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RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados da percepção dos alunos em relação ao
ensino de matemática básica para turmas de Aprendizagem Comercial do Senac SP, em
aulas ministradas por projetos, ofertadas por meio de encontros remotos ocorridos de
junho a outubro de 2020, durante o período de suspensão das aulas presenciais em
decorrência da Pandemia causada pelo Covid 19. O objetivo do trabalho é identificar
formas de tornar o ensino de matemática eficaz.
Palavras chave – ensino de matemática por meio de projetos, COVID 19, aulas
remotas
ABSTRACT
This work presents the results of the students' perception regarding the teaching
of basic mathematics for commercial learning classes at Senac SP, in classes taught by
projects, offered through remote meetings that took place from June to October 2020,
during the suspension period. of face-to-face classes due to the Pandemic caused by
Covid 19. The objective of the work is to identify ways to make mathematics teaching
effective.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o objetivo de avaliar a aplicação de forma para facilitar o
aprendizado de matemática para adolescentes cursando o ensino médio brasileiro.
A forma de ensino aplicada foi a educação de matemática básica por meio de
projeto prático.
Este objetivo foi proposto em consequência de o Brasil ter se mantido nas
últimas posições em testes internacionais de proficiência em matemática (KROTH e DE
OLIVEIRA GONÇALVES, 2020).
Várias pesquisas são realizadas mundialmente para entender os motivos de
alunos de determinado país alcançarem médias melhores que de outros (JERRIM e
VIGNOLES, 2016; THIEN e ONG, 2015; AGUIAR e ORTIGÃO, 2012)
Pesquisadores têm afirmado que há várias faces para o problema, os alunos têm
insistido que seria a forma em que o conhecimento tem sido passado que não seria o
ideal, para os professores seria a dificuldade de significar algo para os alunos que os
levassem ao conhecimento (RANULFO, FERNANDES e ALLAIN, 2019)
Para Pinto, Neto e Carvalho e Silva (2019) ao estudarem os métodos de ensino
de vários países, concluíram que o que tem ajudado alguns países a ter melhores
resultados, seria expor os alunos a um ensino mais prático e menos expositivo.
Com esta ênfase Giordano, Cassio Cristiano e Corrêa (2017) ensinam que um
dos maiores desafios para os professores do século 21 é tornar o aprendizado de
matemática mais atraente e significativo.
Os mesmos autores concluem que ensinar matemática por meio de projetos,
favorece o letramento da matéria e o desenvolvimento de habilidades de pesquisa nos
alunos.
Ao estudar um projeto de lançamento de foguetes em uma escola de nível médio
do interior do Estado de São Paulo, De Oliveira, Freitas e Domingues (2016), declaram
que o projeto permitiu aos alunos de graduação envolvidos a oportunidade de tratar algo
complexo e real, desenvolvendo meios de tornar o ensino significativo para os alunos do
nível médio, a pesquisa, no entanto, silencia quanto aos resultados do ensino de
matemática para os alunos do ensino médio.
Para Giordano, Araújo e Coutinho (2019), o ensino de matemática por meio de
projetos pode favorecer o letramento estatístico.
Nesta pesquisa os alunos foram expostos a conceitos de matemática básica por
meio de um projeto prático, ao final buscando-se identificar qual o efeito desta técnica
sobre o interesse dos alunos em relação à matemática.
Após a realização do projeto, foram coletadas respostas dos aprendizes em
relação à técnica utilizada.
Os resultados mostram um possível aumento do interesse dos alunos pela
matemática quando expostos à projetos práticos.
As aulas foram ministradas remotamente em decorrência das restrições da
COVID 19, durante os meses de junho e julho de 2020 e os assuntos foram abordados
por meio de projeto prático.
O planejamento foi feito em atendimento ao Plano para Orientação da Prática
Pedagógica da Instituição, especificamente à provocação “de que forma a matemática
está presente em seu cotidiano” (SENAC, 2019, página 30).
Após a introdução é a apresentada a fundamentação teórica, o método utilizado
para ensinar matemática, a metodologia para coleta dos dados, a opinião dos alunos
sobre a matemática antes e depois de trabalho, os resultados, a discussão, as
considerações finais a e bibliografia.
2. Fundamentação teórica
Segundo Santos, et al (2019) a aprendizagem baseada em projetos (ABP)
permite aos estudantes desenvolver uma série de habilidades, entre elas liderança,
colaboração, cooperação e apropriação tecnológica.
Os mesmos autores ao estudarem a literatura sobre o tema, declaram que a ABP
é transformadora e significativa, ou seja, é ferramenta para tornar o aprendizado mais
próximo e real para os estudantes.
Escobar, Ocampo e Rodrígues (2013) ensinam que as maiores vantagens da
ABP especificamente para o ensino de matemática está o fato de transformar a matéria
em algo útil, próximo à vida dos alunos e aplicável na prática.
Ou seja, de um conhecimento tratado como algo intangível, alcançável apenas
por poucos, a matemática é apresentada para os alunos e professores como algo natural,
já existente no mundo real e, portanto, prontamente utilizável no dia a dia.
Utilizando as práticas ABP, Sanchez (2016), provou que a matemática não é
algo apenas para privilegiados, segundo o autor alunos e professores inseridos em
localidade mexicana considerada atrasada culturalmente, obtiveram resultados de
melhoria significativa de aprendizado de matemática por meio de projetos práticos.
Ao investigar técnicas lúdicas baseadas em ABP, Santos e Navarrete, 2018,
identificaram pouca utilização de projetos em aulas de matemática, como consequência
as aulas para os alunos são monótonas e pouco significativas.
A mesma pesquisa declara que muitos docentes de matemática estão cientes de
que seus alunos não têm incentivos ou interesse na busca pelo conhecimento
matemático.
Prediger (2016), estudando o relacionamento do vocabulário dos alunos na
aplicação dos conceitos matemáticos, conclui que o professor ao solicitar de forma
repetitiva e consistente os conceitos em construção, permitiria a assimilação eficaz
destes mesmos conceitos. Neste sentido o aprendizado por meio de projeto que permita
aos alunos aplicarem na prática os conceitos estudados, parece atender a necessidade de
repetir o assimilado permitindo sua fixação.
Se- 4 12 7
ries1
Se- 0.173913043478 0.521739130434 0.304347826086
ries2 261 783 957
5. Resultados
Após apresentação da regra de três como técnica a ser estudada e realização dos
experimentos foram colhidas respostas dos alunos, conforme as figuras a seguir:
Figura 4 – Resposta dos alunos posteriores às aulas
7. Considerações Finais
O Brasil apresenta resultados ruins e em queda nos índices mundiais de
proficiência, nossas escolas tanto privadas quando particulares estão muito atrás de
outros países na busca por resultados.
Entre nós o interesse em matemática não é animador e considerando que a
economia mundial é hoje focada na automação e comunicação rápida, aqueles que
desejam alterar este quadro devem buscar estratégias capazes de o reverter, sob pena de
deixarmos de agregar riquezas e como consequência imediata aumentar nossa pobreza e
dependência de recursos públicos cada vez mais escassos.
Neste diapasão, a educação por projetos é muito bem-vinda, mas não se trata de
um remédio mágico, sem que os alunos percebam a situação calamitosa em que se
encontra o país, dificilmente surgirá o interesse e demanda pela matemática que estamos
necessitados.
Assim a educação por projeto pode ser significativa, mas deve ser aplicada em
conjunto com todos os envolvidos no processo educacional, para que seja utilizado para
agregar conhecimento e não mera panaceia que esconda a falta de interesse de várias
partes do processo educacional em seu desenvolvimento.
8. Bibliografia
PINTO, Joaquim; NETO, Teresa B.; CARVALHO E SILVA, Jaime. Factores influyentes de los
resultados en matemáticas de estudiantes portugueses, singapurenses, holandeses, españoles y brasileños
en el PISA: Revisión Integrativa. Revista de estudios y experiencias en educación, v. 18, n. 37, p. 41-60,
2019.
RANULFO, Adriana Aparecida; FERNANDES, Geraldo Rocha; ALLAIN, Luciana Resende. As
Percepções de um Professor e Alunos sobre o Ensino e as Questões de Ciências do PISA de 2015. Revista
Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, p. 299-328, 2019.
SÁNCHEZ, Felipe Leiva. ABP como estrategia para desarrollar el pensamiento lógico
matemático en alumnos de educación secundaria. Sophia: Colección de Filosofía de la Educación, n. 21,
p. 209-224, 2016.
SANTOS, Aaron Pedro Santana et al. Uso de projetos em salas de aula dos Institutos Federais:
uma análise sob a ótica da Aprendizagem Baseada em Projetos e das competências do século 21. Revista
Principia-Divulgação Científica e Tecnológica do IFPB, n. 44, p. 113-121, 2019.
THIEN, L. M., & ONG, M. Y. (2015). Malaysian and Singaporean students’ affective
characteristics and mathematics performance: evidence from PISA 2012. SpringerPlus, 4(1), 563. Doi:
https://doi.org/10.1186/s40064-015-1358-z