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UNIVERSIDADE ANHANGUERA

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


PEDAGOGIA

BRUNA GUSMÃO DA SILVA VERAS

OFICINA DE JOGOS MATEMÁTICOS PARA O ENSINO


INFANTIL

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Salvador-BA
2022
BRUNA GUSMÃO DA SILVA VERAS

OFICINA DE JOGOS MATEMÁTICOS PARA O ENSINO


INFANTIL

Projeto Educativo apresentado à Universidade


UNOPAR, como requisito parcial à conclusão
do Curso de PEDAGOGIA.

Docente supervisor: Prof. Tatiane Pereira


Alves Marigo

Salvador- BA
2022
INTRODUÇÃO

A arte de ensinar a disciplina de matemática conta com o desenvolvimento do


raciocínio lógico, criatividade, estimulando assim a autonomia e a capacidade necessária
para a resolução de problemas do dia a dia. A partir dessa premissa surge a Oficina de
Jogos matemáticos para os alunos do ensino infantil da escola X. A importância de jogos
matemáticos simples, mas que, que exigem raciocínio lógico matemático colaboram com o
crescimento educacional do aluno. Além do mais, a adoção da ludicidade na disciplina de
matemática auxilia no combate a educação tradicional que ainda persiste no nosso sistema
de ensino.
Segundo Lamas (2015), o uso dos jogos matemáticos possibilita ao aluno vivenciar
experiências únicas, desenvolvendo competências e habilidades, esse pensamento está
extremante alinhado com o que informa a Base Comum Nacional Curricular – BNCC.
OBJETIVOS

Os objetivos que norteiam esse projeto correspondem aas habilidades que a BASE
NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC definem como necessárias para a
aprendizagem da disciplina de matemática pelo ensino fundamental.
 Comprovar que alunos desenvolvem suas habilidades e competências
matemáticas durante os jogos.
 Reconhecer que os alunos conseguem transpor seus conhecimentos
matemáticos para as situações problemas do dia-a-dia.
 Aperfeiçoamento de contas simples como soma, subtração, divisão e
multiplicação.
PROBLEMATIZAÇÃO
Segundo a BNCC “O conhecimento matemático é necessário para todos os alunos da
Educação Básica, seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea, seja
pelas suas potencialidades na formação de cidadãos críticos, cientes de suas
responsabilidades sociais.” (MEC. 2018. pág 265).
Diferente do que propunha a matemática moderna, a BNCC afirma que a matemática não
está restringida aos “fenômenos determinísticos”, e que para além deles, também está
inserida nas relações sociais e cotidianas da sociedade. Tratando-se das competências
específicas, todos os pontos apresentados reforçam o caráter humanístico da disciplina,
enquanto uma ciência humana, que surgiu essencialmente para dar conta das
necessidades humanas. Essa disciplina organiza e resolve dados que estão ligados a
ações e fenômenos da sociedade me geral.
Para que a matemática seja aplicada com êxito nas situações que a exigem, o ensino
básico deve estabelecer, “compromisso com o desenvolvimento do letramento
matemático, definido como as competências e habilidades de raciocinar, representar,
comunicar e argumentar matematicamente” MEC (2018. pág 266). Em sua formulação, a
BNCC se preocupou em adotar teorias que trouxessem uma perspectiva mais moderna a
educação. A aprendizagem significativa, é o conceito principal da teoria de aprendizagem
apresentada por David Ausubel, tal teoria advoga sobre a importância e da relevância de
obter um novo conhecimento que seja relacionado aos conhecimentos prévios. Mas essa
relação, não pode ser arbitraria, tem que ser substantiva, a ponto de somar mais
conhecimentos importantes para o aluno.
Os tipos de conteúdo de aprendizagem são classificados em conceituais, procedimentais
e atitudinais, os conceituais são referentes aos (conceitos, fatos ou dados, princípios
gerais). Os procedimentais (técnicas e estratégias), os atitudinais se classificam em
(atitudes, normas e valores). São essas três tipologias que solidificaram as competências
gerais estabelecidas na BCNN. Na BNCC, competência é definida como a mobilização de
conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e
socioemocionais),
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
exercício da cidadania e do mundo do trabalho. (MEC, 2017. Pág. 8). Nesse sentido,
podemos concluir que o objetivo geral da BNCC é exatamente criar um currículo comum
a ser oferecidos para todos os estudantes, e que esse currículo, possibilite a integração
de novos conteúdos, que sejam referentes a vivência de cada sujeito, formando assim,
um novo conhecimento. As PCN´s ou parâmetros curriculares, surgiram no brasil no ano
de 1995, pela então Secretaria e Ministério da Educação, atualmente, no volume
relacionado a disciplina de matemática dos alunos pertencentes ao terceiro e quartos
ciclos do ensino fundamental, dividem-se em duas partes. A primeira se limita a discutir a
parte geral da matemática, a segunda apresenta os tópicos e a didática a ser aplicada no
terceiro e no quarto ciclo. Segundo o documento, ainda hoje existem dificuldades no
processo de ensino e aprendizagem da disciplina, e isso ocorre por muitos motivos,
dentre eles a falta de qualificação do corpo docente, e o próprio problema de inter-relação
entre os conteúdos da disciplina. Uma das estratégias adotadas e indicadas pela PCN é
a utilização de problemas como forma de avaliar o que foi ensinado para os alunos. A
resolução de problemas matemáticos possibilita que os alunos mobilizem seus
conhecimentos, e os apliquem de forma relacionada, o gerenciamento das informações
apreendidas na sala de aula em uma única questão, aumentam o conhecimento do aluno
ao passo que, ele desenvolve novas competências e habilidades. Fica difícil imaginar
outra forma avaliativa que gerasse o mesmo resultado, pois “Um problema matemático é
uma situação que demanda a realização de uma sequência de ações ou operações para
obter um resultado. Ou seja, a solução não está disponível de início, mas é possível
construí-la.” (MEC, 1998, pág41) Segundo o último levantamento do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil em comparação com outros 78
países, apresentou que existe uma baixa proficiência em leitura, matemática e ciência, e
tratando-se de matemática, 68% dos alunos com até 15 anos não possuíam o nível
básico na disciplina.
O PISA define como letramento matemático “Capacidade de formular, empregar e
interpretar a matemática em uma série de contextos, o que inclui raciocinar
matematicamente e utilizar conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticos
para descrever, explicar e prever fenômenos.” (BRASIL, 2018. pág 40.)
Segundo os resultados apresentados no relatório, a posição do Brasil no ranking: entre
69º e 72º, em comparação com países da América do Sul, o Brasil ficou atras do Chile e
do Uruguai, ficando à frente de da Argentina e do Peru, ficando em último lugar dentre os
países da América Latina em relação a leitura matemática. Ainda segundo os dados, 50%
dos estudantes brasileiros que realizaram o teste foram considerados sem o nível
necessário de leitura, considerado pela OCDE como o mínimo para que se possa exercer
de fato a cidadania. BRASIL (2019). Para além dos 68% de alunos que não tem o mínimo
de leitura patética considerado pela OCDE, a pesquisa também mostrou que 41% não
tinham conhecimento para realizar questões e cálculos simples do cotidiano. Apenas 1%
dos alunos alcançaram o nível máximo em leitura matemática. BRASIL (2019). Mesmo
com o aumento nos investimentos e projetos educacionais no país, essa pesquisa
mostrou que desde 2009 o país não tem um avanço significativo, o que nos leva a
questionar quais são os fatores que retardam e criam obstáculos para a melhora nesses
índices. Tais dados acerca da estagnação da educação básica no Brasil também é
apresentado pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, esse índice é
calculado tendo como base o desenvolvimento dos alunos na prova Brasil, que consiste
em uma prova com a disciplina de português e matemática. Com base no resultado da
prova Brasil que ocorreu em 2019, reunindo as informações das escolas municipais,
estaduais e federais. Uma pesquisa realizada pela Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), Pesquisa Internacional de Ensino e
Aprendizagem, apresentou que 20% do tempo em sala de aula é utilizado pelo professor
para organizar e tomar a atenção dos alunos. Frente a outros países, isso significou que
o Brasil está acima da média quando o assunto é indisciplina escolar, 55% dos
professores brasileiros afirmaram que perdem tempo com alunos que
interrompem as explicações, 53% reclamaram que o barulho é um dos maiores
problemas. Existe entre os professores das escolas públicas um consenso sobre o
desamparo dos docentes pelo estado, não existe um acompanhamento, uma formação
continuada, uma real preocupação pelo andamento do processo pedagógico e dos alunos.
Tudo se resume a números, os alunos, professores, as notas, tudo se resume a números
que irão virar estatísticas na mesa de alguém. A destarte de todos os problemas elencados,
e que são motivos da indisciplina, também existe a estrutura e o currículo educacional
tradicional e fechado, que não considera a realidade de cada aluno e também, a forma como
o século XXI formata esses alunos. Como mencionado nesse artigo, existem vários
problemas que podem ser os motivadores dessa estagnação na educação, fazendo-se
necessário que as instituições educacionais e seus agentes criem estratégias para combater
o problema. Mas o questionamento que surge é. Quais as estratégias para contornar essa
situação? Atualmente é possível observar instituições e professores se voltando mudanças
nas estruturas curriculares, ressignificação da educação, em estratégias e pedagogias
ativas, além da análise e combate Todas essas discussões nos levam a crer que a
aproximação da disciplina de matemática ainda no ensino infantil colaboraria com uma
melhora no desenvolvimento dos alunos que saem do ensino infantil para o ensino
fundamental e os outros níveis da educação básica.
REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico escolhido neste projeto para nortear as discussões é Oliveira (2014),
segundo o autor muitos teóricos se pautaram a discutir ao longo de décadas a importância
da aplicação de jogos no processo de aprendizagem. Segundo ele: Um número crescente de
evidências sugere que os jogos aliados às brincadeiras proporcionam às crianças um contexto
adequado para aprender e aprimorar suas habilidades de alfabetização, o que
decorre de processos cognitivos, solução de problemas e imagens incorporados em
diversas situações lúdicas. (OLIVEIRA, 2014, p. 54) Se antigamente os jogos
configuravam puramente uma competição, nos dias atuais os jogos se apresentam
como atividades habituais de lazer, que muitas das vezes buscam representar os
aspectos da realidade. Oliveira (2014), também afirma que as crianças envolvidas
em brincadeiras desenvolvem de forma rápida os conhecimentos matemáticos e a
leitura, ao passo que, as crianças que pouco brincam, sentem muitas ou algumas
dificuldades nessas disciplinas. No que diz respeito ao professor, Oliveira (2014),
afirmar ser imprescindível que os docentes tenham conhecimentos prévios sobre os
jogos e sobre os conhecimentos que desejam repassar, visto que os alunos já
lançam mão de opiniões próprias que devem ser aperfeiçoadas com o conhecimento
do professor., como afirma na citação abaixo. A prática educacional do jogo unido à
teoria pode servir para o professor intervir também nas dificuldades individuais de
cada criança. Por meio da brincadeira, a criança expressa os sentimentos, aqueles
que não têm palavras para expressar e nem explicar. (OLIVEIRA. 2014, p. 59). Não
obstante, cumpre destacar que o teórico aplicou a metodologia em práticas
pedagógicas durante seu estágio, e que as crianças participantes conseguiram
desenvolver os jogos, assim como, outras áreas de aprendizagem. Outro importante
referencial teórico que o projeto apresenta é Melo (2010), que advoga em seu
trabalho intitulado “A importância da ludicidade na educação infantil”, como as
atividades lúdicas colaboram para a formação social e na personalidade das
crianças. Para além disso, para Melo (2010), os jogos são métodos e estratégias
que criam a ludicidade, e que a ludicidade por sua vez é a responsável pelo
processo de aprendizagem das crianças do ensino infantil, afirmando também que
“É de grande importância trabalhar os jogos simbólicos, regrados e as atividades de
recreação, para que a linguagem socializada possa se transformar em um verdadeiro
instrumento do pensamento.” (MELO. 2010, p. 25).
MÉTODO

 Durante uma semana ocorrera na escola X a Oficia de jogos matemáticos


para o ensino infantil. Essa oficina irá acontecer no período matutino com a
presença de todas as classes do ensino infantil e na presença dos
professores e de outros agentes da escola.
 Na segunda-feira, primeiro dia da oficina os alunos irão jogar a batalha naval,
na terça-feira dominó, na quarta-feira a loja de brinquedos, na quinta-feira e
na sexta-feira os jogos serão livres, podendo as crianças escolherem as
atividades lúdicas que desejam participar.
 Para o jogo de batalha naval o professor deverá desenhar no quadro, ou,
dividi-lo em quadrantes, distribuindo em cada quadrado prêmios e objetos.
Tal jogo ensinará ao aluno a ter noções de espaço, geometria, contagem,
trabalhar os conjuntos e desenvolver estratégias.
 Nos jogos de dominó os professores deverão colocar os alunos para jogar
por pares, ensinar a dinâmica do jogo para os alunos. O dominó terá como
função aperfeiçoar os cálculos matemáticos dos alunos.
 Uma das brincadeiras ofertadas, será a loja de brinquedos. Nessa atividade
os professores irão pegar alguns brinquedos e colocar preços, os alunos irão
comprar esses brinquedos com suas notas de dinheiro feitas por eles
mesmos durante a oficina. Esse jogo tem como função possibilitar que os
alunos aprendam mais sobre os valores, além de auxiliar no desenvolvimento
de cálculos matemáticos como adição e subtração.

CRONOGRAMA

Semana de jogos – período da manhã


Segunda-feira Batalha naval 07:30 às 11:00
Terça-feira Dominó 07:30 às 11:00
Quarta-feira Loja de 07:30 às 11:00
brinquedos
Quinta-feira Todos os jogos 07:30 às 11:00
Sexta-feira Todos os jogos 07:30 às 11:00
RECURSOS
 JOGOS DE TABUELEIRO
 JOGOS DE BATALHA NAVAL
 DOMINÓ
 NOTAS DE DINHEIRO (feitas pelas crianças).
 MESAS PARA OS ALUNOS SE ACOMODAREM NO PÁTIO DA
ESCOLA DURANTE OS JOGOS DE TABULEIROS, DOMINÓ.
 UM QUADRO PARA APRESENTAR A PONTUAÇÃO DE CADA
ALUNO.
 BRINQUEDOS AVULSOS PARA QUE AS CRIANÇAS
AVALIAÇÃO

A avaliação da atividade proposta se dará mediante ao preenchimento do formulário


abaixo pelo professor. Inicialmente deverá marcar os jogos dos quais cada aluno participou,
as perguntas elencadas abaixo serão respondidas com sim ou não. A ideia principal da
avaliação é mapear as dificuldades de cada criança, e assim possibilitar que o professor
possa criar novas intervenções visando a remediação dessas dificuldades.
Batalha naval ( )
Dominó ( )
Quais jogos o aluno participou durante a Loja de brinquedos ( )
oficina? Todos os jogos ( )

O aluno conhece todos os número? Sim ( ) Não ( )

O aluno compreendeu o jogo proposto? Sim ( ) Não ( )

SIM
O aluno apresentou dificuldades? Adição ( )
Subtração ( )
Divisão ( )
Multiplicação ( )
Todas as operações ( )

O aluno manteve uma boa Sim ( ) Não ( )


participação/socialização nas atividades?
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Nacional De Estudos E Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa): resultados nacionais Pisa 2018.
FRASSON, Fernanda; LABURÚ, Carlos Eduardo; DE FREITAS ZOMPERO, Andréia.
Aprendizagem Significativa Conceitual, Procedimental E Atitudinal: Uma Releitura Da
Teoria Ausubeliana. Revista Contexto & Educação, v. 34, n. 108, p. 303-318, 2019. FREIRE,
Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1992 GAUTHIER, C. et al. Por uma teoria pedagógica: pesquisa contemporâneas
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2021 OLIVEIRA. Nelson Vander. A PRESENÇA DE JOGOS MATEMÁTICOS NA
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