvimento e crescimento da pitahaya.
-Facilitar que as raízes adventícias da planta, se adiram sem dificuldade ao tutor para que
a planta fique fortemente apoiada.
-Que não apodreça e não se quebre ou rache o tutor em poucos anos.
C a p í t u l o I | 94

No Brasil, o mais comum é o uso de postes de madeira ou de concreto com os distintos


suportes (Figura 66). Apesar de um maior custo inicial, apresentam menores custos com
manutenção que o uso de tutores vivos. O custo de construção dos suportes é de
aproximadamente 32% do custo inicial para implantação da cultura. Estudos conduzidos
na Malásia avaliando três formas de condução de Hypocereus polyrhizus, entre elas a
mais utilizada no Brasil, o cultivo com postes, mostram que essa forma de condução é a
que proporciona maior número de botões florais e frutos por planta, além de frutos com
maior massa (YUSOFF et al., 2008). É importante destacar que os tutores devem ser
instalados antes do transplante (ASISTENCIA AGROEMPRESARIAL
AGRIBUSINESS, 1992).

Figura 66. A) Exemplos de tutores mortos individuais para pitahaya e B) Alternativas de


suportes para os ramos secundários de pitahaya em sistemas de tutores individuais de
poste morto (tronco de árvore) ou pré-moldado (cimento). Fontes: Procomer – Costa Rica
Exporta.
C a p í t u l o I | 95

B) Tamanho dos tutores.

B1.Comprimento. O comprimento de cada tutor deve ser de 2,30 m e 70 cm são


enterrados no solo, ficando 1,60 m do lado de fora. É importante tratar com óleo preto
queimado a parte da estaca que vai ser enterrada para dá-lhe mais vida, no caso de usar
tutores mortos.

B2.)Diâmetro. É variável e depende do tipo de árvore utilizada, por exemplo: em


gliricídia considera-se um diâmetro adequado de 25 a 30 cm, enquanto que o tutor de
mulungu do alto pode ter um diâmetro de 20 a 25 cm. Por outro lado, os postes de concreto
podem ser de 4 polegadas (10 cm).

C) Espaçamento de plantio de tutores e plantas

O espaçamento de plantio das plantas de pitahaya é o mesmo do espaçamento do tutor. O


tutor individual é o sistema tradicional mais utilizado pelos produtores.

SISTEMAS DE CONDUÇÃO

Na escolha do sistema de condução, considera-se o custo inicial de implantação e o longo


período produtivo da fruta. Têm-se diversas formas de conduzir o plantio de pitahaya e a
escolha é feita pelo produtor rural, sabendo, porém, que os materiais escolhidos têm que
ser de qualidade para que as estruturas fiquem reforçadas e durem por muitos anos.

No cultivo da pitahaya são utilizados diferentes sistemas de tutores. O tutor tradicional


ou individual por planta é comum na plantação da pitahaya. Outro sistema de alta
tecnologia é a chamada “dupla espaldeira”, muito utilizada na Colômbia, mas sua
implantação é muito mais cara. Apesar de o produtor utilizar diferentes tipos de suporte,
mas para os suportes verticais feitos de madeira ou cimento e grades de ferro
(BARBEAU, 1990; N’GUYEN, 1996; MIZRAHI; NERD, 1999), e em suportes
horizontais e inclinados, serão dados maiores atenções. Cardozo et al. (2013) indicam que
é possível utilizar os seguintes sistemas de condução:

a) Sistema de tutor individual ou tradicional: Este sistema é o mais popular em


Nicarágua porque não requer o uso de outros materiais como arames, mangueira, etc. O
sistema tradicional consiste em selecionar os tutores de menor espessura (menos de 4
C a p í t u l o I | 96

polegadas de diâmetro), colocando um a dois deles nos locais indicados pelas estacas ou
hastes de cladódios. As plantas nesse sistema se dispõem de forma oposta (Figura 67).
Em áreas íngremes, os caules são plantados no lado mais alto. O espaçamento de plantio
é de 3,0 m - 3,3 m entre fileiras m x 2,0 m - 2,5 m entre plantas, para uma população
aproximada de 1.350 plantas. ha-1, sendo um caule de cladódio semeado ao pé de cada
tutor. Ou seja, em cada um dos tutores vivos plantam-se 1 a 2 estacas de pitahaya,
imediatamente depois de cortá-las da planta mãe, utilizando a semeadura direta.

Figura 67. Espaçamento de plantio de plantas e\ou de tutores no sistema tradicional. Foto:
INTA.

Para o caso de tutores únicos, selecione-os com a espessura superior a 4 polegadas de


diâmetro (acima de 10 cm), podendo eles serem mortos ou vivos. Quando são usados
tutores vivos, o produtor tem a oportunidade de planejar o plantio da gliricídia (no
espaçamento de 3 m x 3 m) com antecipação de dois anos ao plantio da pitahaya, visando
reduzir significativamente os custos de produção em comparação à aquisição de tutores
mortos. Na Figura 68, os tutores estão instalados no espaçamento de 2 m entre plantas e
de 3,3 m entre fileiras, obtendo-se assim uma população de 1.500 plantas por ha. Em
cada um dos tutores uma planta de pitahaya é plantada proveniente do viveiro, pelo que
se conhece o sistema como semitecnificado.
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Figura 68. Sistema semitecnificado de semeadura de mudas de pitahaya provenientes do


viveiro. Foto: UNA\FAGRO.

b) Sistema de espaldeira dupla em triângulo "A": É uma variante da espaldeira


simples. Para a construção do sistema de espaldeira dupla, utilizam-se postes curados de
pinho ou postes de concreto e arame nº 8, formando uma estrutura de sustentação das
plantas. A estrutura é preparada da seguinte forma: São plantados dois postes, um em
frente do outro, com 1,6 m de altura, formando um triângulo com o solo, e deixando 1 m
de distância entre as bases dos postes (Figura 69). Esse posteamento duplo é feito
seguindo a direção da fileira.

Figura 69. Sistema tecnificado de espaldeira dupla em “triângulo A”. Foto: Arquivo do
Projeto CEE-ALA 86\30 (1994).
C a p í t u l o I | 98

A distância entre um triângulo e outro (dentro e entre as fileiras) é de 3,0 m. Ao longo


dos triângulos formados pelos postes de concreto em dois dos lados, são colocadas duas
linhas de arame, que servirão de suporte para os caules da pitahaya. O topo dos triângulos
é unido por uma linha adicional de arame. Ou seja, para as linhas que sustentam as hastes
de cladódios, usa-se o arame liso nº 8, enquanto os triângulos de postes são amarrados
com arame mais fino. Quando são usados os postes de madeira, os grampos são utilizados
em lugar dos arames finos.

Em cada extremidade da estrutura triangular, coloca-se um poste tensor de um metro de


comprimento, o qual é apenas enterrado meio metro com o fim de esticador. Para um
hectare, são necessários 2.400 postes de concreto ou pinho e 48 postes de tensionamento.
As hastes de cladódios são plantadas a 2,0 m uma da outra (entre plantas), apenas em um
lado do sistema (ou de cada poste). Com esta distância são obtidas 1.260 plantas.ha-1. As
vantagens do sistema de espaldeira dupla são:

-O controle de pragas e doenças é facilitado.


-Facilita o trabalho da poda fitossanitária e de formação.
-Maior facilidade na colheita.
-Melhor circulação de ar nas plantações, evitando a proliferação de pragas e doenças.
-Facilitam todos os tratos culturais: fertilização, controle fitossanitário, podas, colheita de
frutos, etc.

c) Espaldeira em "T" ou Telégrafo: Utiliza um suporte vertical, trave (suporte


horizontal) e arame. O tutor também pode ser de eucalipto tratado ou postes de concreto
e ter 1,6 a 2 m de altura a partir do solo, enquanto as traves podem ser em madeira ou
bambu. Na ponta superior do tutor, é colocada uma estaca de eucalipto tratado de
aproximadamente de 1 m de comprimento, perpendicular ao tutor, ou seja, atravessado
em relação à linha de plantio, criando uma trave de sustentação no formato da letra “T”
(Figura 70).
C a p í t u l o I | 99

Figura 70. Sistema de tutores de “espaldeira em T”. Foto: Moreira et al., 2012.

Para ligar os tutores na mesma linha de plantio, são esticadas ao menos de 2 a 4 linhas de
arame galvanizado liso nº 12 ou varas de bambu (Figura 71). As linhas de arame servirão
para sustentar a copa da pitahaya futuramente. Recomenda-se a utilização de esteios no
início e no final da linha de plantio (Figura 72).

Figura 71. A) Esteio (tensiona o fio de arame) no início da linha de plantio no sistema de
cultivo da pitahaya em “espaldeira em "T"; e B) Dois fios de arame ligam os tutores na
mesma linha ou fileira de plantio da pitahaya.
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Figura 72. Quatro varas de bambu interligando os tutores na linha de plantio. Foto:
Adriana de Castro Correia da Silva.

A pitahaya é uma planta trepadeira e, independente do sistema de condução escolhido,


será necessário o amarrio da muda com o uso de barbante ou fitilho para facilitar o
crescimento da planta no sentido do tutor (Figura 73). O crescimento das plantas é rápido
e contínuo, embora possivelmente com um período de descanso vegetativo quando as
condições climáticas são desfavoráveis (seca e temperaturas muito baixas).

Figura 73. Fitilho plástico usado para amarrar o caule principal da planta de pitahaya ao
tutor. Foto: Ferramentas Kennedy.

d) Espaldeira com uso de pneus: É a condução feita com o uso de tutores de eucalipto
tratado ou postes de concreto e pneus velhos. Cada tutor pode ter de 1,6 a 2 m de altura a
partir do nível do solo e na sua ponta superior são colocadas cruzetas de vergalhão de
meia polegada para servirem de fixação para o pneu. Se for de eucalipto tratado, optar
C a p í t u l o I | 101

por estacas de diâmetros maiores que 14 ou 16 cm. Os postes de concreto com diâmetro
de 10 cm x 10 cm ou 12 cm x 12 cm, deixando dois furos em diferentes lados para
introduzir os dois vergalhões (Figura 74) ou por duas traves cruzadas de madeira (Figura
75), encarecem a implantação do cultivo da pitahaya, porém têm maior vida útil.

Figura 74. Espaldeira com uso de pneus, mostrando os dois furos no poste para
introdução dos vergalhões.
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Figura 75. Espaldeira com uso de pneus, mostrando as duas traves cruzadas de madeira
no topo de cada tutor.

Após o plantio da muda ocorrerá o surgimento de brotações laterais, cada segmento ou


brotação é denominado de cladódio (Figura 76A). Recomenda-se, com auxílio de uma
tesoura de poda, deixar apenas um ou dois cladódios alcancem a altura do pneu ou da
trave, que corresponde à parte superior do poste (Figura 76B). Ou seja, todos os cladódios
emitidos lateralmente abaixo da trave do poste devem ser eliminados, pois são pouco
produtivos e atrapalham o crescimento da planta. Após atingirem essa altura, deve-se
favorecer o surgimento de brotações laterais por meio da poda apical do ramo principal,
que darão origem aos frutos, pelo arqueamento dos ramos secundários (Figura 76C).
Esses vão ser os cladódios produtivos, preferencialmente amarre-os com barbante.
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Figura 76. (A) Eliminação de brotações laterais, permitindo que um ou dois ramos
alcancem a altura do pneu ou trave. (B) Arqueamento dos ramos laterais após atingirem
a altura ideal. Fotos: Felipe Camargo de Paula Cardoso; Geraldo Magela Gontijo.

e) Suportes inclinados de grade de ferro. Com suportes inclinados (Figura 77), a


densidade pode ser muito maior, uma vez que as estacas são plantadas a cada 50-75 cm
em torno da grade de ferro de produção ou ao longo do suporte inclinado (6.500
estacas.ha–1) (LE BELLEC, 2003). A altura destes diferentes tipos de apoios deve ser
entre 1,40 m e 1,60 m para apoios verticais e entre 1,0 m e 1,20 m para apoios horizontais
e inclinados para facilitar o manejo da cultura.
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Figura 77. Suporte inclinado de grade de ferro usado nas plantações de Hylocereus
undatus com nove meses de idade (A) e de Hylocereus costaricensis com dois anos de
idade (B). Fontes: Procomer - Costa Rica Exporta e www.edpsciences.org/fruits.

Quando se utilizam apoios verticais e horizontais na parte superior do tutor, a poda é


importante e os caules devem ser selecionados de forma a forçar a planta a se prender por
meio do suporte. Todos os crescimentos laterais e partes da planta voltadas para o solo,
originados do caule principal, devem ser removidos, mantendo-se os caules principais e
os ramos superiores, exceto aqueles que tocam o solo. A poda principal é realizada no
primeiro ano após o plantio. Qualquer que seja o suporte utilizado, a haste deve ser fixada
a ele com fio de barbante ou fitilho plástico.
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COVEAMENTO E PLANTIO DA MUDA

Um trabalhador faz a abertura manual ou mecanizada das covas para implantação dos
tutores e das mudas de pitahaya com auxílio de uma draga (Figura 78). As mudas de
pitahaya são plantadas diretamente nas covas, após cicatrização, sem enraizamento
prévio. Para o plantio é realizada a amontoa, deixando a superfície onde o cladódio foi
enterrado 5 cm acima da superfície do terreno, evitando encharcamento na base das
mudas (Figura 79). No momento de colocar a muda na cova deve-se ter o cuidado de
apertar bem, evitando deixar espaços vazios (MOREIRA et al., 2012). Como os tutores
são posicionados ao lado do local das mudas de cladódios, portanto, as suas covas
possuem dimensões diferentes de acordo com o diâmetro do tutor. À medida que vão
crescendo os cladódios, recomenda-se prendê-los à estaca com um fitilho de plástico, para
ajudar a planta a aderir facilmente à estaca.

Figura 78. Abertura mecânica e manual de covas com auxílio de uma draga. Fotos: Senar
(2018) e Antônio Menezes.
.
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Figura 79. Altura do plantio a cinco centímetros do nível do solo. Fonte: Moreira et al.,
2012.

PLANTIO DOS CLADÓDIOS

A pitahaya é uma planta perene e com expectativa de produção ao longo de 15-20 anos.
Por isso é importante fazer um planejamento inicial do cultivo, em especial no que diz
respeito à implantação e à forma de condução.

a) Escolha das mudas: o plantio da pitahaya é feito com o caule da planta retirado de
uma planta mãe para se iniciar um cultivo (Figura 80). A escolha da planta mãe é muito
importante, pois o novo plantio mantem as características da planta mãe e ainda permite
a precocidade na produção. Assim, deve-se optar por uma planta mãe em pleno período
produtivo (4 anos), de boa produção, sadia sem sintomas de doenças, com tolerância a
pragas e doenças, vigorosa e com haste adulta em média 80 cm de comprimento. As
mudas retiradas da planta mãe (Figura 81) podem ser levadas diretamente ao campo (de
C a p í t u l o I | 107

07 a 10 dias após a cicatrização do corte) e plantadas ou podem ser colocadas em sacos


de polietileno para que enraízem antes do transplantio.

Figura 80. Matriz ou planta-mãe de pitahaya, da qual se obtém o material vegetativo para
a propagação. Foto B: INIAP.

Figura 81. Cladódios (ou mudas) retirados da planta mãe.

Ou seja, a propagação da pitahaya pode ser realizada tanto por estacas enraizadas em
sacos plásticos, quanto por semeadura direta dos cladódios no campo definitivo, embora
não haja diferenças em termos de produtividade de frutos (BOLAÑOS, 1993). Portanto,
as mudas enraizadas em sacos de polietileno são transplantadas para o campo em
Nicarágua no inverno (maio-junho) e em meados de abril ou início de maio, quando os
cladódios, com aproximadamente 80-85 cm de comprimento e previamente desinfetadas,
são usados na semeadura direta.
C a p í t u l o I | 108

b) No viveiro. É uma etapa transitória realizada em casa de vegetação e que tem por
objetivo a propagação do material que posteriormente será instalado de maneira definitiva
no campo. A propagação da pitahaya é feita por meio de material vegetativo (estacas)
obtido de caules de plantas que apresentam ótimas condições fitossanitárias, de adaptação
e de produção (Figura 82).

Figura 82. Produção de mudas de pitahaya em viveiro.

A estaca responde mais rapidamente à formação de botões florais e frutos quando se trata
de caules delgados e de comprimento de 25 cm a 30 cm (Figura 83). Deve ser deixado à
sombra por 7 dias, após o qual são plantados em sacos plásticos (20 cm x 30 cm) com a
mesma orientação que se tinha na planta-mãe. É conhecido como cura a atividade de
deixar as mudas cortadas por 7 a 10 dias em local sombreado e arejado para que a parte
onde os cladódios foram cortados possa cicatrizar e não entrar em contato direto com o
solo, o que provocaria o seu apodrecimento. Antes do seu plantio, o material vegetativo
é embebido na solução por 5 minutos e depois seco à sombra (Figura 84).
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Figura 83. Tamanho da estaca de pitahaya (acima de 25 cm). Fonte: Procomer – Costa
Rica Exporta.

Figura 84. a) Desinfecção dos cladódios pitahaya e b) Cladódios enraizados em sacos


plásticos no viveiro. Fotos: UNA\FAGRO e INTA.
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O uso de matéria orgânica como substrato para enraizar os cladódios de pitahaya


(MONGALO; LÓPEZ, 1996) provoca um maior e rápido crescimento das plantas em
nível de viveiro, recomendando o uso de misturas com base em:

-Esterco de galinha + casca de arroz + esterco bovino na proporção de 1: 1: 1.


- Solo + casca de arroz na proporção de 1: 1.
-Esterco de galinha + casca de arroz + polpa de café na proporção de 1: 1: 1.

c) Manejo das plantas em viveiro

- Evitar que as plantas daninhas cresçam no saco de polietileno negro;

- Realizar irrigação durante a época de seca, mantendo a umidade do substrato, com o


turno de rega de duas vezes por semana;
- Recomenda-se aplicar cerca de 2 gramas de ureia com teor de 46% de N por planta a
cada mês, enquanto permanece no viveiro
- Aplicar inseticida para controlar o ataque de pragas e de fungicidas para prevenir contra
o surgimento de doenças;
- Quando as mudas de pitahaya alcançarem uns 30 cm de comprimento, elas poderão ser
transplantadas ao campo definitivo.

O plantio de pitahaya deve ser feito com mudas maiores que 30 cm, pois estudos mostram
que o tamanho da muda favorece o enraizamento e o pegamento (Figura 85). Os
espaçamentos utilizados são de 3 m x 3 m ou 3 m x 2 m, pois favorecem os manuseios
futuros na cultura como podas e colheita. Para as hastes enraizadas em saco plástico, as
covas feitas no campo devem ter 30 centímetros de diâmetro e 40 centímetros de
profundidade. Antes de receber a muda no campo deve ser feito a adubação por cova,
geralmente é utilizado adubo orgânico como esterco de curral ou esterco de frango,
podendo também utilizar a adubação química como o supersimples e micronutriente.
Após isso, deve ser colocada a muda a cinco centímetros a cima do nível do solo.
C a p í t u l o I | 111

Figura 85. Transplante de mudas de pitahaya produzidas em viveiro. Antes de plantar no


local definitivo, eliminam-se os sacos plásticos das mudas. Fotos: MF Rural e LÓPEZ,
H.; GUIDO, A. (2014).

d) Semeadura direta. Em alguns países, o método de propagação comercial da pitahaya


mais utilizado é o plantio definitivo. Para isso, recomenda-se a utilização de caules com
cerca de 80 cm de comprimento, provenientes de plantas saudáveis, vigorosas, de boa
produção, com frutos de bom tamanho e qualidade. Essas hastes devem ser desinfetadas
em uma solução de inseticidas e fungicidas. Depois de seco, é semeada a estaca ao pé de
cada tutor. Algumas soluções recomendadas:

-Malathion (Malathion) 100 cc + [Maneb + Zineb (Dithane M 45® ‚)] 100 cc, em 100
litros de água.

-Diazinón (Basudín 60 EC®) 100 cc + Benomilo (Benlate®) 60 g, em 100 litros de


água.

-Carbaril (Sevín 80 SP®) 100 cc + Manzate ® 500 g em 100 litros de água.

Para o plantio no local definitivo, devem ser feitas covas de 50 cm x 50 cm x 50 cm e, na


terra retirada da parte superior da cova, denominada “terra rica”, deve ser misturada toda
a adubação de plantio. Uma vez misturada a “terra rica” com os adubos, essa mistura deve
C a p í t u l o I | 112

ser a primeira a ser recolocada dentro das covas. Recomenda-se a adubação das covas de
plantio com:

-300 g de superfosfato simples;


-50 g de FTE BR 12 ou adubos similares ricos em micronutrientes;
-500 g de calcário dolomítico;
-20 L de esterco bovino;
-10 L de cama de frango.

Para o cultivo orgânico sugere-se:

-500 g de calcário dolomítico,


-350 g de Yorin Master;
-30 L de esterco bovino ou 15 L de cama de frango.

São plantadas duas mudas de cladódio, sem raízes na sua base, e ao pé do tutor, enterrando
15 cm a ponta lenhosa onde foi feito o corte (Figura 86). Em áreas íngremes, os caules
são plantados no lado mais alto. À medida que vão crescendo os cladódios, recomenda-
se prendê-los à estaca de pitahaya com um fitilho de plástico, para ajudar a planta a aderir
facilmente ao tutor.

Figura 86. a) Plantio direto dos cladódios e estacas enraizadas de pitahaya. Fotos:
LÓPEZ, H.; GUIDO, A. (2014) e Procomer – Costa Rica Exporta.
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Após o plantio da muda, deve-se amarrar com fitilho para prendê-la ao tutor, pois a
pitahaya é uma planta trepadeira e o tamanho do tutor varia, mas geralmente é feito de
madeira ou cimento. A condução da pitahaya é simples devendo apenas ser feito podas
eventuais de cladódios pouco produtivos quando necessário para que não saia do perfil
do tutor, o que poderá dificultar a operação de colheita.

e) Propagação por sementes. A pitahaya pode ser propagada a partir da semente, mas
as características do fruto e do caule são variáveis, e o tempo desde o plantio até a
produção do fruto pode ser de até 7 anos (Figura 87). A propagação assexuada é preferida
e o uso de estacas de caule é amplamente difundido. Normalmente, segmentos inteiros da
haste de 12 a 38 cm são usados (Figura 88). Um corte inclinado é feito na base do caule,
então as mudas são tratadas com um fungicida e deixadas para curar (secar e sarar) por
7–8 dias em um local seco e sombreado antes de serem plantadas diretamente no campo.
Alguns propagadores aplicam um hormônio na parte da raiz das mudas após a cura, mas
antes de plantá-las. As mudas crescem muito rápido (3 cm por dia) e muitas produzem
frutos de 6 a 9 meses após o plantio. Os cortes mais longos geralmente alcançam os
suportes da treliça (parte superior do tutor) mais rápido do que os mais curtos. As
pitahayas também podem ser enxertadas, mas essa prática não é comum. A enxertia tem
potencial para fazer seleção de porta-enxertos adaptáveis a vários tipos de solo e
problemas. As mudas enxertadas de cladódios levam cerca de 4 a 6 meses para
desenvolver um bom sistema radicular em sacos de plástico e estar prontas para o plantio
em local definitivo.

Figura 87. Desenvolmento da planta de pitahaya a partir do plantio de sementes. Foto:


Dreamstime.com.
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Figura 88. Desenvolmento da planta de pitahaya a partir do plantio da muda vegetativa.


Foto: Dreamstime.com.

MULTIPLICAÇÃO E DENSIDADE DE PLANTIO

As espécies Hylocereus undatus e Hylocereus costaricensis podem ser multiplicados


naturalmente e muito facilmente cortando os ramos do caule assim que ele tocar o solo
(FOUQUÉ, 1969). A semeadura de sementes e a multiplicação “in vitro” de brotos jovens
de plantas maduras também são possíveis (YASSEN, 2002; LE BELLEC, 2003). No
entanto, na agricultura, a multiplicação por ramos de cladódio é preferível, pois permite
a constituição genética replicada integralmente da espécie. Além disso, o estádio de
frutificação é alcançado mais rapidamente por meio dos ramos vegetativos, menos de 1
ano após o plantio, em oposição aos 3 anos para as plantas cultivadas a partir de sementes.
Além disso, a robustez dessas espécies permite que os ramos de cladódios sejam colhidos
diretamente no campo; desde que os ramos tenham pelo menos 50 a 70 cm de
comprimento (N’GUYEN, 1996) e sejam regadas regularmente para garantir um
enraizamento satisfatório. Dadas essas condições e as características da planta, alcança-
se um índice de pegamento de cerca de 90% das mudas (LE BELLEC, 2003). A distância
entre as plantas depende do tipo de suporte usado. Com um suporte vertical, é necessária
uma distância de 2–3 m entre as linhas de plantio (entre 2.000 e 3.750 ramos de cladódios
\ha–1), a uma taxa de três ramos por suporte vertical (BARBEAU, 1990; N’GUYEN,
1996; Figura 89).
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Figura 89. Plantio adensado com três cladódios (ou ramos principais) por suporte vertical
(tutor). Foto: MFRURAL.

Sugere-se plantar as pitahayas em 3 m x 3 m em quadrados (Figura 90), o que determina


uma densidade de 1.100 plantas/ ha. Porém, é aconselhável testar várias densidades até
obter aquela que proporcione a máxima produção e o manejo mais fácil. Com densidades
elevadas, o trabalho de poda e desbaste dos ramos (inclinados ou fracos) torna-se mais
necessário, uma vez que os cladódios se cruzam, dificultando os tratos culturais
(BECERRA, 1992). Segundo a Asistencia Agroempresarial Agribusiness (1992) não é
aconselhável ter mais de 1.500 plantas por hectare porque dificulta os tratos culturais.
Porém, em experimentos realizados na Colômbia com a espaldeira em “T”, pode-se
atingir uma densidade de 2.000 a 2.100 plantas/ha (CARDOZO et al., 2013; Figura 91).
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Figura 90. No sistema quadrado, utiliza-se o espaçamento de 3 m nos dois sentidos


para plantio do campo de pitahaya. Foto: CNTAF.

Figura 91. Plantio de pitahaya com tutoramento de 1,60 de altura com 1 metro a cada
duas plantas e 1,50 metros na fileira (Facilidade no manejo).

Outra técnica tradicional no México é a forma como é feito a divisão dos lotes (Figura
92), no terreno escolhido para o plantio de pitahaya com tutores vivos, os quais são
traçados 25 quadrados de 20 m x 20 m (400 m2) por hectare e são medidas de organização
esquemática da agricultura tradicional da época Maia.
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Figura 92. Estabelecimento e traçados das 25 parcelas de pitahaya por ha. Foto: Héctor
Cálix de Dios et al. (2014).

No mundo, existem grupos de pitahaya de valor comercial: a de casca vermelha e de polpa


branca, [Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose], a pitahaya vermelha e de polpa
vermelha, [Hylocereus costaricensis (F. A. C. Weber) Britton & Rose] ou [Hylocereus
polyrhizus (Weber) Britton & Rose] e a pitahaya de casca amarela, com espinhos e
polpa branca, [Selenicereus megalanthus (Schumann ex. Vaupel, Moran)], esta
conhecida também como “Colombiana” (GALVÃO, 2015). Entretanto, é importante
cultivar uma área de pitahaya com mudas provenientes de dois ou três grupos distintos,
podendo ser uma fileira alternada para cada grupo (Figura 93), pois assim facilita a
polinização de um material de casca vermelha e de polpa branca ou de casca vermelha e
de polpa vermelha com pólen de outro grupo (de casca amarela e polpa branca, no caso
da variedade Golden de Israel), o que irá resultar na produção de frutos maiores por planta
e, em geral, maior produtividade da cultura.
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Figura 93. Campo de pitahaya com duas variedades plantadas em fileiras alternadas:
Variedade Golden de Israel (fruto de casca amarela e polpa branca) e Variedades da
espécie Hylocereus undatus (fruto de casca vermelha e polpa branca).

IRRIGAÇÃO

Mesmo que a pitahaya possa sobreviver com poucas chuvas (LE BELLEC, 2003) - muitos
meses de estiagem -, mas quando as frutas de boa qualidade são exigidas pelo mercado,
um abastecimento regular de água é necessário. A irrigação regular é importante, pois
permite à planta formar reservas suficientes não só para florescer na época mais favorável,
mas também para garantir o desenvolvimento dos frutos. Recomenda-se a microirrigação
local (gotejamento). Além da eficiência do abastecimento de água por esse sistema, a
microirrigação evita regas desiguais e excessivas que podem resultar na queda das flores
e dos frutos jovens (BARBEAU, 1990; Figuras 94, 95 e 96). No caso da irrigação
convencional, instale anéis de irrigação a cerca de 30 cm do poste, para distribuir
adequadamente a água de irrigação. A frequência da irrigação é determinada de acordo
com a textura do solo.
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Figura 94. Irrigação por gotejamento de plantas de pitahaya com tanque de água
posicionado na parte mais elevada do terreno. Fotos: Vaneide Pereira Reinaldo Alves
(2020).

Figura 95. Irrigação por goteamento com os canos suspensos, sendo dois metros entre
postes de cimento (altura do poste de 1,60 m + 0,50 m enterrado). Arquivo de campo em
Taiwan.
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Figura 96. Irrigação auxilia na produção dos frutos de pitahaya ou um sistema antigeada
por meio de irrigação por microaspersão. Foto: Roger Terra de Moraes/Emater-RS.

Embora as pitahayas sejam membros da família dos cactos e possam resistir a períodos
de estiagem, elas precisam de bastante água. Becerra (1992) recomenda a aplicação de
irrigação principalmente em épocas de estiagens muito prolongadas. De acordo com o
experimento realizado na Colômbia, observou-se que a aplicação de irrigação após um
período de estiagem não teve impacto imediato sobre a floração (POZO, 2011). Por outro
lado, a umidade excessiva do solo resultará no desenvolvimento de doenças bacterianas
e fúngicas. Um período seco (inverno e início da primavera) é necessário para a indução
de floração abundante, mas uma vez que as plantas florescem (final da primavera e verão),
os períodos de seca podem resultar em produção pobre. Portanto, a rega periódica é
recomendada desde a floração até a colheita.

Le-Bellec et al. (2006) propõem duas irrigações por semana durante a produção. Embora
eles indiquem que a pitahaya pode sobreviver com precipitações muito baixas e em
condições de muitos meses de estiagem. A quantidade de água vai depender do tipo de
solo, por exemplo, no sul da Califórnia, as plantas jovens respondem bem a 1 litro de
água por dia, em irrigação por gotejamento (MERTEN, 2003). Enquanto Lichtenzveig
(2000) sugeriu o uso de 2 litros de água por planta a cada semana, durante a estação úmida
C a p í t u l o I | 121

e fria (novembro a abril) e na estação quente (maio a outubro), propõe a aplicação de 2,5
litros por planta, duas vezes por semana, com a incorporação de nutrientes como: N – 70
ppm, P - 9 ppm e K -70 ppm. Esta adição de água e nutrientes é proposta para ser feita
em irrigação por gotejamento (Figura 97).

Figura 97. A fertirrigação se aplica através de sistemas de irrigação por gotejamento.


Fonte: Procomer – Costa Rica Exporta.

CONSORCIAÇÃO

Os sistemas consorciados, quando adequadamente arranjados quanto às espécies vegetais,


tempo e espaço, representam aumento na eficiência de uso da terra, além da diversificação
de culturas que confere obtenção de pelo menos dois produtos e de ser ambientalmente
sustentável (MATTOS; GOMES, 2000). O cultivo em consórcio é um sistema em que,
numa mesma área, permite a implantação de duas espécies, convivendo juntas em parte
ou em todo seu ciclo, possibilitando aumento de produtividade (PORTES et al., 2003).

A pitahaya é uma fruta relativamente nova no Brasil e que possui total chance de
crescimento por apresentar alta adaptabilidade com relação aos diversos climas, bem
como a possibilidade de ser feito um consórcio com outras frutíferas, como exemplo da
Colômbia que cultiva a pitahaya em consorcio com culturas permanentes cacau, pimenta
C a p í t u l o I | 122

do reino, e café ou com culturas temporárias com feijão, milho, gergelim, etc (Figuras 98
e 99), produzindo dessa forma mais uma possibilidade de os produtores gerarem renda
para a sua propriedade (ORTIZ-HERNÁNDEZ; CARRILLO-SALAZAR, 2012).

Figura 98. Plantio de pitahaya em consócio com feijão-fava (Phaseolus lunatus L.). Foto:
UNA\FAGRO.

Figura 99. Plantio consorciado de milho entre os postes (ou fileiras) para que sirva de
sombreamento da pitahaya e irrigação. Foto: Jason C. S. Wu (ICTA; Guatemala).
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SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF)

Uma alternativa para a produção sustentável de pitahaya é a utilização de Sistemas


Agroflorestais (SAFs) que ajudam a proteger o solo contra a perda da capacidade
produtiva, mantêm o ciclo dos nutrientes e garantem o fornecimento de água e nutrientes
para as lavouras. O manejo inclui o estabelecimento e o cuidado de lavouras e outras
plantas associadas, o uso de solos, o controle de pragas e, em um sentido amplo, o uso
ótimo do sistema desde o ponto de vista dos benefícios para a obtenção de sistemas
adequados, sejam novos ou modificados de outros já existentes (ARÉVALO, 2007).

Portanto, uma alternativa sustentável é a utilização de sistemas alternativos de produção


como os sistemas de faixa (rua) com leguminosas, espécies que melhoram as propriedades
físicas, químicas e biológicas dos solos por meio da incorporação de sua biomassa. Neste
contexto, está em curso uma investigação na Fazenda Experimental Palora do INIAP,
localizada no cantão Palora, província de Morona Santiago, localizada a 875 metros de
altitude, com temperatura média de 22,5 ºC e com 3.500 mm de precipitação anual. Nesta
plantação, em 2016, flemingia (Flemingia macrophylla) foi plantada em faixa entre as
fileiras de pitahaya a 5 m entre planta x 5 m entre fileira e gliricídia (Gliricidia sepium) e
eritrina (Erythrina sp) a cada 6 m (Figuras 100 e 101). O aproveitamento das leguminosas
se realizou em plena floração, cortada e incorporada, ao redor do caule da pitahaya, mais
ou menos cerca de 5 m. Aos três anos, a maior contribuição de nutrientes (kg/ha) foi
obtida com o arranjo agroflorestal com eritrina com 201,3 nitrogênio (N), 15,4 fósforo
(P), 63 potássio (K), 33 cálcio (Ca) e 6,8 magnésio (Mg). O sistema agroflorestal com
gliricídia contribuiu com 114,7 de N, 7,5 de P, 60,6 de K, 31,9 de Ca e 7,2 de Mg. No
segundo ano, a eritrina contribuiu com 46,4 kg/ha e a gliricídia com 57,3 kg/ha de N. A
concentração de N obtida no segundo e terceiro ano estão de acordo com os resultados
relatados por Ayala e Pérez (2006), Villamagua (2006) e Montenegro (2005), que indicam
valores entre 44 a 276 kg/ha na eritrina e 64 a 198 kg/ha na gliricídia. Da Matta e
Rodríguez (2007) afirmam que esses sistemas de produção permitem maior conservação
dos recursos naturais e menor aplicação de insumos, o que se traduz em baixos custos de
produção.
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Figura 100. Pitahaya sob SAF com Erythrina poeppigiana. Foto: INIAP.

Figura 101. Pitahaya sob SAF com Gliricidia sepium. Foto: INIAP.
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Nestes sistemas de produção, foi encontrada maior quantidade de minhocas (117 e 103
minhocas/m2) em relação às monoculturas. Além disso, a abundância e a biomassa das
minhocas aumentaram 56% na época de chuva máxima em relação à época de chuva
mínima. Este comportamento pode ser decorrente principalmente do manejo agronômico
da cultura (fertilização, rotação e uso de agroquímicos), variáveis ambientais
(temperatura), fatores edáficos (nutrientes) e sazonais (chuvas e secas).

Outra prática de conservação é a utilização de tutores vivos, com arbustos adaptados às


condições edafoclimáticas das áreas de produção. O INIAP, no cantão de Palora, vem
executando, desde 2018, processos de pesquisa e inovação tecnológica no cultivo da
pitahaya, com a incorporação da Erythrina sp e Spondias mombin L., esses tutores, além
de diminuirem os custos de produção, reduzem a incidência de pragas pelo fato de
apresentarem outras fontes de alimento sem causar danos aos cladódios, botões florais,
flores e frutos em diferentes estágios de desenvolvimento e sua biomassa pode ser
incorporada ao solo como adubo verde. Nesse contexto, Dios et al. (2014) afirmam que
os sistemas agroflorestais de tutores vivos no cultivo da pitahaya ao longo do tempo, são
considerados como um mecanismo para os processos de transição agroecológica. López
(2000) afirma que o manejo ecológico da cultura visa manter a cultura livre de pragas
durante seu ciclo; dentre os principais tratos culturais estão processos como: replantio,
poda de formação, sanidade, controle de ervas daninhas e fertilidade do solo.

A finalidade de utilizar essas novas alternativas de produção é porque a pitahaya requer


30 a 60% de sombra (Figura 102), que deve ser regulada. Não tolera temperaturas
extremamente altas, 40/30 °C (diurna e nortuna). Além disso, quando os caules são
expostos diretamente ao sol sofrem queimaduras que os tornam mais sensíveis ao ataque
de pragas. A troca gasosa e o crescimento são inibidos, a eficiência fotossintética é
reduzida e a capacidade de fixar CO2 é diminuída, uma vez que a assimilação líquida
diária ideal de CO2 ocorre à temperatura ambiente de 30/20 °C (REBOLLEDO et al.,
2009).
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Figura 102. Plantio de pitahaya amarela com o sombreamento de 40%, obtido por meio
da cobertura de sombrite e irrigação. Foto: Jason C. S. Wu (ICTA; Guatemala).

Por serem plantas oriundas de habitats sombreados, as pitahayas necessitam de


sombreamento para seu cultivo. Quando cultivadas em locais com grande intensidade
luminosa as plantas apresentam amarelecimento dos ramos, podendo chegar à morte.
Assim, recomenda-se que sejam cultivadas sombreadas, em sombrites com variação entre
30 e 60% de sombra, de acordo com as espécies (Figuras 103 e 104). O sombreamento
excessivo também causa danos à cultura, pois reduz severamente seu crescimento,
principalmente em Hylocereus polyrhizus. O excesso de sombra também influencia o
número de flores, que está relacionada com a biomassa das plantas. Em trabalho realizado
por Raveh et al. (1998) verificou-se que em plantas de Hylocereus polyrhizus cultivadas
sob sombreamento de 30%, a quantidade de flores produzidas mais que dobrou em
comparação às plantas conduzidas sob sombreamento de 60%.

Figura 103. Espécie Hylocereus spp cultivada sob rede de sombra (sombrite) de forma
total e parcial. Foto: MF Rural.
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Figura 104. Sombreamento total (A) e sombreamento parcial das plantas de pitahaya (B-
C-D). Fotos: Ribamar Neto (UFC) e Almeida et al. (2016)

Algumas espécies do gênero Hylocereus, no entanto, são mais tolerantes à luz, pois
apresentam uma cobertura de cera na extensão dos cladódios, que evita a exposição direta
dos estômatos à radiação solar. No Ceará, a pitahaya vermelha é cultivada
comercialmente sob condições de pleno sol e nas épocas mais quentes do ano,
evidenciam-se plantas com cladódios amarelados, que consistem em sintomas de efeitos
pouco conhecidos sobre a produção de frutos. Almeida et al. (2016) explicaram que se
trata de um eficiente mecanismo foto-protetor que, dentre outras modificações (na
anatomia e trocas gasosas), resulta em boa aclimatação da cultura ao ambiente de cultivo
sob plena radiação solar.
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ADUBAÇÃO

Os solos que oferecem melhores condições para o desenvolvimento das plantas possuem
pH entre 5,5 e 6,5, são não compactados, ricos em matéria orgânica, bem drenados e de
textura bem solta (LIMA, 2013). Além disso, a utilização de fontes alternativas de
nutrientes pode minimizar os custos com boas perspectivas de produtividade para a
pitahaya (MARQUES et al., 2012).

No Brasil, a maioria das pesquisas desenvolvidas com nutrição em pitahaya relaciona-se


às formas orgânicas de adubos. A aplicação de componentes orgânicos, para servir como
fonte de nutrientes, já é utilizada há muitos anos na agricultura e tem as vantagens de
melhorar a agregação do solo e influenciar os processos de drenagem, aeração, retenção
de água, infiltração e penetração de raízes, entre outras (OLIVEIRA et al., 2009).
Ademais, essa adubação orgânica confere boas respostas ao solo e às plantas,
especialmente pela liberação lenta de nutrientes e incorporação de matéria orgânica no
sistema, melhorando as qualidades químicas, físicas e biológicas, evitando também a
lixiviação de nutrientes e a salinização do solo.

Em um estudo conduzido por Cavalcante (2008), concluiu-se que o fornecimento de 20


L cova-1 de esterco bovino promove um crescimento da parte aérea em função do melhor
desenvolvimento do sistema radicular. Após o plantio, pode-se utilizar essa quantidade
de esterco nas fases de desenvolvimento e frutificação da cultura. Essa prática de
adubação orgânica pelo uso de esterco contribui para a incorporação de matéria orgânica
no solo em diferentes momentos, favorecendo as condições biológicas do solo e a
absorção de nutrientes pelas raízes da planta, especialmente por estas terem características
fasciculadas e de desenvolvimento em pequenas profundidades.

Trabalhos realizados com adubação orgânica em pitahaya mostraram resultados


relevantes da utilização desta prática. A adubação com esterco de curral combinado com
cama de frango na espécie Hypocereus undatus aumentou a produção de frutas por planta
e adição de granulado bioclástico, composto à base de algas calcárias, melhorou a
qualidade das frutas (MOREIRA et al., 2011).

Nas condições edafoclimaticas de Bom Jesus, PI, a utilização de 20 litros de esterco cova -
1
foi recomendada na ocasião do plantio de pitahaya, por aumentar o crescimento da parte
aérea (CAVALCANTE et al., 2011). Na Califórnia, a adubação à base de compostos
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orgânicos e estercos de origem animal têm sido realizados com sucesso, inclusive sem a
necessidade de suplementação com adubos minerais (THOMSON, 2002).

Por conseguinte, os rendimentos variam em função dos elementos nutritivos fornecidos.


Em razão do seu sistema radicular superficial, a planta de pitahaya pode assimilar
rapidamente até mesmo a menor quantidade de nutrientes. A nutrição mineral e orgânica
é particularmente vantajosa e, quando combinadas, seu efeito é ainda mais benéfico (DU
PREZ, 1997; LÓPEZ TURCIOS; GUIDO, 1998; MIZRAHI; NERD, 1999). Nas
condições de Taiwan, o que se recomenda é a combinação de esterco bovino mais
fertilizantes minerais, a cada quatro meses, no cultivo da pitahaya (ZEE et al, 2004). Os
principais nutrientes demandados pela cultura da pitahaya são nitrogênio (N), fósforo (P),
potássio (K) e cálcio (Ca), pois os mesmos constituem os componentes fundamentais na
formação do caule e dos frutos, além do micronutriente boro (B) que também é essencial
para o pegamento das plantas e no tamanho e massa dos frutos.

O P é exigido, na maioria das vezes, na fase inicial do desenvolvimento das plantas, por
ser um elemento essencial na divisão celular, exercer funções na fotossíntese e
proporcionar a formação inicial e o desenvolvimento do sistema radicular
(MALAVOLTA et al., 1997; EPSTEIN; BLOMN, 2006; TAIZ; ZEIGER, 2004). Quando
disponível em quantidades satisfatórias, aumenta a tolerância das plantas a situação de
estresse, por favorecer o desenvolvimento do sistema radicular. Entretanto, a deficiência
causa redução do crescimento, atraso no início do florescimento e redução no número de
frutos produzidos (MALAVOLTA et al., 1997).

A utilização de doses crescentes de P, associados com outros nutrientes, no cultivo da


pitahaya aumentou a produção de frutas, com resultados econômicos significativos com
a prática da adubação com estes elementos (TURCIOS; MIRANDA, 1998).

Em relação ao K, as informações relacionadas à sua aplicação no cultivo da pitahaya, o


INTA (2002) menciona o aumento do diâmetro do caule e melhorias na qualidade de
frutas da espécie Hylocereus polirhyzus, com incremento de 16,2% de frutas na categoria
A, em comparação com as plantas não adubadas (THEN, 2013). Essa melhoria na
qualidade se deve ao fato de o nutriente atuar no transporte de fotoassimilados para órgãos
de armazenamento, como as frutas e participa da formação e da translocação de açúcares,
promovendo melhorias do seu tamanho. A deficiência promove redução na taxa de
crescimento (SENAPATI; SANTRA, 2009).
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Mesmo assim, a adubação deve ser feita obedecendo aos resultados da análise de solo e
às necessidades da cultura. Para assegurar um bom desenvolvimento da planta,
recomenda-se a utilização de matéria orgânica (20 L de esterco de curral), calcário
dolomítico (500 g) e adubação química com 300 g de superfosfato simples e
micronutrientes (50 g de FTE BR 12) por cova.

Durante o enchimento da cova, deve-se inverter a ordem de retirada do solo e misturar a


terra de superfície com a adubação orgânica e o calcário (Figura 105). Depois do
fechamento da cova, deve ser colocada uma estaca para demarcação do centro de cova
para o futuro plantio, após 60 dias.

Figura 105. Enchimento da cova. Fonte: Pasqual et al. (2000).

Recomenda-se realizar aplicações de nutrientes com frequências de 2 a 3 meses. A


aplicação deve ser realizada no coroamento ou círculo da planta, pode ser em terreno
plano ou declive (Figuras 106 e 107), incorporando o fertilizante ao solo para evitar
toxicidade e para prevenir a volatilização de NH3, recomenda-se também a aplicação de
fertilizante orgânico bem curtido de 5 a 10 kg / planta, dividido em quatro aplicações por
ano.
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Figura 106. a) Recomenda-se realizar a adubação dentro do coroamento (raio de 40 cm


a 50 cm) feito em volta da planta e com solo umedecido e após aplicação do adubo, cobrir
o círculo de 20 cm de largura com terra; e b) Em terreno inclinado aplica-se a adubação
na meia lua da parte superior da cova de plantio da pitahaya. Fotos: UNA\FAGROS.

Figura 107. Aplicação de adubo em redor da planta de pitahaya. Fonte: Procomer – Costa
Rica Exporta.
C a p í t u l o I | 132

Fertilização foliar. A fertilização foliar consiste na aplicação do fertilizante diluído em


água na parte aérea da planta na época seca, de forma a manter o plantio em boas
condições. Recomenda-se, a partir do segundo ano nos meses de janeiro, fevereiro e
março. Para melhor aproveitamento, as aplicações devem ser feitas ainda de madrugada,
antes do nascer do sol ou ao entardecer. Geralmente, três a quatro aplicações são feitas
anualmente (LÓPEZ; GUIDO, 2014).

Há indicações de que este tipo de aplicação seja realizado antes das primeiras chuvas e
da floração, porque reduz a queda das flores. Os fertilizantes foliares que podem ser
utilizados são: Bayfolán; Kinfol, Newffol e ureia 46%. Os dois primeiros corrigem
deficiências de elementos menores como Zn, Cu, Mg, etc., o terceiro fornece aminoácidos
essenciais para os processos fisiológicos da planta e o último fornece Nitrogênio. As
doses por hectare são: - Bayfolán: 2 litros dissolvidos em 200 litros de água; - Kinfol: 2
litros dissolvidos em 200 litros de água; - Newffol: 1 litro dissolvido em 200 litros de
água; e - ureia 46%: 5 libras dissolvidas em 200 litros de água (LÓPEZ; GUIDO, 2014).

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

O manejo de plantas daninhas deve ser feito com intuito de não haver concorrência com
a planta por água ou nutrientes, visando um desenvolvimento rápido, gerando um fruto
maior de diâmetro e melhor qualidade. Ou seja, em qualquer cultivo agrícola, o controle
de plantas daninhas é indispensável, visando à obtenção de plantas sadias e produtivas,
principalmente em relação às seguintes operações de campo: capina manual entre fileiras
e entre plantas de pitahaya, coroamento e cobertura morta ou a utilização de filme plástico
(Mulching).

Capina. O controle de plantas daninhas no pomar de pitahaya deve ser realizado levando
em consideração as especificidades da planta, do clima e do terreno, pois a ocorrência de
plantas invasoras pode prejudicar o desenvolvimento das pitahayas, afetando a
produtividade e dificultando os tratos culturais. As plantas daninhas concorrem com o
pitahaya, notadamente, até os primeiros 6 a 8 meses de implantado. O seu controle pode
ser realizado de forma manual e mecânica. O controle manual consiste no arranquio das
plantas daninhas localizadas a 40 cm de distância do caule, região esta, onde se encontra
a maior concentração de raízes e pêlos radiculares, evitando a competição por nutrientes
e água entre a invasora e a planta cultivada.
C a p í t u l o I | 133

O controle mecânico deve ser realizado nas entre linhas das plantas, sendo indicado a
manutenção de cobertura vegetal nas linhas, visando minimizar as perdas de umidade do
solo, além de protegê-lo contra erosões e processos de compactação devido ao uso de
maquinários. Este controle deve ser feito com o auxílio de implementos agrícolas como
roçadeiras, rolos de faca, foices e até mesmo enxada, sempre que a cobertura vegetal
alcançar um crescimento acentuado.

Coroamento. O coroamento deve ser feito à enxada, e tendo-se o cuidado de não causar
injúrias mecânicas ao caule e de não formar bacias em volta da muda, o que propiciaria o
acúmulo de água durante o período chuvoso e, consequentemente, o encharcamento e
riscos de morte para a planta. Por ser uma cultura rústica dificilmente possui alguma
doença ou praga, no entanto pode ocorrer a bacteriose, que é causada por Pectobacterium
carotovora, ocasionando o apodrecimento dos cladódios, (COSTA, 2012),
principalmente quando é facilitada a entrada através de corte em bisel feito para produzir
mudas de ramos ou provavelmente pelas injúrias no caule durante as operações de capina.

Cobertura morta. A prática da cobertura morta é feita a partir do início do período de


estiagem, usando-se de preferência os produtos residuais vegetais, como folhagens secas
de gramíneas, restos de culturas, serragem de madeira, palha de arroz curtida e de bagana
(folha de carnaúba triturada pela máquina de batição para retirada da cera; QUEIROGA
et al., 2013).

A cobertura morta é uma prática muito importante nos cultivos agrícolas, por promover
vários benefícios, como: aumento da atividade microbiológica do solo; incorporação de
nutrientes, principalmente de nitrogênio, graças à decomposição da matéria orgânica; e
controle da perda de água do solo pela incorporação e consequente manutenção hídrica
do solo (EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL, 2009), porque muita água aplicada com
muita frequência pode causar apodrecimento das raízes da planta de pitahaya. Mantenha
a cobertura morta de 20 a 30 cm de raio em redor da base do caule da planta.

Mulching. O filme plástico de polietileno utilizado na agricultura para a cobertura do


solo, mais conhecida como “mulching” usado também para cobrir camalhão (leirão),
pode ser branco e preto. Suas principais vantagens consistem na diminuição da
competição com as plantas daninhas na fase inicial de estabelecimento da cultura, na
grande economia em água de irrigação, evita a erosão e o endurecimento da terra, pois o
plástico retém a umidade dos solos, além da maior facilidade no controle de plantas
C a p í t u l o I | 134

invasoras. O plástico preto é mais barato e, ao aquecer o solo, impede o crescimento das
espécies invasoras e não permite a passagem da luz (Figura 108). Enquanto o plástico
branco é empregado para refletir a luz e não elevar muito as temperaturas do solo.

Figura 108. Cobertura do solo com filme plástico (Mulcing) para controle de plantas
daninhas. Foto: Arquivo de campo de Taiwan.

Controle químico. Deve-se evitar o controle químico, que embora possa ser bastante
eficiente no controle das plantas daninhas, possa acarretar problemas de fitotoxidade das
plantas de interesse, além de danos aos aplicadores e ao meio ambiente.

Em último caso, o uso de Glifosato (Round-up) é recomendado em doses comerciais de


1,4 litro.ha-1. Para o controle de gramíneas persistentes, pode-se aplicar 1 (um) litro de
Fluasifop (Fusilade) em doses de 200 litros de água, quando a planta daninha tiver com
duas a três folhas. O controle químico é realizado cerca de três vezes ao ano durante a
estação das chuvas (LÓPEZ; GUIDO, 2014).
C a p í t u l o I | 135

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS

O controle de pragas e doenças na cultura da pitahaya é feito basicamente por meio das
práticas culturais, como adubação adequada e o manejo das podas. Os cladódios e os
frutos infectados devem ser removidos da área de cultivo, de modo a retirar a fonte de
inoculo.

PRAGAS

O conhecimento e o reconhecimento de potenciais pragas são muito importantes, uma


vez que com o aumento da área plantada muitas pragas, que antes não apresentavam
importância nem mesmo atacavam a cultura, podem vir a se tornar problema, sendo
primordial uma rápida tomada de decisão para evitar potenciais danos.

As principais pragas da cultura da pitahaya são as formigas, percevejo de patas laminadas,


mosca das frutas, vagalume e abelha irapuã. As formigas saúvas e formigas lava-pés, dos
gêneros Atta e Solenopsis respectivamente, causam danos principalmente na época da
floração e de produção dos frutos, promovendo o amarelecimento e posterior queda das
flores e nas brácteas que envolvem os frutos, expondo a polpa, levando à depreciação do
fruto.

Abelhas irapuãs – O principal problema encontrado em campo são as abelhas irapuãs


(Trigona spinipes) (Hymenoptera: Apidae: Meliponinae). Esta espécie provoca muitos
danos no fruto, depreciando o produto final, pois estas abelhas raspam toda a casca do
fruto. O ataque pode ocorrer tanto no fruto verde quanto maduro (Figura 109). Quando
ocorre com ele ainda verde, a superfície raspada fica necrosada, marrom, o que diminui
e muito seu valor comercial, uma vez que o principal atrativo da fruta é sua aparência
exótica. Quando o ataque é severo, além da necrose, verificam-se furos no fruto,
inviabilizando sua comercialização. Além disso, a exposição dos tecidos pode se tornar
porta de entrada para patógenos, acarretando em mais problemas.
C a p í t u l o I | 136

Figura 109. Danos em frutos ainda verde, apresentando as brácteas raspadas pelas
abelhas irapuã (a) e fruto com ataque severo de abelhas irapuãs, apresentando necrose dos
locais afetados e furos (b). Fotos: João Paulo de Oliveira Muniz (2017) e Adriana C. C.
Silva (a-b).

A irapuã também causa danos aos botões florais e flores, roubando o néctar dos botões
florais, através de furos e do pólen das flores abertas. Vale salientar que esta espécie não
exerce nenhuma atividade polinizadora, e é relatada causando danos em diversas outras
culturas além da pitahaya, porém, por ser uma espécie nativa, seu controle não é
permitido. Assim, para se evitar os danos que podem causar, deve-se lançar mão de
controle cultural, ensacando-se os frutos (Figura 110). Para tanto, o uso de jornal ou saco
de TNT são mais eficiente, por serem resistentes ao tempo, permanecendo íntegros por
mais tempo (COSTA, 2012).
C a p í t u l o I | 137

Figura 110. Sacos em TNT para proteção de frutas contra pragas, sobretudo produção
orgânica, já vem acompanhado com cordão para amarrar.

Percevejo de patas laminadas (Leptoglossus zonatus). É uma praga que afeta a pitahaya
durante os meses secos. Tanto as larvas (ninfas) quanto os adultos causam danos ao se
alimentarem dos frutos, através da sucção da seiva dos cladódios, causando clorose. Além
disso, também afetam os botões florais, cujos sintomas se manifestam com certa cor
avermelhada (MEDINA; KONDO, 2012; Figura 111). Por outro lado, também causam
danos indiretos, uma vez que as lesões ou rachaduras nos frutos que se originam, tornam-
se portas de entrada de fungos e bactérias, inviabilizando o comércio, podendo levar até
à morte da parte afetada.

Figura 111. Percevejo pata de folha (Leptoglossus zonatus).


C a p í t u l o I | 138

Controle. Para o seu controle, deve ser realizado monitoramento, observando se há


presença nos cladódios de ovos-praga. Além disso, devem-se eliminar as plantas
daninhas, podar a planta para favorecer uma aeração adequada, eliminar material vegetal
afetado, aplicando produtos preventivos, etc.

Mosca do botão floral - Dasiopis saltans (Diptera: Lonchaeidae). Trata-se de um


díptero de cor azul metálico que geralmente afeta a fruta da pitahaya amarela, mas em
muitas ocasiões também ocorre na fruta da pitahaya vermelha. As fêmeas colocam ovos
nos botões florais e, posteriormente, as larvas destroem os botões, gerando um processo
de apodrecimento de dentro para fora (DELGADO et al., 2010) e posteriormente a sua
queda. Essa praga afeta economicamente a pitahaya, ao se alimentar das estruturas
internas do botão floral (BENDEZÚ et al., 2018; MORA, 2012). Os botões florais
afetados se tornam de cor avermelhado (Figura 112). Este sintoma se distingue do ataque
de percevejos por causar uma coloração marrom nas anteras e pistilos (ICA, 2012).

Figura 112. Mosca do botão floral (Dasiopis saltans). Foto: Kondo, T., en: Delgado et
al. (2010).
C a p í t u l o I | 139

Controle. O controle químico para combater essa praga não é muito eficaz devido ao
rápido surgimento de resistência. Portanto, recomenda-se o monitoramento da praga,
além do uso de armadilhas com atrativos proteicos hidrolisados à base de milho e soja.

Formiga saúva-da-mata ou formigas cortadeiras ou (Attas sp.) e Formiga-de-fogo ou


formiga lava-pés (Solenopsis sp.). Alimentam-se das brácteas dos frutos e
frequentemente sua casca ao amadurecer se rompe, diminuindo a qualidade e o valor
comercial da produção. Também as formigas se alimentam de caules tenros e botões
florais, o que diminui a produção (ICA, 2012).

Medidas de controle de pragas. Recomenda-se a realização de um manejo integrado de


pragas com a integração de práticas culturais, tais como: eliminação de plantas
hospedeiras, uso de controladores biológicos como fungos entomopatogênicos
(Beauveria sp.) e quando a praga ultrapassar danos significativos, usar métodos químicos.
Recomenda-se também estabelecer no centro das fileiras as plantas de
flemingia (Flemingia macrophylla), as mesmas que servem de alimento especialmente
para as formigas. Além disso, recomenda-se realizar podas e fertilizações adequadas com
base em análises químicas do solo e da folhagem (ICA, 2012).

Thrips (Thrips tabaco e Frankliniella occidentalis). Mediante os diagnósticos


realizados nos laboratórios da AGROCALIDAD, foi detectada a presença de tripes nesta
cultura (ICA, 2012). Esses insetos constituem problemas sanitários pelos danos que
ocasionam à qualidade do fruto. São mais frequentes em flores e pequenos frutos. Com
seus aparelhos bucais que sugam e raspam, os thrips se alimentam dos frutos em
desenvolvimento. Além disso, geram problemas no atendimento dos padrões de qualidade
exigidos no mercado internacional (AGUIRRE, 2013).

São também relatadas outras pragas que podem causar danos à cultura da pitahaya de
maneira esporádica, como pulgões, cochonilhas (Figura 113), lesmas e caracóis, que
apresentam preferência por tecidos mais jovens, principalmente o ápice de crescimento
da planta.
C a p í t u l o I | 140

Figura 113. Sépalas das flores de pitahaya com pulgões (a) e cochonilhas em cladódio
jovem (b). FCAV, UNESP, Jaboticabal, 2014. Foto: Adriana C. C. Silva.

Controle. Para o controle de pragas é muito utilizado o óleo de nem, principalmente para
pulgões e cochonilhas, para as demais pragas podem ser utilizados produtos à base
Beauveria bassiana.

Nematoides Helicotylenchus sp. e Meloidogyne sp. Os nematoides representam um


grande problema para a cultura, sendo relatados diversos gêneros capazes de provocar
danos ao sistema radicular desta cultura, como Helicotylenchus, Meloidogyne,
Dorylaimus, Tylenchus, Aphelenchus e Pratylenchus. Em estudos realizados em Palora
(Equador), Delgado et al. (2019) relatam que 97% dos nematoides que causam mais danos
às raízes de pitahaya Amarela correspondem aos gêneros Meloidogyne, Helicotylenchus,
seguido por 3% ao gênero Tylenchuss. O nematoide Helicotylenchus sp. é um
ectoparasita, semi-endoparasita ou endoparasita. Esse nematoide forma pequenas lesões
circulares e alongadas de marrom escuro a preto na epiderme das raízes (LUC et al.,
2005). As plantas de pitahaya Amarela na parte aérea apresentam sintomas semelhantes
aos produzidos por Meloidogyne sp. tais como amarelecimento generalizado da planta,
interrupção de seu crescimento e diminuição da produção (ICA, 2012).

Medidas de controle. Para diminuir a população de nematoides, recomenda-se a


incorporação de matéria orgânica (adubação verde de cascas ou folhas de mamona) bem
decomposta, controle de plantas daninhas, principalmente gramíneas hospedeiras de
nematóides, e estímular à emissão radicular com a aplicação de microrganismos como
C a p í t u l o I | 141

Trichoderma sp.. É importante que a cultura tenha um bom sistema de drenagem, para
diminuir a mobilidade dos nematoides (ICA, 2012).

DOENÇAS

Em relação às doenças, são poucas as que ocorrem na cultura da pitahaya no Brasil e,


geralmente são tratadas através de poda dos ramos afetados e da aplicação preventiva de
fungicidas cúpricos. As principais doenças relatadas são a antracnose, a fusariose e a
bacteriose, que ocorrem principalmente durante a estação chuvosa.

Antracnosis (Colletotrichum gloesporioides).

Uma das doenças fúngicas mais graves para a cultura da pitahaya é a antracnose, que
pode reduzir gravemente a produção, por reduzir a área fotossintética da planta (CRANE;
BALERDI, 2009; MASYAHIT et al., 2009). A antracnose é uma doença causada pelo
fungo Colletotrichum gloeosporioides (SUÁREZ et al., 2019ª), a qual ataca os cladódios
e os frutos da planta, apresentando manchas circulares de coloração marrom-
avermelhada, que ao avançar no tecido apresentam lesões de cor preta, com aspecto
encovado seco, circundadas por um halo avermelhado e na parte externa de cor amarelo
(ICA, 2012). Este patógeno pode infectar tanto o fruto imaturo no campo quanto o maduro
na pós-colheita (ALI et al., 2013; HU et al., 2019). Iskandar et al. (2015) identificaram
também o patógeno Colletotrichum truncatum provocando sintomas nos cladódios de
pitahaya de polpa vermelha na forma de lesões marrom-avermelhadas, marrom-escuras
ou pretas, com diâmetro de 20 mm a 30 mm, com halos cloróticos e acérvulos pretos
foram frequentemente observados em lesões maduras (Figura 114).
C a p í t u l o I | 142

Figura 114. Síntomas de antracnosis – Villarica (Tol.) – I.A. Diana Paola Mora Castro

Medidas de controle. Como estratégia de manejo de Alternaria sp. e Colletotrichum sp.,


recomenda-se o uso de culturas consorciadas (sistemas agroflorestais), pois auxiliam na
redução da condensação da água que se acumula nas folhas e frutos, principalmente à
noite, condição que interrompe a germinação dos esporos dos fungos. Também devem
ser integrados os controladores biológicos, como fungos antagônicos do gênero
Trichoderma sp., os quais permitem reduzir o uso de agrotóxicos. No caso de pesticidas
químicos, as aplicações de triazóis e cúpricos podem ser alternados. Outras medidas são:
Plantar os cladódios ou ramos sadios e desinfetados. Realizar as podas fitossanitárias.
Controle de insetos perfuradores de talos. Desinfetar as ferramentas com cloro puro.
Evitar solos com má drenagem. Eliminar resíduos de flores. Podar as hastes afetadas e
queimá-las fora do campo. Realizar pulverizações de fungicidas a base de cobre: Dithane
M-45 (2 kg por 200 litros de água), Benomyl + Mancozeb (8 onças + 2,2 lb em 200 litros
de água) (CASTILLO MARTÍNEZ et al., 1992; LÓPEZ; SILAS, 1992; RODRÍGUEZ
CANTO, 1997; INTA, 2002; LOPÉZ; GUIDO, 2014).

Podridão basal (Fusarium oxysporum Schltdl). Vários tipos de Fusarium causam a


doença conhecida por podridão basal do fruto ou podridão mole, na Colômbia. O sintoma
começa com uma lesão amarela no caule, no ponto de inserção do fruto com o cladódio,
causando prematuridade no amadurecimento (Figura 115). A infecção avança para o
centro do fruto produzindo podridão parcial e afetando até 50% da área de superfície
(VARÓN, 2006; ROJAS et al., 2008; KONDO et al., 2013). A doença se torna mais grave
C a p í t u l o I | 143

quando a colheita se aproxima (SUÁREZ, 2011). Em pitahaya amarela, os patógenos


Fusarium moniliforme e F. oxysporum são indicados como os fungos mais frequentes e
com menor frequência F. roseum, F. equiseti, F. chlamydosporum (VARON, 2006). E
ainda, em pitahaya vermelha, foi observada incidência de uma podridão amarela no caule
de 99,5% de severidade (BARTHANA; NASIR, 2013), sendo o agente causal detectado
como Fusarium solani (WIWIK; et al., 2013). A transmissão é gerada pelo uso de
materiais de propagação e ferramentas infectadas; devido à água de irrigação ou lesões
radiculares (MORA, 2012). O primeiro sintoma observável, são pequenas manchas de
cor entre amarela e marrom (5 mm a 10 mm de diâmetro), que aparecem na base do fruto,
no local de união com o cladódio, gerando uma podridão branda que ocasiona a caída do
fruto. Nos cladódios, observam-se lesões amarelas, que posteriormente tornam-se
marrons; enquanto que no caule, é constatada uma podridão branda, inicialmente bem
rente ao solo e avançando de forma ascendente, podendo causar a morte da planta
(MORA, 2012).

Figura 115. Sintomas de podridão basal. A) Em frutos. B) Em cladódios. Foto: I. A.


Eugenio Guerrero e Mora, (2012).

Controle: • Use material de propagação livre do fungo; • Expor ao sol os locais de plantio;
• Semear de preferência em leirões; • Drenar o solo; • Controle oportuno de plantas
daninhas; • Fertilizar adequadamente; • Realizar podas sanitárias; • Eliminar as plantas
infectadas; • Aplicar o fungo Trichoderma sp., como um biocontrolador; • Aplicar
fungicidas, preventivos e / ou curativos, se necessário.
C a p í t u l o I | 144

Podridão branda do cladódio (Erwinia carotovora pv). É uma doença causada pela
bactéria Erwinia carotovora que afeta principalmente os cladódios (Figura 116). A
podridão pode ocorrer 15 dias após sua infestação inicial na planta e a suscetibilidade se
deve à deficiência de cálcio e nitrogênio. A alta temperatura e umidade relativa favorecem
o desenvolvimento dessa bactéria (MORA, 2011). Sintomas: Manchas amarelas nos
cladódios; Manchas de aspecto húmido (podridão aquosa) com um forte odor
desagradável; e em estados de danos avançados, atingem o apodrecimento de toda a
planta.

Figura 116. Podridão branda do cladódio (Erwinia) – Villarica (Tol.). Foto: Diana Paola
Mora Castro.

Controle: • Usar material vegetativo saudável; Realizar tratamento em áreas danificadas


e desinfetar com cloro puro; • Fertilizar adequadamente; • Realizar podas sanitárias; •
Desinfetar ferramentas de poda com cloro comercial; • Elimine os cladódios com a
presença da bactéria e enterrá-los; e • Aplicar fungicidas de contato, como os imidazóis.

Mancha de Alternaria. O patógeno Alternaria alternata causa manchas nos frutos de


pitahaya nas fases de pré e pós-colheita (ARMITAGE et al., 2015; CABRAL et al., 2016)
e importantes perdas econômicas e industriais (ESTIARTE et al., 2016). Esse fungo é
considerado patogênico e toxigênico (VILAPLANA et al., 2017) pois produz micotoxina
em frutos. Em pitahaya vermelha de polpa branca, Castro et al. (2018) verificaram que o
C a p í t u l o I | 145

fungo causa deterioração da epiderme e na polpa pode ou não ocorrer sintomas visíveis.
Isso leva muitos consumidores a descartarem a epiderme e consumirem a polpa, o que
gera grande preocupação para a saúde humana no consumo de alimentos com possível
presença de micotoxinas (FAO, 2017).

Bacteriose (Xanthomonas campestres). Esta é a principal doença da cultura até mesmo


por ser uma bactéria e seu controle curativo é bem dificultado. A bacteriose também
conhecida como podridão negra, é causada pela ação da bactéria Xanthomonas
campestris, que ataca principalmente os cladódios da planta, provocando o
apodrecimento, havendo perda de mudas, ramos produtivos ou em casos severos de toda
planta. Os sintomas se iniciam com uma murcha localizada, seguida de um
amarelecimento dos cladódios, progredindo para lesões de coloração preta ou marrom
escura, em razão da necrose dos tecidos.

Controle. Comumente são feitas a raspagem da podridão quando atacado o cladódio


principal da planta de forma a se evitar a perca total da mesma. O controle de doenças é
feito de forma preventiva, sendo utilizado produtos cúpricos como a calda bordalesa e
calda sulfocálcica. O controle biológico utilizando produtos à base Trichoderma para
combater o fungo da antracnose podendo aliar produtos à base de Bacillus para combater
a bacteriose.

CONTROLE ALTERNATIVO DE FITOPATÓGENOS E PRAGAS

Ao longo de todo o ciclo da cultura, deve ser realizado um monitoramento periódico e


contínuo que permita controlar de forma efetiva e a tempo qualquer praga ou doença que
venha ocorrer, evitando assim atingir o nível de dano econômico e garantindo um baixo
impacto ambiental pela redução do uso de insumos químicos ou bioinseticidas.

No controle de fitoparasitas na agricultura orgânica, de modo geral, deve ser concebido


mediante medidas antiestresse, que permitam que as plantas expressem plenamente seus
mecanismos naturais de defesa (AKIBA et al., 1999). Entretanto, algumas vezes, não são
suficientes para impedir problemas fitossanitários, principalmente por causa de
desequilíbrios temporários que acarretam estresse ao uso de cultivares muito suscetíveis
e aos fatores não controláveis que venham determinar o aumento da incidência de pragas
e agentes de doenças.
C a p í t u l o I | 146

Nesses casos, faz-se necessário o uso de defensivos alternativos que podem ser de
preparação caseira, a partir de substâncias não prejudiciais à saúde humana e ao meio
ambiente. Pertencem a esse grupo as formulações que têm como características
principais: baixa ou nenhuma toxicidade ao homem e à natureza; eficiência no combate
aos artrópodes e microrganismos nocivos; não favorecimento à ocorrência de formas de
resistência desses fitoparasitas; disponibilidade; e custo reduzido. Estão incluído na
categoria, entre outros, os diversos biofertiIizantes líquidos, as caldas (Sulfocálcica e
Bordalesa), os extratos de plantas e os agentes de biocontrole (PENTEADO, 1999).

Os principais defensivos alternativos que vêm demonstrando potencial de uso na cultura


da pitahaya são:

Biofertilizantes líquidos

a)Caldas sulfocálcica de preparo caseiro: Para preparar 20 L de calda são necessários:


2 kg de enxofre em pó (pó molhável ou pecuário) e 1,0 kg de cal virgem. Em tambor de
ferro ou de latão sobre forno ou fogão, adicionar vagarosamente a cal virgem a 10 L de
água, agitando constantemente com uma pá de madeira. No início da fervura, misturar
vigorosamente o enxofre previamente dissolvido em água quente e colocar o restante da
água, também, preaquecida, até a fervura (POLITO, 2000). Em outra lata, manter água
fervente, para ir adicionando, sempre que necessário, na primeira lata, para completar, no
nível inicial marcado, repondo assim a água que evaporou da calda. Após
aproximadamente 1 hora de fervura, a calda deverá ficar grossa, com coloração pardo-
avermelhada.

Após o resfriamento, deverá ser coada em pano ou peneira fina para evitar entupimento
dos pulverizadores. A borra restante pode ser empregada para caiação de troncos de
arbóreas. A calda pronta deve ser estocada em recipiente de plástico opaco ou vidro
escuro e armazenada em local escuro e fresco, por um período relativamente curto, sendo
ideal sua utilização até, no máximo, 60 dias após a preparação.

Antes da aplicação sobre as plantas, através de pulverizações foliares, a calda concentrada


deve ser diluída. Para controlar essa diluição, determina-se a densidade através de um
densímetro ou aerômetro de Baumé com graduação de 0° a 50° Bé (graus de Baumé),
sendo considerada boa a calda que apresentar densidade entre 28° a 32° Bé (Figura 117).
C a p í t u l o I | 147

Figura 117. Calda sulfocálcica e densímetro. Foto: Madelaine Venzon.

Para melhor aderência da calda na planta pode-se utilizar espalhantes adesivos naturais,
tais como 1 colher de sopa rasa de açúcar (10 a 15 gramas) ou 1 copo de leite desnatado
(200 ml) ou 50 gramas de sabão neutro dissolvido em água quente. Estas dosagens são
para 10 litros de calda. É importante que o equipamento pulverizador seja capaz de
propiciar uma distribuição uniforme das gotículas sobre a planta ou as parte podadas dos
cladódios, inclusive na parte inferior dos cladódios, promovendo uma boa cobertura da
calda sulfocálcica, desta forma sendo mais eficiente no controle de pragas e doenças.
Possui ação inseticida contra insetos sugadores, como tripes e cochonilhas, entre outros.
Tem também efeito acaricida e fungicida (principalmente no controle de oídios e
ferrugens). Para aplicação em estágio vegetativo, geralmente utiliza-se em concentrações
de 0,5 a 1,0 º Bé.

A calda sulfocálcica é obtida pelo tratamento térmico do enxofre e da cal. O efeito tóxico
da calda aos insetos e ácaros é causado pela liberação de gás sulfídrico (H2 S) e enxofre
coloidal, quando aplicado sobre as plantas (ABBOT, 1945). Resultado de testes obtidos
com o ácaro-vermelho em outras culturas tem sido promissor.

b) Calda Bordalesa: é uma suspensão coloidal, de cor azul-celeste, obtida pela mistura
de uma solução de sulfato de cobre com uma suspensão de cal virgem ou hidratada. A
formulação a seguir é para o preparo de 10 litros; para fazer outras medidas, é só manter
C a p í t u l o I | 148

as proporções entre os ingredientes. a) Dissolução do sulfato de cobre: No dia anterior ou


quatro horas antes do preparo da calda, dissolver o sulfato de cobre. Colocar 100 g de
sulfato de cobre dentro de um pano de algodão, amarrar e mergulhar em um vasilhame
plástico com 1 litro de água morna; b) Água de cal: Colocar 100 g de cal em um balde
com capacidade para 10 litros. Em seguida, adicionar 9 litros de água, aos poucos. c)
Mistura dos dois ingredientes: Adicionar, aos poucos e mexendo sempre, o litro da
solução de sulfato de cobre dentro do balde da água de cal. d) Teste da faca: Para ver se
a calda não ficou ácida, pode-se fazer um teste, mergulhando uma faca de aço comum
bem limpa, por 3 minutos, na calda. Se a lâmina da faca sujar, isto é, adquirir uma
coloração marrom ao ser retirada da calda, indica que esta está ácida, devendo-se
adicionar mais cal na mistura; se não sujar, a calda está pronta para o uso, sendo
necessário coar a solução antes das pulverizações.

Macerado para pragas em geral

NIM (Azadirachta indica)

Azadirachta indica, conhecida pelos nomes comuns de amargosa e neem, é uma árvore
da família Meliaceae, com distribuição natural no sul da Ásia (Índia) e utilizada na
produção de madeira e para fins medicinais. Os produtos derivados do nim são
biodegradáveis, portanto, não deixam resíduos tóxicos nem contaminam o ambiente,
possuem ação inseticida, acaricida, fungicida e nematicida (SCHUMUTTERER, 1990;
MARTINEZ, 2002).

Os efeitos da Azadiractina sobre, artrópodes incluem repelência, deterrência alimentar,


interrupção do crescimento, interferência na metamorfose, esterilidade e anormalidades
anatômicas (SCHMUTTERER, 1990; MORDUE; NISBET, 2000). Sua eficiência, assim
como a seletividade a inimigos naturais, está relacionada com a dose, com a formulação
empregada e com a espécie-alvo.

O extrato de óleo de neem (Azadirachta indica) (pulgões, lagartas e gafanhotos)

Materiais de Uso: - 02 kg de folhas verdes de neem; - 10 litros de água; e - 20 ml de


detergente neutro.

MODO DE PREPARO: Para iniciar o preparo da calda é necessário triturar as folhas de


neem no liquidificador comum, depois colocar as folhas já trituradas em um recipiente de
C a p í t u l o I | 149

10 litros, mexendo bem. Espere 12 horas de 01 dia para o outro. Posteriormente,


acrescente o detergente líquido à calda, misture a calda novamente e coe com pano para
a retirada dos resíduos existentes.

MÉTODO DE APLICAÇÃO: A calda de neem será aplicada nesta dosagem, sem


diluição, a cada 07 dias se necessário. Sempre aplicar no período da manhã ou no final da
tarde sobre e sob as folhas.

Também está disponível no mercado o óleo de sementes e extrato de folhas para


pulverização de plantas. O óleo inseticida é extraído pela prensagem das sementes,
obtendo-se no máximo 47% de óleo, que contém cerca de 10% da Azadiractina existente
no fruto (MARTINEZ, 2002). A torta restante é rica em Azadiractina, podendo ser
utilizada para o controle de nematóides e para adubação. Os extratos podem ser
preparados com a trituração em água das sementes ou frutos frescos, deixando-se a
mistura descansar por 12 horas e filtrando-se o líquido obtido. O mesmo procedimento
pode ser usado para folhas frescas ou secas, no entanto, a concentração de Azadiractina
no extrato obtido será inferior. Para armazenar sementes e preparar o extrato
posteriormente, os frutos devem ser colhidos, secados ao sol, por dois a três dias, e à
sombra, por mais dois dias. A seguir, devem ser despolpados manualmente em água ou
utilizando-se despolpadeira. Após secagem das sementes, estas devem ser armazenadas,
de preferência, à baixa temperatura (MARTINEZ, 2002).

O rendimento dos frutos do neem varia entre 25 e 50 kg por árvore, de acordo com a
temperatura, umidade, tipo de solo e genótipo da planta. Normalmente, 50 kg de frutos
maduros têm cerca de 30 kg de sementes, as quais produzem em média 6 kg de óleo e 21
kg de pasta. Cada quilograma de sementes secas contém aproximadamente 3.000
unidades (SOARES et al., 2003).

Outros tratamentos naturais de controle de pragas e doenças, mas a entidade certificadora


deve ser consultada previamente, para a cultura da pitahaya são as seguintes:

Calda de mamona (Figura 118)

• -Indicações:
• -Controle de pragas da pitahaya em geral e pode ser utilizada como adubo foliar.
• -Ingredientes:
• -* 80 folhas fresca de mamona;
C a p í t u l o I | 150

• -* 20 litros de água;
• -Modo de preparo e uso:
Triturar ou macerar as folhas, depois colocar na água e deixar em repouso por doze horas,
num local escuro. Depois coar e utilizar, mas dever-se ser armazenada, no máximo 3 dias.
Aplicar a calda ou macerado com o pulverizador costal.

Figura 118. Planta de mamona usada como macerado para preparação de bioinseticida.

Folhas de angico (Piptadenia colubrina)


• -1 kg de folhas de angico picadas;
• -10 litros de água;
• -Passar as folhas com a água no liquidificador e deixar de molho por 8 dias para
cura;
• -Coar para evitar o entupimento do pulverizador costal;
• -Usar 5 litros do extrato no pulverizador costal com capacidade de 20 litros;

Recomenda-se guardar as soluções de bioinseticidas, para cada praga, em depósitos de


plástico lacrados para evitar a perda do seu princípio ativo (QUEIROGA et al., 2017;
Figura 119).
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Figura 119. Preparação dos bioinseticidas para combater as pragas na cultura da pitahaya.
Foto: Vicente de Paula Queiroga.

Calda de fumo (Nicotiana tabacum) (pulgões e cochonilhas)

Materiais de uso:

- 100 g de fumo (10 cm de comprimento);


- 01 litro de água;
- 01 colher de sopa de cal hidratada;
- 1/2 pedra de sabão de coco;
- 05 litros de água para dissolver o sabão.

Modo de preparo: Antes de fazer a calda de fumo é necessário fazer a calda adesiva ou a
calda de sabão.

Essa solução servirá para fixar a calda de fumo, ou qualquer outra solução às plantas. Em
alguns casos, o uso apenas dessa calda já é o suficiente para eliminar alguns tipos de
infestações, como as cochonilhas, por exemplo.

Para o preparo da calda adesiva, coloque em fogo brando a barra de sabão de coco em 2
½ litros de água. Aqueça até o sabão dissolver completamente. Deixe esfriar e reserve.

Esse procedimento consiste em picar o sabão. Coloque 2½ litro de água para aquecer,
depois coloque o sabão na panela e aqueça até dissolver, para passar por uma peneira fina
num balde com mais 5 litros de água. Está pronta a mistura para receber a calda.
C a p í t u l o I | 152

Depois da calda adesiva pronta, inicia-se o preparo da calda de fumo, picando bem o fumo
de rolo e colocando-o em 01 litro de água ainda fria. Coloque-a no fogo para ferver.
Levantando fervura deixe por 20 minutos mexendo sempre para não subir e transbordar.
Depois de fervido, passe por uma peneira fina já misturando à calda adesiva de sabão.
Depois de frio, adicione uma colher de cal hidratada.

Método de aplicação: Depois de pronto, mistura-se o 01 litro de calda de fumo, com 05


litros de calda adesiva e 04 litros de água para ter 10 litros da substância pronta para
aplicação. A calda deverá ser pulverizada diretamente sobre as plantas atacadas. Caso não
seja suficiente para o controle das referidas pragas, aumente a quantidade de fumo no
extrato, mantendo a mesma quantidade de água. O efeito da calda só tem duração de 08
horas e é importante respeitar o intervalo de 02 dias entre as aplicações.

Macerado de urtiga (Percevejos)

Os percevejos sugam a seiva das plantas. Alguns deles são insetos muito sensíveis e
morrem facilmente quando expostos a qualquer substância tóxica. Recomenda-se colocar
100 g de folhas de urtiga frescas em 01 litro de água e deixe amolecer por 3 dias. Coe e
misture com mais 10 litros de água. Pulverize sobre as partes atacadas.

Manipueira (caldo resultante da mandioca) – (ácaros, cochonilhas etc).

Preparação: colocar um litro de manipueira em dois litros de água e misture bem. Em


seguida, aplicar nas partes atacadas da planta.

PRÁTICAS DE CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS

1.Cultura armadilha: plantas como hortelã, salsa, gergelim, braquiarão, mamona,


plantadas nas bordas da cultura principal, servem como alimento alternativo e/ou capazes
de produzir efeito tóxico ou repelente para as formigas cortadeiras.

As folhas do gergelim, em decomposição, liberam um gás que combate os fungos que


servem de alimento para as saúvas, levando a destruição dos formigueiros. Outra
estratégia seria alimentar a cada três dias os formigueiros com folhagem de maniçoba
(Manihot glaziowii Mull.) ou Neem, fazendo essa substituição regularmente às formigas
deixam de visitar o campo de gergelim. Alguns agricultores também realizam a retirada
da terra de uma determinada boca de formigueiro e coloca-a sobre outro formigueiro mais
C a p í t u l o I | 153

próximo ao campo, sendo que essas misturas de feromônio (areia com cheiro distinto)
deixam as formigas desorientadas e terminam abandonando tal formigueiro.

2.Criação de inimigos naturais das formigas. Galinha, galinha de angola, pássaros e


preservação de tatus e tamanduás podem controlar o ataque das formigas.

3.Aplicar água quente diretamente no formigueiro, em quantidade que possa


encharcar toda a superfície e o olheiro do formigueiro. A ação é recomendada para
pequenos formigueiros e deve ser realizada uma vez por dia, todos os dias, até que o
formigueiro esteja controlado.

4.Uso de fumaça de escapamento de motores: inicialmente é necessário direcionar o


escapamento dos motores de trator, carro, moto e outras máquinas, com o uso de uma
mangueira resistente para o olheiro do formigueiro. Em seguida, recomenda-se tampar as
saídas da fumaça, provocando asfixia das formigas em virtude da ação do gás carbônico.

DOMINÂNCIA APICAL E PODA

Dominância apical. As gemas axilares das cactáceas são representadas como aréolas
ovaladas dois milimetros abaixo da superficie da casca. Sob condições ambientais
adequadas, surgem novos cladódios, flores e raízes a partir do tecido meristemático das
mesmas (FAO, 2001).

O grau de ramificação das gemas é largamente determinado pela dominância apical


(CHEN et al., 1997).

Essa dominância ocorre em consequência da presença de auxina na zona meristemática,


limitadora do desenvolvimento dos meristemas laterais. A maior concentração de AIA
(Ácido indolil-3-acético) na gema apical inibe o desenvolvimento das gemas laterais, pois
atua como um dreno de nutrientes e citocininas para a gema apical. Além disso, o elevado
nível de auxina nas gemas apicais auxilia na manutenção dos altos níveis de ABA (Ácido
abscísico) nas gemas laterais, o que inibe o crescimento das mesmas (TAIZ; ZEIGER,
2004).

Normalmente, as plantas bem supridas de substâncias de reserva brotam melhor do que


aquelas debilitadas e sofrem menos com as oscilações climáticas (NACHIGAL;
ROBERTO, 2007).
C a p í t u l o I | 154

A poda da gema apical remove a dominancia apical e estimula o desenvolvimento das


gemas axilares (CHEN et al, 1997). Em pitahaya, essa técnica pode uniformizar e
aumentar o número de brotações.

Poda. A poda em pitahaya é especialmente importante devido ao crescimento vegetativo


vigoroso e hábito de crescimento trepador com sobreposição de cladódios (caule
modificado), causando redução da penetração de luz no interior da planta. Esse
sombreamento pode acarretar diminuição da produtividade e da qualidade dos frutos,
aumento do custo de poda, além de dificultar o controle de doenças e pragas pela redução
da eficiência de aplicações de defensivos. Assim, a utilização de práticas culturais que
promovam o adequado balanço entre o desenvolvimento vegetativo e a frutificação, é
fundamental para aumento da eficiência produtiva e melhoria da qualidade dos frutos
(HAWERROTH et al., 2012).

Em outras palavras, a poda consiste na técnica de orientar a planta de maneira a facilitar


os tratos culturais, além de regular a produção e obtenção de frutos de qualidade superior.
Mas, sabe-se que a poda, por si só, não resolve todos os problemas de produtividade, os
quais são dependentes também de práticas como: adubação, irrigação, controle
fitossanitário, afinidade enxerto e porta-enxerto, e condições climáticas e edáficas
favoráveis (BOLIANI et al., 2008).

Além disso, para a condução das plantas de pitahaya, são utilizados postes mortos
(cimento, eucalipto, etc) ou vivos (gliricídia) com altura de 1,60 m e 11,5 cm de diâmetro.
Na extremidade de cada poste é posicionado um caibo com 1 m de comprimento,
formando uma estrutura tipo “T” (Figura 120). As plantas são conduzidas em haste única,
até atingirem a altura do tutor. Ou seja, as hastes principais das 2 a 3 plantas instaladas
ao redor do poste devem ser guiadas de forma reta, seguindo o trajeto do poste, até atingir
1,60 m. São fixadas com fitilhos ou qualquer outro material biodegradável, evitando o
uso de arame para não danificar as hastes. Uma vez as hastes principais, tendo atingido
esta altura (1,60 m) e estando distribuídas no centro do pneu, que serve de suporte, devem
continuar seu crescimento no pneu, deixando de 3 a 4 filocladódios por planta, para que
se espalhem e continuem seu crescimento, após a operação de poda apical de cada haste
principal (3 a 4 hastes principais por poste), dando lugar para os ramos laterais ou cachos
de ramos secundários de comportamento decumbente (pendente), formando uma espécie
de guarda-chuva ou guarda-sol. Qualquer novo rebento lateral que não surja na parte
C a p í t u l o I | 155

apical deve ser retirado, pois não terá suporte e pode se quebrar facilmente, danificando
a haste principal.

Figura 120. Pitahaya com brotações laterais (A); pitahaya com as brotações laterais
podadas (B) e condução dos cladódios acima da trave em T do poste (C). Fonte: Moreira
et al., (2012b).

Os tipos de podas realizados na pitahaya são:

Poda de formação. No que se refere à cultura da pitahaya (Hylocereus spp.), poucas


informações na literatura nacional e internacional são encontradas sobre a necessidade ao
se realizar o manejo de poda de qualquer natureza, consistindo praticamente em
informações de atuações empíricas atreladas a manejos com outras espécies, que também
são denominadas como pitaya (cactos colunares).

A poda de formação destina-se a promover um ambiente favorável para que o ramo


modificado (cladódio principal) primário se adapte ao sistema de suporte, aumentar a área
efetiva de exposição à luz solar, estimular o crescimento dos cladódios secundários e
facilitar o cultivo. É realizado seis meses após o transplante. O número de cladódios
necessários é selecionado, esses cladódios são amarrados por fitilhos de plástico para
guiá-los (Figura 121). Os brotos vegetais ou florais são eliminados gradualmente. Os
ramos que crescem muito próximos ao solo também são removidos para evitar
C a p í t u l o I | 156

contaminação por fungos (CARDOZO et al., 2013). Nas Figuras 122 e 123, observa-se a
poda apical do cladódio principal que é efetuada para induzir a formação da copa da
pitahaya.

Figura 121. Tesoura de poda usada na poda de formação da haste principal. Foto:
LÓPEZ, H.; GUIDO, A. (2014).
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Figura 122. a) Pitahaya com cladódio principal podado um pouquinho abaixo do tutor (5
cm; seta vermelha; poda apical) para estimular a formação da copa e b) Copa ou cachos
de ramos secundários bem distribuídos brotados a partir do ramo principal podado (seta
vermelha).

Figura 123. Formação da copa da pitahaya com os cladódios secundários bem


distribuídos sobre o pneu, o qual se encontra fixado à parte superior do tutor.
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A poda de formação ou manutenção também tem o objetivo de limitar o crescimento dos


ramos secundários e isso deve ser realizado já no segundo ano após o plantio. Na prática,
a extensão da poda depende do tipo de suporte e de sua resistência. Por exemplo, uma
planta de 3 anos pesa cerca de 70 kg (LE BELLEC, 2003). Mesmo que este peso não seja
em si um problema para os diferentes tipos de suporte, os ramos em cachos podem não
ser capazes de resistir a ventos violentos. A poda consiste na retirada de todos os caules
danificados da planta, além daqueles que estão emaranhados. A poda pós-colheita
favorece o crescimento de novos rebentos que darão flores no ano seguinte.

Podas fitossanitárias. O objetivo da poda fitossanitária é eliminar as hastes afetadas por


pragas, doenças, mal formadas ou afetadas mecanicamente, principalmente os caules com
sintomas da doença conhecida como queimadura ou bacteriose (Erwinia carotovora
Jones) (MAG-IICA, 2001; LÓPEZ; GUIDO, 2014). De acordo com Cardozo et al.
(2013), deve-se remover a parte danificada ou doente do cladódio e, em seguida, aplique
uma pasta curativa. As partes afetadas das plantas devem ser eliminadas, sendo retiradas
do campo e enterradas, aplicando-se cal em abundância, em seguida, cobri-las com uma
camada de solo de no mínimo 30 centímetros (Figura 124), evitando assim maior
contaminação dentro da plantação. As ferramentas (tesourão de poda; Figura 125)
utilizadas nesta atividade devem ser desinfetadas após cada operação de corte.
Normalmente, a poda sanitária é realizada a cada dois ou três meses durante a estação das
chuvas ou quando é necessária a limpeza dos ramos afetados. Sugere-se o uso de pasta
cicatrizante após o corte dos ramos. Este tipo de poda deve ser realizado durante todo o
ano para manter a segurança e a saúde da planta.

Figura 124. a). Poda fitossanitária de cladódios de pitahaya afetados por bacteriose. e b)
Enterrando os cladódios doentes fora da área de plantio. Fotos: Proyecto CEE-ALA
86/30, 1994.
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Figura 125. Tesourão de poda com cabo metálico extensor de 43 cm.

Para o caso da pitahaya-amarela (Selenicereus megalanthus), Martínez et al. (2013)


salientam que a poda sanitária é realizada com o propósito de eliminar partes da planta
que são afetadas por algum tipo de patógeno ou inseto, ou também porque eles não se
desenvolvem nem secam, sendo que a direção da poda depende do dano causado no
cladódio. As ferramentas utilizadas devem ser desinfestadas após cada corte de cladódio
doente. Atualmente, a maior limitação na produção de pitahaya amarela é a podridão basal
da fruta causada por Fusarium spp., com perdas de até 80%.

Podas de frutificação ou produção. Essa poda consiste no desponte do cladódio


secundário adulto, eliminando entre 5 a 10 cm do final ou ápice de crescimento (Figura
126). Os filocladódios terciários com comprimento superior a 70 cm são despontados.
São eliminados ramos secundários e brotos improdutivos encontrados na parte interna da
planta (Figura 127). Com este tipo de poda é possível concentrar a produção nos ramos
secundários com maior potencial produtivo. Essa poda é realizada antes e após a colheita,
cortando as pontas dos ramos que frutificaram e que já foram colhidos, este trabalho
estimula o engrossamento dos ramos laterais e a formação de novos ramos produtivos
(GARCÍA, 2003).
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Figura 126. Podas de desponte (ou poda apical ou desponte dos ramos terciários com 70
cm acima da trave em T, realizada no início de outubro) dos cladódios para estimular a
frutificação da pitahaya. Foto: Reinaldo Alves (2020).

Figura 127. Poda de produção. Foto: INIA (2020).


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Por outro lado, a poda de desbaste consiste em eliminar os botões improdutivos que
estão na parte interna da planta, região que recebe menor incidência de luz e limitação de
espaço, devido ao alto número de cladódios que se concentram nessa região, quando não
se realiza o desbaste (Figura 128). Além disso, melhora a circulação de ar entre os ramos
secundários, reduz a densidade de ramos secundários, evitando peso excessivo que pode
derrubar o tutor ou mesmo a própria planta e diminuindo os ataques de doenças fúngicas
e bacterianas durante o período das chuvas (LÓPEZ; GUIDO, 2014). Devem ser
eliminados, também, todos os cladódios que apresentam danos severos devido ao ataque
de pragas e doenças. Isso é confirmado por Téllez (2016), ao indicar que deve ser
realizada poda de desbaste, poda fitossanitária e se forem utilizados tutores vivos, também
deve ser feita poda.

Figura 128. Passo a passo na condução da poda de pitahaya. Fotos: Copyright ©


2011 Pitaias | Powered by Blogger.
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Segundo Costa et al. (2014), trabalhando com Hylocereus undatus, verificou que 96%
dos cladódios que já haviam produzido frutos em anos anteriores, produziram frutos
novamente, com média de 2,89 frutos por cladódio, e os cladódios novos, emitidos devido
o ciclo vegetativo natural, produziram neste mesmo ano, uma média de 2,15 frutos por
cladódio, deduzindo-se que a possibilidade de uma poda de renovação em distintas
intensidades para planta de pitahaya pode se tornar benéfica, não representando perdas
acentuadas de produção de um ano para o outro.

Avaliando a intensidade de poda (5, 10, 15 e 20 cladódios produtivos mantidos na planta,


esses oriundos da haste principal) na produção e qualidade de frutos de pitahaya vermelha
de polpa branca (Figura 129), Brito (2019) constatou que no primeiro ciclo produtivo, as
podas realizadas com mais intensidade, interferem moderadamente no desenvolvimento
vegetativo, minimizando a produtividade das plantas de pitahaya de polpa branca. A
qualidade dos frutos é afetada por diferentes intensidades de poda, e no tratamento onde
a poda foi mais intensa (5 cladódios por planta), desenvolveu-se frutos com menor massa
e polpa, maior acidez e menores teores de sólidos solúveis (SS) e relação SS/AT (Acidez
total titulável).
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Figura 129. Representação da poda caracterizando-se os quatro tratamentos a seguir:


tratamento 1 (um) – 5 (cinco) cladódios por planta (A); tratamento 2 - 10 (dez) cladódios
por planta (B); 15 (quinze) cladódios por planta (C); 20 (vinte) cladódios por planta (D).
Lavras-MG, 2019. Fotos: Leonardo Pereira da Silva Brito (2019).

Poda de tutores vivos. Os tutores vivos têm a desvantagem de produzir ramificações, as


quais produzirão sombra à pitahaya, o que terá efeito na formação de flores e frutos.
Lembre-se de que o pitahaya deve estar em plena exposição solar. A poda dos tutores
vivos consiste em eliminar todas as ramificações vigorosas que sombreiam a planta e tem
como objetivo de evitar a competição entre elas e a cultura, por luz, nutrientes e água.
Podem-se fazer entre 2 a 4 podas por ano, principalmente no período das chuvas, que é
quando o tutor vivo tem maior capacidade de formar galhos. A poda de tutores vivos tem
ainda as seguintes vantagens: 1-Melhora a exposição solar aumentando a produção de
flores e frutos; 2- Os frutos apresentam melhor coloração e abrevia a sua maturidade
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fisiológica; 3- Os riscos de danos por pragas e doenças são reduzidos, uma vez que os
sugadores dos tutores vivos servem como hospedeiros de doenças fúngicas e esconderijos
de insetos-praga; e 4- Facilita os tratos culturais na lavoura (aplicações foliares em geral)
(LÓPEZ; GUIDO, 2014).
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Capítulo II

MATURIDADE, COLHEITA, PÓS-COLHEITA, PRODUTIVIDADE E


INDUSTIALIZAÇÃO DA PITAHAYA

Vicente de Paula Queiroga


Ênio Giuliano Girão
Josivanda Palmeira Gomes
Alexandre José de Melo Queiroz
Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo
Esther Maria Barros de Albuquerque
(Editores Técnicos)
C a p í t u l o I I | 166

DESENVOLVIMENTO E MATURIDADE FISIOLÓGICA DO FRUTO

Os cactos trepadeiras produzem vários fluxos florais durante a época de floração, e a


previsão da época da colheita é importante para o manejo do pomar e a comercialização
dos frutos (MIZRAHI; NERD, 1999). Pouco se sabe sobre o efeito da planta e dos fatores
ambientais na duração do crescimento dos frutos de cacto trepadeira, mas a temperatura
parece ser um fator dominante. Em Israel, a espécie Hylocereus spp produz três ou quatro
fluxos de floração durante a estação quente (junho-outubro); 30 a 35 dias decorrem da
antese até a plena coloração do fruto quando a temperatura média diária é de 25 ºC, mas
de 40 a 45 dias são necessários quando a temperatura diária atinge a média de 20 ºC
(NERD et al., 1999). A floração de Selenicereus megalanthus em Israel ocorre
principalmente no outono, quando a temperatura do ar diminui e a duração do
desenvolvimento do fruto é muito mais longa do que para Hylocereus spp. O aumento do
tempo de desenvolvimento se deve às menores temperaturas durante o crescimento do
fruto e à menor taxa de crescimento inerente ao fruto de Selenicereus megalanthus
(NERD; MIZRAHI, 1998). O tempo desde a antese até a maturação completa para
Selenicereus megalanthus varia de 120 dias (temperatura média diária de 25 ºC) até 180
dias (20 ºC). A correlação positiva entre a temperatura do ar e o crescimento dos frutos
permite o desenvolvimento de um modelo de unidade de calor para prever o período da
antese à maturidade para Selenicereus megalanthus (NERD; MIZRAHI, 1998).

Estudos em Israel (WEISS et al., 1994b; NERD; MIZRAHI, 1998, 1999; NERD et al.,
1999) mostram que o crescimento de frutos para as espécies Hylocereus costaricensis,
Hylocereus polyrhizus, Hylocereus undatus e Selenicereus megalanthus segue um padrão
sigmoide, com uma taxa de crescimento baixa ou desprezível durante a última fase
quando ocorre o amadurecimento. Uma mudança na cor da casca (alteração de cor) indica
o início da última fase. Para a espécie Hylocereus polyrhizus, que possui polpa vermelho-
violeta, o acúmulo de pigmentos na polpa ocorre paralelamente ao desenvolvimento da
cor da casca. Durante a última fase, o teor da polpa (como uma porcentagem do peso
fresco da fruta) aumenta acentuadamente (de 20 - 30% no início para 60 - 80% no final
da fase), a acidez titulável da polpa diminui e os teores da polpa de açúcares solúveis
e sólidos solúveis aumentam atingindo níveis máximos de 7-9% e 14 - 18%,
respectivamente, do peso fresco em plena cor. A degradação do amido, que aumenta na
polpa antes do amadurecimento, é responsável parcialmente pelo acúmulo de açúcares
solúveis. Para a espécie Hylocereus undatus, a atividade da amilase e da invertase está
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correlacionada com o aumento dos açúcares solúveis na polpa (principalmente frutose e


glicose), que atingem suas maiores concentrações no centro da polpa (WU; CHEN, 1997).
Os frutos são classificados como não climatéricos, refletindo as baixas taxas de produção
de CO2 e etileno durante o amadurecimento (NERD; MIZRAHI, 1998; NERD et al.,
1999).

Como se pode deduzir, o processo de amadurecimento não será o mesmo para todas as
frutas e, dependendo de seu comportamento fisiológico, elas podem ser divididas em dois
grupos (AGUSTÍ et al. 2012):

a) Frutos climatéricos: caracterizam-se por acumular amido durante o crescimento e


hidrolisar durante a maturação em principalmente monossacarídeos, glicose e frutose.
Como esse processo exige grande quantidade de energia, ocorre um aumento da
respiração que é precedido por um aumento da concentração ativa de etileno nos espaços
intercelulares do mesocarpo.

b) Frutos não climatéricos: são caracterizados pelo acúmulo direto de monossacarídeos


durante o seu crescimento. Assim, durante o amadurecimento não há aumentos
significativos em sua taxa respiratória e isso significa que as alterações que se produzem
são menos intensas, mais lentas e não estão relacionadas à síntese de etileno.

Assim, as pitahayas pertencem ao grupo das frutas não climatéricas. Esta condição, aliada
ao fato de o fruto da pitahaya não ter um sabor muito intenso, torna muito importante
coletar o fruto no estado ideal de maturação. Testes de palatabilidade em frutos colhidos
em diferentes estágios de maturação (determinados de acordo com o número de dias após
a antese ou o aparecimento da cor da casca) indicam que os frutos são mais palatáveis nos
estágios avançados de maturação ou com a completa mudança de cor. Semelhante a
muitas outras frutas carnudas, os produtores tendem a colher os frutos dos cactos
trepadeiras antes do amadurecimento total, quando a casca ainda está quase toda verde, a
fim de prolongar a vida de comercialização da fruta (BARBEAU, 1990; CACIOPPO,
1990). No entanto, o amadurecimento dessas frutas não é tão bom em comparação com
aqueles deixados para amadurecer na trepadeira. Por exemplo, frutos de Selenicereus
megalanthus colhidos na mudança de cor e mantidos a 10 a 20 ºC atingem a aparência
física de frutos amadurecidos na planta e sua acidez diminui, mas os açúcares solúveis
permanecem baixos e os sabores são pobres (NEERD; MIZRAHI, 1999).
Consequentemente, o estágio ideal para a colheita de frutos de cacto trepadeira para alto
C a p í t u l o I I | 168

consumo de qualidade sob condições normais de armazenamento deve ser próximo da


maturação total, como evidenciado pelo desenvolvimento de cor quase total ou total.

Conhecer o estado de maturação ideal (firmeza, tamanho, cor e sabor) nas localidades que
produzem esta fruta é importante, pois a qualidade organoléptica, nutricional e de manejo
pós-colheita da fruta depende principalmente do grau de maturação na época do corte
(THOMPSON, 1998). Na Tabela 8, são apresentados os índices de maturidade mínima
para a realização do processo de colheita.

Tabela 8. Índices de madures da pitahaya Selenicereus megalanthus.

Variáveis Índice
Sólidos solúveis totais 18,00 a 20,00
Acidez total (meq\100 mL de sumo) 2,5 a 4,0
Firmeza da polpa (N) 19,6
Índice de madures (Grau Brix\meq\100 ml de 4a7
sumo)
Cor da casca Verde-amarela a amarela com brácteas verdes
Teste de amido Que seja parcialmente negativa
Fonte: Gallo (1997).

Vasquez et al. (2016) mencionam que à medida que os frutos se aproximam da maturidade
fisiológica, os sólidos solúveis aumentam e os ácidos málico e ascórbico diminuem. A
Tabela 9 mostra as características físicas e químicas de duas variedades de pitahaya
cultivadas no noroeste de Pichincha (Equador).

Tabela 9. Massa, sólidos solúveis totais (SST), firmeza e diâmetro dos frutos em dois
ecótipos de pitahaya (± desvio padrão).
Ecotipos Massa (g) SST Firmeza (kg\f) Diâmetro polar
(mm)
Palora 331,6 ± 53,2a 20,1 ± 0,3 a 73,3 ± 24,3 73,3 ± 9,7a
Nacional 204,2 ± 12,7b 17,9 ± 0,1b 72,4 ± 9,1 70,8 ± 5,0b
OBS: Médias com letras diferentes indicam diferença significativa de acordo com o teste de Tukey
(P≤0,05). Fonte: Vásquez-Castillo et al. (2016).
C a p í t u l o I I | 169

A coloração da casca do fruto ocorre muito tarde na fase de maturação, passando de verde
a vermelho ou rosado de 25 ou 27 dias, dependendo da espécie após a antese e quando a
casca fica totalmente vermelha (NERD et al., 1999; LE-VAN et al., 2002). Quatro ou
cinco dias depois, os frutos atingem a coloração máxima. Após essa etapa, os frutos de
Hylocereus costaricensis arrebentam sem se estragar ou deteriorar. A primeira colheita
inicia-se a partir do 18º mês após o plantio das mudas; o período de tempo varia apenas
ligeiramente, de 27 a 33 dias dependendo da ecologia (BARBEAU, 1990; LE BELLEC,
2004). O rendimento depende da densidade de plantio e fica em torno de 10 a 30 t.ha –1
(BARBEAU, 1990; MIZRAHI et al., 1997; LE BELLEC, 2003). A ausência de
pedúnculo dificulta a colheita.

Aos 25 dias após a abertura floral (Hylocereus undatus), os frutos apresentavam coloração
verde claro mesclada com vermelho incipiente, e 2 dias depois mudou para verde-
amarelado com áreas vermelhas em 10 a 20% da superfície; aos 29 dias o fruto era
vermelho vivo em 70%, e aos 31 dias toda a casca apresentava um vermelho-púrpura
(CENTURIÓN et al., 1999; 2008; Figura 130).

Figura 130. A) Mudanças na cor durante a maturação dos frutos de pitahaya na planta
(da esquerda para a direita corresponde aos frutos com 25, 27, 29 e 31 dias após a abertura
floral). Foto: CENTURIÓN et al., 2008.

Segundo Ortiz e Takahashi (2020), a evolução da coloração dos frutos de pitahaya de 21º
a 32º DAA através do pericarpo externo e interno do fruto (Figura 131) mostra a redução
do verde no pericarpo e o início da coloração típica da espécie Hylocereus undatus a partir
do 28º DAA, tornando-se completamente vermelho aos 30 DAA. O aparecimento da cor
C a p í t u l o I I | 170

típica desta espécie analisada é indicativo do estágio de maturação dos frutos e do ponto
de colheita.

Figura 131. Transição na coloração externa e interna do pericarpo de frutos de pitahaya.


DAA, dias após a antese. Fotos: Thiago Alberto Ortiz (2020).

Uma vez que o estádio de maturação é alcançado, as frutas podem ser armazenadas por
3-4 dias à temperatura ambiente (BARBEAU, 1990) e 1-2 semanas a 20 °C ou 14 °C,
respectivamente (NERD et al., 1999). A pitahaya não é uma fruta climatérica e nenhum
pico de produção de etileno ou de CO2 foi observado; suas características físico-químicas
e propriedades sensoriais começam a diminuir ligeiramente após a colheita (NERD et al.,
1999). Os frutos colhidos 1–2 dias antes da coloração total da casca podem ser
preservados por até 1 mês a 10 °C sem qualquer diminuição observada na qualidade plena
(LE BELLEC, 2003). Colher frutos de pitahaya 5–8 dias após a coloração completa reduz
ligeiramente seu tempo de armazenamento, embora as propriedades sensoriais dos frutos
sejam melhoradas, dando um sabor mais doce e um sabor de amora-preta no caso de
pitahaya vermelha (Hylocereus costaricensis).

O fruto da pitahaya de Selenicereus megalanthus é colhido de acordo com o mercado em


que se deseja comercializar. Geralmente, para exportação, o fruto é requerido no estado
de maturação quatro e para o consumo nacional, o fruto é colhido no estado de
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maturidade cinco e seis (ICONTEC - NORMA TÉCNICA COLOMBIANA NTC-3554,


1996; Figura 132).

Figura 132. Graus de maturação da pitahaya variedade Amarela de acordo com a Norma
Técnica Colombiana (NTC-3554). O estágio de maior maturidade corresponde ao número
6 e o menor ao zero. Foto: Vargas et al. (2020).

Em relação à qualidade, os requisitos mínimos que os frutos devem cumprir no momento


da colheita são: forma ovoide, inteiros, sem cortes na casca, o aspecto deve ser fresco e
sadio (sem presença de insetos ou ataques de doenças), devem estar limpos sem espinhos,
sem a presença de materiais estranhas visíveis, o pedúnculo deve medir 15 a 20 mm de
comprimento, não devem apresentar odores e sabores estranhos e os resíduos de
pesticidas não devem exceder os limites máximos permitidos pelo Codex Alimentarius
(Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, Programa para o
Desenvolvimento da Agroindústria Rural da América Latina e Caribe (FAO-PRODAR,
2014).

COLHEITA DO FRUTO

A colheita é realizada quando os frutos alcançam sua maturidade fisiológica de coloração


da casca correspondente à espécie, ou seja, vermelho ou róseo intenso, com a polpa ainda
firme (ALVARADO et al., 2003; MARQUES, 2010). O ideal é que uma porção do
cladódio acompanhe o fruto colhido, a fim de se aumentar a vida pós-colheita.

O índice de maturação mais utilizado para o corte dos frutos é quando o mesmo começa
a mudar de cor, ou seja, do verde ao vermelho. É importante informar que a simples
técnica de torcer os frutos, muitas vezes provoca a rachadura da casca, o que pode
C a p í t u l o I I | 172

favorecer as doenças e a rápida podridão do fruto. Portanto, recomenda-se utilizar uma


tesoura de podar ou uma faca bem afiada (Figura 133), efetuando um corte leve no
cladódio e evitando o dano no fruto - em razão de o fruto possuir um pedúnculo muito
curto, o que torna difícil a separação do mesmo do cladódio.

Figura 133. Forma de corte manual do pedúnculo do fruto da pitahaya, realizado com
tesoura de poda ou com faca amolada. Fotos: Reprodução\ TV TEM; UNA\ FAGRO e
Claudio Posay/ PMC.

Recomenda-se o uso de luvas de couro para evitar espinhadas nas mãos e uma pequena
escada dupla de madeira ou alumínio para cortar os frutos fora do alcance do coletor.
Uma vez cortados, os frutos devem ser depositados dentro da caixa de plástico limpa de
um carro de mão (Figura 134), evitando colocá-los em contato com o solo, devido a sua
contaminação por microrganismo do solo. Também o fruto não pode ficar exposto ao sol,
C a p í t u l o I I | 173

o que provoca a elevação do seu calor e isso pode acelerar o amadurecimento do mesmo.
De maneira geral, os frutos não são muito frágeis, mas para garantir um produto de boa
qualidade alguns cuidados devem ser tomados; por exemplo, manuseio cuidadoso durante
o processamento e armazenamento, especialmente para Hylocereus costaricensis cujas
escamas foliadas são quebradiças.

Figura 134. Colheita de frutos da pitahaya de coloração da casca correspondente à


espécie. Foto: Heitor Araújo (2019).

Para a espécie Selenicereus megalanthus, os frutos são colhidos quando apresentam a


tonalidade amarela marcante na casca (NERD; MIZRAHI, 1998; Figura 135). A colheita
no estágio adequado é imprescindível para garantir a qualidade e a conservação durante
o armazenamento das frutas. Embora as frutas sejam colhidas no estádio de maturação
completa, ainda não se tem uma definição exata sobre o comportamento climatérico.
Alguns autores as classificam como climatéricas (CAMARGO; MOYA, 1995) e outros
como não climatéricas, com base na concentração de etileno observada nas frutas dessas
espécies após a colheita (NERD et al., 1999). De acordo com Vásquez et al. (2016), o
fruto de Selenicereus megalanthus é considerado climatérico quando colhido com 70%
de maturidade (casca amarela), mas quando colhido em estágios inferiores comporta-se
como fruto não climatérico.
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Figura 135. Aspecto e cor do caule e de dois frutos maduros de Selenicereus


megalanthus. Foto: Salvador Magraner Mifsud (2020).

Com relação à colheita da pitahaya da variedade Amarela com espinho (Selenicereus


megalanthus), a sua colheita começa um ou dois anos após o transplante, dependendo da
zona ecológica. Existem dois métodos comumente usados neste trabalho. O primeiro
consiste em fazer a coleta de frutos (Selenicereus megalanthus) em duas etapas, ou seja,
primeiro vai um operário fazer a remoção dos espinhos, utilizando uma escova (Figura
136), com os frutos ainda na planta e depois os coletores cortam os frutos. No segundo
caso, o mesmo operário remove os espinhos e corta o fruto, alguns cortam primeiro e
depois removem os espinhos (GARCÍA, 2003).
C a p í t u l o I I | 175

Figura 136. Escova utilizada na Colômbia para retirar os espinhos do fruto da espécie
Selenicereus megalanthus, mas não é uma ferramenta bastante eficaz. Fotos: Maria
Cristina García (2003).

A escovação deve ser feita da base do fruto em direção ao final (MARTÍNEZ et al., 2013).
Devido à presença de espinhos, se faz necessário o uso de luvas e de camisas de manga
comprida. Tesouras para cortar manualmente também devem ser usadas para remover as
frutas das plantas (INSTITUTO COLOMBIANO AGROPECUARIO, 2012). Deve-se ter
o cuidado para não danificar a fruta e remova qualquer toco na fixação do caule, ao cortar
o pedúnculo da fruta rente à superfície do caule. Colham apenas as frutas maduras e bem
coloridas. A fruta pode ser guardada por 4 a 5 dias em temperatura ambiente ou várias
semanas em sacos plásticos na geladeira (CRANE; BALERDI, 2005).

PÓS-COLHEITA

O bom manejo da fruta para exportação é essencial para garantir sua qualidade e aceitação
pelo mercado. Então, deve-se ter muito cuidado durante as etapas de manuseio,
armazenamento e condições de transporte.

Resumidamente, as operações básicas de colheita são: colheita e retirada de espinho,


enquanto de pós-colheita são transporte para a linha de beneficiamento, pré-resfriamento,
lavagem e desinfecção, seleção e classificação, secagem, encerado, embalagem,
rotulagem da caixa e armazenamento. O percentual de descarte ou desperdício segundo
Vásquez (2016), é de 1,5% na variedade Palora (Selenicereus megalanthus), o que é
C a p í t u l o I I | 176

baixo, isso se consegue com um bom manejo pré-colheita e pós-colheita, bem como as
condições ambientais favoráveis onde se cultiva a pitahaya.

1.Transporte do campo para o centro de beneficiamento. As frutas, conforme


explicado acima, devem ser colhidas com cuidado para evitar machucados (golpes) ou
outros tipos de injúrias que reduzam sua qualidade e durabilidade de forma que não sejam
rejeitados no mercado. Nesta fase, o produto colhido é submetido a diferentes variações,
sofrendo golpes ou cortes, exposição por longos períodos ao sol e água, insetos, roedores,
pássaros, fontes de contaminação do solo, água, ar, etc. além de os problemas que acarreta
o uso de elementos não adequados para essas tarefas (GARCÍA, 2003). Portanto, as frutas
não devem ser tratadas com violência e seu encaminhamento para a central de
beneficiamento (Figura 137) deve ser feito em caixas plásticas (não empilhadas),
transportadas em carrinhos manuais ou carroça veicular (Figura 138).

Figura 137. Processo de pós-colheita da pitahaya amarela na central de beneficiamento


de uma propriedade. Foto: Ingenieros Agrónomos SAS (Diana Paola Mora Castro).

.
C a p í t u l o I I | 177

Figura 138. Carretinha tracionada para Microtrator Tobata usada no transporte dos frutos
da pitahaya. Foto: Portaldapitaya.com.br

2. Pré-resfriamento. Consiste em reduzir a temperatura interna do fruto no menor tempo


possível após sua coleta, para diminuir os processos de amadurecimento e degradação.
Água limpa com temperatura de 5 ° C pode ser usada por 15 a 30 minutos em imersão ou
aspersão (LÓPEZ; GUIDO, 2014), enquanto no segundo método passa por duchas, onde
a água é borrifada a baixa pressão (GARCÍA, 2003).

3. Limpeza e desinfecção. O objetivo dessa operação é garantir a segurança e a qualidade


da fruta; neste processo, a sujeira é removida e a carga patogênica na superfície é
reduzida. Pode ser feito pelo método a seco, como peneiramento e escovação, e também
pelo método úmido, por imersão ou aspersão (SÁNCHEZ PINEDA, 2004). Pelo método
úmido, o princípio é colocar a fruta dentro de um cilindro e em uma banheira de inox a
solução desinfetante, de forma que o tambor gire lentamente, para não maltratar a fruta,
C a p í t u l o I I | 178

mantendo sempre a metade do tambor submerso na banheira de inox (Figura 139). Isso
facilita o contato entre a solução e os frutos da pitahaya. Em seguida, os frutos são secos
no mesmo equipamento, retirando-se a água da banheira de inox e pondo em
funcionamento o ventilador que se encontra na parte superior da estrutura. Portanto, nessa
estrutura, o pré-resfriamento, a desinfecção e a secagem da pitahaya podem ser realizados
simultaneamente (GARCÍA, 2003).

Figura 139. Equipamento em aço inoxidável usado nos seguintes processos de pós-
colheita: pré-resfriamento, lavagem, desinfecção e secagem de frutos de pitahaya com o
ventilador posicionado na parte superior do equipamento. Foto: Maria Cristina García
(2003).

Para a desinfecção é importante levar em consideração o desinfetante, a concentração e a


forma de aplicação, bem como o cuidado no manuseio, dada seu grau de toxicidade e
residualidade (Figura 140). Geralmente, na indústria alimentícia, utiliza-se o hipoclorito
de sódio, cuja ação se baseia na capacidade oxidante. Portanto, devido aos custos, o
hipoclorito de sódio pode ser recomendado, utilizando uma dose de 5% em volume do
C a p í t u l o I I | 179

hipoclorito comercial, embora no caso da pitahaya o produto Merteck seja amplamente


utilizado e conhecido (GARCÍA, 2003).

Figura 140. Fruto de pitahaya não limpo e limpo. Fotos: Maria Cristina García (2003).

4. Seleção. Depois de desinfetados os frutos, eles são encaminhados para as mesas de


seleção; aqui os frutos são selecionados com base no seu formato homogêneo (redondo,
oval), tamanho uniforme, peso médio, grau de maturação, formato e distribuição das
brácteas e aspecto sanitário. A seleção deve ser rigorosa, pois disso depende a qualidade
das frutas para exportação.

A pitahaya é coletada geralmente nos estágios de maturidade 3 e 4 (Selenicereus


megalanthus), a fim de se ter mais tempo para sua comercialização e evitar que se perca
na planta, seja pelo ataque de pássaros ou por qualquer outra praga ou doença. Portanto,
não é comum classificar o fruto pelo grau de maturidade. O critério utilizado para esta
operação é o calibre (peso) ou tamanho (Figura 141). Nessa cadeia, são manuseadas em
três tamanhos, que classificam as frutas nas seguintes categorias: extra, primeira e
segunda. Os frutos que apresentam graves danos fitossanitários, como estágios avançados
do fungo ou que são muito pequenos ou apresentam cortes ou danos mecânicos são
classificados em um último grupo ou terceiro, que é comercializado a um preço
baixíssimo.
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Figura 141. Balança acondicionada no centro da estrutura metálica para classificação de


frutos de pitahaya (Selenicereus megalanthus), separando os frutos pesados em três caixas
de plástico com distintas cores. Fotos: M. C. García (2003).

5.Secagem. O excesso de umidade superficial de frutas e vegetais favorece o ataque de


microrganismos, principalmente fungos, para os quais é necessário retirar essa umidade
antes de levá-los ao armazenamento.

Se o produto for altamente suscetível a danos por umidade, ventilação forçada com ar
quente ou túnel de secagem pode ser usada (GARCÍA, 2003).

As frutas selecionadas, de acordo com as exigências de exportação, são expostas a uma


ventilação natural, pois é o método mais utilizado para a secagem da pitahaya, após os
processos de limpeza e desinfecção úmida (VARGA et al., 2020).

6.Encerado: A aplicação da cera pode ser feita por imersão, escovagem, pulverização ou
nebulização, envolvendo a cobertura do fruto com uma camada extra de cera aplicada
para protegê-lo contra organismos que causam apodrecimento e também para realçar o
seu brilho natural.

7. Embalagem. As frutas são acondicionadas em caixas de papelão, dispostas em fileiras,


separadas com material inerte de enchimento ou com tiras de papelão. A quantidade de
frutas é de nove a doze frutas por caixa, dependendo do tamanho. O peso líquido por
caixa é de 3,0 a 3,5 quilogramas (6,6 a 7,7 libras; Tabela 10). Geralmente, para
exportação, é acondicionado em caixas de papelão ondulado de 2,5 kg, colocando uma
tela de proteção (pescoço de freira) em cada fruta.
C a p í t u l o I I | 181

Tabela 10. Dimensões da caixa e número de frutas de pitahaya.

Dimensões Categorias
I II
Diâmetro, cm 20 -25 25 -30
Peso, g. 250 - 300 400 - 450
Frutos por caixa 9 12
Peso líquido da caixa, kg. 3,0 -3,5 3,6 – 3,8
Fonte: Téllez, 1998.

8. Rotulagem da caixa. As caixas devem deixar visíveis as seguintes informações: peso


líquido em kg, número de frutas por caixa, qualidade das frutas, temperatura de manejo,
logotipo e tratamento químico a que foram submetidas. Também deve ser registrado o
país e local de procedência ou origem da produção, ano e o destino para aonde vão ser
remetidos (Figura 142).

Figura 142. Embalagem de frutas de pitahaya para exportação (Selenicereus


megalanthus). Foto: INIAP (2020).
C a p í t u l o I I | 182

9. Armazenamento. Nas câmaras frigoríficas é aconselhável armazenar os frutos


embalados em temperaturas de 6 ± 2 ° C com umidade relativa de 72-92% e maturação
inicial de 15-25% cor amarela. Nessas condições, os frutos apresentaram menor pH e
maior acidez titulável aos 26 dias de armazenamento, em relação ao armazenamento em
temperatura ambiente.

Durante o armazenamento, sugere-se monitorar a maturação dos frutos para não enviar
aqueles que podem entrar em decomposição durante o trajeto, pois a maturação
fisiológica diminuiu com o tempo (JIMÉNEZ et al., 2017).

A comercialização das frutas sem a utilização de nenhuma técnica de conservação é feita


por curtos períodos, no máximo 10 dias (HOA et al., 2006). Por outro lado, as frutas
armazenadas em condições controladas de temperatura podem manter as características
de qualidade por até 25 dias (BRUNINI; CARDOSO, 2011). Magaña et al. (2006)
concluíram que a temperatura de armazenamento e o tempo influenciam os processos
fisiológicos da pitahaya incrementando a vida útil dos frutos, especialmente sob
temperatura de 8 ºC, que resultou em melhor qualidade de frutos.

Para Nerd et al. (1999), a vida útil dos frutos da espécie Hylocereus spp é de cerca de 7 a
10 dias à temperatura ambiente (cerca de 20ºC). O tempo de vida útil é limitado pelos
sintomas de senescência, como um declínio acentuado na acidez e nos açúcares,
amarelecimento e murchamento da escama e amolecimento da fruta. As frutas podem ser
armazenadas por 14 dias a 10 a 12 ºC e mais em temperaturas mais baixas (4-6 ºC), mas
ao serem transferidas para a temperatura ambiente tendem a desenvolver sintomas de
injuria por frio, como escurecimento da casca e apodrecimento. Da mesma forma, os
frutos de Selenicereus megalanthus são sensíveis às temperaturas de frio, mas o tempo de
armazenamento (a 10-12 ºC) é pelo menos duas vezes maior do que os frutos de
Hylocereus (NERD; MIZRAHI, 1999).

Por fim, o processo de comercialização é realizado por meio de rotulagem, peso,


embalagem e armazenamento. A seleção é feita de acordo com o tamanho e peso, e os
frutos que se estragam são separados. Em relação à pós-colheita, a pitahaya amarela, de
acordo com o tamanho (Tabela 11), é classificado como:
C a p í t u l o I I | 183

Tabela 11. Classificação de pitahaya (Selenicereus megalanthus) de acordo com seu


tamanho

Calibre Peso Unitário


8 ˃361
9 261 a 360
12 201 a 260
14 151 a 200
16 111 a 150
20 <110
Fonte: Fichas técnicas productos frescos de frutas (Colombia).

A recepção, lavagem, seleção, classificação, acondicionamento e paletização dos frutos


serão feitos na central de beneficiamento da fazenda, de forma que os frutos estejam
prontos para serem retirados de suas dependências, após o qual são embarcados nos
contêineres do porto marítimo, conforme acordado em termos FOB com o comprador
internacional.

PRODUTIVIDADE

A produtividade média da pitahaya é variável, de acordo com as condições


edafoclimáticas, técnicas de cultivo e idade do pomar (Figura 143), podendo variar de 10
a 30 t.ha-1 (Le BELLEC et al., 2006), sendo que na Nicarágua, cultivos bem conduzidos
podem produzir até 26 t.ha-1 (VAILLANT et al., 2005). No estado de São Paulo, a
produtividade média obtida, na região de Presidente Prudente, é de 15 toneladas/ha
(SUZUKI, 2013, citado por SILVA, 2014).
C a p í t u l o I I | 184

Figura . Campo de pitahaya em estádio de frutificação. Foto: Wikipédia.

Meráz et al. (2003) acreditam que os registros de produção de pitahaya são variáveis e
difíceis de estimar. Os fatores que afetam a produtividade das plantas são idade, manejo,
sistemas de plantio e distâncias, incompatibilidade sexual e clima (MIZRAHI; NERD,
1999; NERD et al., 2002; MERÁZ et al., 2003; CASTILLO, 2006). Nos primeiros dois
anos, uma planta de pitahaya produziu 1,0 kg (1,0 Mg ha-1); entre o quinto e o sexto ano,
o rendimento se estabiliza em 18 kg por planta e 20 Mg ha -1 (MERÁZ et al., 2003). Nesse
sentido, Castillo et al. (1996) indicam que as plantas de pitahaya de 3, 4 e 5 anos tiveram
rendimentos de 2,5, 5,6 e 9,5 Mg.

A pitahaya amarela (Selenicereus megalanthus), proveniente da Colômbia ou da


Martinica, pode chegar anualmente a uma produção de 14 toneladas por hectare de frutos
e a pitahaya vermelha de polpa branca (Hypocereus undatus) 30 toneladas por hectare
(CRANE; BALERDI, 2005; LE BELLEC et al., 2006). Os produtores do Vietnã
conseguem obter até 40 toneladas por hectare, provavelmente devido ao sistema de
condução da planta com a utilização adequada de podas, o que aumenta a brotação de
novos cladódios na planta e, consequentemente, leva à produção de mais flores e frutos.
C a p í t u l o I I | 185

A irrigação nos períodos mais secos, desde que sem encharcamentos, também acelera o
desenvolvimento da planta (FAZENDA CITRA, 2010).

INDUSTRIALIZAÇÃO

A polpa de algumas espécies de pitahaya pode ser industrializada, mas também é possível
extrair os corantes contidos na casca e na polpa dos frutos de várias espécies.

A polpa de pitahaya é capaz de sofrer processos de congelamento, concentração,


desidratação, fermentação, processamento térmico e preservação química, para os quais
existe tecnologia disponível para uso doméstico, artesanal ou industrial, com prévios
processos experimentais e de adequação.

Dependendo dos usos específicos, existe a possibilidade de separar as sementes, com a


utilização de uma despolpadora que possui malhas com furos de 1,5 milímetros de
diâmetro (LÓPEZ; GUIDO, 2014; Figura 144).

Figura 144. Despolpadora de frutas que poderá ser adaptada para a separação de
sementes da polpa de pitahaya. Foto: Vicente de Paula Queiroga.
C a p í t u l o I I | 186

Atualmente na Nicarágua é aplicado o processo de congelamento da polpa de pitahaya, o


que significa realizar as linhas de produção: coleta, seleção, lavagem, desinfecção,
descascamento, corte, acondicionamento em sacos de polietileno e congelamento.
Implica também a existência de empresa ou organização de produtores, um mecanismo
eficiente de produção de matéria-prima, uma unidade agroindustrial com infraestrutura e
equipamentos adequados, além de um mercado e canais de comercialização do produto
(DIOS et al., 2001).

A polpa (sem sementes) pode ser concentrada para reduzir seu teor de água e, portanto,
seu volume, em concentrações que variam de 10 a 30% de sólidos solúveis, o que significa
diminuição de seu volume para um terço do original.

Os concentrados de polpa, por sua vez, podem ser submetidos a outros processos, como
o de congelamento ou liofilização. A polpa também pode ser desidratada ou seca para
convertê-la em pó, isso pode ser feito em fatias ou rodelas: a desvantagem é o alto teor
de água. As fatias de frutas podem ser desidratadas e vendidas dessa forma (DIOS et al.,
2001).

A polpa pode ser utilizada como substrato de fermentação na preparação de vinhos e


vinagres.

Os diferentes produtos obtidos através dos procedimentos acima podem ser utilizados
para diversos fins: preparação de refrigerantes, xaropes, marmeladas, sorvetes, saladas de
polpa congelada, geleias, vinhos, vinagres, etc.

Nos processos de industrialização indicados acima, a casca do fruto é geralmente


descartada, mas é possível utilizá-la como forragem para gado ou como composto, neste
último caso após a desidratação.

Os corantes da pitahaya estão contidos na parede interna da casca e na polpa dos frutos
de diversas espécies, sendo possível extraí-los para uso na indústria alimentícia, aonde os
corantes naturais vêm ganhando cada vez mais valor.

A experimentação e aplicação das diversas opções de industrialização acima citadas são


de vital importância para o avanço e consolidação dos projetos produtivos de pitahaya,
pois permitem a oferta de diversos produtos e têm disponibilidade ao longo do ano,
mantêm em funcionamento os estabelecimentos agroindustriais e empresas exportadoras,
C a p í t u l o I I | 187

e agregar maior valor ao produto agrícola, o que deve resultar em maiores benefícios para
os produtores e maior desenvolvimento para as áreas de cultivo (DIOS et al., 2001).
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