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Capítulo II
Direito de Autor e Gestão Coletiva
TÍTULO:
ANÁLISE DA DOS EFEITOS DA LEI
Nº 12.853/13 COMO UMA POLÍTICA
DE REGULAÇÃO DA GESTÃO
COLETIVA DE DIREITOS DE
EXECUÇÃO PÚBLICA MUSICAL
Lucas B. Antoniazzi
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RESUMO
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Lucas Bernardo Antoniazzi
INTRODUÇÃO
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De acordo com a Lei de Direitos Autorais, toda vez que uma obra
musical ou fonograma é utilizado em uma apresentação musical, em uma
boate, restaurante ou transmitido pela TV ou rádio, o respectivo titular
desta obra ou fonograma faz jus ao recebimento de seus respectivos royalties,
que devem ser pagos por quem está disponibilizando publicamente a obra
ou o fonograma (a emissora de TV, o proprietário do restaurante, a boate
etc.), chamado usuário musical.
Pelas características desta forma de utilização de obras musicais e
fonogramas, são elevadíssimos os custos de transação para que negociar,
cobrar e fiscalizar individualmente a utilização de suas obras e fonogramas
por terceiros, o que torna praticamente impossível essa forma de exploração
econômica de direitos autorais e conexos ser realizada individualmente
pelo titular.
Como solução para esse problema, a legislação brasileira criou um
Sistema de Gestão Coletiva centralizado, que atua como uma indústria de
rede, em que os titulares de obras musicais e fonogramas têm seus direitos
de execução pública geridos por associações de titulares, que unificam o
licenciamento, a arrecadação e distribuição no Escritório Central (Ecad),
entidade que que atua como um hub e operador deste sistema.
Cumpre notar que quando a antiga Lei de Direitos Autorais (Lei
Federal nº 5.988/73) determinou a criação do sistema de gestão coletiva
também criou o Conselho Nacional de Direito Autoral – CNDA, um
órgão de fiscalização, consulta e assistência que deveria orientar toda a
política governamental em matéria de direito autoral (FRANCISCO et
al.: 2016, p. 58).
Contudo, durante o governo de Fernando Collor de Mello, em 12
de abril de 1990, houve a transformação do Ministério da Cultura em
uma Secretaria Especial e a desativação do CNDA (FRANCISCO et al.:
2016, p. 89).
A partir de então, o Ecad e associações de titulares passaram a atuar
dentro do Sistema de Gestão Coletiva sem qualquer forma de regulação
ou fiscalização por parte do Poder Público, situação que se manteve
mesmo após a promulgação da Lei Federal nº 9.610/98 (atual Lei de
Direitos Autorais), que revogou a Lei nº 5.988/73.
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Lógica da Fontes de
Indicadores Suposições importantes
intervenção comprovação
. realizar a habilitação
do Escritório Central e
Utilização Atuação do
associações . Aparato técnico e institucional para
do MinC como o MinC
. A aplicação de sanções o exercício de suas funções
programa órgão regulador
administrativas
. Elaboração de
normas regulamento
os dispositivos da Lei
O MinC foi nº12.853/13
investido em . Criação de quadro
Resultado poderes de de servidores para o MinC
fiscalização e exercício da atividade de
regulação fiscalização e regulação
. Instituição de uma
Câmara de mediação e
arbitragem
. CPI do Senado
. Julgamento do
. Congresso
Cade . Promulgação da Lei nº
Nacional . As normas promulgadas devem
Atividades . Movimento 12.853/13
. Poder apresentar eficácia jurídica
de músicos e . Decreto nº 8.469/15
Executivo
outros setores da
Sociedade
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podem ser creditados como razões para que o Ministério da Cultura não
tenha conseguido montar um corpo de funcionários numericamente e
tecnicamente suficientes para atuar de maneira eficiente na fiscalização e
regulação do Sistema de Gestão Coletiva.
Não obstante tal fato, verifica-se que os indicadores relativos ao
“ao objetivo do programa” parecem indicar que os alvos desta fase foram
alcançados, uma vez que houve uma redução significativa de ações judiciais
movidas em face do Ecad a partir da vigência do Marco Regulatório.
O quadro abaixo foi elaborado levando em consideração uma
análise quantitativa das ações judiciais em que o Ecad foi parte ajuizadas
entre os anos de 2012 a 2017.
A escolha do Tribunal do Estado do Rio de Janeiro se deu em
razão de uma regra processual civil, que determina que as ações devem ser
ajuizadas no endereço de sede do réu. Considerando que o objetivo desta
análise é apurar a quantidade de ações em que o Ecad figura como réu e
a sede do Ecad se localiza no Rio de Janeiro, a presente análise limitou-se
àquele Tribunal.
Esclareça-se, ainda, que não houve qualquer pesquisa em Tribunais
Federais, pois a matéria usualmente discutida nas ações em que o Ecad
litiga são de competência da justiça comum.
Ademais, não se pesquisou nenhuma ação em que as associações
de titulares são parte, em razão de que, empiricamente, se verificou que as
ações movidas por titulares e usuários em face dessas associações sempre
contam com o Ecad também figurando no polo passivo.
A partir da pesquisa seguindo estes parâmetros, foi possível elaborar
o seguinte quadro:
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5 Uma das principais críticas ao Sistema de Gestão Coletiva antes da vigência da Lei nº 12.853/13
era que a taxa administrativa cobrada pelo Ecad e pelas associações de titulares, no montante de
25% era muito elevada. Tanto que a Lei nº 12.853/13 determinou a redução desta taxa para
15% (art. 99, §4º). Acesso em 20.08.2017
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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content/instrucao-normativa-n%C2%BA-4-2015-minc/10937 Acesso
em: 15.04.2018
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