Você está na página 1de 2

O Lao de Fita

Castro Alves
No sabes crianas? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espao, nas nvoas?
No rias, prendi!me
Num lao de fita.
Na selva sombria de tuas madei"as,
Nos ne#ros cabelos da moa bonita,
$in#indo a serpente %u'enlaa a fol&a#em,
$ormoso enroscava!se
' lao de fita.
Meu ser, %ue voava nas lu(es da festa,
)ual p*ssaro bravo, %ue os ares a#ita,
+u vi de repente cativo, submisso
,olar prisioneiro
Num lao de fita.
+ a#ora enleada na t-nue cadeia
.ebalde min&'alma se embate, se irrita...
' brao, %ue rompe cadeias de ferro,
No %uebra teus elos,
/ lao de fita
Meu .eus As falenas t-m asas de opala,
's astros se libram na pla#a infinita.
's an0os repousam nas penas bril&antes...
Mas tu... tens por asas
1m lao de fita.
2* pouco voavas na clere valsa,
Na valsa %ue anseia, %ue estua e palpita.
Por %ue %ue tremeste? No eram meus l*bios...
3ei0ava!te apenas...

4eu lao de fita.
Mas ai findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
4alve( da cadeia libertes as tranas
Mas eu... fico preso
No lao de fita.
Pois bem )uando um dia na sombra do vale
Abrirem!me a cova... formosa Pepita
Ao menos arranca meus louros da fronte,
+ d*!me por c'roa...
4eu lao de fita.

Você também pode gostar