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AMAR É PARA OS FORTES

CAMILA CÂMPARA ELETIVA:


2A AQUARELA DO BRASIL
INSPIRADO EM UM ÁLBUM

A série é baseada no álbum homônimo de


Marcelo D2, lançado em 2018, que tem como
personagem principal o jovem garoto chamado
Sinistro. Assim como o Sinistro da série, o do
álbum também é um garoto pobre da periferia
com uma enorme inclinação para arte, mas que
diariamente precisa lidar com a realidade de
morte na comunidade onde mora. Apesar da
narrativa não se basear em uma história
específica, D2 se inspirou em suas vivências e
nas do ambiente em que cresceu.
SINOPSE

A série Amar é para os Fortes denuncia a violência da polícia no Rio de Janeiro, seguindo a rotina de
duas famílias negras que precisam lidar com o luto e a injustiça, mas em lados opostos da história.
Com uma operação policial que acontece no Dia das Mães, o destino de Rita e Edna acaba se
entrelaçando por meio de uma tragédia. Rita perde seu filho Sushi, de apenas 11 anos, para violência
polícia em uma das comunidades do Rio, enquanto Edna, é mãe de Digão, o policial que assassinou
a criança. As duas embarcam em uma luta por justiça e redenção, necessitando encarar a corrupção
policial e a lentidão do sistema judiciário. Em contrapartida, o artista plástico Sinistro, ao lado da
comunidade da Maré, apoia Rita em sua luta por justiça.
EPISÓDIO 1 (DIA DAS MÃES)
No Dia das Mães, Rita está preocupada com a ausência dos seus
filhos Sinistro, o mais velho, e Sushi, o mais novo, que decide
preparar uma surpresa para ela; já Edna, mãe do policial Digão,
deseja que ele retorne bem para casa.

Uma cena marcante do episódio é a do assassinato de sushi,


vítima da violência policial. O menino estava comprando uma flor
para sua mãe.

É muito interessante a forma que a série aborda o tema,


mostrando também o drama do policial, que é esse jovem, também
negro, filho de um policial, e que não queria estar ali. Que estava
pilhado pelo colega do lado [que é branco, uma patente acima]. E a
mãe desse policial em casa, esperando por ele para o almoço de
Dia das Mães, imaginando o que será que aconteceu.
EPISÓDIO 2 (VIVER EM GUERRA É CANSATIVO)
A morte de Sushi traz consequências para as
duas famílias. Enquanto Digão enfrenta a
apuração do caso, ele se encontra em um
dilema interno e diz que quem atirou Kevin, foi
Lopes, seu companheiro de viatura.Sinistro e
Rita enfrentam o luto e tentam juntar dinheiro
para o enterro, com ajuda de pessoas da
comunidade.
Pra mim, uma cena marcante desse episódio foi
a do enterro de Kevin, onde Rita, família, amigos
e moradores da favela vão homenagear Sushi e
lutar contra a violência sofridas nas favelas e
pelas pessoas negras.
EPISÓDIO 3 (O PAVIO ACESO)

Nesse episódio, movido pela raiva e indignado


com o assassinato de seu irmão, Sinistro joga
tinta vermelha em um carro da polícia. Em busca
de justiça, Rita tenta convencer Osório a depor
sobre o caso, mas o homem sofre ameaças. Em
busca da verdade, Édna procura Lopes e ele
desmente Digão.
O que eu mais gostei desse episódio foi a forma
com que a série mostrou as conversas que as
duas mães tiveram com seus filhos, Digão e
Sinistro. Mostrando as diferentes perspectivas.
EPISÓDIO 4 ( FEBRE DO RATO)

A crew organiza um memorial para denunciar a


violência, onde todos que perderam alguém por
conta da polícia militar podem ajudar de alguma
forma. Porém, a polícia toma conhecimento da
ação e invade a casa de Rato, o prendendo de
forma injusta. Osório não consegue ajudar Rita
contando sua parte da história.

Édna toma um café com seu tio, e eles conversam


sobre quão prejudicial a polícia pode ser e Édna
descobre que alguém queimou o jardim de Osório.
EPISÓDIO 5 ( O CERTO É CERTO)

Com o dinheiro do memorial, Rato consegue sair


da prisão e decide se retirar da crew. Com a ajuda
de um advogado, Rita consegue avançar com a
investigação e consegue uma testemunha
importante. Rita pede para Marilúcia que viu o que
aconteceu no dia ir até a polícia, mas ela fica
apreensiva. Bela declara seu poema. Ministro faz
uma manifestação que é interrompida pela polícia.

Um ponto alto desse episódio é interação que Édna


tem com Rita. A cena é repleta de angústia por
parte de Édna.
EPISÓDIO 6 ( OLHO NO OLHO)

Depois de Marilucia ir até a polícia


contar o que viu no dia do
assassinato, a polícia vai atrás do
filho dela, que consegue fugir. A
crew consegue encontrar outro lugar
para ficar e mostrar a arte deles.
Rita consegue o endereço de Digão
e vai até lá.
Uma cena que se destacou é a que
Rita descobre que Édna é a mãe do
policial que matou seu filho.
EPISÓDIO 7 (PACÍFICO NÃO É PACATO)

Após uma situação de risco, Sinistro e a crew


expõe Digão como assassino de Sushi por
meio de uma arte. Rita enfrenta as autoridades
e exige justiça para seu filho. Dois meninos
brancos se apropriam da arte da Crew.O caso
finalmente chega ao fim. Sinistro e Rita
realizam um desejo de Sushi.
É um episódio muito emocionante, Rita tem
uma conversa com Sinistro sobre seu contanto
com arte desde pequeno. Declaram a
inocência de Sushi. Na cena final Sinistro e
Rita vão para o mar e se abraçam. Pra mim,
uma das cenas mais bonitas e simbólicas.
Nesse episódio final a série dá visibilidade e l homenageia duas organizações
sociais de mães que tiveram seus filhos assassinados pela polícia, “ Mãe de
Manguinhos” e “ Movimento Moleque. Ambos do Rio de Janeiro.
RELAÇÃO DA SÉRIE COM A REALIDADE ATUAL

A história contada na série é vivida por inúmeras famílias brasileiras, que tem seus familiares mortos de forma injusta pela própria polícia, órgão
que deveria lutar pela segurança da população. A violência policial é uma das formas de violência racial praticadas no Brasil.

Segundo os dados coletados por intermédio da Lei de Acesso à Informação entre as secretarias de Segurança Pública da Bahia, Ceará,
Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo “revelam que letalidade policial tem endereço certo, que é o corpo negro”, diz Mônica Custódio,
secretária da Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). E “dificilmente se vê policiais responsabilizados e
punidos por essas mortes”. ( TRECHO RETIRADO DO SITE CTB)
A SÉRIE E A ELETIVA
Durante esses meses de eletiva estudamos um pouco sobre a história da comunidade
negra brasileira ( cultura, história, legados, pluralidade) e as consequências que a
escravidão gerou e gera na vida das milhares de pessoas negras. No entanto, a série “
AMAR É PARA OS FORTES” retrata uma história, que é realidade de inúmeras famílias
negras, que são impactadas pela violência policial, fruto do racismo. A trama mostra
também o lado do policial que matou a criança, um homem negro, que, pilhado por um
policial branco, mata um menino negro. Mostrando essa relação, na qual o Estado ( em
sua maioria branco) pressiona policiais negros a matarem os seus.
No mais, a série vai além do tiro e da polícia na favela. Apresentando quem são essas
famílias vivendo esses processos de perdas, dores, luta e também seu cotidiano, a
cultura da favela,as artes. Mostrando um pouco do Brasil.
ANÁLISE
Gostei bastante da série. É pesada por se tratar de um tema tão real e cruel,
vivido por muitos brasileiros. Gostei da forma que a série aprofunda em caa
personagem e família. Mostrando o dia a dia dessas pessoas após o assasinato,
mostrando os sentimentos de dor, injustiça, luta, e ao mesmo tempo mostrando
as relações afetivas desses personagens, e como a arte e a cultura se faz
presente na vida e na luta.

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