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Canção da forca

Ó horrível emaranhado da existência,


estamos cá pendurados no fio vermelho!
O sapo murmura, a aranha gira,
E as cristas tortas do vento penteia.

Coruja, coruja, coruja desolada!


Estás amaldiçoada! diz a coruja.
A luz das estrelas na lua parte-se.
Mas ainda não te partiu.

Coruja, coruja, coruja Ó desolada!


Ouves o chamamento da coluna de prata?
A coruja grita: pardauz! pardauz!
Há um degelo, há um cinzento, há uma cerveja, há um azul!

Sophie

Sophie, a minha donzela do carrasco,


vem, beija o meu crânio!
Embora a minha boca
Seja uma boca negra -
mas tu és boa e nobre!

Sophie, a donzela do meu carrasco,


vem, acaricia o meu crânio!
Embora a minha cabeça
esteja despida dos seus cabelos
mas tu és boa e nobre!

Sophie, a minha donzela do carrasco,


Vem, olha para o meu crânio!
Os olhos, no entanto,
Foram comidos pela carniça
mas tu és boa e nobre!

NÂO

A tempestade está a assobiar?


Um verme está a assobiar?
Uivar
Corujas
no alto da torre?

NÂO!

É a corda da forca
grossa
grossa, que gemeu
como se
a galope
como se uma égua cansada e antecipada
estivesse à espera do próximo poço
(que pode ainda estar longe).

Oração.

Os pequenos veados rezam à noite,


cuidado!

Oito e meia!
Nove e meia!
Dez e meia!
Onze e meia!
Doze!
Os pequenos veados rezam à noite,
cuidado!
Eles dobram os dedinhos dos pés,
os pequenos veados.

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