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Símbolo de
Significado (Definição e Precaução) Exemplos
segurança e nome
C Corrosivo
E Explosivo
Classificação: Substâncias que podem
Oxigênio
acender ou facilitar a combustão,
Nitrato de potássio
impedindo o combate ao fogo.
Peróxido de
hidrogênio
Precaução: evitar o contato dele com
materiais combustíveis.
O Comburente
F Inflamável
Uma vez que os produtos químicos podem envolver potenciais efeitos adversos para os
seres humanos e para o meio ambiente, vários países e organizações regulamentaram a
sua classificação (identificação das propriedades perigosas) e rotulagem.
O Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16
de Dezembro de 2008, relativo à Classificação, Rotulagem e Embalagem de
substâncias e misturas químicas (Regulamento CRE) introduz, em todo o espaço da
União Europeia, um novo sistema de classificação e rotulagem de produtos
químicos, baseado no Sistema Mundial Harmonizado das Nações Unidas (GHS da
ONU). Este regulamento já está em vigor para os produtos puros, como a acetona e o
amoníaco e, até 2015, vai ser aplicado progressivamente para os produtos que misturam
várias substâncias perigosas, como a maioria dos produtos de limpeza.
A eliminação destes entraves passa, numa primeira fase, pela aproximação das
disposições legislativas, regulamentares e administrativas respeitantes à
classificação, embalagem e rotulagem dos produtos químicos perigosos (substâncias e
preparações) e, posteriormente, pela aproximação das disposições relativas à
utilização das referidas substâncias e das preparações perigosas.
Ao longo do tempo, nas diferentes directivas base atrás referidas, foram introduzidas
alterações através das directivas: 88/379/CEE, 7 de Julho; 90/35/CEE, 19 de
Dezembro; 91/155/CEE, 5 de Março; 2001/60/CE, 7 de Agosto; 2006/8/CE, 23 Janeiro
(aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos
Estados-Membros respeitantes à classificação, embalagem e rotulagem das preparações
perigosas).
Explosivas;
Comburentes;
Extremamente inflamáveis;
Facilmente inflamáveis;
Inflamáveis;
Muito tóxicas;
Tóxicas;
Nocivas;
Corrosivas;
Irritantes;
Sensibilizantes;
Cancerígenas;
Mutagénicas;
Tóxicas para a reprodução;
Perigosas para o ambiente.
Exemplo
A primeira lista – EINEC – engloba 100 106 registos, e refere-se ao inventário das
substâncias químicas existentes no mercado em 18 de Setembro de 1981. A outra lista –
ELINCS – actualizada anualmente pela Comissão Europeia, inclui todas as substâncias
químicas notificadas no mercado comunitário, após 18 de Setembro de 1981.
Neste plano está enquadrada a problemática dos produtos químicos e, no capítulo 19, é
referido expressamente que «um sistema globalmente harmonizado de classificação de
perigos e um sistema compatível de rotulagem, incluindo ficha de dados de segurança e
símbolos facilmente compatíveis, deve estar disponível, se possível, no ano 2000», para
garantia internacional de uma gestão segura dos produtos químicos.
Por outro lado, o número de substâncias químicas existente, bem como a velocidade
com que novas substâncias são criadas, impede a regulamentação de todos os produtos
químicos perigosos. Estima-se que 99 % das substâncias não tenham sido
submetidas a ensaios de toxicidade.
Os trabalhos com vista àquele processo foram assumidos por um grupo constituído por
várias organizações, com destaque para Organização das Nações Unidas (ONU, através
do Comittee of Experts on the Transport of Dangerous Goods – UNCETDG),
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE).
O GHS não pretende harmonizar nem procedimentos, nem decisões, sobre gestão de
risco. Pretende-se que a aplicação do GHS contribua não só para melhorar a protecção
da saúde humana e do ambiente, mas também que possa constituir uma base de trabalho
para ser desenvolvida regulamentação ajustada sobre produtos químicos, nos países
onde não existe qualquer sistema.
Assim, podemos destacar que o GHS constitui um sistema mundial, numa abordagem
simples e coerente, para a definição e classificação de perigos dos produtos químicos e a
sua comunicação através de rótulos, fichas de dados de segurança e placas. Esta
informação constitui a base sobre a qual assenta a metodologia da gestão do risco que
visa a utilização segura dos produtos químicos.
A primeira edição do GHS foi aprovada em 2002 e publicada em 2003, pelo Conselho
Económico e Social das Nações Unidas, seguindo-se uma revisão publicada em 2005.
Embora sem um cronograma definido para a sua adopção internacional, diversos
órgãos, nomeadamente o World Summit for Sustainable Development (WSSD) e o
Intergovernmental Forum for Chemical Safety (IFCS), encorajam os países a
implementar rapidamente o GHS de modo a que o sistema possa estar operacional em
finais de 2008. Na UE procura-se que a implementação deste sistema seja feita em
simultâneo com o programa REACH.
No caso particular das pessoas que manuseiam os produtos químicos (locais de trabalho
e utilizadores), o GHS serve como ferramenta para identificação dos perigos e também
para a rotulagem apropriada de reagentes e resíduos, contribuindo para um
armazenamento e uma gestão de resíduos seguros. Estas acções evitam a ocorrência
de acidentes pessoais patrimoniais e ambientais e o desenvolvimento de doenças
profissionais.
Classificação de perigos
A classificação dos perigos no GHS foi feita por grupos de especialistas (OIT e
UNCETDG – perigos físicos; OCDE – perigos para a saúde e ambiente), com base na
informação existente na bibliografia. Na classificação apenas são consideradas as
propriedades intrinsecamente perigosas das substâncias e das preparações.
Perigos físicos: regra geral, os critérios para os perigos físicos são qualitativos
ou semi-quantitativos, com vários níveis de perigos dentro de cada classe, o que
poderá tornar a classificação do GHS mais consistente. O estabelecimento dos
critérios foi precedido pela definição dos estados físicos, assim:
o Gás é uma substância ou preparação que, a 50º C, tem uma pressão de
vapor superior a 300 kPascal, ou é completamente gasoso a 20º C e à
pressão padrão de 101,3 kPascal;
o Líquido é uma substância ou preparação que não é um gás e tem um
ponto de fusão ou ponto inicial de fusão inferior ou igual a 20º C, a uma
pressão padrão de 101,3 kPascal;
o Sólido é uma substância ou preparação que não se enquadra em qualquer
das outras definições (gás e líquido).
o Explosivos;
o Gases inflamáveis;
o Aerossóis inflamáveis;
o Gases oxidantes;
o Gases sob pressão;
o Líquidos inflamáveis;
o Sólidos inflamáveis;
o Substâncias e preparações auto-reactivas;
o Líquidos pirofóricos;
o Sólidos pirofóricos;
o Substâncias e preparações auto-aquecíveis;
o Substâncias e preparações que, em contacto com a água, emitem gases
inflamáveis;
o Líquidos oxidantes;
o Sólidos oxidantes;
o Peróxidos orgânicos;
o Corrosivos aos metais.
Perigos para a saúde e meio ambiente: os critérios estabelecidos para cada
classe dos perigos para a saúde e meio ambiente tiveram por base as
classificações já existentes. No caso de as abordagens serem diferentes foi
procurada uma proposta de consenso. No caso de inexistência de informação
foram desenvolvidos novos critérios. Todos os critérios foram desenvolvidos
para serem aplicados a substâncias e a preparações.
As classes propostas para os perigos para a saúde e para o meio ambiente foram
as seguintes:
Comunicação de perigos
Como já foi referido, constitui objectivo fulcral do GHS a identificação dos perigos
intrínsecos dos produtos químicos perigosos e a divulgação dessa informação. Esta
divulgação é feita através do bloco da comunicação de perigos, peça fundamental para
a política de utilização segura de produtos químicos.
Como princípios orientadores para a comunicação dos perigos, foi estabelecido que as
informações devem ser fornecidas, através de pelo menos dois modos, nomeadamente
símbolos e texto, e que os termos a utilizar, para indicar o grau (severidade), devem ser
coerentes para todos os perigos.
Rótulo;
Ficha de dados de segurança;
Placas.
Placas
Assim, nos locais de trabalho, a comunicação dos perigos é feita através do rótulo e da
ficha de dados de segurança e de uma adequada sensibilização dos trabalhadores para
uma adequada atenção aos riscos. Já para os utilizadores, a informação sobre perigos é
veiculada pelo rótulo e, eventualmente, pela comunicação de risco através da autoridade
competente.
No caso do sector de transporte, a comunicação dos perigos é feita pelo rótulo, por
placas e pela documentação de transporte. Para o outro público-alvo, o pessoal dos
serviços de emergência, o reconhecimento dos perigos é preferencialmente feito através
do rótulo e das placas.
Regulamento REACH
Existem regras diferentes para estes dois grupos: enquanto os novos produtos são
testados antes da sua comercialização, não existe informação semelhante para os
restantes produtos químicos.
De referir que, desde 1993, apenas 141 produtos químicos de grande volume de
produção foram considerados prioritários para avaliação dos riscos e destes, só um
número limitado – 28 – tiveram o seu processo de avaliação completado.
Note-se ainda que os novos produtos químicos têm de ser notificados e testados a
partir de pequenos volumes de produção (10 kg/ano), facto este que tem sido uma
barreira à inovação na indústria química europeia, desencorajando o desenvolvimento
de novas substâncias e favorecendo o recurso ao desenvolvimento de novas aplicações
para as substâncias existentes.
Outra situação que merece destaque é o facto de, de acordo com o normativo que tem
estado em vigor, os produtores e importadores serem obrigados a veicular informações
sobre perigos e controlo do risco, mas de não se impor igual obrigação aos
utilizadores de primeira linha (industriais e revendedores), com excepção para as
substâncias que têm de ser classificadas e acompanhadas por ficha de dados de
segurança. A informação sobre práticas de utilização dos produtos químicos e exposição
decorrente do seu uso pelos utilizadores é, em geral, escassa e difícil de obter.
Desenvolver uma nova política integrada para os produtos químicos que tenha
em consideração o princípio da precaução e o princípio de sustentabilidade;
Modernizar a legislação para encorajar a inovação, competitividade e dinamizar
o mercado interno;
Transferir o ónus da prova sobre a segurança dos produtos químicos, que recaia
nas autoridades competentes, para as empresas que fabricam ou importam os
produtos químicos;
Aumentar a segurança humana e ambiental no manuseamento dos produtos
químicos;
Aumentar a informação e a confiança dos utilizadores de produtos químicos e o
público em geral.
Nota:
O sistema REACH admite que a indústria está melhor posicionada para assegurar que
os produtos químicos que produz e coloca no mercado não afectam negativamente a
saúde humana e o ambiente.
Isto requer que a indústria tenha conhecimento das propriedades das substâncias que
manuseia e do controlo de potenciais riscos. A responsabilidade pela gestão dos
riscos associados às substâncias químicas caberá, portanto, às empresas que fabricam,
importam, colocam no mercado ou utilizam essas substâncias.
A investigação e inovação, áreas vitais para muitas PMEs do sector químico, serão
incentivadas com o regulamento REACH, uma vez que este permite que a investigação
e o desenvolvimento se possam realizar sem registo num período de 5 anos, extensível
para 10 anos.
Por outro lado, a entrada em vigor do REACH permitirá a divulgação de forma mais
eficaz da informação sobre produtos químicos e, consequentemente, a diminuição dos
ensaios necessários para estabelecer as suas características toxicológicas e
ecotoxicológicas.
Registo;
Avaliação;
Autorização;
Restrição.
Registo do REACH
No caso das substâncias químicas presentes nos artigos, o registo é obrigatório quando
as substâncias forem perigosas (substâncias CMR – cancerígenas, mutagénica e tóxicas
para a reprodução; PBTs – persistentes, bio-acumulativas e tóxicas; vPvBs – muito
persistentes e muito bio-acumulativas), ou se forem libertadas aquando da utilização
do artigo.
No caso da utilização do artigo não provocar emissão das substâncias, mas esta existir
inevitavelmente, apenas é obrigatória uma notificação simples, com base na qual a
Agência Europeia (ECHA) poderá solicitar um registo.
Ensaios in vitro;
Modelos experimentais;
Extrapolação a partir de substâncias já estudadas e com estrutura molecular
semelhante.
No registo deve constar o nível máximo de exposição a que o ser humano pode
estar exposto – DNEL (derived non effect level). Este nível é obtido aplicando
um factor de segurança ao NOAEL (no observed adverse effect – nível de dose
em que ainda não se verifica o efeito adverso). Este factor de segurança será
estabelecido de acordo com dados provenientes de estudos realizados.
o Descrição do processo;
o Descrição da tarefa do operador;
o Duração;
o Frequência;
o Métodos utilizados;
o Exposição.
Os documentos apresentados são introduzidos pela agência numa base de dados central,
designada por REACH-IT. Esta base de dados, em desenvolvimento, será acessível na
sua totalidade às autoridades competentes designadas pelos Estados-Membros. Algumas
informações, cujo teor não atente contra interesses comerciais das entidades que
registaram as substâncias, serão tornadas acessíveis ao público em geral, via Internet.
Autorização do REACH
A Agência Europeia para Produtos Químicos (ECHA), através dos seus grupos de
trabalho para Avaliação do Risco e Análise Socio-Económica, disponibiliza pareceres
sobre os requerimentos, que a Comissão Europeia utilizará para as suas decisões.
Restrição do REACH
Neste caso, qualquer Estado-Membro pode propor, com base na avaliação dos riscos, a
limitação ao fabrico, comercialização e utilização da substância perigosa. A agência
(ECHA) coordena as acções a desenvolver, nomeadamente, solicitar novos estudos à
indústria para análise do benefício sócio-económico, e submete a proposta à Comissão
Europeia.
Todos os fabricantes, importadores ou utilizadores terão que classificar as suas
substâncias e misturas de acordo com os critérios do CRE, alterando os seus rótulos e
Fichas de Dados de Segurança e sempre que necessário, as respectivas embalagens.
- Em caso de ingestão, não provoque o vómito. Limpe os lábios e o interior da boca com
uma gaze húmida e dê a beber alguns golos de água.
- Se uma substância corrosiva cair na sua roupa, retire-a de imediato e lave a pele com
água abundante durante 15 minutos. Não aplique pomadas, para o médico verificar a
ferida limpa.
- Caso haja contacto com os olhos, lave-os com água corrente durante 15 minutos
mantendo as pálpebras afastadas. Não aplique qualquer produto.
Elisabete Afonso (TSST)
A eliminação destes entraves passa, numa primeira fase, pela aproximação das
disposições legislativas, regulamentares e administrativas respeitantes à
classificação, embalagem e rotulagem dos produtos químicos perigosos (substâncias e
preparações) e, posteriormente, pela aproximação das disposições relativas à
utilização das referidas substâncias e das preparações perigosas.
Ao longo do tempo, nas diferentes directivas base atrás referidas, foram introduzidas
alterações através das directivas: 88/379/CEE, 7 de Julho; 90/35/CEE, 19 de
Dezembro; 91/155/CEE, 5 de Março; 2001/60/CE, 7 de Agosto; 2006/8/CE, 23 Janeiro
(aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos
Estados-Membros respeitantes à classificação, embalagem e rotulagem das preparações
perigosas).
Explosivas;
Comburentes;
Extremamente inflamáveis;
Facilmente inflamáveis;
Inflamáveis;
Muito tóxicas;
Tóxicas;
Nocivas;
Corrosivas;
Irritantes;
Sensibilizantes;
Cancerígenas;
Mutagénicas;
Tóxicas para a reprodução;
Perigosas para o ambiente.
Exemplo
A primeira lista – EINEC – engloba 100 106 registos, e refere-se ao inventário das
substâncias químicas existentes no mercado em 18 de Setembro de 1981. A outra lista –
ELINCS – actualizada anualmente pela Comissão Europeia, inclui todas as substâncias
químicas notificadas no mercado comunitário, após 18 de Setembro de 1981.
Neste plano está enquadrada a problemática dos produtos químicos e, no capítulo 19, é
referido expressamente que «um sistema globalmente harmonizado de classificação de
perigos e um sistema compatível de rotulagem, incluindo ficha de dados de segurança e
símbolos facilmente compatíveis, deve estar disponível, se possível, no ano 2000», para
garantia internacional de uma gestão segura dos produtos químicos.
Por outro lado, o número de substâncias químicas existente, bem como a velocidade
com que novas substâncias são criadas, impede a regulamentação de todos os produtos
químicos perigosos. Estima-se que 99 % das substâncias não tenham sido
submetidas a ensaios de toxicidade.
Os trabalhos com vista àquele processo foram assumidos por um grupo constituído por
várias organizações, com destaque para Organização das Nações Unidas (ONU, através
do Comittee of Experts on the Transport of Dangerous Goods – UNCETDG),
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE).
O GHS não pretende harmonizar nem procedimentos, nem decisões, sobre gestão de
risco. Pretende-se que a aplicação do GHS contribua não só para melhorar a protecção
da saúde humana e do ambiente, mas também que possa constituir uma base de trabalho
para ser desenvolvida regulamentação ajustada sobre produtos químicos, nos países
onde não existe qualquer sistema.
Assim, podemos destacar que o GHS constitui um sistema mundial, numa abordagem
simples e coerente, para a definição e classificação de perigos dos produtos químicos e a
sua comunicação através de rótulos, fichas de dados de segurança e placas. Esta
informação constitui a base sobre a qual assenta a metodologia da gestão do risco que
visa a utilização segura dos produtos químicos.
A primeira edição do GHS foi aprovada em 2002 e publicada em 2003, pelo Conselho
Económico e Social das Nações Unidas, seguindo-se uma revisão publicada em 2005.
Embora sem um cronograma definido para a sua adopção internacional, diversos
órgãos, nomeadamente o World Summit for Sustainable Development (WSSD) e o
Intergovernmental Forum for Chemical Safety (IFCS), encorajam os países a
implementar rapidamente o GHS de modo a que o sistema possa estar operacional em
finais de 2008. Na UE procura-se que a implementação deste sistema seja feita em
simultâneo com o programa REACH.
No caso particular das pessoas que manuseiam os produtos químicos (locais de trabalho
e utilizadores), o GHS serve como ferramenta para identificação dos perigos e também
para a rotulagem apropriada de reagentes e resíduos, contribuindo para um
armazenamento e uma gestão de resíduos seguros. Estas acções evitam a ocorrência
de acidentes pessoais patrimoniais e ambientais e o desenvolvimento de doenças
profissionais.
Classificação de perigos
A classificação dos perigos no GHS foi feita por grupos de especialistas (OIT e
UNCETDG – perigos físicos; OCDE – perigos para a saúde e ambiente), com base na
informação existente na bibliografia. Na classificação apenas são consideradas as
propriedades intrinsecamente perigosas das substâncias e das preparações.
Perigos físicos: regra geral, os critérios para os perigos físicos são qualitativos
ou semi-quantitativos, com vários níveis de perigos dentro de cada classe, o que
poderá tornar a classificação do GHS mais consistente. O estabelecimento dos
critérios foi precedido pela definição dos estados físicos, assim:
o Gás é uma substância ou preparação que, a 50º C, tem uma pressão de
vapor superior a 300 kPascal, ou é completamente gasoso a 20º C e à
pressão padrão de 101,3 kPascal;
o Líquido é uma substância ou preparação que não é um gás e tem um
ponto de fusão ou ponto inicial de fusão inferior ou igual a 20º C, a uma
pressão padrão de 101,3 kPascal;
o Sólido é uma substância ou preparação que não se enquadra em qualquer
das outras definições (gás e líquido).
o Explosivos;
o Gases inflamáveis;
o Aerossóis inflamáveis;
o Gases oxidantes;
o Gases sob pressão;
o Líquidos inflamáveis;
o Sólidos inflamáveis;
o Substâncias e preparações auto-reactivas;
o Líquidos pirofóricos;
o Sólidos pirofóricos;
o Substâncias e preparações auto-aquecíveis;
o Substâncias e preparações que, em contacto com a água, emitem gases
inflamáveis;
o Líquidos oxidantes;
o Sólidos oxidantes;
o Peróxidos orgânicos;
o Corrosivos aos metais.
Perigos para a saúde e meio ambiente: os critérios estabelecidos para cada
classe dos perigos para a saúde e meio ambiente tiveram por base as
classificações já existentes. No caso de as abordagens serem diferentes foi
procurada uma proposta de consenso. No caso de inexistência de informação
foram desenvolvidos novos critérios. Todos os critérios foram desenvolvidos
para serem aplicados a substâncias e a preparações.
As classes propostas para os perigos para a saúde e para o meio ambiente foram
as seguintes:
Comunicação de perigos
Como já foi referido, constitui objectivo fulcral do GHS a identificação dos perigos
intrínsecos dos produtos químicos perigosos e a divulgação dessa informação. Esta
divulgação é feita através do bloco da comunicação de perigos, peça fundamental para
a política de utilização segura de produtos químicos.
Como princípios orientadores para a comunicação dos perigos, foi estabelecido que as
informações devem ser fornecidas, através de pelo menos dois modos, nomeadamente
símbolos e texto, e que os termos a utilizar, para indicar o grau (severidade), devem ser
coerentes para todos os perigos.
Rótulo;
Ficha de dados de segurança;
Placas.
Placas
Assim, nos locais de trabalho, a comunicação dos perigos é feita através do rótulo e da
ficha de dados de segurança e de uma adequada sensibilização dos trabalhadores para
uma adequada atenção aos riscos. Já para os utilizadores, a informação sobre perigos é
veiculada pelo rótulo e, eventualmente, pela comunicação de risco através da autoridade
competente.
No caso do sector de transporte, a comunicação dos perigos é feita pelo rótulo, por
placas e pela documentação de transporte. Para o outro público-alvo, o pessoal dos
serviços de emergência, o reconhecimento dos perigos é preferencialmente feito através
do rótulo e das placas.
Regulamento REACH
Existem regras diferentes para estes dois grupos: enquanto os novos produtos são
testados antes da sua comercialização, não existe informação semelhante para os
restantes produtos químicos.
De referir que, desde 1993, apenas 141 produtos químicos de grande volume de
produção foram considerados prioritários para avaliação dos riscos e destes, só um
número limitado – 28 – tiveram o seu processo de avaliação completado.
Note-se ainda que os novos produtos químicos têm de ser notificados e testados a
partir de pequenos volumes de produção (10 kg/ano), facto este que tem sido uma
barreira à inovação na indústria química europeia, desencorajando o desenvolvimento
de novas substâncias e favorecendo o recurso ao desenvolvimento de novas aplicações
para as substâncias existentes.
Outra situação que merece destaque é o facto de, de acordo com o normativo que tem
estado em vigor, os produtores e importadores serem obrigados a veicular informações
sobre perigos e controlo do risco, mas de não se impor igual obrigação aos
utilizadores de primeira linha (industriais e revendedores), com excepção para as
substâncias que têm de ser classificadas e acompanhadas por ficha de dados de
segurança. A informação sobre práticas de utilização dos produtos químicos e exposição
decorrente do seu uso pelos utilizadores é, em geral, escassa e difícil de obter.
Desenvolver uma nova política integrada para os produtos químicos que tenha
em consideração o princípio da precaução e o princípio de sustentabilidade;
Modernizar a legislação para encorajar a inovação, competitividade e dinamizar
o mercado interno;
Transferir o ónus da prova sobre a segurança dos produtos químicos, que recaia
nas autoridades competentes, para as empresas que fabricam ou importam os
produtos químicos;
Aumentar a segurança humana e ambiental no manuseamento dos produtos
químicos;
Aumentar a informação e a confiança dos utilizadores de produtos químicos e o
público em geral.
Nota:
O sistema REACH admite que a indústria está melhor posicionada para assegurar que
os produtos químicos que produz e coloca no mercado não afectam negativamente a
saúde humana e o ambiente.
Isto requer que a indústria tenha conhecimento das propriedades das substâncias que
manuseia e do controlo de potenciais riscos. A responsabilidade pela gestão dos
riscos associados às substâncias químicas caberá, portanto, às empresas que fabricam,
importam, colocam no mercado ou utilizam essas substâncias.
A investigação e inovação, áreas vitais para muitas PMEs do sector químico, serão
incentivadas com o regulamento REACH, uma vez que este permite que a investigação
e o desenvolvimento se possam realizar sem registo num período de 5 anos, extensível
para 10 anos.
Por outro lado, a entrada em vigor do REACH permitirá a divulgação de forma mais
eficaz da informação sobre produtos químicos e, consequentemente, a diminuição dos
ensaios necessários para estabelecer as suas características toxicológicas e
ecotoxicológicas.
Registo;
Avaliação;
Autorização;
Restrição.
Registo do REACH
No caso das substâncias químicas presentes nos artigos, o registo é obrigatório quando
as substâncias forem perigosas (substâncias CMR – cancerígenas, mutagénica e tóxicas
para a reprodução; PBTs – persistentes, bio-acumulativas e tóxicas; vPvBs – muito
persistentes e muito bio-acumulativas), ou se forem libertadas aquando da utilização
do artigo.
No caso da utilização do artigo não provocar emissão das substâncias, mas esta existir
inevitavelmente, apenas é obrigatória uma notificação simples, com base na qual a
Agência Europeia (ECHA) poderá solicitar um registo.
Ensaios in vitro;
Modelos experimentais;
Extrapolação a partir de substâncias já estudadas e com estrutura molecular
semelhante.
No registo deve constar o nível máximo de exposição a que o ser humano pode
estar exposto – DNEL (derived non effect level). Este nível é obtido aplicando
um factor de segurança ao NOAEL (no observed adverse effect – nível de dose
em que ainda não se verifica o efeito adverso). Este factor de segurança será
estabelecido de acordo com dados provenientes de estudos realizados.
o Descrição do processo;
o Descrição da tarefa do operador;
o Duração;
o Frequência;
o Métodos utilizados;
o Exposição.
Os documentos apresentados são introduzidos pela agência numa base de dados central,
designada por REACH-IT. Esta base de dados, em desenvolvimento, será acessível na
sua totalidade às autoridades competentes designadas pelos Estados-Membros. Algumas
informações, cujo teor não atente contra interesses comerciais das entidades que
registaram as substâncias, serão tornadas acessíveis ao público em geral, via Internet.
Autorização do REACH
A Agência Europeia para Produtos Químicos (ECHA), através dos seus grupos de
trabalho para Avaliação do Risco e Análise Socio-Económica, disponibiliza pareceres
sobre os requerimentos, que a Comissão Europeia utilizará para as suas decisões.
Restrição do REACH
Neste caso, qualquer Estado-Membro pode propor, com base na avaliação dos riscos, a
limitação ao fabrico, comercialização e utilização da substância perigosa. A agência
(ECHA) coordena as acções a desenvolver, nomeadamente, solicitar novos estudos à
indústria para análise do benefício sócio-económico, e submete a proposta à Comissão
Europeia.