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Colégio Delta

A Pontifícia Universidade Católica do Rio


Grande do Sul (PUC-RS)

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

JONAS ADRIANO SERRÃO GARCIA

WALDIOMAR SIZO MELO

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA COMO


INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM.

ITUPIRANGA-PARÁ

2022
14

JONAS ADRIANO SERRÃO GARCIA

WALDIOMAR SIZO MELO

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DE MATEMÁTICA COMO


INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM.

Dissertação apresentada como requisitofinal


ao curso de Mestrado em Educação do
Colégio Delta – A Pontifica Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUC – RS),
para obtenção do título de mestre em
educação.

Orientador: Prof. Dr. Rudrisley Alves

ITUPIRANGA-PARÁ

2022
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MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

A COMISSÃO ABAIXO ASSINADA APROVA A DISSERTAÇÃO:

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DE MATEMÁTICA COMO


INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM.

Elaborado por: Jonas Adriano Serrão Garcia e Waldiomar Sizo Melo

Comissão Examinadora:

Professor (a) Dr. (a)

Professor (a) Dr. (a)

Prof. (a) Dr. (a)

Itupiranga - PA, de 2022.


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"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem
escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com
exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

(Carlos Drummond de Andrade)


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DEDICATÓRIA

A Deus, por tudo que tens feito por nós


em todos os momentos da nossa vida.
18

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, а Deus, qυе fez com que nossos objetivos fossem
alcançados, durante todos os nossos anos de estudos.

A Deus, por ter nos permitido que nós tivéssemos saúde е determinação para
não desanimar durante a realização deste trabalho.

A Deus, pela nossa vida, e por nos permitir ultrapassar todos os obstáculos
encontrados ao longo da realização deste trabalho.
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RESUMO

O lúdico na educação Matemática é uma das ferramentas utilizadas para a


aprendizagem dos alunos, uma vez que fica mais acirrada a competitividade no
mercado de trabalho, resultado este advindo da globalização e seus efeitos o que tem
levado os profissionais da educação a uma busca constante de melhora suas práticas
pedagógicas e dessa forma buscam o tempo todo por especializações com o intuito
de estar cada vez mais antenado com as novas tecnologias, novas ferramentas e
também novos métodos.
É perceptível que o uso dessas metodologias traz resultados significativos para o
aluno, como maior interação com os colegas, mais interesse pelo aprendizado,
desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico e, ainda, melhora na dinâmica das
aulas. O lúdico também é indicado para proporcionar ao aluno o desenvolvimento
psíquico, o raciocínio lógico e a capacidade de aprender, levando-o a analisar,
interpretar, estabelecer regras, conviver e interagir com seus pares, bem como
contribuir para a socialização e formação de pessoas autônomas, além de
desenvolver, especialmente, o raciocínio lógico matemático.
Para todos aqueles que necessitam da matemática como meio de sobrevivência não
classificam a mesma como algo fácil e quase sempre não é muito aceita por muitas
pessoas, incluindo alunos que encaram a matemática como algo muitas vezes surreal.
Este estudo, discutindo esta questão, apresenta, inicialmente, diferentes concepções
existentes sobre o Lúdico que servirão para refletir sobre o embasamento teórico das
práticas de ensino, mostrando a diferença estabelecida por pesquisadores e teóricos
entre brincadeira e ludicidade, que alertam, inclusive, para suas diferenças e para as
formas de utilizá-las. Apresenta, também, as alusões feitas ao tema no interior dos
Parâmetros Curriculares Nacionais e nos documentos que, norteando a organização
curricular das escolas, fazem referência à utilização do lúdico como ferramenta no
ensino da Matemática.
Este estudo visa analisar a concepção de educadores do ENSINO FUNDAMENTAL II
em escolas da cidade de Parauapebas – PA sobre a importância do lúdico para o
ensino da matemática. Com o propósito de fornecer subsídios necessários para
acréscimo de contribuições acerca do estudo em tela, a pesquisa é classificada como
qualitativa, bibliográfica, descritiva e de campo. Buscou-se para o alcance do objetivo
um roteiro de entrevistas com docentes do ENSINO FUNDAMENTAL II entre escolas
públicas, estaduais e municipais, e particulares de Parauapebas – PA.
Foi possível verificar a partir desta pesquisa a necessidade de mudanças de
metodologia de ensino, pois a atividade lúdica é pouco explorada devido a fatores
externos de administração como ausência de planejamento, de meios e instrumentos
de trabalho, bem como a desvalorização do servidor, a falta de investimento e a falta
de incentivo e apoio a formação continuada dos professores. Sugerimos, para
pesquisas posteriores, alavancar o universo do lúdico com outras disciplinas, assim
como realizar um estudo comparativo com outras séries entre as escolas do município
e ainda uma avaliação com a aplicação do lúdico com docentes e discentes a fim de
confrontar os resultados.

Palavras-chave: Matemática, Lúdico, Jogos, Brincadeiras.


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ABSTRACT

The ludic in Mathematics education is one of the tools used for student learning, since
competitiveness in the labor market is fiercer, a result arising from globalization and its
effects, which has led education professionals to a constant search for improves their
pedagogical practices and thus constantly seek specializations in order to be more and
more aware of new technologies, new tools and also new methods.
It is noticeable that the use of these methodologies brings significant results for the
student, such as greater interaction with colleagues, more interest in learning,
development of logical and critical reasoning, and even better dynamics in the classes.
The ludic is also indicated to provide the student with psychic development, logical
reasoning and the ability to learn, leading him to analyze, interpret, establish rules, live
and interact with his peers, as well as contribute to the socialization and training of
people. autonomous skills, in addition to developing, especially, mathematical logical
reasoning.
For all those who need mathematics as a means of survival, they do not classify it as
something easy and it is almost always not very accepted by many people, including
students who face mathematics as something often surreal.
This study, discussing this issue, presents, initially, different existing conceptions about
the Playful that will serve to reflect on the theoretical basis of teaching practices,
showing the difference established by researchers and theorists between play and
ludicity, which also alert to their differences and ways to use them. It also presents the
allusions made to the theme within the National Curriculum Parameters and in
documents that, guiding the curricular organization of schools, make reference to the
use of play as a tool in the teaching of Mathematics.
This study aims to analyze the conception of ELEMENTARY EDUCATION II educators
in schools in the city of Parauapebas - PA on the importance of playful activities for
teaching mathematics. With the purpose of providing necessary subsidies for the
addition of contributions about the study in question, the research is classified as
qualitative, bibliographical, descriptive and field. In order to reach the objective, a script
of interviews with teachers of ELEMENTARY EDUCATION II was sought among
public, state and municipal schools, and private schools in Parauapebas - PA.
It was possible to verify from this research the need for changes in the teaching
methodology, since the ludic activity is little explored due to external factors of
administration such as lack of planning, means and work instruments, as well as the
devaluation of the server, the lack of of investment and the lack of incentive and
support for the continuing education of teachers. We suggest, for further research,
leveraging the ludic universe with other disciplines, as well as carrying out a
comparative study with other grades among schools in the municipality and also an
evaluation with the application of ludic activities with teachers and students in order to
compare the results.

Keywords: Mathematics, Ludic, Games, Games.


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MEC - Ministério de Educação.

PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais.

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica.

LDB - Lei de Diretrizes e Bases.

MEC/SEF - Ministério de Educação/Secretaria do Ensino Fundamental


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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Perfil dos entrevistados: Sexo ..............................................................65

Gráfico 2 - Perfil dos entrevistados: Formação acadêmica....................................67

Gráfico 3 - Perfil dos entrevistados: tempo de formação .......................................70

Gráfico 4 - Perfil dos entrevistados: Tempo de atuação.........................................72

Gráfico 5 - Percepção dos docentes: O lúdico é conhecido como recurso didático?


................................................................................................................................73

Gráfico 6 - Percepção dos docentes: utilização do lúdico em sala de aula ...........75

Gráfico 7 - Percepção dos docentes: Quais tipos de lúdico utilizados ...................77

Gráfico 8 - Percepção dos docentes: a atividade lúdica pode contribuir para o


desenvolvimento do aluno na escola? .................................................................. .79

Gráfico 9 - Percepção dos docentes: as atividades lúdicas constituem índices de


avaliação ................................................................................................................82

Gráfico 10 - Percepção dos docentes: peso destas atividades no conceito avaliativo


................................................................................................................................83
23

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................13

1.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA E PROBLEMÁTICA.............................................17

1.2. OBJETIVOS ....................................................................................................21

1.2.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................21

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................21

1.3. JUSTIFICATIVA ..............................................................................................22

1.4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................24

1.4.1. QUANTO AOS FINS ....................................................................................24

1.4.2. QUANTO A ABORDAGEM DO PROBLEMA .............................................24

1.4.3. QUANTO AOS MEIOS ................................................................................25

1.4.4. QUANTO AO UNIVERSO ...........................................................................25

1.4.5. PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ......................................26

1.4.6. PROCEDIMENTOS PARA ANALISE .........................................................26

2. REFERENCIAL .................................................................................................27

2.1. MATEMÁTICA – CONCEITOS ......................................................................27

2.2. UMA BREVE HISTÓRIA DO LÚDICO ..........................................................30

2.3. O QUE É O JOGO? .......................................................................................34

2.4. A UTILIZAÇÃO DO LÚDICO COMO PRATICA PEDAGÓGICA ..................37

2.5. AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LÚDICO EM SALA DE AULA.39

2.6. APLICANDO O LÚDICO NA MATEMÁTICA ................................................45

2.7. OS PCN’s E O LÚDICO .................................................................................49

2.8. O LÚDICO PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ...................................53


24

2.9. FORMAÇÃO INCIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES: CONCEITOS E


REFLEXÕES.........................................................................................................56

2.10. A POSTURA DO PROFESSOR FRENTE AO USO DE JOGOS NO ENSINO DE


MATEMÁTICA.......................................................................................................59

3. CAMINHO METODOLÓGICO...........................................................................63

3.1. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ..............................................64

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................84

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 88

APÊNDICE E ANEXOS .......................................................................................98


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INTRODUÇÃO

Este trabalho surgiu a partir de nossas próprias inquietações pessoais em


particular, sobre a profissão de educador que somos, bem como das experiências que
temos em sala de aula com alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental na Escola
Municipal de Ensino Fundamental Mário Lago localizada no Complexo vs10 e na
Escola Municipal de Ensino Fundamental Nelson Mandela localizada Avenida
Castanheira, S/N próximo a rotatória. Tropical I. no município de Parauapebas/Pará,
que nos levaram a fazer diversos questionamentos em relação aos altos índices de
reprovações nas escolas do município de Parauapebas e principalmente a forma
como esses conteúdos de matemática vem sendo aplicados e trabalhados em salas
de aulas.

É notório afirmar que hoje se vive em uma sociedade de mudanças constantes


onde as novas conquistas surgem e a tecnologia avança dia após dia e se é levado
sempre a adquirir novas habilidade e competências devido às buscas constantes que
transforma e move cada indivíduo. Dentre tantas essas, se podem destacar os jogos
e a utilização dos mesmos no processo pedagógico, despertando no alunado o gosto
e o prazer na aprendizagem, oferecendo aos mesmos, possibilidades de
enfrentamento que lhes surgem ao longo do tempo.

Nosso interesse, neste trabalho, é compreendermos teoricamente a


importância dos jogos na aquisição do conhecimento matemático por intermédio de
um estudo acerca do brincar dos alunos e investigar a interferência do uso da
metodologia lúdica em sala de aula sobre o aprendizado dos mesmos em Matemática.
Essa interferência foi estudada na prática de educadores do quinto ao nono ano do
ensino fundamental de escolas públicas da rede municipal de Parauapebas-PA.

Vários são os estudos que foram feitos ao longo do tempo desde o século XIX
sobre a importância da brincadeira no processo ensino aprendizagem da criança
corroborando que brincar vai muito além de atividades com a função social de
promover o desenvolvimento da mesma de forma integral, além das possibilidades da
aprendizagem em seu processo escolar.
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Nosso interesse baseia-se na convicção de que jogos e brincadeiras estão


presentes na vida da criança e em seu processo ensino-aprendizagem e se associam
a sua infância. Brincar para a uma criança é algo que estar além de qualquer outra
coisa que a criança possa querer ou sinta o desejo de fazer, uma vez que a brincadeira
se faz presente na vida das mesmas em diversos tempos e culturas, mais a mesma
destaca-se principalmente em relação à aprendizagem e no desenvolvimento da
aprendizagem da educação infantil. Neste contexto os RCNEI (1988) corroboram que:

Brincar é realmente uma das atividades fundamentais para o


desenvolvimento da identidade e autonomia. O fato de a criança, desde muito
cedo, se comunicar por meio de gestos, sons, e mais tarde representar
determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua
imaginação. (RCENEI, 1998, v. 2, p. 27).

Destaca-se também alguns depoimentos de profissionais da área da educação,


dentre eles em sua maioria, professores de matemática que demonstraram ter
conhecimento da importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem dos alunos
quanto ao raciocínio lógico para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Assim
sendo, as brincadeiras e jogos quando praticados pelas crianças e adultos vai além
de atividades e práticas sociais e penetram em um mundo de relações sociais, em
que desenvolve em cada um senso de auxílio mútuo e iniciativas. Pode-se afirmar que
uma metodologia de forma lúdica, dinâmica e prazerosa pode proporcionar junto com
a aprendizagem manter e preservar as experiências vivenciadas e estabelecer
relações cognitivas.

Daremos nesta pesquisa maior enfoque à abordagem educacional, entendendo


que as várias abordagens se complementam quando o jogo se põe no contexto
escolar e que é de fundamental importância à formação do educador, suas práxis e
seu envolvimento com o aluno, como afirma Ribeiro (2013, pg. 01) O lúdico é parte
integrante do mundo infantil da vida de todo ser humano. O olhar sobre o lúdico não
deve ser visto apenas como diversão, mas sim, de grande importância no processo
de ensino-aprendizagem na fase da infância. Faz-se necessário destacar que o lúdico
também tem grande importância no ensino-aprendizado de adolescente, jovens e
também adultos.
15

Afinal, por que é tão importante brincar? Brincar é um ato que permite à criança
reproduzir o seu dia a dia e transformar em um mundo de imaginação e fantasia, pois
a mesma é uma importante forma de se comunicar com tudo o que estar a sua volta.
A construção da reflexão, da autonomia e da criatividade se dá pelo processo de
brincar, pois o mesmo possibilita o processo de aprendizagem da criança que
estabelece uma estreita relação entre jogos e brincadeiras. Neste contexto Piaget
(1971), afirma que: “quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem
compromisso com a realidade, pois sua interação com o objetivo não depende da
natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui”. Neste contexto Vygotsky
(1999) afirma:

“No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento


habitual de sua idade, além de seu comportamento diário, no brinquedo é
como se ela fosse maior do que na realidade. Como no foco de uma lente de
aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob
forma condensada, sendo ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento”
(VYGOTSKY, 1999, p. 134-135).

Neste sentido, faz-se necessário pensar, que a linguagem natural de toda


criança passa a acontecer a partir do momento que ela começa a brincar e a descobrir
um novo mundo de fantasias através da sua imaginação e a partir disso ela aprende
a viver e a conviver com pessoas e com novas perspectivas, aprende também a
respeitar a cada um, suas diferenças e diversidade de cada um.

A criança ao ter seus primeiros contatos com os jogos e brincadeiras passa a


aceitar a existência do outro e também construir conhecimentos, desenvolver relações
sociais e a desenvolver-se integralmente na sociedade na qual está inserida. Através
de jogos e brincadeiras que a criança passa a adquirir mais dependência, mais
segurança emotiva e afetiva, mais autonomia para realizar, tomar decisões e fazer
diferentes escolhas. E neste contexto Friedman (2012) destaca;

O brincar já existia na vida dos seres humanos bem antes das primeiras
pesquisas sobre o assunto: desde a antiguidade e ao longo do tempo histórico,
nas diversas regiões geográficas, há e vidências de que o homem sempre
brincou. Más em decorrência da diminuição do espaço físico e temporal
destinado a essa atividade, provocada pelo aparecimento d e instituições
escolares, pelo incremento da indústria de brinquedos e pela influência da
televisão de toda a mídia eletrônica e das redes sociais, tenha começado a
existir uma preocupação com a diminuição do brincar e a surgir um movimento
pelo seu resgate na vida das crianças. (FRIEDMAN,2012, p. 19).
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A criança ao ter contato com as primeiras brincadeiras em seu cotidiano, a


criança passa a desenvolver uma atitude positiva mediante a vida. Através de
brincadeiras e por meio delas a criança pode fazer coisas e pensar em como fazer as
mesmas, pois segundo alguns estudiosos “brincar é fazer”. Para Velasco (1996):

Brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou


intelectuais. Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular, e até
mesmo de desenvolver as capacidades inatas podendo vir a ser um adulto
inseguro, medroso e agressivo. Já quando brinca a vontade tem maiores
possibilidades de se tornar um adulto equilibrado, consciente e afetuoso
(Velasco 1996, p. 78).

Assim sendo, pode-se afirmar que as brincadeiras podem ser tanto individuais
quanto coletivas desde que fizer bem para a criança. Ela pode ou não ter regras, isso
pode aguçar ainda mais a autonomia da criança e fazer com ela sinta-se com mais
liberdade para criar e assim sua autonomia ficar mais notória, pois é a partir da
brincadeira que a criança ao usar a sua imaginação ela passa a expandir de forma
mais abrangente a mesma.

Destarte, para fundamentar teoricamente as discussões sobre o ensino da


matemática e o lúdico como instrumento de aprendizagem, este estudo está dividido
e estruturado da seguinte forma: o primeiro capitulo consiste da apresentação da
problematização e da metodologia e referencial teórico; no segundo, é dada
relevância às novas abordagens para a educação Matemática; o terceiro discorre
sobre o sério e o lúdico na práxis docente em Matemática; o quarto é constituído pela
pesquisa propriamente dita, quando será detalhada a metodologia e a caracterização
do estudo; no quinto capítulo, o estudo é finalizado com as considerações finais.
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CAPITULO I

1. DELIMITAÇÃO DO TEMA E PROBLEMÁTICA

Durante muito tempo, os alunos passaram a ter receio quando se tratava do


ensino da matemática pela fora como a mesma era ensinada e até nos dias atuais
ainda é perceptível esse desestímulo dos alunos em aprender matemática. A
construção do conhecimento vem sendo considerada como um novo paradigma da
aprendizagem. Nesse sentido a escola deve apresentar uma gama de atividades
dentro dos conteúdos programáticos que favoreçam o desenvolvimento integral dos
alunos. (MACHADO, 2011, pg. 13).

Dentre os exemplos de outras atividades do fazer escolar que muito tem se


destacado e ocupado lugar de destaque diante dos altos índices de reprovação e
retenção dos alunos, a matemática por sua relevância social tem sido uma delas.
Desta forma, pode-se dizer que o ensino da matemática por muito tempo foi marcado
pelo fracasso escolar, uma vez que esses ados são resultados apontados pelas
avaliações do desempenho da aprendizagem. De acordo com D’Ambrósio (1986,
p.36):

A Matemática é o maior fator de exclusão nos sistemas escolares. O


número de reprovações e evasões é intolerável. Em vista disso, faz-
se necessário inovar ações pedagógicas que promovam mudanças no
sentido de reverter esse quadro. [...] atribuir à Matemática o caráter de
uma atividade inerente ao ser humano, praticada com plena
espontaneidade, resultante de seu ambiente sociocultural e
consequentemente determinada pela realidade material na qual o
indivíduo está inserido. Portanto a Educação Matemática é uma
atividade social muito específica, visando aprimoramento dessa
atividade.
18

De acordo com Perrenoud (2000) o fracasso escolar tem como possíveis


causas fatores internos e externos à escola, evidenciando-se esse fracasso nas
dificuldades de aprendizagem e ausência de determinadas competências e
conhecimentos. Sobre o assunto, Lira afirma que: [...] o fracasso escolar se efetiva
quando o processo ensino-aprendizagem não acontece satisfatoriamente, quando
não se efetiva uma transformação qualitativa nos sujeitos aprendentes, quando não
se acolhem as diferenças, quando não se opta por uma pedagogia que não tenha
medo da estranheza do diferente, do outro. (LIRA, 2008, p. 12).

Neste contexto, vale ressaltar, que a sociedade na atualidade, bem como


pesquisadores e estudiosos, tem elevado o grau de exigência quando o assunto é a
escola, uma vez que o que se espera dela enquanto instituição de ensino, possa
transmitir aos alunos o pleno domínio de conhecimento e habilidades dos conteúdos.
De acordo com Andrade (2020), não é de hoje que o ensino-aprendizagem de
matemática tem sido um desafio para professores e alunos. Por se tratar de uma
ciência exata, que requer muita atenção e trabalho mental, boa parte dos alunos não
conseguem aprender. Muitos por acreditarem que ela é uma disciplina difícil, “apenas
para os mais inteligentes”, outros alegam não precisar dela em seu dia a dia. O que
não é verdade, pois todos nós precisamos e usamos diariamente, ainda que
inconscientemente.

De acordo com Santos (2016), é nesse cenário de inquietações pelas


problemáticas do ensino e da aprendizagem matemática e da percepção de que esse
cenário e seus fatores constituintes é bem mais complexo e multidimensional do que
parece à primeira vista que se faz necessário considerar-se a relevância de estudos
científicos que analisem e apontem os entrelaces, assim como às práticas, sentidos e
possibilidades de avanços desses contextos. Assim, essas inquietações do/no cenário
educacional também têm gerado uma ampliação dos estudos científicos sobre essas
problemáticas. Como focos desses estudos e/ou dos debates e embates políticos e
pedagógicos acerca do ensino de da aprendizagem matemática, destacam-se
diversas temáticas, que vão desde problemas referentes à história da Matemática,
formação de professores e professoras de matemática, ampliando-se para questões
referentes aos aspectos didático-metodológicos do seu ensino e da aprendizagem nos
diferentes níveis e modalidades da educação escolar.
19

De acordo com Andrade (2020) é a matemática que, muitas vezes, nos ajuda
a solucionar coisas simples do nosso cotidiano, como por exemplo, conferir o troco
dado em um caixa de supermercado. Logo, faz-se necessário que o professor de
matemática esteja sempre buscando novas formas de ensinar, tanto pela dificuldade
encontrada pelos alunos em aprender quanto pela necessidade de termos um bom
conhecimento matemático. Esta pesquisa indica mostrou que a ludicidade tem sido
um elo muito forte entre o professor e o aluno, facilitando assim o aprendizado do
aluno.

Neste contexto, é importante lembrar que, uma das preocupações que muito
tem extrapolado entre os professores, e em todo o universo voltado à educação, bem
como dirigentes educacionais, coordenadores, incluindo, na contemporaneidade, pais
e órgãos educacionais encarregados de gestar as ações do fazer escolar
sistematizado como o Ministério de Educação (MEC). Haja visto, que é ele quem o
responsável por elaborar os parâmetros curriculares para o país. Ainda neste
contexto, o (MEC) tem proposto inúmeras alterações nos currículos, além de
regulamentar os conteúdos nos mínimos detalhes que serão trabalhados nas escolas
de todo o Brasil.

De acordo com Santos (2016) é nesse último contexto apontado que se


inserem os estudos sobre as novas tendências da Educação Matemática, que
focalizam estudos sobre a relação da matemática com o cotidiano, com a cultura e
com seus diversos repertórios. Portanto, trata-se de uma perspectiva sociocultural da
Matemática em que, esta se configura como uma construção humana, dinâmica,
presente nas diversas esferas da vida humana, utilizada nestas e influenciada pelas
diferentes dimensões do cotidiano dessa humanidade.

Vale destacar também, que uma das maiores preocupações mais constantes
tem sido a formação de professores por aqueles que acreditam que há uma
necessidade urgente de se transformar o quadro educacional presente, uma vez que
de acordo com pesquisadores, do jeito que está não se consegue alcançar os
objetivos e as metas estipuladas, pois não condiz com a real necessidade do alunado
que ao buscar a escola afim de aprender e garantir conhecimentos acaba muitas
vezes desistindo de continua e dessa forma fica impossibilitado de reivindicar seus
direitos e cumprir seus deveres na sociedade. De acordo com Vilela (2008, pg. 6):
20

O professor é a peça chave desse processo, devendo ser encarado


como elemento essencial e fundamental. Não se quer dizer com isso,
que o professor seja o único responsável pelo sucesso do processo
educativo. Educar não se limita a repassar informações ou mostrar
apenas um caminho, mais é ajudar a pessoa a tomar consciência de
si mesma, dos outros e da sociedade. É oferecer várias ferramentas
para que a pessoa possa escolher entre vários caminhos, aquele que
for compatível com seus valores, visão de mundo e com circunstâncias
adversas que cada um virar encontrar.

Nesta perspectiva, vale ressaltar que as formas de ensinar tendo o lúdico como
ferramenta sejam mais atrativas e que possam despertar no aluno o desejo pelo
conhecimento e assim o seu intelecto seja ativado, e assim os mesmos possam ter
mais prazer em estudar matemática e possam também ver a mesma, presente no seu
cotidiano e dessa forma tenham o seu interesse pelo aprendizado despertado.
Embora seja do conhecimento de todos que, a Matemática, apesar de estar presente
constantemente na vida das pessoas, tem em seu ensino e em sua aprendizagem na
escola, um desafio cujos resultados negativos tem inquietado tantos agentes da
política educacional em nível macro, como profissionais do cotidiano da escola. A
relação afetiva negativa com a matemática escolar e as dificuldades em entendê-la
tem contribuído para sua denominação como disciplina difícil, que causa temor nos
alunos e alunas, assim como desânimo em muitos professores e professoras.
(SANTOS, 2016, pg. 16).

De acordo com Figueredo (2011), o lúdico é uma ferramenta alternativa que


pode ser utilizada como instrumento que quebra paradigmas no ensino da
matemática, ou seja, o lúdico é uma inovação na forma de ensinar esta ciência. O
aspecto que o diferencia é o fato de mostrar os conteúdos através da utilização de
jogos em que o professor não interfere de modo preponderante no desenvolvimento
da atividade. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais,
21

[...] um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles


provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante
que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor
analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o
aspecto curricular que se deseja desenvolver (BRASIL 1997, p. 48-
49).

Ao fazer uma análise sobre o lúdico no ensino da matemática, busca-se nesta


pesquisa as razões de sua utilização como metodologia de aprendizagem, como
proposta refletida em função de objetivos educativos. O estudo da ludicidade e os
benefícios que a mesma proporciona aos alunos, recebe importantes contribuições
significativas de estudiosos como Piaget (1974), Wallon (1995), Vygotsky (1987),
Leontiev (1994), dentre outros, para sua inserção como mecanismo auxiliar nos
procedimentos de ensinar e de aprender Matemática.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. OBJETIVO GERAL

Analisar a importância do lúdico no ensino da matemática como instrumento de


aprendizagem.

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Descrever a relevância da atividade lúdica para a aprendizagem;


 Identificar se os profissionais atuantes na área têm conhecimento sobre o
lúdico;
22

 Verificar se as atividades lúdicas são desenvolvidas e a maneira como são


desenvolvidas;
 Verificar se os profissionais encontram dificuldades na aplicação do lúdico e
quais são estes desafios

1.3. JUSTIFICATIVA

Esta pesquisa tem o lúdico no processo de ensino aprendizagem como eixo


principal e com a assimilação dos saberes de maneira contextualizada que
acompanharão os alunos ao decorrer do seu desenvolvimento acadêmico e pessoal.
Borin (1996) define que,

[...] a introdução de jogos nas aulas de matemática, é a possibilidade


de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que
temem a matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la.
Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva, e
a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que esses
alunos falam matemática, apresentam também um melhor
desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de
aprendizagem (BORIN,1996, p.15).

Neste contexto, vale ressaltar, que a ludicidade é uma ferramenta que serve
como uma alternativa para possíveis melhoras no aprendizado do aluno em sala de
aula, quando há eventuais bloqueios quanto a matemática. Contudo, o que se tem
constatado nas salas de aula é totalmente o oposto, uma vez que não se faz uso deste
recurso como técnica capaz de modelar e incentivar o aluno na busca do
conhecimento.

Segundo Santos (2016), em relação à educação, tem se ampliado o interesse


acadêmico e pedagógico sobre a relação desse lúdico com a aprendizagem. Se o
lúdico é parte da vida humana e a educação escolar também tem sua atuação voltada
23

para a formação desse humano, cabe perguntar qual o lugar desse lúdico na prática
pedagógica. Parte-se da premissa de que a presença do lúdico na escola deveria se
dar por seu valor educativo e de que, se assim o for considerado, poderá ser um
relevante instrumento pedagógico que configurará uma dimensão mais humana da
educação escolar, por sua contextualização e articulação com o contexto sociocultural
do qual a escola faz parte.

Corroborando com a autora acima supracitada, Moura (1994) afirma que o jogo
tem por finalidade desenvolver habilidades de resolução de problemas, pois possibilita
o estabelecimento de planos para alcançar seus objetivos, agindo nessa busca e
avaliando os resultados, assegurando assim a construção de conhecimentos mais
elaborados.

Desta forma, Figueredo (2011) afirma que, a atividade lúdica em sala de aula
desenvolve a curiosidade, o estimulo de debate e o desafio de enfrentar as
dificuldades e vencê-las. Para que isto ocorra, é necessário que o educador além de
estimular e incentivar também deve acompanhar o desenvolvimento fiel das
atividades, mas sem que o intuito do desenvolvimento intelectual seja perdido, ou seja,
o professor em sala diante da realização de atividades lúdicas não deve interferir
decisivamente, mas observar o desenrolar dos jogos.

Vale destacar, a importância do lúdico no ensino e desenvolvimento


educacional do aluno na matemática, embora estudos mostram que os estudos
quanto a esse assunto ainda não são suficientes, o que mostra a necessidade de mais
pesquisas e novos estudos científicos que tratem do tema e que os mesmos possam
ser meio de utilização e divulgação desta metodologia.

Assim sendo, a presente pesquisa é relevante por apresentar um tema


relativamente novo e que necessita de mais contribuições no que se refere ao
conhecimento da técnica, aplicabilidade, adoção dos instrumentos e divulgação por
docentes da área matemática, especificamente a uma amostra dos que atuam em
escolas da cidade de Parauapebas/Pa. A presente pesquisa teve como objeto de
estudo educadores da área matemática da cidade de Parauapebas - PA mais,
especificadamente aqueles dedicados ao ensino do Fundamental II, do 6° ao 9° anos.
24

1.4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1.4.1. QUANTO AOS FINS

O que nos motivou a estudar sobre esse tema, como citado na introdução desta
pesquisa foram nossas inquietações pessoais em relação ao alto índice de retenção
e reprovação de alunos nas escolas do munícipio de Parauapebas, especificamente
na disciplina de matemática. Diante desta realidade e compreendendo a importância
do lúdico para a formação humana, expomos nossas inquietações em responder a
seguinte problemática: por que o lúdico, sendo essencial para o desenvolvimento
humano das crianças, pouco vem sendo contemplado nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, em especial ao Ensino Médio?

De acordo com Vilela (2008): O ser humano, em função de suas necessidades


de sobrevivência e de adaptação ao ambiente vai, gradativamente, modificando suas
ações e, de maneira essencial, envolve-se na produção dos bens indispensáveis à
vida. Nessa ação de atender às próprias necessidades da existência, aparecem
tarefas que exigem a criação de instrumentos, gerada a partir da formulação de ideias
que assegurem melhores condições de trabalho.

Neste contexto, a pesquisa caracteriza-se como descritiva por ter como objetivo
primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos.
Sendo caracterizada através da utilização de técnicas padronizadas de coleta de
dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002). Além disso,
este estudo preocupa-se em observar fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e
interpretá-los sem a interferência do pesquisador (ANDRADE, 2002).

1.4.2. QUANTO A ABORDAGEM DO PROBLEMA


25

Desta maneira, o estudo utilizou-se do método indutivo, caracterizado pelo fato


de procurar a fundamentação do conhecimento na experiência e através da
observação dos fatos da realidade concreta e não em princípios pré-estabelecidos
(SOUZA, FIALHO E OTANI, 2007).
Segundo Gil (2008), a pesquisa descritiva demonstra variáveis conquistadas
através da coleta de dados, questionários e observações sistemáticas, além de que a
pesquisa descritiva é de extrema relevância para a elaboração e desenvolvimento
desta pesquisa, haja visto, que neste contexto é percebida a necessidade da adoção
de novas técnicas que incentivem o ensino e a aprendizagem dos alunos em
matemática.

1.4.3. QUANTO AOS MEIOS

Para o desenvolvimento deste, a pesquisa em questão caracteriza-se como um


estudo de natureza bibliográfica e de campo por utilizar por base outras pesquisas,
mas deixando lacunas para possíveis ampliações, comparações e criação de novas
ideias (SOUZA, FIALHO E OTANI, 2007).

1.4.4. QUANTO AO UNIVERSO

Assim sendo, esta pesquisa se caracteriza como um estudo de campo, de


acordo com Gil (2008) o estudo de campo procura o aprofundamento de uma
realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das
atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as
explicações e interpretações do ocorrem naquela realidade. Neste contexto, o estudo
teve como espaço amostral sete escolas. Deste universo, foram entrevistados 20
(vinte) professores de matemática do FUNDAMENTAL II da cidade de Parauapebas -
PA, constituindo uma amostra de 80% do universo.
26

1.4.5. PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Diante deste cenário, o procedimento de coleta de dados baseia-se no seguinte


roteiro:

 Descrever a relevância do desenvolvimento da atividade lúdica para a


aprendizagem;
 Identificar se os profissionais atuantes na área têm conhecimento sobre o
lúdico,
 Verificar se as atividades lúdicas são desenvolvidas e a maneira como é
desenvolvida;
 Verificar se os profissionais encontram dificuldades na aplicação do lúdico e
quais são estes desafios.

1.4.6. PROCEDIMENTOS PARA ANALISE

Vale destacar, que pesquisa foi desenvolvida a partir de uma entrevista


realizada com os docentes da área de matemática do ENSINO FUNDAMENTAL II,
mais particularmente do 6° ao 9° anos, entre as escolas particulares, públicas
estaduais e municipais. Para GIL (2008),” a entrevista é uma forma de interação social,
um diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se
apresenta como fonte de informação”.
Quanto as análises e os resultados encontrados, os mesmos forma obtidos
ataravés de planilhas eletrônicas, buscando a atender a itens tais como praticidade
na interação de informações e estética na apresentação e com isso possibilitar uma
melhor compreensão.
27

2. REFERENCIAL

2.1. MATEMÁTICA – CONCEITOS

Historicamente, a matemática ao longo do tempo tem sido considerada uma


disciplina um tanto quanto difícil, uma vez que para muitos alunos, a disciplina tem
seus conceitos na maioria muito abstratos e além disso, a forma de transmissão é um
tanto quanto tradicional, onde os professores buscam ensinar aos alunos o conteúdo
teórico, bem como as práticas. No entanto, isso tem sido visto pelos alunos como algo
repetitivo sem trazer nenhuma novidade que levem os alunos mudarem suas visões
sobre o ensino da matemática.

De acordo com Almeida (2006) Falar de dificuldade em Matemática é simples


quando dizem que se trata de uma disciplina complexa e que muitos não se identificam
com ela. Mas essas dificuldades podem ocorrer não pelo nível de complexidade ou
pelo fato de não gostar, mas por fatores mentais, psicológicos e pedagógicos que
envolvem uma série de conceitos e trabalhos que precisam ser desenvolvidos ao se
tratar de dificuldades em qualquer âmbito, como também em Matemática.

Contudo, vale destacar alguns conceitos de matemática. De acordo com o


dicionário Michaelis é a Ciência que trata das medidas, propriedades e relações de
quantidades e grandezas e que inclui a aritmética, a álgebra, a geometria, a
trigonometria, o cálculo etc.

Já para Miguel (2003) a Matemática deve conduzir os alunos à exploração de


uma grande variedade de ideias e de estabelecimento de relações entre fatos e
conceitos de modo a incorporar os contextos do mundo real, as experiências e o modo
natural de envolvimento para o desenvolvimento das noções matemáticas com vistas
à aquisição de diferentes formas de percepção da realidade.

Já na visão de D’Ambrósio (1986, p.36):

A Matemática é o maior fator de exclusão nos sistemas escolares. O número


de reprovações e evasões é intolerável. Em vista disso, faz-se necessário
inovar ações pedagógicas que promovam mudanças no sentido de reverter
28

esse quadro. [...] atribuir à Matemática o caráter de uma atividade inerente ao


ser humano, praticada com plena espontaneidade, resultante de seu
ambiente sociocultural e consequentemente determinada pela realidade
material na qual o indivíduo está inserido. Portanto a Educação Matemática
é uma atividade social muito específica, visando aprimoramento dessa
atividade.

Corroborando com o pensamento do autor acima supracitado, Vilela (2008),


destaca que: A preocupação com a reprovação e com a compreensão dos conteúdos
matemáticos tem extrapolado o universo de educadores e dirigentes educacionais,
incluindo, na contemporaneidade, pais e órgãos educacionais encarregados de gestar
as ações do fazer escolar sistematizado como o Ministério de Educação (MEC). Este,
encarregado de editar parâmetros curriculares para a nação, tem proposto, além de
alterações nos currículos, regulamentar conteúdos mínimos a serem trabalhados nas
unidades escolares brasileiras, que são considerados essenciais para a interpretação
de questões sociais.
No entanto, vale ressaltar, que a matemática é uma disciplina e uma ciência de
extrema relevância no dia a dia de todos, haja visto que utilizamos a mesma para
contagens, análises de receitas e despesas, além de ser utilizada como instrumento
de avaliação de desempenho financeiro empresarial, bem como de suma importância
para a vida cotidiano quando o assunto é cálculo e também para orientação pessoal,
para a construção civil, elétrica dentre outras funções.
Neste contexto, vale lembrar que a matemática também é vista como uma
disciplina obrigatória nos currículos escolares para o aprendizado de todos os alunos,
tendo como objetivos desenvolver o raciocínio lógico do ser humano, bem como a
capacidade de abstrair, generalizar e projetar. Assim sendo, em face da importância
da Matemática, os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos dessa
disciplina no Ensino Médio, possibilitar ao aluno (BRASIL, 1999):

• compreender os conceitos, procedimentos e estratégias matemáticas que permitam


a ele desenvolver estudos posteriores e adquirir uma formação científica geral;

• aplicar seus conhecimentos matemáticos a situações diversas, utilizando-os na


interpretação da ciência, na atividade tecnológica e nas atividades cotidianas;
29

• analisar e valorizar informações provenientes de diferentes fontes, utilizado


ferramentas matemáticas para formar uma opinião própria que lhe permita expressar-
se criticamente sobre problemas da Matemática, das outras áreas do conhecimento e
da atualidade;

• desenvolver as capacidades de raciocínio e resolução de problemas de


comunicação, bem como o espírito crítico e criativo;

• utilizar com confiança procedimentos de resolução de problemas para desenvolver


a compreensão dos conceitos matemáticos;

• expressar-se oral, escrita e graficamente em situações matemáticas e valorizar a


precisão da linguagem e as demonstrações em Matemática;

• estabelecer conexões entre diferentes temas matemáticos e entre esses temas e o


conhecimento de outras áreas do currículo;

• reconhecer representações equivalentes de um mesmo conceito, relacionando


procedimentos associados às diferentes representações;

• promover a realização pessoal mediante o sentimento de segurança em relação às


suas capacidades matemáticas, o desenvolvimento de atitudes de autonomia e
cooperação.

Na visão de Silva (2005). Para atender a esses objetivos, a Matemática escolar


deve possuir uma linguagem que busque dar conta de aspectos concretos do
cotidiano dos alunos, sem deixar de ser um instrumento formal de expressão e
comunicação para diversas ciências.
30

2.2. UMA BREVE HISTÓRIA DO LÚDICO

Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática


de ensinar-aprender participamos de uma experiência total,
diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica,
estética, e ética, em que a boniteza deve achar-se
de mãos dadas com a decência e a seriedade.
Paulo Freire

Convencionou-se pensar o lúdico com necessidade, direito e privilégio


exclusivo das crianças e, frequentemente, o termo é associado ao prazer e satisfação
gratuitos. Porém, em estudos mais recentes, constata-se a sua importância para o
desenvolvimento do ser humano, inclusive de suas responsabilidades perante a
sociedade. (Almeida, 2003).

A palavra lúdico se origina do latim ludus que significa brincar. Corbalán


menciona o que entendemos ser uma excelente contribuição para que possamos
expressar nossa concepção do lúdico e de seu uso como instrumento metodológico
na formação dos professores para que mude sua prática nas aulas de matemática:

Ensinar e aprender matemática pode e deve ser uma experiência com bom
êxito do sentido de algo que traz felicidade aos alunos. Curiosamente quase
nunca se cita a felicidade dentro dos objetivos a serem alcançados no
processo ensino-aprendizagem, é evidente que só poderemos falar de um
trabalho docente bem feito quando todos alcançarmos um grau de felicidade
satisfatório. (CORBALÁN, apud ALSINA, 1994, p. 14).

Segundo Figueredo (2011) O lúdico vem do latim ludus e significa brincar


através dos jogos. As atividades lúdicas podem ser um meio incentivador no ensino
da aprendizagem da matemática. São as transformações passada pela sociedade que
vêm exigindo uma mudança no ensino, sendo o professor o responsável direto por
estas transformações e desenvolvimento do aluno.

Neste contexto, vale destacar ainda o que conceito do dicionário Aurélio que
define:
31

Brincadeira: Ato ou efeito de brincar. Entretenimento, passatempo,


divertimento, brinquedo. Gracejo, pilhéria.

Jogo: Atividade física ou mental fundada em sistema de regras que definem


a perda ou ganho. Passatempo.

Brinquedo: Objeto para as crianças brincarem. Jogo de criança, brincadeira


(FERREIRA, 2000).

De acordo com Almeida (2007). No âmbito etimológico, à primeira vista,


encontramos uma semelhança de sentido entre os termos lúdico, jogo, brincadeira e
brinquedo. Cada um dos termos é usado e compreendido de uma maneira irrestrita,
que faz lembrar divertimentos e ações relacionadas ao mundo infantil. Mesmo no
dicionário Houaiss de Língua Portuguesa (2001), esta abrangência, esta
generalização dos termos se faz presente:

Lúdico relativo a jogo, a brinquedo que visa mais ao divertimento do que


qualquer outro objetivo. Que se faz por gosto, sem outro objetivo que o próprio
prazer de fazê-lo; tendência ou manifestação que surge na infância e no
adolescência sob forma de jogo, divertimento. (Houaiss, 2001, p. 1789)

Neste contexto, vale destacar o conceito de alguns autores que definem o


lúdico em diferentes aspectos:

Para Galloway (1981) a palavra lúdico refere-se ao jogo, à brincadeira, brincar


e brinquedo, e significa alegria, divertimento, humorismo.

De acordo com Piaget (1971) o lúdico não envolve apenas uma forma de
entretenimento para gastar energia das crianças, mas um meio que contribui e
enriquece o desenvolvimento intelectual.

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode


ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa
saúde mental, facilita os processos de socialização do conhecimento. (SANTOS,
1997, apud ROSA, 2011, p.58).
32

Winnicott (1985) afirma que o lúdico está inserido em comportamentos ou


sequências comportamentais mais denominadas pelo organismo do que pelos
estímulos, comportamentos esses que parecem ser intrinsecamente mais motivados
e realizados pelo seu próprio objetivo, e são vividos com relativo relaxamento e afeto
positivo.

Borges (1994) define lúdico como sendo a palavra que tem caráter de jogos,
brinquedos e divertimentos, a atividade lúdica das crianças.

Na visão de Almeida (2003) A educação lúdica está distante da concepção


ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. Ela é uma ação
inerente na criança, no adolescente, no jovem e no adulto e aparece sempre como
uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se redefine na
elaboração constante do pensamento individual em permutações com o pensamento
coletivo (ALMEIDA, 2003, p. 13).

Segundo Grando (1995), inserido no contexto da educação, o jogo vai além do


objetivo de jogar por jogar, ele torna-se um instrumento pedagógico com finalidade na
aprendizagem, construção e aplicação de conceitos. Isso ocorre por meio da
interferência do professor, pois o mesmo deve estar sempre se certificando que o
aluno está desenvolvendo trabalho mental, questionando sobre as jogadas e
estratégias desenvolvidas pelo aluno, levando-o a pensar sobre os conceitos
matemáticos que está trabalhando em cada jogada.

Neste contexto, destaca-se o pensamento de Sant’Anna; Nascimento (2011) O


lúdico é a brincadeira, é o jogo, é a diversão e é sob esse ponto de vista que
desenvolvemos essa pesquisa, para que o aprendizado de matemática se torne mais
atrativo e divertido. O brincar esteve presente em todas as épocas da humanidade,
mantendo-se até os dias atuais. Em cada época, conforme o contexto histórico vivido
pelos povos e conforme o pensamento estabelecido para tal, sempre foi algo natural,
vivido por todos e também utilizado como um instrumento com um caráter educativo
para o desenvolvimento do indivíduo.

Para Foster (2012) A história da infância mostra que o lúdico sempre existiu.
Desde povos mais primitivos aos mais civilizados, todos tiveram e ainda tem seus
objetos de brincar. Bolas, papagaios, jogar pedrinhas na água, pular amarelinha,
33

nossos antepassados já utilizavam e muitos eram confeccionados a partir de


elementos da natureza, como a espingarda feita de talo de bananeira, sabugos de
milho com retalhos de tecidos formavam lindas bonecas, latas cheias de terra com
pedaço de arame ou barbante virava um carrinho, entre outros.

Já Kishimoto (1988) apresenta seu conceito de brincar como sendo um


comportamento que ocorre espontaneamente e que se efetiva em decorrência do
prazer que a criança tem em sua prática. Para a criança, brincar é aprender,
experimentar e tentar, por conta própria, realizar uma tarefa e questionar seu mundo,
o que transforma a brincadeira numa coisa séria. Isso mostra que o brincar se torna
um processo benéfico para o desenvolvimento da criança.

Diante do exposto acima, vale destacar o que afirma Souza; Nascimento


(2014). Com base em alguns teóricos que defendem a ludicidade no processo
educativo, é possível afirmar que a partir do lúdico as aulas tornam-se mais atrativas
e, consequentemente, mais produtivas. No entanto, o jogo ou a brincadeira deve ter
uma intenção pedagógica, não pode ser apenas o jogo pelo jogo, mas o jogo ou a
brincadeira como uma forma de mediar o conhecimento de maneira mais prazerosa.

No entanto, é importante destacar que para que haja bons desempenhos, o


professor precisa planejar as suas práticas contemplando a ludicidade, mas para que
esta o auxilie em seu trabalho pedagógico é importante priorizar o currículo escolar
permitindo que o educador possa se organizar de acordo com as necessidades de
cada aluno. Sobre isso, Fernandes (2013, p.7) explica:

O currículo escolar deve ser um instrumento de apoio à organização da ação


escolar, especialmente no desempenho dos professores que devem tomar
como base a realidade das crianças como ponto de partida para o trabalho,
distinguindo sua diversidade, promovendo uma imagem positiva da criança,
solicitando atividades concretas desafiadoras, estimulando a descoberta,
capacidade criadora e criticidade, enfatizando a participação e ajuda mútua.

Ainda de acordo com Fernandes (2013, p. 8), as práticas pedagógicas devem


favorecer o desenvolvimento infantil e a obtenção de conhecimentos de forma
34

prazerosa e significativa. O trabalho pedagógico orientado e trabalhado pelo educador


com um olhar para uma sociedade complexa e diversificada promovendo assim a
inserção social construtiva respeitando, sendo capaz de desenvolver sua autonomia,
identidade, espírito de cooperação e solidariedade com os demais, não apenas dentro
da escola, mas também fora dela.

A interação proporcionada pela ludicidade também estreita os laços entre


professor e aluno, proporcionando mais segurança ao discente para investir em sua
aprendizagem, pesquisar, explorar e questionar, promovendo-lhe uma autonomia
intelectual ao construir seu raciocínio lógico por meio de atividades significativas,
interativas e reflexivas. (SILVA; AZEVEDO, 1995 apud MAIA, 2012).

De acordo com Souza; Nascimento (2014). Embora o lúdico na educação seja


um tema atual, bastante discutido e estudado, alguns educadores ainda desconhecem
este termo ou tem uma visão equivocada do mesmo, principalmente por alguns
desses educadores ainda estarem muito presos à educação tradicional, caracterizada
pela transmissão de conhecimentos, sem possibilidades de interação por parte da
criança.

2.2.1. O QUE É O JOGO?

Os jogos matemáticos podem ser incorporados à sala de aula por serem parte
de uma metodologia que está ao alcance dos professores e que não necessita de
grandes investimentos. Os professores podem lançar mão de diferenciados jogos que
se utilizam de tabuleiros, pedaços de papéis, uso do quadro, folhas xerocadas, entre
outros. Eles possibilitam desenvolver habilidades na Matemática de maneira lúdica e
prazerosa facilitando, assim, uma aprendizagem efetiva e eficiente, além de
possibilitar uma maior interação entre os alunos durante os jogos. O uso de jogos em
sala de aula representam também, uma possibilidade de reduzir as atividades
em folhas que muitas vezes são enfadonhas e repetitivas. (AGUIAR, 2015).

Segundo Cipriano (2017) No universo das escolas e salas de aulas, existem


diferenças relacionadas a níveis sociais, cultura, raça, religião etc. Além disso, a
tecnologia exagerada e acessível à maioria da população, muitas vezes, torna o
35

quadro de giz e “saliva” em instrumentos pouco atrativos. É necessário, assim,


diversificar as metodologias de ensino, sempre em busca de resgatar o interesse e o
gosto dos alunos pelo aprender.

Neste contexto, vale desatacar o que afirma Maia (2012) A ludicidade é uma
das estratégias de ensino que consiste em aplicar a Matemática em sala de aula de
maneira construtiva com jogos e material concreto, pois funciona como um elo entre
o aluno e o conhecimento. O ideal é que esses recursos didáticos sejam aplicados em
um espaço adequado para tal função, ou seja, um laboratório de Matemática.

De acordo com Antunes (2003). Os jogos podem ser de exercício exercitar a


função em si; simbólico – o indivíduo se coloca independente das características do
objeto, funcionando em esquema de assimilação; de regras – está implícita uma
relação interindividual que exige resignação por parte do sujeito; e de contribuição –
exige criatividade por parte da criança. A imitação passa por várias etapas, até que,
com o passar dos tempos, a criança é capaz de representar um objeto na ausência
dele. Quando acontece, significa que há uma evocação simbólica da realidade
ausente.

Para Andrade (2020) o jogo também significa uma atividade submetida a regras
que, se seguidas corretamente, estabelecem um vencedor e, consequentemente, um
perdedor, gerando desprazer a esse último. Porém, mesmo que esse venha a ser
derrotado ele pode conhecer-se, estabelecer o limite de sua competência e traçar
novas estratégias para vencer seu adversário na próxima partida.

Diante deste cenário, são inúmeros as teorias sobre jogos na visão de


pesquisadores e o que os mesmos podem possibilitar ao educando, como:

Almeida (1987) resgata, em sua obra, Rosseau (1712-1778), que afirma ver,
na criança, uma alegria natural provocada pelo jogo, por meio do qual se
aprende por conquista ativa. Pestalozzi (1746-1827) define jogo como um
fator enriquecedor para o senso de responsabilidade e para as normas de
cooperação. Spencer (1820-1903) observa o jogo como um instrumento
capaz de elevar o desenvolvimento da vida intelectual do indivíduo. Já Dewey
(1859-1952) defende o jogo como uma atividade pessoal de cada estudante
e como um espaço fértil, quando associado à motivação. (apud MORBACH,
2012; p. 27).
36

Neste contexto, vale destacar as inúmeras expressões que se utiliza a palavra


jogo. De acordo com Cordazzo; Vieira (2007). Quanto à designação dos verbos
brincar e jogar, existem dificuldades na sua utilização. Enquanto no português há uma
definição que distingue as duas ações, no inglês e no francês ambas têm diversos
significados, muitos dos quais diferentes da ação lúdica infantil. No inglês, o termo
game designa o ato de jogar e se refere mais especificamente aos jogos de regras,
entretanto, ele pode se confundir e ter o mesmo significado de play, que indica o
brincar, a ação da brincadeira. A língua francesa designa o termo jouer para as ações
de brincar e de jogar, não fazendo distinção semântica entre elas. Tanto no inglês
quanto no francês, os vocábulos que designam as ações de brincar e de jogar também
têm outros significados. Eles também podem ser utilizados para tarefas como
representar, tocar instrumentos e uma gama imensa de atividades, diferentes da ação
lúdica infantil.

Diante disso, destaca-se que o jogo tem vários significados, mais o que está
sendo pesquisado e estudado neste trabalho é o jogo que é brincado, que pode ser
utilizado como metodologia de ensino na sala de aula, além das possibilidades que
eles oferecem aos alunos durante as aulas. Assim sendo, destaca-se também que o
jogo é muito importante no desenvolvimento da criança, ajudando também a ter uma
vida mais saudável e mais alegre.

Corroborando com o assunto, ressalta-se que:

Isso nos remete à ideia de que o jogo é produção da cultura, ou seja,


representa símbolos, signos, valores, hábitos e costumes, comportamentos e
objetos produzidos pela sociedade, pela coletividade, antecedendo e
transcendendo os indivíduos que dela faz porte (SOMMERHALDER; ALVES,
2011, p. 12).

Segundo os autores, o jogo é responsável pela criação da cultura dos povos,


pois através dele criam costumes, confeccionam objetos, realizam festas. Através dos
jogos são criadas várias ações que acaba fazendo parte da cultura, são coisas que as
pessoas constroem que acaba influenciando no seu comportamento, na sua maneira
de viver e conviver com as pessoas e faz com que a pessoa desenvolva suas
habilidades. (AVELAR, 2019).
37

2.2.2. A UTILIZAÇÃO DO LÚDICO COMO PRATICA PEDAGÓGICA

O lúdico além de ser uma ferramenta útil e importante no processo ensino-


aprendizagem do aluno, ela também pode ser uma aliada do professor em suas
práticas pedagógicas, bem como uma ferramenta de extrema relevância também pela
saúde mental do ser humano e, por este e outros motivos, a mesma é um espaço que
merece bastante atenção por parte dos pais e educadores, pois é o espaço para
expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o
exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos que a
cercam.

O brincar é um direito da criança de tal forma que consta no Estatuto da Criança


e do Adolescente (ECA), no livro I da parte geral, título II, dos direitos fundamentais,
capítulo II do direito à liberdade, ao respeito e a dignidade, em seu artigo 16, o direito
à liberdade compreende o seguinte aspecto: Inciso IV – a criança e o adolescente têm
direito a brincar, praticar esportes e se divertir. (SOARES, 2019).

De acordo com Figuerdo (2011) Determinada pela Lei de Diretrizes e Bases a


educação em geral e principalmente o Ensino Fundamental, é dever do poder público
assegurar a formação educacional como também para o exercício da cidadania da
sociedade fornecendo-lhes meios de atingi-los. De acordo com a Lei de Diretrizes e
Bases - LDB seção III artigos 32º, 33º, 34º, o ensino fundamental tem duração de oito
anos, é obrigatório e gratuito na escola e o objetivo é a formação básica do cidadão,
cujo aluno deve desenvolver o pleno domínio da leitura, escrita e cálculos,
compreender o ambiente natural, social e político, adquirir conhecimentos, habilidades
e formar valores, conforme BRASIL (1996).

Corroborando com Figueredo acima citado, lúdico possibilita o estudo da


relação da criança com o mundo externo, bem como na formação de sua
personalidade. Através das atividades lúdicas e dos jogos, a criança forma conceitos,
seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas
compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante,
vai se socializando. (RIBEIRO; PAZ, 2012).
38

Machado (2014, p. 15) destaca que a matemática, como todas as disciplinas


da escola básica é um meio para a formação pessoal, desempenhando papel
fundamental na articulação entre a expressão e a compreensão de fenômenos; entre
a análise argumentativa e a síntese que favorece a tomada de decisões, entre o
enfrentamento de questões que a realidade concreta continuamente apresenta e o
recurso a instrumentos abstratos que constituem meios de aproximação de tal
realidade.
Como destaca Winnicott (1995), o lúdico é considerado prazeroso, devido a
sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de
entusiasmo. Neste contexto, Pinto e Tavares (2010),

O professor deve organizar suas atividades para que sejam significativas para
o aluno. Deve criar condições para um trabalho em grupo ou individual,
facilitando seu desenvolvimento. Pois, é no lúdico que a criança tem a
oportunidade de vivenciar regras, normas, transformar, recriar, aprender de
acordo com suas necessidades, desenvolver seu raciocínio e sua linguagem
(PINTO e TAVARES, 2010, p. 232).

Assim, nesta perspectiva, os jogos lúdicos são também pedagógicos, porque


envolve os seguintes critérios: a função de literalidade e não literalidade, os novos
signos linguísticos que se fazem nas regras, a flexibilidade a partir de novas
combinações de ideias e comportamentos, a ausência de pressão no ambiente, ajuda
na aprendizagem de noções e habilidades. (RIBEIRO; PAZ, 2012).

O jogo lúdico é formado por um conjunto linguístico que funciona dentro de


um contexto social; possui um sistema de regras e se constitui de um objeto
simbólico que designa também um fenômeno. Portanto, permite ao educando
a identificação de um sistema de regras que permite uma estrutura sequencial
que especifica a sua moralidade. (PIAGET apud WADSWORTH,1984, p. 44).

Chateau apud Balestra e Gequelin (2008, p. 5), ressalta a importância da


educação na vida das pessoas. Diz o autor: ―É preciso preparar a pessoa para a vida
e não para o mero acúmulo de informações. ‖, ou seja, é necessário considerar o
aluno um sujeito completo, neste sentido, faz-se necessário uma educação que
contemple o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico,
psicológico, afetivo, emocional, cultural, crítico, entre outros. Por isso o jogo tem um
39

papel pedagógico extremamente importante, justamente por contemplar este


desenvolvimento integral da criança.

Assim sendo, Figueredo (2011) afirma que, através do lúdico a criança assimila
conhecimento para abordar suas dificuldades, transformando sua realidade,
promovendo satisfação liberando suas emoções, fantasias, buscando conhecer as
intempéries do mundo, por intermédio da leitura, do aprendizado, desenvolvendo e
produzindo concentração e conhecimento das coisas. Portanto a utilização do lúdico
nas atividades pedagógicas torna-se importante e precisa para o direcionamento do
aprender das crianças.

2.3. AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LÚDICO EM SALA DE AULA.

A inserção do lúdico nas práticas pedagógicas têm sido bastantes discutida


entre os estudiosos da área, que buscam mostrar a sua importância para o
desenvolvimento dos alunos, bem como um canal facilitador no processo
aprendizagem dos mesmos, uma vez que é através do lúdico que os professores têm
a possibilidade de garantir um aprendizado com significado muito positivo para os
alunos que de alguma forma tenham dificuldades de aprendizagem.

Contudo, a inserção do lúdico nas práticas pedagógicas de professores visando


uma melhor e mais acessível aprendizagem aos alunos com dificuldades devem ser
postas no sentido real de brincadeira, uma vez que se esta for aplicada de forma
equivocada podem ocasionar vantagens e desvantagens, tanto para um quanto para
o outro. Como destaca Grando (2004), antes de utilizar jogos em sala de aula o
professor deve ter em mente que estes podem ocasionar vantagens e/ou
desvantagens no processo de ensino-aprendizagem dependendo da maneira como
forem utilizados.

Contudo, não é o jogo em si que proporciona o aprendizado, mas o


comportamento da criança, sua interação com o jogo e a troca de experiências com
os demais colegas. Portanto, o professor deve estar sempre atento e gerando
experiências, criando situações e questionando os alunos, caso contrário o jogo
servirá apenas como material de recreação. (ANDRANDE, 2015).
40

De acordo com Almeida (2000);

O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantindo se


o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não tiver
um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação
lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e predisposição
para levar isso adiante (ALMEIDA, 2000, p. 63).

De acordo com Ribeiro; Paz (2012) os jogos lúdicos oferecem condições para
que o educando vivencie situações-problemas. É a partir do desenvolvimento de jogos
planejados e livres que a criança vivencia experiências com a lógica e o raciocínio,
permitindo-lhe atividades físicas e mentais que ofereçam o desenvolvimento da sua
sociabilidade, estimulando as reações afetivas, cognitivas, sociais, morais, culturais e
linguísticas. De acordo com Vygotsky:

É na interação com as atividades que envolvem simbologia e brinquedos


que o educando aprende a agir numa esfera cognitiva. Na visão do autor a
criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida
real, tanto pela vivência de uma situação imaginária, quanto pela
capacidade de subordinação às regras. (VYGOTSKY, 1984, p. 27).

Diante disso, como se pode ver, o resultado será positivo, ou terá um


prognóstico certo se o professor conhecer as regras do jogo e pronto para efetuá-lo.
Necessário que o educando tenha conhecimento aprofundado do funcionamento do
lúdico, pois, nada será aproveitado e o seu resultado não trará futuro no
desenvolvimento sócio educativo do aluno. (FIGUEREDO, 2011).

Ainda segundo a autora acima supracitada, existem ainda nos dias de hoje
escolas e professores que não usam o lúdico como um facilitador da aprendizagem.
Sendo assim, eles/elas não se qualificam para este fim, desvalorizando o seu uso. E
sendo um dos maiores problemas para inserir o lúdico em sala de aula, o educador
tem que ter consciência como vai usar o lúdico e uma boa fundamentação teórica.
41

Vale ressaltar que são inúmeras as vantagens e desvantagens de aliar o lúdico


a suas práticas pedagógicas no dia a dia escolar. Quando se fala em ludicidade, logo
vem à cabeça jogos, brincadeiras, diversão, interação e lazer, uma vez que o uso
desta ferramenta (lúdico) é de extrema importância no processo de desenvolvimento
do aluno. Corroborando com este pensamento, Bertoldo (2004, p. 140) “O lúdico pode
incorporar valores morais e culturais em que as atividades em que as atividades
lúdicas devem visar a autoimagem, a autoestima, o autoconhecimento, a cooperação,
porque estes conduzem à imaginação, à fantasia, à criatividade, a criatividade e uma
porção de vantagens que ajudam a moldar suas vidas, como crianças e como adultos”.

Portanto, a utilização do lúdico como recurso pedagógico vem sendo visto com
uma saída para o ensino e a aprendizagem. Só que este uso em sala de aula tem que
ser aplicado de forma adequada, um erro na sua aplicação significaria uma grande
perda para a educação. Cabe ao educador fazer da mais simples atividade um
momento de aprendizagem, ler uma reportagem pode se transformar em uma
divertida atividade. O lúdico não tem lugar, nem hora podendo ser utilizado a qualquer
momento. Relacionar o lúdico a coisas de criança estragaria e colocaria em risco a
sua utilização, a ludicidade pode ser desenvolvida tanto para adulto como para a
criança, nos mais diversos ambientes. (FIGUEREDO, 2011).

Neste contexto, vale lembrar que cabe também ao professor a criação de


espaços agradáveis, ambientes onde não existam receios ou medos por parte dos
alunos e que os professores possam se sentir mais confiantes em desenvolver suas
práticas. Por outro lado, as possibilidades que os alunos terão em poder cantar, atuar,
dramatizar e recitar se tornarão mais acessíveis, além dos mesmos se sentirem com
mais autonomia, mais apoio e muito mais capacidade de inovar em suas práticas
rotineiras, além de poder desenvolver uma aprendizagem bastante significativa, como
afirma Figueredo (2011) “O lúdico não pode ser apenas uma ferramenta de
memorização, mas de puro incentivo sem forçar o desenvolvimento da criança”.

Ainda em relação ao assunto abordado acima, Ribeiro; Paz (2012) O educador


deve oferecer formas didáticas diferenciadas e diversificadas, utilizando atividades
lúdicas para que a criança sinta o desejo de pensar. Isto significa que ela pode não
apresentar predisposição para gostar de uma disciplina e por isso não se interessa
42

por ela. Daí a necessidade e importância de disponibilizar atividades lúdicas na


escola.

Conforme (Santos, 1999, p.12), para a criança, “brincar é viver”. Esta é uma
afirmativa muito usada e bem aceita, pois a história nos mostra que as crianças
sempre brincaram, brincam e continuarão brincando, porque criança gosta de brincar
e, quando isso não acontece, alguma coisa pode estar errada. Algumas brincam por
prazer, outras brincam para aliviarem angústias, algum sentimento ruim.

De acordo com (Kishimoto, 2002, p.146), “por ser uma ação iniciada e mantida
pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios, pela exploração ainda que
desordenada, e exerce papel fundamental na construção de saber fazer”. As
brincadeiras são formas mais originais e espontâneas que a criança tem de se
relacionar e de se apropriar do mundo. É brincando que ela se relaciona com as
pessoas e objetos ao seu redor e, brincando, ela está aprendendo o tempo todo com
as experiências que pode ter. São essas vivências, na interação com as pessoas de
seu grupo social, que possibilitam a apropriação da realidade, da vida e toda sua
plenitude.

Na visão de Figueredo (2011) As desvantagens também existem na utilização


do lúdico, como a desqualificação do professor, o medo de ousar, de criar, de não ser
aceito, ou seja, a insegurança do professor que atrapalha muito no desenvolvimento
e sucesso das atividades, sendo possível ainda que exista por partes dos alunos o
constrangimento, acanhamento de não conseguir obter êxito nas atividades. O lúdico
não pode assumir inteiramente a responsabilidades do ensino- aprendizagem do
aluno e o educador não podem deixar transparecer que estar sendo autoritário, ele
deve propor uma determinada atividade e regras para aplicação da mesma e jamais
impor as suas regras e nem o seu jogo.

Nesta perspectiva, Grando (2000), ao destacar as vantagens e desvantagens,


leva em conta diversos fatores em que devem ser considerados pelo professor para
o desencadeamento de uma atividade desse tipo, tais como: o ambiente da sala
deve ser propício ao desenvolvimento da imaginação dos alunos, principalmente se
for criança. Esse ambiente deve ser composto de possibilidades em que permitem a
troca de interações, não somente entre professor e aluno, mas também entre alunos.
43

Para tanto, a mesma baseia-se na ideia de Khisimoto (1994):

“à disponibilidade de materiais, o nível de verbalização entre adultos e


crianças e aspectos educativos e corporais para estimular brincadeiras
(...). A verbalização do professor deve incidir sobre a valorização de
características e possibilidades dos brinquedos e possíveis estratégias
de exploração. ” (KHISIMOTO, 1994; p.20 apud GRANDO 2000).

Diante disso, em concordância com as palavras da referida autora, é preciso


que o professor participe também de todo o processo ao inserir esse recurso didático
em sala e aula, de modo que o mesmo permita ao aluno construir seu próprio
conhecimento através das situações que forem surgindo ou até mesmo pelos erros
cometidos pelo aluno ao tentar chegar a uma solução para um determinado problema.
(BONFIM, 2016).

De acordo com Grando (2000), antes de o professor propor uma atividade com
o uso dos jogos, é preciso que o mesmo esteja ciente das vantagens e desvantagens
desse recurso didático-pedagógico, as quais devem ser refletidas e assumidas pelos
educadores. Desse modo, a referida autora apresenta as seguintes vantagens e
desvantagens.
44

VANTAGENS DESVANTAGENS
-Fixação de conceitos já aprendidos de - Quando os jogos são mal utilizados, existe
uma forma motivadora para o aluno; o perigo de dar ao jogo um caráter
-Introdução e desenvolvimento de puramente aleatório, tornando-se um
conceitos de difícil compreensão “apêndice” em sala de aula. Os alunos
-Desenvolvimento de estratégias de jogam e se sentem motivados apenas pelo
resolução de problemas (desafio dos jogo, sem saber por que jogam;
jogos); -O tempo gasto com as atividades de jogo
-Aprender a tomar decisões e saber avaliá- em sala de aula é maior e, se o professor não
las; estiver preparado, pode existir um sacrifício
-Significação para conceitos aparentemente de outros conteúdos pela falta de tempo;
incompreensíveis; -As falsas concepções de que se devem
-Propicia o relacionamento das diferentes ensinar todos os conceitos através de
disciplinas (interdisciplinaridade); jogos. Então as aulas, em geral,
-O jogo requer a participação ativa do transformam-se em verdadeiros cassinos,
aluno na construção do seu próprio também sem sentido algum para o aluno;
conhecimento; -A perda da “ludicidade” do jogo pela
-O jogo favorece a socialização entre os interferência constante do professor,
alunos e a conscientização do trabalho em destruindo a essência do jogo;
equipe; -A coerção do professor, exigindo que o
-A utilização dos jogos é um fator de aluno jogue, mesmo que ele não queira,
motivação para os alunos; destruindo a voluntariedade pertencente
-Dentre outras coisas, o jogo favorece o á natureza do jogo;
desenvolvimento da criatividade, de senso -A dificuldade de acesso e disponibilidade
crítico, da participação, da competição de material sobre o uso de jogos no ensino,
“sadia”, da observação, das várias formas que possam vir a subsidiar o trabalho
de uso da linguagem e do resgate do prazer docente.
em aprender;
-As atividades com jogos podem ser
utilizadas para reforçar ou recuperar
habilidades de que os alunos necessitem.Útil
no trabalho com alunos de diferentes níveis;
-As atividades com jogos permitem ao
professor identificar, diagnosticar alguns
erros de aprendizagem, as atitudes e as
dificuldades dos alunos.

(GRANDO, 2000, p.35)


Portanto, fica evidenciado através da autora que a aplicação do método lúdico
tem seus pontos positivos como também os negativos, o que se deve verificar o
melhor momento para o desenvolvimento do lúdico na sala de aula.
45

2.6. APLICANDO O LÚDICO NA MATEMÁTICA

Machado (2014, p. 15) destaca que a matemática, como todas as disciplinas


da escola básica é um meio para a formação pessoal, desempenhando papel
fundamental na articulação entre a expressão e a compreensão de fenômenos; entre
a análise argumentativa e a síntese que favorece a tomada de decisões, entre o
enfrentamento de questões que a realidade concreta continuamente apresenta e o
recurso a instrumentos abstratos que constituem meios de aproximação de tal
realidade.
De acordo com Ribeiro; Paz (2012) A matemática sempre fez e faz parte da
vida do homem, desde o seu nascimento. E, a sua maneira, as crianças participam de
várias atividades, envolvendo quantidades, números e espaços. Em situações reais e
corriqueiras como pontuar um jogo, colecionar figurinhas, repartir brinquedos e doces,
manipular dinheiro, etc., ela aprende conceitos matemáticos naturalmente. Ao chegar
à escola, já conta com base do seu conhecimento matemático formada, cabendo a
essa instituição aprofundá-lo e sistematizá-lo da forma mais natural possível.
Com base nas informações acima, compreende-se que o uso da disciplina
matemática, precisa ser trabalhado para que o aluno tenha encontre possibilidade que
lhe atribua um novo sentido durante todo o seu processo de formação acadêmica,
bem como em sua formação pessoal. Corroborando com este pensamento Machado
(2014) destaca que:

Por meio das diversas disciplinas, os alunos adentram de maneira ordenada


– de modo disciplinado, portanto – o fecundo e complexo universo do
conhecimento em busca do desenvolvimento das competências básicas para
sua formação pessoal. [...] Existe um acordo tácito com relação ao fato de
que os adultos necessitam dela em suas ações como consumidores, como
cidadãos, como pessoas conscientes e autônomas”. (MACHADO, 2014, p.
45).

Nesta perspectiva, destaca-se que, o lúdico vem sendo estudado e visto pelos
estudiosos com uma das saídas para o ensino, principalmente na matemática que é
temido por muitos, tornando um dos motivos de importância, onde se percebe o
desenvolvimento do aluno da autoestima, autonomia, as atividades lúdicas através
dos jogos dão à oportunidade de torná-los mais confiantes, desenvolvendo
46

habilidades significativas para suas vidas em sala de aula e na sociedade.


(FIGUEREDO, 2011).

Neste contexto, segundo Borin (1996), o jogo tem papel importante no


desenvolvimento de habilidades de raciocínio como organização, atenção e
concentração, necessárias para o aprendizado, em especial da Matemática, e
também para a resolução de problemas em geral. Diante disso, Ribeiro; Paz (2012)
destaca que, o lúdico tem sido muito enfatizado como recurso para que as crianças
enfrentem a aversão e o receio que grande parte delas desenvolve em relação à
matemática, em função de um ensino sem significado.

Ainda segundo Ribeiro; Paz (2012), os jogos e as brincadeiras não se


constituem perda de tempo, como pensam muitos professores; ao contrário,
oportunizam o enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem, conferindo
mais qualidade na educação. A interação entre os alunos é uma estratégia que, além
de desenvolver o senso de cooperação e de coletividade, é muito importante na
construção do conhecimento.

Assim sendo, a educação tem como uma das principais funções preparar a
criança para a vida adulta, caberá ao professor o papel de orientar a transição entre o
jogo e o trabalho, mais uma vez percebe-se a importância do papel do professor como
mediador. A transição ocorrerá de forma mais significativa e prazerosa se o centro dos
interesses revestir uma aparência de jogo, cujos objetivos lúdicos e educativos deve
despertar o interesse e a conduzir a aprendizagem do aluno. (SILVA, et al, 2005)

Assim sendo, a matemática estará presente ao longo da vida das pessoas da


mesma forma que a língua materna, por exemplo. A diferença é que quando se fala
em conceitos matemáticos há criação de um tipo de distanciamento, porque não há
um verdadeiro encantamento onde os alunos possam sentir-se atraídos. O que
Machado diz é que é não importa a disciplina, todas elas precisam atrair este aluno
de algum modo. A sala de aula é um ambiente muito heterogêneo e ao preparar as
aulas os professores precisam centrar-se nos objetivos propostos com determinado
assunto e buscar uma forma de mostrar ao estudante que aquilo é relevante em sua
vida porque será utilizado na prática. (MUNIZ, 2018).
Na visão de Ribeiro; Paz (2012) A abordagem lúdica envolve o uso de jogos,
brincadeiras e, sobretudo, de desafios que estimulem o aluno a procurar o conhecer
47

e o aprender. O trabalho educativo deve visar o desenvolvimento global do aluno,


auxiliá-lo e posicionar-se criticamente no mundo, porém de uma forma prazerosa,
envolvente e significativa.
Vale destacar a visão de Figueredo (2011) O emprego de jogos em sala de
estudo pode ser um recurso dinâmico para concretizar conceitos e para gerar a
motivação na disciplina ― “matemática”. É importante o professor conhecer diversas
possibilidades de trabalho para construir a sua prática e o jogo constitui uma dessas
possibilidades, pois proporciona o desafio aos alunos, motivando-os para conhecer os
seus limites e as suas possibilidades de ir de encontro à vitória.
ALMEIDA (2001) propõe a Educação Lúdica como um caminho para a
transformação e a libertação do ser humano, pois “a educação lúdica está distante da
concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial”.

Educar ludicamente tem uma significação muito profunda e está presente em


todos os segmentos da nossa vida. Por exemplo: uma criança que joga
bolinha ou brinca de boneca com seus companheiros não está simplesmente
brincando e se divertindo; está desenvolvendo e operando inúmeras funções.
Da mesma forma, uma mãe que acaricia e se entretém com a criança, um
professor que se relaciona bem com seus alunos ou mesmo um cientista que
prepara prazerosamente sua tese ou teoria. Educa-se ludicamente, pois,
combina e integra a mobilização das relações funcionais ao prazer de
interiorizar o conhecimento e a expressão de felicidade, manifestada pela sua
interação com os seus semelhantes.

Diante disso, Ribeiro; Paz (2012) enfatiza, que no que diz respeito aos jogos e
brincadeiras, o aluno utiliza suas diversas potencialidades e habilidades: a lógica-
matemática, a linguística, a musical, a sinestésica, a ecológica, a espiritual, a intra e
a interpessoal, a espacial. Desenvolve também valores, tais como: a
responsabilidade, a resistência a frustrações, a criatividade, a cooperação, a alegria,
o prazer da descoberta, etc. Assim sendo;

Os jogos e as brincadeiras são muito importantes no desenvolvimento das


atividades de matemática, por diversas razões. Uma delas é o fato de
oferecem um ambiente alegre e descontraído, essencial a uma proposta de
aprendizagem significativa. Outras vantagens igualmente importantes são os
estímulos à interação, o desenvolvimento de atitudes éticas, de respeito ao
48

outro, de raciocínio lógico, habilidades de comunicação, de orientação


espaço-temporal, de preservação ambiental, de autoconhecimento e de
colaboração. (RIBEIRO; PAZ, 2012, p. 26).

Diante deste cenário, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, há


facilidade de aprendizagem das quatro operações da matemática através do lúdico.
Conforme os PCN’s,

Além do aspecto lúdico do ato de jogar e brincar, os brinquedos feitos com


sucata ou industrializados que envolvem habilidades numéricas de medidas
e espaciais pode transformar–se em excelente recurso e estratégia nas aulas
de Matemática. Eles permitem o desenvolvimento do trabalho em grupo, da
linguagem oral e escrita, de diferentes habilidades de pensamento – como
observar, comparar, analisar, sintetizar e fazer conjecturas – e a fixação de
conceitos matemáticos – as quatro operações, frações e números decimais.
Além do aspecto mais restrito a utilização pedagógica, os jogos e brincadeiras
infantis têm como grande contribuição promover a recuperação e a
manutenção da cultura de determinado grupo, o que muitas vezes é
esquecido e ignorado pela maioria das escolas (BRASIL, 1997, p. 53).

Ainda nesta perspectiva, Ribeiro; Paz, (2012) destacam que, as atividades


lúdicas, com jogos que estimulem o desenvolvimento de potencialidades necessárias
e importantes na fase de aprendizado são uma prática de extrema relevância para a
matemática, porque os alunos são levados às experiências que envolvem erros,
incertezas, construções de hipóteses, entre outras, o que contribui para o
desenvolvimento e o aprimoramento do raciocínio lógico do educando.
Portanto, fica evidente que a presença dos jogos nos estudos da matemática é
de importância para o aluno, sendo que através dos jogos podem-se exercitar
habilidades, pensamentos e estratégias nas aulas, com contribuição para trabalhos
em grupo, buscando desenvolver a linguagem oral e escrita, como também contribui
para a advertência, conferição, analise. Além do mais, coopera com a promoção e a
recuperação e manutenção da cultura de determinada classe. (FIGUEREDO, 2011).
De acordo com Almeida (1998),

A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de
explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico,
49

enfatizam a libertação das relações pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas,
criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo o ato de educar um compromisso consciente
intencional, de esforço, sem perder o caráter de prazer, de satisfação individual e modificador da
sociedade (ALMEIDA, 1998, p. 31-32).

Diante disso, vale destacar o que afirma Ribeiro; Paz (2012), pois segundo os
autores, para se trabalhar com a matemática não se deve esquecer jamais que, além
de desenvolver a capacidade de calcular, visar habilidades de comunicação como:
representar, falar, escutar, escrever e ler, a partir de perguntas que dão oportunidade
ao aluno de expor seus pontos de vista, explicar suas estratégias, entre outros fatores;
o essencial é proporcionar saberes de forma a promover no aluno a motivação e o
interesse por esse ensino. E, nada melhor do que o lúdico para oferecer esse caminho
de prazer e envolvimento. Neste contexto,

Fazer matemática é expor ideias próprias, escutar as dos outros, formular e


comunicar procedimentos de resolução de problemas, confrontar,
argumentar e procurar validar seu ponto de vista, antecipar resultados de
experiências não realizadas, aceitar erros, buscar dados que faltam para
resolver problemas (Brasília: MEC/SEF, 1998, p. 27).

Ainda na visão de Ribeiro; Paz (2012). Percebe-se que somente o lúdico na


matemática será capaz de oferecer às crianças a habilidade de tomar decisões,
agindo como produtoras do conhecimento e não apenas executoras de instruções.
Portanto, o trabalho com a matemática de forma lúdica pode contribuir para a
formação de cidadãos autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo
resolver problemas.

2.7. OS PCN’s E O LÚDICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA

É de extrema relevância lembrar, que muitos foram os recursos didáticos e as


metodologias criadas e defendidas por estudiosos que buscaram sempre possibilitar
aos alunos formas mais consistentes de encarar o ensino da matemática. Dentre
tantas possibilidades se optou por utilizar os jogos que de acordo com os Parâmetros
50

Curriculares Nacionais (PCN’s) os jogos podem ser vistos como importante recurso a
ser usado a favor da educação, pois:

Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois


permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a
criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções.
Propiciam a simulação de situações-problema que exigem soluções vivas e
imediatas, o que estimula o planejamento das ações; possibilitam uma atitude
positiva perante os erros, uma vez que as situações se sucedem rapidamente
e podem ser corrigidas de forma natural, no decorrer da ação, sem deixar
marcas negativas. (MEC,1998; p.46).

Neste contexto, destaca-se que Os Parâmetros Curriculares Nacionais de


Matemática (PCN’s) visam o fornecimento de instrumentos, pesquisas e estudos que
contribuam significativamente para o desenvolvimento de debates na classe
especializada de matemática com a finalidade de promover avanços na educação
(Brasil, 1998).
Segundo Magina (1998). Um grande desafio do educador matemático, hoje, é
o de trabalhar com os seus alunos a habilidade de pensar matematicamente, de forma
a tomar decisões, baseando-se na inter-relação entre o sentido matemático e o
situacional do problema. Consoante ao pensamento acima citado, os PCN’s afirmam
que:

Em nosso país o ensino de Matemática ainda é marcado pelos altos índices


de retenção, pela formalização precoce de conceitos, pela excessiva
preocupação com o treino de habilidades e mecanização de processos sem
compreensão (BRASIL, 1997, p. 15).

Na visão de Figueredo (2011). Esse modelo presidido pelo Brasil demonstra


que o país ainda tem grandes dificuldades no que se refere ao método de ensino
lecionado pelos professores. Uma educação que tem por base de aprendizado os
agentes ativos e passivos por meio da mecanização não produz a eficácia e o
desenvolvimento que se espera gerando uma educação deficitária.
51

Contudo, vale destacar também o pensamento de Bomfim (2016), segundo ele


acredita-se que a inserção dos jogos nas aulas de matemática é de grande valia, uma
vez que promove a interação de professor/aluno e aluno/aluno, além disso, o
entendimento dos conceitos estudados torna-se mais fácil de assimilar, pois os alunos
estarão trabalhando com a imaginação, como também estarão sujeitos a errarem,
promovendo a realização de uma próxima jogada e, dessa forma, revendo conceitos,
bem como, desenvolvendo novas estratégias das situações-problemas que vão
surgindo. De acordo com Brenelli (1996),

Utilizar jogos em contextos educacionais com crianças que apresente


dificuldades de aprendizagem poderia ser eficaz em dois sentidos: garantir-lhes-ia, de
um lado, o interesse, a motivação, há tanto reclamada pelos professores e por outro,
estaria atuando a fim de possibilitar-lhes construir ou aprimorar seus instrumentos
cognitivos e favorecer a aprendizagem de conteúdo. Muitas vezes, pela pobreza de
oportunidade, é lhes imputado um fracasso que traça para elas um caminho de
desesperança, evasão e repetência. (BRENELLI 1996; p. 27).

É importante destacar que os Parâmetros Curriculares Nacionais de


Matemática (BRASIL, 1997) orientam os professores para a utilização de jogos no
ensino de matemática, como um recurso metodológico, e, ao mesmo tempo, como
estratégia para diagnosticar o domínio que o aluno tem sobre os conteúdos
apresentados.

De acordo com Pereira (2017), através dos jogos, os alunos estarão ampliando
o conhecimento dos números, das operações, aprimorando sua capacidade de
analisar os conteúdos, tomar decisões que começam a manifestar devido aos
estímulos. Sendo assim, o professor tem que explorar o potencial do aluno fazendo
com que ele descubra propriedades numéricas, geometria, operações, situações
problemas entre outros. Através desses procedimentos o aluno irá estimular
capacidade de pensar, ouvir, escrever, interpretar, ler ideias matemáticas, pensar
criativo e interpretar.

Os PCN’s (BRASIL, 1997) indicam que se favoreça ao aluno: Posicionar-se de


maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando
o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; conhecer
características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais
52

como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal


e o sentimento de pertinência ao País.

Ainda segundo os PCN’s, a importância dos jogos no ensino de matemática é


ressaltada como essencial no Ensino Fundamental, sendo apresentados os objetivos
pedagógicos em cada ciclo escolar e contextualizando os conteúdos a realidade. Os
jogos podem contribuir para um trabalho de formação de atitudes, enfrentar desafios,
lançar-se a busca de soluções, desenvolvimento da crítica, da intuição, da criação de
estratégias e da possibilidade de alterá-las quando o resultado não é satisfatório-
necessário para a aprendizagem da matemática. (BRASIL,1998, p. 47).

Na visão de Pereira (2017). Quando a criança, através das atividades lúdicas,


começa a compreender e fazer uso das regras e convenções no processo de ensino
e aprendizagem, a qualidade do ensino em matemática consequentemente poderá
favorecer a sua integração ao mundo social, e futuramente conseguir lidar com as
primeiras teorizações e situações consideradas mais complexas. Consoante ao
pensamento da autora, os PCN’s destacam que, “A participação em jogos de grupo
também representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e social para a criança
e um estímulo para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico”. (PCN’s, 1997, p. 49).

Portanto, de acordo com Pereira (2017) A ideia de ludicidade, incorporada às


propostas de ensino possibilitará um trabalho rico e estimulador às aprendizagens e
o desenvolvimento de habilidades matemáticas para os alunos. Quando o professor
propuser jogos nas aulas de matemática, este deve compreender o sentido da
dimensão lúdica que está associada à dimensão educativa do jogo, tendo os devidos
cuidados ao planejar o uso desse recurso, para que os alunos possam aprender e
desenvolver no decorrer do processo das atividades lúdicas matemáticas.

Assim sendo, Figueredo (2011) destaca que, em outras palavras, a ludicidade


ajuda ao professor e ao aluno. A este o lógico, a criatividade, a interatividade enquanto
aquele criara no ambiente educacional no qual está inserido a motivação, o feedback
e a habilidade de pensar matematicamente.
Nos PCN’s também encontramos que as atividades de jogos permitem ao
professor analisar e avaliar os seguintes aspectos:
 Compreensão: facilidade para entender o processo do jogo assim como o
autocontrole e o respeito a si próprio;
53

 Facilidade: possibilidade de construir uma estratégia vencedora;


 Possibilidade de descrição: capacidade de comunicar o procedimento seguido
e da maneira de atuar;

2.8. O LÚDICO PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR

(TONUCCI, 2008a, p.136)

Destaca-se a partir da charge de Tonucci, (2008ª), a grande pressão sofrida


pelos professores sejam elas internas ou externas, o que leva muitas vezes a não
darem suas aulas como gostariam ou como haviam planejado e isso acaba por
prejudicar o processo ensino-aprendizagem, uma vez que estes acabam não dando
a atenção necessárias aos alunos e as suas necessidades. De acordo com Parra e
Saiz (1996) a função do professor é,

[...] preparar as novas gerações para o mundo em que terão que viver. Isto
quer dizer proporciona-lhes o ensino necessário para que adquiram as
destrezas e habilidades que vão necessitar para seu desempenho, com
54

comodidade e eficiência, no seio da sociedade que enfrentarão ao concluir


a sua escolaridade (PARRA e SAIZ,1996, p. 11).

Todos os dias somos surpreendidos por novas informações que surgem e a


rapidez com que elas mudam é impressionante. E neste contexto, a escola enquanto
instituição social não pode de maneira alguma ficar de fora desse processo de
formação continuada e a classes de professores sentem a necessidade de estar
atualizados e preparados para adquirir novos conhecimentos. Falar de formação
docente é falar da formação do professor a partir de sua vida acadêmica, saberes e
experiências vivenciadas em sua vida profissional no seu dia a dia. Para Dewey 1995
(apud PRATA1, 2008):

Durante a graduação, todos os conhecimentos adquiridos nas disciplinas de


Sociologia, Filosofia, Psicologia, Didática, Metodologia, dentre outas, nos
torna teoricamente capacitados para exercer o magistério, no entanto, essa
teoria não é o bastante para se construir a prática docente na perspectiva
da ação refletida e transformadora; é preciso aprender com as experiências
já vividas, com os problemas do cotidiano, ou seja, é necessário vincular
teoria e prática (PRATA, 2008, p.312).

De acordo com Figueredo (2011) Diante da acirrada competitividade existente


na época globalizada o aprendizado e o saber são ferramentas que realmente faz a
diferença. Alunos mais preparados possuem maiores chances de ter sucesso na vida
acadêmica e na busca de melhores oportunidades trabalhos. A presença marcante
do professor é fundamental para o êxito e sucesso de seus alunos através do
desenvolvimento de habilidades e do aprendizado.

Diante deste contexto, Bandeira; Souza (2015) destacam, que o professor é


peça fundamental para conduzir e mediar o processo educativo. Se o lúdico facilita
a aprendizagem, então, é necessário que o professor seja a favor dessa forma de
educação e organize o espaço de forma que motive a criança a aprender brincando.

1
Glessiane C. Freitas Batista Prata – Formada em pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará
– UECE, atualmente é mestranda em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará – UFCE,
bolsista do CNPq.
55

O professor necessita se valer de novas metodologias, bem como pesquisar


estratégias alternativas para que o ensino aconteça de forma mais abrangente,
contextualizada, compreendendo que através do lúdico, é possível estabelecer uma
ponte entre o real e o imaginário. O professor não deve bloquear a imaginação da
criança, mas pode orientá-la, para que a brincadeira espontânea surja na situação
de aprendizagem. Logo, o professor deve procurar utilizar atividades lúdicas que
tenham significado para a aprendizagem da criança, além disso, observar
atentamente as questões apresentadas pelas crianças no momento do jogo.

Corroborando com as ideias dos autores acima supracitados, Freire (2002),


cita que ensinamos se a aprendizagem tiver acontecido; se não aconteceu
aprendizagem, não ocorreu ensino, “em que o ensinado que não foi apreendido não
pode ser realmente aprendido pelo aprendiz”. Segundo Freire:

[...] toda prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que


ensinando, aprende, outro que, aprendendo, ensina, daí o seu cunho
gnosiológico; a existência de objetos, conteúdos a serem ensinados e
aprendidos; envolve o uso de métodos, de técnicas, de materiais; implica
em função de seu caráter diretivo, objetivo, sonhos, utopias, ideias.
(FREIRE, 2002, p. 28).

As exigências advindas da atualidade exigem que o professor se capacite


mais, para poder preparar melhor seus alunos. Essa capacitação requer o uso de
meios que facilite o aprendizado e o mais importante é fazer com que as aulas não
sejam mecânicas e decorativas. Sendo assim, devem existir novas propostas
curriculares, novas intervenções educacionais que atenda a essas necessidades,
que promovam qualificação aos profissionais e possibilite mudanças na educação
para que assim se possa fornecer uma educação de qualidade. (FIGUEREDO,
2011).

Neste contexto, destaca-se as afirmações de Ribeiro; Paz (2012). É importante


que os educadores estejam sempre refletindo a cerca de suas práticas pedagógicas
e, repensem constantemente suas ações em sala de aula, compreendendo que há
vários caminhos que levam os alunos a uma aprendizagem prazerosa e desafiadora,
56

especialmente no ensino da matemática, que é tão temida pelos mesmos. Uma das
soluções possíveis e importantes para que essa prática se faça com êxito, consiste
em reconhecer o aluno como peça fundamental no jogo do aprender e ensinar, ou
seja, compreendendo que é na escola que se deve proporcionar o espaço para
verdadeiras aprendizagens.
Diante desse cenário fica claro aqui, que são vários os fatores interligados que
possibilitam uma educação de qualidade. Dentre as quais destaca-se a qualificação
dos professores e também a satisfação por parte dos profissionais frente as suas
atividades desenvolvidas.

2.9. FORMAÇÃO INCIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES: conceitos e


reflexões.

FORMAÇÃO DOCENTE - Os desafios postos aos professores para que atendam às


exigências dos tempos atuais são inúmeros. Será que os docentes estão sendo
formados para atender a essas exigências? Como os programas de formação podem
contribuir para o desenvolvimento profissional dos docentes num contexto cada vez
mais desafiador? Que contribuições os cursos estão dando para a prática do professor
e como os docentes as percebem? É com essas questões que inicio o diálogo com a
literatura a respeito da formação, formação continuada e desenvolvimento
profissional. Não cabe aqui tentar respondê-las, mas suscitar a discussão e trazer
reflexões acerca das temáticas postas. O título desta secção já anuncia que concebo
a formação (inicial e continuada) e o desenvolvimento profissional conectando-se e
amparando-se mutuamente. (OLIVEIRA, 2003).

Tardif (2002) apud Prata (2008) diz que: falar da formação docente é
extrapolar os limites da teoria, é considerar todas as experiências do profissional,
inclusive as que ele teve antes da graduação. Em sua vida escolar, mesmo como
aluno, essa vivência influência no seu processo de construção docente. Nesse
contexto Tardif (2002) complementa afirmando que:
57

Em suma, tudo leva a crer que os saberes adquiridos durante toda a


trajetória pré-profissional, isto é, quando da socialização primária e,
sobretudo quando da socialização escolar, tem um peso importante na
compreensão da natureza dos saberes, do saber fazer e do saber ser que
serão mobilizados e utilizados em seguida quando da socialização
profissional e no próprio exercido do magistério. Dessa forma, pode-se dizer
que uma parte importante da competência profissional dos professores tem
raízes em sua história de vida (TARDIF, 2002, apud PRATA, 2008, p. 313).

Sabe-se que a formação docente do professor não depende única e


exclusivamente dele. Durante toda a sua formação inúmeras interferências são
sofridas pelos mesmos como ressalta Pimenta 2002 (apud Prata 2008) que: “A
formação do professor é algo muito sério. Requer investimento pessoal, institucional,
público, político e social. Todos são fundamentais para a constituição do que
denomino identidade epistemológica do professor” (PIMENTA, 2002, p. 15 apud
PRATA, 2008 p. 313). É difícil para os professores muitas vezes buscar uma
qualificação melhor devido ao que o próprio sistema lhes oferece, o tempo em muitos
casos é o pior inimigo dos mesmos.

Segundo Nóvoa (1995, p. 25, grifo do autor),

A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos


ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica
sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade
pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar um estatuto ao
saber da experiência.

Este autor, além de defender uma formação que proporcione o


desenvolvimento pessoal do professor e considere os saberes produzidos na prática
docente, sublinha que:

A formação pode estimular o desenvolvimento profissional dos professores,


no quadro de uma autonomia contextualizada da profissão docente. Importa
valorizar paradigmas de formação que promovam a preparação de
professores reflexivos, que assumam a responsabilidade do seu próprio
58

desenvolvimento profissional e que participem como protagonistas na


implementação das políticas educativas (p. 27).

Na visão de Oliveira (2003) Essas discussões acerca de “professor reflexivo” e


“professor pesquisador” tem ocupado espaço na literatura de formação de professores
e muitas vezes tendo o seu significado banalizado. Faz-se necessário clarear o uso
desses adjetivos e pensar o trabalho docente como um lugar no qual o professor
possa refletir e pesquisar sobre os dilemas postos pela sua prática, e mais, sobre a
educação como um todo. Mas, para isso, é importante que se propicie uma formação
que estimule e favoreça essas situações e que os professores sejam sujeitos do
processo.

Formação inicial e continuada de professores se tornou uma discussão muito


recorrente e relevante nos meios acadêmicos e também por órgãos oficiais voltados
para a educação, pois é um fator de grande importância que garante o
desenvolvimento dos projetos com qualidade voltados para a educação. Sabe-se que
a categoria de professores com toda certeza é a que mais reúne profissionais com um
número bem considerável em relação às demais categorias. Nesse contexto Saviane
(2009) indica que:

[...] de início ausente, vai penetrando lentamente até ocupar posição central
nos ensaios de reformas da década de 1930. Mas não encontrou, até hoje,
um encaminhamento satisfatório. Ao fim e ao cabo, o que se revela
permanente no decorrer dos seis períodos analisados é a precariedade das
políticas formativas, cujas sucessivas mudanças não lograram estabelecer
um padrão minimamente consistente de preparação docente para fazer face
aos problemas enfrentados pela educação escolar em nosso país (SAVIANE,
2009, pg. 148).

Garrido (2000) discute sobre a presença da pesquisa sobre formação


continuada no Brasil, constatando que, nos periódicos, os focos têm sido as
discussões acerca dos conceitos e concepções em relação a temática e a elaboração
de propostas para esta. Já nas dissertações e teses, os estudos têm focalizado as
políticas públicas e os programas de formação continuada oferecidos por instituições.

Neste sentido pode-se afirmar e reconhecer que a formação do professor hoje


é uma peça de fundamental importância para o sucesso de qualquer reforma no
59

sistema educativo e também fazer reflexões sobre a sua formação continuada e seu
perfil.

2.10. A POSTURA DO PROFESSOR FRENTE AO USO DE JOGOS NO ENSINO DE


MATEMÁTICA

Segundo Borin (2004), um aspecto importante para incrementar as discussões


sobre estratégias é o registro das jogadas, tanto as eficientes como as frustradas.
Tendo em mãos a história dos lances experimentados, torna-se mais fácil a análise
do jogo.

Barbosa (2011) em sua pesquisa destaca que, é claro que, quando usamos o
jogo na sala de aula, o barulho é inevitável, pois só através de discussões é possível
chegar-se a resultados convincentes. É preciso encarar esse barulho de uma forma
construtiva; sem ele, dificilmente, há clima ou motivação para o jogo. É importante o
hábito do trabalho em grupo, uma vez que o barulho diminui se os alunos estiverem
acostumados a se organizar em equipes. Por meio do diálogo, com trocas de
componentes das equipes e, principalmente, enfatizando a importância das opiniões
contrárias para descobertas de estratégias vencedoras, conseguimos resultados
positivos. Vale ressaltar que o sucesso não é imediato e o professor deve ter paciência
para colher os frutos desse trabalho.

Mas o professor se depara com despreparo em aplicar


inovações na sala de aula, pois muitas dessas novidades que
podem ser utilizadas no campo educacional são desconhecidas
por ele, pois não teve um contato com essas novas metodologias
(...) ele reproduz somente da maneira que lhe foi ensinado, ou
seja, aulas meramente expositivas e resolução repetida de listas
de exercícios, em que o aluno aprende a memorizar técnicas de
como resolver determinados tipos de questões, de forma
mecânica e exaustiva. (MAIA, 2012; p. 31)
60

Grando (1995) em seus estudos percebeu, ao trabalhar com professores em


um curso de reciclagem sobre jogos no ensino da matemática, que uma grande parte
dos professores não está preparada para desenvolver atividades com jogos no ensino
da matemática. Segundo a autora,

Muitas vezes os educadores tentam utilizar jogos em sala de aula sem, no


entanto, entender como dar encaminhamento ao trabalho, depois do jogo em
si. Também, nem sempre dispõem de subsídios que os auxiliem a explorar
as possibilidades dos jogos e avaliar os efeitos dos mesmos em relação ao
processo ensino-aprendizagem da Matemática. A grande maioria ainda vem
desenvolvendo as atividades com jogos espontaneamente, isto é, com um
fim em si mesmo, “o jogo pelo jogo”, ou imaginando privilegiar o caráter
apenas motivacional. Nota-se uma certa ausência de preocupação em se
estabelecer algum tipo de reflexão, registro, préformalização ou
sistematização das estruturas matemáticas subjacentes à ação no jogo
(análise). (GRANDO, 1995, p. 05).

Morbach (2012, p. 56) em sua pesquisa para a sua dissertação de mestrado


constatou que o professor Marcos, um dos professores pesquisados, não conhecia
nenhum jogo, o mesmo também afirmou desconhecer que os jogos poderiam ter
algum fim pedagógico e trazer benefícios ao aprendizado dos seus alunos. Essa
desinformação sobre a utilidade do jogo foi o que gerou desconforto para ele em uma
das aulas, pois ele não sabia aplicar e conduzir os alunos ao objetivo, pensava que a
atividade em si já faria isso e serviria mais como um exercício de revisão para os
alunos enquanto ele ficaria sentado observando os alunos desenvolverem a atividade.

Ainda em sua pesquisa a autora constatou que diferente do professor Marcos,


a professora Ana era mais conhecedora dos jogos e afirmou já ter trabalhado com os
mesmos em aulas passadas. Porém, o que a pesquisadora notou foi que a professora
não proporcionava um momento de descoberta ou pesquisa aos alunos, pois ela
perguntava e respondia sem dar oportunidade aos alunos de pensarem. Portanto, ela
não via o jogo como uma oportunidade de descobertas e construção de conceitos
matemáticos, mas como uma simples recreação. Ela também não se preocupou em
61

prover momentos em grupo, diálogos e troca de experiências, que é um dos principais


objetivos do uso dos jogos. (MORBACH, 2012, p. 56).

Contudo, ao final da pesquisa, os dois professores foram favoráveis ao ensino


por meio dos jogos, pois perceberam que os alunos foram além do que eles
esperavam. No entanto, eles não sabem ao certo qual é a função do jogo em sala de
aula, o que nos remete a entender que “se os professores tivessem interesse,
motivação e formação necessários sobre o jogo e sua aplicabilidade, esse contexto
seria diferente e, quem sabe, poderia até mudar as concepções desses docentes”
(MORBACH, 2012; p.138).

Fica claro diante do que foi exposto, que o professor deve sim inserir o jogo em
suas atividades visando uma aprendizagem mais dinâmica e porque não dizer mais
divertida, uma vez que o ato de ministrar os conteúdos em especial os de matemática,
passam a ser mais que apenas conteúdos e sim um aliado do professor no processo
ensino-aprendizagem. De acordo com Sousa (2016) A aprendizagem acontece
quando o professor apenas media o jogo, onde são os alunos que devem buscar a
elaboração de estratégias para a resolução dos problemas. O professor deve sempre
fazer os questionamentos para instigar os alunos a criarem os mecanismos
necessários para a construção do conhecimento. Consoante ao pensamento da
autora acima supracitada, Cabral (2006, p.22), corrobora afirmando que:

Uma vez que o professor planeja a exploração do jogo, este deixa de ser
desinteressante para o aluno, porque visa à elaboração de processos de
análise de possibilidades e tomada de decisão: habilidades necessárias para
o trabalho com a resolução de problemas, tanto no âmbito escolar como no
contexto social no qual estamos inseridos. Para essa elaboração, o aluno é
“forçado” a criar processos pessoais para que possa jogar e resolver os
problemas que inesperadamente irão surgir, elaborando assim novos
pensamentos e conhecimentos, deixando de seguir sempre a mesma
“receita”.

Sousa (2016) ainda afirma que o aluno deve analisar o jogo, pois assim estará
refletindo sobre as estratégias e as jogadas realizadas. Serão então capazes de
62

avaliá-las, melhorando suas habilidades de resolução de problemas. Mas para que


isso ocorra, é necessário que o aluno seja capaz de refletir sobre os processos de
pensamentos exigidos pelas regras do jogo, também deve perceber quando houver
jogadas erradas e procurar por si só estratégias para as resolver antes do término da
partida, com isso podendo alterar o resultado final do jogo. Silva e Kodama (2004, p.3)
nos dizem que:

Pode-se dizer, com base nas características que definem os jogos de regra,
o aspecto afetivo manifesta-se na liberdade da sua prática, prática essa
inserida num sistema que a define por meio de regras, o que é, no entanto,
aceito espontaneamente. Impõem-se um desafio, uma tarefa, uma dúvida,
entretanto é o próprio sujeito quem impõe a si mesmo resolvê-los. Assim,
jogar é estar interessado, não pode ser uma imposição, é um desejo. O sujeito
quer participar do desafio, da tarefa. Perder ou ganhar no jogo é mais
importante para ele mesmo do que como membro de um grupo. Isto porque
é o próprio jogador que se lança desafios, desejando provar seu poder e sua
força mais para si mesmo que para os outros.

Na visão de Sousa (2016) Os PCN’s trazem a orientação de jogos no ensino


de matemática, porém não é claro quanto ao trabalho pedagógico: como este deve
ser realizado, deixando o sentimento que o jogo já supre a formação de todos os
conceitos sozinhos. É obvio que os jogos têm suas vantagens, porém existe a
necessidade que o professor tenha claramente quais objetivos pretende atingir com a
utilização do jogo em sala de aula. Consoante ao que traz os PCN”s, Silva & Kodama
(2004) nos diz que:

O uso de jogos para o ensino, representa, em sua essência, uma mudança


de postura do professor em relação ao o que é ensinar matemática, ou seja,
o papel do professor muda de comunicador de conhecimento para o de
observador, organizador, consultor, mediador, interventor, controlador e
incentivador da aprendizagem, do processo de construção do saber pelo
aluno, e só irá interferir, quando isso se faz necessário, através de
questionamentos, por exemplo, que levem os alunos a mudanças de
hipóteses, apresentando situações que forcem a reflexão ou para a
63

socialização das descobertas dos grupos, mas nunca para dar a resposta
certa. O professor lança questões desafiadoras e ajuda os alunos a se
apoiarem, uns nos outros, para atravessar as dificuldades, leva os alunos a
pensar, espera que eles pensem, dá tempo para isso, acompanha suas
explorações e resolve, quando necessário, problemas secundários. (SILVA &
KODAMA, 2004, p.5).

Contudo, o professor não pode cruzar os braços, é preciso que haja uma
mudança de postura pois o currículo é mais que uma simples lista de conteúdo a
serem seguidos e é preciso buscar formas, ferramentas e recursos para inovar e fugir
da rotina (MAIA, 2012). Entendendo a importância de trabalhar conteúdos que
preparem o aluno para o século XXI, pois “o grande desafio para a educação é pôr
em prática hoje o que vai servir para o amanhã” (D’Ambrosio, 1994b apud GRANDO,
1995, p. 11).

3. CAMINHO METODOLÓGICO

Esta pesquisa teve como objetivo examinar uma amostra da concepção de


professores sobre o uso do lúdico no ensino de matemática, levando em conta suas
dificuldades e os conhecimentos que os mesmos trazem em suas práticas
pedagógicas.

Visando o alcance dos resultados propostos de forma satisfatória, a pesquisa


seguiu um roteiro de entrevista que de acordo com GIL (1999), a entrevista é uma
forma de interação social, um diálogo assimétrico, em que uma das partes busca
coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. A entrevista se deu
com 20 professores de matemática do 3º e 4º ciclo na cidade de Parauapebas – Pará,
o que alcançou 80% do espaço amostral em escolas da rede municipal de ensino.

Vale ressaltar de início, que o alcance parcial da amostra se deve ao fato de


alguns dos educadores procurados não terem aceitado dar entrevista, uma vez que
estes acharam que o estudo poderia trazer críticas ao trabalho já desenvolvido há
64

anos nas instituições de ensino e se propuseram a responder o questionário, o que


não foi levado em consideração pois criaria confrontos com a proposta definida neste
estudo.

Destaca-se também, que a maioria das entrevistas se deram e locais distintos


aos de suas sedes de trabalhos, alguns por incompatibilidade de horário e outros por
preferência mesmo, ainda devido aos casos de Covid-19 que crescia
consideravelmente na cidade.

A meta proposta para o sucesso desta pesquisa precisou de uma dedicação


muito intensa e constante de nossa parte, uma vez que os desafios ao longo de quase
dois meses de pesquisas foram constantes e intensos. Faz- se necessário destacar
aqui que parte desses desafios se deu por parte dos professores participantes da
pesquisa que se recusaram a gravar através de áudio as entrevistas, o que nos
impossibilitou uma análise mais detalhada.

Outro ponto em questão e que teve uma relevância considerável, foi a falta de
familiarização dos entrevistados com o tem em foco, muitas vezes quase sempre
tínhamos que explicar aos professores o que significava o tema “lúdico” e do que se
tratava o mesmo, para que de fato o diálogo com os mesmos pudesse fluir de forma
mais fácil e de alguma forma também mais prazerosa.

No entanto, apesar de todas as dificuldades e desafios que tivemos que


enfrentar, nossos objetivos foram alcançados e correspondidos e acreditamos que
este trabalho tenha grande importância para o estudo de futuras gerações em relação
a este tema e que os mesmos possam entender a extrema relevância do mesmo par
o aprendizado dos nossos alunos.

3.1. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Vale ressaltar que esta pesquisa foi de suma importância não só pelos dados
coletados, nos proporcionando informações pertinentes sobre as reais situações das
escolas do município de Parauapebas em relação as práticas diárias dos professores
durante suas aulas, mais também, a possibilidade de servir como base para outros
65

profissionais que desejam acrescentar o lúdico em suas práticas pedagógicas. Com


base no questionário aplicado, os resultados encontrados nas entrevistas com os
professores de matemática que lecionam no ENSINO FUNDAMENTAL II entre as
escolas estaduais, municipais e particulares foram descritos por meio de dois pontos:

 Conhecendo os professores e seu ambiente de trabalho


 O lúdico na concepção dos professores e a sua influência no ensino-
aprendizagem

Buscando conhecer melhor os professores participantes da nossa pesquisa,


foram acrescentadas ao questionário perguntas fechadas com o intuito de saber a
quanto tempo estão em sala de aula, o nível de ensino que lecionam e de que rede
de ensino eles fazem parte (municipal ou estadual). A partir das respostas foram
elaborados gráficos que mostrarão os resultados em sua totalidade.

De acordo com os resultados obtidos a partir das análises feitas na pesquisa,


44% dos professores são do sexo masculino e 56% são sexo feminino, como será
mostrado no gráfico a seguir.

Gráfico 1: Percentual de respostas sobre a sexualidade de nossos entrevistados.

56% 44% Masc


Fem

Fonte: O próprio autor


66

Fica bem claro a partir dos dados coletados a força da presença da feminina
em um cenário que por muito tempo foi dominado pelo homem, dado este que mostra
cada vez mais a inclusão de mulheres no ramo das ciências exatas. De acordo com
Oliveira (2019). Perpassando pelas as áreas de conhecimento, foi notável que essa
situação foi ascendente, na qual apenas o gênero masculino era tido como detentor
dos conhecimentos voltados a área das exatas. Assim, as mulheres não eram
inseridas com facilidade no mercado de trabalho, principalmente em profissões que
envolvessem cálculos, pois exatas sempre esteve associada à masculinidade.

Ainda segundo a autora acima supracitada:

A mulher possuir a oportunidade de atuar na profissão que desejada foi uma


conquista, de lutas e enfrentamentos durante décadas, em que a nossa
sociedade no passado foi atravessada por discursos tradicionais
relacionadas as profissões. As mulheres eram vistas como donas do lar, ou
melhor, a sua educação era baseada em arrumar um provedor de suas
necessidades, um esposo, tendo como atividades: cuidar dos filhos e dos
fazeres doméstico. (OLIVEIRA, 2019, p. 10).

Diante desse cenário, percebe-se o grande avanço das mulheres no cenário


das ciências exatas conquistando, portanto, o seu espaço a partir da sua incansável
luta pela igualdade social e de gênero.

Com o objetivo de conhecer a formação acadêmica de nossos entrevistados a


próxima pergunta nos revelou o seguinte dado, como podemos ver no gráfico a seguir
67

Gráfico 02: Percentual de resposta sobre a formação acadêmica dos entrevistados.

10%
10%

Licenciatura

20% 60% Pedagogia


Especialização
Outros

Fonte: O autor

A partir dos dados coletados observamos que 10% dos entrevistados são
graduados em pedagogia, 20% possuem especialização, 60% em licenciatura em
matemática e ainda 20% possuem outros tipos de curso ou ainda estão cursando uma
primeira graduação diferente de licenciatura em matemática. Ficou nítido a partir das
respostas dada pelos professores, que são bem poucos os professores que atuam em
salas de aula que tem especialização em matemática, muitos responderam que são
muitas as dificuldades que levam os mesmos a não fazerem uma especialização e
dentre essas dificuldades o tempo é o que mais contribui para esse fator, e assim a
maioria dos que atuam na profissão são compostos por licenciados em matemática.

A pesquisa mostrou ainda que muitos desses professores possuem apenas


nível superior em áreas como pedagogia, licenciatura em ciências com habilitação em
biologia, licenciatura curta ou ainda constam nesse relatório ainda estudantes que
lecionam a disciplina há algum tempo. Fica evidente através deste estudo a ausência
de especialização na área para desempenho da função, o que não necessariamente
68

implica dizer que estas pessoas não são capacitadas para o exercício. De acordo com
Nóvoa (1991 p. 30), que afirma:

A formação continuada deve estar articulada com o desempenho profissional


dos professores, tomando as escolas como lugares de referência. Trata-se
de um objetivo que só adquire credibilidade se os programas de formação se
estruturam em torno de problemas e de projetos de ação e não em torno de
conteúdos acadêmicos.

Entretanto, é urgente que as instituições que formam o professor se deem conta


da complexidade da formação e consequentemente, da sua influência na atuação
desse profissional. Além do conhecimento da disciplina que ensina, da compreensão
e de certa segurança para lidar com a mediação do processo ensino-aprendizagem,
é importante a formação das convicções a serem desenvolvidas em relação ao caráter
ético valorativo da sua atividade docente. (COIMBRA; PIRES, 2006).

De acordo com pimenta (1999, p. 19), a identidade do professor é construída a


partir dos significados sociais da profissão, da reafirmação das práticas. Nas palavras
da autora:

A identidade é construída a partir da significação social da profissão; da


revisão constante dos significados sociais da profissão; da revisão das
tradições. Mas, também da reafirmação das práticas consagradas
culturalmente e que permanecem significativas. Práticas que resistem a
inovações porque prenhes de saberes válidos às necessidades da realidade.
Do confronto entre as teorias e as práticas, da análise sistemática das
práticas à luz das teorias existentes, da construção de novas teorias.

Ainda neste contexto, Libâneo em seu livro “Adeus professor, Adeus


professora? ” (2004 p. 10) cita que:
69

É preciso resgatar a profissionalidade do professor, reconfigurar as


características de sua profissão na busca da identidade profissional. É
preciso fortalecer as lutas sindicais por salários dignos e condições de
trabalho. É preciso, junto com isso, ampliar o leque de ação dos sindicatos
envolvendo também a luta por uma formação de qualidade, de modo que a
profissão ganhe mais credibilidade e dignidade profissional. Faz-se
necessário, também, o intercâmbio entre formação inicial e formação
continuada, de maneira que a formação dos futuros professores se nutra das
demandas da prática e que os professores em exercício frequentem a
universidade para discussão e análise de problemas concretos da prática.

Assim sendo vemos a importância da formação inicial e continuada do


professor e sobre esse pensamento Pimenta (1999, p. 28-29), a formação do
professor vem se opondo a racionalidade técnica até então vigente. Considera-se,
cada vez mais o professor como um intelectual em processo contínuo de formação.
Esse processo desencadeia uma constante reflexão sobre suas práticas e
experiências cotidianas, o que ressignifica os saberes docentes e, consequentemente
a identidade do professor.

Diante deste cenário Candau (1996, p. 143) ressalta, que o lócus da formação
a ser privilegiado é a própria escola; isto é, é preciso deslocar o lócus da formação
continuada de professores da universidade para a própria escola de primeiro e
segundo graus. Todo processo de formação continuada tem que ter como referência
fundamental o saber docente, o reconhecimento e a valorização do saber docente.

Vale ressaltar aqui, que diante os resultados obtidos a partir das entrevistas a
pesquisa referem-se ao não conhecimento dos princípios que regem o ensino da
matemática, bem como os conceitos que envolve a matemática como um todo, ou
seja, as particularidades, as inovações, o conhecimento cientifico relativo a essa
ciência.

A próxima pergunta aos nossos educadores entrevistados foi em relação ao


tempo de formação dos profissionais envolvidos na pesquisa. As respostas seguem
no gráfico abaixo:
70

Gráfico 03: Percentual de resposta sobre tempo de formação acadêmica dos


professores.

15%
5%
Até 1 ano
10%
50%
De 1 a 5 anos
De 5 a 10 anos
De 10 a 25 anos
20% Em curso

Fonte: O autor

Diante do cenário visto a partir das análises feitas nos dados obtidos, foi
possível perceber que a formação de cada um dos entrevistados está presente de
forma acentuada, o que possibilita os mesmos estarem sempre em busca de
especializações para um melhor desempenho das funções de educadores, mesmo
diante de todas as dificuldades já citada por eles. Foi possível percebermos a partir
dos dados coletados que grande parte dos educadores já possuem uma estabilidade
quando o assunto é a docência e a outra parte também bastante significativa são de
estudantes já cursando o ensino superior e também que já atuam em suas áreas
escolhidas por eles.

Na visão de Pimenta (2002, p.20) os saberes da experiência são aqueles


advindos da história de vida, das relações que os docentes, ou estão em formação
para exercer este ofício, obtiveram ao longo de suas vidas no contato com a escola.

Segundo a autora noções de como ser docente, o que é ser um bom ou um


mau professor, a desvalorização social dos professores, os bons conteúdos, as boas
turmas, as mudanças que ocorreram ao longo da história a respeito do professor e
seus saberes, vem desta experiência com a discência.
71

Consoante ao pensamento da autora acima supracitada, Nóvoa (2010), ao


tratar da questão do professor e do saber, questiona se esse profissional é portador e
produtor de um saber próprio ou se é apenas reprodutor de um saber alheio, se é um
saber fundamentalmente científico ou de senso comum. Pensando acerca do
profissional produtor de um saber próprio, em detrimento do reprodutor de um saber
alheio, espera-se que o primeiro citado seja o profissional ideal à função docente.

Libâneo (2010) faz referência ao fato de que os cursos de formação inicial, e


consequentemente os professores formadores acabam perdendo no quesito de
formação profissional em função de não atuar ativamente na construção do projeto
político escolar, focando apenas na aquisição do domínio da matéria e dos métodos
de ensino. Para Libâneo (2010), mesmo que os professores formadores disseminem
a ideia de trabalhar o respeito à cultura dos alunos, alguns cursos de formação não
se atentam as especificidades de cada contexto, e assim, os problemas se
reproduzem em cadeia em todo nível de formação.

Ainda de acordo Libâneo (2010), as universidades formam mal os professores,


os professores formam mal o aluno. Poucas instituições de ensino superior no Brasil
possuem política bem definida relacionada à formação de professores para a
educação básica, o que ocasiona a saída de professores despreparados dos cursos,
exercendo a profissão em um nível de cultura geral e de informação extremamente
baixo, resultando em educadores com escassez em competências pessoais e
profissionais para enfrentar as mudanças gerais que ocorrem atualmente na
sociedade contemporânea.

Nossa próxima pergunta foi sobre o tempo de atuação profissional dos


professores. Os resultados obtidos seguem no gráfico abaixo:
72

Gráfico 04: Percentual de resposta sobre tempo de atuação profissional dos


professores.

5%

20%
50%
Até 1 ano
De 1 a 5 anos
De 5 a 10 anos

25% De 10 a 25 anos

Fonte: O autor

Os dados obtidos a partir das respostas dos questionários nos permitiram


perceber que a maioria dos professores entrevistados estão em sala de aula há mais
de 9 anos, possuindo assim uma bagagem considerável de experiências, vivências e
conhecimentos atuando em rede Estadual como educadores do Ensino Fundamental
II.

Diante dos dados analisados ficou claro a grande necessidade dos professores
adotarem novas práticas associadas as suas já existentes, para que as mesmas
possam oferecer aos educandos suportes às necessidades dos discentes, bem como
possibilitem aos mesmos adquirirem mais conhecimentos e isto seja acrescentado a
sua aprendizagem bem como a dos próprios professores para melhorar o
desenvolvimento do ensino da matemática, que possam contribuir para o
desenvolvimento educacional e intelectual dos discentes da localidade através do
aprendizado efetivo.
73

Neste contexto, entendemos que, para trabalharmos com ferramentas


especiais é necessário também um ambiente especial. Então, perguntamos aos
nossos professores sobre o conhecimento do lúdico como recurso didático. Os
resultados obtidos seguem no gráfico abaixo:

Gráfico 05: Percentual de resposta sobre o reconhecimento do lúdico como recurso


didático.

30%
SIM
NÃO

70%

Fonte: O autor

Sabe-se que a educação nos dias atuais tem passado por muitas
transformações o que tem levado o profissional da área estar sempre buscando se
reinventar e adquirir novos conhecimento e novas práticas pedagógicas, na medida
em que essas mudanças acontecem os professores precisam sempre estar
atualizados, tornando assim o professor um eterno estudante, para cumprir com a
responsabilidade de preparar pessoas conscientes do que é exercer uma profissão
pautada no exercício pleno da cidadania, afinal, conhecimento nunca é demais.

Diante disso, foi possível notarmos a grande preocupação que o conhecimento


de ferramentas e instrumentos de trabalho causa nos docentes. A busca por novas
tecnologias e novos métodos de ensino pelos professores tem o objetivo de incentivar,
inovar e aperfeiçoar os métodos de ensino.
74

Vale ressaltar o que foi possível percebermos a partir dos dados coletados que
quase todos os professores têm conhecimento acerca do lúdico, mesmo os mesmos
não utilizando o mesmo como recurso didático e não eram conhecedores dos
inúmeros benefícios que o mesmo traz para ao aluno, além dos conhecimentos que
os alunos podem adquirir através de jogos e brincadeiras, principalmente aqueles que
possuem dificuldade de aprendizagem.

Neste contexto, vale destacar que, o lúdico, segundo os autores estudados e


citados no nosso referencial teórico, tem por função melhorar a compreensão dos
conteúdos matemáticos, despertar o interesse pelo estudo e enriquecer o
conhecimento dos alunos em relação à matemática. É um momento de grande valia,
no qual podem ser descobertos grandes pensadores matemáticos e onde se faz
matemática, relacionando-a com o cotidiano do aluno, levando-os a compreensão
divertida interessada e significativa.

De acordo com Lira (2019). Sabe-se que o lúdico sempre esteve presente na
vida da criança, sendo de suma importância para o seu aprendizado. Os jogos lúdicos
e as brincadeiras estão presentes em sua vida desde antigamente, e brincando que a
criança vai construindo o seu alicerce, desde a sua escrita até compreender o mundo.

Neste contexto, vale destacar que, valoriza o lúdico nos processos de


aprendizagem significa, entre outras coisas, considera-lo na perspectiva das crianças.
Para elas, apenas o que é lúdico faz sentido. Em atividades necessárias (dormir,
comer, beber, tomar banho, fazer xixi), por exemplo, é comum as crianças
introduzirem um elemento lúdico e as realizarem agregando elementos como os que
serão analisados (MACEDO, PETTY, SANTOS, 2005, p. 16).

Outra pergunta feita aos professores participantes desta pesquisa foi em


relação a utilização do lúdico em sala de aula. As respostas obtidas estão no gráfico
a seguir:
75

Gráfico 06: Percentual de resposta sobre a utilização do lúdico nas aulas

25%
40% SIM
NÃO
RARAMENTE

35%

Fonte: O autor

De acordo com Figueredo (2011). Há estudos que mostram que as atividades


lúdicas são eficientes para o desenvolvimento do raciocínio, para desenvolver
habilidades e no suprimento de eventuais lacunas no processo de ensino-
aprendizagem. Mas, segundo os autores que defendem esta tese, a atividade lúdica
não pode ser desenvolvida de qualquer maneira; para que se tenha a eficácia
desejada é necessário antes de tudo um planejamento adequado para a execução
das atividades.

Na visão de Lira (2019). É brincando que a criança a cada passar dos dias em
sala de aula que elas aprendem, o ensino lúdico está ligado a educação infantil e se
torna uma porta aberta para a aprendizagem das crianças, onde os mesmos
aprendem de forma prazerosa sem qualquer esforço do professor, o brincar se torna
muito importante para cada etapa do seu aprendizado infantil.

Ainda na visão da autora acima supracitada,

A brincadeira e uma das ferramentas principais e indispensáveis na


metodologia em sala de aula, claro que voltada para crianças sendo que as
76

mesmas aprendem rapidamente com algo que dar prazer assim eles acabam
descobrindo o mundo em sua volta. Claro que não podemos esquecer que
em algumas determinadas instituições nem sempre a ludicidade e vista com
bons olhos, principalmente em escolas particulares onde os pais cobram o
aprendizado a escrita das crianças pequenas, de certa forma fazer com que
aquelas crianças se tornem seres bem-sucedidos, assim os professores
acabam deixando de lado a ludicidade, dessa forma, deixando a brincadeira
somente para a hora da recreação. De certa forma isso vem empobrecendo
o significado da brincadeira em seus aprendizados. (LIRA, 2019, p. 18).

Assim sendo, vale ressaltar o pensamento de Santos (2010) A ludicidade, como


um estado de inteireza, de estar pleno naquilo que se faz com prazer, pode estar
presente em diferentes situações da vida. Algumas escolas tornaram-se um local onde
a criatividade e liberdade infantil são deixadas de lado e os jogos e as brincadeiras
são ignorados, excluindo o aspecto lúdico da criança. A utilização do lúdico na escola
é um recurso muito rico para a busca da valorização das relações, onde as atividades
lúdicas possibilitam a aquisição de valores já esquecidos, o desenvolvimento cultural,
e, com certeza, a assimilação de novos conhecimentos, desenvolvendo, assim, a
sociabilidade e a criatividade.

Ainda sobre os dados coletados após análise feita, percebemos que em relação
aos professores que responderam que utilizam raramente ou não utilizam o lúdico
como um recurso didático durante as suas aulas, é porque segundo eles estas
atividades têm pouca representatividade na mudança do ensino e da aprendizagem
de seus alunos e defendem a tese segundo a qual a realidade das escolas é oposta
à teoria. Outra razão para não fazerem uso do lúdico é que segundo eles não tem
ferramentas e nem planejamentos que os capacite a usar em suas práticas
pedagógicas.

Ainda sobre o assunto alguns professores responderam que se torna quase


impossível fazer uso do lúdico como recurso didático em salas com mais de 40 alunos,
o que inviabiliza qualquer tentativa por parte destes professores.

Na pergunta sete do questionário, os entrevistados foram questionados a


acerca dos tipos de lúdicos utilizados em sala de aula. As repostas obtidas seguem
no gráfico abaixo:
77

Gráfico 07: Percentual de resposta sobre desenvolvimento de atividades lúdicas

25%

75%
SIM
NÃO

Fonte: O autor

A partir dos dados coletados percebemos que grande parte dos professores
nos mostram em algumas situações formas coerentes no ato de se aplicar o lúdico
como recurso didático durante suas aulas, bem como alguns professores mostram a
partir de suas colocações formas equivocadas de aplicar o lúdico.

Neste contexto, percebe-se a grande importância do professor em relação a


utilização do lúdico como recurso didático durantes as aulas. Segundo Maluf (2003)
“O professor deve organizar suas atividades, selecionando aquelas mais significativas
para seus alunos. Em seguida deverá criar condições para que estas atividades
significativas sejam realizadas. (...). As brincadeiras enriquecem o currículo, podendo
ser propostas na própria disciplina, trabalhando assim o conteúdo de forma pratica e
no concreto. Cabe ao professor, em sala de aula ou fora dela, estabelecer
metodologias e condições para desenvolver a facilitar este tipo de trabalho. O
professor é quem cria oportunidades para que o brincar aconteça de uma maneira
sempre educativa” (MALUF, 2003, p.29).
78

De acordo Horn (2007, p.14), o brincar não encontra espaço na escola. Muitos
professores dirigem os momentos lúdicos a fim de alcançarem determinados
objetivos. Desse modo, não permitem às crianças explorarem e criarem sua própria
maneira de brincar. Assim, elas acabam brincando, não pelo prazer e alegria que o
ato lúdico lhes dá, mas para alcançar e cumprir os objetivos e as regras estabelecidas
pelo professor.

Na visão de Lira (2019) As brincadeiras se tornam muito importante para o


desenvolvimento são estimulados a todo tempo para que brinquem e reconhecem o
mundo ao seu redor. É através das brincadeiras que as crianças realizam suas
primeiras escolhas e aprofundam temas e assuntos vivenciados pelos adultos, os
quais no decorrer do tempo as mesmas necessitam compreender. Todos nos um dia
já formos crianças que já pularam, corriam, gritavam. Então vivemos e vivenciamos o
passado lembrando o que fazermos o quanto era divertido ser crianças.

Destaca-se também, que diante do comportamento dos professores sobre os


jogos, Kami e Housman (2002) destacam que: O papel do professor é crucial para
maximizar o valor dos jogos matemáticos. Por exemplo, se o professor corrige papéis
em sua própria mesa enquanto as crianças estão jogando, as crianças rapidamente
captam a mensagem de que os jogos não são suficientemente importantes para os
professores se incomodar com eles. (KAMI E HOUSMAN, 2002, p, 38).

Quanto aos benefícios em relação ao lúdico no processor ensino-


aprendizagem, Souza e Pataro (2009), destacam que:

O professor detecta com mais facilidade se o aluno apresenta dificuldades; O


aluno é levado a aperfeiçoar e criar novas estratégias em busca de obter um
bom desempenho; no decorrer de um jogo, o aluno desenvolve habilidades
ao expressar suas ideias e ao formular questões. Nessa prática, o aluno
potencializa a autonomia de seu pensamento, tornando-se mais
independente das interferências do professor; O erro tem papel importante,
pois o aluno busca uma nova solução, investigando, explorando e
descobrindo por si próprio. (SOUZA e PATARO,2009, p.25).
79

De acordo com Segantini (2013) O papel do professor em sala de aula deve ir


além da transmissão de informações. Podemos considerar que o professor em sala
de aula é o mediador entre conhecimento e aluno, bem como o incentivador, o
facilitador e avaliador do processo. O professor deve saber conhecer a competência
cognitiva de seus alunos, suas condições socioculturais e suas expectativas. Sob a
visão de mediador, ele é responsável por pautar os procedimentos utilizados pelo
aluno nos processos de resolução, promovendo debates, reformulações e valorizando
as soluções mais adequadas na elaboração dos jogos.

Em relação ao assunto, Oliveira (2010) destaca que os jogos se tornam mais


significativos à medida que a criança se desenvolve, porque através da manipulação
de materiais variados, ela poderá reinventar coisas, reconstruir objetos. Os jogos são
uma ótima proposta pedagógica na sala de aula, porque proporcionam a relação entre
parceiros e grupos, o que é um fator de avanço cognitivo, pois durante os jogos a
criança estabelece decisões, conflitua-se com seus adversários e reexamina seus
conceitos.

Diante disso, Figueredo (2011), salienta que a atividade lúdica se resume como
sendo o uso de jogos com fins didáticos no exercício da sala de aula. Em se tratando
da disciplina de matemática, a atividade lúdica deve voltar-se para atividades que
desenvolvam o raciocínio lógico dos discentes.

Ainda em relação ao desenvolvimento de atividades lúdicas em sala de aula,


os professores entrevistados afirmaram que muitas são as atividades que são
utilizadas tendo o como lúdico como recurso didático através de jogos e brincadeiras,
dentre essas atividades os mesmos elencaram as mais utilizadas a seguir:

 Tangram,
 Tabuada,
 Jogo de função,
 Gincanas,
 Jogos com dados,
 Jogos de xadrez,
 Ábaco,
 Seminários através da geometria do cotidiano,
 Vídeo,
80

 Musicas,
 Baralho,
 Bingos,
 Corrida Pitagórica,
 Construção de blocos lógicos,
 Jogos com expressões numéricas.

Portanto, a ludicidade é uma necessidade das pessoas em qualquer idade e não


pode ser vista apenas como diversão, mas como um aprendizado de um novo
saber. O desenvolvimento que a ludicidade proporciona, associados a fatores
sociais e culturais, contribui para um bom desenvolvimento físico e mental,
ajudando o processo de socialização, comunicação, construção de conhecimento,
além de um aperfeiçoamento integral dos indivíduos envolvidos no processo de
ensino aprendizagem. (SEGANTINI, 2013).
Na pergunta oito feita aos nossos entrevistados, foi sobre a percepção dos
docentes na interligação do lúdico com o desenvolvimento escolar e social. As
respostas obtidas estão dispostas no gráfico a seguir:

Gráfico 08: A percepção dos docentes na interligação do lúdico com o


desenvolvimento escolar e social

25%
SIM

55% NÃO
DIFICILMENTE
25%

Fonte: O autor
81

A maioria respondeu que as práticas utilizadas as aulas são contemporâneas


e estes acreditam que a utilização do lúdico como recurso didático ajudam os alunos
no desenvolvimento de suas aptidões, uma vez que de acordo com os professores
tais práticas serão de suma importância para que os alunos ingressem com mais
facilidade no mercado de trabalho e outros vão além em suas respostas, eles
acreditam que podem servir para que os alunos obtenham êxito durante as provas
tanto de concursos, quanto de vestibulares.

Assim sendo, o uso de atividades lúdicas consiste numa prática docente que
mostra a relação entre teoria e a pratica, o que a torna muito produtiva, já que fornece
aos alunos modo de observação, raciocínio e habilidades. Através dessa estratégia
de ensino é possível ao aluno formar seu próprio critério, onde este fará uso de seus
conhecimentos teórico e intuição para chegar a uma compreensão das experiências,
ou seja, reformar a aprendizagem (SANTANA, 2006).

De acordo com Luckesi (2002 p.22-60) Os conhecimentos assimilados pelos


educandos servem de suporte para a formação das habilidades, hábitos e convicções.
O exercício com os conhecimentos adquiridos desenvolve as habilidades. As
habilidades são modos adequados de realizar atos, modo de agir, e modo de fazer,
que demonstram que cada educando tornou efetivamente seus os conhecimentos
transmitidos, possibilitando autonomia e independência.

Portanto, em relação ao jogo, a criança passa por diversas etapas, sendo que
cada uma delas possui esquemas específicos para assimilação do meio. O jogo
representa sempre uma situação-problema a ser resolvida pela criança, e a solução
deve ser construída pela mesma, sendo, portanto, uma boa proposta o jogo na sala
de aula, pois propicia a relação entre parceiros e grupos, e nestas relações, podemos
observar a diversidade de comportamento das crianças para construir estratégias para
a vitória, e as relações diante das derrotas. (SILVA, 2015).

Já na pergunta nove feita aos professores participantes desta pesquisa, os


mesmos foram questionados acerca da percepção do lúdico como item avaliativo. As
respostas obtidas seguem no gráfico abaixo:
82

Gráfico 09: A percepção do lúdico como item avaliativo

10%
15%
SIM

55% NÃO
RARAMENTE
20% NENHUMA RESPOSTA

Fonte: O autor

Dentre as respostas obtidas a maioria utilizam o lúdico como item de avaliação,


pois segundo eles com a utilização do lúdico o aprendizado dos alunos flui de maneira
muito positiva e que eles atribuem esse avanço nas práticas utilizadas em sala de aula
tendo o lúdico como recurso didático.

De acordo com Marrone (2012), quando o assunto avaliar entra no campo


educacional, da escolarização em especial, lidar com este termo torna‐se algo mais
complexo. É muito claro para os que trabalham e estudam nessa área que o processo
avaliativo, independente da maneira que seja elaborado, é uma das etapas
educacionais que mais exigem prudência e ética do professor.

Na visão de Figueredo (2011) A atividade deve ser bem planejada e articulada


com o propósito de envolver todos os alunos para desenvolver habilidades de forma
uniforme e vigiar sempre para não distorcer o objetivo que seria a troca do
desenvolvimento pela aquisição de diferenças e rivalidades na aula. Já aqueles que
não responderam ou disseram que não utiliza o lúdico para avaliar seus alunos não
deram respostas suficientes apenas disseram que a avaliação é constante na sala, ou
ainda não utilizam o lúdico.
83

Ainda neste contexto a autora acima supracitada destaca que a forma de


avaliação com a ludicidade é bem coerente sendo posta a ser avaliada pelo
desempenho, participação e disciplina. Sendo bem interessante a maneira idealizada
pelos docentes ao descrever que antes da execução destas atividades é necessário
planejamento, conhecimento com a turma e estar bem focado com relação ao objetivo
pretendido. (FIGUEREDO, 2011).

Ainda sobre o assunto o Marrone (2012) destaca que considerando que a


avaliação escolar, de uma forma geral, deve seguir um padrão de dinamicidade por
parte do professor, acredito, com a elaboração desse trabalho, que o lúdico possui
muitos aspectos positivos que podem ser aproveitados como ferramenta no momento
avaliativo.

Dando continuidade ao roteiro da entrevista, os professores foram


questionados acerca da relevância da atividade lúdica no que diz respeito a avaliação
da aprendizagem. Os resultados obtidos nas repostas seguem no gráfico abaixo:

Gráfico 10: da relevância da atividade lúdica no que diz respeito a avaliação da


aprendizagem.

20%
20%
De 0 a 20
De 20 a 40

25%
De 40 a 60
De 60 a 100
15% Não trabalha

20%

Fonte: O autor
84

Na opinião dos nossos entrevistados a avaliação a partir das atividades tendo


o lúdico como recurso didático tem sido de muita relevância, uma vez que de acordo
com os mesmos, as atividades lúdicas possibilitam aos alunos um aprendizado mais
positivo. Em relação ao assunto abordado, Figueredo (2011) em sua pesquisa afirma
que a forma de avaliação e o peso em percentuais atribuídos diante das atividades
são bem subjetivos e dependendo muito da turma, fato que dificulta uma análise mais
detalhada sobre a coerência ou não da avaliação.

Neste contexto, destaca o que afirma Figueredo (2011) Fazendo-se um


paralelo com a metodologia tradicional de ensino, pode-se dizer que a educação
evoluiu ao longo dos anos, se antes era preciso passar dias e dias “memorizando “os
conteúdos para realizar as provas exigidas pelos professores, tradicionais, e quando
uma palavra era escrita erroneamente, o professor obrigava que copiássemo-la várias
vezes da forma certa, hoje, a linha construtivista de ensino pode ser equiparada a uma
“educação libertadora”, onde, o “erro” do aluno é construtivo sendo esse mesmo erro
o ponto de partida para a construção do seu conhecimento.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitos são os problemas e obstáculos que a educação no Brasil tem enfrentado


nos dias atuais e esses problemas e obstáculos se devem a muitos fatores, a
desvalorização dos profissionais, a falta de investimento na área da educação, além
da ausência de políticas que visem a uma melhor qualidade de ensino e que
promovam melhorias nas condições dos professores, incentivo e oportunidade a
formação continuada dos docentes, uma vez que todos esses fatores contribuem de
forma significativa na vida e no trabalho dos professor e reflete sem sombra de dúvidas
no processo ensino-aprendizagem dos alunos.

Dessa forma, este trabalho nos possibilitou constatar que, o ensino de


matemática está além daquela forma mecânica, desinteressada e diminuída a simples
memorização de regras. Esta pesquisa nos possibilitou constatar também a extrema
importância do lúdico como uma ferramenta facilitadora para a aprendizagem da
85

matemática, além de promover entre os alunos durante as aulas um desejo maior de


querer aprender algo que até então era algo muito difícil para eles.

A satisfação proporcionada aos discentes com a utilização de práticas tendo o


lúdico como recurso didático tem sido cada vez mais aceito pelos alunos e e
dependendo das ferramentas utilizadas para o ensino, o aluno experimenta novas
descobertas, aprende a interagir socialmente, tem seu intelecto desafiado,
construindo assim seu raciocínio logico e, consequentemente, uma independência
intelectual e crítica, sem mencionar um olhar diferenciado para a matemática e sua
ativa participação na aprendizagem.

Buscou através desta pesquisa informações reais sobre a realidade das


escolas públicas do município de Parauapebas sobre a distância que existe entre o
que se propõe e pratica entre o que se pretende realizar e o que se realiza, bem como
sobre as necessidades de se insistir pela melhoria das condições de vida e trabalho
dos profissionais que atuam como educadores, sobre sua formação continuada e pela
adoção de metodologias que, através do incremento do prazer de ensinar e de
aprender, venham aumentar a eficiência do processo de ensino e de aprendizagem.
Esta pesquisa trouxe dados muito fiel de que a atividade lúdica é explorada
sem um planejamento estratégico definido, sem uma coerência de atividades o que
continua dificultando o desenvolvimento da aprendizagem de alunos nas práticas dos
professores, além daqueles professores que por vários fatores não tem uma formação
que possibilite aos mesmos, conhecimentos de novas ferramentas como recurso
didático que possibilite melhorar as suas práticas pedagógicas.
Vale ressaltar que o professor precisa ser um eterno pesquisador, pois assim
estará em busca de metodologias e práticas educativas cada vez mais eficazes,
tornando o ambiente de ensino cada vez mais agradável e de qualidade.
Os dados coletados através desta pesquisa mostraram que alguns professores
veem as metodologias que incluem o lúdico como interessantes, que possibilitam aos
alunos, aulas mais dinâmicas e que possibilitam aos alunos com dificuldades de
aprendizagem formas mais acessíveis durante as aulas, mas em função de muitos
fatores presentes no cotidiano escolar como condições físicas das escolas, problemas
de adaptação do professor à disciplina que leciona em função de decisões
administrativas, deixam de fazer uso delas, uma vez que esses fatores acabam por
86

dificultar suas práticas e também pela falta desse apoio que para o professor é
fundamental
Vale destacar também que de acordo com a nossa pesquisa, constatamos que
em relação a percepção da relevância do lúdico para o ensino da matemática, para
muitos professores, o termo lúdico é apenas mais um método e que para eles não
acrescenta em nada suas práticas e muito menos tem significados relevantes do
processo ensino-aprendizagem dos alunos. Ficou evidente que ainda precisam ser
quebrados muito paradigmas em relação ao lúdico como recurso didático, uma vez
que a forma como alguns professores aplicam ou utilizam o lúdico não apresenta
resultados positivos pela forma equivocada no ato da utilização do mesmo.
A partir das análises feitas ficou claro a importância dos conselhos escolares
de incluir no calendário com base no uso da atividade lúdica como instrumento de
auxílio a aprendizagem e que os professores são componentes fundamentais em todo
esse processo desde o planejamento até a execução das atividades objetivando
preparar melhor os docentes para etapas futuras que exigem uma boa educação de
base para o sucesso na carreira profissional. Vale destacar também, que a relevância
do lúdico como recurso didático para o ensino da matemática tem sido visto como
essencial para muitos estudiosos da área, uma vez que essa prática reduz o alto
índice de alunos que tem seu desempenho muito baixo diante de trabalhos escolares
e de provas, tanto escolares como de exames nacionais como o Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM).
Nesta perspectiva, esta pesquisa recomenda a todos os profissionais
envolvidos e atuantes na área da educação que possam adotar medidas mais
dinâmicas que possam minimizar as dificuldades dos alunos e também esse
pensamento quanto a matemática como uma disciplina responsável pelo baixo
rendimento no aprendizado dos alunos. Recomendamos também aos professores que
criem novas propostas que possam estimular os alunos e que despertem nos mesmo
o desejo de continuar buscando realizar seus sonhos e objetivos através dos estudos
e que não vejam na matemática um fator contribuinte para o seu baixo rendimento
escolar.
Por outro lado, esta pesquisa mostrou que nossos objetivos foram atingidos,
uma vez que a maioria dos professores participantes desta pesquisa entendem e
incentivam o ensino-aprendizagem de matemática por meio do lúdico e que acreditam
que o mesmo quando utilizado como uma ferramenta as suas práticas didáticas,
87

trazem resultados muito positivos na aprendizagem de seus alunos, além do que, o


uso da ludicidade torna suas aulas mais atraente aos olhos dos alunos principalmente
daqueles que possuem dificuldades de aprendizagem. Além disso, contatamos que
os professores em sua maioria sabem da extrema importância que eles têm frente a
essa metodologia.
88

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98

ANEXOS E APÊNDICE
99

ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
100

Prezado (a) participante

Esta pesquisa é sobre como está se dando a adaptação curricular para a inclusão
do aluno com deficiência, a partir das contribuições da psicopedagogia. Esta está sendo
desenvolvida por Jonas Adriano Serrão Garcia e Waldiomar Sizo Melo do Colégio Delta A
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), sob a orientação do
Prof. Dr. Rudrisley Alves.

Os objetivos desta pesquisa são analisar a importância do lúdico no ensino da


matemática como instrumento de aprendizagem. Descrever a relevância da atividade lúdica
para a aprendizagem; identificar se os profissionais atuantes na área têm conhecimento sobre
o lúdico.

Solicitamos a sua colaboração no sentido da participação, bem como a sua


autorização para apresentar este estudo em eventos da área de Educação e publicar em
revista científica. Por ocasião da publicação dos resultados, o seu nome será mantido em
sigilo. Informamos que esta pesquisa não oferece riscos previsíveis.

Esclarecemos que a participação no estudo é voluntária e, portanto, não é obrigado


(a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pelo
Pesquisador (a). Caso decida que não deve mais participar do estudo, ou resolver a
qualquer momento desistir do mesmo, não sofrerá nenhum dano.

Os pesquisadores estarão à sua disposição para qualquer esclarecimento que


considere necessário em qualquer etapa da pesquisa.

Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido e dou meu


consentimento para participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Estou
ciente que receberei uma cópia deste documento.

Assinatura do participante da pesquisa

Atenciosamente,

Assinatura do Pesquisador Participante Assinatura do Pesquisador Responsável


101

Colégio Delta

A Pontifícia Universidade Católica do Rio


Grande do Sul (PUC-RS)

Prezado (a) participante,

Esta pesquisa é sobre como está se dando a adaptação curricular para a inclusão
do aluno com deficiência, a partir das contribuições da psicopedagogia e está sendo
desenvolvida sob a orientação do Prof. Dr. Rudrisley Alves.

Os objetivos desta pesquisa são analisar a importância do lúdico no ensino da


matemática como instrumento de aprendizagem. Descrever a relevância da atividade lúdica
para a aprendizagem; identificar se os profissionais atuantes na área têm conhecimento sobre
o lúdico.

Solicitamos a sua colaboração no sentido da participação, bem como a sua


autorização para apresentar este estudo em eventos da área da educação e publicar em
revistas científicas. Por ocasião da publicação dos resultados, o seu nome será mantido
em sigilo. Informamos que esta pesquisa não oferece riscos previsíveis.

Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e, portanto, o (a) senhor


(a) não é obrigado (a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades
solicitadas pelo Pesquisador (a). Caso decida que não deve mais participar do estudo, ou
resolver a qualquer momento desistir do mesmo, não sofrerá nenhum dano.

Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido (a) e dou o meu
consentimento para participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Estou
ciente que receberei uma cópia desse documento.

Assinatura do participante da Pesquisa


102

A – ROTEIRO DE ENTREVISTA

Sr. (a) Professor (a) ___________________________________________________

O presente questionário tem por objetivo coletar informações relativas a


utilização do lúdico como recurso didático em aulas de matemática de escolas do
ENSINO FUNDAMENTAL II, na cidade de Parauapebas, Pará.

A pesquisa visa compor a Dissertação de Mestrado de Jonas Adriano Serrão Garcia


e Waldiomar Sizo Melo, estudantes de Mestrado em Educação a distância do Colégio
Delta A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) desenvolvido
sob orientação do prof. Dr. Rudrisley Alves.

Roteiro de entrevista

Aspectos pessoais e atitudinais do (a) entrevistado (a):

1. Sexo:

Masculino ( ) Feminino ( )

2. Formação acadêmica/Exercício da profissão:

( ) Pedagógico ( ) Graduação ( ) Mestrado ( ) Outro ____________

( ) Licenciatura ( ) Especialização ( ) Doutorado

2.1 Tempo de formado (a): ------------

2.2 Tempo de atuação profissional: -------------

2.3 Você conhece o lúdico como recurso didático?

( ) Sim ( ) Não

2.4 Caso conheça, o que você acha sobre o seu uso em aulas de matemática?
103

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2.5. Você usa esta ferramenta em sala de aula?

( ) Sim ( ) Não

2.6. Se não a usa, cite razões determinantes para isto.

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2.7. Que tipo de lúdico você utiliza em sala de aula?

_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2.8. Em sua opinião, as atividades lúdicas podem contribuir para o desenvolvimento


do aluno na escola e na sociedade? Comente.

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2.9. As atividades lúdicas constituem item de avaliação do desempenho dos seus


alunos? Em termos percentuais, qual o peso deste item na avaliação?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Obrigado pela colaboração.

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