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Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Sociais e Educação


Departamento de Matemática, Estatística e Informática
Curso de Licenciatura em Matemática

William Alencar da Silva Junior

Pesquisa sobre o ensino: Levantamento de meios para


melhorar a educação matemática

Belém
2022

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William Alencar da Silva Junior

Pesquisa sobre o ensino: Levantamento de meios para


melhorar a educação matemática

Trabalho apresentado como


requisito parcial de avaliação na
disciplina de Metodologia Científica,
do Curso de Licenciatura em
Matemática, da Universidade do
Estado do Pará

Orientador: Prof. Dr. Roberto


Paulo Bibas Fialho

Belém
2022

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“Ensino e aprendizado de matemática por meio de ferramentas
tecnológicas no 9º ano do Ensino Fundamental”

É indubitável que a matemática não é uma disciplina bem “digerida” pelos


estudantes brasileiros: uma pesquisa divulgada pelo portal de notícias Exame,
no ano de 2021 (95% DOS ALUNOS, 2021), mostra que nas escolas públicas
durante àquele ano, aproximadamente 95% dos alunos terminaram o ensino
médio sem o conhecimento esperado de matemática. Dados como esses são
uma clara explicação para estágios mais avançados da problemática: em
pesquisa realizada pelo Jornal G1 em 2015 (NEM OS UNIVERSITÁRIOS,
2015), mostra-se claramente a falta de domínio dos estudantes universitários,
tanto pela matemática elementar quanto pela matemática básica.
Lamentavelmente, no Brasil, tal cenário perdura durante décadas e certamente
há um motivo para isso.

Na verdade, há mais de um: no ano de 2016, os professores Rafael


Procopio e Celso Antunes cederam uma entrevista à TV Cultura, na qual foram
estabelecidas diversas reflexões acerca das razões pelas quais, possivelmente,
o aprendizado de matemática não é satisfatório nas escolas. Nesse contexto,
além de estrutura, orçamento e afins, um dos principais pontos abordados foi o
papel imprescindível que o professor tem na relação aluno-conteúdo. Assim,
destaca-se o mal preparo dos professores como um dos principais fatores.
Primeiramente, é válido pontuar que, como visto acima, os professores, ainda
como discentes, tendem a entrar defasados nas universidades, o que influencia
e provoca a diminuição de sua qualidade como profissional no futuro, mesmo
que de forma inconsciente.

Nesse sentido, uma das principais características que se observa nos


profissionais da educação a séculos é a prática educativa voltada para os
mesmos, os quais repassavam os conteúdos e os alunos os memorizavam sem
qualquer questionamento ou indagação. Após essa etapa, os alunos eram
avaliados por meio de provas, que eram realizadas da forma que tal sistema

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induzia e até hoje induz os alunos a fazer: com informações memorizadas. Logo,
é nítido que essa prática pedagógica, baseada na repetição e na
monotonicidade, em nada contribui para o aspecto cognitivo do aluno.
Principalmente na modernidade em que se vive, o professor não deve ser
apenas um transmissor de informações, mas um agente que deve produzir o
conhecimento em sintonia com o aluno. Nesse contexto, fica claro, ao observar
as escolas brasileiras, uma grande passividade por parte do professor, sendo
marcada pelo grande sub uso de técnicas de ensino além do quadro e giz e pela
distorção do conceito de “bom profissional” que tal postura gera.

Dessa forma, é fundamental compreender que ensinar bem não significa


repassar conteúdos, mas levar o aluno a pensar e criticar. Logo, percebe-se que
o professor tem a responsabilidade de preparar o aluno para se tornar um
cidadão ativo dentro da sociedade, apto a questionar, debater e romper
paradigmas. Assim. Consoante Cury (2003, p.127), “a exposição interrogada
gera a dúvida, a dúvida gera o estresse positivo, e este estresse abre as janelas
da inteligência. Assim formamos pensadores, e não repetidores de
informações”.
Com isso, a dúvida é entendida como um aspecto positivo, pois gera a
curiosidade, levando o aluno a refletir e buscar respostas. O autor citado
enfatiza, ainda, que a exposição interrogada transforma a informação em
conhecimento e esse conhecimento, em experiência e o melhor: o professor não
mais é persuasivo, ou o que convence, mas o que provoca e estimula a
inteligência. Diante disso, ele desempenha, no processo de
ensino/aprendizagem, o papel de gerenciador e não de detentor do
conhecimento.

Posto isso, depreende-se que o professor deve, segundo Zagury (Nova


escola, p.21), mostrar a beleza e o poder das ideias, independente dos recursos
que dispõe. Uma das várias formas de tornar esse ideal uma realidade é a
utilização de softwares de computador e aplicativos interativos, advindos da era
digital em que se vive. Isto, além de estimular a inteligência do aluno, torna sua
aprendizagem mais lúdica e, por sua vez, mais concisa. Um grande exemplo

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disso é o software de matemática dinâmica gratuito: o GeoGebra. Criado em
2001 por Markus Hohenwarter, tal programa foi muito premiado em países
europeus e nos Estados Unidos por possuir uma interface amigável e muitas
ferramentas interessantes, que permitem a interação dos estudantes com
assuntos como geometria, álgebras, tabelas e etc., o que torna a matemática
algo menos abstrato e mais palpável.

Por fim, propõe-se uma pesquisa direcionada à educação básica, visando


medir a possível evolução dos alunos do 9º ano por meio do uso do aplicativo
GeoGebra (software de computador). Por meio desta, o ensino/aprendizado
seria avaliado em uma escola pública no município de Capanema, no estado do
Pará.

Referências

CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de


Janeiro: Sextante, 2003.

NEM OS UNIVERSITÁRIOS DOMINAM A MATEMÁTICA BÁSICA, DIZ


PESQUISA. G1, São Paulo, 12 de dez. de 2015. Disponível em:
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/12/nem-os-universitarios-dominam-
matematica-basica-diz-pesquisa.html. Acesso em: 20 de jun. de 2022.

PROBLEMAS EM ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA. TV CULTURA, São


Paulo, 18 de mar. de 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=cYaAl0hB3n0. Acesso em: 20 de jun. de 2022.

ZAGURY, Tânia. Fala mestre. In: NOVA ESCOLA, nº 192, p.20-22, maio, 2006.

95% DOS ALUNOS SAEM DO ENSINO MÉDIO SEM CONHECIMENTO


ADEQUADO EM MATEMÁTICA. EXAME, São Paulo, 24 de fev. de 2021.
Disponível em: https://exame.com/brasil/95-dos-alunos-saem-do-ensino-medio-
sem-conhecimento-adequado-em-matematica/. Acesso em: 20 de jun. de 2022.

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