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Belém
2019
Fábio Barros Gonçalves
Belém
2019
Fábio Barros Gonçalves
Banca Examinadora
______________________________________- Orientador
Prof. Dr. Miguel Chaquiam
Doutor em Educação
Universidade do Estado do Pará - UEPA
Em primeiro lugar, a Deus, por me proporcionar uma das suas maiores dádivas,
“A VIDA”, e, por me guiar e fortalecer nos momentos mais difíceis do desenvolvimento
deste projeto.
À minha querida e inesquecível Maria da Glória Veloso Barros (avó materna, in
memoriam) pelos ensinamentos e, sobretudo, pelo o seu “amor de mãe” concedido a
mim, que foram fundamentais para minha formação.
Aos meus Pais, Marcolino de Lima Gonçalves e Maria da Glória Veloso Barros,
pelos ensinamentos e por acreditarem em mim, não medindo esforços em oferecer
sempre o melhor para minha educação.
À minha esposa Luciana Gonçalves, por acreditar e incentivar no
prosseguimento da minha formação profissional, ações importantíssimas para a
concretização deste trabalho.
Aos meus filhos, Fábio Filho, Manuella Gonçalves e Fernando Gonçalves, pela
compreensão das minhas ausências, em momentos de diversão em família, dadas as
demandas para a realização deste projeto.
À Universidade do Estado do Pará, pela oportunidade.
Ao meu orientador, professor Dr. Miguel Chaquiam, pela parceria e, sobretudo,
pela paciência nas orientações deste trabalho. Profissional admirável pela sua
competência e dedicação à educação. Meus sinceros agradecimentos pelas
significativas contribuições! Sou grato por ter sido seu orientando.
Aos membros do Grupo de Pesquisa em História da Matemática e Educação
Matemática na Amazônia (GHEMAZ), em especial ao professor Dr. Natanael Freitas
Cabral, pelas incansáveis considerações que muito contribuíram para o
desenvolvimento desta pesquisa, bem como, para avaliação e escrita do texto final.
Aos colegas de turma, na maioria, professores de Matemática do Ensino Básico
da rede pública de ensino do Estado do Pará, pela troca de experiências vivenciadas
em sala de aula com os estudantes e pelas contribuições importantes para elaboração
da Sequência Didática.
Por fim, a todos que, de certa forma, contribuíram diretamente ou indiretamente
para a materialização deste valioso trabalho de pesquisa científica na área de
Educação Matemática.
“Aquele que recebe de mim uma ideia tem
aumentada a sua instrução sem que eu tenha
diminuído a minha. Como aquele que acende
sua vela na minha recebe luz sem apagar a
minha vela. Que as ideias passem livremente de
uns aos outros no planeta, para a instrução
moral e mútua dos homens e a melhoria de sua
condição.”
Thomas Jefferson (1723 – 1826)
RESUMO
This study describes the teaching and learning process of mathematics about the
mathematical contents concerning to the quadratic function and has the objective of
studying the didactic potentialities of a Didactic Sequence made specifically for the
teaching and learning of quadratic function. Therefore, I will try to answer the following
question: How extent does a Didactic Sequence elaborated according to the
structuring model of the Articulated Units of Conceptual Reconstruction (UARC'S)
improves the teaching and learning process of a quadratic function? The research
approach is quantitative and qualitative. For the preparation of this study I used the
theoretical assumptions of Didactic Engineering by Michele Artigue, as research
methodology; the structure for elaboration of Didactic Sequences according to the
UARC's proposed by Cabral (2017), which guided the creation of activities; the
research by Goés (2000) with the notions of Microgenetic Analysis in the investigation
on the construction of knowledge from the verbal interactions and also the research by
Mortimer and Scott (2002) about Discourse Analysis.The Didactic Sequence has
twelve activities including six applets built in GeoGebra dynamic geometry free
software and a calculator called "2nd Degree EQUATION" built in App Inventor. The
information was based in a sociocultural questionnaire and a mathematical knowledge
test about the quadratic function applied to the graduated students and evaluated by
Mathematics teachers, this diagnostic test has the main contents located on the
mathematical objects to be (re)constructed with the students where the Didactic
Sequence was used and, finally, the protocols answered by the students, materialized
in the Didactic Sequence involving contents related to the quadratic function. The
information was analyzed qualitatively and quantitatively according to the objective of
the study. The results showed that a didactic sequence elaborated according to the
UARC model is potentially favorable to the process of teaching and learning the
mathematical contents related to the quadratic function in at least three dimensions:
teaching (teacher), learning (student) and (re) constructed knowledge (object of
knowledge).
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 15
1. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PESQUISA ............... 25
1.1. ENGENHARIA DIDÁTICA ............................................................................ 25
1.2. SEQUÊNCIA DIDÁTICA............................................................................... 27
1.3. ANÁLISE MICROGENÉTICA ...................................................................... 35
1.4. ANÁLISE DO DISCURSO ............................................................................ 38
2. AS ANÁLISES INICIAIS ...................................................................................... 41
2.1. ESTUDOS SOBRE O ENSINO DE FUNÇÃO QUADRÁTICA ............... 42
2.1.1. Estudos diagnósticos ................................................................ 43
INTRODUÇÃO
com essas disciplinas acontece desde os primeiros anos de escolaridade, pois são a
base de sustentação para a compreensão dos diferentes fenômenos que ocorrem nas
outras áreas do conhecimento.
Resultados de avaliações em larga escala do Ensino Básico, na Área de
Matemática e Suas Tecnologias, como o SAEB1 e o PISA2, têm revelado baixo
rendimento dos estudantes, principalmente nos anos finais da Educação Básica.
Esses indicadores podem ser obtidos no seguinte endereço eletrônico:
<www.inep.gov.br>.
O cenário atual, revelado pelos diferentes indicadores, sobre o desempenho
escolar dos jovens brasileiros na disciplina Matemática, é preocupante e, portanto,
deve ser levado em consideração no que tange ao processo de ensino e de
aprendizagem dessa disciplina no nosso país e, em especial na Região Norte.
Dentre os objetos matemáticos, cujas habilidades e competências são
avaliadas por esses instrumentos, encontra-se função quadrática. Este tema
geralmente é trabalhado com os estudantes do 1º ano do Ensino Médio e está previsto
nos documentos oficiais relacionados ao currículo, assim como, de forma direta ou
indireta, nos descritores de matemática das Matrizes de Referência do SAEB e do
SISPAE (Sistema Paraense de Avaliação da Educação).
De acordo com as Orientações Curriculares Complementares para o Ensino
Médio (OCEM),
1
SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica: avaliação externa em larga escala realizada
bianualmente por meio de exames de proficiência em Matemática e Língua Portuguesa (leitura).
2
Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – Programme for International Student
Assessment (PISA) -, da OCDE. Esta avaliação é realizada a cada três anos com amostras de
estudantes de 15 anos de idade, de escolas públicas e privadas dos países membros da OCDE.
17
A Didática da Matemática é vista como uma ciência que tem por objetivo
investigar os fatores que influenciam o ensino e a aprendizagem da
matemática e o estudo de condições que favorecem a sua aquisição pelos
alunos. (Ibidem, 2007, p.17)
Cada uma das atividades que serão concebidas deverá levar em consideração
os resultados das análises prévias, pois desta forma, permitirá aos alunos
desenvolverem certas habilidades e competências. Para Almouloud (2007), os
principais objetivos dessas atividades, são:
A primeira escolha (UARC-1) é fundamental, pois a partir dela é que serão feitas
as outras escolhas dentro de S, segundo a analogia feita pelo autor. Essas outras
escolhas, denominadas de UARC-2 (unidade articulável de reconstrução conceitual
de segunda geração), UARC-3 (unidade articulável de reconstrução conceitual de
terceira geração) e assim sucessivamente, deverão estar interligadas obedecendo a
ordem sequencial das mesmas, até que na UARC-n (unidade articulável de
reconstrução conceitual de geração n), a superfície S seja revestida e, conforme a
analogia do autor, o conceito reconstruído.
Para a compreensão e a materialização do texto de uma Sequência Didática
voltada para o processo de ensino e de aprendizagem de conteúdos matemáticos na
Educação Básica, o autor organizou tal construto em sete categorias, sendo seis de
natureza escrita e uma de natureza oral, as quais denominou de Intervenções
Estruturantes, quais sejam: Intervenção Inicial (Ii), Intervenção Reflexiva (Ir),
Intervenção Exploratória (Ie), Intervenção Formalizante (If), Intervenção Avaliativa
Restritiva (IAr), Intervenção Avaliativa Aplicativa (IAa) e a Intervenção Oral de
Manutenção Objetiva (IOMO).
associada com outras percepções articuladas a essa primeira, pode exercer um papel
facilitador na reconstrução conceitual pretendida”. (CABRAL, 2017, p. 41)
De acordo com o referido autor, a Intervenção Inicial (Ii) pode se materializar
de duas formas no texto discursivo dialógico, são elas: a Intervenção Inicial
Exploração Potencial (Ii – EP) e a Intervenção Inicial Conexão Pontual (Ii – CP).
A Intervenção Inicial Exploração Potencial (Ii – EP), recebeu essa denominação
porque permite ao professor, a partir de diferentes questionamentos feitos aos
estudantes, explorar diferentes procedimentos investigativos. Geralmente consiste na
apresentação de “uma situação-problema, um jogo, um quebra-cabeça, um desafio
de natureza aritmética, algébrica ou geométrica ou ainda de natureza híbrida”.
(CABRAL, 2017, p. 46)
Cabral (2017) argumentou neste sentido, ao dizer:
fato daquela possuir uma capacidade exploratória inicial mais ampla, possibilitando
explorar diferentes objetos matemáticos conforme o interesse inicial do professor.
A Intervenção Reflexiva (Ir) se apresenta, no texto discursivo dialógico da
Sequência Didática, na forma de pergunta. O questionamento objetiva estimular os
estudantes durante todo o processo de (re)construção conceitual, a “refletir sobre o
que está fazendo e as consequências desse fazer sobre outros aspectos da atividade
que se desenvolve”. (CABRAL, 2017, p. 41)
A Intervenção Exploratória (Ie) consiste na solicitação da execução de certos
procedimentos pelos estudantes, portanto não se apresenta na forma de um
questionamento. Os estudantes terão que realizar simulações, preenchimentos de
tabelas, experimentações, entre outros. Essa categoria tem como objetivo “aprofundar
o olhar do aluno a respeito das respostas obtidas a partir das Intervenção Reflexiva
(Ir)”. (CABRAL, 2017, p. 41)
As intervenções (Ir e Ie) trabalham em regime colaborativo, visando estimular
os estudantes na percepção de certas regularidades presentes no desenvolvimento
das atividades de (re)construção conceitual e, além disso, faz “movimentar” a
Intervenção Inicial (Ii). Uso esse termo “movimentar” no sentido de dar “vida” ao
procedimento inicial proposto em cada uma das atividades a serem desenvolvidas.
Com isso fecha-se um ciclo denominado pelo autor de Intervenções
Estruturantes Pré-formais. São de natureza escrita e antecedem a formalização de
um conceito, atributo intransferível do professor.
No ciclo seguinte, ainda de natureza escrita, encontra-se a Intervenção
Estruturantes Formalizante (If), fruto das empirias realizadas pelos estudantes no ciclo
anterior. Nesse sentido, o professor se apropria das generalizações empírico-intuitivas
fomentadas pelos estudantes, tidas como verdades, e a partir delas enuncia a
formalização do conceito (re)construído, com o devido rigor matemático necessário.
Neste sentido Cabral (2017) argumenta:
de tal forma que possibilite a interação discursiva dialógica entre os pares envolvidos
no processo de ensino e de aprendizagem e, além disso, valorize as Intervenções
Estruturantes Pré-formais, as quais geralmente não são levadas em consideração no
modelo tradicional de ensino, pois a formalização, neste caso, antecede quaisquer
possibilidades de argumentação por parte dos estudantes.
Cabral (2017) considera encerrada uma UARC, após a Intervenção
Formalizante (If) realizada pelo professor. Na sequência do construto, temos as
Intervenções Estruturantes Pós-formais. De natureza escrita, estão subdivididas em:
Intervenção Avaliativa Restritiva (IAr) e a Intervenção Avaliativa Aplicativa (IAa).
As Intervenções Avaliativas Restritivas (IAr) são as primeiras iniciativas
elaboradas pelo professor com a intenção de estabelecer um parâmetro inicial de
desempenho da aprendizagem do conceito em (re)construção. Neste sentido, elas
buscam verificar as aprendizagens dos estudantes em dois aspectos fundamentais do
saber matemático: “O que é o objeto matemático em estudo? (o significado, o sentido)
e, além disso, como se justificam e operam os algoritmos decorrentes? (propriedades
e operações)”. (CABRAL, 2017, p. 43)
As Intervenções Avaliativas Aplicativas (IAa), têm pôr fim a resolução de
problemas de aplicação, ou seja, tem-se um nível mais elevado de avaliação do
processo da aprendizagem conceitual. Aqui, pode-se verificar se o estudante é capaz
de mobilizar e aplicar os conceitos e propriedades referentes ao objeto matemático
em (re)construção, na resolução de problemas em diferentes contextos.
Neste sentido, vejo a possiblidade de uma correspondência entre as
Intervenções Estruturantes Pós-formais e a Taxonomia de Bloom dos objetivos
educacionais. As Intervenções Avaliativas Restritivas (IAr), corresponderiam aos
níveis cognitivos 1 e 2 da Taxonomia de Bloom, denominados de “Conhecimento” e
“Compreensão”, respectivamente, enquanto as Intervenções Avaliativas Aplicativas
(IAa), corresponderiam aos níveis 3, 4, 5 e 6, denominados de “Aplicação”, “Análise”,
“Síntese” e “Avaliação”, respectivamente.
Os Quadros 1 e 2 a seguir mostram de forma organizada essa possibilidade
que aqui proponho, como forma de contribuição à estrutura proposta por Cabral
(2017). Embora as Intervenções Avaliativas Aplicativas (IAa) tenha recebido a
denominação “Aplicativas”, penso que a mesma transcende o nível da aplicabilidade
perpassando pelos outros níveis cognitivos de Bloom, isto é, o nível da análise, da
síntese e da avaliação.
34
Educação Básica. Utilizei desta estrutura para elaborar uma Sequência Didática
versando sobre conteúdos matemáticos relativos à função quadrática, a qual descrevo
no Capítulo 3 deste trabalho.
No tópico seguinte, descrevo as noções da Análise Microgenética proposta por
Goés (2000), a qual utilizei para análise dos indícios de aprendizagem provenientes
das interações verbais dialógicas entre os pares, alunos-alunos e professor-alunos,
provocadas de forma intencional e objetiva pelas Intervenções Estruturantes
materializadas nas atividades que compõem a Sequência Didática proposta.
2. AS ANÁLISES INICIAIS
participantes tiveram que realizar tarefas por meio de uma plataforma à distância ou
ambiente virtual de aprendizagem TelEduc.
Num primeiro momento os professores participantes da pesquisa tiveram que
responder a um questionário composto por dez questões. A intencionalidade deste
instrumento estava relacionada ao perfil dos professores e da relação dos mesmos
com as TICs. Depois foi aplicado um segundo instrumento na forma de atividades aos
docentes. Três problemas envolvendo o tema função polinomial do 1º e 2º grau foram
propostos aos docentes para que os mesmos identificassem possíveis dificuldades
encontradas pelos alunos do 1º ano do ensino médio na resolução dos mesmos. A
intenção do pesquisador era também identificar as dificuldades enfrentadas pelos
professores participantes na realização das atividades, tanto no aspecto didático
quanto no de conteúdo.
O terceiro instrumento consistiu em um roteiro de atividades proposto com o
uso do software Winplot por parte dos professores. A intenção era observar as
possíveis dificuldades do uso das TICs em situação didática.
Por fim, um quarto instrumento foi proposto aos participantes da pesquisa.
Nesse momento os professores tiveram que elaborar um plano de aula relacionando
um conteúdo matemático com um software de livre escolha. O intuito foi de obter
dados de possíveis estratégias que os mesmos adotariam para inserir as tecnologias
em suas aulas de Matemática, de modo a tornar a aprendizagem mais significativa
por parte dos estudantes.
Os resultados das análises feitas após a realização das etapas acima,
mostraram que: não há uma formação sólida por parte dos professores com relação
a utilização das TICs nas aulas de Matemática; em diferentes momentos, os
professores apresentaram conjecturas errôneas sobre conteúdos elementares de
matemática; obter uma generalização algebricamente válida aos problemas propostos
mostrou-se um obstáculo relevante nesse processo por parte dos professores.
Por fim, o autor destaca que os aspectos da incorporação e da matematização
das tecnologias são essenciais e, como sugestão, ficou a ideia de que os processos
de formação continuada de professores, assim como outras pesquisas que tenha
como foco a formação destes, considerem os aspectos teórico-práticos que permeiam
a passagem dos professores por semelhantes conhecimentos.
O estudo de Siqueira (2012) intitulado “A programação no ensino médio como
recurso de aprendizagem dos zeros da função polinomial do 2º grau” procurou verificar
48
Foi elaborada uma sequência didática para ser executada com o auxílio do
software winplot para que permitisse ao aluno enxergar o gráfico como um conjunto
de variáveis visuais que estão diretamente ligadas à escrita algébrica.
A dinâmica do software propiciou aos alunos maior interação com os gráficos e
suas respectivas fórmulas, pois eles colocavam cores diferentes para cada uma das
representações e conseguiam observar o que estava acontecendo com os gráficos
quando modificavam a escrita algébrica.
Por fim, a autora sugere para trabalhos posteriores que se desenvolvam
atividades que articulem a passagem de uma representação algébrica a outra (forma
canônica para a forma desenvolvida e vice-versa).
Santos (2005) realizou um estudo “Revisando as funções de 1º grau e do 2º
grau com a interatividade de um hiperdocumento”.
O objetivo da pesquisa foi apresentar atividades num ambiente informático para
revisão e recuperação de alguns aspectos das funções do 1º grau e do segundo grau.
Para tanto o pesquisador levantou a seguinte questão de pesquisa:
aos estudantes, só que agora de uma forma dinâmica. A elaboração desse ambiente
foi feita pelo próprio pesquisador. Para tanto, o mesmo passou a ocupar a função de
programador utilizando diversos programas dentre os quais destacou o NVU. Trata-
se de um editor de código aberto de HTML para desenvolvimento de páginas na
internet. Além disso, o GeoGebra foi utilizado para a execução das tarefas contidas
nesse ambiente e a criação de Apllets em Java.
Os resultados obtidos mostraram que existe um aprofundamento dos
conhecimentos relacionados à função polinomial do segundo grau, quando é proposto
aos alunos uma sequência de atividades, utilizando um software de geometria
dinâmica, em um ambiente informatizado.
O autor sugere a aplicação deste trabalho a alunos da mesma série, sem
disponibilizar as institucionalizações, de modo que o professor a cada atividade realize
com seus alunos a institucionalização e verifique se o resultado obtido será diferente
do encontrado neste trabalho. Além disso, também sugere que se faça um estudo
dentro de um ambiente parecido com as funções polinomiais do segundo grau no que
diz respeito a passagem da forma algébrica para a forma gráfica.
O trabalho de Mpaka (2010) intitulado “O ensino e a aprendizagem do gráfico
da função quadrática com e sem o auxílio do software Winplot” teve como objetivo
geral desenvolver a capacidade nos alunos de interpretar diversos gráficos da função
quadrática, aprendendo significados dos valores, com e sem o auxílio do software
Winplot, ou seja, mudança do parâmetro a, b e c da função quadrática y = ax2 + bx +
c, identificação do vértice da parábola a partir da representação gráfica, acelerar a
experimentação matemática em curto espaço de tempo, facilitar a seleção variada de
parâmetros e a visualização do efeito de seleção no gráfico.
O pesquisador foi em busca da resposta da seguinte questão: será que o
ensino e a aprendizagem da construção ou representação gráfica da função
quadrática podem ser melhorados com o auxílio do Software Winplot, no 10º ano na
escola do segundo ciclo de ensino secundário no 9099 Luanda/Angola?
O estudo testou a utilização do software Winplot, no ensino e aprendizagem do
gráfico da função quadrática com alunos do 10º ano, da Escola do segundo ciclo do
Ensino Secundário no 9099, de modo a verificar se melhoraria o ensino e a
aprendizagem da temática.
57
Segundo os autores,
Para os autores,
Por fim, os autores sinalizam para que seja feita uma análise mais criteriosa na
hora da escolha do livro didático que fará uso. Sinalizam para a utilização de recursos
tecnológicos, como softwares, que possam dinamizar os diferentes tipos de
representações, fato não constatado nas análises dos livros.
62
Com esse intuito, a autora propõe uma Sequência Didática com a utilização do
software Winplot, para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem de função
quadrática.
O trabalho de Silva (2016), “Função quadrática sob a ótica da Teoria dos
Registros de Representação Semiótica: análise de um livro didático de Matemática”,
procurou analisar os exercícios de função quadrática de um livro didático do 1º ano do
ensino médio, aprovado pelo PNLD (2015) e adotado em duas escolas públicas
estaduais do município de Surubim-PE, sob a ótica da Teoria dos Registros de
Representação Semiótica.
A abordagem foi qualitativa, tratando-se de um estudo de casos. Segundo a
autora, o trabalho procurou
Por fim, a autora pôde constatar com a sua análise do livro didático do 1º ano
do ensino médio que a coordenação dos diferentes registros de representação da
função quadrática não é trabalhada como deveria, o que pode comprometer o
processo de ensino e aprendizagem gerando déficits na aprendizagem do conteúdo
função quadrática. (p. 10)
O trabalho de Silva (2012) intitulado “A noção de função quadrática na transição
entre os ensinos fundamental, médio e superior” teve como objetivo identificar os tipos
de tarefas que sobrevivem/reconstroem quando se considera a transição entre os
Ensinos Fundamental, Médio e Superior.
Para tal a autora norteou seu trabalho nas seguintes questões de pesquisa:
• Quais as relações institucionais existentes para o ensino e aprendizagem
da noção de função quadrática e como elas se articulam com as mesmas
relações para a noção de equação do 2º grau desenvolvida no Ensino
Fundamental e a noção de derivada no Ensino Superior?
• Quais conhecimentos desenvolvidos no Ensino Médio podem servir de
apoio ao trabalho com a função quadrática no Ensino Superior, em
65
O interesse por tal tema levou-me a realizar uma pesquisa de campo junto a
uma amostra de oitenta alunos do 2º ano do ensino médio matriculados em uma
escola pública estadual localizada em um bairro central de Belém do Pará. A
67
estudante, como: idade, série que estuda, tipo de escola, escolaridade e profissão do
responsável masculino e do responsável feminino. Enquanto as demais perguntas
estão associadas aos aspectos culturais desse aluno direcionado à Matemática e ao
conteúdo função do 2º grau, como por exemplo: com que frequência ele costuma
estudar matemática fora da escola, se ele gosta de matemática, quem mais lhe ajuda
nas tarefas de matemática, entre outras.
Farei a seguir, a apresentação das oito primeiras perguntas do questionário de
pesquisa aplicado aos alunos.
A primeira pergunta do questionário diz respeito à idade dos participantes da
pesquisa. A Tabela 1 mostra a tabulação dos dados obtidos.
A quarta pergunta diz respeito ao tipo de escola que o aluno estuda. Não houve
necessidade neste item da tabulação, pois 100% dos participantes da pesquisa são
de escola pública estadual.
A quinta pergunta referiu-se à escolaridade do responsável masculino, até que
nível estudou. A Tabela 3 mostra os dados obtidos tabulados.
Pude afirmar que a moda desta variável é o ensino médio completo. Ou seja,
43 alunos disseram que o seu responsável masculino possui o ensino médio
completo. Outro fator importante a destacar é que apenas 6 alunos disseram ter o
responsável masculino com ensino superior completo e apenas 1 aluno disse ter o
responsável masculino com pós-graduação completa, totalizando 7 “pais” com nível
superior completo.
A sexta pergunta referiu-se à escolaridade do responsável feminino. A Tabela
4 mostra os dados obtidos tabulados.
feminino com nível superior completo e 1 estudante disse ter o responsável feminino
com pós-graduação, totalizando apenas 8 “mães” com nível superior completo.
Assim, estava diante de uma amostra de alunos onde a maior parte dos
responsáveis, tanto o masculino quanto o feminino, possuem apenas o ensino médio
completo. Esse pode ser um fator que influencie negativamente no rendimento escolar
desses estudantes.
As perguntas sete e oito, diziam respeito à profissão ou ocupação,
respectivamente, do responsável masculino e do feminino. Por se tratarem de
perguntas abertas, diferentes respostas foram dadas. Esse fato inviabilizou a
tabulação dos dados obtidos.
Portanto, estava diante de um grupo onde a média de idade girou em torno de
16 anos, predominantemente do gênero feminino. Um grupo no qual o maior grau de
instrução, tanto do responsável masculino quanto do feminino, trata-se do ensino
médio completo.
Passo a analisar as perguntas do questionário associadas à vida acadêmica
dos estudantes. A nona pergunta do questionário quis saber se o aluno estava ou já
esteve em dependência em Matemática. As respostas obtidas estão na Tabela 5.
Os dados obtidos revelaram que a moda está representada pela opção “só no
período de prova”. A melhoria do desempenho escolar, também está associada ao
tempo destinado aos estudos fora da escola. É necessário que o aluno crie uma rotina
diária de estudos fora da escola, para que possa melhorar o seu desempenho escolar.
Os professores juntamente com a equipe técnica da escola precisam buscar novas
estratégias que possibilitem e incentivem os alunos a estudarem frequentemente fora
da escola.
A décima primeira pergunta referiu-se ao gosto pela matemática. Foi feito o
seguinte questionamento aos estudantes: você gosta de matemática?
Os dados obtidos apontam que a moda está representada por 25 alunos que
disseram se sentir somente preocupados quando estão diante de uma avaliação de
matemática. Além disso, temos 21 alunos que disseram se sentir com medo e
preocupados diante da situação. Portanto, temos um total de 46 alunos (25 mais 21)
que dizem se sentir preocupados diante de uma avaliação de matemática.
Como foi apontado pelos alunos anteriormente, somente a prova escrita ainda
é o instrumento mais utilizado pelos professores em sala de aula como forma de
avaliação. Porém, a forma como este instrumento está sendo utilizado, aferir o
conhecimento e, a finalidade dada ao mesmo, classificar os estudantes, pode ser a
causa de toda essa preocupação gerada nos estudantes.
77
Pude verificar que não houve, na visão dos alunos, uma metodologia que se
destacou como a melhor forma de aprender função quadrática, mas sim um equilíbrio
de escolhas entre as diversas metodologias apresentadas.
Além disso, aproximadamente 38% dos estudantes egressos apontaram que
quase sempre ou sempre gostariam de apreender os conteúdos relativos à função
quadrática fazendo uso de aplicativos para smartphone. Esse fato pode estar
associado à facilidade de acesso, por parte dos estudantes, a esse tipo de tecnologia.
Por fim, o último item do questionário aplicado aos estudantes. Este procurou
investigar o grau de dificuldade em aprender função quadrática, segundo os alunos.
Foi elaborada uma tabela com os principais tópicos que deveriam ser ensinados e
aprendidos referentes ao conteúdo matemático função quadrática. A seguir, estão
apresentados, na forma percentual, os resultados obtidos.
80
Alguns tópicos mereceram serem vistos com mais atenção durante as análises
dos dados expostos no Quadro 7. No primeiro tópico, definição de função quadrática,
66,25% dos alunos disse ter estudado este tópico e 33,75% disse não ter estudado.
Dos que disseram ter estudado, 69,81% o classificaram com grau de dificuldade
médio. Trata-se de um tópico elementar do conteúdo, o que nos remete a pensar que
seja de grau de dificuldade fácil.
Portanto, a fotografia da amostra analisada é resultante da aplicação do
questionário sociocultural, cujos dados foram agrupados, tratados e analisados e
revelou informações contundentes sobre o cotidiano social e escolar desses alunos,
que devem ser considerados num processo de avaliação global sobre o ensino de
matemática.
81
A intenção com essa questão era verificar se o aluno sabe calcular a imagem
da função dado o valor do domínio, através da lei de formação e, também se sabe
determinar o domínio, dada sua imagem.
Neste caso, apenas 12 alunos apresentaram a resolução. Dentre estes, apenas
um conseguiu acertar a questão toda. Outro aluno conseguiu acertar somente a letra
“a” por completa. Os demais cometeram equívocos nas resoluções referentes a
conteúdos trabalhados no ensino fundamental, como: potenciação, jogo de sinais,
resolução da equação do 2º grau, resolução da equação do 1º grau.
Tem-se um indicativo de possíveis dificuldades de aprendizagem referentes a
esses tópicos do conteúdo. De fato, os alunos consideram um grau de dificuldade de
mediano a muito difícil no quadro de dificuldades com relação a esse item.
A seguir, compartilho algumas das resoluções dadas a essa questão pelos
alunos egressos participantes da pesquisa de campo. Denominei-os de aluno “X” e
aluno “Y” para não os expor e nem os constranger.
Os estudantes não apresentaram resolução para esta questão. Fato que leva
a mais um indicativo de dificuldade na aprendizagem dos conteúdos relativos à função
quadrática. Trata-se de uma questão contextualizada, onde o aluno é levado a
mobilizar os conteúdos matemáticos sobre função quadrática para resolvê-la, isto é,
um problema de valor máximo, geralmente discutido recorrentemente com os alunos
ao ser trabalhado esse conteúdo. A quinta questão do teste de conhecimento está
apresentada na Figura 8.
a maior parte dos livros didáticos, referência dos professores e dos estudantes para
estudo, não tratam deste tópico especificamente.
Entretanto, as OCEM dizem que:
Apenas 3 alunos apresentaram uma resposta para este item. Fazer a transição
da forma de representação gráfica para a representação algébrica da função
quadrática e vice-versa é uma das tarefas cognitivas de difícil compreensão para o
aluno do ensino médio.
Geralmente os alunos querem agir intuitivamente alterando os parâmetros da
função quadrática de acordo com os valores referenciados no gráfico. O que é um
erro! Veja a seguir as respostas apresentadas por esses três alunos.
86
visão dos alunos egressos com relação ao mesmo quadro, como descrito no tópico
anterior.
Na segunda parte desta pesquisa, os professores tiveram que julgar quanto ao
grau de dificuldade cada questão do teste de conhecimento matemático aplicado aos
alunos egressos. O objetivo foi confrontar tal julgamento com o desempenho obtido
pelos alunos egressos no teste. Desta forma, pude ter uma visão mais ampla no que
diz respeito as dificuldades de ensino e de aprendizagem dos conteúdos matemáticos
relativos à função quadrática.
A primeira questão do teste de conhecimento estava relacionada com a
definição de função quadrática, na qual os estudantes teriam que identificar dentre as
expressões fornecidas, aquelas que representavam uma função quadrática. Os
professores dessa amostra as julgaram, predominantemente, com um grau de
dificuldade fácil, refletindo o apontado por eles no quadro de dificuldade. Entretanto,
os alunos egressos apresentaram baixo desempenho ao resolverem esta questão.
Alguns deles, conseguiram identificar a expressão as quais representavam uma
função quadrática apenas quando apresentada na forma completa.
Assim, embora a questão tenha sido considerada fácil pela maioria dos
professores da amostra consultada, foi sinalizado pela maioria dos alunos egressos
um baixo desempenho na resolução da mesma e, portanto, indicativos de possíveis
dificuldades de aprendizagem referente ao conceito de função quadrática.
Neste sentido, tendo em vista amenizar tais dificuldades, proponho na
sequência didática elaborada, uma atividade (Atividade 1), na qual os alunos são
desafiados a construírem o conceito de função quadrática por meio da conexão entre
a geometria e a álgebra.
A questão 2 procurou avaliar a aprendizagem dos alunos egressos de conceitos
matemáticos básicos relacionados ao conteúdo em tela, como: domínio e imagem de
uma função. A maioria dos professores da amostra julgou a questão com grau de
dificuldade fácil, porém um dos tópicos relacionado com essa questão no quadro de
dificuldades, por eles preenchidos, prevaleceu o grau de dificuldade médio. Além
disso, os alunos egressos apresentaram um baixo desempenho ao resolverem tal
questão, como foi sinalizado neste trabalho anteriormente.
Não dediquei a priori na minha sequência didática uma atividade que tratasse
especificamente deste tópico por acreditar que ele antecede o que pretendo
desenvolver. Porém, se houver necessidade, farei uma espécie de oficina de
97
com o apontado tanto pelos professores quanto pelos alunos egressos no quadro de
dificuldades dos tópicos dos conteúdos matemáticos relativos à função quadrática.
geométrica de uma função 𝑓 são objetos distintos, entretanto são tratados pelos
autores de grande parte dos livros didáticos, adotados na educação básica brasileira,
com o mesmo significado.
De acordo com a maneira como ocorre a correspondência existente entre os
elementos do domínio de uma função com os elementos do contradomínio da mesma,
pode-se classificá-las em três tipos quanto à tipologia, quais sejam: função
sobrejetora, função injetora ou função bijetora.
Seja 𝑓 uma função de 𝐴 em 𝐵, 𝑓 é sobrejetora se 𝐼𝑚(𝑓 ) = 𝐵. Observe que,
se 𝑓 é sobrejetora, então para todo elemento 𝑦 ∈ 𝐵 existe ao menos um elemento
𝑥 ∈ 𝐴 tal que 𝑓 (𝑥 ) = 𝑦, ou seja, todo 𝑦 ∈ 𝐵 é imagem de pelo menos um 𝑥 ∈ 𝐴.
Além disso, se a função 𝑓 , de 𝐴 em 𝐵, é sobrejetora, então a equação 𝑓(𝑥 ) =
𝑦 admite para todo 𝑦 ∈ 𝐵 pelo menos uma solução.
Portanto, quando a imagem de uma função 𝑓 for igual ao contradomínio da
mesma, a função é classificada, quanto a tipologia, como sobrejetora.
Pode-se visualizar melhor essa situação por meio de um diagrama de flechas,
como segue.
𝛼𝑥12 + 𝛽𝑥1 + 𝛾 = 0
(*) {𝛼𝑥22 + 𝛽𝑥2 + 𝛾 = 0
𝛼𝑥32 + 𝛽𝑥3 + 𝛾 = 0
Subtraindo (1) de (2) e de (3), obtém-se:
𝛼 (𝑥22 − 𝑥12 ) + 𝛽(𝑥2 − 𝑥1 ) = 0 (4)
𝛼 (𝑥32 − 𝑥12 ) + 𝛽(𝑥3 − 𝑥1 ) = 0 (5)
Sabe-se que 𝑥2 ≠ 𝑥1 o que implica 𝑥2 − 𝑥1 ≠ 0. Analogamente, pode-se
afirmar também que 𝑥3 − 𝑥1 ≠ 0. Assim, ao dividir a equação (4) por 𝑥2 − 𝑥1 e a (5)
por 𝑥3 − 𝑥1 , resulta em, respectivamente:
𝛼 (𝑥1 + 𝑥2 ) + 𝛽 = 0 (6)
𝛼 (𝑥1 + 𝑥3 ) + 𝛽 = 0 (7)
Subtraindo a equação (7) da equação (6), obtém-se:
𝛼 (𝑥3 − 𝑥2 ) = 0 (8)
Sabe-se que 𝑥3 ≠ 𝑥2 o que implica 𝑥3 − 𝑥2 ≠ 0. Portanto, da equação (8) 𝛼 =
0. Dessa maneira, substituindo o valor de 𝛼 nas equações anteriores, obtenho
respectivamente 𝛽 = 0 e 𝛾 = 0. Portanto, tem-se que 𝛼 = 0, 𝛽 = 0 e 𝛾 = 0, como
queria demonstrar.
Sejam x1 , x2 , x3 três números reais distintos e y1 , y2 , y3 números tais que os
pontos A = (x1 , y1 ), B = (x2 , y2 ) e C = (x3 , y3 ) são não-colineares em ℝ2 . Existe
uma, e somente uma, função quadrática f(x) = ax 2 + bx + c tal que f(x1 ) =
y1 , f(x2 ) = y2 e f(x3 ) = y3.
No sistema homogêneo (*), foi provado que a única solução do mesmo é a
solução trivial, ou seja, 𝛼 = 𝛽 = 𝛾 . Porém, quando um sistema homogêneo só admite
a solução trivial, pode-se substituir os zeros dos segundos membros por quaisquer
outros números reais, que ainda assim, teremos solução única.
Assim, dados arbitrariamente os números reais 𝑦1 , 𝑦2 , 𝑦3 , existe um, e somente
um terno ordenado de números reais 𝑎, 𝑏, 𝑐 tais que:
𝑎𝑥12 + 𝑏𝑥1 + 𝑐 = 𝑦1 (1)
(**) {𝑎𝑥22 + 𝑏𝑥2 + 𝑐 = 𝑦2 (2)
𝑎𝑥32 + 𝑏𝑥3 + 𝑐 = 𝑦3 (3)
Neste sistema, as incógnitas são 𝑎, 𝑏, 𝑐 e os coeficientes conhecidos são
𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , 𝑥12 , 𝑥22 , 𝑥32 𝑒 1,1,1. Meu interesse, é determinar o valor da incógnita 𝑎. Para
109
achar dois números sabendo sua soma 𝑠 e seu produto 𝑝, foram encontrados em
textos cuneiformes, escritos pelos babilônios por volta de quatro mil anos atrás.
Olhando geometricamente para o problema anterior, terei que determinar os
lados de um retângulo conhecendo os valores do semiperímetro 𝑠 e da área 𝑝. Em
outras palavras, os números procurados são as raízes da equação do 2º grau 𝑥 2 −
𝑠𝑥 + 𝑝 = 0.
𝑠 2
𝑝 = ( ) − 𝑑2
2
𝑠 2
𝑑2 = ( ) − 𝑝
2
𝑠 2
𝑑 = √( ) − 𝑝
2
𝑠 𝑠 2
𝑥 ′ = − √( ) − 𝑝
2 2
𝑠 𝑠 2
𝑥′′ = + √( ) − 𝑝
2 2
Isso servia como uma espécie de receita a ser seguida para resolver os
problemas concretos da época, pois até o fim do século XVI não se usava uma fórmula
para a obtenção das raízes, pelo fato de que as letras ainda não eram utilizadas para
representar os coeficientes de uma equação.
𝑠 2
Além disso, é importante observar as situações nas quais se têm ( ) < 𝑝.
2
𝑏 2 𝑏 𝑏2
(𝑥 + ) = 𝑥2 + 2 𝑥+
2𝑎 2𝑎 4𝑎2
Desta forma,
𝑏 𝑏2 𝑏2 𝑐
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 [𝑥 2 + 2 𝑥+ − + ]
2𝑎 4𝑎2 4𝑎2 𝑎
𝑏 2 4𝑎𝑐−𝑏2
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 [(𝑥 + ) + ] (FORMA CANÔNICA)
2𝑎 4𝑎2
𝑏 2 4𝑎𝑐−𝑏2
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 (𝑥 + ) +
2𝑎 4𝑎
𝑏 𝑏2 −4𝑎𝑐
𝑥+ =√
2𝑎 4𝑎2
𝑏 √𝑏2 −4𝑎𝑐
𝑥+ =
2𝑎 2|𝑎|
𝑏 √𝑏2 −4𝑎𝑐
𝑥=− ±
2𝑎 2𝑎
−𝑏±√𝑏2 −4𝑎𝑐
𝑥=
2𝑎
−𝑏±√∆
ela discrimina se a mesma possui ou não raízes reais. Assim, tem-se que 𝑥 =
2𝑎
(***).
Se ∆< 0, implica dizer que a equação do 2º grau não possuirá raízes reais. De
fato, da fórmula (***) pode-se observar que √∆ , neste caso, não pertence aos
números reais, pois não existe nenhum número real que elevado ao quadrado resulte
em um valor negativo.
Se ∆> 0, então a equação do 2º grau terá duas raízes reais e diferentes, sendo
𝑥 ′ < 𝑥′′, como segue:
−𝑏−√∆
𝑥′ =
2𝑎
−𝑏+√∆
𝑥′′ =
2𝑎
RAÍZES)
𝑏
Assim, pode-se dizer que as raízes 𝑥′ e 𝑥′′ são equidistantes do número − .
2𝑎
−𝑏±√∆ 𝑏
𝑥 ′ = 𝑥 ′′ = =−
2𝑎 2𝑎
1
De fato, tem-se que a distância do ponto (𝑥, 𝑥 2 ) ao ponto 𝐹 = (0, ) é igual a:
4
2
√(𝑥 − 0)2 + (𝑥 2 − 1)
4
2
√𝑥 2 + (𝑥 2 − 1) (1)
4
1
Além disso, a distância do mesmo ponto (𝑥, 𝑥 2 ) à reta 𝑦 = − , ou seja, ao
4
1
ponto (𝑥, − ) é igual a:
4
2
√(𝑥 − 𝑥 )2 + (𝑥 2 + 1)
4
2
√(𝑥 2 + 1)
4
1
𝑥2 + (2)
4
Como (1) e (2) são valores positivos, para verificar a igualdade entre as duas
distâncias, basta verificar que seus quadrados são iguais. Assim, tem-se que:
2
1 2 1 2
(√𝑥 2 + (𝑥 2 − ) ) = (𝑥 2 + )
4 4
118
1 2 1 2
𝑥 2 + (𝑥 2 − ) = (𝑥 2 + )
4 4
2
1 2 1
4 2
1 2
𝑥 +𝑥 −2 𝑥 + = (𝑥 + )
4 16 4
1 1 2
𝑥4 + 𝑥2 + = (𝑥 2 + )
16 4
1 2 1 2
(𝑥 2 + ) = (𝑥 2 + ) , para todo 𝑥 ∈ ℝ.
4 4
1 2
√(𝑥 − 0)2 + (𝑎𝑥 2 − )
4𝑎
1 2
√𝑥 2 + (𝑎𝑥 2 − ) (1)
4𝑎
1
Além disso, a distância do ponto 𝑃 ao ponto (𝑥, − ), é igual a:
4𝑎
1 2
√(𝑥 − 𝑥 )2 + (𝑎𝑥 2 + )
4𝑎
1 2
√(𝑎𝑥 2 + )
4𝑎
1
𝑎𝑥 2 + (2)
4𝑎
Como (1) e (2) são valores positivos, para verificar a igualdade existente entre
elas, basta ver que seus quadrados são iguais, como segue:
2
1 2 1 2
(√𝑥 2 + (𝑎𝑥 2 − ) ) = (𝑎𝑥 2 + )
4𝑎 4𝑎
1 2 1 2
𝑥 2 + (𝑎𝑥 2 − ) = (𝑎𝑥 2 + )
4𝑎 4𝑎
1 1 1 2
𝑥 2 + 𝑎2 𝑥 4 − 2 𝑎𝑥 2 + = (𝑎𝑥 2 + )
4𝑎 16𝑎2 4𝑎
119
1 1 1 2
𝑎2 𝑥 4 − 𝑥 2 + = (𝑎𝑥 2 + )
2 16𝑎2 4𝑎
1 2 1 2
(𝑎𝑥 2 + ) = (𝑎𝑥 2 + ) , para todo 𝑥 ∈ ℝ.
4𝑎 4𝑎
Figura 25: Gráficos das funções quadráticas nos quais 𝑎 e 𝑎′ são simétricos
1 2
√(𝑥 − 𝑚)2 + [𝑎(𝑥 − 𝑚)2 − ] (1)
4𝑎
1
Por outro lado, a distância do ponto 𝑃 ao ponto (𝑥, − ), é igual a:
4𝑎
1 2
√(𝑥 − 𝑥 )2 + [𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + ]
4𝑎
121
1
[𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + ] (2)
4𝑎
Como (1) e (2) são valores positivos, pode-se verificar a igualdade constatando
o fato de os quadrados desses números serem iguais. Desta forma, tem-se que:
2
1 2 1 2
(√(𝑥 − 𝑚)2 + [𝑎(𝑥 − 𝑚 )2 − ] ) = [𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + ]
4𝑎 4𝑎
1 2 1 2
(𝑥 − 𝑚)2 + [𝑎(𝑥 − 𝑚)2 − ] = [𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + ]
4𝑎 4𝑎
2 2 2(
1 1 2
𝑥 − 2𝑚𝑥 + 𝑚 + 𝑎 𝑥 − 𝑚 )4 − 2𝑎(𝑥 − 𝑚 )2 + 2
= [𝑎(𝑥 − 𝑚) + ]
16𝑎2 4𝑎
1 2 1 2
[𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + ] = [𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + ]
4𝑎 4𝑎
Tenho que mostrar que a distância de um ponto qualquer 𝑃 = (𝑥, 𝑎(𝑥 − 𝑚)2 +
𝑘), pertencente ao gráfico da função quadrática 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + 𝑘 , ao foco 𝐹 =
1 1
(𝑚, 𝑘 + ) é igual a distância do mesmo ponto 𝑃 à reta diretriz 𝑦 = 𝑘 − , ou seja,
4𝑎 4𝑎
1
ao ponto (𝑥, 𝑘 − ).
4𝑎
1 2
√(𝑥 − 𝑚)2 + (𝑎(𝑥 − 𝑚)2 − ) (1)
4𝑎
1
Tem-se que a distância do ponto 𝑃 ao ponto (𝑥, 𝑘 − ), é igual a:
4𝑎
1 2
√(𝑥 − 𝑥 )2 + (𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + )
4𝑎
1 2
√(𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + )
4𝑎
1
𝑎 (𝑥 − 𝑚 ) 2 + (2)
4𝑎
Como (1) e (2) são valores positivos, para mostrar a igualdade entre eles, basta
verificar se seus quadrados são iguais. Assim, tem-se que:
2
1 2 1 2
(√(𝑥 − 𝑚)2 + (𝑎(𝑥 − 𝑚)2 − ) ) = [𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + ]
4𝑎 4𝑎
1 2 1 2
(𝑥 − 𝑚)2 + (𝑎(𝑥 − 𝑚)2 − ) = [𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + ]
4𝑎 4𝑎
De fato,
𝑏 2 4𝑎𝑐−𝑏2
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 (𝑥 + ) +
2𝑎 4𝑎
𝑏 4𝑎𝑐−𝑏2
Denominando 𝑚 = − e𝑘= , tem-se que:
2𝑎 4𝑎
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + 𝑘
Portanto, a função definida por 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 é equivalente a 𝑓(𝑥 ) =
𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + 𝑘, com 𝑎 ≠ 0, na qual 𝑓 (𝑚) = 𝑘 .
Como o gráfico da função quadrática 𝑓(𝑥 ) = 𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + 𝑘 é a parábola cujo
1 1
foco é o ponto 𝐹 = (𝑚, 𝑘 + ) e cuja diretriz é a reta horizontal 𝑦 = 𝑘 − ,
4𝑎 4𝑎
Percebe-se que a parábola intersecta o eixo 𝑦 no ponto (0, 𝑐). De fato, tem-se
que:
𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐
𝑓 (0) = 𝑎. 02 + 𝑏. 0 + 𝑐
𝑓 ( 0) = 𝑐
Ou seja, o termo independente 𝑐 representa a ordenada do ponto de
intersecção da parábola com o eixo 𝑦.
Uma das aplicações envolvendo os conteúdos relativos à função quadrática,
refere-se à resolução de problemas envolvendo o valor máximo ou valor mínimo da
mesma. Nesse caso, esses problemas estão associados ao vértice da parábola.
Entretanto, antes de descrever especificamente do máximo e do mínimo dessa
função, abordarei duas definições envolvendo máximo e mínimo de uma função real
e, além disso, farei a demonstração do teorema de Fermat, o qual permitirá
compreender o vértice da parábola.
Uma função 𝑓 tem máximo global em 𝑐 se 𝑓(𝑐) ≥ 𝑓(𝑥), para todo 𝑥 ∈ 𝐷(𝑓).O
número 𝑓(𝑐) é chamado valor máximo de 𝑓 em 𝐷(𝑓). Da mesma forma, 𝑓 tem um
mínimo global em 𝑐 se 𝑓(𝑐) ≤ 𝑓(𝑥), para todo 𝑥 ∈ 𝐷(𝑓), e o número 𝑓(𝑐) é
denominado valor mínimo de 𝑓 em 𝐷(𝑓). Os valores máximo e mínimo de 𝑓 são
chamados valores extremos de 𝑓 .
Além disso, tem-se também que, uma função 𝑓 tem um máximo local em 𝑐 se
𝑓(𝑐) ≥ 𝑓(𝑥) quando 𝑥 estiver nas proximidades de 𝑐 . Analogamente, 𝑓 tem um
mínimo local em 𝑐 se 𝑓(𝑐) ≤ 𝑓(𝑥) quando 𝑥 estiver próximo de 𝑐 .
De posse das definições anteriores, posso enunciar o seguinte teorema de
Fermat: se 𝑓 possuir um máximo ou mínimo local em 𝑐 e se 𝑓′(𝑐) existir, então
𝑓 ′ (𝑥 ) = 0.
Suponha que 𝑓 tenha um máximo local em 𝑐 . Então, de acordo com a definição
estabelecida anteriormente, 𝑓(𝑐) ≥ 𝑓(𝑥) se 𝑥 estiver nas proximidades de 𝑐 , o que
implica que se ℎ estiver nas proximidades de zero, sendo ℎ > 0 ou ℎ < 0, então
𝑓(𝑐) ≥ 𝑓(𝑐 + ℎ) e, portanto 𝑓(𝑐 + ℎ) − 𝑓(𝑐) ≤ 0. Dividindo ambos os lados dessa
desigualdade por ℎ, sendo ℎ positivo e bem pequeno, tem-se:
𝑓(𝑐+ℎ)−𝑓(𝑐)
≤0 ÷ (ℎ > 0)
ℎ
128
Logo, 𝑓′(𝑐) ≥ 0.
Portanto, mostrei que 𝑓′(𝑐) ≤ 0 e também que 𝑓′(𝑐) ≥ 0. Como ambas as
desigualdades são verdadeiras, a única possibilidade é a de que 𝑓 ′ (𝑐 ) = 0, como
queria demonstrar.
Não demonstrarei o teorema de Fermat para o caso de um mínimo local, pois
a mesma se dá de forma análoga.
No caso da função quadrática 𝑓 definida de ℝ em ℝ por 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 ,
com 𝑎 ≠ 0, tem-se que:
𝑓(𝑥+ℎ)−𝑓(𝑥) 𝑎(𝑥+ℎ)2 +𝑏(𝑥+ℎ)+𝑐−𝑎𝑥 2 +𝑏𝑥+𝑐 2𝑎ℎ𝑥+𝑏ℎ
lim (𝑥+ℎ)−𝑥
= lim = lim
ℎ→0 ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ
Além disso, foi visto que a função quadrática definida por 𝑓(𝑥 ) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 +
𝑐, 𝑎 ≠ 0, pode ser escrita na forma 𝑓(𝑥 ) = 𝑎(𝑥 − 𝑚)2 + 𝑘 denominada forma
𝑏 −𝑏2 +4𝑎𝑐 ∆
canônica, na qual 𝑚 = − e𝑘= =− . Assim, tem-se que:
2𝑎 4𝑎 4𝑎
𝑏 2 ∆
𝑓 (𝑥 ) = 𝑎 (𝑥 + ) − (1)
2𝑎 4𝑎
constante.
Portanto, tenho duas situações a considerar:
i) Se 𝑎 > 0, tem-se que:
𝑏 2 ∆
𝑓(𝑥) assumirá valor mínimo quando a diferença 𝑎 (𝑥 + ) − assumir o seu
2𝑎 4𝑎
𝑏
menor valor, ou seja, quando 𝑥 = − . Substituindo, esse valor em (1), obtém-se
2𝑎
∆
𝑦𝑚í𝑛 = − .
4𝑎
mínimo quando 𝑎 > 0 e máximo se 𝑎 < 0. É importante frisar que, se 𝑦𝑚á𝑥 ocorre,
então 𝑦𝑚í𝑛 não ocorre e vice-versa. Em ambos os casos o valor extremo de 𝑓 é dado
∆
por 𝑦𝑒𝑥𝑡 = − .
4𝑎
𝑓 (𝑥 ) assume seu valor mínimo quando 𝑎 > 0 e seu valor máximo quando 𝑎 < 0.
Porém, tem-se que:
𝑏 𝑏 2 𝑏
𝑓 (− ) = 𝑎. (− ) + 𝑏. (− )+𝑐
2𝑎 2𝑎 2𝑎
𝑏 𝑏2 𝑏2
𝑓 (− )= − +𝑐
2𝑎 4𝑎 2𝑎
𝑏 𝑏2 −2𝑏2 +4𝑎𝑐
𝑓 (− )=
2𝑎 4𝑎
𝑏 −𝑏2 +4𝑎𝑐
𝑓 (− )=
2𝑎 4𝑎
𝑏 −(𝑏2 −4𝑎𝑐)
𝑓 (− )=
2𝑎 4𝑎
𝑏 ∆
𝑓 (− )=−
2𝑎 4𝑎
ordenada.
Além disso, quando tenho ∆≥ 0 a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 possui raízes
reais, as quais correspondem aos zeros da função quadrática definida de ℝ em ℝ por
𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 , com 𝑎 ≠ 0. Sendo 𝑥′ e 𝑥′′ as raízes desta equação, sabe-se
𝑏
que 𝑥 ′ + 𝑥 ′′ = − . Usando o princípio multiplicativo de uma igualdade, multiplicarei
𝑎
1 𝑥 ′ +𝑥′′ 𝑏
ambos os membros da mesma por , obtendo a equivalente =− . Portanto,
2 2 2𝑎
1, 4, 9, 16, ..., n2, n2 + 2n + 1, ... a qual não é uma PA, pois a diferença entre dois
termos consecutivos não é um valor constante. Porém, a diferença entre os termos
consecutivos desta última sequência 3, 5, 7, ..., 2n + 1, ..., é uma PA de razão 2.
Desta forma, se 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 é uma função quadrática e
𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , 𝑥4 , … é uma PA qualquer, então a sequência 𝑦1 , 𝑦2 , 𝑦3 , 𝑦4 , … dos valores
𝑦1 = 𝑓 (𝑥1 ), 𝑦2 = 𝑓 (𝑥2 ), 𝑦3 = 𝑓 (𝑥3 ), 𝑦4 = 𝑓 (𝑥4 ), … faz valer a propriedade pela qual
as diferenças sucessivas 𝑑1 = 𝑦2 − 𝑦1 , 𝑑2 = 𝑦3 − 𝑦2 , 𝑑3 = 𝑦4 − 𝑦3 , … formam
uma PA, ou seja, se 𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 = 𝑟 para todo 𝑖 = 1,2,3, …, então 𝑑𝑖+1 − 𝑑𝑖 = 2𝑎𝑟 2 ,
como verifica-se a seguir.
𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 .
𝑓 (𝑥1 ) = 𝑦1 = 𝑎𝑥12 + 𝑏𝑥1 + 𝑐
𝑓 (𝑥2 ) = 𝑦2 = 𝑎𝑥22 + 𝑏𝑥2 + 𝑐
𝑓 (𝑥3 ) = 𝑦3 = 𝑎𝑥32 + 𝑏𝑥3 + 𝑐
Assim:
𝑦2 − 𝑦1 = 𝑎𝑥22 + 𝑏𝑥2 + 𝑐 − 𝑎𝑥12 − 𝑏𝑥1 − 𝑐 = 𝑎(𝑥22 − 𝑥12 ) + 𝑏(𝑥2 − 𝑥1 )
𝑑1 = 𝑎(𝑥2 + 𝑥1 ). (𝑥2 − 𝑥1 ) + 𝑏(𝑥2 − 𝑥1 )
Por hipótese, tem-se que 𝑥2 − 𝑥1 = 𝑟, logo:
𝑑1 = 𝑎𝑟(𝑥2 + 𝑥1 ) + 𝑏. 𝑟 (1)
Além disso, tem-se que:
𝑦3 − 𝑦2 = 𝑎𝑥32 + 𝑏𝑥3 + 𝑐 − 𝑎𝑥22 − 𝑏𝑥2 − 𝑐 = 𝑎(𝑥32 − 𝑥22 ) + 𝑏(𝑥3 − 𝑥2 )
𝑑2 = 𝑎(𝑥3 + 𝑥2 ). (𝑥3 − 𝑥2 ) + 𝑏(𝑥3 − 𝑥2 )
Por hipótese, tem-se 𝑥3 − 𝑥2 = 𝑟 , logo:
𝑑2 = 𝑎𝑟 (𝑥3 + 𝑥2 ) + 𝑏. 𝑟 (2)
Fazendo (2) – (1), obtenho:
𝑑2 − 𝑑1 = 𝑎𝑟(𝑥3 + 𝑥2 ) + 𝑏. 𝑟 − 𝑎𝑟(𝑥2 + 𝑥1 ) − 𝑏. 𝑟
𝑑2 − 𝑑1 = 𝑎𝑟(𝑥3 + 𝑥2 ) − 𝑎𝑟(𝑥2 + 𝑥1 )
𝑑2 − 𝑑1 = 𝑎𝑟(𝑥1 + 2𝑟 + 𝑥1 + 𝑟) − 𝑎𝑟(𝑥1 + 𝑟 + 𝑥1 )
𝑑2 − 𝑑1 = 𝑎𝑟(2𝑥1 + 3𝑟) − 𝑎𝑟(2𝑥1 + 𝑟)
𝑑2 − 𝑑1 = 3𝑎𝑟 2 − 𝑎𝑟 2
𝑑2 − 𝑑1 = 2𝑎𝑟 2
132
= 𝐴𝑥 + 𝐵 ,
onde 𝐴 = 2𝑎ℎ e 𝐵 = 𝑎ℎ2 + 𝑏ℎ. Portanto, 𝑓(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥 ) é uma função afim de 𝑥 ,
na qual os coeficientes 𝐴 e 𝐵 dependem de ℎ.
Com a intenção de tornar mais simples o processo, defino uma PA de segunda
ordem como uma sequência 𝑦1 , 𝑦2 , 𝑦3 , 𝑦4 , …, de tal forma que as diferenças
sucessivas 𝑑1 = 𝑦2 − 𝑦1 , 𝑑2 = 𝑦3 − 𝑦2 , 𝑑3 = 𝑦4 − 𝑦3 , … resultam em uma PA
usual.
Viu-se na recíproca do teorema anterior que uma função quadrática transforma
toda PA numa PA de segunda ordem. Mostrarei agora o inverso, ou seja, toda função
contínua 𝑓 definida de ℝ em ℝ que goza dessa propriedade é uma função quadrática,
ou seja, uma função contínua 𝑓: ℝ → ℝ é quadrática, se e somente se, transforma
toda PA 𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , … numa PA de segunda ordem 𝑦1 , 𝑦2 , 𝑦3 , … onde 𝑦1 = 𝑓 (𝑥1 ), 𝑦2 =
𝑓 (𝑥2 ), 𝑦3 = 𝑓 (𝑥3 ), …
Com base no teorema de caracterização das funções quadráticas demonstrado
anteriormente, basta provar que, para todo ℎ ∈ ℝ fixado, a função contínua 𝑔 de ℝ
em ℝ definida por 𝑔(𝑥 ) = 𝑓 (𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥), é afim, ou seja, transforma toda PA
𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , … numa PA 𝑔(𝑥1 ) = 𝑓 (𝑥1 + ℎ) − 𝑓 (𝑥1 ), 𝑔(𝑥2 ) = 𝑓(𝑥2 + ℎ) − 𝑓 (𝑥2 ), …
Pode-se observar que a sequência 𝑥1 + ℎ, 𝑥2 + ℎ, 𝑥3 + ℎ, … também é uma
PA. Assim, pela hipótese relacionada a função 𝑓 , se escreve 𝑦𝑖 = 𝑓(𝑥𝑖 ) e 𝑧𝑖 =
𝑓 (𝑥𝑖 + ℎ), onde 𝑖 = 1,2,3, …, tem-se duas PA de segunda ordem 𝑦1 , 𝑦2 , 𝑦3 , … e
𝑧1 , 𝑧2 , 𝑧3 , …
Desta forma, tem-se que 𝑧1 − 𝑦1 , 𝑧2 − 𝑦2 , 𝑧3 − 𝑦3 , … é uma PA. Porém, 𝑧𝑖 −
𝑦𝑖 = 𝑓 (𝑥𝑖 + ℎ) − 𝑓(𝑥𝑖 ) = 𝑔(𝑥𝑖 ), como queria demonstrar.
Além disso, observa-se também que se 𝑦1 , 𝑦2 , 𝑦3 , … , 𝑦𝑛 , 𝑦𝑛+1 , … é uma PA de
segunda ordem, então 𝑦2 − 𝑦1 , 𝑦3 − 𝑦2 , … , 𝑦𝑛+1 − 𝑦𝑛 , … é uma PA usual.
Considerando 𝑑 = 𝑦2 − 𝑦1 e denominando de 𝑟 a razão desta PA, tem-se:
𝑦𝑛+1 − 𝑦𝑛 = 𝑑 + (𝑛 − 1). 𝑟 , com 𝑛 ∈ ℕ.
Logo, pode-se escrever:
𝑦𝑛+1 = (𝑦𝑛+1 − 𝑦𝑛 ) + (𝑦𝑛 − 𝑦𝑛−1 ) + ⋯ + (𝑦3 − 𝑦2 ) + (𝑦2 − 𝑦1 ) + 𝑦1
𝑦𝑛+1 = [𝑑 + (𝑛 − 1). 𝑟] + [𝑑 + (𝑛 − 2). 𝑟] + ⋯ + (𝑑 + 𝑟) + 𝑑 + 𝑦1
𝑛(𝑛−1)
𝑦𝑛+1 = 𝑛. 𝑑 + . 𝑟 + 𝑦1
2
134
𝑟 𝑟
𝑦𝑛+1 = 𝑛2 + (𝑑 − ) . 𝑛 + 𝑦1
2 2
𝑟 𝑟
Portanto, 𝑦𝑛+1 = 𝑓(𝑛), onde 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 + (𝑑 − ) 𝑥 + 𝑦1 . Fato revelador de
2 2
3.1. ATIVIDADE 1
Procedimentos:
(Ii – CP) Tendo em vista que a medida da área de um quadrado ou de um retângulo é
determinada pela multiplicação de suas dimensões (largura x comprimento),
determine a área y de cada figura plana a seguir, conforme cada situação.
Situação (I)
a) [Ie]
y=
Área da figura ABCD:
b) [Ie]
c) [Ie]
Situação (II)
y=
141
y=
y=
Situação (III)
y=
y=
142
y=
Situação (IV)
y=
y=
143
[Ie] De acordo com as expressões obtidas para a área y em cada situação anterior,
preencha a tabela seguinte:
3.2. ATIVIDADE 2
a)
x f(x) = x2 (x, f(x))
-2
-1
0
1
2
b)
x f(x) = - x2 (x, f(x))
-2
-1
0
1
2
c)
x f(x) = x2 + 1 (x, f(x))
-2
-1
0
1
2
147
d)
x f(x) = - x2 + 4 (x, f(x))
-2
-1
0
1
2
e)
x f(x) = x2 – 2x (x, f(x))
-1
0
1
2
3
f)
x f(x) = - x2 + 4x (x, f(x))
0
1
2
3
4
148
g)
x f(x) = x2 - 2x +1 (x, f(x))
-1
0
1
2
3
h)
x f(x) = - x2 - 2x – 1 (x, f(x))
-3
-2
-1
0
1
i)
x f(x) = x + 1 (x, f(x))
-3
-2
-1
0
1
149
j)
x f(x) = x3 (x, f(x))
-2
-1
0
1
2
(a) (b)
(c) (d)
3.3. ATIVIDADE 3
3.4. ATIVIDADE 4
Valor da ordenada
Coordenadas do
do ponto de
ponto de intersecção
Função Quadrática Termo independente c intersecção da
da parábola com o
parábola com o
eixo y
eixo y
f(x) = x2 – 6x + 5
f(x) = - x2 - 4x – 3
f(x) = x2 + 2x + 1
f(x) = - x2 + 2x - 1
f(x) = 2x2 – 4x
f(x) = - x2 + 4x
f(x) = 2x2 + 1
f(x) = - 3x2 – 1
f(x) = x2
f(x) = - x2
(0, 4)
(A) (C)
(B) (D)
155
3.5. ATIVIDADE 5
3.6. ATIVIDADE 6
4) [IAr] Os pontos de intersecção do gráfico de uma função quadrática com o eixo das
abscissas são (1, 0) e (3, 0). Quais são os zeros dessa função?
5) [IAr] O gráfico seguinte é de uma função quadrática. Quais são os zeros dessa
função?
158
(-1, 0) (2, 0)
3.7. ATIVIDADE 7
Intersecção da parábola
Função Discriminante O delta é...
a b c com o eixo das abscissas
quadrática ∆ = b2 – 4ac
Nenhuma Uma Duas ∆>0 ∆<0 ∆=0
f(x) = x2 – 4x + 3
f(x) = - x2 – 3x – 2
f(x) = 2x2 – 4x + 2
f(x) = -2x2 + 4x – 4
f(x) = 3x2 – 9x
f(x) = - x2 + 4x
f(x) = x2 – 9
f(x) = 2x2 + 4
f(x) = 4x2
f(x) = - 3x2
a) b)
c) d)
161
e) f)
6) [IAr] (DANTE, 2014) Para que valores reais de m a função f(x) = (m – 1)x2 – 4x – 1
não admite zeros reais?
7) [IAr] (DANTE, 2014) Para que valores reais de k a função f(x) = kx2 – 6x + 1 admite
zeros reais e diferentes?
8) [IAr] Para que valores de n a função f(x) = (n – 1)x2 – 3x + 1 admite zeros reais e
iguais?
3.8. ATIVIDADE 8
f(x) = - x2 - 4x – 3
f(x) = x2 + 2x + 1
f(x) = - x2 + 2x - 1
f(x) = 2x2 – 4x
f(x) = - x2 + 4x
f(x) = 2x2 + 1
f(x) = - 3x2 – 1
f(x) = x2
f(x) = - x2
[If] O ponto mais alto ou mais baixo de uma parábola é chamado de vértice da
parábola. O vértice representa o ponto de máximo ou de mínimo da função
quadrática.
Questões de aprofundamento da Atividade 7.
1) [IAr] Para cada parábola a seguir diga se a mesma apresenta ponto de máximo ou
de mínimo e as coordenadas do vértice.
a) b)
3
-2
2
163
3.9. ATIVIDADE 9
𝑏
2) [Ir] Podemos afirmar, intuitivamente, que a razão − 2𝑎 permite determinar a abscissa
3.10. ATIVIDADE 10
inicialmente para essa atividade, duas intervenções avaliativas, sugiro verificar a real
necessidade desse número, no decorrer do processo de aplicação.
Material: Roteiro da atividade, lápis, papel e aplicativo “QUADRÁTICO6”
Procedimento:
(Ii – CP) Para cada função quadrática definidas de ℝ 𝑒𝑚 ℝ a seguir, determine:
• [Ie] os coeficientes e, em seguida, digite-os nos espaços destinados aos
mesmos no aplicativo “QUADRÁTICO6”;
• [Ie] os zeros da função com o auxílio do aplicativo “QUADRÁTICO6”;
• [Ie] a média aritmética simples dos zeros da função;
• [Ie] o valor da abscissa do vértice da parábola com auxílio do aplicativo
“QUADRÁTICO6”.
4) [IAr] Sabendo-se que os zeros de uma função quadrática são 2 e 4, então quanto
vale a abscissa do vértice da parábola que a representa?
5) [IAr] Sabe-se que um dos zeros de uma função quadrática vale – 2 e que a abscissa
do vértice da parábola que a representa é 1. Quanto vale o outro zero dessa mesma
função admitindo que a mesma admita dois zeros reais e diferentes?
3.11. ATIVIDADE 11
Procedimento:
(Ii – CP) Para cada função quadrática definidas de ℝ 𝑒𝑚 ℝ a seguir:
• [Ie] determine os coeficientes “a”, “b” e “c”;
167
∆
• [Ie] determine o valor da razão − 4𝑎, caso necessário, utilizar a calculadora
3.12. ATIVIDADE 12
a) f(x) = x2 – x + 1 c) f(x) = x2 + 4x
170
4. A EXPERIMENTAÇÃO E VALIDAÇÃO
4.1. A EXPERIMENTAÇÃO
O grupo A foi o único no qual todas as gravações dos áudios das interações
verbais foram captadas e transcritas com sucesso. Nos demais grupos houve
flutuações nas participações e consequentemente perdas dos arquivos referentes aos
áudios, o que impossibilitou a escuta e transcrição dos mesmos. Diante disso, as
análises as quais serão descritas no tópico seguinte, tendo em vista a validação da
Sequência Didática, concentraram-se nas gravações dos áudios do grupo A. Ressalto
que embora tenha havido uma flutuação do número de participantes, observa-se no
quadro acima a frequência dos mesmos alunos em todas as atividades.
4.2. VALIDAÇÃO
quadrática estudantes tiveram que preencher um quadro no qual Compreender o significado geométrico
(Parte 2) constavam as leis de formação de dez funções 14 dos pontos de intersecção da parábola 549 - 565
quadráticas. com o eixo das abscissas.
Identificar a quantidade de zeros de uma
15 função quadrática a partir da análise de 566 – 599
Os zeros da
Com o auxílio da calculadora “EQUAÇÃO DO 2º sua representação geométrica.
função
VII GRAU” e do aplicativo “QUADRÁTICO4”, os Relacionar a quantidade de zeros da
quadrática
estudantes tiveram que preencher um quadro. função quadrática, a partir da análise de
(Parte 3) 16 600 - 636
sua representação geométrica, com o
discriminante.
Identificar o ponto mais alto ou mais baixo
Um dos Atividade composta por um quadro, o qual foi 17 de uma parábola relacionando-o com o 637 – 702
VIII elementos da preenchido pelos estudantes com o auxílio do coeficiente “a” da função quadrática.
parábola aplicativo “QUADRÁTICO5”. Compreender o que significa o ponto mais
18 703 – 707
alto ou mais baixo de uma parábola.
Determinar o valor da razão “-b/2a"
A abscissa do Atividade composta por um quadro, o qual foi 19 relacionando-a com o valor da abscissa do 708 – 778
IX vértice (Parte preenchido pelos estudantes com o auxílio do vértice.
1) aplicativo “QUADRÁTICO5”. Descobrir uma maneira de obter a
20 779 - 787
abscissa do vértice de uma parábola.
Determinar a média aritmética simples dos
A abscissa do Atividade composta por um quadro, o qual foi 21 788 – 800
zeros da função quadrática.
X vértice (Parte preenchido pelos estudantes com o auxílio do
Relacionar os zeros da função quadrática
2) aplicativo “QUADRÁTICO6”. 22 801 – 823
com a abscissa do vértice da parábola.
Determinar o valor da razão " − ∆/4𝑎"
Atividade composta por um quadro, o qual foi
A ordenada 23 relacionando-a com o valor da ordenada 824 – 879
preenchido pelos estudantes com o auxílio do
XI do vértice do vértice de uma parábola.
aplicativo “QUADRÁTICO5” e da calculadora
(Parte 1) Descobrir uma maneira de obter a
“EQUAÇÃO DO 2º GRAU”. 24 880 - 926
ordenada do vértice de uma parábola.
Determinar o valor da imagem da abscissa
25 do vértice de uma parábola a partir da lei 927 - 953
A ordenada Atividade composta por um quadro, o qual foi
de formação da função quadrática.
XII do vértice preenchido pelos estudantes com o auxílio do
Descobrir uma maneira de determinar a
(Parte 2) aplicativo “QUADRÁTICO5”.
26 ordenada do vértice a partir da abscissa 954 - 985
do mesmo.
Fonte: Elaborado pelo autor (2018)
183
Episódio I
Turnos de 1 a 132
Segmento 1
Turnos 1 – 107
25, 27, 30, 42, 44, 46, 60, 65, 67, 70, 72, 74, 76, 80, 82, 99, 101 e 103). Com relação
a abordagem comunicativa entre aluno-aluno, prevaleceu neste segmento a
interativo/dialógica, pois os mesmos exploraram ideias, formularam perguntas,
consideraram e trabalharam diferentes pontos de vistas. Como exemplos, cito os
turnos 31 ao 37, 49 ao 54, 83 ao 94 e 104 ao 107.
O padrão de interação que prevaleceu nas alternâncias dos turnos de falas
professor/pesquisador e alunos foi I-R-A (Iniciação do professor, Resposta do aluno,
Avaliação do professor). De acordo com as análises realizadas, os turnos os quais os
estudantes apontaram, nos seus discursos, indicativos de indícios de aprendizagem
foram: 33, 50, 52, 54, 68, 71, 84, 87, 89, 91, 94, 104 e 106.
Os estudantes do grupo conseguiram obter a expressão algébrica para área de
cada figura geométrica como pode-se observar na figura a seguir.
Segmento 2
Turnos 108 – 132
Episódio II
Turnos de 133 a 210
Segmento 3
Turnos 133 – 147
(137) A1 – Quatro.
(138) Professor – Hein. É menos quatro ou é quatro? Menos dois elevado
ao quadrado, quanto é que é?
(139) Grupo – Quatro.
(140) Professor – Então pronto. Então aqui o “f” de “x” nesse caso quando
o “x” é menos dois dá quatro. Qual é o par que vai formar então? Menos
dois e quatro. Agora, esse par eu vou localizar lá no plano cartesiano.
Depois eu vou pro próximo valor, até completar a tabela e traçar aí a curva.
Vamos lá!
(141) A3 – Eu não entendi porque menos aqui.
(142) A4 – Ficou mais difícil.
(143) A3 – Aí eu não sei. A4 por que deu três?
(144) A4 – Aonde deu três? É três, tá aqui ó.
(145) A3 – Mostra aí. Ah é ele explicou agorinha.
(146) A1 – Por que aqui dá zero?
(147) A4 – Tá aqui ó.
Segmento 4
Turnos 148 – 161
De posse dos pares ordenados, os estudantes partiram para outra etapa, a qual
consistiu em representar no plano cartesiano um par ordenado. Vale ressaltar que os
resultados do teste diagnóstico aplicado com esses alunos, revelaram um alto índice
de erros por parte dos mesmos, quando solicitados, em uma das questões, a
representar no plano cartesiano um par ordenado.
Os turnos a seguir descrevem o empenho e a dedicação dos atores envolvidos
no processo de (re)construção desse conhecimento matemático.
(148) A1 – Ei olha esse número aqui menos dois, então tem que ser reto
né? Porque o zero fica menos zero. Olha aqui ó, menos zero.
(149) A4 – Não tem menos zero. O zero é um número neutro. Menos dois
e zero. Zero é o “y”. Fica bem aqui assim. Menos um e três, onde é que vai
ficar? Menos um é o “x”.
(150) A1 – Menos um é aqui e o três aqui.
(151) A4 – É aqui.
(152) Professor – E aí está saindo?
197
(153) A4 – Vai, menos um ... o quatro, onde é que está o quatro A1? O zero
não existe.
(154) A1 – Então vai ficar aqui.
(155) A4 – Não, o ponto é no “y”. O ponto é aqui! Olha o “y”.
(156) A1 – Ah tá! Por que no “y”?
(157) A4 – Porque o zero não existe. Por que tu vais fazer linha? Toda vez
que aparecer o zero tu vais fazer o ponto só lá onde tá ela. Um e zero. O
um tá no “x”. Tá um ponto no um.
(158) A1 – Tá aqui ó.
(159) A4 – Não! Um e zero! Então é aqui o pontinho, porque o zero não
existe. Não dá pra ti ligar o zero.
(160) A1 – Dois e três é aqui.
(161) A4 – Dois e três, é.
Segmento 5
Turnos 162 – 190
Segmento 6
Turnos 191 – 210
Episódio III
Turnos de 211 a 260
Segmento 7
Turnos 211 – 242
Segmento 8
Turnos 243 – 260
Após observarem que a abertura da parábola ora estava voltada para cima ora
para baixo, neste segmento os estudantes tiveram que descobrir uma relação indireta
entre os coeficientes da função quadrática e a concavidade da parábola. Os turnos a
seguir mostram o empenho e a dedicação dos estudantes e do professor/pesquisador,
tendo em vista alcançar tal objetivo.
(243) A4 – Todo número que vai ser positivo vai ser para cima e todo
número que vai ser negativo para baixo.
(244) A1 – Menos três, um e zero.
(245) A4 – Está vendo, para baixo! Vai ser só isso.
(246) A1 – A quarta é para baixo.
(247) A3 – A quarta é para baixo?
206
O turno 243 descreve uma conclusão de um dos alunos a partir das percepções
das simulações realizadas com o auxílio do applet “QUADRÁTICO1”. Nesse primeiro
momento, não ficou claro, no discurso do estudante, qual dos coeficientes era o
responsável em alterar a concavidade da parábola. Entretanto, no turno 255 tal
relação foi estabelecida e ratificada nos turnos seguintes. A abordagem comunicativa
entre o professor/pesquisador e alunos e, entre os alunos foram do tipo interativo/de
autoridade.
O padrão interativo nesse segmento foi do tipo I-R-A. Os turnos indicativos de
indícios de aprendizagem foram: 243, 244, 245, 251, 255, 257, 259 e 260. Além disso,
enfatizo o fato de que o preenchimento de lacunas, Figura 42, como uma espécie de
Intervenção exploratória, possibilitou aos estudantes elaborarem uma conclusão para
a atividade desenvolvida, coerente com o objetivo da mesma.
207
Episódio IV
Turnos de 261 a 357
Segmento 9
Turnos 261 – 327
Então, vocês irão relacionar esse termo independente com o eixo das
ordenadas. Material, roteiro da atividade, lápis, papel e o aplicativo
Quadrático 2 que já está aí na tela dos computadores para vocês utilizarem.
Leiam os procedimentos e bom trabalho!
(266) A4 – Inseri aí A1. Menos um, menos quatro e menos três. Aperta lá
agora que vai aparecer. É o zero e menos três. É menos três e zero.
(267) A8 – Como assim?
(268) A4 – O zero é o “x” e o menos três é o “y”.
(269) A1 – Eu tenho que colocar menos três e menos um, não é?
(270) A4 – Bora pro próximo. Um, dois e um.
(271) A1 – E um?
(272) A4 – Zero e um.
(273) A5 – Quanto foi que deu nessa daí A1?
(274) A1 – Deu...Olha aqui ó.
(275) A4 – É zero e um. Ei, o “x” sempre vai dar zero!
(276) A3 – Eu não entendi como é que é isso.
(277) A1 – Eu também. Professor!
(278) Professor – Oi.
(279) A4 – A gente não está entendendo muito essa.
(280) Professor – Tá vamos lá. Termo independente. Depois você irá
inserir lá no aplicativo o “a”, o “b” e o “c”, vocês já sabem aqui né? Vai inserir
lá. Coloque lá. O “a” vale um, o “b” vale menos seis e o “c” vale cinco. Muito
bem! Aí esse ponto de intersecção que aparece aí é que vocês irão colocar
aqui ó, na tabela. Zero e cinco, tá vendo aí? Esse ponto vocês irão colocar
aqui. Aí, quem é a ordenada desse ponto? O primeiro é a abscissa que vale
zero e, o segundo elemento é a ordenada que vale cinco. Compreenderam
como é para fazer? Aí assim vocês irão fazer para os outros.
(281) A1 – O que temos que fazer agora?
(282) A4 – Inseri aí, menos um, dois e menos um.
(283) A1 – Zero e menos um?
(284) A4 – Zero e menos um.
(285) Professor – Vocês compreenderam?
(286) A4 – Sim.
(287) Professor – E você A3?
210
Segmento 10
Turnos 328 – 357
(328) A4 – Vocês ainda não entenderam? Porque o eixo sempre vai ser o
“c”. Vocês não viram a resposta sempre está dando o “c”.
(329) A3 – Por isso que está lá ó “c”.
(330) A4 – Ó, deu cinco e aqui é cinco, muita coincidência né. Menos três
e menos três, um e um, menos um e menos um. Muita coincidência né, dá
o mesmo número “c”.
(331) A3 – Mas está invertido aqui.
(332) A4 – É a mesma coisa que aquela outra.
(333) A1 – Essa daqui é de qual?
(334) A4 – Quer ver? Faz aí, dois e um. Dois aqui e um ali. E o “b” é zero.
Faz lá para você ver com vai dar a mesma coisa. Vai dar um.
(335) A3 – Deu um.
(336) A1 – Deu um.
(337) A4 – É o “c”.
(338) A3 – Então aqui é um.
(339) A4 - Então, o valor da ordenada é sempre o valor do termo
independente.
(340) A3 – Então seria o zero?
(341) A4 – Então seria o um. Então, aqui fica menos um e menos um.
(342) A3 – Então estava certo.
213
Episódio V
Turnos de 358 a 473
Segmento 11
Turnos 358 – 378
Recordo que este segmento teve como objetivo parcial determinar os valores
do domínio, quando possível, que tornavam a imagem da função quadrática igual a
zero. Para isso, os estudantes precisaram recorrer a resolução de uma equação do
2º grau, conteúdo geralmente trabalhado no 9º ano do Ensino Fundamental 2. Os
turnos a seguir revelaram o empenho e a dedicação do professor/pesquisador e dos
estudantes, tendo em vista alcançar tal objetivo.
vocês terão que encontrar, caso existam, os valores de “x”, para cada
função, que tornam “f” de “x” igual a zero. Aí vocês terão que lembrar, lá do
nono ano, de equação do segundo grau. Vou escrever aqui no quadro, para
você que não lembra, a fórmula que permite resolver uma equação do
segundo grau. Primeiro você irá calcular o valor de delta que é dado por “b”
ao quadrado, menos quatro vezes “a” vezes “c”. Calcula o delta. Depois
calcula o valor de “x”, que é menos “b” mais ou menos a raiz quadrada de
delta, dividido por duas vezes o “a”. É disso que vocês irão precisar! É com
vocês agora. Discutam aí no grupo de vocês, para encontrar esses valores.
(361) A5 – E agora gente?
(362) Professor – Olhem aqui, ó. Menos “b” mais ou menos raiz quadrada
de delta sobre dois “a”. Quanto é o “b”?
(363) A2 – Como?
(364) Professor – Quanto é o “b”?
(365) A2 – Menos quatro “x”.
(366) Professor – O “b” é menos quatro “x”. Vocês concordam com ele? O
“b” vale menos quatro “x”?
(367) A3 – Não.
(368) Professor – Quanto vale?
(369) A6 – Menos quatro.
(370) Professor – ah, não tem o “x”. É só o termo que acompanha o “x”.
(371) A6 – Isso.
(372) Professor – Correto? Onde está o erro dele aqui?
(373) A3 – Ele colocou o “x”.
(374) Professor – Isso. O que significa isso aqui A4?
(375) A4 – São os dois valores encontrados para “x”.
(376) Professor – Para que?
(377) A4 – Para que dê zero.
(378) Professor – Para que dê zero. Muito bem! O A4 conseguiu
compreender. Agora, explica para os outros colegas A4, com as suas
palavras.
que tornassem a imagem “f(x)” igual a zero. Embora tenham apresentado dificuldades
em resolver uma equação do 2º grau pela fórmula resolutiva, mobilizaram seus
conhecimentos a respeito do tema e, nas interações verbais, conseguiram determinar
os valores procurados.
A abordagem comunicativa entre o professor/pesquisador e os alunos foi do
tipo interativo/de autoridade, pois o professor conduziu os alunos por meio de uma
sequência de perguntas e respostas, tendo em vista alcançar o objetivo da atividade.
Quanto ao padrão de interação verbal que emergiu com as alternâncias dos turnos de
falas do professor/pesquisador e alunos, essas foram do tipo I-R-A e I-R-P-R-P. Os
turnos indicativos de indícios de aprendizagem foram: 367, 369, 371, 375 e 377.
A figura a seguir, foi retirada do protocolo preenchido por um dos participantes
dessa pesquisa. A mesma reforça o argumento de que o objetivo deste segmento foi
alcançado pelos estudantes do grupo.
Segmento 12
Turnos 379 – 473
(395) A4 – Não.
(396) A2 – Está muito complicado. Está dando negativo.
(397) A1 – Deu zero.
(398) A4 – Vai dar um e um. Porque quatro menos zero é quatro e quatro
mais zero é quatro.
(399) A2 – Quanto deu o teu resultado?
(400) A4 – Um e um.
(401) A2 – O meu deu dois e dois. Ah sim, olha! Eu me confundi com...
(402) A4 – mais dois.
(403) A5 – Dezesseis menos dezesseis aqui A4?
(404) A4 – É, dá zeros, porque são simétricos.
(405) A2 – No teu deu negativo, não foi? Menos com menos, mais e, mais
com menos, menos.
(406) A3 – Tem que colocar o menos aqui na frente, é? Tem que sempre
colocar o menos aqui na frente? Quando estiver em aspas.
(407) A4 – Parênteses.
(408) A3 – Pois é, eu falei parênteses.
(409) A4 – Não, você falou aspas.
(410) A1 – É para somar esse com esse?
(411) A4 – Não é para somar, é para multiplicar. Quatro vezes menos
quatro, dá menos dezesseis.
(412) A1 – Aqui, ó. Esse com esse deu quatro, né. E depois, para dar
menos dezesseis?
(413) A4 – Quatro está aqui, normal, com mais. Já tem um quatro negativo
aqui. Só que esse positivo não aparece.
(414) A3 – E aí?
(415) A4 – Quatro vezes quatro, dezesseis. Mais com menos, menos. Na
multiplicação.
(416) A1 – Mas, eu não preciso colocar esse menos lá?
(417) A4 e A5 – Precisa.
(418) A5 – A3, aqui no jogo de sinais dá menos ou dá mais?
(419) A4 – Dá menos.
(420) A5 – Dá menos?
(421) A4 – Quando o delta é negativo, não tem raiz né?
220
(422) A1 – É.
(423) A4 – Então acabou.
(424) A1 – A4, tá certo?
(425) A4 – A1, o que foi que tu fez? Aqui era para ter sido dois. Aí dois
vezes dois que é quatro.
(426) A1 – Como é?
(427) A4 – O “a” é dois. Aí dois vezes dois que vai dar quatro.
(428) A1 – Ah, então aqui é dois né?
(429) A4 – Agora vai dar certo.
(430) A1 – Mas, não vai ser preciso mexer mais nada?
(431) A4 – Não. Aí que tu errou. Aí aqui duas vezes quatro seria oito.
(432) A3 – Me dá aqui A4, deixa eu ver como é que é.
(433) A1 – Eu sempre me complico nessa aqui. Eu ainda não entendi essa.
(434) A4 – Aqui é menos quatro.
(435) A1 – Aqui é menos quatro?
(436) A4 – Esse menos quatro sempre vai existir A1.
(437) A1 – Ah tá! É porque ele tá aqui né?
(438) A4 – Ah, é aqui que tu tá errando. Não eleva ao quadrado aqui, é só
o três. Aí não seria nove, seria só o três. Seria o três aqui sem esse nove.
Porque não eleva ao quadrado.
(439) A1 – O “a” é um.
(440) A4 – Não, é menos um. E o “c” é menos dois. Menos com menos dá
mais. Dois vezes um?
(441) A1 – Três.
(442) A4 – Dois.
(443) A1 – Como é?
(444) A4 – Dois vezes um é dois A1.
(445) A1 – Tu não falou que menos com menos dá mais?
(446) A4 – Tá, tá, vai. Dois vezes um é dois.
(447) A1 – Eu pensava que era para somar.
(448) A4 – Olha o sinal de multiplicação aqui. Dois vezes menos quatro?
(449) A1 – Isso que eu não entendo. Dois vezes ...
(450) A4 – Mais com menos?
(451) A1 – Mais com menos. É sinais diferentes é de menos.
221
(452) A4 – É menos.
(453) A1 – É, pois é. Aí...
(454) A4 – Dois vezes menos quatro? É menos...
(455) A1 – Espera aí.
(456) A4 – É só tirar os sinais e fazer uma multiplicação normal. Tira o sinal.
Quatro vezes dois?
(457) A1 – Quatro vezes o dois.
(458) A4 – Se tu não souberes quanto é quatro vezes dois, tá difícil! É oito.
Depois conserva o negativo. Não A1, o oito é aqui.
(459) A5 – Essa é assim?
(460) A4 – É vai dar menos dezesseis.
(461) A5 – Mas e aí, continua quando é negativo?
(462) A4 – Eu acho que não. Eu não continuei. Falaram que não tem raiz,
raiz real. Então não sei como se faz.
(463) A1 – É um né?
(464) A4 – Menos um.
(465) A1 – Tu falou que era negativo aqui embaixo.
(466) A4 – Eu estou achando meio estranho aí. Aqui não é um quatro. É o
três... é o menos três. É isso que está dando errado.
(467) A1 – É porque eu estava olhando o exemplo daqui.
(468) A4 – Mais com menos?
(469) A6 – Mais com menos dá mais. Não, mais com menos, sinais
diferentes dá menos.
(470) A4 – Então, põe um menos aqui e um menos aqui. Agora sim.
(471) Professor – Vamos fazer a formalização?
(472) A4 – Sim.
(473) Professor – Os valores de “x” do domínio da função quadrática que
tornam “f” de “x” igual a zero são chamados de zeros da função quadrática.
Episódio VI
Turnos de 474 a 565
A Atividade 6 referiu-se aos zeros da função quadrática (parte 2), mas com o
objetivo de compreender o significado geométrico dos pontos de intersecção da
parábola com o eixo das abscissas. Para isso, os estudantes fizeram uso de duas
ferramentas tecnológicas elaboradas pelo professor/pesquisador para esse fim. A
primeira, denominada “CALCULADORA EQUAÇÃO DO 2 GRAU” desenvolvida na
plataforma do App Inventor, possibilitou calcular, de forma prática, as raízes, quando
possível, das equações do 2º grau. Neste sentido, os procedimentos necessários para
o desenvolvimento da atividade se tornaram dinâmicos. A segunda, denominada
“QUADRÁTICO3” desenvolvida na plataforma do GeoGebra, possibilitou visualizar e
identificar os pontos de intersecção da parábola com o eixo das abscissas.
Os Segmentos 13 e 14 a seguir descrevem o empenho e a dedicação dos
estudantes durante a realização da atividade.
Segmento 13
Turnos 474 – 548
T474 - Professor – Bom dia gente! Hoje vocês irão desenvolver a atividade
seis. Eu vou explicar para vocês essa atividade, para poderem começar.
Olha só gente! No que consiste essa atividade? Nós vamos trabalhar com
essa atividade, os zeros da função quadrática, entretanto agora é a parte
dois. Na atividade anterior, vocês trabalharam os zeros da função
quadrática parte um. Na oportunidade vocês puderam perceber que os
valores de “x” ou do domínio de uma função quadrática que tornam a
imagem f de “x” igual a zero, são chamados de zeros da função quadrática.
Agora nós vamos ver os zeros da função quadrática parte dois. Qual é o
objetivo? Compreender o significado geométrico dos pontos de intersecção
da parábola com o eixo das abscissas, ou seja, com o eixo “x”. Para essa
atividade, vocês irão precisar fazer uso do aplicativo “QUADRÁTICO3” que
está aí na tela do computador e, além disso, vocês irão precisar também
da calculadora para “EQUAÇÃO DO SEGUNDO GRAU”. Essa calculadora
roda no próprio celular de vocês. Vai precisar da internet apenas para
baixar o aplicativo, cujo link foi disponibilizado no grupo da turma. O
manuseio da mesma é bem simples. Para você obter as raízes de uma
equação do segundo grau, basta você inserir nos espaços apropriados, os
valores dos coeficientes “a”, “b” e “c” e, após isso, apertar no botão
“RAÍZES”. No mais, basta seguir as orientações descritas na ficha. Bom
trabalho a todos!
T475 - A1 – Cadê a calculadora?
T476 - A4 – Está ali.
T477 - A1 – E como é para fazer esse negócio?
T478 - A4 – Vamos precisar dos coeficientes. Os coeficientes são os de
sempre. São esses números que estão antes de cada letra.
T479 - A1 – Então vamos ter que colocá-los aqui?
T480 - A4 – Só os números.
T481 - A1 – Como é? Os coeficientes sempre vão ser...
T482 - A4 – Vai colocar só os números aí.
T483 - A1 – Aí tipo, do meio vai ter que colocar o sinal, não é? Tipo, se tiver
o sinal aqui.
T484 - A4 – Sim, é negativo.
225
Nesses casos, vocês deverão escrever na ficha “não existe”. Por fim, vocês
terão que inserir, também, os mesmos coeficientes no aplicativo
“QUADRÁTICO3” no computador, observar e anotar, na ficha, as abscissas
do ponto de intersecção da parábola com o eixo “x”. O que é a abscissa?
Lembrem-se de que a abscissa de um par ordenado é sempre o primeiro
elemento do par.
T506 - A4 – Ah tá! Vai ser muito fácil isso!
T507 - A5 – A segunda deu menos um e três.
T508 - A1 – Eu vou ensinar vocês a usar a calculadora. Está aqui ó, por
exemplo eu tenho que colocar aqui, um, menos um e, aqui, vai ser o zero.
Aí eu vou apertar em raízes. E aí, está aqui ó, os resultados. Entendeu? Aí
vocês irão colocar “x” tracinho aqui, aí o menos um e, aqui, “x” dois
tracinhos, zero.
T509 - A2 – Aqui mudou tudo, não é?
T510 - A1 – É a mesma coisa. Eu vou te explicar de novo. Aqui ó, um, dois
e três. A última não tem raiz, não é A4?
T511 - A4 – As duas últimas não têm raízes.
T512 - A1 – Essa daqui deu.
T513 - A4 – Não, não vai dar raiz. Esse menos um é aqui. É o “c”.
T514 - A1 – O que deu aqui na calculadora, tem que colocar aqui ó. “x” três
e “x” dois.
T515 - A5 – Ah tá! É para colocar aqui, não é?
T516 - A1 – É.
T517 - A5 – Eu estava colocando só os números.
T518 - A1 – Como é que você estava encontrando esses números, os
zeros?
T519 - A5 – Eu estava olhando para o computador.
T520 - A1 – Ah tá! Está aqui ó, se você quiser fazer. Quem quiser usar a
calculadora é só falar.
T521 - A4 – Na “d” deu menos três e zero, nas abscissas.
T522 - A2 – Menos três e zero?
T523 - A4 – Isso.
T524 - A1 – Esses daqui você pega na calculadora e, esses outros é lá no
computador.
227
Segmento 14
Turnos 549 – 565
Episódio VII
Turnos de 566 a 636
Segmento 15
Turnos 566 – 599
(589) Professor – Você entendeu? Explica para ela. Inseri, por favor aí no
aplicativo A3, um, menos quatro e três. Olha lá, quantas bolinhas vermelhas
estão cortando o eixo “x”?
(590) A3 – Duas.
(591) Professor – Então, você marca duas aqui. Nesse caso, tocou duas
vezes.
(592) A1 – Ela está falando que não deu nada aqui.
(593) A3 – Não deu nada.
(594) A1 – O que é para colocar? Nenhuma, não é?
(595) A4 – É. Marca nenhuma.
(596) A3 – Olha aqui, não deu nada.
(597) A4 – Então, nenhuma.
(598) A1 – A quarta, deu nada. É vazia.
(599) A4 – É porque é menor do que zero. Então, não existe raiz. Menos
dezesseis.
Segmento 16
Turnos 599 – 636
(636) A4 – Ah tá! Nessa daqui eu fiz errado. Não dá menos trinta e seis e
sim trinta e seis. Por isso, que toca duas vezes.
Episódio VIII
Turnos de 637 a 707
Segmento 17
Turnos 637 – 702
Recordo que o objetivo parcial deste segmento foi identificar o ponto mais alto
ou mais baixo de uma parábola, relacionando-o com o coeficiente “a” da função
quadrática. Os turnos a seguir, revelam o empenho e a dedicação dos alunos e do
professor/pesquisador, tendo em vista o desenvolvimento de tal objetivo.
238
Segmento 18
Turnos 703 – 707
Episódio IX
Turnos de 708 a 787
Segmento 19
Turnos 708 – 778
(708) Professor – Bom dia gente! Vocês estão aí com a atividade 9. Para
desenvolvê-la vocês irão utilizar o aplicativo “QUADRÁTICO 5”, esse que
se encontra aberto nos computadores. Qual é o título dessa atividade de
hoje? A abscissa do vértice parte 1. Qual o objetivo dessa atividade que
vocês irão desenvolver agora? Descobrir uma maneira de obter a abscissa
do vértice de uma parábola. O material necessário, roteiro da atividade,
lápis, papel e o aplicativo “QUADRÁTICO 5”. Procedimentos, para cada
função quadrática definida de R em R a seguir, determine: primeiro os
valores dos coeficientes “a”, “b” e “c” para cada uma delas. Depois que você
determinar o “a”, “b” e “c”, o que você terá que fazer? Presta atenção!
Determine o valor da razão menos “b” dividido por duas vezes o “a”, tá
certo? Aí você vai ver quanto dá esse resultado e vai anotar aí. Depois
disso, você vai digitar os valores dos coeficientes “a”, “b” e “c” nos espaços
destinados no aplicativo aí no computador. E aí você vai observar a
parábola gerada pelo aplicativo e vai preencher o restante da tabela. O que
a última coluna está pedindo? O valor da abscissa do vértice. Com isso
você vai depois ter que responder as duas perguntas. Está certo? Bom
trabalho!
(709) A4 – Professor!
(710) Professor – diga!
(711) A4 – A gente faz o jogo de sinais aqui?
(712) Professor – Isso, faz o jogo de sinais. Mas, se o valor do coeficiente
for negativo, tem o negativo da relação matemática fornecida. Presta
atenção nesse detalhe!
(713) A4 – Entendeu A3?
244
(714) A3 – Entendi.
(715) A4 – Aqui ó, quanto é o “b”?
(716) A3 – Menos seis.
(717) A4 – Aí vai ficar menos com menos, mais seis. Dividido por duas
vezes o um, dá três. Esse é o valor da abscissa. Aí a abscissa é três.
(718) A3 – Mas aí, eu tenho que colocar três vírgula menos quatro?
(719) A4 – Não, só o três.
(720) A3 – E aqui do lado eu vou ter que colocar o menos quatro?
(721) A4 – Não, só o três. Na abscissa!
(722) A3 – Entendi.
(723) A2 – E nessa aqui?
(724) A4 – Menos com menos, dá mais. Então, fica mais quatro e, em baixo,
fica menos dois. Aí fica, mais com menos, menos dois.
(725) A2 – E aqui é menos dois?
(726) A4 – É menos dois.
(727) A3 – Tem que colocar esses valores aqui?
(728) A4 – É, os valores das abscissas três, menos dois e menos um.
(729) A3 – Olha aí A4! Ela deu um.
(730) A4 – Tem que fazer a conta. Não é só olhar aí.
(731) A3 – Mas sim, que conta?
(732) A4 – Essa daqui.
(733) A3 – Sim, mas como é que vou fazer? Não é só repetir esses números
bem aqui.
(734) A4 – A gente ainda não tem certeza se todas vão dar o mesmo
resultado.
(735) A3 – Tá! Aqui é uma coisa...
(736) A4 – Essa aqui o um é abscissa.
(737) A3 – E qual é o vértice?
(738) A4 – O um!
(739) Professor – O vértice é o par ordenado que está destacado aí no
aplicativo.
(740) A4 – Tem que fazer essa conta aqui. A gente não sabe se vai dar
igual.
245
(741) A3 – Ah Tá! Agora entendi. É por isso que você estava mostrando
aquela conta. Essa daqui é daqui e aquela daqui. Ah que legal! Entendeu
agora A1?
(742) A1 – Entendi! Entendi desde o começo.
(743) A3 – Hum, desculpa aí!
(744) A4 – Está dando o mesmo resultado.
(745) A3 – Pois é!
(746) A2 – Aqui é um também é?
(747) A4 – É.
(748) A2 – Deu o mesmo valor da abscissa?
(749) A4 – Dá.
(750) A3 – Eu estou fazendo a quinta. Deu um de novo!
(751) A4 – Também deu um.
(752) A3 – Deu um!
(753) Professor – Aqui quanto dá? O “a” é quanto?
(754) A1 – O “a” é um.
(755) Professor – O “b” é quanto? Aqui é mais não é menos.
(756) A4 – Ah é!
(757) Professor – A mesma coisa é aqui nessa. Quanto é o “a”?
(758) A3 – Dois.
(759) Professor – E o “b”?
(760) A3 – É um.
(761) Professor - Lembra que o “b” é quem acompanha o “x”! Quanto é o
“b” aqui?
(762) A3 – Zero.
(763) Professor – E o “c”?
(764) A3 – Um.
(765) A4 – Quanto é que deu aquela?
(766) A3 – Menos um.
(767) A4 – Escrevestes errado aqui A3! O menos um é no “c” e o zero é no
“b”.
(768) A1 – Esse menos um aqui é “c” não é “b”.
(769) A4 – É por isso que está errado.
(770) A3 – Ah é o zero aqui no meio!
246
(771) A4 – Por isso que deu número com vírgula. Agora vai dar o número
certo. Deu zero!
(772) A1 – Então, está certa a conta que tu fez?
(773) A4 – Tá! É porque o “b” é zero. Todo número multiplicado por zero é
zero. E zero dividido por qualquer coisa dá zero. Essas quatro últimas aqui
vão dar zero.
(774) A5 – Sempre vai dar zero?
(775) A4 – É porque o “b” é zero.
(776) A2 – Elas são iguais, né?
(777) A4 – É elas são iguais. Podemos escrever a conclusão.
(778) A3 – Claro.
Segmento 20
Turnos 779 – 787
parábola. Após perceberem que o valor da razão “-b/2a" era igual ao valor da abscissa
do vértice da parábola, os estudantes concluíram que uma maneira de obter esse
valor era por meio da referida razão, como pode ser observado no turno 779. A seguir,
o professor/pesquisador ratifica tal conclusão com processo da formalização do
conhecimento matemático em tela.
Episódio X
Turnos de 788 a 823
Segmento 21
Turnos 788 – 800
Segmento 22
Turnos 801 – 823
Episódio XI
Turnos de 824 – 926
Segmento 23
Turnos 824 – 879
Segmento 24
Turnos 880 – 926
Episódio XII
Turnos de 927 a 985
Segmento 25
Turnos 927 – 953
(940) A1 – Caramba!
(941) A4 – Cadê o menos? Ah está aqui!
(942) A1 – Menos dois.
(943) A4 – “f” de três é igual a menos quatro. Ah não, a imagem é menos
quatro. Égua A1 põe lá de novo.
(944) A1 – Qual?
(945) A4 – Põe essa aqui: um, menos seis e cinco. Menos quatro! Está
certo!
(946) A1 – Descobrimos.
(947) A4 – Essa conta todinha aqui para achar o menos quatro.
(948) A1 – Dá o mesmo, não é?
(949) A4 – Então, agora é “f” de menos dois. Qual é o vértice da segunda?
(950) A1 – Está tudo aqui.
(951) A4 – Não isso aí é a abscissa. Deu dois e um. Então, aqui nessa
minha conta tem que dar um.
(952) A1 – Deixa eu pegar o vértice da terceira. É zero o vértice da terceira.
Essa daqui. A de dois, menos quatro e zero, dá esse daqui.
(953) A4 – Ah, agora vai dar certo!
Segmento 26
Turnos 954 – 985
(980) A1 – Professor!!
(981) A4 – A gente usa o “x” ou “y” no valor mínimo?
(982) Professor – O valor mínimo da função?
(983) A4 – Isso.
(984) Professor – É o “y”.
(985) A4 – Ah é. É o menos seis. Então temos que fazer tudo com menos
seis.
presentes nos episódios descritos, os quais devem ser considerados, tendo em vista
atender ao objetivo geral estabelecido neste trabalho e responder à questão de
pesquisa.
Os episódios revelaram, seja de forma verbal ou escrita, aspectos favoráveis
ao processo de ensino e de aprendizagem. Os estudantes mostraram ter mais
interesse pela aula, diante de um ambiente de ensino e de aprendizagem planejado,
ao participar de forma ativa da (re)construção do próprio conhecimento. Evidenciou-
se, também, que a estrutura de uma Sequência Didática possibilita aos estudantes
mobilizarem seus conhecimentos prévios, fato garantidor da recursividade dos objetos
matemáticos estudados. Neste sentido, os comandos estruturados contribuem na
construção dos conceitos matemáticos e, consequentemente, possibilita a
formalização dos conteúdos.
Os applets e a calculadora “EQUAÇÃO DO 2º GRAU”, exerceram papel
fundamental para a realização de algumas das atividades e, portanto, além de
funcionar como um estímulo aos estudantes, a presença e utilização dessas
ferramentas tecnológicas, contribuíram para a percepção das regularidades e dos
padrões e, consequentemente, na construção dos conceitos matemáticos. Esses
resultados corroboraram com os obtidos nos trabalhos de pesquisa de Santos (2009)
e Mpaka (2010), apontados na revisão de estudos deste trabalho.
Quanto as intervenções avaliativas, ficou evidente que as mesmas ficam mais
compreensíveis aos estudantes com a construção do conceito matemático. E, além
disso, não restam dúvidas quanto a melhoria na interação entre os estudantes e o
professor e, entre os estudantes, diante desse cenário.
Essas percepções, me permitiram sistematizar as potencialidades de uma
Sequência Didática, estruturada segundo o modelo proposto por Cabral (2017), em
pelo menos três dimensões: dimensão do ensino, relacionada ao professor; dimensão
da aprendizagem, relacionada ao estudante e dimensão do saber, relacionada ao
objeto do conhecimento.
Na dimensão do ensino, a Sequência didática é potencialmente favorável, pois
possibilita ao professor planejar por escrito, de forma sistematizada o saber a ser
(re)construído. Nesse sentido, o professor assume a postura de mediador do
conhecimento, na qual passa a orientar as ações dos estudantes e, além disso,
desenvolve a sua capacidade de argumentação, o que permite-lhe explorar outras
possibilidades.
269
CONSIDERAÇÕES FINAIS
apresentação de uma lista de exercícios para serem resolvidos; para a não realização
de estudos sobre função quadrática por meio de atividades/experimentos; para a não
participação nos últimos dois anos em eventos ou treinamentos que tratasse do tema
em tela; para uma carga de trabalho exaustiva, sinalizada na quantidade de escolas
nas quais trabalham, geralmente em pelo menos duas e, por fim, disseram raramente
ou nunca utilizar recursos tecnológicos, como os softwares livres, nas aulas de
Matemática.
Quanto ao quadro de dificuldades, os resultados mostraram que os tópicos
elencados foram julgados, predominantemente, com grau de dificuldade variando
entre fácil, médio e difícil, sendo que houve mais tópicos jugados com grau mediano
e, além disso, costumam ser ensinados aos estudantes. Ressalto que essa não foi a
visão dos alunos egressos com relação ao mesmo quadro.
A revisão de estudos, corroborou com esses resultados e, sinaliza para que
novas propostas metodológicas sejam colocadas em prática, tendo em vista amenizar
tais problemas. Pude constatar também, que a maior parte dos trabalhos
experimentais elencados tratavam de tópicos pontuais referentes aos conteúdos
relativos à função quadrática e, nesse sentido, percebi que havia a necessidade de
elaboração de uma Sequência Didática mais abrangente, que pudesse contemplar,
de forma sequencial, os principais conteúdos relativos ao tema.
A fundamentação matemática tratou dos aspectos teóricos matemáticos
relacionados ao estudo das funções quadráticas, tais quais: conceitos, propriedades
e teoremas fundamentais ligados ao tema. Procurou-se ter o cuidado com a questão
da utilização da linguagem matemática adequada, tendo em vista manter/resgatar o
devido rigor matemático característico dessa ciência. A intenção é disponibilizar, como
forma de contribuição desse trabalho, o conteúdo organizado aos professores de
Matemática em atividade, por meio de formações continuadas, assim como também,
aos futuros professores dessa disciplina, os quais encontram-se em formação inicial.
Acredito que o domínio e o uso adequado desses aspectos por parte do
professor de Matemática, o ajudará a transitar pelo objeto matemático em tela com
segurança, além de possibilitar novos olhares a respeito do processo de ensino e de
aprendizagem dos conteúdos relativos à função quadrática.
A elaboração da Sequência Didática, emergiu a partir dessas “análises iniciais”,
tendo como interlocutores a concepção de Sequência Didática descrita por Cabral
(2017) para a construção das atividades que a materializa; das contribuições de Goés
272
REFERÊNCIAS
DANTE, Luiz Roberto. Projeto Múltiplo. Matemática: ensino médio. São Paulo:
Ática, 2014.
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14ª ed. São Paulo:
Cortez, 2011.
277
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
MORTIMER, Eduardo F. & SCOTT, Phill. Atividade discursiva nas salas de aula
de ciências: uma ferramenta sociocultural para analisar e planejar o ensino.
Investigações no ensino de ciências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2002. Disponível em: www.if.ufrgs.br/public/ensino/revista. Acesso em: 23 de Out.
2017.
SILVA, Andreza Santana da. Função quadrática sob a ótica da teoria dos
registros de representação semiótica: análise de um livro didático de
matemática. XII Encontro Nacional de Educação Matemática. São Paulo. Julho,
2016.
ANEXOS
APÊNDICES
Apêndice 1: Objeto de aprendizagem QUADRÁTICO1
Parábola côncava para baixo Curva de Gutschoven (Kappa) Elípse Curva de Agnesi