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Nome: Carlos Charlys Da Maia, Thais Eger, Geovana Leticia

Assinatura:
Fase/Turno: 3º Semestre/Noturno Nota:
Disciplina: Psicologia Social e Comunitária Ass.:

Análise do Filme “Última Parada 174”

O filme narra a história de dois jovens: Alessandro, também conhecido como "Alê", filho de
uma mulher dependente química expulsa do morro e entregue ao traficante Meleca, para
pagar uma dívida de drogas, e Sandro, morador de uma favela que testemunha a morte de sua
mãe em um assalto ao bar dela. A história começa com a mãe de Alessandro sendo despojada
de seu filho pelo traficante Meleca, que o cria como seu próprio filho e o introduz na vida do
crime. Em paralelo, é contada a história de Sandro, que fica traumatizado após a morte de
sua mãe e começa a exibir comportamentos estranhos, como arrancar as pontas das facas e
coçar constantemente o dedo indicador. Sandro decide fugir e passa a conviver com um
grupo de garotos que dorme na igreja da Candelária, onde tem acesso ao mundo das drogas.
Só que Sandro testemunha mais uma tragédia, a chacina da Candelária, onde 8 meninos de rua
foram mortos pela polícia.Este evento aproxima Sandro e Alê.

Diante dos contextos apresentados, é possível inferir que ambos são vítimas da violência
urbana e do abandono social. Ambos cresceram em meio à pobreza e à criminalidade, e
tiveram suas vidas marcadas por traumas e perdas. É possível perceber a presença de
estereótipos e preconceitos. Como os personagens são retratados, principalmente aqueles que
vivem em situação de vulnerabilidade social, reflete uma visão estereotipada e preconceituosa
sobre essas pessoas. Ao longo do filme, podemos observar como alguns personagens são
marginalizados e estigmatizados por sua aparência, origem ou condição social, o que reforça
preconceitos enraizados na sociedade. Um exemplo de cena que retrata estereótipos é quando
o personagem Sandro, é confrontado por um policial em uma estação de trem. O policial
imediatamente o trata com hostilidade e desconfiança, baseado em sua aparência e sua
condição socioeconômica. O policial utiliza linguagem abusiva e acusa Sandro de estar
envolvido com tráfico de drogas, sem nenhuma evidência concreta. Essa cena retrata o
preconceito racial e de classe existente na sociedade brasileira, em que as pessoas negras e de
baixa renda são frequentemente alvo de violência e discriminação por parte das forças de
segurança. É importante ressaltar que esse evento traumático acaba afetando a cognição
social de Sandro, refere-se, (Segundo Taylor, Peplau e Sears (2006) cognição social é "o
estudo de como as pessoas formam inferências com base nas informações sociais fornecidas
pelo ambiente). Nesse sentido, a experiência negativa de Sandro com o policial afetará seu
processo de cognição social, influenciando suas percepções, julgamentos e reações em relação
à polícia e à justiça.

No decorrer do filme, Sandro e Alê vão para um reformatório e se aproximam. Com o tempo,
a amizade entre os dois se fortalece, e eles começam a compartilhar não apenas suas histórias,
mas também seus sonhos e esperanças. Neste período a mãe de Alê envia uma carta para
Sandro, erroneamente achando que ele é seu filho, que acaba se aproximando da mãe de Alê.
A partir daí, a relação de amizade entre os dois se torna ainda mais intensa, pois ambos
compartilham suas dores e angústias. A cena em que Sandro recebe a carta da mãe de Alê é
um momento emocionante do filme, pois mostra como a busca por identidade e afeto pode
unir pessoas. No entanto, a vida no reformatório não é fácil, e Sandro e Alê acabam
enfrentando muitos desafios, incluindo brigas com outros presos e confrontos com os guardas.
Mas, apesar de tudo, eles continuam firmes em sua amizade, apoiando um ao outro nos
momentos mais difíceis.
No final, Sandro e Alê são libertados do reformatório e partem juntos em busca de uma
vida melhor. Infelizmente, as coisas não saem como planejado, e eles acabam passando a
cometer assaltos. Infelizmente, Alê assasina uma mulher que estava em um carro no
trânsito. Depois disso, Alê se afasta de Sandro porque ele não atirou. Em certo dia. Sandro
visita uma menina com quem ele estava envolvido e a encontra com Alê. Isso leva a uma
briga. Sandro sai da casa irritado. A partir daí, suas vidas mudam para sempre, e a amizade
que antes parecia inabalável começa a se desfazer.

O filme retrata o sequestro do ônibus 174. O filme mostra de forma dramática como os
eventos se desenrolaram, incluindo a morte fingida da mulher que escreveu mensagens de
batom nos vidros do ônibus. Após o desfecho do assalto, onde Sandro faz várias vítimas e
sequestra o ônibus, a polícia e a imprensa cercam o veículo. Sandro se vê em uma situação
de desespero, percebendo que sua ação teve consequências terríveis e que pode acabar
sendo morto. Nesse momento, há uma mudança significativa em sua atitude. Ele começa a
se arrepender do que fez, expressando remorso. Ele também demonstra um desejo de
mudar sua vida e se tornar uma pessoa melhor.

É interessante destacar como a mudança de atitude de Sandro se enquadra nos processos


de influência social propostos por autor Kelman (1961), especificamente na internalização.
A mudança de comportamento de Sandro é resultado de uma reflexão pessoal que o levou
a questionar seus valores e a perceber as consequências de suas ações. Dessa forma, é
possível argumentar que o filme retrata a importância da reflexão pessoal e da
internalização na mudança de atitudes e comportamentos.

Na cena final do filme é muito triste, mostrando a morte da jovem professora que foi feita refém
durante o sequestro. Após levar um tiro da polícia por engano e, posteriormente, a morte de
Sandro, asfixiado pelos policiais que o levaram para a delegacia. Apenas a mãe adotiva de Sandro
e seu amigo Alê, no solitário enterro de Sandro, onde somente elescomparecem.

Baseado em fatos reais. Em 2000, Sandro do Nascimento, sobrevivente da chacina da


Candelária, sequestra um ônibus no Rio de Janeiro, mantendo uma mulher sob a mira do
seu revólver.

Referências

Rodrigues, Aroldo, 1933- Psicologia Social / Aroldo Rodrigues, Eveline Maria Leal
Assmar, Bernardo Jablonski. - 27. ed. revista e ampliada. Petrópolis, RJ : Vozes, 2009.

Psicologia social : principais temas e vertentes / Cláudio Vaz


Torres, Elaine Rabelo Neiva [organizadores]. - Porto Alegre :
Artmed, 2011.

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